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Caso de apologia ao nazismo volta a ocorrer em universidade
Estudante da Universidade Federal é afastado por áudios racistas
‘rapper’, fazia rimas como ninguém, tinha uma crítica muito construtiva, falava muito em justiça, se posicionava sempre de uma maneira respeitosa”, conta. “Eu era sua admiradora. Tiraram parte dos nossos sonhos quando o mataram”, conclui Maíra.
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Para Maíra Souto, professora de História de Caio do sexto ano até o ensino médio, o sentimento é de muita tristeza. “Estamos arrasados. Ele era um menino muito bom e acho que é unânime essa imagem que fica o quanto ele era educado, gentil e muito grato com todos. Abraçava todo mundo e dizia que gostava de todo mundo. Ele era
Reprodução
Segundo o professor Ricardo José Bois, o jovem tinha sonhos de mudar o mundo. “Falar do Caio é muito fácil, ele era um estudante que eu conheço desde o sexto ano, era amável, tinha muita alegria e energia positiva, um ótimo senso humor, sempre como sorriso no rosto, altamente politizado, sempre atento a questões sociais e políticas, não hesitava em expressá-las de forma clara e respeitosa. Nas últimas conversas, falou da vontade de prestar vestibular para Filosofia, História ou Ciências Políticas. Tinha o sonho de fazer algo que um dia pudesse mudar o mundo e ajudar tornar a sociedade melhor e menos perigosa para a juventude” diz Bois.
O corpo de Caio foi sepultado no domingo, 26. Em nota, a Guarda Municipal lamentou a morte, disse que o caso é investigado pela Polícia Civil e que a Corregedoria abriu procedimento para apurar a conduta dos agentes, que estão afastados do trabalho operacional.
Nesta semana, a Universidade Federal do Paraná, UFPR, afastou estudante do quinto ano de Direito após a divulgação de áudios durante uma troca de mensagens do aluno com um membro de um grupo de estudos da universidade, onde afirmava ter “gene alemão, puro”. A denúncia foi feita pela deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT).
“Sangue puro alemão”
José Almir da Luz, de 37 anos, foi afastado e proibido de frequentar o campus por 30 dias, além de ter processo administrativo disciplinar instaurado. Numa conversa em uma rede social, com membros do grupo Grupo de Estudos Liberdade e Democracia, Gelp, disse ter “sangue puro alemão”. Além disso, fez comentários homofóbicos. “Boa noite. Eu gostaria de pedir um favor. Já que vocês são monarquistas e de extrema-direita, parem de se comportar feito umas bichonas”, afirmou.
A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro diz que o estudante tem histórico de manifestações racistas e homofóbicas, e que é preciso tomar medidas para que esses comportamentos não sejam tolerados. “É uma ação reiterada. É um absurdo o que aconteceu. A universidade tomou uma medida acertada ao afastá-lo enquanto apura”, afirmou.
A UFPR emitiu uma nota em que repudia veementemente atitudes de discriminação e preconceito, e que não tolera esse tipo de comportamento e que tomará as medidas necessárias para coibir tais práticas.
Já José Almir da Luz, em entrevista ao portal Banda B, disse que as mensagens foram retiradas de contexto e que ele estava sendo vítima de perseguição política, que as mensagens foram apenas uma brincadeira. “Eles estão distorcendo. Eu sou cotista, tenho 37 anos, sou homossexual, meu pai sofre de Alzheimer e ainda tenho que ficar aguentando humilhação para terminar essa faculdade. Eles riem da pobreza da gente”, disse.