Brasil Rotário - Março de 2010

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Sucessora de “Notícias Rotárias” e “Rotary Brasileiro”. Publicação mensal dedicada à divulgação do Ideal de Servir. Revista regional oficial do Rotary International para os rotarianos do Brasil. ShelterBox/Mark Pearson

ACAMPAMENTO PARA desabrigados montado por rotarianos no Haiti

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Sumário 05 Mensagem do presidente John Kenny

32 ÁFRICA Capacitados para a vida Alyce Henson e Nicole Charky

10 COLUNA DO DIRETOR DO RI A fidelidade no Rotary Antonio Hallage

35 COLUNA DA ABTRF Uma revolução no campo da amizade José Alfredo Pretoni

12 ENTREVISTA Aonde o presidente eleito quer chegar Vince Aversano

38 CONVENÇÃO DE 2010 Não se esqueça das atrações!

18 NOSSAS LIDERANÇAS Assembleia Internacional de 2010 foi a diferença Adelia Villas

40 COLUNA DOS COORDENADORES REGIONAIS DA FR É hora de nos prepararmos para as mudanças

21 CAPA No Haiti, em outro recomeço

41 COLUNA DO CHAIR DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA Libertando as pessoas através da alfabetização

Altimar Augusto Fernandes e Henrique Vasconcelos

Glenn Estess Sr.

26 DIA INTERNACIONAL DA MULHER A mulher no Rotary Hertz Uderman

SEÇÕES

28 TEMA DO MÊS Fome de ler Luiz Renato Dantas Coutinho

G

Barracas da ShelterBox doadas aos haitianos

Foto: ShelterBox/Mark Pearson

04 06 08 17 36 42 44 59 60 61 62 63 64

Cartas e recados G Saudades Curtas Brasil Curtas Mundo Rotarianos que são notícia Cultura Interact e Rotaract Distritos em revista Senhoras em ação Novos Companheiros Paul Harris Autores rotarianos Novos clubes, novos amigos G Os 50 Mais Aconteceu na Brasil Rotário... Relax


ROTARY INTERNATIONAL ONE ROTARY CENTER

CONSELHO DIRETOR 2009-10

1560 SHERMAN AVENUE

EVANSTON, ILLINOIS, USA

www.rotary.org

GOVERNADORES DE DISTRITOS NO BRASIL EM 2009-10 DISTRITO 4310 Emilio Carlos Cassano Rotary Club de Piracicaba-Povoador, SP

DISTRITO 4600 Ettore Dalboni da Cunha Rotary Club de Volta Redonda, RJ

DISTRITO 4390 Elder Silveira Sobral Rotary Club de Itaporanga D’Ajuda, SE

DISTRITO 4610 Reinaldo Aparecido Domingos Rotary Club de São Paulo-Jabaquara, SP

VICE-PRESIDENTE Eric E. Lacoste Adamson

DISTRITO 4410 Almiro Schimidt Rotary Club de Colatina-São Silvano, ES

DISTRITO 4620 Clovis Rodrigues Felipe Rotary Club de Avaré, SP

TESOUREIRO Michael Colasurdo Sr.

DISTRITO 4420 Roberto Luiz Barroso Filho Rotary Club de Santos, SP

DISTRITO 4630 José Claudiney Rocco Rotary Club de Cianorte, PR

DISTRITO 4430 Juvenal Antonio da Silva Rotary Club de Suzano, SP

DISTRITO 4640 César Luis Scherer Rotary Club de Marechal Cândido Rondon-Beira Lago, PR

DISTRITO 4440 Nelson Pereira Lopes Rotary Club de Rondonópolis, MT

DISTRITO 4650 Ernoe Eger Rotary Club de Blumenau-Norte, SC

DISTRITO 4470 Sergio de Araújo Philbois Rotary Club de Corumbá, MS

DISTRITO 4651 Paulo Fernando Branco Rotary Club de Balneário Camboriú-Norte, SC

DISTRITO 4480 Sueli Noronha Kaiser Rotary Club de São José do Rio Preto, SP

DISTRITO 4660 Olandino Roberto Rotary Club de Ijuí, RS

DISTRITO 4490 Pedro Augusto Pedreira Martins Rotary Club de Teresina-Piçarra, PI

DISTRITO 4670 Paulo Meinhardt Rotary Club de Xangri-lá, RS

DISTRITO 4500 Francisco Leandro de Araujo Jr. Rotary Club do Recife, PE

DISTRITO 4680 Carlos Roberto Silveira Borges Rotary Club de Guaíba, RS

DISTRITO 4510 José Uracy Fontana Rotary Club de Cândido Mota, SP

DISTRITO 4700 Evaristo Andreolla Rotary Club de Sananduva, RS

DISTRITO 4520 Itamar Duarte Ferreira Rotary Club de Sete Lagoas, MG

DISTRITO 4710 José Machado Botelho Rotary Club de Londrina-Norte, PR

DISTRITO 4530 Adriano Jorge Souto Rotary Club de Brasília-Centenário, DF

DISTRITO 4720 Antônio Lopes Lourenço Rotary Club de Belém-Norte, PA

DISTRITO 4540 Osvaldo Pontes Rotary Club de Sertãozinho, SP

DISTRITO 4730 Alcino de Andrade Tigrinho Rotary Club de São José dos Pinhais-Afonso Pena, PR

DISTRITO 4550 Luiz Antonio Souza Coelho Rotary Club de Itabuna, BA

DISTRITO 4740 Estanislao Díaz Dávalos Rotary Club de Chapecó-Oeste, SC

DISTRITO 4560 Carlos Alberto Dias Coelho Rotary Club de Itajubá, MG

DISTRITO 4750 Luiz Oscar Spitz Rotary Club de Araruama, RJ

DISTRITO 4570 Alcio Augusto Carpes Athayde Rotary Club do Rio de Janeiro-Galeão, RJ

DISTRITO 4760 Maria Inês Silveira Carlos Rotary Club de Francisco Sá-Norte, MG

DISTRITO 4580 José Antonio Cúgula Guedes Rotary Club de Juiz de Fora-Norte, MG

DISTRITO 4770 Nelson Marra de Oliveira Rotary Club de Ipameri, GO

DISTRITO 4590 Antonio Ademir Bobice Rotary Club de Limeira-Leste, SP

DISTRITO 4780 Lia Silvia Souza Pereira Rotary Club de Caçapava do Sul-Sentinela, RS

PRESIDENTE John Kenny PRESIDENTE-ELEITO Ray Klinginsmith

DIRETORES Antonio Hallage Catherine Noyer-Riveau David Liddiatt Ekkehart Pandel Frederick Hahn Jr. Jackson San-Lien Hsieh John Blount John Lawrence José Alfredo Sepúlveda K. R. Ravindran Kyu Hang Lee Lars-Olof Fredriksson Masahiro Kuroda Philip Silvers Thomas Thorfinnson SECRETÁRIO-GERAL Edwin Futa

CURADORES DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA 2009-10 CHAIR Glenn Estess Sr. CHAIR ELEITO Carl-Wilhelm Stenhammar VICE-CHAIR John Germ CURADORES Ashok Mahajan David Morgan Doh Bae Gustavo Gross C. José Antonio Salazar Cruz Louis Piconi Lynn Hammond Ron Burton Sakuji Tanaka Samuel Okudzeto Wilfrid Wilkinson William Boyd SECRETÁRIO-GERAL Edwin Futa

ÉTICA. Um princípio que não pode ter fim. Campanha em prol de mais elevados padrões de ética. Apoio dos Rotary Clubs do Brasil 2 MARÇO

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2010


Ano 85 Março, 2010 nº1053 Revista de Propriedade da Cooperativa Editora Brasil Rotário CNPJ 33.266.784/0001-53 I Inscrição Municipal 00.883.425 Av. Rio Branco, 125, 18º andar CEP: 20040-006 – Sede própria Rio de Janeiro – RJ I Tel: (21) 2506-5600 / FAX: (21) 2506-5601 Site: www.brasil-rotario.com.br I E-mail: revista@brasil-rotario.com.br

CONSELHO SUPERIOR (Colégio de Diretores do RI – Zonas 22 e 23 A) Mário de Oliveira Antonino (Recife-PE) EDRI 1985-87 Gerson Gonçalves (Londrina-PR) EDRI 1993-95 José Alfredo Pretoni (São Paulo-SP) EDRI 1995-97 Hipólito Sérgio Ferreira (Belo Horizonte-MG) EDRI 1999-01

Alceu Antimo Vezozzo (Curitiba-PR) EDRI 2001-03 Luiz Coelho de Oliveira (Limeira-SP) EDRI 2003-05 Themístocles A. C. Pinho (Niterói-RJ) EDRI 2007-09 Antonio Hallage (Curitiba-PR) DRI 2009-11

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 2009-11 Diretoria Executiva Presidente Carlos Henrique de Carvalho Fróes Vice-Presidente de Operações Edson Avellar da Silva Vice-Presidente de Administração Waldenir de Bragança Vice-Presidente de Finanças Wilmar Garcia Barbosa Vice-Presidente de Planejamento e Controle Bemvindo Augusto Dias Vice-Presidente de Marketing José Alves Fortes Vice-Presidente de Relações Institucionais Carlos Jerônimo da Silva Gueiros Vice-Presidente Jurídico Jorge Bragança

Joper Padrão do Espírito Santo Milton Ferreira Tito Taketoshi Higuchi Vicente Herculano da Silva

MEMBROS EFETIVOS Adelia Antonieta Villas Fernando Antonio Quintella Ribeiro Hertz Uderman José Luiz Fonseca José Moutinho Duarte José Ubiracy Silva Nelson Pereira Lopes Ricardo Vieira Lima Magalhães Gondim MEMBROS SUPLENTES Antônio Vilardo Aroldo Mendes de Araújo Herlon Monteiro Fontes GERENTE EXECUTIVO Gilberto Geisselmann ASSESSORES Alberto de Freitas Brandão Bittencourt Dulce Grünewald Lopes de Oliveira Eduardo Alvares de Souza Soares Eduardo de Barros Pimentel Fausto de Oliveira Campos Fernando Teixeira Reis de Souza Flávio Antônio Queiroga Mendlovitz Gedson Junqueira Bersanete Geraldo da Conceição Ivo Arzua Pereira

CONSELHO FISCAL Membros efetivos Nilson Moura Ril Moura Sebastião Porto (coordenador) Suplentes Artur Vieira da Cruz Carmelinda Amália Maria Maliska Cleofas Paes de Santiago CONSELHO CONSULTIVO DE GOVERNADORES Membros natos efetivos Governadores 2009-10 Representante Nelson Pereira Lopes Suplentes Governadores eleitos 2010-11 COMISSÃO EDITORIAL EXECUTIVA Presidente Carlos Henrique de Carvalho Fróes Membros Bemvindo Augusto Dias Edson Avellar da Silva José Alves Fortes Luiz Renato Dantas Coutinho Nuno Virgílio Neto Secretário Gilberto Geisselmann CONSELHO EDITORIAL CONSULTIVO Presidente Carlos Henrique de Carvalho Fróes Membros Bemvindo Augusto Dias Edson Avellar da Silva Fernando Antonio Quintella Ribeiro José Alves Fortes José Ubiracy Silva Mário César de Camargo Secretário Gilberto Geisselmann

EXPEDIENTE EDITOR: Carlos Henrique de Carvalho Fróes JORNALISTA RESPONSÁVEL: Luiz Renato D. Coutinho – Jorn. Prof. 25583RJ REDATOR-CHEFE: Nuno Virgílio Neto REDAÇÃO: Alex Mendes, Armando Santos, Luiz Renato Dantas Coutinho, Maria Cristina Andrade, Maria Lúcia Ribeiro de Sousa, Nuno Virgílio Neto e Renata Coré DIGITALIZAÇÃO: Maurício Teixeira IMPRESSÃO: Log & Print Gráfica e Logística S.A. TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 54.200 exemplares ENDEREÇO: Av. Rio Branco, 125 – 18º andar – Rio de Janeiro – RJ CEP 20040-006 – Tel.: (21) 2506-5600 E-MAIL DA REDAÇÃO: redacao@brasil-rotario.com.br HOMEPAGE: www.brasil-rotario.com.br *As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos seus autores.

O

Leia

Haiti é um daqueles países que infelizmente se tornam destaque na mídia internacional por conta de tragédias de grande porte. Habitantes da nação mais pobre das Américas, há bastante tempo os haitianos contam apenas com as organizações não governamentais para terem garantido um mínimo de assistência social. Depois do terremoto que matou mais de 200 mil pessoas e desabrigou outras 2 milhões no dia 12 de janeiro, essa necessidade de ajuda ao Haiti ganhou uma urgência sem precedentes. Como a maior ONG do planeta, o Rotary não tem se furtado ao seu papel: no dia seguinte aos tremores, rotarianos ajudavam a socorrer os feridos e acomodar os desabrigados. Mas eles já estavam lá, bem antes da tragédia, desenvolvendo pelo menos 38 projetos humanitários por meio de 17 Rotary Clubs. Na reportagem de capa desta edição, convidamos o leitor a conhecer a mobilização dos rotarianos em torno da tragédia, especialmente por meio da ShelterBox, maior projeto desenvolvido por um Rotary Club em todo o mundo, e que atualmente ajuda a abrigar pelo menos 20 mil pessoas no Haiti. O linguista norte-americano Steven Roger Fischer, em sua obra “História da Leitura”, assinala que 90% da população da Inglaterra, da França e da Alemanha era alfabetizada já em 1900. Isso se deu graças ao cumprimento da legislação educacional criada e respeitada pelos respectivos governos. Naquela virada de século, o livro havia se transformado em uma mercadoria de massa naqueles países. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o Brasil curtia seu momento Belle Époque com apenas 34,7% de alfabetizados. Os principais escritores brasileiros da época reclamavam que cada edição de suas obras ganhava, com sorte, no máximo 1.500 exemplares. Passados 110 anos, o desconhecimento da leitura e da escrita continua sendo uma grave doença social em nossas terras. Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a taxa de analfabetismo de adultos se mantém no patamar dos 10% desde 1999. O problema se revela uma doença social cujos prejuízos na qualidade de vida não ficam a dever a patologias como tuberculose, poliomielite ou malária, pois não saber ler e escrever é estar mutilado para a vida plena. Aproveitamos que a alfabetização é o tema do mês de março no calendário do Rotary para levantar algumas perguntas. Qual o espaço do Rotary no combate ao analfabetismo? Os objetivos estão sendo alcançados? De que forma? É com o desejo de estarmos contribuindo para a informação precisa e o debate positivo que saudamos o leitor.

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Cartas & Recados A Seu Serviço

Distritos em revista Para começar o ano, a revista Brasil Rotário nos deu um presente [ao publicar nota sobre o clube]. Ary Laroca Mendes, presidente do RC de Além Paraíba-Portal de Minas, MG (D. 4580). Foto da equipe Adorei a reportagem “Quem somos nós e o que desejamos para 2010” [edição de janeiro, nº 1051]. Parabéns para quem a sugeriu! Participo do Rotary desde 1974. A maioria dos funcionários da revista eu não conheço, ou melhor, passei a conhecê-los a partir do mês de janeiro. Sylvinha Fasciotti, associada do RC de Niterói, RJ (D. 4750).

Saudades Alfredo Palermo, decano do distrito 4540. Associado do RC de Franca, SP, o companheiro foi governador distrital 1953-54.

Bento Lourival Furtado, associado do RC de Itajaí-Porta do Vale, SC (D. 4651).

Celso Araújo, associado do RC de Belo Horizonte-Barreiro, MG (D. 4760), no qual foi duas vezes presidente.

Dino Querido, associado do RC de Taubaté, SP (D. 4600). O companheiro foi presidente 1987-88 do clube.

Jacob Ayub, associado fundador do RC de Vitória-Oeste, ES (D. 4410). Exerceu a presidência do clube nos períodos de 1967-68 e 1985-86. Luiz Gorniack Sobrinho, vice-presidente do RC de Campo Alegre, SC (D. 4650).

Luiz Lazzaris Fernandes, presidente do RC de Itajaí-Porta do Vale, SC (D. 4651).

Olgy Aquino Krebs, governador 1974-75 do distrito 4780.

Orlieta Estella Madalosso, ex-presidente do RC de Porto Alegre-Partenon, RS (D. 4680).

Paulo Philbois Filho, governador 1977-78 do distrito 4470.

Escritório do RI no Brasil Home page: http://www.rotar y.org.br Endereço Rua Tagipuru, 209 São Paulo – SP – Brasil CEP: 01156-000 Tel: (11) 3826-2966 Fax: (11) 3667-6575 Horário: 2ª a 6ª, de 8h às 17h Gerente Celso Fontanelli celso.fontanelli@rotar y.org Quadro Social (Assistência aos Governadores de Distrito e aos Clubes) Débora Watanabe <debora.watanabe@rotary.org> Supervisor da Fundação Rotária Edilson M. Gushiken <edilson.gushiken@rotary.org> Supervisor Financeiro Carlos A. Afonso <carlos.afonso@rotar y.org> Encomendas de Publicações, Materiais e Programas Audiovisuais Clarita Urey clarita.urey@rotar y.org Tel.: (11) 3826-2966 Fax: (11) 3667-6575

Walter Bachmann, governador 1989-90 do distrito 4560. G Na página 45 da edição de janeiro, seção

Distritos em revista, na nota referente ao associado Natale Dalla Vecchia, do RC de Salto, SP (D. 4310), deveria constar que este cedeu dois terrenos, e não apenas um, para sediar a Associação dos Deficientes Visuais de Salto e a Associação Saltense de Pais e Amigos dos Surdos. Natale foi ainda responsável pela construção dos dois prédios das entidades, havendo doado equipamentos e mobiliários para as mesmas. G

Diferentemente do que nos foi inicial-

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mente informado por correspondência, devemos esclarecer que Augusto de Rezende Menezes, ex-governador do distrito 4570, é associado representativo do RC do Rio de Janeiro, RJ, e associado honorário do RC de Juiz de Fora, MG (D. 4580). G

Esclarecendo o que nos foi informado por correspondência, o almoço beneficente na creche da ONG Alquimia, que atende crianças carentes, foi realizado pelo RC de São Paulo-Moema, SP (D. 4610).

Rotary International Secretaria (Sede Mundial) 1560 Sherman Avenue,Evanston, Il 60201 USA Phone: 00-21-1847 8663000 Fax: 00-21-1847 328-8554 Horário: 8h30 às 16h45 (horário de Washington)


Mensagem do Presidente M EUS

COMPANHEIROS ROTARIANOS ,

stão adiantados os preparativos para a nossa Convenção de Montreal, em Quebec, no Canadá, de 20 a 23 de junho. A data final para inscrições com desconto expira em 31 de março. Por mais convincente que este incentivo possa parecer, não foi por causa dele que compareci a quase todas as convenções, desde que participei da minha primeira, em 1984. A grande razão por que sempre anseio pela chegada deste evento anual é a oportunidade de reencontrar velhos amigos rotarianos e conhecer outros novos. De muitas maneiras, nossa Convenção representará o que o Rotary tem de melhor: rotarianos que se reúnem para desfrutar de companheirismo agradável e discutir temas sérios de serviço. Seremos inspirados, sem dúvida, pelos nossos palestrantes, incluindo Greg Mortenson, autor do best-seller “A Terceira Xícara de Chá”; Jo Luck, executivo-chefe da organização sem fins lucrativos Heifer International; e a cantora de músicas country Dolly Parton, que nos falará sobre seus outros interesses, como a alfabetização de crianças e a Biblioteca da Imaginação. Além disso, nas diversas oficinas programadas, saberemos mais acerca de muitas das facetas do Rotary e da nossa Fundação Rotária. Nos intervalos dos eventos, poderemos construir novas amizades, durante um café na Casa da Amizade, ou num jantar, em um dos celebrados restaurantes de Montreal. Já foi dito muitas vezes que não se pode apreciar a internacionalidade do Rotary até que se compareça a uma convenção. Em Montreal, no próximo mês de junho, esperamos dar as boas-vindas a rotarianos de mais de 100 países. Dezenas de idiomas serão falados, mas sei que todos daremos o melhor de nós mesmos para nos comunicarmos da melhor forma possível – por meio de palavras, sorrisos e risadas –, superando todas as diferenças culturais e idiomáticas. A Convenção é a ocasião para se comemorar as conquistas do ano que passou, mas também é o momento de planejar o futuro. No Rotary, não nos limitamos a olhar para tudo o que fizemos e dizer “isto foi o bastante”. Não, nós usamos as nossas conquistas como trampolim para fazer mais ainda. Encorajo-lhes a se juntarem a nós, em Montreal, e se valerem do ensejo para identificar novos parceiros de serviços, obter ideias inovadoras para projetos e renovar o entusiasmo pelo Rotary. Ainda há muito serviço a fazer – tanto neste ano rotário como no próximo. O Futuro do Rotary Está em Nossas Mãos.

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NA REDE

Leia os pronunciamentos e as notícias do presidente do RI John Kenny acessando o site www.rotary.org/president

JOHN KENNY Presidente do Rotary International B RASIL R OTÁRIO 5


Curtas Brasil

Clube brasileiro propõe regulamentação dos Rotakids

Quantos somos NO BRASIL

NO MUNDO

Rotarianos: 52.979; Clubes: 2.319; Distritos: 38; Rotaractianos: 14.973; Clubes: 651; Interactianos: 16.629; Clubes: 723; Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 293; Voluntários: 6.739; Número de rotarianas: 10.513.

Rotarianos: 1.210.614; Clubes: 33.585; Distritos: 534; Países e regiões: 211; Rotaractianos: 184.046; Clubes: 8.002; Países: 167; Interactianos: 284.418; Clubes: 12.366; Países: 133; Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 6.866; Voluntários: 157.918; Países: 78; Número de rotarianas: 199.149.

Fonte: Escritório do Rotary International no Brasil (dados de fevereiro de 2010)

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Guillermo Ossa/sxc.hu

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uando se reunir, entre 25 e 30 de abril, na cidade norte-americana de Chicago, o Conselho de Legislação do RI, conhecido como Parlamento do Rotary, apreciará propostas de resolução sugeridas por oito clubes brasileiros. Uma delas, o reconhecimento e regulamentação do funcionamento dos clubes de Rotakids como programa oficial do RI, foi idealizada pelo RC de Rondonópolis-Leste, MT, e endossada pelo distrito 4440. Posteriormente, a resolução também foi proposta pelo RC de Decatur County, EUA, e endossada pelo distrito 6000. Integrado por um representante de cada distrito, o Conselho de Legislação se reúne a cada três anos para discutir e votar as propostas de emendas e resoluções submetidas pelos clubes, distritos e pelo Conselho Diretor do RI, entre outros. Para a discussão deste ano, estão pautados mais de 200 itens, que podem ser encontrados no endereço www.rotary.org (palavra-chave para busca: 2010 Council). Outras propostas de clubes brasileiros para o Conselho de Legislação foram publicadas na página 7 da edição de janeiro da Brasil Rotário.


A. Santos

Cada moeda é valiosa contra a pólio

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Rotary segue firme em sua missão de erradicar a poliomielite do mundo e lançou um pequeno cofre de cartolina para recolher fundos destinados ao programa Polio Plus. Vendida por US$ 3, a caixinha traz fotos e o logotipo da campanha End Polio Now (Eliminemos a Pólio Já, em português). A ideia é que os rotarianos deixem-na em suas lojas, escritórios, clubes ou mesas de trabalho, como uma forma alternativa de coletar moedas para apoiar o fim da doença. Vale lembrar que, graças ao empenho dos rotarianos de todo o mundo, nossa fundação já conseguira, até 31 de dezembro, levantar US$ 107 milhões para o Desafio de US$ 200 Milhões do Rotary, proposto pela Fundação Bill & Melinda Gates. O código do cofrinho no catálogo de produtos do RI é 989-ENP. O item pode ser encomendado no endereço eletrônico shop.rotary.org e está disponível somente em inglês.

Cartões divulgam iniciativas do Rotary O A. Santos

s rotarianos podem felicitar seus amigos enviando cartões ilustrados com ações do Rotary nos quatro cantos do planeta. A aquisição do kit contendo 12 unidades, com a parte interna em branco, para que se possa adicionar mensagem pessoal, é uma forma de contribuir com o programa Polio Plus. Um dos cartões traz imagem de um grupo de alunos da Escola Padre Dr. Francisco da Motta, localizada no bairro da Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro. Administrada pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco, a instituição de ensino é financiada pela Fundação Rotária. O código do kit de cartões no catálogo de produtos é 980-MU. BR

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Curtas Mundo

Concerto contra a pólio arrecada mais de

US$ 100.000 O virtuose do violino e sobrevivente da pólio Itzhak Perlman e a Filarmônica de Nova York apresentaram-se para uma plateia lotada, em 2 de dezembro, num concerto em favor da erradicação da pólio. “Não existe razão para que as pessoas contraiam esta doença,” disse Perlman, que foi vítima da pólio aos quatro anos de idade e superou desafios físicos para se tornar um dos mais celebrados músicos do planeta. NOVA ARRANCADA O concerto beneficente foi parte da campanha do Rotary Eliminemos a Pólio Já. Antes da apresentação, o secretário-geral do RI, Edwin Futa, anunciou que o Rotary havia ultrapassado metade da meta do esforço para arrecadar US$ 200 milhões para equiparar a doação-desafio da Fundação Bill & Melinda Gates. Na

recepção que sucedeu o concerto, o presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária, Glenn E. Estess Sr., concedeu a Perlman um prêmio por sua ajuda em vencer a poliomielite. O concerto rendeu mais de US$ 100.000 em contribuição ao Desafio de US$ 200 milhões do Rotary. Naquele dia, mais cedo, num painel na sede do Unicef, em Nova York, especialistas afirmaram que a vitória na batalha contra a pólio depende da cooperação de agências governamentais e não governamentais e entidades religiosas. A desinformação e os conflitos representam a última barreira da doença, impedindo que os agentes de saúde vacinem crianças. O painel foi organizado depois que em junho o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou um novo esforço global junto à Organização da Conferência Islâmica em prol da erradicação da pólio. O trabalho do Rotary pelo fim da

Foto de Jennifer Taylor/The Rotarian

 ITZHAK PERLMAN: “Não existe razão para que as pessoas contraiam essa doença”

doença contribuiu para uma queda de 99% dos casos, de 350.000, estimados em 1985, para 1.571, no ano passado. Mas o principal obstáculo para alcançar as crianças tem sido representado pelas áreas em conflitos ou revoltas políticas.

Escoteiros comemoram 100 anos de bons serviços U

m velho amigo do Rotary está comemorando o seu centenário neste ano: os Escoteiros da América (Boy Scouts of America). As duas organizações têm trabalhado ombro a ombro desde os primeiros dias. O fundador do Rotary, Paul Harris, após o encontro com o diretor geral dos Escoteiros, James E. West,

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em 1910, conclamou os rotarianos a ajudá-los na sua expansão. Em 1930, rotarianos organizaram mais da metade dos 500 conselhos de escotismo, e hoje em dia Rotary Clubs patrocinam 1.483 tropas de escoteiros, que congregam 45.528 jovens. “Faz sentido que o Rotary se envolva no esforço de fazer da comunidade um local onde se viva bem, começando pela juventude”, diz Mike Birkholm, associado do Rotary Club de Los Angeles, e presidente da Região Interameri-

cana do Grupo de Companheirismo dos Escoteiros Rotarianos, uma rede de 1.200 rotarianos envolvidos com o escotismo. O grupo de companheirismo conta, entre os seus membros, com o atual presidente do RI, John Kenny, e o presidente 1992-93, Clifford L. Dochterman. Em homenagem ao centenário dos Escoteiros da América, o diretor geral dos Escoteiros, Bob Mazzuca, fará pronunciamento na Convenção do RI deste ano.


Montreal:

antes e agora A Convenção 2010 do RI, em Montreal, no Canadá, será a segunda ocasião em que rotarianos farão um encontro anual naquela cidade. Em 1975, Montreal recebeu 13.425 rotarianos e convidados de 87 países e áreas geográficas para a convenção. O lendário atleta Jesse Owens (foto), cujas quatro medalhas de ouro, conquistadas nas Olimpí-

adas de Berlim de 1936, foram um duro golpe na propaganda nazista de superioridade racial, foi o orador principal. As palavras do presidente do RI na época, William R. Robbins, se incorporaram à filosofia do atual presidente, John Kenny: “O Rotary não vive nos altos escalões da organização. O Rotary vive nas ruas, nos seus corações e no meu, e nos seus clubes e no meu.”

Mais Montreal 2010 nas páginas 38 e 39 desta edição.

Plano revisto volta às premissas básicas N o seu encontro de novembro, o Conselho Diretor do RI revisou o plano estratégico do Rotary, que assinala as seguintes prioridades: apoiar e fortalecer os clubes, incrementar o serviço humanitário e intensificar a imagem pública e a conscientização. “A revisão do plano estratégico concentra-se no empenho do RI junto aos clubes e no retorno ao básico”, explica o ex-diretor do Rotary Thomas Thorfinnson. “O papel principal da or-

ganização deveria ser o apoio aos clubes e o auxílio para que eles expandam os seus serviços e publiquem o sucesso na obtenção das suas tarefas.” O plano revisado entrará em vigor em julho. Uma revisão trienal do plano, recomendada pelo Conselho de Legislação, indicou que os rotarianos relacionam o crescimento do quadro associativo com clubes fortes, e que o maior apelo do Rotary é a oportunidade para servir e estabelecer contatos.

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Coluna do Diretor do RRotary otary International Antonio Hallage

A fidelidade no Rotary

F

iel é aquele que não trai alguém ou um princípio, aquele que é fiel à referência. Ser fiel a uma organização envolve questões de sentimento, de respeito e de lealdade, fatores essenciais a uma relação duradoura. A fidelidade requer alguma renúncia, e no Rotary a renúncia é de tempo, prioridades e recursos, sem causar por isso arrependimentos futuros. Quem não entender isto deveria repensar sua condição de rotariano. A fidelidade imprime um sentimento de realização. Juntas, a confiança (cum fidere, que quer dizer “com fé”, em latim), a constância e a perseverança, que estão relacionadas, são fatores que se ligam à fidelidade de forma biunívoca, sendo geradas no Rotary por um companheirismo sadio que redunda, com o passar do tempo, em fidelidade. Este companheirismo de que falo é aquele da segurança de que há sinceridade no relacionamento que, ao longo do convívio semanal, passamos a depositar nos nossos companheiros. O companheirismo é, portanto, um fator fundamental para o desenvolvimento da fidelidade. A fidelidade no Rotary se expressa muito proximamente à fidelidade familiar, na qual se têm e se professam o compromisso duradouro e os objetivos

1 0 MARÇO

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comuns. Desejar ser fiel é uma aspiração nobre e que enobrece. Ter consciência e robustecer o valor da fidelidade é uma necessidade – e nas diversas oportunidades em que se apresentem, é preciso que seja dado o devido valor à atuação fiel ao Objetivo do Rotary. Este é um íntimo compromisso que assumimos: o de cultivar, proteger e enriquecer o relacionamento com quem a preserva, por respeito à sua dignidade e in-

A fidelidade no Rotary se expressa muito proximamente à fidelidade familiar


tegridade. É exatamente isto que fazemos ao homenagear um companheiro ou clube que demonstram sua fidelidade ao Rotary por décadas a fio. ANTERIOR À RELAÇÃO Por mais estranho que possa parecer, a fidelidade é anterior à própria relação. Assim, a relação de um rotariano com o Rotary e seu Objetivo – que nunca deve ser esquecido – está destinada ao fracasso se, ao iniciá-la, a pessoa buscar apenas satisfazer sua vaidade, seu prazer ou, pior ainda, alcançar algum interesse econômico. Pouco futuro terá este relacionamento e não será fiel se não houver disposição de compartilhar, compreender e colaborar com o aperfeiçoamento do grupo que elegemos para pertencer e pelo qual fomos acolhidos. A fidelidade também está ligada a um processo de escolha e a um plano de vida. Esta escolha não é nem deve ser uma atadura, mordaça, nem tipoia. Pelo contrário: ela é a livre expressão de nossas aspirações. Ser fiel deve nos cumular de alegria, nos iluminar cotidianamente. É só reparar o ar iluminado dos fiéis rotarianos quando eles são justamente homenageados e ver o brilho nos seus olhares. Fidelidade é olhar pouco para os erros dos companheiros, fazendo o possível para ajudá-los a superar esses erros, com compreensão e carinho. Ser fiel é, sobretudo, compartilhar triunfos, tristezas, alegrias, fracassos, pla-

Fidelidade é olhar pouco para os erros dos companheiros, fazendo o possível para ajudá-los a superar esses erros, com compreensão e carinho

nos – tudo, enfim. A fidelidade se expressa inclusive na utilidade de nossa prestação de serviços por intermédio da área de influência que desenvolvemos através do exercício de nossa atividade ou profissão, razão de termos sido selecionados para participar do Rotary. Ser fiel é, afinal, encontrar oportunidades de sermos melhores a cada dia, e assim levarmos uma vida mais feliz. E o que é viver a fidelidade no Rotary? Viver a fidelidade, que os rotarianos aprendem ao longo de um bom tempo de participação ativa e produtiva no Rotary, se traduz na alegria de compartilhar com os companheiros a própria vida, gerada pelo conhecimento mútuo, pela estabilidade e confiança perduráveis, tendo como resultado um sincero bem querer. UM IDEAL EM NÓS O exercício de princípios coerentes com a crença pessoal, seja ela religiosa ou filosófica, também auxilia no desenvolvimento de uma ligação duradoura e fiel com o Rotary. Estes princípios de vida e va-

lores praticados (pelos quais entendemos que vale a pena lutar, preservar e transmitir às próximas gerações) nos dão, pela fidelidade, um sentimento de utilidade e mantêm aceso em nós um ideal. É sabido, e não custa repetir, que não se nasce jovem, mas adquire-se a juventude através de um ideal. Idealista moral que é o rotariano, manter aceso este ideal torna-o sempre jovem, mesmo que longevo. E talvez por ser um idealista é que o rotariano é longevo. Mantenhamos nosso ideal rotário aceso para realizar hoje o que entendemos ser um futuro adequado para as próximas gerações, mantendo-nos fiéis ao Rotary, seus princípios e valores, lutando por sua preservação e perpetuidade. E que ao longo de nossa existência no Rotary possamos afirmar, parafraseando o grande poeta Vinicius de Morais, que a nossa fidelidade não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure. BR

Para fazer comentários e sugestões sobre o tema deste artigo, escreva para a.hallage@hotmail.com B RASIL R OTÁRIO 1 1


Entrevista

Aonde o presidente e

12 MARÇO DE 2010


e eleito quer chegar Com quase 50 anos de vivência no Rotary, Ray Klinginsmith colocará toda sua experiência a serviço dos rotarianos Vince Aversano*

Q

uando iniciar seu mandato de presidente do Rotary International em julho, Ray Klinginsmith estará coroando quase meio século de serviços à nossa organização, o mesmo Rotary que lhe proporcionou uma bolsa de estudos em 1961 na Universidade de Cape Town, na África do Sul. Primeira pessoa da sua comunidade a estudar no exterior, Klinginsmith retornou a Unionville, no Missouri, EUA, depois de ter viajado mais de 25 mil quilômetros e visitar 35 países africanos. Duas semanas após seu retorno aos EUA, ele iniciou sua trajetória como rotariano associando-se ao Rotary Club de Unionville. Em 1965, transferiu-se para o Rotary Club de Macon, também no Missouri, cidade onde passou a viver com sua esposa, Judie, para praticar a advocacia. Em 1974, outra mudança, dessa vez para Kirksville, onde foi trabalhar na Universidade Estadual de Northeast Missouri. Naquele mesmo ano, ingressou no Rotary Club de Kirksville, onde permanece até hoje.

De lá para cá, Ray Klinginsmith serviu ao Rotary em diversos postos, inclusive como coordenador do Conselho de Legislação, vice-presidente e presidente do Comitê para Convenção do RI, além de curador e vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária. Em 1985, tornou-se o mais jovem diretor do RI até então, oportunidade que ele atribui ao seu contato ainda muito novo com o Rotary, por meio da bolsa de estudos. Klinginsmith foi consultor jurídico e professor de administração na Universidade Estadual de Northeast Missouri (atualmente Universidade Estadual Truman) de 1973 até a aposentadoria, em 1995, e foi reitor de administração durante cinco anos. Ele também dirigiu um escritório jurídico até se aposentar, em 2009. Klinginsmith ainda foi comissário do Condado de Adair por quatro anos, diretor do Banco Estadual de Macon Atlanta por 38 anos, e presidente da Associação de Chariton Valley para Pessoas Portadoras de Deficiências ao longo de 27 anos.  BRASIL ROTÁRIO 13


Entrevista O que você pretende fazer no seu ano como presidente do RI? n RAY KLINGINSMITH: Precisamos continuar dando uma grande atenção à erradicação da pólio. Temos que acabar de vez com essa doença, ou então ela se espalhará novamente. Estou certo de que conseguiremos, e a Fundação Bill & Melinda Gates tem certeza de que nós o faremos. Se não fosse assim, não teriam dado US$ 355 milhões para nos ajudar a concluir essa tarefa. Quero garantir também que o Plano Visão de Futuro da Fundação Rotária decole. Pretendo tornar mais visíveis os programas do Rotary para a juventude, em particular o Intercâmbio de Jovens, porque eles não são suficientemente divulgados entre os rotarianos. Desejo dar atenção aos aspectos administrativos, para ver se existem formas de fazer melhor as coisas, questionando: as práticas que adotamos são mesmo as melhores ou são simplesmente as tradicionais? E quero aperfeiçoar as maneiras pelas quais nossos clubes atuam, colocando em campo coordenadores voluntários que ajudarão os governadores nessa tarefa, assim como acontece com os coordenadores regionais da Fundação Rotária. Qual foi a reação dos rotarianos ao Plano Visão de Futuro e como ele afetará os associados dos clubes? n A reação foi muito positiva. Mais de 250 dos 534 distritos rotários inscreveram-se para participar do programa piloto que será iniciado em julho, e os curadores só puderam escolher 100 deles. O plano irá conferir uma velocidade muito maior na condução dos nossos projetos internacionais. Desejo facilitar aos rotarianos as visitas aos países em desenvolvimento para que eles vejam pessoalmente as grandes necessidades provocadas pela pobreza. Eles retornarão e concluirão que com o Plano Visão

14 Março de 2010

Se dermos mais assistência aos governadores, faremos com que eles também assistam os clubes de forma mais efetiva de Futuro será mais rápida e fácil a alocação de recursos onde eles forem necessários. Nós destinaremos mais rapidamente os recursos aos clubes e distritos e lhes daremos mais autoridade para utilizá-los de acordo com o que estabelece a missão da Fundação Rotária. Você pretende aproximar mais o Rotary International e os clubes. Que mudanças seriam necessárias para alcançar esse objetivo? n Nossa ligação com os clubes é feita pelos governadores distritais. Se dermos mais assistência aos governadores, faremos com que eles também assistam os clubes de forma mais efetiva. Algumas vezes, no passado, os clubes chegaram a pensar que nós só queríamos tirar coisas deles. Chegou a hora de invertermos esse processo e fazermos com que eles tenham a certeza de que queremos trabalhar para os clubes. Como você se preparou para ser o presidente do RI? n Desempenhei praticamente todas as funções no Rotary e sou rotariano há quase 50 anos. Duvido que qualquer outro presidente tivesse tantos anos de Rotary como eu ao assumir este cargo. Não sei dizer quantos clubes visitei até hoje, mas posso garantir que foram muitos. Aprendo com os rotarianos e admiro o que eles fazem,

identifico-me com eles. Os rotarianos geralmente sonham com o que é certo, por isso acredito que, se ajudarmos os rotarianos a fazer o que eles querem, continuaremos a ter muito sucesso. Quando foi que você se interessou pelo Rotary? n Meu pai entrou para o Rotary quando eu tinha 10 anos. Além disso, tive a minha experiência como bolsista, porque naquela época os filhos dos rotarianos ainda podiam participar do programa de bolsas. Lembro da primeira conferência distrital a que assisti, em 1960, na minha cidade de Unionville, no Missouri. Quando o nome do novo governador foi anunciado, ele correu pelo corredor, de tanta emoção. Aquilo me tocou muito, e eu percebi que o governador distrital é quem faz as coisas acontecerem no Rotary. Por isso eu decidi que uma das formas de retribuir o Rotary pela minha bolsa de estudos seria tornando-me governador. Quando retornei do meu ano de estudos no exterior, o presidente do Rotary Club de minha cidade, Stewart Pratt, que era o meu dentista, convidou-me para ser rotariano, e eu aceitei de imediato. A minha intenção era trabalhar para o clube e para o distrito, o que eu fiz por mais de 15 anos. Aí fui surpreendido com o convite para atuar como líder de discussão e orador na Assembleia Internacional de 1979. Qual a maior força do Rotary? n Ah, são os clubes – 33 mil clubes! É maravilhoso que possam existir em 200 países e regiões geográficas mais de 33 mil Rotary Clubs, todos seguindo os mesmos princípios. Os clubes operam de forma um tanto diversa, mas observam os mesmos princípios de companheirismo, serviço e elevados padrões éticos. O espírito do Rotary nos mantém unidos, e isso é um fenômeno formidável. Edward F. Cadman, que foi presidente do RI em 1985-86, costumava dizer que “o


Outras organizações prestam bons serviços, mas o nosso interesse no companheirismo, no serviço, nos altos padrões de ética e em profissionais e empresários de primeira qualidade é algo que nos difere Tobago, que representavam um ambiente inteiramente novo para mim. Passei um ano na África e viajei como se fosse o integrante único de um IGE pelo sul africano, hospedando-me nas casas dos rotarianos – às vezes, por duas ou três vezes, em diferentes ocasiões –, e sempre fui muito bem tratado por eles. Na volta aos EUA, passei por Londres, e tive a chance de ver o primeiro ministro indiano, Jawaharlal Nehru, no aeroporto. Tudo isso muda a vida de uma pessoa.

Rotary é uma unidade sem uniformidade”, o que é uma verdade até hoje. E por que a sua bolsa de estudos foi tão importante? n Ela me ajudou a conhecer o mundo.

Eu já havia viajado dentro dos EUA, mas nunca ao exterior, algo que talvez só aconteceria quando eu prestasse o serviço militar. No navio para a África do Sul, que partiu de Nova Orleans, paramos em Curaçau e Trinidad e

O que difere o Rotary de outras organizações de prestação de serviços? n Muitas coisas. Em primeiro lugar, fomos o primeiro clube de serviços da história, e logo nos tornamos a mais importante organização nessa área, reunindo pessoas de alto nível, e permanecemos até hoje nesta posição invejável. Temos muitos imitadores, é verdade, e a imitação é a mais sincera forma de lisonja. Outras organizações prestam bons serviços, mas o nosso interesse no companheirismo, no serviço, nos altos padrões de ética e em profissionais e empresários de primeira qualidade é algo que nos difere. A nossa internacionalidade também nos identifica. Quando os rotarianos estão reunidos numa Brasil Rotário 15


Entrevista convenção internacional, por exemplo, geralmente eles se surpreendem pela universalidade e pelo espírito do Rotary. Na sua opinião, como anda a imagem pública do Rotary? n Melhor do que nunca, mas ainda insuficiente. Ainda somos desconhecidos por uma grande parte da população. Muita gente tem apenas uma vaga ideia do que é o Rotary e não compreende a grandeza das nossas ações. Mas nós realizamos muita coisa, e temos destaque no cenário mundial por causa da erradicação da pólio e de nossa parceria com a Organização Mundial da Saúde, com o Centro Norte-Americano para o Controle e a Prevenção de Doenças, o Unicef e a Fundação Gates. Nunca tivemos tanta visibilidade, e isso me anima muito. Acreditamos no nosso potencial e sei que faremos ainda mais. Como eu disse anteriormente, os nossos melhores dias ainda estão por vir. Um dos grandes desafios do Rotary é se tornar mais conhecido pela juventude. O que podemos fazer em relação a isso? n Este é realmente um grande desafio, porque as chamadas Gerações X e Y diferem mais entre si do que as anteriores. As diferenças entre as gerações crescem no mesmo ritmo em que a tecnologia evolui. Temos, portanto, um desafio, mas ele pode ser superado. Os integrantes da Geração X – da qual minha filha participa – não têm caráter gregário. Eles preferem trabalhar por conta própria. Já os da Geração Y possuem uma mentalidade um pouco diferente dessa. Eles são mais propensos a participar de grupos e comunidades, e apoiar causas, o que me deixa muito otimista no sentido de que podemos nos dirigir a eles. Tenho também um interesse particular pelos integrantes do Rotaract

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Se pudermos fazer com que os rotaractianos integrem-se à família rotária, será muito mais fácil trazê-los para o Rotary quando chegar o momento certo e em facilitar a migração deles para o Rotary. O que o inspirou na escolha do lema para 2010-11, Fortalecer Comunidades, Unir Continentes? n Fiz uma análise dos lemas anteriores e concluí que a maioria deles diz respeito somente aos rotarianos. Por isso, decidi desenvolver um lema que comunicasse aos não rotarianos algo sobre o que o Rotary faz e, ao mesmo tempo, validasse para os rotarianos a importância do que fazemos. Quais são as suas metas para o quadro associativo? n Durante décadas, nós crescemos 3% ao ano, mas estacionamos nos anos 90. Precisamos crescer para manter o dinamismo, e o caminho para retomarmos o crescimento é ajudar os clubes a se tornarem maiores, melhores e mais arrojados. Para isso, temos que mostrar aos clubes que eles podem melhorar se crescerem um pouco mais. Por isso, estou incentivando os clubes a adotar planos trienais, com metas para todas as quatro Avenidas de Serviços, e a estabelecer o número de associados que eles precisarão ter para cumprir suas metas. Como os clubes podem encorajar os rotaractianos a migrar para o Rotary? n Na maioria das vezes, há apenas

um ou dois rotarianos no clube dando apoio ao Rotaract. Sou da opinião de que cada rotaractiano deveria ter um mentor rotariano, e que eles deveriam se encontrar de três a quatro vezes por ano. Se pudermos fazer com que os rotaractianos integremse à família rotária, será muito mais fácil trazê-los para o Rotary quando chegar o momento certo. Além disso, se tivermos bons Rotaract Clubs, mais ou menos a cada três anos os associados mais velhos podem criar seus próprios Rotary Clubs e operar com custos mais baixos do que os tradicionais, eliminando as refeições semanais. Assim como muitos rotaractianos deixam a família rotária na idade máxima de 30 anos por não terem condições de pagar as despesas de um Rotary Club tradicional, há muitos Rotary Clubs que não têm um grande contingente de pessoas na casa dos 30 anos. Portanto, a criação de Rotary Clubs das Novas Gerações, a partir dos Rotary Clubs existentes, faz muito sentido. Como o Plano Estratégico do RI pode ajudar nossa organização? n Dando-nos estabilidade. Já houve um tempo em que, a cada ano, criávamos um novo programa, e gastávamos recursos consideráveis para encaminhá-los. Isso não aconteceu em anos recentes, então esta é uma boa oportunidade para inserirmos alguma criatividade no nosso planejamento. Como estamos em processo de implementação do Plano Visão de Futuro da Fundação Rotária, não sei se este é o momento de promovermos grandes mudanças no Rotary International. É preciso fazer isso em etapas. E a primeira delas é dar mais assistência aos nossos clubes! * O autor é editor-chefe da The Rotarian. BR

Tradução de Eliseu Visconti Neto.


Rotarianos que são notícia

N

esta seção abrimos espaço para os rotarianos que foram eleitos ou nomeados para cargos de governo, da administração direta ou indireta, ou que ainda receberam homenagens ou assumiram função em organizações da sociedade civil nas esferas federal (1o, 2o e 3o escalões), estadual (1o e 2 o escalões) e municipal (1o escalão).

José Domingos Zanco, exgovernador do distrito 4310 e associado do RC de Americana-Integração, SP, recebeu o título de Cidadão Emérito de Americana em cerimônia realizada na Câmara Municipal.

Associado do RC de Piracicaba-Cidade Alta, SP (D. 4310), Pedro Luiz da Cruz assumiu em janeiro o cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba.

Prefeito do município paulista de Guaiçara, o rotariano Osvaldo Afonso Costa recebeu o prêmio Top Prefeitos 2009, concedido pelo Instituto Sócio Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável aos 50 prefeitos brasileiros que se destacaram no ano passado pela administração de suas cidades sob o enfoque da sustentabilidade urbana. Associado do RC de Guaiçara, SP (D. 4480), ele também recebeu o certificado Município Verde Azul, concedido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo aos municípios bem-sucedidos em suas políticas ambientais.

Companheiros do RC de Rolândia, PR (D. 4710), Johnny Lehmann e Sabina Giesen são, respectivamente, prefeito e vice-prefeita da cidade de Rolândia.

Vice-prefeito de João Pinheiro e associado do RC de João Pinheiro, MG (D. 4760), Neider Kennedy Amorim foi agraciado com a Medalha da Ordem do Mérito Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Itabira é o rotariano José Antônio dos Reis Lopes, do RC de ItabiraCauê, MG (D. 4520). Outro associado do clube, o governador distrital eleito José Luiz Scaglioni Filho, preside a Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira.

Criador da campanha que ajudou a eleger o Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, o publicitário Aroldo Araújo, associado do RC do Rio de Janeiro, RJ (D. 4570), e membro do Conselho de Administração da Cooperativa Editora Brasil Rotário, recebeu o prêmio Atitude Carioca 2010, da Rede Record de TV, concedido por voto popular às personalidades que vêm ajudando a melhorar a cidade do Rio. Na categoria em que foi premiado, Aroldo concorreu com o empresário Roberto Medina, idealizador e produtor do Rock in Rio, e com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, um dos grandes nomes da televisão brasileira.

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Nossas lideranças Monika Lozinska-Lee/Rotary Images

RAY KLINGINSMITH, o presidente eleito do RI, fazendo a apresentação do lema e do logo para 2010-11 na abertura da Assembleia de San Diego. No detalhe, a versão em português 

Assembleia Internacional de 2010 foi a diferença Novidades marcaram o treinamento dos governadores eleitos Adelia Villas*

Participar da Assembleia Internacional é a primeira grande experiência como administrador para cada um dos 534 governadores eleitos do mundo rotário. Embora o treinamento deles tenha se iniciado no Seminário de Treinamento de Governadores Eleitos (GETS) de cada país ou região, foi na Assembleia Internacional, realizada este ano entre os dias 18 e 23 de janeiro em San Diego, na Califórnia, nas confortáveis instalações do Manchester Hyatt Hotel, que as orientações foram passadas, com o conhecimento do lema e do logo 2010-11, das ênfases que nortearão os serviços rotários, das metas a serem alcançadas, das oportunidades para parcerias e do programa sugerido para o próximo ano. 18 MARÇO DE 2010


OS GOVERNADORES brasileiros 2010-11 na companhia dos casais Ray Klinginsmith e Judie, Antonio Hallage e Rose, e dos training leaders Altimar Augusto Fernandes e Elizabeth, José Ubiracy Silva e José Carlos Correia Estorninho, do distrito 1960, de Portugal l

D

urante seis dias, os governadores 2010-11 conviveram com seus líderes, o atual presidente do Rotary International John Kenny e o presidente eleito Ray Klinginsmith, além de diretores do RI, coordenadores e 40 training leaders, numa interação para que os planos sejam realizados de forma eficaz, dentro do conceito de que o Rotary é uma unidade sem uniformidade, já que são respeitadas as diferenças do nosso mundo globalizado. Este exemplo de passagem natural de liderança é a primeira lição a ser aprendida dessa Assembleia Internacional de 2010. Como observadora da revista Brasil Rotário no evento, devo dizer que a Assembleia deste ano, entre as demais de que participei, foi a mais impactante, seja pela objetividade do programa como pelas novas metodologias de treinamento, levando à economia de tempo. É na Assembleia Internacional, testemunhando a diversidade cultural, étnica e de religiões, que entendemos a dimensão da nossa organização. Independente das barreiras de idioma, é nestas relações humanas que constatamos que o Rotary, primeiro clube de serviços da história, foi altamente beneficiado ao apoiar sua prática no valor e na vivência do saudável companheirismo, até hoje valorizado pelos rotarianos e seus cônjuges – estes, vale destacar, atores de grande importância, a quem é destinado um treinamento específico nas Assembleias Internacionais.

Portanto, como um modelo de treinamento das lideranças, a Assembleia Internacional representa o início de uma série de cursos e seminários para os distritos de todo o mundo, em preparação para um novo período rotário, nas sucessivas etapas de qualificação das equipes distritais, nos Seminários de Treinamento de Governadores Assistentes, Seminários de Treinamento de Presidentes Eleitos de Clube, Assembleias Distritais e Seminários do Desenvolvimento do Quadro Associativo e da Fundação Rotária. Foi nesta copiosa fonte de informações e modernas técnicas de qualificação que os 38 governadores eleitos brasileiros foram beber para inspirar-se, renovarse e orientar suas equipes – assim, bem preparados para um novo tempo. A apresentação de Ray O programa seguiu um modelo de sessões plenárias temáticas, que levavam a grupos de discussão voltados aos governadores e seus cônjuges. O companheirismo, ao final de cada tarde, aconteceu na House of Friendship (que contou sempre com as presenças do próximo casal presidente do RI, Judie e Ray Klinginsmith), além dos jantares e noites especiais. O momento mais esperado foi a Sessão Plenária de Abertura. Cada governador presente foi destacado com um lugar específico, nunca ao lado de um conterrâneo. A princípio meio “perdidos”, mesmo sendo os principais participantes deste grande universo, certamente o discurso do

AQUI APARECEM os cônjuges dos governadores eleitos. Destaque para as instrutoras Ceça, mulher de José Ubiracy Silva, e Beta, mulher de José Carlos Correia Estorninho l

presidente Ray Klinginsmith (realizado após a apresentação dele e de Judie, feita pelo atual presidente John Kenny) deu a unidade a este grupo de governadores. Com 50 anos de envolvimento com o Rotary, iniciados como bolsista da Fundação Rotária, Ray mostrou sua preocupação e empenho pessoal com a manutenção de algumas tradições rotárias. A primeira grande mudança já havia sido concretizada ao ser antecipada a definição do blazer para o período 2010-11 (que será na cor vinho/burgundy), uma novidade sempre aguardada com curiosidade. O presidente Ray entendeu que, antecipando tal medida, possibilitaria aos governadores que se preparassem previamente, economizando o tempo dedicado às atividades-fim da Assembleia. A prática do uso deste uniforme mereceu uma longa explicação, com uma deliciosa história que teve até mesmo a presença de duas testemunhas: o ex-presidente do RI M.A.T. Caparas e o ex-governador distrital Jim Fisher, ambos vestindo seus blazers originais. “Palavras mágicas” Seguindo esta mesma linha histórica, com vistas à definição do lema do período 2010-11, o presidente Ray Klinginsmith dedicou-se a uma pesquisa para levantar quantas vezes as palavras-chave escolhidas por ele compuseram os lemas anuais de nossa organização desde que eles passaram a ser utilizados, em 1954. Tal como a Brasil Rotário 19


Monika Lozinska-Lee/Rotary Images

Nossas lideranças palavra “Rotary”, que apareceu em 16 anos diferentes, ele constatou que muitos desses lemas falaram apenas aos rotarianos – e que, na opinião dele, isto deveria mudar, se queremos que mais pessoas juntem-se a nós e que o Rotary seja atrativo para elas. Ray Klinginsmith citou as expressões e “palavras mágicas” que o inspiraram e que descrevem o Rotary, entre outras: orgulho de ser rotariano, companheirismo, serviço, diversidade, liderança e integridade. Deste estudo, surgiu o motivador lema que será utilizado em 2010-11: Fortalecer Comunidades, Unir Continentes, que fala do nosso compromisso de serviço junto às comunidades, mas também da internacionalidade do mundo rotário. No momento do anúncio, foi mostrado em um telão o conjunto com o desenho que encima o lema, formado por curvas sugerindo caminhos ou pontes, e adotando as cores tradicionais do Rotary (amarelo-ouro e azul), resultando num logotipo síntese, forte. Depois de ser longamente aplaudido, num testemunho da aprovação da plateia, Klinginsmith finalizou exortando os governadores a “trabalharem através da prestação de serviços, lembrando que somos poucos se comparados à humanidade, mas somos uma minoria que pode mudar o mundo”. Cada Sessão Plenária levou ao pódio um diretor do RI, cinco ao todo, falando em sua língua pátria sobre o tema Rotarianos Fazem a Diferença. Além deles, falou também o brasileiro Mário César de Camargo, ex-governador do distrito 4420. Dar a oportunidade de conhecer bons projetos em várias partes do mundo e ao mesmo tempo mostrar o compromisso e o envolvimento destes líderes com a causa da instituição foi o objetivo dessas presenças, plenamente atingido. Ouvir estes depoimentos em diferentes idiomas lembrou a todos que as diferenças culturais não são, de fato, uma barreira para atingir os objetivos de serviço. DESTAQUES Se pudesse apontar momentos de grande expressão neste programa tão

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especial, destacaria o discurso do expresidente do RI Cliff Dochterman, apresentado por Ray Klinginsmith como um ícone do Rotary. Ele falou após a apresentação das ênfases para o período 2010-11, e fixou-se em lembrar a evolução da prestação dos serviços no Rotary, numa impressionante cronologia histórica. Como síntese dos seus depoimentos, cito suas palavras finais: “Os feitos do Rotary no passado são apenas o prelúdio do futuro”, afirmou. “O Rotary tem o potencial de tornar melhores as nossas comunidades e construir um mundo melhor. E acreditem: isto depende de vocês, porque vocês foram escolhidos para liderar o mundo do Rotary. Esta é a missão. Agora, avante para servir!” Da mesma forma, outra inovação acrescentada ao programa da Assembleia foram os Seminários de Assuntos Internacionais, que destacaram o sul da Ásia, a África e a Europa, onde o Rotary tem um interesse especial. Tendo como moderador o ex-presidente Bill Boyd, o seminário mostrou as mudanças históricas, fruto das mudanças políticas e da economia ocorridas na atualidade, e como o Rotary está lidando com estes novos diferenciais. A dinâmica utilizada iniciava sempre com a projeção de um filme didático produzido pelo Southern Center for International Studies, de Atlanta, nos EUA, seguido de comentários do seu diretor, Peter White. A seguir, depoimentos de painelistas, diretores do RI e curadores da Fundação Rotária das regiões do mundo abordadas davam a conhecer como o Rotary está lidando com essas mudanças em termos de interferência positiva nos serviços a serem prestados e no desenvolvimento do quadro associativo. A participação de um grande público, sempre mais de 500 pessoas, mostrou o acerto deste evento. Se pudesse resumir numa rápida análise a Assembleia Internacional de 2010, diria que este foi um evento que introduziu mudanças, todas necessárias e pertinentes, e que o Rotary utilizou apenas sua “prata da casa”, com um resultado extremamente positivo para quem participou.

O ATUAL presidente, John Kenny, numa das plenárias 

TAMBÉM PALESTRANTE, o diretor do RI Antonio Hallage falou sobre os Serviços Profissionais 

 MÁRIO CÉSAR de Camargo foi um dos expositores das sessões Rotarianos Fazem a Diferença BR

* Ex-governadora do distrito 4570 e associada do RC do Rio de Janeiro-Guanabara, RJ, a autora é membro efetivo do Conselho de Administração da Brasil Rotário e foi representante da revista na Assembleia Internacional de San Diego. Fotografias gentilmente cedidas pelos governadores eleitos Alice Maria Polacchini (distrito 4680) e Valdomiro Oliveira Júnior (distrito 4550).


Capa

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o dia seguinte ao terremoto de 12 de janeiro, o rotariano Caleb Lucien, associado do Rotary Club de Pignon, no Haiti, viajou 140 quilômetros para chegar a Porto Príncipe. À medida que avançava em direção à capital do Haiti, epicentro do pior terremoto de que se tem notícia nos últimos 200 anos da história do país, o cenário tornava-se cada vez mais assustador. “A cidade está completamente destruída”, narrou ele ao Rotary International News dias depois. “Passamos por centenas e centenas de cadáveres no caminho. O número de mortos vai muito além do que se pode imaginar”. Já em Porto Príncipe, depois de gastar o equivalente a US$ 3.500 do próprio bolso comprando água e

comida para os desabrigados, Caleb partiu em busca de amigos rotarianos que viviam nas áreas afetadas. Com a ajuda dele, mais de 120 pessoas feridas foram levadas para Pignon. Coordenador do Grupo de Apoio à Saúde e Combate À Fome no distrito 7020, que cobre o Haiti, Caleb Lucien foi um dos rotarianos que testemunharam em pri­meira mão o terror do terremoto e enviaram um pedido de socorro ao Rotary International. “Não era hora de se lamentar ou de se pensar nas dimensões da devastação. Era hora de agir”, ele diz. “É claro que eu sofri com toda aquela situação, mas era importante seguir em frente e focar no desafio de encontrar rotarianos para ajudar nos trabalhos de emergência.” Desde então, Caleb Lucien vem liderando uma série de ações no país

com o apoio da força-tarefa criada há dois anos pelo distrito 7020 para administrar a ajuda financeira dos rotarianos ao Haiti.

Fundo de ajuda Em resposta à tragédia, a Fundação Rotária criou um fundo de ajuda ao Haiti no dia seguinte aos tremores para receber doações dos rotarianos dos EUA. Dawn Johnson, presidente do Rotary Club de Verretes, no Haiti, fez um apelo, explicando a necessidade de mobilização internacional urgente para o caso. “O governo haitiano é altamente centralizado em Porto Príncipe, cidade que agora está enterrada sob os escombros”, disse ele. “A escala desse desastre é imensa, e está muito além de qualquer outra situação que o país já tenha enfrentado”. Em nota de pesar, o ShelterBox/Mark Pearson presidente do Rotary International, John Kenny, conclamou todos os clubes e distritos rotários do mundo a agir em favor dos haitianos. “Nós encorajamos os rotarianos a trabalhar em parceria com organizações internacionais que tenham experiência em ações de emergência como essa”, disse o presidente do RI na nota assinada também pelo presidente do Conselho de

NA CHEGADA das primeiras caixas, o mais difícil foi o acesso dos caminhões a Porto Príncipe l

22 Março de 2010


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No Haiti, em outro recomeço ShelterBox é a principal ação do Rotary no socorro às vítimas do terremoto Da Redação*

Poucos enredos poderiam ser mais dramáticos: país mais pobre no mapa das Américas, com uma economia destroçada, metade da população analfabeta e ainda sob os efeitos nefastos de uma sucessão de golpes e ditaduras, o Haiti voltou a pedir o socorro internacional no dia 12 de janeiro, quando um violento terremoto matou mais de 200 mil pessoas (entre elas a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e pelo menos 18 militares brasileiros que participavam da missão de paz da ONU) e deixou 2 milhões de desabrigados, 1/4 de toda a população haitiana, segundo algumas estimativas. Presente no Haiti com 17 Rotary Clubs, que antes da tragédia coordenavam um total de 33 projetos humanitários para combater a pobreza em diversas frentes, agora o Rotary foca seus esforços para expandir a ação da ShelterBox no país e ajudar os haitianos a reconstruírem suas vidas.

ShelterBox/Mark Pearson

 TERRA DEVASTADA: com 1/4 da população desabrigada e 200 mil mortos, haitianos dependem da ajuda internacional para reerguer seu país

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ShelterBox/Mark Pearson

PELO MENOS 2.000 kits da ShelterBox já chegaram ao Haiti, onde os abrigos foram utilizados na montagem de acampamentos e hospitais de campanha l

Curadores da Fundação Rotária, Glenn Estess Sr., e pelo secretário-geral da organização, Ed Futa. Uma das organizações citadas por Kenny, a ShelterBox foi criada há dez anos pelo Rotary Club de HelstonLizard, da Inglaterra, por iniciativa do rotariano Tom Henderson, um mergulhador de resgate reformado da Marinha Real Britânica. Desde então, a ShelterBox participou de ações de emergência em aproximadamente 80 desastres em mais de 50 países. Financiada exclusivamente por doações, a ShelterBox já mobilizou mais de US$ 34 milhões (R$ 63 milhões) em suas ações, o que faz dela o maior projeto de um Rotary Club em todo o mundo. O custo de cada caixa fica em torno de US$ 670 (R$ 1.250), incluindo-se aí as despesas com o armazenamento e o transporte dos kits até às áreas afetadas. Cada caixa contém uma barraca com capacidade para abrigar até 10 pessoas, um fogareiro, cobertores, ferramentas como pás, martelos e outros utensílios essenciais para a sobrevivência de uma família (veja a composição de cada caixa na página 25). Como todas as caixas são numeradas, através do site da ShelterBox www.shelterbox.org é possível que o doador monitore em que país estão sendo distribuídos os kits comprados com o dinheiro que doou. O período de uso deste material pode chegar a seis meses, tempo essencial para a sobrevivência de quem espera a reconstrução de sua casa depois de tragédias como o tsunami que varreu o litoral da Ásia no final de 2004 e o terremoto que matou 86 mil pessoas

no Paquistão no ano seguinte – dois episódios em que a ShelterBox interveio com sua equipe. As primeiras caixas A mobilização da ShelterBox no Haiti começou na quinta-feira, 14 de janeiro, dois dias depois do terremoto. Com o hospital de Porto Príncipe destruído, as primeiras caixas foram utilizadas na montagem de um hospital de campanha no próprio aeroporto. “As condições aqui são alarmantes”, relatou, na ocasião, o britânico Mike Pearson, um dos coordenadores da ação da ShelterBox no Haiti. “As amputações acontecem a cada meia hora”. Desde então, o envio de kits da ShelterBox ao país tem sido regular. Até o fechamento desta edição, na primeira semana de fevereiro, pelo menos 2.000 caixas haviam sido colocadas em solo haitiano e outras 2.000 estavam a caminho. A maior barreira nos primeiros dias depois dos tremores foi a dificuldade de acesso às áreas atingidas. Segundo os coordenadores da ShelterBox, até a conclusão dos trabalhos no Haiti esta terá sido uma das maiores operações da história do projeto – como comparação, apenas no episódio do tsunami foram distribuídas mais de 13 mil caixas. Trabalhando em parceria com as Nações Unidas e com a ONG francesa ACTED, um dos desafios da equipe da ShelterBox foi organizar a distribuição das caixas em meio ao caos que tomou conta das áreas afetadas. Até o final de janeiro, a ShelterBox forneceu abrigo a pelo menos 20.000 pessoas em Porto Príncipe e outras cidades da região,

Com uma barraca, fogareiro e outros utensílios essenciais, cada caixa garante o abrigo de 10 pessoas por um período de até seis meses

 Brasil Rotário 23


Capa ShelterBox/Mark Pearson

como Delmas, Petion-Ville, Carrefour e Leogane. Na difícil tarefa de decidir quem são os haitianos mais vulneráveis num momento como esse, foram priorizadas as crianças e as grávidas.

Atuação humanitária do Rotary no Haiti antes da tragédia foi essencial para o sucesso dos trabalhos da ShelterBox

24 Março de 2010

O Rotary já estava lá A atuação dos rotarianos no Haiti antes da tragédia de 12 de janeiro foi fundamental para a rápida atuação da ShelterBox. “O Rotary já tinha uma estrutura incrível estabelecida no país, o que ajudou a tornar nossa resposta ao terremoto bastante efetiva”, diz Dick McCombe, ex-governador do distrito 7020. Um total de 33 projetos vinham sendo desenvolvidos pelo Rotary no Haiti antes do terremoto. Essas ações iam desde a construção de infraestrutura de saneamento básico e fornecimento de água até projetos na área de saúde e educação. “Se antes ensinávamos as crianças a ler e escrever, agora o desafio é ensiná-las a viver depois de tudo isso que aconteceu”, diz McCombe. Até que outras caixas entrem em Porto Príncipe, todos vão ajudando como podem. O rotariano Claude Surena, coordenador da Força-Tarefa

pelo Haiti e presidente da Associação Médica do Haiti, abriga mais de 100 pessoas feridas em sua própria casa, também atingida pelos tremores em Porto Príncipe. A residência foi transformada num pequeno hospital e num centro de distribuição de material médico. “Os rotarianos são extremamente generosos e estão fazendo o máximo que podem”, relata Dick McCombe. Se os esforços humanitários internacionais para ajudar o Haiti eram fundamentais antes do terremoto, serão ainda mais importantes daqui em diante na difícil tarefa de reconstruir um país que já estava em processo de reconstrução. No dia 07 de fevereiro, o G7, grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo, anunciou que vai cancelar todas as dívidas do Haiti. Da parte que cabe aos rotarianos, muito foi e está sendo feito, é verdade. Mas os haitianos precisam de muito mais. “Nestes primeiros seis meses, a prioridade é continuar garantindo abrigo, comida e água aos desabrigados”, diz Caleb Lucien. “Mas a longo prazo, eu espero ver o Rotary trabalhar na reconstrução do Haiti, ajudando a reconstruir escolas, hospitais e igrejas”.


 LUTA

CONTRA O TEMPO: cada kit da ShelterBox contém uma barraca, cobertores, fogareiro, ferramentas como pás e martelos, utensílios de cozinha e material didático para crianças, entre outros. A ideia do projeto, que está completando uma década de atividade, é garantir que os desabrigados por desastres vivam com um mínimo de dignidade até que suas casas sejam reconstruídas

A ajuda dos brasileiros

Os Rotary Clubs do Brasil também estão mobilizados para ajudar o Haiti, como mostraram algumas correspondências enviadas à Brasil Rotário no mês de janeiro. Duas caixas enviadas pela ShelterBox ao Haiti foram compradas com os recursos de uma ação conjunta do Rotary Club de Hermann-Blumenau, em Santa Catarina, e o Centro de Tradições Gaúchas Fogo de Chão. No Ceará, o Rotary Club de Fortaleza-Leste participou da campanha de arrecadação de alimentos e água potável para o Haiti. O clube doou 46 cestas básicas (foto). À medida que receber notícias sobre outras ações dos clubes brasileiros, a Brasil Rotário vai publicá-las nas próximas edições, na seção Distritos em revista.

Janeiro, um mês difícil também no Brasil

A mobilização dos rotarianos brasileiros no começo do ano também foi

voltada ao enfrentamento dos problemas causados pelas chuvas que mataram 21 pessoas em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, e desalojaram praticamente toda a população de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba paulista. O governador do distrito 4600, que abrange essas áreas, Ettore Dalboni da Cunha, liderou uma iniciativa junto aos demais distritos rotários brasileiros e do mundo para receber doações materiais e em dinheiro que estão sendo empregadas nas comunidades afetadas. O governador do distrito 4710, José Machado Botelho, anunciou a doação de 1.000 camas. Os móveis estão sendo fabricados e serão entregues a famílias atingidas em Angra e São Luiz do Paraitinga. BR

*Com informações do Rotary International News e da governadoria do distrito 4600. Agradecimentos: Nathália Vianna Friedrich. BRASIL ROTÁRIO 25


08 de março – Dia Internacional da Mulher

A Mulher no Rotary Os capítulos de uma longa marcha até o surgimento das líderes rotárias Hertz Uderman*

M

uito se tem comentado sobre a entrada da mulher no Rotary, inclusive se veiculando informações equivocadas. Para melhor ilustração dos companheiros rotarianos, em especial dos admitidos mais recentemente, é útil divulgar a epopeia que foi a mudança de orientação da diretoria do Rotary International, a qual insistia na velha tradição de que o Rotary é um clube de homens. Entre nós, temos como precursora, especialmente no Rotary Club do Rio de Janeiro, dona Eugenia Hamann, esposa do companheiro Christian Hamann (hoje nome de escola municipal

no bairro carioca da Gávea). Ela questionou nosso fundador em um brado – “Por que, Paul Harris?” –, no sentido da admissão da mulher, numa época em que apenas os homens tinham expressão na sociedade. Houve diversas tentativas no Conselho de Legislação para eliminar o veto da admissão de mulheres em clubes rotários. CLUBES PRECURSORES Na Convenção Internacional do RI de 1950, um clube da Índia sugeriu excluir a palavra “masculino” dos estatutos dos Rotary Clubs. A agenda do Conselho de Legislação na Convenção do RI de 1964 teve proposta de emenda apresentada por um clube do Ceilão (hoje Sri Lanka) para admitir mulheres nos Rotary Clubs. Os delegados do Conselho negaram a proposta. Também foram recusadas duas propostas separadas para permitir que mulheres fossem eleitas associadas honorárias.

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26 MARÇO DE 2010


NOVOS TEMPOS Em 1972, tendo em vista as mulheres estarem conquistando as mais relevantes posições profissionais, muitos clubes começaram a pressionar o RI para admitir representantes do sexo feminino. No mesmo ano, um clube norte-americano sugeriu ao Conselho de Legislação alterar o Estatuto do RI. Cinco anos depois, três propostas para a admissão de mulheres como associadas de Rotary Clubs foram submetidas ao Conselho de Legislação para serem avaliadas na Convenção do RI de 1977. Enquanto isso, um clube brasileiro lançava a mesma sugestão. Foi um ano de mudanças. O Rotary Club de Duarte, Califórnia, EUA, admitiu três mulheres, contrariando os estatutos e o regimento do Rotary International. Por conta dessa violação, o clube foi desfiliado em março de 1978 como membro do RI. Ele foi reinstalado apenas em setembro de 1987. O processo de inclusão se acelerava:

1980 – A diretoria do RI e de unidades rotárias da Índia, Suécia, Suíça e dos EUA propõem remover dos estatutos do RI e dos clubes todas as referências de que os Rotary Clubs são formados por pessoas do sexo masculino.

1983 – Em uma demanda do RC de Duarte, a Corte Suprema da Califórnia decide a favor do Rotary International, confirmando a qualificação baseada no sexo do candidato para a associação aos clubes da Califórnia. No mesmo ano, um clube norteamericano apresenta proposta ao Conselho de Legislação para remover restrições baseadas no sexo. Proposta idêntica é apresentada em conjunto por clubes da Austrália, Índia, Suécia, de Bermudas e dos EUA.

1986 – A Corte de Apelação da Califórnia altera a decisão do Tribunal, impedindo o cumprimento daquela disposição no estado. A Suprema Cor-

Em 1972, muitos clubes começaram a pressionar o RI para admitir mulheres. No mesmo ano, um clube norte-americano sugeriu ao Conselho de Legislação alterar o Estatuto do RI te da Califórnia se recusa a debater o caso, apelando da decisão à Suprema Corte dos Estados Unidos.

1987 – Em 4 de maio, a Suprema Corte dos EUA delibera que os Rotary Clubs não podem excluir mulheres dos seus quadros baseando-se no sexo do associado. O Rotary divulga uma declaração de que qualquer clube nos EUA pode admitir mulheres qualificadas como associadas. A diretoria do RI estimula todos os clubes dos EUA a aceitar com toda consideração candidatos a associados sem distinção de sexo. O Rotary Club de Duarte, Califórnia, é reintegrado ao RI em setembro de 1987. O RC de St. Martin Sunrise é admitido em 18 de maio, tornando-se o primeiro a ter mulheres associadas após a decisão da Suprema Corte. Sylvia Whitlock, do RC de Duarte, é a primeira mulher presidente de um Rotary Club.

1988 – Em novembro, o Conselho de Diretores do RI divulga uma declaração reconhecendo o direito dos clubes canadenses de admitir mulheres com base numa lei canadense, similar àquela aprovada pela Suprema Corte dos EUA.

1989 – Na sua primeira reunião após a

decisão da Suprema Corte de 1987, o Conselho de Legislação elimina o trecho, nos estatutos do RI, que diz ser limitada ao sexo masculino a filiação a clubes rotários. Mulheres são bemvindas nos RCs de todo o mundo.

1990 – Em junho, há cerca de 20.200 rotarianas ao redor do mundo.

1995 – Em junho, oito mulheres são empossadas governadoras de distrito para o período de 1995-96. 2005 – Carolyn E. Jones toma posse como primeira mulher curadora da Fundação Rotária para o período 2005-09. 2006

– Em maio, há aproximadamente 166.600 rotarianas em todo o mundo.

2007

– Em julho, 63 mulheres são empossadas como governadoras de distrito. Há associadas em 25.227 clubes ao redor do mundo.

2008 – Catherine Noyer-Riveau toma posse como a primeira mulher diretora do RI. Ela servirá até junho de 2010. 2009 – Em julho, há 197.000 rotarianas; 63 são governadoras de distrito. Esperamos que a participação da mulher seja crescente no Rotary, a exemplo do que vemos nas empresas, nas profissões liberais e nas áreas judiciária, legislativa e executiva. Temos certeza de que em mais alguns anos teremos uma presidente do RI. Queira Deus que possamos aplaudi-la. BR

* O autor é membro efetivo do Conselho de Administração da Brasil Rotário, governador 1995-96 do distrito 4570 e associado ao RC do Rio de Janeiro-Méier, RJ (D. 4570). BRASIL ROTÁRIO 27


Tema do mês

Fome de ler O Brasil tem 14,2 milhões de analfabetos. O Rotary está preparado para mais esta missão? stock.XCHNG

Luiz Renato Dantas Coutinho*

L

er nos parece algo tão natural que no dia a dia pouco atentamos para a importância dessa capacidade adquirida nos primeiros anos na escola. Hoje a alfabetização parece ser um direito universal e só se é analfabeto por um grande azar na vida: a miséria extrema em regiões isoladas, acredita-se. Mas não é bem assim. Em 2000, as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, tinham juntas 582 mil analfabetos. No Brasil, há pouco mais de cem anos, saber ler e escrever era algo quase tão digno de nota quanto seria ter, hoje, um carro do ano ou uma casa de veraneio. Em 1905, os quiosques do Rio de Janeiro contavam com 12 jornais diários, número equivalente de semanários, além de jornais de outros estados e suplementos estrangeiros. Viam-se pilhas altas de papel em “exposição” pelas esquinas da cidade. Era a soma do produzido pela manhã, à tarde e à noite pela imprensa. “Há leitores para o tanto que se escreve?”, perguntava o poeta Olavo Bilac em uma de suas crônicas para a Gazeta de Notícias. O próprio Bilac respondia que não: “Os analfabetos, na população desta cidade, estão na proporção de

28 Março de 2010


“A Unesco adota o índice de 4% como limite para declarar um país livre do analfabetismo. Apenas o Distrito Federal apresenta índice inferior a 4%. Verificamos alguns estados do Nordeste com taxas acima de 25%” dois para um”. E concluía: “Quem lê todos esses jornais? Lemo-los nós, que os fazemos – assim como também os livros de versos são lidos pelos autores”. A cidade tinha 730 mil habitantes, mas sua massa de leitores ficava muito abaixo de 100 mil. O Brasil de 1900 tinha 17.438.434 habitantes e 65,3% de analfabetos. Isso significava que na faixa da população com 15 anos ou mais, que representava 9,7 milhões de habitantes, 6,3 milhões ignoravam a leitura. A Belle Époque brasileira não era tão bela assim... Enquanto isso, nos EUA, a média geral de analfabetismo era da ordem de 10,7% – ainda que entre os afrodescendentes ela alcançasse 40,5%. Se compararmos o censo norteamericano de 1870 com o de 1900, o contingente de analfabetos naquele país havia se reduzido à metade em ambos os grupos. Cabe então indagar se estamos longe de chegar, mesmo com 90 anos de atraso, à média global de analfabetismo dos EUA em 1920: 6%. O Brasil hoje De acordo com o sociólogo brasileiro Simon Schwartzman, os gastos brasileiros com educação em 2003 eram de 5 a 5,5% do Produto Interno Bruto. Um percentual superior ao de países como Argentina e Chile e equivalente aos da Espanha, Itália e Japão. Apesar disso, os resultados ainda são lentos: entre 1999 e 2008, no Brasil, a taxa de analfabetismo entre aqueles com 15 anos ou mais manteve-se em 10%. Em 2008, 14,2 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais eram

incapazes de ler e escrever. Embora isso seja apenas 10% dessa parcela da população, é, no entanto, um contingente grande. O educador Anísio Teixeira, em 1953, já alertava para o fato de que não bastava a queda da taxa de analfabetismo; a redução em números absolutos era fundamental. Em 2000 havia um número maior de analfabetos do que o registrado em 1960 e quase duas vezes e meia o que havia no início do século 20. Schwartzman aponta também uma rea­lidade subjacente: a maior parte das crianças frequenta as escolas, contudo vêm a abandoná-las durante a adolescência. Muitos estudantes não estão no nível em que deveriam estar. Segundo dados de 2003, aos 16 anos de idade, 16,7% dos brasileiros já se encontram fora da escola. Aos 18 anos, o contingente é de 42%. Além disso, metade dos alunos do nível médio tem 18 anos ou mais “A sociedade esclarecida tem consciência de que, para atingirmos o patamar de quinta potência do planeta, precisa se empenhar, alavancando recursos destinadas à alfabetização e ao ensino fundamental e médio. O governo federal tem feito a sua parte, mas é preciso que estados e municípios façam a sua”, avalia o ex-governador do distrito 4530 Francisco Fernando Schlabitz. E exemplifica: “A Unesco adota o índice de 4% como limite para declarar um país livre do analfabetismo. Hoje, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, com dados levantados em 2008, apenas o Distrito Federal apresenta índice inferior a 4% de analfabetismo. Os estados do

Sul têm índice um pouco superior, porém, no outro extremo, verificamos alguns estados do Nordeste com taxas acima de 25%”. UNIR ESFORÇOS Schlabitz é considerado dentro do Rotary um profundo conhecedor do tema. Nos dois últimos anos ele vem coordenando estratégias para motivar os clubes no combate ao analfabetismo. Para ele, o Rotary, outras organizações não governamentais, iniciativa privada e governo devem unir esforços. E ele enfatiza: “Devemos considerar ainda os analfabetos funcionais (ver boxe na página 30). Segundo ele, não há saída sem essa cooperação, pois as tarefas são de grande porte: “Uma tarefa dos Rotary Clubs deve ser a de trabalhar a educação em 80% do tempo disponível, com projetos de toda ordem que visem a alfabetização de crianças, jovens e adultos, nunca deixando de acompanhar os passos de cada criança e de cada cidadão na busca de mais estudo e mais capacitação”. O ex-governador considera a Abordagem Linguística Concentrada, conhecida como método CLE (Concentrated Language Encounter), uma experiência que deveria ser replicada em todo o Brasil. O método é a base do projeto Lighthouse, uma iniciativa do Rotary International de combate ao analfabetismo (ver entrevista na página 31). “Se conseguíssemos difundir o método CLE, o caminho para a alfabetização seria encurtado de forma brutal. Alguns exemplos, que de longe não esgotam as oportunidades, são as Brasil Rotário 29


Tema do mês experiências em Curitiba, Araras, Sorocaba, Ouro Preto, Contagem e Recife. As ações foram promovidas por Rotary Clubs locais com ou sem recursos da Fundação Rotária”, diz Schlabitz. ERA DA INFORMAÇÃO Considera-se que a Era da Informação teve início nos anos 80. Para o sociólogo norte-americano Daniel Bell, professor da Universidade de Harvard, a sociedade caminhou em direção à

predominância do setor de serviços. Aqueles que possuem um conhecimento que interessa a outros detêm algum poder ou status. E a longa e recompensadora busca do conhecimento parte do contato com a leitura e a escrita. A globalização virtual, por meio da rede de computadores domésticos, ampliou o número de horas que nos dedicamos à leitura. Por isso se diz que a partir dos anos 90 os valores da informação se impuseram definiti-

vamente sobre os da Era Industrial. De acordo com pesquisas, no Brasil de 1992, sete ou oito anos de escolaridade eram o mínimo que um trabalhador deveria ter para alcançar a média de salário nacional. Em 2002, o tempo dedicado aos estudos para alcançar a mesma média pulou para 11 anos. Alguém ainda duvida que o analfabetismo tem o mesmo efeito que uma doença incapacitante? Mais uma missão para o Rotary e todos nós.

Muitos parâmetros, muitas iniciativas

H

Uma definição que tem se difundido é o de analfabeto funcional. Trata-se de qualquer pessoa com menos de quatro séries de estudos concluídas. Teríamos, então, 30 milhões de analfabetos no Brasil

30 MARÇO DE 2010

á várias definições para analfabetismo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agência responsável pelos indicadores sociais e geográficos, considera como alfabetizada uma pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma nativo. Por esse parâmetro, o Brasil teria 14,2 milhões de analfabetos. Uma definição que tem se difundido modernamente é o de analfabeto funcional. Trata-se de qualquer pessoa com menos de quatro séries de estudos concluídas. Em decorrência, poderíamos considerar como sendo de 30 milhões o número de analfabetos no Brasil. O governador do biênio 2008-09 do distrito 4680, Tirone Lemos Michelin, em parceria com lideranças locais e 290 prefeituras gaúchas, conseguiu ajudar a reduzir o índice de analfabetismo do Rio Grande do Sul de 6,7% para 4%. Um protocolo de intenções assinado entre este estado e o Rotary, numa coordenação de do ex-governador, permitiu ainda que o nome e endereço de cada cidadão analfabeto do Rio Grande do Sul formasse um banco de dados. Após esse mapeamento, concluído no início de 2006, iniciou-se a alfabetização, dentro do projeto Alfabetiza Rio Grande. Ações de menor escala também têm funcionado. Os companheiros do Rotary Club de Santana do Ipanema (D. 4390), no sertão de Alagoas, tiveram seu trabalho reconhecido pelo governo estadual. É que a Escola Rotary da cidade foi inserida na categoria de escola com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Quase todos os meses, a Brasil Rotário tem publicado iniciativas educacionais de Rotary Clubs por todo o país. Acompanhar esses trabalhos é obter fonte de inspiração para combater um dos principais fatores levados em conta no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano. De acordo com a Unesco, 776 milhões de pessoas com 15 anos ou mais são analfabetas no mundo. Desse total, 66,6% são mulheres. Mais de 75% dos adultos analfabetos se concentram em apenas 15 países, entre eles Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão.


Contra o nosso complexo de vira-lata Entrevistando um especialista no projeto Lighthouse de combate ao analfabetismo

O ex-governador do distrito 4580 Jório Coelho se dedica aos projetos de alfabetização do Rotary desde 1999. Jório, porém, tem se mostrado cético em relação ao assunto. Conta que tem visitado os clubes, proposto assistência técnica às iniciativas de alfabetização, porém na maioria das vezes estas não têm sobrevivido mais do que três meses. Geólogo, professor aposentado da Universidade Federal de Ouro Preto e editor de uma revista de divulgação científica, ele também aponta um outro obstáculo: muitos cursos de pedagogia não costumam preparar bem os professores para as salas de aula. Em artigo para a Brasil Rotário, em 2006, o ex-governador contou que o ex-diretor do RI Hipólito Ferreira foi um dos líderes rotários que o influenciaram sobre o Lighthouse, o projeto do Rotary para combater o analfabetismo. Hipólito conhece a metodologia de ensino do Lighthouse e os seus resultados desde 1988. Brasil Rotário: Como o senhor tem visto as iniciativas baseadas no projeto Lighthouse hoje no Brasil? n Jório Coelho: O processo está lento, mas tenho que elogiar o esforço que o ex-governador Francisco Schlabitz tem feito há mais de dois anos. Imagino que boa parte dos rotarianos ainda prefere doar material escolar, e poucos conhecem a metodologia CLE. Além do mais, eu e a professora Glória Guiné, da Universidade Federal de Ouro Preto, temos carregado essa bandeira pelo Brasil afora e nem sempre poderemos atender aos pedidos dos distritos ou clubes. Esse ano, apenas São Paulo e Ribeirão Preto foram atendidas. Infelizmente, nenhuma equipe foi criada pelo Projeto 3H, feito em Contagem, para continuar a aplicação dessa metodologia. Há uma falha enorme entre nós, ou seja, as cidades e os clubes por nós assistidos não dão continuidade ao trabalho. Como o senhor vê a acolhida, atualmente, ao projeto Lighthouse pelos rotarianos e pelos líderes rotários? n Há uma expressão criada pelo dra-

maturgo Nelson Rodrigues: complexo de vira-lata. Acredito que muitos sofrem desse complexo: tentam comparar o CLE ao Método Paulo Freire. Tenho certeza de que a maioria desconhece tanto o CLE quanto a pedagogia do Paulo. Hoje falo com segurança sobre a metodologia CLE e tenho a certeza de ser a melhor para o Brasil. E fora do Rotary, como o senhor avalia a repercussão do projeto? n Ainda é pequena no meio acadêmico, e mais uma vez lembro o complexo de vira-lata. Os professores primários têm uma preparação deficiente; os cursos de pedagogia não os preparam para as salas de aulas. O resultado desse imbróglio é um ensino de baixo nível. Somado a tudo isso o aumento de “universidades arapucas”, que montam salas de aulas em qualquer lugar, apenas para dar o diploma de nível superior, e assim as autoridades tentarem atender a legislação vigente. Mas o complexo faz com que haja rejeição de algo testado em um país como a Tailândia. Segundo o Jornal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, os resultados do teste Pisa [sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos],

divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, mostram que os alunos brasileiros obtiveram, em 2006, médias que os colocam na 53ª posição em matemática, entre 57 países, e na 48ª em leitura, entre 56. O que o senhor acha que deveria ser feito para ampliar o programa no Brasil? n É notório que a Unesco cita o trabalho feito na Tailândia, porém nada é dito no Brasil sobre isso. Temos que buscar esse apoio, para que o MEC e mesmo os estados e municípios passem a crer na possibilidade de adotarmos o CLE no Brasil. Assim como envolvemos a Universidade Federal de Ouro Preto, outras instituições de ensino devem ser colocadas no jogo. É lamentável que a Universidade de Minas Gerais não tenha participado do trabalho em Contagem, pois é uma das instituições mais respeitáveis no setor de pesquisas sobre alfabetização. Também temos que promover a vinda dos criadores da metodologia para debates em instituições de ensino, para mostrar o potencial dela, e quem sabe acabarmos com o complexo de vira-lata. BR

* O autor é jornalista da Brasil Rotário. Brasil Rotário 31


África

Capacitados Escola em Uganda constrói autoestima de órfãos com arte

JOSEPH MAYANJA, 13 anos de idade 

32 MARÇO DE 2010


s para a vida Fotos de Alyce Henson e texto de Nicole Charky

E

stima-se que existam 2,4 milhões de órfãos em Uganda, na África, mas os 25 que vivem no orfanato e escola Bitone, em Kampala, capital do país, conseguem oportunidades que muitos outros não têm. Em Bitone, aulas de música e dança são oferecidas para construir autoestima. Em 2008-09, os Rotary Clubs de Kampala-East e Traverse Bay Sunrise, este último nos Estados Unidos, apoiaram aquele objetivo e a experiência com a ajuda de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária. A dança já modificou as vidas desses órfãos de oito a 18 anos de idade ao proporcionar-lhes aventuras transformadoras. Eles gravaram um álbum na sala de estar do centro, em 2008, e viajaram a Addis Ababa, capital da Etiópia,

para o festival cultural do East African Theatre Institute [Instituto de Teatro do Leste Africano, em tradução livre]. Em 2009, o grupo se apresentou no 19º Global Smart Partnership Dialogue [Diálogo de Parceria Global Inteligente, em tradução livre] na cidade de Munyonyo, em Uganda. O fundador da Bitone, Lawrence Branco Sekalegga, dá aulas de música ugandense e de instrumentos musicais no centro. “Nós não queremos usar arte apenas para entreter as crianças, mas para causar mudanças de alguma forma. Nós usamos arte como terapia para as crianças, mas também lhes fornecemos capacitação artística para equipá-las com habilidades para a vida.” Dançar com alegria é um começo. BR

DAMALIE NABANAKULYA, 17 anos de idade

 BRASIL ROTÁRIO 33


África

ANGEL NDAGIRE, 10 anos de idade

34 MARÇO DE 2010

JUNIOR KIIZA, 16 anos de idade


Cultura

Renata Coré

Uma nova visão do enigma Clarice

C

larice Lispector nasceu em uma agreste região ucraniana chamada Podólia, viveu sua infância parte no Recife e parte no Rio de Janeiro, passou por diversas cidades do mundo, acompanhando o marido diplomata, até se fixar no Leme, bairro da zona sul carioca. O texano Benjamin Moser percorreu os mesmos lugares, para tentar desvendar a aura enigmática daquela que ele considera a maior escritora moderna do Brasil. Formado em história, Moser é colunista da Harper’s Magazine, colaborador do The New York Review of Books, tradutor literário e fala seis idiomas, o português entre eles. Foi nas aulas de língua portuguesa que descobriu Clarice e se apaixonou por sua obra. Sem entender nem aceitar o fato de a escritora não ser conhecida no exterior, Moser passou cinco anos batendo em portas no mundo inteiro para pesquisar a vida de Clarice. O empenho resultou em uma obra apontada como a mais completa biografia da autora já escrita. Uma das principais chaves de leitura propostas por Moser é a filiação de Clarice Lispector à tradição literária da mística judaica. Para o autor, essa matriz judaica, ainda que óbvia, sempre foi relegada ao segundo plano nos estudos clariceanos, mas explicaria o aspecto estrangeiro observado na literatura de Clarice. Segundo a leitura do biógrafo, ela teria herdado dos escritores da cabala um tipo de busca espiritual ou subjetiva que, desprovida do caráter essencialmente religioso, cria um poderoso efeito estético. Tal característica já foi apontada, por exemplo, também na obra de Kafka. De maneira geral, o que Moser pretendeu com seu livro foi desfazer a mitologia criada em torno da imagem de Clarice para humanizar sua biografada, uma figura que, decorridos mais de 30 anos de sua morte, continua a despertar o interesse dos leitores brasileiros. Na introdução, o autor escreve que “é raro passar um mês sem que surja um livro examinando um ou outro aspecto de sua vida e obra”. A afirmação de Moser é corroborada por um recente lançamento. O livro “Clarice na Cabeceira” é uma seleção afetiva de contos da autora realizada por escritores, críticos literários, jornalistas, cineastas, atrizes e cantoras. Junto a cada um dos 22 textos escolhidos, cada um dos leitores convidados – Luis Fernando Verissimo, Rubem Fonseca, Lya Luft, Affonso Romano de Sant’Anna e o próprio Benjamin Moser, entre outros, que indicaram uma biblioteca ou instituição para a qual uma coleção completa da obra da escritora foi doada – compartilha a experiência de ter Clarice em suas vidas, seja por ter convivido com ela ou por ter descoberto seus livros.

36 MARÇO DE 2010

Clarice, Benjamin Moser Cosac Naify

Clarice na cabeceira Clarice Lispector Rocco


ABTRF – Associação Brasileira da The Rotary Foundation José Alfredo Pretoni*

Uma revolução no campo da amizade

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experiência atual nos põe diariamente em contato com três categorias de amizade: amizade egoísta, amizade estética e amizade ética ou moral. A primeira é uma forma inferior e rudimentar do nobre sentimento, baseada na pura conveniência que não mostra senão a satisfação do egoísmo às pessoas que a elas pertençam. Aquele que estabelece a escolha de seus amigos em razões de pura conveniência não tem, na verdade, amigos. É, simplesmente, uma reedição do homem lobo que vive em sociedade, constantemente encapuzado e na espreita de quem tem de ser suas presas, aqueles a quem enganará ou de quem roubará, segundo a conveniência e o momento. Mais cedo ou tarde, será desmascarado e expurgado. Além desse primeiro tipo, encontraremos um segundo modelo, já muito mais elevado: a amizade que seria denominada como estética, que se origina e consiste na pura complacência em relação às pessoas que nos despertam simpatia e que se estabelece entre indivíduos que se encontram e se tratam assiduamente, turistas que viajam juntos, companheiros de trabalho etc. Esta segunda categoria, apesar de ser mais elevada, não é a melhor nem é a que mais satisfação produz na alma. Há, entretanto, um terceiro plano: o que corresponde à amizade ética ou moral. Neste plano, não se aprecia no

amigo a pessoa que pode nos ajudar em dado momento nem aquele cuja companhia nos alegra, mas sim o ser humano que se une intimamente a nós por vínculos do espírito e da alma, por uma idêntica concepção do mundo e da vida e que nos induz a ver na humanidade um stock.xchng

Há um ponto no qual o Rotary agrega ao fenômeno amistoso uma experiência absolutamente incontrolável na crônica das amizades humanas. Com o Rotary aparece pela primeira vez a amizade dita social

conjunto ilimitado de nossos semelhantes, que nos proporcionam a ocasião de servir-lhes. Esta forma de amizade é a que tende a se desenvolver no Rotary. Há um ponto no qual o Rotary agrega ao fenômeno amistoso uma experiência absolutamente incontrolável na crônica das amizades humanas. Com o Rotary aparece pela primeira vez a amizade dita social. A amizade social deve ser entendida em um duplo sentido: na sua natureza e nas suas repercussões. Social quanto à sua natureza, porque a amizade não é um simples privilégio de raras individualidades isoladas, mas se estende a grupos consideráveis de indivíduos vindos de todas a profissões e partes do mundo. Social quanto aos seus resultados, porque a amizade de todos os homens não se encerra neles mesmos, mas se espalha para o exterior. Como se parecesse desenhar seus desígnios, o Rotary teve de presente uma frase de Rousseau: “Os bens do homem não estão em suas arcas cofres, senão no uso que deles se faz”. O ter sido soldado de tal luta e empunhado tal bandeira firmam, em meu conceito, a glória e a grandeza de nossa organização, o Rotary. Será que esses conceitos são utópicos? Espero que não. BR

*O autor é ex-diretor do RI e presidente da ABTRF. B RASIL R OTÁRIO 3 5


Homenagens ao Rei Roberto D

esde 1993, quando Maria Bethânia lançou “As Canções que Você Fez pra Mim”, Roberto Carlos não autorizava outro artista a gravar um álbum de canções suas. A única exceção foi aberta ao padre Marcelo Rossi, que, em 2002, usou músicas do Rei e de Erasmo Carlos em seu CD “Paz”. No ano passado, Roberto deu mais um raro sinal verde, desta vez para que Cauby Peixoto gravasse o álbum “Cauby Interpreta Roberto”. Com o aval do Rei, Cauby e o produtor Thiago Marques Luiz selecionaram 12 faixas dentre todo o extenso cancioneiro de Roberto. Foram escolhidos sucessos como “Olha”, “Proposta” e “Sentado à Beira do Caminho”. Cauby imprimiu sua marca no repertório e, na sua interpretação, “Desabafo” se transformou em um tango, com a citação de “Balada para Um Loco”, de Piazzola. Em seus mais de 50 anos de carreira, eventualmente Cauby já gravara músicas de Roberto, mas tinha o sonho de dedicar um álbum inteiro à obra do Rei. O produtor

Luiz ficou satisfeito com a habilidade de Cauby para interpretar as canções: “Ele colocou todas as vozes do disco em duas sessões”, disse. Em maio último, Roberto Carlos foi celebrado também por 20 famosas vozes femininas, como Nana Caymmi, Wanderléa, Fafá de Belém, Marília Pêra, Hebe Camargo, Alcione e Rosemary. O tributo homenageou os 50 anos de carreira do cantor e compositor. Apresentado no Teatro Municipal de São Paulo, o show, que já havia ganhado um CD, foi lançado também em DVD.

Rotarian Video Magazine traz história brasileira

O

s rotarianos de todo o país já podem conhecer por dentro o projeto da Escola Padre Dr. Francisco da Motta, instalada no bairro da Saúde, na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro. Financiada pela Fundação Rotária, a escola, que foi expandida graças a parcerias internacionais, é um dos três episódios que integram o primeiro DVD do volume cinco da “Rotarian Video Magazine” (RVM). Na escola, localizada em uma área considerada de risco, os alunos, além das disciplinas curriculares, têm aulas de música e informática e aprendem a fabricar pães e móveis. Há atividades também para os parentes dos estudantes, o que transforma a área da escola em um centro de convivência voltado para a comunidade. As outras histórias que completam o DVD são a construção pelos rotarianos do Sri Lanka de 20 novas escolas que beneficiaram 12 mil alunos, após o tsunami de 2004; e os documentários produzidos por estudantes de jornalismo ao redor do mundo, com o patrocínio de um programa da revista regional francesa, Le Rotarien. O DVD tem opções de áudio em português, inglês, espanhol, francês, japonês e coreano, além de legendas em inglês para deficientes auditivos. A RVM pode ser encomendada no endereço eletrônico shop.rotary.org pelo código RVM0910 por US$ 30. BR BRASIL ROTÁRIO 37


Convenção de 2010 VISTA DA segunda cidade mais populosa do Canadá a partir do Mont Royal 

Não se esqueça das atrações! Montreal mostrará aos rotarianos por que é um centro multicultural

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o alto do Mont Royal pode se ter uma visão ampla da segunda mais populosa cidade do Canadá. No recenseamento de 2006, Montreal, na província de Quebec, havia atingido 1.637.563 habitantes. Cerca de 52,4% dos habitantes são de cultura e língua francesas, 12,5% são de cultura e língua inglesas e 32,4%, “novos canadenses” – falantes de outros idiomas e com outras origens culturais. Por isso, a cidade é considerada um centro efervescente. O complexo da Place des Arts [Praça das Artes] abriga o Museu de Arte Contemporânea. Na área também está situada a Ópera de Montreal. E existe na cidade uma importante face da realidade francesa: os cafés. Quando os rotarianos lá aportarem para a Convenção do RI de 2010, de 20 a 23 de junho, encontrarão algumas das maiores atrações internacionais na cidade que surgiu,

38 MARÇO DE 2010

em 1642, como um pequeno centro comercial francês. CIRQUE DU SOLEIL A apresentação desse circo mundialmente famoso e uma premiada adaptação musical, “Les Misérables”, são duas das ótimas atrações durante a Convenção do RI. O Cirque du Soleil fará um espetáculo projetado especialmente para o Rotary International durante a sessão plenária de encerramento da Convenção, na quarta-feira, 23 de junho. Trata-se de um circo moderno que já encantou quase 100 milhões de espectadores em 300 cidades nos cinco continentes. Surgido como um pequeno grupo de artistas de rua, fundado em 1984, em uma cidade de Quebec, o Cirque du Soleil tornou-se uma fábrica de entretenimento de alta qualidade artística, empregando mais de 1.200 artistas.

Mas não é só isso. Graças ao Comitê Anfitrião, no sábado, 19 de junho, os presentes ao evento terão a oportunidade de admirar o notável talento de jovens artistas circenses com a apresentação da École Nationale de Cirque [Escola Nacional de Circo]. LES MISÉRABLES Um lote de ingressos foi reservado aos rotarianos para um outro espetáculo inesquecível, esse em 19 de junho. Trata-se de “Les Misérables”, adaptação musical premiada do famoso romance de Victor Hugo, “Os Miseráveis”. Essa produção de língua francesa, “Les Miz”, como é carinhosamente conhecida em todo o mundo, será o centro de um festival de música de língua francesa, que trará cerca de 1 milhão de amantes da arte para Montreal. Estão programados mais de 200 concertos em vários espaços interiores e exteriores, de 9 a 19 de junho.


Encontre-me lá

 A CANTORA e atriz lê para o seu público preferido: as crianças

Dolly Parton, a Biblioteca da Imaginação e o Rotary

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rescendo nas montanhas do Tennessee, EUA, a atriz, compositora e cantora Dolly Parton teve pouco tempo para a leitura. Antes e depois da escola, ela e seus 11 irmãos tinham várias tarefas: buscar água do poço, cozinhar no fogão a lenha e cultivar a horta. Seu pai, um plantador de tabaco, nunca aprendeu a ler. A infância pobre de Parton e o analfabetismo de seu pai inspiraram essa lenda da música country, que já ganhou sete prêmios Grammy, a uma ação envolvendo o incentivo à leitura infantil em 1996. Ela começou em sua terra natal, no minúsculo Condado de Sevier. Assim é que a Fundação Dollywood, com o projeto Biblioteca da Imaginação, oferece um novo livro a cada mês para o público infantil, desde o nascimento aos cinco anos de idade. O programa tem crescido rapidamente: até agora ele enviou mais de 23 milhões de livros para meninos e meninas no Canadá, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Um ano atrás, a organização de Parton e o Rotary International se uniram para incrementar o esforço, que anualmente custa US$ 28 por criança. Mais de 140 clubes participam. Parton dará uma palestra em 23 de junho, durante a Convenção. A maioria das organizações filantrópicas ajuda apenas os pobres. A Biblioteca da Imaginação oferece livros para todas as crianças, independentemente das finanças da família. Por que isso?  Eu nunca quis que uma criança ou sua família sentisse que estavam recebendo livros porque alguém decidiu que eles são pobres ou carentes. Eu

quero que as crianças percebam que estão recebendo um livro porque são menores de cinco anos e pertencem à comunidade dos que amam os livros. E eu tenho um lado prático: se tivéssemos que assumir o encargo de decidir quem é qualificado ou não para receber livros, iríamos gastar mais tempo e dinheiro na qualificação das pessoas do que nos livros. Como o Rotary tem apoiado o seu trabalho?  O Rotary tem sido um parceiro maravilhoso. A organização tem nos ajudado de todas as formas: empenhando a palavra, financiando o esforço, encontrando outras pessoas dispostas a ajudar, e também registrando grupos de crianças. Não vai demorar até que estejamos postando mensalmente para 600.000 crianças. Qual impressão você teve dos rotarianos?  Todos que encontrei foram calorosos e solidários. Você tem um Kindle [leitor eletrônico de livros digitais]?  Não. Eu amo tudo que envolve o livro físico – a maneira como eu o sinto, a maneira como ele cheira... Acho que sempre haverá livros; o mundo é grande o bastante para ter ambos: livros de papel e livros digitais.

O que você imagina para o futuro da Biblioteca da Imaginação?  Minha esperança é simples: que nenhuma criança cresça sem livros. Em muitos aspectos, a nossa parceria com o Rotary é apenas o começo, então estou certa de que nós cresceremos mais. Que livro está na sua cabeceira?  Eu leio o tempo todo, mas o livro de cabeceira é a Bíblia. Alguém lê para você?  Para mim, a leitura é uma aventura solitária. Eu me levanto cedo todas as manhãs. Chamo esse o meu momento com Deus – de quietude, em que eu posso ler, orar, escrever, criar. É um momento muito especial para mim. Como os seus esforços humanitários inspiraram sua música?  Tudo que eu faço de alguma forma está na minha música. No entanto, sei que, conforme amadureço – eu não envelheço; só continuo a crescer e a amadurecer –, quero fazer mais pelas crianças, me divertir com elas e, talvez, até mesmo inspirar um pouco o longo caminho delas. Sou apenas uma criança grande mesmo, por isso tenho apreciado escrever música para elas. BR

Registre-se para a convenção até 31 de março e aproveite os preços especiais. Para isso, basta entrar na página: www.rotary.org/pt/members/events/convention BRASIL ROTÁRIO 39


Altimar Augusto Fernandes e Henrique VVasconcelos asconcelos Coordenadores Regionais da Fundação Rotária para as Zonas 22A e 23A, e para Zona 22B, respectivamente

É hora de nos prepararmos para as mudanças Na coluna deste mês, reproduzimos um texto de Carolyn Jones, ex-curadora da Fundação Rotária, sobre o Plano Visão de Futuro “E m 2013-14, todo o mundo rotário operará sob uma nova estrutura de subsídios da Fundação Rotária. Contudo, espero que os distritos que não fazem parte do programa-piloto do Plano Visão de Futuro não esperem até o momento de transição integral. Eu proponho que eles se cadastrem para receber o ‘Boletim Plano Visão de Futuro’ e consultem regularmente o site do RI, que contém as informações mais atuais e completas sobre o novo modelo de concessão de subsídios e o programa-piloto. Também seria útil que os governadores dos distritos que não integram o programa-piloto interagissem com os distritos que participam da iniciativa, a fim de aprenderem sobre suas experiências seguindo o novo modelo. Finalmente, peço que vocês considerem ajustar suas atividades atuais aos princípios do plano. Nunca é cedo demais para se concentrar no Plano Visão de Futuro, apoiando atividades autossustentáveis que visem alcançar as metas das seis áreas que foram definidas como o enfoque da Fundação Rotária:

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Paz e prevenção/resolução de conflitos Prevenção e tratamento de doenças Recursos hídricos e saneamento Saúde materno-infantil Educação básica e alfabetização Desenvolvimento econômico e comunitário

Agindo assim agora, vocês estarão preparando melhor os seus distritos para a transição à nova estrutura de subsídios em 2013-14. O modelo que será testado é composto por dois tipos principais de subsídios: os Subsídios Globais da Fundação Rotária e os Subsídios Distritais da Fundação Rotária. Estas duas categorias apoiam um dos principais objetivos do Plano Visão de Futuro: a simplificação. Além disso, elas representam uma importante mudança filosófica no apoio da Fundação à prestação de serviços. O futuro modelo de concessão de subsídios deixará de enfatizar programas específicos, como Bolsas Educacionais e Subsídios Equivalentes, e estimulará o desenvolvimento de atividades integradas, que ajudem a resolver os problemas mais urgentes do nosso mundo, como educação, erradicação de doenças, desenvolvimento econômico, assistência pré e pós-natal, promoção da paz e fornecimento de água potável. As seis áre-

4 0 MARÇO

DE

2010

as de enfoque, tiradas diretamente da Missão da Fundação Rotária, são um guia para direcionar os esforços, a energia e o conhecimento dos rotarianos. Esperamos que Rotary Clubs e distritos continuem realizando muitas atividades populares, como o oferecimento de bolsas de estudo e a formação de equipes de intercâmbio, para atingir as metas das seis áreas de enfoque. No entanto, a nova estrutura de subsídios também permitirá maior inovação no desenvolvimento de atividades integradas, que incorporarão componentes múltiplos e serão de longo prazo e autosustentáveis. Por exemplo, em vez de simplesmente construirmos um poço, que era financiado no passado com um Subsídio Equivalente, um projeto seguindo as diretrizes do novo modelo de subsídios poderia financiar a construção de poços, irrigação do solo, sementes para plantio, animais para arar a terra, microcrédito e outras coisas do gênero. FINANCIAMENTO Como vocês financiarão estes novos Subsídios Globais que acabei de descrever? Bom, vai depender de quem desenvolve os subsídios e de como eles são criados. O modelo de Subsídios Globais abrange tanto aqueles criados por Rotary Clubs e distritos, quanto os subsídios conjuntos já existentes. Os projetos de Subsídios Globais desenvolvidos por um clube ou distrito se basearão no sucesso de rotarianos em atender as necessidades do mundo com projetos e patrocínio de bolsistas. Em muitos aspectos, eles lembrarão os Subsídios Equivalentes e as Bolsas Educacionais do passado. Os clubes e distritos continuarão contribuindo com dinheiro ou com o Fundo Distrital de Utilização Controlada. O Fundo Mundial também poderá ser usado. Com relação aos Subsídios Globais Conjuntos, a Fundação pretende desenvolvê-los com o estabelecimento de parcerias estratégicas com organizações que demonstrem conhecimento, disponham de recursos financeiros consideráveis ou um grande poder de intervenção em pelo menos uma das seis áreas de enfoque. O financiamento por meio do Fundo Mundial e do parceiro estratégico já estará acontecendo. A atividade do subsídio já terá sido designada. Os clubes e distritos irão simplesmente fazer o pedido. O estabe-


lecimento de parcerias estratégicas irá aumentar consideravelmente as oportunidades de serviço. Os Subsídios Distritais da Fundação Rotária não estão necessariamente atados às seis áreas de enfoque, mas devem seguir a Missão da Fundação. Eles terão a forma de subsídios únicos anuais, representando até 50% do Fundo Distrital de Utilização Controlada de um distrito, disponível em um dado ano do programa. As diretrizes para o uso destes fundos são mais flexíveis. O gerenciamento direto dos fundos de subsídio permitirá que os distritos continuem apoiando suas atividades favoritas e colaborando com parceiros de longa data, mesmo se um destes distritos for participante do programa-piloto e o outro, não. O dinheiro poderá ser gasto para suprir necessidades imediatas em nível local ou internacional. Por exemplo: o dinheiro do Subsídio Distrital poderia financiar um pequeno projeto comunitário, como a compra de material escolar ou para treinamento profissionalizante. Se o seu distrito já recebeu um Subsídio Distrital Simplificado no modelo tradicional de concessão, ele não terá dificuldade nenhuma em entender como o Subsídio Distrital poderá ser usado para dar suporte às suas atividades no Rotary. QUALIFICAÇÃO Além da simplificação do programa, o processo de qualificação e pedido de subsídios foi melhor organizado e será realizado inteiramente online. Para solicitar subsídios, os distritos-pilotos devem primeiramente ser qualificados pela Fundação Rotária. A qualificação preparará os distritos para assumir uma maior responsabilidade no gerenciamento dos subsídios, melhorar a supervisão dos fundos e simplificar os processos de inscrição, pagamento e entrega de relatórios. Em resumo, a qualificação garantirá que os distritos participantes compreendam os padrões de gerenciamento dos fundos internacionais. Os distritos que integram o programa-piloto terão acesso aos formulários de qualificação online no Acesso ao Portal. Eles também poderão solicitar os Subsídios Globais e Distritais a partir de abril. Embora os distritos que não fazem parte do programa-piloto só se qualifiquem em 201213, todos devem se familiarizar com os requisitos para a qualificação. Estes materiais são um bom recurso sobre os padrões de gerenciamento financeiro internacional. Como saberemos se o Plano Visão de Futuro teve sucesso? Nós confiaremos imensamente na sua opinião e na de seus companheiros, assim como na opinião das pessaos beneficiadas pelos projetos. A resposta dos clubes e distritos-pilotos permitirá que a Fundação aprimore seus processos administrativos antes de introduzir a nova estrutura ao mundo rotário em 2013-14. Além disso, a Fundação contratou uma firma de consultoria para avaliar o plano. Então, é hora de começar. A implementação do Plano Visão de Futuro será um desafio. Encontraremos dificuldades no caminho, por isso teremos que usar todas as ferramentas ao nosso alcance e nos concentrar emocional e intelectualmente. O paradoxo é que, quanto maior o objetivo, maior a chance de se obter sucesso.” Carolyn E. Jones Ex-curadora da Fundação Rotária

BR

Coluna do Chair da Fundação Rotária

Libertando as pessoas através da alfabetização

N

o Rotary, março é o Mês da Alfabetização, época em que enfatizamos a importância da alfabetização e da educação no nosso serviço humanitário. Nas muitas décadas em que tenho sido um rotariano, seja em casa, no Alabama, EUA, ou no exterior, tenho sempre constatado o papel crucial que a alfabetização desempenha para uma vida saudável e produtiva. Ser alfabetizado significa a capacidade de compreender as prescrições de uma embalagem de remédio, uma série de instruções, ou uma mensagem profissional. Significa entender um bilhete da professora de uma criança. Significa ser capaz de usar um computador, seguir uma receita, ou pleitear um empréstimo. A alfabetização enseja fazer parte de uma sociedade. Significa inclusão, poder. Aqueles que não podem ler ou escrever, sejam crianças ou adultos, veem-se excluídos de inúmeras informações importantes. Eles serão provavelmente menos saudáveis e mais pobres. E o mais importante, pais incapazes de ler provavelmente educarão filhos analfabetos – perpetuando o ciclo do analfabetismo e da pobreza. Na minha vida rotária e profissional, já vi muitas maneiras simples e criativas de quebrar tal ciclo. Podemos, no Rotary, fazer muito, seja como voluntários nas escolas, levando educação e treinamento aos adultos, ou, simplesmente, garantindo que todas as crianças possam dispor dos livros e dos materiais escolares necessários. Podemos ajudar os outros a aprender a ler – e ensiná-los a ajudar a si próprios. GLENN ESTESS SR. Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária B RASIL R OTÁRIO 4 1


Interact & Rotaract Os integrantes do Interact Club de Indaiatuba, SP (D.4310), doaram oito cadeiras de rodas para o banco mantido pelo RC local. A verba para a aquisição das cadeiras foi obtida com a venda de mil números da rifa de uma cesta de chocolates.

O Rotaract Club de Fernandópolis, SP (D. 4480), apoiou o Dia do Sorvete, realizado no pátio da Unicastelo, em prol da construção da unidade neonatal da Santa Casa local. Duas atrações do evento foram uma biblioteca móvel e pinturas para o rosto das crianças.

O Rotaract Club de Santos-Monte Serrat, SP (D. 4420), organizou uma festa e doou edredons, fraldas geriátricas, agasalhos e roupas de cama ao Lar Vicentino, onde vivem cerca de 60 idosos. Outra iniciativa dos jovens foi o apoio à realização da peça de teatro “Raves, Balas e Doces”, encenada em escolas locais, com o intuito de debater o consumo de drogas.

Todo último domingo do mês, os integrantes do Rotaract Club de Jequitinhonha, MG (D. 4520), visitam o Lar dos Velhinhos, levando brincos, esmaltes, batons e pentes. Os jovens arrumam os vovôs e vovós, dançam e servem lanche para os idosos.

Por meio de uma parceria com o Interact Club de Santa Fé do Sul, SP (D. 4480), a empresa CBR Construtora Brasileira doou US$ 1.000 (aproximadamente R$ 1.870) para o programa Polio Plus da Fundação Rotária. A doação foi efetuada por ocasião da visita da governadora Sueli Kaiser.

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Com o apoio do Rotary Club padrinho, entre outros parceiros, os jovens do Rotaract Club de Ubaitaba, BA (D. 4550), promoveram a 2ª Campanha de Doação de Sangue e a 1ª Feira de Saúde, ocasião em que coletaram 139 bolsas de sangue e distribuíram mais de 600 panfletos sobre doenças sexualmente transmissíveis, dengue e gripe suína, entre outros assuntos.


Os integrantes do Rotaract e do Interact Clubs de Serra Negra, SP (D. 4590), serviram um lanche para os moradores do asilo da cidade, no fim do ano. Os jovens também presentearam os vovôs e vovós com toalhas de mão e minipanetones. A confraternização aconteceu ao som de um violino.

Junto com colaboradores, os integrantes do Rotaract Club de Cachoeirinha, RS (D.4670), visitaram o asilo Lar da Vovó Anjo Gabriel. Eles providenciaram música para alegrar o encontro, doaram mantimentos e serviram cachorro-quente e bolo aos idosos.

Rotaractianos do distrito 4740 participaram da edição de 2009 do Encontro de Rotaract Clubs de Santa Catarina, realizado na cidade de Florianópolis. O evento reuniu integrantes dos Rotaract Clubs de São Miguel, Pinhalzinho, Maravilha, São Carlos, Xanxerê, Campos Novos e Curitibanos.

Com o objetivo de arrecadar fundos para ações em prol das crianças do município, o Rotaract Club de São Miguel do Iguaçu, PR (D.4640), sorteou uma cesta com bebidas e doces. Na foto, a rotaractiana Natany Skio entrega o prêmio para a ganhadora, Vanilda Scheffer.

O Rotaract Club de Osório, RS (D. 4680), realizou o 17º Encontro Gaúcho de Rotaract Clubs, com a participação de mais de 20 clubes do estado e representantes nacionais e internacionais. O tema do encontro foi A Vida É um Filme e cartazes com personagens e longas de Hollywood decoraram o Centro de Tradições Gaúchas Estância da Serra.

Para promover a interação entre os interactianos do distrito, o Interact Club de Várzea da Palma, MG (D. 4760), promoveu o 11º Encontro Mineiro de Interact Clubs, com a participação do EGD Javert Vivian Silva, que proferiu uma palestra.

BRASIL ROTÁRIO 43


Distritos

EM

Revista

Cantando pela juventude Rotary Clubs de Toledo promovem encontro de corais no Teatro Municipal da cidade

D. 4640

P

ara colaborar com um projeto interclubes de apoio à juventude em situação de risco, criado pelo RC de Toledo, no Paraná, a família rotária local encheu de música o Teatro Municipal daquela cidade. Os quatro Rotary Clubs do município organizaram o evento Corais em Ação, com apoio e participação da Casa da Cultura e da PUC do Paraná, Campus de Toledo, além do patrocínio de 20 empresas locais. Os corais da Casa de Maria, Cristo Rei e Champagnat – PUCPR, regidos, respectivamente, por Nelson Engelmann, Darcysio Fritsh e Rosemeri Paese, apresentaram obras de compositores estrangeiros clássicos, como Mozart, Verdi e Mendelssohn, e também composições da música brasileira, assinadas por nomes como Heitor Villa-Lobos e Ary Barroso, entre outros. O evento foi organizado para financiar a aquisição, com custos estimados em R$ 18 mil, do material necessário à realização do curso profissionalizante de Reparação e Manutenção de Equipamentos de Informática. Com duração de cinco meses, o curso será oferecido a adolescentes de 14 a 16 anos de idade, na Casa de Maria, responsável também por fornecer pessoal e pela gestão administrativa do curso. A expectativa é de que, a cada ano, o curso proporcione a capacitação profissional de 40 adolescentes que vivem em bairros carentes da cidade e se encontram em situação de risco.  O CORAL Cristo Rei também cantou no evento em prol da juventude de Toledo

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O CORAL Casa de Maria foi um dos três a se apresentarem no Corais em Ação 

A MAESTRINA Rosemeri Paese regeu o Coral Champagnat – PUCPR, no Teatro Municipal 


Distritos

D. 4310

RC de Piracicaba-Paulista, SP – Os companheiros possibilitaram a capacitação de 25 alunas com o Primeiro Treinamento de Qualificação de Secretária Doméstica, realizado na Casa da Amizade local.

RC de Botucatu, SP – Pela 63ª vez consecutiva, o clube ofereceu o Prêmio Mérito Escolar Companheiro Edmundo de Araújo Oliveira, tendo entregado 186 certificados de melhores alunos e também de melhores companheiros. Além disso, foram sorteados um computador e 232 bicicletas.

EM

Revista

D. 4410 ES – Entre outras ações, o clube, que recentemente completou 40 anos de fundaRC de Colatina-São Silvano,

ção, patrocinou junto com a Casa da Amizade um projeto fotográfico, desenvolvido com alunos de Aprendizagem Industrial do Senai local. Segundo o RC, a iniciativa foi agraciada pelo Ministério da Cultura, Funarte e Secretaria de Cultura do Estado com um incentivo destinado a micro projetos das regiões do semiárido brasileiro.

RC de Cachoeiro de ItapemirimOeste, ES – Os companheiros apoiaram a realização da 1ª Noite de Caldos, uma iniciativa da Casa da Amizade local. Parte da renda obtida com o evento foi destinada ao Núcleo Cachoeirense de Dança, que oferece aulas gratuitas de balé.

D. 4420

D. 4390

RC de Penedo, AL – Entregou 40 lençóis para o Lar São José, instituição mantida pela Santa Casa de Penedo e que acolhe idosos.

RC de São VicenteAntônio Emmerich, SP – Entre as diversas ações promovidas pelo clube no ano passado, estão a entrega de cadeiras de rodas para a Secretaria de Saúde do município, por ocasião da visita oficial do governador Roberto Luiz Barroso Filho (foto), e também para o Fundo Social de Solidariedade de São Vicente. BRASIL ROTÁRIO 45


Distritos

D. 4420

O Ryla que o distrito organizou na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo, reuniu cerca de 30 de jovens, além de 24 acompanhantes. Os participantes assistiram a palestras e puderam tomar café da manhã, almoçar e fazer coffee breaks no local.

RC de São Paulo-Cidade Dutra, SP – Pelo quinto ano consecutivo, os companheiros aproveitaram os três dias do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 para arrecadar verbas em prol de instituições assistenciais da região. Em parceria com a cervejaria Schincariol, os associados montaram um ponto de venda de cerveja e churrasco e atenderam o público que acompanhou os treinos e a corrida.

EM

Revista

RCs de São Paulo-Norte, D. 4430 Os São Paulo-Santana, São Paulo-

Noroeste e São Paulo-Freguesia do Ó se juntaram aos RCs de São Paulo e São PauloPacaembu, estes do distrito 4610, para realizar o Rotary em Ação pela Saúde e Cidadania, no Centro Educacional Unificado Jardim Paulistano. Aproximadamente 1.500 atendimentos foram realizados.

RC de Guarulhos-Sul, SP – Com a ajuda da Casa da Amizade e do Rotaract Club, os associados organizaram a 1ª Festa Beneficente do Boi no Rolete e serviram mais de 700 refeições. A renda obtida com o evento está sendo utilizada para beneficiar instituições assistenciais da região.

D. 4440

RC de São Vicente, SP – Graças a um projeto de Subsídios Simplificados do distrito, os associados, junto com o Rotary Kids, doaram jogos de cama e fraldas geriátricas para o Lar Vicentino.

46 MARÇO DE 2010

RC de Cáceres-Pantanal, MT – No último Natal, os companheiros fizeram a alegria das crianças do bairro Jardim das Oliveiras e da escola Cristo Lavrador, na comunidade Carrapatinho, com a distribuição de presentes e lanches. Junto com o Rotakids, também organizaram uma confraternização para 250 crianças na chácara da companheira Elisabete Reis (foto).


Distritos

D. 4470

RC de Dourados, MS – Mais de mil pessoas estiveram presentes no Festival Gastronômico do Carneiro, que os companheiros realizaram no Clube Indaiá, em benefício da construção do Hospital do Câncer de Dourados. RC de Valparaíso, SP – Ajudado pela Casa da Amizade, o clube organizou sua tradicional Festa do Agricultor, quando foi servido almoço para cerca de mil pessoas. A renda obtida com a comemoração é destinada a instituições assistenciais do município. O RC também doou ao programa Polio Plus da Fundação Rotária US$ 6.000 (cerca de R$ 11 mil), arrecadados por ocasião da festa de 80 anos do EGD Taketoshi Higuchi.

D. 4490

RC de Fortaleza-Fátima, CE – Os integrantes do RC Kids realizaram uma campanha para reunir roupas e alimentos em prol das vítimas das enchentes naquele estado.

EM

Revista

de Catanduva-14 de Abril, D. 4480 RC SP – Fez uma doação ao Progra-

ma Criança Cidadão do Futuro, que atende 700 adolescentes (foto). Em outra ocasião, o governador assistente Antonio Reginaldo Morandin promoveu uma campanha solidária de doações para comemorar seu aniversário. Por fim, o clube se juntou aos RCs de Catanduva, Catanduva-Norte e Catanduva-Sul, além do Interact Club, para implementar o projeto Arvorear, junto com a Secretaria do Meio Ambiente da cidade. RC de Auriflama, SP – Homenageou o sapateiro Bonfilio Santos Lulio como profissional do ano. Na foto, ele está na presença do casal presidente Lúcio Cardin e Gláucia e na companhia da mulher, Lidinalva.

RC de Teresina-Jóquei, PI – Em nome do clube, a companheira Ivana Andrade Santos, junto com a primeira-dama do município de Campo Maior, Dorilene Félix, distribuiu filtros e cadeiras de rodas para a população carente. BRASIL ROTÁRIO 47


Distritos

EM

Revista

D. 4500 Com a participação de rotaractianos e exintercambiados, o distrito arrecadou donativos em um supermercado do Recife, entre os meses de setembro e outubro. A iniciativa integrou a campanha Infância Cidadã e contou também com a parceria da TV Jornal, retransmissora do SBT, que fez a cobertura da ação.

RC do RecifeBrum, PE – Em visita oficial, o governador Francisco Leandro de Araújo Júnior esteve na Pousada Interiorana Cristã, estabelecimento administrado por um grupo de companheiros do clube e que recepciona pacientes com câncer oriundos do interior daquele estado.

D. 4510 RC de Presidente Venceslau, SP – Em parceria com a prefeitura, o clube mantém cinco classes do Movimento de Alfabetização de Adultos, com cerca de 70 alunos inscritos. No fim do último ano letivo, os concluintes receberam seus certificados durante cerimônia na sede social do clube.

RC de Garça, SP – O clube realiza campanhas periódicas de doação de sangue, desde 2002. Nesse período, coletou cerca de 8.130 bolsas de sangue. Além disso, nos últimos dois anos, cadastrou 353 novos doadores de medula óssea.

D. 4520 RC de João Monlevade, MG – Doou à Colônia Luiza de Marillac um conjunto de utensílios de cozinha, adquiridos com parte da verba arrecadada no Baile do Hawaí.

48 MARÇO DE 2010

RC de IpatingaNorte, MG – O companheiro Manoel Martins de Paiva Junior participou da Volta Internacional da Pampulha, na cidade de Belo Horizonte, e aproveitou para divulgar o trabalho do Rotary de erradicação da pólio.


Distritos

EM

Revista

de Itacaré, BA D. 4550 RC – Aproximadamente

170 bolsas de sangue: este foi o resultado da Campanha de Doação de Sangue feita por este clube baiano em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e o Banco de Sangue de Ilhéus.

RC de Cruz das Almas, BA – Doou 300 cestas básicas às famílias carentes da cidade durante a campanha Natal Solidário 2009. Esta iniciativa já faz parte da agenda anual de serviços do clube.

D. 4560

RC de Itajubá, MG – Desde outubro, a comunidade itajubense conta com o Banco de Cadeiras de Rodas e Acessórios Ortopédicos fundado pelo clube.

RC de Alfenas, MG – No Dia do Músico, Joaquim dos Santos – segurando o diploma ao lado do presidente João Batista Tomaz – foi homenageado pelo clube, que no Dia da Alfabetização também reconheceu o trabalho de duas professoras da cidade.

D. 4570 Um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária de mais de R$ 26.000 vai garantir durante um ano a alimentação de 400 crianças carentes atendidas pelo Projeto Uerê, na comunidade da Maré, no Rio. A iniciativa é uma parceria dos RCs do Rio de Janeiro e Rio de Janeiro-Paranapuã, do RC de Linden, dos EUA, e do distrito 7570. Na foto, as rotarianas Zélia Barbosa e Alice Hassano com as crianças.

50 MARÇO DE 2010

RC de Nova Iguaçu, RJ – Ao lado do seu Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário e de integrantes da Casa da Amizade, do Rotaract e do Rotary Kids, o clube comemorou o Natal presenteando as crianças da comunidade com brinquedos.


Distritos

EM

Revista

D. 4530

de Coronel Fabriciano-Norte, D. 4520 RC MG – Em parceria com a Guarda Mirim

Municipal e o Instituto Embeleze, o clube realizou uma ação social numa praça da cidade, disponibilizando serviços gratuitos à população, como aferição de pressão arterial, orientação jurídica e corte de cabelo. As crianças ainda ganharam brinquedos e pipoca e se divertiram com apresentações musicais e teatro.

de Cássia, MG – Em dezembro, D. 4540 RC pelo décimo primeiro ano consecutivo,

Com a participação do governador Adriano Jorge Souto, em 2009 os rotarianos de Goiás e do Distrito Federal ajudaram a fazer a nona edição da Ação Social Rotary na cidade de Águas Lindas de Goiás, oferecendo exames de saúde em várias especialidades, aplicação de flúor, atividades culturais, bazar e distribuição de cestas básicas. Coordenada pelos Rotary Clubs de Brasília-Centenário, Brasília-Lago Norte e Águas Lindas de Goiás, a iniciativa contou com a participação de outros nove clubes. RC de Goiânia-Serra Dourada, GO – No ano passado, o clube promoveu uma palestra educativa com o médico Boaventura Braz de Queiroz, diretor geral do Hospital de Doenças Tropicais, sobre os perigos da gripe A (H1N1) e as formas de prevenir seu contágio. Por esse trabalho, o palestrante recebeu um diploma das mãos do governador Adriano Jorge Souto.

o clube e a Casa da Amizade ofereceram um jantar de Natal à comunidade. Desta vez, foram 600 convidados – e as crianças ainda ganharam brinquedos. A iniciativa foi feita com a parceria da Wyda Embalagens. RC de Igarapava, SP – Em parceria com a Casa da Amizade, fez uma festa de Natal com distribuição de presentes para aproximadamente 200 crianças de uma creche da cidade. O clube também homenageou os melhores alunos de 2009 nas escolas de ensino médio de Igarapava.

RC de Anápolis-Oeste, GO – A contabilista Erlane Marques foi homenageada pelo clube por seu trabalho voluntário na auditagem da prestação de contas do projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária que equipou e mobiliou uma instituição que recupera dependentes químicos e moradores de rua da cidade. No valor de R$ 57.000, o projeto teve as parcerias dos RCs de St. Cloud e Kissimmee Bay, do distrito 6980, nos EUA.

BRASIL ROTÁRIO 49


Distritos

EM

Revista

D. 4580 RC de Juiz de ForaNorte, MG – O presidente Manoel Teixeira Lopes e o governador do distrito, José Cúgula Guedes, retirando os laços de duas máquinas de escrever em braile durante a inauguração do Centro de Informática Acessível no Instituto Bruno. Estes foram alguns dos equipamentos e suprimentos doados pelo clube mineiro a essa instituição que desde 2000 presta assistência a deficientes visuais e auditivos e pessoas com paralisia cerebral, promovendo acesso à educação e ao mercado de trabalho.

RC de Matipó, MG – Em comemoração ao Natal, os companheiros deram brinquedos e roupas às crianças e aos adolescentes da Associação Matipoense de Amparo e Reabilitação. Também no fim do ano, o clube promoveu uma ação ambiental para recolher o lixo acumulado nas margens e no leito do rio Matipó. Os rotarianos contaram com o apoio de estudantes do ensino médio, da Polícia Ambiental, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Saúde.

de Porto Real, RJ – A fundação D. 4600 RC deste novo clube reuniu seus associa-

dos, o governador distrital Ettore Dalboni da Cunha, o prefeito da cidade Jorge Serfiotis, o deputado estadual Noel de Carvalho e diversos rotarianos da região.

D. 4590

RC de São José do Rio Pardo, SP – Registro da cerimônia em que o clube doou um cardioversor bifásico e um ventilador Inter 5 ao Hospital São Vicente. A um custo de mais de R$ 46 mil, os aparelhos foram comprados graças a um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária feito pelo clube paulista em parceria com o RC de Bristol, dos EUA. RC de Pedreira, SP – Em parceria com a Loja Maçônica Fé, Esperança e Caridade e o apoio da prefeitura, o clube promoveu uma verdadeira volta ao passado com a organização do Encontro de Fuscas de Pedreira, que reuniu amantes do velho fusquinha. Todo mundo que foi conferir o encontro colaborou doando um pacote de fraldas geriátricas para o Lar dos Velhos Flamínio Maurício.

RC de Campinas-Norte, SP – Na visita do governador Antonio Bobice, os companheiros fizeram o plantio de mudas de araucária num parque da cidade. O clube também premiou os cinco alunos que se destacaram em suas redações sobre a viagem que fizeram ao Zoológico de São Paulo com os rotarianos no ano passado.

BRASIL ROTÁRIO 51


Distritos

EM

Revista

do Programa Rotário da Amizade, D. 4600 Dentro D. 4610 recebeu um grupo de rotarianos dos EUA

(distrito 6190). Entre as cidades do litoral e do interior de São Paulo que eles conheceram, estiveram São José dos Campos, Pindamonhangaba, Lorena, Campos do Jordão, Aparecida e Ubatuba. Como o programa é realizado em caráter de reciprocidade, uma equipe do distrito brasileiro será enviada para conhecer o distrito norte-americano neste primeiro semestre. de SoD. 4620 RC rocaba-

Vergueiro, SP – Fez uma festa para aproximadamente 30 crianças carentes de uma entidade assistencial da cidade (foto) e outra para 70 crianças do Projeto Atleta Cidadão. O clube ainda doou colchões especiais para a Casa Transitória André Luiz, homenageou dois bombeiros de Sorocaba por sua atuação profissional, arrecadou 2.000 litros de leite que foram repassados a seis instituições sociais da cidade e deu início às obras do local onde será feita a fisioterapia da Proex, que cuida de crianças excepcionais.

RC de São Roque, SP – Um tradicional evento do clube, o Jantar da Alcachofra, resultou na doação de lanternas especiais de 2 milhões de watts para o destacamento do Corpo de Bombeiros na cidade. A entrega formal do equipamento foi feita pela presidente Adenilda Boccato durante a visita do casal governador Clóvis Rodrigues Felipe e Ana ao clube.

52 MARÇO DE 2010

Em 2009, uma parceria deste distrito com o 4430 levou à realização do Rotary em Ação pela Saúde e Cidadania, que realizou atendimentos gratuitos em especializações como oftalmologia e odontologia, em orientação jurídica e tratamentos estéticos (massagem, manicure e cortes de cabelo). Na foto, os presidentes dos Rotary Clubs envolvidos: Ronaldo Carlos de Moura (RCSP-Norte), Francisco Carneiro de Souza (RC de São Paulo), Claudete Vieira Jakubowski (RCSP-Santana), Isabel Cabello Cabrera (RCSP-Freguesia do Ó), Josino Monteiro (RCSP-Noroeste) e José Luiz Scatolini (RCSP-Pacamebu).

RC de São Paulo-Barra Fu n d a , S P – Como vem fazendo todos os anos, o clube promoveu em novembro o Dia da Comunidade e Cidadania, em parceria com o supermercado Wal-Mart e outras empresas. Em apenas um dia, foram arrecadados mais de 1.500 quilos de produtos não perecíveis nos caixas do Wal-Mart. Eles foram doados a três entidades assistenciais que também trabalharam na arrecadação. Os rotarianos ainda ofereceram aproximadamente 600 atendimentos médicos gratuitos à população. RC de São PauloPerdizes, SP – Os companheiros doaram diversos medicamentos para problemas cardíacos e diabetes à Casa São Vicente de Paula, que cuida de mulheres idosas há mais de 130 anos.


Distritos

de Sorocaba-Vergueiro, SP D. 4620 RC – Divulga o projeto Polio Plus doando

fantasias do personagem Zé Gotinha a Rotary Clubs de diversos países. A foto mostra uma das fantasias sendo entregue por companheiros do clube brasileiro ao RC de San Telmo-Constituición, da Argentina. A Austrália e alguns países africanos também já receberam o presente.

EM

Revista

D. 4640 bicicletas foram sorteadas numa grande festa para as crianças organizada pelo clube

RC de Salto do Lontra, PR – Dez

numa praça da cidade em parceria com a Associação de Senhoras de Rotarianos e com a Secretaria Municipal de Educação. Houve também a arrecadação de 900 quilos de alimentos não-perecíveis, entregues a entidades beneficentes da cidade. O clube também doou um cheque de R$ 1.000 ao padre Nelson Maróstica para as obras de reforma da Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida (foto) e formou a quarta turma do curso que desenvolve em parceria com a Cyber Informática, com 48 alunos.

clube prestou uma homenagem a quatro de seus associados que têm essa profissão. Ex-alunos deles foram convidados a dar depoimentos sobre cada um dos professores em suas vidas pessoal e profissional.

RC de Cascavel-Primavera, PR – Com o empenho especial de seu associado Ivanir Bortoli e a parceria do Senai, o clube está desenvolvendo um curso de corte e costura no Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário do bairro Santa Cruz, em Cascavel.

Um dos focos da gestão do governador José Claudiney Rocco têm sido os Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário. De julho de 2009 até agora, pelo menos dez núcleos foram fundados em todo o distrito. O tema foi debatido em um seminário para mais de 160 pessoas realizado na cidade paranaense de Cianorte. O rotariano Roberto Massaru Watanabe foi um dos palestrantes.

RC de São Miguel do Iguaçu, PR – Premiou os vencedores de seu 24º concurso de caligrafia, que contou com a participação de aproximadamente 7.000 alunos das escolas municipais, estaduais e particulares da cidade. Amizade, amor e meio ambiente foram os temas dos textos. Os premiados ganharam diploma, medalha e lembranças. O clube também sediou um seminário sobre a Fundação Rotária com a participação de lideranças rotárias nacionais e da região.

de São Carlos do Ivaí, PR – D. 4630 RC Em 2009, no Dia dos Professores, o

BRASIL ROTÁRIO 53


Distritos

EM

Revista

D. 4650 RC de Joinville-Manchester, SC – Esteve à frente da campanha Aqueça Uma Comunidade, que resultou na doação de 280 cobertores para crianças. Na mesma época, em parceria com a Organização Beneficente Esperança Maior, o clube entregou à comunidade local dois parques infantis. Em outra parceria, envolvendo o Rotaract, a Associação Joinvillense de Obras Sociais, o Clube dos Jipeiros, o Clube de Cavaleiros e o Motoclube de Joinville, foram arrecadadas 20,5 toneladas de alimentos, destinadas às famílias carentes.

RC de Rio do Sul-Centenário, SC – Entregou uma horta ecológica biointensiva ao asilo Conferência São Vicente de Paulo, que ampara 70 idosos. Além disso, o clube homenageou a voluntária Maria José Stramosk com o troféu Cristiane Denise Krieger.

de Santa Maria-Sul, RS – D. 4660 RC Durante a segunda edição da Feijo-

ada do Bem, o clube premiou a UTI Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria e o Centro Comunitário Pércio Reis.

54 MARÇO DE 2010

D. 4651

RC de Florianópolis-Trindade, SC – Registra o Prêmio Rotário de Liderança Juvenil 2009 do distrito 4651, ocorrido em 31 de outubro, em Florianópolis. O encontro reuniu 36 membros do Rotaract e do Intercâmbio de Jovens e foi estruturado em torno de quatro temas: Acessibilidade e Cidadania; Meio Ambiente – Pegada Ecológica; Liderança e Formação; e Experiência de Equipe.

RC de Palhoça, SC – Doou oito cadeiras de rodas para diversas entidades. O clube também tem participado ativamente das campanhas de vacinação.

RC de Tubarão, SC – Organizou um passeio ciclístico para promover a consciência ecológica e a solidariedade. Mais de 200 pessoas, entre adultos e crianças, participaram ao se inscreverem com um quilo de alimentos, encaminhados para famílias carentes. Depois do passeio foram distribuídos brindes como bicicletas, sinalizadores e bolas.


Distritos

de 19 a 22 de novemD. 4660 Ocorreu bro, em Gramado, RS, a 29 a

Reunião Brasileira de Dirigentes do Programa de Intercâmbio de Jovens do RI. Coordenado pelo companheiro Renato Dalberto, o encontro teve como objetivo aprimorar o programa de intercâmbio e contou com mais de 200 participantes.

D. 4670 RC de Canoas, RS – Realizou uma campanha de arrecadação de livros, entregues à Secretaria Municipal de Cultura de Canoas. Outra iniciativa: promoveu festa para crianças carentes do bairro Guajuviras, na qual mais de 600 crianças receberam lanche e presente.

RC de Alvorada, RS – Promoveu encontro gastronômico e arrecadou fundos para a inauguração de duas casas assistenciais. O clube tem prestigiado o projeto Quartel Legal, idealizado por policiais militares da Brigada Militar de Alvorada, em que turmas escolares visitam o 24º Batalhão da Polícia Militar (foto).

EM

Revista

D. 4680

RC de Pelotas-Oeste, RS – Comemorou 42 anos de existência com um jantar cuja renda será destinada à implantação de sistema contra incêndio na Escola Alfred Dub. Esta instituição assiste 200 crianças com necessidades especiais. RC de Santa Cruz do SulOeste, RS – Patrocinou a edição de 2.000 exemplares de um livro sobre a flora e a fauna de água doce, distribuídos para os alunos do ensino fundamental da rede pública. Para informações sobre como obter a publicação, escreva para andreas@unisc.br. O clube também está à frente de outro projeto ecológico, o Óleo Solidário, que tem como finalidade reciclar o óleo de cozinha, que é grande causador de poluição quando descartado na rede de esgoto e no solo.

RC de Vera Cruz, RS – Realizou festa para a garotada no ginásio do Parque de Eventos de Vera Cruz. Em parceria com a Associação dos Moradores da Vila Araçá, promoveu eventos sociais e esportivos para 250 crianças carentes. Outra iniciativa: premiou um aluno e uma aluna da Escola Estadual de Ensino Médio da cidade com viagem ao Rio de Janeiro. Os premiados foram eleitos por voto secreto graças a um ótimo desempenho escolar e um perfil de liderança. Na foto, eles aparecem ao lado do presidente do clube, Ivo Diehl, e sua mulher, Nilza Maria Diehl.

BRASIL ROTÁRIO 55


Distritos

no município de Vacaria, no Rio D. 4700 Ocorreu Grande do Sul, o Prêmio Rotário de Lide-

rança Juvenil (Ryla). Diversos clubes do 4700 estiveram presentes, além do governador do distrito, Evaristo Andreolla. No encontro, a coordenadora distrital do Ryla, Susana Fochesato Minuzzo, explicou como os jovens podem participar de ações comunitárias, reafirmando o lema O Futuro do Rotary Está Em Suas Mãos. Márcio Soares

D. 4710

RC de Cornélio Procópio, PR – Premiou os melhores alunos das escolas de Cornélio Procópio. Na foto, os alunos homenageados.

RC de Astorga, PR – Promoveu a 13ª Festa da Leitoa Desossada à Pururuca (foto), que contou com a presença de cerca de 1.500 pessoas. A renda do evento foi revertida para a Apae local e para a Associação das Senhoras de Rotarianos de Astorga. Mais: o clube homenageou alunas do ensino fundamental da Escola Municipal Amábile Tonetto Pozzobon pelo ótimo desempenho escolar durante 2009.

56 MARÇO DE 2010

EM

Revista

de Mosqueiro, PA – D. 4720 RC Foi responsável por evento

que beneficiou 453 pessoas carentes do distrito de Mosqueiro, pertencente à cidade de Belém.

D. 4730 RC de Curitiba-Portão, PR – Realizou a sessão de número 2.000 em conjunto com o clube padrinho, o RC de Curitiba-Oeste. Marcaram presença o governador do distrito, Alcino de Andrade Tigrinho, o presidente fundador, Apolonio Zardo, o presidente 1964-65 do RC de Curitiba-Oeste, Hilton Dácio Trevisan, e o ex-diretor do RI Gerson Gonçalves, que foi palestrante. Na foto, o governador Alcino Tigrinho, o companheiro Maurício Longhini Barbeiro e o presidente do clube, Otoniel Santos Neto.

RC de São Mateus do Sul, PR – Realizou a 10ª Festa do Charque a Vapor, evento que reuniu 450 pessoas e beneficiou a Fundação Rotária, a Casa da Amizade local, além das seguintes entidades: Adolescentro, Hospital Dr. Paulo Fortes e Lar São Mateus.


Distritos

D. 4740

RC de Chapecó-São Cristóvão, SC – Patrocinou duas noites de gala em que o Balé Bolshoi de Joinville se apresentou. Na foto, bailarinos e rotarianos.

de Unaí-Centenário, MG D. 4760 RC – Promoveu o leilão beneficente

Arca de Noé, produto de uma parceria com a Apae e o Abrigo Frei Anselmo. O evento arrecadou R$ 93.810, beneficiando as seguintes instituições: Apae, Abrigo Frei Anselmo, Associação Mão Amiga, CEM, Anmecc, Casa da Amizade de Unaí-Centenário, Grupo Teatral Fênix, Associação Beneficente Natal Justino da Costa e o Banco de Cadeiras de Rodas e Muletas local.

EM

Revista

D. 4750

RC de Niterói-Praias Oceânicas, RJ – Recebeu uma moção do presidente da Câmara Municipal de Niterói, Paulo Bagueira, pela participação na comemoração dos 190 anos da Câmara. Na ocasião, o RC fez a fluoretação de crianças. Na foto, Emílio Teixeira, representando a Fundação Rotária – que também recebeu uma moção –, Paulo Bagueira e Márcia Saud, associada do clube.

RC de Campos-Goitacazes, RJ – Está à frente do projeto Yellow Submarine, que se destina a ensinar, gratuitamente ou mediante bolsa, idiomas estrangeiros – de forma online inclusive. A companheira Lígia Vasconcelos Henriques é a coordenadora do projeto.

D. 4770

RC de PatrocínioBrumado dos Pavões, MG – Anunciou que a renda obtida com o 2º Costelão do Brumado, R$ 11.050, será destinada à Fundação Rotária. Além disso, o clube entregou o bóton de doador especial da Fundação Rotária a 22 companheiros – cada um deles doou US$ 100.

RC de Búzios, RJ – Com o projeto Olhando Para O Futuro, vem beneficiando alunos das escolas municipais ao patrocinar exames oftalmológicos, produzir e doar óculos. Sete escolas já foram atendidas.

BRASIL ROTÁRIO 57


Distritos

EM

Revista

Como enviar material para a Brasil Rotário

de Itumbiara, GO – ComeD. 4770 RC morou os 50 anos de fundação

do clube homenageando diversas personalidades rotárias: seus ex-presidentes, o casal governador Nelson Marra de Oliveira e Elza Maria, governadores assistentes e o governador 1997-98 Getúlio Lima. Getúlio é autor de livro lançado em prol do Banco de Cadeiras de Rodas local.

D. 4780

RC de Bagé-Campanha, RS – Formou turma de alunos do projeto Informática Para Todos. Trata-se de uma iniciativa de inclusão digital que tem parceria com a Universidade da Região da Campanha e com o Instituto de Menores.

Para que os companheiros de todo o país conheçam os projetos que seu clube vem realizando, é importante que as notícias cheguem à redação contendo as seguintes informações:  o nome completo e o distrito de seu clube  a data e local em que foram realizadas as ações  um breve relato sobre o projeto, explicando sua importância e o alcance dele junto à comunidade  os nomes dos parceiros, no Brasil e no exterior  e os nomes e sobrenomes de todos os que aparecerem nas fotos com até seis pessoas, relacionados a partir da esquerda. FOTOS: as imagens digitais precisam ter pelo menos 300 DPI de resolução e 9 cm de largura. Na dúvida, selecione a opção alta resolução de sua câmera. Se o envio for feito por e-mail, pedimos que o tamanho dos anexos não supere 1 MB. Não cole suas imagens em documentos de Word: anexe-as ao e-mail. A publicação é gratuita. Basta apenas que o assunto se encaixe em nosso perfil editorial e que seu clube esteja em dia com a assinatura da revista. A Brasil Rotário não publica posses ou outros fatos que possam obter o merecido destaque nos boletins de seu clube. MUITO IMPORTANTE: informe também um telefone de contato (com o código de DDD) para que possamos falar com você no caso de qualquer dúvida.

Anote os nossos endereços: Avenida Rio Branco, 125 – 18o andar Rio de Janeiro, RJ CEP: 20040-006 e-mail: redacao@brasil-rotario.com.br O telefone da redação é (21) 2506-5600.

Estamos esperando para ver seu clube na revista!

Sobre o uso e a publicação de textos e imagens

RC de São Gabriel-Sepé Tiarajú, RS – Realizou uma grande festa para 22 crianças do Abrigo Municipal Dom Félix de Azara. Na foto, algumas rotarianas e voluntárias que promoveram o evento. 58 Março de 2010

O leitor que contribui com a Brasil Rotário por meio do envio de conteúdo – tais como fotos, informações, textos e frases, entre outros – aceita e se responsabiliza pela autoria e originalidade do material enviado à revista, bem como pela obtenção da autorização de terceiros que eventualmente seja necessária para os fins desejados, respondendo dessa forma por qualquer reivindicação que venha a ser apresentada à Brasil Rotário, judicial ou extrajudicialmente, em relação aos direitos intelectuais e/ou direitos de imagem, ou ainda por eventuais danos morais e/ou materiais causados à Brasil Rotário, à Cooperativa Editora Brasil Rotário ou a terceiros. Entre os direitos da Brasil Rotário incluem-se, também, os de adaptação, condensação, resumo, redução, compilação e ampliação dos textos e imagens enviados à revista.


Senhoras em Ação

A Casa da Amizade de Jales, SP (D. 4480), entregou brinquedos para a garotada da creche do Conjunto Habitacional Joaquim Dercílio de Carvalho.

A Casa da Amizade de Presidente Venceslau, SP (D. 4510), em parceria com o Movimento de Alfabetização, mantém o programa Leia para Mim, de incentivo à leitura para as crianças. Nas reuniões, uma mesa é montada com livros de histórias e monitores promovem sessão de leitura para o público mirim.

A Associação de Famílias de Rotarianos de Limeira, SP (D. 4590), doou guloseimas para as crianças assistidas pela Associação Limeirense de Combate ao Câncer.

Foram diversas as iniciativas da Casa da Amizade de Patrocínio-Brumado dos Pavões, MG (D. 4770). Entre elas: fornecimento de lanches para os alunos da Apae local e da Escola Irma de Carvalho; entrega de kits de primeiros socorros para 20 escolas públicas de Patrocínio; entrega de cestas básicas para famílias carentes e doações à Fundação Rotária.

A Associação das Famílias de Rotarianos de Itapetininga, SP (D. 4620), realizou festiva e entregou doces e 90 presentes para os alunos da Creche Emei Rotary Club de Itapetininga.

BRASIL ROTÁRIO 59


Novos Companheiros Paul Harris

O que significa essa distinção? Uma pessoa, rotariana ou não, que contribui com o valor de 1.000 dólares rotários à Fundação Rotária, ou em cujo nome é feita tal contribuição, recebe como reconhecimento o título de Companheiro Paul Harris, que consiste de certificado e distintivo – com a opção de medalha, ao custo de 15 dólares rotários.

Safiras, rubis e cristais O Companheiro Paul Harris que faz contribuições múltiplas de 1.000 dólares rotários à Fundação Rotária, ou em cujo nome elas são feitas, recebe safiras, rubis ou cristais, de acordo com o valor do aporte acumulado.

Os fundos Tais doações formam diversos fundos. São eles: o Fundo Anual de Programas, o Fundo Polio Plus ou Parceiros Polio Plus e o Fundo Permanente. As contribuições ainda podem servir aos Projetos de Subsídios Humanitários ou, se vierem de empresas, à Associação Brasileira da The Rotary Foundation.

D. 4440 RC de Cáceres-Pantanal, MT

Darci Tartari João Mário da Silva Maldonado Plínio Samaclay Lima Moran

RC de São João da Boa Vista-Sul, SP

D. 4490

RC de Floriano, PI

Donatila Soares Lopes Gomes

D. 4520

Sonia Sueli de Souza Zerbetto, com a terceira safira, e os filhos dela, Diogo e Belisa, com títulos de Companheiro Paul Harris

D. 4640

RC de Sete Lagoas, MG

Mário Boza Júnior Nelson Solcia, com a quarta safira Rodrigo Romero Wesley Carlos Pacheco

Eduardo Assis de Deus

RC de Francisco Beltrão-Integração, PR

Itacir Mario Braghini, com a segunda safira Marino Ari Burile Odair Espedito Cogo

D. 4540 Casa da Amizade de São Joaquim da Barra, SP

Ermínia Couto Venturoso

D. 4651 RC de Florianópolis, SC

RC de Ribeirão Preto, SP

José Carlos Carvalho, ex-governador do distrito, que recebeu a quinta safira após ter doado cinco títulos de Companheiro Paul Harris a Fabiano Carvalho, Lucas Lima, Lucas Fiori, Renato Sampaio de Souza e Fabiane Ostanel Sampaio

Marco Antonio Ferreira Caixeta

D. 4660 RC de Não-Me-Toque, RS

Anaor Silva Aguiar

D. 4560

D. 4720

RC de Itapecerica, MG

RC de Boa Vista-Caçari, RR

Mariano Ricardo de Toledo

D. 4590

José Antônio Fragoso, associado do clube e exgovernador do distrito, e Nilcéa Tinoco Gonçalves, ambos com doações para o programa Polio Plus

RC de Campinas-Sul, SP

Hassem Haluen, com a primeira safira

6 0 MARÇO

DE

2010

MILHÕES DE CRIANÇAS AGUARDAM SUA DOAÇÃO À FR


Autores rotarianos Retalhos do quotidiano: páginas recolhidas no dia a dia da vida Oswaldo José Ottaviano Syslook Escrito ao longo de 40 anos, este livro traz textos bem humorados sobre a língua portuguesa, artigos sobre saúde, meio ambiente e comportamento, entre outros assuntos. O título lançado pelo companheiro, associado fundador dos Rotary Clubs de Sumaré e Sumaré-Norte, SP (D.4310), cumpre ainda a importante missão de colaborar com as ações dos rotarianos. Ottaviano cedeu à Fundação Rotária 25% do preço de capa do livro, que custa R$ 20. Com formação acadêmica em direito, o companheiro assina artigos em vários jornais da região.

Raimundo Ferreira: garra e coragem no caminho do sucesso Carolina Miranda e Moema Duarte Independente O saudoso companheiro Raimundo Ferreira da Silva, que por 63 anos foi associado do Rotary Club de Caruaru, PE (D. 4500), teve uma vida rica em experiências e conquistas. Foi estoquista, viajante, fundador da Livraria Estudantil, em Caruaru, que deixou para inaugurar uma farmácia, e em seguida passou a ser o único representante dos Grandes Moinhos do Brasil no interior do estado. Aos 91 anos de idade, ainda era um empresário atuante e participante ativo da vida socioeconômica de sua cidade e região. Sua feliz e bem-sucedida trajetória está narrada em uma biografia, que começa com a infância de Ferreira na zona rural e vai até a terceira idade, passando por episódios como os primeiros desafios na capital, o amor, as viagens, manias e os momentos difíceis, sem esquecer um capítulo muito especial na vida do companheiro: o Rotary.

Analisando o Teorema de Pitágoras José Cloves Verde Saraiva Kosmos Ex-presidente do Rotary Club de São Luís, MA (D. 4490), o autor é professor do curso de matemática da Universidade Federal do Maranhão. Desta experiência nasceu o presente livro, idealizado como um recurso didático para catálise no treinamento dos alunos. A obra reúne 90 demonstrações do Teorema de Pitágoras, disponíveis na internet, seguidas de dois estudos do autor: “O Teorema Pitágoras-Matemática-Maple V” e “Analisando o Teorema de Pitágoras”, este uma sugestão nova do ponto de vista didático, possível de ser aplicado para efetivar o estudo de teoremas da análise ou outros ramos da matemática. Saraiva é autor também de “Malba Tahan Visita São Luís e Outras Histórias”.

A Memória do Rotary Club de Londrina e o desenvolvimento da cidade Nelma Camêlo de Araujo (org.) UEL A Universidade Estadual de Londrina se dedicou a pesquisar a trajetória do Rotary Club de Londrina, PR (D. 4710), e o resultado está nas 128 páginas deste livro. Na apresentação, a rotariana Dalva Vernilho escreve que o “trabalho é fruto de uma preocupação em salvar o passado daqueles homens pioneiros que lutaram e contribuíram para prosperidade e grandeza” da cidade. Muitos deles eram membros do Rotary. Para as professoras Nádina Aparecida Moreno e Wilmara Rodrigues Calderon, “a história do Rotary Club de Londrina se confunde com a própria história da cidade de Londrina, na medida em que ambas se desenvolveram concomitantemente”. É essa a história resgatada no livro, ricamente ilustrado com fotos.

BRASIL ROTÁRIO 61


Novos clubes, novos amigos RC de Malacacheta, MG (D. 4520)

Aqui damos as boas-vindas aos Rotary Clubs

Admissão: 07/01/2010 E-mail: heliacamargos@hotmail.com Presidente: Hélia Camargos Guedes Clube padrinho: RC de Teófilo Otoni-Norte, MG (D. 4520)

recentemente fundados. É a oportunidade de saudarmos novos amigos, que certamente terão muito a contribuir.

Os

50 Mais

Nossa saudação começa pelo rotariano Alexandre A. Direne. Fundador remanescente do RC do Rio de JaneiroMéier, RJ (D. 4570), surgido em 25 de janeiro de 1960, Alexandre foi presidente 1967-68. Ele participa de todas as reuniões semanais do clube.

S G

e você tem 50 anos de Rotary ou mais, envie para a Brasil Rotário uma foto em que apareça sozinho: E-mail: redacao@brasil-rotario.com.br Endereço postal: Avenida Rio Branco, 125 – 18o andar – Centro – Rio de Janeiro – CEP: 20040-006

6 2 MARÇO

DE

2010

Oswaldo Saragiotto, excombatente da Segunda Guerra Mundial, comemora 63 anos de vida rotária no dia 13 de julho. Fundador do RC de Serra Negra, SP (D.4590), ele foi cinco vezes presidente, tendo assumido o cargo, inclusive, nos 60 anos do clube. Também constam de sua folha de serviços: rotariano com 100% de presença, vereador duas vezes, nos anos 50 e juiz de paz que realizou mais de 8.000 casamentos.


Aconteceu na Brasil Rotário... Luiz Renato D. Coutinho

...em março de 1945

E

m 26 de março se encerra um dos últimos capítulos da Segunda Guerra Mundial: a Batalha de Iwo Jima. Travada entre os EUA e o Japão, na ilha de Iwo Jima, no Pacífico, a batalha durara 40 dias. No Brasil, longe do teatro de guerra, os últimos meses do governo Getúlio Vargas transcorriam com tranquilidade. Ele seria deposto pacificamente em setembro, após 15 anos no poder. Em 11 de abril, Luiz Gonzaga grava, no estúdio da RCA Victor, sua primeira música. No cinema, Grande Otelo aparece para o público no filme “O Gol da Vitória”, inspirado na trajetória do jogador negro Leônidas da Silva, um dos maiores nomes do futebol brasileiro. 1945 é o início de uma nova ordem mundial e de grandes avanços tecnológicos, como o economista brasileiro Eugênio Gudin mostrou em palestra no RC do Rio de Janeiro (ver último destaque). Considerado um dos pais do pensamento econômico moderno no Brasil e criador do curso de economia no país, Gudin foi ainda ministro da Educação e da Fazenda. Morreu aos 100 anos, em 1986. A VISITA DE RICHARD H. WELLS AO BRASIL Em seu périplo pelos países sul-americanos, Richard H. Wells, presidente 1944-45 do RI, não podia esquecer o Brasil, na época o campeão de expansão rotária. O fato mereceu destaque na Rotary Brasileiro – publicação antecessora da Brasil Rotário. Ele chegou a São Paulo em 4 de fevereiro. No Rio de Janeiro, então Distrito Federal, esteve nos dias 6, 7, 8 e 9, tendo sido recebido pelo presidente da República. Na manhã de 10 de fevereiro, Richard Wells rumou para Belém, partindo no dia seguinte para os EUA.  Armando de Arruda Pereira, presidente 1940-41 do RI, noticia que está envolvido em uma comissão nomeada pelo presidente do RI, cujo objetivo é levantar US$ 2 milhões para a Fundação Rotária. Ele conclama: “Somos 225.000 rotarianos ao todo. Caberia, para perfazer os dois milhões de dollars, oito dollars a cada um. Rotary bem merece que o perpetuemos!”  A 16ª Conferência Distrital dos Rotary Clubs do Brasil, numa época em que sequer se sonhava com os Institutos Rotary atuais, é promovida: “[A conferência] Será uma excelente oportunidade para que aqueles que não conhecem Belo Horizonte, a mais nova, a mais linda e a mais progressista das capitais brasileiras, aqui venham travar relações com o povo trabalhador e ordeiro, acolhedor e generoso, que é o povo mineiro.”  Deixo os leitores com o panorama mundial pintado pelo economista Eugênio Gudin. Ele havia participado, em julho de 1944, da série de conferências das 44 nações aliadas no Mount Washington Hotel, em Bretton Woo-

 GETÚLIO VARGAS (no canto direito) recebe o presidente do RI (ao centro) no Palácio do Catete, em fevereiro de 1945

ds, na cidade de Carrol, EUA. Esse encontro entrou para a história como o Acordo de Bretton Woods, que passou a gerenciar o sistema econômico internacional. Alguns dos momentos de Gudin na palestra aos rotarianos:  Hábitos norte-americanos: “Tenho para mim que os Estados Unidos têm abusado um pouco dos Congressos. Organizam-se congressos para tôda a sorte de coisas, onde se apresentam planos para que o mundo de amanhã seja bom, para que todos ganhem bastante dinheiro, para que todos tenham o direito de viver com o maior conforto desde o berço até a morte etc.”  A boa surpresa de Bretton Woods: “[Ali] reuniram-se os mais eminentes economistas do mundo, com exceção de minha pessoa, é claro (não apoiado), para tratar de assuntos objetivos, para concretizar, em cem ou duzentos artigos, convenções positivas e claras em matéria de moeda e de crédito.”  Sobre os aliados e Hitler: “Homens e mulheres, velhos e crianças, têm acima de tudo neste momento uma única preocupação: ganhar a guerra.” “Acredito que entre os inúmeros erros de Hitler (...) foi nunca ter visitado os Estados Unidos. Tivesse conhecido o quanto o povo americano é hospitaleiro e jovial (...) certamente nenhuma atividade teria tomado contra a terra da liberdade.”  Tecnologia e globalização: “Acredita-se mesmo que nenhum ponto do planeta distará do outro mais do que seis dias de viagem; nenhuma comunicação levará mais do que uma fração de minuto.” “Devo mesmo dizer, de passagem, que já se planeja viagem de Nova York ao Rio creio que em 18 ou 24 horas, tempo que não há muitos anos era requerido para uma viagem do Recife a Natal.” BR BRASIL ROTÁRIO 63


Relax Problema nosso

O sujeito chega em casa preocupado e vai desabafar com a esposa: – Tenho um problema no trabalho. – Então senta aqui e me conta – diz ela, compreensiva – E não diga “Eu tenho um problema”, porque os seus problemas são meus também, lembra? – Está certo, está certo – ele sorri – Nós temos um problema no trabalho: a nossa secretária vai ter um filho nosso... Colaboração de Roberto Martins, associado do RC de São Vicente-Antônio Emmerich, SP (D. 4420).

Menino generoso

Passeando no parque, um garoto pede dinheiro à mãe para dar a um velhinho. – Que coisa bonita! – reage a mãe, sensibilizada com o gesto do filho – Mas para qual velhinho você vai dar o dinheirinho, meu anjo? – Para aquele ali, que está gritando “Olha a pipoca quentinha!”

Um anjo

Dois amigos se encontram depois de muitos anos: – E aí, Fagundes? Já se casou? – Casei! E minha mulher é um anjo! – Cara sortudo é você! A minha ainda está viva!

O primeiro romântico

Adão e Eva passeiam pelo paraíso. – Você me ama? – ela pergunta. – E eu lá tenho escolha! Colaborações do EGD Hertz Uderman, associado do RC do Rio de Janeiro-Méier, RJ (D. 4570).

Marido prendado

Ao ver a mulher toda enrolada com as tarefas domésticas, o sujeito resolve ajudar colocando suas próprias roupas para lavar. – Amor? Que programa de lavagem eu devo usar na máquina? – ele grita da área de serviço. – Isso depende da roupa – ela explica – O que está escrito na camiseta? – “Eu amo Floripa”! Colaboração de Marcos Buim, do RC de São Caetano do SulOlímpico, SP (D. 4420).

64 MARÇO DE 2010

Rodrigo

Aquecimento global

_ Meu filho, um dia tudo isso será seu.




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