DUAS
S A V I S EXCLU : O S E P E D
E N Ó Ñ I P NÉLIDA S A M A L A OS PAR O S S E C U S DO IS!
A E MUITO M
Nº 101 | Março | Ano 09 | www.revistabrazilcomz.com | Revista Grátis
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MADRI
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STAFF DIRETORA Renata Barbalho director@revistabrazilcomz.com
101março SUMÁRIO
EDIÇÃO, REDAÇÃO E REVISÃO Fernanda Sampaio Carneiro editor@revistabrazilcomz.com FOTOGRAFIA Fernanda Sampaio Carneiro
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DESIGNER GRÁFICO Luana Priuli designer@revistabrazilcomz.com ATENÇÃO AO CLIENTE sac@revistabrazilcomz.com
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COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Gerson de Almeida, Aurélio Schommer, Mônica Barbosa, Mirian Dutra, Alfredo da Matta, Mayra Mendes, Samuel Couto, Alana Freitas, “Cámara de Comercio Brasil- España”, Luana Priuli, Bruna Cavalcanti, Amarildo Lima e Mac Gayver Castro. DEPARTAMENTO COMERCIAL DE MADRI madrid@revistabrazilcomz.com CONTATO DA REDAÇÃO revisor@revistabrazilcomz.com
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OPINIÃO DO LEITOR NOSSA CAPA: OS PARALAMAS DO SUCESSO NOSSA CAPA: NÉLIDA PIÑÓN OSCARS 2016 PLUMAS E PAETÊS, COM MARCELO MORAES EM VERDE E AMARELO, COM WELTON MANZANO GRAFFITI, COM RICARDO CHIARADIA A NOSSA VOZ, COM MÁRCIO ANGELO EVENTO: “JAPAN WEENKEND” EM MADRI CRONISTA CONVIDADO: AURÉLIO SCHOMMER ENTRETELAS, COM ALANA FREITAS CONHECER A ESPANHA: A ÚLTIMA MORADA DO DITADOR BRINQUEDOS TECNOLÓGICOS NOVA COLABORADORA: MIRIAN SCHMIDT GASTRONOMIA: “MERCADO DE SAN MIGUEL” (MADRI) NOVO COLABORADOR: KLEDIR RAMIL
A Revista BrazilcomZ não se responsabiliza pelas opiniões, posições religiosas e/ou políticas dos nossos colaboradores e anunciantes. Reservamos o direito de admissão de anúncios. A Revista BrazilcomZ não se responsabliza pelo cancelamento de eventos e shows na “Agenda Cultural” ou qualquer outra seção, bem como falsas informações de anunciantes e colaboradores. Todas as nossas publicações não podem ser utilizadas para fins comerciais, nem reproduzidas parcial ou integralmente sem prévia autorização por escrito da direção. Tiragem: 15.000 exemplares Depósito legal: M- 13588- 2009 ISSN 2341- 3026
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CARTAS 101 março Renata Barbalho
Fernanda Sampaio
CARTA DA
DIRETORA
Olá, amigos e amigas! A nossa última edição nº 100 (fevereiro) chegou carregada de polêmica pela entrevista exclusiva com a jornalista Mirian Dutra, uma avalanche no Brasil. A BrazilcomZ foi citada em todos os meios de comunicação pelo furo jornalístico e desdobramentos, foi a edição mais lida de todos os tempos! Nessa edição, igualmente importante, além das super exclusivas da nossa capa, contamos com a colaboração de Mirian Dutra, de um ilustre cronista convidado, Aurélio Schommer, entrevistamos brasileiros que estão fazendo a diferença na Espanha, como Welton Manzano, Ricardo Chiaradia, Márcio Angelo, Marcelo Moraes e o grupo Gafieira Miúda, além de reportagens interessantíssimas e a cobertura dos eventos mais importantes do mês. Aproveito para agradecer a todos que nos enviaram mensagens nos felicitando pela última edição. Um abraço a todos!
CARTA DA
EDITORA
Quando imagino as pautas para a BrazilcomZ, é inevitável pensar imediatamente em quem mais admiro. Para essa edição nº 101, perguntei- me: “Quem é a maior escritora do Brasil? e “Qual é a minha banda preferida do Brasil?”. As respostas estão na nossa capa desse mês: Nélida Piñón e Os Paralamas do Sucesso! É com imenso orgulho e emoção que trago para os nossos leitores a maior literata contemporânea do nosso país e a banda que é paixão nacional desde os anos 80. Agradeço à Nélida e aos Paralamas (na voz de Barone), pela generosidade com a BrazilcomZ. São igualmente importantes os imigrantes brasileiros na Espanha que nos deram seus depoimentos, cito especialmente, Márcio Angelo, sua história emocionoume bastante. As matérias sobre as novas tecnologias em brinquedos e o “cosplay” foram muito divertidas. Espero que divirtam- se e emocionemse como eu. Bem- vindos à BrazilcomZ de março! 5
OPINIÃO DO
LEITOR
Veja o que os nossos leitores acharam da nossa edição de fevereiro com a capa: “Mirian Dutra quebra o silêncio depois de 30 anos”. Mônica Rodrigues (Nova Iguaçú- RJ):
“Parabéns pelo belo trabalho jornalístico, a BrazilcomZ deu um olé na imprensa brasileira. Essa entrevista é comparável a que Pedro Collor deu à Veja, quando ela fazia jornalismo. Naquela época a República dos Marajás caiu.Vamos ver agora, muitos interesses da Era FHC ficaram expostos. Só faltaria agora o Ministério Público se mexer um pouquinho...”
Adriana Rivas (Madri- Espanha):
“Parabéns, Fernanda! Vivo em Madri há três anos e me alegro muito de que a revista tenha passado por esta importante transformação de conteúdo e de design. Aproveito para parabenizar também a designer Luana, que brilhantemente fez a ponte entre os seus textos e os leitores, dando um suporte gráfico funcional, elegante e atraente.”
Will Braga (Madri- Espanha):
“Ficou show a revista. Impressionado com a melhora na qualidade de conteúdo e o novo projeto gráfico! Parabéns a todos os envolvidos. Não quero desmerecer o período anterior, mas agora a revista ganhou um ar bem mais profissional.”
Ísis Moraes (Feira de Santana, Bahia):
“Fernanda, jornalismo é para quem não tem medo de caminhar entre serpentes. O mais importante é não ceder às pressões, mas sem se deixar engolir ou abater; nem abrir mão, nem por por um milésimo de segundo, de seu senso ético. A sujeira estará ao redor, mas você permanecerá limpa. E como sei que que você não tem medo de serpentes, vai tirar de letra! Como eu disse, você fez um excelente trabalho. Conseguiu o que poucos jornalistas conseguem: um depoimento e tanto! O bom jornalismo - reto, limpo e comprometido com a ética -agradece pela grande profissional que está ganhando!”
Sheyla Barcellos (Santa Catarina):
“O DNA foi claramente manipulado! O mérito foi ter encarado a maternidade e ter feito um excelente trabalho com seus filhos apesar de todas as adversidades... Escolher o exílio também foi ato de abdicação para preservar suas crianças!”
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Quer ver a sua opinião, sugestão ou reclamação publicada aqui? Escreva para: editor@revistabrazilcomz.com
Errata, edição nº100 Raiana Mercês abandonou uma disciplina e não a totalidade do curso.
ONDE CANTA O SABIÁ
A repercussão da nossa entrevista com a ex- jornalista da Globo, Mirian Dutra, ecoou em todo o Brasil nos pequenos e grandes meios de comunicação, em rádios, televisões, portais políticos e imprensa escrita. E teve desdobramentos: uma segunda entrevista da jornalista ao jornal “Folha de São Paulo”, acabou em processo contra o ex- presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que será investigado por supostos envios irregulares de dinheiro ao exterior através de um contrato falso com a empresa Brasif. O presidente desmentiu, mas admite que tem contas no exterior e que presenteou o filho com um apartamento.
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AGENDA CULTURAL
ROCK IN RIO LISBOA 2016 O tradicional festival de música acontecerá entre os dias de 19 a 29 de maio em Lisboa, com as presenças de Bruce Springsteen, Queen, Fergie, Maroon 5, Ariana Grande, Ivete Sangalo, Avicii, Gabriel O Pensador, e muito mais. Entradas: 69 euros Acesse: www.rockinriolisboa.sapo.pt
RED BULL X-FIGHTERS / FREESTYLE MOTOCROSS INTERNACIONAL Os melhores pilotos do mundo na modalidade de saltos acrobáticos com moto estarão em Madri no dia 24 de junho, às 21:30h na “Plaza de toros de Las Ventas”. Entradas: a partir de 38,50 euros.
CAETANO VELOSO E GILBERTO GIL EM BARCELONA O show da consagrada dupla brasileira acontecerá no dia 2 de maio no “Palau de la Música Catalana”. Entradas: de 38 a 146 euros. Acesse: www.palaumusica.cat
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OS PARALAMAS DO SUCESSO
NOSSA CAPA
“Ainda temos a mesma vontade de tocar desde o início da banda, enquanto essa mágica acontecer, estaremos tocando…” (Barone) foto: Maurício Valladares
Por: Fernanda Sampaio Carneiro
A banda de rock brasileira “Os Paralamas do Sucesso” dispensa apresentações. Composta pelo vocalista, guitarrista e compositor Herbert Vianna João Pessoa, 04/05/1961), o baixista e compositor Bi Ribeiro (Brasília, 30/03/1961) e o baterista Barone ( Rio de Janeiro, 05/08/1962), considerado um dos melhores do Brasil, a banda faz sucesso desde a década de 80 com uma mistura de ritmos e composições que nos fazem pensar e sentir. A representação tão verdadeira dos sentimentos através da música, chamada “mimesis” (termo da filosofia), pode ser uma das chaves para o êxito perene da banda. Veja a entrevista exclusiva para a BrazilcomZ, que foi respondida pelo baterista Barone. 9
“Você diz não saber O que houve de errado E o meu erro foi crer Que estar ao seu lado Bastaria” (Meu erro) “Atravesso a noite com um verso Que não se resolve Na outra mão as flores como se Flores bastassem Eu espero... E espero...” (A palavra certa) “E acreditar, e acreditar Mesmo sem ver as provas De cada corte corre sangue E a vida se renova Você sabe o que eu já fiz E do que eu fui capaz Mas fica tudo entre nós” ( A outra rota) “A novidade era o máximo Um paradoxo estendido na areia Alguns a desejar seus beijos de deusa Outros a desejar seu rabo pra ceia O mundo tão desigual Tudo é tão desigual” (A novidade) “E são tantas marcas Que já fazem parte Do que eu sou agora Mas ainda sei me virar” (Lanterna dos afogados)
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“Assaltaram a gramática Assassinaram a lógica Meteram poesia, na bagunça do dia-a-dia Sequestraram a fonética Violentaram a métrica” (Assaltaram a gramática) “Só quero saber do que pode dar certo Não tenho tempo a perder.” (Go back) “No beco escuro explode a violência Eu tava acordado Ruínas de igrejas, seitas sem nome Paixão, insônia, doença Liberdade vigiada” (O beco) “Quais são as cores e as coisas Pra te prender? Eu tive um sonho ruim e acordei chorando Por isso eu te liguei Será que você ainda pensa em mim? Será que você ainda pensa?” (Quase um segundo) “Alagados, Trenchtown, Favela da Maré A esperança não vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê” (Alagados)
foto: Maurício Valladares
A banda já tem 33 anos de carreira. Depois de tanto tempo, com tantas experiências, o que os continua motivando?
querida, nos fez valorizar muito mais tudo o que vocês fizeram. A banda voltou mais forte. Vocês também sentiram dessa forma?
Barone– Ainda temos a mesma von-
Barone– Sim, foi um renascimento
tade de tocar desde o início da banda, enquanto essa mágica acontecer, estaremos tocando…
Pirataria é mais questão de falta de educação, que falta de dinheiro. Muitos artistas parecem conformados e até cedem as músicas, usam a internet como meio para promover as canções e concentram- se nos shows. Como “Os Paralamas do Sucesso” lida com a pirataria? Barone– Isso era um problema ine-
rente ao modelo econômico que não existe mais, implantado pelas grandes gravadoras, sobraram poucas, sobraram poucos artistas com vendas expressivas no formato físico, o cd, vinil nem conta, é uma onda que encontrou um micro público. O que existe agora é a busca pelos direitos de sua obra, uma contrapartida razoável de quem cria e oferece seu trabalho mercado consumidor, estamos vendo esse mapa mudar de desenho bem rapidamente, chegamos no streaming, que pode equilibrar mais essa balança entre quem faz música e quem faz uso dela em qualquer instância. Ainda pagam mal quem produz e oferece o que vender.
Não sei se é desagradável falar sobre o assunto ou se já foi superado . O fato é que o acidente do Herbert marcou para todo mundo. Sentindo aquela situação como fã foi muito duro, foi como levar uma chacoalhada pensar que a banda poderia acabar. Ver o renascimento, literalmente, do vocalista da nossa banda tão
mesmo, se a gente se realizava e gostava tanto do que fazíamos, depois de tudo isso reafirmamos nosso amor pelo que a gente faz.
João, você escreveu dois livros sobre a participação do Brasil na II Guerra Mundial, algo pouco conhecido e divulgado. Como surgiu a ideia dos livros? Barone– Foi uma coisa bem oportu-
nista, aproveitar minha janela com a banda para chamar atenção sobre um assunto que eu me interessava muito e que acreditava merecer um reconhecimento maior do grande público de nosso país. É uma luta ingênua, mas meu segundo livro vendeu mais de 20 mil cópias e está na 4a edição fui muito mais longe do que havia imaginado. Também realizei 3 documentários sobre o tema, sendo o último bem recente, uma série baseada no meu 2o livro, 1942, está disponível no canal Philos, de arte e História, na tv à cabo… Vocês têm noção que se tornaram um clássico? Quando nenhum de nós mais estiver aqui, Os Paralamas continuarão tocando. Qual é a sensação de fazer parte da memória histórica de um país?
Não temos essa arrogância de nos reconhecer como uma entidade, ou coisa parecida, estamos sim muito felizes de continuar na estrada depois desse tempo todo. O reconhecimento do público certamente nos realimenta, nos shows, quando lançamos um trabalho novo, mas não
temos nosso público guardado num armário. Continuamos na luta. Os artistas que não se envolvem com as questões sociais são mais felizes? Provoca alguma espécie de frustração ou uma sensação de dever cumprido criticar o sistema através da arte? As letras dos anos 80 continuam atuais. Funciona ou não?
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Ser feliz é uma escolha, por mais que você se revolte e se indigne com as coisas que nos são impostas todos os dias quando acordamos.” (Barone)
Na hora de falar sobre isso na música, é preciso inspiração. Não existe esse compromisso assim panfletário da nossa parte. Música é arte e entretenimento, a forma de atingir o público é muito diversa, ampla. É um MMA sensorial, mas também pode embalar nossos amores e sonhos, nos por pra dormir sutilmente. Como diziam bem os Titãs, miséria é miséria em qualquer canto e, pelo visto, em qualquer tempo, pois estão fazendo valer as letras contundentes dos anos 80 até hoje. Será que a gente somos inútil tanto assim?
Qual dos Paralamas é o mais romântico? A banda tem baladas próprias e alheias pra gente “morrer de amor”. Dá pra morrer de (des)amor? Herbert é um fantástico compositor, um poeta. Que continue “seguindo estrelas” por muito tempo... O Herbert é o nosso Shakespeare de guitarra… 11
Qual foi a música que marcou o seu primeiro amor, você lembra, Barone? (risos) Eu tive uma paixão não correspondida ao som daquele hit dos Doobie Brothers, What a fool believes, acho que de 78, 79…
Viver sem privacidade é algo que dá para acostumar ou incomoda? Dá para ter uma vida reservada, apesar da fama? Barone– Isso é uma forma de como
você encara seu público, nunca subimos no salto alto. Ao menos é o tipo de assédio que nós recebemos, dos nossos fãs, que são diferentes de outros fãs de outros artistas e gêneros musicais ou artista da tv em evidência. Nós sabemos controlar isso numa boa. Não fomentamos um certo tipo de idolatria marqueteira.
Vocês lançaram um disco em espanhol que fez bastante sucesso na Argentina e outros países da América do Sul. E na Espanha, participaram de um festival de rock latino- americano em Madri, em novembro de 1986. Lembra desse festival? A entrada custou o equivalente a 3 euros (risos): “Una entrada para un día costará 500 pesetas, pero se podrá adquirir un bono de 1.000 pesetas, impersonal y transferible, valedero para el ciclo completo.” (El País, 15/11/1986)
bandas do país, junto com os Titãs e a inesquecível Legião Urbana. Como está o rock nacional hoje? A impressão que fica é que não surgiram bandas à altura da turma dos anos 80. Barone– O Bi costuma responder
essa pergunta assim: o rock está onde sempre esteve, depois que saiu da órbita oportunista do mercado. A diferença é que hoje em dia, o rock não vem mais até o público, o público é que tem que ir atrás dele. Mesmo bandas novas como Vespas Mandarinas ou o Suricato, estão ainda carentes de mais público para descobrir seus trabalhos. Antigamente, o problema era o filtro muito estreio para ganhar a mídia. Hoje o problema é que na internet tem tudo, um manancial gigante de talentos e bons trabalhos, mas é preciso garimpar..
O artista no Brasil pode criar hoje com liberdade? Entre os vigias “da moral e dos bons costumes” e as ideologias políticas misturadas com religião, qual o espaço que resta para a Arte?
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A arte e a música têm um espaço cada vez mais amplo e importante, as forças opressoras estão vindo com força, não pode haver um terreno melhor para a arte, para a contestação.”
Barone– Foi muito legal esse show,
(Barone)
Muitos prêmios nacionais e internacionais, muitas parcerias e shows, “Os Paralamas do sucesso” está entre as três melhores
Vocês têm algum projeto de disco novo? Quais são os planos dos “Paralamas”?
saímos consagrados…
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Barone– Se tudo correr bem, esse ano devemos lançar um trabalho inédito, estamos na pilha.
Não podemos deixar de recordar e homenagear Vital Dias (Maranhão, 05/03/1960 – Rio de Janeiro, 03/03/2015 ), o primeiro baterista da banda, falecido o ano passado e imortalizado na canção “Vital e sua moto”, música do disco “Cinema Mudo” (1983).
“Mas Vital comprou a moto e passou a se sentir total, sentir total Vital e sua moto, mas que união feliz Corria e viajava, era sensacional A vida em duas rodas era tudo que ele sempre quis”
NOSSA CAPA
NÉLIDA PIÑÓN:
A MAIOR ESCRITORA DO BRASIL DE TODOS OS TEMPOS Por: Fernanda Sampaio Carneiro
A escritora brasileira Nélida Piñón (Rio de Janeiro, 03/05/1937) construiu uma reconhecida e importante obra literária, foi a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a ABL no ano do seu centenário, recebeu o “Príncipe de Asturias” em 2005 na Espanha, entre muitos outros prêmios. Nessa entrevista exclusiva, a escritora nos deixa um rico testemunho sobre a sua carreira, o apreço pela Espanha e, principalmente, o amor pela literatura. Nélida Piñón entregou a sua vida ao fazer literário e nos brinda com esse verdadeiro presente, um deleite para quem aprecia a arte literária, leia. 13
(F.C.) – A senhora recorda quando a literatura entrou para a sua vida? “O Guia Mapa de Gabriel Arcanjo” foi publicado quando tinha apenas 24 anos. Como foi publicar o primeiro livro tão jovem? (N.P.) – Foi um ingresso precoce.
Cedo percebi que o mundo era narrável, isto é, eu fazia parte de uma aventura que consistia em contar histórias. Relatos que me enredavam e que adorava ouvir. E tanto que, quando eles me faltavam, por não haver alguém na casa que fosse porta voz destes relatos, eu mesma assumia, em voz alta, o protagonismo, oriundo da narrativa.
“
Mas a atração fundamental pela literatura deveu-se à crença dos livros lidos haverem sido escritos por pessoas que viveram as peripécias impressas no papel. Portanto a função de escritor provinha de uma experiência pessoal, e não passava pelo crivo da invenção. Era quase uma vivência mimética. O que me induzia a crer que se o livro copiava a vida , valia fugir de casa para ser compensada com as intensas emoções que cada página os livros registravam.”
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As sequências posteriores afloraram de forma sutil, mas persuasivas, quase insidiosas. A me aportarem a noção de que é impossível expulsar a literatura da vida de quem bebeu do seu mistério . Porque quando a literatura, em que grau seja, ingressa em seu coração, ela o faz pela porta da frente e não há como expulsá-la. A primeira versão do meu primeiro romance, “O Guia Mapa de Gabriel Arcanjo”, foi escrito quando eu tinha 17 anos. Aos poucos, em meio a múltiplas descobertas e devaneios, fui aprendendo a fazer alterações sem, contudo, dilapidar a sua essencialidade poética. Ao longo deste processo assumi enormes riscos até a publicação do mesmo. Paguei alto preço por minha originalidade, sujeita a um conservadorismo estético quando se tratava de uma jovem atrevida, independente, que surgia na cena sem proteção oficial ou de grupo. Em compensação, conquanto este livro me estigmatizou, ensinou-me a enfrentar o mundo literário com espírito indomável, sem medir as consequências práticas. Preparou-me para acatar o meu pendor literário, o que se originasse do meu epicentro criador. A este primeiro livro devo insubmissão, soberania, audácia estética.
(F.C.) – Como foi a experiência de presidir a ABL? Quase 30 anos depois de sua gestão, apenas uma outra escritora, Ana Maria Machado, assumiu a presidência da ABL. A Academia é machista ou as outras escritoras não interessaram- se pelo cargo? As circunstâncias apontaram-me para vir a ser a primeira presidente mulher da ABL, justo no ano do I Centenário. Um cargo muito desejado naquele momento histórico. Convém dizer que não me habilitei à posição, fui alentada por muitos acadêmicos a assumir a presidência justo no ano
áureo. Em especial porque, ao ter exercido a presidência interinamente ao longo de seis meses, antes das eleições, dera provas inequívocas de estar apta a responder a aquele desafio. Assim fui eleita por unanimidade, com exceção de um voto. Ao longo do meu mandato recebi provas contínuas de confiança da parte dos acadêmicos. Agiram de modo que eu exercesse com plenitude a presidência com plenitude. Jamais questionaram decisões administrativas, ou referentes aos festejos do I Centenário. Deram-me seguidas provas de confiança em meu mandato. Foi um período de grande atividade cultural e intelectual, no qual imprimi inovações , enquanto abria a Academia Brasileira de Letras ao público E sob um regime pacífico, sem turbulências políticas ou acadêmicas. Ao final do meu mandato, conquanto desejassem todos que eu pleiteasse outro período, recusei esta possibilidade e me retirei para casa a pretexto de “ limar minha alma”.
(F.C.) – Na minha opinião (e de muitos), Nélida Piñón é a maior e melhor escritora do Brasil. A senhora atingiu um nível de perfeição artística muito difícil de alcançar. Conquistou um lugar na literatura brasileira e universal destinado a poucos. Explica, se possível, como conseguiu tal “mágica”, essa espécie de feitiço das “meigas galegas”? (risos) Grata pelas palavras laudatórias. Elas me comovem e dão alento. Sobretudo quando se vive, na condição de brasileiros periféricos, à margem do grande sistema internacional, alijados do contexto universal. Um fato estético sem dúvida lastimável para um país que contou, ao longo de sua história
literária, com um autor como Machado de Assis, cuja grandeza se ombreia a Flaubert e Sthendal. Só posso lhe dizer que devotei minha vida à criação literária. Soube, desde cedo, que para cumprir o ofício de escritora havia que se devotar exemplarmente à escritura e à vida ao mesmo tempo. E afugentar simultaneamente a vaidade, o orgulho, a noção fatídica de estar na iminência de atingir um nível que dispensaria contínuo e rigoroso adestramento.
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Até hoje sou uma aprendiz, discípula de mim mesma, e de quem esteja na minha cercania. O mundo de Homero é meu mestre. Ouço interruptamente os que me precederam, escritores provindos de todos os séculos. Até há pouco tinha o hábito de falar em voz alta, para mim mesma, enérgica e docemente: como você é incompetente, Nélida. Parece que acreditei piamente no peso cruel desta frase.”
(F.C.) – A senhora afirmou em uma entrevista para a Rio TV Câmara (2012), que “nem todo mundo pode ser escritor”, coisa que estou completamente de acordo. O que a senhora acha desse “fenônemo” recente do Brasil de existir mais escritores que leitores? O sonho ou oportunismo estão vencendo o bom senso e a qualidade artística?
Acredito que a literatura, o livro, a língua, o bom gosto literário, a estética aperfeiçoada, são patrimônio coletivo. Nenhuma página desvincula-se da humanidade, do que é dos nossos dias e do que se origina do passado. Somos todos assim donos da literatura brasileira, do que a língua diz e comporta. Não significa, porém, que somos todos escritores, ou capazes de virmos a ser grandes criadores. É a justiça narrativa que proclama esta verdade. Como nem todos serão grandes pintores, compositores, estadistas. O mundo está cheio de seres sensíveis que tenta-
ram a sorte no campo da arte e se deram conta afinal de que não lhes pertencia esta ingente tarefa. Um fato que talvez gere terrível frustração, mas que requer superação. Mesmo porque para atingir elevado patamar criativo, requer mais que dominar a língua e seus recursos. Exige trabalho árduo, imaginação sem fim e renovável, a sensibilidade de carregar nas costas a arqueologia do mundo, a percepção de ingressar na alma alheia como quem abre a porta da própria casa e nada lhe parece estranho. São milhares de requisitos que nos devem acompanhar
(foto: Cristina Isidoro) 15
desde o primeiro dia até a sepultura. Não estou, pois, autorizada a julgar meus companheiros de ofício cujo empenho em criar e sobreviver julgo admirável. Deles sairão, sem dúvida, aqueles escritores de que estamos todos carentes.
(F.C.) – O seu último livro de contos “A camisa do marido”, recebeu excelentes críticas no mundo todo. Existe algum projeto em andamento, o que a senhora está escrevendo agora? O livro A Camisa do Marido encontrou um público sensível, que aplaudiu suas páginas. Agora estou entregando ao meu editor Carlos Andreazza, da Record, meu novo livro, FILHOS DA AMÉRICA, ensaios, cujo primeiro trabalho, de longa extensão, intitula-se : Heródoto e a Escriba Nélida. Já tenho praticamente pronto um outro livro, de aforismos.
(F.C.) – A senhora acha que o brasileiro lê pouco? A literatura no Brasil ainda é para uma minoria?
“
O brasileiro não foi credenciado a receber um mínimo de fundamento educacional. A escola, ao alcance do povo, é precária, mal lhe permite assumir a própria cidadania. Portanto o livro, que é a verdadeira carta de alforria de um povo, é uma abstração para o brasileiro.”
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Por outro lado, a chamada elite ilustrada, também não lê. É frívola e respira subordinada aos padrões internacionais. Regida pela estética do entretenimento, da viagens ao estrangeiro, seu sonho não é descobrir a intensidade da arte ou da literatura, mas ter em seus cofres uma bolsa Hermès. Para eles, o que não é pautado por Nova York, não existe . É, pois, um milagre que tenhamos grandes escritores, que sejamos presididos pelo gênio de Machado de Assis.
(F.C.) – “A casa da paixão” é considerada a sua maior obra por muitos críticos. Qual o limite do desejo? Existe limite? Como uma obra tão transgressora foi recebida na sociedade brasileira (aparentemente) tão conservadora? A minha ilusão é que eu tenha outros títulos dignos de igual apreço. Neste meu repertório, leitores e críticos destacam o romance A República dos Sonhos, que mereceu agora da editora Record, com profundo ensaio de Alberto Mussa, uma edição especial por conta de seus trinta anos de publicação. De todos os modos , A Casa da Paixão foi considerada uma obra audaciosa, tida por muitos como o texto mais erótico da literatura lusa, segundo insistiu o crítico português Almeida Faria. O romance gravita em torno da epifania do desejo. Um desejo soberano que quase prescinde do corpo alheio para imergir na glória do próprio corpo. A personagem Marta leva-nos a crer que qualquer alteração que se efetue no corpo, território primacial, modifica o pensamento. O livro surgiu em plena ditadura militar, e até hoje, assim penso eu, não mereceu a atenção que teria suscitado caso fosse publicado em nossos dias.
(F.C.) – A sua relação com a Espanha parece ser muito especial,
já que é familiar, íntima, muitas vezes refletida na sua obra. Como é viver entre essas duas culturas, a espanhola e a brasileira? Espanha é fundacional, matriz também do meu coração. Não me vejo sem o Brasil e sem Espanha, não separo ambos países. Desde cedo eu fundi as duas culturas sem gerar eventuais conflitos. Esta absorção psíquica enriqueceu minha imaginação, levou-me a abandonar a paróquia para melhor entender os ditames universais . A partir, pois, da travessia atlântica que fiz aos 10 anos, saindo do Rio para Vigo, descobri uma nova Nélida. Constatei que após esta peregrinação imaginária nunca mais seria a mesma, tornara-me alguém capaz de ocupar os espaços civilizatórios, até então inexpugnáveis, sem perder por isso os sinais básicos de minha identidade. Desde então senti-me herdeira de uma multiplicidade de culturas que me permitiram frequentar o passado com a convicção de nada ser mais contemporâneo do que a tradição engendrada pelos sonhos humanos.
(F.C.) – Em 2005, a Espanha a escolheu frente a nomes como Paul Auster, Philip Roth e Amos Oz para receber o prêmio mais importante do país, o “Princípe de Asturias” (agora “Princesa de Asturias”). Infelizmente, a literatura brasileira ainda não é muito conhecida no país de Cervantes, muito longe de ser popular. A senhora pode nos dar algum motivo e uma chave para tentar reverter essa situação? O Prêmio Principe de Asturias que me foi outorgado em 2005 constitui ainda hoje uma honra que enaltece a minha pessoa e a literatura brasileira. Reparti esta distinção entre os meus compatriotas. Mas reconheço que
a literatura brasileira vive em uma espécie de degredo , a despeito do esforço de alguns dos nossos escritores. Não chegamos ao fulcro do poder literário. É visível a marginalidade que nos penaliza. Há várias razões, históricas e estruturais. Exemplo inquietante é que nunca houve no Brasil, entre os escritores, contrário ao mundo hispânico, a vocação do exílio voluntário, de tentar a sorte na Europa. Nunca fizemos parte da corte europeia, não circulamos entre os mentores da cultura do continente que teriam então podido lançar um olhar inquisidor, ou quem sabe misericordioso, ao Brasil criativo.
(F.C.) – Como seria a vida se não existisse a literatura?
“
Como imaginar a existência sem o registro ostensivo e sistemático dos sentimentos humanos, da trajetória das civilizações, dos mistérios que a criação poética enseja? Uma vida a secas, desértica, sem o desvario do verbo, sem a transcendência do que está além do nosso alcance. Como despertar e cair no mutismo que avilta a nossa inteligência? Como pensar que filho nosso não herdará o que a pena fulgurante de algum futuro Cervantes há de engendrar para nos libertar do peso da existência?”
Nélida atendeu- me mesmo estando em repouso por recomendação médica. De uma amabilidade e humildade ímpares, que só as grandes estrelas costumam possuir (normalmente), Nélida demonstrou preocupação em “atender às minhas expectativas”, ou seja: a maior escritora do Brasil é livre de qualquer arrogância, fato também refletido no seu texto nessa entrevista. Meu agradecimento e reverência a essa grande dama das letras brasileiras pela aula magistral de literatura e de vida, coisas indissociáveis. Através da Nélida, também quero homenagear e reivindicar um espaço de honra para a Literatura, essa grande arte transformadora, fundamental e tão carente, ainda, no nosso país. 17
FIM DO PROGRAMA DO JÔ NA TV GLOBO A Globo enviou um comunicado confirmando o fim do talk show de Jô Soares. Veja: Desde 2015, ficou combinado com Jô Soares que o ‘Programa do Jô’ ficaria no ar até dezembro de 2016. Neste ano, o programa celebra 16 anos na Globo e, por essas e outras, será de comemorações pela despedida de alguém tão especial para a historia da televisão brasileira. “Este foi um acerto dos dois lados, feito na nossa última renovação de contrato. Farei esta última temporada com muito carinho e prestando homenagens a alguns convidados”, diz Jô. O Programa do Jô estreou em 2000 e fez companhia aos fãs pelos últimos 15 anos. Nas madrugadas, o apresentador Jô Soares entrevistou convidados inesquecíveis. Pelo sofá do programa passaram presidentes, humoristas, atores nacionais e internacionais e grandes nomes da música. Lamentamos o fim de um dos melhores programas da televisão brasileira. Jô Soares (78), sem dúvida, é um dos maiores talentos do Brasil.
Clima de despedida. (Foto: Carol Caminha/Gshow)
CELEBRIDADES
GABRIEL, O PENSADOR E FALAMANSA CRIAM MÚSICA PARA AJUDAR AFETADOS PELA TRAGÉDIA DE MARIANA Cada vez que você assistir no Youtube a música “Cacimba de mágoa”, cantada por Gabriel, o Pensador e o grupo Falamansa vai estar contribuindo para ajudar as pessoas afetadas pela tragédia do rompimento da barragem de Mariana. Entre no site do Falamansa e assista o clipe em homenagem aos afetados com a participação de várias celebridades: www. falamansa.com.br
Com mais de 30 anos na estrada, os Titãs estão com uma turnê pelo Brasil com um super show (em maio, nos Estados Unidos) chamado “Nheengatu ao Vivo”, um dos melhores discos da carreira do grupo. “Quem vive, sobrevive”, é um dos versos da música “Cadáver sobre cadáver”, que critica a dificuldade de se enfrentar os dias atuais, seja quem e como for. “República das bananas” e “Fardado”, são algumas das faixas. Os Titãs parecem que voltaram aos 80 (ou foi o Brasil?), tanto nas músicas quanto nas letras, um som mais pesado e letras ácidas. A estética do show está muito chamativa, os rapazes usam máscaras, que parecem tribais (leia o título do disco), mas lembram também máscaras de palhaço. “Cansei da fome, do crack, da miséria e da cachaça, sou mensageiro da desgraça” (“Mensageiro da desgraça”). Ouça o disco e preste atenção nas letras, vale a pena, os Titãs estão melhores do que nunca! 18
(Foto: Silmara Ciuffa)
OS TITÃS E O FANTÁSTICO “NHEENGATU AO VIVO”
OSCAR 2016
E O OSCAR 2016 DE MELHOR ATOR VAI PARA...
...LEONARDO DI CAPRIO! A frase mais esperada do espetáculo de entrega dos Oscars 2016 foi essa. O ator americano recebeu, finalmente, o seu merecido prêmio depois de seis indicações pelo papel em “O regresso”, que também levou o Oscar pela melhor direção do mexicano Alejandro González Iñárritu. A história de um personagem real, Di Caprio interpretou Hugh Glass, que sobreviveu a um ataque de urso e tenta vingar a morte do filho. O filme é ambientado no inóspito e gelado oeste americano.
Leonardo Di Caprio manteve a calma (aparentemente) em seu discurso de agradecimento e não foi interrompido como outros convidados, que se falavam demais, eram “avisados” com música alta. Agradeceu aos familiares e amigos, a Tom Hardy (ator coadjuvante em “O regresso”), a todos os que concorreram ao prêmio com ele e falou sobre a mudança climática, deu bronca nos poderosos do mundo, avisou que tiveram dificuldades para encontrar neve, que o problema é real. O ator é ativista, luta pelas causas ambientais. Bravo, Leo! • O ator negro Chris Rock foi o mestre da cerimônia e pautou seu discurso na igualdade racial, ao mesmo tempo que soltava uma piada machista. O comediante não foi engraçado, sua atuação deixou a desejar. • Mad Max levou seis prêmios, todos pela parte técnica. • Silvester Stallone não levou o prêmio de melhor coadjuvante, este foi para Mark Rylance. • No Brasil, a protagonista foi a atriz Glória Pires, comentarista dos Oscars, que mostrou pouca profundidade e falta de vontade ao comentar sobre os filmes, foi “trending topic” no Twitter e virou meme. • A melhor atriz principal foi Brie Larson por “O quarto”. • Memorável a atuação de Lady Gaga que cantou a música do documental “The Hunting Ground”, sobre a violação de universitárias. • O melhor filme foi “Spotlight”, uma interessante história real de jornalistas do “Boston Globe”, que investigaram e denunciaram a pederastia na igreja católica nos Estados Unidos. O jornal ganhou o Prêmio Pulitzer em 2003 por causa dessa reportagem.
O Melhor filme do Oscar 2016.
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PLUMAS E PAETÊS
TUDO PELA DANÇA E ALEGRIA: A ESTRELA
MARCELO MORAES!
Por: Fernanda Sampaio Carneiro
A história de amor incondicional de Marcelo Moraes pela dança começou ainda menino, no entanto, filho de militar (muito conservador), teve que adiar o sonho até os 24 anos. Foi na cidade Salvador, terra onde chegou aos três anos com a família, que surgiu a paixão pela dança. Acompanhe a curiosa história desse imigrante brasileiro há 12 anos na Espanha (Ayamonte – Huelva), que contagia a todos com seu brilho, bom humor e alegria. 20
Marcelo Luiz Magalhães Moraes (Rio de Janeiro, 07/05/1968) perdeu a mãe, dona Vandira Magalhães, quando tinha apenas 7 anos. O pai, o militar Ailton Moraes casou- se um ano depois com a dona Marinalva Santos, que cuidou de Marcelo e dos seus três irmãos como se fossem seus próprios filhos. O casal teve outras quatro crianças. E foi nesse ambiente animado que Marcelo cresceu. O menino dançava em frente à TV e sempre deixava o chão arranhado. Dona “Nalva” não entendia o porquê do assoalho da sala estar sempre riscado no mesmo lugar.
“
Eu sou da época da buzina e da discoteca do Chacrinha. Minha família ia para a praia e eu ficava em casa, fazendo o quê?! DANÇANDO! Isso mesmo, dançando com as chacretes. Vestia um collant de minha irmã e um salto alto de minha mãe e passava a tarde dançando como as chacretes, e assim, imagine o chão da sala…O estilo de dança Stiletto de meninos dançando com salto alto, eu já fazia há 40 anos (com 7 aninhos).” (Marcelo Moraes)
Marcelo saiu de casa aos 18 anos. De Salvador foi para Feira de Santana e aos 24 já era independente. Formou- se em Eletrônica na tradicional Escola Técnica Áureo de Oliveira Filho e especializou- se na área de Telecomunicações. Foi uma carreira de sucesso. Nessa época apaixonouse pelo jazz na academia onde fazia ginástica aeróbica. Seu primeiro professor: Marco Caribé, da Academia EARTE, também seu maior amigo, “como um pai para mim”. Mas o jazz não era o seu estilo de dança, “Eu era ruim, mas ruim mesmo! Eu era péssimo, mais duro que o quiabo que vem premiado no caruru!”.
“
Mas ele amava a dança e não desistiu: “a dança me odiavaaa, e como toda história de amor, a fera se torna bela, o pato se torna cisne…”. Passaramse anos até transformar seu corpo e, na cidade que ele considera a sua de coração, Feira de Santana, conseguiu ser reconhecido como dançarino. Sua segunda escola foi a “Salvador Jazz Karla Landim”, trabalhava durante o dia, e de noite, viajava para Salvador (200 km ida e volta) todos os dias, para fazer as aulas durante três anos. O sucesso de Marcelo foi conseguido com muito esforço e determinação: “A dança para mim era um eterno começar e vencer barreiras, um homem já ‘velho’ para a dança. Então decidi deixar de trabalhar para os outros e realizar meu sonho, abrir minha própria escola de dança na minha cidade, já tinha muitos anos de dança, era conhecido e tinha uma boa indenização. Decidi parar com a área de Telecomunicações e resolvi estudar dança na faculdade de Lisboa, trabalhar em Portugal.” A sua viagem para Portugal estava prevista para junho de 2004, mas em dezembro de 2003, recebeu uma ligação da Espanha: um bailarino brasileiro havia sido deportado no aeroporto e estavam desesperados atrás de um bailarino substituto.
Todas minhas fantasias para meu show brasileiro aqui sempre encomendo a um grande amigo no Brasil, o carnavalesco José Correia, que nesse ano me disse que se eu quisesse já tinha separado para mim um posto de destaque no carro abre- alas da Escola de Samba Acadêmicos de Tucuruvi em Sao Paulo. Foi uma das experiencias mais incriveis da minha vida.”
“
Eu sou a pessoa mais feliz desse mundo! Cheguei super longe no meu sonho. Quem sabe daqui a pouco sou a nova Globeleza!”
E pelo acaso do destino, Marcelo Moraes deixou sua vida estável no Brasil e arriscou: já está há 12 anos brilhando na Espanha! Marcelo continua dançando hoje, aos 48 anos, além de administrar uma empresa de espetáculos que leva shows com 150 artistas para quarenta hotéis. E os desafios não param: 21
EM VERDE E AMARELO
Welton Mansano no “Parque del Retiro” (Foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
Por: Fernanda Sampaio Carneiro
Welton Mansano,
A UNIGRAN NET MADRI E UMA HISTÓRIA DE AMOR A Unigran Net é uma universidade brasileira privada, com sede no Mato Grosso do Sul, que também possui uma plataforma de ensino à distância internacional. O representante na Espanha é o jovem brasileiro Welton Mansano (Cornélio Procópio, 29/12/1991). O coordenador em Madri vem fazendo um trabalho de excelência na divulgação da instituição. O escritório na capital madrilenha fica situado no Paseo de la Habana, 11- 13. Apresentamos Welton, pessoa batalhadora e encantadora, que nos falou sobre a unigran e a sua vida privada e familiar. 22
A família de Welton imigrou para Lisboa quando ele tinha apenas 12 anos. O paranaense cresceu na capital portuguesa, e há um ano, cruzou a ponte para coordenar a Unigran Net em Madri, uma opção excelente para os expatriados brasileiros na Espanha ingressarem no ensino superior sem ter que abrir mão do nosso idioma materno. O jovem faz a gestão do polo, atende e dá apoio presencial aos estudantes e também exerce funções de captação e marketing. Welton Mansano (Foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
A religião tem uma importância fundamental na vida de Welton, ele é “presbítero” da igreja Assembleia de Deus. Diz que “desde pequeno, mais ou menos, aos seis anos, foi uma coisa que eu queria, foi um desejo meu.” Não houve influência dos seus pais, ele foi o primeiro da família. Ele considera que essa necessidade religiosa uma espécie de chamado, uma vocação natural, “já nasci para isso”. Welton está a um passo de tornar- se pastor, no entanto, as suas funções de presbítero já o permitem realizar batizados e casamentos.
Foi na igreja em Lisboa, que Welton conheceu Jéssica Melo, com quem contraiu bodas no Brasil no dia 16 de janeiro. O casamento foi realizado em Goiânia, terra natal da noiva. Uma curiosidade: Welton, um romântico, levou toda a família para um passeio à capital do amor, Paris, e na Torre Eiffel fez o pedido de casamento à Jéssica. A noiva foi totalmente surpreendida, mas “vingou-se”. Como? Jéssica surpreendeu o noivo no dia do casamento: ela entrou primeiro que ele e o esperou no altar! Sem dúvida, inovou. E por quê não?! Jéssica, mãe de Maria Vitória (6 anos, de um relacionamento anterior), é apaixonada por Madri e tem planos de, em breve, abrir um negócio de unhas artísticas, ofício que é a sua especialidade. O apaixonado casal Welton e Jéssica no “Parque del Retiro” (Foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
Felicidades aos recém-casados, que sejam muito felizes em Madri! Welton e Jéssica são exemplos de imigrantes brasileiros na Espanha, que lutam e trabalham com muita dignidade e sonhos. Welton e Jéssica na biblioteca Eugénio Trías
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A BRAZILCOMZ TEM O SEU PRÓPRIO GRAFFITI EM
BARCELONA
Por: Fernanda Sampaio Carneiro
RICARDO CHIARADIA (GARULHOS, 19/01/1979), CONHECIDO COMO RIM CHIARADIA, NESSA ENTREVISTA EXCLUSIVA, NOS CONTA COMO É SER UM ARTISTA QUE TRANSFORMA O ESPAÇO URBANO, MUITAS VEZES DETERIORADO E MARGINAL, EM ARTE. A BRAZILCOMZ GANHOU UM LINDO MURAL EM BARCELONA FEITO PELO ARTISTA. VEJA TODA A SEQUÊNCIA:
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Rim, quando você começou a desenhar e quando percebeu que tinha vocação artística? R.C.– Eu comecei a desenhar pequeno com 7/8 anos e depois entrei em contato com a pichação de Guarulhos, onde nasci. Na década de 90, fiz algumas coisas na rua e em 93 comecei a desenhar alguns graffitis muito simples, lembro que comprei um saco de cal branca e corantes, fiz quatro cores e pintei umas cinco paredes com letras, depois não parei mais. Muita gente confunde vandalismo, pichação, com graffiti. Explica a diferença para quem ainda não sabe diferenciá- los. R.C.– Desde o ponto de vista estético tem uma diferença grande entre cores e estilos. O graffiti nasceu da pichação nos Estados Unidos nos anos 70/80 dentro e paralelo à cultura hip- hop no Brasil. A pichação é mais a escrita, como a que se faz em São Paulo, é única, respeitada e reconhecida no mundo todo. Eu gosto muito da estética e acredito que dentro de um sistema doente como no caso de São Paulo, onde não temos muito lazer e atividades direcionadas para jovens, a pichação ganha adeptos. O graffiti nasceu de assinaturas espalhadas nas ruas e logo ganhou mais cores. Desde que tudo comecou, o graffiti ou “street art” ganhou museus, galerias e coleções privadas no mundo todo, eu fiz a minha primeira exposição em 97 com várias obras entre colagem e graffitis. Quais são as suas atividades em Barcelona? Como o seu trabalho é recebido na cidade? R.C.– Eu me dedico à pintura em tempo integral. Eu acredito que se alguém quer evoluir no trabalho artístico, não dá para ser em meio período, tem que ser sempre 26 horas por dia (risos). Pinto telas, faço exposições
em locais diferentes, como bares, clubes ou galerias, não tenho problema, desde que se respeite minha liberdade e minha obra. Meu trabalho aqui é muito bem recebido, Barcelona respira arte. Daqui eu pude vender o meu trabalho para vários países do mundo, acho que tenho quadros em todos os continentes. Há quanto tempo você mora na Espanha? Qual o motivo da mudança? R.C.– Em agosto fará seis anos. O motivo de vir foi para dar uma melhor qualidade de vida para a minha filha de seis anos. Você já organizou exposições. Conta um pouco sobre elas... R.C.– Sim, já não sei contar quantas já participei. Exposição em museus no Brasil, por exemplo, e em muitos lugares. Uma que eu gosto muito foi a que realizei em São Paulo antes de vir, chamada “Cidadão ComuN”, com N mesmo, pois o erro de português é proposital. Trata- se de uma série de entrevistas com pessoas que conheci na rua e ao longo de minha trajetória. Cada uma falou da sua vida e sua relação com a cidade. Depois editou- se um vídeo e logo pintei alguns painéis com os retratos de cada um. A montagem foi muito bonita, poder dar voz a essas pessoas foi algo mágico. A exposição ficou dois meses no “Centro Cultural da Juventude”, em São Paulo, depois na “Ação educativa”.
retorno imediato do público e uma interação muito bacana, além de dar um valor agregado a cada evento. Dá para viver do Graffiti na Espanha ou você tem algum trabalho paralelo? R.C.– O graffiti hoje para mim é algo que faço por lazer, é o meu momento de escape, como ir à praia. Eu trabalho todo o dia no ateliê pintando quadros, retratos, encomendas, enfim, o graffiti é onde tenho liberdade de ação. É difícil descrever com palavras transformar uma ideia em um mural é algo fantástico. Qual a sua agenda para 2016? R.C.– Quero ir este ano a Portugal para pintar um mural grande. Tenho uma exposição fechada aqui em Barcelona em abril, a mesma que realizei em fevereiro, e possíveis: na Alemanha e Suíça, mas nada definido, ainda estou aberto a propostas e convites. Veja a galeria do artista: www.flickr.com/photos/rimchiarad
E a “pintura ao vivo”, você participou duas vezes do “Dia do Brasil” com essa atividade, em que consiste? R.C.– Já participei de vários eventos fazendo isso e eu gosto muito. Já pintei em festivais de música como o “Guaraná Fest”. Outro, foi no show do Ben Harper aqui em Barcelona, e em algumas exposições, além, no Dia do Brasil. É muito bom, pois tenho um 25
A NOSSA VOZ
MÁRCIO ANGELO:
ENFRENTOU A DOR COM O AMOR Por Fernanda Sampaio Carneiro
Márcio angelo (37) emana bondade, beleza e paz. Veja a história desse imigrante que deixou a sua carreira de estudante de veterinária na Universidade Federal da Bahia, no último ano, e uma vida acomodada em Salvador (BA), para empreender uma “aventura” na europa. Um soteropolitano em Madri, que viveu no país uma história de luta e superação, felizmente, com um final muito feliz.
Puerta de Alcalá (Foto: Fernanda Sampaio)
A decisão de cruzar o Atlântico foi por insatisfação geral, tanto pelo curso universitário, quanto por um projeto musical frustrado, que terminou antes de começar: um problema grave de saúde do vocalista da banda, terminou com o seu sonho de virar músico profissional. O ex- estudante universitário, Angelo Márcio, decidiu vir para Madri a passeio e acabou fi26
cando. Começou a trabalhar como jardineiro em Madri. Um trabalho arriscado, sofreu alguns acidentes com motoserra e a caída de uma árvore no dia do seu aniversário. O lado bom foi que viajou pela Espanha inteira e conheceu as mais bonitas mansões do país. Apesar do trabalho duro, considera que foi uma fase de aprendizagem que chegou inclusive a ser diver-
Filho e mãe durante período de tratamento em Madri. (Arquivo pessoal Márcio)
tida. Deixou esse trabalho depois de dois anos e meio. Ficou desempregado apenas um mês e entrou para uma grande empresa de seguros, a que está até hoje, oito anos depois. Além disso, Márcio canta, toca violão e é um fã incondicional de Daniela Mercury. A música da baiana o ajudou a matar a saudade de casa.
A doença o pegou de surpresa. Márcio descobriu um vulto no abdômen quando estava na academia. Esse foi o sinal que o levou a procurar um médico e descobrir que tinha um “linfoma tipo B Não- Rodgkin”. Carlos e Alexis, amigos que moram no El Escorial compraram a passagem para trazer a sua mãe, coisa que ele não esquece e mostra- se muito agradecido. Recebeu quimioterapia durante um ano, ficava internado seis dias a cada mês e meio. A sua médica disse no início do tratamento: “Você tem 80% da ‘culpa’ para se curar”. Márcio deixou qualquer temor de lado e agarrou-se à vida. O período que passou doente foi de intensa aprendizagem.
A mãe, dona Vanice Santana, “injetou amor e me deu comida, cozinhou”. Uma pessoa muito religiosa, que foi o seu apoio, o porto- seguro que Márcio precisava para ajudar na sua recuperação. O rapaz fez o tratamento no Hospital Jiménez Díaz. E agora, nesse mesmo hospital que foi curado, trabalha como voluntário junto às pessoas que sofrem câncer.
soas estão correndo ao nosso lado, outros elas ficam para trás, subimos e descemos ladeiras, saltamos pedras...chegamos ao final suados, mas chegamos!”.
“
A doença dá um stop na sua vida e ao mesmo tempo te abre o olho, você vê tudo com mais cor, vê as pessoas de outra forma.”
O retrato de um campeão! Cláudia e Márcio (Arquivo pessoal Márcio)
No Parque del Retiro (fotos: Fernanda Sampaio)
A convivência com outros doentes na sua mesma situação, cita especialmente um colombiano de 26 anos chamado “Segundo”, que dividiu quarto, foi um divisor de águas no seu tratamento. Seu companheiro de quarto sofria uma grave forma de câncer, mas não perdeu o bom humor, contava piadas, falava sobre novelas mexicanas. “Esse menino, foi o equador do meu tratamento. A partir daí eu ganhei mais força. Aprendi demais, tudo ganha outra cor.”
“
Dá pra ser feliz mesmo tendo câncer.”
Uma das piores partes do processo foi a distância da família: “Ser estrangeiro e enfrentar uma doença tão grave... nossa, quantas vezes eu chorei sentindo falta das minhas irmãs.” Márcio decidiu devolver à sociedade o que fizeram por ele, considera muito gratificante ajudar pessoas que estão na mesma situação que ele esteve. Participou também em uma maratona contra o câncer promovida pela AECC no ano passado, no Parque Juan Carlos. A sua melhor amiga, Cláudia, uma romena, fez uma analogia perfeita do que é passar pela doença: “Nós estamos em uma parque, um lugar que não é adequado para uma maratona dessas, 10km, isso é como o câncer: tem momentos que as pes-
Determinação é a palavra preferida de Márcio. Ele acha que qualquer dificuldade da vida, em qualquer âmbito, pode ser vencida com luta, amor, alegria e constância. Se você quiser contribuir ou oferecer- se como voluntário como Márcio Angelo (há cursos preparatórios) procure a: AECC - Associação Espanhola Contra o Câncer www.aecc.es Dedico este artigo à minha mãe, dona Ana Sampaio Carneiro, outra lutadora, que venceu a batalha contra o câncer de cólon no ano passado, aos 68 anos, sem nunca temer ou reclamar. Meu exemplo de força e luta! E ao meu irmão Rodrigo, que aos 23 anos, foi essencial para a cura da nossa mãe. Valeu, campeão! 27
MESA REDONDA: “COOPERAÇÃO CIENTÍFICA BRASIL-ESPANHA: AS CIÊNCIAS MATEMÁTICAS O EVENTO ACONTECEU NA CASA DO BRASIL NO DIA 2 DE FEVEREIRO E CONTOU COM AS PRESENÇAS ILUSTRES DO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ESPANHA, EXMº SR. ANTONIO SIMÕES, DR. CÉSAR CAMACHO (IMPA), DR. DANIEL HERNÁNDEZ RUIPÉREZ, MAGNIFÍCO REITOR DA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA, DR. DANIEL MIGUEL SAN JOSÉ, MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDADE DE VALLADOLID, DR. JOSÉ IGNÁCIO FERNÁNDEZ (FECYT) E DO DR. ANTONIO CÓRDOBA BARBA (ICMAT). MODEROU: DR. FRANCISCO MARCELLÁN, PRESIDENTE DA REAL SOCIEDAD MATEMÁTICA ESPAÑOLA E CATEDRÁTICO DA UNIVERSIDADE CARLOS III. (foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
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O embaixador do Brasil em Madri e o diretor da Casa de América
O Embaixador sr. Antonio Simões e o diretor da Casa de América da Catalunha, sr. Antoni Traveria Celda
O diretor da Fundação Cultural HispanoBrasileira, sr. Vicente Ferraz
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA: “ESTRADA DE GRÃOS”, DO ARTISTA BRASILEIRO RICARDO TELES DURANTE O MÊS DE FEVEREIRO ESSA EXPOSIÇÃO GRATUITA ESTEVE NA CASA DE AMÉRICA EM MADRI. A INAUGURAÇÃO ACONTECEU NO DIA 2 DE FEVEREIRO COM AS PRESENÇAS DO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ESPANHA, SR. ANTONIO SIMÕES E O DIRETOR DA CASA DE AMÉRICA, SANTIAGO MIRALLES. (foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
Helena Pereira e Raianna Mercês Membro da Embaixada do Brasil e esposa
Renata Barbalho 29
A artista Sofia Bauchwitz e a empreendedora Renata Barbalho
A artista (direita) e amiga
Selma de Souza (CCBM), Renata Barbalho e Rosa Pinheiro
“FRONTERAS Y ESTADOS DE SITIO VOL. II”, PROJETO DE SOFIA BAUCHWITZ COMEÇOU NO DIA 27 DE JANEIRO E VAI ATÉ 11 DE MAIO, O PROFETO DA BRASILEIRA SOFIA BAUCHWITZ (RIO DE JANEIRO, 1988), DE ARTE CONCEITUAL, “NASCEU COMO UM DISPOSITIVO PARA ATIVAR A CARTOGRAFIA DE CINCO ARTISTAS BRASILEIROS E CINCO ESPANHÓIS DENTRO DO QUE EU CONSIDERO A MICROPOLÍTICA DA ARTE”, DISSE A ARTISTA. O CURRÍCULO E A BIOGRAFIA DOS ARTISTAS FAZEM PARTE DA OBRA, A FORMA COMO SE EXPRESSAM VIROU ARTE NA CONCEPÇÃO DE SOFIA. NESSA SEGUNDA EXPOSIÇÃO PARTICIPAM QUATORZE ARTISTAS. (foto: Fernanda Sampaio Carneiro)
Sr. Cássio Romano (Casa do Brasil) e srª Rafaela Neves ( Embaixada do Brasil) 30
Mestre-sala e porta- bandeira, Brito e Nega Luxo
Bateria da Unidos de Barcelona, direção: Javi Fincas (Jabi)
Corpo de baile e Sarah Pallares
CARNAVAL:
ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DE BARCELONA
Corpo de baile e Sarah Pallares Corpo de baile e Sarah Pallares Mestre-salsa e porta- bandeira: Brito e Nega Luxo
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O Cônsul- Geral em Madri Sr. Paulo Alberto Soares, o Embaixador Exmº Sr. Antonio Simões, srª Edineia da Silva (CCBM), Sr. Cássio Romano (Diretor da Casa do Brasil), o advogado Leandro Brum (CCBM) e o ministro sr. Eduardo de Mattos Hosannah, Cônsul-Adjunto do Consulado (foto: Fernanda Sampaio)
Estela Viana (Rádio Nacional), Fernanda Sampaio (BrazilcomZ), cônsul- geral sr. Paulo Alberto Soares e Renata Barbalho (Espanha Fácil e BrazilcomZ) (Foto: Luana Priuli)
DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS BRASILEIROS NA ESPANHA
Palestra Direitos e Deveres dos Cidadãos Brasileiros na Espanha (Foto: Fernanda Sampaio)
Palestra Direitos e Deveres dos Cidadãos Brasileiros na Espanha (Foto: Fernanda Sampaio)
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PALESTRA PROMOVIDA NA CASA DO BRASIL PELO CONSELHO DE CIDADANIA BRASILEIRA EM MADRI (20/02), COM AS PRESENÇAS DO EMBAIXADOR ANTONIO SIMÕES E O CÔNSUL- GERAL PAULO ALBERTO SOARES
Palestra Direitos e Deveres dos Cidadãos Brasileiros na Espanha (Foto: Fernanda Sampaio)
GUIA serviços&
comércios
Casa do Brasil Avenida Arco de la Victoria, 3, 28040 Madrid Tel.: 34 914 55 15 60 www.casadobrasil.es
Guarda Civil –Proteção cidadã Tel.: 062 www.guardiacivil.es “Cruz Roja” Emergências Tel.: 901 222 222
Cámara de Comercio Brasil- España Avda. Arco de la Victoria, 3, Casa do Brasil, CP 28040– Madrid Tel.91 455 1560 (ext. 407) www.ccbe.es
Ministério da Educação Atenção ao cidadão Los Madrazo, 15. 28014 Madrid Tel.: 910 837 937 e 060 www.mecd.gob.es
Espanha Fácil Empresa líder no setor de prestação de serviços aos brasileiros na Espanha, sendo turistas, estudantes ou residentes. Calle Nuñez de Balboa, 35A, 5A Oficina 3, 28001– Madrid Tel.: (34) 914515021 www.espanhafacil.com
Fundación Cultural Hispano-Brasileña Palacio Maldonado– Plaza de San Benito, 1 - 37008 Salamanca www.fchb.es
Ministério de Relações Exteriores Serviços de assuntos consulares e de imigração: Tel.: 91 379 17 00, 91 379 16 55, 91 379 79 64 / 65, 91 394 88 54
Para todos os tipos de emergência Todo o país, tel.:112
Embaixada do Brasil em Madri Calle Fernando El Santo, 628010 - Madrid Tel.: (34) 91 700 4650 www.madri.itamaraty.gov.br
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Brasil) Para o utilizar o serviço na Espanha, ligue para 900 990 055, discar opção 1 e, em seguida, informar (em Português) o número 61-3799.0180
Instituto Cervantes Calle Alcalá, 49– 28014– Madrid Tel.: 91 436 76 00 www.cervantes.es
LINKS&
endereços úteis
Consulado-Geral do Brasil em Madri Calle Goya 5/ 7 – (entrada pela galeria comercial) –2º andar– 28001 - Madrid Tel.: (34) 917021220 www.cgmadri.itamaraty.gov.br Consulado do Brasil em Barcelona Avenida Diagonal, 468, 2º– 08006 Barcelona www.brasilbcn.org
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Assistência às vítimas de violência de gênero (Espanha) Tel.: 016 ou 900 116 016 www.violenciagenero.msssi.gob.es Polícia Nacional Tel.: 091 www.policia.es
Governo da Espanha Complejo de la Moncloa, Avda. Puerta de Hierro, s/n. 28071– Madrid www.lamoncloa.gob.es Prefeitura de Madri Atenção ao cidadão, tel.: 010 www.madrid.es Prefeitura de Barcelona Pl. Sant Jaume, 1, 08002– Barcelona Tel.: +34 934 02 70 00 www.ajuntament.barcelona.cat
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EDITAL DE CASAMENTO
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O QUE É COSPLAY?
FOMOS PASSEAR NO “XIV JAPAN WEEKEND” EM MADRI PARA VIVER ESSA EXPERIÊNCIA DE PERTO.
Por Fernanda Sampaio Carneiro
“COSPLAY” É UMA PALAVRA QUE AINDA NÃO EXISTE NO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, EM INGLÊS É A JUNÇÃO DE DUAS PALAVRAS: “COSTUME PLAY”, QUE SIGNIFICA AO PÉ- DA-LETRA, “JOGO DE FANTASIA”. A desenhista Clara Saetiz (Madri, 1993) é formada em Belas Artes, desenha à mão personagens fantásticos, depois os digitaliza e os vende, em média, por 10 euros, “porque senão ninguém compra”, disse a artista. É uma arte ainda pouco valorizada.
Nos últimos dias 13 e 14 de fevereiro, aconteceu um grande evento no IFEMA em Madri, o “Japan Weekend”, que reuniu os cosplayers, gamers (apaixonados por vídeogame), os amantes dos mangás (quadrinhos japoneses), super- heróis e animês (animação japonesa); além de desenhistas, comidas típicas japonesas como o “lámen”, aquele macarrão fino de preparação rápida muito popular e stands com objetos para colecionadores, camisetas, quadrinhos e jogos. 52
A ilustradora San Sagaz em ação.
As artistas Kumo (da Kumo’s Place) ilustradora e artista gráfica, junto à Verónica, formada em Belas Artes, especialista em ilustração, criadora da “Nika Pin”.
Até a turma do Kiss esteve presente.
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ÃO É NOVIDADE AS CRIANÇAS USAREM FANTASIAS E DISFARCES, A IMAGINAÇÃO FAZ PARTE DO SEU MUNDO; MAS, E QUANDO A BRINCADEIRA PASSA A SER COISA DE ADOLESCENTES, JOVENS E ADULTOS? BRINCADEIRA SÉRIA, OS COSPLAYERS ESMERAM- SE EM INCORPORAR OS PERSONAGENS REAIS OU FICTÍCIOS NOS MÍNIMOS DETALHES, CONSIDERAM ESSA ATIVIDADE UMA ARTE.
O COSPLAY COMEÇOU NO JAPÃO NA DÉCADA DE 80, E RAPIDAMENTE, ESTENDEU- SE PELO MUNDO TODO. RAPAZES VESTEM- SE DE PERSONAGENS FEMININOS E VICE- VERSA. NESSE UNIVERSO DE FANTASIA NÃO EXISTE GÊNERO E NEM IDADE, TODOS PODEM SER O QUE QUISEREM . TALVEZ POR ISSO FAÇA TANTO SUCESSO NO MUNDO TODO, POIS AS PESSOAS SÃO LIVRES, PODEM DESPRENDER- SE DAS CONVENÇÕES E TRANSFORMAREM- SE NO QUE DESEJAM, PELO MENOS POR ALGUMAS HORAS.
A princesa Bela sem a sua fera.
Eren e Levi, personagens de Attack on Titan, um animê japonês.
Catwoman. A liberdade, a fantasia, o lúdico, são as palavras de ordem dessa turma animada, que despe-se de preconceitos, pudores e incorporam os personagens que amam.
Deadpool e Arrow em plena luta.
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GAFIEIRA MIÚDA COLOCANDO O ESPANHOL PARA SAMBAR
Por Fernanda Sampaio Carneiro
“GAFIEIRA” PODE SER O LOCAL PARA DANÇAR SAMBA, UM RITMO MUSICAL OU A DANÇA DE SALÃO. UMA GAFIEIRA MUITO CONHECIDA NO RIO DE JANEIRO É A “ESTUDANTINA”, LOCAL CRIADO POR UM ESPANHOL CHAMADO ISIDRO, NA DÉCADA DE 80. O EDIFÍCIO FOI TOMBADO PELO PATRIMÔNIO HISTÓRICO EM 2012. EM BARCELONA, O GRUPO “GAFIEIRA MIÚDA” ESTÁ COLOCANDO O ESPANHOL PARA SAMBAR. ENTREVISTAMOS RAMIRO PINHEIRO, O VIOLINISTA E PRODUTOR DO GRUPO, VEJA: Quando e como surgiu o projeto Gafieira Miúda? R.P.– Gafieira Miúda se formou em Barcelona por uma ideia de Camila Brasiliano (cantora na primeira formação) e Ramiro Pinheiro de reinterpretar musicalmente a tradição do samba de gafieira, com um formato reduzido, inicialmente como um quinteto para gravação de uma primeira demo, e em seguida, já como um septeto para uma temporada de shows todos os domingos no Harlem Jazz Club de Barcelona que durou 6 meses. No início do ano seguinte, Camila e 54
Cristiano (baterista na primeira formação) retornaram ao Brasil, e no verão seguinte, incorporaram- se Ana Rossi (voz), Jeffe Otto (bateria) e Àlvar Monfort (trompete) para gravação de nova demo que levou o grupo a ser escolhido para o Programa Diversons do Banco La Caixa, através do qual realizou mais de 30 shows por toda a Espanha (Catalunha, Andaluzia, País Basco, Canárias, Ilhas Baleares, etc.) O samba de raiz, mais tradicional como a gafieira vem perdendo espaço para outros ritmos? R.P.– Eu acho que o samba continua
sendo revisitado e reinventado dia a dia, enriquecendo a linguagem musical de novos ritmos / estilos / fusões. Na Espanha e na Europa o samba de gafieira tradicional vem ganhando mais adeptos e seguidores através da dança. Como os catalães recebem o som do Gafieira Miúda? Qual o maior público, expatriados brasileiros ou espanhóis? R.P.– A música do grupo é muito bem recebida tanto pelo público espanhol como brasileiros / estrangeiros! Dá para sobreviver com a música na Espanha? A dedicação é exclusiva
ou os músicos mantêm atividades paralelas? R.P.– Sim, todos os músicos da banda vivem exclusivamente de música, cada um com diferentes projetos além de Gafieira Miúda, e alguns como docentes em escolas e universidades em Barcelona e proximidades. Durante a trajetória da banda, quais as maiores dificuldades enfrentadas? R.P.– Coordenar turnê, ensaios e gravações conciliando a agenda de sete músicos que trabalham em diferentes projetos foi (e continuará sendo) um grande desafio! As turnês foram um espaço de aprendizagem e amadurecimento do grupo, o repertório dos shows se estruturou de forma natural até chegar ao... Vocês já gravaram algum disco? R.P.– Atualmente o grupo está apresentando o seu primeiro disco, editado em 2016 pelo selo discográfico Temps Record, com participação especial de Jurandir Santana (guitarra), Pablo Giménez (flauta transversal), Horacio Fumero (contrabaixo), Lívia Lucas (voz) e Luiz Rocha (clarinete baixo).
O repertório do primeiro disco do grupo, produzido por Rodrigo Balduino, que incluiu versões de clássicos (e não tão clássicos) de Noel Rosa, Chico Buarque, Caetano Veloso, João Nogueira e outros, além de uma composição de Crá Rosa (percussionista do grupo) e outra de Rodrigo Bezerra (baixista e diretor musical da primeira formação). Ramiro, você tem um outro projeto, o Duo Brasil, conte- nos sobre ele: R.P.– Duo Brasil é um projeto novo que surgiu da parceiria de anos com o saxofonista Piero Cozzi, amante da música brasileira, acabamos de gravar nosso primeiro disco “Duo Brasil: Corda e Vento”, com um repertório de sambas e choros arranjados para o duo. Mais novidades sobre o duo nes-
se endereço: www.duobrasil.es Os membros da banda são: Ramiro Pinheiro - São Paulo (Brasil), violonista, produção executiva. Rodrigo Balduino - Brasília (Brasil), baixista, produção musical, arranjador (base). Àlvar Monfort - Barcelona (Espanha), trompetista, arranjador (sopros). Ana Rossi - Rosário (Argentina), cantora. Alexis Ortega - Santiago de Chile (Chile), trombonista. Jeffe Otto - Curitiba (Brasil), baterista. Crá Rosa - Salvador (Brasil), percussionista.
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MBFWM 2016
A blogueira e fashion designer Keyla Cristina e sua irmã. bolsa Michael Kors e saia H&M.
por Luana Priuli
STREET STYLE
Um dos grandes protagonis tas dessa edição foi o público, com os mais variados looks, repletos de ousadia e personalidade. Momento de apreciar os outfits mais trabalhados e cool de editoras de moda, estilistas e blogueiros. A tendência street style veio com força total. Muitos blogs e sites especializados no street têm surgido, dando cada vez mais atenção a esses novos ”ditadores” de moda. Eles se comunicam diretamente com o consumidor, uma relação próxima e direta que busca mostrar um pouco mais da moda pessoal. Aos poucos a moda vem se democratizando, juntando todos os estilos e formando um só, o seu estilo. Enquanto aconteciam os concorridos desfiles, do lado de fora quem ditava o que é moda eram os convidados e quem circulava pelos arredores. Transparências, mix de estampas, patwork, looks futuristas, contemporâneos, xadrez, bomber, puderam ser vistos não só na passarela como também nos pavilhões de acesso do MBFWM. Inspirem-se nos looks ;)
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fotos: Luana Priuli @luanapriuli
A 63ª MERCEDES-BENZ FASHION WEEK MADRID REUNIU 43 GRANDES MARCAS PARA OS DESFILES DAS COLEÇÕES OUTONO-INVERNO 2016/17 De Desigual, passando por Agatha Ruiz de la Prada ou Teresa Helbig, a moda espanhola ocupa um lugar destacado no panorama internacional, tanto no mercado da alta costura como no do prêt-à-porter. Organizado pela IFEMA, o MBFWM se consolida no calendário de desfiles oficiais, reforçando o status do design e da moda espanhola no mundo. As maiores novidades desta edição foram a participações de três nomes de peso no panorama atual da moda espanhola: Felipe Varela, Jorge Vázquez e ManéMané. Esses nomes demontram o apoio que essa passarela oferece por mais de trinta anos ao universo de moda espanhola. Nesta edição, assim como nas últimas, quinze estilistas emergentes apresentaram suas propostas no Showroom de Samsung Ego, no Cibelespacio, onde vendiam suas coleções para o público. Há trinta anos, o MBFWM proporcionou desfiles de mais de 300 criadores espanhóis. Muitos começaram sua trajetória nos primeiros anos de passarela e hoje são nomes indispensáveis no panorama da moda espanhola. Outros, mais jovens, foram incorporando-se ao longo dos anos, contribuindo com seus talentos e novas formas de visão e criação de moda, que eles exalando elegância contemporânea e modernidade através dos seus vários discursos criativos.
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FALANDO EM LITERATURA...
MR. DARWIN, UM
“CARA” LEGAL
Fernanda Sampaio Carneiro Editora BrazilcomZ e mestre em Literatura Comparada
Sempre leia o livro original. Claro que você pode e deve ler ensaios, resenhas e estudos sobre, mas são opiniões, textos que já foram mastigados por outros. A leitura influenciada pela opinião alheia pode nos direcionar a caminhos que nem sempre nos convêm. Por isso a importância da fonte primária, aquela obra que originou todas as outras, essas são as mais interessantes. E assim fala Mr. Charles Darwin em “Sobre a seleção natural”, em primeira pessoa, em uma linguagem surpreendentemente simples, qualquer leigo em Ciências pode entender.
A evolução do homem? (charge: Amarildo Lima)
Quem foi Charles Darwin? O cientista inglês Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12/02/1809- Downe, 19/04/1882) foi um revolucionário que abalou as crenças “vitorianas” (época em que reinou a rainha Vitória), e que, ainda hoje, sofre ataques dos criacionistas religiosos por causa de suas teorias sobre a criação do homem e a evolução das espécies. Darwin começa o livro falando sobre a cadeia alimentar, os animais que matam para sobreviver, “a luta pela existência”. Ele explica o termo: “(...) inclui não só a vida do indivíduo, mas o êxito ao deixar descendência”. A natureza está programada para alimentar- se sem destruir –se, quer dizer, até chegar no homem, o maior depredador da natureza. Ainda assim, a Natureza. Esse é um livro que mexe com as emoções, porque nós– 58
eu, pelo menos– enxerguei o homem como num quadro: somos parte de um processo inexorável, uma mecânica perfeita, um ciclo que jamais muda. Fazemos parte de uma cadeia natural, mas vivemos sem pensar muito nisso, mas creio que seja bom pensar. Acredito que a aproximação à nossa essência, a forma como estamos inseridos na natureza, pode nos ajudar a viver melhor. Sofrer antecipadamente com medo da morte, por exemplo, é perder tempo. A morte na Natureza é mais que necessária, o universo não suportaria a progressão geométrica (chamada “doutrina de Malthus”) se as espécies, inclusive o homem, se reproduzissem sem uma ordem: início, meio e fim. Veja: Inclusive o homem, que é lento em reproduzir- se, duplicouse em vinte de cinco anos e, segundo essa progressão, em menos de mil anos sua progênie não teria, literalmente, lugar para ficar de pé. Linneo calculou que se uma planta anual produz só duas sementes– e não existe nenhuma planta que seja tão pouco produtiva–, e suas plantinhas produzem outras duas no ano seguinte, e assim sucessivamente, aos trinta anos haveria um milhão de plantas. (p. 9-10) Esses cálculos, essas progressões, fizeram com que eu calculasse os membros da minha própria família: só a partir dos meus bisavós maternos, eles “produziram” gente demais! Faça essa “brincadeira” e conte os membros da sua família a partir dos seus bisavós e verá que mundo de gente! Terminei a leitura encantada com o Mr. Darwin, que não só modificou a história da humanidade, como também foi um excelente escritor, fantástico comunicador, talvez isso o tenha ajudado a transmitir a importância das suas conclusões e ter- se feito ouvir. A linguagem a favor da Ciência! O autor toca a prosa poética para falar sobre a natureza. Charles Darwin fala de algo que todos (alguns mais que outros) fazemos diariamente: lutar pela vida. Alguns ganham, outros perdem. O livro abaixo é um extrato retirado de uma obra maior de Darwin, “A origem das espécies”. Darwin, Charles. Sobre la selección natural. Taurus- Santillana Ediciones Generales, España, 2012. Páginas: 157 A charge foi cedida gentilmente para a BrazilcomZ pelo artista capixaba Amarildo Lima, acesse: www.amarildocharge.wordpress.com
MUNDO CIÊNCIA
O QUE É
MIOPIA?
Mac Gyver
Professor e Pesquisador do Departamento de Radiologia e Biomedicina do Unichristus
R
ecentemente, li uma matéria escrita por Elie Dolgin e publicada pela revista Nature com o seguinte título: The myopia boom. Fiquei curioso, até porquê sou míope! E, de fato, os dados apresentados por Elie fazem jus ao título. Há sessenta anos, a prevalência estimada de pessoas míopes na China, por exemplo, era de 10 a 20%. Hoje esse número subiu para, pasmem!, 90%! É ou não um boom? É ou não uma proporção epidêmica? No Brasil, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a prevalência de miopia na população geral varia de 11 a 36%, o que contabiliza, aproximadamente, 22 a 72 milhões de pessoas.
A miopia é uma condição na qual os raios de luz se encontram antes de chegarem na retina (localizada o fundo do olho) e isso faz com que a pessoa tenha dificuldades para enxergar objetos distantes. Isso ocorre devido a um alongamento ântero-posterior (horizontal) do globo ocular ou a um leve aumento da curvatura da córnea. No alongamento horizontal do olho, a convergência natural tanto da córnea quanto do cristalino não é suficiente para unir os raios de luz exatamente na retina. Essa tal convergência também tem uma estreita relação com o grau de curvatura da córnea. Nesse sentido, vale enfatizar que quanto maior a curvatura corneal, maior o índice de refração da córnea. A consequência direta disso é uma convergência acima do normal e é por isso que nessa situação os raios de luz também se encontram antes de chegarem ao fundo do olho. O indivíduo que apresenta o alongamento ântero-posterior do globo ocular ou um aumento da curvatura corneal (ou ambos), não enxerga objetos distantes com nitidez (o objeto distante apresenta-se “borrado”). E o que fazer para alcançar a nitidez? O objeto distante será visualizado nitidamente se os raios de luz se encontrarem na retina, e não antes ou depois dela. Para isso acontecer, ou a pessoa faz uso de lentes corretivas – neste caso, lentes divergentes (de contato ou óculos) que ajudarão os raios de luz a alcançarem o fundo do olho – ou se submete a um procedimento cirúrgico, conhecido como Cirurgia Refrativa a Laser, para alterar o índice de refração da córnea. Nesta cirurgia, a córnea é aplanada fazendo com que o seu índice de refração diminua. Essa diminuição leva os raios de luz a se encontrarem exatamente no fundo do olho e à formação de uma imagem nítida.
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SABOR COM SAÚDE
VOCÊ SABE O QUE É
VEGETARIANISMO? Mayra Mendes May
Nutricionista e pós-graduada em Nutrição e Obesidade.
A
dieta vegetariana é aquela que como o próprio nome diz, é composta principalmente por vegetais e que exclui todos os tipos de carnes: bovina, suína, peixes, frutos do mar, frango e demais carnes brancas. É uma prática centenária e acredita-se que tenha surgido por motivos religiosos, com a ideia de não violência. Existem vários tipos e níveis de vegetarianismo, deixando claro que esse comportamento não é só alimentar, mas sim um estilo de vida. Existem os vegetarianos puros, aquelas pes-
soas que não consomem nenhum alimento de origem animal, restringindo não só às carnes, mas também os ovos, laticínios e o mel. Muito parecidos a eles, estão os veganos, que além de fazer o que os vegetarianos puros fazem, também restrigem o uso de couro e de cosméticos que tenham sido testados em animais. Os que consomem leite e seus derivados são os lactovegetarianos, os que consomem ovos são os ovovegetarianos e os que consomem ambos productos são os ovolactovegetarianos. Na dieta vegetariana a cocção dos alimentos é uma prática que está aceitada, assim como o consumo de produtos refinados, como o açúcar e as farinhas, as massas, frituras, doces, enlatados, alimentos em conserva e que tenham corantes e conservantes. Esta é a principal diferença do vegetarianismo com outros tipos de dietas, como a macrobiótica e a naturista. 60
Muito importante para quem segue ou deseja seguir esse tipo de dieta é conhecer bem as qualidades nutricionais dos alimentos para evitar a carência de vitaminas e minerais presentes nas carnes. A proteína pode ser encontrada em diversos cereais (como expliquei no artigo de novembro), como a quinua, o arroz integral, aveia; nas leguminosas como os feijões, lentilha, ervilha, grão- debico; nas oleaginosas como as nozes e castanhas. Esses alimentos devem ser incluídos diariamente na alimentação e é bom diversificar seus tipos, como por exemplo: se na segunda você come feijão, na terça você come lentilha, e assim por diante. Também é preciso prestar atenção no consumo de ferro e cálcio. O ferro é encontrado também nas leguminosas, cereais e oleaginosas citados acima e os vegetais verde- escuros são boas fontes: espinafre, couve, acelga. Para melhorar a absorção do ferro, associe o consumo com alimentos ricos em vitamina C. Já o cálcio pode ser encontrado no leite e nos laticínios, mas se o seu consumo for restringido, outras fontes são: feijão branco, gergelim torrado, frutas secas, castanha, tofu e soja. A título de curiosidade: o vegetarianismo é uma tendência que está crescendo em todos os países do mundo. A Índia continua sendo o país com maior população vegetariana: 40% da população. No Brasil, estima-se que 8% da populção seja vegetariana, e 28% dos entrevistados para este estudo, disseram que estão tentando comer menos carne. Na Espanha, os vegetarianos representam um 4% da população.
PSICOLOGICAMENTE
A ARTE DE
CONQUISTAR
Dr. Samuel Couto Cabral
Teopsicoterapia.samuel@gmail.com
Faz parte do ser humano iniciar um ano novo com o coração cheio de esperança e a cabeça reabastecida com planos formatados, configurados e remodulados conforme a expectativa de cada pessoa. Todos nós queremos, anelamos, devemos e podemos CONQUISTAR e seria muito sem jeito não ser um conquistador. Às vezes fazemos o que é mais difícil e o que não estamos programados para fazer, que é não conquistar. Cada um de nós está constituído e feito para ser conquistador e triunfar, basta ser um trabalhador honesto, é muito fácil ser assim, até eu consigo! Uma conquista genuína, saudável, bela, sincera, edificante e sólida se consegue com boas condutas, com atitudes sinceras, com comportamentos elegantes e com o trabalho e não com seduções egoístas e agrados com base na conveniência. De um lado está a necessidade sexual masculina como uma armadilha que confunde a conquista com o engano, e de outro, a carência afetiva feminina semelhante à uma arapuca que escraviza mulheres que desejam amar e serem amadas. Nosso enfoque aqui é incorporar também outros perfis de conquistas. Existem dois grupos de CONQUISTAS: 1º Grupo - As mais desejadas que são: as conquistas econômica, social, profissional, amorosa e prestígio pessoal. 2º Grupo - As CONQUISTAS necessárias que são: a credibilidade, a dignidade, o bem estar, a liberdade, a autoridade pessoal. Se não conseguimos estar nesses dois grupos ao mesmo tempo, seremos como um avião tentando levantar voo com uma asa só. A grande causa do vazio interno e do desiquilíbrio pessoal é por fazer parte de um só desses dois grupos. Para ser um conquistador é indispensável que sigamos algumas pautas de orientação muito bem definidas.
PRIMEIRA PAUTA: Sonhar, inevitavelmente sonhamos e nunca podemos tirar os olhos dos nossos sonhos e não desistir deles. Todos os sonhos desde os bem elaborados até os mais primários, são todos de muito valor e dignos de atenção, respeito e mimo. SEGUNDA PAUTA: Construir planos concretos relacionados aos nossos sonhos. Podem até ser planos que fazem você e seus amigos morrerem de tanto rir e chorar ao mesmo tempo, porém faça planos, seja sempre animado e nunca afobado. TERCEIRA PAUTA: Crie, tenha e mantenha muito bem definidos e constantes os objetivos para caminhar em uma direção clara que leve você ao encontro de suas conquistas. Não se distraia e nem comsuma energia com as preocupações e pense sempre que vai dar certo. QUARTA PAUTA: Defina e coloque metas para os seus sonhos, nunca deixe o medo destruí-los. Pode até ser que você não realize alguns deles, porém, esses não realizados, servem para treinar a fé e fazer nascer outros melhores. QUINTA PAUTA: Estabeleça estratégias sólidas, bem montadas, priorize e reserve os melhores recursos, instrumentos, valores e meios para fazer cumprir as metas estabelecidas, alcançar os objetivos formados, concluir os planos montados e realize seus sonhos. 61
UM ESTRANHO NO CINEMA
E O MEU
OSCAR? Gerson de Almeida comentarista de cinema.
S
egundo essa turma do boicote à premiação do Oscar – Spike Lee, Will Smith, Jada Pinckett Smith e Cia (I) Ltda. – antevejo o projeto que vai catapultar minha carreira e me pôr no mesmo altar de São Marlon Brando e Nª Sra. Meryl Streep. A saber: vou fazer um intensivo de artes cênicas, encenar papéis medíocres, disputar prêmios e ser premiado de acordo com a minha vontade. Se esse negócio de cotas pegar... Já era! Vão ter que aturar ver Scarlet Johansson me perseguindo enquanto dou chance a Liv Tyler. Spike Lee não precisa mais disso (foi premiado recentemente pelo conjunto da obra), nem Will, nem Jada, acho. A Academia já vem premiando baixios há tempos, agora nivelar por cota, é descer a ladeira sem freios e sem esperanças. Toda vez que vejo atitudes desse tipo em torno das honras do Oscar, lembro do que Marlon Brando disse em sua biografia – Canções Que Minha Mãe Me Ensinou – sobre a premiação e a classe artística. Qualquer ator ou aspirante deveria lê-la. O mito da celebridade é dissecado e jogado aos vermes... que, fartos de porcaria, rejeitam. Dando-se ao luxo de nem cuspirem no prato. Se não há negros pelo segundo ano consecutivo entre os indicados: por que não achar que não galgaram arrebatadoras atuações entre as grandes produções? Houve injustiça, a meu ver, com Quvenzhané Wallis – a Hushpuppy de Indomável Sonhadora (2012), que deveria ser premiada, quer por sua idade, quer
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pela intensidade de sua atuação sendo tão jovem: cinco anos; com Chiwetel Ejiofor, que nem sequer foi indicado por 12 Anos de Escravidão (2013), e mais um ou outro gato pingado, nada que maculasse a cerimônia e toda a pompa (fúnebre) que a cerca. Caso esse boicote venha a macular alguma feição, não será a da Academia, hoje presidida por uma negra Cheryl Boone Isaacs, mas a da premiação enquanto reconhecimento do talento do artista. Por mais que eu o ache um horroroso, como muita gente por aí, não posso negar que Leonardo DiCaprio é um dos maiores atores surgidos nos últimos vinte e cinco anos e um dos mais injustiçados, desde o final do século passado até este fim de picada ao qual chegamos com Will Smith & Cia. Seu último trabalho, O Regresso (2015), com Alejandro González Iñarritu, aquele mexicano que vem ganhando tudo o que encontra pelo caminho, merece crédito e deve ganhar várias das 12 estatuetas que irá disputar (ainda não assisti, mas espero que justiça seja feita). Exigir que esta ou aquela matiz de pele figure, não por mérito, mas pura e simplesmente por ser azul, preto, vermelho ou branco, em qualquer que seja o ramo artístico, destrói, tijolo por tijolo, tudo o que o cinema representa tanto para nós, aficionados, como para aqueles – atores, diretores, roteiristas –, que dedicam a chama de suas vidas à Sétima Arte. Se este dia chegar a Arte estará morta. Seria vergonhoso ir ao cinema e pagar para assistir um ator – azul, preto, vermelho ou branco – que foi premiado por gritar mais alto. E se o cinema se prestar a tal papel, ainda haverá razão para fazer cinema?
CRONISTA CONVIDADO DO MÊS
PODEMOS?
ELES NÃO PODEM Aurélio Schommer conselheiro curador da FUNCEB e fundador da FLICA- Festa Literária Internacional de Cachoeira (BA)
“Y
es, we can”, Obama, 2008. Podíamos tudo? Não, não podemos, nunca se poderá. Como digo em meu novo livro, lançado este mês, “O Evangelho segundo a filosofia”, pela editora Record, as tentativas de implantar o paraíso na terra contratam o inferno. O brasileiro Partido dos Trabalhadores – PT nunca disse “nós podemos”. O modelo de utopia que inspirou seus líderes no ato de fundação, em 1980, já era velho de quase 500 anos se retrocedermos a Thomas Müntzer. Reafirmou “eles não podem”, “eles nos desprezam”. Não deixavam de ter alguma razão: as elites dirigentes da América Ibérica nunca prezaram seus próprios povos, oscilando entre o autoritarismo positivista e o populismo sem sentido, ambos herdeiros de puídas utopias. Mais do que os sindicatos a evocar o antigo líder republicano espanhol Largo Caballero, as Comunidades Eclesiais de Base – CEB, formalmente católicas, essencialmente sincréticas, a evocar Thomas Müntzer, estiveram presentes no momento fundador do PT, partido pouco representativo até 1989, quando Lula quase vence por w.o. a primeira eleição presidencial direta pós-redemocratização. Perdem discurso quando “eles” passam a poder, a partir de 1994, com o Plano Real, que dá ordem a um caos inflacionário de duas décadas. É com discurso novo, “podemos mais do que eles”, que o PT chegará ao poder em 2003, colhendo maduros os frutos do plantado nos oito anos anteriores, como a Lei de Responsabilidade Fiscal,
avanço institucional num país de contabilidade pública antes inadministrável. O partido que nascera “contra eles” e assim se mantivera por 22 anos passa a ser “com eles, sob nosso comando”, conluio lucrativo para ambas as partes entre o precocemente velho partido sindical-campesino-utopista e a velhíssima aristocracia ineficiente e sem ideias, viciada em pilhar o Estado desde sempre. Sabe-se agora, por um escândalo gigante pela própria natureza, que a pilhagem foi contínua, de início ocultada pela contabilidade criativa e pelo “boom das commodities” (ah, as “riquezas naturais”, fetiche dos parvos). A Lei de Responsabilidade Fiscal valeu para “eles”, não valia mais para “nós”, pois nada poderia ir contra o direito “nosso” de sentar no avião ao lado “deles”. As utopias só colecionam vítimas porque também colecionam cúmplices. Lula, ainda no poder, apela aos cúmplices. Foi invocando novamente suposto nojo “deles” de andar de avião com “o pobre” que discursou na televisão no último 23 de fevereiro, discurso que boa parte dos não cúmplices e cúmplices arrependidos não ouviu pois estava a bater panelas. Em 2016, poucos brasileiros viajam de avião. As companhias aéreas estão no vermelho, rumo ao precipício, assim como as siderúrgicas e as grandes estatais, o fetiche idiota do “petróleo é nosso” incluído. O quadro só não é pior que o da Venezuela, “hors concours” tanto em “podemos” como em “eles não podem”. O brasileiro, impotente, talvez profundamente envergonhado por ter se rendido a ideias tão velhas, suporta calado o que qualquer outro povo já teria feito a Revolta dos Camponeses de Thomas Müntzer parecer uma excursão de escoteiros. Não, não podemos. No Brasil, tanto menos se pode quanto custa aos brasileiros admitir que destronar esses velhos e velhíssimos senhores, evocações dos populistas e insensíveis do passado ibérico, não é questão de poder, é mera necessidade lógica. Urgente.
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POLÍTICA NA PAUTA
SALVE-SE
QUEM PUDER...
Bruna Cavalcanti Jornalista e politóloga.
São tantos acontecimentos e denúncias de corrupção, que está sendo bem difícil acompanhar toda a movimentação política em torno dos novos fatos que surgem semana pós semana.
“N
unca antes na história desse país”. A frase, que é título de um livro escrito pelo jornalista brasileiro Marcelo Tas sobre o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, poderia facilmente resumir o atual momento político pelo qual vive o Brasil. São tantos acontecimentos e denúncias de corrupção, que está sendo bem difícil acompanhar toda a movimentação política em torno dos novos fatos que surgem semana pós semana. Se por um lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Dilma e o próprio Lula estão cada vez mais fragilizados; por outro lado, também chama atenção a série de acusações e insinuações contra o PSDB de Aécio Neves e, principalmente, contra a imagem do também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A diferença é que Lula, Dilma e o PT são alvo de uma operação tanto policial, quanto midiática que parecem não ter fim. Já FHC e o seu partido, o PSDB, nunca sequer foram investigados.
Em relação a Fernando Henrique Cardoso, a certeza que paira sobre o mesmo é a de que ele tem muito a explicar aos seus eleitores. Dono uma carreira política considerada por muitos brasileiros um exemplo a ser seguido, FHC teve, nas últimas semanas, o seu nome envolto em diversas denúncias. A primeira, dada com exclusividade pela revista BrazilcomZ, em uma entrevista surpreendente feita pela editora Fernanda Sampaio com à jornalista Mirian Dutra, mulher com quem Fernando Henrique teve uma relação extraconjugal por seis anos, revela um ex-presidente prepotente, arrogante e capaz de
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tudo para manter firme a imagem moralista que sempre teve. No entanto, não foi apenas a imagem pessoal de FHC que foi comprometida. Mirian Dutra revelou, entre tantas outras coisas, que recebia da empresa Brasif, por meio de uma simulação de um contrato de trabalho, o valor de três mil dólares mensais para ajudar nas despesas do filho Tomas, que a jornalista garante ser de Fernando Henrique. A história poderia ser um mero clichê pessoal se não fosse um pequeno detalhe: FHC usou uma empresa intermediária para pagar um serviço a Miriam Dutra que nunca chegou a ser realizado pela mesma. Ou seja: de onde saiu esse dinheiro e até onde vai a legalidade do mesmo? Essa seria a milimétrica linha divisória que separaria o privado do político e do público em toda essa história de Fernando Henrique Cardoso. E, mais uma vez, essas são perguntas que, até o momento da publicação desta coluna, ainda não foram respondidas pelo ex-presidente tucano. Em meio a toda essa polêmica, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, disse que não descartaria uma investigação, por parte da Polícia Federal, sobre o envio de dinheiro à jornalista e se houve algum tipo de delito cometido por FHC. No meio de toda esta controvérsia, que se soma a muitas outras que formam parte do período turbulento pelo qual passa o Brasil atualmente, está também a própria morosidade da justiça em investigar e denunciar supostos delitos cometidos por líderes tucanos. Afinal, quem não se lembra da acusação contra o atual senador Aécio Neves de que teria construído um aeroporto na fazendo do seu tio, no interior de Minas Gerais, quando ainda era governador desse mesmo estado? Apesar dos diversos indícios de irregularidade, e de que, inclusive, as chaves de
NA TERRA DE CERVANTES tal aeroporto ficavam em mãos de parentes do tucano, em agosto do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais decidiu arquivar a investigação. Outro caso de corrupção que ganhou bastante notoriedade, durante um governo do PSDB, foi o inquérito sobre o cartel dos trens em São Paulo entre 1998 e 2008. No entanto, em ambos os casos, nenhum político do PSDB chegou a ser punido. Como para todo peso sempre há várias medidas, diferente do PSDB, nunca as investigações e denúncias contra o PT foram conduzidas pela justiça de maneira tão rápida e ágil como agora. Um dia antes de essa coluna ser fechada, no dia 22 de fevereiro, a Polícia Federal anunciava uma nova fase nas investigações da operação Lava-Jato, que averigua, entre outras coisas, os diversos casos de corrupção na Petrobras. Nessa fase, o alvo principal seria João Santana, publicitário responsável pela campanha à reeleição do ex-presidente presidente Lula, em 2006, e das duas campanhas da atual presidenta Dilma Rousseff. A suspeita que recaí sobre João Santana é de que ele, e a sua mulher, Monica Moura, teriam recebido dinheiro ilegal da Odebrecth para pagamentos de campanha. A denúncia, além de gravíssima, poderia recair não apenas sobre Lula, como também da presidenta Dilma, cuja campanha à reeleição em 2014, acusada de ter sido financiada por dinheiro desviado da Petrobras, é alvo de uma ação movida pelo PSDB junto ao Tribunal Superior Eleitoral. No vale tudo da política brasileira, apenas uma coisa é certa: nunca antes na história desse país viveram-se tempos tão incertos; ou ainda, tantas perguntas sem respostas. Ou, como tão bem disse o jornalista e colunista político Bob Fernandes, em uma crítica sobre o atual cenário brasileiro, ao lembrar que a própria Odebrecht, como também outras empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato, financiou não apenas a campanha do PT como também parte campanha do PSDB e do candidato Aécio Neves: “Investigar deveria ser normal, anormal é não investigar. Empreiteiras da Lava-Jato doaram R$ 68 milhões para campanha do PT e R$ 40 milhões para a campanha presidencial do PSDB e demais. Por que milhões para uma campanha seriam sujos e são investigados e milhões para demais grandes campanhas são limpos e não são investigados se os doadores são os mesmos? Perguntem-se: como empreiteiras da Lava-Jato pagaram as demais grandes campanhas Brasil afora? A resposta costuma ser sofismo ou cinismo.”
ESPANHA CONTINUA SEM NOVO PRESIDENTE A Espanha continua sem definir quem será o novo presidente. Pedro Sánchez (PSOE) submeteu- se às votações ocorridas nos dias 2 e 5 de março. O Congresso dos Deputados disse não a Pedro Sánchez. Começará nova campanha política (caso não haja nenhum acordo de última hora) e a população terá que ir às urnas mais uma vez.
A PREFEITURA DE MADRI COPIA A DE PORTO ALEGRE A prefeita de Madri Manuela Carmena junto com o PSOE irão destinar 60 milhões de euros do orçamento para que o povo decida o destino desse dinheiro. Esse projeto de participação cidadã foi criado no Brasil, em Porto Alegre nos anos 80 e a prefeita o adotou como modelo.
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ENTRETELAS
A TELENOVELA NO BRASIL:
PAIXÃO, MIMESE, CATARSE E CONHECIMENTO Alana Freitas
Doutora em Literatura
A
telenovela é uma paixão brasileira, infelizmente ainda malvista por alguns setores da academia e por parte do público que não atentaram para o seu alcance na nossa cultura. É sabido que o gênero advém do folhetim romântico, romance em fatias, publicado nos jornais e saboreado em goles diários. Daí tantas semelhanças de heróis e mocinhas, amores proibidos, vinganças, segredos e lágrimas. Talvez daí também a sua sobrevivência em tempos de tanta concorrência de outras telas. O drama humano sempre nos atrairá e conquistará nossa empatia, independentemente do enredo, sempre torceremos por uma personagem em detrimento de outra e reclamaremos um final feliz e, se possível, com casamento, flores e bebês. Para o vilão nada menos que loucura, morte, humilhação ou cadeia nele! Para além das emoções catárticas despertadas pelas tramas que nos põem em contato com nossos sentimentos, a literatura propriamente dita e a teledramaturgia (filha dela) são potentes veículos difusores de conhecimentos e ideias incalculáveis. Em um país com índices ínfimos de leitura, a novela tem nos ofertado algumas aulas sobre nossa história e sobre nossa identidade cultural, possibilitando discussões sobre graves problemas e influenciando comportamentos. O seu lado mimético de representação do real traz para nossas casas diariamente reflexões sobre diversos temas, sem o compromisso de ser uma pretensa verdade. Se pensarmos na escravidão, por exemplo, tive-
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mos muitas cenas sobre a barbárie que esse fato representou e continua representando depois dele. Escrava Isaura (sucesso em todo mundo), Sinhá Moça, Força de um desejo e Lado a Lado mostraram para nós uma face maldita e mal dita da nossa nação. Com cenas memoráveis como os castigos de Isaura ou a abolição em Sinhá Moça (reescrita lindamente no seu remake para abarcar discussões contemporâneas). Já a imigração e seus desdobramentos nos renderam cenas antológicas em Terra Nostra ou O Rei do gado.
Sobre a ética ou a falta dela são inesquecíveis
O Dono do Mundo (miserável Dr. Felipe Barreto) ou Vale Tudo, que, como sugere o título escancarou o gênero
ao premiar o vilão Marco Aurélio com um final feliz fugindo num helicóptero e nos dando uma simbólica banana, ou ainda o emblemático herói Sassá Mutema de O Salvador da Pátria. Temas ligados às questões de saúde estiveram presentes em diversas tramas, Câncer, Leucemia, Transplantes, Síndrome de Down, Autismo, Esquizofrenia, entre tantos que, segundo dados oficiais, fazem o brasileiro correr atrás de informações, exames e consultas. Os temas tabus, que são tantos por aqui, não fugiram das telas. Se tomarmos a questão homoafetiva como modelo teremos uma travessia dolorosa que foi da morte das personagens pela rejeição do público à presença de famílias legalmente constituídas. Ainda no quesito comportamento, o inventário seria infinito, divórcios, adoções, famílias- mosaico, drogas, direitos femininos, violências diversas, enfim e sem fins, seria impossível elencar a sua variedade. Vamos ficando por aqui e que continuemos a nos enredar e a nos encantar, a fechar e abrir os olhos diante do espelho mágico e estilhaçado da ficção.
DE CAFÉ POR BARCELONA
COMO VIAJAR PELO MUNDO
SEM SAIR DE BARCELONA Mônica Barbosa
professora e blogger www.decafeporbarcelona.com
Hoje o “De Café por Barcelona” lhes convida a dar uma volta pelo mundo através da culinária. Sempre gostei de viajar e cada vez mais cresce esse desejo de cruzar fronteiras, de ver coisas novas. Talvez o que seja um pouco diferente agora é o meu olhar; os grandes monumentos e pontos turísticos continuam atraindo minha atenção, só que agora dividem em importância com a vontade que tenho de conhecer a culinária local, pois conhecer os sabores de um país, os produtos mais utilizados é entender também a sua cultura e o seu povo. Enquanto não posso me permitir uma volta ao mundo real, eu, sem sair de Barcelona, passeio por diferentes cozinhas e me lambuzo com seus sabores. Vem comigo? Visitando as cafeterias da cidade fui de Portugal à Argentina, passei pela Rússia e República Sérvia e posso garantir que cada sabor é inesquecível. Em “Hand Made” (Calle Castillejos, 334) tomei chá acompanhado com deliciosos biscoitos caseiros, enquanto Marina, a proprietária do local, me explicava que aquelas eram receitas da sua avó e de como ela voltava no tempo ao preparar cada uma. Nozes, maçã e noz moscada são alguns dos ingredientes que encontraremos nessas receitas. Em “Nabucco Tiramisu” (Plaza de la Vila de Gràcia, 8) provei, aprovei e repeti um dos tiramisus mais gostosos que comi. Esse doce italiano tão popular em todo STRATTA BAKERY
MARQUISE DECADENTE
o mundo, foi criado nos anos cinquenta na parte este do norte de Itália, na região de Vêneto. Seu forte sabor a café o caracteriza e reforça a paixão dos italianos pelo café expresso. Em “Nabucco Tiramisu”, além do clássico tiramisu, também encontraremos sabores novos, reinventados. Um doce muito típico na América Latina é o “alfajor”. Encontrá-lo em Barcelona e em outras partes do mundo é muito fácil, porque existem algumas marcas industriais que o produzem, nada contra, mas como não preferir os artesanais feitos em pequenas escalas? Em “Stratta Bakery” (Calle Provença, 158) podemos degustar um alfajor com seu delicioso recheio de doce- de- leite. Falando em recheio, vocês sabem a origem desse doce? Pois, o alfajor provém do hispano- árabe “al-hasú” e foi difundido na América durante o período colonial, seu nome significa “o recheio”. Entrar na “Marquise Decadente” ( Calle Casanova, 191), é como entrar nas Nações Unidas dos doces, e a responsável por isso é Milagros, que em sua cozinha nos brinda com receitas tão saborosas como pode ser o bolo “Tres Leches”, tão característico de vários países da América Latina, como o “Medovik”, bolo russo à base de mel. Além disso, o brasileiríssimo quindim ou um biscoito grego também marcam presença na sua confeitaria. Um dos passeios que adoro fazer é pela rica culinária portuguesa; seus doces me fascinam. Um dos lugares que gosto muito é o “Amalias” (Calle del Comte d’Urgell, 132). Pão e ovos estão presentes em muitas receitas e assim como encontramos influência da culinária portuguesa na culinária brasileira, a portuguesa também sofreu influência da cozinha marroquina. Não guardem seus passaportes, porque em breve podemos dar outro “passeio” pela cultura e culinária mundial. HAND MADE
AMALIAS
MARQUISE DECADENTE
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A ÚLTIMA MORADA DO DITADOR Por Fernanda Sampaio Carneiro
AO CRUZAR ESSA IMENSA PORTA DA “BASÍLICA JUAN XXIII”, QUE FICA NA SERRA DE GUADARRAMA, SEPARANDO AS PROVÍNCIAS DE MADRI E SEGÓVIA, PROVAVELMENTE VOCÊ TERÁ UMA DAS EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS MAIS ESTRANHAS: ENTRARÁ NA CRIPTA ONDE ESTÁ SEPULTADO O DITADOR ESPANHOL FRANCISCO FRANCO, O MILITAR QUE DEU UM GOLPE DE ESTADO EM 1936 NA ESPANHA, AFUNDANDO O PAÍS EM UMA SANGUINÁRIA GUERRA CIVIL, SÓ TERMINADA DOIS ANOS ANTES DE SUA MORTE, HÁ 41 ANOS.
“El Valle de los Caídos” (“O Vale dos Caídos”) foi construído do tamanho do egocentrismo e da maldade do ditador, com a intenção de sepultá- lo, junto com os seus soldados na guerra. Esse exército conta com de 33 mil mortos. Depois de 1958 permitiu- se enterrar também os inimigos de guerra, os republicanos. O lugar é lúgubre. O conjunto de construções imponentes, arquitetonicamente belíssimas, inegavelmente, mas que provocam arrepios por tudo o que significam.
Turistas brasileiras de Osasco (SP), a filha, Victória Abade, e a mãe, Eloísa Abade, passeavam pelo complexo.
O acesso à cruz no alto da montanha está interditado por obras, a construção está comprometida pelas muitas infiltrações. Há um funicular que faz o transporte até o alto, mas também está inativo. A paisagem é impressionante. Desde a base, a cruz mede 150 metros e está cravada na montanha, no centro do complexo. Abaixo estão a Basílica e o Monastério, em formato de “u”. Há esculturas das “virtudes” ladeando a cruz, ironicamente, como a “Prudência” e a “Justiça”. 68
A Basílica inspira tudo, menos religiosidade, as vozes do passado insistem em desconcentrar o pasmado visitante. Antes de entrar, há controles com guardas, detector de metais e a proibição expressa de não tirar fotos. Ao cruzar o largo e extenso corredor, com tetos altíssimos, ladeados de imensos anjos, a respiração sai cortada. Quase não há decoração e poucas imagens de santos, apenas quatro, tudo é frio, muito frio e atípico. Há grandes tapetes decorando as paredes e imagens de santos encravados no concreto, sem nenhuma cor, tudo cinza na Basílica (exceto os tapetes), tudo cor de pedra.
Quem projetou essa imagem foi Diego Mendez, descaracterizando o projeto inicial de Pedro Muguruza, que faleceu antes de terminar o complexo. O debate na sociedade espanhola continua aceso: retirar ou não o ditador do Vale dos Caídos? Alguns defendem que faz parte da história e outros acusam que pode ser um lugar de culto dos fascistas. Sem esquecer, que o complexo é patrimônio nacional.
Dá para rezar o “Pai- Nosso” com os restos mortais do ditador espiando ao pé do altar? Parece que bem poucos conseguem, já que a missa de domingo contava com poucos fiéis e muitos turistas querendo pisar, digo, visitar a tumba do ditador.
Lateral da Basílica
Vale a visita? Vale, tanto pela paisagem da montanha, como pela suntuosidade arquitetônica e ainda pela experiência de sentir o que um ditador megalômano (como todos) pensou para a própria morte, a sua última morada. Entrada geral: 9 euros Para mais informações acesse: www.valledeloscaidos.es 69
BRINQUEDOS TECNOLÓGICOS PARA GRANDES E PEQUENOS. Por Fernanda Sampaio Carneiro
DRONES
Nano- drone da Juguetrónica (Madri), um dos mais pequenos do mercado. Os drones são considerados veículos aéreos teleguiados por rádio. Começaram a ser utilizados para fins militares em tarefas perigosas, onde havia risco de morte dos soldados. Depois, o uso extendeu- se para fins profissionais, cinegrafistas e fotógrafos os utilizam para fazer imagens incríveis, aéreas ou em lugares que seria impossível o homem chegar; agora também são utilizados em shows, espetáculos para fazer imagens aéreas do público. Soubemos até do caso do cantor Enrique Iglesias, que cortou a mão ao pegar um drone no ar em um show no México (maio/2015). Do uso profissional, passou- se ao recreativo, como hobby. Mesmo para esse fim, há restrições, pois as hélices podem ferir pessoas ou provocar outros tipos de danos materiais. Para as crianças, já foram projetados drones com proteção para as hélices. Veja: 70
As gamas média- alta incorporam câmeras com estabilizadores, podem executar voos invertidos, resistem a grandes impactos. Os semi- profissionais emitem imagens direto para o celular, com autonomia de voo entre 8 a 10 minutos, e até 2km de distância e são controlados através de celulares ou tablets. Todas as peças podem ser repostas, inclusive são vendidas à parte para a construção de drones caseiros. Os preços variam entre 39,90€ a 949,00€. Há modelos simples, com preços bastante acessíveis. Apesar de serem baratos, são velozes, resistem a impactos, agentes exteriores e podem fazer acrobacias. Há modelos que resistem à água. Podem chegar a 100- 150 metros sem perder o sinal.
STAR WARS (GUERRA NAS ESTRELAS)
A Juguetrónica em Madri é a distribuidora oficial da franquia Star Wars. A loja construiu durante dois anos o robô R2-D2, tal qual o do filme “Guerra nas Estrelas”: ele emite sons, música, luzes, abre compartimentos e anda. O “brinquedinho” vale 120.000,00€ . Aos sábados, a loja faz demonstrações, o robô passeia pelo bairro. Há versões acessíveis com excelente qualidade.
R2-D2
Darth Vader, R2-D2, C-3PO e o mestre Yoda.
REALIDADE VIRTUAL
Outra coisa que anda empolgando os apaixonados por tecnologia são os óculos de realidade virtual. Uns óculos especiais acoplados a um smartphone podem ser utilizados para ver filmes em 3D, jogos de vídeogame, para fazer turismo virtual e passear por cidades como Nova York, como se estivesse caminhando nas suas ruas, com visão total de 360 graus.
Com esses óculos, a sensação pode ser a de um piloto em uma corrida de Fórmula- 1.
Emoção sem sair do sofá.
ROBÓTICA A quantidade de tipos de robôs no mercado é incrível. Há robôs programados para servirem de “animais” de companhia, os movidos por energia solar, outros podem ser montados pelo próprio cliente, atendem ordens, atiram dardos, contam histórias, os humanóides, que parecem ter sentimentos e nos chamam pelo nome.
A “turma” da Juguetrónica, todos fabricados pelos engenheiros da empresa. 71
Esse pequeno dinossauro tem movimentos reais, precisa ser cuidado, alimentado, ele pode ficar doente e triste se for deixado de lado. O corpo é cheio de sensores, ele “sente” as carícias. Tem sensor de temperatura, passa calor e frio de acordo com a estação. Necessita dormir. Quando ele nasce precisa ser ensinado a andar como a um bebê. Com autonomia de 4 horas, custa 400€.
Esse “carinha” dança, te chama pelo nome, atende seus pedidos, pode conversar, passear, ele é usado até em hospitais.
Que tal montar e programar o seu próprio robô?! É relativamente fácil e barato. A Juguetrónica dá cursos para todas as idades e níveis. O preço custa entre 50 e 100 euros, são muito dinâmicos e divertidos. A loja tem uma museu de robôs, que vale a pena ser visitado.
MEIO DE TRANSPORTE? E por quê, não? Essa espécie de skate ou patinete elétrico (como o Segway, mas sem apoio) muito em moda agora, pode ser uma alternativa de transporte. Jogando o corpo um pouco para trás ele se move. Pesa uns 10 quilos e tem autonomia de 20km. A velocidade máxima é de 10km/h. É movido por baterias de lítio muito eficientes. “Muito intuitivo, ainda que nunca tenha patinado, em um dia, é possível aprender.” A versão básica custa 449,00€.
Com um agradecimento ao gentil Jesús, que explicou e nos guiou pela loja fazendo todas as demonstrações dos brinquedos. Na Juguetrónica também há muitos gadgets, experimentos científicos e muitas novidades curiosas. Possivelmente, seja essa uma das melhores lojas do gênero do mundo. Juguetrónica Calle de Alberto Aguilera, 1, 28015 Madrid www.juguetronica.com 72
ESPANHA FÁCIL
TABELA DE EQUIVALÊNCIA
DE ESTUDOS ENTRE BRASIL E ESPANHA
Diariamente, recebemos muitas consultas relacionadas à homologação e equivalência de cursos brasileiros na Espanha. Por isto, preparamos abaixo uma tabela de equivalência de estudos não- universitários e universitários na Espanha.
Estudos não-universitários
BRASIL Ensino pré- escolar Ensino Fundamental 9 anos Ensino Médio 3 anos
ESPANHA Educación infantil Educación primaria 6 anos ESO (4 anos) + Bachillerato (2 anos)
ATENÇÃO: BRASIL: Ensino fundamental + Ensino médio = 12 anos ESPANHA: Educación primaria + ESO + Bachillerato = 12 anos Como podem comprovar o estudo não- universitário tanto no Brasil, como na Espanha possui exatamente a mesma duração.
MADRI
Estudos un
BRASIL Graduação entre 3 a 5 a
nos
Mestrado duração de 2 Doutorado duração de 4
anos
anos
iversitár io
s
ESPANHA
Grado entre 3 a 4 a
nos
Máster duração de 1
ano
Doctorado entre 3 a 5 a
nos
DICA ESPANHA FÁCIL: Ensino Fundamental no Brasil se homologa ao 3º ano de ESO na Espanha. Ensino médio no Brasil se homologa ao Bachirellato na Espanha.
Tel: 91 451 5021 Cel: 657 159 836 www.espanhafacil.com
Horário de atendimento: 10h - 19h E-mail: info@espanhafacil.com Calle Nuñez de Balboa, 35A, 5ºA, oficina 3. Madrid CP: 28001 Metro: Velazquez 73
CCBE
Brasil es sede de la mitad de las Multilatinas Según el informe “América Latina Sin Fronteras. Cómo las empresas latinoamericanas se convierten en líderes globales” publicado recientemente por Deloitte, Brasil es la sede de la mitad de las llamadas empresas Multilatinas y es la que más y mejor talento ejecutivo retiene. En este sentido, 9 de los 100 mejores CEO del mundo son brasileños según la lista elaborada por Harvard Business Review, además de contar con 6 universidades entre las 500 mejores del mundo según el Academic Ranking of World Universities. El informe de Deloitte indica que “las empresas con sede en Brasil tienen una clara ventaja en la consecución de sus aspiraciones globales porque esa nación provee apoyo fuerte y activo para la expansión internacional”. Brasil es la mayor economía de América Latina y representa el 40 por ciento del PIB total de la región. Las empresas de Brasil son aún más dominantes, comprendiendo el 45 por ciento de las empresas de la región, y capturando el 51 por ciento de los ingresos generados según los resultados proporcionados por el Ranking del Latin Trade. En Brasil, las tres principales industrias de las empresas latinoamericanas, como porcentaje de los ingresos totales son de Petróleo y Gas (24 por ciento), Alimentos (11 por ciento) y Construcción (10 por ciento).
Iberia, transportista oficial del Comité Olímpico Español y de los Equipos Olímpicos y Paralímpicos 2016
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Iberia y el Comité Olímpico Español han firmado un acuerdo que convierte a la aerolínea española en la transportista oficial y exclusiva del Equipo Olímpico y Paralímpico Río 2016 y de los miembros del COE. La aerolínea se suma así a la promoción de los Juegos Olímpicos Río 2016, facilitando los viajes del COE y de los deportistas españoles y asociando su marca al que será el evento más importante y multitudinario del año que viene. Luis Gallego, presidente de Iberia, afirmaba: “este acuerdo muestra nuestro apoyo al deporte español y a todos los deportistas que nos representarán en los próximos Juegos Olímpicos de Río. Ellos encarnan esos valores de esfuerzo, afán de superación y deportividad que tanto admiramos e intentamos promover en Iberia”
CÁMARA DE COMERCIO BRASIL-ESPAÑA Exposición: La mujer Ochoa. Modernismo y Modernidad Hasta el próximo 26 de abril se puede visitar gratuitamente la exposición “La mujer Ochoa. Modernismo y Modernidad” en el Museo Cerralbo de Madrid, organizada por la Fundación Pintor Enrique Ochoa. Para José Estévez, comisario de la exposición y vicepresidente de la CCBE, “esta exposición refleja el mundo femenino en 46 obras, el de las mujeres que fueron musas y su entorno en el primer cuarto del siglo XX, su realidad, contemplando distintos ambientes sociales, especialmente el cosmopolita y aristocrático del periodo de entreguerras”. Cabe recordar que Ochoa viajó en los años 40 y 50 a Brasil, y el Museo Nacional de Río de Janeiro cuenta con obra del pintor.
Davi Pinto nuevo consejero comercial de Brasil en España Davi Augusto Oliveira Pinto es el nuevo Consejero Comercial de la Embajada de Brasil en España, sustituyendo en el puesto a Gabriele Murilo, que asume nuevas responsabilidades en la Embajada de Brasil en Ecuador. Nacido en Belo Horizonte, Pinto es Licenciado en Ciencias Económicas por la Universidad Federal de Minas Gerais, y comienza su carrera diplomática en el año 2000. Desde esa fecha ha asumido diversas responsabilidades y cargo tanto en Brasil como en el exterior, dónde ha sido también Consejero Comercial en Italia, Cónsul Adjunto en el Consulado General de Buenos Aires, asesor de la Co-Presidencia de brasileña de ALCA, asesor de la Subsecretaría General de América del Sur, Central y Caribe. Desde estas líneas, la Junta Directiva de la CCBE felicita a Murilo por el trabajo realizado durante su estancia en España y le desea todo lo mejor en su nuevo destino, así como al nuevo consejero Pinto en su nueva responsabilidad en la Embajada de Brasil.
Aumenta la compra de empresas brasileñas por extranjeras Por primera vez la compra de empresas brasileñas por inversores extranjeros superando a los inversores nacionales. Según un reciente informe de KPMG éstas fueron de 296 operaciones de extranjeros comprando empresas brasileñas frente a 269 operaciones nacionales. La devaluación del real brasileño está siendo decisiva para la compra de empresas brasileñas por parte de compañías internacionales. Cabe destacar también que el auge del mercado de consumidores ha atraído a un gran número de empresas extranjeras en los últimos años. Se trata de una oportunidad de entrada en Brasil y de posicionamiento en este mercado. Al mismo tiempo, las empresas brasileñas también han aumentado la compra y realizado operaciones en el exterior (66 operaciones frente a 44 en 2014), especialmente en el sector de la alimentación y bebidas. 75
E AÍ, TUDO BELEZA? bastão de rubi
O QUE SIGNIFICA
LASER? Dr. Alfredo da Matta
Cirurgião Plástico Estético www.cirurgiaplastica-madrid.com
Quando se fala de laser e de luz pulsada, o objeto é falar de radiação electromagnética, cujo maior fornecedor da terra é o sol. Desde muito é conhecido a ação beneficiosa desta radiação que é utilizada em medicina, principalmente na dermatologia. Esta radiação vem em forma de ondas de distintos comprimentos e têm diferentes cores, as cores do arco iris. Em uso em dermatologia e mais precisamente em estética, estas radiações podem se divididas em infravermelhas, luz visível e ultravioleta. LASER se trata de uma radiação electromagnética com características físicas diferentes da luz que utilizamos e da luz solar, porque é resultante da estimulação de átomos de determinado material que permite ter um só comprimento de onda, ser monocromática, coerente e ter uma grande concentração de energia, particularidades que a fazem idôneas para vários tipos de tratamentos. LUZ PULSADA (IPL) - se trata de um aparelho emissor de luz de uma lampada de xénon ou kripton, com filtros, que permite a saída de radiações com vários comprimentos de onda compreendidos entre 500 e 1200 nm. e, portanto, ao não ter a energia concentrada e limitada a um comprimento de onda, sua utilização apresenta limitações ou especificidades comparada ao laser. Estas radiações ao entrar em contato com a pele produzem reações que são estudadas na fotobiologia da pele e que é fundamental conhecer para entender suas distintas aplicações. Também é fundamental o conhecimento dos princípios físicos desta radiação, pois a pele a semelhança de qualquer outro objeto é refletor, absorsor ou deflator destas radiações e principalmente de uma destas características – absorção - produz um dos efeitos mais utilizados que é a fototermolise. 76 76
fonte de luz e calor, que excita moléculas de rubi e provoca fótons
Entre os parâmetros que merece registro pela sua importância pratica está a profundidade de penetração da onda, quanto mais curta é a onda, menor penetração e vice versa. No caso mais conhecido de seu uso estético, o solário ou raio UVA, as ondas são muito curtas e estimulam a camada mais superficial da pele onde estão os melanóforos que produzem a melanina e que dá a cor a pele. A absorção da radiação por qualquer substância produz calor, e este calor se transmitirá a outras substâncias ou estruturas que estejam em contato, podendo produzir o efeito desejado. Os estudos de física aportam o conhecimento de que as substâncias absorvem seletivamente determinados comprimentos de onda, e com este dado pode emitir as ondas específicas para a melanina, oxiemoglobina, colagênio ou água, produzindo assim o calor necessário a fazer o dano terapêutico às celulas que interessam (fototermolise seletiva). Para depilação procura destruir as celulas germinativas que produzem o pelo, para o fotorejuvenecimento destruir os pigmentos das manchas cutâneas – o alvo é a melanina. Para destruir vasos sanguíneos muitos finos, cuperose, aranhas vasculares, telangiectasias o alvo é a oxiemoglobina, substância existente no sangue. Para estimular e regenerar o colagênio, romper as células dermo epidérmicas (peelings) e as células de gordura (laser lipólise) o alvo é a água. Com estes dados e também o conhecimento da pele, sua composição e fisiologia permite entrar no maravilhoso mundo da tecnologia aplicada à depilação, fototermolise vascular, fotorejuvenecimento e laser lipólise. NOTA: O laser está catalogado como nova tecnologia, com seus 30 anos de vida, é neste momento a solução para os problemas citados e não suplantado por outras indicações terapêuticas. Nem toda nova tecnologia aporta soluções terapêuticas e não estão totalmente comprovadas, por ser nova não é panaceia, cuidado com publicidade enganosa. LUZ PULSADA
LASER
REFLEXÃO E EQUILÍBRIO
• Somos os criadores de nossa própria felicidade e do nosso sofrimento, pois todas as coisas têm origem na mente. Sendo assim, precisamos assumir a responsabilidade por tudo aquilo de bom ou ruim que experimentamos. • Se a pessoa tem uma base espiritual estável, não se deixará dominar pela sedução da tecnologia ou pela insanidade que é o desejo desenfreado de possuir bens materiais. • Muitas pessoas trabalharam duro, sozinhas ou em grupo, para tornar a nossa vida mais confortável. O alimento que comemos e as roupas que vestimos não caíram simplesmente do céu. Muitos trabalharam para produzi- los. Por esse motivo, devemos ser gratos a todas essas pessoas. • É durante as fases de maior adversidade que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si mesmo e aos outros. • Quando um erro tiver sido cometido, a pessoa pode revelar o ocorrido depois de reconhecer que estava errada– na presença de pessoas sagradas verdadeiras ou imaginárias– e resolver não reincidir no erro. Isso diminui a força da ação negativa. • Aprender a perdoar é muito mais proveitosos do que simplesmente pegar uma pedra e arremessá- la contra o objeto de sua ira. Quanto maior a provocação, maior a vantagem do perdão. • Abandone a inveja, desapegue- se do desejo de sobrepujar os outros. Em vez disso, tente fazer o bem a eles. Com bondade e gentileza, com coragem e confiando que é assim que terá sucesso de fato, receba- os com um sorriso. Trate a todos como se fossem amigos muito próximos. Fonte: Lama, Dalai. “Palavras de Sabedoria”. Sextante, Rio de Janeiro, 2001. 77
MIRIAN DUTRA
E QUEM DUVIDA DA
MUDANÇA CLIMÁTICA Mirian Dutra Jornalista
É
o assunto mais falado e mais chato da última década! Isto porque nos últimos anos estamos sofrendo esta premonição óbvia!
No Brasil, cientistas, metereologistas, avisaram: El Niño este ano vem mais forte e será frequente. E está chovendo no Brasil como nunca! Uma praga de um mosquito que existe há anos e que está mutando. Vão colocar a culpa na mudança climática, mas ninguém deve esquecer os bons hábitos, saúde pública, etc. No velho continente, no meio de fevereiro, apareceram as primeiras nevascas, nas regiões - Astúrias, País Basco, Pirineus - onde a neve é bem- vinda em novembro, no máximo, em dezembro. As estações de esqui estão à míngua. E perguntam se atrasou o inverno? América do Norte, fortes nevascas, fecharam estradas, escolas, normal para fevereiro? Neste mundo climático nada se atrasa, tudo muda. E estamos mudando, vamos ter que nos adaptar às novas datas: verão chegando mais cedo acima do Equador, e abaixo, um verão diferente. Sol inesperado, e as mocinhas terão que adaptar-se às dietas detox em diferentes épocas. Quem sabe isto não tenha o lado bom: todo mundo vai fazer dieta o ano inteiro! E cuidar mais da natureza , até agora, puro clichê!
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NOTA
Em 1900 foi descoberto um material que parecia milagroso: resistente e barato, o amianto extendeu- se rapidamente pelo mundo em casas e edifícios. As indústrias ficaram tão populares que viraram sinônimos do produto, a Eternit (Brasil) e a Uralita (Espanha). O programa “Salvados” (“La Sexta”, 27/02) denunciou que, até 2030, morrerão na Espanha mais de 40 mil pessoas por causa do amianto e mostrou trabalhadores que sofrem as consequências de ter trabalhado com esse material, jamais foram advertidos do risco. A empresa espanhola nega que os casos de câncer de pulmão, muito específicos, tenham sido provocados pelo amianto. Damos nota 0 para as empresas que, sabendo que estão matando seus trabalhadores, não usam a proteção adequada e nem os advertem do risco que estão expostos. No Brasil, que a justiça obrigue já a Eternit a cessar o uso desse material! Enquanto o mundo já proibiu o amianto, no Brasil, as caixas d’águas, onde a população bebe e se banha são de amianto, veja o comunicado da Eternit: Com relação ao uso do amianto crisotila em produtos como caixas d’água e telhas, a Eternit esclarece: • A extração e beneficiamento do amianto crisotila por sua controlada SAMA e a utilização do mineral nas fábricas da Eternit, seguem rígidos padrões de segurança superando a legislação vigente. Com o aprimoramento das técnicas de produção e o aperfeiçoamento dos mecanismos de proteção ao trabalho, nenhum caso de doença relacionada ao uso do amianto crisotila foi registrado entre os colaboradores admitidos no Grupo a partir dos anos 80. • Os procedimentos de segurança implantados pelo Grupo Eternit em suas empresas superam as exigências legais, eliminando ou reduzindo possíveis riscos e garantindo a segurança aos colaboradores e consumidores. O uso de telhas com amianto crisotila é seguro. Não há registro no Brasil de nenhum morador que tenha desenvolvido qualquer doença em razão de habitar moradias cobertas com telhas de amianto.
PROFESSOR NOTA 10: DIEGO MAHFOUZ FARIA LIMA A Fundação Victor Civita criou um importante prêmio que reconhece o talento e trabalho dos profissionais da área da Educação. O último vencedor (2015), que recebeu o prêmio de “professor do ano”, foi o diretor da Escola Municipal Darcy Ribeiro em São José do Rio Preto (SP) com o projeto: “Minha escola: reconstrução coletiva”. A escola estava bastante deteriorada pela ação dos próprios alunos. Diego empreendeu diversas ações que mudaram completamente esse comportamento negativo: criou um laboratório de Astronomia, abriu a escola aos fins de semana para a prática de esportes, capoeira e música clássica, os alunos pintaram a escola, fizeram “arte” e hoje são eles mesmos que cuidam da escola. A evasão escolar caiu drasticamente. Nossa nota 10 vai para Diego e todos os educadores que estão ajudando a melhorar a sociedade brasileira. Parabéns!
AMIANTO: O ASSASSINO OCULTO
NOTA
0
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GASTRONOMIA
“ ¿Vamos de tapas?” Por: Fernanda Sampaio Carneiro
ESSA É UMA DAS EXPRESSÕES ESPANHOLAS MAIS CONHECIDAS INTERNACIONALMENTE, PROVAVELMENTE. “IR DE TAPAS” É UM DELICIOSO COSTUME NACIONAL, QUE CONSISTE EM SAIR PELOS BARES, TABERNAS OU RESTAURANTES PARA PROVAR AS MAIS SABOROSAS IGUARIAS TÍPICAS (OU NÃO). UM DOS ESPAÇOS COM MAIS VARIEDADES DE “TAPAS” (PETISCOS) É O “MERCADO DE SAN MIGUEL”, QUE FICA EM UMA DAS SAÍDAS DA “PLAZA MAYOR”, CENTRO DE MADRI. VEJA A NOSSA SELEÇÃO DE MANJARES DOCES E SALGADOS, QUE VOCÊ PODE ENCONTRAR NO MERCADO.
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Uma das “tapas” mais apreciadas do mercado são as ostras acompanhadas com “cava” (o vinho espumoso produzido na região da Catalunha).
Há versões inovadoras de iguarias tradicionais, como essa à base de “paella”.
Os mariscos são preparados na frente do cliente.
O mais tradicional da Espanha: “jamón serrano” (presunto curado) em cima de uma crocante fatia de pão francês.
No mercado podem ser degustados vários tipos de bebidas, desde vinhos a coquetéis e variedades grandes de caipirinhas e “mojitos”.
Há cafeterias e imensas vitrines repletas de doces típicos da Espanha, franceses e portugueses.
Pastéis de nata portugueses.
A única dificuldade é escolher!
Tortas de frutas. As rabanadas são muito consumidas na época da Semana Santa na Espanha, no final de fevereiro começam a aparecer nas pastelarias.
O “Mercado de San Miguel” vale a pena ser visitado tanto pelo valor gastronômico, quanto histórico. Esse espaço remonta há épocas muito antigas, do início do século XIII. Nessa Praça de San Miguel funcionava uma feira livre, havia uma igreja que foi destruída por um incêndio. O mercado, tal como se vê hoje, foi inaugurado em 1916, nele eram comercializados produtos perecíveis, agora funciona só como espaço gastronômico. Para mais informações:
www.mercadodesanmiguel.es
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KLEDIR RAMIL
LÍNGUA
BRASILEIRA
Kledir Ramil
“O
Gaúcho, músico e escritor
utro dia eu vinha pela rua e encontrei um mandinho comendo bergamota, um guri desses que andam sem carpim, de bragueta aberta, soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria...” Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no banheiro é o nome que nós demos pra mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de criado-mudo. E por aí vai. A privada nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos primeiros vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso “Patent” número tal. E pegou. Ir aos pés, no Rio Grande do Sul, é fazer cocô. Eu acho tri elegante, poético. “Com licença, vou aos pés e já volto.” O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes. No Rio de Janeiro é “e aí merrmão! CB, sangue bom!” Até eu entender que merrmão era “meu irmão” levou um tempo. Pra conseguir se comunicar, além de arranhar a garganta com o erre, você precisa aprender a chiar que nem chaleira velha: “Vai rolá umasch paradasch ischperrtasch.” Em São Paulo, capital, eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “Ôrra meu! Tô por deintro, mas não tô inteindeindo o que eu tô veindo.” E no interiorrr falam um erre todo enrolado: “A Ferrrnanda marrrcô a porrrteira.”
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Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima. Em Mins, quer dizer, em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora, doidemais da conta, sô! O mineiro quando se perde, já tem uma frase pronta: “Eu não sei quemcossô, oncotô, doncovim e proncovô.” Qualquer objeto eles chamam de trem, como naquela história do mineirinho na plataforma da estação. Quando ouviu um apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo.” No Nordeste é tudo “meu rei, bichinho, óxente”. Pai é painho, mãe é mainha, vó é vóinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes. As frases são sempre em escala descendente, ao contrário do sotaque gaúcho. Mas o lugar mais interessante de todos é Florianópolis, um paraíso sobre a terra, abençoado por Nossa Senhora do Desterro. Os nativos tradicionais, conhecidos como manezinhos da Ilha, têm o linguajar mais simpático da nossa língua brasileira. Lagartixa, eles chamam de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôschca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir um envelope de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é conhecido como poste de prosa. Ovo eles chamam de semente de galinha e motel é lugar de instantinho. Dizem que isso tudo vem da colonização açoriana, inclusive a pronúncia deliciosa de algumas expressões como “si quéisch quéisch, se não quéisch, disch.” Se você estiver por lá, viajando de carro e precisar alguma informação sobre a estrada pra voltar pra casa, deve perguntar pela “Briói”, como é conhecida a BR 101. Tudo isso é muito engraçado, mas às vezes dá problema sério. A primeira vez que minha mãe, gaúcha do interior, foi ao Rio de Janeiro, entrou numa padaria e pediu: “Tchê, me dá um cacete!!!” Cacete pra nós é pão francês. O padeiro caiu na risada, chamou-a num canto e tentou contornar a situação. Ela ingenuamente emendou: “Mas o senhor não tem pelo menos um cacetinho?” N. do T. — mandinho é garoto, carpim é meia, bragueta é braguilha, pandorga é pipa, bici é bicicleta, lomba é ladeira, lancheria é lanchonete.
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