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A desigualdade persiste Inequality persists
A desigualdade persiste
Apesar de toda a evolução observada durante o século XX, quando foram criados dispositivos legais para garantir a igualdade de direitos entre homens e mulheres, formas de desigualdade no que diz respeito ao gênero ainda persistem. Frente a uma mesma situação, o que é aceitável para um determinado sujeito, é visto como inaceitável ao outro, ou melhor, a outra.
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No ambiente de trabalho, mulheres na mesma posição ainda ganham salários menores do que os homens, apesar de terem as mesmas funções. Uma mulher que é ambiciosa e assertiva é vista como “mandona”, enquanto o homem é percebido como um bom líder. A mulher solteira que cria os filhos sozinha, é associada como aquela fazendo a sua obrigação de mãe, enquanto que o pai solteiro é visto como um herói e até mesmo vítima de uma situação injusta.
O duplo padrão sexual também vale ser discutido, pois se refere a avaliação e juízo discrepantes para comportamentos sexuais idênticos entre homens e mulheres. A mulher que tem muitos parceiros sexuais é muitas vezes descrita como promíscua, enquanto o homem é elevado ao papel de “garanhão”.
Neste cenário assimétrico, fica a questão: Por que a desigualdade persiste? Uma das razões pode ser que a naturalização da diferença de gênero, muitas vezes mascara as desigualdades, tornando-as invisíveis. Quando se cristaliza um elenco de tarefas e atributos específicos de cada gênero, como nos exemplos descritos acima, é muito difícil se distanciar deste padrão pré-determinado.
A percepção de uma aparente igualdade contribui em muito para a perpetuação da assimetria do gênero, ou seja, apesar de todos os avanços, as mulheres ainda são mais propensas a serem pobres, analfabetas, a sofrer violência sexual, a trabalhar mais por menos e não exercer cargos de poder público e econômico. O que se observa é apenas uma igualdade formal, regida por leis muitas vezes criadas apenas por homens. A verdade é que, as disparidades de gênero são determinadas por questões culturais e não por diferenças inatas de habilidades. Os estudos comprovam que as meninas têm maior rendimentos em matemática e ciências na escola, porém as atividades profissionais como a engenharia são associadas com o masculino. Isto quer dizer que, nós enquanto pais, professores e mentores, acabamos por perpetuar a assimetria de gênero na prática, apesar de nosso discurso teórico ser a favor da igualdade.
Inequality persistsInequality persists
Elisabeth Kuhn Deakin Ph.D, L.M.H.C. Psicóloga e doutora em Psicologia pela PUCRS, mestre em Psicologia Clínica pela Antioch University, pós-doutorada em Child Psychotherapy pelo Reiss-Davis Child Center, Intake Specialist no Institute for Child and Family Health e Psicoterapeuta de crianças, adolescentes e adultos em Coconut Grove. Despite all the progress observed during the 20th century, when legal provisions were created to ensure equal rights between men and women, forms of gender inequality still persist. When faced with the same situation, which is accep- table to a particular gender, it is seen as unac- ceptable to the other.
In the workplace, women in the same po- sition still earn lower wages than men, despite having the same functions. A woman who is ambitious and assertive is seen as “bossy”, whi- le the man is perceived as a good leader. The single woman who raises her children alone is associated as the one doing her mother’s obli- gation, while the single father is seen as a hero and even the victim of an unfair situation.
The double sexual pattern is also worth discussing, as it refers to the appropriate asses- sment and judgment for identical sexual beha- viors between men and women. The woman who has many sexual partners is often descri- bed as promiscuous, while the man is elevated to the role of “stallion”.
In this asymmetric scenario, the question remains: Why does inequality persist? One of the reasons may be that the naturalization of gender difference often masks inequalities, making them invisible. When crystallizing a cast of specific tasks and attributes of each genre, as in the examples described above, it is very dif- ficult to distance itself from this predetermined pattern.
The perception of apparent equality contri- butes greatly to the perpetuation of gender asymmetry, that is, despite all advances, women are still more likely to be poor, illiterate, to suffer sexual violence, to work harder and not positions of public and economic power. What is observed is only a formal equality, governed by laws often created only by men.
The truth is, gender disparities are determined by cultural reasons and not by innate differences in skills. Studies prove that girls have higher performances in mathematics and science at in school, but professional activities such as engineering are still associated with males. This means that, although our theoretical idealism is in favor of equality; In essence, parents, teachers and mentors end up perpetuating gender asymmetry.