Farmácia Saúde n203 setembro 13

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PUBLICAÇÃO MENSAL | 203 | SETEMBRO ‘13

FARMÁCIA para o seu bem-estar

Tabagismo

LIVRE DO VÍCIO

AVC

CÉREBRO EM PERIGO

Crianças

REGRESSO À ESCOLA



PUBLICAÇÃO MENSAL | 203 | SETEMBRO ‘13

FARMÁCIA para o seu bem-estar

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CABELO

EDITORIAL

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ALZHEIMER

TABAGISMO

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HEMORRÓIDAS

PRODUTOS

INSPIRE, EXPIRE

Moldura do rosto e adorno natural, os cabelos são símbolo de sensualidade para muitas mulheres e de virilidade para muitos homens.

Não faz parte do processo natural de envelhecimento, mas a idade é um factor de risco, pois a doença de Alzheimer é mais comum acima dos 60 anos.

A doença hemorroidária é muito mais comum do que se pensa.

12 CRIANÇAS

Setembro é, por definição, o mês do chamado regresso às aulas. A ansiedade gravita em torno de pequenos e graúdos à medida que se aproxima o primeiro dia de aulas.

Um dia a Farmácia pára sem avisar... Farmácias de portas abertas são muitas vezes pura ilusão de óptica.

Abandonar o vício de fumar leva o seu tempo, é difícil e, até ser concretizado, podem vir a falhar algumas tentativas. Mas compensa a vários níveis.

20 AVC

Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) constituem a principal causa de morte e incapacidade em Portugal. Mas podem ser prevenidos. E há sinais a que é preciso estar atento para agir o mais rapidamente possível.


Cabelo

PELOS FIOS DO SEU CABELO O aspecto físico é fundamental quer a nível social quer profissional. Imprescindível na formação de uma primeira impressão, se cuidado causa uma imagem positiva aos demais. O desmazelo não é bom companheiro e no que toca ao cabelo é desde logo notado. É, portanto, essencial cuidar do cabelo tal como se faz com outras zonas do corpo, afinal é a moldura do rosto e um aspecto fundamental na aparência global. São os cuidados diários que contribuem para o aspecto cuidado e saudável, prevenindo o aparecimento dos mais variados problemas, como a queda de cabelo. O couro cabeludo, tal como a pele, é composto por três camadas sobrepostas: do exterior para o interior temos a epiderme, derme e hipoderme. No entanto é mais resistente e espesso que a pele de outras zonas do corpo. O filme hidrolipídico, é composto por duas fases - aquosa e oleosa -, está presente na superfície da camada córnea (a camada mais extrema da epiderma) e assegura a coesão e a elasticidade das células. Todavia, os cabelos estão à mercê de agressões externas, como sejam o vento, o sol, o cloro ou os produtos capilares desadequados; mas também de agressões internas como o stress, a fadiga ou outros problemas de saúde. Estas agressões podem conduzir à diminuição do filme hidrolipídico e à lesão das escamas que compõem a cutícula capilar. Consequentemente dá-se a perda de brilho, de volume e de vigor. A título de exemplo, os cabelos loiros assumem uma tonalidade idêntica à da palha e os castanhos ficam “ruços”.

PREVENIR AS AGRESSÕES Para evitar os efeitos das agressões causadas pelos mais variados agentes, há que prevenir. Como? Usar os produtos mais indicados a cada tipo de cabelo é meio caminho andado. Também se deve escovar, cortar e manter os cabelos limpos. É ainda importante a utilização de produtos que ajudam a fortalecer a cabeleira, sempre que esta se encontra fraca, e agir rapidamente se aparecer caspa ou ao primeiro 4

Moldura do rosto e adorno natural, os cabelos são símbolo de sensualidade para muitas mulheres e de virilidade para muitos homens. Podem, no entanto, sofrer agressões que lhes retiram vitalidade, cor ou até mesmo a existência.


sinal de queda de cabelo (alopecia), afinal existem várias soluções no mercado. No que diz respeito à queda de cabelo, nada de alarmismos. Considera-se alopecia quando se perde mais de 100 cabelos por dia (por dia perdemos em média 50 a 100 cabelos, os quais são substituídos por novos). Além disso, a vida dos cabelos também é influenciada pela luz solar (e consequentemente pelo ritmo das estações), pelo estado hormonal ou por algumas doenças. Durante a Primavera e o Outono a queda de cabelo é habitualmente mais acentuada. No Verão, as agressões provocadas pela água do mar, cloro da piscina e excessiva exposição solar também danificam o cabelo, podendo também contribuir para a sua queda.

CAUSAS DA QUEDA DE CABELO

SABIA QUE... > O ‘CICLO DE VIDA DO CABELO’ É COMPOSTO POR

3 FASES: Anagénese: período de crescimento (1 a 2 cm/

mês) que tem a duração de 2 a 6 anos e ocorre em 85% da cabeleira. Catagénese: tem a duração de 2 a 3 semanas e cerca de 1% dos cabelos encontram-se nesta fase que corresponde ao período em que pára o crescimento capilar. Telogénese: é o período de queda, dura cerca de 3 meses e “ocupa” aproximadamente 15% da cabeleira. > O COURO CABELUDO É COMPOSTO POR 3 CAMADAS? Epiderme: zona onde as células da pele se multiplicam e renovam, do interior para o exterior. Derme: é um tecido conjuntivo eléstico, homogéneo que facilita a protecção interna e a resistência aos choques. Acolhe as glândulas sebáceas e os bulbos pilosos, a partir do qual crescem os fios de cabelo. Hipoderme: é a camada mais profunda da pele e tem entre outras as funções de proteger contra traumas físicos e de regulação da temperatura corporal, sendo um reservatório de energia.

Existem diferentes tipos de alopecia, que têm origem em causas distintas. A alopecia androgenética afecta principalmente o sexo masculino e é a mais comum. Pode ter início entre os 18 e os 20 anos mas também pode começar mais tarde, mas existem tratamentos tópicos e sistémicos para a sua prevenção e tratamento. Pode também ocorrer nas mulheres, sendo menos frequente e, por norma, está associada a alterações hormonais e factores genéticos. Existem outros tipos de alopecia, nomeadamente a congénita (desde a nascença existe ausência de cabelo), a de tracção (traumatismo causado pelo uso excessivo de rolos, elásticos, escovas, instrumentos alisadores de cabelo e penteados excessivamente “puxados”), a cicatricial (devida a doenças da pele), a areata (que é uma doença auto-imune) ou a transitória (ocasional). Pode igualmente ser provocada por febre elevada, tratamentos médicos, como por exemplo a quimioterapia ou causada por doenças como a diabetes e o lúpus. Quando há suspeita de uma doença, há que procurar ajuda junto de um especialista. Se consultar um dermatologista, por exemplo, este deverá fazer um exame cutâneo completo. Se o médico especialista conseguir detectar precocemente uma doença do couro cabeludo, tanto melhor. Contudo, é preciso ter em conta que o efeito da terapêutica pode demorar vários meses.


Editorial

DR. PAULO DUARTE PELO PUNHO DO FARMACÊUTICO

FALTA DE MEDICAMENTOS

UM DIA A FARMÁCIA PÁRA SEM AVISAR… Farmácias de portas abertas são muitas vezes pura ilusão de óptica. É que, bem vistas as coisas, um sem-número dessas farmácias estará já em situação de ruptura. Os perigos da falta de acesso ao medicamento por parte dos utentes são bem conhecidos do Governo e, muito especialmente, do Ministério da Saúde. Se nada se fizer para acudir às farmácias e, o mesmo é dizer, aos seus utentes –, vamos ter carro desgovernado pela certa… Somam-se as chamadas de atenção, os avisos, os alertas… Sucedem-se os argumentos, os factos, os números… Sobrepõem-se os estudos, os exemplos, os casos concretos… Há muito que o Governo e, muito particularmente, o Ministério da Saúde vêm sendo confrontados com uma realidade que fala por si. Uma realidade que traz à evidência as consequências mal calculadas das várias medidas que os decisores políticos vêm lançando sobre o sector da Saúde, sem a mínima pré-avaliação dos respectivos impactos. Toda esta desmesura tem sido especialmente gravosa para a sobrevivência das farmácias e para o acesso ao medicamento, em condições justas e aceitáveis, por parte dos utentes. E por que assim tem sido, a atitude persistente de ouvidos de mercador protagonizada pelo Governo continua a empurrar um número crescente de farmácias para o abismo – leia-se falência – pela sua incapacidade manifesta de fazer face à despesa com fornecedores, consequência lógica e inevitável de uma situação económica e financeira absolutamente insustentável. Por tudo isto, pagam as farmácias e pagam os doentes, para quem a falta de medicamentos se vai tornando o duro pão nosso de cada dia. Os perigos associados a esta situação –

o acesso cada vez mais difícil ao medicamento – são vários e muito deveriam preocupar as várias instâncias de responsabilidade do Estado com poderes tutelares sobre o sector. A insensibilidade perante os alarmes que temos feito soar, essa, continua na ordem do dia, provavelmente forjada pela aparente e enganosa situação de muitas farmácias continuarem de portas abertas… Pura ilusão esta, uma vez que um grande número dessas farmácias estará já em manifesta situação de pré-falência… Se nos é permitida a metáfora, tudo isto nos remete para uma imaginária linha de montagem de automóveis onde, por hipótese, as faltas começam a surgir. Um dia, falta um parafuso. Depois, é o espelho retrovisor. Mais tarde, já não há aquela braçadeira em stock… E entretanto, os carros têm de vir para o mercado, têm de vender e, forçosamente, têm de circular. Até que um dia, sem avisar, o carro pára… Pois é. O quadro que vivemos não deixa dúvidas: ou o Governo acorda definitivamente para o problema, dando ouvidos às farmácias e aos seus utentes, ou então as consequências do autismo vigente serão catastróficas. E entretanto, sucedem-se as faltas de medicamentos. Até que um dia, sem avisar, a ruptura acontece…

ENVIE UM SMS* PARA O Nº68632 COM O TEXTO: FARMÁCIA (espaço) (4 primeiros dígitos do CÓDIGO POSTAL). Serviço disponível 24h por dia. 7 dias por semana. *custo do SMS: 0,60€+IVA



Alzheimer

DETECTAR CEDO PARA MELHOR TRATAR Não faz parte do processo natural de envelhecimento, mas a idade é um factor de risco, pois a doença de Alzheimer é mais comum acima dos 60 anos. Afecta as funções cognitivas de uma forma progressiva mas irreversível, sendo importante detectá-la o mais cedo possível para um controlo mais eficaz da sua evolução. O diagnóstico de qualquer doença grave numa fase inicial é essencial para o sucesso de seu tratamento. No caso da doença de Alzheimer, este facto é particularmente decisivo uma vez que se trata de um dos poucos recursos disponíveis para controlar a sua evolução. A doença de Alzheimer não tem cura e os medicamentos disponíveis são capazes de atenuar a evolução por apenas cinco anos, em média. Quanto mais cedo os sintomas forem identificados, mais tempo o doente poderá manter as suas funções cognitivas preservadas. Por estas razões, um dos grandes desafios da neurologia na actualidade é diagnosticar o mais cedo possível as alterações no 8

cérebro que podem indicar o início da doença de Alzheimer e contribuir para uma evolução mais lenta de uma doença que atinge 36 milhões de pessoas em todo o mundo. Descoberta no início do século XX, a doença de Alzheimer tem como primeiros sintomas a perda da memória e do raciocínio. A doença é causada por uma deterioração das células cerebrais que acumulam, progressiva e irreversivelmente, estruturas anómalas. Estas estruturas, denominadas placas amilóides, interferem com o funcionamento normal das células, conduzindo à sua morte. Distinguem-se duas formas da doença: a forma esporádica, muito mais frequente, manifesta-se em pessoas com mais de 60-65 anos de idade. A forma familiar, rara, surge mais precocemente entre os 30 e os 60 anos. O envelhecimento continua a ser o maior factor de risco: acima dos 65 anos, uma em cada 20 pessoas desenvolve a doença; e uma em quatro acima dos 85. Um factor de risco para o início precoce é o histórico genético familiar.


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Alzheimer

DESCOBERTA EM PORTUGUÊS

AS TRÊS FASES DA DOENÇA

Em 1906, o neuropatologista alemão Alois Alzheimer descreveu o que vira em Auguste D., sua paciente que acabara de falecer. Aos 51 anos, ela não conseguia escrever o próprio nome sem ajuda, era incapaz de cuidar da casa e tinha sinais progressivos de desorientação e deficiência das capacidades físicas e de memória, de tomada de decisão, julgamento e linguagem. Alois Alzheimer chamou-lhe a doença de demência pré-senil. Os sintomas da paciente pioraram, até que entrou em coma. Quando morreu, aos 55 anos, o neuropatologista recebeu o cérebro da mulher para pesquisa, identificando pela primeira vez as alterações responsáveis pela doença. Desde aquela altura até hoje a ciência foi evoluindo e apesar não haver, ainda, cura, existem vários medicamentos em desenvolvimento com o objectivo de travar ou atrasar a progressão da doença. No entanto, estes novos medicamentos serão tanto mais eficazes quanto mais precocemente for detectada a doença e iniciado o tratamento, pelo que o desafio se coloca no lado do diagnóstico precoce. É para responder a este desafio que estão a decorrer em todo o mundo estudos para descobrir novos métodos de diagnosticar a doença assim que surgem os primeiros sinais de lapsos de memória. Um dos estudos mais relevantes foi publicado recentemente na revista Science Translational Medicine e teve entre os autores um cientista português. Ele e o seu colega de equipa alemão descobriram um modelo animal da doença de Alzheimer, o que permite estudar o desenvolvimento deste distúrbio mesmo antes do aparecimento dos primeiros sintomas. Fica assim aberto o caminho para o desenvolvimento de tratamentos capazes de travar a doença precocemente, ou seja, antes de ocorrer qualquer dano importante no cérebro do doente.

São as falhas de memória que anunciam a probabilidade de uma pessoa sofrer de Alzheimer. O esquecimento de acontecimentos recentes e nomes é um dos primeiros sinais de alarme de uma doença cuja evolução se pode dividir em três fases:

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> FASE LEVE

O doente tem sintomas ligeiros e que se podem prolongar por vários anos: lapsos de memória relacionados com factos recentes, desorientação no tempo e no espaço. Além disso, tem pelo menos mais um problema cognitivo, como dificuldade para se expressar ou fazer cálculos. Nesta etapa, a maioria dos doentes ainda tem percepção das suas dificuldades. > FASE MODERADA

Várias funções começam a ser afectadas, como a orientação espacial e o raciocínio. Os lapsos de memória são mais significativos e o doente precisa de supervisão para realizar tarefas do dia-a-dia, como cozinhar, vestir-se ou lavar-se. A maioria é acometida por alterações de comportamento, como crises de depressão e de agressividade. > FASE AVANÇADA O doente já não pode ficar sozinho. Não interage com as pessoas e raramente as reconhece, inclusive as mais próximas. Nesta fase dão-se as alterações de comportamento mais dramáticas, sobretudo para a família, dada a grande instabilidade emocional que implicam. O doente perde o controlo de funções essenciais resultando em incontinência e dificuldade extrema em movimentar-se, acabando por ficar acamado.


UMA ASSOCIAÇÃO PELOS DOENTES E CUIDADORES A Associação Alzheimer Portugal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social de âmbito nacional com mais de 9.000 associados. Criada em 1988, tem como missão a promoção da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, aspirando a uma sociedade que verdadeiramente as integre. É membro da Alzheimer Europe e participa activamente no movimento europeu que visa o reconhecimento das demências como uma prioridade de saúde pública. Para a prossecução dos seus objectivos, juntou-se à Plataforma Saúde em Diálogo, uma entidade que reúne associações de doentes, utentes e profissionais de saúde. Sede: Av. de Ceuta norte, Lt 15 - Piso 3 - Qt. do Loureiro, 1300-125 Lisboa Tel. 21 3610460 / 8 | e-mail: geral@alzheimerportugal.org site:www.alzheimerportugal.org


Crianças

REGRESSO ÀS AULAS Setembro é, por definição, o mês do chamado regresso às aulas. Quando é, de facto, o regresso, poucas serão as novidades – é ANSIEDADE & Cª apenas mais um ano lectivo, A ansiedade gravita em torno de pequenos e graúdos à medida que se aproxima o primeiro dia de aulas. É porque à porta está provavelmente na mesma uma grande mudança na vida de todos: para os pais é o soltar de mais uns centímetros no fio da autonomia dos filhos e para escola, com os mesmos estes a entrada num mundo novo, de muitas aprendizagens mas também de muitos desafios. colegas e até os mesmos Mas quando não se trata de um regresso, mas sim do começo professores. Um regresso que de uma nova etapa, o cenário pode ser outro. Aí aumenta a ansiedade de pais e filhos. Quer seja para a entrada no infantário, nos primeiros dias significa, quer seja para a entrada no primeiro ciclo do ensino básico. São mundos novos a que uns e outros têm de se habituar, mas que, sobretudo, o fim das férias inicialmente, podem gerar algum desconforto. Os adultos questionam-se certamente se os seus filhos se vão dar e início de novas rotinas em bem na escola, se vão gostar do professor ou da professora, se fazer amigos… Para os mais novos, a escola é um ambiente que é preciso retomar com vão desconhecido a que desejam pertencer mas que talvez também receiem. ânimo e saúde. Todos nós já protagonizámos ou, pelo menos, assistimos a mo12


mentos difíceis entre pais e filhos no primeiro dia. A separação custa. À porta do infantário, há sempre crianças que se agarram aos pais, como se os seus braços fossem tenazes, e que só se libertam lavadas em lágrimas, deixando os adultos com um sorriso amarelo, de quem também tem vontade de chorar mas que tem a missão de tranquilizar os mais pequenos. À porta da escola primária, há sempre pais que se tardam na despedida e filhos que olham umas quantas vezes para trás adiando a entrada. Mesmo noutros ciclos do ensino básico e secundário, andam receios e dúvidas pelo ar, sobretudo quando há uma mudança de ciclo ou de escola. Mas, quando é a estreia absoluta no admirável mas desconhecido mundo que é a escola, o importante é que os pais transmitam às crianças confiança para viver esta nova fase da vida, mostrando o lado positivo do que as espera – novos amigos, novas brincadeiras, novas experiências e aprendizagens. Na escola, as crianças mergulham num mar de letras e números, ficam a saber mais sobre o mundo e sobre elas próprias, ganham autonomia. Enfim, crescem!

Com a escola, as crianças conhecem novos personagens – os dos livros - mas sobretudo novos colegas e professores. Contudo, os pais continuam a ter um papel essencial, nomeadamente tentando perceber os sentimentos gerados nas crianças pela escola e ajudando-as a lidar com eles, transmitindo confiança. É claro que o primeiro dia de aulas pode ser difícil. E para alguns estreantes não se faz sem algumas marcas. Na véspera, pode acontecer que durmam mal ou que “molhem” os lençóis. Mas as crianças têm uma grande facilidade em adaptar-se e, salvo excepções, rapidamente se integram.

TREINAR UMA VIDA NOVA Ir à escola implica uma nova rotina. Novas regras, novos horários, novas tarefas. Ensaiar essa rotina uma ou duas semanas antes pode ser meio caminho andado para evitar os pequenos problemas dos primeiros dias – a dificuldade em deitar mais cedo, em acordar a horas, em organizar a mala... Treinar ajuda a assimilar essa rotina

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Crianças

O GRANDE DIA O primeiro dia de aulas pode ser motivo de insegurança para pais e filhos, mas é possível minimizar a ansiedade: > Sempre que possível, a criança deve visitar a escola, de modo a familiarizar-se com o espaço onde irá passar boa parte do seu tempo; > Um contacto prévio com o/a professor/a é muito útil: ajuda a esbater desconfianças, o docente passa a ter um nome e um rosto (e um sorriso); > Escolher o material escolar deve ser um momento de diversão entre pais e filhos, antecipando as experiências agradáveis que serão vividas na escola; > Dias antes do início das aulas, a criança deve ser preparada para os novos horários, deitando-se e levantando-se mais cedo; > Se possível, os pais devem acompanhar a estreia do filho na escola; > No regresso a casa, a criança deve ser estimulada a partilhar os acontecimentos do dia, as brincadeiras com os novos amigos, as descobertas, as aprendizagens; > Os pais devem estimular o contacto do filho com os novos amigos; > São de evitar atitudes e discursos que transformem a escola num “papão” ou que a apresentem como um castigo.

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– é frequente que pediatras e educadores recomendem aos pais que, progressivamente, ajustem a hora de deitar àquela que será praticada em tempo de aulas, assegurando-se de que a criança dorme o suficiente. Apesar de cada criança ter o seu próprio relógio biológico, todas precisam de um bom descanso nocturno – cerca de 10 a 12 horas - pois é o melhor aliado da concentração, tão necessária para a aprendizagem. O mesmo mérito pertence ao pequeno-almoço. Chama-se pequeno, mas devia chamar-se grande, pois é uma refeição fundamental para um dia saudável. Um pequeno-almoço equilibrado do ponto de vista nutricional contribui para manter a atenção exigida pelas tarefas escolares, o mesmo é dizer que a ausência (ou insuficiência) desta refeição matinal pode comprometer o rendimento da criança. Além disso, se estiver habituada a uma dieta saudável em casa, mais facilmente a criança resiste às tentações oferecidas pelos bares das escolas. A outro nível, a planificação das tarefas também ajuda a começar o dia sem percalços. Deixar a criança escolher a roupa que vai usar – se a escola não requerer uniforme, está claro



Crianças

ALIMENTAR OS NEURÓNIOS Uma alimentação equilibrada é essencial em qualquer idade. Para as crianças em idade escolar – uma fase de crescimento e de maiores exigências físicas e intelectuais – assume uma importância particular, acentuando-se na altura de testes e exames. Devem, então, merecer lugar de destaque nas refeições os alimentos ricos em ácidos gordos Ómega3, pois interferem positivamente nas capacidades de memória, raciocínio e aprendizagem. São substâncias que tornam mais fluidas as membranas celulares, facilitando a comunicação entre os neurónios. Um benefício que se retira sobretudo através da ingestão de peixe, que, deve fazer parte, por isso, com frequência, das refeições infantis. Necessários são também os alimentos que fornecem energia, na medida em que o cérebro a usa como “combustível” para pensar. É esta a função do pequeno-almoço, sem o qual nenhum aluno deveria sair para as aulas. E uma boa refeição pela manhã deve conter cereais, proteínas e fruta. Deve dar-se preferência aos cereais ou pão integrais, uma boa fonte energética, conferindo maior saciedade e fornecendo energia de forma regular, superiores aos chamados açúcares simples – contidos em bolos e bolachas, por exemplo. É que estes são absorvidos muito depressa para a corrente sanguínea, provocando subidas bruscas do açúcar no sangue, contribuindo para a acumulação de gordura no organismo e para a obesidade.

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– é uma forma de a motivar. Uma escolha que deve ser feita na véspera, para que não haja grandes correrias logo pela manhã. Do mesmo modo, a mala também deve ser preparada com antecedência, até para evitar esquecimentos.

A SAÚDE TAMBÉM VAI ÀS AULAS Os pais de crianças com problemas de saúde, nomeadamente doenças crónicas, devem informar os professores sobre os cuidados a ter: nalguns casos, até os colegas devem saber o que fazer para ajudar o amigo. A escola deve ser um espaço de desenvolvimento. Das capacidades intelectuais, mas também da sociabilidade. E deve ser um espaço de saúde, em que as crianças vejam assegurados os seus direitos – o direito a cuidados específicos se for necessário, mas também o direito a serem integradas no todo, sem diferenças. Assim, importa que os pais dialoguem com os professores, pondo-os ao corrente de eventuais problemas de saúde da criança. Alergias alimentares ou outras, asma, diabetes – são algumas condições frequentes na infância e sobre as quais a escola deve estar informada, por forma a prevenir situações de risco mas também a evitar que a criança doente se sinta diminuída perante os outros. Ignorar o problema só o agrava, não o resolve, pelo que os pais não devem hesitar em partilhar a sua experiência com os professores – qual a doença, quais os sintomas, quais os cuidados, quais os perigos, qual o tratamento. A informação é essencial também no caso das crianças com diagnóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA), vulgarmente chamadas crianças hiperactivas, por exemplo. São crianças que têm mais dificuldades de concentração


COSTAS SOFREM! e que, por isso, devem estar sentadas na primeira fila, o mais próximo possível de quem lhes vai transmitir os conhecimentos. Aprender a ler e a escrever exige uma acuidade visual plena, pelo que é recomendado que as crianças em idade escolar façam um rastreio oftalmológico. Nas consultas com o pediatra, faz-se uma primeira abordagem, mas antes da entrada na escola é importante realizar uma consulta mais especializada, que permitirá o despiste e correcção de eventuais disfunções. Fundamental é também ter as vacinas em dia. Aliás, o boletim de vacinas é um dos elementos requeridos para a matrícula ao longo de todos os ciclos de ensino. O que faz todo o sentido, quando se trata de uma criança que vai estar diariamente em contacto com muitas outras, num meio de fácil contágio de doenças.

Sofrem porque quase todas as crianças levam peso a mais nas mochilas. Livros, cadernos e uma infinidade de objectos mais ou menos necessários obrigam a um esforço extra da coluna vertebral. Esforço esse que é preciso evitar. Recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) que cada criança não deve transportar uma mochila escolar com mais de 10% do seu peso. Mas, no que toca às crianças em idade escolar, basta passar à porta de uma escola à hora de entrada para perceber que o mais provável é que a maioria dos pequenos alunos transporte peso a mais. É possível que nem todo o peso se possa atribuir ao material escolar propriamente dito. É sabido que a escolha da mochila é um dos momentos por que as crianças mais anseiam: há sempre um novo herói da televisão que querem levar para a escola, seja na mochila, seja no estojo ou nos cadernos. E conquistada a mochila, a verdade é que a enchem. É certo que parece haver cada vez mais material escolar, mesmo nos primeiros anos de escolaridade: livros de leitura, de fichas de exercícios, gramáticas, dicionários, cadernos, lápis e canetas, lápis de cor e de cera, canetas de feltro, borracha, afia… Mas também é verdade que os mais pequenos gostam sempre de

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Crianças se fazer acompanhar de mais uns quantos objectos de culto. E o peso vai-se somando. E à medida que se avança na escolaridade o mais provável é que esse peso aumente, na medida em que há mais disciplinas e, portanto, mais livros e material escolar. Sem esquecer que a própria mochila pesa. Tudo junto, rapidamente ultrapassa o limite recomendado pela OMS. É sobre a coluna vertebral que recaem as consequências deste excesso de peso. Numa altura em que os ossos estão em crescimento, qualquer esforço adicional pode comprometer o seu desenvolvimento adequado. As dores musculares e articulares são um dos sinais de que as costas estão a ser sobrecarregadas. Mas a culpa não é apenas do peso. O tamanho da mochila e a posição em que é transportada também têm influência. De certa forma, o ta-

manho está relacionado com o peso, porque quanto maior for a mochila, maior a tentação de a encher… Mas não só: uma mochila dimensão desadequada também afecta o equilíbrio da coluna, enquanto alças demasiado finas podem magoar nos ombros. Quanto à posição, usar a mochila pendendo apenas de um ombro também é prejudicial para a saúde da coluna, uma vez que há um desequilíbrio na distribuição do peso. O resultado pode ser uma escoliose. As escolioses são, aliás, muito comuns na infância e adolescência, precisamente devido a maus hábitos de postura causados pelo excesso de peso transportado. Também os problemas lombares, outrora mais associados a pessoas já em idade activa, começam a ser frequentes mais cedo. São problemas que se previnem desde a idade escolar.

MOCHILA, MODO DE USO Escolher o modelo adequado de mochila, e usá-la correctamente, pode prevenir problemas na coluna vertebral. Assim: > As alças devem ser largas e ajustáveis; > A mochila deve ter um reforço na parte que toca nas costas e um cinto ou correia para apertar na cintura, de modo a ajudar na eliminação da tensão e desconforto nas costas;

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> A mochila deve ser usada com as duas alças e não pendendo sobre um único ombro; > Se for uma mochila com rodas, deve ter uma alça que se eleve o suficiente para que a criança não se incline ao puxar a mochila; > Deve conter apenas o material necessário para cada dia de aulas; > O peso da mochila “carregada”não deve exceder 10% do peso da criança.



AVC

ALVO: CÉREBRO Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) constituem a principal causa de morte e incapacidade em Portugal. Mas podem ser prevenidos. E há sinais a que é preciso estar atento para agir o mais rapidamente possível: porque quanto mais cedo for diagnosticado e tratado, maior a probabilidade de recuperação do doente. Durante muito tempo foi considerada uma doença que só acontecia aos mais idosos, mas a verdade é que, embora a probabilidade aumente com o avançar dos anos, o acidente vascular cerebral (AVC) pode ocorrer em qualquer idade e é a primeira causa de morte e incapacidade em Portugal, estimando-se ainda que a nível mundial uma em cada seis pessoas possa vir a ter um AVC ao longo da vida. Trata-se de uma doença neurológica provocada pela interrupção súbita da circulação sanguínea em determinadas regiões do cérebro. Sem sangue, o oxigénio e os nutrientes que ele transporta, não chegam às células cerebrais podendo danifica-las impossibilitado-as de cumprirem a sua função. Afinal, o cérebro controla tudo o que o corpo faz, pelo que uma lesão cerebral pode afectar as funções motoras e sensoriais, nomeadamente os movimentos. Mas é também o cérebro que “comanda”, digamos assim, a forma como pensamos,

PREVENIR É… > FAZER UMA ALIMENTAÇÃ O SAUDÁVEL, COM REDUÇÃO DO CONSUMO DE GORDURAS E SAL; > NÃO FUMAR; > MANTER ACTIVIDADE FÍS ICA REGULAR; > CONTROLAR O PESO; > MODERAR O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS; > CONTROLAR OS FACTORES DE RISCO, NOMEADAMEN TE A HIPERTENSÃO ARTERIAL, O COLESTEROL ELEVADO E A DIABETES.

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AVC aprendemos, sentimos e comunicamos, o que significa que determinadas lesões nas células cerebrais podem interferir com alguns destes processos mentais como, por exemplo, com a fala. Um AVC acontece de uma forma repentina e os seus sintomas podem ser imediatos. Existem mecanismos diferentes para que tal ocorra: a formação de um coágulo que entupa uma artéria cerebral, impedindo o oxigénio de chegar a determinada parte do cérebro, e nesse caso fala-se em AVC isquémico, que é o mais comum, ou ser consequência do rompimento de uma artéria, situação em que se fala de AVC hemorrágico. Qualquer uma destas situações constitui uma emergência médica.

QUANDO O OXIGÉNIO FALTA Perante o menor afluxo de oxigénio, o cérebro “queixa-se”, através de um conjunto de sintomas. Assim, entre as possíveis manifestações de que está a ocorrer um AVC incluem-se dificuldade súbita em mexer um braço ou uma perna ou mesmo ambos os membros do mesmo lado do corpo; desvio da boca para um dos lados, gerando uma sensação de assimetria no rosto; dificuldade em falar, fala arrastada ou discurso incompreensível; perda repentina de visão, num ou em ambos os olhos; diminuição da sensibilidade ou sensação de “encortiçamento” de uma perna, de um braço ou de ambos os membros do mesmo lado do corpo; e até mesmo uma forte dor de cabeça. Nalgumas situações, os sintomas podem desaparecer em menos de 24 horas, caso em que se fala de acidente isquémico transitório (AIT), aquilo que é comummente designado como “princípio de AVC”. Nos casos mais graves, o doente fica com sequelas do AVC, dependendo a sua extensão e possibilidade de recuperação de factores determinantes como a zona do cérebro que é afectada e o tempo que demorou até ao diagnóstico e início do tratamento – daí a importância de chamar o 112 aos primeiros sinais. É precisamente a presença destes sintomas característicos do AVC que contribui para o seu diagnóstico, sendo que, perante a suspeita, é necessária a confirmação através de exames clínicos, nomeadamente uma tomografia axial computadorizada (TAC). Este exame imagiológico permite visualizar o cérebro e identificar se o AVC foi isquémico ou hemorrágico. 22

TRATAMENTO PARA A VIDA Caso o AVC seja isquémico, isto é causado pela oclusão de uma artéria, é necessário recorrer a um tratamento hospitalar para “desfazer” o trombo – daí que o AVC seja também chamado “trombose” -, de modo a que o sangue possa novamente circular e transportar o oxigénio e nutrientes necessários para assegurar um adequado funcionamento do cérebro. Com o objectivo de reduzir a probabilidade de ocorrência de um futuro AVC, o médico pode prescrever determinados medicamentos que previnem a formação de novos coágulos. Na maioria dos casos é um tratamento que o doente tem de fazer ao longo de toda a vida e que em alguns casos implica análises regulares ao sangue para eventual ajuste da dose do medicamento. Paralelamente, é fundamental o controlo dos factores de risco cardiovascular, nomeadamente da pressão arterial, do colesterol e dos triglicerídeos. O AVC deixa com frequência sequelas causadoras de incapacidade física, nomeadamente ao nível dos movimentos, mas também da fala. Assim, em complemento dos medicamentos, pode ser necessária fisioterapia, bem como terapia da fala e terapia ocupacional. Apesar de não contribuírem para reverter as lesões cerebrais, estas abordagens permitem melhorar substancialmente a capacidade motora e a qualidade de vida dos doentes. Acontece ainda que os doentes necessitem de apoio ao nível da saúde mental em alguns casos, na medida em que a depressão é muito frequente entre quem sobreviveu a um AVC. São doentes que em alguns casos se vêem privados de parte ou de toda a sua autonomia e independência e que, por isso, entram em estados depressivos, pelo que carecem de um forte apoio a nível emocional. Têm, no fundo, de aprender a viver com as consequências da doença.


SINAIS DE URGÊNCIA Há sinais de alarme que podem ajudar a reconhecer um AVC e que, por isso, devem desencadear de imediato o pedido de ajuda médica de emergência. Quer sejam detectados pelo próprio ou por terceiros: > Dificuldade em falar – Se a fala parece estranha ou incompreensível e/ou se a pessoa parece não compreender o que se lhe diz >Diminuição da força num dos membros – Se um braço ou uma perna parecem, de repente, perder a força ou se há uma súbita falta de equilíbrio > Alterações na simetria da face – Se a face parece ter ficado assimétrica de repente, por exemplo com uma pálpebra ou um canto da boca “descaídos” Se a resposta a qualquer um destes “ses” for positiva, é fundamental chamar o 112, que acionará a chamada “Via Verde AVC” e encaminhará o doente para um hospital de referência. Estes são sinais que devem ser valorizados, porque, em matéria de AVC, quanto mais cedo é diagnosticado e o tratamento é iniciado maior a sua eficácia e maior a probabilidade de recuperação do doente.

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Tabagismo

ADEUS CIGARROS Abandonar o vício de fumar leva o seu tempo, é difícil e, até ser concretizado, podem vir a falhar algumas tentativas. Mas compensa a vários níveis. Além de ser benéfico para a carteira, são recuperados anos de vida e é diminuído o risco de desenvolver doenças como o cancro do pulmão. Os fumadores têm a esperança média de vida menor comparativamente com a dos não fumadores. As pessoas que não fumam podem achar que é fácil abandonar o tabagismo. Erradamente, pois, embora possível, não é tarefa fácil. A força de vontade e determinação são essenciais mas também, nalguns casos, o recurso a produtos de suporte para deixar de fumar. Associada à diminuição da esperança média de vida juntam-se outras consequências deste hábito. Por exemplo, o tabaco aumenta do risco de desenvolver cancro do pulmão. Vários estudos comprovam que o fumo do tabaco, como agente isolado, é a principal causa deste tipo de cancro: o fumador tem um risco isolado 20 vezes superior ao do não-fumador. Estão, porém, envolvidos factores como o número de cigarros fumados por dia, a duração do hábito, o início precoce, o teor de alcatrão e nicotina e a presença ou não de filtro. A tosse persistente é a manifestação mais comum do cancro do pulmão, mas podem ocorrer sintomas como dispneia (dificuldade em respirar), fadiga, falta de apetite, expectoração com sangue ou mal-estar geral. A sintomatologia de uma pessoa com esta doença pode 24

reflectir a localização pulmonar, mas muitas vezes traduz já uma disseminação sistémica. Deixar de fumar é, pois, essencial para prevenir o aparecimento deste carcinoma e está ao alcance de qualquer fumador. Foram aliás definidas e implementadas diversas medidas, aos níveis educativo, ambiental e da saúde, que visam promover um País sem tabaco, logo mais saudável. A título de exemplo, a lei anti-tabaco que proíbe o fumo nos recintos fechados.

AGIR DEPOIS DE DECIDIR Decidir abandonar o vício é um passo. Outro passo será avançar para a escolha do melhor método, e depois resta aplicar. Não é fácil, até porque o candidato a ex-fumador pode vir a sofrer de síndrome de abstinência à nicotina. De notar que a dependência é física e psíquica. A escolha do método mais adequado é fundamental e, para tal, é recomendável que o fumador obtenha aconselhamento junto de um médico ou farmacêutico.


MÉTODOS PARA AR DEIXAR DE FUM DE SUBSTITUIÇÃO > TERAPÊUTICA AS, PASTILHAS, MACOS, GOM ÁR (F A TIN O IC N DE NICOTINA); ÉRMICOS COM SD AN TR AS EM A; SIST NÃO NICOTÍNIC > TERAPÊUTICA NÃO S ALTERNATIVOS > TRATAMENTO RA, TU C UN ICOS (ACUP , FARMACOLÓG PO RU G E TERAPIAS D HIPNOTERAPIA, ETC.). PSICOTERAPIA,


Tabagismo Afinal, existem diversos métodos e programas de cessação tabágica, entre os quais os promovidos pelas farmácias. O importante é tomar uma decisão consciente e firme. As expectativas podem não ser superadas pela positiva se a decisão for precipitada e tomada de “ânimo leve”. Para além de se pedir aconselhamento a profissionais, tanto melhor se se envolverem familiares, amigos e colegas de trabalho, pois podem dar um apoio importante no sentido de ultrapassar as dificuldades que possam surgir durante todo o processo de cessação tabágica.

BENEFÍCIOS A LONGO PRAZO A American Cancer Society elaborou uma listagem em que aponta os benefícios de deixar de fumar numa linha temporal, que começa após 20 minutos e atinge os 15 anos. > Depois de 20 minutos: A pressão arterial e os batimentos cardíacos descem. > Depois de 8 horas: os níveis de oxigénio voltam ao normal. > Depois de 12 a 24 horas: os níveis de monóxido de carbono retornam a valores normais. > Depois de 24 horas: O paladar e o olfacto começam a melhorar. > Depois de 72 horas: respirar torna-se mais fácil. > Depois de 2 semanas a 3 meses: A circulação de sangue aumenta e a função pulmonar melhora. > Depois de 1 a 9 meses: A tosse e os problemas respiratórios diminuem. > Depois de 1 ano: O risco de sofrer de um enfarte desce para metade, quando comparado com um fumador. > Depois de 5 anos: O risco de ataque cardíaco desce para metade, assim como de ter cancro da boca, garganta e esófago. Ao fim de 2 a 5 anos, o risco de ter um acidente vascular cerebral retorna ao de um não-fumador. > Depois de 10 anos: O risco de cancro do pulmão desce para metade, quando comparado com o de um fumador. > Depois de 15 anos: O risco de enfarte fica igual ao de quem nunca fumou. Fonte: American Cancer Society

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ROTINAS QUE AJUDAM Decidir deixar de fumar requer muita disciplina, sendo essenciais algumas rotinas. A saber: > Fixe um dia para deixar de fumar. O estabelecimento de uma data ajuda a criar um sentimento de compromisso. > Anuncie aos outros a sua decisão. Envolver os que lhe são mais próximos garante-lhe apoio e solidariedade. > Identifique os seus hábitos tabágicos. Saber em que circunstâncias fuma habitualmente permite-lhe criar estratégias para contorná-las. > Elabore uma lista de motivos para deixar de fumar e releia-a sempre que pensar em desistir. > Aprenda a reagir à vontade de fumar. Os momentos em que sente grande desejo de voltar a fumar duram apenas alguns minutos. > Faça uma alimentação saudável. Se a sua preocupação é o ganho de peso associado ao abandono do tabaco, procure substituir as gorduras, o açúcar e os alimentos ricos em sal por saladas, frutas e legumes. > Tente evitar a proximidade de fumadores, bem como dos cigarros e de todos os objetos relacionados com o hábito de fumar. > Pratique actividade física. Não só contribui para uma boa forma física, como ajuda a combater a ansiedade e as alterações de humor próprias do processo. > Guarde diariamente, num local visível, o dinheiro que teria gasto em tabaco e ofereça a si próprio uma prenda que deseje há muito tempo.

> Se não conseguir à primeira, nada está perdido. A recaída pode fazer parte do processo de mudança. Marque uma nova data e volte a tentar. Fonte: Portal da Saúde


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Hemorróidas

COMO PREVENIR E TRATAR? A doença hemorroidária é muito mais comum do que se pensa. Atinge ambos os sexos e estima-se que afecte, aproximadamente, 50% da população em alguma altura da vida. A culpa, muitas vezes, é atribuída à alimentação e ao estilo de vida pouco saudável.

As denominadas “almofadas” hemorroidárias são formações vasculares anatómicas normais presentes no canal anal desde a infância que contribuem para a continência anal, permitindo o encerramento completo do ânus. Para que ocorra doença hemorroidária é necessário que existam alterações patológicas que correspondem a veias dilatadas e salientes. As denominadas “hemorróidas” podem ser internas ou externas conforme se localizam dentro ou fora do ânus. Quando inflamadas podem causar um grande incómodo e dor e nas situações mais agudas, evoluir para uma crise hemorroidária”, com formação de um coágulo sanguíneo (trombo), hipertrofia (“inchaço”) e mesmo protrusão das hemorróidas internas (saída para fora do ânus). Dor, ardor e desconforto durante e imediatamente após uma evacuação; sangramento ou protrusão das hemorróidas no acto de evacuação; prurido (comichão) e inchaço visível em redor do ânus; sensação de não ter evacuado completamente acompanhada de descarga de 28

muco e de pequenas partículas de fezes são os sintomas frequentes da doença hemorroidária e de que algo de errado se passa, pelo que não devem ser ignorados. O primeiro passo para um tratamento eficaz na normalização de uma crise de hemorróidas está na modificação do estilo de vida, já que o sedentarismo, o stress, a dieta pobre em fibras, a reduzida ingestão de água e o recurso exagerado a laxantes são hábitos que favorecem o aparecimento deste tipo de doenças, pois são sinal de alguns problemas intestinais, como a obstipação e / ou diarreia. Também a dificuldade de evacuação, ao obrigar ao exercício de uma maior pressão no canal anal, favorece o aparecimento de “hemorróidas”. Outros factores, como a hereditariedade, o consumo de álcool e de alimentos picantes, a obesidade, assim como estar em posição vertical durante muitas horas ou pegar em grandes pesos, podem também contribuir para a inflamação e prolapso das hemorróidas e consequentes complicações.


NA GRAVIDEZ Também frequente é o aparecimento de alterações que favorecem o desenvolvimento de hemorróidas nas mulheres grávidas. Tal ocorre devido ao aumento do volume sanguíneo circulante, à maior probabilidade de as grávidas terem obstipação, e ao aumento da pressão exercida nas veias que se situam abaixo do útero devido ao peso do bebé. Todos estes factores associados provocam um aumento da pressão sanguínea no recto/ânus, levando as veias a dilatar. As hemorróidas podem manifestar-se pela primeira vez durante a gravidez, sendo geralmente por volta do 3.º trimestre e no período pós-parto (devido ao esforço e traumatismo associado com o trabalho de parto) que surgem complicações, como por exemplo, crises hemorroidárias e tromboses hemorroidárias.

TRATAR É POSSÍVEL Quando a doença hemorroidária está instalada, é recomendável tratar e aliviar os sintomas apresentados através da aplicação de medicamentos tópicos, em gel ou pomada, na região do canal anal. Estes devem possuir propriedades anti-inflamatórias para reduzir a inflamação local, anestésicas para alívio da dor e lubrificantes e emolientes para protecção da pele. Nesta matéria, devem ser seguidas as recomendações de um profissional de saúde sobre o tratamento a adoptar.

RECOMENDAÇÕES >Diminua o sedentarismo: o exercício ajuda o intestino a trabalhar melhor; > Beba, no mínimo, um litro e meio a dois litros de água por dia: visto que é no intestino que se faz a grande parte da absorção da água. E se o organismo tem falta de água em outros locais do corpo, é ao intestino que vai retirar essa água. Resultado, as fezes tornam-se mais duras e, deste modo, lesam as paredes do canal anal; >Aposte em dietas ricas em fibras: os alimentos ricos em fibra ajudam a regularizar o trânsito intestinal; > Evite o uso abusivo de laxantes: pois estes fármacos alteram o trânsito intestinal; >Pratique uma boa higiene da região ano-rectal para evitar infecções locais; >Procure adquirir um ritmo intestinal regular: escolha sempre a mesma altura do dia para ir à casa de banho já que o intestino é um órgão de hábitos.


Foto: Nuno Antunes

Diálogo do consumidor

MÁRIO BEJA SANTOS

OBSTIPAÇÃO NA CRIANÇA:

O ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO É SEMPRE UMA MAIS-VALIA COMO SE CARACTERIZA A OBSTIPAÇÃO NO BEBÉ E NA CRIANÇA A obstipação, vulgarmente denominada prisão de ventre, faz parte das queixas mais frequentes dos pais nos primeiros meses de vida do lactente. Não sucede apenas em bebés alimentados com os leites comerciais, pois há também casos, embora pouco frequentes, de bebés alimentados exclusivamente com leite materno que dela sofrem. Pode surgir em qualquer idade, mas manifesta-se habitualmente no período de diversificação alimentar, na fase de treino defecatório ou na entrada para a escola. De um modo geral, a obstipação caracteriza-se por dejecções pouco frequentes (menos de três por semana) e/ou defecação de fezes duras, com dor ou desconforto. Para além destes sintomas, as fezes duras podem provocar lacerações (pequenas fissuras anais que sangram e surgem sob a forma de

“raios” de sangue vivo que envolvem as fezes), mais uma razão para tentar minimizar o aparecimento da obstipação. No lactente, não existe um horário de dejecções que se possa considerar “normal”. Nos primeiros dias de vida, há uma tendência para evacuar depois de cada mamada, sendo este intervalo aumentado à medida que o bebé cresce. Quando o bebé inicia a diversificação alimentar, o que acontece regra geral entre os 4 e os 6 meses, alguns bebés podem apresentar uma ligeira obstipação até o intestino se habituar aos novos alimentos. Nestes casos, é bom saber como agir para ajudar a melhorar o trânsito intestinal do bebé: massajar o abdómen do bebé de maneira circular, desde o umbigo para fora, no sentido dos ponteiros do relógio, com a ajuda de um óleo ou creme; estimular o esfíncter anal com a aplicação de uma sonda de gases, um tubo flexível de borracha que ajuda a libertar os gases e estimula a expulsão das fezes, sendo recomendável utilizar um pouco de vaselina para facilitar a introdução do

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tubo, sem magoar; e assegurar que o bebé ingere uma quantidade adequada de água. É costume os pediatras recomendarem a utilização de supositórios de glicerina ou de microclisteres quando a criança já está há mais de dia e meio, dois dias sem defecar e com desconforto evidente. A prisão de ventre pode ocorrer também nas crianças mais crescidas. Embora haja doenças que podem causar obstipação, a maioria das situações deve-se a factores genéticos, factores ambientais como por exemplo o tipo de alimentação praticada, a ingestão insuficiente de líquidos e o sedentarismo. Muitos pediatras defendem que, quando existe uma história familiar de obstipação, é essencial habituar a criança a comer alimentos ricos em fibra (se necessário adicionando farelo à dieta) e cultivar hábitos regulares de ir à casa de banho. Os pais devem estar atentos à sintomatologia da prisão de ventre na criança, para que possam prevenir eventuais complicações atempadamente. Os sintomas mais importantes a ter em conta são: dor abdominal, perda de apetite, náuseas, vómitos e incontinência fecal (manifesta-se pelo aparecimento de pequenas quantidades de fezes na roupa interior); por vezes perante um estímulo defecatório, a criança pode adoptar uma postura típica no sentido de o impedir (corpo rígido, postura em bicos de pés, baloiçando-se para trás e para a frente enquanto cruza as pernas e contrai as nádegas).

COMO SE PREVINE E SE TRATA A OBSTIPAÇÃO NA CRIANÇA É fundamental adoptar estilos de vida saudáveis e favorecer hábitos regulares na toma das refeições e nas idas à casa de banho. Para além disso, a criança deve ser incentivada para a ingestão frequente de líquidos, a água fora das refeições é uma necessidade que não deve ser descurada; a alimentação rica em fibras (de forma a favorecer os movimentos intestinais e a manter as fezes moles) deve ser tida em atenção pelos pais e educadores infantis; a ingestão de alguns alimentos como arroz, cenoura e banana, nos casos manifestos de obstipação, pode vir a ser reduzida pelo pediatra; há ainda que incentivar a criança a não reprimir a vontade de evacuar. Os pais devem estar atentos: se a criança está vários dias sem defecar, se evacua com grande esforço e se as queixas de obstipação forem contínuas e persistentes apesar de praticar um regime alimentar apropriado, deve consultar-se o médico o quanto antes.

As medidas farmacológicas poderão ser indispensáveis caso os sintomas persistam na presença de um regime alimentar adequado. Nestes casos, o pediatra pode recomendar a utilização de um laxante para ajudar a regular o trânsito intestinal da criança. É bom lembrar que as crianças são muito sensíveis à desidratação e à perda de sais minerais que alguns laxantes podem provocar, por isso estes só devem ser utilizados por indicação do pediatra. É também importante ter atenção aos produtos ditos “naturais” pelo que deverá sempre aconselhar-se junto de um profissional de saúde, como o farmacêutico. Quando os pais levam a criança ao pediatra nestes casos de manifesta obstipação, é importante ter um registo de todos os sintomas que a criança manifesta, dos seus hábitos alimentares e defecatórios, para além de uma lista dos medicamentos, vitaminas ou suplementos que esteja a tomar. Todas as informações prévias sobre a obstipação podem ter um papel relevante para o médico decidir qual o caminho a seguir e, se for caso disso, o que deve prescrever.

O QUE ESPERAR DO ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO Em primeiro lugar, o farmacêutico pode ajudar dando indicações sobre a alimentação mais adequada para melhorar os males ligeiros da prisão de ventre e sugerir bons hábitos a incutir à criança (por exemplo, a escolha de uma determinada hora em que ela deve ir à casa de banho, que em princípio é depois das refeições); Em segundo lugar, não tome qualquer decisão quanto à toma de medicamentos sem perguntar ao seu farmacêutico qual o mais adequado face à idade da criança e ter em conta, algumas alterações de hábitos alimentares, por exemplo: adoptar uma alimentação rica em fibras; reduzir a ingestão de alimentos como o arroz e a banana; Em terceiro lugar, no diálogo com o farmacêutico deve referir quais os medicamentos que a criança está a tomar, visto que pode dar-se o caso de algum deles ser o responsável pela prisão de ventre; Em quarto lugar, deve informar o farmacêutico sobre todos e quaisquer sintomas que acompanham a prisão de ventre da criança como, por exemplo, dores abdominais, vómitos e outros para que seja possível despistar os casos em que é importante recorrer a uma consulta médica. 31


Produtos PARA ANTES E DEPOIS DA MATERNIDADE Para possibilitar o desenvolvimento e crescimento do feto no ventre materno, o corpo da mulher grávida passa por diversas transformações ao longo da gestação. Essas modificações podem provocar alguns incómodos físicos que podem ser considerados “normais”. Não existem fórmulas milagrosas que suprimam essas dores, mas existem soluções eficazes para minimizar e aliviar esse incómodo, como é o caso do apoio de maternidade Nexcare. Concebido em elástico látex, ajuda a aliviar o desconforto durante a gravidez. Reduz a pressão na zona lombar e eleva o abdómen para proporcionar um apoio firme, mas suave, aliviando o desconforto nas costas, abdómen e pernas. Com uma faixa totalmente ajustável, feita de elásticos suaves e permeáveis ao ar, concebida com materiais amigos do ambiente, 100% recicláveis. O apoio pós-parto ajuda a regressar às atividades normais mais cedo, proporcionando uma compressão suave, para apoiar os músculos abdominais enfraquecidos. Esta cinta é especialmente útil após uma cesariana sendo que proporciona conforto e proteção à barriga, à medida que cicatriza. Fácil de colocar sem ajuda, adapta-se de forma discreta sob a roupa e é feito de material 100% reciclável. INFORMAÇÃO NEXCARE

USO ADEQUADO DOS MEDICAMENTOS Os utentes devem ler ormações cuidadosamente as inf em ba constantes da em lag ativo orm inf externa ou do folheto ultar ns co a, e, em caso de dúvid co uti cê o médico ou o farma quando persistem os sintomas.

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REDACÇÃO Edifício Lisboa Oriente Av. Infante D. Henrique, 333H, 37, 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 | F. 210 435 935 farmaciasaude@newsengage.pt

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Inspire e expire

JAIME PINA

A QUALIDADE DO AR NOS INFANTÁRIOS

FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO geral@fundacaoportuguesadopulmao.org

Nos últimos cinquenta anos temos assistido a profundas mudanças sociológicas, com repercussões em todas as componentes da nossa vida. E a educação das crianças não fugiu a esta regra. Há duas ou três gerações atrás as crianças eram educadas, em casa, pela mãe, enquanto o pai ia trabalhar. Na geração seguinte, com o acesso generalizado das mulheres ao mercado de trabalho, as crianças continuaram a ser educadas em casa, mas pelos avós, geralmente aposentados. Ambos os pais trabalhavam e os avós surgiam como os educadores naturais, transmitindo às crianças os conhecimentos e experiências das gerações anteriores. Nos dias de hoje, os avós foram substituídos pelos infantários. As crianças já não são educadas em casa pelos seus familiares, transferindo-se essa tarefa para os infantários e os seus profissionais. Como em tudo na vida, a mudança trouxe vantagens e desvantagens. Relativamente às primeiras é óbvio que, para as crianças, houve ganhos de sociabilização, de experiências e de conhecimentos. Quanto às desvantagens, a saúde das crianças está na linha da frente. É reconhecido que as crianças nos infantários estão mais vezes doentes e que as doenças do aparelho respiratório ocupam um lugar cimeiro nessa problemática. Estamos a falar de infecções das vias aéreas superiores (nariz, ouvidos e garganta) e da parte inferior do aparelho respiratório (traqueia, brônquios e pulmões). A pergunta – porquê? - tem várias respostas. Vejamos algumas. Em primeiro lugar, a confinação de muitas crianças num mesmo espaço é só por si favorecedora da transmissão de infecções que se propagam por via inalatória. É o caso da grande maioria das infecções respiratórias, causadas por vírus e batérias que se propagam de pessoa a pessoa por essa via. Outro factor é, sem dúvida, a falta de cumprimento de im-

portantes regras de higiene que caracterizam este grupo populacional: dedos na boca, mãos sujas, troca de chupetas, etc. favorecem, igualmente, essas infecções. Outro factor importantíssimo, por vezes determinante, é o da falta de condições ambientais que se verificam nalgumas dessas instituições. E os factores são muitos, com um particular destaque para a qualidade do ar e a ventilação no interior dos edifícios. A qualidade física do ar que se respira é importante para a saúde respiratória. Por exemplo, a temperatura ou o grau de humidade do ar demasiado altos ou baixos, criam condições favoráveis às doenças respiratórias. E neste aspecto não esquecer os aparelhos e ar condicionado que, para além de poderem ser responsáveis por essas alterações, podem ser fonte de dispersão de microrganismos, caso não estejam devidamente cuidados e mantidos de acordo com as regras preconizadas pelo fabricante. Outro problema do ar ambiente pode estar na elevada concentração de compostos orgânicos voláteis, na sequência da utilização de determinados produtos. Entre eles merecem destaque o fumo do tabaco, o fumo das lareiras, tintas, vernizes, detergentes, diluentes, insecticidas, desinfectantes e ambientadores. Todos eles libertam substâncias com acção irritativa e inflamatória sobre o aparelho respiratório, que podem passar despercebidas nas crianças mais saudáveis, mas são seguramente indutoras de doença nas crianças mais susceptíveis, sobretudo as crianças atópicas, que podem responder a esses estímulos com rinite, asma e infecções respiratórias. Promover hábitos de educação para a Saúde junto das crianças, cuidar da qualidade do ar no interior dos infantários e promover uma boa ventilação dos espaços (uma boa ventilação dos espaços diminuirá, muito significativamente, muitos problemas respiratórios), contribuirá para uma maior saúde respiratória das crianças e uma maior tranquilidade dos profissionais e dos pais.

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