Cumprimos a nossa missão

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Faça-se Justiça

Cumprimos a nossa missão O orgulho na cara de cada um dos alunos/actores e dos respectivos pais e professores, a convicção das intervenções dos alunos, a utilização de expressões como “com a devida vénia” tão quotidianas para nós advogados, o respeito que demonstraram mostra-nos que cumprimos a nossa missão A hipótese de uma vez mais fazermos algo pela Educação (e ainda por cima na nossa área especifica de actuação) surgiu quando a Fórum Estudante nos lançou um desafio – Que tal fazer chegar a Justiça e o Direito aos jovens e às escolas espalhadas pelo país? O programa denominado “Faça-se Justiça” consistia num Programa de Educação para a Justiça e para o Direito, para estudantes do Secundário (+ Básico, na 2.ª fase), com base em acções de divulgação, workshops e mock trials (simulação de um caso em tribunal), contando com o alto patrocínio da Presidência da República e com a colaboração do Ministério da Educação, da Direcção-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, da Fundação Luso Americana, da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti e da APAV. O papel da AB e dos seus advogados? Serem advogados-tutores de cada uma das turmas. O desafio estava lançado e foi impossível dizer que não. O primeiro choque aconteceu quando de repente existiam 84 escolas inscritas espalhadas por todo o país e eram precisos outros tantos advogados tutores. Numa profissão em que cada minuto é contado, em que todos os dias corremos mais do que no dia anterior o mais fácil teria sido olhar para o lado e dizer “talvez para a próxima” ou “gostava mas não tenho tempo”. Ao invés tivemos uma adesão total e transversal em que sócios, associados, estagiários e solicitadores abraçaram o projecto ainda que ninguém soubesse exactamente o que lhes seria efectivamente pedido. Existiram momentos difíceis fundamentalmente fruto da pressão do trabalho e da distância a que algumas escolas ficavam, mas com imaginação, ajuda da tecnologia e muita O agregador da advocacia

“O papel da AB e dos seus advogados? Serem tutores de cada uma das turmas. O desafio estava lançado e foi impossível dizer que não. O primeiro choque aconteceu quando de repente existiam 84 escolas inscritas e eram precisos outros tantos advogados tutores”

“Os tribunais cederam as suas instalações, os juízes acederam a desempenhar o papel de juízes concedendo dignidade, seriedade e solenidade à simulação. Os advogados-tutores disponibilizaram togas e becas ajudando a compor o cenário”

determinação todos os obstáculos foram ultrapassados. Subitamente “a escola” passou a fazer parte do dia-a-dia da Abreu AB. Nos corredores trocavam-se impressões sobre os casos (os alunos podiam escolher de entre um conjunto de casos preparados pela equipa do projecto: bullying, nacionalidade, violência no namoro, contrato, ruído, acidente de viação, redes sociais e dados pessoais e graffiti), sobre a jurisprudência a disponibilizar aos alunos, sobre as deslocações à escola, sobre a dificuldade de “traduzir” os conceitos de processo penal tornando-os acessíveis e perceptíveis, sobre a realidade que cada advogado tutor via na “sua escola”. O entusiasmo levou a que a única deslocação à escola prevista para o dia da simulação se acrescentassem muitas outras visitas. Tivemos advogados a quem foi pedido para participar em projectos paralelos na escola, tivemos advogados a participar em conferências na escola, tivemos advogados a acompanhar visitas a tribunais. Em suma tivemos uma verdadeira parceria. E eis que, volvidos cerca de seis meses de preparação, ao longo de uma semana decorreram as simulações de julgamento (mock trials) por todo o país. De Viana do Castelo a Albufeira, de Sátão a Évora assistimos a uma mobilização que demonstra que Portugal não pode ser definido pela crise económica. No nosso país há uma verdadeira sociedade civil, há pessoas, há vontade, há instituições disponíveis para construir projectos, soluções e dinâmicas. Os tribunais de todo o país cederam as suas instalações, os juízes acederam a desempenhar o papel de juízes concedendo dignidade, seriedade e solenidade à simulação. A equipa do projecto e os advoga-

Alexandra Courela Associada da Abreu Advogados. Licenciada em Direito pela FDUL (2000), fez uma pós graduação em Fiscalidade no ISG (03). Tem um mestrado em Direito pela London School of Economics (05)

dos-tutores disponibilizaram togas e becas ajudando a compor o cenário. No fim, qualquer pessoa que entrasse na sala de audiências por engano estranharia a quantidade de jovens e suas famílias mas sairia convicto da qualidade dos nossos advogados e Ministério Público. O orgulho na cara de cada um dos alunos/actores e dos respectivos pais e professores, a convicção das intervenções dos alunos, a utilização de expressões como “com a devida vénia” tão quotidianas para nós advogados, o respeito que demonstraram mostra-nos que cumprimos a nossa missão. Aceitámos o desafio de fazer chegar a Justiça e o Direito aos jovens, deste modo cumprindo os nossos compromissos assumidos no Relatório de Sustentabilidade publicado em 2009 e dos quais daremos conta no Relatório de Sustentabilidade a publicar este ano. Estamos já a pensar no próximo desafio... Maio de 2011

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