Director: Jorge Fiel
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José Neves, coordenador científico IT Aveiro
Inovar é a única opção
“Se queremos aumentar as exportações temos de ser competitivos. Mesmo nas exportações tradicionais há muitos concorrentes de países com mão-de-obra mais barata. Os governos compreendem que não há opção a não ser inovar”, afirma José Neves, 63 anos
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O novo agregador das comunicações
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Sala de estar está no divã
Celso Martinho, director tecnológico do Sapo, adverte: sala de estar é um caso de estudo por ter características diferentes dos contextos PC ou smartphone, pois é partilhada pela família, o que inibe a utilização de aplicações em que a privacidade é importante
Ana Paula Marques, presidente da APRITEL
Excesso de taxas prejudica investimento Pág. 31
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Criminosos que teclam
A sociedade da informação trouxe uma nova forma de criminalidade, que envolve o acesso indevido aos computadores. Mário Zenha-Rela (Carnegie Mellon), Sérgio Martinho (Microsoft), Pedro Ferros (Carlos Cruz & Associados), Paulo Rio (HP), Francisco Pereira do Valle (Vodafone) e Francisco Leitão (Panda) falam sobre o cibercrime
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Destaques
EDITORIaL
Como sair da curva na estrada O novo agregador das comunicações
Director-geral João David Nunes jdn@briefing.pt Director Jorge Fiel jf@briefing.pt Directora de Arte Patrícia Silva Gomes psg@briefing.pt Editor Executivo Hermínio Santos hs@briefing.pt Editor Online António Barradinhas ab@briefing.pt Redacção Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa Directora de Marketing Maria Luís T. 925 606 107 ml@briefing.pt Distribuição por assinatura Preço: 85€ (12 edições) assinaturas@briefing.pt Tiragem média mensal: 2.500 ex. Depósito legal: 321206/10 N.º registo ERC: 125953 Editora Enzima Amarela - Edições, Lda Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 • F. 210 435 935 fibra@briefing.pt • www.fibra.pt Propriedade Boston Media – Comunicação e Imagem, SA Impressão: Sogapal, Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo 2730-120 Barcarena
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Limitarmo-nos a travar a fundo não vai chegar se queremos mesmo endireitarmo-nos e sair vivos e com saúde da curva apertada em que fomos apanhados. Se queremos corrigir a derrapagem, vai ser indispensável levar o pé a dar um cheirinho ao acelerador. “A pressão do mercado obriga a um constante evoluir. O tempo de vida dos novos produtos é cada vez mais curto. Para sobreviver é necessário aumentar a velocidade de transferência do conhecimento dos centros de I&D para as empresas”, avisa José Neves, 63 anos, coordenador científico do Instituto de Telecomunicações, que está a testar em Aveiro, em parceria com a Nokia Siemens e a Martifer Solar, a tecnologia para o maior telescópio do mundo (cujas antenas terão capacidade de transportar cerca de 200 vezes a quantidade de informação que circula hoje na internet por mês). Para sairmos da curva, temos de aprender, com bons exemplos como este, qual a força de gravitação que nos conduzirá na direcção certa. Temos de cultivar uma ideia de prazer associada ao trabalho, de estar ávidos por aprender, certos da nossa ignorância, famintos de coisas novas e com sede de descoberta.
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COmO É TRaBaLHaR Em...
Sonhadores, criativos, diferentes e audazes
Em 2011, a everis Portugal foi considerada a terceira melhor empresa para trabalhar, logo atrás da Microsoft e da Cisco. Reduzir a pegada ecológica é um dos marcadores que está no ADN desta consultora baseada num 10.º andar do Atrium Saldanha (de onde se desfruta de uma vista de cortar a respiração)
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PaSSEIO PÚBLICO
A vida deu-lhe limões, Carolina fez limonada
Carolina Afonso, 29 anos, directora de Marketing da Asus, licenciou-se em Relações Internacionais e ambicionou ser diplomata. No entretanto, mudou de agulha e fez um mestrado em Marketing. “Se a vida nos dá limões, temos de fazer limonada”, explica a autora do livro (“Green Target – As novas tendências do Marketing”). “Não sou ecologista. Sou apenas uma consumidora ecologicamente mais responsável”, esclarece esta algarvia da Fuzeta que viaja todos os anos até Taiwan e sonha ir a Nova Iorque
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TENDÊNCIa
PC não desaparece mas a moda é o tablet
A Deloitte prevê que mais de metade dos dispositivos computacionais vendidos este ano, a nível global, não serão PC. A venda deste formato deverá atingir as 400 milhões de unidades, um número suplantado pelas vendas agregadas de smarthphones, tablets e netbooks. O PC não vai desaparecer, mas o caminho futuro aponta para a diversidade a nível de dispositivos, processadores e sistemas operativos
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RESTaURanTE
Uma narrativa gastronómica por 135 euros
O peixe e os mariscos vêm diariamente de Sagres. Dieter Koschina, o chef do Vila Joya (duas estrelas Michelin) prefere o peixe do Atlântico. Faz combinações subtis do peixe com vieiras ou camarões ou outros mariscos fresquíssimos e conjuga a carne com legumes e vegetais de forma invulgar. Não é barato (135 euros, vinhos excluídos), mas Manuel Falcão jura que vale a pena experimentar “uma ementa cuidadosamente elaborada”
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O mUnDO à mInHa PROCURa
Miguel prefere conversar a mandar SMS
Miguel Oliveira, 16 anos, é único piloto português a competir no Campeonato do Mundo de motociclismo. É fã dos Scorpians, e gosta de fazer zapping – Sport TV, MTV Portugal e E! Entertainement são os canais onde para mais. Prefere conversar do que mandar SMS do seu Blackberry Curve, com tarifário Extravaganza, da Vodafone. E acaba de se render ao fenómeno tablet: tem um Samsung Galaxy Tab 10.1, com sistema Android Maio de 2011
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debate
No Fibra 1, Eduardo Cintra Torres levantou 10 questões sobre a RTP e o serviço público de televisão. Até ao fim do ano vamos procurar respostas a essas perguntas
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Deve a RTP manter a RTP Memória, quando pode passar os melhores programas na internet ou nos canais em aberto? Já que repete tantos programas na RTP1 e RTP2, porque não repetir os seus próprios melhores programas de anos passados em vez de ter mais um canal que não é de serviço público, dado que não é acessível a todos os portugueses
?
Alfredo Barbosa docente da Universidade Fernando Pessoa
Joaquim Fidalgo docente na Universidade do Minho
Ricardo Jorge Pinto jornalista e docente na Universidade Fernando Pessoa
Rogério Gomes administrador do semanário Grande Porto
O serviço público não tem de possuir a marca estatal nem de ser dotado, essencialmente, do dinheiro dos contribuintes. Há todo o interesse em atrair os privados, seja em que sector for – ensino, educação, saúde, meios de comunicação social... Os guetos estatais são nefastos ao desenvolvimento. A institucionalização corta a criatividade. Mas, como o privado não é a essência, o fim em si mesmo de todas as coisas, deve submeter-se a regulação independente no serviço público que presta – tal como as entidades alimentadas, principalmente, pelo Orçamento do Estado. A RTP Memória não faz sentido como canal não acessível a todos os portugueses, mas a sua essência faz todo o sentido como serviço público. Como deve ser utilizado, depende do que se pretender fazer com a RTP, sem argumentos ao sabor de interesses e circunstâncias. Adianto uma convicção: a privatização da RTP não seria um bom negócio para os privados. Portugal não tem economia de escala para quatro estações privadas. Nem massa crítica. A centralização do país na capital acentuou os problemas. E ninguém vai querer uma estação televisiva para perder dinheiro – a não ser que precise de o “limpar” através de offshores ou outros meios.
Em princípio, não me parece mal que a televisão de serviço público tenha um canal do tipo “RTP Memória”, destinado a permitir a visualização de tantos e tantos programas que ela foi acumulando nos seus arquivos, ao longo de décadas em que foi a única no mercado. A abertura e disponibilização de arquivos, alguns certamente de enorme interesse histórico, é, aliás, uma atitude que se adequa muito bem ao conceito de “serviço público”. Não me parece grande ideia que, em vez de um canal assim, se passe a utilizar a RTP1 ou a RTP2 para repetir, com carácter regular e alargado, programas de anos passados do canal público. Tanto a RTP1 como a RTP2 têm a sua lógica própria, uma coerência mínima (mesmo que discutível) de grelha de programação e um enfoque prioritário na actualidade. Podem (e devem) recorrer aos arquivos quando as situações o aconselhem – por exemplo, a propósito de efemérides – mas não julgo que isso possa substituir a existência de um canal alternativo cuja marca diferenciadora é, precisamente, a oferta sistemática de programas “de outros tempos”, com um interesse bem específico. Preferia, naturalmente, que a “RTP Memória” fosse emitida em sinal aberto, e não no cabo, para assim possibilitar um acesso universal e gratuito. Idealmente, deveria ser assim para toda a oferta de serviço público. Imagino que isso venha a ser possível com as novas possibilidades oferecidas pela Televisão Digital Terrestre (TDT).
As plataformas digitais (como a internet ou a futura televisão digital) permitem criar espaços de armazenamento de programas televisivos, num formato semelhante ao da RTP Memória, e organizado num modelo idêntico ao de “O meu Telejornal”, no actual site “RTP. com”. Contudo, essas plataformas digitais são (ainda) de acesso restrito ao público-alvo desses programas (mais idosos e com menor literacia tecnológica) que preferem os media tradicionais. Em favor da preservação do canal Memória há dois argumentos: o custo de manutenção é praticamente nulo; a audiência a que se destina teria dificuldade em procurar os conteúdos numa página de internet com uma base de dados digitalizada contendo os programas difundidos no canal. Em favor da sua extinção, vejo uma poderosa razão: para a audiência alvo, um canal aberto seria mais adequado, podendo fazer-se uma selecção dos programas na RTP2, eventualmente passando-os em horário nocturno (para gravação doméstica), ou em horário vespertino (adequado à faixa etária pretendida). Nesta situação, a decisão deve ser editorial e radicar numa estratégia mais vasta de desenho do papel institucional da RTP. A minha opção seria eliminar a RTP Memória, difundir uma selecção dos seus programas na RTP2, e organizar esses conteúdos, de forma personalizável num local específico do site da estação.
O canal RTP Memória não faz falta alguma. Diferente é o conceito de repassar em antena os melhores (ou os mais populares) programas da história da televisão pública, opção claramente meritória e certamente do agrado de milhares de telespectadores. A questão nem me parece complicada de discutir ou de resolver. O segundo canal, por exemplo, podia ter um ou mais horário reservados diariamente para programas, séries ou filmes que pudessem ser em parte escolhidos a partir de inquéritos junto dos telespectadores interessados. O mesmo poderia acontecer nos canais Internacional ou África. O que é certamente exagerado é ocupar uma posição, ainda por cima nobre, nos canais por cabo, com duas consequências gravosas: por não estar em sinal aberto, impede muitos portugueses ao acesso a uma memória que é de todos; ocupa um lugar no cabo que poderia ser ocupado por outros interessados, eventualmente até com ganho para a oferta disponível no cabo. Resta a questão do custo. Suponho que a RTP receba dos operadores algum fee pela disponibilização dos conteúdos. Penso que a criação de um site na net em que, através de um pagamento, os interessados pudessem ver ou descarregar os conteúdos preferidos, colmataria qualquer eventual perda.
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O novo agregador das comunicações
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Fátima Sousa jornalista fs@briefing.pt
“O Instituto acolhe alunos de mestrado e doutoramento. O ano passado tivemos 72 dissertações de mestrado e oito teses de doutoramento. Mas não temos só portugueses. Aliás, temos falta de alunos nacionais. Temos de importar estudantes. Recebemos cada vez mais indianos e chineses, vindos de países com uma população enorme que vê nos estudos uma maneira de evoluir. Em média, posso dizer que são mais esforçados do que os portugueses”, afirma José Neves, 63 anos, coordenador científico do Instituto de Telecomunicações de Aveiro
José Neves, coordenador científico do IT Aveiro
Ramon de Melo
Temos de importar estudantes
Fibra I O Instituto de Telecomunicações (IT) resultou de uma candidatura ao Programa Ciência em 1991. Que percepção havia quanto à necessidade de investir neste domínio? José Neves I Havia, como agora, a percepção de que as telecomunica6
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ções eram uma área fundamental para o desenvolvimento socioeconómico da sociedade, pelo que não se podia (nem se pode) perder essa oportunidade. Além disso, Aveiro sempre foi uma zona com tradição nas telecomunicações, onde já então estavam instaladas as principais
instituições da área, nomeadamente o centro de investigação e desenvolvimento da Portugal Telecom, hoje PT Inovação. A Universidade criou depois o curso de Telecomunicações, o que reforçou essa apetência. Entretanto, o desenvolvimento a nível nacional de indústrias de base
tecnológica veio aumentar a necessidade e a importância estratégica da formação avançada e da I&D nas áreas de competência do IT, confirmando a sua razão de ser. Fibra I O instituto está orientado para a investigação pré-competiO novo agregador das comunicações
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tiva. Em que se traduz esta especificidade? JN I A excelência científica a todos os níveis é o objectivo principal do IT. Não se trata de desenvolver produtos ou serviços para colocar no mercado, mas sim de criar as condições necessárias para capacitar o tecido empresarial para o fazer. É isso que significa investigação pré-competitiva. Não se concorre com o tecido empresarial, capacita-se o tecido empresarial para enfrentar os desafios permanentes do mercado.
“Fazemos investigação précompetitiva. Não concorremos com o tecido empresarial. Capacitamos as empresas para enfrentarem os desafios permanentes do mercado”
Fibra I Diria que o IT cobre as áreas de ponta das telecomunicações? JN I Exactamente, as quatro áreas de organização do instituto são as traves mestras do mundo das comunicações dos tempos de hoje. As comunicações ópticas facilitam os grandes fluxos de comunicação, tão importantes para uma moderna rede de telecomunicações. Já as comunicações móveis (ou de uma forma geral “sem fios”) concretizam o sonho do acesso ubíquo à informação (em qualquer lugar e a qualquer momento). A componente de redes permite fazer a gestão de todos os recursos, garantindo o funcionamento adequado de todas as funcionalidades de uma rede moderna, de modo a que a informação (hoje grandemente multimédia) possa fluir de forma correcta e segura. E as ciências básicas e tecnologias de suporte preocupam-se com os dispositivos (consumo energético por exemplo, desempenho, miniaturização...) que permitem construir os sistemas mais complexos que hoje existem numa rede de telecomunicações. Fibra I Em que medida a ligação ao mundo empresarial tem sido determinante? JN I No início da actividade do IT, o ambiente industrial envolvente era maioritariamente dominado pelos operadores de telecomunicações, com os seus interesses de I&D focados em redes, planeamento e serviços. A investigação mais aplicada que hoje se realiza no IT, em colaboração com empresas, está a aumentar e tem-se traduzido num crescimento do número de patentes. Só o ano passado registámos 15. A O novo agregador das comunicações
“A pressão do mercado obriga a um constante evoluir. O tempo de vida dos novos produtos é cada vez mais curto. Para sobreviver é necessário aumentar a velocidade de transferência do conhecimento dos centros de I&D para as empresas”
ligação ao mundo real das empresas é fundamental para que os resultados do trabalho do IT possam criar riqueza, social e económica. Esta preocupação talvez tenha sido e continue a ser um factor de diferenciação do IT e uma razão importante do seu sucesso. Fibra I Em que se traduz o apoio das empresas? JN I O apoio empresarial não surge só por ser “politicamente correcto”. Surge também porque as empresas reconhecem no IT capacidade e competência para introduzir valor acrescentado nos produtos/serviços que desenvolvem, tornando-se assim mais competitivas no mercado. A investigação materializada na inovação é um factor cada vez mais decisivo para o crescimento socioeconómico. E, na área das telecomunicações, o IT tem dado o seu contributo de forma marcante. Com a experiência ganha com as actividades do TELESAL — Rede de Excelência em Telecomunicações, o IT — Aveiro continuará e deverá mesmo reforçar a cooperação com as empresas no âmbito do Pólo de Competitividade TICE: a PT, nomeadamente deverá encorajar as interacções com as PME nacionais com o objectivo de as envolver em consórcios nacionais e internacionais.
“Não é um problema português. É uma tendência europeia. Os alunos não têm muita apetência para estas áreas tecnológicas, em que a disciplina nuclear é a Física e que exige um grande esforço e têm um grau de dificuldade elevado. Aqui é tecnologia pura e dura”
Fibra I Em sua opinião, o mundo empresarial está desperto para a importância desta ligação à Ciência? JN I Cada vez mais. A pressão do mercado obriga a um constante evoluir. O tempo de vida dos novos produtos é cada vez mais curto. Para que se consiga sobreviver é necessário aumentar a velocidade de transferência do conhecimento existente nos centros de I&D para as empresas...e as que estão “à frente” têm bem consciência desse facto. Contudo, do lado empresarial é necessário que haja também visão estratégica de modo a antecipar de forma atempada as suas próprias necessidades e não esperar que do lado da “Ciência” possa haver uma forma rápida de resolver as dificuldades ou os desafios. Tudo tem o seu
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tempo e todos os parceiros devem estar bem conscientes disso. Fibra I E a ligação à Universidade de Aveiro em que consiste? JN I É uma ligação muito estreita. Eu próprio sou professor da universidade e desempenho a função de director e coordenador científico por indicação da universidade. O instituto é a instituição de acolhimento para muitos alunos que preparam as suas teses de mestrado e doutoramento, supervisionadas por docentes que também são investigadores. O ano passado tivemos 72 dissertações de mestrado e oito teses de doutoramento. Mas não temos só portugueses. Aliás, temos falta de alunos nacionais. Temos de importar estudantes. “Como há emprego, só os que têm mesmo vocação é que fazem o doutoramento. Demora quatro anos a obter o grau de doutor e em quatro anos numa empresa ganha-se mais do que com o doutoramento. Além de que poucas empresas em Portugal querem empregar doutorados”
Fibra I A que atribui essa dificuldade em recrutar alunos portugueses? JN I Não é só um problema de Portugal, parece-me que é uma tendência europeia. Os alunos não têm muita apetência para estas áreas tecnológicas, em que a disciplina nuclear é a Física e que exigem um grande esforço, e têm um grau de dificuldade elevado. Na Informática, há mais candidatos, mas aqui é tecnologia pura e dura. Temos de importar estudantes estrangeiros. Recebemos cada vez mais indianos e chineses, vindos de países com uma população enorme que vê nos estudos uma maneira de evoluir. Em média, posso dizer que são mais esforçados do que os portugueses. Fibra I Mas há dificuldade de colocação no mercado de trabalho? JN I Antes pelo contrário, não há qualquer dificuldade. Nas áreas em que as oportunidades de emprego são mais escassas, os licenciados e mestres optam por cursos de pós-graduação como forma de se valorizarem. Aqui, como há emprego, só os que têm mesmo vocação fazem o doutoramento. A questão é que obter o grau de doutor demora quatro anos e, em quatro anos, numa empresa, ganha-se mais do que com o doutoramento. Por isso, não vêem necessidade. Além de
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“Um dos meus grandes desafios profissionais é fazer com que o IT de Aveiro não precise de ser subsídio-dependente e consiga ser auto-suficiente, financiando-se apenas com a contratação externa”
“Ciclicamente, passamos por tempos de crise e tempos de maior abundância, mas, nos últimos anos, o investimento em Ciência tem sido considerado estratégico, o que nos tem aproximado claramente dos padrões europeus. Não me parece que haja alternativa”
que poucas empresas em Portugal querem empregar doutorados. Fibra I O financiamento tem sido suficiente para manter o nível de investigação? JN I Grande parte do financiamento é obtido em concursos internacionais. E, com o reconhecimento das competências existentes, o IT tem revelado uma forte capacidade de captação de financiamento externo junto da FCT, da UE, da AdI e do mundo empresarial. Segundo dados da Comissão Europeia, o IT encontra-se entre os 10 maiores beneficiários, quer a nível do número de projectos, quer a nível de financiamento concedido. Contudo, é preciso salientar que, a nível internacional, face à cada vez maior exiguidade de recursos, a concorrência é grande, obrigando a uma contínua identificação de oportunidades. Neste domínio, devo dizer que o meu grande desafio profissional é fazer com que o IT de Aveiro não precise de ser subsídio-dependente, mas consiga ser auto-suficiente, financiando-se apenas com a contratação externa. Fibra I Que vantagens advêm do estatuto de laboratório associado do Ministério da Ciência? JN I Esse estatuto é mais do que um título, porque só é atribuído a instituições que foram avaliadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e que tiveram “excelente”. Há centenas de unidades de investigação em Portugal, e só umas 20 são laboratórios associados. Devido a esse estatuto, é possível obter financiamentos específicos, que permitem que o IT possua um corpo de investigadores que só realiza investigação e que, ao contrário dos que são docentes, estão libertos da carga horária correspondente às aulas. Também são estes investigadores que tornam possível a participação em projectos com maior índole tecnológica e com elevado impacto, embora sem desvios na excelência científica. Para ser mais do que a soma das partes é também necessário explorar completamente as sinergias potenciais e as existentes entre os diversos grupos e pólos. Assim, o IT utiliza O novo agregador das comunicações
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uma fracção substancial das verbas do financiamento como laboratório associado em projectos de investigação, envolvendo vários grupos de mais do que um pólo. Fibra I Considera que o poder público tem dado o devido impulso e reconhecimento à Ciência? JN I Sem dúvida. Ciclicamente, passamos por tempos de crise e tempos de maior abundância, mas, nos últimos anos, o investimento em Ciência tem sido considerado estratégico, verificando-se um aumento na respectiva percentagem do PIB, o que nos tem aproximado claramente dos padrões europeus. Não me parece que haja alternativa. Se queremos aumentar as exportações temos de ser competitivos. Mesmo nas exportações tradicionais há muitos concorrentes, nomeadamente de países com uma mão-de-obra mais barata. Os governos compreendem que não há opção a não ser inovar. E isso passa pelo apoio à investigação. Fibra I A parceria com a PT Inovação centra-se nas comunicações ópticas. Qual a aplicabilidade desses projectos? JN I Um dos projectos mais concorrenciais do ponto de vista comercial que estamos a desenvolver com a PT Inovação é o GPON in a Box. Trata-se do desenvolvimento de novos componentes para a futura geração de redes ópticas, componentes esses que serão produzidos pela indústria nacional. O projecto prevê o desenvolvimento de soluções completas para a interligação entre residências e centros de negócio através de fibra óptica, permitindo a subscrição de serviços como televisão digital ou analógica, internet e voz. A grande vantagem é o baixo custo de implementação e o reduzido consumo de energia, além da flexibilidade em termos de equipamentos. Isto significa que o operador não tem de ficar cingido ao equipamento de determinada empresa, havendo total interoperabilidade entre o sistema e os vários equipamentos. É um dos projectos com grande aplicabilidade prática e, como disse, totalmente concorrencial. O novo agregador das comunicações
“Dos projectos mais concorrenciais do ponto de vista comercial que estamos a desenvolver com a PT Inovação é o GPON in a Box. Trata-se do desenvolvimento de novos componentes para a futura geração de redes ópticas, componentes esses que serão produzidos pela indústria nacional”
Fibra I Um dos projectos do IT é o SKA, descrito como um dos cinco grandes do século XXI. O que o torna tão marcante? JN I É, sem dúvida, o nosso projecto mais mediático. Será o maior telescópio do mundo, a ser instalado, em princípio, na África do Sul e com tecnologia testada em Portugal. Foi escolhida a Herdade da Contenda, em Moura, por ter a mais alta iluminação solar da Europa ocidental e dos menores níveis de ruído electromagnético. As 3 mil antenas do telescópio serão dispostas em espiral num quilómetro quadrado de extensão – daí a designação do projecto: Square Kilometer Array (SKA). Através de fibra óptica, terão capacidade de transportar cerca de 200 vezes a quantidade de informação que circula hoje na internet por mês, o suficiente para encher uns 15 milhões de iPods de 64 Gb por dia. A sua sensibilidade permitira captar um radar de aeroporto num planeta a 50 anos-luz da Terra… O objectivo é criar uma rede de sensores formando um radiotelescópio à dimensão continental, fundamental para as agências espaciais seguirem missões nas profundezas do sistema solar, para lá de Júpiter e Saturno. Vai ser uma nova maneira de ver e ouvir o Universo. O IT é o parceiro nacional do consórcio, estando envolvidas empresas como a Nokia Siemens Networks Portugal e a Martifer Solar.
Fibra I Que projecção internacional tem merecido o instituto? JN I A participação num elevado número de consórcios internacionais, nomeadamente em variadas NoE (Redes de Excelência), é uma prova evidente do reconhecimento internacional da sua capacidade. O número de publicações científicas em revistas internacionais de elevado prestígio é também um factor demonstrativo da sua competência científica. Um exemplo recente desse reconhecimento é o facto de termos sido procurados directamente por um grande fabricante chinês para desenvolver amplificadores de potência para estações base da rede móvel. O objectivo é concebermos amplificadores mais eficientes para responder a um dos problemas mais actuais que os operadores de rede móvel enfrentam – o impressionante consumo energético associado à climatização dos amplificadores. Só para ter uma ideia, em França fez-se um estudo que concluiu que um simples aumento da temperatura de 22 para 24 graus equivaleria a uma central nuclear a menos. Conseguimos este projecto pela qualidade dos nossos investigadores, porque o fabricante sabia que aqui se localizava um dos melhores grupos de investigação na área da potência. Também a nível das comunicações ópticas temos uma elevada reputação a nível mundial, somos mesmo considerados um centro de excelência.
PERFIL
Pai do 1º microondas made in Portugal Aos 63 anos, José Neves reparte o dia entre a docência de “Antenas e guias de onda” e “Planeamento de redes móveis” na Universidade de Aveiro e a direcção e coordenação científica do IT. Admite que é mais um gestor do que um cientista. A complexidade dos projectos e contratos assim o exige. Não perdeu, no entanto, a paixão pela Ciência. Muito menos pela experimentação, pela comprovação de que o modelo que concebeu está correcto. Nascido em Trás-os-Montes, cedo partiu para Moçambique. Regressou a Portugal aos 28 anos, depois da licenciatura em Engenharia Eléctrica pela então Universidade de Lourenço Marques e de um doutoramento em Engenharia Eléctrica e Electró-
nica pela Universidade de Bradford, em Inglaterra. Fixou-se em Aveiro e logo em 1985 lhe chegou às mãos um projecto aliciante: o desenvolvimento do primeiro microondas totalmente nacional. Para a Teka, que ainda hoje mantém uma fábrica em Ílhavo, com uma produção de mil unidades por dia com base na tecnologia que José Neves criou. “Tenho muito orgulho nisso”, diz, ao recordar aquele forno original, em aço inox, para restaurantes, destinado a durar uma vida toda. As funções na universidade e no IT não lhe deixam tempo para assinar projectos. Deixam-lhe pouco tempo, aliás. E o que sobra é para passear um labrador exigente. É quanto basta para desligar.
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GEstão
Liderança inspiradora, precisa-se Quando se trata da reengenharia da segurança pública de sistemas, uma das tarefas principais do líder inteligente é aproximar os stakeholders que a determinado momento se sentiram como adversários, levando-os a trabalhar em equipa Imagine um acidente em que carros da polícia, médicos de emergência, carros de bombeiros e outros chegam a um local de desastre e deparam-se perante uma cheia, um terramoto ou qualquer outro desastre natural. Como podem estes “campeões” da segurança pública coordenar um momento crítico? Em muitos sítios, os primeiros agentes de resposta, seja na área da justiça, do socorro de bombeiros ou das autoridades locais, são incapazes de comunicar para determinar a melhor resposta possível. Isso acontece porque muitos destes departamentos utilizam tecnologias de rádio e de comunicação incompatíveis. E o que deveria funcionar como um sistema de resposta de emergência integrada é, em vez disso, uma confusão de desconexões. Felizmente, o advento das soluções de segurança pública tem vindo a alterar a situação. A par e passo, as cidades em todo o mundo começam a beneficiar do poder da análise da informação que, alimentado por sensores, sistemas de posicionamento global, câmaras, identificadores de frequência de rádio e comunicações integradas, ajudam à tomada de decisões mais inteligentes. No caso de um fogo, isto significa que um bombeiro de primeira linha conseguirá envolver a polícia e outros recursos necessários naquele instante para proteger os cidadãos e controlar o incidente. À medida que as soluções de análise (Business Analytics Optimization) abrangem a informação, os oficiais da segurança pública podem instruir as autoridades locais e nacionais e mesmo as não-governamentais de como 10
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“A nova liderança assenta em pensamento divergente e parte da ideia de que executivos com aproximações lineares e lógicas à resolução de problemas – que evitem as perspectivas diferentes - dificilmente triunfarão”
“É certo que vivemos num mundo ligado em rede. Mas agora precisamos de construir uma infraestrutura inteligente que o suporte. Está nas mãos dos nossos líderes adoptar novos quadros de pensamento, novas abordagens e novos sistemas operacionais”
proteger os cidadãos e a propriedade, mantendo-os seguros. O comando e controlo de incidentes podem redireccionar os recursos, o tráfego e as pessoas sem criar impasses, pânico ou confusão. Esta grande transformação, desde a era industrial à era mais inteligente, requer mais do que apenas inovações tecnológicas; requer igualmente uma nova marca de liderança. Uma liderança mais inteligente. É de um estilo de liderança que em nada se parece com o que estamos habituados. A idade da hierarquia organizacional está a morrer e, em vez disso, está a surgir um sistema mais ligado e com menos fronteiras. Assim, a liderança já não tem a ver com empenhar poder, mas sim com influência inspiradora e construção de coligações. A nova liderança assenta em pensamento divergente e parte da ideia de que executivos com aproximações lineares e lógicas à resolução de problemas – que evitem as perspectivas diferentes - dificilmente triunfarão. Quando se trata da reengenharia da segurança pública de sistemas, uma das tarefas principais do líder inteligente é aproximar os stakeholders que em determinado momento se sentiram como adversários, levando-os a trabalhar em equipa. Por exemplo, os líderes precisam de reconhecer que não faz mais sentido para os departamentos de polícia e dos bombeiros operarem isoladamente em situações de emergência. Em vez disso, os líderes (locais e nacionais) deveriam alocar verbas que permitam uma coligação para uma resposta conjunta em vez de uma resposta individual.
António Pedro Ribeiro senior manager consultant, Global Business Services, IBM Portugal
Como podem os líderes criar este tipo de pontes e construir este tipo de relações de cooperação? Começando, por exemplo, por utilizar informação que têm em mãos de forma inteligente. Com as análises que as ferramentas de análise proporcionam, os líderes podem demonstrar falhas que precisam ser corrigidas, concentrando-se assim na construção de soluções colaborativas. É certo que vivemos num mundo ligado em rede. Mas agora precisamos de construir uma infra-estrutura inteligente que o suporte. Está nas mãos dos nossos líderes adoptar novos quadros de pensamento, novas abordagens e novos sistemas operacionais, para guiar o trabalho de tornar o nosso país mais inteligente e seguro. E quando é a vida que está em jogo, o que poderá ser mais importante? O novo agregador das comunicações
Um passado que faz antecipar o futuro Em 25 anos, temos mantido sempre uma posição de referência e de vanguarda do mercado português de Conselho em Comunicação. Todos os dias, continuamos a inovar, a superar desafios, a oferecer novos serviços. A nossa experiência não é apenas passado: é sobretudo uma garantia de futuro.
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IntErnEt TV
Três conselhos e uma constatação Três bons conselhos para quem pretende entrar no ecossistema TV, a partir de uma constatação: a sala de estar é um caso de estudo por ter características diferentes dos contextos PC ou smartphone, pois é partilhada pela família, o que inibe a utilização de aplicações em que a privacidade é importante e o utilizador encontra-se tipicamente num estado contemplativo em vez de proactivo A sala de estar é um caso de estudo por ter características diferentes dos contextos PC ou smartphone. É frequentemente partilhada pela família, o que inibe a utilização de aplicações em que a privacidade é importante e o utilizador encontra-se tipicamente num estado contemplativo em vez de proactivo. A expectativa é diferente, o estado de espírito do utilizador é invulgar, a experiência é geralmente colectiva, é preciso saber escolher os conteúdos certos e desenhar os serviços adequados. Como tudo o que é novo em tecnologia e comportamentos, é preciso perceber como é que funciona. E não há fórmulas mágicas, a melhor forma de aprender é pela via da interacção constante, do erro e da melhoria contínua.
“Como tudo o que é novo em tecnologia e comportamentos, é preciso perceber como é que funciona. Não há fórmulas mágicas, a melhor forma de aprender é pela via da interacção constante, do erro e da melhoria contínua”
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Celso Martinho director tecnológico do SAPO
A convergência
As plataformas As plataformas de TV interactiva seguem o modelo do móvel e evoluíram para uma lógica de mercado onde o utilizador pode escolher o que quer consumir a partir de um vasto cardápio de aplicações e conteúdos desenvolvidos por terceiros. As plataformas são tipicamente controladas, ou curadas, se quisermos, pelos fabricantes dos equipamentos e pelos operadores. Não há ainda uma plataforma dominante nem uma ferramenta comum para desenvolver aplicações para as televisões. Em Portugal há neste momento três ecossistemas importantes: 1. Meo Interactivo, da Portugal Telecom, baseado na tecnologia Mediaroom da Microsoft. Neste momento o desenvolvimento de aplicações para esta plataforma é essencialmente assegurado pelas fábricas de tecnologia e agregado-
res de conteúdos internos do grupo PT, como é o caso do Portal SAPO e da PT Inovação. 2. Connected TVs. A Samsung e a LG são os dois grandes players. Estes dispositivos podem-se ligar à internet e descarregar pequenas aplicações a partir dos mercados dos seus fabricantes, vulgo Widgets, baseadas em tecnologias web. 3. O Portal SAPO é um dos principais fornecedores de aplicações, conteúdos e serviços para as televisões em Portugal. Actualmente tem mais de 16 aplicações no Meo, seis na Samsung e quatro na LG com um roadmap ambicioso de lançamentos nos próximos meses em todas as frentes.
“O Portal SAPO é um dos principais fornecedores de aplicações, conteúdos e serviços para televisão. Actualmente tem mais de 16 aplicações no Meo, seis na Samsung e quatro na LG com um roadmap ambicioso de lançamentos nos próximos meses”
A televisão também pode ser vista como uma peça de uma experiência mais abrangente, multiplataforma, e complementar. Dois exemplos: O Musicbox é o serviço de Music On Deman” da PT e pode ser utilizado no computador pessoal, no telemóvel Android ou iPhone, e no Meo, de formas diferentes, conforme o contexto. O Meo Remote explora o conceito de TV companion device. Pode ser instalado num iPhone, num iPad ou num terminal Android, e permite controlar a caixa e os serviços do Meo, incluindo a gravação remota de programas, de uma forma mais intuitiva e avançada.
Tecnologia e desafios Três conselhos para quem pretende entrar no ecossistema TV: O primeiro é o da transformação tecnológica que qualquer potencial fornecedor ou parceiro deve considerar em preparar os seus conteúdos para serem reutilizados
nas múltiplas plataformas ou dispositivos, independentemente da sua forma final. Isto traduz-se em bons CMS, formação, e adopção de API como canais de distribuição. O segundo conselho é adopção de tecnologias web modernas no seio das equipas técnicas. Por exemplo, o advento do HTML5 e do CSS3 que vão permitir experiências muito mais ricas e mais fluídas em todos estes sistemas, incluindo as televisões. Por fim está o do estudo da usabilidade. O espaço útil é mais reduzido, a distância das pessoas em relação ao ecrã é maior, o dispositivo de input é muito limitado, é possível interagir com a emissão de TV. Tudo isto exige uma preocupação especializada no desenho da melhor experiência possível. O novo agregador das comunicações
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Como é trabalhar em...
Filipe Santa Bárbara jornalista
“Sonhadores, vencedores, empreendedores, criativos, diferentes e audazes”, os 250 trabalhadores da everis Portugal (a 3.ª melhor empresa para trabalhar) estão baseados no 10.º andar do Atrium Saldanha, em Lisboa, de onde se desfruta de uma vista de cortar a respiração. O dress code é formal. Reduzir a pegada ecológica está-lhes no ADN
Consultora em estratégias de negócio, com um grande foco nas Tecnologias de Informação (TI), a everis Portugal foi considerada a 3ª melhor empresa para trabalhar em Portugal, logo atrás da Microsoft e da Cisco. “Vamos buscar os melhores alunos às universidades”, explica António Brandão Vasconcelos, ceo da everis, acrescentando que é política da empresa tratar bem as pessoas: “Se vêm trabalhar connosco é porque quiseram e vêm motivados, logo, o nosso objectivo é não os desmotivar”. A base das operações dos 250 colaboradores (com uma média de idade que ronda os 27/28 anos) desta consultora é um 10º andar, cheio de luz natural e com uma vista deslumbrante da cidade, no Atrium Saldanha . O dress code tem de ser formal, a gravata faz parte do dia-a-dia porque passam muito tempo junto dos clientes. O trabalho centra-se muito em projectos, daí que o espírito de entreajuda e de camaradagem seja sempre muito importante. O ceo refere que “aqui não privilegiamos o individualismo, trabalhamos para o global”. A componente ambiental faz parte do ADN da everis, que tem programas internos para reduzir a pegada ecológica e tenta influenciar os clientes e fornecedores a fazerem o mesmo. A responsabilidade social também não fica esquecida, fazendo consultadoria pro bono — além de um protocolo com a Orquestra de Câmara Portuguesa, desenvolve um projecto de empregabilidade na Cova da Moura. Ao nível de regalias, há os típicos acordos com clínicas, lojas, seguros (que são extensíveis ao agregado familiar) mas, como sublinha António Vasconcelos, a maior das regalias é o bom ambiente de trabalho e de todos os colaboradores terem um contrato sem termo. “Para nós é muito claro que o importante são as pessoas. Se queremos o melhor temos de lhes dar liberdade”, diz o ceo, acrescentando que os trabalhadores são inquiridos sobre as condições de trabalho e avaliação dos superiores hierárquicos, preservando o anonimato nas respostas. Globalmente, o escritório de Lisboa apresenta resultados diferenciais pela positiva e muitos desses resultados estão relacionados com a filosofia da empresa: solidariedade, transparência e ética. 14
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Ramon de Melo
Reduzir a pegada ecológica
A everis Portugal
Zona de staff dos consultores
Everis Portugal é uma empresa carbono zero
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Zona de estar
Pequenas salas de reunião mais informais
Gonçalo Gomes Cortes, assistente de suporte IT
As reuniões de projecto são frequentes
António Brandão de Vasconcelos, ceo
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A localização do escritório permite aos colaboradores terem acesso a um grande número de serviços
Jorge Borralho e Rui Francisco, consultores
Em Portugal, a everis está no Atrium Saldanha
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Confiança como base da segurança
João Ribeiro/WHO
Hoje o cibercrime é uma actividade organizada. As acções criminosas envolvem o acesso a computadores de particulares e empresas, furto ou destruição de informação para posterior extorsão, acesso a contas bancárias, e utilização fraudulenta de dados de cartões de crédito
O cibercrime encontra uma sociedade globalmente desprotegida. Numa fase inicial, a motivação para a maioria dos incidentes de segurança informática devia-se à exibição de virtuosismo tecnológico praticada por jovens que nasceram na era digital. Hoje o cibercrime é uma actividade organizada. As acções criminosas envolvem o acesso a computadores de particulares e empresas, furto 16
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“Desde a primeira hora que procurámos a internacionalização. Para além dos primeiros clientes em França e Angola, já estabelecemos parcerias no Brasil e Emirados Árabes Unidos”
ou destruição de informação para posterior extorsão, acesso a contas bancárias, e utilização fraudulenta de dados de cartões de crédito. Esta actividade está em acelerado crescimento porque a maioria das empresas que é vítima destes crimes os oculta por receio de prejudicar a sua imagem. Também os estados são vítimas desta actividade, pois para além do crime económico também po-
dem haver motivações políticas: uma das maiores preocupações da Europa e Estados Unidos é a possibilidade dos sistemas de controlo das suas infra-estruturas (rede eléctrica, de gás, telecomunicações, água e transportes) serem atacados e as suas economias ficarem paralisadas, levando, a curto prazo, ao colapso social. A Carnegie Mellon University (CMU) nos EUA alberga o SofwaO novo agregador das comunicações
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re Engineering Institute (SEI), berço do primeiro CERT (Computer Emergency Response Team), organização que foi explicitamente mandatada pelo Governo dos Estados Unidos para investigar, propor e divulgar acções concretas para o combate às ameaças informáticas. À data em que fui para a CMU, no âmbito do intercâmbio de docentes do programa Carnegie Mellon Portugal, era também director de um CERT nacional, o CERT-IPN, alojado no Instituto Pedro Nunes em Coimbra. Toda a experiência adquirida em três anos de actividade no âmbito deste centro nacional sofreu uma brutal aceleração devido à riquíssima experiência de estar na CMU com os melhores do mundo nesta área. Ao regressar a Portugal tornara-se evidente que toda esta experiência, know-how e tecnologias justificavam a criação de uma startup. O que até aí fora uma actividade centrada na investigação aplicada e serviços prestados a empresas e instituições (especialmente do Estado) que se dirigiam à universidade em busca de competências e tecnologias, esteve na génese da DOGNÆDIS. A tecnologia mais inovadora desenvolvida pela DOGNÆDIS é comercializada como um serviço. Trata-se de um dispositivo que é colocado no interior das redes informáticas dos nossos clientes a monitorizar permanentemente os seus sistemas e redes. Sempre que é detectado algum comportamento anómalo é enviado um alerta para o centro de operações da DOGNÆDIS onde se procede ao diagnóstico semi-automático do que se está a passar. O que distingue a tecnologia da DOGNÆDIS de produtos análogos é conseguir realizar detecção proactiva ou seja, conseguir detectar que está a decorrer um acto malicioso, mesmo quando sobre ele não existe experiência prévia. Isto distingue-nos da generalidade dos sistemas actuais, os quais apenas conseguem detectar situações para os quais os seus sistemas de detecção tiveram de ser previaO novo agregador das comunicações
“A Carnegie Mellon University (CMU) nos EUA alberga o Sofware Engineering Institute (SEI), berço do primeiro CERT (Computer Emergency Response Team), organização que foi explicitamente mandatada pelo governo dos Estados Unidos para investigar, propor e divulgar acções concretas para o combate às ameaças informáticas”
“A tecnologia mais inovadora desenvolvida pela DOGNÆDIS é comercializada como um serviço. Trata-se de um dispositivo que é colocado no interior das redes informáticas dos nossos clientes a monitorizar permanentemente os seus sistemas e redes”
mente treinados. É esta tecnologia que utilizamos em sectores onde a segurança é verdadeiramente crítica, nomeadamente na banca. Desde a primeira hora que procurámos a internacionalização. Para além dos primeiros clientes em França e Angola, já estabelecemos parcerias no Brasil e Emiratos Árabes Unidos. Não é fácil a uma empresa portuguesa afirmarse no mercado internacional pelas questões de confiança referidas acima, mas as nossas demonstrações tecnológicas e a forte ligação a Carnegie Mellon têm-nos aberto bastantes portas. Somos também abordados por empresas que desejam uma avaliação externa e independente do seu nível de segurança informática. Nestes casos realizamos, entre outros, um teste de intrusão, uma técnica em que assumimos o papel de atacante e tentamos penetrar na rede interna da organização e comprometer os seus sistemas, tal como faria um atacante real. Nem todas as empresas têm a coragem de delegar externamente a realização de um teste destes porque normalmente temos acesso a informações muito sensíveis tais como a facturação da empresa, os vencimentos dos funcionários, os seus dados pessoais, clientes potenciais, até mesmo a contabilidade real da empresa. Contudo, ao evitar fazer este teste, estas empresas estão a incorrer no risco serem vítimas de extorsão, caso uma organização criminosa consiga aceder a essa mesma informação. É por isso que as actividades que envolvem segurança têm de estar assentes numa sólida relação de confiança. Acreditamos que o facto de sermos uma startup de uma instituição de reputado prestígio como a Universidade de Coimbra marca a diferença quando uma organização procura um parceiro não só tecnicamente capaz, mas também em quem possam confiar a sua informação mais confidencial. Não será por acaso que temos entre os nossos clientes instituições como o Ministério da Administração Interna,
Mário Zenha-Rela sócio fundador e ceo da DOGNÆDIS, professor auxiliar da Universidade de Coimbra, professor associado adjunto da Carnegie Mellon University, investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra
o Ministério da Justiça, a GNR e diversos bancos. Uma avaliação completa do grau de segurança de uma organização nunca estaria completa sem considerar o factor humano. Na verdade, este é dos pontos mais vulneráveis das organizações, pois todos os indicadores internacionais mostram que embora o maior número de incidentes tenha origem externa, os mais graves tiveram origem em trabalhadores internos à organização, por incúria ou malícia. Também neste domínio as directivas e experiência de décadas do CERT de CMU foi inestimável no sucesso da nossa actividade. Por exemplo, um dos indicadores que fornecemos é a sensibilidade de uma organização a técnicas de engenharia social; é impressionante observar como mesmo empresas bem configuradas na sua protecção periférica (firewalls) entram em colapso perante uma infiltração que usa SPAM malicioso. Maio de 2011
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Não facilitar a vida aos criminosos Vencer o cibercrime exige a colaboração entre a indústria, investigadores académicos, agências policiais e governos de todo o mundo e a sua colaboração. Se não facilitarmos a vida dos criminosos, permitindo-lhes que infectem o nosso computador para fazer o trabalho sujo, já estamos a meio caminho da vitória O cibercrime é uma realidade que afecta muitos. Há uns que são as vítimas de primeira linha, ou seja aqueles que são visados nos ataques e há os outros que fazem parte do ataque mas fazem-no de uma forma inconsciente, os soldados forçados. E depois há aqueles que tiram benefícios financeiros desta indústria. Fazendo uma analogia com o mundo dos filmes: os maus da fita. Ultimamente tem havido um crescendo no número dos ataques cibernéticos, ou seja, ataques que utilizam como ferramentas principais os computadores e a internet. Porque é importante combater este tipo de comportamento, a Microsoft criou uma equipa denominada Microsoft Digital Crimes Unit. Esta é uma equipa com especialistas do mundo inteiro, advogados, investigadores, analistas técnicos entre outras especialidades cuja missão é fazer da internet um espaço mais seguro através de parceiras globais, politicas e soluções de tecnologia que ajudam a promover a internet mais segura; lutar contra a fraude e outras ameaças à segurança online; proteger as crianças dos ciberataques. Em Outubro de 2010 esta equipa, em cooperação com outros pares na indústria e especialistas académicos, desactivou a botnet Waledac, operação conhecida como operação b49. No dia 17 de Março 2011, houve uma comunicação ainda mais interessante porque os esforços foram premiados com algo verdadeiramente notável: a desactivação de uma botnet de maior dimensão e perigosidade, conhecida como Rustock. Esta botnet tinha aproximadamente um milhão de computadores infectados (os soldados escravos) que operavam às ordens dos crimi18
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“Ultimamente tem havido um crescendo no número dos ataques cibernéticos, ou seja, ataques que utilizam como ferramentas principais os computadores e a internet”
“Não utilize conteúdos pirateados (pois muitas vezes esses conteúdos são verdadeiros cavalos de Tróia); utilize passwords complexas (com letras números e caracteres especiais); não utilize a mesma password em múltiplos sites / programas”
nosos. Era reconhecida como tendo a capacidade de enviar milhares de milhões de mensagens de correio electrónico por dia (vulgo spam), incluindo os mais variados embustes como as cartas da Nigéria (fraudes que tipicamente prometem negócios irrecusáveis através da transferência de enormes quantias para paraísos fiscais), à venda de medicamentos falsificados e potencialmente muito perigosos. No entanto, nós sabemos que estes bots são extremamente versáteis, muitas das vezes a sua limitação é apenas a limitação da imaginação dos criminosos, já que eles detêm grandes recursos financeiros para o suporte logístico. É por isso mesmo que a Microsoft, em conjunto com outros parceiros, se encontra a trabalhar activamente de uma forma muito agressiva em abordagens inovadoras para rapidamente desactivar este tipo de ataques e limpar o malware que ficou nos computadores infectados. No entanto, não nos poderemos esquecer que esta luta é uma luta impossível de vencer a sós pois nenhuma entidade per si pode atingir esta meta de forma isolada. Vencer aqui exige a colaboração entre a indústria, investigadores académicos, agências policiais e governos de todo o mundo e a sua colaboração. Porque é que a colaboração de cada um de nós é fundamental? Pois se não facilitarmos a vida dos criminosos, permitindo-lhes que infectem o nosso computador para fazer o trabalho sujo, já estamos a meio caminho da vitória. Para isso é necessário ter em conta estas simples regras: Tenha um software de antimalware no seu computador instalado e devidamente actualizado, poderá por exemplo utilizar o Security Essentials
Sérgio Martinho responsável pela área de Segurança e Estratégia de Plataformas, Microsoft Portugal
da Microsoft (gratuito em www.microsoft.pt/antivirus). Tenha a firewall instalada de forma a impedir acessos indevidos ao seu computador e não esquecer que deverá ter em modo automático as actualizações do software que tenha no seu computador, nesta área, ter as actualizações do sistema operativo é importantíssimo mas não chega, pois deverá ter a preocupação de actualizar todo o software que tenha no computador, pois software desactualizado poderá ser uma porta aberta para um ataque bem-sucedido. Sugiro uma visita ao site: http://www.support.microsoft. com/botnets que poderá ser de grande utilidade. E por último a dica mais importante de todas, adapte o seu comportamento de modo a que, quando utiliza o computador e a internet, tenha uma experiência o mais agradável e segura possível: Não utilize conteúdos pirateados (pois muitas das vezes esses conteúdos são verdadeiros cavalos de Tróia); utilize passwords complexas (com letras números e caracteres especiais); não utilize a mesma password em múltiplos sites/ programas; não corra os executáveis que lhe chegam pelo email, mesmo que venham de alguém conhecido. O novo agregador das comunicações
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Não se assuste! Não se assuste! Existe um remédio simples. Passa por ter cuidado, ter anti-vírus (pelo menos no PC), não abrir emails de quem não conhece, não acreditar que lhe vai sair a sorte grande só a si, e mesmo agora, que estava alegremente a ver uma página na internet Sim. É verdade que o mundo já era complicado sem as coisas modernas. E é verdade que já era complicado com a crise económica. E a crise de valores. E a crise do petróleo. E o vulcão que tem um nome indecifrável. E o FMI. Para não entrar em detalhes, claro. Agora a tecnologia ofereceu-nos uma imensidão de coisas novas e giras: consolas de jogos, computadores, telefones sem fios, computadores que se ligam em qualquer parte, telefones que permitem fazer quase tudo, televisões que parecem computadores, computadores que parecem televisões, Wi-Fi, Bluetooth, Infravermelhos, Wireless, TV por cabo, fibra, IPTV, TDT, … (pode respirar) … TV analógica, TV digital, TV satélite… e isto ficou ainda mais complicado! Mas afinal, o que é isto tudo? São televisões, são rádios, são telefones? E como lá chegámos? E porquê? Vamos às respostas. Cada objecto permanece (quase) imutável no seu uso: o telefone serve para falarmos com outras pessoas, a TV serve para vermos filmes e programas e o computador para fazer de forma mais prática as tarefas de um escritório (escrever, calcular, apresentar). Mas houve duas grandes transformações que alteraram tudo: 1. A primeira foi a revolução digital: conseguimos pôr imagens, filmes, músicas e um sem número de coisas dentro dos computadores e fazer incríveis brincadeiras com elas (e trabalho também, claro); chamamos-lhe a revolução digital porque dentro dos computadores é tudo codificado com os dígitos “zero” e “um”; O novo agregador das comunicações
“O leitor acede à internet pelo telefone: tem anti-vírus no telefone? O leitor acede ao Facebook no seu computador: já reparou que meio mundo fica a saber se está em casa ou foi de férias?”
“Os vírus são perigosos: podem roubar-lhe os dados do seu cartão de crédito e desatar a torrar o seu dinheiro na internet; podem mesmo capturar-lhe a sua senha de acesso à banca electrónica, ler o seu email responder à correspondência por si, usar o seu computador remotamente para fazer pirataria”
2. A segunda foi a revolução do fio, normalmente conhecida pela revolução da mobilidade: o telefone perdeu os fios, o computador comunica com outros aparelhos pelo ar, a TV perdeu a velha antena que o meu pai me pedia para mudar de posição vezes sem conta (em compensação tem um cabo?!?!) e passámos a levar tudo para todo o lado. Até aqui era tudo muito bonito. E então, apareceu a crise! A crise é que todos estes aparelhos foram desenhados a pensar mais no utilizador do que na segurança deste. É evidente que as nossas comunicações telefónicas são seguras (porque são codificadas) e metade dos aparelhos ou sistemas que referi têm dispositivos de segurança, mas… Este é que é o mas! Nós fazemos com eles mais do que inicialmente foram concebidos para fazer. O leitor acede à internet pelo telefone: tem anti-vírus no telefone? O leitor acede ao Facebook no seu computador: já reparou que meio mundo fica a saber se está em casa ou foi de férias? E guarda as fotografias no seu portátil: tem a certeza que quer ver as suas fotografias privadas na internet se perder o seu portátil? Pense bem. Estes só dependem de si. Mas há mais. Nos dias que correm já é possível instalar vírus através do email mais giro e incrível que abriu ontem sem saber quem era o remetente. Ou apanhar um botnet ao responder aquele pop-up que lhe prometia um iPhone novinho em folha. Já lhe tinha perguntado se tem anti-vírus? E esses vírus já são mais perigosos: podem roubar-lhe tudo do seu computador; podem roubar-lhe os
Francisco Pereira do Valle director de Segurança Corporativa da Vodafone Portugal
dados do seu cartão de crédito e desatar a “torrar” o seu dinheiro na internet; podem mesmo “capturar-lhe” a sua senha de acesso à banca electrónica, ler o seu email responder à correspondência por si, usar o seu computador remotamente para fazer pirataria (pois é, já está a imaginar a polícia a bater-lhe à porta ao melhor estilo do CSI). Etc., etc., etc. E mais não digo, senão: Não se assuste! Existe um remédio simples. Chama-se bom senso e não se vende nas farmácias nem está sujeito a IVA. Passa por ter cuidado (é mais simples do que parece), ter anti-vírus (pelo menos no PC), não abrir emails de quem não conhece, não acreditar que lhe vai sair a sorte grande só a si, e mesmo agora, que estava alegremente a ver uma página na internet. Na dúvida, desconfie; se achar estranho pergunte. Só são tolas as perguntas que ficam por fazer. Maio de 2011
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Mais uma oportunidade perdida Parece-nos uma oportunidade perdida, atentas as recentes alterações ao processo penal, que se acabe, por inacção do legislador, por instituir um regime processual penal (falsamente) “particular” para estes fenómenos, que não está harmonizado com o regime geral do Código de Processo Penal A aproximação legislativa nacional ao combate do cibercrime foi publicada em 15 de Setembro de 2009, através da Lei n.º 109/09, auto denominada “Lei do Cibercrime”. Pretendeu tal diploma, ao definir o seu objecto, estabelecer as disposições penais, materiais e processuais, bem como as disposições relativas ao domínio do cibercrime e da recolha de prova em suporte electrónico, conformando o ordenamento com as referidas disposições de génese supranacional. Foram, assim, condensados num mesmo diploma os ilícitos que enformam as várias dimensões de luta contra o cibercrime, sendo que a “nova” lei veio prever seis tipos legais autónomos, a saber: “Falsidade Informática”; “Dano relativo a programas ou outros dados informáticos”; “Sabotagem informática”; “Acesso Ilegítimo”; “Intercepção Ilegítima”; e “Reprodução ilegítima de programa protegido”. No quadro punitivo as molduras penais máximas oscilam entre os três e cinco anos, com penas na forma agravada até um máximo de 10 anos, sendo que, de uma forma geral (já que há excepções), se pune a tentativa, e a possibilidade da punibilidade das pessoas colectivas ou equiparadas bem como a eventual perda de objectos e equipamentos usados na consumpção, se decretada pelo tribunal a favor do Estado. Este regime, que pretendeu ser uma ferramenta unificadora, não é porém isento na sua vigência de algumas críticas, desde logo, porque já em 2007, a Comissão 20
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“No quadro punitivo as molduras penais máximas oscilam entre os três e cinco anos, com penas na forma agravada até um máximo de 10 anos”
“Foram condensados num mesmo diploma os ilícitos que enformam as várias dimensões de luta contra o Cibercrime, sendo que a “nova” Lei veio prever seis tipos legais autónomos”
abordando esta temática, definia o cibercrime englobando três categorias: a) A primeira inclui as formas tradicionais de criminalidade; b) A segunda diz respeito à publicação de conteúdos ilícitos por via electrónica; c) A terceira visa as infracções próprias às redes electrónicas, ou seja, os ataques que visam os sistemas de informação, a negação de serviço e os actos de pirataria. Numa primeira abordagem, aos novos tipos legais, constatamos que nos universos de situações enquadráveis na tríplice de categorias de actividades ilícitas possíveis ligadas ao cibercrime, entre outros, não está aqui criminalizada a publicação de conteúdos ilícitos, quando já havia sido identificado pela Comissão como tipo “incriminável” pelo menos desde 2007. O presente diploma abordou e instituiu, também, no seu Capítulo II, disposições processuais, aplicáveis aos crimes que acabara de tipificar e aos demais cometidos através de um sistema informático, ou em relação aos quais seja necessário proceder à recolha de prova em suporte electrónico, (cfr. art. 11.º). Ora, a abrangência final da aplicabilidade das regras adjectivas desta lei, porque bastará a ocorrência para além dos crimes tipificados, também os cometidos através de um qualquer sistema informático ou que necessite de recolha de prova em suporte informático engloba outros tipos, para além dos previstos nesta Lei, tendendo a ser universal neste campo.
Pedro Ferros Licenciado em Direito pela Lusíada, Lisboa (1996). Advogado principal e responsável pelo Departamento de Clientes Privados da Carlos Cruz & Associados (CCA), onde está desde que a sociedade absorveu a José Maria Castelo Branco, Pedro Ferros – Sociedade de Advogados - RL, de que era sócio
Em paralelo não podemos deixar de relembrar que o Código de Processo Penal vem sendo sujeito a sucessivas alterações nos últimos anos, várias cronologicamente posteriores à Lei do Cibercrime. Assim, atento o carácter geral que assumem para este tipo de recolha de prova, parece-nos, também, nesta data, uma oportunidade perdida, atentas as recentes alterações ao processo penal que se acabe, por inacção do legislador, por instituir um regime processual penal (falsamente) “particular” para estes fenómenos, que não está harmonizado com o regime geral do Código de Processo Penal, que bem podia já ter determinado a uniformização da Lei Processual Penal nesse particular. O novo agregador das comunicações
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Segurança é grande preocupação Vários estudos sugerem que a segurança continua a ser a principal preocupação e desafio das organizações e, em particular, para aquelas que pretendem adopção do novo paradigma de computação: a cloud computing
A introdução de novos paradigmas de computação através da adopção de estratégias de mobilidade, virtualização e cloud são algumas das tendências de transformação das Tecnologias de Informação (TI) e para as quais se assiste ao surgimento de uma profusão de soluções e ofertas. A adopção deste tipo de serviços terá um enorme impacto no negócio e na estratégia de TI das organizações, podendo traduzir-se, habitualmente, em ganhos financeiros, produtividade e/ou eficiência. Para o efeito, deverá recorrer-se a uma abordagem estruturada de modo a definir a visão estratégica e de transformação das TI que melhor serve a organização, proporcionando o alinhamento mais adequado entre o negócio e o seu departamento de SI. A adopção destas estratégias não será adequada para todas as organizações uma vez que surgem habitualmente questões ou constrangimentos relacionados com a conformidade, níveis de serviço, arquitectura e, em particular, a segurança. De facto, vários estudos sugerem que a segurança continua a ser a principal preocupação e desafio das organizações e, em particular, para aquelas que pretendem a adopção do novo paradigma de computação, a cloud computing. São do conhecimento público, através por exemplo de estudos como o relatório 2010 Top Cyber Security Risks Report da HP Tipping Point, testemunhando que em 2010 se constatou uma crescente divulgação de novos exploits e que as ameaças de segurança de informação que atingem as redes recorrem a técnicas cada vez mais sofisticadas. O novo agregador das comunicações
“Verifica-se uma tendência de aumento drástico de vulnerabilidades relacionadas com aplicações web. Em contrapartida, ataques convencionais, como ataques a serviços de sistema operativo, continuam a decrescer”
“Apesar do número total de vulnerabilidades manter-se relativamente constante, o número total de ataques contra essas vulnerabilidades cresceu significativamente”
As descobertas descritas no dito relatório estabelecem uma relação entre a proliferação da tecnologia e a maneira rápida e sem esforço com que essa tecnologia é usada provocando um impacto dramático e negativo na segurança de informação. Verificamos que nos últimos anos uma tendência de aumento drástico de vulnerabilidades relacionadas com aplicações web. Em contrapartida, ataques convencionais, como ataques a serviços de sistema operativo, continuam a decrescer. Apesar do número total de vulnerabilidades manter-se relativamente constante, o número total de ataques contra essas vulnerabilidades cresceu significativamente. A adopção de novos modelos por parte das TI, como é o caso da cloud computing, introduz um conjunto de novos desafios e de riscos de segurança. Este facto tem exigido um esforço do mercado e dos organismos de regulamentação e normalização, no sentido de serem desenvolvidas guidelines, use cases, models e standards que incorporem, naturalmente, questões de segurança. No sentido de endereçar os riscos associados com os novos serviços e paradigmas de computação, a HP entende que deverá ser seguida uma estratégia de gestão de risco clássica conjuntamente com a integração do ambiente TI distribuído e uma abordagem orientada ao serviço para o Enterprise Architecture. De modo a responder às preocupações de segurança relacionadas com uma determinada organização, será necessário ter uma abordagem abrangente que incorpore Modelos de Referência de Gestão
Paulo Rio security Senior Consultant, HP Technology Services
de Segurança (HP Information Security Services Management Reference Model), Arquitecturas de Referência Tecnológicas, Serviços de Segurança (Governance, Risk, Compliance, Data Protection and Privacy Management, Identity and Access Management e Infrastructure Security), assim como, os melhores parceiros tecnológicos. Esta combinação proporcionará as tecnologias, pessoas e processos de TI necessários à implementação de um sistema de segurança de informação assente em standards que podem ser usados como base para o contínuo melhoramento, à medida que são desenvolvidas novas ameaças internas e externas. Só através de uma abordagem abrangente à segurança assente por camadas será possível que as organizações percepcionem os ganhos financeiros, de eficiência e de redução dos níveis de ameaças de segurança. Maio de 2011
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Risco de fraude é cada vez maior Estamos cada vez mais tempo online, a conectividade permanente é uma realidade para muitos utilizadores, e realizamos cada vez mais tarefas online. Por isso é essencial que todos os computadores ou dispositivos que utilizamos estejam protegidos, por mais antigos ou insignificantes que sejam os dados neles presentes. O risco de fraude existe e é cada vez maior Habituámo-nos a que as notícias sobre cibercrime entrassem na ordem do dia. Paradoxalmente, essas notícias referem-se, cada vez menos, a grandes ataques de vírus, mas sim a casos de detenções de hackers e investigações de grupos dedicados a actividades ciberciminosas. Aparentemente podemos pensar que são situações que acontecem apenas a quem se dedica a usar os seus conhecimentos informáticos para cometer actos ilícitos, mas a verdade é que por debaixo de cada nova detenção ou apreensão de máquinas dedicadas ao cibercrime podem estar comprometidos milhares de computadores ou cartões de crédito, inclusive os seus, mesmo que não tenha ainda dado por isso. A grande verdade é que hoje em dia já quase ninguém elabora vírus para inocentemente fazer cair umas letrinhas no ecrã ou escrever I Love You! - isso não é lucrativo. Hoje o negócio está em controlar computadores para distribuir ataques DDoS (Distributed Denial of Services), ou recolher um número massivo de cartões de crédito (com ou sem garantia de saldo), ou ainda sequestrar a informação residente em milhares de computadores solicitando um resgate sob a forma de um falso produto antivírus que custará entre 20 e 100 dólares, e a única garantia que oferece é colocar os computadores afectados sob controlo de terceiros. Muitas vezes deparamo-nos com comentários cépticos como: “Por que motivo alguém quereria roubar-me informação se não tenho nada de interesse?”. O facto é que o malware actual, desenvolvido com finalidades lucrativas, actua de forma massiva, cega e silenciosa para passar despercebido e não afectar a confiança dos utilizadores. Isso leva 22
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“Hoje em dia, tal qual se disponibilizam ficheiros com filmes pirateados (uma forma mais soft de cibercrime, mas não menos ilegal), também há a possibilidade de virtualmente adquirir lotes de números de cartões de crédito ou controlo sobre uma rede de um número exorbitante de computadores”
“O mercado negro do cibercrime tem mostrado uma diversificação do seu modelo de negócio ao longo do ano passado, comercializando actualmente um leque muito alargado de informação confidencial roubada, com destaque para os dados de acesso a serviços bancários online”
a que muitas vezes as vítimas nem se apercebam de que foram vítimas de fraude, já que só através do comprovativo da transacção o poderão constatar e muitos só o consultarão mais tarde, bem depois de o crime ter sido cometido. Mas talvez a maior mudança de paradigma no último ano tenha a ver com o facto de ser cada vez mais fácil a um leigo entrar no mundo do cibercrime. Hoje em dia, tal qual se disponibilizam ficheiros com filmes pirateados (uma forma mais soft de cibercrime, mas não menos ilegal), também existe a possibilidade de virtualmente qualquer pessoa adquirir lotes de números de cartões de crédito ou controlo sobre uma rede de um número exorbitante de computadores. O mercado negro do cibercrime mostrou uma diversificação do seu modelo de negócio ao longo do ano passado, comercializando actualmente um leque muito alargado de informação confidencial roubada, com destaque para os dados de acesso a serviços bancários online. O caso Mariposa, altamente divulgado no primeiro trimestre de 2010, foi um desses primeiros casos, em que os ciber criminosos não tinham conhecimentos informáticos de elevado nível, mas tinham adquirido um programa no mercado negro que lhes permitiu controlar mais de 12 milhões de computadores para distribuir spam e outro tipo de ataques. É do conhecimento geral que, com o acesso a dados bancários de um utilizador os criminosos podem facilmente aceder e manipular as respectivas contas muito antes de serem descobertos. Mas para se ter uma ideia do problema real, qualquer mero amador pode comprá-los desde dois dólares por cartão, valor que
Francisco Leitão director de Marketing da Panda Security
não inclui garantias de saldo disponível. Para tal, o preço sobe para os 80 dólares para saldos reduzidos, e até aos 700 dólares para saldos garantidos de, por exemplo, 82 mil dólares. Caso as contas tenham histórico de compras ou pagamentos online, como o PayPal, o preço é ainda mais elevado, atingindo os 1 500 dólares por conta. Por outro lado, hoje em dia estamos cada vez mais tempo online, a conectividade permanente é uma realidade para muitos utilizadores, e realizamos cada vez mais tarefas online, tarefas essas que se há 10 anos na sua maioria não teriam qualquer perigo de provocar um dano financeiro caso fossem interceptadas, hoje isso já não é verdade. É por estas razões que cada vez mais é essencial que todos os computadores ou dispositivos que utilizamos estejam protegidos, por mais antigos ou insignificantes que sejam os dados neles presentes. O risco de fraude existe e é cada vez maior. O novo agregador das comunicações
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passeio público
Carolina Afonso, directora de Marketing da Asus Portugal, queria fazer carreira diplomática, mas acabou no Marketing e nas Tecnologias. Um mundo que achava cinzento mas que, afinal, é cada vez mais a cores. E que, pelo menos uma vez, por ano a faz entrar numa “máquina do tempo” até Taiwan. O corpo sofre, mas o encontro de culturas compensa
Ramon de Melo
Não quis ser da geração à rasca
Carolina Afonso chegou à Asus ao mesmo tempo que a secretária, o telefone, o garrafão da água… Chegou em 2008, quando a multinacional de Taiwan se decidiu por um escritório em Lisboa, capital de um país onde os negócios estavam bem e se recomendavam. Foi através do mais tradicional dos métodos – o anúncio – que se candidatou a um lugar numa direcção de Marketing que, então, reportava a Espanha. Mas rapidamente Portugal “obteve a independência” 24
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e Carolina foi subindo os degraus que a conduziram ao topo do departamento. “Foi uma conquista, acabei por crescer à medida que o projecto também ia crescendo”. Não foi um percurso sem dores de crescimento, mas Carolina prefere a perspectiva positiva, a da descoberta de uma empresa, dos seus produtos e do seu posicionamento no mercado, a da descoberta dos colegas que com ela começavam do zero. Este não era, porém, um mundo
totalmente novo. Nos dois anos e meio anteriores, fora gestora de comunicação na Listopsis, uma empresa nacional focada no segmento profissional e não tanto no consumo mas ainda assim na área das tecnologias. Mudar não foi uma decisão fácil. Diz mesmo que, olhando para trás, talvez tenha sido das decisões mais difíceis da sua vida. Afinal, “tinha uma posição confortável”. Outras pessoas ter-se-iam deixado “ficar de pantufas calçadas”, mas ela não: viu no
gigante asiático uma oportunidade a não perder. E respondeu ao anúncio. Para alargar horizontes numa multinacional que a obriga a um contacto diário com Taiwan e a adaptar-se a novos métodos de trabalho ditados por uma cultura empresarial nos antípodas da portuguesa. É claro que a tecnologia encurta distâncias, mas é muito diferente de quando existe alguém no gabinete ao lado com quem se fala cara a cara. Já estava habituada à tecnologia, mas era um mundo que via cinzento, O novo agregador das comunicações
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com pouco glamour e com poucas fãs no universo feminino. Na Asus mudou de opinião, ao folhear um portefólio de produtos com a assinatura de designers internacionais. Como o egípcio Karim Rashid, que emprestou a sua excentricidade a um arrojado notebook rosa-choque que fez sucesso entre as mulheres. E o portátil tornou-se sexy… Carolina trata os computadores por tu, mas faz jus às vozes populares que vaticinam que “em casa de ferreiro, espeto de pau”. Deliberadamente: “A minha relação com a tecnologia é que sou eu que a utilizo, não a tecnologia que me utiliza a mim”. Sabe bem como é fácil a tecnologia apoderar-se da vida das pessoas: “Se não colocarmos barreiras, quando nos apercebermos estamos a trabalhar fora de horas com recurso aos emails no telemóvel…”. Não é que consiga desligar completamente: basta o fuso horário de Taiwan para lhe trocar as horas de expediente… Pior é mesmo quando tem de viajar até à casa-mãe. A viagem é tão longa que se perde um dia pelo meio. Biologicamente é tão difícil que nos primeiros dias acorda às cinco da manhã com fome e é assaltada pelo sono durante as reuniões. “Tenho a sensação de estar numa máquina do tempo”. E quando finalmente se adapta está na hora de voltar. A distância geográfica não é a única: “No princípio ficava de boca aberta tal era a diferença de vivências”. Mas, como diria Fernando Pessoa, “primeiro estranha-se, depois entranha-se” – e assim foi com Carolina. Agora compreende que “não é à toa que os asiáticos lideram o mercado das tecnologias. Neles, os bits e os bytes repercutem-se na personalidade, acho que têm muito de tecnológico no ADN”. Tanta diferença não a impede de se sentir “um bocadinho em casa” ou não fosse Formosa o nome português da ilha que os chineses baptizaram de Taiwan. E não houvesse outra ilha que é dos Pescadores e onde se come um peixe seco que é bonito. Nestas viagens para o outro lado do mundo, Carolina Afonso cumpre um dos seus sonhos, o de uma carreira O novo agregador das comunicações
internacional que era para ser na diplomacia mas que a levou para outro rumo. Relações Internacionais foi o curso que concluiu na Universidade Nova de Lisboa: “Imaginava-me a representar o país, não necessariamente como embaixadora, talvez mais na perspectiva do desenvolvimento económico e social”. Finda a licenciatura, cedo constatou que as oportunidades de colocação escasseavam. E tomou a decisão de continuar a investir na sua formação académica: “Podia ter-me tornado numa adepta da geração à rasca, mas não o fiz”. Fez a vontade a uma “forte inclinação” para o Marketing e tirou primeiro uma pós-graduação, depois o mestrado. E foi nesse sentido que a carreira foi progredindo até esta “feliz coincidência”. O apelo da carreira internacional vinha-lhe do fascínio pelo encontro de culturas e do reconhecimento de ser senhora de uma grande capacidade de adaptação. O que a havia empurrado já para um ano de Erasmus na Holanda, país que escolheu pela abertura e pela tolerância. Está no top das suas experiências de vida. Foi como ser personagem de “A residência espanhola” (filme realizado em 2002 por Cédric Klapisch e com Audrey Tautou). Aprendeu com a diferença, testou os seus limites. “Foi quando saí verdadeiramente da minha zona de conforto”. Em comparação, trocar a vila algarvia da Fuzeta por Lisboa aos 18 anos até foi uma mudança suave. Rumou à capital para estudar e na capital ficou. Mas regressa à “terra” para recarregar baterias sempre que algo corre menos bem: “É o meu porto de abrigo. É o único sítio onde verdadeiramente me sinto em casa. Lá sou eu, na verdadeira essência”. Esta ligação umbilical não a impede, porém, de largar amarras noutras latitudes. No passaporte falta-lhe, porém, um carimbo: Nova Iorque, a cidade cosmopolita que a fascina desde sempre: “Quando era pequena até sabia as ruas de cor, quando via um filme parecia que já lá tinha estado”. Atrai-a, mais uma vez, o melting pot de culturas. E o frenesim. É um sonho para concretizar, quiçá, em 2011. Para depois, fica o de ter uma scooter…
“A minha relação com a tecnologia é que sou eu que a utilizo, não a tecnologia que me utiliza a mim. Se não colocarmos barreiras, quando nos apercebermos, estamos a trabalhar fora de horas com recurso aos emails no telemóvel…”
“A Fuzeta é o meu porto de abrigo. É o único sítio onde verdadeiramente me sinto em casa. Lá sou eu, na verdadeira essência”
ATITUDE
Verde, ma non troppo Carolina Afonso, 29 anos a que em Junho se somará mais um, é autora do livro Green Marketing. Foi tema da sua tese de mestrado por acreditar que o marketing verde não é uma brincadeira, antes pelo contrário. E por ter verificado que os consumidores equacionam cada vez mais a variável ecológica sempre que fazem compras. As empresas, diz, não podem ficar indiferentes. Mas têm de levar a ecologia a sério, não fazer um aproveitamento meramente lucrativo porque o verde é moda, não fazer green washing e colocar nos rótulos o claim de que o produto é 100 por cento natural, ou colocar uma paisagem por trás de um produto antigo e promovê-lo a amigo do ambiente. Resultado: o consumidor está confuso porque, de repente, parece que o mundo ficou verde. E um dos desafios do marketing verde é precisamente informar, contribuir para a democratização do conceito. Carolina escreve sobre ambiente, dá formação sobre ambiente, mas não é uma freak da ecologia. “Não pertenço a nenhuma ONG, não ando na rua com cartazes, não sou ecologista. Sou apenas uma consumidora ecologicamente mais responsável”. Nem massacra amigos e familiares: “Tenho uma atitude pedagógica. Posso fazer um reparo ou outro, mas não tento impor comportamentos”.
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PlataFoRmas
Histórias transmedia Numa história criada usando os princípios de transmedia, o espectador pode ir acompanhando a trama e as personagens em diferentes media, ao longo do seu dia-a-dia e eventualmente interagir com essa história Nuno Bernardo
Transmedia é uma palavra ainda pouco divulgada nos media portugueses, mas é um termo que já festejou o seu 20.º aniversário. Marsha Kinder, em 1991 no seu livro Playing with Power in Movies, Television and Video Games Marsha introduziu o tema de transmedia intertextuality ao analisar algumas das marcas de entretenimento mais icónicas, desde as “Tartarugas Ninja” até aos “Marretas”. No entanto o conceito esteve mais ou menos adormecido durante quase duas décadas, até que em 2003, o professor do MIT Henry Jenkings publicou o artigo Transmedia Storytelling. Esta foi uma das primeiras análises académicas sobre o tema de criar e contar histórias em vários media e plataformas em simultâneo. Uns meses antes, em Portugal, a beActive lançava o “Diário de Sofia”, um dos primeiros casos a nível mundial na área do transmedia. Mas o que é o Transmedia Storytelling? De uma forma simples, é uma técnica de contar histórias, seja por filmes, séries, livros, mas não concentrada numa só plataforma, mas através de um mundo (o chamado story world) que é mais largo e extenso do que um só media, do que um livro ou um filme, que terá várias pontos de entrada para a espectador (ou leitor). Estes diferentes pontos de entrada numa história são normalmente materializados em diferentes media. Ou seja, numa história criada usando os princípios de transmedia, o espectador pode ir acompanhando a trama e as personagens em diferentes media, ao longo do seu dia-a-dia e eventualmente interagir com essa história. O “Diário de Sofia” criado pela beActive foi um dos primeiros con26
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“O “Diário de Sofia” criado pela beActive foi um dos primeiros conceitos a explorar esta técnica de transmedia storytelling. Ao longo do dia, a audiência do programa acompanhava as aventuras e desventuras de Sofia, na internet, nos telemóveis, na rádio, nas revistas e na TV”
“Em 2011, o transmedia é já um termo usado em toda a indústria, e uma metodologia que os grandes estúdios utilizam para garantir audiências para os seus programas de TV e para os blockbusters que anualmente inundam o Verão cinematográfico”
ceitos a explorar esta técnica de transmedia storytelling. Ao longo do dia, a audiência do programa acompanhava as aventuras e desventuras de Sofia, na internet, nos telemóveis, na rádio, nas revista e na TV. No fim de cada episódio emitido na RTP2, os fãs poderiam decidir o que a personagem principal da história deveria fazer no dia seguinte (no episódio seguinte) para resolver um determinado problema. Ao longo do dia, as personagens enviavam mensagens de SMS para os fãs e estes poderiam responder e contactar as personagens via SMS e email. A ligação entre personagens e audiência era fortalecido e estendida para além de um contacto diário ou semanal (como acontece com um tradicional programa de TV). A série made in Portugal seguiu o seu caminho e fez história tornando-se no primeiro formato nacional a ser vendido além-fronteiras tendo, até à data, sido produzido em versões locais em mais de 10 territórios diferentes e exibido em mais de 30 países. Em 2006 conquistou uma major de Hollywood, a Sony Pictures Television, e transmedia passou a ser algo que entrou na agenda das majors e dos grandes grupos de media. Em 2011, o transmedia é já um termo usado em toda a indústria, e uma metodologia que os grandes estúdios utilizam para garantir audiências para os seus programas de TV e para os blockbusters que anualmente inundam o Verão cinematográfico. Filmes como Batman Returns ou Terminator Salvation foram complementados por uma larga campanha transmedia em simultâneo com a distribuição em sala do filme. Séries como Lost ou Heroes foram igualmente exemplos de como o transmedia pode
produtor transmedia e autor do livro The Producer’s Guide to Transmedia
ser usado para atrair uma legião de fãs à volta de uma série. Mas será que o transmedia vai substituir o cinema e a televisão? No meu ponto de vista, a televisão vai continuar a ser o meio de comunicação de massas, e como os seus grandes eventos televisivos, como futebol ou programas de entretenimento como “Ídolos” vão continuar a atrair grandes audiências. Mas é na área da ficção e dos documentários que o transmedia storytelling vai permitir a produtores e criadores satisfazerem mais eficazmente as necessidades de uma audiência que é cada vez mais multiplataforma, on-demand e que cada vez procura mais uma experiência de entretenimento criada especificamente para si. O novo agregador das comunicações
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TEcnologia
The call center strikes back Depois de lhe terem vaticinado a morte, os centros de contacto adaptaram-se às novas tendências e estão de volta, alive and kicking, incorporando novos meios de comunicação e um alargado leque de potencialidades A comunicação num contexto global mudou. Empresas e instituições têm de preparar as suas estruturas para fazer face a cada vez mais desafios. Com o aparecimento das tecnologias web, muitos vaticinaram a morte do centro de contacto. Assistimos porém a um recrudescimento desta ferramenta de negócio que, para além de incorporar novos meios de comunicação ou canais de contacto, se adaptou às novas tendências, alargando a base natural de comunicação e o leque de potencialidades. Este novo contexto, alavancado pelo fenómeno das redes sociais, implica a adopção e adaptação de novas estratégias de comunicação, vendas e distribuição mais consonantes e próximas das necessidades do mercado. Estamos no domínio da Internet 2.0. Não podemos repetir os erros cometidos no início da “velhinha Internet 1.0”, quando as organizações limitavam-se a estar presente neste “novo canal” de forma estática e informal - para depois, timidamente, perceberem o seu potencial e incorporarem, numa 2ª fase, a proactividade no contacto com os clientes com a integração de processos e sistemas de resposta unificada. Infelizmente, no caso das redes sociais, o mesmo erro repete-se e poderá ser fatal. Apesar de existir tecnologia e as soluções necessárias para a incorporação deste novo canal, muitas empresas ainda não compreenderam totalmente o seu potencial. Todos sabemos a velocidade a que a informação circula nos meios electrónicos, sendo de vital importância a capacidade de in28
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“A Optimus e a Compta estão a colaborar para melhorar as formas de contacto disponíveis, implementando novas tecnologias mais pró-activas e um conjunto avançado de funcionalidades”
“Se um cliente insatisfeito deixa um post numa rede social, as organizações, com estas novas ferramentas, podem reagir de imediato, contactando esse cliente e tentando em tempo útil inverter uma situação que se pode revelar, num curto espaço de tempo, bastante prejudicial”
tervir junto dos indivíduos ou grupos que se sentem afectados. Se um cliente insatisfeito ou um cliente com um elevado grau de exigência deixa um post numa destas plataformas sociais, as organizações, com estas novas ferramentas, podem reagir de imediato, contactando esse cliente e tentando em tempo útil inverter uma situação que se pode revelar, num curto espaço de tempo, bastante prejudicial. Ciente do valor de uma maior proximidade do cliente, a Optimus fez uma aposta estratégica na afirmação de um serviço de excelência em que o centro de contacto permite um acompanhamento e resposta permanentes às necessidades dos clientes. Neste sentido, vai melhorar e inovar com a Compta as formas de contacto disponíveis, empenhada na implementação de novas tecnologias mais proactivas e num conjunto avançado de funcionalidades, integrando diversos canais de comunicação ou pontos de contacto. Para além dos tradicionais serviços de voz e self-service, ou serviços automáticos de resposta a chamadas, o chat, email, ou redes sociais, independentemente do suporte que o cliente utilizar, são consolidados numa plataforma de gestão de contactos ou interacções que garante a máxima disponibilidade e uma maior capacidade de resposta. Os centros de contacto não vivem sem a dependência da voz, sendo ainda um canal preferencial que muito evoluiu, tendo hoje um conjunto alargado de funcionalidades disponíveis, tais como: 1. VoIP (comunicação, por exemplo, a partir do PC). Permite fazer a
Emanuel Serrano managing director da CBS (Compta Business Solutions)
interacção de voz de um terminal fixo, móvel ou um qualquer dispositivo que possibilite efectuar chamadas via VoIP – Voiceover IP. Maior flexibilidade e menores custos por interacção; 2. Self-Service Tecnologias de TTS (Text-to-speech), ASR (Automated Voice Recognitione) e Speaker Verification que elevam de nível as aplicações automáticas. Esta nova realidade de serviços quebra muitas vezes a percepção de uma interacção homem-máquina, tal o realismo da conversação. Permitem também que o cliente tenha disponível 24x7 os serviços e operações sem necessidade de falar com um assistente; 3. Contactbacks (melhor gestão do tempo de espera do cliente).Se o contact center não tem resposta imediata, ele próprio se encarrega de proporcionar ao cliente uma série de possibilidades, como, por exemplo, agendar um contacto para uma hora ou dia futuro; 4. Vídeo. Integração com os serviços de self-service e ao contact center, permitindo fornecer aplicações ainda mais dinâmicas e um relacionamento mais directo com os assistentes. Todas estas funcionalidades fazem sentido quando integradas no mundo aplicacional e nos sistemas já existentes, sendo que a Compta, para além de disponibilizar estas tecnologias, tem capacidade de incorporar e ligar todos este mundos construindo o universo ideal de comunicações. O novo agregador das comunicações
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TEndÊncia
Em 2011, mais de 25% dos tablets serão adquiridos por empresas e, entre 70 a 80% das companhias Fortune, 500 utilizarão estes equipamentos. Estas são algumas das conclusões de um estudo da Deloitte sobre as grandes tendências nos sectores da tecnologia, media e telecomunicações para os próximos 12 a 18 meses com impacto nas empresas
O triunfo dos tablets
Segundo o estudo, os tablets ganham o estatuto de ferramenta indispensável para as empresas. Isto acontecerá por causa de quatro factores: o efeito de contágio da utilização pessoal dos tablets para o ambiente profissional; a existência de mercados como elevado potencial de utilização como o retalho; a indústria e a área da saúde; o redireccionamento dos investimentos dos fornecedores de software empresarial para o desenvolvimento de aplicações específicas para tablets e o potencial da tecnologia para o suporte à actividade comercial dos profissionais de vendas. A Deloitte estima uma utilização de
cinco milhões de tablets nos sectores da saúde e do retalho e dá como exemplo da popularidade destes novos equipamentos nas empresas a SAP, onde 35 por cento dos colaboradores terão um tablet. A substituição do papel, a gestão de stocks e alterações nas direcções de sistemas de informação são algumas das implicações das mudanças previstas pela consultora com a utilização dos tablets. Esta tendência é apenas a face visível de uma revolução que atingirá principalmente a venda do tradicional computador pessoal. Em 2011, a Deloitte prevê que mais de metade dos dispositivos computacionais vendidos a nível global não
A Deloitte estima uma utilização de cinco milhões de tablets nos sectores da saúde e do retalho e dá como exemplo da popularidade destes novos equipamentos nas empresas a SAP, onde 35% dos colaboradores terão um tablet
serão PC. A venda deste formato deverá atingir as 400 milhões de unidades, um número suplantado pelas vendas agregadas de smarthphones, tablets e netbooks. Considera a consultora que apesar do PC não desaparecer, o caminho futuro aponta para a diversidade a nível de dispositivos, processadores e sistemas operativos, com alterações de modelos de negócio e o surgimento de novas oportunidades relacionadas com novos dispositivos, aplicações e periféricos. Prevê-se um maior impacto desta alteração no contexto internacional do que ao nacional, face ao baixo peso do sector tecnológico no país. As aplicações para “não PC” irão crescer 60 por cento, para mais de oito mil milhões de euros. A margem das empresas de software para PC será inferior a 10 por cento contra 21 por cento de outro software e a dos fabricantes computadores pessoais rondará os 10 por cento contra os 40 a 60 por cento dos produtores de smartphones e tablets. Na área tecnológica a Deloitte afirma ainda que, ate final de 2011, nenhum sistema operativo de smartphones se tornará standard, coexistindo no mercado várias opções. Em Portugal, em 2010, o segundo sistema mais vendido foi o Android, com um crescimento de 675 por cento. O mais vendido continuou a ser o Symbian, da Nokia. Contudo, a luta pela liderança no mercado nacional está centrada entre o sistema do iPhone e do Android, sendo que o último tem alguma vantagem por estar disponível num maior número de dispositivos e por ser muito mais acessível em termos de preço. Na área de media, a televisão re>>>
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força os seus super-poderes, com o aumento de audiência, devido ao crescente número de horas passadas em frente ao televisor, crescimento das receitas de publicidade, subscrição, pay-per-view e licenças. Diz a Deloitte que, a nível global, este fenómeno vai gerar um crescimento da publicidade na televisão de 135 mil milhões em 2007 para 145 mil milhões de euros em 2011, o que contrasta com o declínio nos jornais e revistas de 95 mil milhões para 70 mil milhões de euros no mesmo período. Paralelamente, os programas de televisão vão ser o tópico de conversa mais comum nas redes sociais, gerando mais de um bilião de tweets, e tornando-se num verdadeiro canal influenciador junto dos consumidores. No segundo trimestre de 2010, em Portugal, o número de assinantes do serviço de TV por subscrição superava os 2,7 milhões, mais 65 mil que no trimestre anterior e mais cerca de 272 mil do que mesmo período do ano anterior. As redes sociais continuarão a aumentar a sua penetração, principalmente o Facebook, que deverá atingir os 1 000 milhões de utilizadores em 2011. Dos actuais 600 milhões, 2,8 milhões estão em Portugal, país onde 25 por cento da navegação na internet é feita através das redes sociais. Contudo, a Deloitte prevê um crescimento modesto nas receitas das redes sociais. O investimento publicitário neste tipo de veículos será muito pouco significativo, me30
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Na área de media, a televisão reforça os seus super-poderes com o aumento de audiência, devido ao crescente número de horas passadas em frente ao televisor, e crescimento das receitas de publicidade, subscrição, pay-per-view e licenças
nos de 1 por cento do investimento total. Para os novos media podem surgir fontes de receitas mais aliciantes do que a publicidade tais como sistemas de pagamento e ecommerce. Nos jogos online as receitas atingirão os 39 mil milhões em software, um crescimento de 6 por cento face a 2010 e estima-se que 50 a 80 por cento dos jogadores norte-americanos joguem online ou “interajam com outros jogadores remotamente”. Uma percentagem cada vez maior de receitas virá de subscrições mensais, vendas de periféricos, taxas de serviços ou conteúdos extra e de compras e publicidade in-game nos mercados free-to-play (F2P) e Freemium. Portugal vai acompanhar esta tendência numa escala menor, ao nível da sua dimensão. Na música, o mercado digital passa a dominar e o mercado físico tornase sazonal e temporário. Estas conclusões assentam na queda continuada das receitas geradas pela indústria musical, que baixaram 30 por cento de 2004 para 2009. Para 2011 está previsto o encerramento de várias lojas de música em Londres (HMV), que tem um plano de abertura de pop-up stores. As grandes superfícies poderão abandonar a venda dos CD. No que toca ao sector das telecomunicações, a Deloitte prevê que, em 2011, a implementação da próxima geração de redes móveis, Long Term Evolution (LTE), irá ficar aquém das expectativas uma vez que as mais
recentes tecnologias de 3.ª geração, com o HSPA+ e os equipamentos que as suportam, vão continuar a responder às actuais necessidades dos consumidores. O número de utilizadores mobile que recorrem a dados de banda larga irá ter um crescimento de 50 milhões até 2014. A rede wi-fi complementará a rede móvel e prevê que os hotspots públicos crescerão 20 por cento, em 2011, fixando-se em 400 mil a nível mundial. O volume de dados transferidos, através de dispositivos móveis via redes wi-fi, vai crescer entre 25 a 50 por cento, face ao tráfego efectuado através de redes móveis (GSM/ UMTS). A grande fatia deste crescimento deve-se ao aumento da procura relacionada com dados multimédia, onde o wi-fi irá ser a rede padrão. Esta é claramente umas das oportunidades mais aplicáveis a Portugal numa perspectiva de inovação e liderança no segmento de customer intelligence a nível mundial. Nas 18 tendências apontadas pelo relatório TMT Predictions 2011 estão ainda contempladas previsões como o valor da informação pessoal presente nas redes sociais e novos media como uma peça essencial para a área do marketing, o reforço do peso das energias renováveis com o regresso do hidrogénio, o crescente sucesso dos espectáculos de música face ao declínio das vendas das editoras e o e-Gov como o futuro sem burocracia. O novo agregador das comunicações
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Hermínio Santos jornalista hs@briefing.pt
“Hoje em dia 89% dos clientes incumpridores estão fora da Base de Dados de Risco. Ao aperceberem-se que esta base não se aplica ao seu caso, divertem-se a saltitar de operador em operador”, afirma Ana Paula Marques, 37 anos, nova presidente da Associação dos Operadores de Telecomunicações (APRITEL) explicando porque é que a dívida dos portugueses às empresas de comunicações atingiu os mil milhões de euros
Ana Paula Marques, presidente da APRITEL
Ramon de Melo
89% dos devedores estão fora das bases de dados
Fibra | Quais são os objectivos do seu projecto para a APRITEL? Ana Paula Marques | O nosso projecto no corrente mandato passa por ter uma associação cada
vez mais virada para o exterior. Representamos todo o sector de comunicações em Portugal e pretendemos ser um promotor de um diálogo activo com o legislador, o
regulador e as demais entidades representativas do sector para continuarmos a promover o investimento que contribua para o desenvolvimento económico do país. >>>
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“Acreditamos que o regulador tem um papel fundamental mas existe um papel muito importante para a APRITEL desempenhar, no âmbito da auto-regulação entre associados, e temos aí uma contribuição forte a fazer”
João Vasconcelos ceo da OSTV, dona do canal 180 da plataforma Zon
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Fibra | Um dos projectos é reforçar a representatividade e influência da associação junto de diversos agentes de forma a defender a concorrência e o investimento no sector. Como é que, na prática, isso vai ser conseguido? APM | Uma das formas é garantir que, nos processos legislativos e naqueles que têm influência no legislador e no regulador, actuaremos muito mais cedo no processo. Isto é, garantir que os desenvolvimentos normativos e legislativos incorporam a visão do sector. Para tal vamos querer influenciar muito mais cedo o processo, trabalhando em parceria com o regulador e o legislador e outras entidades do sector, nomeadamente com as associações dos consumidores, com quem queremos, claramente, trabalhar em parceria.
“É ao nível da literacia tecnológica que temos de trabalhar pois se muitas vezes temos banda larga em todo o lado, temos de garantir efectivamente que os consumidores podem tirar o máximo partido das suas funcionalidades”
Fibra | Até agora esse papel tem sido conseguido pela associação? Quer dar mais protagonismo à APRITEL? APM | Eu faço um balanço muito positivo dos últimos mandatos do ponto de vista da associação. Nestes últimos dois anos a APRITEL voltou novamente a representar todo o sector – tínhamos duas entidades que não estavam na associação – e por conseguinte passou a ser muito mais representativa. Aquilo que nós entendemos é que está no momento de consolidar essa fase e de termos hoje uma associação de todos e para todos e que, efectivamente, consiga ser uma voz muito mais activa e promova o debate com as entidades regulatórias e legislativas. João Vasconcelos | Que iniciativa(s) da APRITEL podem ter impacto directo no desenvolvimento do nosso país? APM | O sector das comunicações electrónicas é estrutural no desenvolvimento da economia, pelo que são múltiplas as iniciativas que, no presente mandato, a direcção da APRITEL irá desencadear, e que terão impacto directo na competitividade e desenvolvimento social e económico do país. Destaco duas áreas de actuação:
“Acreditamos existir espaço para que, em parceria com as demais entidades que intervêm neste processo, possamos encontrar alguma figura específica para o sector que evite acréscimos nos custos de energia tão significativos”
Justiça. Acreditamos que a visão e conhecimento profundo da associação sobre o sector pode ajudar a uma maior eficiência do processo legislativo, maximizando a eficácia dos objectivos que assistem à produção legislativa, tanto na perspectiva da protecção dos clientes, como na da taxação às empresas do sector. Pretende-se uma parceria activa com os órgãos legislativos, com o intuito de, sem prejudicar os objectivos finais de interesse público que presidem ao processo legislativo, assegurar a sua adequação às especificidades do sector e minimizar o surgimento de legislação avulsa. A intervenção da APRITEL tem de ser, cada vez mais, pró-activa e centrada na fase de concepção das regras, porque só assim se garante a adequação das normas à realidade do sector. O sector, em 2009 e em termos directos, contribuiu com 4,78 % do PIB nacional (dados ANACOM), sendo que o seu contributo total ultrapassou em muito este valor, nomeadamente quando se toma em consideração a importância que o sector tem para as condições de competitividade do tecido empresarial nacional. Como elemento fundamental para que este papel dinamizador de crescimento e desenvolvimento se mantenha temos a manutenção dos elevados níveis de investimento e inovação que têm caracterizado o sector. Neste contexto, a APRITEL contribuirá de forma decisiva para a redução das taxas sobre operadores, que constituem hoje uma oneração excessiva, de modo a investir recursos, hoje escassos, em actividades que maximizem o efeito multiplicador sobre a economia. Fibra | Os órgãos de comunicação social têm, frequentemente, feito notícia com o aparecimento de novas taxas que incidem sobre o sector das comunicações electrónicas. O plano de actividades para o próximo biénio foca especificamente esta temática. O que se propõem fazer neste âmbito? APM | A APRITEL considera que o O novo agregador das comunicações
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sector das comunicações electrónicas se encontra excessivamente onerado por taxas, cujos fins nem sempre consideramos justificados. Já pagamos muitas taxas, desde logo, as que pagamos ao regulador. Temos vindo a contestar as taxas administrativas e de espectro, que são pagas, e que consideramos excessivas. Só para dar uma ideia: quando olhamos para o relatório da Anacom de 2009, o último disponível e que ainda não reflecte na totalidade o novo regulamento de taxas, apontamos para uma receita do regulador acima dos 72 milhões de euros, o que contribuiu para que, nesse ano, o regulador tivesse um resultado líquido positivo de 14 milhões. Este valor em muito deriva das contribuições que o sector efectivamente fez. Portanto, quando é dito que as taxas não são muito significativas nós consideramos o contrário e uma das preocupações que temos, nomeadamente no que se refere ao valor pago ao regulador, é a actual inclusão, por parte da ANACOM, dos valores de provisões para eventuais perdas judiciais que lhe sejam movidas por terceiros. Fibra | Pode dar um exemplo concreto? APM | Se tivermos um determinado operador que conteste uma decisão que foi tomada no âmbito da Anacom, recorra a tribunal e se verifique que esse operador tinha efectivamente razão e direito a uma indemnização, esse operador será prejudicado não só pela má decisão da Anacom mas, adicionalmente, o valor desta indemnização será repercutido nos valores a pagar à ANACOM por parte dos operadores. Adicionalmente, estamos também preocupados com as taxas dos municípios. Compreendemos que muitas destas taxas têm muitas vezes como objectivo melhorar os próprios orçamentos municipais por parte de cada uma das câmaras, mas tem de existir uma lógica concreta por trás destas taxas, na medida em que depois esta se repercuta sobre cada um dos operadores. Tivemos há pouco tempo o exemplo de uma
“A APRITEL considera que o sector das comunicações electrónicas se encontra excessivamente onerado por taxas cujos fins nem sempre consideramos justificados”
“Temos clientes que se apercebem de que a Base de Dados de Risco não se aplica ao seu caso e se divertem a saltitar de operador em operador deixando valores em aberto”
proposta de taxa de protecção civil, pela câmara de Vila Nova de Gaia, a ser imputada aos operadores. Acreditamos que nas taxas municipais terá que existir alguma ponderação e razoabilidade na sua aplicação. Por último — e para perceber que o tema das taxas é crítico para nós, dado que somos um sector fortemente contribuidor – ainda recentemente tivemos a questão dos valores reclamados pela cooperativa de gestão dos direitos dos artistas. Neste caso, quiseram onerar o sector pela cobrança de conteúdos que hoje compramos e cujos direitos de autor são pagos já pelas entidades a quem adquirimos esses conteúdos. Acreditamos que tem de haver aqui alguma razoabilidade e perceber que a capacidade financeira do sector não é de todo ilimitada. Mas, mais grave ainda, é que este agravamento de taxas, cuja lógica, muitas vezes, não está directamente associada ao próprio sector, pode afectar a capacidade de investimento dos operadores e inibir a inovação e o desenvolvimento do nosso país e o serviço prestado ao consumidor.
“Se tivéssemos a inexistência de um valor mínimo ou de um valor na ordem dos 10 a 15% do salário mínimo nacional, aquilo que iria acontecer é que, clientes que deixam hoje dívidas em aberto em alguns dos operadores não seriam aceites em outros operadores, de forma a não prevaricarem novamente”
Fibra | De que forma é que os aumentos da energia afectam as operações das empresas e aumentam os seus custos? APM | O que aconteceu no sector da energia é impensável para um sector como o nosso, que consome energia de forma significativa. Tivemos aumentos muito elevados de energia, quer em 2009, quer em 2010. Como tal, acreditamos que haverá disponibilidade para encontrar uma figura específica para este sector. Em 2011 estimamos ter um aumento médio de 15 por cento Tivemos, em determinadas tipologias de rubricas de energia, aumentos de 72 por cento, é o caso 2010 da tarifa de acesso às redes do mercado liberalizado, o que é muito significativo. Temos hoje em Portugal, no nosso âmbito, mercado regulado e liberalizado. O que aconteceu foi que no mercado regulado tivemos um aumento de 2,9 por cento, o que para muitos pode parecer pouco significativo, >>>
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“A capacidade financeira do sector não é de todo ilimitada. O agravamento de taxas pode afectar a capacidade de investimento dos operadores e inibir a inovação e o desenvolvimento do nosso país e o serviço prestado ao consumidor”.
mas o facto é que no mercado liberalizado existe também um montante de acesso que é regulado, e esse montante sofreu acréscimos significativos, entre os 50 e os 70 por cento nos dois últimos anos. Esta situação fez com que muitos dos nossos associados tivessem efectivamente que se virar para o mercado regulado. O problema é que no mercado regulado, em muitos dos equipamentos que temos ligados, pagamos uma tarifa por cada ponto de ligação, o que significa que estamos a ser taxados de acordo com o consumo doméstico e não temos aqui uma figura para o sector que nos permita agregar estes consumos de energia. Defendemos que, pelo contributo que este sector tem para a inovação e para o país, não faz sentido que este aumento de energia seja tão significativo. Acreditamos que existe espaço para que, em parceria com as demais entidades que intervêm neste processo, possamos encontrar uma figura específica para o sector que evite acréscimos nos custos de energia tão significativos quanto aqueles que se verificaram. Fibra | Como definiria as relações do sector com o regulador? Considera que é necessária mais legislação? APM | Somos apologistas de modelos que se alavanquem o mais possível na auto-regulação e essa é a vantagem de termos todos os associados presentes na APRITEL. Acreditamos que o regulador tem um papel fundamental mas existe um papel muito importante para a APRITEL desempenhar, no âmbito da auto-regulação entre associados, e temos aí uma contribuição forte a fazer. Eu diria que a nossa relação com o regulador tem sido uma relação construtiva e positiva mas existe espaço para podermos criar uma maior proximidade e fazer um trabalho em conjunto que seja desenvolvido numa fase mais inicial dos processos. Também se pode fazer isso com o legislador. Com o Governo, temos sido chamados a intervir tardiamente sobre muitos dos processos. Se fôsse-
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“Em termos directos, as comunicações, em 2009, valeram, 4,78 % do PIB. O contributo total ultrapassou muito este valor, nomeadamente quando se toma em consideração a importância que têm para a competitividade do tecido empresarial nacional”
mos chamados numa fase mais inicial, isso contribuiria para termos um processo legislativo mais eficiente, eficaz e mais adequado à realidade das temáticas sobre as quais versa. Por exemplo, a legislação associada ao desbloqueio de equipamentos. Se tivéssemos actuado mais cedo no processo poderíamos, em conjunto com o legislador, encontrar um resultado final mais adequado à realidade do sector e que servisse os interesses do consumidor. Fibra | O que espera do regulador sobre as questões das redes de nova geração e da 4.ª geração móvel? APM | O que esperamos do regulador, neste e em todos os outros processos, é que seja claro, transparente, que tenha os tempos correctos associados às diversas actividades e, acima de tudo, que os processos contribuam para concorrência e para que o sector possa investir em actividades de valor acrescentado. Fibra | Tem alguma estimativa sobre os investimentos que o sector terá que fazer nas redes de nova geração e na 4.ª geração móvel (LTE)? APM | Relativamente a todo o processo do LTE, temos duas coisas para dizer: a primeira, é que consideramos que os valores de investimento são de facto elevados e acreditamos que esse investimento, mais do que ser feito nas próprias licenças, deveria ser investido em depolyment de rede por parte dos operadores; a segunda, é que existem tempos do processo que são muito curtos e acreditamos que tempos mais adequados em algumas das temáticas seria importante para o sector.
Joaquim Jesus Santos administrador Oni Communications
Joaquim Jesus Santos | Com a crescente convergência e consequente penetração dos móveis no domínio das comunicações fixas, como conseguirá harmonizar os interesses, à partida divergentes, dos operadores fixos e dos móveis? APM | A tendência de convergênO novo agregador das comunicações
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cia dos negócios fixos e móveis é algo ao qual temos vindo a assistir há já algum tempo e em si mesmo, do ponto de vista da APRITEL, é positivo porque aumenta a competitividade no mercado. Esta tendência pode, naturalmente, potenciar o surgimento de posições divergentes sobre temas que até hoje concitavam unanimidade. Mas, ao mesmo tempo, preocupações que, até hoje, poderiam ser exclusivas de apenas um grupo restrito de associados, poderão passar a ser partilhadas pelos demais. Cumpre referir que, em qualquer associação sectorial que se pretenda representativa, a existência de assuntos onde se verifiquem divergências de opinião é uma inevitabilidade. Mas essa divergência de opiniões não deverá ser um elemento imobilizador da actividade da associação; pelo contrário, numa associação que se pretende interventiva e actuante, essa diversidade constitui um valor inestimável pois reforçará as posições que a associação assuma. E mesmo nos temas em que não exista consenso, existe sempre espaço para a promoção de uma discussão aberta e abrangente sobre as diferentes abordagens aos mesmos, discussão essa que poderá ser extremamente útil para os decisores, na medida em que contribuirá para uma clarificação da visão e alternativas possíveis.
Fibra | Um estudo da APRITEL indicava que os portugueses devem cerca de 1 000 milhões de euros às empresas de telecomunicações. Como é que recupera este dinheiro? APM | Este é mais um dos valores em que os operadores não podem registar perdas porque não se trata de investimento, e seguramente não é investimento em algo que gere inovação para o sector. Como é que se recupera essa dívida? Uma percentagem muito elevada, mais de 90 por cento, é recuperada fora dos meios judiciais e os tribunais aparecem efectivamente como último reduto para os operadores recuperarem os montantes a que O novo agregador das comunicações
“Somos apologistas de modelos que se alavanquem o mais possível na autoregulação e essa é a vantagem de termos todos os associados presentes na APRITEL”
têm direito. Por outro lado, os nossos associados, para efectuarem a recuperação do IVA, têm obrigatoriamente de recorrer aos tribunais e por isso defendemos que a subida das custas judiciais a que assistimos é um valor que não faz qualquer sentido porque não é isso que vai contribuir para o descongestionamento das vias judiciais. Acreditamos que existem outras formas de descongestionar os tribunais, que é actuar preventivamente e garantir que os clientes prevaricadores percebem que não é possível prevaricar. A subida das custas judiciais, ao invés de contribuir para um descongestionamento dos tribunais, vai contribuir para que os operadores não sejam capazes de efectuar recuperação de dívida junto de clientes que são prevaricadores de facto. Mais do que o recurso à via judicial é preciso actuação preventiva e para isso temos em Portugal a figura que é a Base de Dados de Risco, utilizada no âmbito das comunicações móveis, que hoje
em dia tem um valor de elegibilidade financeira para o cliente constar nessa base de dados equivalente ao montante salário mínimo nacional. Este valor parece-nos totalmente desajustado da realidade do sector. Se tivéssemos a inexistência de um valor mínimo ou de um valor na ordem dos 10/15 por cento do salário mínimo nacional, aquilo que iria acontecer é que clientes que deixam hoje dívidas em aberto em alguns dos operadores não seriam aceites em outros operadores, de forma a não prevaricarem novamente. Hoje em dia 89 por cento dos clientes incumpridores estão fora desta base de dados porque o valor do salário mínimo nacional é desajustado, o que faz com que tenhamos um instrumento que, no que presidiu à sua concepção, faz todo o sentido mas não é eficaz. Na grande maioria dos países não existe sequer limite mínimo e mesmo num país como a Alemanha o valor de elegibilidade para essa base de dados é de 50 euros. >>>
PERFIL
Anda a reler o 1984
“A nossa relação com o regulador tem sido uma relação construtiva e positiva mas existe espaço para podermos criar uma maior proximidade e fazer um trabalho em conjunto que seja desenvolvido numa fase mais inicial dos processos”
Ler, dançar, cozinhar e brincar com o filho são os principais prazeres de Ana Paula Marques quando não está aos comandos da APRITEL ou na administração executiva da Optimus. Agora, anda a reler, “pela terceira ou quarta vez” o 1984, de George Orwell, e não se cansa de o redescobrir. Licenciada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, tem um MBA pelo Insead. Actualmente é administradora executiva da Optimus, sendo responsável pelos pelouros de Residencial, Serviço ao Cliente e Operações. Já foi directora de Marketing e Comunicação da operadora. Também passou pelo marketing da Procter & Gamble. Os gadgets fazem parte da sua vida e o iPad já é obrigatório. Também nunca larga o BlackBerry.
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género lhe oferece. Em Portugal, o nosso sector também investe muito na inovação de produtos e serviços. A qualidade das redes que temos, associada a uma forte inovação, que só é conseguida pelo investimento que o sector faz, e um enfoque muito grande dos operadores em proporcionar um bom serviço aos clientes, permite-nos dizer que Portugal é uma referência a este nível.
Pensamos que o mais adequado é rever o valor mínimo e alargar a sua aplicabilidade a outra tipologia de ofertas que não apenas a do móvel. Para aqueles clientes que são prevaricadores e com os quais não se consegue resolver as situações, obviamente que temos de recorrer às vias judiciais.
“A subida das custas judiciais, ao invés de contribuir para um descongestionamento dos tribunais, vai contribuir para que os operadores não sejam capazes de efectuar recuperação de dívida junto de clientes que são prevaricadores de facto”
Fibra | O sector ainda não tem indicadores que indiciem um aumento do incumprimento dos clientes por causa de dificuldades económicas? APM | Ainda não temos valores dos diversos associados, relativamente aos incumprimentos com esta crise económica, mas o que eu lhe diria é que aquilo que me parece natural é que, quando temos um contexto de crise económica, esse incumprimento aconteça. Nós cá estaremos para trabalhar em conjunto com os clientes dos nossos associados – por que temos de facto clientes que tencionam cumprir mas não o fazem por dificuldades temporárias. Mas também é preciso dizer que temos clientes que se apercebem de que a Base de Dados de Risco não se aplica ao seu caso e se divertem a saltitar de operador em operador deixando valores em aberto nos diversos operadores e essas são situações que temos de eliminar porque só trazem ineficiências ao sector e à economia. Fibra | Sendo uma protagonista do sector, como é que a avalia a evolução da sociedade da informação em Portugal? APM | O que vemos nos indicadores de evolução de penetração da banda larga é que Portugal não está na cauda da Europa, mas sim a liderar esse movimento. Neste aspecto é uma referência clara a nível europeu. É ao nível da literacia tecnológica que temos de trabalhar pois se muitas vezes temos banda larga em todo o lado, temos de garantir efectivamente que os consumidores têm o grau de literacia tecnológica para poderem tirar o máximo partido das funcionalidades que um serviço deste
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Miguel Peixoto de Oliveira fundador da Edigma
“Tudo aquilo que nós vemos que são indicadores de evolução de penetração da banda larga, Portugal não está na cauda da Europa mas sim a liderar esse movimento. Neste aspecto é uma referência clara a nível europeu”
Miguel Peixoto de Oliveira | Quais os grandes desafios dos operadores de telecomunicações para os próximos anos e, na sua perspectiva, o que fará a diferença para que um operador se mantenha na linha da frente na relação com os seus clientes? APM | Os próximos anos serão, inevitavelmente, marcados pelas dificuldades económicas e financeiras que o país atravessa. Nessa medida, um claro desafio para todos os operadores será a manutenção dos elevados níveis de investimento e inovação que têm caracterizado o sector. A sustentabilidade dos investimentos e o papel que o sector poderá ter enquanto dinamizador do crescimento económico e competitividade nacionais constituem desafios que todos, inclusivamente a APRITEL, enfrentarão. Numa perspectiva mais centrada na actividade dos operadores, o desenvolvimento das novas redes de acesso (fixas e móveis) assumirá um papel central nas preocupações dos operadores, na medida em que estas permitirão o aparecimento de um conjunto alargado de novos serviços e funcionalidades, que tornarão o sector das comunicações electrónicas num sector ainda mais presente na vida dos cidadãos e das empresas. Em paralelo ao desenvolvimento de novos serviços, a qualidade do serviço prestado aos clientes será um factor de diferenciação entre operadores. O desafio será prestar um serviço de excelência, simples e orientado para a resolução das dificuldades dos clientes, alavancado num profundo conhecimento do cliente. O novo agregador das comunicações
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SoftwarE
Com a cabeça nas nuvens Queremos criar alguma justiça social, o que passa por oferecer o software até um determinado patamar, e por isso as microempresas não pagam absolutamente nada – esta é a nossa ajuda para que se desenvolvam ao ponto de poderem tornar-se pagadoras de uma pequena quantia Actualmente as Pequenas e Médias Empresas (PME) têm falta de tempo devido à quantidade mínima de recursos de que dispõem. A necessidade de mobilidade e de autonomia é uma realidade para todas as empresas e as PME não fogem à regra. O PME. BOX é uma aplicação informática intuitiva e optimizado para os dispositivos da nova geração. Trata-se de uma solução inovadora a nível mundial, made in Portugal, desenvolvida com o objectivo de simplificar a gestão das empresas de forma integrada nas áreas de marketing, comercial, financeira e de internet (e-commerce, sites, contas de email, portais) destinado em especial para as micro e pequenas empresas e empresários em nome individual. Funciona “na nuvem” o que significa que o seu funcionamento se realiza, na totalidade, online através de qualquer dispositivo, PC, telemóvel (Iphone e outros), Laptop, Palmtop (Ipad e outros). Com o PME.Box qualquer pessoa pode facturar por exemplo a partir de um simples telemóvel, desde que tenha acesso à web. Qualquer empresário ou colaborador da empresa pode aceder à aplicação através de qualquer dispositivo em qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso a um browser evitando a replicação dos processos. E está apto a funcionar sem teclado e rato. O produto permite também um número ilimitado de utilizadores com apenas um registo e é o único software a nível mundial que funciona totalmente com touch screen e praticamente em todos O novo agregador das comunicações
“Qualquer empresário ou colaborador da empresa pode aceder à aplicação através de qualquer dispositivo em qualquer parte do mundo, desde que tenha acesso a um browser evitando a replicação dos processos”
“O produto permite também um número ilimitado de utilizadores com apenas um registo e é o único software a nível mundial que funciona totalmente em touch screen e praticamente em todos os browsers”
os browsers. Esta aplicação foi desenvolvida de forma a integrar a cadeia de valor empresarial, devido à optimização dos recursos utilizados na execução e controlo no desenvolvimento do negócio. A sua utilização permite realizar poupança energética e redução de CO2 porque através desta aplicação, sempre disponível e partilhada a qualquer momento, não necessita de imprimir. Pode gerir os seus contactos comerciais, relacionamento com o cliente (CRM), telemarketing, email, marketing e acções de mobile marketing. Permite a gestão de operações, gestão financeira e gestão de recursos humanos, três processos centrais de negócios que são parte inevitável de uma organização. E como funciona? Registe-se em www.pme-box.com e inscrevase na formação gratuita de 20 horas para começar a utilizar o software. Queremos criar alguma justiça social, o que passa por oferecer o software até um determinado patamar, e por isso as microempresas não pagam absolutamente nada – esta é a nossa ajuda para que se desenvolvam ao ponto de poderem tornar-se pagadoras de uma pequena quantia. E se uma empresa migrar os emails e o alojamento do seu site para a PME.Box deixa de pagar esta despesa, mas não ficamos por aqui. Caso o seu negócio comece a crescer e precisar de uma utilização mais regular, poderá carregar a sua conta com um novo
José Carlos da Graça ceo, PMEBOX (Social Just Online Business Management Software)
pacote de horas. Caso se torne num utilizador intensivo, oferecemos-lhe um uso ilimitado mediante o pagamento de uma taxa fixa (fidelização). Fica assim com 250MB de armazenamento grátis e com uma licença. Se for necessário, pode ainda comprar mais espaço de armazenamento. Único certificado pela DGCI disponibilizado gratuitamente às PME, o novo software integrado de gestão, permitirá uma redução de custos às PME portuguesas comparativamente ao modelo de gestão tradicional de uma empresa, o que na actual conjuntura faz todo o sentido. Na prática reflecte-se numa poupança inicial de 150 euros anuais relativamente ao alojamento. Em relação à gestão comercial falamos de poupanças que podem ir desde os 250 euros e atingir alguns milhares de euros e podemos, da mesma forma, estabelecer mais paralelismos de custos para as enumeras soluções disponíveis como o email Marketing, o CRM, etc. que podem atingir valores avultados e que estão já englobadas na PME.Box. O plafond mensal sem custos envolve um limite mensal de cinco horas – que, se não forem ultrapassadas, acumulam para o mês seguinte. Os 250MB de espaço de armazenamento darão aproximadamente 31 mil facturas. Existem carregamentos de 100 horas por apenas 49 cêntimos por hora, haverá casos em que um carregamento de 150 horas dará para todo o ano. Apresentação institucional do produto: http://www.pme-box.com Maio de 2011
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Novabase compra Evolvespace Solutions A tecnológica portuguesa Novabase anunciou a compra da totalidade do capital da Evolvespace Solutions, empresa com soluções especializadas para o sector aeroespacial, pelo valor de 251 mil euros. Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, a empresa liderada por Luís Paulo Salvado adianta que a Evolvespace Solutions “oferece serviços de consultoria aeroespacial em sistemas de controlo, simulação e
virtualização de software” e desenvolve “produtos em sistemas imersivos 3D para suporte à operação de satélite e de posicionamento de grande precisão para GPS/Galileo”. Segundo a Novabase, a maior parte do negócio da empresa é internacional, operando em países como a Alemanha, Reino Unido, França e Itália, onde desenvolve projectos para clientes como a Agência Espacial Europeia, entre outras entidades.
Optimus lança smartphone para jovens
ANACOM explica TDT no Facebook
Disponível desde 27 de Abril, a Optimus lança no mercado o Optimus Pequim Android, o primeiro smartphone destinado ao target jovem, que integra num só telefone duas características que o tornam único: a fluidez de navegação de um touch screen cheio de aplicações, e a rapidez de escrita de mensagens de um teclado qwerty. O aparelho tem um ecrã táctil de 2,6 polegadas de elevada sensibilidade e tecnologia 3,5G está equipado com sistema operativo Google Android 2.1, com milhares de aplicações grátis, e inclui câmara fotográfica 3.2 megapixéis com flash LED, Wi-fi, GPS com bússola digital e teclas dedicadas para smileys e trackball.
A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) está a utilizar a sua página no Facebook para divulgar informações sobre o processo de transição da televisão analógica para a digital terrestre (TDT). Na página, serão divulgadas as principais notícias e acontecimentos associados ao lançamento da TDT em Portugal, com particular destaque, nesta fase, para os eventos promovidos pela ANACOM nas zonas piloto de Alenquer, Cacém e Nazaré. A página de Facebook da instituição foi lançada oficialmente no final de Março.
Angola com satélite em 2015
BES é exemplo em Las Vegas
Segundo o semanário Novo Jornal, de Luanda, o primeiro satélite de comunicações de Angola deverá estar operacional em 2015 e prevê um investimento de 278,5 milhões de dólares. O acordo para o financiamento do sistema nacional de telecomunicações por satélite, Angosat, foi assinado no início de Abril, com um consórcio de bancos liderado pelo Banco Eximbank, da Rússia, que vai assumir os custos de 85 por cento do projecto. Os russos serão os responsáveis pela construção, colocação em órbita e operação do Angosat, sendo que a parceria entre russos e angolanos foi iniciada em 2009, após a visita do presidente russo Dmitri Medvedev a Luanda.
Durante o evento Impact 2011, organizado pela IBM em Las Vegas, o Banco Espírito Santo (BES) foi apresentado como um exemplo a seguir ao nível da modernização tecnológica. Nos últimos 10 anos, o BES tem investido na gestão de processos de negócios, através de ferramentas tecnológicas e, nas palavras de Miguel Rio-Tinto, chief information officer do BES, “confirmámos que a nossa aposta foi a certa”. Com uma plateia de mais de oito mil pessoas, o banco foi encarado como uma empresa tecnologicamente avançada e, nesse sentido, todos os meses, o BES recebe quatro ou cinco empresas de todo o mundo para aprender e partilhar experiências ao nível das tecnologias.
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pessoas Conceição Zagalo, membro do Conselho Administrativo da IBM Portugal, deixou as suas funções ao fim de quase 38 anos na empresa. A profissional, natural de Riachos, entrou na IBM a 1 de Junho de 1973 onde desempenhou as mais variadas funções. De administrativa a secretária, passando por comercial e responsável pelas Media Relations, Conceição Zagalo assumiu em 2008 a responsabilidade do Marketing, Comunicação e Responsabilidade Social. Ao sair, Conceição comenta que leva consigo “uma experiência de vida para a vida!”. Pedro Norton foi eleito presidente da direcção Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), naquela que foi uma das votações mais concorridas de sempre no seio da associação. O novo presidente garante que o seu mandato será de continuidade do trabalho feito até agora, mas, em paralelo, será um mandato marcado pela ambição de fazer mais. Os corpos sociais para o triénio 2011/2013 tomaram formalmente posse no primeiro evento do ciclo de jantares-debate APDC 2011. Vanda Jesus foi contratada pela Viatecla, empresa de desenvolvimento de software empresarial e consultoria em sistemas de informação, para o cargo de chief business development officer. As novas funções desta profissional vão passar pela gestão dos departamentos comercial, de marketing e de comunicação pelo que, tem a seu cargo a missão de ampliar a penetração de mercado e o brand awareness da Viatecla num momento em que a empresa reforça a sua internacionalização. O novo agregador das comunicações
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IDC distingue inovação tecnológica A IDC divulgou o estudo IDC European Mobile Phone Tracker que indica um crescimento, em 2010, de 9 por cento no mercado português de telefones móveis, traduzindo-se num total de 6,1 milhão de unidades vendidas. Apesar destes valores, o quarto trimestre de 2010 ficou marcado por uma queda de 7 por cento, em relação ao mesmo período de 2009. O crescimento anual teve por base a elevada procura de smartphones, com especial destaque para os dispositivos com sistema operativo Android, cujas vendas cresceram quase 1, 9 por cento, face a 2009.
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Apple processa Samsung A Apple entrou com um processo contra a Samsung acusando-a de ter “copiado” os seus modelos iPad e iPhone. Estes dados foram avançados pelo The Wall Street Journal, pelo que o caso de violação de propriedade intelectual foi apresentado pela Apple nos tribunais do distrito norte da Califórnia. A empresa de Steve Jobs afirma que a Samsung aproveitou-se dos avanços da Apple e utilizou-os na sua linha de smartphones Galaxy S 4G, Epic 4G e Nexus S, e no seu tablet Galaxy Tab, um dos mais populares do mercado depois do iPad. O novo agregador das comunicações
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Nokia ganha prémio de inovação social A Nokia ganhou o prémio The Most Strategic Use of Philanthropic Fund, no evento The Social Innovation Awards 2010, organizado pela Justmeans.com. Segundo a fabricante finlandesa, o vencedor deste prémio foi escolhido após a Justmeans ter avaliado acções práticas, propostas pelas empresas, que contribuem para o avanço da responsabilidade social e ambiental. No caso da Nokia, há projectos que abrangem o mundo inteiro, como é o caso do Nokia Data Gathering, que ajuda outras organizações a reunir dados importantes, utilizando apenas um dispositivo móvel, o que torna a recolha de informações num processo muito mais fácil, sobretudo em zonas mais remotas.
Empreendedores indianos lançam aplicações inovadoras em Portugal Dois empreendedores indianos, Nitin Puri e Saurabh Khanna, aterraram em Lisboa em 2009 e 2010, respectivamente, para fazerem um MBA e acabaram por criar a Annecto, uma empresa de Tecnologias de Informação (TI). Ficaram conhecidos pelo desenvolvimento de uma aplicação para iPhone e Android na última campanha eleitoral de Cavaco Silva. O sucesso desta app fez com que o Presidente decidisse levá-la para a Presidência da República, pelo que, a solução possibilita o envio de mensagens por telemóvel ao próprio. Antes de chegarem ao nosso país, Puri e Khanna viveram e trabalharam na Índia, Austrália, Nova Zelândia e EUA.
IBM desenvolve programa que prevê trânsito A empresa informática americana IBM está a trabalhar num programa que, não só alerta para engarrafamentos que possam existir, como também prevê os que possam vir a acontecer. Os investigadores da empresa estão a participar num programa piloto que permite o registo dos percursos de carro no seu telemóvel, pelo que a informação recolhida é centralizada e analisada por computadores. Nas ruas também são instalados sensores que permitem às autoridades registar a fluência do trânsito. John Day, responsável pelo programa Smarter Traveler, comenta que a ideia passa por “aproveitar as ferramentas de análise para fornecer uma capacidade de previsão, encontrar as ligações entre os pequenos congestionamentos que terminam em grandes engarrafamentos”.
ONU lança “10 Direitos e Princípios da Internet” A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, em Estocolmo, o documento “10 Direitos e Princípios da Internet”. O texto é uma iniciativa do Internet Rights and Principles, um grupo formado por governos, sociedades e empresas constituintes do Fórum de Governação da internet, também da ONU. O site da organização afirma que estes direitos e princípios são “um conjunto de padrões internacionais, que devem ser acolhidos para proteger e avançar nos direitos humanos na net”. Entre os 10 princípios e direitos estabelecidos estão a funções da internet como veículo de promoção de justiça social e de diversidade cultural. O documento incluiu também a acessibilidade, para garantir o direito de todos à utilização da rede segura e aberta, como uma das suas directrizes. 40
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Twitter origina série de televisão Com base numa história que nasceu da conta do Twitter de Justin Halpern, foi criada agora a série de humor Shit My Dad Says. A série retrata a vida de um filho que espera a aprovação de um pai que nunca viu. Este, por sua vez, percebe que nunca é tarde demais para exercer a função parental e convida o seu filho, graduado e desempregado, a ir viver consigo. Ed, o pai, é interpretado pelo actor William Shatner (Star Trek e Boston Legal) e é conhecido pelas suas directas e inconvenientes observações, acerca de tudo e todos os que o rodeiam. Constam ainda no elenco nomes como Jonathon Sadowski e Will Sasso.
Tablets roubam espaço às televisões Um estudo da equipa de marketing móvel da Google concluiu que um em cada três utilizadores de tablets gasta mais tempo com o aparelho do que a ver televisão. Na base destas conclusões está um inquérito realizado junto de 1 400 proprietários deste gadget. Entre os inquiridos, 68 por cento afirma utilizar o tablet, pelo menos, uma hora por dia, enquanto 77 por cento garante que o tempo que gasta com o seu computador (desktop ou laptop) também reduziu desde que começou a utilizar o tablet. O estudo mostra que as actividades mais populares são os jogos, consulta de emails e a pesquisa de informação.
Registos .eu duplicam em cinco anos Os registos de nomes de domínio .eu duplicaram em cinco anos, atingindo os 3,4 milhões, revela a EURid, assinalando o 5.º aniversário do domínio. As informações divulgadas referem que empresas, organizações e residentes da União Europeia adoptaram os endereços web. eu assim que ficaram disponíveis ao público, no dia 7 de Abril de 2006, tendo sido registados 1,7 milhões de endereços no mês de lançamento. Agora, cinco anos mais tarde, o número de registos. eu duplicou, atingindo os 3,4 milhões, o que faz do .eu o 9.º maior TLD de todo o mundo. O novo agregador das comunicações
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SÉRIES
Nuno Matias é fã da Battlestar Galactica
Uma das minhas séries preferidas é Battlestar Galactica — nova temporada. Apesar de não ter sido transmitida em Portugal, acompanhei de muito perto, pois elevou a ficção científica a um patamar superior. Além da excelente banda sonora, a série cativou-me, especialmente, pela forma como nos faz reflectir sobre a natureza humana. Por um lado, explora a nossa capacidade de sobrevivência e por outro, mostra a extrema dificuldade em nos reconhecermos nas nossas próprias criações, e como nos relacionamos com o nosso semelhante (mas diferente), usando para isso, a religião como um meio, ou uma ferramenta, para ultrapassar (ou não) as dificuldades que temos nas relações uns com os outros.
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Nuno Matias Country manager da Amen. Licenciado e com um MBA em Gestão pela Universidade Lusíada de Lisboa, Nuno Matias fez uma pós-graduação em Programa Avançado de Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. É country manager da Amen Portugal desde 2004, tendo passado pela Staples Office Center, como web channel manager, em 2001. Anteriormente desempenhou o cargo de product manager na Giganetstore - Finantel Group (Ensitel), foi provision manager & Section Head na Sonae - Worten e Modelo Continente, e account manager na Refrige/Coca-Cola. Maio de 2011
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hoBBy
Ramon de Melo
Paulo Ramalheira
Comecei a praticar aeromodelismo em Macau, onde vivi durante uma parte significativa da minha vida. Já tinha interesse pela modalidade, mas foi efectivamente em Macau que adquiri o primeiro trainer e o primeiro rádio, com a ajuda de um grupo de amigos chineses, com quem, mais tarde, viria a fundar a Associação de Aeromodelismo de Macau, que ainda perdura. Começámos por voar, em condições mais ou menos precárias, no terreno de um aterro e acabámos por ter uma pista em betuminoso, dedicada exclusivamente à prática do aeromodelismo. Para mim, este hobby integra quatro componentes que são muito atractivas e desafiantes: em primeiro lugar, o domínio da máquina, isto é, a possibilidade de colocar a voar autonomamente um avião ou um helicóptero com um controlo remoto, onde os nossos olhos estão na ponta dos nossos dedos; depois, elencaria a concepção e a construção dos modelos e, a seguir, a conjugação, quase laboratorial, das componentes mecânica com a electrónica e com a aerodinâmica. Finalmente, o convívio que uma actividade desta natureza, praticada ao ar livre proporciona não pode ficar para trás. Pessoalmente, o aeromodelismo é um momento de fuga. De fuga ao stress e aos problemas do dia-a-dia. Para além deste hobby, pratico vela de cruzeiro sempre que posso, com excepção do período de Inverno, por exclusivo comodismo. Na vela, é onde faço o reencontro comigo mesmo. 42
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Paulo Ramalheira Licenciado em Ciências da Comunicação e em Jornalismo, começou a sua carreira na redacção da Agência Noticiosa Portuguesa em 1978. Colaborando com diversos órgãos de comunicação portugueses, foi convidado em 1987 para dirigir o semanário Tribuna de Macau. Ainda em Macau, é nomeado administrador executivo da Teledifusão de Macau, SARL. Em 2000, é nomeado director do Gabinete de Imagem e Comunicação da PT Inovação, pelo que, desde 2008 que é administrador da Fundação Eng. António Pascoal e director comercial, de Marketing e Comunicação da Portugal Telecom Inovação
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Restaurante
Manuel Falcão director-geral da Nova Expressão
Um templo da slow food Vila Joya
A experiência
Estrada da Praia da Galé Albufeira, Algarve Reservas obrigatórias para jantar telefone + 351 289 591 795 reservations@vilajoya.com O menu do dia pode ser consultado em www.vilajoya.com
Hoje não vou falar de um restaurante para levar um cliente, mas antes de um restaurante para celebrar um bom momento e ter uma óptima refeição. Trabalho é trabalho e conhaque é conhaque – de maneira que hoje o trabalho fica de lado e concentro-me nos prazeres. Dito isto o Vila Joya é um dos melhores restaurantes de Portugal – e não é por ter duas estrelas Michelin que o digo. Se para umas pessoas as estrelas Michelin são garantia, para mim, às vezes, são dúvida – sobretudo quando os inspectores do Guia se converteram à” cozinha química” e começaram a dar mais importância à extravagância laboratorial de espumas e azotos do que à criatividade gastronómica. Alem disso há um estilo, uma espécie de receita, mais ou menos estandardizada, que serve de chamariz aos tais inspectores e a uma panóplia de seus imitadores – como há truques nos jogos florais para agradar aos júris. Felizmente no Vila Joya outros valores se levantam. Pois bem, o Vila Joya e o seu celebrado chef, Dieter Koschina, dão prioridade à criatividade e à cozinha “não química”. Baseiam-se na excelência dos produtos do dia e no rigor da confecção, na junção de aromas e texturas naturais, na combinação de ingredientes improváveis, na descoberta de novos sabores. Em resultado é o único restaurante português a figurar na lista dos 100 melhores do mundo elaborada pela revista britânica Restaurant – mais precisamente está no 79.º lugar.
A história O Vila Joya é a criação de um casal alemão que, no início da década de 80, transformou uma casa privada, O novo agregador das comunicações
com uma localização excepcional por cima da praia da Galé, num pequeno hotel de luxo com duas dezenas de quartos, um spa e um restaurante que tinha por objectivo ser uma referência gastronómica. Claudia e Klaus Jung fizeram do Vila Joya um local único – na qualidade, no serviço, no permanente desafio da cozinha. O austríaco Dieter Koschina está à frente do restaurante desde 1990 e foi escolhido por Claudia Jung para liderar a cozinha. Claudia morreu em Janeiro de 1997 e de há uns anos a esta parte, em Janeiro, realiza-se durante uma semana o Tribute To Cláudia, um festival gastronómico onde Dieter Koschina consegue juntar alguns dos melhores chefs de cozinha do mundo para mostrarem as suas mais recentes criações. A noite de abertura, Koschina & Friends, é já histórica e um verdadeiro tributo à alta cozinha. Este ano, por iniciativa da Ivity, foi
lançada uma edição de homenagem ao Vila Joya e ao Tribute do Claudia, um magnífico álbum cuja capa anuncia logo estarmos perante uma edição invulgar: é forrada de forma a conter no seu interior, bem visíveis, grãos de pimenta, folhas de louro e pedaços de pimento, ervas, pau de canela, tudo envolvido em azeite. Carlos Coelho, que com Paulo Rocha fundou a Ivity e imaginou este livro, afirma que a alta cozinha é uma marca e os grandes chefs são designers que contribuem para a prosperidade da economia. Com fotografias de Max Rossner e Vasco Celio, o livro mostra numa centena de páginas os bastidores da cozinha, a azáfama dos chefs, a escolha das matérias-primas, os preparativos, tudo. É um livro invulgar e sobretudo uma homenagem à marca de excelência em que o Vila Joya se transformou.
O restaurante do Vila Joya é um templo da slow food. O menu varia diariamente e tem como origem sempre as melhores escolhas disponíveis. O peixe e os mariscos vêm diariamente de Sagres – Dieter Koschina prefere o peixe do Atlântico. Faz combinações subtis do peixe com vieiras ou camarões ou outros mariscos fresquíssimos e conjuga a carne com legumes e vegetais de forma invulgar. O jantar é o ponto alto do restaurante, com uma ementa cuidadosamente elaborada, construída diariamente como uma narrativa gastronómica, que vai explorando a sensibilidade, despertando o paladar. A refeição consta de sete pratos, da entrada à sobremesa, mas não se pense que é um exagero impossível – a qualidade da cozinha faz com que a refeição, de confecção levíssima, se passe de descoberta em descoberta e sem qualquer sensação de enfado. A reserva é obrigatória, o jantar fica em 135 euros por pessoa, mais os vinhos, escolhidos de uma carta que inclui muitas preciosidades – e o escanção terá todo o gosto em o aconselhar. Existe também a possibilidade de escolher vinho a copo, variando ao longo da refeição. O serviço é absolutamente inexcedível.
BANDA SONORA
12 noites de sonho Em Maio de 1961, Ella Fitzgerald, então com 44 anos e no auge da sua carreira, tinha terminado uma longa digressão europeia em que ela e o seu quarteto conquistaram o velho continente e tocaram para milhares de pessoas. No regresso aos Estados Unidos, e durante uma dezena de noites, ela e os seus músicos actuaram no Crescendo, um clube de jazz com um ambiente especial, no Sunset Strip em Hollywood – e apenas para 200 pessoas em cada noite. Norman Granz, na época seu agente – e fundador da editora Verve – era um produtor musical experiente e dirigiu pessoalmente estas gravações – a maior parte das quais ficou inédita durante anos, até ser agora editada
com um cuidadoso tratamento sonoro. Ao todo, nos quatro CD que constituem os volumes I e II de Twelve Nights In Hollywood estão 77 temas, uma colecção dos melhores standards norte-americanos e das canções que marcaram a carreira da cantora. O quarto disco foi gravado um ano depois, no regresso de Ella ao Crescendo, e recolhe as melhores gravações dessas duas noites – e é o único que utiliza material anteriormente editado. No conjunto este é o mais notável legado de Ella Fitzgerald e sem dúvida uma das melhores edições discográficas dos últimos anos. Maio de 2011
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Viajantes
Fernando Noronha, Brasil
Uma das igrejas com influência portuguesa
Outra praia de inigualável beleza, a Cacimba do Padre
Uma das muitas peças de artilharia que permitia aos portugueses defenderem-se das invasões Holandesas e Francesas
Maio de 2011
Edifícios que assinalam a passagem da Coroa Portuguesa durante os Descobrimentos
Com águas transparentes e areias brancas, a Praia do Sancho permite nadar com uma infindável fauna marinha onde as tartarugas e golfinhos são uma presença constante
Em 2005, Francisco Lopes da Fonseca rumou ao Brasil, por motivos profissionais, onde interveio numa empresa do Grupo Altran, a Polen Technologies. O objectivo da viagem era avaliar a equipa de gestão da empresa e apoiar este grupo internacional na selecção dos elementos com necessidade de alteração ao nível humano, de processos e de tecnologia. Apesar de já ter visitado inúmeros destinos turísticos espalhados pelo mundo, foi aqui, que ao explorar as potencialidades do Brasil, Francisco Fonseca conheceu a reserva natural de Fernando de Noronha e ficou maravilhado com esta verdadeira pérola do Atlântico que é património Mundial da Unesco, habitado por apenas três mil pessoas. Para manter a sua pureza e evitar alterações no seu equilíbrio ecológico, a duração máxima das estadias é de 10 dias e a entrada restrita a um número reduzido de turistas. Este arquipélago, formado por 21 ilhas, pertence ao estado brasileiro de Pernambuco, e a sua maior parte foi declarada Parque Nacional, em 1988. Elegendo a Pousada Maravilha, para a estadia, e a Praia do Sancho, onde é possível nadar em águas transparentes com golfinhos e tartarugas, Francisco comenta que esta reserva “é o encontro perfeito entre o Homem e a Natureza!”. 44
2005
Francisco Lopes da Fonseca Licenciado em Auditoria pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa é, actualmente, administrador executivo e accionista da Mind Source. Ao longo da sua vida profissional, Francisco já foi consultor e senior manager na Prisma, director de Financial Services na Altran CIS, director-geral na Altior e executive director na Sutherland UK. O novo agregador das comunicações
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montra
Chanel encanta com linha de maquilhagem O brilho das pérolas inspirou a linha de maquilhagem Chanel Spring 2011 Makeup Collection, que vem tornar esta Primavera mais cintilante. Com cores que viajam pelos tons coral, pérola, preto, roxo, chumbo e rosa, é considerada uma das linhas de maquilhagem do momento.
Longchamp funde-se com a natureza
A Longchamp convida-nos a dar as boas vindas à estação mais colorida do ano, com uma mala da nova colecção Primavera/Verão que emana frescura e liberdade de espírito. Bordada com motivos primaveris, destaca aves exóticas que dão vida e movimento à cor da estação.
Prada cheira a elegância A versão Amber Pour Homme Intense Eau de Toilette vem cativar os homens que apreciam a exclusividade e elegância. Com um aroma intenso, esta fragrância expressa toda a sedução através das suas notas de âmbar, baunilha de Madagáscar, folhas de patchouli da Indonésia e resina picante de mirra da Somália.
Vacheron Constantin Historiques Aronde 1954 A Vacheron Constantin lançou mais um exemplar da colecção Historiques – o Aronde 1954 – um relógio altamente elegante e criativo que remete os seus apreciadores para os anos do pósguerra. Os seus ponteiros são produzidos em ouro rosa e o seu dial de estilo guilloché, gravado à mão, é uma homenagem aos artesãos da alta relojoaria, pelo seu primoroso trabalho.
Nokia C3 num exclusivo Vodafone
O Nokia C3 combina elegância e high-tech numa vibrante cor lima, exclusiva da Vodafone. Com uma câmara de 2 megapixel, browser HTML, Bluetooth e leitor de música, vem ainda equipado com um teclado QWERTY que permite facilitar a escrita de mensagens ou de emails. Para além da sua memória interna de 55 MB, é ainda comercializado com um cartão de memória de 2 GB, permitindo assim guardar toda a informação recolhida durante a sua utilização. O novo agregador das comunicações
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O mundo à minha procura
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Miguel Oliveira Aprilia RSA Vermelha, da cor dominante dos patrocínios, é com ela que, de Março a Novembro, acelera pelas pistas do mundo. Até aos 240 km/h. Para outras voltas, tem duas de motocrosse, uma supermoto, uma de velocidade, duas scooters e quatro bicicletas…
Sony Quando se senta no sofá, o comando do LCD de muitas polegadas fica por sua conta. É adepto do zapping e quando pára nalgum canal ou é para ver futebol, na Sport TV, para espreitar a MTV Portugal ou o E! Entertainment. O sinal é da Vodafone.
Toshiba É o pacote Vodafone Casa que lhe leva a internet ao portátil. Que usa para fazer os trabalhos da escola, mas não só: os vídeos de motos no You Tube têm nele espectador assíduo. E os sites de meteorologia também. Para não falar no Facebook, onde a sua página oficial contabilizou, só no primeiro mês, mais de mil “likes”.
iPod São umas 600 as músicas que viajam sempre consigo. Dos mais variados estilos, porque não é “esquisito”… Só fado e jazz é que “não mesmo”. Mark Knopfler e Phil Collins são alguns dos preferidos. Scorpions também. Que ouve com decibéis a mais para os ouvidos da família. 46
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Aos 16 anos, é o único piloto português no Campeonato Mundial de Motociclismo. Soma troféus e sonha ser campeão. Como o seu ídolo, Valentino Rossi. Aos dois anos teve a sua primeira moto 4 e não mais parou: acelera oficialmente desde 2004. Por “culpa” do pai, que levou a mãe num passeio de duas rodas até à Lagoa de Albufeira a dois dias do parto… Persistente, tem outro sonho: o de ser médico. Entre treinos e provas oficiais, concentra-se na matéria do 10.º ano de Ciências e Tecnologias na Escola Romeu Correia, no Feijó. Discreto, dá tudo para não ser reconhecido. Ainda que não passe despercebido com o penteado em jeito de crista de que cuida zelosamente…
PS3 Está para sair uma actualização do jogo MotoGP com o jovem motociclista… Miguel Oliveira! Vai poder jogar consigo próprio. Com uma vantagem: “Posso cair à vontade…”. Sobre a passagem para o mundo virtual, diz apenas que “é giro”. Mas não se deixa entusiasmar: é um rapaz discreto.
Blackberry O modelo é Curve e o tarifário Extravaganza, da Vodafone. Gosta mais de conversar do que de enviar SMS. “Não tenho paciência”. Mas teve de se render: afinal, é assim que os amigos “falam” entre si…
Tablet É o mais recente dos gadgets e também o mais recente da Vodafone: um Samsung Galaxy Tab 10.1, com sistema Android 3.0. Nas viagens vai substituir o portátil: com ele poderá estudar, ver vídeos, ir à net e… fazer chamadas: é a grande mais-valia deste tablet acabadinho de lançar. O novo agregador das comunicações
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