Store 16, outubro de 2015

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Diretora: Fátima de Sousa . Trimestral . Ano IV . N.º 16 . outubro de 2015 . 8 euros

A PLATAFORMA DA DISTRIBUIÇÃO E COMÉRCIO MODERNO

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A estratégia da FNAC passa pela universidade

A FNAC reforça a aposta em novos formatos, abrindo um espaço no IST. O público universitário, diz José Leite, é estratégico.

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O Continente tem uma nova Missão

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Kenneth Bengtsson, presidente do EuroCommerce

UNIÃO EUROPEIA TEM DE REMOVER BARREIRAS AO MERCADO ÚNICO DIGITAL

A responsabilidade social do Continente desenvolve-se agora sob a marca Missão Continente. Nádia Reis explica a necessidade deste projeto agregador.



ÍNDICE

Conselho editorial Ana Isabel Trigo Morais Catarina Oliveira Fernandes Mafalda Azevedo Ricardo Domingos

Diretora Fátima de Sousa fs@storemagazine.pt

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Impressão TYPIA - Grupo Monterreina Área Empresarial Andalucia 28320 Pinto Madrid - España

STORE MAGAZINE

CULTURA

Democratizar o acesso das crianças aos livros é um dos propósitos do Pingo Doce com o Prémio de Literatura Infantil. E, ao mesmo tempo, descobrir novos talentos na escrita e na ilustração. A 2.ª edição comprovou isso mesmo.

ENTREVISTA

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O presidente do EuroCommerce, Kenneth Bengtsson, enquadra os desafios do setor retalhista na Europa

LEGISLAÇÃO

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As razões que levam a APED a opor-se à Lei da Cópia Privada

TENDÊNCIAS

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O CCCO da Sonae, Luís Reis, apresentou no último World Retail Congress as estratégias de inovação do grupo.

INTERNACIONALIZAÇÃO

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As ambições da Jerónimo Martins na Colômbia com a insígnia Ara

EMPREGO

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Capacitar para o mercado de trabalho é o objetivo de um projeto que une a Jerónimo Martins e o Serviço Jesuíta aos Refugiados

AGROALIMENTAR

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Exportação é a palavra de ordem de mais uma edição da Alimentaria & Horexpo

IMOBILIÁRIO

32

A estratégia da Immochan para renovar o parque de centros comerciais

CONSUMO

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Portugal precisa de uma estratégia que incentive o consumo de leite junto dos portugueses, defende a APED.

INTERNACIONAL

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A Amazon lançou-se à conquista da Europa disputando áreas de negócio mais tradicionais

Trimestral outubro de 2015 3


ATUALIDADE Sport Zone inaugura primeira loja em França A Sonae deu mais um passo na estratégia de internacionalização com a abertura da primeira loja da cadeia de artigos de desporto Sport Zone em França, concretamente em Amiens, no Centro Comercial Carrefour. A loja, com cerca de 1000 m2 e operada em regime de franchising por um operador local, apresenta as principais marcas de desporto mundiais, e introduz no mercado

novos produtos das marcas exclusivas e representadas, como a Berg Outdoor (vestuário e equipamento outdoor), Berg Cycles (ciclismo), Deeply (casualwear e desportos aquáticos), Outpace (running) e Doone (fitness e musculação). “A nossa área de desporto já comercializa os seus inovadores produtos em mais de 20 países”, afirma o CEO da Sonae SR, Miguel Mota Freitas.

Jerónimo Martins obtém 150M€ de lucro em seis meses O lucro da Jerónimo Martins subiu 3,2% no primeiro semestre deste ano para 150 milhões de euros, incluindo os custos de arranque da Ara e da Hebe. Neste contexto, as vendas do grupo aumentaram 9,8% para 6,6 mil milhões de euros tendo todas as áreas de negócio registado um bom desempenho LFL (considerando o mesmo número de lojas) e ganhos de quota de mercado. O EBITDA cresceu

6,3% para 363 milhões de euros e as vendas totais da Biedronka aumentaram 11,7% - suportadas pelo aumento de 2,6% das vendas LFL e pela abertura de 68 novas lojas - apesar da forte deflação alimentar interna no período (-3,3%). O Pingo Doce e o Recheio evidenciaram um desempenho particularmente bom no primeiro semestre, com um crescimento de vendas LFL superior a 4%.

IKEA Loulé vai criar 3 mil postos de trabalho A IKEA Portugal deu já início à construção da nova unidade de Loulé, a qual inclui uma loja, centro comercial e fashion outlet, num investimento de 200 milhões de euros, com inauguração prevista para 2017. Integrado no plano de expansão para Portugal, o projeto do IKEA em Loulé prevê a criação de 3 mil postos de trabalho. A loja, com cerca de 24 mil m², terá como principal característica a sustentabilidade e total integração com o 4 Trimestral outubro de 2015

centro comercial. Com 220 lojas e 3.500 lugares de estacionamento, distribuídos por 85 mil m2, o complexo comercial assume um papel de relevo no desenvolvimento da região. Este projeto configura-se numa proposta comercial e de lazer capaz de competir com qualquer dos projetos comerciais de primeiro nível existentes não só em Portugal como na Europa”, diz o diretor da IKEA Centres Portugal e Espanha, Richard Vathaire. STORE MAGAZINE


Sonae compra Makenotes e reforça-se no segmento de papelaria A Makenotes, marca portuguesa de artigos de papelaria e gifts com forte incorporação de design, foi adquirida pela Sonae. A Makenotes disponibiliza uma oferta variada de papelaria, marroquinaria e gifts com padrões, tamanhos e interiores diversificados. Inclui 125 coleções e 1.500 referências, sejam vintage

para públicos mais clássicos ou modernas inspiradas nas novas tendências de padrões, materiais e cores. Na estratégia de internacionalização, está prevista a presença em feiras internacionais do setor da papelaria e do gift, nomeadamente em Madrid, Frankfurt, Dubai e Nova Iorque.

Zippy vence POPAI Awards 2015 na categoria “Inovação” A Zippy foi premiada nos POPAI Awards 2015 do Reino Unido e Irlanda, que distinguem a originalidade e eficácia no ponto de venda e retalho. O novo conceito de loja, desenvolvido em parceria com a Dalziel & Pow, venceu na categoria “Inovação”. Os jurados descreveram o novo conceito da Zippy como um “exemplo de inovação verdadeiramente brilhante neste espaço

in-store, que dá vida à loja de maneira cativante ao promover a diversão e interação de adultos e crianças com os suportes digitais”. A primeira loja com o novo conceito foi inaugurada em novembro de 2014, em Setúbal, tendo sido implementada também em Aveiro, Porto (NorteShopping), Sintra, em Madrid (Gran Plaza, Pozuelo e Parque Sur).

Grupo Auchan investe 26 milhões de euros em Sintra A Auchan vai investir 26 milhões de euros na construção de um hipermercado Jumbo no concelho de Sintra. O espaço irá criar cerca de 350 empregos e incluirá área de Saúde e Bem-Estar, Self Discount, comida de animais e gasolineira, numa área total de 10 mil m2 e abertura prevista para o final de 2015. Segundo o diretor-geral da Auchan Portugal, Américo Ribeiro, STORE MAGAZINE

apesar da crise económica, a estratégia de negócio não se alterou e o objetivo da cadeia continua a ser a garantia da eficiência, para continuar a baixar os preços. A prioridade é a renovação de unidades, no que são investidos cerca de 15 milhões de euros anuais. Também o franchising da marca Pão de Açúcar está nos planos da Auchan, que, em 2015, espera chegar às oito lojas. Trimestral outubro de 2015 5


ATUALIDADE Norauto agora no Fórum Sintra e no Campera Outlet Shopping A Norauto abriu dois novos centros auto, no Fórum Sintra e no Campera Outlet Shopping (Carregado), juntando mais 11 colaboradores aos efetivos. A Norauto Shop do Fórum Sintra, disponibiliza uma gama de acessórios para automóvel em livre serviço, com a possibilidade de efetuar marcações de serviços de oficina num centro próximo. Com

uma área total de 106 m2, funciona sete dias por semana, das 10h às 23h. Já o espaço inaugurado no Campera Outlet Shopping, com uma área total de 222 m2, inclui loja e oficina. O centro auto oferece aos clientes preços outlet em diversos produtos, como pneus e som, e funciona sete dias por semana, das 9h às 21h.

AKI constrói segunda unidade em Viseu A nova loja AKI de Viseu abriu portas ao público no Palácio do Gelo Shopping, correspondendo a um investimento de 2,1 milhões de euros. Com 25 colaboradores, a 31.ª loja do AKI em Portugal oferece uma área total de 2.080 m2. A funcionar todos os dias das 10h às 23h é, também, a segunda loja da marca na cidade. A nova loja segue um conceito de proximidade e o objetivo é propor-

cionar aos clientes uma boa experiência de compra, através da facilidade e localização dos produtos e do apoio dedicado dos colaboradores. Regularmente, a loja será palco de brico-aulas, ações de formação gratuitas que permitirão aos clientes aprenderem sobre bricolage, casa e jardim. O novo espaço disponibiliza serviço de corte de madeira gratuito e afinação de cores.

Minipreço Market abre 4 lojas em Portugal Continental A DIA Portugal abriu quatro lojas Minipreço Market em Portugal Continental, as quais empregam 34 colaboradores, aumentando para mais de 620 o número de estabelecimentos no país. Na região norte foi inaugurado o Minipreço Leça Palmeira, assim como em Riba de Ave, no distrito de Braga, sendo que as duas lojas empregam sete colaboradores 6 Trimestral outubro de 2015

cada. Já no Algarve, em Quarteira, a nova unidade emprega 12 colaboradores, enquanto em Massamá conta com oito funcionários. As lojas Minipreço Market distinguem-se pelas novas cores identificativas da insígnia – azul e verde –, decoração interior e exterior que comunica o novo conceito, assim como pela maior oferta de serviços disponibilizados na área

de frescos, padaria, pastelaria, bacalhau a corte, charcutaria e garrafeira. De acordo com o grupo, o desenvolvimento destes estabelecimentos incluiu um reforço na formação dos colaboradores em diversas valências, como serviço ao cliente, de modo a responder à qualidade de serviço adequada a este conceito de loja. STORE MAGAZINE


Lidl distinguido pelos produtores de maçã de Alcobaça O Lidl Portugal comercializou 2,5 milhões de quilos de maçã de Alcobaça, correspondentes a 20 milhões de maçãs, na campanha 2014/2015, o que lhe confere o primeiro lugar entre as cadeias de distribuição. Este foi o quinto ano consecutivo em que a Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) distinguiu a cadeia de distribuição alemã em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e aposta junto dos fornecedores portugueses. No decorrer da última campanha, a maçã de Alcobaça vendida pelo Lidl proveio de cerca de meia centena de produtores associados da APMA, localizados na região oeste.

Da esquerda para a direita, Susana Costa e Jorge Soares, da APMA, Vanessa Romeu, do Lidl, e Paulo Tiago, da APMA.

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Grande Plano Fátima de Sousa fs@storemagazine.pt

Kenneth Bengtsson, presidente do EuroCommerce

Europa tem de derrubar as barreiras ao e-commerce Preside ao EuroCommerce desde março, assumindo um mandato de três anos em que elegeu como prioridade zelar por um mercado único efetivo, contribuindo nomeadamente para o derrubar das barreiras regulatórias que, afirma, estão a prejudicar sobretudo as pequenas e médias empresas. Em entrevista, o sueco Kenneth Bengtsson aborda os desafios da revolução digital e os contributos do setor para a criação de emprego e para o crescimento da economia europeia.

Store | Foi recentemente eleito para um mandato de três anos. Quais são as suas prioridades? Kenneth Bengtsson | Na reunião do conselho de administração de abril último, definimos seis metas estratégicas para o EuroCommerce: uma política digital baseada na confiança, no mercado único, na infraestrutura e nas competências; um mercado único quer para produtos, quer para serviços, em que a legislação que afeta as empresas e os consumidores conduza a uma melhor regulação; um ambiente de comércio internacional aberto e previsível; relações comerciais justas e equilibradas, que apoiem e promovam cadeias de abastecimento eficientes e sustentáveis; um mercado de trabalho flexível e um diálogo social que permita criar empregos e dotar as pessoas com as competências adequadas para enfrentarem as futuras necessidades de um mercado que muda constantemente; e uma política de sustentabilidade consistente com o crescimento e a criação de emprego. De um modo geral, a minha visão para o EuroCommerce para os próximos três anos passa por colocar o retalho e o setor grossista no centro do processo decisório europeu. Como principal empregador na Europa, estamos numa posição privilegiada para criar o emprego e gerar o crescimento de que a Europa precisa tão urgentemente. E conseguir as medidas legislativas e o enquadramento regulatório adequado é vital para alcançar estes objetivos. Nesse âm8 Trimestral outubro de 2015

bito, fazer com que o mercado único funcione corretamente é crucial. Store | O seu mandato coincide, na quase globalidade, com uma nova Comissão Europeia. Como olha para a cooperação entre as duas entidades? KB | Nos últimos anos, temos trabalhado para garantir que as prioridades estratégicas do EuroCommerce têm correspondência no programa de trabalho da Comissão, nomeadamente o foco no emprego, no crescimento e no investimento, na economia digital, no mercado interno, no comércio livre. O retalho e o setor grossista constituem uma fonte de emprego muito necessária, empregando 29 milhões de pessoas, muitas delas jovens, e envolvendo 500 milhões de consumidores em toda a Europa numa base diária. Daí que procuremos colaborar estreitamente com todas as partes relevantes da Comissão, mas também com o Parlamento Europeu e os Estados membros, de modo a participarmos nas mudanças políticas que gostaríamos de ver. Para o crescimento da economia da União Europeia é vital que o mercado único funcione corretamente e, estando próximo dos consumidores, o retalho necessita do crescimento económico para ele próprio crescer e melhorar o serviço aos consumidores. Neste âmbito, a revolução digital significa uma mudança muito importante para nós, sendo fundamental adotar

as medidas adequadas para remover as atuais barreiras. Atualmente, um em cada dois consumidores faz compras online, gerando 350 mil milhões de euros em vendas, mas são poucos – cerca de 15 por cento – os que compram a um fornecedor fora do seu país de origem. As pequenas e médias empresas (PME) têm potencial para beneficiar do e-commerce, mas também enfrentam grandes problemas devido às barreiras regulatórias nacionais. É por isso que estamos a diligenciar junto da Comissão no sentido da remoção destas barreiras, mas também incentivamos as PME a equiparem-se para aproveitarem as oportunidades que a revolução digital oferece ao retalho. Store | Que expectativas tem relativamente à atual Comissária Europeia do Comércio? KB | Temos mantido contactos frequentes com a comissária para o mercado único, Bienkowska, bem como com outros comissários envolvidos em assuntos relacionados com o nosso setor. Como o vice-presidente Katainen, com o qual abordamos as questões relacionadas com o emprego, o crescimento, o investimento e a competitividade, o vice-presidente Ansip, com o qual discutimos o mercado único digital, e com a comissária Malmström, sobre o comércio internacional, sem esquecer o primeiro vice-presidente, Frans Timmermans, em matéria de regulação. Uma melhor regulação é, como já mencionei, crucial para um setor retalhista e STORE MAGAZINE


“A minha visão para o EuroCommerce para os próximos três anos passa por colocar o retalho e o setor grossista no centro do processo decisório europeu”

grossista predominantemente constituído por PME: é importante que a legislação europeia – e as regras nacionais – seja consistente, simples e que evite impor custos desnecessários ao setor. Store | Em que medida é que o EuroCommerce tem poderes negociais efetivos enquanto representante do retalho europeu? KB | O EuroCommerce está em Bruxelas há 22 anos e tem vindo a consolidar-se como um representante legítimo e reconhecido de todas as formas de retalho e comércio grossista. Os políticos europeus e os reguladores reconhecem a importância de um setor que representa uma em cada quatro empresas na Europa e um em cada sete empregos – o maior empregador privado. É verdade que há sempre mais para fazer para afirmar este posicionamento e ver esta importância refletida nas prioridades da União Europeia. No entanto, temos sido bem sucedidos na melhoria das políticas europeias em muitas áreas, sendo a mais recente a redução radical das taxas que os consumidores pagavam quando usavam cartões de crédito. Também conquistámos o reconhecimento da Supply Chain Initiative como um compromisso voluntário de todas as partes da cadeia de abastecimento visando um comércio mais justo e a adoção de um código de boas práticas. Procuramos disseminar e fazer valer estas ideias partilhando informação junto dos responsáveis da UE e dos legisladores em todas as instituições STORE MAGAZINE

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Grande Plano

“Os políticos europeus e os reguladores reconhecem a importância de um setor que representa uma em cada quatro empresas na Europa e um em cada sete empregos – o maior empregador privado”

comunitárias em Bruxelas, tentando mostrarlhes onde é que as medidas podem ser úteis para os nossos membros e, através deles, para os consumidores. Store | Quais são, na sua opinião, os principais desafios que o setor enfrenta? KB | Enfrentamos um conjunto de desafios mas também, e sem banalizar o termo, oportunidades reais, se, como o setor retalhista e grossista já mostrou mais do que uma vez, nos adaptarmos rapidamente à mudança, oferecendo aos nossos consumidores os produtos e serviços que eles procuram. Isto significa abraçar a tecnologia digital para ir ao encontro das necessidades dos consumidores no sentido de serviços integrados e entrega imediata, do fim das barreiras para obter e oferecer os melhores produtos no mercado global, ao mesmo tempo que responde à procura de produtos locais rastreáveis. Para isso, precisamos de um quadro regulatório adequado às vendas digitais e offline e esperamos da UE uma intervenção real no sentido de remover os muitos obstáculos que ainda impedem que o mercado interno atinja o seu potencial máximo e de promover um ambiente comercial global em que nós e os nossos consumidores tenhamos acesso ao melhor que o mundo tem para oferecer. Enquanto setor constituído em 99 por cento por PME, também atribuímos imensa importância a uma regulação que tenha em conta as necessidades de todas as empresas. Store | Já aqui se falou que o digital está na agenda. O setor está preparado para estes novos consumidores? KB | Sim, está, mas necessita de pessoas com as competências adequadas para explorar todo o potencial da tecnologia digital. Nesse sentido, estamos ativos em muitas frentes, cooperando com outras entidades a nível europeu 10 Trimestral outubro de 2015

“A revolução digital significa uma mudança muito importante para nós, sendo fundamental adotar as medidas adequadas para remover as atuais barreiras” STORE MAGAZINE


“Temos sido bem sucedidos na melhoria das políticas europeias em muitas áreas, sendo a mais recente a redução radical das taxas que os consumidores pagavam quando usavam cartões de crédito”

O presidente do EuroCommerce, Kenneth Bengtsson, ladeado pelo vice-presidente, Jyrki Katainen (à esquerda), e pelo diretor-geral, Christian Verschueren (à direita).

e nacional, visando trazer para o retalho uma nova geração de pessoas, empreendedoras e familiarizadas com a tecnologia. Muitos retalhistas já oferecem um leque de opções de compra – online, na loja, click and collect, aquilo que os especialistas designam como oferta omnicanal – mas eu simplesmente deixaria que fossem os consumidores a decidir qual a forma de compra que mais se ajusta às suas necessidades. Ainda assim, há muito mais para fazer e vemos que todos os dias surgem novas ideias no mercado, cabendo ao setor agilizar-se no sentido de responder e mesmo antecipar as tendências. O consumidor está no centro do retalho e estou mais do que confiante de que o setor será capaz de se transformar para corresponder às necessidades dos consumidores. Store | É mais importante do que nunca um setor coeso? KB | O setor retalhista e grossistas é muito diverso – inclui desde grandes empresas, com grandes cadeias de supermercados, à loja de bairro gerida por pequenos empresários. Quer as grandes empresas, quer as pequenas procuram corresponder às necessidades de diferentes franjas de consumidores ou aos mesmos consumidores mas em circunstâncias distintas. Mas o que todas têm de fazer é responder a essas necessidades, e fazê-lo rapidamente, o que significa um imperativo constante de mudar o que vendem e como vendem. As necessidades do setor não são necessariamente assim tão diferentes: todas as empresas precisam que a regulação seja previsível e lhes dê abertura para responderem com flexibilidade às mudanças nas necessidades dos STORE MAGAZINE

consumidores. E o que podemos fazer pelos nossos membros, pelos maiores e pelos mais pequenos, é tentar que os políticos percebam as necessidades do setor e que, assim, nos ajudem a servir os consumidores. O setor desempenha, como já disse, um papel vital na criação de emprego e crescimento na Europa. Trabalhando em conjunto as áreas prioritárias que mencionei, poderemos ser mais eficazes na comunicação dos nossos interesses aos legisladores e no assegurar de que o ambiente regulatório contribui para o crescimento, quer do setor, quer da economia como um todo. Store | Num ambiente tão desafiante, como conseguirá o retalho europeu manter a competitividade? KB | O retalho sempre foi, e continuará a ser, um mercado ferozmente competitivo. E os retalhistas têm tido de garantir que possuem o melhor leque de produtos, serviços e preços para serem efetivamente concorrenciais. O digital e o discount vieram acelerar o ritmo a que precisamos mudar, mas acredito que os nossos membros sabem como fazê-lo, na medida em que nos últimos 20 anos, desde que o EuroCommerce foi fundado, já passaram por mudanças radicais. Quanto ao EuroCommerce, o nosso papel é proporcionar ao setor o espaço para se desenvolver, assegurando que temos na Europa as políticas regulatórias e económicas adequadas. Se o conseguirmos, penso que podemos deixar nas mãos dos retalhistas a tarefa de crescer e evoluir e de continuar a passar os benefícios para os nossos fornecedores e, acima de tudo, para os nossos consumidores.

PERFIL

UMA CARREIRA NO RETALHO O sueco Kenneth Bengtsson deu os primeiros passos no retalho quando tinha apenas 14 anos. Aos 25, tornou-se proprietário de um supermercado independente na pequena cidade de Ronneby. Desde então, construiu uma carreira que o levou a CEO e presidente do ICA Group, o maior grupo retalhista e grossista dos países nórdicos. De 2005 a 2010, presidiu à Svensk Handel, a federação sueca do comércio, e de 2010 a 2013 à Confederação Empresarial Sueca. Ao anunciar a escolha para a presidência, o EuroCommerce sublinhou precisamente a mais-valia de um percurso profissional que começou numa pequena e média empresa e culminou no topo de uma operação empresarial complexa, considerando que esta experiência lhe proporciona um profundo conhecimento dos desafios que as várias faces do comércio enfrentam. O EuroCommerce assume-se como a voz de seis milhões de empresas na Europa, nele tendo assento associações de 31 países, entre as quais a APED e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.

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Legislação

Lei da Cópia Privada está “desfasada da realidade” A APED estuda meios de reação possíveis face à promulgação da lei da Cópia Privada. Isto porque considera “desfasada da realidade”, não refletindo os hábitos de consumo e tratando os consumidores como “piratas informáticos”.

A avaliar todos os cenários e meios de reação possíveis face à promulgação da Lei da Cópia Privada, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) entende que “existem fundadas dúvidas quanto à constitucionalidade” do diploma. Considerando que a lei está desfasada da realidade que se vive em Portugal e na União Europeia, a associação “lamenta que a lucidez do senhor Presidente da Republica não tenha sido levada em conta pelo Governo e pelo Parlamento”. De recordar que Cavaco Silva vetou o decreto-lei em março, defendendo uma “reponderação” da lei para que fosse mais justa para autores e consumidores. Não obstante, o diploma acabou por ser aprovado uma segunda vez pela maioria parlamentar. A denominada lei da Cópia Privada, que entrou em vigor em julho, prevê uma taxa percentual, que pode variar entre 0,05 cêntimos e os 20 euros, a aplicar no preço de equipamentos como leitores de mp3, discos rígidos externos, telemóveis, CD, impressoras, cartões de memória e pen USB. O objetivo é compensar os autores por cada cópia para uso privado que cada utilizador ou consumidor faça de uma obra através daqueles equipamentos. Isentos desta taxa ficam os consumidores que provem que têm atividades como “fotógrafo, designer, arquiteto ou engenheiro, assim como profissões artísticas devidamente enquadradas pelo código de atividade económica” ou se dediquem à “salvaguarda do património cultural móvel” ou ao “apoio a pessoas com deficiência”. As verbas resultantes da cobrança daquela taxa serão geridas pela Associação para a Gestão da Cópia Privada (AGECOP) e redistribuídas pelos detentores de direitos de autor; caso o montante cobrado ultrapasse os 15 milhões de euros, o restante passa para o Fundo de Fomento Cultural. “Trata-se de legislação que foi produzida sem se conhecer aquilo que são as realidades do consumo de obras protegidas pelo direito de autor, que muito se respeitam e são fundamen12 Trimestral outubro de 2015

Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED

tais à nossa vida mas que não são devidamente protegidas com esta legislação”, sustenta a APED. A diretora-geral, Ana Isabel Trigo Morais, argumenta que, “na Europa, a maioria dos consumidores descarrega e faz download das obras musicais e/ou audiovisuais da internet, efetuando o pagamento das mesmas no mesmo site”. Assim, sustenta, a aprovação desta lei leva a que o consumidor pague as obras duas vezes: quando as adquire e quando as consome através do seu equipamento. A APED chama também a atenção para o facto de os consumidores que a partir de agora comprem equipamentos como um telemóvel ou um disco externo estarem a pagar uma taxa independentemente de os usarem ou não para copiar uma obra protegida por direitos de autor. O que – sublinha – é contrário à estratégia do Mercado Único Digital proposta

pela Comissão Europeia, além de constituir “mais um imposto que os portugueses têm de pagar”. Para a associação, a nova lei da Cópia Privada faz aumentar as importações e lesa o consumidor, tratado como “pirata informático”, obrigando-o a pagar uma taxa pela aquisição de equipamentos banais no dia-a-dia, como telemóveis, tablets, discos rígidos ou cartões de memória, por assumir que serão usados indevidamente. A APED considera, assim, “lamentável que a Secretaria de Estado da Cultura não tenha ouvido os agentes económicos, limitando-se a consultar os potenciais beneficiários”. A diretora-geral acrescenta: “Lamentamos que em Portugal a questão dos direitos de autor sirva de desculpa à criação de um novo imposto que vai fazer aumentar o preço de dispositivos que todos os portugueses usam no seu dia-a-dia”. STORE MAGAZINE



Tendências

A transformação no retalho foi o denominador comum a mais uma edição do World Retail Congress, que reuniu em Roma os principais retalhistas a nível mundial. Entre eles, esteve o Chief Corporate Center Officer, da Sonae, Luís Reis, que apresentou a estratégia do grupo português em matéria de inovação. Entre as tendências identificadas pelos congressistas encontram-se o omnicanal, o digital e a necessidade de colocar o consumidor no centro do negócio.

As armas da (r)evolução do retalho

Este ano, o World Retail Congress (WRC) teve como tema principal a transformação do retalho. Algo que, segundo conclusões dos intervenientes, só será possível se os profissionais abraçarem as novas tendências do setor: omnicanal, tecnologia e centralização no cliente. Mas o que motivou a escolha do tema? Justifica Ian McGarrigle, fundador e chairman do congresso, que “entre todos os retalhistas há uma forte crença de que o atual modelo de negócio está a mudar como resultado das inovações tecnológicas e respetiva aceitação por parte dos consumidores”. E acrescenta que os participantes séniores procuravam ouvir “as novas startups ou nova geração de retalhistas, que estão realmente a liderar a mudança”. As metas do encontro incluíam a influência do conteúdo deba14 Trimestral outubro de 2015

Ian McGarrigle, chairman do congresso

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tido sobre a indústria e a ainda a realização de novos contactos entre os presentes, com vista à evolução dos respetivos negócios. A aposta no omnicanal foi um dos temas mais abordados, a partir da visão de quem domina a tecnologia. Assim, Jerry Black, chief digital officer do Aeon Group, considerou mesmo que esta é ainda uma área incompreendida pelos retalhistas, que, na sua opinião, não conseguem apreender a ideia central: fazer com que os vários canais (físicos e digitais) trabalhem em conjunto e transformar as lojas em espaços emocionantes, divertidos e sensoriais. Uma opinião consolidada por Kulin Laibhai, diretor executivo do grupo indiano Arvind Retail, segundo o qual “o omnicanal é essencial no acesso a mercados” e pode facilitar a entrada em novas cidades, de forma mais económica. Secundada igualmente pelo português Luís Reis, CCCO da Sonae, que afirma que muitos retalhistas arriscam a adoção de tecnologia sem reorganizar as estruturas de negócio: “Chamamos a isso NT mais OO – nova tecnologia somada a um modelo antigo de operações”, sem contribuir para a criação de experiências relevantes para o cliente. Mas – e esta foi outra das conclusões que emanou do evento – o omnicanal é indispensável para corresponder às necessidades dos consumidores. Robin Philips, diretor de Omnicanal e Desenvolvimento na Boots, recordou que a cadeia possui um cartão de fidelização há algum tempo, mas enfatizou que o foco atual é a relevância para o cliente em qualquer canal. Kip Tindell, cofundador e chairman da The Container Store, reforçou esta ideia com a importância do investimento na formação dos colaboradores e pagamento de salários adequados, STORE MAGAZINE

O digital deve, assim, ser a aposta dos retalhistas que aspiram à evolução e, sobretudo, a conhecer os consumidores e atingir uma nova geração de clientes

fatores que – disse – reverterão em melhores vendas e aumento da produtividade. O digital deve, assim, ser a aposta dos retalhistas que aspiram à evolução e, sobretudo, a conhecer os consumidores e atingir uma nova geração de clientes. Utilizar design responsivo nos websites foi, neste âmbito, uma das sugestões deixadas por Ozgur Dogan, chief marketing officer da Hepsiburada, e por Johannes Torpe, diretor criativo da Bang & Olufsen. Todavia, Jodie Fox, cofundadora e chief creative officer da Shoes of Prey, relembrou que o retalhista não deve descuidar a experiência em loja física: “Os desejos do consumidor vão evoluir, a experiência de sentir as texturas em loja nunca vai desaparecer, por isso também temos de investir no offline. O futuro está na manufaturação por encomenda”. Conhecer o cliente é outra necessidade apontada pelos profissionais, nomeadamente Daniele Rizzo, chief information & business process officer da Autogrill para a Trimestral outubro de 2015 15


Tendências

Europa, que deu como exemplo a empresa para a qual trabalha: “Não podíamos lançar um programa de fidelização, por isso recolhemos dados internos e lançámos campanhas com terceiros usando os cartões de fidelização deles. Tornou-se claro qual o tipo de produtos que as pessoas procuravam, mas também que a maior parte dos nossos clientes eram empresários, sobretudo comerciais, por isso começámos a perceber o que eles procuravam e surgiu-nos a ideia de propor soluções eletrónicas dirigidas àqueles que passavam mais tempo em viagem”. Já o chairman da COOP Dinamarca, Laase Bolander, acrescenta que, em vez de tentarem prever as necessidades dos clientes, os retalhistas deveriam perguntar-lhes diretamente qual a oferta que pretendem. E, na sua ótica, o mobile será o protagonista para atingir as gerações mais novas. Sobre este tema o inventor da World Wide Web, Tim Berners-Lee, exaltou a colaboração entre máquinas, por via do multi-ecrã, e a humanização das interfaces. “A experiência em loja é dominada pelos funcionários e clientes, cada um com um dispositivo móvel”, explicou. Como contornar esta tendência? Tim BernersLee sugeriu a utilização de ecrãs de diversos tamanhos de modo a que tanto clientes como profissionais possam ver o que está a acontecer e a transação seja o mais colaborativa possível. 16 Trimestral outubro de 2015

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Já o mobile “está a permitir que os mercados emergentes fiquem online muito rapidamente”, e o setor do retalho tem de estar atento à predominância dos dispositivos móveis, bem como garantir a otimização dos sistemas. A aposta no digital voltou a ser o tópico dominante no painel do World Retail Congress destinado às marcas de luxo. Raffaello Napoleone, CEO da Pitti Immagine, descreveu que o “luxo democrático é a solução encontrada pelos especialistas de marketing para tornar possível a expansão à classe média”, enquanto o CEO da Bulgari, Carlo Capasa, recordou que “há anos as marcas de luxo estavam voluntariamente afastadas do mundo digital, mas agora precisam de adaptar-se e lidar com ele”. A visão tecnológica voltou ao debate com William Wolfram, fundador da DealDash, que partilhou quatro previsões para o futuro do e-commerce. Segundo o profissional, a interação nas redes sociais será escolhida por algoritmos, a gamificação vai permitir que os segmentos de comércio eletrónico fiquem ligados a seleções específicas e de alta qualidade; a ligação da

fábrica ao consumidor vai fortalecer-se, retirando o retalhista da equação; e as companhias vão moderar profissionalmente os social media pagos. O chairman do World Retail Congress, Ian McGarrigle, já havia frisado que as redes sociais são um canal cada vez mais importante para promover o diálogo com os consumidores e, simultaneamente, para monitorizar a perceção da marca. Num balanço final, Ian McGarrigle concluiu que abraçar a mudança e a inovação é sempre difícil para as empresas dado que sempre estiveram focadas num único caminho. No entanto, alguns dos maiores retalhistas começam já a colocar a inovação no centro dos negócios, a investir em novas tecnologias e a assumir riscos como nunca fizeram anteriormente. Na sua opinião, a temática da transformação do retalho revelou-se válida e relevante, já que os vários intervenientes focaram-se na definição de estratégias no retalho que vão ao encontro das necessidades dos consumidores. A mensagem mais clara diz respeito ao facto de grande parte dos retalhistas precisarem de

As redes sociais são um canal cada vez mais importante para promover o diálogo com os consumidores e, simultaneamente, para monitorizar a perceção da marca

reorganizar o modelo de negócio, garantindo que todos os canais estão alinhados. Aqui, as bases de dados são um recurso valioso para compreender o cliente e personalizar a comunicação e atendimento. Quanto ao mobile, este começa a tornar-se o canal dominante, dado que a tecnologia personifica um papel vital em tornar os espaços on e offline em experiências atrativas e eficazes.


Tendências

A SONAE ESTÁ ATENTA AOS DESAFIOS Ver “reforçado o reconhecimento pelos pares de que a Sonae é uma empresa inovadora e um exemplo para empresas do setor em todo o mundo”. É assim que o Chief Corporate Center Officer (CCCO) da Sonae, Luís Reis, resume a experiência de participação no World Retail Congress, de que foi um dos oradores. A sua apresentação incidiu sobre o omnicanal, uma das tendências do retalho e chave para a evolução do setor. “Demonstrámos o que estamos a fazer e como o estamos a fazer: com novos formatos de loja ainda mais atrativos, e um ‘casamento’ entre o mundo físico e digital”, explica o CCCO, acrescentando que o congresso serviu para confirmar aquilo que a Sonae já aplica nas suas insígnias: “O cliente está no centro de atuação dos retalhistas e as empresas que não conseguirem antecipar as necessidades dos consumidores e inovar ao nível do serviço e experiência de compra, mais cedo ou mais tarde vão enfrentar dificuldades”. No último ano, o grupo português investiu 96 milhões de euros em inovação, investigação e desenvolvimento, o que permitiu a criação de marcas e produtos distintivos, bem como internacionalizá-los em mais de 60 países, seja em lojas próprias, franchising ou exportação e venda. E, no âmbito das necessidades do consumidor, Luís Filipe Reis afirma que a Sonae “tem estado atenta a estes desafios”, tendo o Cartão Continente, com uma taxa de penetração de 75% nos lares portugueses e presente em 90% das compras realizadas em espaços físicos, contribuído para o conhecimento profundo do cliente. “As respostas aos clientes têm de ser cada vez mais individualizadas e adaptadas às suas preferências, com campanhas, serviços e produtos específicos”, sustenta. Quanto ao e-commerce, outra das áreas abordadas no World Retail Congress, Luís Reis partilhou os progressos feitos pelas insígnias Sonae, nomeadamente o serviço Click & Go, com a extensão dos pontos de recolha das compras online a um conjunto de espaços Continente, áreas de serviço Galp 18 Trimestral outubro de 2015

Luis Reis, Chief Corporate Center Officer (CCCO) da Sonae

“As empresas que não conseguirem antecipar as necessidades dos consumidores e inovar ao nível do serviço e experiência de compra, mais cedo ou mais tarde vão enfrentar dificuldades”

e estações Fertagus, assim como o investimento na Movvo, uma empresa que desenvolve soluções para análise de fluxos dentro de lojas e centros comerciais. Relativamente às principais conclusões retiradas do encontro, Luís Filipe Reis salienta que as principais tendências encontradas são a emergência do omnicanal e do big data. “É fundamental que o setor do retalho tenha a capacidade de integrar a tecnologia no negócio potenciando também as vendas”, conclui. STORE MAGAZINE


Sustentabilidade

Está em vigor até 2016 o Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica, cuja missão é promover, junto dos agentes económicos e dos consumidores, medidas tendentes a uma maior sustentabilidade. O comércio e os serviços estão na linha da frente desta intervenção, com a APED e a CSP a apoiarem a adoção de algumas das medidas previstas.

Comércio e Serviços no caminho da eficiência energética A APED e a CSP – Confederação dos Serviços de Portugal chamaram a si a responsabilidade de contribuir para as metas de eficiência energética contempladas na estratégia da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e plasmadas, nomeadamente, no Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica (PPEC). Este programa concretiza-se através de um conjunto de medidas promotoras da eficiência energética, destinadas aos consumidores dos diferentes segmentos de mercado – Indústria e Agricultura, Comércio e Serviços e Residencial. E agrupadas em duas categorias – as medidas tangíveis, que se traduzem na instalação de equipamentos com um nível de eficiência superior ao padrão de mercado, conseguindo-se assim reduções de consumo mensuráveis; e as intangíveis, que consistem na disseminação de informação acerca de boas práticas no uso eficiente de energia elétrica, visando promover mudanças de comportamentos. A implementação de umas e outras fica nas mãos de “promotores elegíveis” e é neste âmbito que se inscreve a intervenção da APED e da CSP. São três as medidas empreendidas e apoiadas diretamente pelas duas entidades: duas delas visam a substituição de iluminação por LED, com uma participação financeira do PPEC cerca de 17%, e a outra, financiada em 36%, é aplicável às centrais de frio de edifícios do comércio alimentar. De abrangência nacional, a primeira das medidas promovidas pela APED visa a substituição de iluminação convencional T8 por LED, prevendo a substituição de 38.690 lâmpadas em edifícios e espaços de uso público. Esta medida já se encontra concretizada em cerca de 89%, correspondendo-lhe uma poupança esperada de 5.589 MWh/ano. A segunda medida promovida pela APED, diz respeito aos sistemas de controlo eficientes de STORE MAGAZINE

centrais de frio. Em causa está a substituição de controladores já existentes por outros tecnologicamente mais evoluídos. Deste modo, as centrais ficam equipadas com sistemas de controlo de aspiração e de condensação flutuante adequados às suas necessidades térmicas e às características técnicas da instalação. Também de abrangência nacional, prevê 177 intervenções em edifícios de comércio alimentar com centrais de frio industrial, tendo já sido beneficiadas 92 destas centrais. Em consequência, a poupança de energia esperada ascende a 2.496 MWh/ano. Quanto à candidatura da CSP, enquadra-se igualmente nas medidas tangíveis, uma vez que

contempla a substituição de iluminação convencional de realce por LED. Prevê a substituição de 18.000 projetores com lâmpadas de iodetos metálicos e de 2.400 lâmpadas dicroicas de halogéneo. Cerca de metade desta intervenção está já concluída, equivalendo-lhe uma poupança energética anual na ordem dos 2.804 MWh. Uma vez concluída a adoção destas três medidas, o setor do Comércio e Serviços terá dado um passo na direção de uma maior sustentabilidade dos espaços, com poupanças significativas a nível dos recursos energéticos e financeiros e, ao mesmo tempo, com impacto na mudança de comportamentos dos seus utilizadores, nomeadamente os consumidores. Trimestral outubro de 2015 19


Estratégia

O público universitário é estratégico para a FNAC Um formato de loja mais pequeno, que privilegia publicações especializadas e é dirigido a estudantes universitários. Esta é a FNAC do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, a mais recente aposta da insígnia em Portugal. José Leite, diretor de Desenvolvimento de Novos Formatos e Parcerias da FNAC, explica a nova abordagem ao mercado português.

A unidade do IST é, até agora, o formato mais pequeno da FNAC, e é também a primeira situada num polo universitário. O objetivo? O diretor de Desenvolvimento de Novos Formatos e Parcerias, José Leite, sustenta que o público universitário é um alvo estratégico para a insígnia, daí a escolha daquele campus para a estreia deste modelo de loja. Considerando o plano de expansão e o estudo de mercado rigoroso que foi elaborado, a FNAC constatou que havia margem para evoluir junto do público universitário. “Este é um público importante não só pela boa relação que tem com a marca, como pelo crescimento do consumo de livros técnicos e dos gadgets”, explica José Leite. O IST dá assim o mote para um modelo mais próximo dos estudantes do ensino superior, sendo que a insígnia retribuirá através do apoio e divulgação do trabalho e investigação produzidos no instituto. 20 Trimestral outubro de 2015

Só na primeira semana de vendas, a FNAC do Técnico recebeu 12 mil visitantes. “O dia de abertura, 14 de setembro, foi muitíssimo intenso, pois a população do Instituto Superior Técnico aderiu em massa à promoção comercial de 15% de desconto imediato, em todos os produtos, para os titulares do cartão FNAC”, refere o diretor de Desenvolvimento de Novos Formatos e Parcerias, sem revelar as verbas envolvidas neste lançamento. O “formato inovador” tem apenas 65 metros quadrados e é acessível, não só à comunidade académica, como também ao público em geral. No âmbito da oferta, a FNAC do IST aposta no livro técnico, seleção de revistas, papelaria, acessórios e gadgets tecnológicos, disponibilizando um corner Nespresso, serviço de bilheteira e cartão de fidelização, bem como encomenda de produtos que, estando disponíveis na loja-mãe (Centro Comercial Colombo) e

sendo solicitados até ao meio-dia, podem ser entregues na mesma data do pedido. Outros serviços são o click & collect e o click in store, que dão acesso a mais de um milhão de referências disponíveis no site da FNAC, por parte de alunos, corpo docente e funcionários administrativos da faculdade. “Esta abordagem multicanal está perfeitamente alinhada com a vocação omnicanal do grupo”, reflete José Leite. Quanto à aposta em outros blocos universitários, José Leite avança que “existem já alternativas em estudo, tanto na zona de Lisboa como noutras cidades”. Em curso está “um plano de expansão apoiado maioritariamente em lojas de formato mais pequeno do que as tradicionais”, acrescenta. Foi essa iniciativa que permitiu a entrada em novas localizações, como Setúbal e Faro, assim como a chegada a novos espaços com conceitos próprios, tais como o Oeiras Parque, Amoreiras Shopping Center e Aeroporto de Lisboa. STORE MAGAZINE


José Leite, diretor de Desenvolvimento de Novos Formatos e Parcerias da FNAC

INOVAÇÃO

UMA MARCA, DIFERENTES FORMATOS Oeiras Parque A unidade do Oeiras Parque tem dois andares e características adequadas a um consumidor “mais exigente e ávido de tecnologia”. Destacam-se os terminais de pagamento móveis, cujo sistema foi validado para a FNAC pelo regulador; os tablets ao serviço dos colaboradores para um acesso imediato ao produto; e até auriculares de comunicação interna, com vista a facilitar e reduzir o período de espera dos clientes. Apresenta ainda dois fóruns distintos: o habitual Fórum FNAC, dedicado à componente cultural, e outro dedicado a workshops técnicos, conduzidos por especialistas e prescritores. Inclui um espaço de leitura, inserido num ambiente mais silencioso. Com uma superfície total de 1.900m2, a loja contabiliza 55 colaboradores. Amoreiras Shopping Center, Lisboa A loja no Amoreiras Shopping Center, para além da “criteriosa oferta” de produtos, disponibiliza um ponto de consulta online onde o cliente tem acesso a todo o catálogo FNAC. Um conceito de proximidade que apresenta um formato de loja mais pequeno (450m2 de superfície comercial) apostando numa oferta de novidades editoriais e tecnológicas, portabilidade e acessórios. Aqui sobressaem a modernidade e a sobriedade, oferecendo serviços como a bilheteira de espetáculos, os pedidos de cliente num terminal de pes-

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quisa e encomenda online à disposição para levantamento na loja ou entrega ao domicílio, o cartão FNAC, os seguros de equipamentos e o acesso gratuito à internet via WiFi, em toda a loja. Aeroporto da Portela A primeira FNAC especialmente dedicada aos que viajam de férias ou a negócio situa-se no Aeroporto da Portela, em Lisboa, seguindo o exemplo da casa-mãe francesa, que conta com sete espaços comerciais deste tipo. Com uma superfície comercial de 260m2 e com mais de 1700 referências distribuídas pelas áreas editoriais (literatura e música) e tecnológicas (informática, som, telecomunicações, videojogos e fotografia), a FNAC Aeroporto, localizada na área comercial da zona de embarque, disponibiliza cerca de 500 referências de imprensa nacional e estrangeira, bem como uma secção Kids, inteiramente dedicada aos mais novos. A loja oferece ainda diversos serviços, nomeadamente o Tax-Free, seguros de equipamentos e acesso gratuito à internet através de postos de consulta, bem como uma gama de produtos técnicos que aposta na portabilidade, gadgets e acessórios, e uma oferta de produtos editoriais assente em novidades, best-sellers intemporais, jornais e revistas, cuja finalidade é ir ao encontro das necessidades e expetativas dos viajantes.

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Internacionalização

O retalhista Jerónimo Martins está a iniciar operações numa segunda região da Colômbia, com a expansão das unidades Ara. Ser a loja de proximidade dos colombianos e democratizar o acesso à alimentação de qualidade são os objetivos do grupo. Como? Apostando na inovação e na oferta de produtos de marca própria.

À conquista da proximidade dos colombianos

O grupo Jerónimo Martins continua a crescer e a fortalecer a sua dimensão internacional. E está a fazê-lo no mercado colombiano, através da cadeia Ara, a insígnia de proximidade com espírito, ambiente e sabor colombianos. Em setembro, abriu a loja número 100, uma das sete unidades comerciais inauguradas naquele mês, nas cidades de Barranquilla, Cartagena das Índias e Santa Marta. Este investimento marca, assim, o início de operações numa segunda região da Colômbia – a Costa do Caribe – onde o grupo pretende fechar o ano com cerca de 40 lojas, e criar perto de 500 novos postos de trabalho. Concretiza, desta forma, uma das prioridades estabelecidas para este ano com a expansão para as principais zonas da Costa do Caribe – Atlântico, Bolívar e Magdalena, que são os três mais importantes departamentos dos sete que constituem aquela região. E isto dá-se, segundo a Jerónimo Martins, após a boa recetividade colhida pela Ara no Eixo Cafeteiro e no Vale do Cauca, na Colômbia, onde já conta com 94 lojas e cerca de um milhar de colaboradores. 22 Trimestral outubro de 2015

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Com uma proposta de valor baseada em preços baixos, qualidade da marca própria, fortes promoções e grande implantação nos bairros, a cadeia Ara iniciou atividade em março de 2013, com a inauguração do primeiro centro de distribuição e da loja número um, na cidade de Pereira. Sobre o início de operações numa segunda região da Colômbia, o presidente do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, justifica que “na região da Costa do Caribe vivem mais de 10 milhões de colombianos” e as zonas em que o grupo está a abrir lojas situam-se em departamentos com um crescimento económico superior ao da média do país, apesar de cerca de um terço da população da Costa viver em condições de pobreza. Perante este cenário, Pedro Soares dos Santos explica que o objetivo é “democratizar o acesso à alimentação de qualidade”, através da aposta que o grupo tem vindo a fazer no “desenvolvimento, em conjunto com fornecedores colombianos, de produtos de marca própria com uma relação muito boa entre qualidade e preço”. Segundo o grupo, é prática em todas as geografias em que opera que a maior parte do sortido e dos produtos de marca própria seja produzida localmente. A comprovar esta política, a insígnia adianta que mais de 95 por cento dos produtos comercializados na Colômbia, em 2014, foram comprados a fornecedores locais. Sem revelar qual o investimento canalizado para a expansão das lojas Ara, a Jerónimo Martins assegura, no entanto, que os custos de arranque do projeto não abalaram os resultados da insígnia. É que o lucro subiu 3,2 por cento no primeiro semestre do corrente ano para 150 milhões de euros. Além disso, refere o grupo que, nos primeiros seis meses do ano, os novos negócios Ara, na Colômbia, e Hebe, na Polónia, contribuíram com 103 milhões de euros para as vendas consolidadas, o que representa um acréscimo de 40 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado. Num mercado em que o comércio tradicional é muito forte e a distribuição se apresenta muito concorrencial, a Ara tem apostado no desenvolvimento de promoções inovadoras e atrativas, assim como no reforço da ligação aos bairros, com a aposta em ações e descontos específicos em cada loja. “A Colômbia tem um setor de retalho alimentar dominado por pequenos retalhistas tradicionais, oferecendo interessantes oportunidades de fortalecimento da oferta STORE MAGAZINE

ao consumidor colombiano”, refere a Jerónimo Martins. Perante esta realidade, o grupo português vê potencial na Colômbia para estabelecer uma proposta de valor diferenciadora que contribua para o seu crescimento no médio e longo prazo. E é no reforço desta aposta, e na procura constante de oportunidades de inovação no serviço, no produto e na oferta, que pretende responder ao objetivo de conquistar a confiança e a preferência dos consumidores e tornar a Ara a principal loja de proximidade naquele país da América do Sul.

Pedro Soares dos Santos explica que o objetivo é “democratizar o acesso à alimentação de qualidade”, através da aposta que o grupo tem vindo a fazer no “desenvolvimento, em conjunto com fornecedores colombianos, de produtos de marca própria com uma relação muito boa entre qualidade e preço” OS NÚMEROS DO NEGÓCIO 66 milhões de euros em vendas (em 2014) 1.250 crianças apoiadas no programa “Madres Comunitárias” (em 2014) 940 Kg de alimentos doados à Associação de Bancos de Alimentos da Colômbia (em 2014)

17,5 mil euros reunidos através do arredondamento do valor das compras a favor da Fundação Aldeias Infantis SOS Colômbia (436 crianças apoiadas em 2014)

Mais de 95% dos produtos comprados a fornecedores locais (em 2014) 100 lojas Cerca de 32.000 m2 de área de venda Área média de venda entre os 300

e os 600 m2

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Responsabilidade Social

A responsabilidade social do Continente tem nome próprio A Missão Sorriso deu lugar à Missão Continente, a nova marca umbrella de responsabilidade social da insígnia homónima que compreende todas as ações estratégicas de sustentabilidade e desenvolvimento. Nádia Reis, diretora de Relações Públicas e Ativação, enquadra a necessidade de criação de um projeto agregador.

Nádia Reis, diretora de Relações Públicas e Ativação

As ações de responsabilidade social e ambiental do Continente estão agora agregadas sob uma chancela única: a Missão Continente. Um projeto multidisciplinar, focado na promoção do desenvolvimento sustentável junto de consumidores, produtores, parceiros e comunidades onde a insígnia da Sonae está inserida. E, dada a especificidade dos temas, a intervenção foi 24 Trimestral outubro de 2015

distribuída por três eixos estratégicos: Consciente, Comunidade e Sorriso. Na Missão Continente Consciente, a insígnia assume um compromisso na construção de um futuro sustentável. Como? Através da promoção de comportamentos conscientes do ponto de vista social, económico e ambiental, em áreas como a alimentação saudável, pro-

dução nacional, consumo consciente e sustentabilidade ambiental. Já na Missão Continente Comunidade o foco de atuação está na cidadania participativa e solidária, apostando no envelhecimento ativo, inclusão, combate à fome, pobreza e desperdício alimentar, com a doação de bens alimentares excedentes e mercadorias em bom estado de conservação para uso e consumo dos mais carenciados. Por fim, a Missão Continente Sorriso diz respeito à saúde familiar, centrando-se na natalidade e saúde infantil e contando com apoio local proporcionado por centros de saúde. A propósito da necessidade de criar um projeto agregador, a diretora de Relações Públicas e Ativação do Continente, Nádia Reis, sustenta que havia chegado “o momento de olhar para o trabalho desenvolvido nos últimos 30 anos e perspetivar o futuro com o objetivo de acrescentar valor às famílias portuguesas”. “Mais do que uma obrigação para a Distribuição Moderna, o Continente considera uma responsabilidade a aposta constante nas melhores medidas que possam contribuir para a sustentabilidade STORE MAGAZINE


UMA MISSÃO COM BANDA SONORA Recentemente foi lançado o hino da Missão Continente, interpretado por Tony Carreira. Além do cantor, participam também vários apresentadores da RTP, como Vanessa Oliveira, Tânia Ribas de Oliveira, Serenela Andrade, Júlio Isidro e Jorge Gabriel.

social e ambiental”, defende. Por essa razão, a ação da Missão Continente está concentrada na sensibilização para a urgência do desenvolvimento sustentável, promoção crescente do envolvimento dos cidadãos nas comunidades a que pertencem, fomentando a intervenção em prol do bem comum, e ainda a mobilização para a adoção de boas práticas sociais, ambientais e económicas. E os consumidores? Nádia Reis argumenta que a consciencialização para a importância da responsabilidade social tem sido crescente nos últimos anos por parte dos clientes Continente, o que se espelha nas escolhas que fazem. “Ao recebermos todas as semanas milhares de clientes nas nossas lojas, temos consciência da nossa responsabilidade e do importante papel que podemos desempenhar na sensibilização ambiental e social, chamando à atenção para os principais problemas existentes na sociedade e para o contributo de cada um na construção de um futuro melhor”, completa. A marca de responsabilidade social do Continente possui um Advisory Board próprio, composto por um Conselho Consultivo, órgão geral da Missão Continente, e três Comissões Especializadas em cada um dos pilares de atuação do projeto. Sobre os apoios, Nádia Reis adianta que cada segmento tem entidades de colaboração próprias. Assim, a Comissão Consciente integra a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, a Associação Portuguesa de Nutricionistas, a Confederação dos Agricultores de Portugal, a DECO, a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, o Instituto de Ciências Sociais, a Quercus, o Instituto Superior de Agronomia e o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. Por sua vez, a Comissão Comunidade conta com o apoio do Banco Alimentar Contra a Fome, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, da Cruz Vermelha Portuguesa, da Dariacordar (Movimento Zero Desperdício), da Refood, da Associação Rede de UniversiSTORE MAGAZINE

dades da Terceira Idade e da União das Misericórdias Portuguesas. Finalmente, a Comissão Sorriso é formada pela Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar, Direção-Geral de Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Médicos e Sociedade Portuguesa de Pediatria. Quanto a parceiros institucionais, a diretora de Relações Públicas e Ativação do Continente enumera os ministérios do Ambiente, da Agricultura e do Mar, Economia, Educação, Solidariedade, Emprego e Segurança Social e Saúde.

“Mais do que uma obrigação para a Distribuição Moderna, o Continente considera uma responsabilidade a aposta constante nas melhores medidas que possam contribuir para a sustentabilidade social e ambiental”

OS NÚMEROS DA MISSÃO SOCIAL Nos últimos 12 anos, através da Missão Sorriso, foram doados 12 milhões de euros e 2.100 equipamentos a mais de 200 instituições do país, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores.

• 2013: 576 instituições / 5 milhões de euros em produtos alimentares • 2014: 579 instituições / 4,7 milhões de euros em produtos alimentares • 2015 (primeiro semestre): 635 instituições / 747 mil refeições

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Emprego

Jerónimo Martins contribui para integração de jovens migrantes Capacitar jovens migrantes para o acesso ao mercado de trabalho. É este o objetivo do programa “Capacitação 4 Job”, um projeto do Serviço Jesuíta aos Refugiados a que o grupo Jerónimo Martins se associou. Dar uma experiência profissional através da formação em contexto real de trabalho é o papel do retalhista.

Alguns migrantes integram a equipa da Cozinha Central de Odivelas do Pingo Doce

Foi a convite do Serviço Jesuíta aos Refugiados que o grupo Jerónimo Martins se associou ao projeto “Capacitação 4 Job”, com o objetivo de formar 45 jovens migrantes. Uma iniciativa que se enquadra no Programa Cidadania Ativa, da Fundação Calouste Gulbenkian, e que conta também com o apoio do Agrupamento de Escolas Pintor Almada Negreiros, em Lisboa. “Consciente da sua responsabilidade enquanto grande empregador, o grupo tem vindo a estabelecer um conjunto de parcerias com entidades públicas responsáveis pela área do emprego, instituições e organizações não-governamentais, com vista a responder a solicitações destas entidades 26 Trimestral outubro de 2015

para a criação de oportunidades de formação em contexto real de trabalho, com especial enfoque no caso de grupos mais vulneráveis ao nível da empregabilidade”, afirma Susana Correia de Campos, Head of Employee Relations da Jerónimo Martins. Com a duração de 18 meses, trata-se de um programa integrado de ações de capacitação com vista a integrar os formandos no mercado de trabalho, e que inclui atividades no domínio da valorização pessoal para a empregabilidade, nomeadamente, soft skills ou aquisição de competências transversais. Os 45 jovens, com idades entre os 18 e os 30 anos, divididos em três turmas, têm ainda a

O projeto “Capacitação 4 Job” insere-se na estratégia da Jerónimo Martins de promoção da inclusão social de grupos vulneráveis no acesso ao mercado de trabalho

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oportunidade de frequentar estágios e ações de voluntariado a que está associado o desenvolvimento de competências pessoais, sociais, relacionais e profissionais, fomentando a participação cívica e integração na comunidade. Esta formação, explica a Head of Employee Relations, tem também como objetivo, além da aprendizagem técnica, o desenvolvimento de competências de socialização que lhes serão úteis ao longo da vida profissional. “Muitos destes formandos nunca trabalharam com rotinas, tarefas, horários, chefias ou equipas, o que exige uma aprendizagem muito grande. Nesse sentido, com grande envolvimento, empenho e dedicação dos nossos tutores (colaboradores do grupo Jerónimo Martins), os jovens são acompanhados de perto, com o objetivo de se desenvolverem a vários níveis, sendo avaliados periodicamente”. O projeto “Capacitação 4 Job” insere-se, assim, na estratégia da Jerónimo Martins de promoção da inclusão social de grupos vulneráveis no acesso ao mercado de trabalho. E, segundo Susana Correia de Campos, como a empresa tem já alguma experiência de cooperação desta natureza com várias instituições, como a Casa Pia, Aldeias SOS ou ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, estavam reunidas as condições para acolher e acrescentar valor a este projeto de integração. Além disso, o grupo acredita que a associação a iniciativas de responsabilidade social traz diversidade de experiências e culturas, enriquecendo a dinâmica das organizações. Por outro lado, o grupo verifica que estas pessoas com histórias de vida difíceis agarram geralmente as oportunidades profissionais com empenho e responsabilidade, sendo colaboradores com um bom desempenho e motivação. Ao associar-se a este projeto a empresa permite que estes jovens tenham uma primeira experiência profissional através de formação em contexto real de trabalho. É que o programa compreende formação prática em diversas STORE MAGAZINE

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Emprego

O grupo verifica que estas pessoas com histórias de vida difíceis agarram geralmente as oportunidades profissionais com empenho e responsabilidade, sendo colaboradores com um bom desempenho e motivação

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áreas do grupo, nomeadamente, em lojas “escola” Pingo Doce situadas na Grande Lisboa e na Cozinha Central de Odivelas. A integração no mercado de trabalho é, assim, o objetivo final deste projeto, embora – afirma Susana Correia de Campos – nem todas as pessoas cheguem a esta fase. Para que essa meta seja alcançada, é preciso que exista uma adequação do formando à função e que tenha adquirido as competências técnicas e comportamentais necessárias. “Temos também casos de pessoas que, durante o projeto, descobrem outro talento e decidem investir noutra área, ou que, por diversos motivos, desistem do programa”. Mas é, ainda, necessário que existam necessidades de contratação o que, segundo o grupo, é tido em linha de conta na escolha dos locais de formação. Até à data, tendo concluído o processo apenas uma turma de 15 pessoas,

foram contratadas seis para as lojas do grupo e para a Cozinha Central de Odivelas, sendo que a segunda turma terminará a formação em breve. A acontecer, a contratação ocorre por um período inicial de seis meses, que pode vir a ser renovado, dependendo da avaliação do desempenho dos jovens formandos. Sublinha a Head of Employee Relations do grupo, que, independentemente deste projeto e dos seus objetivos o Serviço Jesuíta aos Refugiados continua a apoiar as pessoas com vista à sua integração plena na sociedade e designadamente, no mercado de trabalho, o que beneficia aqueles que não são contratados. E, mantendo-se atenta às necessidades das comunidades envolventes das operações do grupo, a Jerónimo Martins diz estar a desenvolver outros projetos com instituições e organizações no sentido de apoiar populações vulneráveis num maior acesso ao mercado de trabalho. STORE MAGAZINE



Agroalimentar

Exportação é “palavra de ordem” na Alimentaria & Horexpo A Feira Internacional de Lisboa (FIL) volta a receber a Alimentaria & Horexpo, um dos mais importantes certames europeus do setor agroalimentar e uma plataforma de acesso a 250 milhões de consumidores lusófonos. Fátima Vila Maior, diretora da Área de Feiras da FIL, explica o foco internacional, objetivos e oportunidades do evento, que terá um investimento superior a 900 mil euros e decorre de 22 a 24 de novembro. A exportação é a palavra de ordem para a edição de 2015 da Alimentaria & Horexpo Lisboa. Quem o afirma é Fátima Vila Maior, diretora da Área de Feiras da FIL, acrescentando que há um reforço da vertente internacional do encontro, “que já se sedimentou enquanto uma das mais importantes feiras do setor da alimentação no ranking europeu”, permitindo o acesso, por parte de compradores estrangeiros, a 250 milhões de consumidores lusófonos. O modelo do evento, a decorrer de 22 a 24 de novembro na FIL e cujo investimento global ronda os 900 mil euros, congrega três salões, potenciando sinergias entre as três áreas-chave: Alimentação, Hotelaria e Tecnologia para a Indústria Alimentar. Ainda que a finalidade seja a exportação da produção portuguesa, é igualmente um objetivo da Alimentaria & Horexpo conseguir a participação do maior número possível de empresas nacionais. Porquê? “Quanto maior foi a excelência e mais variada for a oferta de produtos e equipamentos nacionais, maior será a capacidade de atrair e trazer à feira compradores internacionais”, justifica Fátima Vila Maior. Porém, também o consumidor assume um papel central na estratégia do evento, sendo por isso o protagonista do Alimentaria Ex-

perience, um evento dedicado à experimentação e degustação de produtos gastronómicos e que surge como resposta à necessidade de envolver as marcas com o consumidor final, bem como para promover a interação deste com os produtores. “É importante ter esta interatividade entre as marcas e o consumidor final. Atualmente tudo passa pela experimenta-

ção e o Alimentaria Experience vai ao encontro do público e da sua necessidade de ver, saber, provar e comprar”, salienta a profissional. Uma outra novidade é a complementaridade entre a Alimentaria & Horexpo e o Portugal Agro, reunindo todo o processo agroalimentar nos salões da Feira Internacional de Lisboa. Para a FIL, as feiras setoriais constituem fer-

Fátima Vila Maior, diretora da Área de Feiras da FIL 30 Trimestral outubro de 2015

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Para 2015, uma das metas é “conseguir a participação do maior número de empresas produtoras nacionais na feira”: “Quanto maior for a excelência e mais variada for a oferta de produtos e equipamentos nacionais, maior será a capacidade de atrair e trazer à feira compradores internacionais” ramentas fundamentais para alavancar negócios, dentro e fora de fronteiras, até porque, “em tempos de recessão, onde os investimentos estão limitados, ter a possibilidade de conhecer novos mercados e novos compradores sem sair de ‘casa’ é uma ótima forma de fazer mais com menos”, explica Fátima Vila Maior. A organização conjunta da Alimentaria & Horexpo e do Portugal Agro constitui, assim, uma vantagem para expositores e visitantes, dado que estes podem acompanhar todo o processo, desde a produção na terra à indústria processadora e tecnologias associadas. As associações e entidades do setor agroalimentar que apoiam a Alimentaria & Horexpo são as protagonistas na ligação entre expositores e entidades estrangeiras. Como? Através dos agentes promotores, que comunicam as empresas e indústrias nacionais junto de potenciais compradores e fornecem conhecimentos que podem ser determinantes “na estratégia de aproximação aos mercados externos e na definição de compradores internacionais a convidar”, conclui a diretora da Área de Feiras da FIL. Neste âmbito, pe-

ANTEVISÃO • 800 empresas expositoras

(70% nacionais e 30% internacionais);

• 30.000 visitantes profissionais; • 2.000 compradores estrangeiros

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sou a criação do programa Hosted Buyers, apoiado pela Portugal Foods, e que tem a missão de agilizar o contacto entre a organização e as empresas estrangeiras com interesse de participação na Alimentaria & Horexpo Lisboa. A lista de agentes promotores inclui a FIPA, Portugal Foods, Portugal Fresh, Viniportugal, Agrocluster do Ribatejo, Inovcluster, Inovisa, AHRESP e ADHP, entre outros, cuja responsabilidade é também acelerar a internacionalização e dinamizar as exportações das empresas portuguesas. E que nacionalidades vão estar representadas na Alimentaria & Horexpo Lisboa? Fátima Vila Maior refere que as contratações ainda estão a decorrer, todavia foram já confirmadas as presenças de entidades provenientes da Bélgica, Coreia do Sul, França, Alemanha, Espanha, Itália, Bulgária e Grécia. “É com orgulho que vemos as empresas internacionais a participarem na A&H Lisboa, procurando não só alvejar o mercado português, mas também, e com um foco cada vez mais acentuado, os países de Língua Oficial Portuguesa”, afirma a diretora da Área de Feiras da FIL.

Este é um acontecimento de peso no calendário, dado que é relevante para mostrar o melhor da produção portuguesa, atrair interesse estrangeiro e fornecer ferramentas que alavanquem negócios, aumentem o volume de vendas e, consequentemente, dinamizem a economia

HOSTED BUYERS: ATRAIRCOMPRADORES O programa de Hosted Buyers é exclusivo para compradores estrangeiros, beneficiando da colaboração ativa das entidades parceiras do salão e das empresas exportadoras, que já possuem uma posição destacada em mercados externos e podem partilhar know-how e experiência. A plataforma permite o pré-agendamento de reuniões, via software eletrónico, entre os compradores convidados e as exportadoras expositoras na Alimentaria & Horexpo. Entre os objetivos do Hosted Buyers destacam-se o acesso à oferta de produtos portugueses, contacto com bens de outros países, networking com profissionais do setor e participação num espaço exclusivo a visitantes internacionais, para apresentações e degustações. Com o intuito de reforçar a vinda de compradores estratégicos provenientes tanto de mercados consolidados, como emergentes, foi estabelecida uma parceria com a Portugal Foods, entidade que ficará responsável pela seleção final dos candidatos. Para os negócios portugueses, a vantagem está no acréscimo e diversificação de clientes estrangeiros e consequentemente, no aumento das vendas para o exterior. O investimento total feito no programa situa-se nos 100 mil euros e, no início de setembro, já tinha sido contabilizada quase meia centena de inscrições.

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Imobiliário

Parque de centros comerciais tem de se renovar

© Ramon de Melo

Renovar, ampliar e aumentar a atratividade dos centros comerciais é a prioridade da Immochan. Quem o diz é Mário Costa, diretor-geral da imobiliária do grupo retalhista Auchan, que defende que, em Portugal, há margem para crescer, mas mais em qualidade do que em quantidade.

“Ainda há espaço para crescer” em Portugal. A convicção é de Mário Costa, diretor-geral da Immochan Portugal, para quem o crescimento do setor imobiliário se deve realizar mais ao nível qualitativo do que quantitativo. “O parque de centros comerciais tem que se renovar, pois já começa a ter alguma idade”. E é isso que a Immochan tem vindo a fazer. Depois da renovação da Galeria Comercial Jumbo de Setúbal, agora sob a marca Alegro, o grupo prepara-se para inaugurar, em 2016, o projeto de Fama32 Trimestral outubro de 2015

licão, que, após a intervenção de ampliação e remodelação em 2011, está, novamente, a sofrer alterações. “Sendo uma extensão da galeria já existente, vai integrar uma área mais urbana do tipo comércio de rua, com spa, piscina e ginásio, bem como comércio especializado”, explica o diretor-geral. A prioridade da imobiliária do grupo retalhista Auchan está, assim, na valorização do património que detém, renovando, ampliando e aumentando a sua atratividade. É o caso do novo

Alegro Setúbal, onde o desporto, o fitness, a aventura, o entretenimento infantil, a saúde, o lazer e os espetáculos encontram áreas privilegiadas, complementadas pelo posicionamento de marketing da Immochan, que tem um pilar assente na cultura. “No caso do Alegro Setúbal, estamos a testar todos estes conceitos para fidelizar os clientes da cidade e captar os clientes de uma zona de influência mais vasta”, aponta Mário Costa. Além da necessidade de renovação do setor, é STORE MAGAZINE


“O crescimento vai acontecer preferencialmente na vertente do ‘melhor’ e não tanto do ‘mais’. Só desta forma Portugal poderá continuar a liderar, no mercado europeu, com um produto de qualidade”

preciso considerar as exigências em termos de sustentabilidade, de eficiência energética e ambientais, e que – diz Mário Costa – vão obrigar a repensar e a reinvestir nos edifícios atuais. “O crescimento vai acontecer preferencialmente na vertente do ‘melhor’ e não tanto do ‘mais’. Só desta forma Portugal poderá continuar a liderar, no mercado europeu, com um produto de qualidade”, afirma. Uma afirmação que só pode ser feita porque a Immochan está presente em Portugal desde 2005. E, nessa data, refere o diretor-geral, o mercado português de centros comerciais detinha já uma experiência e maturidade ao nível dos mais altos da Europa. Um contexto que criou no grupo um nível de exigência e preocupação que ainda não tinha enfrentado noutros países onde estava presente, e onde o conceito de centro comercial era muito menos evoluído do que em Portugal. Exemplo dessas diferenças foi a necessidade que o grupo teve de criar uma marca para os centros comerciais. E assim nasceu a marca Alegro, que hoje ganha forma no Alegro Alfragide, Alegro Castelo Branco e Alegro Setúbal. STORE MAGAZINE

À CONQUISTA DA CHINA Store Magazine | Assiste-se ao declínio na construção de centros comerciais na Europa. Como contornar esta tendência? Mário Costa | Sim, na Europa ocidental. A Europa central tem muitos projetos em pipeline. Uma vez mais esse crescimento dependerá muito da estabilidade política e do crescimento económico desses países. No caso da Immochan, que detém atualmente 374 centros comerciais, essa questão está a ser equilibrada com uma expansão fortíssima na Ásia, mais concretamente em Taiwan e na China, onde temos já mais de 300 colaboradores. Store Magazine | A Immochan está presente em 12 países. Qual o mercado com mais peso? MC | Ainda é a França, sendo que em 2016 China irá tornar-se o mercado com mais peso.

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Imobiliário

“Sendo a Immochan historicamente uma empresa do imobiliário comercial, pretendemos alargar o nosso leque de projetos com parceiros experientes nestes e noutros tipos de valências imobiliárias”

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A imobiliária da Auchan continua a investir em Portugal. Prova disso são os quatro projetos em que está a trabalhar, mas que a empresa ainda não adianta, mencionando apenas o de Famalicão. Para o investimento em novos espaços comerciais, a localização é determinante, tendo sido, segundo Mário Costa, um dos fatores que orientou a estratégia de investimento por parte da Immochan nos locais onde está presente. Mas outros critérios como a oferta existente e o potencial comercial disponível na região a investir definem a dimensão e o conceito comercial do projeto. Além disso, a existência de um hipermercado do grupo Auchan é uma condição-chave. No entanto, a Immochan, que, historicamente, se apresenta como uma empresa que investe em centros comerciais com capitais próprios do grupo, está a mudar de estratégia. Explica o diretor-geral que, desde 2012, a carteira de grandes projetos cresceu exponencialmente

a par da entrada em novos mercados, e para responder a este ritmo de crescimento os capitais próprios não eram suficientes.“Alterámos a estratégia permitindo a entrada de capital externo nos nossos ativos atuais e estabelecendo parcerias para os novos projetos, sendo que nos mantemos coproprietários, participando no Asset Management e fazendo o Property Management”. Foi o que aconteceu no Alegro de Alfragide, com venda de metade do capital a um investidor estrangeiro, passo que já está a ser equacionado no Alegro Setúbal, onde também poderá entrar capital externo após o primeiro ano de exploração. Mas a Immochan também se dedica à gestão de galerias comerciais, como é o caso do Jumbo de Alverca, Maia, Famalicão, Cascais, Canidelo, e Santo Tirso, e que, segundo o diretor, exigem uma atenção diferente, essencialmente ao nível do mix comercial. “Uma galeria comercial deve estar mais orientada para os serviços

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e, por se destinar a uma visita mais curta, não detém grandes áreas destinadas a permanecer durante algumas horas, como food court e praças para animações e espetáculos”, explica. No que diz respeito à oferta comercial, a aposta também difere, sendo que a moda é essencialmente composta por marcas nacionais. Já o layout da galeria estende-se habitualmente num único piso e o fluxo de clientes é maioritariamente o da cadeia alimentar, isto é, o Jumbo. Em termos estratégicos, diz o diretor-geral que a Immochan pretende continuar a investir e a promover projetos integrados, em que o comércio seja uma das valências a par de outras que façam sentido nesse local: desportivas, residenciais, culturais ou parque de negócios. “Sendo a Immochan historicamente uma empresa do imobiliário comercial, pretendemos alargar o nosso leque de projetos com parceiros experientes nestes e noutros tipos de valências imobiliárias”.

OS NÚMEROS DA IMMOCHAN 3 centros comerciais - Alegro Alfragide, Alegro Castelo Branco e Alegro Setúbal

6 galerias comerciais - Jumbo de Alverca, Jumbo da Maia, Jumbo

de Famalicão, Jumbo de Cascais, Jumbo Pão de Açúcar de Canidelo, Jumbo Pão de Açúcar de Santo Tirso Em Portugal, gere 43 315 m2 em centros e galerias comerciais

de Área Bruta Locável com 374 lojas

Presente em 12 países, onde gere 328 centros comerciais ABL total de mais de 1,7

milhões de m2


Consumo

Bebidas vegetais ganham adesão dos consumidores Numa altura em que o consumo de leite está a diminuir e os produtores se confrontam com o excesso de produção, as bebidas vegetais, comumente designadas “leites”, estão a conquistar cada vez mais adeptos. A variedade de produtos é cada vez maior e as cadeias da distribuição também estão a dar o seu contributo, ao criar marcas próprias.

Bebidas de soja, de arroz, de aveia, de coco ou de amêndoa. Estas são algumas das alternativas, de origem vegetal, que têm ganho, nos últimos anos, a preferência de muitos consumidores em substituição do leite. Embora muito longe da dimensão do mercado de lacticínios, o consumo deste tipo de bebidas está a crescer a dois dígitos, à medida que o leite cai 7%. Estas bebidas, comumente designadas como “leites”, são de origem vegetal e produzidas através da adição de água a vegetais triturados. Nos últimos anos, têm-se posicionado como tal – leites – colocando-se no corredor a eles dedicado, e deslocando para si parte dos seus consumidores. Não obstante serem mais caras que o leite de vaca, o apelo a uma vida saudável, a que estas bebidas se associam, tem-lhes garantido cada vez mais adeptos. 36 Trimestral outubro de 2015

Entre este tipo de bebidas, as de soja têm sido as mais procuradas pelos portugueses. Dados da Nielsen indicam que entre 11 de agosto de 2014 e 9 de agosto deste ano venderam-se 18,8 milhões de litros de bebidas de soja, o que corresponde a um aumento de 19% face ao período homólogo. No ano anterior, de 12 de agosto de 2013 e 10 de agosto de 2014, já se tinha registado um crescimento de 8% das vendas. Se inicialmente estes produtos eram vistos como um nicho, consumidos por quem tinha uma alergia ou intolerância alimentar, hoje são comprados por qualquer pessoa, sobretudo por quem quer comer um pequeno-almoço saudável. Também a recente profusão de estudos sobre as desvantagens do leite na dieta diária tem desempenhado um papel importante para esta mudança de tendência.

Com esta alteração no mercado, além das marcas da distribuição, também as cadeias de distribuição estão a criar as suas marcas próprias, como forma de explorar esta área. Embora a queda do consumo do leite seja considerável, face a um aumento ainda mais substancial das bebidas vegetais, a dimensão dos dois mercados é muito diferente: enquanto o primeiro é de 489 milhões de litros, o segundo é de 18,8 milhões. Portugal é o 16.º produtor de leite na União Europeia (UE), com 1,2%, numa lista liderada pela Alemanha (19,7%), França (15,9%), Reino Unido e Polónia (8% cada), indica o Eurostat. Se, por um lado, o consumo de leite e demais produtos lácteos está a diminuir, por outro, os produtores têm-se confrontado com excesso de produção e queda acentuada dos preços. De acordo com o observatório europeu do mercado do leite, o preço do leite cru caiu, em junho, 20% na União Europeia (UE) e 16% em Portugal, face ao mesmo mês de 2014. Observou-se uma quebra de 1,8% face a maio último e de 9% em relação à média dos últimos cinco anos. Para fazer face às dificuldades vividas no setor, Portugal quer, juntamente com outros países da União Europeia, que Bruxelas aumente o preço de intervenção (ajudas públicas) no mercado. A Comissão Europeia anunciou um apoio de 500 milhões de euros, mas o sector considera o valor insuficiente. Aos produtores portugueses cabe um valor de 4,8 milhões de euros, ou seja, 1,14% do total que o sector europeu irá receber adicionalmente. Os maiores produtores de leite são igualmente os maiores recetores do apoio extraordinário, nomeadamente a Alemanha (69,2 milhões de euros), a França (62,9 milhões de euros), e o Reino Unido (36,1 milhões de euros). Seguese a Polónia, com 28,9 milhões de euros, e a Espanha, com 25,5 milhões de euros. STORE MAGAZINE


Portugal precisa de uma estratégia para o setor do leite Mobilizar os portugueses para a importância de aumentar o consumo de laticínios nacionais é um desígnio que une os vários representantes da cadeia, desde os produtores de leite à distribuição. A APED defende mesmo que o País carece de uma estratégia de promoção das qualidades do leite.

O fim das quotas leiteiras na União Europeia veio tornar mais visível a realidade dos produtores de leite nacionais, que há muito lutavam contra uma progressiva queda nos preços, a par de uma diminuição do consumo de produtos lácteos. E que, mais recentemente, enfrentavam as consequências no embargo à Rússia e os obstáculos à importação de bens levantados por Angola. Dois movimentos – um nacional e outro internacional – que, conjugados, debilitam a situação económica do setor. Neste contexto, a APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal já veio a público disponibilizar-se para abrir as explorações dos associados e, demonstrar de forma transparente, todos os procedimentos, nomeadamente os de segurança e bem-estar animal. A associação pronunciou-se igualmente a favor de todas as iniciativas que visem o esclarecimento dos consumidores sobre as qualidades reconhecidas do leite, tendo em vista desfazer “os mitos e dúvidas infundadas” que têm recaído sobre o leite enquanto alimento, contribuindo para a contração do consumo. A APROLEP defende mesmo a adoção do rótulo de “Produto lácteo sustentável”, que garanta ao consumidor a origem nacional do produto e que garanta ao produtor um preço que lhe permita manter-se em atividade, bem como a todos os que trabalham na fileira. Em simultâneo, apelou à distribuição para que colabore neste movimento de sensibilização para que o consumidor compre o que é nacional. E exortou a indústria de lacticínios a apostar em produtos de valor acrescentado, na inovação, no marketing, na partilha de resultados e comunicação com os produtores, na conquista de novos mercados e na fidelização dos consumidores nacionais, dando maior visibilidade ao símbolo PT ou outro equivalente, que identifique a origem dos produtos. Por sua vez, a APED entende que cabe ao setor como um STORE MAGAZINE

todo e ao país “encontrarem oportunidades de mercado, de diferenciação e de crescimento que permitam marcar a diferença à escala global”, sem esquecer as alterações de comportamento dos consumidores que exigem respostas da fileira, nomeadamente quanto a diversificação de portefólio de produtos de leite e seus derivados. “O crescimento do setor através da promoção do leite e de produtos lácteos de valor acrescentado passa, indiscutivelmente, pela emergência do desenvolvimento de uma estratégia nacional para encarar de forma pró ativa e positiva o período pós desmantelamento das quotas leiteiras”, sustenta a APED, lançando

um conjunto de soluções conducentes à dinamização do setor: a promoção no mercado externo e o investimento em acordos bilaterais de comércio com mercados emergentes, o investimento na `marca Portugal`, e a criação de uma organização interprofissional de natureza nacional como ferramenta de auto regulação entre os diferentes elos da cadeia de valor. São propostas, diz a associação, que constituem uma oportunidade para o desenvolvimento de toda a cadeia de valor dos lacticínios. E para a revitalização de um setor que tem um peso indiscutível na economia nacional, dado que, em 2013, representou 11,3% da produção agrícola nacional. Trimestral outubro de 2015 37


Produção

Prémio Intermarché distingue produção nacional Azevagro, Segredos da Floresta, PROMERT, Aromáticas Vivas, COCEBA - Cooperativa Agropecuária de Celorico da Beira e Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima. Foram estes os vencedores da segunda edição do Prémio Intermarché Produção Nacional. O mesmo é dizer: as empresas que melhor combinaram as vertentes de inovação, sustentabilidade e respeito pelas origens na área da produção nacional.

Os vencedores, ladeados pelo CEO do Intermarché Portugal, Vasco Simões (à esquerda) e pelo administrador do grupo Mathieu Descombes

Premiar o que de melhor se faz na agricultura em Portugal. É esse o propósito do Prémio Intermarché Produção Nacional, que teve este ano a segunda edição. Os vencedores foram conhecidos a 23 de setembro e distribuídos por seis categorias. Azevagro (frutas e preparados de fruta), Segredos da Floresta (legumes e preparados de legumes), PROMERT - Agrupamento de Produtores de Bovinos Mertolengos (carnes e preparados de carne), Aromáticas Vivas (produtos biológicos), COCEBA - Cooperativa Agropecuária de Celorico da Beira (produtos processados - queijos) e Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima (produtos 38 Trimestral outubro de 2015

processados - vinhos) foram as empresas cujos projetos, no entender do júri, melhor combinaram as vertentes de inovação, sustentabilidade e respeito pelas origens. Tal como no ano passado, é assegurado aos vencedores o escoamento dos produtos durante um ano, com a margem repartida entre o produtor e o Intermarché. Além disso, será também garantida a visibilidade dos seus produtos em diversos meios, incluindo em loja. Este ano, para além dos troféus aos melhores projetos, o júri decidiu atribuir duas menções honrosas àqueles que, não tendo sido premiados, se destacaram pela sua qualidade e

potencial: a Sudoberry (frutas e preparados de fruta) e a Henrique Sanches Manso (Ervas da Zoé - produtos biológicos). A segunda edição do prémio trouxe várias novidades. Entre elas destacam-se o alargamento dos parceiros, com a entrada da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, e das categorias, que passam a incluir produtos biológicos e novas subcategorias de produtos processados. Nesta edição houve um aumento de mais de 50% no número de candidaturas recebidas. Um sucesso que motiva a continuação da iniciativa, com novo prémio já previsto para o próximo ano. STORE MAGAZINE


“Para nos tornarmos mais competitivos precisamos não só de aumentar a capacidade de inovação, como também de gerar e transferir conhecimento, de melhorar o nível de organização e de prestar o devido aconselhamento e acompanhamento junto dos produtores agrícolas” A cerimónia de divulgação dos vencedores teve lugar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O anúncio dos melhores projetos foi precedido pelo debate “Inovar e Investir: os novos caminhos da agricultura nacional”, que contou com a participação da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, da presidente do Instituto Superior de Agronomia, Amarilis de Varennes, do presidente da EDIA, José Pedro Salema, da diretora-geral da APED, Ana Isabel Trigo Morais, e de João Pereira da Silva, administrador da Cooperfrutas.

PRÉMIO HOMENAGEIA TODOS AQUELES QUE NUNCA DESISTIRAM DA AGRICULTURA Store | Que balanço faz da segunda edição do Prémio Intermarché de Produção Nacional? Mathieu Descoubes | O balanço é extremamente positivo e o sucesso do Prémio Intermarché Produção Nacional pode medir-se não só pelo envolvimento dos nossos parceiros, como também pelo contributo excecional que os produtores nacionais deram a uma iniciativa na qual efetivamente acreditam. Foram muitos os projetos agrícolas fantásticos, de pessoas extraordinárias, que tivemos oportunidade de conhecer e dar a conhecer. Em dois anos, o Prémio Intermarché Produção Nacional recebeu mais de seis dezenas de candidaturas, um número que é demonstrativo da importância e do contributo que este projeto pode representar para os produtores e para o sector primário. Ao alargarmos a categoria de produtos representados demos também a oportunidade de crescimento a outros produtores. Os produtos biológicos, por exemplo, representaram mais de 17% das candidaturas recebidas, o que é também demonstrativo de uma certa lógica sustentável que a agricultura nacional atravessa atualmente. São todos estes produtores que nos dão motivação para continuarmos a trabalhar em prol da agricultura nacional. Store | Qual a importância da inovação na área da produção? MD | É verdade que o sector agrícola está hoje mais desenvolvido e mais capacitado tecnologicamente. Mas não chega. O sector

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é grande e complexo e há ainda um longo caminho a percorrer. No Intermarché, temos vindo a participar ativamente nesta agenda estratégica, dando aos produtores nacionais as oportunidades certas para crescerem e continuarem a dar um impulso notável ao sector e ao país. Naturalmente que a inovação é um elemento indispensável para tornar a nossa agricultura mais sustentável e competitiva. Aliás, para nos tornarmos mais competitivos precisamos não só de aumentar a capacidade de inovação, como também de gerar e transferir conhecimento, de melhorar o nível de organização e de prestar o devido aconselhamento e acompanhamento junto dos produtores agrícolas. Devemos isso a um sector que tanto dá ao nosso país e às nossas gentes e no qual depositamos tanta esperança no futuro Store | Quais os objetivos do Intermarché ao desenvolver esta iniciativa? MD | O Prémio Intermarché Produção Nacional é um projeto que valoriza e promove a produção nacional e sensibiliza a sociedade civil para a importância do sector primário português. O prémio honra o nosso compromisso de apoiar os produtores e a produção nacional e de contribuir significativamente para um sector de inegável peso para a economia do país. Mas é também uma homenagem a todos aqueles que nunca desistiram da agricultura e dos que fazem diariamente da vontade de trabalhar a terra um caminho para contrariar a tendência do desemprego, da recessão e da escassez de alternativas.

Mathieu Descoubes, administrador do Intermarché

Acreditamos que, ao apoiarmos os produtores e a produção nacional através deste e de outros programas, estamos também a contribuir significativamente para o desenvolvimento regional e a impulsionar o movimento em prol da recuperação do país, tão intimamente relacionada com as empresas a operar no sector primário. O Prémio Intermarché Produção Nacional é também um garante de distribuição, de escoamento de produtos, de acompanhamento técnico junto dos produtores. É isso que, no essencial, diferencia este de outros projetos.

Trimestral outubro de 2015 39


Internacional

Amazon entra no negócio dos frescos na Europa A multinacional de comércio eletrónico Amazon está a alargar a sua gama de serviços na Europa e a porta de entrada é o Reino Unido, com o lançamento da AmazonFresh, de entrega de produtos alimentares e frescos. Um serviço que poderá mudar o mercado de supermercados online, com entregas mais rápidas, novas recompensas em termos de fidelização e concentração de serviços.

A AmazonFresh – o gigante da distribuição de produtos alimentares online, nomeadamente frescos, no próprio dia – começou em 2007, na zona de Seattle, de onde a empresa é originária. Em 2013, expandiu-se para Los Angeles e Orange County e, em 2014, para San Diego. Hoje, está também disponível para os habitantes de São Francisco, Nova Iorque e Filadélfia. A empresa enfrenta agora um novo desafio, com a entrada no Reino Unido. O serviço está em fase experimental. Birmingham foi a cidade escolhida para as primeiras entregas, em setembro, de uma seleção de 50 produtos. Em outubro, começou a distribuição dos mesmos itens em Londres. Assim, água, leite, café, pizza, gelado e panados de peixe são alguns dos produtos que os ingleses podem receber até uma hora depois da encomenda online. Espera-se que o serviço completo seja lançado na primavera do próximo ano, mas não a nível nacional. É que se prevê que seja seguido o modelo norte-americano de existência apenas em áreas urbanas densamente povoadas. O serviço funciona como uma unidade separada da Amazon, com uma frota de camiões de distribuição refrigerados. Nos Estados Unidos, a Amazon cobra 99 dólares (87 euros) por uma

O retalho online de produtos de supermercado vale, no Reino Unido, cerca de nove mil milhões de libras, prevendo-se que cresça para 17 mil milhões de libras nos próximos cinco anos. Há, assim, mercado para a entrada de novos operadores 40 Trimestral outubro de 2015

subscrição anual, com um custo adicional de 200 dólares (177 euros) por ano para as entregas aos clientes da AmazonFresh. No Reino Unido, as entregas até uma hora estão disponíveis para clientes que pagam uma taxa anual de 79 libras (107 euros) e 6,99 libras (9,5 euros) adicionais por cada encomenda. Além disso, as encomendas têm um gasto mínimo de 20 libras (27 euros), um fator que pode dissuadir a sua utilização. O retalho online de produtos de supermercado vale, no Reino Unido, cerca de nove mil milhões de libras, prevendo-se que cresça para 17 mil milhões de libras nos próximos cinco anos. Há, assim, mercado para a entrada de novos operadores.

A Amazon é reconhecida pela experiência online, inovação e serviço ao cliente, mas no negócio dos frescos ainda tem que convencer os consumidores britânicos. Segundo a IGD, menos de um quarto (24%) dos clientes do serviço de produtos alimentares da Amazon no Reino Unido conhece a gama completa de alimentos e produtos de supermercado disponível na Amazon UK, mas mais de um terço (35%) diz que consideraria comprar alimentos frescos se o serviço estivesse disponível. Se a versão britânica da AmazonFresh se basear no modelo norte-americano, então, os compradores poderão vir a contar com inovações como entregas no próprio dia e entregas à porta ao amanhecer. STORE MAGAZINE


Além disso, no caso de o Amazon Dash (botão que se conecta por Wi-Fi à aplicação móvel da Amazon no smartphone e permite com um único toque fazer as encomendas dos produtos) ser introduzido neste mercado, a compra será mais rápida, uma vez que torna possível voltar a comprar um produto através do scan do seu código de barras, não sendo necessário entrar no site da Amazon. Perspetiva-se também que a empresa introduza outras inovações no Reino Unido em simultâneo com a AmazonFresh, o que poderá alargar o impacto se lançadas a nível nacional. É o caso da aplicação para smartphones PrimeNow, que oferece entregas em uma hora de essenciais do dia-a-dia: já foi lançada em Londres e Birmingham e espera-se que seja expandida a outras cidades. Também a Amazon Pantry, um serviço que dá aos membros prime a possibilidade de encher uma caixa com essenciais domésticos, tem sido popular entre os consumidores norte-americanos e pode vir a ser introduzida no Reino Unido. Se a Amazon introduzir algumas destas inovações que já aplica no mercado norte-americano muitas deverão apelar aos europeus e, como tal, os retalhistas europeus deverão adaptar-se. A Tesco já está, por exemplo, a experimentar um serviço similar de entregas no mesmo dia em alguns locais do Reino Unido. A Amazon expandiu-se através do crescimento orgânico nos Estados Unidos e está presente em áreas urbanas densamente povoadas, onde a procura é maior. Em princípio, a empresa irá seguir esta estratégia também na Europa, nomeadamente no Reino Unido, a curto prazo, o que significa que o seu impacto na concorrência já existente será limitado. A Amazon deverá, assim, criar um grande impacto a longo prazo, mas não se espera que a situação mude de um dia para o outro. Para a Amazon, será mais uma questão de criar lealdade e frequência de compra para os seus clientes com o novo serviço, enquanto os retalhistas e os compradores irão ver a Amazon como a percursora das inovações, que irão conduzir o mercado. Muito embora o Reino Unido seja já o mercado de supermercados online mais desenvolvido a nível mundial, existem várias razões que apontam para o sucesso da aposta: seleção variada de produtos; rapidez de entregas; experiência de lealdade alargada (ao poder expandir as recompensas e habituais pontos a produtos como livros gratuitos no Kindle ou ver séries no Netflix); concentração de serviços; e preços competitivos. O maior desafio da empresa será posicionar-se como especialista grossista e convencer os consumidores britânicos dos seus conhecimentos e credenciais em matéria de frescos, sobretudo porque não tem lojas físicas. Estabelecer parcerias fortes com fornecedores e operadores logísticos será vital para acompanhar as elevadas expetativas dos consumidores. Dado que a estratégia habitual da Amazon é lançar novos serviços em vários mercados europeus, vários especialistas acreditam que o lançamento da AmazonFresh na Alemanha deve estar para breve, até porque é o maior mercado a nível mundial da Amazon, com uma base de clientes leais. Poderia mesmo funcionar como um catalisador do crescimento do canal de supermercados online, que tem vindo a ganhar força lentamente no país. Para já, a Amazon acrescentou uma gama de produtos alimentares em Espanha e Itália. STORE MAGAZINE


Food & Nutrition Awards

O espaço nacional de inovação agroalimentar Os projetos Movimento Zero Desperdício, Nutricap, Arroz Integral Pato Real Minuto e Movelife foram os vencedores da sexta edição dos Food & Nutrition Awards, o agente mobilizador para a inovação no setor agroalimentar, produção nacional e promoção de estilos de vida saudáveis.

igualmente um estímulo a possibilidade de os vencedores utilizarem o selo dos Food & Nutrition Awards nas embalagens e suportes de comunicação dos respetivos produtos e serviços. Sobre a utilidade da inovação naqueles setores, Gonçalo Moreira Guerra refere que o fator surpresa para o consumidor e o contributo para a melhoria das qualidades do produto, serviço, iniciativa ou investigação ocupam os primeiros lugares. Destaque ainda para o papel da inovação no aumento da durabilidade, condições de transporte, conservação e consumo de determinados produtos. Por isso, o objetivo dos F&NA é, essencialmente, premiar o que de melhor se faz em Portugal naquelas áreas, “por poderem ter um impacto positivo na saúde dos portugueses através da promoção de hábitos alimentares saudáveis”, justifica. O próximo passo é potenciar a comunicação dos vencedores de 2015, com o intuito de fazer chegar informação relativa a cada um deles ao maior número de pessoas possível, num exemplo de boas práticas do setor. O combate ao desperdício alimentar e a promoção de estilos de vida saudáveis foram as temáticas dos projetos vencedores na última edição dos Food & Nutrition Awards (F&NA), coorganizado pela Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN) e pela agência de comunicação GCI. Enquanto plataforma distintiva das melhores inovações no âmbito do agroalimentar, produção nacional e promoção de estilos de vida saudáveis, a competição avaliou as candidaturas a quatro categorias: “Iniciativa de Mobilização”, “Investigação e Desenvolvimento”, “Produto Inovação” e “Serviço Inovação”. Premiados, respetivamente, foram os projetos Movimento Zero Desperdício, Nutricap, Arroz Integral Pato Real Minuto e Movelife. Num balanço dos F&NA 2015, Gonçalo Morei42 Trimestral outubro de 2015

ra Guerra, vice-presidente da direção da APN, declara que este se revelou “um concurso de elevado sucesso e reconhecimento pelas empresas, entidades, organizações, universidades e profissionais a título individual”, pois, apesar do período de inscrições mais reduzido face a outras edições, houve “uma elevada procura e submissão de candidaturas comparativamente a anos anteriores”. Uma prova de que estas iniciativas podem estimular os setores do agroalimentar e da distribuição. De que forma? “A distinção de boas práticas no âmbito da alimentação e nutrição pode sempre inspirar outros agentes para a melhoria das suas práticas ou implementação de novas valências, sendo esta possibilidade transversal a todo o setor agroalimentar e da distribuição”, comenta. É

Gonçalo Moreira Guerra, vice-presidente da direção da APN

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REDUZIR OS COMPOSTOS BIOATIVOS NOS ALIMENTOS

“ACORDAR” PARA A REALIDADE DO DESPERDÍCIO ALIMENTAR Esta é a missão do Movimento Zero Desperdício, criado pela Dariacordar (Associação para a recuperação do desperdício) em 2012 e vencedor dos F&NA na categoria “Iniciativa de Mobilização”. O projeto foi criado para promover a recuperação de excedentes alimentares e, assim, “acordar” as pessoas e instituições para a realidade do desperdício alimentar. Através do esclarecimento e interpretação da Lei sobre higiene e segurança alimentar, a Dariacordar conseguiu criar condições para que as refeições de um dia não fossem para o lixo, mas sim para a mesa de quem precisa. Sobre a missão pós-vitória, Diogo Lorena, gestor do movimento, avança que o grande projeto até 2017 é a expansão pelo país. Atual-

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mente está presente em oito concelhos e há outros nove em processo de adesão, tendo sido assinado a 8 de outubro o primeiro protocolo fora do continente, com o município de Ponta Delgada. Paralelamente, o Movimento Zero Desperdício lançou a coleção de livros homónimos, em parceria com a agência J. Walter Thompson, destinada aos alunos do ensino básico e que integra o plano nacional de leitura. Quanto à internacionalização, a Comissão Europeia tem divulgado as normas desenvolvidas pelo movimento e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apresenta o projeto como um exemplo de boas práticas. Na Hungria, o Banco Alimentar adotou esses procedimentos.

O Nutricap, um hidrogel à micro e nano escala que reduzirá a incorporação de compostos bioativos nos alimentos, foi o projeto premiado em “Investigação e Desenvolvimento”. Miguel Cerqueira, investigador da Universidade do Minho, é um dos autores daquela tecnologia e destaca o contributo da distinção dos Food & Nutrition Awards para o reconhecimento do trabalho desenvolvido, a par daquele que está já a ser conseguido junto da comunidade científica internacional. Conquistado o selo de qualidade, o próximo passo é a produção do Nutricap à escala piloto, assim como avaliar o potencial para aplicações comerciais. Um trabalho que será realizado com o apoio da Improveat, uma empresa spin-off da Universidade do Minho. E entrar em mercados externos? Miguel Cerqueira concorda que “a internacionalização seria muito interessante”, porém será priorizada a avaliação da “incorporação em alimentos, o que deverá ser realizado inicialmente por parceiros nacionais”.

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Food & Nutrition Awards

ARROZ PRONTO-A-COMER E COM VALIDADE DE UM ANO Foram estas as características, entre outras, que garantiram ao Arroz Integral Pato Real Minuto, da Ernesto Morgado SA, o título de “Produto Inovação” nos F&NA 2015. Este produto, pré-cozido e esterilizado, fica pronto em apenas um minuto e é “uma fonte de minerais, vitaminas e fitonutrientes”. Carolina Morgado, gestora de Marketing e Comunicação da marca, refere que esta distinção permitirá aumentar a notoriedade da Pato Real, valorizando “um recurso nacional e tradicional como o arroz carolino” e reforçando também “a componente nutricional de um produto pronto-a-comer e o posicionamento da marca no segmento de saúde passiva”. Até ao final do presente ano, será lançada uma nova sub-linha do Pato Real Minuto e produtos “com maior riqueza nutricional à base de arroz integral e outros ingredientes inerentemente saudáveis”. Esta nova gama foi apresentada na feira alimentar ANUGA 2015, que decorreu em Colónia (Alemanha)

e, segundo Carolina Morgado, há grandes expetativas de internacionalização para “mercados com maior abertura a este tipo de produtos de elevada consciência e com grande apetência por produtos naturais e saudáveis”.

A embalagem, que já inclui o selo dos Masters da Distribuição 2015, ostentará também a qualificação dos F&NA, estando a ser desenvolvido material específico para divulgação dos prémios em pontos de venda e redes sociais.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARA O SETOR ALIMENTAR

A MOVELIFE, apoiada na legislação europeia em vigor sobre o fornecimento aos consumidores de uma base para que façam escolhas informadas relativamente aos géneros alimentícios que consomem, desenvolveu um software de avaliação nutricional direciona-

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do para os setores da panificação, hotelaria, restauração e similares. Assim, conquistou a medalha de Ouro na categoria “Serviço Inovação” dos Food & Nutrition Awards. A solução permite informar sobre a presença de 14 alergénios, se uma receita é apta

para certas intolerâncias ou qual a adequação às necessidades nutricionais diárias. Cláudia Torres, nutricionista e cofundadora da MOVELIFE, refere que o projeto ainda está numa fase inicial, constituindo uma base de trabalho.

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Cultura

Pingo Doce premeia novos autores infantis “Orlando, o caracol apaixonado” é o título vencedor da 2.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce, uma iniciativa que visa descobrir novos talentos na escrita e na ilustração mas também democratizar o acesso das crianças aos livros.

Sérgio Mendes, autor do texto

Elias Gato, autor das ilustrações

“Portugal precisava de uma iniciativa desta natureza”. São palavras do diretor-geral do Pingo Doce, Luís Araújo, a propósito do Prémio de Literatura Infantil lançado pela insígnia e inspiradas na quantidade e na qualidade das candidaturas recebidas nesta 2.ª edição. Sagraram-se vencedores Sérgio Mendes, autor do texto, e Elias Gato, criador das ilustrações. Mas, para chegar a esta escolha, o crivo do júri incidiu sobre mais de 1.300 textos e mais de 300 ilustrações. A responsabilidade de selecionar a melhor prosa pertenceu a Zita Seabra, em representação da Alêtheia Editores, Eduardo Sá, Isabel Stilwell, Isabel Zambujal e Sara Miranda. “De todo o país vieram histórias, de entre as quais o júri teve de selecionar uma. Não foi tarefa fácil porque se percebia o muito trabalho, a muita criatividade, a muita imaginação e o muito afeto pelas crianças nos trabalhos recebidos”, sublinha a presidente do júri. De entre as que

podiam ter ganho, uma houve que sobressaiu: “Orlando, o caracol apaixonado”. “Privilegiou-se o critério da qualidade da escrita, a narrativa ritmada e própria para crianças e a imaginação e o colorido do texto que convidasse à ilustração, substituindo os estereótipos por uma escrita moderna, capaz de prender a atenção de uma criança”, contextualiza Zita Seabra. Méritos de Sérgio Mendes, vimaranense de 41 ano que escolheu as ciências para vida profissional – é professor de Física e Química – mas que herdou do pai, poeta, o amor pela escrita e pelos livros. Com este prémio, vê abrir-se-lhe uma porta para o universo da escrita infantil: “Tenho um enorme prazer em escrever para crianças e assim contribuir para despertar nos mais novos o interesse e a curiosidade pela leitura”, afirma. As suas palavras vão ter a companhia dos traços de Elias Gato, que, com o pseudónimo Miau, venceu o prémio na categoria de ilustra-

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ção. Também aqui a escolha foi difícil: mas, segundo a presidente do júri, foi o jovem algarvio de 26 anos, animador no Museu da Eletricidade, em Lisboa, quem melhor entendeu a história e a soube desenhar: “Não são ilustrações infantilizadas, nem pretendíamos isso, mas sim ilustrações que irão certamente agradar às crianças que vão ler o livro”. “Orlando, o Caracol Apaixonado” vai juntar-se a “De onde vêm as bruxas”, vencedor da primeira edição do concurso e que já vendeu mais de 10 mil exemplares. Integram a coleção de livros infanto-juvenil que a marca Pingo Doce lançou em 2006 e que conta com mais de 200 títulos. Esta é uma iniciativa que visa identificar novos talentos nas áreas da literatura e da ilustração infantis, entendida como “mais um passo num já longo caminho que o Pingo Doce tem vindo a percorrer para democratizar o acesso das crianças aos livros”. Trimestral outubro de 2015 45


Estante

TENDÊNCIAS

DESTAQUES

AS 33 ESTRATÉGIAS DE GUERRA Robert Greene

FAZ ACONTECER

André Leonardo Narrativa na primeira pessoa de uma expedição à volta do mundo em busca de energia “para além da crise” e que permitiu a recolha de um conjunto de histórias inspiradoras, do Brasil à Tailândia, que dão novo sentido ao termo “empreendedorismo” – uma atitude de vida independente do mundo em que vivemos. Editora: A Esfera dos Livros 15€

A partir das sangrentas batalhas que povoaram o curso da História, o autor extrai as estratégias para vencer os insidiosos desafios sociais do dia-a-dia. A primeira das estratégias é a que designa como estratégia da polaridade – declarar guerra aos inimigos. Segue-se a estratégia da guerrilha mental – não combater a guerra que já passou. Comando, inteligência, dissuasão, aniquilação, aliança, facto consumado, comunicação são outras das 33 estratégias enunciadas neste livro. A última é a estratégia da reação em cadeia – semear incerteza e pânico com atos de terror. Editora: Escolar Editora 37,50€

CRIAR PROPOSTAS DE VALOR

Alex Osterwalder, Yves Pigneur, Greg Bernarda e Alan Smith Porquê criar propostas de valor? Porque ajuda a dominar os conceitos mais importantes do mundo dos negócios, como criar produtos e serviços apetecíveis que os clientes realmente querem. A partir daí, os autores enunciam as situações em que essa atitude é essencial: quando se está assoberbado na tentativa de verdadeiramente criar valor, quando se está frustrado com reuniões improdutivas e equipas não alinhadas, quando se está envolvido em projetos audazes e brilhantes que estoiraram, quando se está desiludido com o fracasso de uma boa ideia. Editora: Dom Quixote 24,90€

A TRANSFORMAÇÃO DE STEVE JOBS

Brent Schlender e Rick Tetzeli Sobre o fundador da Apple já se publicaram muitos livros, mas este propõe-se responder a uma questão essencial: como é que um jovem tão arrogante se tornou no visionário mais bem-sucedido do mundo dos negócios? Os autores, jornalistas, procuram desfazer a névoa de mitos que gira em torno de Steve Jobs, a partir de uma série de entrevistas com quem privava de perto com ele. Editora: Saída de Emergência 21,94€

O CAPITALISMO POSTO À PROVA Philip Kotler

Apresenta uma visão abrangente e profunda das vulnerabilidades do capitalismo, propondo várias sugestões para a resolução dos problemas associados a este modelo económico, veiculando uma mensagem animadora: “Podemos inverter esta situação”. O autor analisa em pormenor os desafios mais prementes que as nações enfrentam, elucida-nos sobre os atuais dilemas críticos e traça um rumo novo e ousado para se alcançar uma sociedade que ofereça oportunidades melhores e mais justas aos cidadãos – um capitalismo que funcione para todos. Editora: Editorial Presença 15,90€

AINDA NÃO TIVE TEMPO Gonçalo Gil Mata A SEGUNDA CURVA Charles Handy Aos 80 anos, o autor apresenta nesta obra a sua visão sobre os desafios e as oportunidades que nos esperam, analisando as tendências atuais do capitalismo e questionando a sustentabilidade do sistema. E desafia todos a repensarem os seus papéis e a redefinirem os objetivos de uma sociedade ideal no futuro. Editora: Temas e Debates 17,70€ 46 Trimestral outubro de 2015

No seu dia-a-dia é bombardeado por uma quantidade avassaladora de informação, tarefas e urgências? Vive com a sensação permanente de que falta fazer qualquer coisa? No meio de tanta correria, sente a vida passar-lhe ao lado? Este livro mostra, num registo simples e descontraído, e com a ajuda de truques e dicas práticas, que muitos dos obstáculos à produtividade podem ser evitados se compreendermos melhor como funciona a mente humana. Editora: Porto Editora 15,50€ STORE MAGAZINE


Durante a Feira ALIMENTARIA&HOREXPO LISBOA 2015 o setor polaco de produtos agroalimentares apresentará a sua vasta oferta. A participação da Polónia, organizada pelo Departamento de Promoção do Comércio e do Investimento da Embaixada da República da Polónia em Lisboa, contará com a presença da missão empresarial dos representantes de 13 empresas polacas do setor. Queremos mostrar o potencial do setor polaco de produtos agroalimentares, que é um dos mais fortes na Europa. Basta constatar que o setor é o 7.º maior na Europa, depois da França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Holanda. Polónia é um líder na Europa na produção de maçã, triticale, groselha-preta, framboesa, ocupando o segundo lugar na produção de centeio, cogumelos, batata, mirtilo, e o terceiro em carne de aves de capoeira, colza, beterraba-sacarina, morango, bebidas alcoólicas e cerveja. O setor representa 13,2% do PIB, 22% da produção vendida da indústria de transformação – 51,5 mil milhões de euros. No setor atuam 2523 empresas, entre as quais 11,2% são grandes empresas, que empregam 55% da força do trabalho do setor. Os principais setores de produção são: indústria de carne (28%), de laticínios (15%), de bebidas (10%), de transformação de frutas e legumes (7%). O setor conta também com a forte presença do capital estrangeiro no valor de 10 mil milhões de euros. Na Polónia operam 514 empresas estrangeiras, entre as quais as maiores empresas globais como: Cargill, Ferrero, Nestle, Kraft Food, Mars, Danone, Coca-Cola, PepsiCo, Heinz, Unilever e Bonduelle. As exportações do setor polaco de produtos agroalimentares crescem de forma dinâmica, atingindo 22 mil milhões de euros em 2014 com o saldo positivo de 7 mil milhões de euros. Os produtos agroalimentares polacos são vendidos em mais de 170 mercados internacionais. Os maiores clientes são: Alemanha, Reino Unido, França, Rep. Checa, Itália, Holanda e Rússia. O maior peso nas exportações polacas de produtos agroalimentares pertence aos seguintes produtos: carne de aves de capoeira, chocolate, produtos de padaria, xaropes de açúcares, carne de bovino, carne de suíno, queijos, peixes fumados (especialmente salmão), trigo, sumos (especialmente de maçã), leite em pó, maçãs e fruta congelada.

Bogdan Zagrobelny, I.º Conselheiro, Chefe do Departamento de Promoção do Comércio e do Investimento da Embaixada da República da Polónia em Lisboa

Convidamos todos os parceiros portugueses para o nosso stand n.º C7 no Pavilhão 1, a conhecerem a oferta polaca do setor e estabelecerem contactos com os representantes das seguintes empresas polacas: Magic Brands (bebidas para crianças), Diet-food (alimentos naturais), MicroFood (snacks de fruta seca, biológica), Planthouse (alimentos naturais na base de ervas), Eko-Vit (bebidas energéticas), HORTEX (sumos, bebidas, chás), SUEMPOL (salmão), Speed Trade (algodão doce e bebidas para crianças), Eko-Wital (alimentos naturais e ecológicos), Artlex (massas alimentícias), ATT (produtos de aço inoxidável para setor alimentar), Makarony Polskie S.A (massas alimentícias), SANTE A. Kowalski Sp. J. (alimentos naturais).

PUBLIREPORTAGEM

Polónia Na Alimentaria&Horexpo Lisboa 2015



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