Semialismo

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04.06 SEMIALISMO — SISTEMAS SINALÉTICOS

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04.06 SEMIALISMO — SISTEMAS SINALÉTICOS



AUTOMÓVEL

Os primeiros automóveis foram fruto de sucessivas aproximações e adaptações tecnológicas que, gradualmente, se foram desenvolvendo em torno de um objectivo comum: viajar de forma rápida, cómoda e, sobretudo, com um mínimo de esforço para os ocupantes. A sua difusão a nível mundial promoveu a criação de um sistema de sinalização capaz de orientar e regulamentar a circulação rodoviária. Este sistema pressupunha a assimilação de um conjunto de regras expressas através de signos de orientação — Sinalética.

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SINALÉTICA

SISTEMA DE SIGNOS

A sinalética é a ciência que estuda as

Segundo John Heskett um sistema pode

relações funcionais entre os signos de

definir-se como um conjunto de elementos

orientação e os comportamentos dos

inter-relacionados, inter-actuantes ou

orientados. Indubitavelmente, esta

independentes que formam uma entidade

contribui para a segurança, informação e

colectiva. Um sistema sinalético tem como

qualidade de vida de todos os cidadãos.

objectivo facultar ao observador informação

De forma a constituir um sistema coerente e preciso, a sinalética deve de ser

acerca das consequências de optar por um determinado trajecto ou direcção, permitin-

elaborada conscientemente correspondendo

do que estes mesmos tenham liberdade

à recorrente necessidade de normalizar e

para decidirem o que pretendem.

simplificar diferentes mensagens. A criação

A qualidade colectiva, em relação ao

de sinais de transito pressupõe a conexão

design, manifesta-se de diversas formas.

de varias disciplinas de modo a transmitir

Distintos elementos podem combinar-se

mensagens claras e inequívocas.

em formas funcionalmente relacionadas à semelhança do que acontece, por exemplo, nos sistemas de transportes públicos. Um sistema requer regras e procedimentos capazes de salvaguardar uma interacção harmoniosa na inter-relação entre as ideias e as formas.


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NORMALIZAÇÃO

SINAIS

Atendendo ao facto de que cada sinal

Os sinais são concebidos tendo em conta a

contém uma determinada informação

entidade colectiva que os une, concorrendo

codificada, a normalização do formato

individualmente para formarem um

permite um reconhecimento da informação

sistema. Enquanto parte de um todo, o

mais eficaz, ao mesmo tempo que o

sinal é um objecto cujas significações e

relaciona com os demais sinais. A sinalética

características diferentes o torna por um

é portanto um sistema constituído por

lado diferente dos demais e por outro o

sinais que transmitem determinadas

relaciona com o sistema. O sinal é um

informações, inter-relacionados e

objecto com uma imagem própria ao

simultaneamente independentes formando

qual se convencionou atribuir um signo.

uma entidade colectiva com a missão de

Convencionalmente ou mecânicamente

comunicar mensagens.

desencadeia uma acção por parte do receptor. O sinal actua num processo de natureza mecânica: desencadeia uma resposta e esgota-se aí; diz respeito a uma acção, mais do que a uma ideia. O sinal provoca um reflexo imediato. No signo existe processo lógico-intelectivo – por muito automática e quase inconsciente que seja a resposta, como sucede no caso dos pictogramas.


SIGNOS

O signo é usado para transmitir uma informação, para indicar a alguém alguma coisa que um outro conhece e quer que os outros também conheçam. Umberto Eco O Signo é composto pela sua forma física e por um conceito mental que lhe está associado, e que este conceito é, por sua vez, uma apreensão da realidade externa. Este apenas se relaciona com a realidade através dos conceitos e das pessoas que o usam. O signo é usado para transmitir uma informação. Este é composto pela forma e conceito que lhe estão associados. O signo apenas se relaciona com a realidade através dos conceitos e das pessoas que o usam. Na sinalética a iconicidade máxima corresponde aos pictogramas (s. m. desenho esquemático normalizado destinado a significar, nomeadamente nos lugares públicos) que representam objectos e pessoas e a iconicidade mínima corresponde aos ideogramas (s. m. sinal que não exprime som nem articulação, mas ideias).

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Para Joan Costa, os signos podem ser agrupados em três conjuntos: Linguístico, Icónico e Cromático. O Signo linguístico corresponde às famílias tipográficas e às suas combinações

O signo icónico caracteriza-se por “representar as coisas que vemos na realidade”; porém, as suas extensões e variações são extremamente amplas. Bessa Por seu turno, o signo cromático não tem

semânticas em forma de enunciados.

capacidade de representar objectos, mas

Empregando o código semiótico, é toda

antes, de evocar e provocar sensações. Na

a palavra ou conjunto de palavras que

sinalética, a cor utiliza-se, no seu estado puro.

transmitem uma informação precisa

O exemplo mais evidente é o semáforo, cujo

através da leitura. As palavras possuem

código se materializa através de mudanças

uma maior capacidade semântica dado que,

cromáticas e não a sua forma circular.

por meio delas, é possível referir-se a todas as coisas, designando-as. O signo icónico compreende os grafismos pictográficos, ideográficos e emblemáticos. Tem a capacidade de representar o que vemos na realidade. Na máxima iconicidade corresponderia aos pictogramas figurativos, ou seja, aqueles que representam objectos e pessoas. Na iconicidade mínima corresponderia aos ideogramas e emblemas figurativos.


ESQUEMA SEMIÓTICO DE JOAN COSTA.

SIMBOLOS

LINGUÍTICOS

ICÓNICOS

CROMÁTICOS

SIGNOS GRÁFICO-ALFABÉTICOS

SIGNOS GRÁFICOS

SINAIS

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PICTOGRAMAS E IDEOGRAMAS

Existem dois casos distintos na transmissão

Os pictogramas derivam dos antigos

de significados através de formas concretas:

hieróglifos e são símbolos que representam

os Pictogramas e os Ideogramas.

um objecto ou conceito por meio de

Um Ideograma pode definir-se como

uma ilustração. Actualmente, o uso do

um signo figurativo cuja forma abstracta

pictograma tem sido muito frequente na

exprime uma ideia, um conceito ou um

sinalização de locais públicos, na infografia,

fenómeno não formal. Estes provêem

e em diversas representações esquemáticas

dos hieróglifos e fazem parte dos códigos

de design gráfico. Ainda que pareçam

funcionais que actualmente adoptamos. A maioria dos pictogramas são de facto ideogramas, alguns deles com um elevado grau de convencionalidade tendo por isso de ser apreendidos. O termo pictograma, que provêem do

ser absolutamente auto-explicativos e universais, os pictogramas, na realidade, possuem limitações culturais. Se por um lado o pictograma é uma imagem analógica, por outro o ideograma é um esquema de uma ideia, um conceito

latim picto -pintado + grego graphe

ou um fenómeno não visualizável enquanto

-caracter., é adoptado com alguma

que o emblema é uma figura convencional

frequência quando nem sempre significa

fortemente institucionalizada. A todos ele

o que se quer significar é vulgarmente

se denominou genericamente pictogramas.

usada uma vasta terminologia para definir o conceito de pictograma, como símbolo, sinal, ícone, etc.

Temos então que o pictograma é uma imagem analógica.


“Sinalética é a ciência dos sinais no espaço, que constituem uma linguagem instantânea, automática e universal, cuja finalidade é resolver as necessidades informativas e orientativas dos indivíduos itinerantes numa situação”

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TÍTULO SEMIALISMO — SISTEMAS SINALÉTICOS PESQUISA BRUNO ALMEIDA ORIENTAÇÃO MÁRIO MOURA TRABALHO REALIZADO NO ÂMBITO DA DISCIPLINA ESTUDOS DO DESIGN, FBAUP WEBSITE WWW.BRUNOALMEIDADESIGN.PT.VU EMAIL BRUNOALMEIDADESIGN@GMAIL.COM DESIGN GRÁFICO BRUNO ALMEIDA IMPRESSÃO NORCÓPIA TIRAGEM 1 EXEMPLAR




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