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Glória
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CORPUS CHRISTI Cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor”. De fato, temos muito a agradecer a Deus pela grande oportunidade de entrarmos em comunhão com Ele através da Santa Eucaristia. Como não sermos gratos pelo consolo e cura de nossas angústias e dores? Como não sentir a força que emana da santa eucaristia? No entanto, mais do que palavras de louvor, devemos ter atitudes concretas em prol do seu projeto de salvação. O mistério Eucarístico é o ápice da fé cristã e representa a renovação da aliança definitiva entre Deus e os homens. Portanto, não podemos esquecer que receber o corpo e sangue de Cristo é ato de compromisso com a missão de Deus no seu projeto de salvação da humanidade.
o mistério Eucarístico é o ápice da fé cristã e representa a renovação da aliança definitiva entre Deus e os homens PASCOM
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nquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes, e todos beberam dele. Jesus lhes disse: ‘Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo do Reino de Deus’” (Mc 14, 22-25). Fundamentado neste evangelho narrado por Marcos, a Igreja, através de sua liturgia, celebrou na quinta-feira, dia 04 de junho, a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Diante de tão grandioso mistério da fé – mais uma prova de amor para com a nossa humanidade pecadora –, só temos que dobrar nossos joelhos e adorar o nosso Deus vivo que desce do céu e se faz alimento divino para nossa alma.
Receber o corpo e sangue de Cristo é ato de compromisso com a missão de Deus no seu projeto de salvação da humanidade | Foto: Divulgação
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A Eucaristia é o ápice da fé cristã”
Doravante não somos mais órfãos da presença de Jesus, pois ele, em sua misericórdia, instituiu a Santa Eucaristia, que nos permite entrar em intimidade com ele aqui na terra sempre que necessitarmos da sua presença viva. É, portanto, no banquete sagrado que nos é oferecido através da Eucaristia
que Jesus nos deixa o memorial da sua paixão e morte na cruz, revelado por esse grande mistério que só nos cabe, pela nossa pequenez, venerá-lo e adorá-lo. Como diz o Salmo 115, “Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o
FORMAÇÃO
TESTEMUNHO
VOZ DO PASTOR
A exemplo de Maria...
Intimidade com Nossa Senhora
Papa reflete sobre a Eucaristia
A Paróquia realizou, de 25 a 30 de maio, a Semana Mariana 2015, com o tema “Maria, Mãe da Misericórdia”. Pág. 03
O testemunho do casal Sanny e Assis nos revela os milagres que o Senhor preparou para aqueles que tem fé. Pág. 09
Eucaristia nos permite não separar-nos, “porque é vínculo de comunhão, é realização da Aliança, sinal vivente do amor de Cristo”. Pág. 12
Dessa forma, se desejamos permanecer no Senhor e Ele em nós, decidamos assumir o nosso autêntico papel de cristão, que é continuar semeando a palavra de Deus no seio da terra para que nenhum de nossos irmãos se perca, como sempre falou o nosso mestre em seus evangelhos. A participação no Banquete Eucarístico nos eleva da condição de míseros humanos em membros de um mesmo corpo eclesial, que unidos em Cristo somos fortificados pela força do Espírito Santo, que nos transforma em pessoas capazes de amar, perdoar, compreender e acolher o próximo, munidos do amor incondicional de Deus. Graças e louvores devemos dar sempre ao Santíssimo Sacramento, como gesto de gratidão eterna por tão grande oferta de amor por nós.
02 Glória
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O mensageiro da
Editorial
Eucaristia: alimento para a alma Nenhum ser humano consegue sobreviver sem o alimento de cada dia. Assim como na vida terrena, em nossa caminhada de fé necessitamos nos alimentar. Não apenas da Palavra, mas sobretudo do próprio Corpo do Senhor Ressuscitado. Jesus sabia disso, e por essa razão quis estar presente em nosso meio na forma do pão e do vinho. Assim como não conseguimos observar o alimento terreno revitalizando cada célula do nosso corpo, também não conseguimos observar materialmente a graça refazendo a nossa alma. Mas ela está ali, silenciosa, porém operante em nossas vidas. Na festa de Corpus Christi, celebrada no último dia 4 de junho, fomos levados a recordar a instituição da Eucaristia. Toda recordação é o gesto de quem traz ao coração aquilo que lhe é muito caro. Por essa razão é fascinante saber que ali no dom
do Pão Eucarístico se esconde o tesouro e os mistérios da nossa Salvação. Na Eucaristia, Deus nos renova a identidade divina, a vocação à santidade. Em pleno deserto da humanidade, Cristo afirma que pode nos saciar com a verdadeira comida e a verdadeira bebida. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece
neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Celebrar o corpo e o sangue de Cristo significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas. Glorifiquemos ao Senhor com nossas vidas, fazendo a Sua vontade a cada momento. Não nos esqueçamos de perseverar na fé, na caridade, na partilha e no amor. Usemos da misericórdia e perdão a cada dia. Enxerguemos o nosso próximo e façamos algo por ele. Defendamos a justiça e vida digna para todos. Encaremos a nossa cruz como fonte de ressurreição e avancemos na nossa caminhada de conversão.
Santo do Mês São José de Anchieta – 09 de Junho José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, na cidade de São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, Espanha. Aos 14 anos, por decisão de seus pais, continuou sua formação na Universidade de Coimbra, em Portugal. Era um jovem inteligente, alegre, estimado e querido por todos. Tinha o hábito de recolher-se na sua cela ou de retirar-se para um local ermo a fim de dedicar-se à oração e à contemplação. Certa vez, isolou-se na catedral de Coimbra e, quando rezava no altar de Nossa Senhora, sentiu o chamado para dedicar sua vida ao serviço de Deus. Ingressou na Companhia de Jesus aos 17 anos e, quando se tornou jesuíta, seguiu para o Brasil, em 1553. A profundidade do seu trabalho missionário, de toda a sua vida dedicada ao bem do próximo aqui no Brasil, foi exclusivamente em favor do futuro e da sobrevivência dos índios, bem como para preservar sua influência na cultura geral de um novo povo. Ao assumir o cargo de provincial do Brasil,
*Pe. Francisco de Assis, pároco
Agenda de Junho s 01 08 15 22 29
Galeria
posto mais alto da Companhia de Jesus, viajou por todo o país orientando os trabalhos missionários. José de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, na pequena vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo, sendo reconhecido como o “Apóstolo do Brasil”. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1980. E, canonizado, no dia 3 de abril de 2014. A festa litúrgica foi instituída no dia de sua morte. (Fonte: www.paulinas.org.br)
t 02 09 16 23 30
q 03 10 17 24
04 – Corpus Christi 07 – 6ª reunião do Conselho Pastoral, das 9h às 12h 09 – 6ª reunião do Conselho Econômico, das 19h30 às 21h30 05 – São João das Pastorais às 20h 13 – Santo Antonio
q 04 11 18 25
s 05 12 19 26
s 06 13 20 27
d 07 14 21 28
14 – Início da Gincana da Festa da Padroeira 2015 17 – 4ª reunião de planejamento da Festa da Padroeira, a partir das 19h30 24 – São João 29 – São Pedro e São Paulo
Informações
ENFIN | O Encontro de Namorados Firmes e Noivos (Enfin) está completando 10 anos. Retiro acontece dias 13 e 14 de junho | Foto: Divulgação
MISSAS NA MATRIZ | Segundas: Celebração da Palavra às 6h30 e 18h30; Terça a Sexta: Missas às 6h30 e 18h30; Sábados: Missas às 6h30, 16h30 e 18h30; Domingos: Missas às 8h, 11h, 18h e 20h; 2º domingo do mês: Missa da Misericórdia às 16h; Dia 13 de cada mês: Missa às 12h HORÁRIO DAS CONFISSÕES | Terça a Sexta, das 15h às 18h FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA | Terça a Sexta: das 8h às 11h e das 14h às 19h30; Sábados: das 8h às 11h e das 15h30 às 19h30; Domingos: das 7h às 11h e das 17h às 20h; Segunda: fechada. Fone: (85) 3279.4500.
O MENSAGEIRO DA GLÓRIA É O VEÍCULO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, DA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA. AVENIDA OLIVEIRA PAIVA, 905 - CIDADE DOS FUNCIONÁRIOS - CEP:60822-130 - FORTALEZA - CEARÁ. TELEFONE: (85) 3279.4500 - SUPERVISÃO: PE. FRANCISCO DE ASSIS FILHO - REPÓRTERES: Bárbara Rocha , CÉLIA PINHEIRO, EVELANE BARROS, GIL BEZERRA, LUCÍLIO LESSA, MOISÉS FURTADO, NARCÉLIO BARROS, PATRÍCIA GUABIRABA e PAULO DAVI - JORNALISTA RESPONSÁVEL: PATRÍCIA GUABIRABA (MTB 01597JP-CE) - PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO/design editorial: BRUNO BARBOSA - IMPRESSÃO: GRÁFICA ENCAIXE - TIRAGEM: 3000 EXEMPLARES - PARA ANUNCIAR: 8805.0393 - www.paroquiagloria.org.br - omensageiro@paroquiagloria.org.br
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Glória Avisos
SEMANA MARIANA
Ser vir aos irmãos, a exemplo de Maria
Gincana 2015
Com o objetivo de integrar as pastorais, movimentos e serviços e arrecadar materiais e recursos financeiros necessários à realização da Festa da Padroeira, a Paróquia realizará, de 07 de junho a 26 de julho, a Gincana 2015. A Gincana é composta de duas etapas, com uma série de tarefas. Será vencedora a equipe que obtiver a maior pontuação. Também participam da gincana as comunidades do Cambeba, Lago Jacarey e Parque Del Sol. Para conferir o regulamento, acesse www.paroquiagloria.org. br, na seção “Documentos”.
Durante a Semana Mariana, os paroquianos foram convidados a refletir sobre os dons de Nossa Senhora
Preparação
PASCOM
E por falar em Festa da Padroeira, que este ano terá, como tema, “Maria, ensina-nos a servir com alegria”, as reuniões preparatórias continuam acontecendo. A próxima ocorrerá no dia 17 de junho, quarta-feira, às 19h30, na Paróquia.
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Paróquia Nossa Senhora da Glória realizou, durante os dias 25 a 30 de maio, a Semana Mariana 2015, que teve o tema “Maria, Mãe da Misericórdia”. Os paroquianos foram convidados a participar da programação diária, que começava com o Santo Terço, às 17h45, seguido da Santa Missa, às 18h30, e finalizada com uma formação, às 19h30, com subtemas específicos. A semana foi finalizada no sábado (30) com a Coroação de Nossa Senhora, após a Celebração Eucarística das 16h30, realizada pela Catequese. Durante toda a Semana foram ministradas formações com os subtemas: “Maria, Mãe da Esperança”, “Maria, Mãe da Palavra de Deus”, “Maria, Mãe da nossa Fé”, “Maria, Mãe da Humildade”, “Maria, Mãe do Serviço e da Caridade” e “Maria, Mãe Rainha”. A cada dia, a Semana Mariana contou com a organização de um grupo, movimento ou serviço da Paróquia, e também com a colaboração do Shalom da Glória. Dentro da programação da Semana Mariana 2015, a comunidade foi convidada, na sexta-feira (29), a refletir com o tema “Maria, Mãe do serviço e da caridade”. Ministrada pelo Pe. Júlio Cesár, a formação ajudou os paroquianos a vivenciarem, a exemplo de Maria, a caridade e o serviço aos irmãos. Pe. Júlio deu início à reflexão citando a passagem bíblica de Lucas 1, 39-56, quando Maria visita sua prima Isabel. “Caridade não é esmola; caridade vem da miseri-
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Estudo Bíblico
Dando continuidade à formação bíblica com o Pe. Emílio César, a Paróquia Nossa Senhora da Glória realiza o quarto módulo do estudo bíblico nos dias 15 e 16 de junho, das 19h30 às 21h30, no auditório da Paróquia. Não é obrigatório ter participado da primeira parte da formação para assistir à segunda. Participe!
Missas especiais Semana Mariana é encerrada com a coroação de Nossa Senhora
Pe. Júlio ministra uma das formações
córdia, que é se colocar na dor do outro. E Maria é a mulher da caridade, pois sentiu a dor de Isabel e se colocou no lugar dela”, explicou o padre. Para ser devoto de Maria, explica Pe. Júlio, é necessário que o fiel não apenas saiba rezar o terço, cantar a Ladainha de Nossa Senhora, mas, principalmente, imitá-la. “É preciso seguir o exemplo de Maria na fé, na esperança e na caridade aos irmãos”, completa. “A caridade é a essência do cristão. E a identidade do cristão é o amor”. Com essas duas frases, Pe. Júlio Cesar destaca a importância da caridade na caminhada de fé dos cristãos católicos, que precisam, assim como Maria, praticar o amor ao próximo. Os cristãos, como reafirma o padre, são convidados a viver como Maria e a gerar Jesus no mundo,
entre as pessoas que ainda não o conhecem, e a viver o amor de comunhão. A caridade cristã, no entanto, é diferenciada da solidariedade humana. Pe. Júlio explica a diferença: “a solidariedade humana é quando eu ajudo alguém que é igual a mim, que é humano, por esse simples fato. A caridade cristã é quando eu estou vendo a imagem de Jesus Cristo no outro, quando eu amo o Jesus que há no meu irmão”. A formação foi finalizada com uma mensagem dando destaque à Igreja doméstica e ao papel do cristão dentro dela. “Precisamos pedir a graça de Deus para sermos como Maria, começando dentro de nossas casas, com as nossas famílias e depois estendermos para os que estão fora de casa. A primeira Igreja é a família”, concluiu.
A Paróquia da Glória ressalta que, aos sábados, às 16h30, é celebrada a Missa das Crianças. Já aos domingos, às 18h, acontece a Missa dos Surdos. No 2º domingo de cada mês, às 16h, a comunidade celebra a Missa da Misericórdia. E no dia 13 de cada mês, a missa de Nossa Senhora, ao meio-dia.
Redes Sociais Quer ficar bem informado sobre a ação pastoral da Paróquia Nossa Senhora da Glória? Além do site da Paróquia – www. paroquiagloria.org.br – a Pastoral da Comunicação repercute as principais informações nas mídias sociais: Facebook, Twitter e Youtube. Os links de acesso a estas mídias encontram-se na parte superior direita da página principal do site. Ao seguir a Paróquia da Glória nas redes sociais, você fica por dentro dos avisos da semana, reuniões agendadas, inscrições para formações, horários de missas especiais e muito mais.
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PERGUNTA DO MÊS
OPINIÃO
A oração pelos filhos Ana Carla Bessa
Casamento: o amor pode morrer? A displicência com os estranhos pode ser até tolerada, mas não com o cônjuge; afinal foi ele ou ela que você escolheu Prof. Felipe Aquino
S
e uma planta ficar sem água, adubo e sol, morre. Da mesma forma o amor de um casal. Muitos se esquecem de cuidar do amor conjugal; e por isso, a vida matrimonial cai numa triste monotonia que às vezes termina em separação. A planta do amor precisa ser regada diariamente: uma palavra de carinho a cada dia de um
para o outro; não precisa ser poesia bonita ou música romântica, basta ser um simples elogio. Os terapeutas conjugais dizem que a displicência com os estranhos pode ser até tolerada, mas não com o cônjuge; afinal foi ele ou ela que você escolheu para ser “seu amor”, “seu bem”. Às vezes tratamos com toda delicadeza e carinho a secretária, os clientes, o chefe, mas não o marido ou a esposa; é uma incoerência brutal. Que tal um jantar fora, um sorvete na praça, uma caminhada no bosque, uma visita ao shopping, uma missa na igreja?… Os terapeutas pedem que marido e mulher não gritem um com ou outro, pois gritar ofende, machuca, fere a
alma e nada resolve. Se gritar resolvesse o porco não morreria na mão do açougueiro. Não use a razão da força, mas a força da razão. Não desenterre os erros do passado do outro, quando você está com raiva dele; isso seria o mesmo que pisotear a planta do amor. Quando um estiver irritado e nervoso, que o outro – por amor, não por covardia – se mantenha calmo, para salvar a paz. Evitem as discussões, aprendam a dialogar, que é bem diferente. Muito cuidado ao chamar a atenção do outro; ninguém gosta de ser corrigido, dói no ego. Só faça isso se for inevitável; e nunca na frente dos outros; e muito cuidado com as palavras que usa, elas ferem mais que uma espada afiada.
Que tal lembrar ao outro uma qualidade dele, antes de apontar um erro; funciona como um anestésico antes do corte. É só na privacidade do quarto que o casal deve se corrigir. Jamais dormirem brigados, senão o dia seguinte amanhecerá azedo. Quando você cometer um erro, seja honesto e coerente, entenda que não há outra saída nobre senão aceitar o erro e pedir perdão. A humildade derruba muros de separação. E, sobretudo, entenda que “quando um não quer, dois não brigam”. Ame seu casamento, seu lar, seus filhos, cuide deles. Cuide da planta do amor. E não se esqueça que foi Deus quem os uniu sob um juramento de amor e de fidelidade. (Fonte: www.comshalom.org)
São muitos os desafios enfrentados pela família em cada etapa do desenvolvimento dos filhos, porque cada filho é diferente e cada etapa pede de nós uma nova maneira de atender às suas necessidades. Mas quando enfrentamos em Deus tais desafios, sempre crescemos junto com cada filho. Toda criança é um dom único de Deus: tem características particulares que nenhuma outra tem e assim precisa ser vista por nós, como Deus nos vê. Eles não são uma “segunda edição” nossa, mas alguém único, especial. Por outro lado, seria absurdo transmitir-lhe a falsa noção de que é o centro do mundo e de que tudo é feito para ele. Muitas crianças são criadas com a mentalidade de que o mundo e até as outras pessoas são como objetos para serem consumidos, e às vezes chegam à idade adulta sem sentido de vida. Muitas se tornam depressivas e acabam se perdendo na droga, na prostituição, na marginalidade, ou ainda se tornam adultos egoístas que influenciarão a sociedade numa mentalidade cada vez mais destruidora. Quando a Palavra de Deus é proclamada e vivida pelo menos por um dos pais ou outro responsável direto pela criança, torna-se possível fazê-la passar a cada manhã da pergunta: “O que a vida tem para me dar hoje?”, para a pergunta: “O que a vida me pede hoje?”. Esta será a cura diária de todo egocentrismo que leva à morte. Precisamos exercitar nossos filhos a fazer, desde cedo e conforme sua capacidade, escolhas que impliquem em satisfações, mas também em responsabilidades. Que o Senhor resgate a nossa fé como pais, a fim de que oremos com toda confiança pelo futuro de nossos filhos, para que estes sejam resgatados de onde estiverem hoje para a verdadeira felicidade que só se encontra na vontade de Deus. (Fonte: www.comshalom.org)
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PALAVRA DE VIDA
“Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou (...) deu-nos a vida com Cristo” (Ef 2, 4-5) Deus não apenas nos perdoou, mas deunos a própria vida do seu Filho Jesus, presenteando-nos com a plenitude da vida divina Pe. Fabio Ciardi
Q
uando o Senhor Deus apareceu a Moisés, no monte Sinai, proclamou a Sua identidade exclamando: “O Senhor, Deus misericordioso e clemente, lento para a ira, cheio de bondade e de fidelidade” (Ex 34, 6). A Bíblia hebraica, para indicar a natureza deste amor de misericórdia, utiliza a palavra rahămîm, que sugere o ventre materno, o lugar donde provém a vida. Dando-se a conhecer como “misericordioso”, Deus mostra a preocupação que tem por cada sua criatura, semelhante aos cuidados de uma mãe pelo seu filho: ama-o, está perto dele, protege-o, cuida dele. A Bíblia usa ainda um outro termo (hesed) para exprimir outros aspetos do amor-misericórdia: fidelidade, benevolência, bondade, solidariedade. Também Maria, no seu Magnificat, canta a misericórdia do Onipotente, que se estende de geração em geração (cf. Lc 1, 50). O próprio Jesus falou-nos do amor de Deus, revelando-o como um “Pai” próximo e atento a todas as nossas necessidades, pronto a perdoar, a dar tudo aquilo de que precisamos: “Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores” (Mt 5, 45). O seu amor é realmente um amor “rico” e “imenso”, como o define a Carta aos Efésios, da qual se retirou a Palavra de Vida: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo”. O grito de Paulo é quase um
O próprio Jesus falou-nos do amor de Deus, revelando-o como um “Pai” próximo e atento a todas as nossas necessidades, pronto a perdoar, a dar tudo aquilo de que precisamos | Foto: divulgação grito de alegria, que nasce da contemplação da ação extraordinária que Deus realizou em nosso favor: estávamos mortos e Ele fez-nos reviver, dando-nos uma vida nova. A frase inicia com um “mas”, para indicar um contraste com aquilo que Paulo tinha verificado antes: a condição trágica da humanidade esmagada pelas suas culpas e pecados, prisioneira de desejos egoístas e maus, sob a influência das forças do mal, em aberta revolta contra Deus. Nesta situação, ela mereceria que se desencadeasse a ira de Deus (cf. Ef 2, 1-3). Pelo contrário, em vez de castigar − e este é o motivo da grande admiração de Paulo −, Deus dá-lhe de novo a vida: não se deixa guiar pela ira, mas pela misericórdia e pelo amor. Jesus já tinha feito intuir este
modo de agir de Deus, quando contou a parábola do pai dos dois filhos, que recebe de braços abertos o mais novo, que se tinha desencaminhado numa vida desumana. O mesmo acontece com a parábola do bom pastor, que vai à procura da ovelha perdida e a põe às costas para a levar para casa; ou a parábola do bom samaritano, que trata das feridas do homem que caíra nas mãos dos malfeitores (cf. Lc 15, 11-32; 3-7; 10, 30-37). Deus, Pai misericordioso, simbolizado nas parábolas, não apenas nos perdoou, mas deu-nos a própria vida do seu Filho Jesus, deu-nos a plenitude da vida divina. Daqui o hino de gratidão: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, precisamente
a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo”. Esta Palavra de Vida deveria suscitar em nós a mesma alegria e gratidão de Paulo e da primeira comunidade cristã. Também, para cada um de nós, Deus se mostra “rico de misericórdia” e com um “amor imenso”, pronto a perdoar e a confiar de novo em nós. Não há situação de pecado, de sofrimento, de solidão, em que Ele não se torne presente, não se coloque ao nosso lado para nos acompanhar no nosso caminho, não nos dê confiança, a possibilidade de nos levantarmos e a força para recomeçarmos sempre. No seu primeiro “Angelus”, a 17 de março de 2013, o Papa Francisco começou a falar da misericórdia de Deus, um tema
que depois se tornou habitual nas suas intervenções. Naquela ocasião, disse: “O rosto de Deus é o de um pai misericordioso, que tem sempre paciência... nos compreende, nos espera, não se cansa de nos perdoar...”. E concluiu aquela primeira e breve saudação recordando que “Ele é o Pai amoroso que perdoa sempre, que tem aquele coração de misericórdia para com todos nós. E assim, também nós podemos aprender a ser misericordiosos com todos”. Esta última indicação sugere-nos uma maneira concreta para vivermos a Palavra de Vida. Se Deus é rico em misericórdia e nos tem um amor imenso, também nós somos chamados a ser misericordiosos para com os outros. Se Ele ama pessoas más, que são suas inimigas, também nós deveríamos aprender a amar aqueles que não são “amáveis”, e até os inimigos. Não nos disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”? (Mt 5, 7); não nos pediu para sermos “misericordiosos, como o vosso Pai celeste é misericordioso”? (Lc 6, 36). Também Paulo convidava as suas comunidades, escolhidas e amadas por Deus, a revestirem-se “de sentimentos de ternura, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência” (Cl 3, 12). Se acreditamos no amor de Deus, então também nós vamos ser capazes de amar com aquele amor que nos aproxima de todas as situações de dor e de necessidade, que tudo desculpa, que protege, que sabe cuidar dos outros. Vivendo assim, poderemos ser testemunhas do amor de Deus e ajudar aqueles que encontrarmos a descobrirem que, também em relação a eles, Deus é rico em misericórdia e tem um amor imenso. Padre Fabio Ciardi, teólogo, é docente no Instituto de Vida Religiosa Claretianum, em Roma, e membro da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Desde 1991, trabalha com o Movimento dos Focolares.
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REPORTAGEM
Dízimo e Partilha Eclesial (parte 2) O Mensageiro da Glória dá continuidade à série de matérias sobre a ação da pastoral do Dízimo Pastoral do Dízimo
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eguindo o estudo sobre a Partilha Eclesial, nesta edição apresentaremos mais uma parte do Projeto da Ação Pastoral do Dizimo – Partilha Eclesial. Esperamos que esse subsídio seja proveitoso para sua reflexão, crescimento na fé e na experiência da partilha. No Novo Testamento, Jesus critica o exagero dos doutores da Lei e o orgulho farisaico, como no caso do fariseu que foi rezar no Templo e, entre outras coisas, também se elogiou por pagar o dízimo de tudo que tinha (Lc 18,12), porém não se mostra contrário ao dízimo. Não é o dízimo que Jesus rejeita, mas o orgulho do fariseu que, em vez de rezar, louva-se a si mesmo como justo, quando na realidade era pecador maior que o publicano. Não há, entretanto, no Novo Testamento, nenhuma prescrição sobre o dever de pagar o dízimo. O que temos, sim, é que os cris-
tãos devem dar a sua contribuição material a uma atividade pastoral para as necessidades da comunidade religiosa e do ministério da Igreja. No Evangelho segundo Lucas (Lc 10,7), ao enviar os discípulos, Jesus diz expressamente que eles têm o direito de serem sustentados por aqueles aos quais anunciam o Reino (Lc 10,2-10). O operário é digno do seu sustento. É merecedor, por justiça. É questão de “salário”. “Não levem nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento”. (Mt 10,9-10). No advento do Cristianismo, o dízimo é substituído pela partilha
dos bens em benefício da comunidade. Em Atos dos Apóstolos, há dois textos emblemáticos que revelam a fé no Senhor Ressuscitado, que se manifesta e se concretiza na vivência do amor, na corresponsabilidade, na prática da partilha fraterna: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum” (At 2,42.44). “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles, era grande a gra-
ça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade” (At 4,32-35). São Paulo, quando escreve para a comunidade dos Coríntios, defende o direito de receber os bens materiais quem semeia bens espirituais e termina dizendo, nos versículos 13 e 14: “Não sabeis que os que exercem funções sagradas vivem do santuário, e os que servem ao altar, do altar participam? Pois assim ordenou o Senhor aos que anunciam o Evangelho, que vivam do Evangelho” (1Cor 9,414). O cristão tem o dever de con-
tribuir para que os que se dedicam ao Evangelho possam viver do Evangelho. O mesmo São Paulo convida as comunidades a uma contribuição pelos irmãos que estão necessitados. É assim que recolhe uma coleta em favor dos pobres de Jerusalém: “Espero também receber ajuda de vocês para ir até lá, depois de ter desfrutado um pouco a companhia de vocês. Agora vou a Jerusalém prestar um serviço aos cristãos. A Macedônia e Acaia resolveram fazer uma coleta em favor dos cristãos pobres da comunidade de Jerusalém. Resolveram fazer isso, porque são devedores a eles. De fato, se os pagãos participaram nos bens espirituais dos judeus, eles têm obrigação de ajudá-los em suas necessidades materiais. Quando eu tiver concluído essa tarefa e tiver entregue oficialmente o fruto da coleta, irei para a Espanha, passando por aí. Sei que, indo até vocês, irei com a plenitude da bênção de Cristo” (Rm 15,24-29).
Para refletir Tenho sido capaz de reconhecer que tudo que tenho e sou são frutos da graça de Deus? Utilizo de maneira cristã os bens que Deus me deu? Ou os tenho utilizado somente em meu próprio beneficio?
Comemoração
Pastoral da Infância e Adolescência Missionária comemora Dia das Mães A Pastoral da Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Paróquia Nossa Senhora da Glória realizou no dia 09 de maio a comemoração do Dia das Mães. Para abrilhantar ainda mais esse momento, a Pastoral recebeu pela primeira vez a Coordenação Arquidiocesana da IAM Fortaleza. Os coordenadores arquidiocesanos interagi-
ram com mães, crianças e adolescentes falando de uma maneira bem dinâmica sobre o surgimento e a importância da IAM na evangelização de crianças e adolescentes do mundo inteiro. E convidaram todos a participarem da Escola de Formação Missionária (EFAM), realizada no segundo sábado de cada mês no Centro de Pastoral Maria Mães da Igreja, dos Encontros de Líderes Missionários Infantis (ELMI) e do retiro que acontecerá no mês de julho.
Sempre em sintonia com a urgência “Igreja em estado permanente de missão”, a IAM da Paróquia da Glória está realizando um trabalho de evangelização e acompanhamento a uma instituição que abriga crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Nossa missão é fazer com que crianças e adolescentes percebam que somente através da solidariedade, do amor ao próximo e da ajuda fraterna é possível construirmos um mundo melhor, sempre seguindo os passos de Jesus.
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Glória
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TESTEMUNHO
“Se minha fé não fosse do tamanho de um grão de mostarda, eu nada seria” Sanny e Assis
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u, Sanny, e meu esposo, Assis, somos da Paróquia de Santa Luiza e participamos da Terceira Etapa do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Somos o casal montagem, que visita outras paróquias dando nosso testemunho de vida. Aqui, na Igreja da Glória, já viemos em alguns eventos, participar como palestrantes. O meu sonho era ser mãe, mas eu não podia. Eu tinha um problema genético e isso impossibilitava que eu engravidasse. O médico dizia que era mais fácil uma mulher “ligada” (que fez laqueadura de trompas) engravidar do que eu. Mas eu não me deixei abater e comecei a procurar a ter mais intimidade com Nossa Senhora e pedi para ela ter misericórdia de mim. Eu dizia: “quem está aqui é uma filha, que está querendo muito um filho!” Meu sonho era ter três filhos, mas, diante da situação, eu pedia pelo menos um. Orava muito, dia e noite, mas quando eu ia fazer o exame, sempre o resultado dava negativo. Já estava há um ano tentando, quando o Assis sofreu um acidente de carro na cidade de Fortim. Ele se internou e eu precisei acompanhá-lo. No hospital, comecei a sentir enjoos. Minha menstruação vinha normal, por isso não imaginei que pudesse estar grávida. O médico, então, pediu um ultrassom abdominal e já viu que eu estava com 12 semanas. Era um menino! No entanto, quando fizemos o exame de translucência nucal, este diagnosticou que o bebê tinha três más formações: não tinha válvula do esôfago, tinha intestino de adulto e não tinha o ventrículo esquerdo. O médico me disse que eu ia ter que fazer outro exame, chamado amniocentese, para ver o grau da má formação e isso abriria a possibilidade de eu fazer um aborto. Mas eu falei para ele que nem faria esse exame, porque ia levar a gravidez adiante. Aí, mais uma vez, me prostrei dian-
te de Nossa Senhora. Lembrei que quando eu pedia para ela um filho, eu não pedia um filho perfeito, então eu aceitei esse desígnio para mim. Minha gravidez foi de risco e o Mateus nasceu duas semanas antes de completar o oitavo mês. Foi um bebê trabalhoso, precisou ficar na UTI, tomar remédio para amadurecer os pulmões. Quando o levamos para casa, foi aí que começou a nossa luta. Ele mamava e jogava o leite fora, por causa do refluxo; teve arritmia, pressão alta. Mas eu já o tinha consagrado a Nossa Senhora das Graças. Assis teve que sair do emprego, eu tive depressão pós-parto... Ele era um bebê irritado, vivia indo para o hospital, sentia falta de ar, não dormia bem... Mas eu já sentia que o Mateus veio com uma missão grande. Quando ele ia fazer três anos, eu descobri um câncer de mama. Eu tinha que me operar em 20 dias, mas antes tive que me recuperar de uma forte anemia. Assim com na época de Mateus, pedi a Deus e
a Nossa Senhora para ter misericórdia de mim. Antes eu só pensava no meu plano... Era ter três filhos. Até o nome de cada um eu havia escolhido. Mas o Senhor tem um plano na vida para cada um de nós. Vi na bíblia que Mateus significa presente de Deus e ele é um verdadeiro presente de Deus, pois, por ele, eu tive forças para lutar. No dia da minha cirurgia eu levei comigo uma bíblia. O cirurgião era evangélico e ficou admirado em saber que eu era católica e andava com a bíblia. Eu pedi para não entrar sedada, pois queria fazer uma oração antes. Foi aí que entreguei minha cirurgia nas mãos do Senhor, disse que Jesus e Nossa Senhora das Graças iam me operar. Durante a cirurgia, eu via o manto de Nossa Senhora se refletindo nas luzes. Foi uma cirurgia muito difícil, pois os tumores (um em cada mama) não estavam do tamanho de um limão, como mostravam os exames, mas de uma laranja. Para retirá-los, foi necessário dilacerar minha mama.
Os exames também mostravam que o câncer estava se espalhando. Mas durante a cirurgia a equipe médica viu que o tumor não tinha se enraizado e foi o Senhor quem fez isso. Mandaram-no para a biopsia, para saber o que seria feito depois, radio ou quimioterapia. Eu dizia que não aceitaria o tratamento, que não ia querer perder meus cabelos... E me entreguei nas mãos do Senhor, pois sabia que Ele tinha me operado. Perdi totalmente a sensibilidade das mamas e tive depressão até me aceitar, mas meu marido sempre me dizia que eu era a mulher mais linda do mundo. Mateus perguntava: “mamãe dói?” E eu dizia: “Dói filho, mas vai passar”. Por ele eu dei a volta por cima, saí da depressão, me aceitei. Não precisei fazer radioterapia. O médico me confessou que no momento mais difícil da cirurgia escutou uma voz de mulher dizendo a ele como ele deveria retirar os tumores. Mas não havia mulher alguma na sala; eram quatro homens. Mas ele sentiu que teve a presença de Nossa
Senhora e me disse: “Sanny, você é pessoa de muita fé. Nossa Senhora esteve aqui, eu sei que ela estava intercedendo por nós”. Deus fez um milagre muito grande. Pedi com fé, disse que eu queria servir e não ser servida. Quando me recuperei, passei a trabalhar, ainda mais, para Deus. Eu e meu esposo fizemos cursos bíblicos, cursamos Teologia no Seminário da Prainha, nos engajamos nos trabalhos pastorais... Em 2008, descobri oito tumores no fígado, sigmoide comprometido, início de câncer. Desta vez o Senhor me curou durante um encontro da Igreja. Nem precisei fazer cirurgia. Mas isso é assunto para outro testemunho. Mateus é exemplo. Entrou na Pastoral das Crianças, foi coroinha. Hoje tem 17 anos e estuda em um colégio profissionalizante. Recentemente, em 4 de maio de 2015, dois bandidos tentaram matar nosso filho durante um assalto. Disseram que ele tinha olhado muito para o rosto deles. Tentaram enfiar a faca no pescoço do Mateus, mas Nossa Senhora não permitiu que ela o perfurasse. Então, eles tentaram asfixiá-lo. Meu filho falou: “eu vou morrer, minha Nossa Senhora. Eu sou consagrado a ti, só tu podes me salvar”. Foi aí que uma senhora, que morava perto do local onde aquilo estava acontecendo, abriu a porta de casa e os bandidos fugiram. Ela contou que, do nada, sentiu um impulso de ir para fora de casa; foi quando se deparou com a situação. Deus e Nossa Senhora são muito reais em minha vida. Vivemos em uma sociedade que só pensa no ter, no consumo; as pessoas querem dar o melhor para os seus filhos, mas não os educam na fé, nos valores de Deus. Eu podia ter todo o dinheiro do mundo, mas se minha fé não fosse do tamanho de um grão de mostarda, eu nada seria. Para conhecer o testemunho completo de Sanny e Assis, acesse a seção “Testemunho” do site da Paróquia: www.paroquiagloria. org.br
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Serviço
Coroinhas: servidores do altar O coroinha é movido pelo d e s ej o s i n c e r o d e s e r v i r a Ig r ej a d e De u s n o a l t a r , abraçando a missão Victor Sousa
N
o último dia 23 de maio, foram investidos, na Paróquia Nossa Senhora da Glória, 25 coroinhas – a maioria na faixa etária entre 11 e 13 anos. Alguns já serviam ao altar há alguns anos, mas todos estavam participando de formações desde fevereiro deste ano, aos sábados. A formação foi baseada nos documentos da Igreja e contou ainda com encontros de oração, escalas nas missas durante a semana e também momentos de convivência comunitá-
ria (missas solenes), o que os ajudam na perseverança como servidores do altar. A investidura é o ingresso, diante de Deus e da assembleia, no ofício de ser coroinha, movido pelo
desejo sincero de servir a Igreja de Deus. Geralmente esses jovens buscam o serviço logo após terem recebido a primeira eucaristia. Muitos estão engajados na Adolescência Missionária.
Inclusive, este ano já existe uma lista só aguardando receber a primeira eucaristia no final do ano. A maior parte das famílias dos coroinhas serve em outras pastorais, o que
faz com que as crianças e jovens eles se interessem em servir a Deus. Há algumas que dizem achar muito lindo o ofício. Outras testemunham: “Pedi a Deus amigos e Ele me deu vários irmãos”. A principal tarefa dos coroinhas é de servir ao altar. E também de ser exemplo para os demais jovens; ser humilde e prestativo a qualquer pessoa da comunidade ou onde quer que esteja... É muito comum saber de histórias de coroinhas que se tornaram padres – o nosso vigário, Padre Júlio César é um exemplo disso. Ele foi coroinha por um período de sete anos. Para quem quiser ingressar no grupo de coroinhas é só procurar a Secretaria da nossa Paróquia, preencher uma ficha, ou nos procurar aos sábados, na sala 12, no horário de 17h30 às 18h30. Procura Vilma Severo ou Victor Sousa.
Comemoração
Todo dia é dia das mães Cerca de 600 pessoas estiveram presentes no jantar do Dia das Mães, realizado em 16 de maio, no pátio da Paróquia da Glória. Os preparativos da festa começaram em março e contaram com doações para a realização do jantar e compra de brindes. Compuseram a equipe de organização do evento todas as pastorais da Paróquia, em especial o ECC, EJC, Dízimo e Comunicação. “Isso é muito bonito, fruto de algo plantado. A riqueza de uma Igreja está no trabalho em comunidade. Ao ver tanta gente proporcionando uma festa tão bonita, digna de nossas mães, vejo que nossa comunidade deixa que o Espírito Santo nos conduza segundo a vontade de
Deus”, disse o pároco, Pe. Francisco. É o caso da Clarissa e do Tiago. Atuantes na Glória, os dois são engajados em pastorais, fazem parte do Encontro de Namorados Firmes e Noivos (Enfin) e colaboravam servindo o jantar. “É uma alegria ajudar a comunidade a servir a Deus”, diz Clarissa. Ao som de Luizinho e banda, paroquianos e visitantes dançaram e comemoraram a data. “Estamos percebendo a presença de casais de outras paróquias. A movimentação é grande. Acho muito gratificante ver que pessoas de outras comunidades vieram prestigiar a festa”, destaca Waleska Oliveira, membro do Dízimo e da Pastoral da Comunicação. Ao lado da
mulher e da sogra, o comerciante Júnior Bessa, que mudou-se há um tempo para perto da Paróquia, afirmou não deixa de vir às festas e às missas. “Eu me identifico com os padres, que são muito carismáticos, e com a alegria dos paroquianos”, ressaltou. A novidade deste ano ficou por conta de um espaço idealizado pela equipe de decoração, intitulado “A Melhor Mãe do Mundo”. No local, foi disposta a imagem de Nossa Senhora e um espelho, onde as mães podiam se perceber como especiais. “Há 20 anos frequento essa festa e sempre fico muito emocionada e radiante. É maravilhoso estar aqui com meus filhos. Eu me sinto realmente a melhor mãe do mundo”, disse a dona de casa Luzinete Lima, sob o olhar amoroso dos filhos Priscila e Lucas. “Está tudo muito bonito, mas a verdade é que todo dia é Dia das Mães”, resumiu Lucas.
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Entrevista
“Oração, perseverança e fé: isto é o principal” casais, que se chamava Javé. Então, o pároco, padre Castelo, falava que não havia necessidade de existirem dois grupos diferentes na Igreja e acabou juntando os dois. Hoje muita gente participa do grupo Javé; é um grupo grande e maravilhoso.
PASCOM Raimunda Severino Paiva ou, simplesmente, Raimundinha, é natural de Cascavel. Ainda jovem veio morar em Fortaleza. Aqui, fincou suas raízes no bairro Cidade dos Funcionários e adotou a Igreja Nossa Senhora da Glória como sua paróquia. Viúva de José Figueiredo Paiva há 37 anos, mãe de três filhos, há anos serve à comunidade com sua participação no Grupo Javé, do qual foi uma das fundadoras. Conheça um pouco mais dessa evangelizadora, que acompanhou todo o processo de crescimento e desenvolvimento da nossa Paróquia. Mensageiro da Glória: Como aconteceu o chamado para ser uma missionária de Deus? Raimundinha: Há muitos anos, um pouco antes da década de 80. Antes, eu já participava de grupos religiosos. Desde a época que surgiu o Shalom eu participava de grupos de oração e sou engajada com os projetos da igreja. Eu ajudei a fundar a Igreja da Glória, acompanhei todas as mudanças, desde a época da primeira igrejinha. Foi quando, com o tempo, surgiu o Grupo Javé que, no início, se chamava Nossa Senhora da Glória. De lá para cá, eu participo, ainda, do Apostolado da Oração e do Movimento da Mãe Rainha. Mensageiro da Glória: Sobre a criação do Grupo Javé, como se deu esse processo? Raimundinha: Na época do surgimento do Shalom, eu já morava aqui, nesse bairro, e minha mãe e meu irmão, no Centro. Ele participava do grupo lá e me chamou para
Mensageiro da Glória: Sua missão como evangelizadora já se cumpriu? Raimundinha: Eu acho que a fé em Deus nunca acaba. Já estou cansada, por conta da idade. Mas isso não me impede de continuar contribuindo para o grupo. De que forma? Muita oração por todas as pessoas, pelos doentes, por quem está precisando de uma palavra amiga. Esse é o nosso modo de evangelizar. Nosso grupo nunca parou; é uma benção e pretendo continuar essa caminhada até quando Deus permitir.
participar também. Com o tempo, meu irmão comentou que nossa Paróquia precisava de algo que pudesse atrair mais fiéis e, a partir disso, pensamos na criação de um grupo de renovação carismática aqui. O pároco na época, padre Frota, gostou da ideia e aceitou o grupo de oração. Depois dele vieram outros sacerdotes e fomos evoluindo. Iniciamos naquela igrejinha e fomos acompanhando e ajudando na
evolução da Paróquia. Perceber a aceitação da comunidade sempre foi muito bom. Eu amo participar, só falto por algum motivo especial. Mensageiro da Glória: Por que o nome Javé? Raimundinha: Não sei ao certo como surgiu a ideia do nome. No início era Nossa Senhora da Glória. Nessa mesma época, existia, na Paróquia, um outro grupo de encontro de
Mensageiro da Glória: Qual o seu conselho para aquelas pessoas que sentem a necessidade de se aproximar ou servir a Deus de alguma forma e ainda não conseguiram dar o primeiro passo? Raimundinha: Se você se sente chamado, participe. Ou mesmo que não tenha percebido isso, é importante entender que devemos nos aproximar de Deus de alguma forma. É preciso ter fé, procurar o Senhor. Nós só conseguimos receber as graças de Deus estando na Igreja, com muita oração. Sem oração não se vive bem, não se recebe graça. Eu sou um exemplo. Já recebi muitas bençãos por meio da oração e espero receber cada vez mais. Oração, perseverança e fé: isto é o principal. Se não houver fé, não há nada.
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Saiba mais... A história do grupo Javé teve início em 1988. De acordo com seu primeiro coordenador, Otávio, o grupo foi criado a pedido de Pe. Pedro, jovem padre auxiliar da Paróquia Nossa Senhora da Glória, à época do pároco Pe. Frota. Preocupado com a espiritualidade dos casais da Paróquia, engajados no Encontro de Casais com Cristo (ECC), Pe. Pedro sugeriu a Otávio organizar um seminário de vida no Espírito Santo. Realizado o seminário e para dar continuidade ao que fora plantado, criou-se um grupo de oração, que mais tarde receberia o nome de Javé. Ao Javé, juntou-se o primeiro grupo de oração da Paróquia – o grupo Nossa Senhora da Glória, que já tinha uma longa caminhada. Composto em sua maioria por senhoras do bairro, o grupo de oração Nossa Senhora da Glória teve o apoio espiritual da Renovação Carismática Católica de Fortaleza, através do Shalom. Hoje, o Javé é um grupo misto no sentido de seus integrantes, com seus mais de 20 anos de caminhada, sempre perseverando na oração e na interseção pelas pessoas necessitadas de graças. Sempre na mesma linha da Renovação Carismática, as reuniões semanais do grupo Javé são abertas às pessoas que a ele quiserem integrar-se, buscando uma maneira de crescer e fortalecer-se na fé. O grupo caminha também em sintonia com a paróquia, em união, participação e obediência. Aberto a novos participantes, o grupo Javé se reúne às terças-feiras, às 20h.
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A Voz do Pastor
Papa convida a viver na Eucaristia a fraternidade e a caridade
Para refletir
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ós nos separamos “quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando competimos para ocupar os primeiros lugares, quando não encontramos a valentia de testemunhar a caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança”. E assim, o Pontífice assegurou que a Eucaristia nos permite não separar-nos, “porque é vínculo de comunhão, é realização da Aliança, sinal vivente do amor de Cristo que se humilhou e imolou para que nós permanecêssemos unidos”. Também disse que a participando na Eucaristia e alimentando-se dela, “estamos em um caminho que não admite divisões”. Assim, o Santo Padre Francisco, na homilia da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (04/06), na missa celebrada na Basílica de São João de Latrão, referindo-se ao responsório da segunda leitura. “Reconhecei no pão ao mesmo que pendeu na cruz; reconhecei no cálice o sangue que brotou do seu lado. Tomais, pois, e comei o corpo de Cristo; tomais e bebei seu sangue. Sois já membros de Cristo. Comei o vínculo que vos mantém unidos, para que não vos disperseis; bebei o preço da vossa redenção, para que não o desprezeis”. O Papa se perguntou: o que significa hoje, desintegrar-se e desprezar-se? “Cristo presente em nosso meio, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor supere cada laceração, enquanto se torna comunhão
Coerência com a condição de cristão PASCOM
com o pobre, apoiado pelo fraco, atenção fraterna a todos aqueles que sentem dificuldade em levar o peso da vida cotidiana”, explicou Francisco. Por outro lado, ele também explicou o que significa “desprezar-nos”. Dessa forma indicou o que significa “deixar-se afetar pelas idolatrias do nosso tempo: o aparentar, o consumir, o eu no centro de tudo; mas também o ser competitivo, a arrogância como atitude vencedora, o não admitir nunca ter errado e ter necessidade”. Tudo isso “nos humilha, nos faz cristãos medíocres, tíbios, insípidos”. Na Última Ceia, Jesus dá o seu Corpo e Sangue através do pão e do vinho, para nos deixar o memorial do seu sacrifício de amor infinito, lembrou Francisco. E com este “estímulo” cheio de graça, os discípulos têm tudo o que precisam para o seu caminho ao longo da his-
tória, para estender a todos o reino de Deus. Por isso, o Santo Padre disse que “a luz e a força será para eles o dom que Jesus fez de si mesmo, sacrificando-se voluntariamente na cruz”. E este pão da vida – acrescentou – chegou até nós. Esta “maravilha” da Igreja perante esta realidade, não termina nunca. E é um “estupor” que alimenta sempre a contemplação, a adoração, a memória. Na homilia, do dia de Corpus Christi, o Bispo de Roma recordou que o Sangue de Cristo nos livrará dos nossos pecados e nos restaurará nossa dignidade. “Sem nosso mérito, com humildade sincera, poderemos levar aos nossos irmãos o amor de nosso Senhor e Salvador”, acrescentou. Assim, a Eucaristia “atualiza a Aliança que nos santifica, nos purifica e nos une em comunhão admirável com Deus”. (Fonte: Zenit.Org)
Cabe a cada um de nós refletir se nossas atitudes estão coerentes com a nossa condição de um verdadeiro cristão ou se a nossa conduta está condicionada ao nosso bem-estar pessoal ou familiar. Geralmente encontramos pessoas que se dizem cristãs, desde que o seu mundo não seja abalado por problemas – principalmente causados pelos outros. Estes, sim, é que devem ser responsabilizados pelos seus infortúnios e sofrer sozinhos as consequências. Com essa postura egoísta, tais pessoas louvam a Deus somente com os lábios, mas estão com o coração vazio de amor, deixando de agradar ao Senhor com atos concretos que correspondem ao papel missionário do cristão batizado. Busquemos refletir sobre a nossa participação nas missas, adorações, reza do terço e grupos de oração. Estamos somente vivenciando a teoria cristã, já que é mais conveniente ser essa pessoa de aparência religiosa? Ou estamos,
na prática, aprofundando a nossa fé e vivenciando o evangelho? Lembremos aqui de santa irmã Dulce, o anjo da Bahia, que preferiu se expor diante de sua congregação religiosa, quando infringiu as normas do convento para cuidar dos pobres doentes e abandonados das ruas de Salvador. Poderia ela ter cumprido somente as regras do convento. Mas, ao contrário, mesmo sendo tão frágil fisicamente, optou por abraçar uma causa muito mais condizente com a misericórdia do crucificado. Esse exemplo, dentre tantos outros praticados por muitos santos, é a mais concreta prova de seguimento do Cristo, pois foram cristãos que não só louvaram ao Senhor com palavras, mas amaram com a prática do amor ao próximo. Portanto, perguntemo-nos até onde nossas orações e louvores a Deus estão acompanhados de obras de caridade para com o nosso próximo, que está muitas vezes está do nosso lado e nós não conseguimos enxergá-lo.