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Glória
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MÊS DAS MISSÕES
Devemos assumir o nosso papel de semeadores da Palavra, para que a nossa Igreja seja atuante PASCOM
N
esse mês de outubro, a Igreja homenageia Santa Terezinha do Menino Jesus como a padroeira das Missões, cuja vida de santidade foi marcada pela prática de pequeninos atos de amor, humildade e simplicidade. A partir do exemplo da pequena e grande Tereza, que transformou a sua fragilidade física em força interior para servir a Deus com obediência e dedicação, também nós podemos nos disponibilizar para sermos discípulos missionários. Como cristãos batizados, recebemos a responsabilidade de sermos discípulos de Cristo na condução dos irmãos para o verdadeiro caminho que leva ao Reino. Como diz a parábola do semeador, há muitas pessoas esperando na beira do caminho a boa semente que deverá ser lançada por cada um de nós. Mas, para isso, precisamos cada vez mais conhecer e vivenciar a Palavra de Deus.
Como discípulo de Cristo, o missionário deve levar a Boa Nova a um mundo angustiado e sem esperança | Foto: Divulgação Devemos assumir o nosso papel de semeador da Palavra, para que a nossa Igreja seja atuante em todos os aspectos da vida cotidiana da sociedade. Para tanto, faz-se necessário que saiamos da nossa acomodação e indiferença para com as reais dificuldades enfrentadas pelos mais carentes e busquemos soluções práti-
cas para amenizar esses sofrimentos. Viemos a esse mundo para cumprir uma missão diante de Deus e sermos instrumentos em suas mãos. São muitas as oportunidades que Deus nos oferece para que vivenciemos a solidariedade, a caridade e a fraternidade. Basta que decidamos abraçar essa causa missionária.
O cristão que tem, pelo batismo, a vocação missionária, a missão de anunciar a Boa Nova, tem de ter, ele próprio, um coração semelhante ao de Cristo, manso e humilde, como pedimos na jaculatória, “fazei nosso coração semelhante ao vosso”. Ao levar a Boa Nova a um mundo angustiado e sem esperança ou cuja esperança se esgo-
PERGUNTA
TESTEMUNHO
entrevista
Temperamento difícil
Um sim à vida
Mês das Missões
Não podemos julgar alguém por ter um temperamento forte. Mas como ajudar e ser ajudado nestes casos? Pág. 04
O testemunho de uma jornalista cuja mãe “teria” todos os motivos para abortá-la, mas decidiu enfrentar tudo. Pág. 09
A jovem Hanna Larissa Matos Ribeiro nos conta como foi a sua experiência em missão em Macaé, no RJ. Pág. 11
ta com o último suspiro, o missionário não pode se apresentar triste e desanimado, impaciente ou ansioso, mas deve manifestar uma vida irradiante de fervor e da alegria de Cristo. Para o apostolado, Jesus não chama os melhores do ponto de vista da economia, da sociedade ou mesmo os mais santos; Jesus chama a todos, sem fazer qualquer tipo de distinção entre as pessoas. É oportuno lembrar que o primeiro exemplo de discipulado nos foi dado por Maria Santíssima quando ela, mesmo sem entender por completo o mistério da Encarnação, se fez serva da vontade do Pai para gerar seu Filho Jesus. Depois, seu discipulado a fez acompanhar, mesmo em silêncio, toda trajetória da vida de Jesus, alcançando o ápice aos pés da cruz. Sempre firme e forte, Maria continuou com os discípulos mesmo após a ascensão de Jesus aos céus. Como Igreja missionária que deve ir ao encontro de cada irmão que precisa do alimento da Palavra para viver dignamente como filhos de um mesmo Pai, busquemos dar continuidade a esse trabalho missionário através da nossa participação em trabalhos voluntários, pastorais e comunitários com vistas a resgatar a dignidade dos injustiçados e oprimidos da nossa sociedade.
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Editorial
Missionários em Cristo Fiéis do mundo inteiro estão acompanhando, de 4 a 25 de outubro, o Sínodo ordinário dos bispos, cujo objetivo foi discutir, com profundidade, “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Diferentes temas concentraram a atenção dos 270 padres e dos cerca de 90 especialistas, observadores e representantes de outras igrejas cristãs, a exemplo da comunhão aos divorciados novamente casados, preparação dos jovens casais para o matrimônio, controle de natalidade, assistência às famílias em crise, dentre outros. Questões polêmicas sobre as quais a Igreja é convidada a manifestar o seu ponto de vista. E a fazê-lo com o mesmo olhar de Cristo. Em consonância com a Igreja, a Paróquia da Glória realizou, de 20 a 23 de outubro, a Semana da Família, com o tema “Convivência e conflitos familiares”. O evento visou abordar os diferentes con-
flitos vividos dentro da família na atualidade. Aborto, divórcio e segunda união estiveram entre os temas das palestras. Também vivemos um momento forte de nossa Igreja no Ceará, com a realização do Simpósio Arquidiocesano da Caridade, ocorrido nos dias 19 e 20 de setembro, do Ginásio Paulo Sarasate, integrando a programação do Jubileu Centenário da Arquidiocese. No
mês de novembro, viveremos a grande Ação de Graças (Semana Eucarística) em todas as comunidades eclesiais nos dias 7 a 12, concluindo com a Celebração Eucarística no dia 13 de novembro, sexta-feira, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), em Fortaleza, às 17 horas. Ao fim de outubro, mês das missões, lembremo-nos de que cada um de nós é chamado a evangelizar. Mas se nós somos chamados a ser missionários, antes temos que passar pelo discipulado de Jesus Cristo. Isto significa se colocar aos pés do mestre para escutar a sua Palavra, os seus ensinamentos, acolhendo-os no coração, a fim de vivenciá-los e aprender com eles sobre como ser missionário e anunciar a Boa Nova. Essa é a missão que Ele confia a cada um de nós.
Santo do Mês São Lucas – 8 de outubro Um escrito do século II, que estudos recentes consideram historicamente verídico, sintetiza do seguinte modo o perfil desse santo evangelista: “Lucas, um sírio de Antioquia, médico de profissão, discípulo dos apóstolos, mais tarde seguiu são Paulo até a confissão (martírio) deste. Serviu irrepreensivelmente ao Senhor, jamais tomou mulher, nem teve filhos. Morreu aos 84 anos, na Boécia, cheio do Espírito Santo”. Das notas de viagem, isto é, dos Atos dos Apóstolos, no qual Lucas fala na primeira pessoa, apreendemos todas as notícias que a ele dizem respeito, além de breves acenos nas cartas de são Paulo — apóstolo ao qual, mais do que a qualquer outro, estava ligado por fraterna amizade. Com são Paulo, realizou a segunda viagem missionária de Trôade a Filipos, por volta do ano 50. Em Filipos, deteve-se um par de anos para consolidar o trabalho do Apóstolo, após o qual voltou a Jerusalém.
*Pe. Francisco de Assis, pároco
Galeria
Foi de novo companheiro de viagem de são Paulo e, com ele, compartilhou a prisão em Roma. Em seu evangelho, escrito em um grego fluente e límpido, Lucas traça a biografia da Virgem e fala da infância de Jesus. Revela-nos os íntimos segredos da Anunciação, da Visitação e do Natal, fazendo-nos entender que conheceu pessoalmente a Virgem, a ponto de alguns exegetas considerarem que tenha sido Maria quem lhe transcreveu o “Magnificat”. (Fonte: www. paulinas.org.br)
Agenda de Novembro s
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01 – Todos os Santos; 11ª reunião do Conselho Pastoral, das 9h às 12h 02 – Finados 10 – 11ª reunião do Conselho Econômico, das 19h30 às 21h30
d 01 08 15 22 29
15 – Proclamação da República 18 – Aniversário do Terço dos Homens 22 – Assembleia Pastoral Paroquial, das 8h às 13h; Cristo Rei
Informações
Encontrão Vocacional | A Pastoral Vocacional realizou, no dia 18 de outubro, das 16h às 19h, o II Encontrão Vocacional, com o tema “Vocação: caminho de santidade e misericórdia”
MISSAS NA MATRIZ | Segundas: Celebração da Palavra às 6h30 e 18h30; Terça a Sexta: Missas às 6h30 e 18h30; Sábados: Missas às 6h30, 16h30 e 18h30; Domingos: Missas às 8h, 11h, 18h e 20h; 2º domingo do mês: Missa da Misericórdia às 16h; Dia 13 de cada mês: Missa às 12h HORÁRIO DAS CONFISSÕES | Terça a Sexta, das 15h às 18h FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA | Terça a Sexta: das 8h às 11h e das 14h às 19h30; Sábados: das 8h às 11h e das 15h30 às 19h30; Domingos: das 7h às 11h e das 17h às 20h; Segunda: fechada. Fone: (85) 3279.4500.
O MENSAGEIRO DA GLÓRIA É O VEÍCULO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, DA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA. AVENIDA OLIVEIRA PAIVA, 905 - CIDADE DOS FUNCIONÁRIOS - CEP:60822-130 - FORTALEZA - CEARÁ. TELEFONE: (85) 3279.4500 - SUPERVISÃO: PE. FRANCISCO DE ASSIS FILHO - REPÓRTERES: CÉLIA PINHEIRO, EVELANE BARROS, GIL BEZERRA, MOISÉS FURTADO, NARCÉLIO BARROS, PATRÍCIA GUABIRABA, PAULO DAVI, THINAYNA MÁXIMO E VALESKA SOUSA - JORNALISTA RESPONSÁVEL: PATRÍCIA GUABIRABA (MTB 01597JP-CE) - PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO/design editorial: BRUNO BARBOSA - IMPRESSÃO: GRÁFICA ENCAIXE - TIRAGEM: 3000 EXEMPLARES - PARA ANUNCIAR: 8805.0393 - www.paroquiagloria.org.br - omensageiro@paroquiagloria.org.br
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DIFERENTE EM.CANTAR
Uma noite diferente para encantar a comunidade PASCOM
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m evento de louvor e evangelização movimentou a noite de sábado, do dia 19 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora da Glória. O “Diferente Em.Cantar” foi organizado pelo Ministério Corações em Deus e contou com a colaboração de outros movimentos e serviços jovens da comunidade, como Obra Bene, Prioridade Juventude, Pastoral da Crisma e EJC. O público foi recepcionado com som do DJ Glauber Sousa, da Rádio Dom Bosco, que animou o evento com uma seleção de músicas católicas eletrônicas. O ambiente foi preparado para que o público também pudesse interagir com evento. Foi criado o “Espaço da Selfie”, onde a comunidade fazia fotos com a marca do evento, o “Mural de Curiosidades” que trazia uma seleção de matérias do jornal Mensageiro da Glória sobre momentos importantes da Paróquia. Além disso, havia o mural “Qual a sua forma de encantar a Deus?” em que o público pode compartilhar seus dons. Durante a noite, os jovens puderam ainda curtir um Flash Mob, que é uma apresentação de dança surpresa, organizado pela Pastoral da Crisma, e uma apresentação teatral conduzida pela Obra Bene. A noite foi encerrada com um show do Ministério Corações em Deus, cujo repertório foi de músicas de artistas católicos a músicas autorais. O show também teve a participação especial de Daniel Karbage, da Obra Lumen, Carine e Nayan, da Comunidade Filhos da Misericórdia e
O Diferente Em.Cantar emocionou o público presente, composto por pessoas de todas as idades | Foto: MCD Alexandre de Carvalho, da Comunidade Shalom. O show teve como diferencial dois momentos que contaram com a colaboração da comunidade. Durante a divulgação do evento, o Ministério Corações em Deus (MCD) solicitou que a comunidade enviasse fotos de seus grupos de amigos e vídeos dançando e cantando uma música do ministério para serem usados no evento. O material foi usado durante duas músicas autorais do MCD, as fotos foram projetadas durante a música “Presente de Deus”, que fala sobre amizade, e os vídeos apareçam antes da música “Vou de boa”. O Diferente Em.cantar foi pensado pelo Ministério como uma forma de evangelizar a juventude da paróquia,
por meio da arte, e arrecadar fundos para gravação de um CD com músicas autorais. Glaydson Reis, coordenador do Ministério, relata que Deus revelou ao grupo que este evento seria um meio de levar a igreja às pessoas que não a conhecem, como uma verdadeira companhia de pesca. “Deus confirmou isso, pois apareceram várias pessoas que aderiram ao projeto, que fizeram danças, peças. E a gente sabe que a arte tem esse poder de alcançar as pessoas. Nesse evento a gente conseguiu levar toda a diversidade que a Paróquia tem, e isso é o mais fantástico”, partilha Glaydson. O Diferente Em.Cantar emocionou o público presente, composto por pessoas de todas as idades. Para João Paulo Parente, da Pastoral da Crisma, o evento foi uma forma de tocar os corações. “Foi uma forma de ver Deus na alegria dos nossos amigos e familiares”, relata. Já Danyela Polary, da Pastoral da Acolhida, destacou a importância de eventos como este: “É importante para ver que as coisas de Deus são alegres. Como apareceu na peça, não é uma alegria passageira, é uma coisa que preenche o nosso coração.” O casal Eugênio e Rosalina, do ECC, parabenizou o evento e a juventude da paróquia. “A gente só tem que agradecer a Deus por esse presente e que essa juventude possa crescer na fé e na coragem de serem jovens evangelizadores”, disseram. O Ministério Corações em Deus existe há 12 anos e, inicialmente, era denominado banda, colaborando com as missas de 20h e pastorais e serviços da paróquia. O tornar-se ministério foi fundamental para o amadurecimento dos integrantes e do serviço, reforçando o carisma de “Levar os corações para Deus”. “Hoje, como Ministério, nós não nos restringimos a evangelizar somente pela música; há vários membros do Ministério que pregam, dão formações. A gente já teve também a graça de organizar retiros”, conta Glaydson Reis.
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PERGUNTA DO MÊS
Como conviver com alguém de temperamento difícil? Não podemos julgar alguém por ter um temperamento forte. Mas como ajudar e ser ajudado nestes casos? Elaine Ribeiro dos Santos
Q
uando pensamos em determinados comportamentos e situações, logo nos lembramos dos momentos nos quais não conseguimos lidar com determinados tipos de pessoas pelas características que elas possuem. Pessoas consideradas “difíceis” encontraremos em todos os lugares: no trabalho, na escola, na família, na comunidade, entre nossos amigos, enfim, no convívio social sempre encontraremos pessoas com as quais teremos algumas ou muitas dificuldades. O que popularmente chamam de “temperamento forte”, pode revelar uma pessoa determinada, firme em seus propósitos, mas também alguém que pode dificultar relacionamentos, ser dura em seus pensamentos e, muitas vezes,
alguém que pode ter barreiras nos seus relacionamentos em grupo. Nosso temperamento traz características herdadas de nossos pais. Se este “nosso tempero” é forte, logo lembramos que pode ter uma dose de “pimenta”, de “sal” e outros tantos sabores. Nenhuma pessoa pode ser taxada pela característica mais evidente, ou seja, eu não posso julgar alguém apenas por ter um temperamento forte. Mas como ajudar e ser ajudado nestes casos?
Nos relacionamentos cotidianos, vamos aprendendo a perceber as pessoas e a lidar com seus comportamentos. O primeiro ponto que podemos pensar é: “Será que esta pessoa tem algum comportamento que me irrita, pois se parece em algo comigo?”. Será que você também é uma pessoa difícil? Procure, então, perceber-se, deixe de lado as acusações e passe a observar-se melhor. Ao perceber seus valores, sua forma de agir e perceber
Como vencer a depressão? A solidão, a tristeza e a depressão fazem parte de um mesmo problema que parece atacar a sociedade de maneira cada vez mais pronunciada. Não é difícil encontrar pessoas que se queixam da sua solidão ou da impotência que sentem ao não conseguirem consertar as coisas que lhes causam tristeza ou algo mais profundo. Lembrando que a depressão precisa ser tratada o quanto antes por profissionais especializados, eu gostaria de compartilhar algumas indicações que podem ser de ajuda para encontrar caminhos de vida
para as pessoas que se sentem no meio de um buraco negro, úmido e frio. Leve em consideração que os seguintes conselhos não substituem uma terapia nem são de aplicação universal. Se forem úteis para você, aproveite: 1. Cuide das suas rotinas: sono, vigília, alimentação, exercício (caminhar, por exemplo, é um excelente primeiro passo). Em geral, começar a apropriar-se da sua vida faz bem, iniciando pelas condutas de autocuidado. 2. Tenha foco no presente, por-
o mundo, muitas coisas poderão ser clareadas. Claro que pessoas mal humoradas, de atitudes negativas, que apenas criticam ou para as quais o mundo sempre é ruim, pouco colaboram quando estão convivendo com os demais. Com uma pessoa assim, é importante que sejamos assertivos, ou seja, que sejamos claros ao dizer, de forma adequada, os comportamentos dela que prejudicam aquele ambiente. Quando deixamos o fato de
que o passado não pode ser mudado e o futuro não existe. Se a pessoa fica olhando para as dificuldades anteriores, ela se frustra e, se pensa no que está por vir, se angustia. 3. Comece dando um passo de cada vez: não pretenda solucionar todos os problemas em uma só tarde, porque, novamente, a angústia vai surgir ao ver uma lista tão grande de pendências. 4. Procure ser útil: uma pessoa, mesmo com depressão, pode prestar um serviço aos outros ou a si mesmo. Esta experiência de ajudar a diminuir a dor do outro, ou de ajudá-lo a ser feliz, é algo que cura, porque, entre outras coisas, induz a pessoa a deixar de olhar o tempo todo para si mesma, para os
lado, eles podem “crescer” e quando percebemos todo o relacionamento pode ser perdido. Não “caia no jogo”. Você pode ter um temperamento também forte e facilmente irritar-se e até alimentar aquela situação constrangedora. Acalme-se, olhe para a situação de forma racional e dê uma resposta diferente. Compreender a forma da outra pessoa pensar também ajuda bastante. Procure pensar antes de dizer, não reaja de forma impulsiva. Quando uma situação está muito difícil, às vezes é melhor recuar e conversar quando ambos estiverem mais calmos. Gosto muito de uma citação do Padre Joãozinho que diz assim: “Nós precisamos viver como patos e não como esponjas. Os patos têm uma glândula que distribui óleo em suas penas para torná-las impermeáveis. Depois que eles mergulham, sacodem as penas e já estão prontos para outra. Tudo fica por fora deles, nem a água nem a sujeira os atingem. Por outro lado, quando vivemos como esponja, absorvemos tudo que as pessoas nos dizem e acabamos nos tornando complexos, cheios de ressentimento”. Paciência e benevolência são poderosos instrumentos dos quais precisamos nos lembrar para um bom relacionamento com nossa família, filhos, amigos, trabalho, comunidade, escola. Pensemos nisso! *Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Artigo extraído do site da Canção Nova. Link: http://goo.gl/eSjJJJ)
próprios problemas, caindo na autocompaixão. 5. O apoio espiritual e o terapêutico são especialmente necessários para deixar o passado para trás, perdoar os outros e perdoar a si mesmo, bem como para construir uma agenda que permita enfrentar o futuro com esperança. A depressão não pode ser curada em um final de semana, mas a minha experiência ensina que as pessoas que seguem estes conselhos, especialmente o último, conseguem superar esta dificuldade e reencontrar-se com sua vida. (Autoria: Saulo Medina Ferrer, psicólogo. Artigo extraído do site da Comunidade Católica Shalom. Link: http://goo.gl/xRMAjo)
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PALAVRA DE VIDA
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12,31)
Deus fica contente quando vê que amamos o próximo como a nós mesmos, contribuindo assim para a unidade da família humana Pe. Fabio Ciardi
E
is uma daquelas Palavras do Evangelho que é preciso viver imediatamente, com prontidão. É tão clara, direta – e exigente – que não necessita de muitos comentários. Em todo o caso, para compreender a força que ela encerra, pode ser útil colocá-la no seu contexto. Jesus estava a responder à pergunta de um escriba – um dos estudiosos da Bíblia – que lhe perguntou qual era o maior mandamento. Era uma questão em aberto, sobretudo desde que, nas Sagradas Escrituras, tinham sido identificados 613 preceitos que era preciso cumprir (...). Jesus não só retoma o ensinamento sobre a centralidade do amor, mas liga, como um único mandamento, o amor a Deus (cf. Dt 6, 4) e o amor ao próximo (cf. Lv 19, 18). Com efeito, a resposta que Ele dá ao escriba que o interroga é: “O primeiro [mandamento] é: Escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”.
“Amarás o teu próximo...” Esta segunda parte do único mandamento é expressão da primeira parte, do amor a Deus. Todas as criaturas são de tal modo importantes para Deus que, para Lhe dar alegria, para Lhe demonstrar com fatos o amor que
seu tempo a ouvir-nos, a ajudar-nos a preparar um exame, a encontrar um emprego, a arrumar a casa? Se calhar também o outro tem exigências semelhantes. Devemos sabê-las adivinhar, estando atentos a ele, pondo-nos numa atitude de escuta sincera, colocando-nos mesmo no lugar dele. É importante também a qualidade do amor. O apóstolo Paulo, no célebre hino à caridade, enumera algumas das suas características que seria útil recordar: ela é paciente, é prestável, não é invejosa, não assume atitudes de superioridade, mas considera o outro mais importante. Não falta ao respeito, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 4, 7). Quantas ocasiões, portanto, e quantas formas de o viver:
“Amarás o teu próximo...”
Como é que se pode amar a Deus que não se vê, se não se amar o irmão que se vê? Ama-se a Deus, na medida em que amamos o próximo, sobretudo os “pequenos”, os mais necessitados temos por Ele, não há melhor modo do que ser a expressão do Seu amor para com todos. Assim como os pais ficam contentes quando veem os seus filhos estarem de acordo, ajudarem-se, estarem unidos, assim também Deus – que é para nós como um pai e uma mãe – fica contente quando vê que amamos o próximo como a nós mesmos, contribuindo assim para a unidade da família humana. Já desde há séculos que os Profetas explicavam ao povo de Israel que Deus quer o amor e não os sacrifícios e os holocaustos (cf. Os 6, 6). O próprio Jesus refere-se aos ensinamentos dos Profetas, quando afirma: “Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). De fato, como é que se pode amar a Deus que não se vê, se não se amar o irmão que se vê?
(cf. 1 Jo 4, 20). Ama-se, serve-se e honra-se a Deus, na medida em que amamos, servimos e honramos cada pessoa, amiga ou desconhecida, do nosso povo ou de outros povos, sobretudo os “pequenos”, os mais necessitados. É o convite – dirigido aos cristãos de todos os tempos – para transformar o culto em vida, para sair das igrejas, onde adoraram, amaram, louvaram a Deus, para ir ao encontro dos outros, de maneira a atuar aquilo que se compreendeu na oração e na comunhão com Deus.
“Amarás o teu próximo...” Como viver, então, este mandamento do Senhor? Lembremo-nos, antes de mais, que ele faz parte de um díptico inseparável, que compreende o amor a Deus. Precisamos de ter tempo para conhecer o que é o amor e como
se ama, e, portanto, precisamos de dar espaço aos momentos de oração, de “contemplação”, de diálogo com Ele: só Deus, que é Amor, nos pode ensinar a amar (...). Para amarmos o próximo como a nós mesmos, temos que o conhecer como nos conhecemos a nós mesmos. Deveríamos chegar ao ponto de amar como o outro quer ser amado e não como nos agradaria a nós amá-lo. Agora, que as nossas sociedades se tornam cada vez mais multiculturais, com a presença de pessoas provenientes de mundos tão diferentes, o desafio é ainda maior (...). As diferenças também existem dentro da própria família, ou nos ambientes de trabalho e de bairro, mesmo quando compostos por pessoas da mesma cultura. Não gostaríamos de encontrar alguém pronto a dedicar o
Por fim, podemos recordar que esta norma da existência humana está na base da famosa “regra de ouro”, que encontramos em todas as religiões e nos grandes mestres até da cultura “laica”. Poderíamos encontrar, nas origens das tradições culturais ou credos religiosos, análogos convites a amar o próximo e ajudarmo-nos a vivê-los juntos, hindus e muçulmanos, budistas e aderentes às religiões tradicionais, cristãos e homens e mulheres de boa vontade (...). Se todos estivéssemos realmente conscientes de que temos de amar o próximo como a nós mesmos, até ao ponto de não fazermos ao outro aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós, e que deveríamos fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro nos fizesse a nós, acabariam as guerras, desapareceria a corrupção. A fraternidade universal deixaria de ser uma utopia, a civilização do amor rapidamente se tornaria uma realidade. Padre Fabio Ciardi, teólogo, é docente no Instituto de Vida Religiosa Claretianum, em Roma, e membro da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Desde 1991, trabalha com o Movimento dos Focolares.
CREMEC 4136 RQE 6646
Membro-Soc. Bras. de Dermatologia - Inscrição SBD 1610
Funcionando também em novo endereço: Rua Vicente Lopes, 229, Cidade dos Funcionários
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REPORTAGEM
Como afastar os filhos das drogas Para deixar os filhos longe das drogas, a iniciativa mais importante é o bom diálogo Pascom
A
chegada da adolescência é sempre uma época que preocupa os pais. Considerada difícil, essa fase é marcada por transformações e conflitos, que em alguns momentos pode gerar sofrimento a todos. Muitos pais temem perder seus filhos, principalmente para as drogas. É na adolescência que muitas pessoas experimentam o álcool, o cigarro e as drogas – seja por curiosidade, facilidade ou para aliviar tensões. Mesmo sabendo dos riscos das drogas lícitas e ilícitas, amplamente divulgados, os jovens não parecem considerá-los. Vivem numa ideia de terem poder e controle sobre as coisas, e de serem donos de seu
nariz. Nessa fase, a influência de amigos ganha força maior. Mas a chegada da adolescência não exclui toda a história de vida de uma pessoa. Suas vivências, principalmente as familiares, vão ter grande peso em como as coisas se darão pela vida. O modo como uma família se estrutura e se relaciona pode criar ou não condições para que os filhos se desenvolvam de maneira saudável. Quando as relações são pautadas pela confiança e pelo afeto, em que o vínculo entre eles é forte, tudo tende a caminhar melhor.
A dor de uma mãe A partir de sua experiência, a catequista Maria Lisbanha faz um alerta a toda a nossa comunidade. Ela, que mora próximo à nossa Paróquia, fala de uma realidade que ceifa a vida de centenas de jovens todos os anos: “É impossível descrever a dor de uma mãe que perdeu seu filho para o mundo das drogas. Não! Eu não perdi meu filho para as drogas... Mas vi e sofri com as mães dos amigos do meu filho que perderam. Sim, podia ser o meu filho!
Aos dez anos de idade meu filho recebeu um convite para ser ‘aviãozinho’, e veio me perguntar se podia. Eu me assustei com aquilo e perguntei se ele sabia do que se tratava. Ele me explicou e ainda disse que não seria perigoso. Eu calmamente conversei com ele e disse que aquilo era muito perigoso e que se fizesse aquilo poderia até ir parar na ‘Febemce’. Graças a Deus ele me escutou. Continuou com as ‘amizades’, e sempre vinha alguém me avisar que viu o meu filho com o Fulano, e que o Fulano era perigoso e que eu não deixasse mais ele andar com o Fulano. E assim aconteceram várias vezes, os anjos sempre me avisavam das más companhias do meu filho. Sempre conversei com ele, e ele sempre dizia que não fazia nada. Mas eu insistia para ele se desfazer dessas amizades, pois a Polícia não quer saber se você é inocente, se você estiver no meio, vai junto! Mas ele não ligava. O tempo foi passando e meu filho começou a trabalhar, foi se afastando de pouquinho daqueles ‘amigos’, e de vez enquanto ele me dizia que Fulano
e Sicrano estavam nas drogas, assaltando e outras coisas. Eu sempre bati na mesma tecla dizendo que ele não se misturasse, mas também não ignorasse. Em resumo, eram amigos de infância do meu filho. Eles brincavam, bagunçavam, riam juntos... Mas seguiram caminhos diferentes e eu quando eu tinha notícia já era tarde demais. Um por um foi morto por dívida ou outra coisa. Eu sofri muito, pois para mim era como se fosse o meu filho, afinal convivi com eles!”
Comportamentos Para deixar os filhos longe das drogas, a iniciativa mais importante é o bom diálogo. É preciso conversar e não só falar para o outro ouvir. Ou seja, trocar ideias e responder a dúvidas. Nunca é cedo nem tarde demais para começar. Incentivar a aprofundamento da espiritualidade é fundamental. O engajamento em grupos de jovens é uma experiência preciosa que pode contribuir sobremaneira para afastar os jovens das drogas. Além disso, os pais devem buscar conhecer melhor
os amigos de seu filho e os pais deles. Só no convívio é possível descobrir se algum consome drogas. Os pais são os responsáveis por colocar limites, acolher e supervisionar os filhos. A escola também pode ser uma boa aliada. Algumas organizam palestras e outras atividades de conscientização dos riscos e malefícios das drogas. Por fim, os pais precisam dar o bom exemplo e ser sinceros sempre. Caso seja confirmado o consumo de drogas, é necessário que os pais mantenham a calma. O melhor a fazer é conversar sem rodeios, descobrir o que levou o(a) jovem a procurar as drogas e orientá-lo(a) com carinho. A abordagem deve ser múltipla. Primeiro, a intervenção da família, que não pode se acanhar ante o problema. Em seguida, vem o tratamento contra a dependência química, a busca de alternativas à droga – que pode ser pela fé ou por um novo propósito na vida – e o apoio comunitário (da igreja, dos amigos, dos grupos especializados como o Narcóticos Anônimos) para manter a pessoa longe do mundo das drogas.
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TESTEMUNHO
“Minha mãe tinha todos os motivos listados pelas feministas para me abortar” Fabíola Goulart
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Igreja Católica celebrou, no dia 8 de outubro, o Dia do Nascituro – o ser humano concebido no ventre materno e que ainda está por nascer. É por essa razão que diversas agências de notícias católicas divulgaram o testemunho de Fabíola Goulart, de 29 anos, cuja vida esteve por um fio. O testemunho desta jovem, que desde os quatro anos de idade viveu em Balneário Rincão (SC), é prova daquela passagem, no livro do profeta Jeremias, que diz: “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações” (Jr 1,5). Jornalista, católica, desde que se formou na faculdade tem oferecido seu conhecimento ao serviço da Igreja, seja pelo movimento de Renovação Carismática Católica na Diocese de Criciúma e no escritório nacional, ou nas agências de comunicação católica que já atuou. Em 2013, foi voluntária na Jornada Mundial da Juventude, no Brasil. Quando a JMJ acabou, trabalhou como jornalista para a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Em meio à missão na Igreja, conheceu aquele que se tornou seu esposo e, com ele, está agora em Cracóvia, na Polônia, como voluntária de língua portuguesa da Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada de 26 a 31 de julho de 2016. Confira o testemunho:
Por que sou contra? “Àqueles que chamam de ignorante e hipócrita quem é contra o aborto gostaria que
lessem os meus argumentos. Não que seja necessário haver algum, pois toda vida é importante e deve ser preservada. Isso é um fato. Mas é uma partilha pessoal que lhe faço. Minha mãe tinha todos os motivos listados pelas feministas para me abortar. Era pobre, engravidou de um homem casado que até hoje não me assumiu como filha, não tinha apoio da família e nem sequer lugar para criar. Não tinha terminado o Ensino Médio e estava sem perspectiva de futuro. Entretanto, apesar de todas as adversidades, decidiu enfrentar tudo por aquela vida que se gerou
em seu ventre. Fugiu pela porta dos fundos da clínica clandestina em que foi levada para fazer o aborto. Nunca se arrependeu. Foi difícil? Sim, muito. Sua vida foi totalmente diferente do que ela esperava quando tinha apenas 20 anos. Mas todas as vezes que eu olho nos olhos dela, sei que ela não se arrepende. Ela me ama muito e eu a amo demais. Nosso amor nos faz felizes e alimenta a nossa fé de que tudo vai dar certo quando agimos com amor, principalmente pelo outro. Minha mãe me deu o maior presente: a minha vida. E se abortistas tivessem ido até ela e, se aproveitando de
um momento difícil, a tivessem convencido? Eu não estaria aqui. Vocês, meus amados amigos, não teriam me conhecido. Não teríamos tido os momentos maravilhosos que vivemos, nada de conversas, risos ou discussões. Nada de Fabíola. Quantas “fabíolas” já se foram naquela mesma clínica? Quantas “fabíolas” nem chegaram a nascer? Sempre defenderei a vida, não importa o seu tamanho ou as adversidades que a circundam. Sou prova viva de que um filho nunca pode “estragar” ou “prejudicar” a vida de uma mulher; ao contrário, pode dar a ela novos motivos para viver e ser feliz.
Às vezes paro pra pensar em tudo o que Deus já fez por mim, até onde Ele me levou, e fico sem palavras. Eu sempre fui muito sonhadora e acreditava que poderia ver grandes coisas, mas nada comparado ao que eu já vivi. Como uma jovem que cresceu em uma família pobre, com mãe separada, numa cidadezinha litorânea pequenininha, poderia acreditar que um dia encontraria o Papa, viajaria o Brasil e o mundo? É mesmo difícil de acreditar... Por isso, confio tanto na misericórdia de Deus, pois sei que ela me alcançou; e tanto na providência de Deus, que sempre cuidou de mim. Nunca almejei essas coisas, nunca quis, sei lá, “fazer carreira” na Igreja. Tudo aconteceu naturalmente. Deus me dava um pouco, e eu cuidava e me dedicava para aquele pouco. Em seguida Ele me dava mais. E assim foi indo. Mas sempre tive muita responsabilidade com as bênçãos que ele me deu e também sempre agradecida. Sinto-me tão amada por Deus que não consigo fazer outra coisa que não seja deixar Ele feliz. Fazer o que Ele quiser que eu faça, mesmo quando não entendo, mesmo quando não sei como será depois, mesmo quando parece difícil demais. Às vezes, acerto. Às vezes, erro. Mas a intenção está sempre ali!” (Fonte: Testemunho de Fabíola Goulart, publicado pela agência de notícias zenit.org http://goo.gl/xUSp2e). Para compartilhar o seu testemunho com a nossa comunidade, entre em contato com a Pastoral da Comunicação através da Secretaria da Paróquia ou do e-mail omensageiro@paroquiagloria.org.br
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O mensageiro da
comemoração
Obra Bene: 20 anos de história Para a celebração dos seus 20 anos, a Obra Bene realizou uma semana de comemorações Sarah Oliveira
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8 de setembro de 1995: uma data que ficará para sempre marcada no coração de cada pessoa que já passou pela Obra Bene. São 20 anos de história, de ensinamentos, de amadurecimento. 20 anos em que sentimos, dia após dia, a misericórdia de Deus sendo derramada em nossos corações e o amor Dele invadindo as nossas vidas. 20 anos se passaram. Começamos como um grupo de oração, no salão paroquial da Paróquia da Glória. Lia Coriolano foi a primeira coordenadora do até então Grupo Bene. Após três anos, ela passou a coordenação para o Sávio Saraiva. Nesse período, contávamos também com um grupo de aprofundamento, o qual era coordenado pela Ana Lívia. A coordenação do Sávio foi de aproximadamente dois anos e em seguida a Sissi Machado assumiu o grupo Bene. Foi na coordenação da Sissi que o grupo passou a contar com Ministérios, que são os serviços. Tínhamos, até então, três ministérios: o ministério de Acolhimento, o ministério de Música e o ministério de Intercessão, sem contar com o grupo de oração para crianças, o Benezinho, que nasceu com o objetivo de evangelizar as crianças que estavam indo para o grupo aberto. Após a coordenação da Sissi, o Leandro Damasceno assumiu o grupo com o auxílio de mais alguns coordenadores. Foi a partir
daí que mais ministérios foram sendo formados e a relação com a Renovação Carismática Católica foi se estreitando ainda mais, nos auxiliando a conduzir tantos jovens que vinham ao nosso encontro, com sede de Deus. Foi o Leandro, através do Espírito Santo de Deus e com o apoio do conselho da Obra, que fundou hoje a Obra Bene Ha Iahweh Hain, que significa “Filhos do Deus Vivo” em aramaico. Nossa vocação é o Amor e nosso carisma é Acolher para a Santificação das Almas. Hoje contamos com sete ministérios, que são eles: Acolhimento, Artes, Crianças, Comunicação Social e Eventos, Intercessão, Pastoreio e Pregação, além de seis grupos de oração, sendo dois abertos: Colo de Maria e Benezinho; e quatro de aprofundamento: Formação Básica, Cenáculo de Amor, Santa Teresinha e Guiados pela Misericórdia, além do Conselho, composto por oito pessoas, dentre elas o fundador, que é o Leandro, e o coordenador geral que é o Raphael Aleixo. Para a celebração dos seus 20 anos, a Obra Bene realizou
de 28 de setembro a 02 de outubro de 2015, uma semana de comemorações. O dia 28/09 foi celebrado com a missa em ação de graças; no dia 29/09 foi realizada uma exposição apresentando a história da Obra; dia 30/09 foi a Noite com as Famílias; no dia 1º/10 apresentamos nosso 1º musical “A pequena Flor”, que contou a história de Santa Teresinha; no dia 02/10 fizemos a Evangelização com Jovens, com o auxílio do Núcleo Dirigente do EJC e, por fim, no dia 03/10 tivemos a Noite de Talentos. Porém, para fechar com chave de ouro a comemoração dos nossos 20 anos, faremos no próximo dia 06 de novembro, no Pátio do Centro Pastoral Pe. Alberto Castelo, um grande evento, que será um show com a Ana Gabriela do Shalom, com o Ministério Corações em Deus e com o Ministério de Artes da Obra Bene, ambos da nossa Paróquia. Aproveitamos a oportunidade para convidar todos a participarem desse grande momento de alegria e evangelização!
Encontro
Simpósio Arquidiocesano no Ano da Caridade A Arquidiocese de Fortaleza realizou nos dias 19 e 20 de setembro o Simpósio Arquidiocesano da Caridade, no Ginásio Paulo Sarasate, integrando a programação do Jubileu Centenário da Arquidiocese, cujo lema é “Levados pela Caridade de Cristo” (cf. 2Cor. 5, 14). O encontro reuniu cerca de 2 mil pessoas, dentre bispos, padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, leigos e leigas das diversas Regiões Episcopais. Neste Ano Jubilar – Ano da Caridade – o Simpósio Arquidiocesano buscou, a partir da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja, aprofundar a compreensão da Caridade diante dos desafios e estímulos para a evangelização em nossos dias. “Nós somos chamados a levar o Evangelho. Somos levados e carregados pelo amor de Deus. Esse amor que nos faz dar uma resposta. Vamos amar a Deus e aos irmãos. Vamos ao encontro deles”, foi o chamamento que o arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, fez na abertura do Simpósio. Além das orações e
cânticos, aconteceram palestras sobre a “Visão da realidade social (marcas do nosso tempo”, com o Pe. Manfredo de Oliveira; “Iluminação bíblica sobre a Caridade”, com a professora Tânia Couto; e “A caridade na vida da Igreja (ação pastoral hoje)”, com Padre Almir Magalhães e Dom José Antonio. O Simpósio foi encerrado ao final da manhã do segundo dia, com a celebração eucarística.
Programação Após o Simpósio, a Arquidiocese se dedicou, em outubro, à missão evangelizadora em todas as suas Regiões. No mês de Novembro, comemorativo jubilar (a Arquidiocese de Fortaleza foi criada no dia 10 de Novembro de 1915) viveremos a grande Ação de Graças (Semana Eucarística) em todas as comunidades eclesiais nos dias 7 a 12, concluindo com a Celebração Eucarística no dia 13 de Novembro, sexta-feira, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), em Fortaleza, às 17 horas, com a representativa presença de toda a Igreja Católica no Ceará.
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Entrevista
“Ser missionária é ser feliz por estar na missão que Deus escolheu para mim” pois me exigiu grandes sacrifícios, como trancar minha faculdade, deixar meu trabalho e até mesmo minha família. Mas nada dessas ofertas eram suficientes diante do grande sacrifício de Cristo em me salvar. Então resolvi ofertar a minha vida, o meu tempo, tudo a Deus.
PASCOM O mês de outubro é, para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal. O objetivo é promover e despertar a consciência, a vida e as vocações missionárias, bem como realizar uma coleta mundial para o sustento de atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes, sobretudo em países onde os cristãos são ainda uma minoria e as necessidades materiais são mais urgentes. O Mês das Missões deve lembrar a cada um de nós que é missão de todo batizado ser evangelizador. O Batismo nos faz “membros do Corpo de Cristo”, a Igreja, e assim, participantes de Sua Missão de salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de Jesus. Nesta edição, O Mensageiro da Glória traz a entrevista com a jovem Hanna Larissa Matos Ribeiro, de 26 anos, pertencente à Comunidade Shalom, que nos conta como foi a sua experiência em missão, durante 10 meses, em Macaé, no Rio de Janeiro. Mensageiro da Glória: Para você, o que é ser missionário? Hanna: Ser missionário para mim tem muitas definições: é sair do meu comodismo, é me sentir mais cristã, é me doar ao outro. Ser missionária é ter uma missão, mas não uma missão qualquer: é a missão que Deus escolheu para mim como membro da Igreja
Católica. Ser missionária é ser feliz, simplesmente por estar na missão que Deus escolheu para mim. Mensageiro da Glória: Como foi seu chamado à missão? Hanna: Deus cria cada um com uma missão, que pode ser cumprida em sua terra natal ou em outras terras. Eu vivenciei as duas situ-
ações. Primeiro, senti um forte chamado para partir em missão através da oração. Deus foi convencendo o meu coração que eu deveria partir para evangelizar povos que necessitavam do meu anúncio sobre o Evangelho e a pessoa de Jesus Cristo. E nesse convencimento diário na oração pessoal eu decidi dar o meu “sim”. Não foi um sim fácil,
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Mensageiro da Glória: E como sua família reagiu a esta decisão? Hanna: Foi desafiante e doloroso para os meus pais, pois eu ia sair de casa para morar em outro estado, no qual eu não conhecia ninguém. Mas eles confiaram que aquela era a vontade de Deus para mim naquele momento. Então, em meio às dores e aos medos, eles resolveram aceitar e acolher a minha decisão como um tempo de grande crescimento que eu precisava vivenciar naquele momento. Todos me apoiaram. Meus pais também são da comunidade Shalom, mas antes de eles conhecerem a comunidade eles já eram do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Então eu e meus irmãos fomos todos “criados” dentro da Igreja, educados com os valores cristãos. Isso me ajudou muito na hora de dizer sim a Deus para partir em missão, pois a base da minha fé estava bem firmada. Mensageiro da Glória: O que mais te marcou nessa experiência? Hanna: Parti em missão para a cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, em agosto de 2011, e lá passei 10 meses, nos quais pude viver uma experiência de pobreza evangélica. Pude evangelizar jovens muito distantes de Deus, crianças,
e até casais. Enfim, naquele tempo era essa a missão que Deus tinha me dado. Fui muito feliz por viver as exigências do evangelho, por deixar também Deus ir me curando de muitas fraquezas; fui deixando Deus agir em mim e nos outros. Nossa missão é evangelizar. E por causa dela resolvi voltar, decisão que tomei também discernida pela oração. Mensageiro da Glória: Quais trabalhos você desenvolve hoje? Hanna: Hoje, eu e minha família somos consagrados a Deus na vocação Shalom e temos como missão evangelizar os pobres, as pessoas que ainda não conhecem a Deus. Por isso somos uma família missionária. Como cristã Shalom, sou chamada a ser luz do mundo e sal da terra. Hoje, a minha missão é evangelizar o povo da minha terra. Atualmente sou coordenadora do Ministério de Música do Shalom na Paróquia Nossa Senhora da Glória e estou muito feliz por ter essa missão tão bela de evangelizar através da música. Mensageiro da Glória: Que mensagem você deixaria sobre a ação missionária? Hanna: Sobre a missão, penso que é essencial que eu saia de mim para evangelizar, porque do que adianta ter um tesouro e guardá-lo? Hoje vejo muitos outros exemplos na Igreja de jovens que têm se aberto para ir em missão, não só em outras cidades, mas também dentro de sua paróquia ou comunidade. São jovens dispostos a doar o seu tempo pela evangelização de outros jovens. Isso é missão!
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A Voz do Pastor
Para refletir
“Deixemo-nos olhar por Jesus, porém, Não é o que entra pela aprendamos também a olhar como Jesus” nossa boca que faz o mal; é o que sai do nosso coração
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evemos recordar sempre que “não podemos mostrar aos demais o que nós mesmos não vimos e ouvimos”. Portanto, “para ser missionário, antes de anunciar, de comunicar, é necessário ver”, destacou o Papa Francisco em mensagem enviada no último dia 13 de outubro aos participantes do IV Encontro Nacional de Grupos Missionários da Argentina. O Papa declarou em sua mensagem que é necessário “ver esse Jesus que se fez pequeno para alcançar nossa fraqueza, que assumiu nossa carne mortal para revesti-la de sua imortalidade e que vem cotidianamente ao nosso encontro para caminhar conosco e, na dificuldade, estender-nos sua mão amiga.” A todos os missionários, Francisco pede que “nunca esqueçam o chamado, o primeiro encontro com Jesus, o júbilo com que vocês receberam o primeiro anúncio, talvez de seus pais, de seus avós, de seus catequistas ou mestres” e ainda para que “não deixem de rezar, de rezar uns pelos outros, de ajudar-se mutuamente com a oração, e verão como Jesus, por meio de vocês, e apesar de suas fraquezas, realizará maravilhas perante todos os povos”. E exortou: “Deixemo-nos olhar por Jesus, porém, aprendamos também a olhar como Jesus. Um olhar de ternura, de compaixão e de misericórdia que nos leve a tocar as chagas do Senhor na carne de nossos irmãos necessitados. Ver Jesus no outro purifica o coração,
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libertando-o do egoísmo, de toda segunda intenção, de todo desejo mundano”. Por fim, pediu para “seguir construindo uma Igreja em saída, grupos solidários que trabalham para comunicar esta alegria que o Senhor colocou em nossos corações”.
Vocação e família Em Audiência Geral na Praça de São Pedro, no dia 07 de outubro, o Santo Padre dedicou a catequese aos temas abordados no Sínodo dos Bispos, que teve início no dia 4 e termina no dia 25, em Roma. O primeiro tópico tratado pelo Papa foi a “necessidade de permear a sociedade com o
“espírito familiar”. Ele explicou que, “na família, os filhos abrem os olhos para a vida, aprendem que as relações humanas devem edificar-se sobre a aliança livre do amor, aprendem a necessidade de tecer laços de fidelidade, sinceridade, confiança e cooperação e respeito, sobretudo pelos mais necessitados”. Ao final, Francisco pediu para rezar pelos Padres Sinodais, “para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam dar à Igreja, como família de Deus, novo impulso para lançar as suas redes que libertam os homens da indiferença e do abandono, promovendo o espírito familiar no mundo”. (Fonte: Zenit.Org)
Muitos evangelhos de Jesus falam das atitudes dos fariseus em relação ao rigor que eles tinham com a prática de seus rituais, que não levavam em consideração o verdadeiro sentido da palavra de Deus. Um dos exemplos era o hábito de nunca se alimentarem sem antes lavarem as mãos. Diante desse fato, eles criticavam Jesus por não priorizar essa prática. Mas o mestre sempre os rebateu mostrando que a primeira preocupação deveria ser fazer o bem. Em uma dessas ocasiões, Jesus foi contundente em afirmar que o que faz mal ao homem não é o que entra pela sua boca, mas o que lhe sai de dentro do coração. Fundamentados neste ensinamento, devemos refletir sobre nossas palavras, que muitas vezes têm o poder de ferir o irmão. Ao invés de nos preocuparmos em parecer “certinhos” diante da sociedade, sem levar em conta com o que sai do nosso íntimo e que agride de forma cruel os irmãos, devemos ser verdadeiros discípulos de Cristo e acolher o nosso próximo com palavras de compaixão e compreensão. Antes de criticar, que possamos construir juntos; e se for preciso repreender, que seja uma correção fraterna. Foi também Cristo que comparou os fariseus a sepulcros caiados, que “por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos,
de cadáveres e de toda espécie de podridão” (Mateus 23,27). Portanto, o mestre vem nos alertar para termos uma postura cristã autêntica que nos faça priorizar sempre fazer o bem sem esperar o reconhecimento pessoal. Não nos adianta louvar a Deus apenas com os lábios enquanto o nosso coração está cheio de rancores, pensamentos maldosos e de ideias hipócritas. Procuremos evitar a hipocrisia dos fariseus buscando agir de forma coerente com os ensinamentos de Cristo, que irão nos apontar os verdadeiros gestos de fraternidade e de cidadania, que podem até parecerem sem importância, mas que refletem a nossa espiritualidade, como respeitar o direito do outro nas filas, nos estacionamentos, no trânsito e em qualquer outra situação.