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Glória
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CFE 2016
A Campanha nos convoca a refletir acerca do saneamento básico como um dos direitos fundamentais da pessoa humana PASCOM
A
Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) deste ano vem abordar mais uma vez questões relacionadas ao meio ambiente, a exemplo de campanhas anteriores, que abordaram a escassez da água, em 2004; as ameaças ao ecossistema amazônico, em 2007; e o perigo das mudanças climáticas, em 2011. Hoje, mais que em 2004, sabemos que a água é um bem finito e poderá vir a faltar caso não nos conscientizemos da necessidade urgente de cuidarmos das condições adequadas para a sua real preservação. Infelizmente, nosso planeta vem sendo agredido pelo próprio homem, quando este deveria ser o primeiro a cuidar da
criação de Deus, que a colocou à sua disposição para ter uma vida em abundância. Preocupada com os ataques à sustentabilidade da terra ao longo dos anos, a Igreja vem chamar mais uma vez a atenção da nossa sociedade para a grande responsabilidade que cabe a cada um no tocante a fazer sua parte na preservação das condições de vida para todos os seres vivos, notadamente os seres humanos. Com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, a Campanha da Fraternidade deste ano vem alertar para a situação do saneamento básico no Brasil, cujo déficit comparado ao de países menos desenvolvidos é muito mais elevado. Para que os brasileiros tenham saúde e uma vida digna faz-se ne-
“
É preciso garantir o futuro da nossa Casa Comum”
cessário que nossos governantes assumam a responsabilidade de oferecer a população água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo adequado de resíduos sólidos, controle de meios transmissores de doenças, drenagem de águas pluviais e de todas as demais condições sanitárias que venham proteger a vida do povo. Dentro desse contexto, a CFE 2016 tem como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24). Com isso, a Campanha nos convoca a uma profunda reflexão acerca do saneamento básico como uma das primícias dos direitos fundamentais da pessoa humana. Sobre o tema, papa Francisco destacou: “Para falar de autêntico progresso, será preciso verificar que se produza uma melhoria global na qualidade de vida humana; isso implica analisar o espaço onde as pessoas transcorrem a sua existência”. Seguindo esse mesmo pensamento, o objetivo geral desta Campanha da Fraternidade Ecumênica foi assim expresso: “assegurar o
O lema da CFE é “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24) direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”. Dentre os objetivos específicos da CFE 2016, destacamos: unir as igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico; estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico; incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água; apoiar e incentivar os municípios
FORMAÇÃO
CONQUISTA
ENTREVISTA
Nossa casa comum
Uma nova capela
Prioridades e desafios
Em formação sobre a Campanha da Fraternidade 2016, voltada à comunidade, Pe. Francileudo reforçou a necessidade gestos concretos Pág. 03
A comunidade Parque Del Sol obteve concessão para a construção de sua capela. A primeira missa no espaço aconteceu no dia 20/12 Pág. 08
São muitos os desafios para a Paróquia neste ano de 2016. Para refletir sobre estas questões, convidamos o nosso Pároco, Pe. Francisco Pág. 11
para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico; desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tomar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto; desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas. Dessa forma, toda a comunidade é convidada a orar, unir-se e trabalhar para que os objetivos da Campanha da Fraternidade 2016 sejam concretizados, resultando em melhores condições de vida para a atual e as futuras gerações.
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Editorial Tempo de conversão A Igreja sabiamente divide o ano em tempos litúrgicos a fim de nos contar a história da salvação e nos propiciar uma melhor vivência da fé. Sabemos que o tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. Mas qual o sentido de tudo isso? O objetivo da Quaresma é preparar-nos para a Páscoa do Senhor. A oração e a penitência elevam a nossa mente a Deus, fazendo brotar no coração o desejo de caminhar na presença do Pai e viver a Sua Palavra. Quaresma é também tempo de perdão e reconciliação. Sabemos o quanto é difícil perdoar e pedir perdão, mas sem este exercício não é possível completar o processo de cura em nosso coração e continuarmos firmes na caminhada. Dessa forma, somos chamados a ser “misericordiosos como o
Pai”, como diz o lema do ano jubilar da Misericórdia. Como disse o papa Francisco, “a Quaresma é tempo para regular os sentidos, abrir os olhos para tantas injustiças, abrir o coração para o irmão que sofre”. E é nesse contex-
to que a Igreja no Brasil lança a Campanha da Fraternidade 2016, trazendo reflexões profundas sobre a nossa responsabilidade com o cuidado da terra e as condições de vida do povo que vive à margem da sociedade. Que planeta deixaremos para as futuras gerações? Essa é uma pergunta que exige uma resposta urgente de cada um de nós. A nossa Paróquia, em sintonia com a Arquidiocese de Fortaleza, realizou a segunda etapa de sua Assembleia Pastoral e ratificou como prioridade a formação bíblica de seus agentes pastorais e de toda a comunidade. Estejamos atentos às oportunidades de formação, a fim de que possamos compreender melhor as raízes da nossa fé.
Santo do Mês São Simplício – 2 de março Simplício exerceu a direção da Igreja numa fase muito difícil da História da humanidade: a queda do Império Romano. Nessa época, Roma, depois de resistir às invasões de diversos povos bárbaros, acabou sucumbindo aos hérulos. A partir daí, conquistadores de todos os tipos depredaram e repartiram aquele império, tido como o centro do mundo. Roma, que era sua capital, sobreviveu. A única autoridade moral restante, que ficou do lado do povo e o acolheu, socorreu, escondeu e a ajudou a enfrentar o terror, foi o Papa Simplício. Os escritos antigos registram suas várias cartas aos bispos, orientando sobre a forma de enfrentar o nestorianismo (que negava o mistério da Encarnação) e o monofisismo (que pregava que a natureza divina suprimiu a natureza humana de Cristo), duas heresias orientais que na época ameaçavam a integridade da doutrina católica e vinham se espalhando no mundo cristão. Mas o Papa Simplício se manteve ativo
*Pe. Francisco de Assis, pároco
Agenda de Março s
Galeria
ao lado do povo, ensinando, pregando, dando exemplo de evangelizador. Foi assim que Roma, apesar de assolada por hereges de todas as crenças e origens, deixou de ser a Roma dos Césares e passou a ser a Roma dos Papas e da Santa Sé. Morreu amado pelo seu povo no dia 10 de março de 483. Suas relíquias são veneradas na sua cidade natal, Tivoli, Itália. A sua comemoração litúrgica ocorre no dia 2 de março. (Fonte: Paulinas Internet)
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t 01 08 15 22 29
q 02 09 16 23 30
06 – 3ª reunião do Conselho Pastoral, das 9h às 12h 09 – 3ª reunião do Conselho Econômico, das 19h30 às 21h30 19 – São José 20 – Domingo de Ramos 24 – Ceia do Senhor (Lava-Pés)
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25 – Paixão do Senhor (sexta-feira santa) 26 – Vigília Pascal 27 – Páscoa | Páscoa das Pastorais (missa das 8h) 30 – 1ª reunião de Planejamento da Festa da Padroeira 2016, às 19h30
Informações
Misericórdia| A abertura da Porta Santa, que marca o Jubileu da Misericórdia, aconteceu na manhã do dia 13 de dezembro, na Catedral Metropolitana de Fortaleza | Foto: Pascom
MISSAS NA MATRIZ | Segundas: Celebração da Palavra às 6h30 e 18h30; Terça a Sexta: Missas às 6h30 e 18h30; Sábados: Missas às 6h30, 16h30 e 18h30; Domingos: Missas às 8h, 11h, 18h e 20h; 2º domingo do mês: Missa da Misericórdia às 16h; Dia 13 de cada mês: Missa às 12h HORÁRIO DAS CONFISSÕES | Terça a Sexta, das 15h às 18h FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA | Terça a Sexta: das 8h às 11h e das 14h às 19h30; Sábados: das 8h às 11h e das 15h30 às 19h30; Domingos: das 7h às 11h e das 17h às 20h; Segunda: fechada. Fone: (85) 3279.4500.
O MENSAGEIRO DA GLÓRIA É O VEÍCULO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, DA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA. AVENIDA OLIVEIRA PAIVA, 905 - CIDADE DOS FUNCIONÁRIOS - CEP:60822-130 - FORTALEZA - CEARÁ. TELEFONE: (85) 3279.4500 - SUPERVISÃO: PE. FRANCISCO DE ASSIS FILHO - REPÓRTERES: CÉLIA PINHEIRO, EVELANE BARROS, GIL BEZERRA, MOISÉS FURTADO, NARCÉLIO BARROS, PATRÍCIA GUABIRABA, PAULO DAVI, THINAYNA MÁXIMO E VALESKA SOUSA - JORNALISTA RESPONSÁVEL: PATRÍCIA GUABIRABA (MTB 01597JP-CE) - PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO/design editorial: BRUNO BARBOSA - IMPRESSÃO: GRÁFICA ENCAIXE - TIRAGEM: 3000 EXEMPLARES - PARA ANUNCIAR: 8805.0393 - www.paroquiagloria.org.br - omensageiro@paroquiagloria.org.br
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FORMAÇÃO
O cuidado com a casa comum
Pe. Francisco Antônio Francileudo ministra formação sobre a Campanha da Fraternidade 2016 | Foto: Pascom PASCOM
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o dia 4 de fevereiro aconteceu na Paróquia Nossa Senhora da Glória uma formação sobre a Campanha da Fraternidade (CF) 2016, com o padre Francisco Antônio Francileudo. A Campanha desse ano é ecumênica, reunindo outras igrejas cristãs, além da católica. Assim como nas três versões anteriores, a ação será coordenada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). A Campanha tem como tema: “Casa comum, nossa responsabilidade”. O lema bíblico para apoiar esta escolha baseia-se em Amós 5:24, que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. Com base no tema e lema, a campanha tem como objetivo chamar atenção para a questão
do saneamento básico, que ainda caminha a passos lentos no Brasil. Antes de entrar no tema da campanha, Pe. Francileudo destacou a importância da vivência do período quaresmal. “A Quaresma tem uma espiritualidade própria, é um convite à mudança de vida”, reforçou o padre. Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade é uma forma de vivenciar a Quaresma e também um período propício à conversão. O padre também fez um breve histórico sobre a Campanha, que acontece há 53 anos e é uma sugestão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para que a comunidade possa ter um olhar social e eclesial sobre temas que envolvem a vida. Ao longo de sua história, a CF teve quatro fases: a primeira, de 1964 a 1972, centrou-se em questões da própria Igreja; a segunda, de 1973 a 1984, abordou questões sociais do Brasil, segundo a
Doutrina Social da Igreja; a terceira, a partir de 1985, abordou questões sociais de modo mais específico; e a quarta, a partir de 2000, começou a discutir temas ecumênicos, de cinco em cinco anos. Para compreender o tema deste ano, padre Francileudo destaca sete valores presentes na encíclica escrita pelo Papa Francisco sobre o cuidado com a casa comum. A enclíca, intitulada, “Laudato Si”, “traz valores que foram esquecidos no decorrer da história da humanidade, o que afetou significativamente a qualidade de vida e nos afastou dos seres viventes que habitam o planeta, nossa casa comum”, explica Pe. Francileudo. O primeiro valor é a visão integrada do mundo, ou seja, olhar o todo, o mundo como uma criação de Deus. Cada coisa tem seu lugar e a fé cristã deve levar os fiéis a se responsabilizarem com o todo. O segundo valor é a sen-
sibilidade com a vulnerabilidade e fragilidade na sociedade e na natureza. Nesse sentido, a comunidade deve ser sensível aos pobres, aos seres vivos vulneráveis que estão de extinguindo do planeta. O terceiro valor é a busca por um estilo de vida menos consumista e mais responsável, ou seja, uma crítica à racionalidade econômica que esgota os recursos da Terra. O quarto valor citado pelo Padre é o equilíbrio das racionalidades, onde há uma crítica à dependência de uma produção técnica que impede o ser humano de viver outros valores. O quinto valor é a importância das hermenêuticas religiosas, ou seja, a busca por um teocentrismo, um retorno à relação tripla: Deus-Homem-Natureza. O sexto valor é educação socioambiental, onde se busca uma reorientação da vida para uma ecologia integral, para a mudança de hábitos e costumes insustentáveis. O úl-
timo valor trazido pelo padre é a união e consenso para a proteção da casa comum. Independente da crença, credo, etnia e religião, todos são chamados a se responsabilizarem pelo cuidado com o planeta, pois esse é um aspecto social e humano. Pe. Francileudo finalizou reforçando a necessidade de uma ação efetiva: “É preciso uma reeducação através de gestos concretos e na Quaresma somos chamados a ter ações concretas”. É possível encontrar a encíclica escrita pelo Papa Francisco (“Laudato Si”), texto integral e traduzido, no site do Vaticano (vatican.va). Saiba mais sobre a Campanha da Fraternidade 2016 no site da CNBB, no link http:// campanhas.cnbb.org.br/campanha/campanha-da-fraternidade-2016. A Paróquia da Glória também disponibilizou os materiais da Campanha em seu site (www.paroquiagloria.org.br), no banner da pagina principal.
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PERGUNTA DO MÊS
Como viver a Quaresma no Ano da Misericórdia? Que a Quaresma deste ano seja vivida como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia Dom Alberto Taveira Corrêa*
O
ritmo da vida cristã é marcado pelos tempos litúrgicos, com os quais o mesmo mistério de Cristo, Morto e Resuscitado, se descortina diante dos olhos da fé, sempre rico e fecundo, de modo a alimentar todos os homens e mulheres de fé. Como numa dança sublime, este ritmo é marcado por tempos mais fortes, como acontece agora com a Quaresma. Queremos entrar numa quarentena especial e receber o remédio advindo da penitência, revendo corajosamente os rumos de nossa existência. É oportunidade preciosa para refazer as nossas escolhas, tendo como ponto de referência o fato de que Deus nos ama de verdade. A prova é o envio de seu Filho amado, que se abaixou, visitando todas as profundezas do mistério humano, para iluminar-lhes todos os recantos, resgatando os que foram feitos escravos do pecado, a fim de viverem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. “Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimos pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (Cf. Lc 1, 48), confessando-se a humilde serva do Senhor” (Cf. Lc 1, 38) (Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2016). Na Bula de proclamação do Jubileu, o Papa fez o convite para que “a Quaresma deste Ano
O Papa Francisco nos pede que a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus | Foto: Divulgação Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus” (Misericordiae Vultus, 17). Com efeito, ensina o Papa, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo, mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Assim, o primeiro apelo é dirigido a cada pessoa que professa a fé, no sentido de tomar a peito a caminhada quaresmal, abrindo-se ao convite da Igreja, acolhendo as propostas de jejum, mortificação, oração intensa e caridade ativa. A Quaresma começa na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas, quando acorremos ao gesto simbólico e tão forte que é a imposição das cinzas, com o qual queremos dizer que sem Deus nós nos tornamos pó da terra, cinza! Vá à Igreja na Quarta-feira de Cinzas quem quiser fazer o caminho da Quaresma, pois o ponto de chegada será o ressurgir com Cristo na Páscoa, saindo do pó do sepulcro dos pecados, para viver a
vida nova, com o Senhor Jesus, no coração da Igreja. “Convertei-vos e crede no Evangelho!” “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar!” São as palavras fortes e positivamente provocantes que a Igreja nos dirige na abertura da Quaresma. A Quaresma é vivida com a Bíblia nas mãos e no coração. É tempo privilegiado e textos abundantes e ricos, oferecidos pela Igreja para a nossa edificação. Nossa Arquidiocese oferece os textos do “Retiro Popular”, com roteiros de leitura orante da Palavra de Deus tirada do Evangelho de São Lucas, proclamado na maior parte das celebrações litúrgicas do ano em curso. E se trata do Evangelho da Misericórdia, com narrativas ricas de conteúdo, para nos abrirmos ao amor de Deus, que nos ama de verdade! A Quaresma é tempo especial de oração. Uma das manifestações da fé é a capacidade de olhar para o alto e para dentro, para entrar em comunhão pro-
funda com Deus. Oração se faz no silêncio interior do diálogo com Deus. Oração se faz com a liberdade concedida pelo Espírito Santo, que vem em auxílio de nossa fraqueza. Oração se faz com as palavras aprendidas ao colo de nossos pais, assim como muitas preces feitas por pessoas inspiradas, que se tornaram mestres e mestras no relacionamento com o Senhor. Oração se faz, e este é seu ponto mais alto, quando o culto verdadeiro e completo é prestado ao Pai, no Espírito Santo, pelo amor infinito de Cristo, que se oferece por nós na Eucaristia, renovação de seu Sacrifício. A Missa é o cume e a fonte de nossa vida cristã. Quaresma é tempo especial de caridade. Toca o coração a força com que o Papa Francisco quer fazer de todos nós, nesta Quaresma, homens e mulheres banhados na Misericórdia: “A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez,
capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. No pobre, a carne de Cristo torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga, a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós. É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (Cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé” (Mensagem Quaresmal 2016). Para nós, no Brasil, o convite à Caridade e à Fraternidade assume um rosto desafiador neste ano. Realizaremos a partir da Quarta-feira de Cinzas uma Campanha da Fraternidade Ecumênica, com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, e o lema bíblico “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5, 24). Nosso olhar se abre para uma grave necessidade de saneamento básico para nossa população. Sabemos que sua falta é fonte de tantas enfermidades e desconforto para o povo. Tomamos consciência, cada dia mais, do quanto somos igualmente responsáveis pelo nosso ambiente. Para responder a este grave desafio, queremos unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. Assim, responderemos com atos e fatos ao apelo do Papa Francisco para o cuidado com a “Casa Comum”, que nos foi dada por Deus. *Dom Alberto Taveira Corrêa é arcebispo da Arquidiocese de Belém-PA
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PALAVRA DE VIDA
“Qual mãe que consola os filhos, assim vou dar-vos meu consolo ” E s s a Pa l a v r a de Vida é um convite a ac r e d i t a r n a ação amorosa de Deus
so povo. Ele conhece a nossa dor pessoal e a dor de toda a humanidade. Ele se fez um de nós, até o ponto de morrer na cruz. Por isso Ele sabe compreender-nos e consolar-nos. Exatamente como uma mãe que toma a criança ao colo e a consola. É necessário abrir os olhos e o coração para “vê-Lo”. Na medida em que experimentarmos a ternura do seu amor, conseguiremos transmiti-la a todos os que vivem na dor e na provação e nos tornaremos instrumentos de consolação. O apóstolo Paulo sugere isso também os coríntios: “… para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição” (2Cor 1,4). Isso é também a experiência íntima, concreta de Chiara Lubich: “Senhor, dá-me todos os que estão sós… Senti em meu coração a paixão que invade o teu, por todo o abandono em que o mundo inteiro está imerso. Amo todo ser doente e só. Quem consola o seu pranto? Quem tem pena de sua morte lenta? E quem estreita ao próprio coração o coração desesperado? Meu Deus, faze que eu seja no mundo o sacramento tangível do teu Amor: que eu seja os braços teus que estreitam a si e consomem no amor toda a solidão do mundo.”1 Juntamente com muitos irmãos e irmãs de diversas Igrejas, queremos viver esta Palavra de Vida, escolhida por um grupo ecumênico na Alemanha, para que essa promessa de Deus nos acompanhe ao longo de todo o ano.
Pe. Fabio Ciardi*
Q
uem nunca viu uma criança chorar e lançar-se nos braços da mãe? Qualquer que seja a razão da preocupação, grande ou pequena, a mãe enxuga suas lágrimas, cobre-a de carinhos e pouco depois a criança volta a sorrir. Basta-lhe sentir a presença e o afeto da mãe. É isso que Deus faz conosco, comparando-se Ele mesmo a uma mãe. É com essas palavras que Deus se dirige ao seu povo que retorna do exílio da Babilônia. Depois de ver destruídas suas próprias casas e arrasado o Templo, depois de ter sido deportado para uma terra estranha onde teve de amargar desilusões e desconforto, o povo volta à própria pátria, tendo de recomeçar tudo a partir das ruínas da destruição sofrida. A tragédia vivida por Israel é a mesma que se repete ainda hoje para tantos povos em guerra, vítimas de atos terroristas ou de exploração desumana. Casas e ruas devastadas, marcos simbólicos da própria identidade arrasados, bens depredados, lugares de culto destruídos. Quantas pessoas sequestradas, milhões de fugitivos, milhares que encontram a morte nos desertos ou pelas rotas do mar. Parece um apocalipse. Essa Palavra de Vida é um convite a acreditar na ação amorosa de Deus, mesmo lá onde não se percebe a sua presença. É um anúncio de esperança. Ele está ao lado de quem sofre perseguições, injustiças, exílio. Está conosco, com a nossa família, com o nos-
(Is 66,13)
*Padre Fabio Ciardi, teólogo, é docente no Instituto de Vida Religiosa Claretianum, em Roma, e membro da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Desde 1991, trabalha com o Movimento dos Focolares
Na medida em que experimentarmos a ternura do seu amor, conseguiremos transmiti-la a todos os que vivem na dor e na provação | Foto: Divulgação
1 Chiara Lubich, Ideal e Luz,São Paulo : Cidade Nova 2003, p. 123.
CREMEC 4136 RQE 6646
Membro-Soc. Bras. de Dermatologia - Inscrição SBD 1610
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CONQUISTA
Comunidade Parque Del Sol ganha permissão para construção de capela Pascom
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o início de 2010, nosso pároco, Pe. Francisco de Assis Filho, recebeu a missão de ampliar a ação pastoral de nossa Paróquia. Era preciso chegar mais perto do povo de Deus. Assim, surgiu a necessidade de atender com celebrações três comunidades próximas, em crescimento: o Lago Jacarey, o Cambeba e o Parque de Sol. Após quase seis anos celebrando na praça central, a comunidade Parque Del Sol ganhou permissão da Prefeitura de Fortaleza para construir sua capela, em terreno bem próximo. A primeira missa no local aconteceu no dia 20 de dezembro de 2015, às 19h, para a felicidade dos fiéis. Antes, a comunidade Parque Del Sol contava com apenas uma celebração mensal na capelinha de Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Rua NS-01. Em 10 de fevereiro de 2010, Pe. Francisco deu início às celebrações dominicais semanalmente, que aconteciam na pracinha central. Apenas no terceiro domingo de cada mês a celebração acontecia na capelinha. A primeira celebração teve a participação de pouco mais de 10 pessoas. No entanto, com muita fé e perseverança, a comunidade foi aumentando. Com o passar do tempo, não era mais possível acolher a todos na capelinha de Nossa Senhora de Lourdes e as celebrações passaram a acontecer sempre na pracinha do Parque Del Sol. Mas os fiéis nunca deixaram de sonhar com o dia em que teriam o próprio local.
Nesse período, a comunidade contou com várias atividades, a exemplo do Grupo Palavra Santa (GPS), formado por jovens que serviam em nossa Paróquia e iam animar e falar da Palavra de Deus para os jovens do Parque Del Sol. Com o passar dos dias, a missão assumida pelo Pe. Francisco começou a gerar frutos. Foi formada a equipe celebrativa dos ministros da Sagrada Comunhão (MESC), e implantadas as pastorais da Liturgia, Acolhida e Dízimo, além dos grupos de oração da Mãe Rainha e o terço da Divina Misericórdia. Eduardo Fonteles, uma das lideranças da comunidade, afirma que ao caminhar em procissão cantando a canção “O Povo de Deus”, passou um filme em sua cabeça sobre
a caminhada da comunidade. “Como diz a letra da música, somos um povo que vacila, que tem fome, um povo rico de nada que tinha esperança e nunca perdeu a fé até a chegada da terra esperada”, disse ele em seu discurso, ao final da primeira missa celebrada no novo local. “Dentre tantos ensinamentos que Jesus nos deixou, há um em especial: colocar-nos a serviço e ajudar a quem precisa. Na nossa caminhada em busca da salvação, além de ajudar precisamos nos colocar também na posição de ser ajudados, porque esse caminho de salvação não pode ser egoísta. Não há como sermos autossuficientes, pois precisamos viver em comunidade. Reconhecendo que precisamos dessa ajuda, existe um sentimento que define o que sentimos nesse momento: gratidão”, afirmou. Em nome do nosso pároco, Pe. Francisco de Assis, e de toda a comunidade do Parque del Sol, Eduardo agradeceu a Deus por aquela graça alcançada, e também à Prefeitura de Fortaleza, nas pessoas do prefeito Roberto Cláudio e da primeira dama, Carol Bezerra; do Secretário da Regional VI, Renato Lima, e sua secretária Conceição. O agradecimento também foi feito ao engenheiro e ex-vereador Roberto Rios; à direção da Associação Maria Santíssima, que repassou a concessão do nosso novo local; e aos fiéis e agentes pastorais que se envolveram diretamente no processo, contribuindo com essa grande conquista, a exemplo de Crisanto e Carlos. Envie sua sugestão de pauta para omensageiro@paroquiagloria.org.br
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TESTEMUNHO
“Em todos os momentos difíceis o Senhor esteve comigo” Renato Gadelha
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asci em berço de católicos. Minha mãe, que é muito devota a Nossa Senhora e participa do grupo de oração Javé há mais de 10 anos, sempre fez questão de que minha caminhada dentro da Igreja iniciasse bem cedo. Poucos meses depois de nascer, fui logo batizado, e antes mesmo de completar nove anos comecei a preparação para a Primeira Eucaristia. O começo foi muito difícil, lembro-me bem dos obstáculos que eu colocava para ir aos encontros e de como não me sentia confortável neles, apesar do amor imenso que minha catequista tia Lurdinha tinha por cada um de nós. No entanto, com o passar do tempo, comecei a ter mais contato com Deus, com a Bíblia, com as leis da nossa Igreja e logo não consegui mais me ver fora da Paróquia Nossa Senhora da Glória. A partir daí, comecei a participar da missa das crianças, aos sábados, e logo estava servindo na liturgia dela. Fazia de tudo: proclamava leituras, levava as ofertas, ficava na acolhida... e até já cantei um salmo (experiência que hoje prefiro deixar para quem realmente sabe). Muitas pessoas da Paróquia me conheceram por causa da minha participação nessas missas e, até hoje, quando me encontram, fazem questão de conversar comigo, de dizer que se lembram muito de mim. Confesso que sinto falta dessa época. Lembro claramente da missa da minha Primeira Eucaristia, em 2008, em que proclamei a 1ª leitura e senti fortemente que aquele era meu serviço. No entanto, o tempo passa, nós crescemos e descobrimos
Renato e sua família no dia de sua formatura no Colégio Militar | Foto: Divulgação novas vocações, novos desejos. Em 2009, entrei no grupo de coroinhas. O serviço agora era silencioso e de total entrega. Apaixonei-me pela Liturgia, pelos ritos, pelas celebrações. Queria saber o porquê de tudo, o significado de tudo, o objetivo de tudo. Por vezes ficava até tarde na Igreja em reuniões de estudo avançado. Vale lembrar que nesse mesmo ano fui aprovado pro Colégio Militar de Fortaleza, e, então, minha rotina começou a ter que ser dividida entre o rigor da escola e a disciplina do serviço. Rotina essa que, inclusive, ficou cada vez mais difícil de administrar. Nessa época, eu participava também da Pastoral da Liturgia e, em 2012, entrei no grupo de teatro daqui da Paróquia, o Glori’art, que faz parte da Pastoral da Comunicação. Sem contar que, nesse mesmo ano, iniciei a preparação para a Crisma. Estava, assim, em quatro pastorais e servia na missa quatro,
cinco vezes por semana. Praticamente, eu vivia na Igreja. Não me arrependo. Participar das atividades da Paróquia é, inclusive, uma das formas de estar mais perto do amor de Deus. No entanto, dividir esses momentos com meu cotidiano no colégio ficou cada vez mais difícil, principalmente quando comecei o Ensino Médio. Tudo ficou mais corrido. Tive que me afastar das pastorais que participava e servir apenas na missa das 20 horas, aos domingos. Apesar de estar com o tempo muito ocupado, conheci nessas celebrações o Encontro de Jovens com Cristo (EJC). Há tempos tinha vontade de me envolver em um grupo realmente de jovens e, em 2014, participei do final de semana do encontro. Foi um momento inesquecível, em que Deus me deu uma nova família, à qual tenho muito orgulho de pertencer. 2015 foi um ano muito difícil. Comecei o 3º ano do Ensino
Médio, vivi todos os dias com muita pressão, muito estresse, muita dúvida. Além da rotina muito pesada do colégio, com aulas integrais e simulados aos fins de semana, tive que lidar com a minha nova decisão de curso. No início do ano, decidi que não faria mais Psicologia, curso por qual era apaixonado desde 2010, e tentaria o vestibular para Medicina, que exigia de mim muito mais dedicação e estudo. Além disso, nesse ano, fui Presidente da Legião de Honra do Colégio Militar de Fortaleza, grupo formado pelos alunos que mais se destacam em relação a bom comportamento, intelectualidade e proatividade. Era eu que organizava e liderava todas as atividades do grêmio, junto com três amigos meus, além de representar a escola em eventos, junto com a Coronel-aluna. Não tinha tempo para nada. Aqui na Paróquia, saí do grupo dos coroinhas, por não me identificar mais com o serviço
e fiquei participando apenas das reuniões do meu círculo, que aconteciam mensalmente e, assim, não me ocupavam muito, mas eram meu único contato com Deus. Como sempre diz minha mãe, “depois da tempestade, vem a bonança”. Fui aprovado no vestibular para Medicina da UECE e hoje coordeno o meu círculo do EJC, o Vermelho XVI. Meu testemunho, com certeza, não traz algo surpreendente, emocionante; confesso, inclusive, que tive muita dificuldade para escrevê-lo, porque nunca me imaginei fazendo isso, por ter uma vida tão “normal”. No entanto, a mensagem que quero deixar é que em todos os momentos difíceis o Senhor esteve comigo, mesmo quando eu estive longe d’Ele. Tenho certeza de que ele nunca me abandonou e de que ele usou vários instrumentos para me acalmar nas situações preocupantes. O apoio da minha família foi essencial; minha mãe nunca se cansou de colocar os joelhos no chão e rezar por mim. Sem meus pais e minha avó, eu nada seria. Além deles, sei que muitas pessoas torcem por mim e agradeço a todos vocês também. Nunca me desliguei totalmente da Paróquia Nossa Senhora da Glória, mas é muito bom voltar a participar mais. Ela é a minha segunda casa, foi onde cresci e onde aprendi muitos valores. Espero continuar aqui pelo resto da minha vida e tenho orgulho de ser apenas mais um servo desse templo que tanto amo. Para compartilhar o seu testemunho com a nossa comunidade, entre em contato com a Pastoral da Comunicação através da Secretaria da Paróquia ou do e-mail omensageiro@paroquiagloria.org.br
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O mensageiro da
AÇÃO PASTORAL
Pastoral suscita espírito missionário em crianças e jovens Por que é uma Obra Pontifícia?
IAM
A
Pastoral IAM / Infância e Adolescência Missionária, fundada por Dom Carlos Forbin-Janson, Bispo de Nancy, França, em 19 de maio de 1843, inspira-se em São Francisco Xavier e Santa Terezinha do Menino Jesus, que são os nossos patronos. A Pastoral tem como finalidade suscitar o espírito missionário universal nas crianças e nos jovens, desenvolvendo-lhes o protagonismo na solidariedade e na evangelização e, por meio delas, em todo o Povo de Deus.
Por que Infância e adolescência? Porque os protagonistas são as crianças e adolescentes, que se dedicam em favor das crianças do mundo inteiro, independentemente da cultura, raça ou religião. O nome “Infância e Adoles-
Porque se diferencia de uma atividade apostólica transitória. Por sua organização, por sua presença em todo o mundo, pelo seu testemunho e eficiência, foi aprovada e assumida pelo Papa Pio XI como Obra evangelizadora a serviço de toda a Igreja. Está presente em todos os continentes e é representada pelas cores: Verde – continente africano; Amarelo – continente asiático; Azul – Oceania; Vermelho – continente americano; Branco – continente europeu.
cência Missionária” vem de uma devoção existente na França: a infância do Menino Jesus. Por isto surgiu com o nome de “Santa Infância”.
Por que Missionária? É missionária porque edu-
ca crianças e adolescentes no crescimento da fé, inserindo-as nas atividades missionárias numa dimensão universal. Pelo compromisso do batismo, vivem concretamente a experiência da partilha da fé e seus bens com todas as crianças do mundo.
Como tornar Jesus conhecido e amado?
Na IAM, as crianças e adolescentes são autores e assessores dos próprios encontros. São eles que ambientam, dinamizam, espiritualizam e conduzem todos os momentos, onde os temas propostos são debatidos e socializados por todos, levando-os a um
despertar missionário. Buscamos, através dos ensinamentos de Jesus, suscitar nas crianças e adolescentes a importância dos valores no convívio familiar, social e escolar, através de situações vivenciadas pelos mesmos e no contexto geral em que vivemos. Essa é a missão: conscientizar, abordar e aprofundar temas pertinentes à realidade mundial, fazendo com que percebam que precisamos ser discípulos de Jesus, missionário na ajuda, na acolhida e na solidariedade.
A Pastoral IAM na nossa Paróquia A Pastoral IAM da Paróquia de Nossa Senhora da Glória, implantada em 2008, realiza seus encontros aos sábados no horário de 14:30h e finaliza com a participação na santa missa. Ao longo do ano, realizamos missões, retiros, visitas e ajuda a instituições, acampamentos missionários, sempre a nível arquidiocesano. Nossas turmas são de crianças de 6 aos 8 anos, infância missionária e jovens que realizaram a 1ª Eucaristia, adolescência missionária. Venham fazer parte de nossa família missionária para que possamos evangelizar mais crianças e adolescentes, tornando Jesus conhecido e amado.
JUVENTUDE
Encontro de Jovens com Cristo realiza o 1º Lembra do XVI EJC No último dia 28 de fevereiro, aconteceu o 1º “Lembra” do XVI EJC, momento que contou com a presença dos cinco círculos que concluíram o Encontro de Jovens com Cristo em 2014. Essa grande reunião teve como tema “Apaga o que fui e me refaz com Teu amor”, trecho da música Lembra, do cantor Bruno Camurati, e como formadora a jovem Germana Matos, que fez o 8º EJC da Glória e faz parte da comunidade Filhos da Misericórdia de Jesus Salvador. A ideia de montar esse encontro partiu das novas coordenações dos círculos, que assumiram, em dezembro, a responsabilidade de continuar a caminhada dos grupos. Em
maio, esses círculos completarão dois anos de existência e é necessário motivá-los a estar sempre próximos do amor de Deus e a acreditar em Sua inigualável misericórdia, objetivo central do “Lembra”. A coordenação dos círculos do XVI EJC agradece a presença dos jovens, que se mostraram, mais uma vez, dedicados ao Encontro de Jovens com Cristo e às suas atividades; ao apoio dos casais coordenadores, que nunca desanimaram em sustentar os círculos como verdadeiros pais; e aos primeiros coordenadores, que foram os primeiros responsáveis pela caminhada dos grupos e ainda são essenciais na continuação dela.
O mensageiro da
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Glória
Entrevista
Encontro
“Precisamos nos sentir responsáveis pelo nosso planeta, oportunizando vida nova” senhor se sente com a concessão do terreno, no final do ano passado, para a comunidade Parque Del Sol? Pe. Francisco: A concessão do terreno na comunidade do Parque Del Sol é uma conquista de toda a comunidade. Vem aí o grande desafio: construir uma Igreja para o futuro. Depois de alguns anos de luta e confiança na Providência Divina, eis aí a grande conquista.
PASCOM
N
ova etapa do curso bíblico, estudo do Catecismo da Igreja, efetivação da Iniciação Cristã, concretização das diretrizes (urgências) para a Igreja no Brasil, vivência do Ano da Misericórdia e da Campanha da Fraternidade, além das prioridades discernidas pela Assembleia Arquidiocesana e pela nossa Assembleia Pastoral. São muitos os desafios para a Paróquia neste ano de 2016, além de toda a efervescência da nossa ação pastoral, com as atividades das diversas pastorais, movimentos e serviços. Para refletir um pouco sobre estas questões, convidamos o nosso Pároco, Pe. Francisco de Assis Filho. Confira a entrevista: Mensageiro da Glória: Pe. Francisco, quais são os principais desafios para a nossa Paróquia neste ano de 2016? Pe. Francisco: O grande desafio da nossa paróquia neste ano é fazer com que a Iniciação Cristã comece a funcionar, isto é, dar os primeiros passos. Já fizemos uma reunião com a Pastoral Familiar juntamente com o Batismo, Primeira Eucaristia e Crisma. Foi uma reunião riquíssima dando esperança que desta vez vamos trabalhar em comum-unidade. Assim conseguiremos trabalhar de acordo com as urgências pedidas pela nossa Igreja do Brasil. Se conseguiremos trabalhar este desafio, automaticamente estaremos colocando em prática o que a Assembleia da Arquidiocese pediu. Mensageiro da Glória: Como a Paróquia está vivenciando o Ano Santo da Misericórdia? Pe. Francisco: A Paróquia já está vivendo o Ano da Misericórdia. Neste período especial,
São Lucas, que é o evangelista deste ano, vem nos ajudar muito a experimentar a misericórdia de Deus, sendo misericordioso como ele é misericordioso. Quem deseja receber as indulgências plenárias deverá ir à Catedral ou à Basílica de Canindé, entrando pela porta central, fazendo uma confissão, rezar o credo e orar pelas intenções do
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Santo Papa e depois participar da missa e comungar. Tudo deverá acontecer na própria Catedral ou em Canindé. Mensageiro da Glória: Padre, o senhor é reconhecido na nossa comunidade pelo trabalho incansável. Foi assim com a construção do centro pastoral e tantas outras ações. Como o
Mensageiro da Glória: O senhor, que certamente acompanha de perto o pontificado de nosso papa Francisco, poderia relatar qual a principal lição do papa que o senhor acolheu para a sua vida? Pe. Francisco: A maior lição que tiramos do nosso Santo Padre, papa Francisco, é a sua simplicidade e maneira objetiva de conduzir a Igreja sem medo e sem se incomodar com as ameaças. Vejo muito clara a ação do Espírito Santo no seu papado. Mensageiro da Glória: Vivemos um período de crise na humanidade - não apenas econômica, mas ética, política e ambiental. Que mensagem de fé o senhor gostaria de deixar para a nossa comunidade? Pe. Francisco: O primeiro pedido que eu faço à nossa comunidade é que leiamos a encíclica “Laudato si” (“Louvado Seja”), que reflete sobre o meio ambiente e reitera a necessidade urgente do cuidado com a criação. E depois, peço a todos que possamos aproveitar a quaresma para refletir sobre “a casa comum, nossa responsabilidade”, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, e nos sintamos responsáveis pelo nosso planeta, tirando-o da UTI e oportunizando vida nova, para que possamos usufruir verdadeiramente do que é dom de Deus.
Assembleia Pastoral
No dia 14 de janeiro, aconteceu na Paróquia da Glória a segunda parte da Assembleia Pastoral, das 8h às 11h. Após a acolhida e a oração inicial, o Conselho Pastoral fez um resumo de tudo o que havia ocorrido na primeira parte da Assembleia, no dia 22 de novembro. Em seguida, houve a formação do padre Júlio, nosso vigário, sobre as cinco urgências na ação evangelizadora da Igreja no Brasil, e como foi formatado o planejamento da Arquidiocese de Fortaleza a partir destas diretrizes. O diácono Oscar explanou as propostas colocadas pelos cinco grupos na primeira parte da Assembleia: curso bíblico, formação sobre o catecismo, explicações sobre a Santa Missa antes de cada celebração, encontros semestrais das pastorais e a feira sobre o trabalho das diversas pastorais, movimentos e serviços (Feira de Oportunidades). Oscar mostrou que a Feira, que vem acontecendo desde o ano passado, este ano ocorreria na última sexta de fevereiro. O curso bíblico e o de catecismo já estão agendados. As orientações sobre a missa estão sendo feitas pelo Diácono às segundas-feiras, na Celebração da Palavra. Com relação aos encontros semestrais das pastorais, o primeiro vai acontecer em junho. Por sua vez, Padre Francisco falou da importância da participação e compromisso dos agentes pastorais com as formações e chamou mais uma vez atenção para a importância de comunicar a ação da Igreja para a comunidade, através dos meios de comunicação da Paróquia.
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O mensageiro da
A Voz do Pastor
“Nunca é tarde demais para converter-nos, mas é urgente fazê-lo”
Para refletir
Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos PASCOM
D
iante das terríveis notícias de “homicídios”, “acidentes” e “catástrofes”, não devemos ceder a atitudes supersticiosas, vendo nessas coisas punições divinas. É necessário comportar-se como recomendado por Jesus. Foi esta a reflexão do Papa Francisco no domingo, 28 de fevereiro, por ocasião do Angelus. O Evangelho daquele dia (cf. Lc 13,1-5) mencionava dois acontecimentos trágicos que, naquele tempo, tinham causado grande espanto: “uma repressão cruenta realizada pelos soldados romanos dentro do templo; e a queda da torre de Siloé, em Jerusalém, que tinha causado dizoito vítimas”, recordou o Santo Padre. Jesus é consciente da “mentalidade supersticiosa” de seus interlocutores: eles pensam que “se aqueles homens foram mortos de forma tão cruel, é sinal de que Deus os castigou por
alguma culpa grave que tinham cometido” e que, em certo sentido, “eles mereciam”, enquanto que quem tinha sido poupado poderia estar “tranquilo” na consciência. De fato, explica Jesus, “Deus não permite as tragédias para punir as culpas”, também porque “aquelas pobres vítimas não eram piores do que outros”. O seu convite é de “tirar destes fatos dolorosos uma advertência que diz respeito a todos, porque todos somos pecadores”. Também a nós pode vir a tentação de “descarregar” a responsabilidade dos eventos trágicos “sobre as vítimas ou mesmo sobre o próprio Deus”. Mas que ideia de Deus nós nos fizemos? Jesus nos chama a “mudar o coração, a fazer uma mudança radical no caminho da nossa vida, abandonando os pactos com o mal” e as “hipocrisias” para “definitivamente tomar o caminho do Evange-
lho”. Deus não gosta de “boas pessoas” ou de simples “fieis, até bastante praticantes”, que, por isso, “acreditam que são justificados”. Muitos de nós são como “uma árvore que, durante anos, tem dado muitas provas de sua esterilidade”, como a “figueira estéril”, de que fala o Evangelho (cf. v.9). No entanto, nisso Jesus mostra uma “paciência sem limites” oferecendo-nos tempos de graça e arrependimento como a Quaresma ou o atual Ano Jubilar da Misericórdia. “Nunca é tarde demais para se converter, mas é urgente, é agora! Comecemos hoje”, recomendou o Pontífice, invocando Nossa Senhora, para que nos ajude a “abrir o coração à graça de Deus, à sua misericórdia” e a “não julgar jamais os demais, mas deixar-nos provocar pelas desgraças diárias para fazermos um sério exame de consciência e converter-nos”. (Fonte: Zenit.Org)
“ Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!” [Salmo 50 (51)]. A partir da celebração das Cinzas, quarenta dias nos separam da Páscoa da Ressurreição do Senhor e nada mais oportuno que trilhemos essa caminhada buscando a verdadeira conversão. O salmo 50 (51) traduz a humildade do pecador que se dobra diante de Deus, reconhecendo toda sua iniquidade, acreditando que mesmo assim será perdoado pela infinita Misericórdia do Pai. Cabe a nós também fazermos nesse período quaresmal a confissão autêntica de nossas faltas e omissões, prometendo doravante uma mudança de vida como prova de gratidão e acolhimento por parte deste Pai amoroso que nos ama de forma incondicional. Neste ano que a Igreja dedica como sendo o Ano da Misericórdia, torna-se muito mais propício trabalharmos nossas atitudes no seio da família, da empresa, da comunidade, da Igreja e em geral na sociedade para entrarmos em sintonia com Deus.
Procuremos volver nosso olhar a partir do mais próximo, que muitas vezes não o enxergamos pelo nosso egoísmo e acomodação, alegando falta de tempo. Não devemos ser hipócritas buscando apenas cuidar dos de fora, que poderão nos oferecer recompensa, reconhecimento ou elogios, deixando de acolher aqueles que convivemos lado a lado e que estão à espera de uma escuta, de uma palavra de consolo ou de qualquer outro tipo de atenção fraternal. Quaresma é tempo de rasgar o coração para renunciar a tudo o que for contrário aos ensinamentos do Cristo, para assim nos transformarmos em verdadeiros cristãos.