Revista Portuária - Janeiro 2022.

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Entrevista: TÂNIA COSENTINO

Inovação: 5 perguntas para Tânia Cosentino A CEO da Microsoft no Brasil é uma das palestrantes do 9º Congresso de Inovação. Em entrevista à CNI, ela falou sobre processos de digitalização, os caminhos para o Brasil se tornar um país mais inovador e a importância da presença feminina nas empresas Que todo mundo conhece a Microsoft não é novidade, mas quem são as cabeças por trás de grandes empresas como essa? Tânia Cosentino, CEO da companhia no Brasil, tem mais de 30 anos de experiência profissional. Também foi vice-presidente da Schneider Electric e membro do Conselho Consultivo de Diversidade & Inclusão da empresa. A líder é presença confirmada no 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em março. Ela vai participar do fórum "Caminhos para um país mais Inovador", no dia 9, às 10h55. Batemos um papo com ela sobre processos de digitalização, tecnologia no pós-pandemia e a importância da presença feminina nas organizações. Confira! Muito se falou sobre o fato de a pandemia ter acelerado processos de digitalização. Como você vê essa influência? TÂNIA COSENTINO - Antes da pandemia, já havia pesquisas que mostravam que vários CEOs tinham planos de transformação digital, mas havia um temor que acabava atrasando essa jornada. A pandemia forçou um movimento em que a maioria das empresas tiveram que sair do mundo presencial para o mundo remoto. Muitas empresas viram seu faturamento caindo de forma brutal e o digital acabou sendo o grande habilitador nesse momento. Como exemplo, podemos citar o “Teams”, uma ferramenta de produtividade e colaboração. No Brasil, vimos milhares de pessoas indo para o trabalho remoto e tornando isso viável. Nós conseguimos, por meio da ferramenta, habilitar o ensino remoto e a telemedicina sendo habilitada pela nuvem. Além disso, a plataforma também possibilitou que as empresas tivessem uma escalabilidade e flexibilidade da sua infraestrutura de TI, permitindo que os negócios crescessem. Foi um movimento muito abrupto que levou muitos clientes a habilitar funcionalidades e recursos de software da empresa, habilitar acessos ao banco de dados da empresa de forma remota, com isso, houve a necessidade de uma série de recursos de cibersegurança. A Microssoft esteve presente em todos esses momentos. O Teams saiu de menos de 40 milhões de usuários/mês, no início da pandemia, para 270 milhões de usuários/mês no mundo. Esse movimento digital veio para ficar, as empresas acabaram perdendo o medo do que o digital representa e capturando os benefícios. Agora, saindo desse momento de susto, estamos podendo transformar a jornada digital. As empresas ganharam maturidade digital e estamos indo para uma conversa mais ampla de transformação do negócio e como a tecnologia vai habilitar a transformação do negócio em diferentes segmentos. Quais os desafios da inovação no pós-pandemia? 10 • Edição JANEIRO 2022 • Economia&Negócios

TÂNIA COSENTINO - Primeiro, aproveitar que rompemos a barreira do medo. A própria transformação cultural que a transformação digital impôs foi pela necessidade. Essa barreira cultural foi superada e o nível de maturidade das empresas aumentou. O que precisa ser feito agora é incorporar tecnologias para transformar seu negócio e esse entendimento vai trazer muita inovação. Segundo, é preciso entender que o mundo nunca mais será o mesmo, ele não vai ser totalmente presencial e nem totalmente remoto. A gente acredita no mundo híbrido. Nós fizemos uma pesquisa com diversas empresas e com nossos colaboradores internos e verificamos que não dá para chegar a uma conclusão de qual é o mundo ideal no pós pandemia, porque metade dos respondentes querem voltar para o escritório porque querem colaborar mais e precisam se concentrar mais, e a outra metade prefere ficar em casa, porque consegue se concentrar e ser mais produtivo. Vamos precisar criar um novo padrão de colaboração, porque o mundo presencial era aparentemente mais fácil. Aprendemos a conviver em um mundo mais virtual e agora tenho que criar o mundo híbrido, que é o que vai atender nossos colaboradores. Porque forçar 100% presencial ou 100% remoto fará com que a gente perca talentos e, num mundo de escassez de profissionais, acaba sendo um risco para o negócio. Então, para poder atender o desejo, precisamos desenvolver um mundo híbrido e isso traz desafios. Preciso de mecanismos para usar a tecnologia de forma inclusiva e evoluir a tecnologia para garantir que uma reunião híbrida possa ser imersiva. Esses são os grandes desafios: entender esse mundo híbrido e fazer uma leitura dos nossos diferentes públicos, mas


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