Nº 458 • Ano XXXVIII www.btsinforma.com.br
JULHO/agosto
2015 Inflação A escalada da carne bovina e seus impactos na cadeia
Burocracia Problemas regulatórios travam setor de aditivos
Exportação Abiec e a reabertura do mercado chinês
Corta ou investe?
Exclusivo: ministro do Planejamento defende ajustes e admite demanda reprimida por infraestrutura
ÍNDICE
08 CAPA
Nelson Barbosa, o corte no orçamento, o plano de logística e o futuro do País
22 Conjuntura
Um balanço sobre o perde e ganha com a inflação da carne bovina
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30 Roteiro TecnoCarne Conheça os detalhes e os expositores da TecnoCarne 2015
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46 Consumo Crescimento do mercado de peixes atrai empresas de outros setores
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Editorial Espaço World Animal Protection Empresas & Negócios Espaço ABPA Exportação - China Espaço CICB Mercado – Aditivos Espaço SNA Eventos – Feira Apas Índice de Anunciantes
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ISSN 1413-4837
editorial
O novo ciclo
Ano XXXVIII - no 458 - Julho/Agosto 2015
President Informa Group Latin America
Marco A. Basso
VICE PRESIDENT INFORMA GROUP Araceli Silveira LATIN AMERICA Group Director
José Danghesi jose.danghesi@informa.com
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DEPARTAMENTO COMERCIAL Kelly Martelli kelly.martelli@informa.com Lisandra G. Cansian (SC) lisandra.cansian@informa.com Priscila Fasterra priscila.fasterra@informa.com
GESTÃO EDITORIAL - VENGA CONTEÚDO
José Danghesi
A
juste fiscal, corte no orçamento, correção de rota, Programa de Investimento em Logística (PIL). O brasileiro iniciou o ano conjugando termos inusuais, capazes ou não de minimizar uma suposta crise, ao mesmo tempo em que algumas expressões antigas – e há muito esquecidas pelo imaginário popular – voltaram a ser cantadas a plenos pulmões: inflação acima do teto, retração econômica, “pedaladas” fiscais. O País, é certo, a partir de medidas já anunciadas pelo governo, parece ter escolhido seu caminho. O momento é de apertar os cintos, enfrentar a turbulência, segurar o crescimento e esperar um céu mais azulado em 2016 – ou mesmo 2017. Os reais resultados dessa política, entretanto, ainda são incertos. Até mesmo setores como a agropecuária, que tradicionalmente cresce perante entraves econômicos, já apresentam resultados menos expressivos na comparação com 2014. Para entender melhor esse importante momento do País, realizamos uma entrevista exclusiva com Nelson Barbosa, o ministro responsável pelo corte no orçamento e pelo Programa de Investimento em Logística (PIL), entre outras decisivas prerrogativas. E, se depender da avaliação do ministro, o brasileiro pode ter confiança em um futuro melhor. “A redução das despesas faz parte do conjunto de ações que o governo vem tomando para manter a estabilidade macroeconômica e preparar a economia brasileira para um novo ciclo de crescimento baseado na expansão da oferta e do crescimento da produtividade”, garante Barbosa. Como, de fato, demonstramos em nossa presente edição, há boas razões para acreditar em um futuro menos nebuloso. O mercado de peixes, por exemplo, mesmo diante da retração econômica, cresce exponencialmente e atrai importantes empresas de outros setores. Há, ainda, a expectativa de forte expansão do segmento de aditivos e ingredientes – desde que solucionada a burocracia regulatória encravada no seio do setor. A exportação, por sua vez, pode viver momento histórico com a reabertura oficial da China. E, mesmo alguns nichos atrapalhados pela inflação, como o de carne bovina, trazem interessantes oportunidades ao mercado. Esperamos que esta edição da Revista Nacional da Carne facilite a compreensão do real momento do País – e das oportunidades espalhadas pelo setor. Tenham todos uma excelente leitura.
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capa
O sujeito oculto
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Ministro do Planejamento aposta em retomada do crescimento, diz que há demanda reprimida em infraestrutura e enfatiza: “haverá mais dinheiro para o agricultor”
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Francisca Maranhão/Divulgação Ascom MP
capa
Nelson Barbosa faz pronunciamento durante lançamento do Programa de Investimento em Logística
Marcelo Tárraga e Itamar Cardin
E
m um dos momentos mais aguardados pelo mercado em 2015, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, veio a público ao final de maio fazer um pronunciamento: o orçamento sofreria um corte de R$ 69,9 bilhões. Poucas semanas depois um novo anúncio de Barbosa parecia redirecionar os rumos do País: com investimento previsto de R$ 198,4 bilhões, o Programa de Investimento em Logística (PIL) alcançava sua segunda etapa. Dependendo do ponto de vista do interlocutor, perante anúncios tão opostos em sua essência, o Brasil enfrenta uma grave crise financeira, um momento de severo reajuste ou uma marola que logo deve refrear.
Um fato, entretanto, parece inerente à leitura de qualquer analista político: diante do badalado ministro Joaquim Levy, da Fazenda, Nelson Barbosa é o sujeito oculto de um predicado conhecido como o futuro do País. Para compreender melhor esse momento histórico e entender detalhadamente como pensa o ministro responsável pela reconstrução do Brasil, a Revista Nacional da Carne realizou uma entrevista exclusiva com Nelson Barbosa. E, segundo ele, não há como negar: o governo precisa enfrentar a demanda reprimida por infraestrutura. “O principal desafio é entender que apesar da queda temporária do nível de atividade econômica, a economia brasileira continua sendo uma
economia muito dinâmica, com muitas oportunidades de investimento”, avalia o ministro. “Há uma demanda reprimida por infraestrutura no Brasil e os projetos são viáveis, e, para o governo, o desafio é viabilizar essas oportunidades de investimento.” Crente nas possibilidades do Programa de Investimento em Logística, bem como no compromisso com o reequilíbrio fiscal, Barbosa já projeta a retomada do ciclo de crescimento. “A redução das despesas faz parte do conjunto de ações que o governo vem tomando para manter a estabilidade macroeconômica e preparar a economia brasileira para um novo ciclo de crescimento baseado na expansão da oferta e do crescimento da produtividade.”
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Francisca Maranhão/Divulgação Ascom MP
facebook.com/revistadacarne Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Ministro anuncia corte no orçamento de quase R$ 70 bilhões
O ministro garante, também, que há um realinhamento de preços na economia, algo que pode tornar-se benéfico em longo prazo. “Com esses novos preços, os sinais de mercado ficam mais claros e o mercado começa a investir naquilo que hoje está caro. Com os preços nos lugares corretos, o mercado vai produzir mais o que hoje está caro”. Leia a entrevista completa com Nelson Barbosa, ministro do Planejamento.
Corte no orçamento Primeiramente eu gostaria de destacar que o corte no orçamento é apenas uma parte da estratégia do governo para buscar a retomada do crescimento e também é uma sinalização para toda a sociedade de que
há um compromisso do poder público com o reequilíbrio fiscal.
Produtividade e crescimento A redução das despesas faz parte do conjunto de ações que o governo vem tomando para manter a estabilidade macroeconômica e preparar a economia brasileira para um novo ciclo de crescimento baseado na expansão da oferta e do crescimento da produtividade.
Efeitos do corte O contingenciamento não foi linear justamente para preservar investimentos públicos estruturantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Viva. Esses investimentos continuam sendo prioridade do governo
tanto por seu alcance social quanto pela capacidade de geração de emprego e renda.
Programa de Investimento em Logística Em outra frente, acabamos de lançar a segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), com previsão de investimento, por meio de concessões ao setor privado, de quase R$ 200 bilhões nos modais rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário.
Projeções do PIL No âmbito dessa segunda etapa do programa estão previstos R$ 198,4 bilhões em investimentos, sendo R$ 69,2 bilhões entre 20152018 e R$ 129,2 bilhões a partir de 2019. Lembrando que do mon-
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capa tante de R$ 198,4 bilhões, R$ 66,1 bilhões deverão ser investidos em rodovias, R$ 86,4 bilhões em ferrovias, R$ 37,4 bilhões em portos e R$ 8,5 bilhões em aeroportos.
Demanda por infraestrutura O principal desafio é entender que apesar da queda temporária do nível de atividade econômica, a economia brasileira continua sendo uma economia muito dinâmica, com muitas oportunidades de investimento. Há uma demanda reprimida por infraestrutura no Brasil e os projetos são viáveis, e, para o governo, o desafio é viabilizar essas oportunidades de investimento.
Readequação de preços As empresas sabem que está ocorrendo um realinhamento de
As empresas sabem que está ocorrendo um realinhamento de preços na nossa economia
preços na nossa economia. À medida que os preços se realinham, o impacto inicial é negativo sobre o nível de atividade e sobre a inflação. Porém, com esses novos preços, os sinais de mercado ficam mais claros e o mercado começa a investir naquilo que hoje está caro. Com os preços nos lugares corretos, o mercado vai produzir mais o que hoje está caro.
Plano Safra O desempenho do agronegócio é fundamental para a retomada do crescimento. Na verdade, trata-se de um setor com capacidade de resposta muito rápida às ações governamentais de estímulo. Tanto que para o Plano Safra 2015/2016 estarão disponíveis no sistema
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
de crédito rural quase R$ 190 bilhões, um montante 20% superior ao disponibilizado na safra 2014/2015. Isso significa que haverá mais dinheiro para o agricultor continuar aumentando sua produção, gerando emprego e renda no campo e na cidade, já que o agronegócio engloba diversas cadeias produtivas.
Emprego no campo O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, registrou a criação de 8.470 novas vagas no mês de abril, 0,55% a mais do que no mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério do Trabalho, a elevação do emprego se deve ao bom desempenho de atividades ligadas ao cultivo de
O agronegócio é tão importante que um dos eixos do PIL é o escoamento eficiente da produção agrícola
café, de trabalhos de apoio à agricultura e ao cultivo da cana-de-açúcar.
Importância do agronegócio Os novos postos repercutem a expansão contínua do setor. Segundo dados do IBGE, a agropecuária teve crescimento de 4,7% no pri meiro trimestre de 2015, puxada pelo bom desempenho das exportações de soja. Somente em maio, o agronegócio teve participação recorde nas exportações: 51,5%, próximo de US$ 9 bilhões. O agronegócio é tão importante para nossa economia que um dos eixos que norteia o PIL é o escoamento eficiente da produção agrícola - a estimativa do IBGE é de que a safra 2015 chegue ao volume recorde de 204 milhões de toneladas.
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Espaço World Animal Protection
Transporte e abate humanitário de matrizes suínas Juliana Cristina Rego
Ribas, supervisora de bemestar animal da World Animal Protection
O
bem-estar animal deve contemplar todas as fases da criação, desde o nascimento até o abate. Dentro deste processo, o manejo pré-abate, realizado nas últimas 24 horas da produção, tem considerável influência sobre o bem-estar animal, a qualidade da carne e o produto final. Neste artigo, queremos abordar a importância do manejo adequado de matrizes suínas no fim da fase produtiva. Segundo o Anualpec 2014, o Brasil possui um rebanho de 2 milhões e 600 mil matrizes suínas. Destas, 150 mil são encaminhadas para abate por diversas causas, como falhas reprodutivas, caquexia, problemas de casco e idade elevada, entre outras. Frequentemente o manejo pré-abate e abate destes animais, que serviram por longos períodos à geração de leitões, não é realizado de forma adequada. A carne oriunda dessas matrizes de descarte é normalmente utilizada para produção de embutidos e processados de origem animal. Assim, a presença de defeitos de qualidade da carne, como PSE (pálida, flácida e exsudativa) e DFD (firme, escura e seca), invalida ou prejudica o processamento industrial, reduz a vida útil e a qualidade final dos produtos e, por fim, diminui seu valor junto ao consumidor. Para minimizar os problemas, devem ser levados em consideração a seleção dos animais enviados para o abate, o transporte e a insensibilização. Os cuidados nessas etapas trazem melhorias não somente ao bem-estar, mas à lucratividade da cadeia. Existem normas para a seleção de animais que estão aptos ao embarque. Segundo o RIISPOA, animais caquéticos, com feridas abertas (como prolapso uterino e escaras com sangue vivo), que não caminhem sozinhos ou com até três dias pós-parto, não podem ser enviados para o abate. Quando em caso de sofrimento iminente, de-
vem ser sacrificados de modo humanitário na própria granja, com a utilização de métodos eficientes de insensibilização, como pistolas de dardo captivo (recomendações da diretiva europeia EC 1099 e da Associação Americana de Médicos Veterinários). O processo de manejo, embarque e transporte leva a um sofrimento desnecessário para estes animais. Além disto, uma vez no abatedouro, a indicação de condenação parcial ou total e o aproveitamento condicional das carcaças é grande, sendo que muitas vezes o valor recebido pelo animal abatido não cobre nem os custos do transporte. Após a escolha dos animais a serem descartados, os mesmos devem receber um manejo pré-abate adequado: jejum total de no mínimo 12 horas e de no máximo 24 horas (compreende-se jejum total o período que contempla desde a retirada da ração na granja até o momento do abate). Um tempo maior que 24 horas aumenta a incidência de carne DFD, além do risco de contaminação por salmonella e de perda de peso. O transporte dos animais é outro ponto extremamente crítico no Brasil. Matrizes suínas são animais altos, medindo de 0,90 a 1,10 m e pesando de 220 a 300 kg. Em comparação, suínos de terminação medem de 0,75 a 0,80 cm e pesam de 110 a 135 kg. Estas duas categorias ocupam áreas muito diferentes dentro do caminhão e quase não há veículos específicos e desenhados para transportar matrizes adultas no
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Brasil. Muitas vezes, na chegada ao frigorífico, as costas e o lombo dos animais apresentam escaras e hematomas devido à altura da divisória dos pisos. Outro problema comum é que as matrizes não conseguem virar para o desembarque, devido à altura e à largura das gaiolas, levando a um manejo difícil e aversivo. Recomenda-se, assim, a avaliação da confecção de veículos com design adequado para o transporte desta categoria. Outro fator preponderante no carregamento de matrizes é o tempo. Muitas vezes observamos transportes superiores a 24 horas, o que leva a um jejum superior ao esperado, à desidratação e, consequentemente, a um estado debilitado no momento do manejo de desembarque ou do abate. Animais que cheguem fraturados ou sem condições de caminhar devem ser encaminhados para o abate de emergência, conforme disposição da Instrução Normativa nº 3, válida para qualquer categoria de suínos. A insensibilização de matrizes suínas é outro ponto crítico. De acordo com a Instrução Normativa nº 3, os animais de-
É muito importante padronizar as políticas de encaminhamento e sacrifício de animais em sofrimento iminente vem ser submetidos à insensibilização imediata, ou seja, à perda imediata da consciência, tecnicamente promovida por corrente elétrica de no mínimo 3 ampères para suínos adultos. Nas avaliações realizadas durante os treinamentos do Programa Nacional de Abate Humanitário, verificou-se uma alta incidência de animais mal insensibilizados, principalmente matrizes, sendo que estas são sangradas ainda conscientes. Isso está em desacordo com a legislação nacional e as premissas do abate humanitário, ou seja, sem dor e sem sofrimento desnecessário ao animal. Esse erro acontece porque a maioria dos equipamentos não tem boa qualidade ou não possui manutenção e conservação adequadas. Outro ponto importante é que algumas unidades frigoríficas
utilizam equipamentos para abate de suínos de terminação em matrizes, embora a corrente elétrica não atinja a eficácia desejada. O manejo pré-abate de matrizes suínas é um processo com aspectos que o diferencia do manejo de suínos de terminação. É muito importante padronizar as políticas de encaminhamento e sacrifício de animais em sofrimento iminente nas granjas sob orientação de um técnico responsável. Além disso, indústrias, cooperativas e agroindústrias devem investir e revisar os veículos e equipamentos utilizados para transporte, insensibilização e abate de emergência dos animais, tornando-os adequados para matrizes suínas, melhorando o bem-estar e a qualidade do produto final.
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EMPRESAS & NEGÓCIOS
Revista Nacional da Carne | Maio/Junho
Compressor da GEA JBS cria área de garante baixo custo compliance trabalhista de manutenção
www.nacionaldacarne.com.br
Essas informações foram originalmente publicadas em nosso portal. Acesse e confira outras notícias:
A JBS anunciou a criação de um departamento de compliance de Relações Trabalhistas – o primeiro da indústria alimentícia brasileira. A novidade na estrutura corporativa, que reunirá representantes da área jurídica, engenheiros de segurança, engenheiros de projeto, ergonomistas e especialistas em produção, visa garantir a adequação das unidades produtivas às normas de segurança do trabalho. “Faremos vistorias preventivas em todas as unidades. Contudo, os pontos de melhorias identificados em uma fábrica serão imediatamente levados às demais pelo comitê de padronização”, explica Francisco de Assis e Silva, diretor-executivo de relações institucionais da JBS. A expectativa é que alguns milhões de reais sejam investidos em melhorias até o final do ano. “Esse grupo de trabalho estará ligado à diretoria executiva de relações institucionais, que responde diretamente à presidência da companhia”, acrescenta Silva. “Isso garantirá tranquilidade para que o grupo possa trabalhar de forma independente.” Segundo a companhia, “esse é mais um passo da JBS no sentido de atuar em conjunto com o Ministério Púbico do Trabalho e Ministério do Trabalho, para reduzir o número de processos trabalhistas, o número de acidentes de trabalho e oferecer um ambiente seguro a todos os seus colaboradores”.
Com uma linha voltada para a refrigeração industrial, o Grupo GEA aposta no novo design da unidade compressora XSERIESTM (Xtremely Efficcient Compressor Design). A peça, segundo a empresa, é robusta e promete alta eficiência, além de assegurar baixos custos de manutenção, com maiores intervalos, e níveis menores de ruído e vibração. Primeira fabricante de máquinas de gelo em escama da Europa, a GEA possui outros produtos em seu portfólio, como o carton freezer VRT, que consegue trabalhar simultaneamente com produtos de tamanhos diferentes. Ele também é flexível e automatizado, com capacidades de 4.500 a 41mil kg/h. Já o túnel espiral de congelamento da GEA tem capacidade para trabalhar até 7 mil kg/h, utilizando fluxo de ar e evaporadores de alta eficiência, que maximizam a transferência de calor e prometem aumentar a qualidade e o rendimento do produto. O Grupo GEA também oferece máquina de gelo, purgador de incondensáveis, secador, serviços de manutenção e peças para reposição.
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EMPRESAS & NEGÓCIOS
Marfrig e Seara investem no sabor nordestino O jerked beef foi protagonista no estande de duas grandes empresas na 31º Feira APAS 2015 – Congresso e Feira de Negócios em Supermercados. “A culinária nordestina é, sem dúvida, uma das mais ricas e apreciadas do País”, declara a Seara. A marca lançou a linha Jerked Beef, composta por carne seca dividida em dois cortes: o dianteiro, de valor mais acessível, e o traseiro, com menos músculo, menos gordura e mais maciez. Com foco de distribuição no Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Seara apresentou embalagens de 500g, 1kg e 5kg. A Marfrig, por sua vez, trouxe o jerked beef à região Sudeste sob
Novo
sistema
produz peças
de embutidos
por minuto
as marcas Montana e Marfrig. Ele chega em embalagens de 500g, para os supermercados, e de 1kg, 5kg e 30kg, exclusivamente para o food service. “O Sudeste é um mercado promissor”, garante Luis Firmino, diretor de novos negócios da Marfrig Beef. “O jerked beef deixou de ser apenas um dos itens coadjuvantes da feijoada para ser o principal ingrediente de pratos, aperitivos e petiscos”, acrescenta Firmino. “Por isso estamos lançando aqui o nosso jerked beef, que já foi testado e aprovado pelos consumidores de outras partes do Brasil.”
Um novo sistema de produção de embutidos chegou ao mercado prometendo agilizar os processos. Trata-se do Frontal Linker RS 274, lançamento da Risco que garante uniformidade no peso e no comprimento, além de uma produção de até 400 peças por minuto. Composta por uma embutideira contínua a vácuo com tecnologia de servo drive e pelo Frontal Linker RS 274 sincronizado com o pendurador RS 279, ou com a unidade de corte WT 05S-R, a nova linha é ideal para uma produção de alta velocidade de linguiças e salsichas embutidas em tripas naturais, de
colágeno e celulósica, segundo informa a Risco. “O novo sistema da Risco está apto a processar linguiças retorcidas, salsichas ou qualquer outro produto com peso e comprimento igual. Com esse sistema é possível utilizar tripas com calibres de 15mm a 40mm e produzir gomos com comprimento de 35mm até 1.000mm”, acrescenta a empresa. O sistema está disponível com pendurador automático modelo RS 279 e com unidade de corte de alta velocidade WT 05SR. “O RS 274 é o sistema ideal para produzir linguiças frescas vendidas em bandejas com peso uniforme”, finaliza a Risco.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Na balança Desce I O País exportou 329,2 mil toneladas de carne de frango em maio, queda de 7,1% na comparação com 2014. Em receita, com US$ 584,1 milhões faturados, a redução foi ainda maior: 17,9%.
Eataly desembarca em São Paulo Um restaurante temático de carne, um açougue e um restaurante com bar, exclusivo em São Paulo, são algumas das atrações do recém-inaugurado Eataly. O empreendimento, que se apresenta como o maior mercado mundial de gastronomia e de produtores artesanais italianos, marcou a entrada da marca na América Latina. São 4,5 mil metros² de muito sabor, com mais restaurantes, empórios e laboratórios de produção. Viabilizado pela parceria entre o Eataly Itália, os americanos do B&B Hospitality Group, os irmãos Adam e Alex Saper e o grupo brasileiro St Marche, o Eataly São Paulo promete uma verdadeira experiência gastronômica. “O Eataly cozinha tudo o que vende e vende tudo o que cozinha, o que significa
que quase todos os ingredientes usados nos restaurantes podem ser encontrados no mercado”, divulgou a empresa. Oferece, ainda, mais do que os produtos artesanais italianos, garimpando e vendendo iguarias locais em cada país que chega. O primeiro Eataly foi inaugurado em Turim, na Itália, em 2007. Hoje existem 29 lojas no mundo – quinze delas na Itália, nove no Japão, duas nos Estados Unidos, uma em Dubai, uma em Istambul e, agora, uma em São Paulo. “A cidade de São Paulo já tem uma cultura gastronômica forte. Estamos muito animados com esta nova unidade, que vai contribuir ainda mais para isso”, afirma Oscar Farinetti, fundador do Eataly. “O projeto desta loja é lindo e nós esperamos que ela se torne uma referência para os paulistanos, os turistas, os epicuristas e os amantes da cozinha italiana.”
Desce II O ano também não está favorável à carne bovina. De janeiro a maio o setor exportou 523.595 toneladas e faturou US$ 2,21 bilhões, queda respectiva de 17% e 21% na comparação com 2014. Sobe Já o agronegócio brasileiro segue conquistando novas marcas. Em maio, as vendas externas do setor atingiram US$ 8,64 bilhões e representaram 51,5% da exportação nacional, um recorde para o segmento.
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Espaço ABPA
Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
o d e q o u l í u v t o ó co r O
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
uem trabalha pela indústria de alimentos enfrenta diariamente um duro desafio: desfazer mitos criados pelo desconhecimento. No setor avícola, por exemplo, convivemos com a ideia do mito dos hormônios, uma inverdade alimentada por quem busca razões para justificar o rápido processo de criação de frangos. Puro equívoco! Genética de ponta, alimentação adequada e conforto térmico são os verdadeiros responsáveis pela eficiência da avicultura! Se é um desafio reverter uma inverdade como esta, que nasce informalmente do “achismo” popular, imagine como desfazer uma ideia equivocada, plantada legalmente por meio de informações nos rótulos? Este é um dos mais difíceis desafios que enfrentavam os produtores de alimentos frente à rotulagem de transgênicos, imposta até aqui por regulamentação governamental. O símbolo atribui ao rótulo do alimento um efeito contrário ao que deveria ser seu papel: a desinformação. Por exemplo, um animal alimentado com insumos transgênicos não é transgênico. O “T” rotulado, entretanto, leva a crer que produto possui composição transgênica. Estudos feitos pela Embrapa comprovam a inexistência da chamada transgenia – ou a transferência das propriedades genéticas – do insumo consumido ao animal. O transgênico chega ao consumidor, apenas, pelo símbolo impresso na embalagem. Um símbolo de um medo fantasioso, de algo que não existe. Pautados por isto, um projeto de lei ainda em tramitação pretende corrigir
Em tempos de redes sociais que alastram mentiras com a velocidade de uma explosão atômica, os meios “oficiais” devem primar pelo correto esclarecimento
Estudos feitos pela Embrapa comprovam a inexistência da chamada transgenia do insumo consumido ao animal
este problema. De autoria do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), o projeto extingue a exigência em produtos com presença de transgênicos inferior a 1% de sua composição final. Ele se soma à legislação de biossegurança brasileira, vista pela FAO como uma das mais avançadas do mundo. Em tempos de redes sociais que alastram mentiras com a velocidade de uma explosão atômica, os meios “oficiais”, como o rótulo dos alimentos, devem primar pelo correto esclarecimento, e não criar impressões erradas sobre o conteúdo da embalagem. Impor símbolos para interpretações equivocadas é atentar contra o direito do cidadão de consumir com tranquilidade e segurança. A nova legislação caminha para corrigir essa injustiça.
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cONJUNTURA Thais Ito
23 facebook.com/revistadacarne Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
A farra do
boi
Desdobramentos climáticos e conjunturais perturbam cadeia e refletem no preço instável da carne
D
o campo às gôndolas varejistas, a escalada de preços da carne bovina vem formando uma onda que arrasta toda a cadeia. Especialistas apostam na manutenção dos valores altos e projetam o preço da arroba a R$ 155. Vislumbram, ainda, um índice maior de confinamento e uma grande oportunidade de crescimento para os setores de carne suína e, principalmente, de frango. Um dos aspectos fundamentais desse cenário é a valorização da arroba do boi. Em janeiro de 2014 a média nominal estava em R$ 114. Mas, após sucessivos aumentos, chegou a um pico de R$ 142 em novembro, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa para o Estado de São Paulo. Todo esse aumento foi resul-
tado da combinação entre a escassez da oferta, ocasionada pela seca em 2013 e 2014, e a estabilização da demanda. “Cerca de 90% do nosso gado vêm de pastagem. Quando há uma seca como nesses dois anos, ela fica afetada e diminui a oferta de boi, postergando o problema também ao longo de 2014”, explica Adolfo Fontes, analista sênior do Rabobank Brasil que atua em pesquisas na área de proteína animal. “Ano passado foi excelente em exportações e o consumo interno se manteve instável. Foi o que provocou um desencontro entre oferta e demanda, influenciando a alta dos preços.” A partir de novembro, contudo, ocorreu uma estabilização - até abril deste ano as médias se mantiveram na casa dos R$ 140.
24
cONJUNTURA
Revista Nacional da Carne | Maio/Junho
divulgação/Rabobank
Boi (médias nominais da arroba - SP)
R$ 149,34 R$ 142,96
R$ 143,09 R$ 145,31
R$ 143,18
R$ 143,38
R$ 133,81 R$ 124,50
R$ 124,44
R$ 128,54 R$ 121,65
R$ 117,90
R$ 123,03
R$ 121,97 R$ 119,43
/1 4 m ar /1 4 ab r/1 m 4 ai /1 4 ju n/ 14 ju l/1 4 ag o/ 14 se t/1 4 ou t/1 no 4 v/ 14 de z/ 14 ja n/ 15 fe v/ 15 m ar /1 5 ab r/1 5
fe v
ja n
/1 4
R$ 114,19
Médias nominais da arroba - Indicador ESALQ/ BM&F Bovespa (R$/@) Fonte: Cepea/Esalq
Frango vivo “Temos uma tendência de estabilização de preço e a previsão para outubro é chegar a R$ 155/arroba”, projeta Adolfo Fontes, do Rabobank
2,40
2,27
2,65
2,56
2,47
2,43
2,16
2,70
2,19 2,11
2,36
2,28 2,36
2,33
2,27
2,30
ja
n/ 14 fe v/ 14 m ar /1 4 ab r/1 m 4 ai /1 4 ju n/ 14 ju l/1 4 ag o/ 14 se t/1 4 ou t/1 4 no v/ 14 de z/ 14 ja n/ 15 fe v/ 15 m ar /1 5 ab r/1 5
Fonte: Cepea/Esalq
Frango vivo (São Paulo) Fonte: Cepea/Esalq
Suíno vivo
4,94
5,08
4,53 4,22
4,17 3,45
3,65
4,33
3,86 3,56
3,45 3,46
3,44
3,17
ja n/ 14 fe v/ 14 m ar /1 4 ab r/1 m 4 ai /1 4 ju n/ 14 ju l/1 4 ag o/ 14 se t/1 4 ou t/1 no 4 v/ 14 de z/ 14 ja n/ 15 fe v/ 15 m ar /1 5 ab r/1 5
3,61
4,49
Suíno vivo (Grande São Paulo) Fonte: Cepea/Esalq
E um dos motivos foi a oscilação da demanda. “Ela caiu em 2015, tanto no comércio internacional - nos primeiros quatro meses houve uma queda de 17% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior - como no mercado interno, por conta de um problema de ordem econômica que tem afetado o consumo de carne bovina”, diz o analista do banco. A curva ascendente, além disso, graças à oferta ainda escassa, não apenas parou de crescer, como foi impedida de cair. Mas, para os próximos meses, a perspectiva de alta pode restabelecer-se. A soma de forças internas e externas da atual conjuntura deve convergir para maiores exportações de carne bovina brasileira. Para Sergio de Zen, professor e pesquisador responsável pela área de pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/ USP, a adoção de medidas econômicas restritivas, como aumento da taxa de juros e diminuição do crédito interno, vem contraindo o consumo e reduzindo a demanda. Gera-se, então, um excedente que estimula as exportações. Paralelamente, sinais de melhora dos Estados Unidos tendem a puxar a economia de outros países e estabelecer um novo patamar de equilíbrio. Soma-se a isso a tendência de manutenção do dólar valorizado e o resultado é um conjunto de fatores favoráveis ao escoamento do produto nacional. “Esse cenário de mais exportações deve pressionar os preços da arroba para cima”, conclui o professor.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
A conjuntura de preços altos, entretanto, poderia ser pior. Um levantamento da Agroconsult aponta que os pecuaristas brasileiros devem finalizar este ano com 5 milhões de cabeças em confinamento. São 400 mil a mais que em 2014, um acréscimo de 8,6%. Não fosse essa projeção, Fontes assegura: os valores poderiam ser ainda mais altos. “Contratos futuros da BM&F apontavam um valor de R$ 160/ arroba. No entanto, a oferta via confinamento vai dar fôlego para outubro, mês em que a maior parte desse gado é ofertado. Com isso temos uma tendência de estabilização de preço, cuja previsão, agora, está mais próxima de R$ 155.” Um dos fatores responsáveis pela projeção da Agroconsult é a “melhor relação de troca boi-milho da história”, segundo argumenta Leandro Bovo, operador da mesa agrícola do Besi Brasil. “Desde 2008, a média é de 3.87 sacas de milho/arroba. Hoje, você vende uma arroba por 5.9 sacas de milho. O maior valor da história foi no dia 10 de outubro de 2014, quando se chegou a uma relação de 6 sacas por arroba”, diz Bovo. “A tendência é o milho continuar barato, o que incentiva o confinamento, pois barateia o custo de ração.”
divulgação/Besi Brasil
Rumo aos 5 milhões
Leandro Bovo, da Besi Brasil: a tendência é o milho continuar barato, o que favorece o confinamento de boi, mas o benefício é maior ainda para frango e suíno
Mas a dificuldade em confinar animais, por conta da oferta restrita de boi magro, pode atrapalhar essa projeção. “E hoje o preço dele está muito alto, o que também poderia ser um fator que inviabiliza a compra”, pontua o operador. Outra questão importante é a ambiguidade do preço do milho: ao mesmo tempo em que favorece o mercado bovino, reduz o custo de produção das carnes concorrentes, pois o grão é base da alimentação de frangos e suínos. Tudo indica, para Bovo, que o milho continuará com preços baixos. “Teremos safrinha boa, pois o clima está cooperando. Além disso, viemos de uma safra grande, então os estoques são confortáveis. A safra abundante atual vai gerar mais estoque ainda”, salienta. “A demanda não teve aumento substancial, em termos mundiais. O preço do milho, portanto, continuará pressionado para baixo, pois há mais oferta do que o mercado consegue absorver.”
A vez do frango Enquanto o preço do bovino tende a permanecer pressionado, dois fatores jogam a favor do frango: o bolso aper-
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cONJUNTURA
Inflação
No outro extremo da cadeia cárnea, a inflação das carnes acumulou alta superior ao índice geral, puxada principalmente pelos itens bovinos. Confira a inflação de cada item, com destaque para aqueles com maior relevância no orçamento dos brasileiros em cada categoria cárnea (bovino: alcatra; suíno: carne de porco; frango: frango inteiro). Variação acumulada (%) IPCA janeiro de 2014 a abril de 2015
IPCA Carnes
11.27 24.72
Fígado Carne de porco Contrafilé Filé-mignon Chã de dentro Alcatra Patinho Lagarto redondo Lagarto comum Músculo Pá Acém Peito Capa de filé Costela Frango inteiro Frango em pedaços
27.40 13.24 20.80 25.86 22.38 22.00 21.51 24.04 22.85 27.69 34.03 31.89 31.30 31.76 32.38 1.00 2.37
Fonte: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
tado do consumidor e a gripe aviária que assola países concorrentes. No mercado interno, a alta da carne vermelha tem reforçado a competitividade do frango. A alcatra, peça mais comum no orçamento da família brasileira, acumulou alta de 22% desde janeiro de 2014 até abril deste ano. Já o frango inteiro teve variação de apenas 1%. Essa estabilidade se deve principalmente a pressões opostas no custo de produção. Enquanto alguns itens como gasolina, salários e energia têm aumentado, os preços de milho e farelo de soja se mantêm estáveis ou com ligeira queda. A balança, assim, segundo Ricardo Santin, vice-presidente de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), acaba se equilibrando.
“Para o segundo semestre, espera-se uma retomada sazonal de preços pelo aumento de consumo interno e externo, como ocorre naturalmente nessa época. São reações, mas nada que extrapole a casa dos R$ 3, onde o preço do congelado tem se mantido no atacado”, anuncia Santin. Essa situação ocorre devido a um enxugamento de oferta - não porque as indústrias passem a produzir menos, mas por dedicarem parte da produção às aves natalinas, que têm peso maior e oferta menor. Santin acrescenta que a previsão de aumento também passa pela migração de consumo, uma vez que a carne bovina mantém projeções de alta e o cenário econômico previsto é de retração. No mercado externo também se espera uma elevação sazo-
nal da demanda, incrementada pelos casos ativos de gripe aviária que assola mais de 30 países, como os Estados Unidos, que nunca haviam registrado a doença. Esse cenário pode favorecer o Brasil como fornecedor. “Se houver mais demanda no segundo semestre, que é o que a ABPA espera, prevemos recuperar a queda de 2% do volume exportado pelo Brasil nos primeiros cinco meses do ano e, ainda, gerar um aumento de 3% até o fim do ano”, garante Santin. “Tendo mais procura, o preço externo tende a subir. Isso pode acabar puxando também o preço interno, dado que algumas empresas contam com um mix de exportação e de abastecimento interno. Mas não chega a ser um impacto grande.”
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cONJUNTURA
Preços: quem dá as cartas?
Diversas variáveis pressionam o sobe-e-desce dos preços das carnes. Confira futuros pontos de atenção para incrementar seu planejamento.
GroãLoeasndro Bovo,Borpaesrila,doopredcau-
Segund ícola do BESI elhor relação , gr mesa a contra hoje a m tória. A média n is e h e a a d t as aris ilho d 3.87 sac a boi-m de troc 08, tem sido de ente se man0 lm desde 2 arroba e atua s. E a tendênr a o c p na s o h mil de 5.9 vo, é a manute o n r o t o m u e B r om Po m tém cordo c ços do milho. a e d , re de gado cia aixos p onfinamento maior b e d o çã oc m ficia - e centiva lado, in or outro, bene uínos e aves, s P bovino. produção de es desse grão a t n escala mais depende o pois sã boi. o do que
Dódêlancria de alta paronmo,eetestsime uelastnedno-
e do A ten ortar restant s a exp der pelo ores brasileiro veitar as d o fornece mais para apr ado. Esse moz e r v lo va iz roba cada o dólar o preço da ar is d s n e g xar mar s, po pode pu íno vivo vimento o frango e su atéria-prima d m do boi e a procura por a t n e aum portar. para ex
a n r e t x e a r Conjuntu atento às (re)
tar o tante es rcados, como es r o p im É e av r m t n as de eae abertur o americano, o russo aos rg e chinês como o emba mplo, que , s x o re e polític ália, po e agosto, con r t s u A e d A ir li t U r a E pa an sta visto a dolfo Fontes, o isso e r á r e s d A alienta asil. "Tu forme s Rabobank Br or carne p o sênior d rá a demanda ia c n influe ua. a", pont brasileir
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Arte: Adriano Cantero
Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Gripe aviá
ria
Com ca so como o s em diversos s EUA, concor at demand re as no B endência é ca ntes, nalizar rasil. Is fluencia so r Santin, os preços, se pode ingundo R da ABP A. E qua icardo nho do ab l doença alo se o País seria o tamare ? madeir Incalculável. S gistrasse a a e refo antin ba rça rado, po t is nunc : o Brasil está e na a regist vem ref p reparo o “Mesm rçando as defe u a doença e o s na vang sem gripe aviá as sanitárias. uarda d ria, esta o instrum entos p desenvolvime mos ara pre veni-la." nto de
Bolso do b
PED
A diarre ia em inglê epidêmica su ína (da s) já foi s preço d c a carne apaz de influe igla PED Com os nciar o suína n o c Unidos asos registrad mundo inteiro , um do . o s nos E sp de carn s e suína rincipais expo tados , o país rtadore nuição te s de segund abate na ord ve uma dimio levan em de 5 tament % a 7% Resulta od , d interna o: aumento do o Rabobank. cional. p r e ç o no mer "Os EUA para co cad tr n precific trolar o PED. O abalharam be o m ando de m naquele acordo ercado está c p os preç aís. Como ho om os casos uve me os com no eç Fontes, do Rab aram a recua s casos, obank. r", expli ca
rasileiro
O fôleg o ponto d da economia in e atenç terna é ão lado à d u emanda diretamente m atrepesquis . Para S a e pecuár dor responsáv rgio de Zen, ia do Ce el pela área de pea, a p mica do o G taxas d overno - com lítica econôe a interno juros, restriçã umento das , liberaç o de cré ão do c dito contraíd âm o difíceis o consumo. E bio - tem ,a m para a p tendência é a tempos roteína migraç de fran ã animal go. mais ba o rata - a
Clima
A produ ç mente, ão bovina e, c o preço onsequ e d e da ca rne no v a arroba, da c ntearcaça arejo sã tíveis a o o gado br clima, pois ce muito suscerca de 9 asileiro 0% do é basea gem. U m d como a a forte estiage o em pastam q pode in ue recaiu entr , portanto, fluencia e 2013 e r valoriza 2 ção do a falta de ofer 014, ta e produto .
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roteiro tecnocarne
Uma feira completa Conheça os expositores e o roteiro de visitação da TecnoCarne 2015
A
cidade de São Paulo sediará de 11 a 13 de agosto a TecnoCarne – 12ª Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Carne e do Leite. Grandes marcas levarão inovações tecnológicas e soluções para os setores de carne bovina, suína, aves e peixe, além do leite. “A TecnoCarne é a mais completa feira do setor, um ponto de encontro da indústria que oferece espaço para troca de experiências, análise de tendências e, acima de tudo, para a realização de grandes negócios. Isso se dá pela participação dos principais
players do mercado de carnes e leites do Brasil e do exterior e pela alta qualificação do público visitante, com grande poder de decisão”, ressalta José Danghesi, diretor da feira. Estarão em exposição os setores de Ingredientes e Aditivos, Embalagens e Tripas, Refrigeração, Logística, Produtos e Serviços, Rastreabilidade, Softwares, Paletes, Transporte e Armazenagem, Tratamento de Efluentes e Higienização, Máquinas, Equipamentos e Acessórios, Automação Industrial e Comercial e Reciclagem. Em sua 12ª edição, a TecnoCar-
ne traz novidades como o “Meeting Business TecnoCarne & Leite”, um encontro entre quem vende e quem compra maquinários, tecnologia, produtos, automação e soluções para a indústria de processamento de carnes. A TecnoCarne será realizada no São Paulo Expo (antigo Centro de Exposições Imigrantes), que agora é climatizado e promoveu melhorias estruturais, além de trazer um novo restaurante anexo. Veja a seguir o Roteiro de Visitação da TecnoCarne 2015.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
facebook.com/revistadacarne
Roteiro de Visitação da TecnoCarne 2015 ABIRUSCH AUTOMAÇÃO E SISTEMAS LTDA
carlos.freitas@budenheim.com Localização na feira: Rua F, Stand 98
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CSB SYSTEM +34 973 28 27 38 www.csb.com carmen.zarza@csb.com Localização na feira: Rua I, Stand 121I
DANICA TERMOINDUSTRIAL BRASIL S.A. (11) 3043-7862 www.danica.com.br vendasspdci@danica.com.br Localização na feira: Rua B, Stand 025B
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ENERGYARC INDUSTRIAL LTDA (11) 2028-5333 www.energyarc.com.br arnaldo@energyarc.com.br Localização na feira: Rua J, Stand 22
EQUINDO - EQUIPAMENTOS PARA INDUSTRIALIZADOS DO BRASIL LTDA (11) 4557-2163, 97173-2549 www.equindo.com equindo@equindo.com.br Localização na feira: Rua A, Stand 050A
EVAPCO SEMCO EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO LTDA (11) 5681-2000 www.evapcosemco.com.br evapcosemco@evapcosemco.com.br Localização na feira: Rua F, Stand 85F
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roteiro tecnocarne
FIMACH REPRESENTAÇÃO E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA (11) 4328-3278, 4328-3328 www.fimach.com.br fimach@fimach.com.br Localização na feira: Rua G, Stand 061G
FIMACO DO BRASIL S/A (47) 3525-1000 www.fimacodobrasil.com.br fimacodobrasil@fimacodobrasil.com.br Localização na feira: Rua B, Stand 035B
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FOSS DO BRASIL INSTRUMENTOS ANALÍTICOS E SOLUÇÕES DEDICADAS LTDA (11) 3862-7757 www.foss-analytical.com.br brasil@foss.dk Localização na feira: Rua A, Stand 001A
FRIGOSTRELLA DO BRASIL INDÚSTRIA DE REFRIGERAÇÃO LTDA www.frigostrella.com.br frigostrella@frigostrella.com.br Localização na feira: Rua E, Stand 098E
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GUNTNER DO BRASIL REPRESENTAÇÕES LTDA (54) 2108-8100 www.guentner.com.br contato@guentner.com.br Localização na feira: Rua E, Stand 060E
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
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Exportação
Um sonho chinês Diretor da Abiec avalia reabertura da China à carne brasileira: “País tem competitividade para pegar 50% desse mercado”
37
Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
38
Roberto Stuckert Filho/PR
Exportação
Thais Ito
U
ma reunião envolvendo a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, no final de maio, consolidou um fato histórico à carne bovina brasileira: a reabertura do mercado chinês. O fim do embargo – iniciado em 2012, após caso de vaca louca no Paraná – havia sido declarado em julho e concluído em novembro do ano passado, mas ainda requeria a habilitação oficial para a retomada das vendas. Oito plantas foram inicialmente habilitadas e dezenas de frigoríficos devem concluir a liberação até o final do ano. A expectativa não poderia ser maior: para Fernando Sampaio, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o Brasil tem condições de abocanhar pelo menos metade do market share chinês. “A China importa hoje mais ou me-
nos 300 mil toneladas por ano e acreditamos que a demanda vai continuar crescendo. O Brasil vai entrar na briga por um share desse volume. Acreditamos que o País tem competitividade para pegar pelo menos 50% desse mercado”, garante o executivo, em entrevista exclusiva à Revista Nacional da Carne. Uma das grandes vantagens desse mercado, segundo acrescenta Sampaio, é a diversidade. “É um mercado muito bom porque compra praticamente de tudo”, explica. “Para a China conseguimos vender a carne tanto na versão de commodity quanto produtos de maior valor agregado para atender redes de hotelaria e restaurantes.” Confira a entrevista com Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, realizada no final de maio, logo após a consolidação da reabertura.
Quais plantas foram habilitadas e quando poderão exportar? São cinco da JBS, duas da Marfrig e uma da Minerva. Elas já estavam aprovadas e exportavam antes do embargo (em 2012). Com a oficialização, estão imediatamente aprovadas para recomeçar a exportar.
Diz-se, informalmente, que muito do que o Brasil exporta para Hong Kong penetra no mercado chinês. Com a reabertura, os embarques para Hong Kong devem sofrer algum impacto? Acreditamos que a demanda em Hong Kong não diminuirá por conta disso. No ano passado mandamos para esse destino mais de 400 mil toneladas de carne. Tem uma demanda grande.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
E a China, quanto pode demandar do Brasil?
Quais os principais cortes demandados pelo mercado chinês?
A China importa hoje mais ou menos 300 mil toneladas por ano e acreditamos que a demanda vai continuar crescendo. O Brasil vai entrar na briga por um share desse volume. Acreditamos que o País tem competitividade para pegar pelo menos 50% desse mercado, mas isso também depende de uma série de fatores, como a ampliação do número de plantas habilitadas e o esforço de promoção comercial.
É um mercado muito bom porque compra praticamente de tudo. Para o frigorífico é muito positivo porque ele consegue vender a carcaça inteira. Para a China conseguimos vender a carne tanto na versão de commodity quanto produtos de maior valor agregado para atender redes de hotelaria e restaurantes.
O que a Abiec tem planejado para ampliar a promoção comercial na China? Acabamos de participar da feira Sial China. Em junho estaremos na feira FMA (Exhibition and Safety & Quality Forum of China International Food, Meat and Aquatic Products), em Xangai, que é dirigida a importadores chineses. E temos planejado mais ações para o segundo semestre, mas ainda não podemos revelar.
A reabertura altera a projeção da Abiec de crescimento de 11% das exportações para 2015?
Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec
Não. Quando fechamos a projeção, já estávamos contando com a oficialização da reabertura do mercado chinês neste ano. A China será muito importante para o crescimento das exportações brasileiras.
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E spaço CICB
As vantagens de se optar pelo uso do
couro
José Fernando Bello, presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB)
uem conhece couro sabe: ele é único e nenhum outro material consegue verdadeiramente imitá-lo. Desde sua textura, que por ser um produto de origem orgânica imprime singularidade em cada peça, o couro também possui características térmicas, estéticas e de maleabilidade que o tornam exclusivo. Apesar de as diferenças entre o couro e o sintético serem bastante nítidas, nem todos os consumidores podem estar atentos na hora de comprar calçados, bolsas, roupas, acessórios ou mesmo estofados. A vida útil de um produto em couro é incontavelmente maior que a de um fabricado em material alternativo. Portanto, um importante número de variáveis coloca o couro à frente de qualquer outro – e o consumidor precisa
ser avisado. Focando a disseminação deste tipo de informação, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) lançou, em maio, uma nova estratégia de valorização do couro no País: o projeto ‘Usamos Couro’. A partir de ações de comunicação, a iniciativa pretende difundir Brasil afora o quão nobre e particular é o couro, material versátil e que pode ser utilizado na fabricação de uma extensa gama de produtos. A página http://usamoscouro.com.br é um dos principais recursos de difusão do projeto. No site são apresentadas noções sobre como identificar produções em couro, dicas de como conservá-las e entrevistas com profissionais, consumidores e amantes das peles descrevendo por que ‘usam couro’.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Usar couro, aliás, é uma opção inteligente e sustentável. Subproduto da carne, a pele que se tornaria um resíduo no meio ambiente é transformada em um material que é, inclusive, bastante desejado pela indústria da alta moda. O processo industrial de curtimento do couro é também um bom argumento para adotá-lo. Na maior parte dos curtumes brasileiros, a tecnologia empregada na fabricação é de ponta – a água necessária para cada uma das etapas é reutilizada e os resíduos são reciclados. O sintético, por outro lado, é um derivado do petróleo, pouco biodegradável e, portanto, muito mais poluente.
Lei do Couro A campanha ‘Usamos Couro’ surge como complemento a outro projeto do CICB que igualmente busca a valorização do material no mercado doméstico: o Blitz Lei do Couro. Iniciado em 2014, o projeto se propõe a fiscalizar estabelecimentos comerciais de todo o País para verificar se eles seguem as previsões da Lei 4.888/65. A previsão legal é clara e estipula que só pode ser denominado como fabricado em couro o produto oriundo de pele animal. Assim, o uso de expressões como ‘couro ecológico’ e ‘couro sintético’ não só induz o consumidor ao erro como infringe a lei.
O projeto ‘Usamos Couro’ pretende difundir Brasil afora o quão nobre e particular é o couro A indústria coureira do Brasil tem o respeito do mercado internacional, sendo hoje um dos setores que mais exportam para o exterior. Anualmente, o ramo de couros e peles traz US$ 4 bilhões para a economia, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento do País. Muitos são, portanto, os motivos para estimular o uso do couro entre fabricantes e consumidores.
A intenção do projeto é, então, orientar lojistas e clientes de que o couro não pode, de maneira alguma, ser comparado a materiais de qualidade inferior. Com ambos os projetos em andamento – ‘Usamos Couro’ e ‘Blitz Lei do Couro’ –, o CICB pretende mostrar à população não apenas a nobreza do material, mas as vantagens de optar-se por um produto em couro no dia a dia, afinal, trata-se de uma alternativa mais consciente e, naturalmente, um sinal de gosto mais apurado.
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Mercado
Regulando aditivos
Burocracia reduz opções do mercado de aditivos. Expectativa é que compartilhamento de informação destrave setor Thais Ito
N
a carona das tendências alimentares do consumidor moderno, como a saudabilidade, o mercado de aditivos e ingredientes ganha visibilidade e tem hoje um imenso potencial de crescimento. Sem alterar características de sabor e textura dos produtos, ele se torna uma fonte de recursos capaz de ajudar a substituir vilões como gordura e sódio. A equação sinalizaria cifras otimistas, não fosse uma lombada no caminho: a burocracia regulatória. É esse um dos grandes lamentos atuais da indústria cárnea. A limitação das opções de aditivos e ingredientes pro-
vocada pelos entraves regulatórios, segundo analisa Fábio Bagnara, gerente de desenvolvimento de produtos da BRF, dá margem para que o setor desperdice um grande potencial de expansão no Brasil. Um exemplo mencionado por Bagnara é uma fibra de trigo aplicada na Europa, que “pode reduzir a gordura da linguiça mantendo sua suculência, mas não está liberada para embutidos no País”. A falta de clareza na legislação, assim, impede até mesmo que o consumidor tenha um produto mais saudável na mesa. O tema rende uma extensa polêmica. Se ampliada, a lista de
aditivos permitida também beneficiaria um imbróglio em andamento: o episódio da mortadela de temperatura ambiente, um produto que entrou na mira das autoridades em 2012, após casos de botulismo serem registrados em Nova Canaã (SP). A inocência do alimento já foi até comprovada. Mas, ainda assim, sua estabilidade microbiológica foi posta em xeque devido a falhas na cadeia do frio, que costumam expor o produto em ambientes sem refrigeração. Fontes ligadas à área de pesquisa e desenvolvimento da indústria reclamam não poderem registrar novas mortadelas dessa categoria enquanto o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) não concluir um estudo sobre sua segurança alimentar. O entrave é
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto divulgação/DuPont
reforçado pela carência de conhecimento e de aditivos aprovados no País, que acaba restringindo as possibilidades de manejo do estudo. O resultado dessa equação mal solucionada é o congelamento da ampliação do portfólio das empresas.
Caminhos Mas um possível auxílio para esse cenário desafiador parece residir em um fator relativamente simples: informação. Em abril, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) realizou um workshop com palestrantes estrangeiros sobre segurança alimentar de produtos cárneos pasteurizados. A exposição de estudos e exemplos externos foi enriquecedora para os representantes da indústria, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ital – todos presentes no evento. As atenções, na ocasião, estavam voltada para Ana Lúcia Silva Correia Lemos, diretora do centro de tecnologia de carnes do Ital. Responsável pelo estudo sobre a polêmica mortadela, ela garante que a experiência dos palestrantes foi uma contribuição muito valiosa para avançar na pesquisa. Paralelamente, uma fonte com passagem pelo Mapa reforçou a relevância dessas apresentações, argumentando que fortalecem o poder de convencimento das autoridades, sobretudo em discussões no âmbito do Mercosul. Afinal, a aprovação de novos aditivos deve passar pela harmonização e pela unanimidade de decisão entre os países do bloco. A informação torna-se, então, uma ferramenta poderosa que pode agilizar esse processo à medida que serve de subsídio de persuasão. Vislumbra-se, portanto, um possível caminho para acelerar as aprovações. Tema que, inclusive, tem impacto direto na indústria, conforme
Marcelo João, da DuPont
ressalta Fatima D´Elia, consultora técnica da Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam). “A questão regulatória no Brasil impede o desenvolvimento de vários produtos e empresas multinacionais acabam não podendo comercializar os mesmos produtos que comercializam no exterior”. Ao mesmo tempo, ela ressalta que as autoridades estão se alinhando ao mercado. “Acreditamos que os órgãos governamentais aos poucos estão tendo essa percepção e, mesmo que ainda lentamente, em um trabalho conjunto com o setor, vêm tentando gradativamente atender as necessidades do setor.” Marcelo João, especialista em aplicação da DuPont, reconhece ser difícil a missão das equipes regulatórias, que precisam aliar tecnologia e inovação - vértices que estão sempre evoluindo – com segurança para o consumidor. Ainda assim, para ele, há uma trilha concreta para tornar esse caminho menos tortuoso: o compartilhamento das informações. “Conhecimento e boas práticas poderiam ser compartilhados para agilizar os processos e não resultar em redução da competitividade ou prejudicar o desenvolvimento de novos produtos ou aplicações”, sugere.
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Mercado
Ao alcance da indústria Voltada para o segmento de carnes emulsionadas, produtos fermentados e produtos de carne moída, injetados, análogos ou vegetarianos, à base de peixe ou frutos do mar, a DuPont Nutrição & Saúde disponibiliza proteínas de soja, hidrocolóides, antimicrobianos, antioxidantes e culturas. Entre algumas vantagens desses componentes, segundo Marcelo João, da DuPont, está a otimização dos níveis de marinação proporcionada pela proteína de soja em produtos como presunto e peito de peru ou de frango, “reduzindo a purga, mantendo a suculência e melhorando a fatiabilidade dos produtos”. “Nos emulsionados, as proteínas e hidrocolóides melhoram a textura e a absorção de água. Os antioxidantes
reduzem a oxidação lipídica melhorando a qualidade, o sabor e aumenta a vida útil”, acrescenta. “As culturas promovem melhoria de cor, textura e sabor, aumentando a velocidade de fermentação para atender as necessidades de produtos fermentados, além de inibirem o desenvolvimento de leveduras e bolores Já as culturas de superfície promovem o desenvolvimento de novos produtos (estilo europeu) e também auxiliam na melhoria de sabor e aumento da velocidade de maturação”, finaliza Marcelo. Fatima D’Elia, da Abiam, explica que, no caso de aditivos para produtos cárneos, o Brasil se apoia na legislação do Mercosul de 1997. Nela constam acidulantes, conservantes, antioxidantes, corantes (naturais), realçadores de sabor, estabilizantes, aromatizantes, espessante e humectante. No entanto, eles variam segundo o tipo de produto final.
Os ingredientes permitidos, como proteínas, também dependem do produto onde será aplicado. Eles, por sua vez, estão listados nos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos produtos cárneos, elaborados pelo Mapa, e não são harmonizados no Mercosul.
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CONSUMO
O mar está para peixe Seara, Korin e GTFoods mostram que pescado tem atraído não só consumidores, mas empresas de outros setores
Thais Ito
O crescente consumo de pescado e o maior apelo da saudabilidade têm sido uma combinação tão atraente que seduziu empresas tradicionais de outros segmentos da proteína animal. A Seara, a GTFoods e a Korin, por exemplo, além de apresentarem novidades recentes nessa linha, revelaram com exclusividade à Revista Nacional da Carne: estão atentas a mais oportunidades desse setor.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Durante a Apas, feira do setor supermercadista realizada em maio, em São Paulo, a Seara lançou pizzas e lasanhas com atum em co-branding com a Gomes da Costa. “Somos uma empresa multiproteínas e obviamente estamos interessados em tudo que pode representar valor agregado, processamento e conveniência na mesa do consumidor, então sempre olhamos para o peixe”, comenta Eduardo Bernstein, gerente de marketing da JBS Foods. A iniciativa veio de uma parceria de longa data: através da Massa Leve, a JBS Foods já tinha participação em alguns produtos da Gomes da Costa. “Era uma linha própria de processados que considerávamos interessante, muito bem posicionada e com boa demanda”, conta. A linha saiu do mercado, mas a JBS procurou a parceira para uma nova empreitada. Nascia, assim, o enfoque da Seara em pescados. Questionado se há planos de novos produtos para o segmento, o executivo prefere não entrar em detalhes. Mas assegura: “Estamos olhando o peixe como uma proteína de muito potencial, pela praticidade, a saudabilidade e o interesse crescente”. Já a Korin, famosa pelo frango orgânico e pela carne bovina
sustentável, destacou entre seus futuros lançamentos o filé de truta congelado. Edson Shiguemoto, diretor comercial da empresa, explica que a inserção do pescado no portfólio está muito mais alinhada à filosofia da companhia – pelo elevado apelo saudável – do que as demais proteínas. Havia tempo, portanto, que a empresa almejava vender peixe. Mas, em verdade, o projeto começou por uma grande coincidência. Quando o produtor da NR Trutas, que mora no Campo Belo, bairro paulistano onde foi aberta uma franquia da Korin, descobriu que o portfólio da loja ia além do frango, ele convidou um diretor da companhia para conhecer sua propriedade. “Ficamos encantados pelo tipo de criação, que não é de massificação e com foco só em dinheiro. Percebi que ele trabalha com prazer para oferecer um produto melhor para as pessoas”, afirma Shiguemoto. O produto nascido desse encontro, contudo, não deverá ser a única novidade para o segmento. “Estamos procurando mais opções na área de pescado”, garante o executivo.
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CONSUMO
A GTFoods, por sua vez, adentrou nesse mercado ao adquirir a empresa de pratos prontos congelados Fresh Foods, que traz a opção com filé de merluza. “A GTFoods está visando uma maior diversificação, para ser uma indústria de alimentos, mas com foco em sinergia entre nossas linhas”, afirma Valdemir Moura, gerente de marketing da companhia. Assim, o executivo espera que as unidades conversem entre si. Os pratos com frango, por exemplo, serão abastecidos com matéria-prima da própria empresa. A ideia é fazer o mesmo com produtos que levam carne suína e o único, por enquanto, com peixe. Um projeto da empresa, nesse senEduardo Bernstein, gerente de marketing da JBS Foods: Estamos olhando o peixe como uma proteína de muito potencial, pela praticidade, a
Valdemir Moura, gerente de marketing da GTFoods: Salmão e anéis de lula também farão parte do mix, tudo na estratégia de diversificação
saudabilidade e o interesse crescente
para oferecer o que o cliente precisa
49
Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
tido, é entrar no ramo de pescado com marca própria até 2016. A GTFoods, que já comercializa pescado sob a marca de terceiros, pretende atuar no processamento de merluza, panga e filé de tilápia. Para tanto, segundo acrescenta o executivo, já está revisando fornecedores nacionais e estrangeiros. A ideia, assim, é firmar parceria com frigoríficos e vender sob a marca Canção. “Salmão e anéis de lula também farão parte do mix, tudo na estratégia de diversificação para oferecer o que o cliente precisa dentro do segmento de congelados”, complementa Wilson Guedes da Mota, comprador da GTFoods. Parece que o mar está realmente para peixe. Edson Shiguemoto, diretor comercial da Korin, ao lado de Luiz Dematte: Estamos procurando mais opções na área de pescado
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CONSUMO O mapa do pescado no Brasil Consumo
O brasileiro come mais pescado na zona rural
74%
26%
REGIÃO NORTE
O consumo de pescado é equilibrado entre eles e elas
44%
O maior consumidor O consumo médio de pescado fresco no Norte (95g/dia) é três vezes superior à média nacional
56%
O consumo é mais comum na mesa de casa que fora do lar 89%
11% MATO GROSSO
O maior produtor de peixe
Gastos, aquisições e consumo de Norte a Sul BRASIL
Dados Gasto por pessoa/mês
R$ 5,04
4 kg/ano
27,4 g/dia
O Estado é responsável por cerca de 19% tanto do volume quanto do valor gerados pela produção de peixes no Brasil. Sorriso (MT) tem a maior produção municipal (5,5% do total nacional)
Aquisição alimentar domiciliar por pessoa/ano Consumo por pessoa/dia N
R$23,14
17,5 kg/ano 104,5 g/dia
NE
R$7,23
4,9 kg/ano 40,1 g/dia
CO
R$2,26
1,6 kg/ano 9,3 g/dia
SE
R$2,53
2 kg/ano
14,9 g/dia
S
R$1,85
1,5 kg/ano
8,6g/dia
e s
Classes sociais se igualam no consumo de pescado Aquisição kg/pessoa/ano
1º
Lugar
6
5 4
Famílias com menor rendimento
3 2
Famílias com maior rendimento
1 0
2002-2003
f a
SANTA CATARINA
O rei das ostras, vieiras e mexilhões
2008-2009
Das 19,359 mil toneladas produzidas no Brasil, 97,2% foram originadas em SC. Só Palhoça (SC) responde por 54,1% do total nacional
AS ESPÉCIES CAMPEÃS
A mais relevante no orçamento familiar
A mais inflacionada
Pescada
Dourado
De acordo com o IPCA (out/14), a pescada é, na média nacional, o item que exerce mais peso no orçamento da família brasileira. O camarão aparece em segundo lugar
Dentre as 23 espécies consideradas no cálculo do IPCA (out/14), o dourado foi o que acumulou a maior inflação percentual. A dourada foi a que apresentou o maior recuo
Fontes: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Observações: Dados de consumo levam em conta quatro baiana, moqueca capixaba e sushi; “Peixes em conserva”, como sardinha, atum, salmão e atum light; “Peixes salgados”, que englob am bacalhau, peixe de mar salgado (inteiro, em posta, em filé, etc) e de água doce salgado (inteiro, em posta, em filé, etc) e “Outros pescad das categorias “Peixes”, “Camarões” e “Ostras, vieiras e mexilhões”; excluem-se deste volume as categorias “Alevinos”, “Larvas e pós-larvas de camarões, “Sementes de ostras, vieiras e mexilhões” e “Outros animais da aquicultura” (PPM 2013). **A porcentagem se refe
l i s
51
Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Produção
O maior produtor de tilápia
R$ 3,055 bi | 476,521 mil toneladas*
CEARÁ
a
O império do camarão O Estado concentra 78,7% da produção nacional. Aracati (CE) foi o maior produtor do País, respondendo por 12,6% do total brasileiro
O município lidera a produção do peixe mais popular da aquicultura do País, respondendo por 8,6% do total brasileiro
Peixes representam 66,1% da produção (R$).
Camarões representam 25% da produção (R$).
Em volume, a piscicultura produziu 392,493 mil toneladas em 2013
Em volume, foram produzidas 64,669 mil toneladas de camarões em 2013
Os 5 Estados que mais produzem**
Produção de peixes Produção de peixes Volume (Ton) Receita 12% %
38%
17%
15%
24
RIO GRANDE DO NORTE
O berço do peixe O Estado concentra 26,9% da produção brasileira de alevinos
75.630 51.143 30.670 26.715 25.141
Mato Grosso Paraná Ceará Goiás Rondônia
R$ 393.989 R$ 198.582 R$ 169.360 R$ 141.703 R$ 123.146
Lugar
AS ESPÉCIES CAMPEÃS A mais produzida
A mais valorizada ($)
Tilápia
Dourado
A tilápia representa 43,1% da piscicultura, dominando quase metade da produção brasileira. Em seguida, destacam-se o tambaqui (22,6%) e o grupo tambacu e tambatinga (15,4%)
O dourado é a espécie que apresenta o maior valor de produção, segundo cálculo livre com base em dados da PPM. A tilápia é a menos valorizada
32%
36%
56%
Ceará 75.630 51.143 Rio G. do Norte Pernambuco 30.670 Sergipe 26.715 25.141 Bahia
Ceará
Rio G. do Norte Piauí Pernambuco Bahia
R$ 395.178 R$ 223.446 R$ 40.715 R$ 24.942 R$ 21.419
Os 5 municípios que mais produzem** Produção de peixe Volume (Ton)
Produção de camarão
Volume (Ton)
10%
13%
11%
34%
35%
15
%
22%
17% 23%
Sorriso (MT) Jaguaribara (CE) Nossa Senhora do Livramento (MT) Jangada (MT) Santa Fé do Sul (SP)
20%
21.524 14.587 14.083 7.022 6.486
Aracati (CE) Aracaú (CE) Beriberi (CE) Jaguarana (CE) Mossoró (RN)
8.126 4.552 3.955 3.565 2.900
Espécies mais valorizadas
O berço das ostras, vieiras e mexilhões
1º
% 3% 3
19
FLORIANÓPOLIS (SC) O Estado catarinense é o maior polo de sementes de ostras, vieiras e mexilhões, puxado principalmente por Florianópolis, que concentra 92,5% da produção nacional
6
15%
%
O berço do camarão
O Estado detém 79,6% da produção nacional de larvas e pós-larvas de camarão. Os principais produtores do País são Canguaretama e Touros, ambos do RN
Receita
%
24%
%
Mato Grosso Paraná Ceará São Paulo Rondônia
Volume (Ton) %
14
36%
Produção de camarões Produção de camarões 13% 12
12%
13%
PARANÁ
Crédito: Thais Ito/ Arte: Emerson Freire
JAGUARIBARA (CE)
AQUICULTURA BRASILEIRA
VALOR MÉDIO POR KG
1 Dourado
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Truta Pirarucu Tucunaré Pintado, Cachara, Cachapira e Pintachara, Surubim Piaus, Piapara, Piauçu e Piava Curimatã, curimbatá Matrinxã Lambari Jatuarana, Piabanha e Piracanjuba Pirapitinga Traíra, Trairão Pacu e Patinga Tambaqui Carpa Tambacu, Tambatinga Tilápia
categorias de pescado avaliadas na POF: “Peixes frescos e preparações”, que inclui peixe de mar (inteiro, em posta, em filé, etc), de água doce (inteiro, em posta, em filé, etc), vatapá, moqueca dos”, que envolvem camarão, siri, baú, goiá, caranguejo, guaiamu, marisco, ostra, lula, sururu, ovas de peixe (de qualquer espécie) e bobó de camarão (POF 2008-2009/IBGE). *Soma do volume ere ao universo parcial composto apenas pelos cinco estados e municípios, segundo o respectivo gráfico, que mais produzem cada item (PPM 2013). *** Estado com maior produção da espécie.
R$ 13,90 R$ 11,12 R$ 9,38 R$ 9,08 R$ 8,08 R$ 6,76 R$ 6,75 R$ 6,62 R$ 6,24 R$ 6,22 R$ 5,84 R$ 5,72 R$ 5,69 R$ 5,40 R$ 5,35 R$ 4,84 R$ 4,53
UF***
GO MG RO GO MT GO MA AM SP RO MT PR GO MT RS MT PR
www.seafoodbrasil.com.br
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Espaço SNA
“Alimentos sem...” Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos/Sociedade Nacional de Agricultura
C
ada vez mais encontramos alimentos sem glúten, sem colesterol, sem lactose, com redução de sódio, sem ingredientes transgênicos ou com menos açúcares. Não são os quase tradicionais light ou diet, mas novas categorias que atendem aos celíacos, hipertensos, intolerantes a produtos lácteos, alérgicos, etc. Sob a égide “livre de”, novas seções de produtos debutam no varejo. É uma tendência em franca expansão. Com nova dinâmica, esses alimentos respondem à demanda dos clientes, que poderíamos chamar de ‘consumidores conscientes’, para os quais a escolha daquilo
que adquirem está ligada à saúde e ao bem-estar. No Brasil, calcula-se que existam cerca de dois milhões de celíacos e que 25% da população seja intolerante à lactose. Se acrescentarmos as pessoas que não querem consumir produtos com glúten – ou que simplesmente desejam mudar sua dieta para minimizar os sintomas que o excesso de glúten ou laticínios poderia causar –, cria-se oportunidades para preencher espaços no varejo, com novas categorias de produtos.
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Revista Nacional da Carne | Julho/Agosto
Soluções inovadoras? A chave está em conhecer qual tendência e que produto terá influência direta sobre o consumo
Lembremos que cada vez mais os consumidores buscam informações específicas nos rótulos das embalagens, e isso é uma característica que resulta em várias interpretações subjetivas. A procura por alimentos livres de aditivos químicos, mais nutritivos e com mais sabor, tem aumentado na mesma proporção que a busca por saúde e qualidade de vida. O apelo que os alimentos orgânicos carregam – de que são bons para a saúde – faz com que se abra um mercado potencial, com variedade de produtos, capaz de atingir não somen-
te os mais antenados com o bem-estar, mas também os que apresentam incapacidade de consumir diversos produtos ou aqueles que sofrem de transtornos digestivos ou alérgicos. Especialistas estimam que um em cada cinco consumidores na Alemanha – país com 80 milhões de habitantes – padece de intolerância à lactose. Um por centro é celíaco (evita glúten de trigo e outras culturas de grãos), três por cento não podem tolerar histamina e até sete por cento são intolerantes à frutose. Nos Estados Unidos os consumidores gastam bilhões para consumir alimentos sem glúten – substância que, nesse país, rende diversas manchetes na mídia. Nem todos que praticam uma dieta sem glúten ou sem lactose é realmen-
te diagnosticado como celíaco, sofre de alergia ou demonstra intolerância à lactose. “Acho que o glúten me entope por dentro. Estou de regime e me sinto mais leve e melhor agora que não como alimentos com glúten” – observa alguém, ao passo que outro responde: “A mim os laticínios me abarrotam e incham meu abdômen.” Poderíamos argumentar que o diagnóstico clínico dos sintomas foi arrancado da área médica e ficou nas mãos do saber cotidiano. No entanto, esse saber popular faz parte do estilo de vida de milhões. Intolerância é um tema quente, e as novas categorias de produtos não devem ser subestimadas, pois alergias diferentes são agrupadas sob um termo comum, proporcionando, dessa forma, interessantes oportunidades para os produtores de alimentos orgânicos. Aliás, nossas pesquisas em diversos supermercados e lojas de alimentos naturais demonstram que, muitas vezes, as pequenas agroindústrias de alimentos orgânicos apresentam um mix de produtos que atende esses consumidores. São empresas que não focam somente nas pessoas que adquirem orgânicos com frequência, mas, igualmente, naquelas com necessidades alimentícias específicas. Devido a seu porte, têm mais facilidade de adaptar-se e responder à demanda do mercado. É possível notar que as pessoas ganharam maior consciência e conhecimento do que são os alimentos orgânicos e naturais. O diálogo agora engloba produtos “mais saudáveis”, “melhores para mim e para o meio ambiente”. A identificação das tendências emergentes que se escondem nas escolhas dos alimentos, a descoberta do que procura o consumidor na leitura das embalagens e de como deve ser realizada essa comunicação podem resultar em uma verdadeira mina de ouro para produtores e comerciantes. Soluções inovadoras? A chave está em conhecer qual tendência e que produto terá influência direta sobre o consumo.
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Eventos
Os atalhos do varejo Feira Apas recebe mais de 70 mil visitantes e aponta principais tendências do setor Thais Ito e Itamar Cardin
U
m dos mais importantes eventos do setor alimentício brasileiro encerrou a edição de 2015 batendo todos os seus recordes. Realizada entre os dias 4 e 7 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, a 31ª edição da Feira Apas - Congresso e Feira de Negócios em Supermercados registrou mais de 685 expositores – 138 deles internacionais – e 73.778 visitantes. Já o número de palestras do Congresso de Gestão, mediadas por professores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP), todas elas debatendo o tema “Produtividade”, praticamente dobrou. Foram, ao todo, 59 discussões que trouxeram importantes perspectivas sobre o mercado consumidor brasileiro.
Eventos Thais Ito
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E uma das tendências destacadas foi a crescente importância do segmento premium, segundo alertou Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel – na avaliação da empresa de pesquisa, um produto pode ser considerado premium quando seu preço é 60% acima do índice da categoria. O principal aspecto dessa tendência, para Pereira, é a real eficiência do produto: se o cliente comprova os benefícios em casa, como de saudabilidade ou praticidade, ele volta a comprar. “A ‘premiunização’ também tem a ver com o benefício do produto”. Entre as categorias que se destacam nesse segmento estão a manteiga e o azeite, além de produtos como creme para rosto, alvejante sem cloro e detergente líquido para roupa. Em linha praticamente oposta, por sua vez, uma pesquisa realizada pela própria Kantar Worldpanel e pela Nielsen revelou que o brasileiro pretende diminuir o consumo fora do lar. Essa tendência reflete em parte a estagnação econômica, a inflação crescente e a consequente diminuição do poder de compra da população. “64% dos brasileiros afirmam que diminuem lazer foram do lar para economizar”, aponta Olegário Araújo, da
Nielsen, durante coletiva prévia da Apas. “Com o aumento nos preços e buscando manter o padrão, os brasileiros tiveram que abrir mão de alguns gastos”, acrescenta Pereira, da Kantar. Uma das consequências foi a redução em 13% do gasto do brasileiro com alimentação fora do lar em 2014. A “geladeira cheia e mesa farta”, por outro lado, continuam sendo itens prioritários, especialmente nas classes médias e baixas de renda. Dados da Kantar apontam que o item “Ter dinheiro suficiente para comprar comida” é o segundo maior desejo de consumo para a classe baixa – atrás apenas do tópico “Comprar a casa própria”. Na classe média baixa, ele aparece em quarto lugar. E na média alta, em quinto.
Crescimento A conjuntura difícil também impactou o setor supermercadista. Ainda assim, movidos pela esperança da retomada econômica, entre outros fatores, representantes do segmento apresentam projeções favoráveis para 2015. “Em janeiro, havíamos projetado um crescimento real de 2% para 2015, mas depois revisamos a estimativa e preve-
mos, agora, um crescimento de 1% para este ano”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, durante a Apas. Em 2014, o crescimento real foi de 1,8%. Fatores como queda de emprego e renda explicam essa menor projeção. Mas, para Rodrigo Mariano, gerente de economia da Apas, há razões para manter o otimismo. “Fechamos 2014 no positivo, com crescimento real de 2,2% no Estado de São Paulo. Embora o comércio tenha desacelerado, o setor supermercadista foi um dos únicos a apresentar um desempenho favorável”, argumenta. “2015 não será um ano perdido. Crescer um pouco perto de um PIB que deve cair 1% é para se comemorar.” Yamada endossa o coro e ressalta acreditar no ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e em uma possível recuperação no segundo semestre. Ao mesmo tempo ele critica o baixo nível de investimento em logística (dedicando 17% do PIB a esse setor) em comparação com países como China (49,3%), México (21,6%), Estados Unidos (19,8%) e Índia (31,4%). Números do setor projetam crescimento de 6% em empregos formais na área. Em São Paulo, a perspectiva é chegar a 525 mil vagas.
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ร ndice I Anunciantes
Alphainox................................................................................................25
Ashworth.................................................................................................12
Incomaf.................................................................................... 7 e 4a capa
Jarvis.......................................................................................................49
Cargomax................................................................................................43 MBX Mรกquinas......................................................................................44
Cryovac....................................................................................................17 Metalquimia..............................................................................................5 Doremus..................................................................................................55 Semco......................................................................................................13 Duas Rodas.............................................................................................45
Seydelmann............................................................................................48 Food Ingredients....................................................................................27
Frigostrella..............................................................................................39
Handtmann..............................................................................................35
Tecnocarne............................................................................. 3 e 2a capa
Tinta Mรกgica ..........................................................................................47