Nº 448 • Ano XXXVII Junho/2014 www.btsinforma.com.br
Neri Geller Novo ministro da Agricultura avalia momento do setor
O domínio do conceito Novas embalagens ampliam potencial da indústria cárnea
Sumário Nº 448 • Ano XXXVII Junho/2014 www.btsinforma.com.br
Arte da Capa: Adriano Cantero
Neri Geller Novo ministro da Agricultura avalia momento do setor
O domínio do conceito
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Novas embalagens ampliam potencial da indústria cárnea
Espaço MercoAgro
Conheça as novidades preparadas pelos expositores de embalagem
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Mercado de embalagens se renova e apresenta grandes novidades
Presidente da Abrafrigo avalia alta histórica de preços no setor bovino
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Especial
Frigoríficos se preparam e esperam lucrar com a Copa do Mundo
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Vis-à-Vis
Neri Geller, novo ministro da Agricultura, detalha seus planos ao setor
E mais 6....... Editorial
18...... Empresas & Negócios 34..... Marketing 42..... Vitrine
44..... Mercado: aumento de crédito 46..... Artigo técnico
50..... Índice de Anunciantes 4
Junho 2014
ISSN 1413-4837
Editorial
Ano XXXVII - no 448 - Junho
Ministro em foco
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s expectativas eleitorais já trouxeram alvoroços à economia brasileira. Mesmo antes de iniciado o período oficial das campanhas, os presidenciáveis já se posicionam oficialmente sobre os principais desacertos do País. O próprio Ibovespa parece perdido em meio à turbulência política e oscila sob a batuta incerta das pesquisas eleitorais. Essa inevitável dança política também já trouxe importantes consequências ao setor agropecuário. O ex-ministro Antônio Andrade, afinal, de olho no posto de vice-governador mineiro, deixou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e foi substituído por Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola do próprio Mapa. Passados dois meses da mudança, período já suficiente para avaliar a nova aposta do governo Dilma Rousseff, a Revista Nacional da Carne traz uma entrevista imperdível com o novo ministro. Não faltaram temas espinhosos à conversa – como a possível abertura do mercado norte-americano à carne brasileira e a política de limitar a exportação de despojos e miúdos. E, se as respostas podem não agradar a todos, elas certamente são reveladoras: Neri Geller demonstra sinceridade espontânea e Presidente da Abrafrigo expõe com clareza seus pensamentos e projetos para a indústria avalia alta histórica de da carne. Vale a pena conferir. preços no setor bovino A entrevista com o ministro, entretanto, é somente um dos textos importantes dessa edição. Em nossa reportagem de capa alinhamos as principais novidades do mercado de embalagens e antecipamos alguns lançamentos presentes na Fispal Tecnologia 2014 – Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística. O evento alcança a 30ª edição e reúne mais de 60 mil profissionais de 38 países. É também em clima de otimismo e ansiedade que levantamos as expectativas do mercado cárneo para a Copa do Mundo. E, mesmo que a seleção brasileira fracasse na busca pelo hexacampeonato mundial, algo que naturalmente preferimos não acreditar, haverá muito a aplaudir: as principais empresas e associações estão empolgadas, traçaram boas estratégias e esperam aumentar o faturamento durante o campeonato. Nessa expectativa positiva, a revista traz ainda interessantes artigos e detalha como o aumento do crédito à agropecuária pode favorecer o setor. Tenham todos uma ótima leitura! José Danghesi
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Novas perspectivas Em entrevista exclusiva, ministro Neri Geller avalia principais desafios da indústria cárnea e detalha suas principais estratégias para o setor
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Itamar Cardin e Ricardo Torres
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novo ministro da Agricultura assumiu a pasta em um momento conturbado. Importantes questões para o setor, como a polêmica envolvendo a exportação de despojos e miúdos, ou a possível abertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura brasileira, pressionavam o mercado em meados de março, quando Neri Geller foi anunciado para o posto.
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Neri Geller revela não acreditar em um grande incremento de vendas com a possível abertura do mercado norte-americano
Experiência no agronegócio, entretanto, não faltava ao novo comandante do Ministério da Agricultura,
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Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nem prática e nem política. Gaúcho do município de Selbach, Neri Geller se mudou com apenas 15 anos a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, onde trabalhou como motorista de trator, caminhão, frentista e gerente de posto de combustível até tornar-se produtor rural – atualmente desenvolve plantio e comercialização de grãos, como soja e milho. Sua carreira política, por sua vez, iniciou-se em 1996, como vereador em Lucas do Rio Verde, cargo para o qual foi reeleito no quadriênio seguinte. Em 2007, pelo PSDB, assumiu como deputado federal, reelegendo-se na eleição seguinte já pelo PP. Em 2013, mesmo ano em que se filiaria ao PMDB, licenciou-se para assumir a Secretaria de Política Agrícola, quando desenvolveu um trabalho ativo na formulação do Plano Agrícola e Pecuário. O bom desempenho como secretário o credenciou a tornar-se o quarto ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff – o posto foi ocupado anteriormente por Wagner Rossi, Mendes Ribeiro e Antônio Andrade. Em entrevista exclusiva à Revista Nacional da Carne, Neri Geller aborda temas espinhosos de maneira
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firme e direta. Sobre a possível abertura do mercado norte-americano, por exemplo, o ministro demonstra confiança no desfecho favorável. Mas, até contrariando certa expectativa do mercado, revela não acreditar em um grande incremento de vendas. “Não são esperados ganhos econômicos expressivos”, assegura. Outro tema considerado de fundamental importância pelo ministro é o estabelecimento de uma política de preço mínimo para a carne suína, defendida por ele quando estava na Secretaria de Política Agrícola. Embora detalhe que o assunto ainda esteja em debate, Geller promete não medir esforços para conseguir sua aprovação. “Sei que esta é uma pauta fundamental para a suinocultura brasileira.” Geller avalia ainda alguns dos principais entraves da indústria cárnea brasileira, como a baixa produtividade, detalha seus planos para o setor e defende a política adotada pelo Ministério da Agricultura ao limitar a exportação dos despojos. “Estamos com as portas abertas a todos para dar quaisquer esclarecimentos. Trabalhamos para salvaguardar os interesses de saúde pública e do
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agronegócio internacional.” Confira abaixo a entrevista completa com o ministro Neri Geller. Quais os principais problemas que afetam hoje a cadeia produtiva da carne e que medidas o Ministério da Agricultura pretende estabelecer nos próximos meses para dinamizar o setor? Um dos grandes problemas é a sua heterogeneidade. Apesar de termos segmentos na área bastante produtivos, ainda possuímos indicadores médios que apontam para baixa produtividade. O Plano Mais Pecuária, do Ministério da Agricultura, foi delineado com o objetivo de dinamizar o setor, incrementando a produção e a produtividade, com ações efetivas nos eixos Melhoramento Genético, Ampliação de Mercado, Incorporação de Tecnologia e Segurança e Qualidade dos Produtos. Paralelamente, o Mapa trabalha no fortalecimento do sistema de defesa agropecuária, na reativação da assistência técnica e extensão rural com a criação da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural) e, por fim, na política agrícola, com linhas de crédito compatíveis com
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ser explicado pelo menor impacto causado pelo preço da ração no setor nacional. Quanto à suinocultura, a área internacional do Mapa tem atuado, junto com a iniciativa privada, com o objetivo de ampliar a diversidade de mercados para o produto. Essa, aliás, tem sido uma das prioridades para o setor. O governo norte-americano finalizou a consulta pública para a abertura de mercado à carne bovina in natura brasileira. Foram feitos quase 800 comentários, boa parte referente ao temor do retorno da febre aftosa aos EUA. Esse receio tem fundamento? O senhor está confiante no desfecho positivo? Por quê? O Mapa está confiante no resultado do processo da consulta pública norte-americana. O próprio trabalho técnico conduzido pelas autoridades daquele país demonstra a confiança no sistema sanitário brasileiro, especialmente porque o Brasil tem sido firme nas ações de combate à aftosa, doença que há quase uma década não é registrada no País.
as necessidades dos pecuaristas. Só no ano passado, por exemplo, foram mais de R$ 20 bilhões em financiamentos com juros controlados destinados ao setor pecuário. Alguns segmentos da indústria cárnea apresentam momentos discrepantes. Enquanto a exportação da carne bovina aumentou quase 20% no primeiro trimestre, a de suínos caiu 7,96%. Há um descompasso no mercado? O que explica esses números e o que pode ser feito para equilibrá-los? São setores com estruturas produtivas bastante diferentes e com mercados externos também distintos. Quase todos os produtores de carne no mundo estão sofrendo com os altos custos das rações para a sua produção. Como boa parte da produção nacional de carne bovina é predominantemente dependente de alimentação a pasto, talvez o bom momento para as exportações possa
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esperados ganhos econômicos expressivos, mas sim o credenciamento para a entrada dos nossos produtos em países ainda fechados para a carne brasileira.
Se a abertura for mesmo confirmada, o Brasil está preparado a esse novo cenário? Como ela pode impactar a indústria cárnea brasileira? A demanda histórica do setor produtivo para a abertura desse mercado sempre foi para melhorar a imagem da qualidade da sanidade animal brasileira. Não são
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Enquanto era o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, o senhor defendeu o estabelecimento de uma política de preço mínimo para carne suína, que por fim foi vetada pela presidente Dilma Rousseff. Como ministro, o senhor pretende voltar a tentar incluir a proteína na PGPM via “ato infralegal”, como sugeriu a presidente? Por quê? Determinei que fosse encaminhado um voto ao Conselho Monetário Nacional, o CMN, com a proposta de preço mínimo para o produto. É o CMN quem tem a atribuição de aprovar esse pleito para, só então, o Mapa poder publicar oficialmente a carne suína dentro do Programa de Garantia de Preços Mínimos. No entanto, este tema ainda está em negociação com a área econômica. Sei que esta é uma pauta fundamental para a suinocultura brasileira e por isso tenho feito todos os esforços para que a questão seja regularizada o quanto antes.
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Como está a relação do MAPA com os pequenos e médios frigoríficos após a acusação de que o ministério estava sob influência de grandes empresas ao revogar a determinação que os permitia exportar despojos e miúdos de bovinos? Não existe diferenciação no tratamento de demandas de frigoríficos de pequeno, médio e grande porte no Ministério da Agricultura, sendo que a exportação de despojos já vinha sendo discutida com o setor desde 2006. Frente ao recebimento de processos constatando não conformidades pelo recebimento de matéria prima sem origem e/ou de frigoríficos não habilitados à exportação – conforme rege a legislação sobre esta matéria –, o Ministério adotou medidas para resguardar o serviço público federal quanto às garantias de saúde pública e da confiabilidade da certificação internacional. Estamos com as portas abertas a todos para dar quaisquer esclarecimentos. Trabalhamos para salvaguardar os interesses de saúde pública e do agronegócio internacional. No início de abril, o senhor se encontrou com representantes do setor em São Paulo e debateu questões como o investimento em vigilância sanitária. O senhor poderia comentar sobre como, em sua gestão, esta questão será trabalhada? Tenho dialogado tanto com as autoridades e fiscais da área técnica quanto com a equipe econômica do governo para darmos ainda mais atenção ao tema. Uma das medidas imediatas foi a inauguração de instalações especiais para suínos importados na Estação Quarentenária de Cananéia, em São Paulo, visando manter o Brasil livre de doenças como a Diarreia Epidêmica Suína (PED, na sigla em inglês). Recentemente, diversas ações foram feitas pelos nossos fiscais para garantir que as empresas cumpram
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Ministro da Agricultura: não existe diferenciação no tratamento de demandas de frigoríficos de pequeno, médio e grande porte
suas obrigações em relação aos alimentos seguros, como as operações contra a fraude no leite e no vinho no Rio Grande do Sul e a apreensão de produtos de origem animal e vegetal clandestinos nas fronteiras brasileiras. Além disso, a gestão na Secretaria de Defesa Agropecuária tem sido desburocratizada, no sentido de dar mais autonomia ao trabalho dos fiscais agropecuários nos estados. Todas as medidas visam coibir ações criminosas e oferecer aos consumidores nacionais e internacionais dos produtos brasileiros toda a segurança na hora de adquiri-los.
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Empresas & Negócios
Heatcraft lança novo evaporador
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Heatcraft lançou um novo evaporador de médio perfil da marca Flexcold, adequado para aplicações em câmaras de até seis metros de altura, armazéns frigoríficos e câmaras para resfriamento de carcaças e carnes em geral. O FM tem flecha de ar de 20 metros e vem ainda com o novo motor de alta vazão da Interlink, de 400 milímetros de diâmetro, com instalação e manutenção facilitados. “Este equipamento traz diferenciais exclusivos que só uma empresa como a Heatcraft, que é líder mundial em refrigeração, conta com laboratórios de pesquisa e testes em diversos países do mundo e equipe técnica altamente qualificada, pode oferecer”, afirma Gustavo Moreira, gerente de projetos da empresa. Um dos diferenciais do evaporador são os tubos ranhurados, capazes de aperfeiçoarem o desempenho devido à melhor troca térmica, além de promoverem a redução do peso e da quantidade de gás refrigerante usado. Conta, ainda, com o sistema Thermoflex, patenteado pela Heatcraft, que reduz a tensão estrutural provocada durante o resfriamento.
“Este design criado pela Heatcraft permite à serpentina de resfriamento ser flexível durante os períodos de degelo, resultando na expansão de sua superfície sem causar tensão. Assim, a integridade e longevidade da unidade aumentam significativamente. O resultado é um sistema mais confiável e com baixo risco de vazamentos”, explica Moreira. A Heatcraft é uma empresa integrante do Grupo Lennox Internacional, presente em mais de 70 países.
Avivar apoia investimentos em aviários produtivos
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ecentemente liberada para exportar seus produtos, após receber certificado do Ministério da Agricultura e do Sistema de Inspeção Federal, a Avivar Alimentos tem mobilizado investidores a implantarem os Aviários Dark House. O projeto de ampliação da Avivar propõe a construção de novos aviários no entorno da sede da empresa, localizada em São Sebastião do Oeste, no centro-oeste mineiro. As novas construções, com uma estrutura moderna e automatizada, facilitarão o manejo e a criação de frangos de corte. “Esse novo sistema permite o isolamento das condições ambientais externas desfavoráveis ao desenvolvimento das aves, uma vez que a alta temperatura influência diretamente na ingestão diária de alimento,
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ocasionando uma diminuição no ganho de peso diário dos frangos”, comenta Luana Costa, diretora Agroindustrial da Avivar. Buscando facilitar a implementação dos Aviários Dark House, que garantem o aumento da produtividade, a Avivar indica a contratação de uma nova linha de crédito, oferecida por instituições financeiras credenciadas ao BNDES: o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária. “Os Aviários Dark House refletem em todos os processos produtivos e econômicos da criação do frango: no ganho de peso, na diminuição da mortalidade, na qualidade da carcaça, no custo da criação, no melhoramento da mão-de-obra e na maior lucratividade produtor/empresa”, finaliza Costa. Junho 2014
Aurora inaugura indústria em Joaçaba
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Cooperativa Central Aurora Alimentos inaugurou oficialmente uma nova indústria de abate e processamento de suínos em Joaçaba, município localizado no meio-oeste de Santa Catarina. A planta triplicará a capacidade industrial e a geração de produtos cárneos destinados à exportação, segundo anunciou Mário Lanznaster, presidente da empresa. Após um ano em obras de ampliação e modernização, que demandaram investimentos de R$ 61,5 milhões, a unidade reiniciou as atividades em 6 de janeiro. O abate atual é de 1.500 suínos/dia. Em setembro, deve subir para 3.000 cabeças/dia. Com a reabertura do frigorífico, serão gerados ainda 1.060 empregos diretos e 3.000 empregos indiretos – para a primeira etapa foram contratados 560 trabalhadores e, para a segunda, em setembro, serão necessárias mais 500 pessoas. A ampliação física deixou a nova planta industrial com área total de 25.000 metros quadrados. Os setores administrativos estão concentrados em um novo prédio de dois pavimentos e 5.000 metros quadrados de área.
Foram instaladas ainda sete câmaras de resfriamento de carcaças, sala de cortes com mezanino, túnel de congelamento contínuo, túnel estático de congelamento e uma nova fábrica de farinhas e subprodutos. Já a casa de máquinas e de caldeiras foi ampliada. O complexo inclui portaria, administração, vestiários e refeitório, pocilgas, linha de abate, resfriamento, congelamento, estocagem e expedição. A linha industrial compreende os setores de choque, sangria, escaldagem, depilação e chamuscador.
Veltec apresenta tecnologia para transporte de aves e suínos
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Veltec Soluções Tecnológicas S.A. apresentou, durante a AveSui 2014, realizada entre 13 e 15 de maio, em Florianópolis, algumas de suas soluções disponibilizadas para a indústria cárnea. Um dos focos foi a utilização de tecnologia para geração de indicadores de desempenho na operação de transporte de aves e suínos. “O agronegócio moderno cada vez mais precisa de tecnologias que proporcionem agilidade no processo de coleta e qualidade na distribuição. Soluções para gerenciamento de tempo de carregamento e descarregamento, monitoramento de veículos e temperatura da carga são essenciais para a gestão completa da frota, evitando-se Junho 2014
perdas e desvios”, detalha Rony Cezar Neri, gerente de Marketing e Vendas da Veltec. Clientes como a Globoaves e a JBS já utilizam a solução de gestão de transporte aviário da Veltec. Entre os serviços oferecidos estão o controle de temperatura do baú e da qualidade da ração no descarregamento, evitando a quebra dos pellets e reduzindo a quantidade de finos. “Utilizando-se dessas aplicações pode-se facilmente, por exemplo, controlar médias, verificar tempo de motor ligado em veículo parado, gerenciar temperatura de baú refrigerado e exibir gráficos como o de RPM dentre outros”, acrescenta Nery. 19
Espaço MercoAgro
Mariana Naviskas
Embalagens também na MercoAgro
Expositores do mercado de embalagens detalham as novidades que apresentarão na MercoAgro
Redes
A Brasmo, que desde 1995 atua na fabricação e desenvolvimento de produtos para proteção e embala20
gens, irá apresentar na MercoAgro redes elásticas para Rede plástica padronização para embalar de alimentos alimentos embutidos assados, defumados ou cozidos e redes plásticas para embalagem de aves, frutas e hortifrúti. Segundo Aline Lohmann, gestora de vendas da empresa, as redes elásticas agregam valor ao oferecer qualidade e evitar a necessidade de costuras de carnes recheadas. “Além disso, podem ir ao forno convencional do consumidor.” Divulgação - Brasmo
Q u
ue a Fispal Tecnologia é o maior e mais completo evento do mercado de embalagens, processos e logística para os setores de alimentos e bebidas ninguém tem dúvida. Mas você sabia que muitas empresas do segmento também apresentarão suas novidades na 10ª edição da Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne e do Leite? Para antecipar importantes lançamentos do mercado de embalagens, conversamos com alguns dos principais expositores da MercoAgro, que acontece entre os dias 9 e 12 de setembro, na cidade de Chapecó, em Santa Catarina.
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Divulgação - Selovac
Medidores
A Akso Produtos Eletrônicos também estará presente na MercoAgro e um dos seus equipamentos é voltado ao setor de embalagens e empacotamento: o AK156. “Esse instrumento é utilizado no mercado de embalagens para medir a espessura de filmes e sacos plásticos”, explica Mirella Koch, coordenadora de marketing da empresa. Antes de empacotar um item, ela explica, é necessário verificar se a espessura do material para Equipamento para medir espessura empacotamento atende às necesde camadas de sidades e protege a mercadoria. embalagens “Caso contrário, a embalagem irá se danificar e rasgar, o que gera contaminação e deterioração do produto embalado.” Segundo a coordenadora, os grandes diferenciais da Akso são assistência técnica, dois anos de garantia e preços competitivos. “Além disso, nós temos um laboratório de metrologia próprio, então fazemos também as calibrações dos instrumentos.” Junho 2014
Participar da MercoAgro, na opinião de Mirella, é importante pelo relacionamento com os clientes antigos e para prospectar novos. “É uma ótima oportunidade para ficar sabendo o que os clientes estão precisando, as inovações do mercado frigorífico e fazer novos contatos.”
Embalagens a vácuo
Outro expositor que levará novidades para o mercado de embalagens é a Selovac, que fabrica máquinas para embalagens a vácuo e termoformadoras.
Divulgação - Selovac
Sobre o mercado de embalagens para o setor frigorífico, a gestora explica que uma tendência atual é o desenvolvimento de materiais de acordo com a necessidade do cliente. “Como cada empresa procura ter um diferencial, a Brasmo desenvolve redes plásticas nas cores, tamanhos e espessuras que o cliente necessita.” Além de seus produtos já conhecidos, a Brasmo apresentará novidades no ramo de higiene e limpeza industrial. “São vassouras, escovas, cabos, baldes, pás, rodos, espátulas e pistolas de água: todos de grau alimentício, em diversas cores e de resistência incomparável”, explica Aline. A qualidade e os produtos específicos para a indústria de alimentos que seguem a legislação, ela acrescenta, são os grandes diferenciais da Brasmo. De acordo com a gestora, é importante participar da MercoAgro pois a feira reúne diversos segmentos do mercado da carne. “Isso faz com que a empresa possa se relacionar com clientes e possíveis parceiros, tanto para suprimentos, quanto para distribuição.”
Diversos equipamentos de mesa para embalar a vácuo
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Espaço MercoAgro
Duplavac Inox 2-84, da Selovac: máquina de mesa com câmara dupla e tampa móvel para embalar a vácuo
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da empresa e para prospectar novos compradores. “É fundamental encontrar antigos clientes e amigos e buscar novos negócios.”
Grampeadeiras
Divulgação - Gram-Clip
A Gram-Clip fabrica grampeadeiras e grampos para o fechamento de embalagens e, durante a MercoAgro, estará também com um parceiro que fornece seladoras a vácuo. Um dos modelos que será apresentado é o GC60-20, uma grampeadeira dupla. “Esse equipamento faz a aplicação de dois grampos para embutidos, ou seja, o final de uma embalagem e o começo da próxima”, explica André Diniz, da área Grampeadeira para de vendas da empresa. fechamento de Segundo ele, a embalagens Gram-Clip participará da feira por considerá-la um importante evento para divulgação da empresa. “A MercoAgro, pelo que pudemos observar, é uma porta de entrada para clientes - não só do Brasil, como outros países da América do Sul.” Divulgação - Selovac
“Nós atendemos desde pequenas casas de carnes, supermercados e restaurantes até grandes empresas. Temos os mais diferentes equipamentos para atender cada cliente”, conta Willy Borst, diretor comercial da empresa. Máquinas de diversas dimensões estarão presentes no estande da Selovac. No equipamento de pequeno porte, os produtos são colocados em sacos plásticos e seguem para as máquinas de vácuo, onde é feita a selagem. Já em máquinas maiores o embalamento não é manual. “A embalagem não é pré-formada. São bobinas de filme plástico, dentro do equipamento, que empacotam o produto na hora, ali dentro”, diferencia Borst. O diretor afirma ser importante participar da MercoAgro para manter um relacionamento estreito com os clientes que querem conhecer as novidades
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Capa Mariana Naviskas
Tecnologias que
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Conheça as principais novidades e os produtos mais tradicionais do mercado de embalagens para frigoríficos
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importância da forma na modernidade ultrapassou os limites do conteúdo. Em instalações artísticas e na boa literatura contemporânea, ou no crescente apelo das ações publicitárias e das campanhas de marketing, preocupar-se com o “como se faz” tornou-se tão fundamental quanto com “o que se faz”. É o predomínio da imagem, do conceito, da funcionalidade. Poucos segmentos do mercado reverberam tanto essa mudança quanto o de embalagens. Acondicionar um produto, afinal, não se trata mais de apenas delimitá-lo, protegê-lo de contaminação ou de trazer informações nutricionais. É, sobretudo, uma questão de conceito. Uma alternativa capaz de ampliar vendas, baratear custos e facilitar o desenvolvimento do próprio conteúdo. Nesta reportagem, especialmente preparada para a 30ª Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas (Fispal Tecnologia), a Revista Nacional da Carne traz o que há de mais moderno na indústria de embalagens e empacotamento no mercado frigorífico. Conversamos com empresas de equipamentos, filmes, grampos, entre outros, para antecipar o que virá embalar o futuro da indústria cárnea.
Equipamentos
A Multivac é fornecedora de equipamentos para empacotamento e tem em seu portfólio câmaras a vácuo, seladoras de bandeja e termoformadoras. Nas câmaras a vácuo, o operador coloca o produto em um saco pré-formado. A embalagem, então, posicionada dentro da máquina, é selada.
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Já na seladora de bandeja utiliza-se uma bandeja pré-fabricada, coloca-se o produto e o equipamento faz a selagem com um filme de cobertura. “As máquinas podem fazer o processo de selagem ou simples ou de atmosfera modificada, que aumenta a vida útil do alimento”, explica Antonio Bugatti, engenheiro de aplicações da Multivac. As termoformadoras, por sua vez, não utilizam nenhum item pré-fabricado – é a própria máquina que cria a embalagem, por meio de bobinas de filmes planos. “A máquina forma algumas cavidades com o filme, nas quais o operador coloca os alimentos. A termoformadora, então, faz o processo de vácuo ou atmosfera modificada, sela com o filme superior o produto e corta no tamanho certo. A embalagem está pronta”, detalha o engenheiro da Multivac. O mercado brasileiro de empacotamento frigorífico, segundo Bugatti, utiliza muito as termoformadoras. “É uma tecnologia que está há pouco tempo no País e agora os clientes estão investindo muito nesse
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tipo de equipamento, porque com ele você consegue utilizar melhor as dimensões de embalagem e reduzir perdas, tanto das embalagens como de produtos, quando comparado ao processo manual”. Boa parte dos frigoríficos brasileiros, entretanto, ainda não investe como deveria em embalagens diferenciadas, capazes de apresentar benefícios reais aos produtos. “Ainda existe certa resistência. Mas nós lidamos com isso sempre fazendo palestras e mostrando as novas tecnologias, as vantagens de se investir em um equipamento, que às vezes apresenta um valor um pouco maior, mas tem benefícios que justificam a aquisição”, completa.
Grampos
Uma das empresas presentes na Fispal é a Poly-clip, que fabrica sistemas integrados para fechamento de embalagens flexíveis pela tecnologia de grampeamento. “Com tecnologia e fabricação próprias, a Poly-clip produz uma ampla gama de modelos de grampea-
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doras, acessórios, grampos e laços de sustentação para o acondicionamento dos mais diversos tipos de produtos, sejam eles alimentícios ou não”, conta Fernando Baldini, engenheiro de alimentos e gerente de tecnologia, acrescentando que a companhia trabalha focada nas inovações. “Visamos melhor a eficiência, as condições de operação, ergonomia e manutenção dos processos, bem como a segurança alimentar dos produtos processados por meio de nossos sistemas.” E, entre essas inovações, segundo Baldini, o que há de destaque são as grampeadeiras duplas automáticas. “Esses equipamentos constituem não só um avanço notável na tecnologia empregada na construção deles, mas sim um sistema completo, novo e integrado para o fechamento de embalagens flexíveis”. O sistema, ao apresentar integração entre maquinário e design específico de grampo, confere uma série de vantagens em relação aos sistemas de grampeamento anteriormente desenvolvidos. “Os novos grampos R-ID possuem desenho especial, mais arredondado,
Grampeadeiras são utilizadas, principalmente, no setor de embutidos
o que gera uma pressão mais uniforme sobre todo o volume do material abraçado pelo grampo”, explica o engenheiro. Essa distribuição de pressão permite
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Divulgação - Poly-clip
Bandejas
Grampeadeira
Não se pode falar do mercado de embalagens para alimentos sem mencionar as bandejas. A Spumapac, fundada em 1970, trabalha com itens em poliestireno expandido e tem seus produtos presentes nos principais frigoríficos do País. São duas linhas especiais, a primeiras delas desenvolvida especialmente para carnes. “Temos dois produtos para atender a esse mercado: bandejas para produtos resfriados, nos quais não há necessidade de submeter produto/embalagem a baixas temperaturas, e bandejas da linha congelamento, desenvolvidas especificamente para o mercado de frigoríficos, pois suportam as mais baixas temperaturas”, explica Percy Borba, gerente comercial de produtos da empresa.
para fechamento de embalagens flexíveis
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o fechamento pleno e, assim, dependendo das tripas plásticas, pode ser à prova de bactérias. Os grampos ainda possuem sistema de revestimento externo livre de resíduos de graxa e óleo. Durante a Fispal, além da linha tradicional de equipamentos, a Poly-clip apresenta a nova máquina grampeadora dupla automática FCA 80. “É um equipamento excelente, de operação e manutenção simplificadas, com projeto econômico, porém muito versátil, que opera em uma grande faixa de calibres. É rápida e com design moderno”, afirma o gerente. Outro foco da empresa, com o objetivo de minimizar esforços de operadores e aumentar a produtividade, é a automação de etapas de embalagem de aves e processamento de embutidos, como linhas de grampeamento e pendura automática, robôs de carga das gaiolas e racks de Novos grampos R-ID da Poly-clip cozimento. 28
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Bandeja é item tradicional no mercado de embalagens frigoríficas
A outra linha, de isolamento térmico para câmaras frigorificas, por meio das placas Buildspuma (XPS), possui o mais alto desempenho térmico e com alta durabilidade, segundo Borba. Isso acontece devido à alta densidade do material, que apresenta cadeira celular fechada e homogênea. Suas características proporcionam baixa absorção de água e vapor, o que o mantém intacto por mais tempo e evita perda de propriedades isolantes e estruturais. “Comparado a outros materiais térmicos com densidade similar, a Buildspuma possui o dobro de compressão.” Uma das mais recentes inovações no mercado de bandejas, segundo ele, são os produtos que prorrogam o shelf-life do alimento embalado. É o caso da linha Safe, da Spumapac. “Mais uma vez, se antecipando à concorrência, preocupada com a necessidade de seus clientes e sabendo que 90% das compras são decididas no interior das lojas, a Spumapac desenvolveu essa linha. A extensão do shelf-life é feita com a adição de micropartículas nanoestruturadas, que garantem ação antibacteriana, o que preserva o alimento por mais tempo em seu ponto de exposição.” Junho 2014
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Em alguns casos, as bandejas são projetadas especialmente para utilização em câmaras frigoríficas
Outra importante inovação é a linha Biospuma, produzida a partir de espuma de poliestireno oxi-degradável, o que cria capacidade de decomposição acelerada da embalagem. “Agentes oxidantes são inseridos na malha estrutural da embalagem e provocam o rompimento das fibrosas ligações da colmeia de espuma. Assim, o produto antecipará em séculos sua autodegeneração, transformando-se em água e biomassa, elementos inofensivos à natureza”, finaliza Borba. A Cryovac, marca do grupo Sealed Air, também fabrica bandejas, entre outros itens para o empacotamento de alimentos. “Por mais de meio século, a Sealed Air tem desenvolvido tecnologias e sistemas para manter os alimentos frescos, com maior vida útil, e garantir a conservação de suas características originais. As nossas
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tecnologias em embalagem para o mercado frigorífico incluem uma variedade de materiais de alta e média barreira, como sacos termoencolhíveis, filmes, bandejas e termoformados”, conta Ellen Callmann, gerente de comunicação e marketing da empresa. “A Cryovac sempre tem como princípio garantir a segurança alimentar do produto que será envasado, prolongar sua vida útil, aumentar a eficiência operacional do processador e do varejista e valorizar a marca que será comercializada.” Um dos destaques é a linha Mirabella, seu inovador sistema para carnes frescas. Composto por bandeja e filme de alta barreira, totalmente hermético, o item permite o contato direto do filme com a carne e preDivulgação - Cryovac
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Capa
Bandeja e filme totalmente herméticos para carne bovina fresca
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Divulgação - Cryovac
serva cor e aroma de peças bovinas. “Ele permite que a carne fique fresca por muito mais tempo e evita a descoloração por escurecimento”, garante Ellen. A embalagem tem garantia de origem até o ponto de venda, sem manipulações adicionais, e apresenta aparência de feito na hora. “Ou seja, reduz o desperdício de alimentos ao longo da cadeia.”
Sacos e filmes
A Cryovac trabalha ainda com sacos e filmes para empacotamento. Há sacos termoencolhíveis com alta tecnologia barreira, abre-fácil, filmes termoencolhíveis com alto brilho e transparência, sistemas herméticos multicamadas para cortes resfriados, entre outros. Nesse segmento, Ellen destaca a nova geração de sacos termoencolhíveis Grip&Tear, com mecanismo abre-fácil. O produto, ao dispensar uso de facas, contato manual e contaminação cruzada, oferece mais segurança. “A embalagem traz diferenciação, agrega valor ao produto, gera praticidade e tem a mesma vida útil de uma embalagem a vácuo convencional Cryovac.” Outra fabricante de filmes flexíveis e rígidos para empacotamento a vácuo, atmosfera modificada e produtos congelados é a Evertis. Sua linha de filmes de alta-barreira, feita à base de PET, é ecologicamente correta por ser 100% reciclável. “E, além de ser um material sustentável, ele oferece excelente brilho e transparência”, lembra Luciano Papeschi, diretor comercial da empresa.
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Sacos termoencolhíveis com mecanismo abre-fácil
Na opinião de Papeschi, devido à falta de mão de obra no Brasil, é cada vez mais comum o processo de automação do empacotamento em frigoríficos. “Os conceitos mais modernos, que já estão bem difundidos na Europa e Estados Unidos, e agora estão chegando no Brasil, são os de tudo automático. Você comprar a matéria-prima e fazer sua própria embalagem no frigorífico”. É possível, assim, reduzir custos, aumentar produtividade e ter uma embalagem personalizada. “Cada vez mais os grandes frigoríficos investem nesse tipo de solução.”
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O gerente ressalta ainda que a Celulose Irani trabalha com projetos de automação das linhas de embalagem dos clientes. “Elaboramos todo o projeto, cálculo de payback, save, inclusive fornecendo equipamentos de montagem de embalagens em comodato”. A empresa também possui assistência técnica especializada no mercado frigorífico, sugere melhorias, como projetos de área reduzida, e identifica eventuais desperdícios. Divulgação - Celulose Irani
Divulgação - Evertis
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Filmes de alta barreira feitos com material ecologicamente correto
Embora o mercado de embalagens evolua diariamente, segundo Papeschi, ainda existem alguns conceitos ultrapassados. E um dos exemplos mencionados é a utilização de bandejas de isopor para produtos perecíveis – como é antitérmico, ele pode atrapalhar o resfriamento e diminuir a vida útil do alimento. “Como você quer conservar um produto que necessita de frio com um isolante térmico? O Brasil já está nesse processo de evolução para adequar os materiais corretos a cada tipo de produto, mas ainda acontecem equívocos.”
Caixas
Outro item bastante tradicional no setor de embalagens é a caixa de papel, capaz de atender perfeitamente o mercado devido às suas especificidades. A Celulose Irani fabrica caixas corte e vinco e caixas normais com papéis Kraft reciclados de alta resistência e baixa gramatura. Os produtos, utilizados nas linhas alimentícias in natura e industrializados, são resfriados e congelados para frigoríficos de suínos, bovinos, aves e peixes. Jair Bilibio, gerente comercial da empresa, conta que a Irani investe anualmente na atualização tecnológica do parque fabril e na inclusão de aditivos no processo produtivo. “Com isso, visamos proporcionar aos nossos produtos um alto desempenho em ambientes frigorificados, com as menores gramaturas do mercado”. Um dos destaques da empresa é a caixa antivazamento, que evita o escoamento da água residente e o congelamento nas bandejas dos túneis. Outra inovação, a caixa antiviolação, reduz a incidência de furtos de produtos. “Ela é direcionada para produtos de alto valor agregado, pois identifica quando o produto foi violado e permite que o cliente final não aceite receber o item.”
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LAs tradicionais caixas de papel também são utilizadas no mercado frigorífico
Tecidos
O estoquinete, um tecido 100% de algodão cru, em ponto aberto, é especial para embalagens de carne. Indicado para utilização em câmaras frigoríficas, transporte e defumação, ele é fabricado pela Mercantil São Vito em diversas larguras, conforme a necessidade do frigorífico. De acordo com Francisco Giannoccaro, gerente administrativo da empresa, a malha do estoquinete protege do frio e evita o escurecimento da carne ou a formação de gelo. “Isso quando ele é feito em 100% algodão. Com o tempo, as empresas foram modificando o estoquinete, fazendo ele mais aberto, para render mais, ou misturando com poliéster, que não tem as mesmas propriedades térmicas do algodão.” A utilização do estoquinete não é mais tão comum hoje em dia, segundo Giannoccaro, pois depende de sazonalidade. Quando feito 100% em algodão, não tem valor muito competitivo. “Para brigar com essa questão do custo, nós fazemos malhas mistas, de algodão e poliéster, mas, como já disse, perde um pouco a capacidade de proteger a carne do frio. Nesse caso, o estoquinete é utilizado mais como protetor mesmo, por cima de outra barreira térmica”, finaliza. Junho 2014
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Marketing
Licinia de Campos - treinamentos e cursos nas áreas de Gastronomia e Nutrição. É coordenadora do curso de Pós-Graduação de “Marketing de Alimentos”, que terá início em 15/08/2014, na Faculdade Oswaldo Cruz, camping Barra Funda, com uma abordagem inédita no assunto. Contatos: liciniadecampos@uol.com.br; (11) 997376596
Marketing da carne no açougue
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mais do que óbvio que, para fazer marketing da carne bovina, deve-se criar algo que ninguém mais está focando. Para caracterizar o seu estabelecimento, é melhor procurar maneiras de diferenciá-lo da competição. Por exemplo, o que é melhor: Coca ou Pepsi? Essencialmente é o mesmo produto com embalagens diferentes. Só isso? E por que o consumidor ama ou detesta uma ou outra marca? Então, carne bovina é oferecida em todos os açougues. Mas em que ponto você pode diferenciar a sua? Há muitas espécies para estes nichos. É necessário somente ser criativo para conseguir enxergar as possibilidades. Vamos listar alguns possíveis nichos: 34
• Procedimentos no abate: pode-se ressaltar que a carne vendida foi abatida pelo sistema de abate humanitário. Embora todos os grandes frigoríficos já pratiquem essa norma, muitos consumidores não têm ideia de como ele é realizado e muito menos de que existe uma norma humanitária internacional para fazê-lo. • Carne de boi a pasto: quase a grande maioria do gado brasileiro é a pasto. E o gado a pasto possui várias qualidades nutricionais a mais que o gado confinado. Exemplos: as pesquisas realizadas por três décadas sugerem que dietas baseadas em pasto podem incrementar significativamente a composição em ácidos graxos (AG) e teor antioxidante da carne bovina, embora com impactos variáveis sob a Junho 2014
palatabilidade geral. Dietas baseadas em pasto demonstraram otimizar os isômeros do ácido linoléico conjugado (CLA), ácido trans vacênico (TVA), precursor do CLA, e o Ômega-3 em base de grama/grama. Enquanto na concentração total de gorduras saturadas não há diferenças nos tipos de regimes de alimentação, a carne de gado a pasto tende a ter maior proporção do AG colesterol neutro, o esteárico, e menor SAFAs elevadoras do colesterol como os AG mirístico e palmítico. Vários estudos sugerem que as dietas baseadas em pasto elevam os precursores de vitamina A e E, assim como os antioxidantes combatentes do câncer, como a glutationa (GT) e a atividade do superóxido dismutase (SOD), em comparação com seus sucedâneos alimentados com grãos. Os consumidores devem estar cientes das diferenças entre os teores em AG pois elas causam sabor distinto e qualidades em cocção únicas à carne bovina alimentada a pasto. A gordura proveniente de gado a pasto pode ter aparência mais amarelada por conta do elevado teor em carotenóides (precursor da vitamina A). Há um impacto da terminação a pasto sob o alfa-tocoferol. Os ácidos laurico e mirístico possuem maior efeito na elevação do colesterol total que o ácido palmítico, ao passo que o ácido esteárico tem efeito neutro na concentração do colesterol total, inclusive sem impacto aparente tanto no HDL quanto no LDL. O ácido laurico aumenta o colesterol total, embora diminua a proporção do colesterol total: ele aumenta o colesterol HDL. Há dois ácidos graxos essenciais (EFAs) na nutrição humana: o ácido alfa linolênico (ALA), um ácido graxo Ômega-3, e o ácido linoléico (LA), um ácido graxo Ômega-6. O corpo humano não consegue sintetizar ácidos graxos essenciais, e como o nome sugere são críticos para a saúde humana. Assim, devem ser obtidos dos alimentos. Uma dieta saudável deve consistir de um para quatro vezes mais de ácidos graxos Ômega-6 em relação aos ácidos graxos Ômega-3. A dieta ocidental tende a conter 11 a 30 vezes mais ômegas-6 que ômegas-3, fenômeno considerado uma hipótese como fator importante na taxa crescente de processos inflamatórios. • Gado orgânico: na criação, é rastreado desde seu nascimento até o abate, com registro de peso, alimentação, vacinas, entre outras informações em fichas individuais. Sua alimentação é diferenciada: além da pastagem, é suplementado com grãos e rações isentas de organismos transgênicos. Inclui também a preocupação com o bem-estar do animal. Em caso de enfermidade, o gado orgânico é tratado com produtos fitoterápicos e homeopáticos. • Angus: conjuga uma série de características da raça, que torna sua carne diferenciada, com maciez e sabor inigualáveis. O marmoreio é o grande diferencial da raça, conferindo-lhe maciez e suculência e sabor. No entanto, possui maior gordura entremeada entre as fibras dos cortes de carne. • Carne magra: um bife de 100 g de contrafilé bovino magro, da raça Nelore, possui 3,9 g de gorduras totais (35,1 kcal) e 1,9 g de gorduras saturadas (17,1 kcal). Assim, o consumo diário de 100g de contrafilé grelhado contribuirá com 5% da energia proveniente da gordura total e com pouco mais de 7% de gordura saturada, valores muito abaixo dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Junho 2014
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Marketing
• Carne maturada: é um processo natural de amaciamento da carne. Consiste em manter a carne fresca a uma temperatura superior ao ponto de congelamento (-1 grau C), com o objetivo de torná-la mais macia e com aroma peculiar, devido principalmente à atividade enzimática. As enzimas naturais da carne bovina agem nas proteínas causando proteólise, pela degradação de alguns dos tecidos conjuntivos do colágeno do músculo, através da ação das catepsinas. Melhores resultados são obtidos na manutenção da carne por oito a 12 dias na maturação, com a carne embalada a vácuo, o que impede proliferação de microrganismos aeróbios e provoca o desenvolvimento de bactérias láticas. • Carne bovina já pronta para consumo: nos dias atuais, o fator conveniência/ praticidade é fundamental. Já existe desde a década de 1990 uma tendência a reduzir o tempo na cozinha, evitando esforços na hora de comprar, preparar e consumir alimentos. • Selos de qualidade: conferem ao produto maior confiabilidade nos seus atributos físicos, microbiológicos e organolépticos. • Segurança do alimento: preocupação crescente do consumidor em relação à segurança do alimento, evitando problemas como a encefalopatia espongiforme bovina (BSE) ou doença da vaca louca, resíduos de pesticidas, salmonela e transgenia. • Ênfase nos rótulos nutricionais: o maior acesso às informações nutricionais tem impactado a consciência dos consumidores e provocado mudanças profundas nos hábitos alimentares da população. Assim, a questão de qualidade da alimentação é um fator com crescente espaço no mercado brasileiro. • Explicações da utilização dos cortes: o estabelecimento pode disponibilizar folders contendo explicações sobre as diferenças entre cortes dianteiro e traseiro e os métodos de cocção ideais para cada tipo de corte. Todos sabem o que é um bife, mas qual a melhor carne para um bife? E que tipo de bife: para churrasco, para fritura rasa, para carne de panela, para ensopar, e assim por diante. Qual é a diferença entre uma fraldinha e uma picanha? Educar o consumidor pode ser uma forma de diferenciação. • Valores agregados: uma maneira de lidar com a baixa demanda e os cortes menos caros pode ser adicionar valor a eles. Exemplo: marinar um lagarto para assado de panela, pois a maioria das donas de casa não tem tempo e muito menos a expertise necessária. • Maneiras diferenciadas de cortar uma carcaça: há milhões de maneiras de cortar uma carcaça. A prova disso 36
é que diferentes regiões chamam os mesmos cortes por denominações diferentes. Qual é a diferença entre um miolo de alcatra e um T-bone? Assim, um vendedor de carne deve aprender quais os cortes que seus consumidores mais desejam, como querem que sejam embalados, quanto de peso colocar em cada embalagem, assim como uma variedade infinita de outros detalhes. Para isso é necessário fazer uma pesquisa entre seus consumidores. Esta pode ser feita formal ou informalmente, dependendo do seu tipo de consumidor. Pode ser feita através de um questionário formal para classes mais intelectualizadas ou através de simples perguntas ao consumidor mais modesto. Incentive comentários e críticas. Se as pessoas criticarem sua carne, de maneira correta ou errada, o mais normal é tentar se defender. Tente não fazê-lo. Isso somente cria animosidade entre cliente/vendedor. Agradeça pelos comentários e, se necessário, ofereça a devolução do dinheiro. A maneira mais fácil de determinar seu preço é começar com o animal e trabalhá-lo de acordo com o seu consumidor. Quanto te custa para acabar, processar, armazenar, transportar (até o consumidor) e distribuir? Quando souber tudo isso, é só adicionar o que seja um lucro razoável. Pode ser que precise depois de revisão, mas ao menos o ponto de equilíbrio já fica determinado. Este ponto é criar um preço em que se possa manter-se firme. Mas não leve isso como ponto de honra pessoal. O importante é saber divulgar o seu diferencial e ter consciência de que não se pode ter tudo. Há muitos outros lugares em que uma pessoa pode comprar carne barata. Porém, nunca com um diferencial como o seu. Junho 2014
Especial Daniela Dias
A carne vai dar jogo Grande número de turistas, churrascos entre amigos e trânsito de pessoas deixam setor otimista para a Copa do Mundo
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expectativa para a Copa do Mundo não envolve apenas torcedores e turistas aficionados por futebol. As principais empresas do setor não perderam tempo e já estão preparadas para manter seu time de carnes reforçado. O objetivo é satisfazer a demanda interna – familiares e amigos se reúnem, afinal, para comer aquela carne assada – e o consumo gerado pelos estrangeiros e brasileiros em trânsito que sobrecarregarão as cadeias de food service. Cerca de 3,7 milhões de turistas devem gastar R$ 6,7 bilhões durante o Mundial, segundo estimativas do Ministério do Turismo. E uma das facetas desse incremento pôde ser notada no 30º Congresso e Feira de Negócios, realizado em São Paulo, quando a Associação Paulista de Supermercados (Apas) anunciou esperar um aumento de negócios de até R$1,8 bilhões para o setor neste ano. A aposta da Apas agradou à indústria cárnea. “Esse estudo aponta que as categorias de produtos que terão o maior incremento são as relacionadas com o churrasco, o que é importante para nós, já que está extremamente ligada ao portfólio de produtos da Aurora”, afirma o gerente de marketing da empresa, Ricardo Marques de Oliveira. Tendo em vista a divulgação necessária ao Mundial, capaz de incrementar as vendas e criar um elo com o consumidor, a Aurora investiu em propaganda estratégica com ações promocionais e merchandising nos pontos de venda. Veicula, ainda, com foco na torcida brasileira, a campanha intitulada “Aurora, a hora mais gostosa do dia e da Torcida Brasileira”. A peça gerou um filme publicitário, no
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Especial
Guga Kuerten é o astro da Aurora nas campanhas para a Copa do Mundo
ar desde fevereiro, em rede nacional. O comercial, estrelado pelo ex-tenista Gustavo Kuerten, reforça e valoriza a importância dos produtos da marca para churrasco, lanches e petiscos durante os jogos. Outro frigorífico a apostar solidamente na Copa do Mundo é o Marfrig. Em março, por exemplo, para aproximar a torcida de seus produtos e reforçar o relacionamento com seus consumidores, a empresa lançou a promoção Churrasco Oficial. “A campanha é inspirada no espírito brasileiro, aquele que gosta de estar com amigos e a família celebrando momentos especiais. Copa do Mundo e churrasco são a combinação perfeita”, comenta Rodrigo Vassimon, diretor de Food Service, Varejo e Importação da companhia, patrocinadora oficial do Mundial. A divulgação dos produtos é feita na mídia especializada e sua identificação pode ser encontrada nos ma-
teriais de comunicação, presentes nos pontos de venda ou no composite de patrocinadora oficial aplicado nas embalagens. Essa iniciativa, vigente até 25 de maio, promoveu sorteio de ingressos para consumidores que compraram produtos Marfrig, Montana e Bassi. “Vemos a Copa do Mundo da Fifa como uma oportunidade de aumentar a exposição das nossas marcas no varejo e alavancar a preferência do consumidor pelos produtos Marfrig”, comPara Rodrigo Vassinon, do Marfrig, pleta Vassimon. Copa e churrasco são combinação Já a BRF, por meio perfeita de sua marca Sadia, é patrocinadora oficial da seleção brasileira e da Copa do Mundo do Brasil. “O contrato com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) terá validade até 2022 e envolve a seleção principal e todas as demais categorias mantidas pela entidade, em nível global. O contrato permite também que todas as demais marcas da companhia nas cate-
Expectativas promissoras
A busca por restaurantes será uma dos fatores que movimentará a indústria cárnea em junho. Viajar para um país diferente, afinal, é uma oportunidade para conhecer lugares e provar novos sabores. “Neste contexto, a proteína animal é um dos pontos de maior pressão por demanda. Fatalmente, a oferta interna de produtos deverá ser pressionada, gerando disputa entre o mercado interno e o internacional”, afirma Ricardo Santin, vice-presidente de Aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Essa impressão é semelhante à de Cássio Silva, da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais (Afrig), para sua região. “Há a expectativa, principalmente no segmento de food service, que tenha um crescimento neste período da ordem de 20% e o varejo na ordem de 5 a 8%. Isto devido ao aumento de fluxo de turistas e também pela própria cultura local, de sempre se juntar à família ou ao grupo de amigos para assistir aos jogos, tomando uma cerveja e fazendo churrasco.” A expectativa do setor é tamanha que até mesmo as exportações, segundo aposta Fernando Sampaio, diretor geral da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), devem ser beneficiadas pelo Mundial. “É possível que a Copa ajude em termos de imagem, colocando o Brasil no centro das atenções em praticamente todo o mundo. Até que ponto isso pode
Edi Pereira Maio
gorias de carnes possam ser exploradas”, explica notícia divulgada no site da revista da companhia.
Ricardo Santin, da ABPA, acredita que haverá amplo consumo de carne durante o Mundial
influenciar a exportação é difícil dizer, mas, para nós, a prioridade é associarmos a imagem do País ao fato de sermos grandes produtores e exportadores de alimentos, principalmente carne”. Os investimentos massivos das principais empresas do mercado, assim como a preparação prévia das grandes associações, não deixam dúvidas. Independentemente do resultado em campo, onde a seleção brasileira buscará o hexacampeonato mundial, liderada por Neymar e Luiz Felipe Scolari, o setor cárneo terá muito o que comemorar ao final da Copa do Mundo.
Vitrine
Inverno necessário Conheça alguns dos serviços oferecidos pela Jet Frio, empresa que disponibiliza soluções à cadeia do frio
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oucos segmentos são tão importantes à indústria cárnea quanto a cadeia do frio. Por seu intermédio, em um processo abrangente capaz de envolver diversas etapas da produção, a carne pode chegar à mesa do consumidor livre de qualquer risco de apodrecimento, contaminação ou de agentes nocivos à saúde. E uma das empresas que vem se destacando nesse mercado é a Jet Frio. Por meio de uma equipe competente, com vasta experiência no mercado, a empresa tem como missão satisfazer plenamente os clientes, oferecer uma completa infraestrutura e atender com dinamismo e qualidade. A Jet Frio assegura ainda manter marcas renomadas no estoque, com entrega imediata, e serviços técnicos altamente qualificados.
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Quais os diferenciais dos produtos da Jet Frio?
Nossos diferenciais são as peças especiais, que você não encontra em nenhum outro lugar, e nossas entregas rápidas.
Quais as principais novidades que a empresa apresentará ao mercado em 2014?
Apresentaremos como novidades equipamentos mais modernos, com mais economia e mais durabilidade. Camaras frigoríficas
Ultra congelador
Entre os produtos oferecidos pela empresa, estão equipamentos, peças, acessórios, componentes e ferramentas para refrigeração e ar-condicionado comercial e industrial. A Jet Frio trabalha diretamente com câmaras frigoríficas, seja na comercialização ou na manutenção, portas frigoríficas de diversos tipos, como giratórias, de correr, deslizantes, com soleira e sem soleira, e túneis de congelamento, entre outros importantes instrumentos necessários à indústria cárnea. Confira na entrevista abaixo algumas informações complementares sobre a Jet Frio.
O que a Jet Frio oferece para a indústria frigorífica?
A Jet Frio oferece projetos especiais, peças e equipamentos frigoríficos.
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Como a empresa encara o atual momento do mercado e da indústria frigorífica? O que precisa melhorar?
Acreditamos que é preciso de mais investimentos por parte do governo. Mas o mercado frigorífico está em crescimento.
Quais os planos para o futuro da Jet Frio?
Planejamos mais investimentos em todos os setores da empresa.
Em que ano a empresa foi criada e por quem? De onde surgiu a ideia para criar a empresa?
A empresa foi criada em 2011 pelos três sócios da empresa. E ela se desenvolveu porque faltava esse tipo de comércio em nossa região.
Como a Jet Frio evoluiu para o que é hoje?
A empresa evoluiu com experiência, oportunismo, trabalho sério e honestidade.
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Mercado
Crédito em boa hora
Daniela Dias
Caixa anuncia aumento do financiamento para a agropecuária. Medida promete alavancar produtores e indústria cárnea
Humberto Magalhães, da Caixa, acredita na importância de se oferecer soluções de crédito aos produtores rurais.
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m pronunciamento do superintendente nacional de Agronegócios da Caixa Econômica Federal, Humberto José Teófilo Magalhães, durante o Rally da Pecuária, em abril deste ano, despertou o interesse em produtores do Brasil inteiro: o banco elevará o crédito agropecuário para a próxima safra, que passará dos R$ 3,7 bilhões, entre 2013 e 2014, para R$ 6 bilhões no período de 2014/15. O anúncio é uma importante notícia à indústria cárnea. Mesmo que vá beneficiar inicialmente apenas o pecuarista, o aumento do crédito deve favorecer toda a cadeia produtiva, sobretudo em um momento crítico para o setor, em que os preços atingem recordes históricos e inibem o consumo de carne vermelha. “O frigorífico precisa de matéria-prima. Onde tem boi, ele vai atrás”, afirma Péricles Salazar, presidente executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Essa ampliação do financiamento, cujas aplicações em operações de crédito rural são destinadas a produtores, cooperativas e agroindústrias, já estava programada e integra a gestão de recursos iniciada em 2012, quando a Caixa foi autorizada pelo Banco Central a atuar no agronegócio. Naquele início, as operações destinavam 6% do seu saldo médio de depósitos à vista para esse tipo de financiamen-
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to, um percentual que, ano após ano, vem sendo elevado gradativamente e pretende chegar a 34% até 2016/2017. A estimativa final é atingir aproximadamente R$ 15 bilhões. Espera-se que 35% desse valor se destine à pecuária, número que pode chegar a 40% na safra seguinte. “Mas esse percentual pode variar em função de características regionais e sazonais”, afirma o superintendente Humberto Magalhães. No total, 1.400 agências estão habilitadas para realizar operações de crédito rural. Especificamente para a área de produção de proteína animal, o banco disponibiliza as linhas de custeio, investimentos e comercialização, incluindo operações para bovinos, suínos, ovinos, caprinos e aves. Os prazos variam conforme a modalidade, sendo de até um ano para custeio, seis anos para investimentos semifixos e até 12 anos para investimentos fixos. “O objetivo é oferecer soluções de crédito que atendam tempestivamente às necessidades dos produtores rurais. Para isso, a Caixa buscou otimizar seus processos, mantendo os padrões de segurança e tornando a concessão do crédito mais ágil, principalmente para operações de menor valor. Um exemplo disso é o Custeio Fácil Caixa, que abrange operações de custeio pecuário, no valor de até R$ 300 mil”, diz Magalhães. Para complementar a ação, o banco também realizou parceria com escritórios de engenharia agronômica. São cerca de duas mil empresas que prestam assistência técnica com o objetivo de auxiliar o produtor a dar viabilidade aos seus projetos. A expectativa é de que esse incremento possa impactar positivamente toda a indústria cárnea. “Esse tipo de financiamento é importante quando dado diretamente ao produtor, não aos frigoríficos. Quando ele está mais capitalizado e equipado para a aquisição de novas matrizes, para realizar cruzamentos e oferecer um melhor produto, é bom para todo mundo”, assegura Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo.
Alternativas
Outra opção importante de crédito, capaz de aliviar o segmento cárneo em um momento conturbado de estiagem e alta de preços, é o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que se destaca pelos mecanismos de apoio à agricultura e pecuária. Contudo, por sua estrutura Junho 2014
operacional, o banco realiza operações de grande porte. Na maioria dos casos, assim, é preciso estar atento aos programas menores, operados pelos agentes financeiros que repassam suas linhas de crédito. De acordo com o boletim setorial de 2012, os programas do plano Safra constituem um dos principais canais de financiamento para o setor agropecuário. Entre eles estão o Programa Integração Lavoura Pecuária (Prolapec), que destina recursos para integração entre agricultura e pecuária, o Programa de Estímulo à Agropecuária Sustentável (Produsa) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (PRODECOOP), que busca estimular a produtividade por meio da modernização. Somente em 2013 a instituição desembolsou 18,7 bilhões, segundo a assessoria de imprensa do BNDES. “Hoje o banco é a principal fonte de financiamento para investimento da agropecuária brasileira, com destaque para os programas do Plano Safra do Governo Federal”, informa o banco em nota. Considerando-se a recuperação da economia dos países desenvolvidos, o crescimento da renda dos países
em desenvolvimento, a maior urbanização e adoção de padrões ocidentais de consumo, segundo o banco, é de se esperar que ocorra a necessidade de suprir uma maior demanda mundial por carne. “Isso é possível com o aumento de produtividade, investimentos em genética, melhora de pastagem e manejo, o que demanda uma intensificação do investimento do setor”, afirma. Para suprir a demanda crescente por carnes, é preciso ir além do aumento da área de pastagens. O banco, assim, reforça a importância do Plano de Apoio Conjunto Inova Agro para coordenar os investimentos do BNDES e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), pois seu papel é auxiliar no aumento e aprimoramento de insumos para o setor agropecuária, além do incentivo ao melhoramento genético animal, desenvolvimento de máquinas, rastreamento e processos logísticos. Em um momento delicado, certo respiro aparenta surgir de instituições financeiras. O apoio à produtividade, garantido pelo aumento do crédito, é uma aposta importante em longo prazo, capaz de tornar a indústria cárnea brasileira menos volátil às constantes oscilações do mercado.
Artigo T茅cnico
Dirk de Meester, da Micreos Food Safety, e Hans Henrik Knundsen, da Sacco Brasil
Bacteri贸fago inovador controla Salmonella no processamento de carnes
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almonelose continua a ser um grande problema de saúde pública mundial. Também contribui para impactos econômicos negativos, devido ao custo de vigilância, de tratamento e de prevenção da doença. Portanto, a pesquisa sobre Salmonella ganhou grande interesse e preocupação dos cientistas de todo o mundo. Há 16 milhões de casos anuais de febre tifóide, 1,3 bilhão de casos de gastroenterite e 3 milhões de mortes em todo o mundo devido à Salmonella (Bhunia, 2008). A cada ano, milhões de pessoas no mundo ficam doentes por causa de infecções alimentares. Grandes surtos de Salmonella em 2013 têm causado preocupação pública. As cepas de Salmonella estão mostrando resistência a vários antibióticos – isso significa que mais pessoas vão para o hospital e suas infecções serão mais difíceis para se tratar. A empresa holandesa Micreos Food Safety, entretanto, tem desenvolvido uma ferramenta nova e eficaz contra Salmonella, incluindo as cepas resistentes a antibióticos. O mix de dois bacteriófagos SALMONELEX™ é uma solução natural e muito elegante, uma vez que tem como alvo apenas as cepas de Salmonella e não causa qualquer outro efeito sobre o produto alimentício tratado, nem no sabor e nem na textura. Após o lançamento bem sucedido do LISTEX™ contra Listeria há alguns anos, a empresa está ampliando ainda mais o arsenal “verde” de armas contra patógenos de origem alimentar. Dada a prevalência de Salmonella em carne de aves crua, espera-se que os processadores de aves serão os primeiros e maiores usuários de SALMONELEX™, embora o potencial em outras áreas – como alguns produtos lácteos – também seja promissor. Os bacteriófagos no SALMONELEX™ eliminam a Salmonella, em vez de meramente inibir o seu crescimento. O produto é fácil de aplicar: pode ser pulverizado por via tópica ou adicionado aos sistemas de refrigeração (pré-) chiller normalmente utilizados na industrialização de aves. Os produtos que consistem de bacteriófagos são aprovados para uso em produtos orgânicos pela EU por
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Artigo Técnico
ineficazes, como, por exemplo, em folículos que se fecham quando expostos à água fria num chiller. O produto não é corrosivo, não dissolve a gordura, não influencia negativamente a água e não leva a defeitos do produto final.
O que são bacteriófagos
pertencerem ao grupo de produtos denominados de “culturas” (de microrganismos). As pesquisas mostraram que SALMONELEX™ não se dissipa na presença de proteínas. Assim, o novo produto permite ao processador reduzir o uso de produtos químicos e ao mesmo tempo atingir a Salmonella em locais onde os produtos químicos antimicrobianos são
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De acordo com a definição, os bacteriófagos são microorganismos orientados exclusivamente contra as bactérias. Também são inofensivos para os seres humanos, as plantas e os animais. É por isso que constituem um meio interessante para o combate biológico aos patogênicos presentes nos alimentos. Falta aos fagos algumas características para poderem ser considerados organismos independentes. É o caso, por exemplo, da ausência de um metabolismo, assim como a capacidade de reprodução independente. Para replicar-se, um bacteriófago infecta
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um hospedeiro, paralisa por completo o metabolismo do microorganismo e estimula-o para, conduzido pelo DNA-bacteriófago, produzir de dezenas a centenas de replicações do bacteriófago. A seguir, estes fagos são liberados através da lise, o que resulta na morte do hospedeiro. Os bacteriófagos não são muito mais do que um manto de proteína, DNA-bacteriófago e uma cauda para que consigam fazer a ligação ao hospedeiro. Há provavelmente na terra uma variedade de bacteriófagos maior do que de qualquer outro organismo, inclusive os procariotas. Nas águas, ao longo das costas marítimas, existem em média cerca de 10 milhões (107) de bacteriófagos por mililitro, enquanto em algumas fontes de água doce o número de bacteriófagos por mililitro pode chegar a 1 bilhão (10 9). Os fagos também podem ser encontrados frequentemente nos produtos alimentícios, como a carne. Os bacteriófagos são vistos como “microorganismos”, que não afetam a ecologia. Isso é uma grande vantagem no que diz respeito à sua aplicação na indústria alimentícia. Além disso, a total
especifidade do hospedeiro é uma garantia de que os bacteriófagos não têm nenhum efeito sobre a flora das culturas adicionadas (como as bactérias láticas) ou a flora inofensiva e desejada na natureza. Finalmente, os bacteriófagos não prejudicam, de modo algum, o meio-ambiente através da produção ou liberação de compostos estranhos, nem afetam o sabor, a cor ou a textura dos produtos alimentícios tratados. Micreos (www.micreosfoodsafety.com) é uma empresa holandesa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de produtos contra bactérias indesejáveis baseados em tecnologia de bacteriófagos. A empresa é considerada líder mundial neste campo e valoriza muito a colaboração com institutos renomados no mundo. A Micreos Food Safety desenvolveu produtos aprovados pela FDA contra a Salmonella (SALMONELEX™) e Listeria (LISTEX™), e tem outros produtos similares no pipeline da empresa visando a eliminação de E-coli e Campylobacter. Micreos firmou uma parceria com a SACCO Brasil para comercializar o produto no País.
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