ISSN 1807-9733
www.btsinforma.com.br Nº 135 • Ano XXI Agosto 2012
Excelência em lácteos Os equipamentos e testes para se adequar à IN62
Especial
Cobertura completa do 29º Congresso Nacional de Laticínios
Higiene e segurança Boas práticas em busca da qualidade
Arte da capa: Raphael Inácio
Sumário AGOSTO
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Capa
Divulgação
Os equipamentos de análise laboratorial que auxiliam os laticínios a obedecerem a IN62
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Especial
Cobertura completa do 29° Congresso Nacional de Laticínios
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Higiene e segurança
Cuidados para garantir a segurança e a qualidade da planta industrial
Editorial 6 Palavra do Gerente
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Eventos 24 Mercado 32 Pesquisa 36 Funcionais 38
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Tecnolat Expresso
A melatonina e leites funcionais com apelo de melhoria do sono
Pecuária 42 Logística 46 Embalagem 48 Indústria 50 Índice de Anunciantes
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ISSN 1807-9733
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editorial
ANO XXI • No 135 Agosto 2012
Em busca do
reaquecimento A
expectativa do mercado lácteo para o segundo semestre, que se inicia simbolicamente com a publicação de agosto de Leite & Derivados, é de um reaquecimento da indústria em detrimento do período instável dos primeiros seis meses de 2012. O excesso de produtos lácteos importados da Argentina e, principalmente, do Uruguai atrapalharam o setor. O período termina com preços ao produtor em baixa em plena entressafra, o que é totalmente atípico. O preço atual está abaixo do valor de 2011 para esta mesma época. Somado a isso, o PIB brasileiro também cresceu de forma mais lenta do que o habitual, reflexo da crise financeira internacional. Diante desse cenário, a aposta da publicação é do início de uma retomada da indústria para iniciar 2013 forte e mais estável. Perante tais desafios, mostramos as novidades apresentadas no 29º Congresso Nacional de Laticínios, que é um dos argumentos para as empresas acreditarem em um segundo semestre mais robusto. Os contatos realizados em Juiz de Fora começaram a dar frutos e serão importantes para essa retomada. Os principais lançamentos, os assuntos técnicos mais importantes e todas as discussões do mercado ficaram centradas na cidade mineira em julho. Dois assuntos complementares são destaques nesta edição. Em nossa reportagem de capa, mostramos quais os equipamentos de análise laboratorial são necessários para que
os laticinistas cumpram as metas exigidas pela Instrução Normativa nº 62 (IN62), em vigor desde o dia 1º de janeiro deste ano. Para competir com os produtos lácteos uruguaios e argentinos, é necessário, cada vez mais, que a indústria brasileira se atente para a questão da qualidade. Aliado a isso, soluções em higiene e segurança dentro dos laticínios são fundamentais para alcançar essas metas e posicionar o produto nacional em um parâmetro qualitativo competitivo. Notícias de mercado, novidades em lácteos funcionais e um artigo técnico sobre a melanina e leites funcionais com apelo de melhoria do sono complementam a edição. Boa leitura, rumo a um segundo semestre mais positivo. André Toso
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palavra do gerente
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É hora de investir
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segundo semestre do ano, historicamente, é o momento de aquecimento da indústria de leite e derivados. O término do 29° Congresso Nacional de Laticínios e a expectativa de novos negócios originados pelo evento são alguns dos combustíveis que costumam potencializar os negócios na segunda metade do ano. Apesar de um primeiro semestre instável, com o excesso de importação de lácteos e um PIB abaixo do esperado, é este o momento de investir e apostar em uma retomada que impulsione os números dos seis primeiros meses de 2012 e faça com que 2013 se inicie de forma positiva. Diante deste cenário, uma publicação tradicional com 20 anos de mercado como Leite & Derivados torna-
-se a vitrine ideal para a oportunidade de novos negócios. Neste contexto, um dos setores da indústria que mais cresce é o de análise laboratorial. Com a IN62 em vigor desde o primeiro dia do ano, os laticínios investem pesado em aparelhos de medição e equipamentos para garantir a qualidade do leite. Oportunidades como essa também estão presentes em nossa reportagem sobre higiene e segurança e em todas as novidades de mercado publicadas nas próximas páginas. Logo no início desta edição, mostramos uma cobertura completa do evento realizado pela Epamig em Juiz de Fora. Os principais lançamentos do setor e a opinião das empresas sobre os dias de evento apontam para essa confiança em um segundo se-
mestre mais robusto. O reaquecimento da indústria passa pelas páginas de Leite & Derivados. Nas próximas edições, a Fispal Nordeste, o Guia de instalação e modernização de laticínios e a vitrine de equipamentos no final do ano são as opções certas para gerar negócios e começar 2013 com o pé direito. Bons negócios. De Luca Filho
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ESPECIAL Por André Toso
40 anos
de referência
A Expomaq completa quatro décadas durante o 29º Congresso Nacional de Laticínios, reúne a nata da cadeia laticinista e divide as atenções com os eventos paralelos que movimentam o setor
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Expominas, em Juiz de Fora, recebeu pelo sexto ano consecutivo o Congresso Nacional de Laticínios. Em sua 29ª edição, o evento contou com a presença de autoridades do Estado de Minas Gerais e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em sua cerimônia de abertura. Antônio Lima Bandeira, presidente da Epamig, destacou que a abertura do CNL é comemorada como o dia de Minas Gerais e Juiz de Fora se torna o centro laticinista do Brasil. Ele ressaltou, ainda, que o tema qualidade seria tratado com prioridade pelo evento.
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Erasmo Reis
O prefeito de Juiz de Fora, Custódio Mattos, disse sentir orgulho de ter um evento de tamanha envergadura em sua cidade e que, para honrar o fato, a cidade luta pela valorização dos produtores de leite, com um forte trabalho de apoio e renovação. “Uma grande revolução na cadeia do leite está em andamento em nossa cidade; antes eram apenas reclamações, hoje existe uma renovação”, comentou. Baldonedo Artur Napoleão, subsecretário de Agronegócio da Secretaria Estadual de A Milainox vendeu todos os Agricultura, Pecuária e Abasequipamentos que levou para a feira tecimento de Minas Gerais e antigo presidente da Epamig, considera que a grande vocação dos mineiros é na área de alimentos. Destacou os 8 milhões de litros por ano produzidos no Estado, com 5 milhões de vacas e mais de 250 mil fazendas. “Se Minas Gerais fosse um país, estaria entre os 20 maiores produtores de leite do mundo”, enfatizou. Para ele, o Programa Minas Leite, da Epamig, é revolucionário e vai mudar o quadro muitas vezes negativo apresentado pela cadeia. A 29ª edição do Congresso Nacional de Laticínios reuniu público de 12 mil pessoas em quatro eventos paralelos, onde foram apresentadas novidades para a indústria laticinista, como embalagens, insumos e produtos inovadores. A 40ª Exposição de Máquinas, Equipamentos, Embalagens e Insumos para a Indústria Laticinista (Expomaq) contou com a participação de 125 empresas do Brasil e do exterior. De acordo com a Comissão Organizadora, os números do evento foram satisfatórios para expositores e visitantes. “Ainda não temos números oficiais, mas avaliações parciais revelam que 95% dos expositores têm a intenção de participar da feira no próximo ano. Além disso, já temos 25 novas empresas cadastradas em uma lista de espera”, informa o coordenador de comercialização da Expomaq, Antônio Augusto Braighi. Durante a Expomaq, as empresas levaram inovações, como testes rápidos para atender às necessidades do mercado na rotina de análises laboratoriais da empresa Cap-Lab. Ela apresentou o “Ekomilk Total”, um analisador de leite por ultrassom que realiza dez análises em 40 segundos, de gordura, extrato seco desengordurado, densidade, proteína, lactose, ponto de congelamento, temperatura e condutividade. Os visitantes também puderam conhecer a tecnologia Tetra Plant Master, apresentada pela Tetra Pak, que permite a coleta e controle das informações de fabricação de um alimento em todas as suas fases: recepção da matéria-prima, processamento, envase, controle de qualidade e distribuição. Outra novidade, apresentada pela empresa mineira Guarani-Plast, são as embalagens em garrafas PET para bebidas lácteas. O representante do Departamento Comercial da empresa Milainox, Felício Granato, por exemplo, revela que sua empresa vendeu
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as cinco máquinas que apresentou no evento antes do término da feira. “Este é o sexto ano que participamos e nossa intenção é intensificar essa participação com um estande maior e com mais equipamentos”, explica o representante da empresa de Piracicaba (SP), que há 20 anos produz máquinas envasadoras para manteiga, requeijão, doce de leite, iogurte e coalhada. Para Henrique de Castro Neves, diretor de Operações da Gemacom Tech, a Expomaq é o principal evento relacionado ao leite e seus derivados no Brasil, além de ser especial, pois, assim como a feira, a empresa tem sua sede em Juiz de Fora. “Gostamos sempre de trazer o cliente às nossas instalações, afinal, o fornecimento de ingredientes deve ser, acima de tudo, sinônimo de confiança, o que é reforçado na visita, complementando ainda mais o trabalho técnico-comercial de nossa equipe”, aponta. Neves conta que, a cada ano, a Gemacom está mais focada em atender às necessidades específicas dos clientes com produtos customizados e que atendam a 100% da demanda. “Alternativas para as linhas de processos de produtos UHT também fizeram muito sucesso, cujo foco é ampliar o portfólio sem a necessidade de investimentos em ativos imobilizados. A linha de preparados de frutas orgânicas também tem chamado bastante atenção, pois os produtos são certificados e permitem à indústria de orgânicos oferecer ao consumidor novos produtos”, destaca. Para Neves, a importância da Expomaq também passa pela manutenção dos contatos e relacionamentos.
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Italo Regis Fontanella, gerente de Vendas da Globo Inox, considerou os contatos com clientes de alto nível. A principal novidade apresentada ao mercado foram as novas empresas parceiras em termos de tecnologia de ponta, seja na qualidade dos produtos como na gestão dos processos. “A Globo Inox buscou no mercado mundial empresas que são especializadas em segmentos específicos e que a complementam”, conta Fontanella. Entre elas, destaque para a Tecnical, da Espanha, a italiana CMT e a francesa Sit. “A Expomaq tem uma grande importância, pois além dos negócios encaminhados no evento, outros futuros prospects serão trabalhados; além disso, é um sinalizador geral do momento da cadeia láctea nacional”, opina o gerente. A Kraki apresentou durante a feira a linha de sais fundentes para aplicação em requeijões e queijos processados, além da natamicina: conservante eficaz para o tratamento de mofos e leveduras em produtos lácteos. “Trabalhamos com produtos de altíssima qualidade e com preços bastante competitivos, a fim de complementar nossa linha de produtos para nossos clientes”, diz Mariana Avino, coordenadora da Divisão de Lácteos da empresa. Para ela, a Expomaq é a principal feira do setor. “Entendemos que o evento foi bastante positivo, uma vez que recebemos clientes importantes e pudemos discutir sobre projetos em andamento e novas oportunidades, além dos novos contatos feitos que, sem dúvida, abrirão novas oportunidades a serem
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trabalhadas”, opina. Para Mariana, estar presente em um evento de tamanha relevância garante a abertura de novos projetos e aproximação com os clientes. “Sem dúvida saímos da feira com boas oportunidades e com a certeza de que bons negócios serão fechados nos próximos meses”, finaliza. Michael Teschner, diretor-geral da Multivac, conta que este foi o segundo ano de participação na feira e, comparando com o ano anterior, foi notório o crescente interesse na tecnologia de fatiamento e em embalagens termoformadas. “Trouxemos muitos exemplos de embalagens do exterior para discutir com os clientes e provar que já é uma realidade possível, mostramos as vantagens e os benefícios deste tipo de embalagem, que pode trazer não somente extensão de vida útil de prateleira, mas também o apelo ao consumidor, aumento de produtividade e redução de custo no processo de embalar”, explica. Para Teschner, o principal destaque da Multivac na Expomaq foi uma minitermoformadora R 095, com pouco mais de dois metros de comprimento, com uma fatiadora acoplada. “Isso oferece para o cliente uma solução totalmente automática de fatiamento e embalagem termoformada, para uma produção de uns 120 kg de fatiados por hora em pacotes de 200 g com vácuo ou atmosfera modificada”, diz. O diretor afirma que o setor de lácteos interessa à Multivac pelo fato de que muitos laticínios ainda embalam em sacos a vácuo, em blocos ou fatiados
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e, no futuro, precisarão mudar para a embalagem termoformada. “Na Expomaq, muitas destas empresas já deram indícios de que vão investir nesta tecnologia da Multivac, reconhecendo as vantagens desde a produção até o ponto de venda”, conta. A equipe da Injesul considerou a Expomaq positiva em virtude dos vários contatos feitos com clientes e até com possíveis parceiros. “Fizemos uma excelente divulgação dos nossos produtos e já começamos a colher os frutos”, conta Danilo Pinto Brandão, supervisor comercial da Injesul. A principal novidade apresentada pela empresa foi o vasilhame para ordenha, que de acordo com Brandão possui características que o difere dos existentes no mercado. “Foi totalmente aprovado pelos clientes, pela sua capacidade de litragem, aparência e robustez”, descreve. Para Brandão, a Expomaq alavanca o mer-
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cado em uma época que o mesmo tende a se retrair por conta do inverno. “Esperamos um aquecimento no mercado e um aumento na produção de queijos no País antes do último trimestre”, avalia. Para Rafael Evaristo, engenheiro de vendas da Andritz, a Expomaq é uma feira referência nacionalmente. “Como expositores no segundo ano consecutivo, estamos muito satisfeitos com o público visitante e o volume de negócios gerado”, observa. Apesar de o ano ter começado um pouco receoso, diz Evaristo, a Andritz conseguiu manter um bom volume de vendas em razão dos incentivos que a empresa tem dado aos seus clientes e parceiros. “Podemos ver na feira que o segundo semestre tende a ser mais aquecido, como de costume.” A Andritz trouxe para feira toda a sua linha de desnatadeiras e as pa-
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dronizadoras autolimpantes de alto desempenho e fácil manutenção. “A redução nos custos de manutenção tem sido uma peça-chave e um diferencial dos equipamentos; contamos com equipamento com capacidade de até 50 mil litros/hora e já temos muitas referências no mercado nacional”, explica o engenheiro. Outra novidade é a linha de debacterizadoras, que conta com um inovador sistema de recirculação e, consequentemente, um maior poder de eliminação de bactérias. André Ruiz, gerente administrativo da Hiper Centrifugation, considera o cenário nacional atual instável e por isso considera o movimento da feira mais fraco do que em anos anteriores. A empresa apresentou uma nova centrífuga norte-americana da marca Unit Separator, que está entrando no mercado nacional com vários modelos para diversas aplicações
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e com preços bem competitivos. “Como era novidade, chamou muito a atenção em nosso estande. É um equipamento com tecnologia de ponta e chega ao mercado nacional com representação exclusiva da Hiper Centrifugation a um preço bem competitivo”, destaca Ruiz. A Chr. Hansen, que sempre marca presença no evento, apresentou como principal novidade as novas culturas Creamy e Premium da linha Yo-Flex, que proporcionam cremosidade, textura e sabor aos iogurtes com redução de gordura. “Estas características são muito desejadas pelos consumidores deste tipo de produto. Além disso, a empresa também destacou o conceituado coagulante CHY-MAX M e as linhas de culturas RSF para queijos prato e culturas STI para queijos mussarela”, comenta Lúcio Alberto Forti Antunes, gerente da Divisão Laticínios da empresa.
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Segundo ele, mais uma vez, o evento foi muito bom e apreciado pela Chr. Hansen, pois além de proporcionar um momento para estreitar ainda mais a relação com os clientes e ouvir as suas necessidades, também gerou novas oportunidades de negócios e permitiu ressaltar e promover o que há de mais moderno em enzimas, culturas e corantes naturais para o setor laticinista. “Este evento que acontece todos os anos pode ser considerado como mais uma ação que a Chr. Hansen promove com foco nos clientes e em suas necessidades”, garante Antunes. Claudiomir Vieira, diretor-presidente da Mirainox, afirma que a feira foi ótima como sempre. “Temos uma ampla linha de produção em série e, portanto, tivemos sucesso; além da grande amizade e parceria que temos com nossos clientes, nosso estande serve de ponto de encontro para no-
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vas parcerias em todo o Brasil”, garante. A Mirainox lançou um sistema de dosagem para cremes e mudanças na envasadora automática de embal, tipo chupetinha de quatro bicos. “A Expomaq representa mais de 50% de todos os negócios efetuados pela empresa durante o ano”, revela. Paulo Grojean, diretor comercial da Doremus, conta que a empresa recebeu em seu estande os principais clientes e parceiros, onde foi possível demonstrar novas tecnologias, produtos e discutir as tendências de um mercado promissor. A grande novidade foi o lançamento do Sistema de Ingredientes para fabricação de Iogurte Grego. “O Iogurte Grego é um produto que se difere de outros na categoria de Iogurtes, por possuir alto teor proteico em sua composição”, explica Grojean. O produto foi lançado recentemente no Brasil, mas já faz muito sucesso nos Estados
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Unidos e na Europa. “A feira é um momento único e que, sem dúvidas, contribui de alguma maneira para as empresas e pessoas que estão ligadas ao segmento lácteo”, opina. Para a empresa Bellinox, a Expomaq se resume em um grande sucesso. “Nosso estande foi muito visitado, tendo o prazer de receber representantes de inúmeras empresas, sendo elas de pequena e grande porte; fomos indagados em diversas situações sobre a nacionalidade de nossos equipamentos, muitos ficaram surpresos com uma empresa 100% brasileira produzindo com tamanha qualidade e tecnologia”, afirma Adilson José Pansera, gerente comercial da Bellinox. A empresa lançou a DPA (Drenoprensa automática). “O modelo apreciado pelo público foi a DPA-5, com capacidade para 5 mil litros, mas temos este equipamento em maior litragem”, explica. Para Pansera, a Expomaq é uma feira sólida e de grande tradição. “Fechamos diversos negócios durante a feira e muitos estão em andamento: planejamos ampliar ainda mais nosso estande no ano de 2013 e, com isso, levar grandes novidades para as indústrias”, finaliza. Alexandre Andrade, da Orobica, afirma que a empresa conseguiu fechar alguns contratos e possíveis parcerias de negócios. “Para a Orobica, a feira é uma ótima oportunidade para novos negócios, pelo fato de ela estar direcionada a um dos nossos parceiros de negócios na área de laticínios”, resume. Segundo Andrade, trata-se de um evento importante para a maior divulgação dos serviços prestados também no que diz respeito a trocadores de calor para pasteurizadores.
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Degustação no Fino Paladar foi uma das novidades do 29º CNL
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Novidade na programação da Expomaq em 2012, o projeto Fino Paladar reuniu em um espaço de degustação produtos que utilizam tecnologias e inovações de seis empresas expositoras da feira: BKG Adicon, Cargill, Corn Products Brasil, Doremus, Globalfood e Tetra Pak. “A ideia do Fino Paladar surgiu para dinamizar a feira e criar mais um atrativo aos participantes. Para os expositores, é uma oportunidade de mostrar como suas tecnologias influem na qualidade do produto final”, explica Antônio Braighi, coordenador de comercialização da Expomaq. “Outro ponto interessante é o plantão técnico, no qual um técnico da empresa apresenta aos visitantes as características dos produtos expostos”, destaca a gerente de Marketing da Globalfood, Mônica Hasserodt.
Para Fabiano Bergoli Zamberlam, diretor comercial da Hexus, a Expomaq foi muito positiva, com uma boa participação de clientes. “Tivemos oportunidade de apresentar a empresa e nossos produtos para novos clientes e demonstrar as novidades para o público visitante”, opina. Durante a feira, a empresa comemorou dez anos com seus clientes, fornecedores e parceiros que contribuíram para a história da Hexus. Outro fato importante foi a sexta edição do Projeto Hexus Inov, uma parceria com a Epamig e com o Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Na edição deste ano, a Hexus doou o prêmio ao ILCT, para aquisições de estantes,
que serão destinadas a acomodar o acervo bibliográfico pessoal do ex-professor doutor Adão José Resende Pinheiro, da Universidade Federal de Viçosa. Falecido em setembro de 2011, o professor havia doado seu rico acervo pessoal para o instituto. “É com orgulho que a Hexus contribui para preservar esse legado de conhecimento, que certamente muito acrescentará à formação de novos pesquisadores da área de leite e derivados do Brasil”, diz Zamberlam. As indústrias flexográficas BR Films e ETIAM aproveitaram a 40ª Expomaq para expandirem sua atuação no mercado laticinista com soluções em rótulos manga, autoadesivos e
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termoencolhíveis. Nos últimos dois anos, as empresas vêm investindo no desenvolvimento tecnológico de seu sistema produtivo. Além de novos equipamentos para revisão e acabamento, adquiriu modernas impressoras com sistema de secagem UV. Devido a esses investimentos, as empresas tem expandido sua carteira de clientes, atendendo desde as grandes indústrias até as pequenas e médias. Assim, afirma a empresa, equipamentos confiáveis, mão-de-obra especializada, processos produtivos bem definidos e análises de insumos bem feitas são fundamentais para garantir a máxima eficiência na impressão dos rótulos. Mogens Mark Christensen, gerente comercial da Granolab, conta que a Expomaq é a oportunidade de encontrar com amigos, colegas e profissionais da área de lácteos no Brasil. “A Granolab participa com um estande desde que a empresa foi constituída, sendo este ano a nossa quarta participação”, diz. Para ele, apesar da situação difícil em que o setor se encontra, foi surpreendente o número de contatos e visitas recebidas no estande. “Foi um sucesso para Granolab e certamente estaremos presentes também na Expomaq de 2013”, afirma.
Os debates do CNL
A programação do Congresso Científico contou com diversas palestras, cursos e apresentações de trabalhos. Durante o curso “Análise Sensorial de Produtos Lácteos”, ministrado pelo pesquisador da Epamig/ILCT Fernando Magalhães, os participantes conheceram mais sobre essa importante ferramenta para controle de qualidade nos processos de produção de lácteos. Na parte prática do curso, os alunos produziram ficha técnica com os critérios para avaliação de queijo gorgonzola e parmesão e exercitaram a identificação das principais características dos queijos para avaliação e pontuação. A professora de tecnologia de alimentos da Unioeste, Luciana Fariña, que é ex-aluna do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, participou pela primeira vez do curso. “Trabalho com análise sensorial no Paraná e este curso é uma reciclagem importante”, diz. Para Luciana, a indústria laticinista deveria investir mais em análise sensorial. “É uma ferramenta do futuro que pode ser usada na melhoria da qualidade dos produtos e inovação”. Dentre as palestras no 29º Congresso Nacional de Laticínios, destaque para a que tratou da influência da alimentação animal na qualidade de gordura láctea, proferida pelo pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marco Antônio Sundfeld da Gama. Segundo ele, sempre ouvimos que a gordura do leite não é boa para a saúde humana, porém, diz ele, trata-se de mito. “Cerca de 60% dos ácidos graxos do leite são saturados. Daí a ideia de que a gordura do leite faz mal à saúde”, explicou. O pesquisador destacou o que ele chama de um equívoco na propaganda. “Foi quando venderam a ideia de que margarina é mais saudável do que a manteiga e essa propaganda contra a gordura de leite é equivocada e tendenciosa.” Ele também chamou a atenção para o fato de a gordura do ruminante não ser a mesma da margarina. Na Dinamarca, por exemplo, foi banida a gordura trans de origem industrial, por fazer mal à saúde, mas foi permitida a ingestão de gordura trans de ruminante, diz o pesquisador, que afirmou também que o consumo de ácidos graxos trans de
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Wolmer Monteiro
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Dezenas de laticínios participaram da premiação do Concurso Nacional de Produtos Lácteos
ruminantes não está associado ao risco de doenças cardiovasculares. “É preciso reconstruir a história, acabar com o mito de que a gordura do leite, devido ao elevado teor de ácidos graxos saturados, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e acreditar no fato de que evidências científicas crescentes mostram que uma coisa não está relacionada com a outra. Com esta nova abordagem, podemos recuperar o prazer de comer, pois a gordura do leite é boa”, garante Gama. E segundo o pesquisador, há como manipular a gordura do leite dos ruminantes: mexendo na dieta da vaca. Gama apresentou pesquisas feitas com acréscimo de óleos na alimentação dos ruminantes. “A manipulação da dieta dos animais é a forma mais efetiva de se alterar a composição da gordura do leite, por exemplo, com redução de ácidos graxos saturados de cadeia média. O desafio é conscientizar os consumidores e a comunidade médica sobre esse tema. Gordura é sabor e a gordura do leite não faz mal, claro que em doses moderadas, mas não precisamos abolir a gordura da dieta”, conclui o pesquisador, que também integra o Núcleo de Valorização dos Produtos Lácteos na Alimentação Humana.
Inovações no setor lácteo
Outra palestra que atraiu a atenção dos participantes do congresso foi a do especialista em laticínios Sebastião César Cardoso Brandão, da Universidade Federal de Viçosa, que falou sobre “Inovação na indústria láctea”. Ele chamou a atenção para o fato de grande parte dos lançamentos falhar em até três anos: “Para inovar é preciso entender as oportunidades de mercado e ter precauções, pois grande parte dos lançamentos falha em até três anos. De cada 3 mil ideias novas, de acordo com estimativas, apenas uma se torna sucesso comercial e a maior causa da falha no sucesso da inovação (45%) é a análise de mercado”, alerta. O especialista apresentou novidades em inovação no setor lácteo, muitas curiosas, como: nanoembalagens; radiofrequência na rastreabilidade de animais e em produtos; tratamento contínuo de leite com radiação ultravioleta; campo elétrico pulsante, que tem efeito letal em bactérias, sem alterar o alimento; biossensores, muito utilizados em detecção de compostos químicos, usados no controle de qualidade, por exemplo. Apresentou também o leite que reduz colesterol; iogurte que
satisfaz a fome por mais tempo e, com isso, promove a perda de peso; leite que faz dormir; leite fermentado que abaixa a pressão sanguínea; iogurte que ajuda nas funções cardiovasculares; leite fermentado que ajuda a aumentar as defesas naturais do corpo; leite com autoaquecimento; iogurte cosmético, que nutre a pele de dentro para fora; até leite para quem tem alergia de leite, dentre várias outras. De acordo com o especialista, todos esses produtos foram lançados depois de estudos que comprovaram suas eficácias. “O mercado pede inovações. Se a inovação for boa, o sucesso é certo para quem investe na ideia nova”, disse. E, ao encerrar a palestra, incentivou os participantes: “Pesquisas demonstram que as empresas grandes e ricas reduzem, com o tempo, sua capacidade de gerar inovações”, concluiu.
Concurso Nacional de Produtos Lácteos
Indústrias de diversos Estados do Brasil participaram do 39º Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Foram julgadas 11 categorias: Doce de Leite, Queijo Gouda, Queijo Prato Lanche, Queijo Gorgonzola, Queijo Minas Padrão, Queijo Provolone,
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Fernando Priamo
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Queijo vencedor na categoria Destaque Especial
Queijo Reino, Requeijão, Manteiga, Queijo Parmesão, Destaque Especial (produto lácteo que tenha pelo menos uma característica inovadora ou que se destaque). Os produtos foram avaliados por um grupo de 22 juízes experientes, vindos de universidades, serviços de inspeção federal, estadual e municipal, além de técnicos das indústrias. Os critérios avaliados são: aspecto global, cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência. Para garantir sigilo no julgamento, as amostras de todos os produtos foram apresentadas aos juízes com identificação feita apenas por um código de três dígitos aleatórios, de conhecimento somente do coordenador do concurso. Na categoria Destaque Especial, por exemplo, foram avaliados 13 produtos enviados por laticínios de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, dentre eles: “coração partido” – queijo gouda com recheio de geleia de morango silvestre, queijo provolone recheado com linguiça calabresa, coalhada desnatada com castanha de caju e geleia de morango com pedaços, mussarela de búfala defumada e recheada. De acordo com o coordenador do concurso, Daniel Arantes, alguns produtos da categoria Destaque Especial já estão no mercado e outros são apenas ensaios. “Alguns lácteos são produzidos com o único objetivo de concorrer a esta categoria de produtos inovadores”, diz. Segundo Arantes, pela primeira vez, foi avaliado produto à base de leite de soja com leite de vaca. Na 39ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac), foi possível conferir a diversidade de produtos à base de leite de búfala, como queijos mussarela, ricota fresca, coalho, provolone, iogurte, requeijão, além de produtos à base de leite de cabra. De acordo com o coordenador da Expolac, Nelson Tenchini, alguns laticínios têm investido em produtos à base de leite de búfala e cabra para atender à necessidade do mercado. “Atualmente, é possível encontrar produtos como leite de cabra em pó enlatado e leite UHT de cabra que, há alguns anos, eram difíceis de serem encontrados no mercado”, explica. A premiação do 39º Concurso Nacional de Produtos Lácteos foi realizada no Expominas. Foram premiadas indústrias laticinistas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Os produtos avaliados durante o concurso foram expostos durante a 39ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac).
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Empresas expositoras se destacam no 40o ano da Expomaq
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SIAL Brazil 2012 supera expectativas A O Salão Internacional da Alimentação para a América Latina reuniu novidades e tendências de 33 países diferentes e agora projeta crescimento de 30% para a edição de 2013
1ª edição do SIAL Brazil – Salão Internacional da Alimentação para a América Latina, realizado no Expo Center Norte, de 25 a 28 de junho, superou as expectativas de expositores e visitantes. Nos quatro dias de evento, promovido pela BTS Informa em parceria com a Comexposium, 11.983 visitantes puderam conferir entre as 400 marcas nacionais e internacionais as novidades e tendências do setor de alimentos e bebidas voltadas para o varejo e o food service. A feira contou com a participação de empresas de 33 países diferentes. “Conseguimos apresentar o SIAL como um evento que mostra inovação e tendências do mundo inteiro para o mercado de alimentos e bebidas. Por ser a primeira edição, tivemos um espaço de 30% para expositores nacionais e 70% para os outros países. Para 2013, projetamos um crescimento de 30% e esperamos ter uma maior participação das empresas brasileiras”, antecipa Fabricio Baroni, diretor da BTS Informa. Na avaliação dos expositores, as principais forças do SIAL Brazil estão na presença de marcas mundiais e na qualificação do público. “A 1ª edição do SIAL superou nossas expectativas”, diz Maria Helena da Rocha, coordenadora da Comissão de Ética da Agrofamília. A opinião é compartilhada pelo gerente de Contas da Garoto, Alain Wehbe. “Estamos felizes com nossos resultados e pretendemos voltar na próxima edição.” Outras marcas importantes, como a Zaeli, confirmaram o interesse de clientes de várias partes do mundo em conhecer os produtos brasileiros. “Durante os dois primeiros dias de evento, recebemos visitantes da França, China, Chile, Peru e Uruguai”, conta Paulo Geovanelli, diretor comercial da empresa.
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Marcas globais
O balanço também foi positivo para as empresas dos pavilhões internacionais. “O número de restaurantes italianos cresce cada vez mais no Brasil e sabemos que o brasileiro tem um gosto muito próximo do italiano. Estamos surpresos com a qualidade dos expositores e visitantes da feira, além da ótima organização”, afirma Donato Cinelli, responsável pelo Pavilhão do Italiano. Para Fernando Zuloaga Albarrán, ministro Agropecuário do México, “o Brasil é uma importante plataforma de desenvolvimento econômico dos países do Mercosul”. Na avaliação dos expositores da Espanha e da Turquia, os bons contatos gerados durante o evento devem ampliar as vendas este ano. “A decisão de vir para o SIAL foi ampliar a nossa rede de clientes no Brasil, onde mantemos uma filial há oito anos, em Mossoró (RN), para produção e comercialização de frutas. Devemos triplicar as vendas este ano, após os contatos realizados durante o evento”, comemora Juan Puchades Ricart, gerente-geral da empresa espanhola Bollo. A produtora de azeites Gata Food, da Turquia, também projeta novos negócios após o SIAL. “Estamos com um contrato quase fechado com uma importadora de São Paulo”, diz Büllent Soydan.
Produto inovador
O destaque do evento foi o espaço SIAL Innovation, que trouxe cerca de 20 produtos inovadores de todas as edições do SIAL de 14 empresas. A marca brasileira La Pastina, que apresentou a Bruschetta La Pastina, foi a grande vencedora e recebeu o selo “Produto Inovador”. Os produtos foram avaliados por um júri internacional do XTC World Innovation, especializado em tendências e inovações de consumo de alimentos e bebidas. Das empresas escolhidas, quatro eram brasileiras e as demais representantes de países como Turquia, França, Estados Unidos, Coreia do Sul e Sri Lanka. Além da área de exposição de produtos e serviços, o SIAL Brazil foi palco para as Rodadas de Negócios, promovidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com cerca de cem pequenas e médias empresas brasileiras, europeias e latino-americanas. Um público estimado em 40 pessoas também pôde acompanhar as conferências, nos dias 26 e 27, sobre o mercado mundial de alimentos e bebidas, com destaque para a palestra de Frederic Gautier, membro do XTC World Innovation Latin America. O evento conta com o patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e apoio institucional da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), Associação dos Distribuidores de Bebidas do Estado de São Paulo (Adibe), Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes (Abis), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Câmara de Comércio Mercosul. A segunda edição do SIAL Brazil está confirmada para 2013, entre os dias 25 e 28 de junho, no Expo Center Norte. O evento ocorre na mesma data e local da Fispal Food Service, maior evento de alimentação fora do lar da América Latina.
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EVENTOS
Sobre o SIAL Paris
Criado em 1964, em Paris, o SIAL tornou-se marca de referência global para os players do setor de agroalimentos, incluindo o Brasil. Em 2010, milhares de brasileiros, entre eles representantes dos 18 maiores grupos de varejo do País, participaram das feiras organizadas pelo grupo na Ásia, América do Norte, Oriente Médio, Europa e América Latina. Foram 2.403 visitantes e 125 expositores em 2.850 m2 de estandes, distribuídos pelos setores de carnes, laticínios, bebidas e linha gourmet. Mais informações sobre a feira podem ser conferidas no site www.sialbrazil.com
Sobre a BTS Informa
Segunda maior promotora de feiras do País, a BTS Informa consolida-se como a principal promotora voltada para a cadeia produtiva de alimentos e bebidas na América Latina, com feiras e publicações que são referência no mundo inteiro. Seu portfólio de feiras inclui nomes como: Fispal Tecnologia, Fispal Food Service, Fispal Hotel, Fispal Café, ABF Franchising Expo, TecnoSorvetes, TecnoCarne, MercoAgro, ForMóbile, Serigrafia SIGN FutureTEXTIL, Fispal Food Service Nordeste, Fispal Tecnologia Nordeste
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e ABF Franchising Expo Nordeste. Na área editorial, é responsável pela publicação da Revista Nacional da Carne, Leite & Derivados, Silk-Screen e Sign, quatro maiores e mais importantes publicações técnicas dos seus segmentos. Mais informações: www.btsinforma.com.br
Sobre o Comexposium
O grupo Comexposium foi criado a partir da fusão de dois dos maiores players do setor de feiras na França - Comexpo e Exposium. Essa união nasceu a partir do compromisso estabelecido pelos seus respectivos acionistas, Câmara de Comércio e Indústria de Paris e Unibail-Rodamco. Gerando um volume de negócios de € 208 milhões em 2010, tem uma posição de liderança e um portfólio de 136 eventos. É o maior organizador de feiras de negócios na França e líder europeu no setor. As feiras organizadas pela Comexposium, como SIAL, Sima, Intermat, Cartes e outras, são líderes nos segmentos e representam excelentes oportunidades para fazer negócios e contatos. A empresa é também o principal nome na área do consumo comercial (Salon de l’Agriculture, Foire de Paris, no Salon du Cheval), graças à sua especial capacidade de
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organizar eventos com um grande impacto de mídia, sempre atraindo milhares de visitantes.
Sobre o Informa Group
O Informa Group tem uma atuação global, em 40 países, na promoção de feiras e eventos em importantes setores econômicos, como saúde, energia, imobiliário, marítimo, transporte e finanças. Empresas, profissionais e acadêmicos de todo o mundo têm participado dos mais de 10 mil eventos (de treinamentos técnicos para executivos a feiras) e das 200 feiras organizadas, anualmente, pela Informa Exhibitions, divisão da Informa plc. Em seu portfolio, estão marcas consolidadas como: IPEX, Monaco Yacht Show, Vitafoods, Cityscape, Arab Health, The World Sugar and Ethanol Congress, The World Fruit Juice Congress, Angra Middle East e Rice Africa. O grupo, com o suporte de seus 150 escritórios localizados no Brasil, Inglaterra, Emirados Árabes, Índia, Cingapura, China e Austrália, emprega mais de 8 mil pessoas, e a sua divisão de publicações acadêmicas e técnicas tem 55 mil títulos catalogados. Mais informações: www.informaexhibitions.com www.informa.com
eventos
Polo do Leite comemora cincos anos P
ara celebrar o aniversário de cinco anos, o Polo de Excelência de Leite e Derivados realizou um evento comemorativo no dia 18 de julho, a partir das 14 horas, no Auditório da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora (MG). As comemorações ocorreram no mesmo período do 29º Congresso Nacional de Laticínios e seus eventos paralelos. No evento, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica que constitui
o Comitê Gestor – grupo formado por 31 instituições que atuam em conjunto com o programa. O termo irá permitir a continuidade do trabalho desenvolvido pelo Polo do Leite por mais cinco anos. Além disso, houve apresentação dos resultados alcançados com os projetos coordenados pelo polo e entrega de homenagens àqueles que contribuíram para a implantação e consolidação do programa.
Divulgação
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O evento contou com a presença de várias autoridades municipais, estaduais e federais, entre elas o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues. “Após cinco anos de trabalho com resultados expressivos na Zona da Mata e Campo das Vertentes, resolvemos comemorar e apresentar para a comunidade os projetos e as ações desenvolvidas. É um grande momento
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de confraternização e reconhecimento de todos aqueles que ajudaram a construir a história do Polo do Leite”, declara o gerente-executivo, Geraldo Alvim Dusi.
O Polo de Excelência de Leite e Derivados é um programa criado pelo governo de Minas Gerais em julho de 2007, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e
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Ensino Superior, que visa promover o desenvolvimento sustentável do setor lácteo, de forma a atrair investimentos e consolidar a liderança mineira na produção de leite.
14h – Boas-vindas
P ro g r a m aç ão
14h15 – Abertura: Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Nárcio Rodrigues 14h30 – Assinatura do Novo Acordo de Cooperação Técnica Resultados dos projetos em cada instituição: 15h – Profº Antônio Fernandes Carvalho – Representante da UFV 15h20 – Drº Duarte Vilela – Representante da Embrapa Gado de Leite 15h40 – Profª. Maria Cristina Andreolli – Representante da UFJF 16h – Profº José Manoel Martins – Representante do Ifet – Rio Pomba 16h20 – Profº Luiz Carlos Gonçalves da Costa Jr. – Representante da Epamig 16h40 – Geraldo Alvim Dusi – Projetos a cargo do Polo do Leite 17h – Encerramento e homenagens 17h15 – Confraternização
Outras informações: (32) 3311-7513
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eventos
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Especialistas internacionais marcam presença em encontro que precede Interleite 2012
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ois dos maiores nomes do setor lácteo mundial que estarão presentes no Interleite 2012, que será realizado entre 11 e 13 de setembro em Uberlândia ( MG), participarão de um encontro para um grupo menor na tarde do dia 10 de setembro, no mesmo local do evento principal. Será o 1º Encontro MilkPoint para a Indústria de Laticínios. O australiano Tim Hunt, estrategista global de lácteos do Rabobank, e o professor Andrew Novakovic, da Cornell University, dos Estados Unidos, foram palestrantes do último evento da Federação Internacional de Lácteos (FIL/IDF) em Parma, Itália, em outubro último. “Teremos quatro apresentações desses dois profissionais, cobrindo temas de grande interesse para a indústria e para as
lideranças em geral”, explica Marcelo P. Carvalho, coordenador do MilkPoint e do Interleite 2012. Andrew Novakovic, por exemplo, está bastante envolvido com as novas políticas públicas nos Estados Unidos envolvendo lácteos. Ele abordará em sua apresentação como os produtores pretendem substituir os sistemas de apoio tradicionais por novos instrumentos, mais alinhados ao mercado atual, como o seguro de margem. Novakovic também falará sobre instrumentos de mercado para gestão de riscos e volatilidade. Ele é um dos principais especialistas no mundo no que se refere a mercados futuros, e contará a experiência dos Estados Unidos com a ferramenta em lácteos. Já Tim Hunt, do Rabobank, abordará as mudanças ocorridas no setor
de laticínios desde 2007 e os impactos nos países emergentes, tanto na produção como na industrialização. Ele também apresentará um estudo realizado pelo banco em que atua, onde mostra o comportamento da rentabilidade de laticínios de diversos segmentos no pós-crise de 2008, indicando aqueles segmentos que, mundialmente, melhor se saíram, bem como o que fizeram para obter esse resultado. “São dois nomes de peso em um dia de debates muito proveitoso para toda a indústria. Devemos aproveitar a presença deles em um momento em que a cadeia passa por importantes questões conjunturais e estruturais”, explica Marcelo. As vagas para este evento, que tem o apoio do Rabobank e da PwC, são limitadas.
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Mercado
Batavo incorpora “tampa verde” à linha de leites UHT A Batavo, marca da unidade de Lácteos da BRF, acaba de incorporar às embalagens de leite UHT, certificadas com o selo FSC , as “tampas verdes”. Desenvolvidas pela Tetra Pak com tecnologia da Braskem, o material é produzido com plástico proveniente de derivados da cana-de-açúcar. “A novidade está alinhada à crescente conscientização da sociedade a conceitos sustentáveis”, explica Luciane Matiello, diretora de Marketing da unidade de Lácteos da BRF. Uma recente pesquisa realizada pela Tetra Pak com mais de 6 mil pessoas em todo o mundo exemplifica essa realidade. De acordo com o levantamento, 88% dos entrevistados dão preferência às embalagens recicláveis. Cerca de 77% afirmam que compraram produtos que possibilitam
um descarte correto. “Os dados desse estudo são incríveis e demonstram que a marca acertou ao se inspirar no conhecimento e na experiência da natureza para criar e adaptar o seu portfólio”, afirma Luciane. Com o topo inclinado, a nova embalagem do leite UHT Batavo ajuda o consumidor na hora de servir, evita respingos e permite o aproveitamento completo do alimento, sem desperdício. Além desse diferencial, a marca adotou um novo conceito para a linha: o leite integral passa a ser chamado de Total; o semidesnatado de Ideal e o desnatado, Leveza. A proposta é um novo olhar sobre a categoria, mais voltado para o público-alvo, ou seja, a intenção é ajudar o consumidor a identificar qual é o
melhor leite para ele. Outra novidade importante é a nova fórmula do leite Ideal (semidesnatado): “Aumentamos um pouco o percentual de gordura para trazer mais sabor ao produto”, conta Luciane. As opções Ferro, Cálcio e Baixa Lactose completam a linha de UHT da Batavo. A Batavo possui uma linha completa de leites, iogurtes, produtos de mercearia e refrigerados nas linhas: Kissy, Pense Zero, Pense Bio Fibras, Batavinho e Naturis Soja – primeira do mercado que possui produtos refrigerados à base do grão. A marca contempla o portfólio de marcas da BRF, que conta com Perdigão, Sadia, Elegê, entre outras.
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Vigor lança programa de pagamento por qualidade Piracanjuba reformula site De acordo com informações do portal MilkPoint, a Vigor, do grupo JBS, é mais uma empresa de grande porte que lança seu programa de pagamento por qualidade, denominado Programa Valorização da Qualidade. O anúncio foi feito pelo presidente da empresa, Gilberto Meirelles Xandó Baptista, em evento realizado para os fornecedores em Passos (MG), principal bacia de captação da empresa. Segundo Roberto Caldeira, coordenador de Controle de Qualidade da empresa, o programa é muito mais do que uma tabela de pagamentos. “O programa foi concebido ao longo de nove meses, com o suporte da Clínica do Leite, da Esalq/USP”, explicou. Entre as etapas que antederam o lançamento do programa estão incluídas a reestruturação da equipe e a capacitação dos transportadores, que farão as coletas. O programa, afirma a notícia do MilkPoint, será uma etapa preparatória até o início de setembro, quando então se tornará efetivo. O preço a ser recebido será composto de um preço base, um adicional de mercado, um adicional de volume e o pagamento por qualidade, envolvendo gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana total. Serão feitas três análises mensais que comporão a média aritmética a ser utilizada para definir a qualidade. Os produtores terão acesso aos resultados da análise em tempo real, via SMS, para que possam conhecer a qualidade aferida e agir o quanto antes em caso de não conformidade. Ainda, a empresa disponibilizará um simulador que permitirá ao produtor saber quanto está ganhando ou perdendo em função de cada parâmetro.
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O site da Piracanjuba, uma das maiores marcas do segmento lácteo brasileiro, está de cara nova. Totalmente reformulado e com conteúdo atualizado, o espaço apresenta as novidades da marca, além de dar dicas de alimentação saudável, receitas e notícias da empresa. O novo site faz parte de uma reestruturação da presença da Piracanjuba no universo digital, projeto que contemplou a criação dos canais da empresa no Facebook (facebook.com/PiracanjubaVivaBem) e You Tube (http://www.youtube. com/leitespiracanjuba) como forma de estreitar ainda mais a relação da Piracanjuba com seus clientes. Desenvolvido pela Iltda Comunicação, o layout do site é moderno, intuitivo e permite acesso fácil e rápido às informações. Confira: www.piracanjuba.com.br.
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mercado
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Produção pode crescer 4% em 2012 De acordo com projeção divulgada pela Scot Consultoria a partir da análise de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção formal de leite no Brasil poderá crescer de 3% a 4% em 2012. Em 2011, conforme o IBGE, foram 21,8 bilhões de litros. Considerada também a participação do leite informal, que não passa por laticínios e cooperativas, o volume alcançou cerca de 31 bilhões de litros. No primeiro trimestre deste ano, o IBGE registrou a captação “formal” de 5,7 bilhões de litros, 4,4% mais que em igual intervalo de 2011. A Região Sul, que lidera a produção nacional, puxou o incremento verificado, com alta de 15,7%. De acordo com notícias do jornal Valor Econômico, apesar dos índices negativos registrados em abril (queda de 5,5% na captação nacional) e em maio (3%), e da ligeira alta em junho (aumento “preliminar” de 1,4%), a expectativa é que a produção leiteira retome sua força neste segundo semestre, quando termina a entressafra e as pastagens se tornam de melhor qualidade. A projeção não descarta as pressões que podem influenciar os resultados. Entre elas, estão o aumento dos custos causado pela alta dos preços dos farelos – consequência das cotações elevadas dos grãos – e a interferência do clima, cuja estiagem causou graves danos em algumas regiões do País.
Tirol apresenta novo visual
A Tirol apresenta o novo visual de sua linha de leites UHT, segmento no qual garante ser líder de mercado. Desenhadas pelo escritório Design Inverso, as novas embalagens contemplam as caixas Tetra Pak de um litro das versões de leite longa vida Integral, Desnatado e Semidesnatado, buscando preservar os padrões já reconhecidos pelo público, mas adicionando elementos de modernidade e maior clareza na visualização das informações para despertar o interesse de novos consumidores. Um dos elementos de maior destaque é atualização da própria logomarca Tirol, já implementada nos últimos lançamentos da empresa, que vem expandindo o seu portfólio em linhas de leites especiais, iogurtes e bebidas funcionais. Com uma produção de mais de 1 milhão de litros/dia, a empresa revela ocupar hoje a liderança na comercialização de leite pasteurizado e ser vice-líder no segmento de leite UHT no Brasil.
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Rede Leite lança site para informar sobre trabalhos A Rede Leite, programa que visa ao fortalecimento da bacia leiteira na região noroeste do Rio Grande Sul, lançou recentemente um website na internet. No endereço www. programaredeleite.com.br , é possível acessar informações dos trabalhos que estão em desenvolvimento e que envolvem diferentes instituições de pesquisa, de ensino e de extensão. No site, também estão disponíveis artigos científicos, vídeos e os projetos que estão sendo implantados. A Rede Leite é um Programa de Pesquisa-Desenvolvimento que tem o objetivo principal de contribuir para o fortalecimento e viabilidade da agricultura familiar na região noroeste do Rio Grande do Sul, a partir da geração de conhecimento em um processo de integração entre pesquisadores, extensionistas e famílias de
agricultores. Participam da rede as seguintes instituições: Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Clima Temperado, Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos (AGEL), Cooperfamiliar, Emater/ RS-Ascar, Fepagro, Instituto Federal Farroupilha – Campus Santo Augusto, Unicruz e Unijuí. A metodologia adotada partiu da implantação de Unidades de Observação (UOs), distribuídas em mais de 50 propriedades espalhadas pelos municípios da região. Essas UOs são acompanhadas por extensionistas rurais, aperfeiçoando um método que privilegia, inicialmente, o entendimento global do processo produtivo desenvolvido pelos agri-
cultores e, num segundo momento, a avaliação e diagnóstico dos principais problemas enfrentados. A partir dessas ações, os extensionistas passam a construir, conjuntamente aos agricultores, proposições para melhoria dos sistemas acompanhados, e dialogam com os pesquisadores sobre suas observações e hipóteses.
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Pesquisa
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Gosto umami
no leite materno U
m estudo desenvolvido pelo professor da Universidade de São Francisco de Quito e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Equador, Manuel Eduardo Baldeón, sugere que os bebês de mães adultas podem ter uma resistência imunológica maior do que os recém-nascidos de mães adolescentes. Isso porque o glutamato, substância que confere o gosto umami – quinto gosto básico do paladar humano –, seria mais abundante no leite materno de mães entre 20 e 36 anos, o que teria ligação direta tanto com a formação do intestino dos bebês, como com o desenvolvimento do sistema imunológico. A pesquisa desenvolvida por Baldeón só deve ser publicada nos próximos meses, mas alguns dos resultados foram apresentados pelo professor no XXIII Congresso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, que aconteceu na Unicamp. Com a palestra “Os benefícios do gosto umami para a saúde: sua presença no leite materno e os efeitos no desenvolvimento dos recém-nascidos”, o pesquisador levou ao público local um pouco mais sobre o quinto gosto básico do paladar humano, que aos poucos tem se popularizado entre os brasileiros.
Segundo Baldeón, uma importante função do glutamato é auxiliar no bom desenvolvimento do intestino, principalmente dos recém-nascidos. “O glutamato é uma fonte de energia fundamental para o desenvolvimento intestinal. Ele auxilia na divisão celular, o que é muito importante, visto que renovamos nosso intestino mais ou menos a cada cinco dias”, explica o professor. O especialista também destaca a importância do glutamato no funcionamento do sistema imunológico. “Quando um micro-organismo patogênico entra no nosso corpo, as células de defesa começam a combatê-lo. E neste momento o glutamato tem um papel fundamental, pois ajuda a passar a mensagem a outras células, para que elas possam combater o micro-organismo invasor e, consequentemente, interromper o seu desenvolvimento”, diz Baldeón. O professor equatoriano faz questão de ressaltar que o grande resultado de seu estudo foi comprovar que o leite materno de mães adultas possui uma concentração maior de glutamato do que o leite de mães adolescentes. Para o pesquisador, ainda são necessários outros estudos para comprovar se o glutamato
presente no leite materno realmente geraria benefícios para a saúde dos recém-nascidos. “É muito importante educar as mães sobre os benefícios do leite materno, especialmente as mães adolescentes. Uma boa alimentação nos primeiros meses de vida pode ajudar os filhos a terem uma vida mais saudável”, finaliza Baldeón.
Gosto umami
O gosto umami é o quinto gosto básico do paladar humano e foi descoberto em 1908 pelo químico japonês Kikunae Ikeda. No entanto, só foi reconhecido pela comunidade científica em 2000, quando pesquisadores da Universidade de Miami encontraram receptores específicos nas papilas gustativas. O aminoácido ácido glutâmico e os nucleotídeos inosinato e guanilato são as principais substâncias que proporcionam o umami. Queijo parmesão, tomate, cogumelos e carnes em geral são os alimentos que têm essas substâncias em grande proporção e, por isso, possuem o quinto gosto de forma mais acentuada. As duas principais características do umami são o aumento da salivação e a continuidade do gosto por alguns minutos após a ingestão do alimento.
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Funcionais
Bebidas probióticas ganham mercado
Enquanto no Brasil ainda existem poucas informações sobre bebidas com fibras, países como México e China investem nesta tendência
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e acordo com a empresa SIG Combibloc, uma hidratação adequada é fundamental para as funções vitais do corpo e para o bem-estar físico. Cada vez mais os consumidores priorizam itens relacionados à saúde para escolher suas bebidas, aliados a um ótimo sabor. Segundo a empresa, as bebidas que contêm fibras têm o benefício de combinar todos esses critérios. Elas têm um gosto agradável, hidratam e são especialmente saudáveis por estimularem o crescimento e a atividade das bactérias probióticas importantes para a digestão e para construir a microflora intestinal. Para Patrizia Wegner, gerente global de mercado do segmento Lácteos Líquidos da SIG Combibloc, “poucos consumidores estão suficientemente cientes da conexão entre as culturas probióticas, as fibras prebióticas e seus efeitos no corpo humano. Embora muitos associem saudabilidade a esses termos, poucos sabem o que eles realmente significam. A tendência atual é que os consumidores queiram saber o máximo possível sobre os alimentos que consomem”. E, ela afirma, os fabricantes estão respondendo ativamente a esta demanda. Websites, revistas empresariais, plataformas on-line e serviços telefônicos servem como canais de comunicação sobre o tema. As informações também são passadas para os consumidores via códigos QR (quick response – resposta rápida), escaneados no ponto de venda via smartphones. E a embalagem é outra poderosa ferramenta para essa comunicação. Patrizia explica que, ao projetar uma embalagem, a tarefa é encontrar e implementar o mix ideal entre atratividade, elementos de design e oferta de informações. “Mas a necessidade das pessoas de receberem informações não deve resultar em uma sobrecarga de mensagens. São necessários conceitos focados para o grupo-alvo específico. E quando falamos de design de embalagem, as cartonadas assépticas, com suas quatro laterais totalmente utilizáveis para
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Fotos: Divulgação/SIG
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A Inner Mongolia Mengniu Dairy apresenta quatro bebidas prebióticas com a marca Guoshu Suan Suan Ru
impressão, têm vantagens sobre as demais soluções. Elas podem chamar a atenção com uma aparência única e informar ao mesmo tempo. Isso as torna embaixadoras da marca e do produto no ponto de venda, permitindo aos fabricantes se comunicarem com o consumidor e atrair sua atenção de forma positiva.”
Design e informação juntos
Um exemplo bem-sucedido de combinação de design atraente com informação é dado pelo suco de frutas “Amecke + prebiótico”, produzido pela Amecke. O produto, oferecido em embalagem cartonada asséptica combiblocPremium, é feito 100% de frutas (maçã, abacaxi, apricot, ameixa e cenoura) e contém a fibra prebiótica inulina. Na embalagem, o fabricante coloca de forma clara as informações úteis para o consumidor sobre os benefícios das fibras e, em particular, da inulina. As fibras prebióticas são nutrientes para a microflora intestinal. Os micro-organismos probióticos desse tipo incluem, por exemplo, os lactobacilos e a bifidobactéria. As fibras prebióticas também são alimentos naturais que mantêm as bactérias saudáveis no intestino grosso, estimulam a digestão e a mantêm naturalmente equilibrada. A inulina é uma fibra vegetariana obtida de raízes da chicória; ela também é encontrada em alcachofras, ervilhas, grãos de soja, cebolas e alho. Outro exemplo: a Nestlé México oferece um produto lácteo que Um bom exemplo de contém fibras prebióticas. O Svelty combinação de design Total Digest é oferecido em embalaatraente e informação gem cartonada combiblocMidi e é importante na embalagem o primeiro produto focado na mudo suco de frutas Amecke + prebiotic com fibra inulina lher jovem que se alimenta de forma
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saudável. Com um design florido e vibrante, a embalagem cartonada chama a atenção. A silhueta estilizada de um corpo em movimento evoca a associação da vitalidade com o bem-estar físico. As fibras prebióticas no produto são chamadas de “ActiFibras” (fibras ativas) e ajudam a regular o sistema digestivo. Karla Sandoval, gerente de produto da Nestlé México, explica que “além dos efeitos benéficos na microflora intestinal, as fibras prebióticas têm o benefício de tornar o produto mais cremoso, o que garante uma experiência única de consumo”. Os ingredientes prebióticos também estão sendo incorporados com sucesso a conceitos inovadores de produto na China, um dos principais mercados para o desenvolvimento de lácteos. As duas empresas líderes do segmento no país, Inner Mongolia Mengniu Dairy e Inner Mongolia Yili
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Com a marca You Suan Ru, o Inner Mongolia Yili Industrial Group comercializa três bebidas prebióticas à base de iogurte
Industrial Group, lançaram bebidas à base de iogurte em vários sabores. A Inner Mongolia Mengniu apresenta quatro bebidas prebióticas nos sabores Cenoura, Pepino, Tomate e Tomate Vermelho sob a marca “Guoshu Suan Suan Ru”. Elas têm um ótimo sabor e são naturais e saudáveis,
oferecendo o melhor dos vegetais, do leite e das frutas. Sob a marca “You Suan Ru”, o Inner Mongolia Yili Industrial Group está comercializando três bebidas à base de iogurte nos sabores Maçã, Morango e Blueberry. Texto gentilmente cedido pela empresa SIG Combibloc
Pecuária Fotos: SXC.hu
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Tecnologia
no campo Cursos da Embrapa vão capacitar participantes em tecnologias de ponta da área de biotecnologia animal
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inda há vagas para os dois cursos que a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), promove em setembro próximo no Campo Experimental Sucupira, em Brasília (DF). Ambos são voltados a médicos-veterinários e profissionais das áreas de biotecnologia, biologia, entre outras relacionadas, e têm como objetivo capacitar os participantes em duas tecnologias de ponta da área de biotecnologia da reprodução animal: produção in vitro de embriões bovinos e aspiração folicular em bovinos. A data-limite para se inscrever em qualquer um dos cursos é o dia 4 de setembro próximo pelo link www.cenargen.embrapa.br/cursos. Os dois cursos são coordenados pela pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Margot Dode. Confira, a seguir, mais informações:
Produção in vitro de embriões bovinos
10 a 14 de setembro de 2012: O curso tem como objetivo capacitar os participantes na técnica de produção in vitro de embriões, a partir de aulas práticas e teóricas sobre procedimentos de maturação ovocitária, fecundação in vitro, cultivo embrionário in vitro, entre outros. O conteúdo programático inclui aulas teóricas e práticas sobre: conceitos gerais da fisiologia ovariana bovina (ovogênese e foliculogênese); noções gerais da produção in vitro de embriões; maturação ovocitária; conceitos básicos da fecundação; métodos para obtenção de espermatozoides viáveis para a fecundação in vitro; seleção de espermatozoides sexados; seleção de ovócitos; maturação in vitro, preparação de espermatozoides, fecundação in vitro; cultivo embrionário; criopreservação de ovócitos e embriões PIV; preparação
de espermatozoides; avaliação de embriões e criopreservação, entre muitos outros tópicos.
Aspiração folicular em bovinos
17 a 20 de setembro de 2012: Vai treinar os participantes na técnica de aspiração folicular orientada por ultrassonografia (OPU) e também na procura e classificação dos ovócitos recuperados. O conteúdo programático do curso é composto de aulas práticas e teóricas sobre: morfofisiologia ovariana; aspectos básicos da produção in vitro de embriões (PIV); seleção de ovócitos; equipamentos e infraestrutura necessários para OPU; princípios de funcionamento dos equipamentos de OPU; preparo dos materiais e meios para OPU; apresentação dos equipamentos para OPU e seleção dos ovócitos; treinamento da técnica de OPU em peças de abatedouro; treinamento de seleção e
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classificação de ovócitos; fatores mecânicos que afetam a eficiência da OPU; fatores biológicos que afetam a eficiência da OPU; protocolos e frequência de colheita (aspirações); protocolos hormonais para OPU; preparação de doadoras de ovócitos; riscos associados à OPU; treinamento na técnica de OPU; treinamento na busca e seleção de ovócitos; manipulação de ovócitos; avaliação de ovócitos; cuidados quanto ao envio para o laboratório; transporte; custos do processo (materiais, etc.); aspectos comerciais da OPU/FIV; treinamento na técnica de OPU e treinamento de busca e seleção de ovócitos.
Embrapa lança novidade
Criadores de todo o Brasil têm, agora, mais uma opção de capim para pastagem. A BRS Tupi é a primeira cultivar de Brachiaria humidicola indicada para uso no Brasil pela Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os trabalhos de avaliação e seleção da cultivar duraram 18 anos e foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), tendo a participação de outras unidades da Embrapa e instituições de pesquisa. A BRS Tupi, que surge como mais uma opção para áreas úmidas de baixa a média fertilidade, destaca-se das outras cultivares disponíveis no mercado por sua produtividade, vigor, rapidez de estabelecimento e boa distribuição da produção ao longo do ano. Além disso, ela produz mais folhas para o pastejo do gado e suas plantas têm mais folhas do que talos durante o período seco do ano. Em virtude dessa maior produção de folhas, as pesquisas indicaram que a BRS Tupi permite maiores taxas de lotação e, consequentemente, ganhos de peso por área de 53 kg/ha contra 20 kg/ha da humidicola comum. Essa maior produtividade foi observada também no ganho por cabeça durante a seca. A BRS Tupi é mais uma cultivar resultante da parceria da Embrapa com a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto). E em virtude dessa parceria, apenas as empresas e produtores associados à Unipasto estão licenciados pela Embrapa para produção e venda das sementes da cultivar. A Embrapa Produtos e Mercado (Brasília, DF) é a Unidade Descentralizada da Embrapa que produz as sementes básicas e licencia a produção das sementes para comercialização. Juntamente à Unipasto, essa unidade da Embrapa vem atuando fortemente para garantir a disponibilidade de sementes de alta qualidade física e genética no mercado. Para Ronaldo Pereira de Andrade, gerente-geral interino da unidade, a BRS Tupi chegou como uma excelente opção para a diversificação de pastagens em solos parcialmente alagados dos biomas Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, já que no País, atualmente, existem poucas cultivares para esse tipo de solo. Ele explica que os testes para avaliação e seleção da nova cultivar se concentraram na Embrapa Gado de Corte, que gerou informações sobre adaptação e produtividade da BRS Tupi na região do Cerrado. Além disso, a adaptação dessa nova cultivar na região Amazônica foi avaliada pela Embrapa Acre, enquanto a Ceplac avaliou sua adaptação nas condições de Mata Atlântica. A cultivar já está sendo tão bem aceita pelos pecuaristas que todas as 40 toneladas de sementes produzidas este ano já foram comercializadas. Para a produção dessas sementes, já estão
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Pecuária
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implantados cerca de mil hectares de campo pelos associados da Unipasto. De acordo com Marcos Roveri, gerente executivo da Unipasto, além desses, mais campos de produção de sementes deverão ser implantados ainda este ano para garantir aos interessados ampla disponibilidade de sementes no próximo ano.
As humidicolas no Brasil
A Brachiaria humidicola é uma espécie importante dentro do portfólio de espécies disponíveis para a formação de pastagens no Brasil. No entanto, as cultivares atualmente utilizadas foram selecionadas para as condições de outros países e introduzidas no Brasil. A cultivar de Brachiaria humidicola mais plantada no País, popularmente conhecida como comum, foi provavelmente introduzida da Austrália, na década de 1970. A cultivar Lhanero foi lançada
em 1987, na Colômbia, e posteriormente introduzida no Brasil por empresas de sementes. Assim, os pecuaristas brasileiros careciam de uma cultivar de B. humidicola selecionada para as condições brasileiras a partir de uma ampla variabilidade genética, o que foi atendido com o lançamento da BRS Tupi. As sementes da BRS Tupi podem ser adquiridas em uma das empresas ou produtores de sementes de forrageiras associados à Unipasto. Infor-
mações técnicas sobre a nova cultivar poderão ser encontradas na página da Embrapa Gado de Corte. Na Página de Negócios de Cultivares da Embrapa (www.embrapa.br/cultivares) ou na página da Unipasto poderão ser encontradas informações sobre disponibilidade de sementes para venda, além de informações técnicas. Outra opção é entrar em contato com um dos escritórios da Embrapa Produtos e Mercado distribuídos pelo Brasil.
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Logística
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Prazo de entrega é apontado como principal desafio do sourcing
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pesquisa aplicada no início do mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Supply Chain (Inbrasc) ouviu mais de 450 líderes da área de compras e supply chain pertencentes a empresas de todos os portes. Do universo total de repostas, a maior parte das empresas está ligada ao segmento de indústria. Para complementar, 35% das respostas foram de companhias dos segmentos de serviços e comércio. Elaborada com o intuito de definir as principais dificuldades e desafios do sourcing no Brasil, a análise revelou que os problemas em lidar com os fornecedores estão ligados, principalmente, ao prazo de entrega e à qualidade dos serviços prestados, somando 40% das respostas.
De acordo com Henrique Gasperoni, diretor de Marketing do Inbrasc, os problemas ligados à infraestrutura logística, como rodovias em más condições, situação precária dos portos, ferrovias abandonadas e problemas nos transportes aéreos, interferem diretamente no prazo de entrega destes produtos; “esta é a queixa mais frequente dos profissionais da área”, afirma. Além disso, o estudo analisou como e quais ferramentas os gestores costumam adotar na contratação dos fornecedores. Quase 80% dos entrevistados disseram utilizar a homologação, além de informar aos potenciais fornecedores os critérios mínimos para participar dos processos de compras (82%) e 78%
das empresas enxergam a necessidade de repassar a missão, visão e valores da companhia como ponto primordial para uma boa sinergia entre as pontas. Contudo, as empresas têm adotado maneiras de melhorar e ultrapassar as barreiras do sourcing. Mais da metade dos profissionais costuma manter relação frequente de parceria com os fornecedores, além de elaborar avaliações constantes com a intenção de administrar estes fornecedores. O tema já foi pauta de debate organizado pelo Inbrasc chamado Director’s Club. O evento aconteceu em março, no Atelier Gourmet, em São Paulo (SP), e reuniu profissionais da área de logística, compras e supply chain.
Embalagem
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As vantagens
da poliamida Uma nova geração de embalagens para a melhora da produtividade e da performance dos produtos
Divulgação
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Carlos Catarozzo, executivo da UBE no Brasil
m uma apresentação para mais de 50 profissionais dos setores de queijos, carnes e embalagens, a multinacional UBE (www. ube.ind.br), uma das líderes mundiais em poliamidas e copoliamidas, mostrou as principais vantagens da poliamida (nylon) e as tendências em embalagens para alimentos. Em sua palestra, Sergi Salvá enfatizou a permanente busca pela especialização e pela agregação de valor em embalagens feitas com poliamida, especialmente na América Latina. “Buscamos, por exemplo, garantir a produção de filmes com o maior número possível de camadas (até 11) e com uma maior variedade de tamanhos e formatos, desde pequenas tripas para salsichas até filmes planos de 4 metros.” A poliamida garante ainda a produção de uma grande variedade de embalagens – tripa artificial, bolsa encolhível, filme termoformado para tampas, filmes para embalagens flow-pack e filmes multicamadas para a substituição de laminados. Segundo Salvá, essas embalagens atendem às principais tendências do mercado atual de alimentos: • flexibilidade produtiva: maior quantidade de embalagens e formatos, baixas tiragens e especialização da embalagem (um filme para cada alimento); • substituição de materiais: basicamente embalagens rígidas por flexíveis com benefícios em custos (logísticos, materiais, gestão de resíduos) e benefícios ao meio ambiente (menor consumo de combustível em transporte, menor geração de resíduos, redução da pegada de carbono); • substituição de laminados: ganhos em passos produtivos graças às novas tecnologias de processo e impressão; • substituição do PVDC;
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• maior qualidade e melhor visual: atende consumidores cada vez mais exigentes e produtos que precisam diferenciar-se no PDV, além de garantir maior proteção aos alimentos (barreira a gases e agentes agressores). Para atender a todas essas necessidades, a UBE comercializa o Terpalex, um terpolímero inédito no mercado latino-americano, ideal para aplicações de alta performance. O novo material se diferencia pela altíssima transparência, melhor flexibilidade e resistência à punctura, melhor desempenho no encolhimento e menor ponto de fusão. Ele é indicado na produção de bolsas encolhíveis para produtos com ossos, termoformados profundos, tripas artificiais, embalagens para queijo que respiram e bolsas para leite UHT.
Nylon + EVOH
Em seu evento, a UBE também contou com uma apresentação de Benoit Dalizon, da Mitsui Plastics. O especialista falou das vantagens da coextrusão do nylon com o EVOH para a produção de embalagens para carnes, peixes e queijos. “Enquanto o nylon garante o perfeito encolhimento, o EVOH garante excelentes barreiras a gases, odores e sabores. E o resultado é uma embalagem com alta resistência química, melhores propriedades de termoformagem, maior transparência e qualidade de impressão, e ausência de cloro com menor tensão de encolhimento.” Segundo Dalizon, hoje os filmes encolhíveis para embalagens tipo “pele” (skin) e que usam o sistema de vácuo e a tecnologia de atmosfera modificada (MAP), já são líderes no mercado de queijos e carnes. “A combinação nylon + EVOH também dá excelentes resultados em bolsas encolhíveis, filmes barreira de 5 a 9 camadas, pouches assépticos, filmes termoformados e outras tantas estruturas.” O evento da UBE abordou ainda a questão de legislação sobre segurança alimentar. Segundo Ellen Lopes, da consultoria Food Design, a saúde do consumidor hoje é uma obrigação legal e o foco central da legislação é justamente a segurança. “O grande desafio do Brasil é adequar as análises de risco, pois elas exigem um maior entrosamento e colaboração entre a área acadêmica e o governo. Há ainda uma onda crescente de normas de gestão para a segurança de alimentos; o fenômeno de proliferação destas normas está sendo alavancado pela Global Food Safety Initiative, que reconhece estas normas e as recomenda globalmente.”
Sobre a UBE
Com uma experiência de cem anos em desenvolvimentos focados em tecnologia e inovação, a UBE atua em cinco áreas principais: químicos e plásticos, especialidades químicas e produtos; cimento e materiais de construção; maquinário e produtos metálicos; e energia e meio ambiente. A empresa nasceu na cidade de Yamaguchi, Japão, e hoje possui plantas na Espanha e na Tailândia e escritórios na Alemanha, Estados Unidos, Brasil e em países asiáticos. Ao todo, são 67 empresas filiadas. A operação brasileira responde pelo atendimento da América Latina. Em 2011 a UBE reportou vendas globais, consolidadas, de US$ 6,6 bilhões. A área de químicos e plásticos responde por 29% das vendas totais, ou seja, US$ 1,9 bilhão. Texto disponibilizado pela empresa UBE
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Indústria
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CNI acredita em recuperação da indústria em 2013
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s medidas do Plano Brasil Maior, somadas à redução dos juros e à liberação de recursos para investimentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), devem ajudar a economia brasileira a se recuperar em 2013, na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Em reunião do Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo, disse não acreditar que as decisões do Plano Brasil Maior surtam efeito a ponto de recuperar a produção ainda este ano, mas sim no próximo. “Não acreditamos em uma retomada no segundo semestre, pois
a indústria ainda está com estoques muito elevados, mas a tendência é que melhore. Para 2013, prevemos um crescimento da economia em torno de 3% ou 4%. Todas essas medidas levam um tempo para surtir efeito, mas um bom resultado é que elas já estão aumentando o otimismo e revertendo a expectativa negativa dos empresários”, declarou Andrade após a reunião do Fórum Nacional da Indústria, que congrega dirigentes de 44 associações nacionais setoriais e das federações de indústrias dos Estados.
Novo pacote
O presidente da CNI anunciou que o empresariado da indústria espera novas medidas que ajudem a recuperar a competitividade do setor. Defendeu, entre elas, a redução do custo de energia elétrica, a extensão a mais setores da desoneração da folha de pagamentos, a dinamização dos investimentos em aeroportos e a concessão à iniciativa privada das administrações dos portos. “Estamos esperando para agosto um novo pacote de medidas. É preciso dar incentivos para a indústria crescer”, assinalou. As propostas de ampliação do Plano Brasil Maior, discutidas na reunião do Fórum Nacional da Indústria, foram encaminhadas por Andrade ao governo na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), em agosto. O CNDI é o organismo responsável pela gestão do Plano Brasil Maior. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, que participou da reunião do fórum, defendeu a agilização das Parcerias Público-Privadas, as PPPs, como um dos mecanismos para melhorar a infraestrutura. “Precisamos trabalhar as PPPs. Se não caminharmos para esse lado, vamos ter poucos investimentos em infraestrutura”, advertiu. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdid), Paulo Godoy, reforçou a argumentação de Safady Simão. “O governo dá sinais de que vai liberar novas concessões para rodovias, ampliar as dos aeroportos, abrir para portos, e que vai desonerar a tarifa de energia elétrica. São medidas importantes para aumentar o poder de competição da indústria”, concluiu Godoy.
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A meta
por André Toso
da qualidade Equipamentos de análise laboratorial e contratação de laboratórios especializados são investimentos fundamentais para que os laticínios alcancem os limites estipulados pela IN62 e ofereçam um produto de qualidade para o consumidor
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evido às dificuldades do produtor brasileiro em obedecer às normas da Instrução Normativa nº 51, publicada em 18 de setembro de 2002, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu colocar em vigor a Instrução Normativa nº 62, que passou a valer no primeiro dia do ano de 2012. A atualização, necessária e elogiada pelo setor, estica os prazos, definindo um novo cronograma para que os produtores se adaptem gradativamente. Na IN62, os índices de Contagem Bacteriana Total (CBT) e de Contagem de Células Somáticas (CCS), que podiam chegar a 750 mil/ ml, deverão ter como limites 600
mil/ml para os produtores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Os do Norte e Nordeste deverão cumprir a mesma exigência a partir de janeiro de 2013. A meta é de chegar a 100 mil/ml em CBT e 400 mil/ml em CCS até o ano de 2017. A nova legislação estabelece, ainda, aprimoramentos no controle sanitário de brucelose e tuberculose e a obrigatoriedade na realização de análises para pesquisa de resíduos ini-
bidores e antibióticos no leite, além de preencher outras lacunas existentes na antiga instrução normativa. A IN62 é uma aceitação da realidade de que o produtor brasileiro ainda não tem condições de obedecer às leis da IN51 e, apesar de positiva para o setor, demonstra o longo caminho que ainda é preciso percorrer para que o leite brasileiro tenha qualidade de nível internacional. Os laticínios podem começar pela precaução de ter em suas
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instalações os equipamentos para realizar os controles necessários para obedecerem à norma e terem contato com laboratórios especializados. O químico André Oliveira, gerente comercial da Madasa Biotecnologia, conta que a empresa conta em seu portfólio com o Somaticell, produto patenteado e com tecnologia brasileira, que permite a gestão das células somáticas na cadeia de proBreno Francovig Rachid e Lucia Francovig Piazzalunga, da PZL dução de leite em todas as suas etapas, seja diretamente no animal, no leite de conjunto (tanque de resfriamento), plataforma de recebimento da indústria ou no silo de estocagem do leite. “A gestão da quantidade de células somáticas é fundamental para a qualidade sensorial de produtos lácteos, principalmente quanto maior for o prazo de validade do mesmo”, explica. Para Oliveira, nestes produtos, como leite UHT e queijos de alta maturação, por exemplo, é fundamental não existirem defeitos ao longo da vida do produto, pois nenhum consumidor gostaria de tomar um leite com sabor amargo e rançoso, ou um queijo com sabor alterado. “Para que se evitem estes e outros defeitos, a gestão do processo – com a classificação do leite pelo teor de células somáticas – deve começar a ser executada efetivamente”, comenta Oliveira. Para o controle de bactérias, diz Oliveira, a Madasa possui a solução Compact Dry, para a Contagem Bacteriana Total (CBT), mas também para outras bactérias, que na opinião dele são até mais importantes para o controle da qualidade do leite, como, por exemplo, as bactérias psicrotróficas, ou seja: aquelas que crescem na temperatura de refrigeração. “Essas bactérias soam particularmente danosas, pois são produtoras de enzimas que degradam a proteína, o constituinte mais nobre do leite, e causam defeitos no sabor e aspecto, principalmente para os produtos de validade mais longa”, avalia. De acordo com Oliveira, a gestão integrada e ligada a um planejamento estratégico é que pode, efetivamente, melhorar a competitividade da empresa, utilizando a gestão dos dados obtidos no processo de análises. Breno Rachid, diretor industrial da PZL, avalia que, antes da IN51 e da IN62, os laticínios não estavam preocupados com a procedência dos produtos que utilizavam e adquiriam qualquer solução de calibração, tubo de ensaio fora do padrão exigido e manutenção dos equipamentos feita por pessoas fora da fábrica e da rede de autorizados. “Depois que as leis entraram em vigor, os laticínios estão mais preocupados com a qualidade dos produtos utilizados, como utilizar Claudia Malotti, gerente de Qualidade da Labor3 padrões de calibração e tubos de
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É preciso controlar...
• Contagem de Células Somáticas (CCS); • Contagem Bacteriana Total (CBT); • Contagem de coliformes; • Contagem de psicrotróficas (principalmente Pseudomonas); • Resíduos de antibióticos; • Características nutricionais do leite (proteína, gordura e sólidos lácteos).
André Oliveira, da Madasa, aponta as bactérias psicrotróficas como especialmente danosas
ensaio da própria fabricante do equipamento, mandar os equipamentos para conserto apenas na rede autorizada e, pelo menos uma vez por ano, mandar para a fábrica para que seja efetuada a calibração e emissão do laudo de calibração, laudo este que só pode ser emitido pela fábrica ou pela sua rede de autorizados”, explica.
Claudia Malotti, gerente de qualidade da Labor3, conta que, após as instruções normativas, é perceptível o aumento da demanda por análises de exportação, como, por exemplo, antibióticos, pesticidas, metais pesados, dioxina, microtoxinas e microbiologia. “Além das análises de rotina, como contagem de bactérias totais, coliformes, antibióticos, gordura e umidade, sentimos uma procura maior em análises de probióticos”, resume Claudia. Para a gerente, porém, as análises diferem
quando o produto vai para a exportação. “Seria bom se a indústria brasileira fizesse para o mercado interno os mesmos testes que realiza quando vai exportar o produto”, analisa. Fernando Coelho, promotor técnico comercial da Hexis Científica, conta que a empresa oferece aos laticínios opções para ajudar no controle de qualidade exigido pela IN62. “Para Contagem Bacteriana Total, temos a metodologia Petrifilm, que são testes rápidos para contagem total de mesófilos ou psicrotróficos”, diz.
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Equipamentos básicos
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• Centrífuga de Gerber; • pHmetro para controle dos produtos; • Crioscópio para análise de fraude por adição de água; • Estufa de secagem e esterilização de material; • Estufa de incubação para análises microbiológicas; • Autoclave para esterilização de material; • Banho-maria; • Balança; • Termolactodensímetro; • Vidrarias como béquers, erlenmeyers, pipetas, reagentes; • Kits rápidos para análises como os de antibióticos.
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A metodologia, conta ele, é aprovada pelo Mapa e basta adicionar 1 ml de amostra ao meio inserido em um filme e inoculá-lo em uma estufa bacteriológica por 48 horas. “Já para Controle de Células Somáticas, temos os reagentes e vidrarias para metodologia tradicional Somatic Test”, conta. Coelho afirma que, nos dias atuais, as empresas estão enxergando o controle de qualidade não mais como custo e sim como investimento. “Marcas fortes e alimentos seguros estão se tornando a preferência dos consumidores. Sem dúvida, com as indústrias querendo cumprir as instruções normativas, empresas de suporte para controle de qualidade crescem bastante ao longo do tempo”, opina. Ana Carolina Castanheira, coordenadora de Suporte Técnico da Cap-Lab, conta que a empresa lançou este ano um equipamento capaz de determinar a Contagem de Células Somáticas em leite em dois minutos, com precisão e segurança, chamado Ekomilk Scan. “O acompanhamento regular do leite em laticínios é a parte imprescindível e importante do processo de prevenção, detecção e tratamento da mastite, uma das doenças mais comuns em produção leiteira. Um controle eficaz na recepção de leite em fábricas de laticínios assegura uma produção higiênica e de alta qualidade”, analisa Ana Carolina. Para ela, o Ekomilk Scan foi projetado para controle de qualidade rápida e rentável de leite em fazendas de leite e laticínios. Esse equipamento mede o tempo que o fluxo de leite, após ser misturado a uma solução tensoativa, leva para passar por um capilar e determina o número de células somáticas correspondentes a este tempo. A Cap-Lab possui também em sua linha de produtos as placas prontas para análises microbiológicas, chamadas de Rida Count, que podem ser utilizadas para a contagem de micro-organismos mesófilos aeróbios em leite e outros derivados, O Ekomilk Scan, da Cap-Lab dispensando o preparo de meios de
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Stèphen Hennart, engenheiro holandês da empresa DSM, mostra o Delvotest BLF durante a Expomaq 2012
cultura convencionais. “Trouxemos ainda para o mercado as diluições prontas QD Loop Hygiena, que permitem a realização de diluições de amostras para análises microbiológicas, não sendo necessário o preparo de diluentes e nem mesmo a utilização de pipetas para as inoculações”, finaliza. Entrevistado durante a Expomaq 2012, Stèphen Hennart, engenheiro holandês da empresa DSM, conta que o Delvotest BLF analisa em apenas cinco minutos amostras de leite e mede traços de betalactâmicos, o principal antibiótico utilizado para tratar o gado. A inovação faz parte do portfó-
lio Delvotest de amplo espectro e kits para testes rápidos, e tem a vantagem de não exigir equipamentos novos de laboratório. “Ele fornece resultados confiáveis de forma consistente, com eficiência na detecção de resíduos de antibióticos, o que economiza tempo e dinheiro para as fábricas de laticínios”, diz Hennart. De acordo com ele, com o Delvotest BLF, os profissionais que trabalham em laticínios não precisam mais esperar por longos testes para comprovar que o leite é apto para uso. Em apenas cinco minutos, o kit de teste pode detectar traços de betalactâmicos para determinar a qualidade do leite. O leite seguro pode, então, ser reintroduzido rapidamente na cadeia de valor para maximizar a produção e reduzir o desperdício. Além disso, o teste protege a reputação das fábricas de laticínios, minimizando ainda mais o risco da entrada de leite contaminado na cadeia de produção. Stèphen explica que o Delvotest BLF é fácil de usar e não exige equipamentos novos de laboratório para clientes Delvotest. “Os profissionais que trabalham com laticínios podem verificar com precisão a segurança do leite em qualquer etapa, da fazenda até a fábrica de processamento, sempre com resultados confiáveis. Os resultados são apresentados por leituras com cores nítidas que não deixam margem para erro”, conta. Mylène Caussette, gerente global de Marketing da DSM, comenta que as
fábricas de laticínios querem aproveitar ao máximo o leite que processam e estão sempre em busca de maneiras de maximizar a eficiência. “É vital que os profissionais que trabalham com laticínios possam confiar em testes para notificá-los no momento em que o leite está livre de antibióticos e seguro para uso”, afirma.
Tendências
Cândida Bosich, engenheira de alimentos e responsável técnica da GTA, afirma que muitos laticínios grandes estão investindo em analisador de proteínas para pagamento por qualidade. “Uma tendência é a tentativa de controles internos no próprio laticínio, por garantir a tomada de decisões mais rápidas”, diz Cândida. Para Oliveira, da Madasa, houve uma mudança de patamar para a questão de parâmetros da qualidade do leite. “Em princípio, a IN51 parecia que seria apenas um programa para aumentar a pressão na cadeia de produção, mas pouco a pouco as empresas começaram a perceber que havia muito ouro enterrado no processo, ou seja: o controle de parâmetros críticos melhorava a produtividade das empresas mais competentes e estes aspectos não estavam ligados somente ao preço do leite ou às exigências do governo”, opina. As empresas que procuraram uma vantagem competitiva pela melhoria da qualidade de seus produtos entenderam que este
CBT e CCS Veja abaixo, com as dicas de Renata Ribeiro do Val, gerente técnica da Tecam Laboratórios, como funcionam as análises fundamentais exigidas pela IN62: • Contagem Bacteriana Total (CBT): é utilizada como indicador geral de população bacteriana em alimento, trazendo informações gerais sobre a qualidade de produtos, prática de manufatura, condições de processamento, manipulação e vida de prateleira. O método baseia-se na semeadura da amostra em ágar padrão para contagem seguida de incubação na temperatura de crescimento ótima para o grupo pesquisado. A leitura das placas é realizada com o auxílio de um contador de colônias e é calculado o número de unidade formadora de colônias por mililitro de amostra (UFC/mL).
• Contagem de Células Somáticas (CCS): determina a quantidade de leucócitos e células epiteliais presentes no leite. Em caso de inflamação (mastite subclínica ou clínica), há um aumento considerável na CCS. No Brasil, a coloração e a contagem automática direta de células somáticas do leite são realizadas por aparelhos que funcionam sob o princípio de citometria de fluxo. Obs.: As amostras devem ser acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelox e encaminhadas para análise ao laboratório em um prazo máximo de 24 horas.
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caminho já foi trilhado com sucesso em outros países e que o melhor era aprender com as lições já existentes e, mediante a adaptação à realidade brasileira, conseguiram se diferenciar e conquistaram vantagem estratégica para seus produtos. Isso significou um aumento O sistema Charm, da Hexis do volume de negócios em uma base proporcional ao tamanho da produção brasileira de leite, um crescimento que em muitos casos beirou a duplicação de negócios em dez anos. “O controle de micro-organismos sempre foi importante, mas vemos que hoje a direção deste controle chegará aos produtos, onde o impacto deste controle será a melhoria da qualidade do leite ao nível muito próximo das melhores práticas mundiais”, afirma Oliveira. Oliveira afirma que, recentemente, estava avaliando o processo de uma indústria de queijos e o tema era sobre composição de frações proteicas no leite em termos da concentração de cada uma delas, que será uma das questões de discussão para um futuro próximo. “Outro parâmetro que deverá se tornar um fator de diferencial competitivo será a gestão de patógenos em lácteos, para os quais também já temos aplicado programas de gestão com absoluto sucesso. Estas novidades no Brasil serão as próximas fronteiras da qualidade dos lácteos para os próximos anos”, diz ele. Apesar do desenvolvimento notório, a metodologia da Bioluminescência, por exemplo, apesar de vir crescendo a cada dia, ainda é pouco usada no Brasil, comparado às grandes empresas internacionais. “Com o avanço da informação, com certeza, os laticínios do Brasil verão que esta é uma metodologia confiável de resultados rápidos, ajudando na tomada de decisão e na segurança para liberação de produtos”, relata Coelho, da Hexis. Os luminômetros com swabs rápidos, diz ele, garantem que uma empresa libere sua produção somente com avaliação da eficiência do processo de limpeza, reduzindo a níveis baixíssimos o retrabalho. Para análises de resíduos de antibióticos, a tecnologia Charm II é utilizada por laboratórios de referência nos Estados Unidos e no mundo, possibilitando analisar os mais variados tipos de grupos antibióticos. “O sistema EPIC também é uma metodologia que avalia o produto final em tempo bastante reduzido em relação aos métodos tradicionais, fazendo com que a liberação antecipada e garantia do produto final assegurem a liderança das maiores empresas no mercado”, diz Coelho. Rachid, da PZL, vislumbra que, no futuro, muitos laticínios buscarão por equipamentos mais modernos, efetuando a troca dos equipamentos antigos. “Na Expomaq deste ano, 80% das pessoas que visitaram nosso estande estavam montando laticínios ou tinham acabado de montar, indicando um aumento de venda para novos clientes”, considera. Como se vê, com a consolidação das instruções normativas e o aumento das exigências dos consumidores, os laticínios terão de investir mais do que nunca em qualidade. O cenário é de contínuo aquecimento.
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HIGIene e segurança
Arquivo RLD
Por André Toso
Uma obrigação
do laticínio
Cuidados com higiene e segurança, além de questão básica para as boas práticas de fabricação de produtos lácteos, são fundamentais para manter a qualidade e a competitividade da marca
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leite é um dos alimentos mais vulneráveis à contaminação microbiana, o que faz dele um produto suscetível a alterações sensoriais e nutricionais. Por conta disso, é fundamental uma série de cuidados e adequações tanto no que se refere à higiene de equipamentos, pisos e uniformes quanto a um investimento na segurança dos trabalhadores. A adequação às Boas Práticas de Fabricação (BPF) é exemplo claro dessa busca dos laticínios por ambientes de produção de excelência. O médico-veterinário Kenio de Gouvêa Cabral, que é gerente-geral da empresa Quinabra, acredita que o poder aquisitivo dos brasileiros vem aumentando paulatinamente, o que reflete uma dinâmica interessante na distribuição da população nas di-
ferentes classes sociais. “Isso reflete não apenas no aumento do consumo de produtos lácteos, mas também na exigência dos consumidores em relação à qualidade desses produtos, o que é extremamente positivo para o setor”, analisa. Para ele, o reflexo disso é que os laticínios precisam se preocupar com o processo de higienização seguido do uso de desinfetante em ambientes e superfícies. “Sem um cuidado extremo voltado para esse procedimento, não há qualidade de produto e, consequentemente, o laticínio não se inserirá nas tendências do mercado de aumento de demanda e aumento na qualidade”, avalia. Pisos da NBK são indicados para laticínios que apresentam a necessidade de limpeza várias vezes ao dia com detergentes e desengordurantes
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A empresa possui como principal produto nessa linha o KILOL-L, desinfetante para ambientes e superfícies. “O produto se diferencia dos demais desinfetantes por não ser irritante para mucosas e pele, ser de baixa toxicidade, não ser volátil nem corrosivo e, além destes benefícios, eliminar odores por possuir efeito antioxidante”, conta. Para Cabral, o produto não oferece risco algum para os funcionários, o que é outro fator fundamental nos cuidados com higiene e segurança. Renato Salvatti, gerente nacional de vendas da NBK, concorda com a opinião de Cabral. Segundo ele, o mercado consumidor busca cada vez mais uma qualificação de suas unidades industriais. “O padrão dos laticínios obedece a normas e exigências internacionais para a venda de seu produto manufaturado para as cooperativas e estas aos grandes grupos consumidores”, diz. Salvatti acredita que já foi o tempo em que laticínios utilizavam pisos residenciais ou apenas o concreto na pavimentação. “Ficou claro ao longo dos anos que as contaminações, excesso de manutenção e acidentes de trabalho causam muitos transtornos numa unidade em produção, além de muitos prejuízos”, opina. “Hoje, no momento do projeto de uma nova unidade e ou reforma/ampliação de unidade existente, os laticínios buscam a orientação técnica e encontram boas alternativas para seu piso industrial”, comenta. A NBK Hunter Douglas tem uma linha de pisos extrudados antiácidos Kerart - Kerart Life, e sua aplicação é indicada para laticínios que apresentam a necessidade de limpeza várias vezes ao dia e com detergentes desengordurantes. “O leite é corrosivo e somado ao ataque dos produtos de limpeza às placas do piso, elas precisam ser resistentes aos ataques químicos”, explica. Salvatti orienta que outro ponto que interfere diretamente com a segurança e higiene é o fato de a superfície das placas ser antiderrapante e receber uma camada de proteção antimanchamento ainda na linha de produção. “Por serem áreas extremamente molhadas, precisam ser antiderrapantes para evitar acidentes de trabalho, porém, de fácil limpeza”, descreve. Para o gerente, a rotina de limpeza precisa ser constante e eficiente para evitar o acúmulo de resíduos sobre os pisos. “É comum que sejam feitas limpezas, mas sem uma eficiência na escovação e/ ou no produto detergente adequado.” Com a prática correta, diz ele, as resistências superficial e mecânica do piso são fundamentais para evitar fissuras, infiltrações e contaminação do substrato onde a obra de reparo e correção torna-se mais cara e demorada. “Planejamento e boa orientação técnica antes da escolha e execução do pavimento industrial já mostrou ser o melhor caminho para ganho de qualidade, higiene e segurança”, finaliza Salvatti.
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SXC.hu
por Leila M. Spadoti*; Izildinha Moreno1; Patrícia B. Zacarchenco1; Salvador M. Roig2
Efeitos da
melatonina Resumo
A melatonina e leites funcionais com apelo de melhoria do sono
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O sono é uma necessidade básica do ser humano e problemas de insônia e de sono de má qualidade podem comprometer a restauração da sua capacidade física e mental. A melatonina é um hormônio obtido a partir do triptofano, estando relacionada com o sono. Tal fato tem despertado o interesse na utilização deste hormônio para tratamento de distúrbios do sono. Nesse contexto, este artigo teve por objetivo fornecer algumas informações sobre: produção e possíveis efeitos da melatonina nos seres humanos, uso de melatonina sintética, comparação entre melatonina e hipnóticos comuns e, principalmente, sobre a produção de leites funcionais com maiores teores de melatonina do que o leite convencional, os quais teriam o apelo de auxiliar as pessoas a dormir melhor.
Pesquisador Científico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Laticínios (TECNOLAT) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) Coordenador do Curso de Mestrado em Ciência e Tecnologia do Leite da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
Agosto 2012
Leite & Derivados
Abstract
Sleep is a basic need of the human beings and problems of insomnia and sleep of bad quality can jeopardize the restoration of their physical and mental capacity. Melatonin is a hormone produced from tryptophan and is linked with sleep. This fact has stimulated interest in the use of this hormone for the treatment of sleep disorders. In this contest, this article aims to provide some information on: production and possible effects of melatonin in humans beings, use of synthetic melatonin, comparison between melatonin and common hypnotics and mainly on functional milk produced with higher levels of melatonin than conventional milk and which would appeal to help people to sleep better.
Introdução
O sono é muito importante e sua relevância reside no fato de que quando estamos dormindo nosso organismo regula o sistema imunológico, o sistema hormonal e recompõe os neurotransmissores (ALVES JR., 2010). Portanto, no ser humano, o período de sono possibilita uma recomposição periódica da potencialidade física e funcional do organismo (ALVES et al., 2002). O fato de não dormirmos adequadamente em alguns dias não é compensado por dormirmos o fim de semana inteiro e tal procedimento deixa nosso organismo vulnerável, podendo levar ao aparecimento das mais variadas doenças. Assim, o sono determina sucesso diurno porque melhora o humor, a atenção, o raciocínio, a produtividade, a segurança, a saúde e a longevidade (ALVES JR., 2010). Por outro lado, é comum pessoas que apresentam insônia adotarem a prática, que já era aconselhado pelas nossas avós, de tomar um copo de leite morno antes de deitar, na tentativa de minimizar este problema da insônia ou na busca de uma noite com melhor qualidade do sono. Essa prática tem uma justificativa científica: o leite possui triptofano e cálcio, elementos que estão envolvidos na síntese de melatonina. A melatonina é um hormônio produzido pele glândula pineal e, em razão de sua potente ação indutora de sono, tem sido utilizada terapeuticamente ante as perturbações do sono, principalmente nas insônias, nos transtornos decorrentes da mudança de fusos horários e nos trabalhadores com jornada noturna (ALVES et al., 1998).
Triptofano e a melatonina
O triptofano é um aminoácido essencial que precisa ser ingerido via dieta. As proteínas do leite possuem triptofano, sendo a alfa-lactoalbumina a proteína que contém o maior teor deste aminoácido entre todas as fontes proteicas alimentares (HARAGUCHI et al., 2006). Por esse motivo, alguns autores pesquisados por Sgarbieri (2004) atribuíram à ingestão dessa proteína (alfa-lactoalbumina) efeitos comportamentais no ciclo de dormir e acordar (ciclo sono-vigília). A melatonina, conhecida farmacologicamente como 5-metoxi-acetil-triptamina (SOARES JR. et al., 2008), é um hormônio produzido por vários animais e plantas (CANIATO et al., 2003). Nos seres humanos, uma das suas principais funções é a de regular o ciclo do sono.
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TecnoLat A melatonina deriva do aminoácido triptofano e é sintetizada a partir da seguinte sequência de reações: hidroxilação do triptofano em 5-hidroxitriptofano; conversão do 5-hidroxitriptofano em serotonina; conversão da serotonina em N-acetil-serotonina; conversão da N-acetil-serotonina em melatonina (mediada pela enzima hidroxi-indol-O-metil-transferase) (CLAUSTRAT et al., 2005; SOARES JR., 2008; SOUSA NETO; CASTRO, 2008). O cálcio é um mineral que participa de vários eventos que induzem a síntese de melatonina (MARKUS et al., 2012).
Produção e funções da melatonina
O aumento dos níveis de melatonina está fortemente relacionado ao aumento da sonolência e diminuição da temperatura corporal, o que além de propiciar o sono, o facilita ainda mais (DIJK; CAJOCHEN, 1997; SOUSA NETO; CASTRO, 2008; STRASSMANN et al., 1991). A hipótese mais aceita é que a melatonina induz o sono mediante a redução da temperatura corporal, provavelmente por meio de sua ação nos seus receptores existentes em vasos sanguíneos periféricos, resultando em vasodilatação (SOUSA NETO; CASTRO, 2008; VAN DER HALM et al., 2003) e consequente atividade nos centros do sono do hipotálamo (SOUSA NETO; CASTRO, 2008; VAN SOMEREN, 2000). Além de regular os ciclos do sono, segundo Brioschi et al. (2009) e Souza Neto; Castro (2008), outras funções atribuídas à melatonina são: imunomodulatória, anti-inflamatória, antitumoral e antioxidante. Lerner et al. (1960) descobriram que a melatonina está presente em altas concentrações na glândula pineal. Em mamíferos, a glândula pineal ou pineal é uma estrutura endócrina localizada dentro do sistema nervoso central (FIGUEIRAS, 2006). A produção de melatonina pela glândula pineal é estimulada pela escuridão e inibida pela luz (AXELROD,
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1970). Assim, sua concentração no sangue em indivíduos normais é muito baixa durante a maior parte do dia, mas aumenta significativamente para a média de 80 a 100 pg/mL, entre 2 horas e 4 horas da manhã, e permanece elevada durante o tempo normal de sono, caindo abruptamente por volta das 9 horas (ALVES et al., 1998). Segundo pesquisa realizada por Sousa Neto; Castro (2008), sua secreção inicia-se cerca de duas horas antes do horário habitual de dormir, atingindo níveis plasmáticos máximos entre 3 horas e 4 horas, variando de acordo com o cronótipo do indivíduo. Depois de secretada, se distribui por vários tecidos corporais e não é estocada (REITER, 1991; SOUSA NETO; CASTRO, 2008; CLAUSTRAT et al., 2005). Por ser sintetizada e secretada apenas durante o período de escuro, a melatonina funciona como um sinalizador, para o meio interno, do dia e da noite (ALVES et al., 1998). A melatonina é produzida apenas durante o período escuro, independentemente de a espécie considerada ser de atividade diurna, noturna ou crepuscular (ALVES et al., 1998). No recém-nascido, já ocorre a liberação da melatonina após o fechamento ocular. Nessa fase, em particular, a melatonina também pode ser obtida por intermédio do leite materno, ajudando a induzir o sono após a mamada (ALVES et al., 2002; Illnerova, 1993). No jovem, a melatonina é produzida em grande quantidade. No entanto, há evidências de que a sua síntese e seus níveis séricos decrescem com o envelhecimento do indivíduo (ALVES et al., 1998; ARENDT; SKENE, 2005; FOURTILLAN et al., 2001; SOUSA NETO; CASTRO, 2008). Segundo Alves Jr. (2010), o idoso dorme bem menos, sendo que a produção de melatonina cai quase à terça parte do que o jovem produz. Além da idade, situações de estresse também causam diminuição no nível de melatonina (SAXELIN et al., 2003).
Hipnóticos comuns versus melatonina
Hipnóticos são definidos como drogas que produzem sonolência e facilitam o início e a manutenção do estado de sono semelhante ao sono natural nas suas características eletroencefalográficas, e do qual o indivíduo pode ser despertado facilmente (SOUSA NETO; CASTRO, 2008; VAN DEN HEUVEL, 2005). Entretanto, segundo revisão realizada por Sousa Neto; Castro (2008), mesmo os hipnóticos mais conhecidos não preenchem tais critérios, pois não induzem sono semelhante ao natural. Ademais, o aumento da dose promove maior sedação e, eventualmente, coma e morte. Diferentemente, a melatonina, mesmo em doses altas, é incapaz de promover a perda involuntária da consciência ou grande debilidade no desempenho cognitivo, e seus efeitos são descritos como soporíficos, ao invés de hipnóticos (SOUSA NETO; CASTRO, 2008).
Melatonina sintética
A melatonina sintética pode ser administrada pelas vias: endovenosa, intramuscular, nasal (spray) e oral. As doses utilizadas são muito variáveis (0,3 mg a 500 mg) e a concentração plasmática da melatonina aumenta significativamente, independentemente da via utilizada, atingindo nível de pico 60 a 150 minutos após a sua administração (ALVES et al., 1998). A melatonina pode ser dosada no sangue, na urina e na saliva (ALVES et al., 1998). As condições do indivíduo (temperatura, sonolência, etc.) e do ambiente (luzes acesas, postura durante o sono, etc.) no momento da administração da melatonina influenciam a sua eficácia, independentemente da dose (SOUSA NETO; CASTRO, 2008; ZHDANOVA, 2005). A administração de 2 mg às 17 horas, sem qualquer controle da luz ambiente ou da postura do paciente, provoca sonolência apenas após cerca de 3 a 4 semanas (ARENDT et al., 1984;
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SOUSA NETO; CASTRO, 2008), enquanto pequenas doses (0,1 a 10 mg) administradas em indivíduos em posição deitada e sob luz fraca induzem o sono rapidamente (DOLLINS, 1994; SOUSA NETO; CASTRO, 2008). Em termos experimentais, a melatonina sintética para uso por via oral é uma opção medicamentosa para a insônia do adulto e vem sendo estudada em crianças sadias ou com distúrbios neurológicos (TENENBOJM et al. 2010). No Brasil, seu uso não é permitido (TENENBOJM et al. 2010).
Leites funcionais e auxílio nos problemas relacionados ao sono
Assim como nos seres humanos, bovinos também apresentam secreção de melatonina à noite, sendo que a concentração deste hormônio no leite de vaca à noite é cerca de quatro vezes maior do que a presente no leite coleta-
do durante o dia (SAXELIN et al., 2003). Baseando-se neste fato e nas pesquisas que demonstram o efeito benéfico da melatonina nos distúrbios do sono, está sendo comercializando em alguns países o leite de vaca coletado de madrugada, o qual, ao ser consumido, complementaria o conteúdo de melatonina produzida pelo organismo humano, ajudando a promover um sono mais profundo e tranquilo. O primeiro produto baseado em um sistema de ordenha padronizado à noite foi lançado na Finlândia em 2000 (Yo¨maito, Ingman Foods Ltd) (SAXELIN et al., 2003). Segundo esses autores, até 2003 não existiam experimentos com humanos publicados e, portanto, na ocasião, a empresa não fazia alegação alguma de saúde. Em 2002, de acordo com Saxelin et al. (2003), um leite orgânico Slumbering Bedtime Milk (Red Kite Farm, UK) foi lançado no Reino Unido, o
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qual teria níveis maiores de melatonina do que o leite comum. Segundo a companhia que o lançou, o nível de melatonina no leite complementaria o do corpo humano e a bebida não induziria sonolência se bebida durante o dia ou na manhã seguinte se fosse ingerida tarde da noite. Segundo informação do Milk Point (2002), a cooperativa de lácteos Maitoma, da Finlândia, produziu o chamado Night Milk, que teria de 2 a 5 vezes mais melatonina do que o leite normal. Pesquisadores da Universidade de Kuopio, na Finlândia, disseram que obtiveram resultados bastante promissores em testes com animais, e continuam testando o leite em humanos. Segundo eles, quando as pessoas (geralmente idosos, com redução da secreção de melatonina) ingeriam esse leite, não havia um efeito instantâneo, mas elas passavam a ter um sono melhor após uma
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TecnoLat semana de uso. Na época, na região de Northen Savo, na Finlândia, já existiam 20 produtores produzindo o Night Milk, os quais foram treinados para isso. O consumidor pagava 5 markkas finlandeses (US$ 0,77) por litro desse leite, o que significava cerca de 25% a mais que o normal. Segundo Gifford (2010), uma empresa de Munique patenteou o produto Nacht-Milchkristalle (“cristais de leite noturno”), que seria um leite em pó enriquecido com melatonina e que, portanto, ajudaria as pessoas a dormirem melhor. Na Alemanha, o produto só chegou às prateleiras recentemente e, desde então, tem se expandido pela Europa, sendo comercializado também na Áustria. A embalagem com 16 unidades, apresentadas em pacotes de nove gramas, custa 25 euros. O leite em pó pode ser acrescentado a qualquer tipo de leite (GIFFORD, 2010).
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No relato de Gifford (2010), o porta-voz da empresa produtora do Nacht-Milchkristalle, Kai Oppel, afirma que: “Normalmente, há luz no estábulo onde as vacas ficam à noite e é por isso que há menos melatonina no leite e no sangue delas. Então, instalamos luzes que ficam acesas o dia todo, mas ao anoitecer nós as desligamos e deixamos apenas uma luz vermelha. Precisamos dessa iluminação porque são luzes com ondas longas, cerca de 650 nanômetros e boas para a produção de melatonina”. A empresa afirma ainda que as vacas são ordenhadas à meia-noite, quando a produção do hormônio é mais alta. “Nos estábulos, o leite é tirado em horários diferentes e, com isso, o consumidor recebe uma mistura de diferentes leites”, diz Oppel, que acrescenta: “nós só tiramos leite à noite”. Artigo publicado no jornal Ciência Hoje (2011), o qual também comenta
sobre este produto alemão rico em melatonina, complementa as informações fornecidas anteriormente. De acordo com o artigo, as virtudes desse produto dependeriam particularmente da ordenha. Os animais, além de serem banhados por uma luz vermelha que favoreceria a produção de melatonina, também seriam beneficiados por um regime alimentar especial e rico em luzerna, favorável à produção deste hormônio. “O produto lácteo comercializado na Alemanha em doses de nove gramas não é considerado um medicamento, podendo ser misturado num iogurte uma hora antes de se ir para a cama, e a dose garante um sono repousante”, relata a empresa que patenteou o produto. Segundo artigo publicado na revista Globo Rural (TAGUCHI, 2012), um leite de vaca especial, mais rico em melatonina, por ser coletado logo nas primeiras horas da manhã,
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TecnoLat promete ser a coqueluche dos seres humanos que sofrem de insônia ou de estresse. O Sleeping Milk, ou Night Milk, chegará ao mercado em março do ano que vem, primeiramente na Nova Zelândia, na Austrália e na China. A novidade foi criada pela empresa Synlait, especialista em produzir leite em pó com valor nutricional elevado, localizada em Rakaia, na região de Canterbury, na Ilha do Sul da Nova Zelândia. Nesse artigo (TAGUCHI, 2012), segundo o diretor-geral de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Tony McKenna, o leite para dormir, em pó, será vendido em sachês e indicado para quem tem sono agitado, sofre de insônia ou estresse. Ainda de acordo com McKenna, após inúmeras pesquisas, seus especialistas concluíram que as vacas holandesas produzem essa substância em maior quantidade durante a noite, em seu leite. Os fornecedores de leite da Synlait – uma espécie de associação de criadores de gado holandês chamada Synlait Farms – coletam esse leite especial todos os dias, às quatro horas da manhã (primeira ordenha do dia) e enviam o produto à fábrica. Lá, os especialistas isolam a melatonina para processá-la e transformá-la em pó. Em seguida, a substância é adicionada, em doses determinadas, a outros tipos de leite em pó, normal ou desnatado. “A melatonina é o principal ingrediente do leite para dormir neozelandês”, afirma McKenna (TAGUCHI, 2012). Por ser vizinho da Austrália e parceiro comercial da China, o leite para dormir deve chegar primeiro nestes países, mas McKenna acredita que seu potencial é grande e pode ser útil a todas as sociedades modernas.
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“As pessoas hoje em dia tem muitos problemas para dormir, estão estressadas. Precisam voltar a seguir o conselho de suas avós e tomar um leitinho quente para dormir bem”, diz ele. “Não é por acaso que existe este ditado, de que o leite dá sono. Ele dá mesmo”. Além da Ásia, McKenna acredita que o produto terá sucesso na Europa, em razão da idade elevada da população, e na América do Sul, por conta do ritmo frenético de trabalho (TAGUCHI, 2012). Por fim, Simon Causer, gerente de Pesquisas da Synlait, diz que a melatonina, por ser natural, é menos prejudicial à saúde dos seres humanos. “A melatonina tem um papel importantíssimo para ajudar os humanos a regular os ciclos dia/ noite e a ordenha de leite produzido pelas vacas durante a noite permitiu que criássemos um auxiliar de sono 100% natural” (TAGUCHI, 2012). Causer diz que a empresa vem realizando, há alguns anos, testes para comprovar a eficácia do leite para dormir. Durante um período, adultos tomaram um copo do leite 30 minutos antes de irem para a cama e, a partir daí, a qualidade de seu sono passou a ser monitorada e comparada aos que tomaram o leite convencional. Segundo Causer, os resultados foram um sucesso (TAGUCHI, 2012).
Questionamentos
Em relato escrito por Gifford (2010), Jim Lorne, responsável pelo Centro de Pesquisas do Sono da Universidade de Loughbourough, no Reino Unido, questiona as propriedades da melatonina. “Ela é eficaz para indicar ao organismo que é noite, ou como regulador do relógio biológico. Acho que a melatonina pode ajudar
a ajustar seu sono, mas não estou certo de quão eficiente é para ajudar você a adormecer”. Lorne não é o único com essa dúvida. Na revista alemã sobre saúde Gute Pillen, Schlechte Pillen recentemente descreveu tal leite noturno como nada mais do que um placebo bem caro, adicionando que a quantidade de melatonina é baixa demais para ser eficaz (GIFFORD, 2010). Mas essa pode ser apenas parte da questão central. Se pessoas esperam que esse leite especial funcione, talvez um placebo seja tudo que elas precisam para uma boa noite de sono. “As pessoas pensam no leite como algo reconfortante e que as ajuda a dormir. E embora ele também contenha melatonina, seu efeito pode estar relacionado ao pensamento de que a bebida faz bem”, afirma Lorne. “Não estou dizendo que não seja eficaz, apenas digo que o consumidor deve ficar atento” (GIFFORD, 2010).
Conclusão
Atividades imunomodulatória, anti-inflamatória, antitumoral, antioxidante e cronobiológica (regulando os ritmos biológicos, entre os quais se destaca o ciclo claro-escuro ou sono-vigília) têm sido atribuídas à melatonina. Tal fato tem levado alguns países a buscar complementar a quantidade desse hormônio produzida nos seres humanos por meio da ingestão de melatonina sintética ou de leite produzido ou enriquecido com maiores teores deste composto. No entanto, embora existam evidências de que a administração da melatonina induza a um sono semelhante ao natural, mais estudos ainda se fazem necessários para determinar sua real eficiência.
Referências ALVES JR, D.R. Repercussão do sono sobre o trabalho. Diagnóstico e Tratamento, v.15, n.3, p.150-152, 2010. ALVES, R.S.C. et al. A melatonina e o sono em crianças. Pediatria, v.20, n.2, p.99-105, 1998. ALVES, R.S.C. et al. Desordens da respiração na criança durante o sono: revisão. Pediatria, v.24, n.1/2, p.38-49, 2002.
ARENDT, J.; SKENE, D.J. Melatonin as a chronobiotic. Sleep Medicine Reviews, n.9, p.25-39, 2005. ARENDT, J. et al. The effects of chronic, small doses of melatonin given in the late afternoon on fatigue in man: a preliminary study. Neuroscience Letters, n.45, p.317-321, 1984. AXELROD, J. The pineal gland. Endeavour, v.29, n.108, p.114-118, 1970.
BRIOSCHI, E.F.C. et al. Nutrição funcional no paciente com dor crônica. Revista Dor, v.10, n.3, p.276-285, 2009 CANIATO, R. et al. Melatonin in plants. Advances in Experimental Medicine and Biology , n.527, p.593-597, 2003. Mais referências: redacao@btsmedia.biz
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