ISSN 1413-4837
Nº 430 • Ano XXXVII Dezembro/2012 www.btsinforma.com.br
Rumo a uma
nova era
O exemplo da Marfrig na gestão
da sustentabilidade
Vis-à-Vis Cresce o interesse do brasileiro pela carne angus
TecnoCarnes Expresso Embalagens: o melhor uso das tripas naturais e artificiais
Arte da Capa: Adriano M. Cantero Filho
Sumário
32 Capa Quando o assunto é meio ambiente, a Marfrig tornase exemplo para o mercado
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O rebanho que secou, por Ricardo Moreira Calil
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Vis-à-Vis
Segurança dos Alimentos
Análise & Perspectiva
Na coluna da Informa EconomicsFNP: este é o Natal da carne bovina?
Nichos de maior valor agregado, qualidade comprovada da matéria-prima e outras oportunidades com a carne angus
Reynaldo Titoff Salvador, diretor do Programa Carne Angus Certificada
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Mundo Corporativo
Caderno reúne artigos de especialistas na área de gestão empresarial
E mais
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TecnoCarnes Expresso
Especial Embalagens: Tripas naturais ou artificiais em produtos cárneos, qual a melhor opção?
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8 Palavra do Gerente 46 Lançamentos 56 Embalagem 57 Destaque 58 Empresas & Negócios 70 Eventos 71 Agenda 72 Índice de Anunciantes 73 Crônica
Dezembro 2012
Novembro 2012
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ISSN 1413-4837
Editorial
Ano XXXVII - no 430 - Dezembro 2012 DIRETOR GERAL DA AMÉRICA Marco A. Basso LATINA DO INFORMA GROUP
Maturidade do consumidor
H
á muito se fala sobre sustentabilidade no mercado de carnes. A indústria já precisou provar por diversas vezes suas boas atitudes em áreas como bem-estar animal, tratamento de efluentes, segurança no trabalho, etc. Também já se defendeu de ataques, muitas vezes caluniosos, feitos por organizações com altíssimo poder de influência sobre a mídia. Já se manifestou, por intermédio de suas entidades representativas, contra reportagens sensacionalistas e infundadas que denegriam a imagem do setor. Muitas foram as batalhas e as conquistas, até tornar-se um setor de ponta no cenário mundial. Para fazer jus a essa posição conquistada, a indústria frigorífica brasileira não precisa mais provar do que é capaz apenas para calar opositores ou derrubar barreiras comerciais, mas sim atender a uma simples demanda: o apelo do consumidor. Não há mais frente de batalha. Basta exercer a sustentabilidade para cativar crescentemente os consumidores, cada vez mais maduros e exigentes quanto aos produtos que levam para casa. A guerra agora é nas gôndolas, e não por preços, mas por selos, certificações e marketing “verde”. Mostrar ao consumidor o quanto sustentável pode ser a sua empresa é o caminho a ser seguido. Na reportagem de capa desta edição, conheça os detalhes do exemplo da Marfrig na área. Enquanto o consumidor de carnes se torna mais maduro a cada ano no Brasil, o mesmo pensamos sobre o leitor de revista segmentada. Por isso, oferecemos também nesta edição: no Vis-à-Vis, entrevista exclusiva com o diretor do Programa Carne Angus Certificada e da Associação Brasileira de Angus; TecnoCarnes Expresso com foco em uma das embalagens mais tradicionais do setor: as tripas naturais e artificiais; as colunas Segurança dos Alimentos e Análise & Perspectiva; artigos sobre gestão, direito do consumidor e cadeia produtiva no caderno Mundo Corporativo; o lançamento do estudo Brasil Pack Trends 2020 na seção Embalagem; o Salão de Inovação do Senai de Chapecó na MercoAgro (seção Destaque), entre outras notícias.
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IMPRESSÃO
Aproveite a leitura e boas festas!
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Patrick Parmigiani
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Palavra do Gerente
TecnoCarne: vendas a todo vapor
T De Luca Filho Gerente do Núcleo Carnes e Frigorificados da BTS Informa
oda grande feira merece total planejamento por parte de seu organizador. Com a 11ª Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Carne (TecnoCarne), entre 13 e 15 de agosto de 2013, não poderia ser diferente. Os cuidados da BTS Informa para que tudo ocorra da melhor maneira possível são intensos e começam desde cedo. Até o dia 14 de dezembro, segue o período de renovação dos espaços no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP). Quem participou da feira em 2011 [a bienal TecnoCarne é realizada sempre nos anos ímpares], tem a oportunidade de renovar a mesma área de seu estande para a edição de 2013, com condições de parcelamento e preços especiais. O sucesso da renovação está sendo grande, tal é o grau de satisfação demonstrado por quem esteve presente na edição anterior do evento. Esse sucesso de vendas é o termômetro de que o mercado em 2013 estará aquecido, com a indústria ainda mais forte, planejando novas conquistas e recordes para o setor. A partir de 15 de dezembro, as vendas de espaços estarão abertas a todas as empresas. Todos os comunicados aos expositores e visitantes, ações de divulgação, eventos paralelos e demais notícias sobre o evento serão divulgados na Revista Nacional da Carne ao longo do ano, na seção Espaço TecnoCarne. Vale lembrar que o credenciamento on-line já está disponível a partir deste mês de dezembro. Destaque ainda para as edições de junho (nº 436), agosto (438) e setembro (439) da revista, que respectivamente trarão o Roteiro de Visitação, Catálogo Oficial e Cobertura da TecnoCarne 2013. Expondo ou não na feira, sua empresa não pode ficar de fora dessas edições especiais que certamente terão imenso alcance no mercado, pois seu anúncio será visto não apenas pelos leitores tradicionais, mas também por milhares de interessados na feira. E o impacto de mídia será ainda maior: a versão digital da RNC já é uma realidade, sendo lida na íntegra na internet por todo o nosso mailing, que inclui, além dos leitores da versão impressa, os visitantes das feiras MercoAgro, TecnoCarne e Fispal Tecnologia. Agora, mais de 25 mil profissionais do setor podem ler a Revista Nacional da Carne on-line, tendo acesso inclusive ao seu anúncio, tal como foi publicado na revista impressa. Trata-se de mais visibilidade e retorno ao seu negócio! Sem contar as news letters e o novo site que estamos preparando para o ano que vem. A RNC está fazendo investimentos pesados para emplacar um ótimo ano-novo. Que venha 2013! Boas festas!
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Vis-à-Vis Arnaldo de Sousa, freelancer para a RNC
“Se a carne é angus, prove!”
P
ara que a indústria da carne tenha condições de crescer em nichos de maior valor agregado, é importante ter à disposição uma matéria-prima comprovadamente de qualidade. Há mais de cem anos, os pecuaristas brasileiros vêm investindo no gado de origem europeia – angus (aberdeen e red angus). De acordo com a Associação Brasileira de Angus (ABA), o aberdeen angus se destaca entre as raças taurinas por reunir um maior número de características positivas que lhe asseguram um excelente resultado econômico como gado de corte. A performance produtiva do angus foi comprovada pela publicação americana National Livestock Producer, na qual, entre 47 raças analisadas, o angus obteve a pontuação mais alta. Há quase uma década, a ABA contratou a certificadora australiana AusMeat para organizar a produção aos padrões de exigência internacional e o resultado desta parceria, segundo Reynaldo Titoff Salvador, diretor do Programa Carne Angus Certificada e da associação, é o reconhecimento do consumidor final mais exigente. Para se ter ideia da magnitude do programa, no início dos anos 2000, eram comercializadas ao redor de 250 mil doses de sêmen da raça, saltando para os estimados 2 milhões de doses em 2012. Antes, eram abatidos 20 mil animais e, com a ampliação do mercado de qualidade, este número deve chegar a 300 mil cabeças no abate. “Em 2013, devemos mirar no mercado internacional com essa carne de qualidade. Nosso objetivo é chegar aos Estados Unidos, Europa e países asiáticos com a carne que leva o selo de qualidade do programa”, projeta Salvador, que tem um lema: “Se a carne é angus, prove!”. Acompanhe, a seguir, a entrevista do Vis-à-Vis desta edição. O que é e a partir de que ano surgiu o Programa Carne Angus Certificada? Qual era o objetivo da época? O Programa Carne Angus Certificada nasceu em 2003. O objetivo na época era agregar valor ao produto dos criadores de angus e obter um consequente aumento de renda para os mesmos. Desse período para cá, cresceu no 12
sentido de integrar os elos da cadeia produtiva da carne vermelha, do produto ao varejo. E isso foi obtido no momento em que as pessoas que faziam churrasco em casa se deram conta que dentro do Brasil se tinha carne de qualidade com consistência e que a marca dela era angus. O programa se desenvolveu a ponto de, muitas vezes, sentarmos com os produtores, indústria, restaurantes, empresas de fast food, supermercados e consumidores finais para ver se este programa está atingindo seu objetivo, que é produzir uma carne de qualidade e que esta carne tenha uma consistência na gôndola e um valor que remunere o produtor, permitindo que o consumidor brasileiro usufrua desta qualidade. Dezembro 2012
De 2003 para cá, a carne angus ganhou credibilidade e foi conquistando mais mercado? Exatamente. O programa começou no Rio Grande do Sul, na rede Zaffari, em Porto Alegre. Naquela época, a gente abatia em torno de 20 mil animais por ano. Com a demanda e a procura desse produto de maior qualidade para a carne em todo o Brasil, nós nos vimos obrigados a difundir o Programa Carne Angus Certificada para Estados como São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Santa Catarina, de modo a atender à demanda que existia por este produto de qualidade. Segundo relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) de 2011, a raça angus registrou 1,8 milhão de doses vendidas (nacionais e importadas), aumento de 53% sobre 2010 e de 108% entre 2009 e 2011. Esse crescimento se dá pela adoção do programa pela indústria da carne? A esse bom resultado, atribuo o fato de que, no momento em que nós temos um produto mais valorizado, no momento em que o nosso consumidor final paga mais por este produto, a indústria pode remunerar também o produtor rural. Ao ponto de esse pecuarista ter uma margem de até 10% de sobrepreço em relação à carne vermelha comum. Ou seja, aquele produtor que simplesmente é um invernador, terminador ou um confinador de animais, ele ganha os valores de mercado. No momento em que
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esse animal tiver uma genética angus certificada pela associação, pelo Programa Carne Angus, esse produtor passa a ter um diferencial de preço importante em seus animais. Isso fez com que a cadeia produtiva, mais uma vez, funcionasse, se integrasse, por quê? Se o consumidor final está demandando produto (e demanda esse produto), nós temos de produzi-lo em maior quantidade nos campos do Brasil. É o que nós viemos observando nos últimos anos. Como funciona o programa e qual é o padrão racial dos animais? Para que o animal faça parte do Programa Carne Angus, nós exigimos que ele tenha, no mínimo, 50% de genética angus. Isso controlamos via padrão racial, tipo animal ou via notas fiscais de sêmen ou notas fiscais de compras de reprodutores. Composto por animais angus e red angus definidos (pretos e vermelhos) com cruzamentos com mínimo de 50% de sangue angus com raças zebuínas de corte (cruzamento industrial). O produtor não necessita pagar absolutamente nada para se integrar ao programa. Basta que ele use a genética angus e que ele remeta esses animais para frigoríficos que estão credenciados pelo Programa Carne Angus para que eles sejam certificados. Então, os animais passam a integrar o Programa Carne Angus Certificada e entram nas plantas desde que tenham a idade que nós exigimos (não mais que dois anos) e uma
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cobertura mínima de gordura (não menos que 3 mm de gordura). Um programa que tem técnicos da associação nessas plantas industriais acompanhando não só a matança como também a desossa. Além disso, somos auditados anualmente por uma empresa de certificação internacional chamada AusMeat que confere a todos os programas de carne do mundo um selo de qualidade, o AusQual. A heterose de angus com nelore está consolidada no Brasil Central (GO, MS e MT)? Os animais angus têm crescido na inseminação artificial graças à grande demanda por genética nesses Estados do Brasil Central. É lá que o angus está fazendo a grande revolução da qualidade da carne. Houve um crescimento natural. Se antes vendíamos 100 mil doses de sêmen, vendíamos por outras qualidades da raça (fertilidade, habilidade materna e qualidade de carne). No momento em que o pecuarista foi procurado para que suprisse essa demanda, ele se organizou. E o nosso consumo de sêmen nacional e internacional pulou da casa das 250 mil doses para 1,8 milhão de doses em 2011. Este ano vamos passar dos 2 milhões de doses de sêmen angus. Isso porque houve demanda na gôndola do supermercado, na ponta da cadeia. É aí que funciona a integração da cadeia da carne. Hoje, nosso desafio é produzir volume suficiente para atender à demanda da indústria. A escolha da certificadora ajudou na credibilidade do programa no mercado interno? Ajudou muito. Primeiro nos obrigou a entrar em um padrão internacional. Segundo, é uma certifica-
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dora reconhecida mundialmente e, em terceiro lugar, o nosso desafio é atingir o mercado internacional em breve. Então, nós tínhamos de buscar uma certificadora que fosse reconhecida não só no território brasileiro, mas principalmente, no exterior. Isso conseguimos com a AusMeat. É uma certificadora australiana e a Austrália é um dos países que mais exportam carne vermelha no planeta e tem reconhecimento internacional. O objetivo da ABA é atingir o mercado internacional, qual é a meta? Hoje já exportamos carne angus certificada para o Chile e outras unidades da América do Sul. Nosso desafio é chegar com essa carne certifica à Europa, aos Estados Unidos e aos países asiáticos, onde o valor atribuído para esta matéria-prima é muito agregado. Quando o Brasil deve emitir essas carnes de maior valor para esses mercados? Em primeiro lugar, nós precisamos ter uma quantidade para poder atingir esses mercados. Então, evoluímos da quantidade de 20 mil animais anuais abatidos em 2003 para 250 mil estimados para 2012 (1.150% de crescimento em nove anos do programa). Acredito que quando nós passarmos a barreira dos 300 mil animais abatidos, que deverá acontecer em 2013, nós vamos começar a nos preparar para atingir os mercados que nos interessam.
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Qual é o crescimento estimado entre 2011 e 2012? Acredito que vamos ter um incremento de 30% do volume abatido sobre os números de 2011, de 192,5 mil cabeças abatidas. É um crescimento considerável, é um reconhecimento nacional da qualidade da carne angus e, mais do que isto, ele nos mostra que o Brasil hoje já tem um público com poder aquisitivo suficiente para demandar este tipo de matéria-prima. Carne que, no passado, era importada de países como Uruguai, Argentina e, até mesmo, Estados Unidos. Faz três anos que estamos nessa demanda nacional com uma carne tão boa ou superior àquela que era importada desses países. Com essa carne de qualidade, o Brasil pode participar melhor da Cota Hilton? Sim, eu diria mais. Hoje o Brasil não preenche a Cota Hilton que deveria preencher por uma falta de organização dos nossos frigoríficos. Num futuro não muito distante, terá condições de suprir integralmente essa cota. Principalmente, com essa matéria-prima oriunda do Programa Carne Angus. O importante é salientarmos o fato de que a carne é angus porque ela é produzida com animais com genética angus, que é uma raça de origem europeia, origem inglesa, especializada em carne de qualidade, saborosa, macia e suculenta. É uma das carnes que têm uma característica bastante peculiar que é o marmoreio. É a gordura entremeada na fibra muscular. Isso agrega valor à carne angus, um sabor inigualável e uma maciez inconfundível. Quem são os parceiros industriais do programa? Os frigoríficos parceiros do Programa Carne Angus Certificada trabalham com sistemas de premiação específicos para animais angus de qualidade, adaptados às peculiaridades de cada região. O Marfrig que atua no Rio Grande do Sul, nas unidades de Capão do Leão, Bagé, Alegrete e São Gabriel. O Marfrig que atua no Estado de São Paulo, na unidade de Promissão e, também, o Marfrig que atua em Goiás, na unidade de Mineiros. Outra empresa é o Frigorífico Silva, que atua no Rio Grande do Sul com unidade localizada na região central do Estado, no município de Santa Maria. Já o grupo VPJBEEF (GO/SP) tem grande parte de sua produção abastecida pela própria fazenda, porém, realiza parcerias com produtores diferenciados para fornecimento de novilhos de alto padrão de qualidade. O Marfrig representa 50% do volume total abatido no programa, ou seja, ao redor de 125 mil cabeças abatidas neste ano. Mais alguma companhia de destaque? Sim, outro parceiro forte e importante que está dentro do programa é a rede de fast food McDonald’s, a qual nós suprimos hoje com hambúrguer com carne 100% angus. Nós fizemos um estudo detalhado para que o crescimento na rede fosse contínuo e sólido a ponto de começarmos a abastecer somente o público de São Paulo. Depois ampliamos para Minas Gerais e Brasília. E a partir de junho de 2012, passamos a atingir toda a rede McDonald’s no Brasil, com hambúrguer angus 100% certificado. Esse foi um de nossos desafios em que dizemos: “se a carne é angus, prove!”. “Prove” em dois sentidos. Primeiro, provando o sabor e a suculência da carne angus. Segundo, provando que ela é realmente angus, observando se o selo de certificação da carne angus está agregado ao produto. 16
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O McDonald’s tem perspectiva de crescimento com a carne angus? Nós temos o registro de que a rede McDonald’s quer ampliar o número de lanches ofertados com a carne angus. O grande desafio da rede no Brasil é estar em condições de atender à demanda que eles visualizam para a Copa do Mundo (2014) e para a Olimpíada (2016). A ABA tem ajudado a indústria na pesquisa por cortes ideais para o mercado mais exigente de consumo? Nós temos trabalhado em desenvolvimento de cortes diferenciados, inclusive de cortes que existem no mercado internacional, como o T-bone e o prime ribs. São cortes desenvolvidos para o Brasil, dentro do Programa Carne Angus e que hoje já têm grande aceitação, principalmente em praças como São Paulo. Quais são as vantagens para o frigorífico e para o pecuarista? Para o pecuarista, em primeiro lugar, um aumento da sua renda como produtor. Para a indústria é poder trabalhar com uma matéria-prima diferenciada e com um time de produtores organizados que oferece um volume produzido com o qual ela possa se organizar para atender as redes de varejo dentro e fora do Brasil. Hoje, um frigorífico que tem uma matéria-prima do tipo da carne angus, tem o que chamamos (no Sul) de “pão quente”, que é fácil de vender em qualquer dia e em qualquer momento. E hoje a carne angus, para esses frigoríficos que integram o programa, é um produto que vende naturalmente.
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Atualmente, qual é a média geral de peso de carcaça para animais precoces de dois dentes? Nosso grande volume de animais Angus produzidos dentro do Programa da Carne Angus Certificada se situa entre dente de leite em dois dentes. Dente de leite estamos trabalhando com carcaças em média de 220 kg e dois dentes em 240 kg. Em relação à sustentabilidade, a indústria está adaptada e o produtor está se adaptando. A produção de carne angus certificada também precisa atender às normas de sustentabilidade, correto? Existe um grande desconhecimento do mundo urbano do que acontece no mundo rural. Os maiores conservadores da natureza são os produtores rurais. Isso por uma questão política e econômica e distorcida por ONGs internacionais que não têm nenhum interesse que o Brasil se posicione como um dos maiores produtores de grãos e maior produtor de proteína animal do planeta. Nós, produtores rurais, somos muito preocupados com ecologia e com sustentabilidade. E o Programa Carne Angus, como ele é trabalhado com pecuaristas que buscam a excelência, ele tem a sustentabilidade como uma de suas características básicas. E te digo mais, quando nós falamos em ecologia para os nossos parceiros, produtores rurais, muitos deles nos dizem assim: “você está ‘chovendo no molhado’ porque nós aqui trabalhamos com isso há muitos anos”. Ou seja, trabalhamos a ecologia antes de se falar dela. A sustentabilidade está intimamente ligada ao Programa Carne Angus.
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Hoje, um frigorífico que tem uma matéria ‑prima do tipo da carne angus, tem o que chamamos (no Sul) de “pão quente”, que é fácil de vender em qualquer dia e em qualquer momento Qual é sua posição a respeito do novo Código Florestal Brasileiro? Esse Código Florestal que foi aprovado com vetos parciais pela presidente da República é uma grande evolução no que tange à legislação ambiental. Podemos não ter atingido o melhor dos Códigos, mas chegamos muito perto disso. Temos algumas coisas para ajustar. Vamos ir ajustando no Congresso [Nacional] e no Poder Legislativo, mas eu diria que foi um grande passo essa aprovação. Lamento que a presidente [Dilma Rousseff] tenha vetado alguns dispositivos, mas é um direito que lhe assiste, porém, é um grande passo para a sociedade brasileira como um todo ter a aprovação do Código como ficou. É um Código atual e mais adequado à realidade do Brasil, que se posiciona como um grande player global na parte de produção de alimentos. No 2º Congresso Brasileiro de Angus, programado para 4 e 5 de dezembro, quais são os assuntos mais importantes que serão discutidos? O grande assunto do congresso é mostrar que o angus é uma raça mundial e que hoje existe uma integração muito grande dela em todas as suas características. Não só na parte de produção genética como na parte genômica de marcadores moleculares, na parte de melhoria de carcaça. Serão mostrados os desafios que temos em termos de Brasil e que se multiplicam em nível de Estados Unidos, Austrália e na própria Inglaterra. Virão participantes dos Estados Unidos, da Nova Zelândia, da Europa e de outros países. Em 2012, até o momento [outubro], quais foram as conquistas do Programa Carne Angus Certificada? A grande conquista de 2012 foi a consolidação da carne angus na rede McDonald’s para todo o Brasil e a inclusão do Paraná como Estado produtor de carne angus certificada, por meio da Cooperaliança de Guarapoava. Foram dois grandes feitos da carne angus deste ano. Para 2013, quais são as projeções? Nosso desafio é implantar o Programa Carne Angus no Estado de Santa Catarina como produtor. Nosso grande desafio é atingir o mercado internacional com essa carne angus certificada, como disse: na Europa, Estados Unidos e no mercado asiático. Como o frigorífico pode participar do Programa Carne Angus Certificada? Para participar do programa, basta o frigorífico entrar em contato com a Associação Brasileira de Angus, visitando o nosso site: www.carneangus. org.br ou pelo e-mail carne@angus.org.br. 20
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TecnoCarnes Expresso
Fotos: Arquivo RNC (Frig. Prieto)
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Tripas naturais ou artificiais em produtos cárneos, qual a melhor opção?
A
utilização de tripa natural ou artificial em produtos cárneos passa por uma avaliação das suas respectivas propriedades, verificando como estas podem afetar as características do
Uma das propriedades mais especiais das tripas naturais está no fato de fornecer uma aparência artesanal e tradicional aos produtos cárneos embutidos; por sua vez, as tripas artificiais tiveram um enorme desenvolvimento nas últimas décadas e estão disponíveis em uma grande variedade de formas, tamanhos, aparência e, inclusive, com características muito próximas às tripas naturais 24
produto. As tripas naturais possuem diferenças no custo, nas formas de manuseio, na aplicação em processos de cozimento e defumação e na aparência final do produto. Tripas naturais são constituídas de colágeno e elastina, que propiciam propriedades peculiares ao processamento de produtos cárneos em termos de maciez e permeabilidade. Tripas de pequeno calibre são provenientes de suínos e ovinos, e possuem parede de pouca espessura, o que garante uma maior maciez e facilidade de mastigação. Estas tripas são mais apropriadas para produtos de massa fina e linguiças frescais. Tripas de maior calibre são tipicamente bovinas, e apresentam maior dificuldade de mastigação, o que aumenta proporcionalmente com o tamanho do calibre. Ao mesmo tempo, essas tripas de maior calibre permitem uma maior capacidade de enchimento, o que pode Dezembro 2012
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Arquivo RNC / Fotos meramente ilustrativas
dificultar a sua aplicação em processos de cozimento e defumação, pois as tripas ficam dependuradas. Em razão da resistência limitada, o próprio peso do embutido pode romper a tripa. Nesses casos, telas de tecido ou estoquinetes são aplicados para aumentar a resistência e também fornecer à tripa uma aparência característica de produto artesanal. O colágeno das tripas naturais é muito influenciado pelo teor de umidade, particularmente durante processos de cozimento e defumação. Se o teor de umidade for muito alto, o colágeno se gelifica, tornando-se mais mole e com pouca resistência mecânica; enquanto se o colágeno estiver mais desidratado, torna-se rígido, impermeável e quebradiço. Por conta desses fatos, as etapas iniciais dos processos de defumação devem ser feitas em ambientes com condições amenas de secagem para manter a resistência das tripas, sem provocar o ressecamento superficial. A aplicação de fumaça pode ser realizada enquanto a tripa está úmida e permeável à fumaça. Uma regra geral sugere que a superfície da tripa deve estar numa condição “pegajosa” ou “aderente” logo antes de a fumaça ser
Produção na Rei da Linguiça
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aplicada. Após a deposição e desenvolvimento da cor, a secagem pode ser realizada para enrijecer a tripa e reduzir a permeabilidade, até o ponto em que um cozimento posterior possa ser aplicado sem ocorrer muita perda de umidade do produto. A qualidade das tripas naturais pode ser afetada em seus processos de limpeza e salga, os quais estão sujeitos aos procedimentos e cuidados adotados pelas próprias empresas fabricantes. As tripas naturais podem ser comercializadas na forma salgada e desidratada, pré-lavada em salmoura ou plissada em forma de tubo para facilitar a transferência para os bicos de embutimento. De qualquer maneira, é uma boa providência fazer a lavagem e o enxágue das tripas antes do uso no sentido de remover qualquer contaminante residual. Pelo fato de serem originárias do trato intestinal dos animais, as tripas são inerentemente contaminadas com bactérias, inclusive patogênicas. Entretanto, algumas pesquisas científicas têm mostrado que o processo de salga é bastante efetivo no controle de bactérias patogênicas e deterioradoras. Tripas armazenadas em sal ou salmoura, com uma atividade de água (aW) de 0,85 ou menor, reduziram em 30 dias a população de Staphylococcus, Escherichia coli e Salmonella a níveis insignificantes. O único micro-organismo mais difícil de ter uma redução é o clostrídio. No caso da Listeria, a aW requerida para reduzir a população a níveis insignificantes é de 0,75. Para obter uma aW de 0,85 em uma salmoura, é necessária uma concentração de 23% de sal. Já em uma salga seca, a aW pode chegar a 0,75. A estocagem a 20°C foi considerada mais efetiva na redução de bactérias viáveis e vírus do que a estocagem a 4°C. A estocagem de tripas naturais salgadas a 20°C por 30 dias já é considerada, internacionalmente, como parte dos Procedimentos Padronizados de Operação para a indústria de tripas. Ainda em relação às tripas naturais, a camada de gordura aderida em sua camada externa deve ser adequadamente removida, pois pode ocasionar rancidez, principalmente em tripas salgadas. Essa rancificação pode ser transferida para o produto e desenvolver aromas indesejáveis. Uma das propriedades mais especiais das tripas naturais está no fato de fornecer uma aparência artesanal e tradicional aos produtos cárneos embutidos. Por outro lado, proporciona também um custo mais elevado, maior uso de mão de obra, menos uniformidade e pouca adaptação a equipamentos de alta capacidade de produção. 26
Rei da Linguiça / Fotos meramente ilustrativas
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As tripas artificiais tiveram um enorme desenvolvimento nas últimas décadas e estão disponíveis em uma grande variedade de formas, tamanhos, aparência e, inclusive, com características muito próximas às tripas naturais. Além disso, algumas tripas artificiais podem incorporar agentes que interagem com os produtos, tais como colorantes, condimentos, aromas, antimicrobianos e uma grande variedade de materiais depositados nos produtos após o embutimento e processamento. Os materiais básicos utilizados para fabricação de tripas artificiais são: colágeno, celulose e materiais sintéticos derivados de polímeros tais como a poliamida. As tripas de colágeno podem ser de colágeno regenerado, disposto de forma tubular, pronto para uso ou coextrusado com o produto, o que é uma inovação relativamente recente na tecnologia de processamento de salsicha. As tripas de colágeno se assemelham muito às tripas naturais, inclusive nas propriedades características de processamento de cozimento e defumação, em que o controle de umidade é bastante crítico. As maiores vantagens das tripas artificiais de colágeno são as uniformidades de calibre, formato e maior resistência ao embutimento. Um problema frequente com as tripas de colágeno regenerado está na fragilidade desenvolvida durante a armazenagem prolongada, que provoca um aspecto Dezembro 2012
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Arquivo RNC
quebradiço na parede da tripa. Isso ocorre porque essas tripas são embaladas na forma seca (sem nenhum agente hidratante ou umectante) e a armazenagem prolongada aumenta ainda mais a perda de umidade das tripas, causando uma desidratação significativa, produzindo um endurecimento e o consequente rompimento das tripas durante o embutimento.
Embutidos comercializados em Barcelona
As tripas de celulose incluem as tripas removíveis usadas no processamento de salsichas sem pele e produtos similares. Essas tripas precisam ser embutidas em calibres recomendados para facilitar o processo de depelagem. A umidade no processo de defumação é também um fator que influencia na permeabilidade e deposição de fumaça, embora não tão crítico como no caso das tripas naturais e de colágeno regenerado.
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Tripas fibrosas são tripas de celulose de calibres maiores, fabricadas geralmente com uma estrutura contendo mais fibras de celulose, o que fornece maior resistência à umidade e à pressão de embutimento. Essas tripas estão disponíveis com revestimentos internos, que dão maior ou menor aderência à superfície do produto, como no caso das linguiças secas em que as tripas encolhem junto ao produto em desidratação, ou facilitam a sua remoção em produtos de grandes calibres que serão fatiados. Essas tripas fibrosas também podem ser microperfuradas para melhor remoção do ar, bem como da umidade da superfície do produto no interior da tripa; pode ser furada na parte final, permitindo a remoção do ar durante o embutimento, fornecendo um maior coeficiente de aproveitamento e diminuindo a probabilidade de rompimento. As tripas artificiais estão disponíveis também em versões totalmente impermeáveis, fabricadas em poliamida (nylon), cloreto de polivinilideno (PVDC) ou outra resina, transformada em um tubo de filme plástico para serem utilizadas em processos de cozimento por imersão em água, nos quais nenhuma troca de ar, gases ou umidade é desejada.
Adaptação: Manuel Pinto Neto SEBRANEK, J. Natural vs. Artificial Casings: Evaluating which is best for your product. Disponível em: <http://www.meatingplace.com/Industry/TechnicalArticles/Details/14460>. Acesso em 10 out. 2012.
Dezembro 2012
Segurança dos Alimentos
Ricardo Moreira Calil
O rebanho que secou
A
bovinocultura no Brasil tem uma importância muito grande na atividade do agronegócio, seja do ponto de vista econômico como também no social. Muitas propriedades rurais têm no bovino a sua maior renda ou mesmo a sua única fonte de recursos, obtidos mediante a exploração do gado de corte ou de leite. Segundo o historiador Raimundo Girão (1984): “O Nordeste é considerado o marco inicial da colonização brasileira, palco da evolução econômica, social e política por que passou o Brasil durante quase todo o período colonial, que foi desenvolvida em duas áreas ou domínios: o periférico ou litorâneo, com o fabrico do açúcar, e o domínio mediterrâneo ou da ocupação interior, com a criação do gado”. Entretanto, manter os animais nesta região do País não foi fácil, a começar pelo tipo de solo, clima e, principalmente, pela distribuição irregular das chuvas, que até hoje assola o povo nordestino. Tanto é verdade que, conforme relata o escritor Gustavo Barroso (1962): “Que no ano de 1790 principiou, além de outras mais moderadas, seca tão terrível e rigorosa que durou o espaço de quatro anos, porém, nos anos de 1791 e 1792, mais excessiva, de tal sorte que derrubou, destruiu e matou quase todo o gado do sertão da comarca de Aracati (cidade portuária que, na época, passava por evidente progresso econômico) e, por isso, veio a perder aquele ramo do comércio das fábricas de carnes secas desde o ano de 1793, porque no ano de 1794 já não houve gado para o abate”. Portanto, historicamente, fica fácil entender os problemas que se repetem na região, relacionados aos períodos de seca, como o que acontece agora, que segundo relatos dos que lá vivem, há mais de 50 anos não passavam por um período tão longo sem chuvas. As reportagens, os vídeos na internet, mostram aos que estão distantes o tamanho do estrago causado pela seca, o gado magro, reses agonizando próximas à morte ao lado de carcaças em deterioração dos que já morreram. Parece que não há o que fazer, o produtor fica abandonado, sem rumo, só tem como consolo a oração, na esperança de que algumas nuvens de chuva possam aplacar o desespero de ver todo o seu patrimônio e esforço transformados em pó. Alguns conseguem comprar água com o que resta das suas economias, por dó em ver seu gado definhando no chão trincado e quente, mas não é o suficiente, pois na maioria das vezes, além da falta água, não há comida disponível. Esse quadro desolador e cruel se repete a cada ciclo da 30
natureza, que no passado tentava-se adivinhar olhando para o céu, mas hoje não, o clima pode ser previsto com grande margem de acerto por meio de equipamentos sofisticados e do conhecimento de profissionais especialistas. A verdade é que já foram gastos bilhões de reais quando ocorrem esses períodos de seca, tanto nas brandas como nas mais intensas, a partir de recursos do governo federal que, na maioria das vezes, desaparecem sem nenhuma ação efetiva para resolver o problema. A Embrapa, que é uma agência de pesquisa, tem desenvolvido trabalhos de grande valia, com soluções práticas e econômicas que, se implantadas de forma organizada e generalizada, proporcionariam um grande avanço no auxílio ao produtor. O programa das cisternas que servem como reservatórios de água já deveria estar implantado, principalmente, nas zonas mais críticas e com um sistema de apoio de distribuição de água pelo poder público nos períodos de maior estiagem, seja com a perfuração de poços, construção de grandes açudes ou mesmo a transposição do Rio São Francisco, garantindo inclusive a qualidade do produto, que nos períodos de escassez fica sofrível. Para se ter uma ideia da falta de respeito do poder público, uma prefeitura do interior nordestino, apesar de ter cisternas do tipo caixa d’água em seu depósito, mais de 300, não conseguiu distribuí-las a tempo e elas permanecem lá como um desafio ao bom-senso e às boas práticas de gestão pública. Assim, fica patente que a frustração desses produtores, que são acostumados e sabem produzir na dificuldade, só pode aumentar quando, além do tempo, conspiram contra eles a burocracia e o pouco interesse em atacar o problema de frente, que possa acabar de vez com a imagem triste de um rebanho que secou.
Ricardo Moreira Calil é médico-veterinário sanitarista, professor doutor e fiscal federal agropecuário do Mapa | ricardomcalil@hotmail.com Dezembro 2012
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Marfrig
verticaliza a sustentabilidade Companhia está à frente do mercado quando o assunto é meio ambiente
O
mantra seguido nos corredores da Marfrig Alimentos S.A. é a busca para melhorar o “atendimento ao cliente sempre”, em todas as instâncias do grupo, seja verticalmente ou horizontalmente, entre seus 90,5 mil colaboradores em cinco continentes. Partitura regida pelo presidente Marcos Molina. Nos resultados do terceiro trimestre de 2012, a Marfrig demonstrou ao mercado uma receita de R$ 6,3 bilhões, crescimento de 14,1% sobre o mesmo período do ano anterior. O conglomerado apresentou lucro de R$ 10,4 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 540 milhões apontado no terceiro trimestre do ano passado, o que elevou para R$ 60,3 milhões o lucro líquido do ano corrente da companhia. A partir de uma antiga distribuidora de carnes nascia, no ano 2000, portanto há apenas 12 anos, uma das maiores agroindústrias processadoras de alimentos do mundo, cujos produtos estão presentes em 160 países, sendo a segunda maior produtora e exportadora de aves e suínos e a terceira maior produtora mundial de carne bovina. 32
Seus números são superlativos, apontados nos relatórios públicos. A companhia apresenta cerca de 140 unidades de produção, escritórios comerciais e Centros de Distribuição, e presença física em 17 países. O grupo vendeu 4,8 milhões de toneladas de alimentos em 2011 e deve bater essa marca neste ano fiscal. A companhia pegou como ponto central de seu crescimento o foco em alimentos processados com maior valor agregado na oferta de produtos, base dos resultados efetivos em que está centrada. Para que houvesse qualidade em todos os seus processos produtivos, a Marfrig Alimentos resolveu abraçar a causa da sustentabilidade como conceito primordial para fazer a diferença para seu cliente final, seja ele o grande atacadista ou o consumidor na ponta da cadeia. De acordo com informações de sua assessoria, o conceito de sustentabilidade já faz parte da essência do Grupo Marfrig desde a sua criação e é explícito na visão e missão e no seu código de ética. A holding do Grupo estabeleceu uma área corporativa de sustentabilidade desde 2010, quando foi delineada na reunião estratégica do grupo uma ação mundial para todas as suas empresas. Dezembro 2012
Arnaldo de Sousa, freelancer para a RNC
Hoje, todas as empresas presentes em cinco continentes e em 22 países estão alinhadas nessa estratégia. Para efetivar a preocupação com o meio ambiente e bem-estar social, a Marfrig tem presença garantida e assento nos dez principais acordos, compromissos e pactos setoriais nacionais e internacionais. “Na realidade, foi um formato que a nossa presidência entendeu que precisava demonstrar o que se vinha fazendo, na prática, há muitos anos. O setor de proteína animal é bastante visado por ONGs que enquadram todos do mesmo jeito e nós não entendemos assim, porque somos diferenciados. A Marfrig foi uma das primeiras empresas do setor a assinar o pacto da pecuária sustentável (do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável)”, comenta em entrevista exclusiva à Revista Nacional da Carne, Cléver Pirola Ávila, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Tecnologia da Marfrig Alimentos [nova nomenclatura do grupo, que se posiciona como produtora, processadora e fornecedora de alimentos e não apenas carnes]. Faz todo sentido a empresa preocupar-se em se posicionar como uma companhia que produz com sustentabiDezembro 2012
Fotos: Divulgação
lidade em todos os seus processos, pois há uma projeção de mercado em que as exportações de produtos à base de proteína animal devem crescer 87,2% até 2022. O que significa dizer que, em uma década, o mercado externo vai ser mais exigente com seus fornecedores. Pelo que a Marfrig está demonstrando, pelo menos em mecanismos de sustentabilidade, ela está à frente do mercado. Como exemplo de seu posicionamento prático, são realizados, periodicamente, os inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Desde 2010, o Grupo Marfrig vinha realizando inventários de GEE nos escopos 1 (Emissões diretas, dos processos próprios) e 2 (Emissões indiretas de energia adquirida), e estabeleceu um plano de redução de 30% da intensidade de emissões nestes escopos até 2020. 33
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Imagens: Divulgação
A companhia já conquistou aproximadamente 50% desse objetivo por meio de melhorias nos sistemas de tratamento de efluentes e substituição de combustíveis fósseis por renováveis. “Essa iniciativa pioneira é fundamental para que a companhia possa conhecer a pegada real de carbono dos seus produtos e estabelecer estratégias mais amplas de reduções, visando à adequação de todas as cadeias numa economia de emissões controladas”, explica Ávila. O Grupo Marfrig é uma das empresas de alimentos mais diversificadas do setor carnes, com seu portfólio de produtos à base de carnes de frango, peru, suínos, bovinos, ovinos, peixes, vegetais, massas e doces, entre outros. De granjas de produção de matrizes e confinamentos, fábricas de rações e incubatórios, unidades industriais de alimentos e de couro até escritórios e Centros de Distribuição mundo afora.
Grupo estende conceito do tripé da sustentabilidade para seis dimensões: responsabilidade social, cadeia de suprimentos, ambiental, tecnologia, viabilidade econômica e produto final “A Marfrig possui 35% das suas emissões de gases de efeito estufa globais neutras, dentro escopo 1 e 2, ou seja, dentro de nossa responsabilidade, quando começamos a fazer inventário de sequestro de carbono ou Carbono Neutro”, comenta o diretor de Sustentabilidade. Segundo o diretor, os inventários foram trabalhados no início dos anos 2000 em plantas específicas para clientes específicos. “Nós queríamos saber como é que acontece o manejo desses recursos naturais na cadeia verticalizada. Neste ano, fizemos um inventário no escopo 3, que é justamente da cadeia produtiva como um todo. Apareceu a informação para nós, de forma clara, que 95% das emissões estão justamente fora das fronteiras da Marfrig”, justifica, com dados, Ávila. 34
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A companhia comemora a presença no ranking das dez melhores empresas brasileiras em desempenho e práticas transparentes de divulgação de relatórios sobre emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e mudanças climáticas. O ranking foi publicado no “CDP Investor Brasil 2012”, documento elaborado pela Carbon Disclosure Project (CDP), organização não governamental com 12 anos de atuação e detentora do maior banco de dados corporativo do mundo sobre o assunto. Fazendo jus ao mérito e avançando mais no processo de inventário de emissões, até 2014, os 53 maiores fornecedores foram convidados a emitir relatórios de GEE à Marfrig. O objetivo é acompanhar a evolução desses parceiros na percepção que possuem em relação às mudanças climáticas e na proatividade em programar ações de controle e mitigação de impactos e riscos relacionados. É o chamado relatório CDP Supply Chain. “Dentro da nossa governança corporativa, um dos aspectos é a transparência. Mais de 50 fornecedores de grande impacto foram convidados. Sentimos que 60% já começaram a participar. Na realidade, a gente quer aprender com eles e eles podem aprender com outros fornecedores/clientes. Isso provoca uma reação em cadeia que chamamos de círculo virtuoso”, menciona Ávila. Na visão da Marfrig, sustentabilidade vai além do famoso tripé (triple botton line): desenvolvimento econômico, gestão ambiental e responsabilidade social. O grupo estende o conceito para seis dimensões: responsabilidade social, cadeia de suprimentos, ambiental, tecnologia, viabilidade econômica e produto final. “Em sustentabilidade, há uma interação dinâmica entre as áreas. Não adianta dizer que agora vou cuidar da água, agora do meio ambiente, agora do econômico... não existe isso. Você tem de integrar tudo isso e fazer fluir de forma natural. Realmente é um desafio porque as cobranças ainda são segmentadas”, explica Ávila, que trabalhava na Seara, foi alçado para a holding da companhia para desenvolver e coordenar esse trabalho.
Até 2014, os 53 maiores fornecedores foram convidados a emitir relatórios de GEE [Gases de Efeito Estufa] à Marfrig. O objetivo é acompanhar a evolução desses parceiros na percepção que possuem em relação às mudanças climáticas e na proatividade em programar ações de controle e mitigação de impactos e riscos relacionados (...) “Isso provoca uma reação em cadeia que chamamos de círculo virtuoso”, menciona Cléver Pirola Ávila, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Tecnologia da Marfrig Alimentos Dezembro 2012
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“Haverá uma transformação nesse processo de redução de emissão nas empresas de modo geral no Brasil”, prevê Ávila. “A primeira coisa que as pessoas sentem é no bolso. Os agentes financeiros que financiam a produção não estão querendo participar de projetos que estejam prejudicando o planeta. Não é à toa que ‘n’ entidades financeiras, mesmo investidores, criam carteiras específicas para poder financiar esse tipo de grupo de empresas que têm essa estratégia”, completa.
Nos próximos 18 anos, o consumo mundial de proteínas animais saltará de 43,3 kg para 54,6 kg por pessoa/ ano [Fonte: Relatório Anual 2011 da Marfrig]; como as companhias estarão preparadas para esse mercado? Investindo em qualidade em todos seus processos e a sustentabilidade é um mecanismo que envolve tudo
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Pagamentos diferenciados pelo boi
O Brasil bateu recordes de exportação de carne bovina in natura em outubro. No acumulado do mês, o país exportou 100,6 mil toneladas, alta de 10,7% em volume e 15,4% em faturamento (US$ 486 milhões) desse tipo de carne, maior quantidade mensal exportada em 2012, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Certamente, nos números favoráveis da exportação brasileira, estão inclusos os embarques de empresas como a Marfrig. Até 2015, a projeção do mercado é que o Brasil seja o maior exportador mundial de carnes. E para acompanhar esse ritmo, o rebanho precisa comprovar origem e qualidade. Pensando nisso, a Marfrig Alimentos é uma das principais empresas do setor que instaurou um programa para valorização do produtor que se compromete a seguir as exigências ambientais, com relação aos trabalhadores e aos animais: o chamado Marfrig Club. Com mais de 500 fazendas credenciadas, o Marfrig Club é uma ferramenta de trabalho do grupo visando incentivar os
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parceiros/pecuaristas (uma das pontas da indústria processadora de carnes) que são produtores rurais e empresários a embarcar no processo de sustentabilidade. O programa enaltece e bonifica os pecuaristas conscientes e atuantes nas práticas de respeito animal, respeito ambiental e respeito social, ajudando-os a alcançar as mais modernas certificações de propriedade voltadas para a produção de alimento e premiando animais oriundos de fazendas que praticam boas práticas agropecuárias e de gestão. Oferece aos pecuaristas que participam do programa até 30% a mais no valor pago por arroba por cabeça, além de proporcionar descontos na compra de insumos de empresas parceiras do projeto. “Se você realmente quer promover uma transformação, e o que a gente está fazendo no País é uma transformação, você tem de premiar aquele pecuarista que faz melhor pela produção”, comenta Ávila com entusiasmo. A empresa avalia os animais adquiridos no campo em um check-list específico que nós criamos e que é aplicado com regularidade. Cada produtor, de acordo com esse check-list, é classificado conforme uma classe de premiação: bronze,
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prata, ouro e platina, num programa que foi construído pelo debate. “Fomos conversar com o cliente, acionista, agente financeiro, todos. Falávamos do social, ambiental e do econômico. Então introduzimos mais três dimensões na sustentabilidade: gestão da cadeia de valor (suprimentos, onde está incluso o Marfrig Club), tecnologia (porque se você quer fazer sustentabilidade, não existe maneira de você fazer diferente e melhor se não for usando tecnologia com inovação) e, finalmente, o produto final, que a sociedade exige sob o aspecto de sustentabilidade”, explica Ávila. Além do Marfrig Club no bioma amazônico, há mais dois programas que visam ao pagamento pela qualidade de carcaça e com a conformidade exigida pela Marfrig a seus fornecedores, que são o Programa Fomento Angus e o Programa de Qualidade Nelore Natural. O Programa Fomento Angus Marfrig fornece apoio técnico e promove o relacionamento com o produtor, visando aproximar fazendas e indústrias por meio da produção padronizada e certificada de carne bovina e ovina de alta qualidade.
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O Grupo Marfrig incentiva o uso de reprodutores avaliados para produção de carnes de alta qualidade, comprovados como melhoradores por características de maciez e marmoreio, das raças angus e brangus para bovinos e da raça primera para ovinos. Existe um contrato de parceria pecuária que envolve toda a assistência reprodutiva no caso de bovinos e toda a orientação técnica e de gestão para ovinos.
Além do Marfrig Club no bioma
amazônico, há mais dois programas que visam ao pagamento pela qualidade de carcaça e com a conformidade exigida pela Marfrig a seus fornecedores, que são o Programa Fomento Angus e o Programa de Qualidade Nelore Natural O objetivo do programa é fomentar a produção de animais com genética comprovada, a fim de regularizar o fornecimento de carne de alta qualidade certificada e promover a utilização de novas tecnologias a campo, gerando maiores resultados aos pecuaristas. “É isso que incentiva o produtor a buscar melhoria contínua. Quer dizer, se hoje ele consegue ter uma evolução na genética, amanhã ele pode ter uma evolução na parte ambiental e assim por diante. O produtor vai galgando pontos em prol dessa estratégia, pensando na sustentabilidade como um todo”, acredita o diretor de Sustentabilidade. Já outra parceria importante é com a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). Os técnicos visitam as propriedades verificando e coletando informações a respeito do sistema de produção aos quais os rebanhos são submetidos, bem como orientando a respeito das boas práticas de bem-estar animal, responsabilidade social e ambiental. O atendimento às normas de produção do Programa de Qualidade Nelore Natural credencia os pecuaristas associados à ACNB a participarem da iniciativa, podendo alcançar as premiações oferecidas aos animais classificados nos padrões de carcaça preconizados. Na indústria, as carcaças dos animais provenientes das fazendas vistoriadas passam pela classificação nos critérios: raça, sexo, peso, idade e acabamento de gordura. As aprovadas são selecionadas e seus cortes recebem o selo Nelore Natural. Por meio desse trabalho, o pecuarista tem a qualidade de seu rebanho reconhecida, podendo ser remunerado 38
com até 4% de sobrepreço em relação ao valor de mercado, e o consumidor passa a ter à����������������������� ������������������������ sua disposição um produto com origem conhecida e qualidade controlada. Tais produtos vão para o mercado com o selo Seara Natural. “Hoje, devemos buscar um resultado que o consumidor espera. Pensando num dos aspectos da área de sustentabilidade, que é a definição de produto que a Marfrig Alimentos determina como produto acabado ideal. Falamos em bovinos, mas também adotamos estratégias similares para frangos, suínos, ovinos, peru, enfim, toda a cadeia de proteína animal que a Marfrig está participando hoje do mercado. Cada uma tem suas peculiaridades e você tem de buscar as vantagens competitivas”, ressalta Cléver Ávila.
6,6%
do PIB nacional vem
do setor de alimentos
R$ 3,93 bilhões foi a contribuição no saldo positivo da balança comercial, que atingiu quase
R$ 30 bilhões em 2011 Fonte: Relatório Anual 2011 da Marfrig
Sistema de Gestão Integrada (SGI)
A Marfrig Alimentos, por causa de seu estilo no mercado, que foca no melhor atendimento ao cliente, vem colecionando prêmios como a “Melhor Empresa do Agronegócio” e “Melhor Empresa de Carnes” (2010 e 2011) pela revista Exame Maiores e Melhores, a “Melhor Empresa em Sustentabilidade Financeira” pela revista IstoÉ Dinheiro, a “Melhor Indústria de Carnes” pela revista Globo Rural em 2010 e, em 2011, recebeu o “Troféu Transparência” da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Administração (Anefac), pela qualidade, transparência e padronização das suas demonstrações financeiras. “A Marfrig é uma empresa que se destaca pelo posicionamento de sua estratégia de sustentabilidade (que engloba o equilíbrio econômico, social e ambiental), sendo pioneira e proativa no setor de alimentos, contribuindo com o desenvolvimento da sociedade e a preservação do planeta e trazendo retorno aos seus acionistas”, diz Marcos Molina, presidente da companhia. Os Sistemas de Gestão Integrada (SGI) estão sendo implantados para atender ������������������������ às���������������������� demandas sociais, ambientais, de saúde/segurança, de qualidade e alimento seguro, a fim de garantir o cumprimento das legislações nacionais e instrumentos internacionais aplicáveis, requisitos de clientes, requisitos das normas estatutárias e regulamentares e outros requisitos na cadeia produtiva, Dezembro 2012
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além de monitorar as práticas de sustentabilidade dentro e fora do grupo. “É complexo, realmente, produzir, exportar e integrar tudo num único sistema. E no caso da Marfrig, eu colocaria uma dose adicional porque é um grupo que incorporou dezenas de empresas. Além de inserirmos o nosso conteúdo de gestão em todas essas empresas, há os desafios de crescer no mercado. Então você tem de alinhar todas as empresas adquiridas num processo de gestão em busca de sinergia entre elas e, ao mesmo tempo, aplicar o conceito de sustentabilidade dentro da empresa. Realmente é um desafio interessante”, afirma Cléver Ávila. Desenvolvidos internamente pelas divisões de negócios, estes sistemas otimizam os processos nas áreas���� ��������� envolvidas, evitando sobreposição de ações, maximizando resultados e reduzindo custos. Segundo a companhia, a Divisão Bovinos Brasil foi a primeira do segmento de carnes a obter a certificação do SGI abrangendo ISO 22000, ISO 14001, OHSAS 18001 e SA 8000. Além disso, a corporação incentiva a adoção de outras normas internacionais como forma de proporcionar aos clientes a melhor qualidade de produtos e serviços. A Marfrig considera as certificações e a adoção de normas internacionalmente reconhecidas como ferramentas para o aprimoramento da gestão empresarial. Além disso,
Em Diamantino, sistema piloto de biodigestores para tratamento de dejetos suínos
elas atuam como catalisadoras no processo de integração entre as unidades do grupo. A sistematização dos processos e a padronização das informações possibilitam o pronto atendimento às demandas internas e externas, bem como a rastreabilidade de todo o processo produtivo. “O grande diferencial para o grupo é que houve uma sinergia global. Temos presença nos cinco continentes, e nós fizemos nosso primeiro workshop mundial de sustentabilidade do grupo. Toda a ação faz parte de uma gestão global de sustentabilidade na Marfrig”, reforça Ávila. Segundo o diretor de Sustentabilidade, a empresa colocou como referência o ano de 2020 para que todo o grupo atinja as metas dentro da estratégia de sustentabilidade e busque algo concreto em termos de redução de emissões. “Isso não quer dizer que todas as empresas do grupo vão ter de adotar o mesmo desafio. Temos países que têm mais potencial de buscar sustentabilidade numa velocidade maior e outros menos. Principalmente falando em mudanças de clima em relação às emissões de gases de efeito estufa”, explica Ávila, pois cada nação tem um potencial diferente para ser atingido.
Tratamento de efluentes e Pegada Hídrica
A Marfrig considera seus projetos de tratamento de efluentes como pilotos de energia térmica à base de biogás, na planta de Promissão (SP). Destaca ainda um 40
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projeto em Diamantino (MT), à base de resíduos de suínos, que garante ser a maior granja da América Latina, com mais de 100 mil animais. A empresa produz 1 MW/ hora, que é usado totalmente como consumo próprio. Inaugurado em março de 2010 na unidade Seara, em Diamantino (MT), o sistema piloto de biodigestores para tratamento de dejetos suínos era considerado, na época, modelo para implantação de outros sistemas no País e no mundo, capaz de reduzir o equivalente a 73 mil toneladas de CO2/ano para a atmosfera, o que corresponde ao plantio e preservação de 15 milhões de árvores nativas ou 6.820 hectares de reflorestamento. A tecnologia de biodigestor instalado no grupo é a mista (líquido-sólido). “Estivemos na Alemanha recentemente e já existe tecnologia superior, tecnologias somente de origem sólida, com aproveitamento de biogás muito maior do que temos atualmente. Quando implantamos o nosso biodigestor de Diamantino, era a mais nova tecnologia da época, só que tudo evolui”, revela Ávila, que tem uma meta de, em 2020, acabar com os aterros sanitários legais e converter os resíduos de todo o grupo em biogás. A principal finalidade do sistema é tratar os efluentes líquidos da atividade industrial, purificando e reutilizando toda a água consumida. Depois de purificada, 70% da água é reutilizada no processo industrial e 30% vai para a fertirrigação de lavouras. A energia a ser gerada por esses biodigestores deverá ser usada para movimentação da frota de caminhões terceirizada do grupo. E para dar continuidade à inovação no conceito global de sustentabilidade, a Marfrig Alimentos acaba de iniciar o mapeamento da sua Pegada Hídrica, utilizando a metodologia Water Footprint Network para medir o uso da água em seus processos produtivos, tornando-se assim, segundo Ávila, a primeira empresa no setor de alimentos a realizar um projeto de gestão de recursos hídricos com elevado grau de detalhamento. “Fizemos dois programas pilotos, um em Amparo (SP) e outro na planta de Bataguassu (MS). Um no negócio de aves e outro em bovinos. Aí mensuramos toda a água utilizada: forma de uso e origem desta água na cadeia como um todo. Desde a geração do grão (soja, milho e sorgo) e o consumo de água em nosso processo produtivo, ou seja, não só na indústria, no abate, mas também nas granjas (aves e suínos)”, complementa Ávila. As duas unidades foram escolhidas em razão da representatividade que ambas têm na produção da empresa, com o propósito de replicar seus resultados para serem utilizados como referência por outras unidades, inclusive em outros países. “A visão da empresa agora é 42
de replicar em nível global essa experiência com a água. A partir de janeiro de 2013, vamos replicar para todas as plantas Marfrig. O resultado prático é mostrar o perfil de consumo em todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até o produto acabado”, explica o diretor de Sustentabilidade do grupo. A Water Footprint Network foi criada em 2008 por entidades, empresas e cientistas empenhados em promover o uso eficiente e sustentável da água. Com crescente reconhecimento internacional, a metodologia já foi aplicada em mais de 200 produtos ao redor do mundo e, atualmente, conta com 164 organizações parceiras em 28 países. “A boa gestão dos recursos hídricos é um dos pontos de grande importância para a sustentabilidade das operações do Grupo Marfrig. A metodologia do Water Footprint Network será aplicada não só para quantificar o uso da água em todo o grupo, mas também para ajudar a aprimorar a quantificação e avaliação dos impactos ambientais das operações”, diz Ávila.
Instituto Marfrig, uma visão do social
Como um braço do seu programa de sustentabilidade, a Marfrig Alimentos criou o Instituto Marfrig, que mantém algumas campanhas e um trabalho de grande relevância social que é o projeto Fazer e Ser Feliz, que dá oportunidade a crianças carentes moradoras próximas das unidades do grupo. O primeiro projeto nasceu em 12 de outubro de 2011, em Promissão (SP), e hoje já são quatro unidades no total: além de Promissão, uma em Itajaí (SC), outra em Bataguassu (MS) e, até o fim deste ano, será inaugurada mais uma em Amparo (SP). Já são 150 crianças atendidas pelo projeto, a um investimento de R$ 2.000 por criança/ano. “O Instituto Marfrig de Sustentabilidade conduz as ações sociais desenvolvidas em benefício das comunidades em que o grupo está inserido. Em 2011, implementamos o primeiro projeto próprio do instituto, o Fazer e Ser Feliz, que beneficia crianças do município de Promissão, oferecendo atividades recreativas e educacionais complementares à escola”, comenta o presidente do grupo, Marcos Molina, em entrevista no site da empresa. Todo o projeto é voluntário. Buscam-se parcerias nas comunidades em geral que vão desde apoio financeiro até apoio de doação de material didático, creme dental, lanche e merenda, entre outras coisas. “Escolhemos a faixa etária de 6 a 11 anos como sendo a mais adequada. Temos projetos que trabalham com adolescentes também. Trabalhamos com crianças carentes e que não são filhos dos nossos funcionários. Nosso entendimento é que nosso funcionário, Dezembro 2012
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pelo menos, tem seu salário e benefícios, além de receber orientação educacional dentro da própria empresa”, defende Ávila que trata o tema com grande interesse. A empresa investe numa casa nos arredores onde suas plantas estão instaladas, promove a reforma do local, deixando-o com um visual lúdico de escola, além de equipá-lo com materiais pedagógicos. Uma das mais importantes tarefas é o reforço escolar, pois um dos pré-requisitos é a criança frequentar a escola pública. Uma das campanhas realizadas pelo instituto entre os 50 mil colaboradores do grupo no Brasil foi a arrecadação, neste ano, de 14 mil brinquedos para doações. Antes do inverno, a entidade realiza a campanha do agasalho. “Dentro da nossa meta em 2020, queremos ter uma casa do projeto Fazer e Ser Feliz implantada em cada fábrica que
temos hoje no Brasil, onde tiver uma comunidade carente”, espera Ávila, com uma ponta de orgulho.
As unidades de Promissão (abaixo) e Bataguassu (acima) estão entre as que contam com o projeto social Fazer e Ser Feliz
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Lançamentos
Vitrine da refrigeração
industrial
Repercutindo a reportagem de capa da edição passada da Revista Nacional da Carne (nº 429), sobre os avanços e perspectivas para as câmaras e túneis frigoríficos, acompanhe ainda as respostas dos especialistas consultados quanto aos lançamentos e inovações de suas empresas:
AMP Refrigeração
“A aplicação em câmaras de congelamento requer um equipamento com bastante versatilidade no que diz respeito à variação de carga térmica do sistema. Isso porque a energia requerida para congelamento varia muito durante o tempo de processo. Então, os últimos aperfeiçoamentos foram direcionados a isso. Posso citar: sistemas paralelos com utilização de inversores de frequência em compressores, utilização de compressores digitais, utilização de válvulas de expansão eletrônicas, entre outros.” Cassiano Lemanski de Paiva, gerente comercial
Bertolini
“Atentaria para dois novos produtos: • o Porta Pallet Deslizante, que são estruturas automatizadas sobre trilhos que facilitam o quantitativo de estocagem, pois trata-se de um sistema que utiliza somente um corredor para movimentação da empilhadeira; a blocagem neste tipo de sistema é de 95% do espaço físico disponível e com a vantagem de uma seletividade de 100%; se comparado ao sistema convencional, pode dobrar a capacidade de estocagem em uma mesma área; • o outro produto é o Drive-in para Carro Satélite, também automatizado, que otimiza o espaço físico possibilitando aumento da capacidade de armazenagem e maior seletividade dos produtos em comparação ao drive-in estático.” Filipe Cousandier, supervisor de Vendas
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Bumerangue
“Lançamos três modelos de esteiras para túneis: 1) EMRACV 50 – esteira reforçada para túneis de congelamento; 2) EMRAC 50 – esteira com roletes para acumulação de caixas e entradas de túneis de congelamento; 3) EMRACT 50 – esteira com roletes transversais para retirada de caixas de túneis de congelamento.” Renato João Bonet, diretor industrial e financeiro
Cargomax
“Para câmaras e antecâmaras, temos o nivelador eletro-hidráulico, com acabamento em galvanização a fogo, um equipamento fabricado para suportar baixas temperaturas. Seu painel elétrico é vedado e seus componentes são específicos para trabalhar em baixa temperatura. Temos também a borracha lateral de vedação e a cortina de vedação. Esses dois itens não deixam escapar o ar da câmara e nem a penetração de pragas na hora da operação do nivelador.” Alexandra Kyrillos, diretora
Danfoss
“Os produtos da Danfoss já são indicados para trabalhar tanto com amônia quanto com CO2. Os lançamentos mais recentes são: • Flexline™ SVL: os componentes desta linha caracterizam-se pela flexibilidade. Usando apenas dois corpos de válvulas básicos – um reto e um angular – a plataforma oferece cinco funções diferentes. Esses Dezembro 2012
componentes foram projetados para atender a todos os requisitos da refrigeração industrial, contemplam uma faixa de temperatura de –60°C a +150°C e suportam pressão de trabalho de até 52 bar; • Flexline™ ICF: a flexibilidade avançada e a eficiência com economia de tempo são características do bloco de válvulas desta linha. Essa solução de controle multifacetada oferece economia em diversas áreas, com a substituição de uma série de válvulas por um bloco único. Composto por um corpo de válvula e um máximo de 4 ou 6 módulos de função, o bloco de válvulas é uma verdadeira solução Plug & Play com fácil instalação. Além disso, contempla 90% das aplicações com apenas quatro configurações básicas e permite mais de 50 configurações especiais; • ICM: válvula motorizada de operação direta bastante compacta. A ICM consiste em três componentes principais: um corpo de válvula, uma combinação de módulo de função/cobertura e um atuador ICAD. O motor para válvulas ICM está disponível como válvula completa ou como parte de um programa de peças.
Outubro 2012
A instalação é fácil e rápida. Por conta da leveza e do design compacto, são fáceis de manusear. As conexões de soldagem direta dispensam o uso de flanges. A atuação da válvula é proporcional e gera controle muito mais preciso e adaptável a mudanças na carga de refrigeração e controle de umidade.” Pablo Ibaceta, diretor de Vendas na América Latina de Refrigeração Industrial
Dânica
“Porta de Correr Automática: seu painel integrado amplia as possibilidades de posicionamento. Com instalação até 40% mais rápida, não exige caixa externa de comando de abertura. A velocidade de abertura e fechamento e o controle da aceleração são comandados por um inversor de frequência de interface amigável. Tem controle remoto, chave de tração, laço indutivo e sensor de presença opcionais. Já a Porta PVV 40 é ideal para áreas refrigeradas com fluxo moderado de pessoas e mercadorias. Seu conjunto de dobradiças com molas de aço inox confere durabilida-
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Lançamentos
de e fechamento total. Além disso, tem anteparo de polietileno de alta densidade ou alumínio xadrez em ambas as faces como opcional (para casos de operação com carros de transporte) e permite regulagem por pressão positiva.” Luiz Sérgio Corrêa, diretor executivo comercial
Inovadoor
“Creio que as portas Inovadoor, tanto da linha frio quanto seca, também baixarão o custo final em benefício direto para este mercado. A Inovadoor é pioneira na indústria fabricante de portas industriais do Brasil para os mais variados segmentos, com 15 anos de experiência e novas ideias, aliadas ao desenvolvimento de projetos exclusivos, feitos sob medida para atender à necessidade de cada cliente.” Miguel de Paiva Rezende, diretor técnico
JBT FoodTech
“Nossos últimos lançamentos vieram para suprir exigências e inovações do mercado produtor de carnes congeladas. Temos soluções que atendem a volumes
48
acima de 6 ton/h de hambúrgueres, processos de congelamento de carne moída e cozida em forma IQF, linhas completas para carnes empanadas, fritas, cozidas, em cubos ou músculos inteiros. São tecnologias que começam por uma demanda do consumidor final, passam pelos produtores e se completam com a implantação de nossas soluções, feita pelo nosso time de técnicos e engenheiros de campo.” Ricardo Godoy, gerente comercial
Johnson Controls
“Podemos citar alguns exemplos: • Câmaras de choque térmico de suínos com perdas de peso abaixo de 1%; • Salas de climatização com controles de temperatura, umidade, pressão positiva e classificação de filtragem, garantindo a qualidade requerida para processo e produto e de acordo a Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho; • Câmaras com atmosfera controlada; • Túneis de congelamento contínuo tipo cartoon-freezer;
Dezembro 2012
• Sistemas de resfriamento utilizando fluido intermediário, resultando em menor carga de refrigerante no sistema frigorífico e tanques de estratificação e acumulação de frio; • Sistemas de resfriamento de solução com chillers em cascata, resultando em uma redução no consumo de energia de 15%; • Instalações de refrigeração contando com inversores de frequência em compressores operando em sistema mestre-escravo, bombas e ventiladores, resultando em um ganho de eficiência energética ao redor de 20%; • Sistema de controle e monitoramento de compressores com protocolo aberto e acesso direto via internet.” André Luis Carlini, gerente de Vendas
Mebrafe
“Criamos parceria com a empresa IBex, para fabricação e fornecimento de túneis contínuos, a fim de preencher esta lacuna no escopo de produtos para os nossos clientes; deste modo, passamos a trabalhar
Dezembro 2012
com soluções completas de refrigeração com o fornecimento tanto de equipamentos como instalação do tipo turn-key (chave na mão), de acordo com a necessidade de cada cliente.”
Tiago Miguel Machado, coordenador comercial
Termoprol Zanotti do Brasil
“Há uma gama muito grande de equipamentos que estamos transferindo e ‘tropicalizando’ de nosso sócio italiano, a Zanotti. Nosso foco tem sido a modularidade, compartimentalização de equipamentos, de forma a reduzir a carga de fluido refrigerante, bem como oferecer garantia de funcionamento. Temos focado nossa atenção no desenvolvimento de sistemas ainda mais eficientes e com degelo rápido, de forma a garantir o equipamento o maior tempo possível em refrigeração. Nosso objetivo é fornecer equipamentos cada vez mais automatizados e, embora tecnologicamente mais avançados, com uma interface mais amigável e simples.” Bruno Wilson Ronchetti, diretor
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&Análise Perspectiva
Ano II • nº 10
Nádia Alcantara
Natal da carne bovina?
Gráfico 1. Média de preços da arroba do boi gordo no Estado de São Paulo (valores nominais, para pagamento à vista, livre de Funrural) 115 Fotos: Sxc.hu
110
105
100
N
este artigo, apresentaremos uma breve retrospectiva de mercado, incluindo uma análise dos preços pagos ao produtor e do comportamento dos preços das carnes no varejo, além de uma análise dos mercados de carne de frango e suínos. Em breves linhas traçaremos algumas perspectivas para o setor.
Preços pagos ao produtor (carne bovina)
Os preços pagos ao produtor no mês de outubro mostraram certo grau de firmeza. A média de preços em São Paulo (SP) fechou a R$ 97,05, retração de 0,4% ante setembro. Em relação ao ano passado, a média de preços em São Paulo está 1,7% inferior. A média de preços da praça foi de R$ 98,75 em outubro de 2011. Mas, ao analisarmos outras praças de coleta de preços pecuários, notam-se que muitas médias de valor da arroba estão acima das médias do ano passado, o que nos ajuda a corroborar a hipótese de que a oferta de animais para abate está de fato mais restrita, uma vez que os preços são em parte reflexo desta. 50
90 90 85 80
75 70
Jan
Fev
Mar
2008
Abr
Mai
Jun
2009
Jul
2010
Ago
Set
2011
Out Nov
Dez
2012
Fonte: Informa Economics-FNP
Em relação ao mercado do atacado, os cortes bovinos apresentaram desvalorização no mês de outubro. Um índice chamado de equivalente físico do atacado – é uma composição dos preços com base na relação de cortes e sua distribuição na carcaça – mostrou retração de quase 5%, movimento que, como será visto adiante, não se refletiu nos preços do atacado.
Mercado do frango
Para o mercado de frango, os preços ao produtor em São Paulo apresentaram estabilidade no mês de outubro. No dia 3 de outubro, o quilograma do frango vivo era cotado a R$ 2,50, e fechou no dia 31 daquele mês a R$ 2,50. Os preços no atacado apresentaram movimento de desvalorização. O quilograma da carcaça, que era cotado a R$ 3,25 no dia 3/10, fechou a R$ 3,20 no dia 31/10/2012, retração de 1,5%. Dezembro 2012
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Gráfico 2. Preço do frango
Preço/kg - São Paulo
3,60 3,40 3,20 3,00 2,80 2,60 2,40 2,20
Carcaça Inteira
30 - Out
27 - Out
24 - Out
21 - Out
18 - Out
15 - Out
12 - Out
9 - Out
6 - Out
3 - Out
2,00
Frango vivo
Referência: Descalvado (SP) Fonte: Informa Economics-FNP
Mercado de suínos
No mercado do suíno vivo, os preços tanto ao produtor como ao atacado seguiram com valorização ao longo do mês de outubro. O produtor paulista, que recebia no dia 3 de outubro R$ 3,35 o quilograma do suíno CIF em Campinas, recebeu no dia 31 de outubro de 2012 R$ 3,41 pelo quilograma do animal terminado. Valorização de 1,8%. Nos preços do atacado, também houve valorização mais forte: a carcaça, que era comercializada a R$ 5,10 o quilograma no dia 3 de outubro, chegou a R$ 5,30 no dia 31 do mesmo mês, valorização de 3,9% no acumulado do período.
Gráfico 3. Preço do suíno
Preço/kg - São Paulo
5,80 5,30 4,80 4,30 3,80 3,30 2,80
Carcaça Inteira Especial
30 - Out
27 - Out
24 - Out
21 - Out
18 - Out
15 - Out
12 - Out
9 - Out
6 - Out
1,80
3 - Out
2,30
Suíno CIF - (Campinas - SP)
Referência: Descalvado (SP) Fonte: Informa Economics-FNP
Carnes no varejo
A análise dos preços no varejo da cidade de São Paulo (açougues e supermercados) no mês de outubro apontou para uma nova valorização nos preços da carne bovina praticados nos supermercados e nos açougues. Dezembro 2012
51
Análise
&Perspectiva
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Nos supermercados paulistanos, a valorização nos preços foi de 5,18%, mantendo a tendência de valorização em relação ao mês de setembro, quando a mesma havia chegado a 6%. Coxão mole e alcatra se mantiveram como os cortes com maiores índices de valorização, da ordem de 6,2% e 6,8%, respectivamente. O filé mignon também mostrou valorização importante, de 6,6% em outubro em relação a setembro de 2012. Os cortes de segunda também se valorizaram nos supermercados: o acém apresentou 6,7% de valorização, a paleta 8,4% e, a costela, 5,6%. Em relação às outras carnes, a carcaça de frango apresentou estabilidade nos supermercados paulistanos, mantendo-se a R$ 4,83 o quilograma da carcaça. Houve alta nos preços dos cortes suínos: tanto a bisteca quanto a costela apresentaram valorização de, respectivamente, 2,6% e 4,9%. Nos açougues paulistanos, os preços médios coletados pela pesquisa FIPE em outubro apresentaram valorização de 1,86%. Todos os cortes apresentaram variação positiva, mas de menor magnitude que os ajustes verificados nos supermercados. O maior ajuste positivo foi para o coxão
52
mole, de 2,8%, seguido do ajuste do lagarto, de 2,7%, e da picanha, de 2,6%. Em relação às outras carnes, a carcaça de frango apresentou 3% de valorização. O quilograma, que era cotado a R$ 4,64 em setembro, passou a valer, na média, R$ 4,78 em outubro. Para os cortes suínos, houve estabilidade para a bisteca, e valorização de 2,4% para a costela suína. Os cortes estão valendo, respectivamente, R$ 9,62/kg e R$ 13,00/kg. Em relação às margens entre atacado e varejo, apurouse que estas foram de 62,22% nos supermercados e 45,32% nos açougues.
Perspectivas de mercado
Os preços pagos ao produtor, mas também os preços de atacado e varejo, tendem a se manter firmes ao longo do mês de novembro de 2012, para os três tipos principais de atividade: bovina, suína e aves. Isso porque entramos em um período de melhor consumo, reflexo do pagamento de 13º salário, mas também efeito de uma retomada de alguns setores da economia.
Dezembro 2012
Análise
&Perspectiva
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Um destaque poderá se dar para o consumo da carne bovina, especialmente em face da perspectiva deste ano de que a carne vermelha possa tomar espaço de outras carnes na “ceia de Natal”. À parte brincadeiras, as carnes de frango e suína estão mais caras este ano, muito em função dos preços de milho e soja, que se mantêm em patamares
bastante elevados, encarecendo os custos de produção e, consequentemente, restringindo as margens do produtor, o que em última instância reduz a própria oferta do produto. A seguir, confira os quadros com resumo da coleta de preços das carnes no varejo (para supermercado e açougue). Fonte dos dados: Pesquisa FIPE.
FIPE – Quadro resumo de resultados* (atualizado até outubro/2012) Preços coletados junto aos supermercados na cidade de São Paulo
Especificação Dif. Preço Atac. (R$/Kg)** Dif. Preço Atac. (%)** Dif. Preço Frango (R$/Kg) Dif. Preço Frango (%) Dif. Preço Costela Suína (R$/Kg) Dif. Preço Costela Suína (%) Evol. Preço no Último Mês Evol. Preço 2012 Evol. Preço 2011 Evol. Preço 2010 Evol. Preço 2009 Evol. Preço 2008 Evol. Preço 2007 Evol. Preço desde Jan. 2006
*Diferença R$/@
Filé Mignon R$ 10,11 37,57% R$ 32,24 666,46% R$ 23,72 178,35% 6,59% -2,04% -17,46% 68,03% 3,45% -0,71% 40,08% 116,36%
Picanha
Alcatra
R$ 8,14 31,92% R$ 28,86 596,48% R$ 20,34 152,93% 2,81% -10,34% -24,09% 53,62% -5,72% 14,82% 22,33% 99,29%
R$ 8,61 63,54% R$ 17,38 358,80% R$ 8,86 66,62% 6,85% -7,28% 7,37% 27,49% -3,42% 14,97% 29,80% 106,52%
**Diferença preço médio dos cortes
Contrafilé R$ 10,05 77,79% R$ 18,19 375,57% R$ 9,67 72,71% 5,80% -5,98% 5,12% 30,17% -3,08% 14,76% 30,43% 115,68%
Coxão Mole R$ 7,31 68,25% R$ 13,24 273,08% R$ 4,72 35,49% 6,19% -4,56% 6,45% 38,02% -5,01% 17,08% 26,39% 106,41%
Coxão Duro R$ 6,79 70,95% R$ 11,58 238,72% R$ 3,06 23,01% 4,14% -1,21% 6,18% 39,27% -6,23% 16,51% 30,89% 101,23%
Patinho
Lagarto
Acém
Músculo
Média
R$ 7,30 72,49% R$ 12,59 259,63% R$ 4,07 30,60% 5,15% -0,34% 6,70% 44,16% -2,05% 17,14% 29,84% 106,29%
R$ 6,90 70,19% R$ 11,95 246,38% R$ 3,43 25,79% 4,82% -0,83% 1,61% 38,30% -5,36% 22,08% 34,15% 89,25%
R$ 4,53 63,53% R$ 6,88 141,41% -R$ 1,64 -12,33% 6,68% 9,28% 5,15% 32,16% -7,94% 30,48% 23,43% 106,74%
R$ 4,70 65,92% R$ 7,05 144,93% -R$ 1,47 -11,05% 2,78% 6,29% 9,52% 35,77% 0,55% 36,39% 27,54% 112,01%
R$ 7,44 62,22% R$ 16,00 330,14% R$ 7,48 56,21% 5,18% -1,70% 0,65% 40,70% -3,48% 18,35% 29,49% 105,98%
FIPE – Quadro resumo de resultados (atualizado até outubro/2012) Especificação Dif. Preço Atac. (R$/Kg) Dif. Preço Atac. (%) Dif. Preço Frango (R$/Kg) Dif. Preço Frango (%) Dif. Preço Costela Suína (R$/Kg) Dif. Preço Costela Suína (%) Evol. Preço no Último Mês Evol. Preço 2012 Evol. Preço 2011 Evol. Preço 2010 Evol. Preço 2009 Evol. Preço 2008 Evol. Preço 2007 Evol. Preço desde Jan. 2006
Filé Mignon R$ 0,60 2,23% R$ 22,73 475,52% R$ 14,51 111,62% 0,51% -3,46% -1,87% 57,71% -2,79% 10,03% 35,22% 107,00%
Preços coletados junto aos açougues
Picanha
Alcatra
R$ 4,38 17,18% R$ 25,10 525,10% R$ 16,88 129,85% 2,61% 3,34% 1,80% 41,33% -6,91% 15,60% 32,31% 101,62%
R$ 6,32 46,64% R$ 15,09 315,69% R$ 6,87 52,85% 1,79% -5,27% 4,16% 28,64% -4,43% 13,98% 26,39% 106,98%
Contrafilé R$ 7,03 54,41% R$ 15,17 317,36% R$ 6,95 53,46% 1,84% -0,75% 3,95% 29,34% -5,07% 15,07% 26,33% 108,03%
Prezado leitor, conheça a CELP – Consultoria Estratégica de Longo Prazo –, da Informa Economics-FNP. Produto essencial para o desenvolvimento estratégico das empresas do setor, a consultoria consiste no envio de relatórios mensais com análises do mercado, séries estatísticas de preços, análise de médio e longo prazos, além da possibilidade de agendamento de uma reunião mensal com um de nossos consultores pecuários. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 4504-1421 ou marketing@informaecon-fnp.com
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Coxão Mole R$ 6,30 58,82% R$ 12,23 255,86% R$ 4,01 30,85% 2,84% -4,56% 1,91% 33,41% -5,50% 19,31% 21,29% 108,20%
Coxão Duro R$ 6,41 66,98% R$ 11,20 234,31% R$ 2,98 22,92% 2,11% -1,12% 1,32% 34,07% -6,45% 20,69% 22,39% 103,31%
Patinho
Lagarto
Acém
Músculo
Média
R$ 5,87 58,29% R$ 11,16 233,47% R$ 2,94 22,62% 1,98% -0,37% 1,51% 36,14% -6,62% 21,27% 21,94% 101,77%
R$ 6,13 62,36% R$ 11,18 233,89% R$ 2,96 22,77% 2,70% -3,20% 2,21% 32,77% -5,71% 18,96% 22,31% 98,26%
R$ 3,40 47,69% R$ 5,75 120,29% -R$ 2,47 -19,00% 0,86% -0,65% 0,68% 32,57% -6,26% 32,44% 22,95% 97,56%
R$ 2,75 38,57% R$ 5,10 106,69% -R$ 3,12 -24,00% 1,33% 2,74% 2,32% 29,93% -5,20% 37,32% 23,80% 93,35%
R$ 4,92 45,32% R$ 13,47 281,82% R$ 5,25 40,39% 1,86% -1,33% 1,80% 35,59% -5,49% 20,47% 25,49% 102,61%
Nadia Alcantara é gerente técnica da Informa Economics-FNP nadia.alcantara@informaecon-fnp.com Dezembro 2012
Embalagem
Brasil Pack Trends 2020
O
recém-lançado estudo Brasil Pack Trends 2020 promete fazer história no setor de embalagens. Apresentado em outubro, na sede do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em Campinas (SP), durante a quarta edição do Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos para um Futuro Sustentável, o trabalho teve a coordenação da especialista Claire Sarantópoulos, pesquisadora sênior do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea). Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Cetea e da Plataforma de Inovação Tecnológica do Ital, com apoio da Abipet, o estudo identificou as macrotendências que deverão nortear a atuação da indústria de embalagens nos próximos anos (leia abaixo). Um dos destaques fica por conta da rastreabilidade de materiais de embalagem, que já é uma exigência de algumas legislações. “Como ela se torna cada vez mais necessária para a segurança e identificação de origem dos produtos, oferece oportunidades significativas para os fabricantes, varejistas e consumidores”, ressalta Claire.
As macrotendências
• Conveniência e Simplicidade: o consumidor busca o chamado time-saving. “Está cada vez mais atento às características que trazem praticidade à sua vida, como facilidade de abertura, possibilidade de refechamento ou o consumo em trânsito”, afirma Claire. A facilidade de abertura, que já está presente em uma série de produtos, passa a levar em conta consumidores com necessidades especiais, como os idosos, por exemplo. De acordo com o estudo, também foi detectada a preferência por produtos que consigam agregar praticidade ao preparo e no momento do consumo, minimizando uso de copos, talheres e outros utensílios, além daqueles que sejam porcionados, com possibilidade de uso em micro-ondas; • Estética e Identidade: o novo consumidor se caracteriza cada vez mais pela maior consciência, nível de exigência e busca de informações que auxiliem na decisão de compra. A demanda tenderá para produtos premium, que são associados ao luxo e ao hedonismo, ou por itens que remetam à sensação de ‘fazer parte do grupo’, que valorizam a qualidade de vida e o bem-estar. O levanta56
mento verificou que há espaço para edições limitadas e produtos atestados por celebridades, que são lançados em ocasiões específicas e atraem as pessoas que buscam algo diferenciado; • Qualidade e Novas Tecnologias: as inovações estarão associadas a embalagens ativas e inteligentes, a novos materiais de menor impacto ambiental e à nanociência e nanotecnologia. São os absorvedores de oxigênio, controladores de umidade, removedores de colesterol, os filmes antimicrobianos, antioxidantes, as embalagens self heating ou self cooling. Essa tendência passa pelos componentes eletrônicos menores e mais baratos, que vão favorecer a interatividade, o entretenimento e a personalização, além dos biossensores e nanossensores, que serão indicadores de tempo, temperatura, frescor, presença de micro-organismos patogênicos e toxinas. O mercado de biopolímeros está crescendo e a nanotecnologia garante melhoria de propriedades como a barreira a gases, à umidade, à radiação UV, flexibilidade e resistência térmica. O uso da nanotecnologia também está relacionado à sustentabilidade, por meio da redução do peso das embalagens (lightweighting); • Sustentabilidade e Ética: pode ser resumida por “repensar a embalagem associada ao seu ciclo de vida”. Nela, destacam-se a otimização do sistema de produto/ embalagem (doing more with less), o reuso & reciclagem, o gerenciamento de resíduos & logística reversa e a credibilidade e ética; • Segurança e Assuntos Regulatórios: destacam a confiabilidade, legislação e conformidade, que variam entre os países, apesar dos esforços para harmonização por parte de importadores e exportadores. A tendência é pelo desenvolvimento de sistemas eficientes que estimulem a melhoria contínua e transparência dos processos de fabricação da embalagem, que incluem certificações de sistemas de qualidade (ISO, FSSC, PAS) e sistemas de gerenciamento de segurança de processo. Fonte: www.forumagriculturaealimentos.org.br/2012 (acesso em: 30/10/2012)
Dezembro 2012
Destaque
Senai-SC/Chapecó apresenta Salão de Inovação
T
Divulgação
radicional parceiro dos organizadores da MercoAgro, o Senai de Chapecó costuma realizar a maioria dos eventos paralelos à feira. Neste ano, uma novidade foi o Salão de Inovação, que expôs projetos diferenciados e inovadores em processamento e industrialização de carnes. A organização e realização do Salão de Inovação ficaram por conta do Senai, com o apoio da BTS Informa e da Acic, e parceria com a empresa 3M. De acordo com Ivânia Biazussi Thomas, diretora do Senai de Chapecó, o Salão de Inovação vem ao encontro do planejamento estratégico “Senai Mais Competitividade”. A instituição, que já atuava com educação profissional e serviços técnicos, hoje conta com o terceiro pilar de negócio: a pesquisa aplicada. “Como o Senai quer fortalecer a área de pesquisa aplicada, por isso levou ao evento as pesquisas que já foram realizadas na área de carnes junto às empresas. Um dos projetos foi o aproveitamento e industrialização da carne de rã; fizemos degustação no estande de um mix de produtos à base desta carne, com uma aceitação muito grande”, afirma Ivânia. Segundo Andréia N. Faion, coordenadora de pesquisa aplicada do Senai de Chapecó, existem editais que são fontes de fomento para desenvolver novos produtos ou processos. E parte dos produtos expostos no salão foi originária de projetos de parcerias que vieram desses editais, e que resultaram em produtos já disponíveis no mercado. “Os editais disponibilizam recursos para desenvolvermos algo novo ou não com a indústria, desde metodologias a novos produtos e embalagens”, explica Andréia. O Senai monta uma equipe técnica para atender às necessidades do projeto, desde pesquisa de mercado e de legislação, plano de negócios, desenvolvimento e formulação do produto, da embalagem, até o lançamento deste produto. “Muita gente não sabe que o Senai faz pesquisa aplicada diretamente voltada para solucionar os problemas da indústria, e a participação na feira é uma forma de divulgar que o Senai faz este tipo de trabalho”, diz a coordenadora. Ainda segundo ela, a 3M é uma grande parceira do Senai, participando de vários projetos. “Eles trabalham na área de microbiologia, de identificação de patógenos, e quando entramos nessa área em um projeto, geralmente temos o Boneco da 3M representando uma apoio deles para o fornecimento de bactéria em frente ao Salão de materiais para a análise.” Inovação
Mais informações: (49) 3321-7325 | andreia.faion@sc.senai.br
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Empresas & Negócios
Akso anuncia expansão para 2013 Divulgação
A
Akso, empresa gaúcha especializada em instrumentos de medição e muito atuante no mercado alimentício, anuncia a sua expansão para o ano de 2013, com a construção de sua nova sede – um prédio com área total de 800 m², o qual terá a sua conclusão em março de 2013. “Essa expansão física propiciará à empresa um aumento no seu nível organizacional, permitindo que ela continue crescendo com solidez e segurança, o que certamente refletirá no aumento da qualidade dos serviços prestados aos seus clientes”, garante a empresa em nota à imprensa. A Akso tem também como objetivo a acreditação do seu laboratório de metrologia ao Inmetro, bem como a aquisição de novos equipamentos para expandir o número de grandezas calibradas internamente.
Projeto do novo prédio da Akso
Mais informações: (51) 3406-1717 | vendas@akso.com.br
UQ! Design
Sunnyvale leva novos detectores de metais e embaladora à MercoAgro
A
Estande da Sunnyvale em Chapecó
Sunnyvale expôs os novos detectores de metais com marca própria e a embaladora a vácuo Dublino à MercoAgro 2012, em Chapecó (SC). Os detectores de metais da marca Sunnyvale são fabricados pela alemã S+S e foram lançados em junho deste ano na Fispal. “Com uma linha própria, haverá 58
também a vantagem de termos maior flexibilidade comercial em relação a valores de investimentos e formas de pagamento. Também teremos o pós-venda ainda mais bem preparado para dar toda a assistência técnica aos clientes”, acredita o diretor da Sunnyvale, Kleber Miranda. Já a embaladora a vácuo automática Dublino, da fabricante italiana Saccardo, é considerada uma das soluções mais adequadas para produções em larga escala para cortes de aves e cortes de carnes bovinas maturadas para exportação e mercado interno, além de embutidos e derivados suínos. A Dublino conta com tampa e estrutura de aço inoxidável, está equipada com sistema de segurança para o acionamento automático da tampa e controle de ciclos via CLP em painel touch screen e a distância. Mais informações: www.sunnyvale.com.br
Dezembro 2012
Grupo Amazonas lança adesivos hot melt
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UQ! Design
empre buscando inoUm dos principais diferenciais var no desenvolvimendos adesivos Amazonas, segundo to de seus produtos a empresa, é o projeto VOC Zero, para atender às exicomposto por adesivos e todos os auxiliares de colagem base água gências do mercado, o Grupo que não contêm “VOC” (ComposAmazonas apresenta ao setor tos Orgânicos Voláteis) em sua frigorífico sua exclusiva licomposição. Esses adesivos são nha de adesivos hot melt que biodegradáveis, pois possuem suporta temperaturas de até cargas orgânicas naturais em -40°C sem que a colagem seja sua composição e, portanto, não prejudicada e perca aderência. são agressivos ao meio ambiente, O lançamento oficial dessa diferentemente dos adesivos à linha ocorreu na MercoAgro, base de solventes, o que o torna em setembro, na cidade de ecologicamente correto. Chapecó. O Grupo Amazonas possui 65 Além de garantir durabianos de história – iniciou suas atilidade ao produto final, os vidades em Franca (SP) – e conta, adesivos hot melt do Grupo atualmente, com cerca de 3 mil Amazonas não possuem mecolaboradores. Trata-se de um tais pesados e elementos quídos maiores fabricantes de commicos em sua composição, não Amazonas marca presença na MercoAgro ponentes para calçados, móveis agredindo o meio ambiente. e embalagens do mundo, com produtos exportados “Com produtos desse nível, a empresa busca a cada para todos os continentes. dia colaborar com a preservação de nosso planeta, mantendo a excelência no padrão de qualidade de Mais informações: www.amazonas.com.br seus produtos”, garante o grupo em nota.
Dezembro 2012
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Empresas & Negócios
UQ! Design
Ananda Metais presente na MercoAgro
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Estande da Ananda Metais
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a feira em Chapecó, a Ananda Metais apresentou seu portfólio de produtos composto por uma ampla linha de painéis isotérmicos, câmaras frigoríficas, salas
limpas e acessórios, como os seus diferentes modelos de portas – giratória, de correr e a seccional –, para atender a demandas de supermercadistas e frigoríficos. Segundo o gerente de Marketing da Ananda Metais, Matheus Lopes, a feira foi oportunidade para que os clientes da Região Sul comprovassem a qualidade da matéria-prima usada na confecção de todos os produtos da Ananda Metais, “feitos com o que há de melhor em isolamento, estanqueidade e resistência mecânica; características fundamentais para conservação de alimentos e substâncias, com economia de energia elétrica”. Em 2012, a Ananda Metais comemorou o seu 20º aniversário. Mais informações: www.anandametais.com.br
Dezembro 2012
Armacell mostra inovações em produtos para isolamento térmico
Dezembro 2012
Arquivo RNC / Divulgação
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m outubro, a Armacell participou da Chillventa 2012, feira do setor de refrigeração e ar-condicionado, que acontece a cada dois anos na cidade alemã Nuremberg. Destaque mundial na fabricação de isolamento térmico flexível, com fábricas em 12 países, que distribuem seus produtos por todo o mundo, a Armacell foi representada na feira pela própria matriz, que fica em Münster, na Alemanha. “Com atuação global, a Armacell participa das principais feiras, apresentando suas inovações e seus produtos mais importantes”, afirma Rafael Lozovey, diretor regional da Armacell para América do Sul e Central. Na Chillventa, a empresa expôs, os novos desenvolvimentos na linha Armaflex, com avanços em termos de condutividade térmica, resistência à difusão de vapor de água e proteção antimicrobiana – por meio da tecnologia Microban®.
Poder isolante Armaflex
Mais informações: www.armacell.com.br | info.br@ armacell.com
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Empresas & Negócios
UQ! Design
SEW-Eurodrive apresenta lançamentos
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SEW expõe novidades na MercoAgro
om o objetivo de oferecer as mais modernas soluções em acionamentos para a indústria de alimentos, a SEW-Eurodrive apresentou durante MercoAgro 2012, em Chapecó (SC), os principais lançamentos da empresa. Destaque para a linha de motorredutores de pequeno porte, linha de conversores de frequência, servoacionamentos e sistemas descentralizados. “Estes equipamentos têm diversas aplicações no setor, como em agitadores, misturadores, bombas, máquinas de processo, máquinas de embalagem, digestores, mesas giratórias, sistemas de transporte horizontal e vertical, esteiras transportadoras, ventiladores, entre outros. A SEW também disponibiliza aos clientes um serviço de atendimento técnico 24 horas, o SEW Service, considerado hoje a maior cobertura pós-venda do mercado”, destaca Ricardo Rein, gerente regional da Montadora e Filial Santa Catarina. Desde 2002, a SEW conta com uma montadora em Joinville, que foi totalmente ampliada em 2011. Esse investimento vem ao encontro da estratégia da empresa que visa à descentralização da montagem dos produtos, mantendo assim mais proximidade com os clientes e, consequentemente, obtendo maior eficácia em termos de prazos, custos e logística. Outro destaque no atendimento da região é a presença de um Centro de Serviços em Chapecó, inaugurado em julho de 2011. Levando em consideração a exigência da indústria de alimentos em geral e de processamento de carnes 62
por padrões elevados nas condições de higiene, a SEW-Eurodrive apresenta ao mercado diversas soluções e lançamentos em acionamentos. Destaque da SEW na MercoAgro 2012, o sistema descentralizado Movifit® Basic possui duas versões, sendo uma motor starter (até 4kW) e a outra com conversor de frequência (até 1,5kW). Segundo a empresa, as principais vantagens do equipamento são: operação e instalação rápida e fácil, conexões seguras (plugues), redução de cabos, eliminação de painéis elétricos e diagnóstico local dos acionamentos. O lançamento é voltado para aplicações de transportadores em geral. Já o Movigear® é um acionamento mecatrônico composto de motor, redutor e controle eletrônico integrado. Inteligente e com conceito compacto, reduz o tempo de colocação em operação e facilita as tarefas de monitoração e manutenção. O elevado rendimento do equipamento contribui para redução dos custos com energia elétrica. A integração e a coordenação de todos os componentes do acionamento proporcionam alta durabilidade. Outros destaques da empresa: redutores de aço inoxidável KES37 e RES37; linha de motorredutores assépticos DAS; linha de motorredutores assépticos com ASEPTICplus Drive®; linha global de motores elétricos de indução de alto rendimento – Motor DR; linha de redutores industriais da Série X; servomotor síncrono integrado a um fuso de esferas – Servofuso (cilindro elétrico); servomotores CMP, entre outros.
Empresa
Presente no Brasil desde 1978, a SEW-Eurodrive, multinacional de origem alemã, oferece ao mercado uma linha completa para a área de acionamentos, que inclui redutores, motorredutores e conversores de frequência. Fundada em 1931, a SEW-Eurodrive está presente em 45 países e possui 15 fábricas instaladas em países como Brasil, França, Finlândia, Estados Unidos, Rússia e China. Sua estrutura ainda inclui 75 montadoras localizadas em vários pontos do mundo. Atualmente, o grupo emprega mais de 14 mil colaboradores e fatura globalmente mais de € 2 bilhões. Mais informações: www.sew-eurodrive.com.br
Dezembro 2012
Mundo Corporativo
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este Caderno Especial, a RNC reúne mensalmente artigos sobre gestão redigidos por consultores, profissionais liberais e demais especialistas. Trata-se de informação com alcance global, na medida certa para as necessidades de pequenas empresas a grandes corporações. Aproveite a leitura!
Ilustração: Sxc.hu
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Gestão Eduardo Ferraz
De pai para filho: como e quando preparar a sucessão da liderança
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ara a maioria dos empreendedores, identificar quais entre os herdeiros possuem perfis adequados e prepará-los para assumir os negócios é o maior desafio. John Davis, maior especialista mundial em sucessão de empresas familiares, afirma que apenas 5% das empresas familiares sobrevivem depois da terceira geração. O dado é preocupante e revela as questões de sucessão como um dos principais entraves. Há alguns anos, fui contratado por quatro sócios na faixa dos 60 anos de uma tradicional empresa familiar, com cerca de mil funcionários e um patrimônio estimado em US$ 300 milhões, para analisar quais dos sucessores poderiam ser preparados para, no futuro, assumir a direção da empresa. Essa nova geração contava com cerca de 30 pessoas, entre filhos, cunhados, genros e sobrinhos (a maioria nunca havia trabalhado nas empresas do grupo).
Para analisar os herdeiros, defini três critérios:
1. Estrutura de personalidade – analisar individualmente o perfil das pessoas com relação à intensidade de quatro grandes fatores estruturais de personalidade: • Dominância – aptidão para comandar; • Influência – como se relaciona com as pessoas; • Estabilidade – qual o ritmo de trabalho; • Conformidade – como lida com detalhes. 2. Rastro – analisar todo o histórico pessoal e profissional, como a escolaridade, os empregos anteriores e principais realizações. 3. Disposição e ambição – é necessário para assumir de fato o desafio de comandar o negócio. Demoramos um bom tempo para colher e organizar as informações sobre cada um dos participantes e, para finalizar o processo, reunimos todos em um hotel por três dias e analisamos caso a caso. A conclusão foi que um terço tinha o perfil desejado, mas não tinha histórico profissional ou não tinha disposição para assumir o cargo. Outro terço tinha disposição, mas lhe faltava histórico ou perfil. O terço restante tinha bom histórico, mas não tinha perfil ou disposição. Em resumo, não havia ninguém na família com os pré-requisitos necessários para assumir os futuros cargos. Contudo, a análise permitiu que os sócios colhessem informações suficientes para iniciar um processo de profissionalização do negócio, sem perder anos insistindo 64
em colocar a pessoa certa no lugar errado, ou a pessoa errada no lugar certo. Por quatro anos, orientei os sócios, ministrei treinamentos e fiz sessões de mentoring, ajudando a contratar executivos no mercado para complementar a equipe e viabilizar o processo de profissionalização e adaptação da empresa à nova realidade. Em paralelo, criei um programa de treinamentos e aconselhamento de carreira, que durou 18 meses, para uma parte desse grupo de herdeiros que queria assumir outras carreiras. Após identificar as dificuldades existentes na sucessão, a empresa entendeu que a melhor estratégia seria melhorar a gestão interna para, então, fazer parcerias com grupos de investidores, o que a ajudaria no processo de profissionalização. Em muitos casos, essa é a melhor coisa a se fazer para preservar ou multiplicar o patrimônio da família. Outro ponto que considero importante é que, normalmente, a transição de comando é feita em cima da hora. Quando o líder fica doente ou resolve largar tudo. O ideal é que a sucessão seja preparada, pelo menos, com dez anos de antecedência. Esse tempo é o necessário para fazer um plano estratégico, avaliar os seus sucessores, prepará-los, treiná-los e transmitir os valores da empresa. Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 21 anos e especialista em treinamentos, usando como base a neurociência comportamental. Acumula mais de 30 mil horas de experiência prática em empresas de vários segmentos. É pós-graduado em Direção de Empresas pelo ISAD PUC-PR e especializado em Coordenação e Dinâmica de Grupos pela SBDG. Autor do livro Vencer É Ser Você, da Editora Gente | www.eduardoferraz.com.br www.facebook.com/eduardoferrazconsultor Dezembro 2012
Direito do Consumidor Gisele Friso Gaspar
Você sabe como defender os seus direitos?
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esde 11 de março de 1991, data em que o Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor, o consumidor brasileiro vem tendo cada vez mais consciência de seus direitos. Lá se vão duas décadas e, a cada dia que passa, o consumidor busca informações, exige respeito, preço justo e qualidade dos produtos e serviços que adquire. Em 20 anos, houve uma significativa evolução, tanto de consumidores quanto de fornecedores, os primeiros pela consciência de seus direitos e os segundos por implementar políticas de qualidade e atendimento ao consumidor, aumentando o respeito aos seus clientes. Ainda estamos muito longe do ideal, mas certamente o avanço é muito positivo. E a internet possibilitou a maior velocidade na informação e facilitou a busca por orientações e informações, tornando-se uma ferramenta essencial para o consumidor. Entretanto, deparo-me com consumidores que têm muita consciência de seus direitos, sabendo, por exemplo, que têm direito de se arrepender, em sete dias, de compras efetuadas fora do estabelecimento comercial, ou que pode ser ressarcido em dobro pelo valor que pagou indevidamente quando cobrado pelo fornecedor. Todavia, muitos consumidores sentem-se perdidos no momento em que têm seus direitos desrespeitados e precisa de ajuda para fazer valer o que a lei lhe garante. Mas, afinal, o que é possível fazer para que o consumidor exerça seus direitos? E como ele pode fazer isso? Para responder a essas perguntas, precisamos analisar, ainda que genericamente, os problemas que podem ocorrer em uma relação de consumo. Grosso modo, o consumidor pode se deparar com algumas das seguintes situações, o que não exclui outras mais complexas, como vício no produto ou no serviço (o que inclui problemas de qualidade, quantidade ou aqueles problemas que não extrapolam o produto ou o serviço), fato do produto ou do serviço (o chamado acidente de consumo, ou seja, problemas que ultrapassam o produto ou o serviço), falhas na entrega ou cobranças indevidas. 66
Há muitas empresas que se preocupam com o consumidor, resolvendo os problemas diretamente, assim que comunicadas. Falhas sempre ocorrerão, mas a forma de resolvêlas é um diferencial Algumas dessas situações podem ser resolvidas administrativamente. Uma das formas de resolução administrativa se dá por meio de reclamação diretamente ao fornecedor. Há muitas empresas que se preocupam com o consumidor, resolvendo os problemas diretamente, assim que comunicadas. Falhas sempre ocorrerão, mas a forma de resolvê-las é um diferencial! Esse costuma ser o primeiro passo para o consumidor tentar sanar o problema. Caso a reclamação direta à empresa não resolva, o consumidor pode optar por efetuar uma reclamação no Procon de sua cidade. Muitas vezes, após receber uma reclamação formalizada no Procon, a empresa resolve o problema do consumidor. Isso para evitar que figure negativamente no cadastro de fornecedores mantido pela entidade – sim, há um cadastro negativo de fornecedores, que pode ser consultado, na maioria dos Procons, via internet. Caso a reclamação efetuada no Procon não surta efeito, o consumidor não terá outra opção, senão ingressar judicialmente. Nesse caso, há situações em que o consumidor não precisa contratar um advogado. Causas com valor limitado a 20 salários mínimos podem ser movidas diretamente pelo consumidor, sem a necessidade de advogados. Acima desse valor, o consumidor precisará contratar um advogado. Todavia, convém verificar, ainda, a complexidade do problema. Há causas que não necessariamente alcançam 20 salários mínimos, porém, são complexas, inviabilizando o ingresso no Juizado Especial – por exemplo, Dezembro 2012
Arquivo RNC (agenciafotografia.com.br)
dor poderá ser instruído sobre quais documentos juntar e o que deve pedir, minimizando as chances de insucesso gerado por erros no momento do ingresso da ação.
se depender de perícia. Nesse caso, a ação deverá ser proposta na Justiça Comum e haverá a necessidade de contratação de advogado. É importante que o consumidor, caso opte por ingressar com a ação diretamente no Juizado Especial, sem a assistência de um advogado, leve toda a documentação necessária para o ingresso da ação, como comprovação de reclamações efetuadas, protocolos, gravações de ligações se for o caso, notas fiscais, recibos, enfim tudo o que estiver relacionado ao caso. Todos os fatos devem ser narrados de forma clara e precisa e todas as provas devem ser juntadas no momento do ingresso da ação, pois após este momento, não haverá a possibilidade de se fazer isso em outro momento. Caso o consumidor tenha dúvidas ou se sinta inseguro, ou ainda se a causa for complexa – apesar de não atingir 20 salários mínimos e ser possível no Juizado Especial –, pode valer a pena consultar um advogado. O custo da consulta ao advogado pode compensar, pois o consumiDezembro 2012
Vale lembrar que, para ingressar judicialmente, o consumidor não precisa efetuar reclamação anteriormente junto ao Procon ou qualquer outra entidade. No entanto, a depender do caso, os problemas são resolvidos sem a necessidade de ação judicial. Judicialmente, o processo pode ser demorado e um problema simples pode ser resolvido com uma reclamação administrativa, minimizando os transtornos para o consumidor. Se o consumidor não tiver condições financeiras para arcar com os custos do processo e dos honorários advocatícios, pode procurar a Defensoria Pública. O direito a um defensor público aos necessitados é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal. Portanto, se for esse o caso, procure a Defensoria Pública em sua cidade. Vale dizer, ainda, que muitas vezes um acordo é a melhor saída para o caso. Muitas empresas, apesar de não resolverem os problemas dos consumidores administrativamente, têm políticas de acordos judiciais que podem ser vantajosas ao consumidor. Entretanto, isso deve ser verificado caso a caso. E, na dúvida, não hesite em consultar um advogado. Gisele Friso Gaspar é advogada e consultora jurídica na G.Friso Consultoria Jurídica, especializada em Direito do Consumidor e Direito Eletrônico, oferecendo suporte e soluções a pessoas físicas e jurídicas. É professora convidada da Escola Superior de Advocacia (ESA) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em 2007, lançou o livro Código de Defesa do Consumidor Comentado, obra que comenta todos os artigos do Código de Defesa do Consumidor e jurisprudências correlatas, além de conter peças práticas e legislação extravagante. Já em 2008, lançou o Livro Exame de Ordem e Concursos Públicos, em coautoria. A advogada é também coordenadora da Comissão de Direito do Consumidor da OAB de Santo Amaro e membro da Comissão do Advogado Professor da OAB Central | www.gfriso.com.br 67
Cadeia Produtiva Rodrigo Garcia
Aliança entre indústria e varejo: o segredo para a relação ganha-ganha
A falta de giro dos produtos no varejo atrapalha o ressuprimento e impossibilita a inserção de novos produtos da indústria no mercado, consequentemente, a queda das vendas afetará todos os elos da cadeia Até então, a relação ganha–ganha entre indústria e varejo estava comprometida, pois a preocupação da venda se estendia apenas até o próximo elo da cadeia, ou seja, entregar os produtos nos preços e quantidades negociadas. No entanto, enquanto o consumidor final não comprar, ninguém ganhou! A falta de giro dos produtos no varejo atrapalha o ressuprimento e impossibilita a inserção de novos produtos da indústria no mercado, consequentemente, a queda das vendas afetará todos os elos da cadeia. A venda realmente é o fator motivacional da união entre os elos da cadeia, mas não é um impeditivo para que exista colaboração entre os mesmos. Tal colaboração gera um comprometimento de ambos os elos com o consumidor final, o que traz diversos benefícios: • Maior velocidade na inserção de novos produtos no mercado; • Aumento no nível de serviço ao consumidor final; • Fidelização à marca e à loja; • Aumento das vendas em todos os elos da cadeia. 68
Cotril Alimentos (foto meramente ilustrativa)
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ntende-se por Cadeia de Suprimentos todo o processo compreendido entre a obtenção da matéria-prima até o momento da compra do produto acabado pelo consumidor final. Podemos resumir a cadeia de suprimentos em quatro elos principais: o fornecedor da matéria-prima (produtor), o fabricante do produto acabado por meio da matéria-prima (indústria), o distribuidor do produto acabado (varejo) e o consumidor final. O que sempre uniu esses quatro elos foi a venda, e não será diferente daqui para frente. O produtor vende a matéria-prima para a indústria que, por sua vez, produz o produto acabado, adiciona a margem de lucro para valorizar seu trabalho e o vende para o varejo que, por sua vez, adiciona a margem de lucro para estocagem e colocação do produto na prateleira para ser revendido ao consumidor final.
Esses conceitos são aplicados em projetos de VMI (Vendor Managed Inventory) e CPFR (Collaborative Planning, Forecasting & Replenishment), que são baseados na troca de informações diárias sobre o consumo e a reposição de estoques entre a indústria e o varejo. Em práticas mais avançadas, o conceito HUB-Spoke é aplicado para expandir e facilitar a troca dessas informações. Agora, o ponto de partida é onde se origina a demanda e a consequência de todas as demais vendas da cadeia: o consumidor final. Assim que o produto acabado é revendido no varejo, as informações de quantidade de vendas e estoque são enviadas automaticamente para a indústria. Com essa informação em mãos, a indústria se antecipa à necessidade do varejo e consegue otimizar sua produção. Sabendo quanto vai produzir e quando irá entregar, passa as informações ao produtor para dimensionar a compra da matéria-prima com o tempo ideal para responder à demanda do mercado. Tendo em vista esses ganhos, é estabelecida, enfim, a relação ganha–ganha efetiva: o varejo diminui seus estoques, sem deixar que faltem produtos nas prateleiras por conta das reposições mais frequentes, o consumidor final é melhor atendido e a indústria aumenta sua oferta no varejo, otimizando seu mix de produtos e aumentando as vendas.
Rodrigo Garcia é Planning & Replenishment Synchronization Consultant da NeoGrid
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Outubro 2012
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Eventos
Saúde no trabalho é tema de seminário em Brasília
A
nova norma regulamentadora para a agroindústria de abate e processamento de aves, suínos e bovinos e os esforços promovidos pelas empresas em prol da saúde e do bem-estar do trabalhador foram pautas do Seminário Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho do Setor Frigorífico, realizado em novembro, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF). Iniciativa da CNI e do Serviço Social da Indústria (Sesi), juntamente à União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o seminário reuniu lideranças, especialistas e representações de instituições privadas e do setor público em uma grande mesa-redonda com líderes dos sindicatos dos trabalhadores e o Ministério Público do Trabalho. Também estiveram presentes representantes de organizações como Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, Agroindústria, Cooperativas de Cereais e Assalariados Rurais (Contac), Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Sindicarnes, entre outras entidades patronais e dos trabalhadores.
Conforme Clovis Veloso de Queiroz Neto, coordenador do evento e da área de defesa do interesse sobre Segurança e Saúde no Trabalho da Gerência de Relações do Trabalho da CNI, esse foi uma grande oportunidade para empresas, trabalhadores e representantes do governo debaterem publicamente os pontos críticos da Norma Regulamentadora que está em fase final de elaboração. “O estabelecimento de uma norma que padronize o modelo de gestão e a fiscalização das agroindústrias é ansiado por empresas e trabalhadores. Por isso, reunimos nesse evento todas as representações para ampliar o debate e trazer a público a importância dessa padronização.” Segundo o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra, as empresas vêm empregando grandes esforços e investimentos para a melhoria do bem-estar no trabalho do setor, o que tem surtido efeitos, com a redução no número de ocorrências de afastamentos nas empresas. “Falamos de um setor que emprega 750 mil pessoas em centenas de frigoríficos pelo País, que gera riqueza para o Brasil e sustenta a economia de outras centenas de cidades em vários Estados. O setor produtor de carnes é um alicerce econômico e social para nosso país e precisa ser preservado”, ressalta.
Logistique reúne 15 mil visitantes em Chapecó
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Divulgação
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ealizada em outubro, em Chapecó (SC), a 3ª Feira Internacional de Logística, Transporte e Comércio Exterior (Logistique 2012) se consolidou como um dos maiores eventos do setor no País. Diversas soluções de mais de 150 marcas atraíram visitação de 15 mil pessoas de todo o Brasil e de países como França, Portugal e Argentina; aproximadamente R$ 120 milhões em negócios foram fechados ou agendados por conta da exposição. “A confirmação de diversos expositores para a quarta edição, que está programada para 21 a 24 de outubro de 2014, é um dos fatores que comprova o sucesso do evento”, comemora o coordenador-geral da feira, Leonardo Rinaldi. A Logistique 2012 apresentou inovações para caminhões, implementos rodoviários e agrícolas, equipamentos de rastreamento e comunicação via satélite, equipamentos de segurança contra roubos de carga, entre outras soluções logísticas, além de palestras e ações como o test drive para empilhadeiras.
Mais informações: www.logistique.com.br
Dezembro 2012
Agenda
Calendário de Eventos
Vitafoods South America – Feira do Setor Nutracêutico e Funcional na América do Sul
Transamerica Expo Center – São Paulo (SP)
www.vitafoodssouthamerica.com Para expor: nadja.curti@btsmedia.biz
ABR
24 e 25
2º Simpósio de Carnes e Derivados (Sicade) - “Prof. Nelcindo Nascimento Terra” – Tecnologias Limpas para o Aumento do Shelf Life e Obtenção de Compostos Bioativos
Local: Santa Maria (RS)
Informações: www.ufsm.br/sicade sicade.inscricoes@gmail.com (55) 3220-8254
4a9
IFFA 2013 – Feira Internacional da Indústria da Carne
Frankfurt, Alemanha
www.iffa.com
Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo (SP)
www.fispaltecnologia.com.br www.btsinforma.com.br
Expo Center Norte São Paulo (SP)
www.fispalfoodservice.com.br www.btsinforma.com.br
MAR
26 a 27
MAI
2013
OUT
AGO
JUN
25 a 28
25 a 28
Fispal Tecnologia – 29ª Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas Fispal Food Service – 29ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar
25 a 28
2º SIAL Brazil
Expo Center Norte São Paulo (SP)
www.sialbrazil.com Para expor: (11) 3598-7863
13 a 15
TecnoCarne 2013 – 11ª Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria da Carne
Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo (SP)
www.tecnocarne.com.br www.btsinforma.com.br
27 a 29
23º Congresso Brasileiro de Avicultura
Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo (SP)
www.ubabef.com.br congresso@ubabef.com.br
Anuga 2013
Colônia, Alemanha
www.anuga.com
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Cursos CTC/ITAL
• abril/2013 a abril/2015 – Curso de Especialização em Tecnologia de Carnes Inscrições pelo site: www.ital.sp.gov.br Mais informações: (19) 3743-1884 | eventosctc@ital.sp.gov.br
Dezembro 2012
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Índice
Anunciantes
Akso..........................................................................................................51 Alphainox...............................................................................................14 Anuncie RNC.......................................................................74/3ª Capa Arprotec................................................................................................. 18 Assine RNC..................................................................................... 65/72 Betori / Fatmaq...................................................................................59 BTS Informa.......................................................................................... 53 Camrey.............................................................................................. 10/11 Clariant.................................................................................................. 25 Cozzini.....................................................................................................31 Cryovac........................................................................................4ª Capa Dal Pino.................................................................................................. 52 Fermod...................................................................................................20 Gail...........................................................................................................21 Geza........................................................................................................28 GPS Kal................................................................................................... 35 Handtmann.......................................................................................... 37 Incomaf.............................................................................................17/41 Informa Economics-FNP.................................................................. 55 Jarvis do Brasil.................................................................................... 49 JBT FoodTech........................................................................................ 27
72
Klainox................................................................................................... 16 Kraki / Lopesco......................................................................................9 Mahindra..............................................................................................43 Mastec.....................................................................................................71 Metalquimia.......................................................................................... 5 Multifrio................................................................................................47 Multivac................................................................................................... 7 Odim.......................................................................................................48 Poly-Clip................................................................................................. 19 Protervac...............................................................................................45 SIAL Brazil............................................................................................. 69 Soccorro.................................................................................................29 SHD..........................................................................................................34 TecnoCarne........................................................................... 2ª Capa/3 Termkcal................................................................................................36 Tinta Mágica........................................................................................48 Torfresma..............................................................................................39 Ulma Packaging...................................................................................15 Vemag.................................................................................................... 61 Viskase.............................................................................................22/23 VPG.......................................................................................................... 57 WFB........................................................................................................ 60
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Crônica
Terminou em churrasco
O
Jornal da Tarde estaria completando 47 anos em 4 de janeiro. Estaria. Na verdade, esse jornal de São Paulo, que foi um grande inovador da imprensa brasileira e um criativo ambiente para revelar talentos, morreu em 31 de outubro. A última edição do JT rendeu uma homenagem aos seus bons tempos, que correspondem aos primeiros 25 anos. Quando surgiu, em 1966, o Jornal da Tarde era o ousado irmão mais novo de um histórico e combativo matutino paulistano, o Estadão, que circula há 138 anos. Sua decadência, ocorrida por vários fatores, avisou que, um dia, a morte ocorreria. E ocorreu. Muitos dos jornalistas que ajudaram a fazer o sucesso do JT escreveram apaixonados artigos ou crônicas para relembrar aquele veículo inovador e lamentar seu fim. Uma vez que o Jornal da Tarde ocupa um lugar de destaque em minha carreira, pois lá convivi com gente maravilhosa ao trabalhar na seção de Esportes por três anos, de 1966 a 1969, ano em que atravessei o corredor para iniciar 37 anos de atuação no Estadão, resolvi escrever a crônica deste mês em torno do encontro de quase cem ex-integrantes do JT, ocorrido em 10 de novembro, apenas dez dias após o fim do jornal. Foi o quinto almoço anual, sempre promovido pelo jornalista e escritor Mário Marinho, e sua esposa, Vera, desta vez num clima especial, em que a alegria pelo reencontro de companheiros superou a tristeza da página virada. Inevitável relembrar, naquelas conversas, as histórias e as ideias que se transformaram em grandes reportagens ou belas capas do JT. No almoço, tive a felicidade de sentar ao lado dos fotógrafos Reginaldo Manente e José Bento Lenzi e do profissional que providenciava transporte e viagens para os repórteres, José Cláudio Palumbo. Foi do Palumbo que recebi, em novembro de 1966, o dinheiro do táxi para ir ao Parque São Jorge e fazer um dos meus primeiros trabalhos no JT: uma entrevista com o goleador corintiano Flávio. Fui junto com o Bento, que, agora, firme aos 83 anos, avisa algo que todos nós sabemos: “O tempo passa muito rápido”. Com Manente, fui um dos integrantes da equipe do Estadão que cobriu a Copa do Mundo de 1982, aquela em que o Brasil tinha um grande time, mas Dezembro 2012
Luiz Carlos Ramos
voltou mais cedo para casa após a tragédia do Sarriá. E foi graças à foto de um garotinho brasileiro chorando após a derrota da seleção que Manente ganhou o Prêmio Esso. O Jornal da Tarde, por sua vez, faturou prêmios de criatividade por ter publicado, em toda a capa, a foto do choro do garoto, com tarja preta e a legenda: “Barcelona, 5 de julho de 1982”. São Paulo, 10 de novembro de 2012. Trinta anos após o Sarriá, estão no almoço do JT três dos responsáveis por uma das melhores capas do jornalismo do Brasil em todos os tempos: Manente, o editor Mário Marinho e o chefe de Redação, Fernando Mitre, hoje diretor da TV Bandeirantes. Entre dezenas de jornalistas, surgiu no almoço Regina Etcheverría, autora da biografia de Elis Regina, para quem consegui o primeiro emprego, há 40 anos, indicando-a para o Esporte do JT. E apareceram também o ex-ministro Miguel Jorge, o cinéfilo Rubens Ewald Filho, a atriz Marta Góes, todos com o Jornal da Tarde em seus respectivos currículos. O almoço esteve reforçado por Gilberto Mansur, José Maria Mayrink, Laerte Fernandes, Luiz Carlos Secco, Moisés Rabonivici, José Maria dos Santos, Randau Marques, Tão Gomes Pinto, Vital Bataglia, Nirlando Beirão, Renato Pompeu, Luiz Carlos de Assis, Luciano Ornelas, Paulo Moreira Leite, Percival de Souza e outros. Também surgiu no encontro Rodrigo Mesquita, da quarta geração da família Mesquita, dona do Grupo Estado desde 1891. Rodrigo é filho de Ruy Mesquita, criador do JT, jornal que teve Mino Carta e o saudoso Murilo Felisberto como os primeiros editores-chefes. Onde foi o almoço? Numa churrascaria no bairro do Jaguaré. Pois é... Não terminou em pizza. Terminou em churrasco.
Luiz Carlos Ramos é jornalista e professor de jornalismo, com 48 anos de experiência na área. Fez coberturas jornalísticas sobre carne em Paris e em dez Estados do Brasil. É colaborador da Revista Nacional da Carne lcr25@terra.com.br 73