Revista Sign 216

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XVIII - nº 216 Abril 2013 R$ 12,50 www.btsinforma.com.br

Sinalização | Impressão Digital

Comunicação Visual

A evolução tecnológica do corte e gravação Especial: Painéis eletrônicos A participação do LED na sinalização dentro das arenas da Copa do Mundo FIFA 2014



Confira os temas que serão destaque em 2013 e faça já a programação de seus anúncios: Ed. 217 – Maio • Decoração • Relacionamento com fornecedores: negociação e escolha dos suprimentos adequados ao seu negócio

• Sublimação • Como decidir qual o substrato ideal para impressão de seu trabalho

Ed. 218 – Junho

Ed. 222 – Outubro

• Tintas para impressão digital • Pré-impressão: uma análise dos principais softwares do mercado

• Impressão UV • Gestão de custos indiretos

Ed. 219 – Julho

Ed. 223 – Novembro

• Guia de visitação da Serigrafia SIGN FutureTEXTIL

• PDV: novidades e tendências • Vendas ativas

Ed. 221 – Setembro

Ed. 224 – Dezembro • Anuário 2014

Ed. 220 – Agosto • Plotter de recorte • Cobertura oficial da Serigrafia SIGN FutureTEXTIL

Pauta sujeita a alterações.

Garanta já o seu espaço! Isabel Carlos sign@btsmedia.biz (11) 3598-7866

Publicada por:


Arte: Emerson Freire

Sumário

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Capa As vantagens e desvantagens dos equipamentos de corte e gravação a laser

Entrevista

Foto: Arquivo RSG

Marcelo Maeda, novo gerente Comercial da EFI, fala sobre seu novo desafio e sobre as apostas da empresa para 2013

Especial Painéis eletrônicos dominam a cena nas arenas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo Fifa 2014

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Gestão Como agregar valor aos produtos de sua empresa e gerenciar os novos custos de forma correta

Veja + 42

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Colorimetria e Gerenciamento de Cores Os espaços de cores independentes, como LAB, na coluna de Fabio Tanaka

08............................Índice de Anunciantes 14................................................... Digitec 38........................................Pré-Impressão 40....................................................... Vinil 44................................................ Mercado



Editorial Ano XVIII - nº 216 Abril 2013

Tecnologia

O Erik Bernardes

desenvolvimento tecnológico é sempre um grande desafio para profissionais em todas as áreas. Alguns, mais catastróficos, praguejam contra as novidades dizendo que vão acabar com sua classe, ou com sua forma de trabalhar. Outros, com alma revolucionária, acreditam que tudo vai mudar a partir do novo lançamento e que o mundo nunca mais será o mesmo. Não concordo nem com um, nem com outro. Muitas inovações tecnológicas surgiram desde que o mundo é mundo. Mais ainda depois da revolução industrial e de todas as outras revoluções que vieram em consequência da automatização da produção e da criação das indústrias. Muita coisa mudou, mas um sapato continua sendo sapato, e todos aqueles que conseguiram se adaptar cresceram e conquistaram seu espaço no mercado. Da mesma forma, a tecnologia laser – tema da reportagem de Capa desta edição – chegou ao mercado de comunicação visual e aumentou as possibilidades de o signmaker trabalhar corte e gravação. Utilizando esta tecnologia, muito pode ser feito. Entenda a evolução das máquinas de corte e gravação e aproveite melhor as possibilidades oferecidas por equipamentos deste tipo. Já o Especial aborda os painéis eletrônicos que serão instalados nas novas arenas de futebol, por exemplo. A tecnologia aplicada neste setor proporciona visuais inacreditáveis, como o maior painel do mundo, que será instalado na Arena Corinthians, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo FIFA 2014. Além disso, uma entrevista com Marcelo Maeda, gerente Comercial da EFI a partir deste ano, e os textos técnicos do Digitec, Pré-Impressão, Gestão, Vinil, Colorimetria e Gerenciamento de Cores, e as principais notícias de Mercado complementam uma leitura essencial para o profissional da comunicação visual e sinalização.

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Aproveite a leitura!

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A revista não se responsabiliza por informações ou conceitos contidos em artigos assinados por terceiros.

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CHAPÉU Índice de anunciantes

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3M............................................................... 17

Flock Color................................................... 45

ABC............................................................. 41

Imprimax...................................................... 23

Akad............................................................ 25

INX Digital.................................................... 37

Ampla.................................................. 05 e 48

J-Teck........................................................... 47

Anuário Online.............................................. 08

Laser CNC.................................................... 47

Aviso............................................................ 43

Markos......................................................... 47

Cambea....................................................... 39

Mimaki......................................................... 13

Canon.......................................................... 21

Prêmio Silk & Sign........................................ 07

Colacril......................................................... 11

Revista Sign.......................2ª capa, 03, 47 e 49

Comala........................................................ 45

Serigrafia Sign FutureTEXTIL...... 35, 50 e 3ª capa

Cutlite............................................................ 9

T&C............................................................. 31

Danfex......................................................... 43

Victor Ciola................................................... 27

Digigraf................................................. 4ª capa

Vinilsul......................................................... 33


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Entrevista

Venda técnica Marcelo Maeda assume gerência Comercial da EFI para consolidar marca diante dos parceiros e clientes Erik Bernardes

O

atual gerente Comercial da EFI, Marcelo Maeda, poderá utilizar todos os recursos que aprendeu em sua formação técnica para garantir que os clientes não fiquem insatisfeitos após as compras de equipamentos que realizarem. Isso porque sua formação e início de carreira foram como técnicos. Desde quando começou a trabalhar, na empresa Kodak, até hoje, muitas mudanças aconteceram. Desde então, além de Kodak, onde o profissional iniciou sua carreira comercial, Maeda já participou também das vendas da Epson e da Océ. Agora, segundo ele próprio, o principal desafio será estar presente diante dos clientes em todas as oportunidades que puder, além de conhecer sobre o segmento de impressão industrial, bastante ativo na empresa. Além de falar sobre sua experiência profissional, Maeda contou também sobre o foco da EFI para o ano de 2013. Segundo o gerente Comercial, a empresa irá focar seus esforços principalmente em três tecnologias: LED, Pin & Cure e gray scale. Segundo ele, o mercado atual não aceita mais margens para baixa resolução. Por isso, o grande desafio da empresa é oferecer alta qualidade e alta produtividade, o que justifica a aposta nas tecnologias.

Divulgação: EFI

Conte-nos brevemente sobre sua trajetória profissional. Eu comecei como técnico em eletrônica. Comecei minha carreira como técnico na Kodak e depois de quatro anos fui para

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Entrevista “O mercado atual não aceita mais margens para baixa resolução. Porém, até então, para o impressor alcançar alta qualidade, precisava sacrificar a produtividade. Isso é um grande desafio, produzir com alta qualidade e rápido” a área comercial. Acabei ficando por lá, na área Comercial, durante nove anos, quando então mudei para a Epson. Fui cuidar de canais, como gerente de produtos, onde fiquei por cinco anos e meio. Depois fui para a Océ, para trabalhar com as Arizona, agora estou na EFI desde o dia 7 de janeiro. Como foi a transição da Océ para a EFI? Na verdade eu já conhecia o pessoal, por que o mercado é pequeno. Parece que é gigante, mas na realidade todo mundo se conhece. Então eu já conhecia a EFI há muito tempo. Conhecia alguns profissionais que trabalham na empresa, então fui muito bem acolhido e estou me sentindo muito bem aqui [na EFI]. Estou aprendendo bastante ainda, porque a EFI tem alguns produtos que são, em termos de produtividade, um pouco mais industriais, e eu nunca tinha trabalhado especificamente neste setor de alta produção. Isso está sendo bem interessante. Você acredita que esse seja seu principal desafio na EFI? Aprender sobre o segmento de impressão industrial? Acredito que talvez o principal desafio seja, sempre que tiver uma oportunidade e com ajuda dos parceiros, conseguir estar presente diante do mercado. Isso é muito fácil de dizer, mas devido ao tamanho do País isso se torna um grande desafio. Por isso mesmo que vejo como importante a participação no maior número de eventos possível. Isso economiza bastante tempo e dinheiro. O que muda na gestão comercial da EFI com sua chegada? A princípio não muda nada. A gente continua com o mesmo canal, que é a Alphaprint. Na área foco dos equipamentos Jetrion, que é a parte de rótulos e etiquetas, temos um parceiro que se chama 12

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Tradeprint e isso também não muda. Meu papel aqui na empresa é conseguir encontrar as oportunidades e achar formas de ser competitivo nesse mercado. Qual sua expectativa com relação a essa mudança de posição no mercado? Acredito que toda mudança é bem-vinda. Eu estou bastante confiante, estou gostando bastante de trabalhar na EFI. Para quem está no mercado de impressão sabe que são poucas as oportunidades de conhecer coisas realmente novas e essa parte de rótulos e etiquetas, para mim, é uma experiência profissional totalmente nova. Estou bastante entusiasmado. Com relação à comunicação visual e grandes formatos, qual o produto foco da EFI para esse ano? A gente não tem um produto foco, temos algumas tecnologias que podemos dizer que são nosso foco. Temos a tecnologia LED, que deve possibilitar algumas novas oportunidades de serviços em comunicação visual, acredito que esse seja um dos focos da EFI. Temos também uma máquina de altíssima produtividade, uma tecnologia que chamamos de Pin & Cure, que na realidade é um controle de brilho da imagem, que também pode ser considerado um foco para esse ano, além da disseminação da tecnologia gray scale, de ponto variável. Quase todos os equipamentos, acredito que 90% dos produtos da EFI, trabalham com variação de ponto. É por aí que devemos trabalhar nesse ano. Isso é uma necessidade que vocês perceberam no mercado? Porque a decisão de seguir por esse caminho? A gray scale em uma máquina industrial vem da necessidade que percebemos de aumentar a qualidade. O mercado atual não aceita mais margens para baixa resolução. Porém, até então, para o impressor alcançar alta qualidade, precisava sacrificar a produtividade. Isso é um grande desafio, produzir com alta qualidade e rápido. Oferecer um potencial melhor para nosso cliente poder ganhar dinheiro realmente com esses equipamentos. Esse é o objetivo.


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Digitec

Tecnologias de impressão digital Volume 1 - Segunda parte Ricardo Minoru Horie, Andre Liberato, Lara Venegas Vargas e Paulo Addair

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e acordo com a estrutura de termos baseada na NBR 14934:2003; tecnologia gráfica; terminologia das artes gráficas, as tecnologias de impressão sem forma são subdivididas em dois tipos: • Jato de tinta • Eletrostática

Jato de tinta A impressão baseada em jato de tinta é definida como um sistema de impressão que utiliza um jato de micro gotas de tinta controlado por dados digitais, para projetar áreas de grafismo sobre um suporte empregando processos de impressão, tais como de fluxo contínuo ou sob demanda, aproveitando técnicas térmicas, eletrostáticas e piezoelétricas. (NBR 14934:2003). • Jatos múltiplos Um conjunto de bicos ejetores produz a impressão. As gotas formadoras de imagem 14

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não são carregadas, mas seguem diretamente para o suporte. As gotas desnecessárias são carregadas e desviadas para o reservatório novamente. • Jato único/por demanda Semelhante à tecnologia anterior, mas conta apenas com um único bico ejetor. Muito utilizada em sistemas de impressão de códigos em linha, numeração e sistemas de endereçamento. Estes sistemas são capazes de imprimir a velocidades de cinco metros por segundo ou até 1.000 páginas A4 por minuto. • Térmico O reservatório de tinta possui uma resistência próxima ao bico ejetor. O sinal (impulso elétrico) recebido aquece a resistência. O calor é então transferido da superfície da resistência para a tinta. A tinta é aquecida até formar uma bolha. Quando a bolha é formada, a tinta instantaneamen-


te se expande forçando a tinta a sair pelo bico ejetor. Tudo isto acontece em frações de segundos. • Piezoelétrico Sistema de impressão, onde impulsos eletrônicos gerados a partir do arquivo digital são aplicados no material piezoelétrico, fazendo com que este se expanda. Isto faz com que o volume no reservatório de tinta mude, gerando pressão, essa por sua vez forma a gota que então é expelida.

Eletrostática A impressão eletrostática utiliza fotocondutores (método de transferência direta) ou portadores fotocondutores, carregados eletrostaticamente (método e transferência indireta) para reproduzir imagens originais latentes tornadas visíveis por meio de toners. (NBR 14934:2003). Este sistema baseia-se no fenômeno, onde certos materiais são isolantes elétricos quando mantidos no escuro, mas são condutores de corrente elétrica quando expostos a luz, podendo ser feixes de laser ou pequenos LEDs (diodos emissores de luz). O processo ocorre em cinco etapas que se repetem continuamente: • Geração da imagem O fotocondutor recebe uma carga elétrica uniforme, mantendo as cargas elétricas recebidas. A seguir, o cilindro é exposto a uma fonte de luz, provocando uma descarga seletiva do fotocondutor gerando a imagem no cilindro.

• Aplicação do toner As partículas de toner carregadas eletricamente são direcionadas para o fotocondutor, que possui carga oposta a da imagem latente formada no cilindro. Esta diferença de cargas faz com que a imagem latente seja revelada no fotocondutor. • Transferência da imagem A imagem revelada é então transferida para o suporte. Esta transferência também é feita por atração eletrostática. Atualmente, muitos equipamentos transferem a imagem inicialmente para um meio intermediário e depois para o suporte. • Fusão da imagem Após a transferência, a imagem ainda não está fixada ao suporte e para que isso ocorra após a transferência de todas as cores o suporte é encaminhado para a fusão (aquecimento), onde o toner, que é composto por resina termoplástica e pigmento, amolece. Após a saída do sistema de fusão, o toner se solidifica ao entrar em contato com uma temperatura mais baixa (ambiente), fixando-se permanentemente ao suporte. • Limpeza Os resíduos de toner que permaneceram no cilindro são removidos aplicando-se uma carga elétrica que neutralizará as partículas de toner remanescentes.

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Digitec

“Mídias para Impressão Digital: Como obter melhores resultados”

Digitec - Rua Bresser, 2315 Móoca – SP

Tipos de tintas/toners

Define-se toner um corante orgânico que se apresenta na forma de micro partículas.

Toner sólido - composição • Resina termoplástica, um polímero que amolece ao ser aquecido e endurece ao ser resfriado; • Pigmento orgânico; • Outros materiais como modificadores de carga, agentes promotores de fluxo e agentes de limpeza do cilindro; • Partículas entre 3 e 10 μm.

Toner líquido - composição • Pigmento; • Óleo mineral; • Resina polimérica; • Aditivos; • Partículas entre 1 e 3 μm.

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Tintas para jatos – composição • Corantes: apesar de serem mais utilizados neste sistema, possuem menor resistência a radiação UV; • Pigmentos: já os pigmentos, ao contrário, apesar de terem maior resistência, têm a desvantagem de serem compostos por partículas, o que pode ocasionar entupimentos no cabeçote de impressão; • Solventes, resinas e outros aditivos. Autor e editor: Ricardo Minoru Horie - Bytes & Types - minoru@bytestypes.com.br Autor: Andre Liberato - Konica Minolta - andre. liberato@bs.konicaminolta.com.br Colaboradores: Lara Venegas Vargas - Kodak Brasil lara.vargas@kodak.com; Paulo Addair - Thomas Greg & Sons - paulo.addair@thomasgreg.com.br Não perca, na próxima edição, o Volume 2 da Coleção Digitec


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Especial

Créditos: Divulgação Osram

Arenas digitais

Telões de LED já foram muito utilizados no meio urbano, passando informações e publicidade para pedestres em qualquer lugar. Mas, ultimamente, ficaram restritos a ambientes fechados, como estádios de futebol Mariana Naviskas

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á alguns anos, ao sair de casa para um passeio a pé ou de carro, era comum encontrar pelo caminho telões de diversos tamanhos passando notícias e publicidade em cima de prédios, em fachadas de estabelecimentos comerciais e outros. Hoje em dia, esse tipo de mídia ainda participa ativamente de nossas vidas em ambientes fechados – estádios de futebol, metrôs, ônibus, elevadores, bares e supermercados –, porém, o espaço dedicado às telinhas na rua foi diminuindo e é cada vez mais raro encontrar um telão por aí. Na cidade de São Paulo, o principal fator para essa diminuição da mídia digital nas ruas foi a Lei Cidade Limpa. De acordo com Marcelo Pontes, líder da área acadêmi-

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ca de Marketing, Pesquisa e Economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), já está sendo discutida uma flexibilização na lei, que provavelmente recolocará as telas nas ruas. Para ele, o retorno dessa mídia já é uma tendência. “Hoje em dia, por conta da diminuição das mídias tradicionais, as empresas têm que buscar formas diferentes de agradar ao público. Com o auxílio da tecnologia, então, isso se torna mais fácil e permite ações diferentes”, afirma. Pontes lembra ainda de outra forma de transmitir vídeos para o consumidor no meio da rua: as projeções. Em novembro do ano passado, por exemplo, a Rua Augusta recebeu uma intervenção de projeções, que reuniu trabalhos de mais de 100 artistas do


A Arena Corinthians, que está sendo construída em São Paulo, terá o maior telão do mundo: 170 metros de largura por 20 metros de altura

Brasil e do mundo e projetou imagens, fotos e vídeos em 14 fachadas de prédios da região. “O importante, em qualquer tipo de mídia, é aproximar uma marca de seu consumidor. A marca tem que saber qual meio é o melhor para atingir seu consumidor em potencial”, explica Pontes. Eventos esportivos Um local onde não podem faltar telas gigantes é o estádio de futebol. E, em preparação intensa para os eventos esportivos que vêm por aí no País – Copa das Confederações, em 2013, e Copa do Mundo, em 2014 –, estádios estão sendo construídos e reformados em todo o território nacional. Novidades e tecnologia de ponta em painéis de LED não irão faltar nesse período e poderão incrementar ainda mais o mercado brasileiro de telas e painéis. A Arena Corinthians, que está sendo construída em São Paulo, por exemplo, terá o maior telão do mundo: 170 metros de largura por 20 metros de altura. Produzido pela Osram – também responsável pela iluminação do estádio –, o telão apresenta tecnologia LED, com mais de 200 mil LEDs

na fachada. De acordo com a assessoria da empresa, a montagem será feita com pontos de LED de alto brilho, fixados em uma fachada de vidro. “O painel de LEDs da fachada proporcionará a visualização de vídeos e imagens estáticas à longa distância e com resolução de quase 600 pixels por largura”, explicou a assessoria. (Por motivos de política interna, a Osram não pôde conceder entrevistas para esta reportagem). Além desse grande telão, que ficará do lado externo do estádio, a Arena Corinthians irá contar com quatro painéis de LED nas arquibancadas. Com dimensões de 30 metros de largura por 7,5 metros de altura, os painéis possuem alta resolução e apresentam pitch (distância entre pontos de LED) de 7 mm. Já o Mineirão, estádio da cidade de Belo Horizonte (MG) que já está pronto para receber a Copa do Mundo, apresenta dois telões de 98 m²: área equivalente a de um apartamento de três dormitórios. Segundo o site Portal 2014, veículo de informação criado para estimular e divulgar ações que levem ao sucesso da Copa do Mundo 2014, os telões possuem modelo exclusivo para o Mineirão e foram feitos, sob encomenda, pela Sony do Japão. De acordo com a Minas Arena, responsável pela execução das obras de reforma e modernização do Mineirão, cada telão pesa 10 toneladas, incluindo estruturas de sustentação, e apresenta alta definição, com resolução de 20 mm de pixel pitch, formado por 3 LEDs em composição RGB. Os telões apresentam brilho de 6000 Nits e consumo elétrico máximo de 48 Kw. O processo de montagem durou duas semanas e foram necessárias 20 pessoas. A Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), está praticamente pronta e já realizou a instalação de seus dois telões de alta definição. Com dimensões de 13 metros de largura por 7 metros de altura, os telões apresentam quase 100 metros quadrados e grau de inclinação de 15 graus. Dessa forma, a visualização será de alta qualidade para os espectadores em qualquer região do estádio. Fabricados no Japão, cada um pesa 12 toneladas e apresenta 578 polegadas e 231 trilhões de tonalidades. Abril 2013

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Especial

Na prática Os novos e modernos telões que serão utilizados nos eventos esportivos trarão novidades tecnológicas para o ramo da mídia digital no País. Mas, hoje em dia, o que está em alta neste mercado? A Spider Tecnologia, empresa de engenharia e projetos que desenvolve soluções de comunicação conforme a necessidade do cliente, atende um grande número de empresas e realiza diferentes projetos especiais para fornecimento de painéis: linhas de texto, cronômetros, relógios para topo de prédios, painéis numéricos para chamadas de senhas, placares esportivos para ginásios e estádios, painéis publicitários e informativos, entre outros. “E também desenvolvemos sistemas de Digital Signage para TVs corporativas em empresas, escolas, academias, entre outros”, conta Anderson Aniceto, Diretor da Spider Tecnologia. Conforme Aniceto, a FIFA especificou tamanhos mínimos de painéis para os estádios da Copa do Mundo com base na capacidade de público local. “Estabeleceu o mínimo, mas não o máximo. Então, de acordo com a verba disponível, cada projeto utilizou um tamanho físico diferente de painel. Mas todos utilizam a mesma tecnologia de exibição, gerenciamento de conteúdos, brilho, contraste e ângulo de leitura”, completa. A Spider foi responsável pelo telão na Arena da Vila Belmiro, que mede 48 m² e será utilizado para treinos durante a Copa do Mundo Fifa 2014. A empresa também forneceu painéis para a Arena Barueri. “Nós fornecemos 128 m² de painéis, mas o layout do estádio dividiu isso em quatro telões de 32 m². Como os painéis são modulares, podemos montar do tamanho que quisermos e no formato desejado, como se fosse um ‘Lego’. No Mangueirão, em Belém do Pará, foram 56 m² divididos em dois telões, no formato superwide: 7 m x 4 m”. Para Aniceto, em longo prazo as diferenças entre os painéis que serão utilizados nos estádios da Copa e os painéis normalmente utilizados no País, fabricados por empresas brasileiras, irão aparecer. E a favor da produção nacional. “A priori, o resultado prático é o mesmo, pois no início de seu funcionamento, painéis são muito pareci20

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Créditos: Divulgação Spider

Painel na Avenida Faria Lima, em São Paulo

dos. Porém, com o tempo as diferenças se tornam latentes. A Spider, por estar no Brasil e ser uma empresa de desenvolvimento na área de engenharia, leva em conta uma série de detalhes que as empresas estrangeiras não levam”. Ele cita como exemplo as grandes dimensões continentais do país, que acarretam em diferenças geofísicas de região para região, o que deve ser levado em conta a cada novo projeto. “Temperatura, umidade relativa do ar, precipitação (chuvas), índice de refração da luz do sol, áreas com alta incidência de queimadas, maresia, salinidade, etc. Essas características são primordiais na hora do projeto e confecção do painel”, explica. Além disso, Aniceto lembra sobre a instabilidade da rede elétrica no Brasil. “Essa grande variação do sinal elétrico mina e danifica equipamentos que não estejam suficientemente bem dimensionados para suportá-las e com sistemas auxiliares de estabilização e proteção para contê-las”. Assim, ele acredita que a vinda de painéis importados para o país será vantajosa para empresas brasileiras de qualidade, já que possibilitará ao cliente fazer uma comparação entre produtos nacionais e importados. Diferenças Os telões gigantes utilizados em grandes eventos esportivos e os telões que podemos encontrar pelas ruas possuem algumas diferenças. A primeira e mais evidente é o tamanho. As telas de LED padrões, utilizadas no mercado, geralmente variam de, aproximadamente, 60 x 120 cm a 240 x 480 cm. “Esse tipo de sinalização é geralmente utilizado por uma empresa para promover seus produtos e serviços para um público – consumidores em potencial que vivem e trabalham naquela área”, explica Deacon Wardlow, especialista em Tecnologia LED da Vantage LED, fabricante de painéis LED localizada na Califórnia, Estados Unidos.


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Especial

Créditos: Divulgação Spider

Outro ramo lembrado por ele é o de emSegundo ele, muitas cidades em todo o presas privadas que instalam telas em suas mundo estão percebendo a importância da entradas, recepções, plantas industriais utilização da sinalização digital para divulpara fazer endomarketing e comunicação gar medidas do governo, como notificações com funcionários. Empresas que organide emergência, eventos e organizações e zam festas, feiras, shows e eventos também campanhas de sensibilização. costumam utilizar telas de LED. Com os Já as telas “gigantes” utilizadas em espainéis, podem montar cenografias tádios possuem um design diferente e fundos de palco com agilidade e costumam apresentar “builtNa cidade e muitas alternativas em seus -in redundancies”, espécie de de São Paulo, o projetos”, afirma. Por fim, segunda placa de controle principal fator para o diretor cita prefeituras que funciona caso a priessa diminuição da e governos, que utilizam meira apresente algum mídia digital nas ruas foi esse tipo de mídia para problema. “Dessa forma, a Lei Cidade Limpa. Mas se comunicar com a pose previne uma falha no já está sendo discutida pulação. “Informam atisistema durante um mouma flexibilização na lei, vidades, projetos, obras mento crucial do jogo”, que provavelmente realizadas, campanhas muexplica Wardlow. Além recolocará as telas nicipais de interesse geral, endisso, esse tipo de telão aprenas ruas tre outros”. senta escalas de controle de víAniceto lembra que cada município deo “high-end”, para transmissões possui uma legislação própria para a mídia de vídeo ao vivo, e estruturas de potência digital na rua. “Isso vai desde a liberação do modificadas para reduzir o consumo de espaço até o formato dos painéis, altura dos energia dos locais onde são instalados. postes, locais permitidos para instalação e taxas de CADAM (Cadastro de Anunciantes Quem compra no Brasil? do Município), que é adotado por quase todas Conforme Aniceto, um dos segmentos as prefeituras para regularizar e poder cobrar que mais trabalha com painéis de LED é o tributos e impostos referentes à atividade”. de Mídia Out of Home. “Até então, essa mídia trabalhava com outdoor de papel, lona e triedros. Porém, evoluíram para painéis a O mercado no mundo LED que permitem maior agilidade na troSegundo Wardlow, o mercado está lenca das peças publicitárias e exploração de tamente se tornando comoditizado. Globalimagens em movimento”. mente, as pessoas estão se familiarizando com a sinalização digital e muitos componentes estão se tornando padronizados. Os componentes realmente importantes não são os sistemas propriamente ditos – seja LED, LCD ou outras soluções em sinalização digital –, mas sim os softwares e meios de controle dos sistemas. Algumas companhias, como a californiana Spectacular Media (www.sminfinity.com), estão olhando para o futuro e criando controles mais centralizados e de fácil utilização, nos quais o acesso pode ser feito via PC/MAC ou até smartphone e é possível controlar um painel de um só lugar ou vários de uma região. “Logo, existirá uma tendência para que os líderes da indústria de LED desenvolvam seus sistemas com dados baseados em controle na Nuvem, com diversas opções de 22

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Especial

Painel da Spider: a mídia em movimento

Substituição ou coexistência Ao se discutir a mídia digital, é impossível evitar a velha pergunta: uma mídia substituirá a outra? A mídia digital será o fim da mídia impressa? Para Marcelo Pontes, não. “É muito forçado falar em substituição. Sempre que aparece uma nova mídia, a gente entra nes-

Vale a pena? Há locais que necessitam da mídia digital e onde não há outro tipo de mídia para substituí-la, como é o caso dos estádios. Porém, o investimento compensa? Painéis de LED podem ser caros e, antes de utilizá-los, é provável que o cliente pense: por que trabalhar, na rua, com um painel de LED ao invés de um outdoor impresso? Segundo a Vantage LED, uma das vantagens dos painéis eletrônicos é a velocidade da informação. Anúncios em telas de LED conseguem informar de forma mais clara e dinâmica. Assim, em ruas ou avenidas – onde todos sempre estão apressados –, o pedestre ou motorista recebe a mensagem rapidamente, sem perda de tempo. A Vantage LED possui um blog, no qual são disseminadas informações sobre a indústria de LED. Confira algumas dicas retiradas do site: • A mídia digital precisa de tempo para funcionar corretamente. As empresas que desejam utilizar a mídia digital não podem simplesmente colocar algumas mensagens em uma tela e esperar que as pessoas captem o que eles querem dizer. • A mídia digital é dinâmica e deve estar em constante mudança, ser moderna, oferecer uma perspectiva e informações novas para o público-alvo. • Como em qualquer investimento, a mídia digital deve apresentar uma base sólida para mostrar bom desempenho em longo prazo. Ou seja, não adianta querer economizar na compra de um equipamento que não vai proporcionar o que você deseja. • Quanto melhor o conteúdo, a mensagem e a aparência da mídia digital, mais o público-alvo estará disposto a interagir com ela.

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Créditos: Divulgação Spider

serviços para os usuários finais. Além disso, esses sistemas baseados na Nuvem vão permitir diagnósticos proativos, para que o usuário final possa saber quando uma falha está prestes a acontecer e, assim, possa evitá-la”, declara.

sa discussão. Será que a televisão vai substituir o rádio? Será que a internet vai substituir o jornal? Isso nunca se confirma. Na verdade, as novas mídias entram como algo a mais. O que não vai mais acontecer é as mídias tradicionais terem a audiência que tinham antes das novas mídias chegarem. Mas eles vão coexistir”. Aniceto concorda. “A história nos mostra que em nenhum momento algumas mídias substituirão outras. Elas sempre serão complementares e cada veículo, em seu tempo, terá sua curva de gestação, auge e finalmente acomodação”. Para ele, a mídia digital e a mídia impressa irão continuar coexistindo. “Não há substituição, apenas uma evolução tecnológica do veículo”. Para Wardlow, a mídia impressa ainda é bastante popular e relativamente barata comparada à mídia digital. “Em locais que não precisam substituir constantemente a publicidade/promoção, a mídia impressa continuará presente. Porém, as pessoas estão cada vez mais conectadas via tablets, smatphones e outros dispositivos. Há um desejo por abordagens mais personalizadas e pessoais na publicidade e divulgação e as pessoas irão esperar formas mais dinâmicas de publicidade para complementar esse estilo de vida ‘moderno’. A mídia impressa não vai desaparecer, mas vai diminuir em comparação ao que é hoje, enquanto a mídia digital tende a crescer”.


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Gestão

Do valor ao valor agregado Fabio Kisner*

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m um mercado cada vez mais competitivo existem muitas empresas de comunicação visual que estão encontrando seu “oceano azul” focando em serviços de valor agregado. Essas empresas normalmente rodam pouco nas impressoras e focam na prestação de serviço diferenciado. O estímulo inicial dessas empresas foi perceber, antes que as outras, que a concorrência veio pra ficar. Não quero afirmar que a pequena empresa que abriu as portas há seis meses e está atacando seus clientes vai sobreviver. Mas, plagiando Raul Seixas: “você mata uma. E vem outra em meu lugar”. Uma das alternativas é usar a experiência e agregar valor ao serviço. Se você empresário acredita que outras empresas de comunicação visual podem vender o mesmo produto que você comercializa, você neste caso precisa fugir da concorrência. A maioria das empresas que atendo e que comercializam serviços com alto valor agregado, normalmente entra no cliente por falhas deixadas pela concorrência. Ao agarrar a oportunidade a tática não é entregar um produto melhor do que o concorrente. A tática mais usual é incrementar com um serviço mais diferenciado e personalizado, ou seja, de valor agregado. Citando alguns exemplos poderia destacar alguns: • Manutenção e garantia de estruturas metálicas instaladas; • Produção de produtos para segmentos específicos como linha de LED e PDVs; • Equipes de instalação qualificada e padronizada para montagem de lojas em rede de franquias como farmácias, lojas de telefonia e bancos, por exemplo; • Qualidade superior dos materiais. Justamente por ter um diferencial em relação às demais empresas o valor dos serviços tendem a ser mais elevados e possivelmente mais lucrativos. Mas existe um ponto em que muitas empresas que comercializam produtos com valor agregado costumam pecar. Como es-

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sas empresas imprimem muito pouco em relação ao faturamento, elas não dão tanta importância ao custo, ou não sabem como gerenciá-lo. Muitas empresas de comunicação visual que utilizam soluções de software para gráfica offset, ou que são má orientadas por consultores, acabam adotando a metodologia RKW. Volto a repetir, RKW não funciona pra comunicação visual. O que acaba ocorrendo é que a empresa não tem noção da lucratividade de seu serviço e muito menos do custo. Como o valor agregado é elevado muitas acham que dão lucro, só que no final do mês as contas não fecham. O primeiro ponto para a gestão do valor agregado é ter centros financeiros exclusivamente para eles, separando do resto do segmento de comunicação visual. Isto serve tanto para a receita quanto para a gestão dos custos. Os gastos com deslocamento e estadias de funcionários também devem ser gerenciados por projetos. Ou seja, a gestão desses serviços deve ser financeira e contábil, uma vez que o custo de matéria-prima tende a ser baixo. Deve-se ter atenção especial ao controle de horas extras e materiais utilizados. Nas empresas que focam em estruturas metálicas é fundamental uma gestão de estoque para controlar sobras e perdas. Analisando os resultados com seu contador ou um bom consultor financeiro, é possível identificar pontos críticos e de sucesso. Em síntese, não é porque o oceano é azul que ele vai deixar de ser turbulento. Os serviços de valor agregado são uma alternativa para sair da concorrência, mas não tem como fugir do trabalho de gerir a empresa.

*Fabio Kisner é consultor e diretor de Tecnologia da KSC Brasil. Já ministrou palestras e consultoria em diversas empresas do País. fabio.kisner@kscbrasil.com.br


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Arquivo RSG

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Dias de um

futuro presente Na busca por uma tecnologia cada vez mais desenvolvida, equipamentos de corte e gravação a laser ajudam a levar a comunicação visual rumo ao futuro Léo Martins

Panorama histórico do CNC

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ndependente da área, quando a palavra laser é citada, de maneira quase que automática, a mesma é associada a temas futuristas. Para isso, diversos segmentos que compõe a cultura contemporânea pop contribuem para que o laser tenha essa roupagem. Afinal, quem não se lembra de filmes de ficção científica como a série “De volta

Arte: Emerson Freire

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para o futuro”, a saga de “Star Wars – Guerra nas Estrelas” ou até mesmo os desenhos “Os Jetsons” e “Futurama”? Em todos os exemplos citados, o laser faz parte desse contexto considerado “futuro”. E é embarcando nessa ideia que o mercado de comunicação visual aposta nessa tecnologia para que, assim, ela eleve o nível dos trabalhos executados

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mento tem base em um canhão de laser, que tem potencia definida de acordo com os tipos e espessuras de materiais que se quer cortar”, detalha. Guerra ainda explica que a fonte de laser emite um raio que normalmente é refletido por espelhos internos da máquina, até chegar ao cabeçote de corte onde é potencializado por uma lente. Guerra explica também sobre a moviDefinição Laser é a sigla utilizada para Light Am- mentação do canhão laser dentro deste tipo de equipamento. “A máquina se plification by Stimulated Emission of movimenta em três eixos: X, Y e Radiation (que em português, O laser Z. Os eixos X e Y representam seria algo como “Amplificação é formado por a movimentação da máquida Luz por Emissão Estipartículas de lu z na e o Z, o ajuste de foco mulada de Radiação”). “O concentradas e emitidas do laser”, detalha. laser é um dispositivo em forma de um feixe responsável por producontínuo. A te cnologia foi zir uma radiação eletroBenefícios e criada em 1960 po r Theodore magnética com algumas desvantagens Maiman, físico americano características bem peEmerson Urban, dique estimulou átomos culiares”, explica João da retor da Taico, empresa de rubi a emitir luz Mata, gerente Comercial da localizada em Americana, concentrada empresa 3D Transform. interior do Estado de São O laser é formado por parPaulo, que monta e customiza tículas de luz (fótons) concentradas e máquinas a laser, enumera algumas das emitidas em forma de um feixe contínuo. A vantagens que a tecnologia a laser troutecnologia foi criada em 1960 por Theodore xe para o mercado de comunicação visual. Maiman, físico americano que estimulou “Maior velocidade, menor uso de enerátomos de rubi a emitir luz concentrada. gia e facilidade de trabalhar com arqui“A partir desse evento, a tecnologia laser só vos digitais descartando a necessidade de evoluiu e atualmente, é empregado em apa- moldes, modelos físicos, matrizes e etc.”, relhos e equipamentos de uso doméstico, destaca. Conforme Urban, os níveis de precirúrgicos, industriais, militares, espaciais, cisão e qualidade alcançados com máquientre outros”, completa Mata. nas de corte a laser também são melhores do que os métodos tradicionais de corte. Modo de funcionamento “Esta tecnologia nos permite cortar forCristiano Guerra, do Comercial da BG mas complexas sem a necessidade de ferraSoluções Tecnológicas explica um pouco so- mentas e a uma velocidade semelhante ou bre a forma de funcionamento de um equi- superior à de outros métodos de corte”, pamento a laser. “O princípio de funciona- completa Urban. a padrões futuristas e modernos. Conheça um pouco mais de como a tecnologia a laser vem auxiliando os equipamentos de corte e gravação, bem como a forma que ela se desenvolveu ao longo do tempo. Afinal, para que algo tenha um futuro, o passado e o presente devem fazer parte dessa história.

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Fonte: Márcio Lucato, professor do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia

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CRÉDITO: Divulgação Taico

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Além de manusear o equipamento, o usuário deve possuir conhecimentos básicos em informática e assuntos técnicos

Já com relação às desvantagens, o quesito custo de manutenção ainda é bastante citado. “O custo dos tubos, fontes, lentes e espelhos usados ainda são muito caros. Com relação ao processo, acredito que o problema seja a limitação aos cortes em ângulos retos, em apenas uma direção, devido à fixação das cabeças de corte”, comenta Sônego. Já para Urban, a grande desvantagem ainda é a falta de conhecimento. “A necessidade de uma pessoa apta a preparar os desenhos em AutoCAD ou CorelDRAW, que são os softwares utilizados, para serem processados na máquina, é uma desvantagem”, opina.

Aplicações e beneficiados As aplicações da tecnologia a laser para os trabalhos de corte e gravação são amplos. “Primordialmente, a Marca: Eurolaser ideia da tecnologia laser Modelo: G3 é oferecer soluções de Origem: Alemanha transformações rápiTipo de laser: CO² selado das e precisas. Então, Potência do Laser: de 60 W a 600 W a aplicação em corte e Área de trabalho: de 1330 mm x 1600 mm a 3270 mm x 3200 mm gravação para o mercado Velocidade de corte: 1000 mm/s de comunicação visual é Distribuidor: BG Soluções Tecnológicas bastante usada”, comenta Ricardo Siegl, proprietário da Laser Lab. Entre os profissionais que podem usufruir de tal tecnologia, por sua vez, João da Mata, da 3D Transform, cita alguns dos beneficiados. “Esta tecnologia de corte a laser abrange profissionais da área de comunicação visual, displays,

BG Soluções

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artesãos, arquitetos, fabricantes de peças de acrílicos, etc.”, diz Mata. “Empresas de comunicação visual em geral, indústria têxtil e indústria de embalagem para confecção de facas gráficas”, complementa Guerra. Ainda de acordo com Henrique Sônego, da Lasercut, a aplicação do corte e gravação a laser depende muito da imaginação de cada cliente. “Aqui na empresa já atendemos designers, maquetistas, empresas de brindes, restauradores, artesãos, artistas e pessoas que apenas queriam uma peça decorativa personalizada”, destaca.

Materiais aplicáveis Conforme Sônego, dependendo da potência do laser, qualquer material pode ser trabalhado com laser, desde uma folha de papel até uma placa de granito ou porcelanato. “Porém, evitamos cortar alguns materiais que com a queima do laser, exalam gases tóxicos e corrosivos como PVC, teflon, ABS e policarbonatos com cloro”, pondera. Ricardo Siegl, da Laser Lab, cita mais alguns materiais para o uso. “Basicamente, acrílico, MDF, tecidos variados e alguns tipos de plásticos os trabalhos de corte e gravação a laser podem ser úteis”, observa. “Acrílico, Madeira, MDF, tecidos, fibras, cartão, policarbonato flexível são bastante usados em trabalhos de corte e gravação a laser”, completa Cristiano Guerra, da BG Soluções.

Habilidades e cuidados do operador No que diz respeito às habilidades que o operador deve possuir para operar algum equipamento de corte e gravação a laser, João da Mata, da 3D Transform, faz algumas observações. “A máquina a laser, apesar de ser simples, requer uma série de cuidados e procedimentos que o operador aprende durante o treinamento oferecido pela empresa. O operador deve ter conhecimento prévio de programas de desenhos, como o CorelDRAW e o AutoCAD”, destaca Mata. Além dos conhecimentos em softwares, Ricardo Siegl afirma que outros conhecimentos são necessários para a operação. “Um operador deve ter conhecimentos básicos de matemática, geometria e desenho


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Capa na r á qu i “A m sar de se ie e ér ma s er, ap a las requer u imentos técnico. Por isso, falta le s , oced simp dos e pr aprende ido mão de obra especializada a c r d e o i de cu o operad ento ofer eve no mercado”, expõe. m rd qu e reina operado de t o e O io nt dura mpresa. nto prév como Antes do laser e e a m s l i o , c pe Em muitos segmentos, o n he e d e s e n h o C A D ” te r c d as A ut m o processo de corte ou grao a e r prog elDR AW Mata vação a laser substituiu não r a o d oC João só uma tecnologia, mas duas ou três. Conforme Emerson Urban, na fabricação de peças feitas em acrílico, por exemplo, era bastante comum o processo contar com três etapas:

Algumas aplicações do corte e gravação a laser: • Corte e gravação de produtos de madeira; • Produção de troféus; • Gravação de produtos em cerâmica; • Confecção de carimbos; • Gravação de códigos de barras; • Gravação de vidros e espelhos; • Corte e gravação em produtos têxteis; • Corte de etiquetas; • Corte e gravação de acrílico; • Gravação de metais pintados ou anodizados;

• Corte: que era feito com uma serra ou processo similar. Muitas vezes manuais e perigosos; • Lixar: também feita com uma máquina ou manualmente; • Polir: onde o profissional dava o acabamento necessário à peça para ganhar brilho e transparência. “Hoje, praticamente todos esses processos são substituídos pelo laser e é bastante comum a peça sair diretamente da máquina laser para a embalagem”, comenta Urban. Antes do advento da tecnologia a laser, Sônego lembra como eram feitos os trabalhos de corte e gravação, fazendo também um comparativo com os dias de hoje. “Ferramentas abrasivas, serras e brocas eram e ainda são muito utilizadas. O processo dependia de um artista com habilidades manuais como um escultor ou pintor. Hoje, é fundamental um designer com conhecimentos de desenhos em computador”, reforça. Conforme Ricardo Siegl, da Laser Lab, devido a problemas de imprecisões e desperdício de material, a alternativa mais viável eram os routers CNC.

O router CNC De acordo com Márcio Lucato, professor do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia, antes do CNC, é importante entender como ele foi concebido. Para isso, é preciso entender o conceito

• Corte e gravação de papel; • Gravação em mármore.

divulgação Instituto Mauá

CRÉDITO: Divulgação Taico

Fonte: Emerson Urban, diretor da Taico

Madeira é um dos materiais em que o laser pode ser aplicado

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Márcio Lucato, professor do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia


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• Princípio de funcionamento O funcionamento baseia-se na composição do movimento gerado em duas direções ortogonais, ou seja, perpendiculares entre si. “Combinando deslocamentos simultâneos em duas direções perpendiculares, podemos ter qualquer tipo de trajetória, se o deslocamento em uma direção for mais rápido que na outra”, explica o professor Lucato. “É isso que o computador faz. Ele calcula os deslocamentos nas duas direções, que serão feitos simultaneamente de forma a obter a trajetória desejada, que pode ter qualquer forma que se deseje”, completa o professor. Para os equipamentos a laser o modo de funcionamento da máquina para gerar 34

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O Laser e o 3D Criada em 2007, a Ponoko, empresa originária da Nova Zelândia, cria e comercializa produtos feitos em impressoras e equipamentos de corte e gravação utilizando o 3D e o laser. Confira uma breve entrevista com Kristen Turner, diretora de Marketing da Ponoko sobre como a tecnologia 3D pode auxiliar o mercado de comunicação visual. Inovações Impressoras 3D são capazes de produzir muitos produtos que estão disponíveis para consumo. O corte a laser, por outro lado, produz essencialmente partes de produtos, sem o produto acabado. Materiais Impressoras desktop 3D normalmente usam plástico ABS. Impressoras comerciais 3D podem utilizar gesso, cerâmica, metal e uma variedade de plásticos. Já as impressoras experimentais 3D, têm usado açúcar, chocolate, areia e polpa de madeira. Habilidades As habilidades necessárias para a impressão 3D são menos sobre o uso do equipamento real e mais sobre como usar o software AutoCAD. A principal dificuldade é a criação de um arquivo de desenho adequado.

O 3D e a comunicação visual O uso difundido de impressão 3D não vai acontecer enquanto as impressoras são melhoradas, mas quando a criação de arquivos adequados para um determinado projeto se tornar mais simples. Talvez, a mudança vá acontecer através de aplicativos ou com scanners 3D ou, mais provavelmente, uma combinação de hardware e ferramentas de software que tornam muito mais fácil de gerar modelos 3D imprimíveis. Assim, as impressoras se popularizam com a facilidade de geração dos arquivos para a impressão. CRÉDITO: Divulgação Ponoko

de um Contador Numérico (CN). “O CN é um equipamento eletrônico capaz de receber informações por meio de entrada própria, compilar estas informações e transmiti-las em forma de comando à máquina operatriz, de modo que esta, sem a intervenção do operador, realize as operações na sequência programada. É o antecessor do CNC”, detalha o professor Lucato. “Em uma máquina CN, para mudar o tipo de operação, havia a necessidade de trocar componentes e circuitos eletrônicos”, completa o professor. Portanto, o CNC nasceu da integração de microcomputadores em maquinas de CN de forma a mudar o tipo de operação trocando apenas o software de comando, sem necessidade de trocar circuitos eletrônicos. Segundo o professor Lucato, a sigla CNC significa “Controle Numérico Computadorizado”, o que significa que o deslocamento da ferramenta, no caso de máquinas de usinagem ou do feixe de raios laser, segue uma trajetória matematicamente precisa conforme cálculo feito pelo computador que controla o equipamento.


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• Vantagens do CNC para o mercado De acordo com o professor Lucato, os equipamentos com o comando CNC trouxeram duas grandes vantagens: elevada precisão de operação 1 Uma aliada a uma grande flexibilidade de trabalho. Para passar do fabrico de uma peça para o fabrico de outra completamente diferente, basta trocar o programa de comando do computador, sem necessidade de modificações mecânicas na maquina; Como consequência, podem-se fazer várias operações diferentes na mesma máquina. Sem perda de tempo em adaptações mecânicas, o tempo de manufatura diminui significativamente.

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• Habilidades do operador Sobre as competências que o operador deve possuir para manejar um equipamento CNC, o professor Lucato afirma que 3D Transform essa habilidade era mais Modelo: JM 1325 utilizada antigamente. Potência do Laser: 60 W, 80 W, 150 W ou “O operador de uma 180 W máquina operatriz conÁrea de trabalho: de 1330 mm x 2500 mm vencional necessita de Velocidade de corte: 2400 mm/min uma elevada habilidade Formato de arquivos: BMP, HPGL, PLT, DST, DXP e AI manual para produzir Softwares compatíveis: compatível com com qualidade e preciCorelDRAW, AutoCAD e Photoshop são. O operador de CNC Tamanho do equipamento: 1600 mm x não necessita dessa ha3000 mm x 990 mm bilidade. Requer apenas conhecer os comandos para fazer o equipamento funcionar”, diz. Já para a programação CNC, o professor Lucato aponta quais seriam os requisitos necessários. “O programador de CNC deve conhecer a linguagem de programação, além de ter conhecimentos técnicos 36

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Arquivo RSG

a trajetória do equipamento que fará o trabalho, não depende do tipo de dispositivo que será usado. Sendo assim, o princípio de funcionamento de um centro de usinagem CNC é o mesmo que o de uma máquina CNC de corte a laser.

de usinagem, no caso de máquinas operatrizes ou de técnica de corte a laser, especificamente para os equipamentos de corte”, informa.

O laser e o futuro em 3D E de que modo que os equipamentos em 3D podem convergir com o laser? “O 3D pode agir como complemento, pois hoje estamos limitados ao 2D, o que limita a utilização de materiais planos”, responde Henrique Sônego, da Lasercut. “Eu sou um entusiasta das vantagens que a parceria entre uma máquina de corte ou gravação a laser e uma impressora 3D podem gerar”, comenta Urban. “Imagine que tipo de produtos uma empresa pode criar utilizando essas duas tecnologias? O céu seria o limite”, projeta Urban. Se comparado à época em que os filmes do começo dessa reportagem foram citados, a humanidade, no quesito tecnológico, deu longos passos nesse sentido. Os carros ainda não voam e o homem ainda não foi para outros planetas, porém as evoluções tecnológicas rumam para que dias futuros cheguem antes mesmo do que pensamos. Qual é o próximo passo? Bom, até que se prove o contrário, previsões do futuro ainda são muito contestadas. Mas para que tenhamos um esboço dos dias que nos aguardam lá na frente, o presente é uma boa prévia para isso. Para o mercado de comunicação visual, a descoberta do laser, bem como sua utilização, faz com que a ficção de anos atrás seja a realidade dos dias de hoje. Afinal, do que serve a ficção senão para imaginar progressões científicas e biológicas para um futuro? E pelo jeito, dias de futuro estão bem presentes.


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Pré-impressão

Contratando talentos para impressão digital Adriano Medeiros*

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a coluna anterior, falamos o que não fazer na formação de um profissional de impressão digital. Agora vamos ver qual perfil de candidato precisamos contratar. Qual profissional estamos procurando? Estamos procurando um artista em potencial. Definitivamente este não é um profissional comum. Se você quer uma impressão de qualidade superior, você terá que procurar um profissional com características únicas. E o melhor, você não precisa contratar alguém que já tenha conhecimento e experiência no ramo. Esta pessoa pode ser formada, desde que ela tenha os seguintes requisitos:

Não basta ser um “fuceiro”, tem que saber de verdade

• Goste de Arte Não tem como uma pessoa insensível à arte fazer uma boa impressão. No mínimo você precisa de um apreciador de arte, alguém que goste de desenho e fotografia. Uma pessoa com habilidades em desenho seria perfeita. Músicos normalmente se dão muito bem também neste setor.

• Enxergue Cores É isso mesmo. Você sabia que cada ser humano enxerga as mesmas cores impressas, em tonalidades diferentes? Para saber se o candidato enxerga uma quantidade razoável de cores, você pode aplicar nele o Teste de Tonalidades de Farnsworth Munsell 100. Você encontra maiores informações no seguinte link: h t t p : // w w w. x r i t e . c o m / p r o d u c t _ overview.aspx?ID=830 O teste físico é o ideal, porém já há uma versão online e gratuita para o teste, que tenho aplicado com sucesso em meus clientes. Você pode acessar aqui: http://www.xrite.com/custom_page. aspx?pageid=77&lang=pt Eu faço o teste pelo menos uma vez por ano, pois o olho humano se desgasta com a idade. Não é “querendo me gabar”, mas até agora eu sempre zerei o teste, sem errar nada. O que ele precisa saber? CorelDraw, Illustrator e Photoshop. Se seu candidato tem os requisitos artísticos que citamos, mas não sabe usar os softwares, basta fazer um bom curso que está tudo resolvido. Se ele já conhece os softwares, ótimo, mas precisa saber de verdade, e não ser apenas um “fuceiro”. Grande abraço a todos.

SXC.hu

*Adriano Medeiros é consultor, escritor e palestrante, especialista em produção gráfica digital. Proprietário da PixelDots Consultoria para Produção Gráfica e Criativa www.pixeldots.com.br medeiros@pixeldots.com.br

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Vinil

Aplicação de vinil autoadesivo: método a úmido (continuação) Eduardo Yamashita*

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m nosso último encontro descrevemos passo a passo os detalhes da aplicação a úmido. Agora é a hora de aprendermos um pouco sobre os acabamentos das aplicações que foram realizadas através da metodologia a úmido. Geralmente optamos por usar essa metodologia na aplicação dos vinis translúcidos. Estes são direcionados aos backlites. Se não realizarmos uma emenda bem acabada, na visão noturna, o mau acabamento será “revelado”. Mas, antes de abordarmos a técnica de uma emenda bem feita, precisamos entender o porquê de fazê-las. Em áreas maiores da largura do rolo do vinil utilizado, torna-se necessário o uso da emenda. Em outras palavras, numa imagem de 2m x 2m com um vinil de largura convencional de 1,22 m, é necessário fazer a emenda. 2m

1,22 m

sobreposta topo a topo perfeita

Para garantir a qualidade das emendas, dois fatores são muito importantes: 1. Homogeneidade no corte do vinil: Sempre utilize régua para cortar as áreas que irão fazer parte da emenda. Para o exemplo acima, verifique se as bordas do rolo de vinil não estão danificadas. Para isso, a ferramenta para cortar o vinil é importante para que não deixe serrilhas ou qualquer imperfeição nesse acabamento. O fio de corte dessas ferramentas deve estar bem afiado; 2. Homogeneidade da sobreposição das partes dos vinis: independente da área sobreposta é necessário que seja constante, ou seja, se decidir por sobrepor em 5 mm, essa medida deve ser respeitada em todo o trabalho, caso contrário, na visão noturna, a 3ª cor (formada pela sobreposição dos vinis) não ficará homogênea.

2m

0,78 m emenda

Há três tipos de emendas: i. Sobreposta: ocorre quando parte do vinil se sobrepõe no outro vinil; ii. Topo a topo: quando as duas partes dos vinis apenas se encostam (também chamada de emenda “zero a zero”); iii. Perfeita: quando há a sobreposição mínima de um dos vinis. A figura a seguir descreve melhor os tipos de emendas. 40

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Correto

Incorreto

Procedimentos para confeccionar as emendas Emenda sobreposta Utilize o método descrito no nosso artigo anterior para uma das partes da imagem. A segunda parte deve ser posicionada sobrepondo uma área previamente defini-


da. Espatule na região da emenda com cuidado, sem pressionar muito, pois o vinil pode sofrer alguma deformação. Depois de retirar toda a água/detergente, deve espatular com mais pressão para remover toda a solução aquosa. Lembre-se que as emendas formam um “degrau” entre os vinis devido à sua espessura. É necessário nos atentarmos a isso, espatulando nessa região.

gunda parte. Não se esqueça de verificar se em todo perímetro da emenda, as duas partes estão se tocando. Caso contrário, na visão noturna, essa “falha” será evidenciada (figura a seguir).

Superfície

Incorreto

Superfície

Correto

Agora falta descrevermos a Emenda Perfeita. Tema para nosso próximo encontro. Até lá.

Emenda Topo a Topo Siga o procedimento de aplicação a úmido (descrito no nosso encontro passado). Aplique a primeira parte e, depois, posicione a segunda de forma que as bordas de ambas se toquem. Espatule a se-

*Eduardo Yamashita é consultor técnico do mercado de comunicação visual em.yamashita@hotmail.com

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Colorimetria e Gerenciamento de Cores

Espaço de cores dependentes x independentes - Parte 02 Fabio Tanaka*

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ando continuidade ao assunto, vamos falar um pouco sobre o espaço de cor independente. Vimos na edição passada que o espaço de cor é chamado “dependente”, pois depende dos limites físicos e específicos de cada equipamento para gerar cor. O objetivo da colorimetria nada mais é que criar modelos que tenham a capacidade de identificar as cores que são similares para qualquer pessoa com capacidade visual normal, mesmo que geradas em processos distintos como luz (monitor) e pigmentos (impressão). Vimos em edições passadas, também, que para termos a percepção e sensação das cores são necessários três elementos básicos: luz, objeto e observador. A CIE (Commission Internationale de I’Eclairage ou Comissão Internacional de Iluminação) foi fundada em 1913 por um grupo internacional de pesquisadores autônomos com objetivo de promover um fórum para a troca de ideias e informações para padronizarem todos os termos relativos à iluminação. O primeiro passo foi padronizar o observador, resultado da experimentação com base no tri-estímulo (vermelho, verde e azul), analisando a luz incidente em diferentes objetos coloridos (é claro) com um ângulo de visão definido, comparando as impressões visuais de vários observadores, foi possível determinar como o ser humano enxerga a luz. O segundo passo foi padronizar os iluminantes. Os iluminantes padrões são

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fontes de luz com curvas espectrais determinadas. O iluminante D é o mais utilizado no gerenciamento de cores, sendo o D50 correspondente à temperatura de cor de 5000K (luz do dia), como já vimos em edições passadas. Depois de padronizadas duas das três variáveis, observador e iluminante, fica fácil trabalhar com apenas uma variável, o objeto. Isso nos permite analisar sua reflexão sem distorções e variações. Dentre as opções que temos de espaços de cores independentes estão o XYZ, LCH e o mais utilizado na indústria gráfica é o LAB. E o melhor de tudo, independente do dispositivo! O que nos abre a possibilidade de sabermos a aparência de uma cor sem nos vincularmos a nenhum tipo de equipamento, possibilitando o gerenciamento das cores! Agradeço aos leitores pelos e‐mails recebidos e até a próxima edição. Boas impressões e qualidade total! *Fabio Kenji Tanaka é consultor da Cor Amarelo Gerenciamento de Cor Digital fabio@coramarelo.com.br


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Mercado

Envelopamento automotivo com Supreme Wrapping

Avery-Dennison lança seu novo filme para envelopamento de carros. A linha Supreme Wrapping apresenta versatilidade e conveniência, devido ao diferencial na estrutura do filme: duas camadas de filme cast, uma colorida e outra de proteção transparente, que oferecem resistência e uma aparência de pintura e alto brilho. Os filmes estão disponíveis com largura de 1,52 m, o que permite aplicações sem emendas em áreas maiores do carro. São 46 cores, incluindo opções com efeitos metálicos, foscos e brilhantes. Graças à tecnologia Easy Apply, é possível uma grande economia de tempo no momento da instalação, pois com ela o filme desliza sobre as superfícies de forma fácil e pode ser reposicionado e ter suas bolhas removidas.

Laser e router CNC em um só equipamento

Gravo MAK anuncia Gemini II, que junta laser e router CNC em um só equipamento. A máquina está disponível em dois tamanhos – 1300 mm x 2500 mm e 2000 mm x 3000 mm – e conta com coletor de pó, mesa de vácuo, chiller para resfriamento do tubo laser e spindle, resfriador de ferramentas e transformador elétrico. O sistema de corte a laser CO2 possui um compartimento do tubo laser de 2000 W CO2 no próprio eixo, reduzindo o número de lentes e espelhos e gerando maior velocidade e potência. O Gemini II apresenta sistema de controle independente, com duas torres de controle CNC e dois softwares, sendo um para o router CNC 3D e outro para cortar e gravar a laser. Para mais informações: Telefone - (19) 3027-1292 E-mail - contato@gravomak.com.br Site - www.gravomak.com.br.

Otimizações para a Gamma 75HD-R da Durst

A Durst anunciou recentemente um pacote de inovações tecnológicas para o hardware da impressora Gamma 75 HD-R, equipamento inkjet bastante utilizado no segmento de impressão de revestimentos cerâmicos. “A Durst compreende que o futuro do segmento de impressão abrange mídias que vão muito além do papel. Sendo assim, o segmento de impressão cerâmica é um forte e importante nicho para a Durst, tanto no exterior, como no Brasil, onde somos líderes de mercado”, afirma Flávio Hirata, CEO da Durst Brasil. Apresentados pela primeira vez na feira Tecnargilla 2012, que aconteceu entre 24 e 28 de setembro em Rimini, Itália, os recursos incluem um novo sistema de cabeçote com dupla recirculação de tinta, a qual permite uma redução expressiva nos tempos de parada de máquina para limpeza dos cabeçotes e, consequentemente, gera maior ganho de produtividade.

Novas Xerox CiPress

Os novos sistemas de produção jato de tinta Xerox CiPress 500 e 325 Single Engine Duplex (SED) facilitam e diminuem o custo de produções de baixos volumes de transacionais, marketing direto, catálogos, livros e manuais. Os dois equipamentos fazem com que impressoras de qualquer tamanho consigam capturar mais dados variáveis. A CiPress SED é uma poderosa configuração de um motor, mas apresenta muitas características de equipamentos com dois motores, como a Xerox CiPress 500 e 325 Jato de Tinta. A configuração compacta da CiPress SED é adequada para espaços limitados e imprime trabalhos duplex. A CiPress 500 utiliza tintas sem água da Xerox e produz imagens vibrantes e coloridas e gráficos com baixo custo em papel comum. Relatórios de monitoramento no uso de tinta permitem às gráficas saber a exata quantidade de tinta usada por trabalho e o equipamento possui um modo de otimização que reduz a quantidade de tinta usada nas páginas que possuem mais texto do que gráficos.

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Novo site Durst

A Durst do Brasil apresentou recentemente seu novo site, com modificações de conteúdo e layout. O site www.durst.com.br mantém características do site-matriz corporativo da Durst hospedado em sua sede em Tirol, porém, agora possui conteúdo inédito para clientes e imprensa do Brasil. A área com notícias e novidades, na qual é possível se informar sobre ações e lançamentos da Durst no Brasil, está mais bem disposta na página, facilitando a visualização das informações. Além disso, links e comandos estão mais visíveis e com fácil acesso. Na barra lateral esquerda, clientes podem encontrar links de acesso para as principais informações da marca no Brasil e no mundo, incluindo detalhes técnicos, vídeos de equipamentos, especificações e manuais. Outra novidade é a disponibilização de alguns perfis de cores para máquinas da Durst comercializadas no Brasil. Dessa forma, clientes e técnicos que estejam logados na página (por meio de uma senha fornecida pela Durst Brasil) podem fazer download desses perfis para calibração das máquinas e obtenção de qualidade total da tecnologia de impressão dos equipamentos das linhas Rho e Omega. “Desde o início de sua atuação no Brasil, a Durst optou pela venda direta, suporte direto, e proximidade máxima com os clientes. Nosso novo website reforça essa postura, sobretudo por disponibilizarmos os perfis de cores de nossas máquinas para que nossos clientes possam ter acesso a informações-chave para que seus impressos ganhem mais qualidade e para que consigam extrair todo o poder e robustez de nossos equipamentos”, declarou Flávio Hirata, CEO da Durst Brasil. Além disso, outra inovação é o sistema Gamma FX Module, módulo desenvolvido para acrescentar duas barras - além das cinco já existentes - que possibilitam o uso de efeitos especiais de impressão, ampliando a gama de aplicações que podem ser obtidas em impressão em cerâmica. Por fim, o recurso Structure Match Gamma é um sistema de leitura de alta resolução que consegue capturar dados das mídias em impressão, permitindo uma perfeita sincronia entre desenhos e aplicações, otimizando a qualidade final e o aspecto realista das peças.

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Novidades da Serilon Vinil “Jateado Black” para envelopamento automotivo

A Aplike acaba de lançar seu Aplickar Vinil “Jateado Black”, um vinil preto e texturizado para envelopamento de veículos. Esse tipo de produto preserva o carro e protege a pintura original, evitando riscos e arranhões. O produto oferece ótimo poder de adesão e pode ser utilizado no envelopamento, decoração e sinalização automotiva. O adesivo é reposicionável, o que facilita a aplicação, e apresenta película texturizada de ótima estabilidade dimensional, além de poder ser recortado em plotter, como qualquer outro vinil. Segundo a Aplike, o produto apresenta durabilidade de quatro anos, na aplicação vertical, e um ano, na aplicação horizontal, e é vendido em bobinas de 1,22 metros de largura por 50 metros de comprimento.

Alko lança novas cores para linha Alltak Tuning

A Alko incluiu em sua linha Alltak Tuning Automotiva com jateado texturizado duas novas cores: Jateado Silver e Jateado Militar. A linha é fornecida em bobinas de 1,22 m por 50 m, apresenta gravação com textura frosted, cola reposicionável e Liner Couche siliconado 130g. “Em pesquisa conjunta com aplicadores de todo o país, pudemos perceber a popularidade do material Jateado Alltak Tuning. O material realmente caiu nas graças dos profissionais. Por ser fácil de aplicar, super moldável e estável, sua textura ajuda a passagem da espátula e suporta o calor sem perder a textura, além de ser um material esteticamente diferenciado. Acreditamos que a tendência seja a textura, e estamos trabalhando em novas opções que serão lançadas em breve”, declara Alessandro Campos, do setor de Arte da Alko.

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Neste mês de março, a Serilon anunciou duas novidades. A loja virtual da distribuidora, SerilonShop, apresenta ao mercado a Mini Plotter Silhouette Portrait, equipamento de recorte eletrônico com boca de 20 cm, que faz corte e contorno de imagens com alta qualidade e precisão. O equipamento apresenta tamanho compacto, design arrojado e fácil utilização, o que o torna perfeito para quem trabalha com brindes, personalização, scrapbook e elaboração de convites. A pré-venda do produto já está acontecendo no site da loja: www.SerilonShop.com. Outra novidade que pode ser encontrada na Serilon é o Adesivo DP 100 da Starpac em nova medida. O vinil adesivo DP100 apresenta acabamento branco brilho e já era vendido em rolo de 50 metros, nas larguras: 1 m, 1,22 m, 1,37 m, 1,50m e agora passa a ser encontrado também na largura especial 2 m. “Com a nova medida do Adesivo DP 100, o bureau terá aumento de produtividade na impressão, passando a imprimir uma maior metragem de adesivo no mesmo período de tempo”, declara Silas Sequetin, diretor executivo da Starpac. Para mais informações, visite: www.serilon.com.br.

EFI recebe Prêmio Internacional de Tecnologia de Impressão

A EFI foi vencedora do Prêmio Internacional de Tecnologia de Impressão 2012-2013 da Deutscher Drucker. A marca foi contemplada por suas soluções Digital StoreFront, Pace, PrintSmith, Monarch e Radius como um pacote integrado de sistemas de informações de gerenciamento (MIS/ERP) e solução Web para impressão. O EFI MIS foi ganhador na categoria Pré-impressão, tendo sido escolhido em uma votação on-line, na qual participaram 1643 leitores do Deutscher Drucker, Deutscher Drucker – International Edition, Grafische Palette e print.de. “Nós da EFI estamos realmente lisonjeados em receber o Prêmio Internacional de Tecnologia de Impressão da Deutscher Drucker. Ele proporciona um reconhecimento inestimável dos sistemas EFI MIS, que as empresas do mundo todo utilizam para integrar e automatizar seus processos sem interrupções”, declara Marc Verbiest, gerente de relações públicas internacionais da EFI.


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Open House & Workshop

Entre os dias 25 e 27 de março, a Interativa, importadora e distribuidora de mídias e suprimentos para o mercado de comunicação visual, apresentará ao mercado algumas tendências no segmento de impressão digital. O evento acontecerá na sede da Interativa, em Curitiba, das 9h30 às 19h e tem como objetivo apresentar as novidades dos equipamentos da Roland, assim como as linhas de produtos das marcas Arlon e Interflex. No evento, serão realizadas demonstrações dos equipamentos UV Roland LEJ-640 e LEF-12, além do lançamento da impressora solvente com recorte XR-640 e das impressoras VS-640, SP-300i e BN-20. Ao final do evento, será sorteado um iPad. Mais informações pelo telefone (41) 3279-4000 ou e-mail marketing@interativaimport.com.br

Lançamentos Canon

A Canon apresentou, em março, seus lançamentos e novidades no ramo de impressão em grandes formatos. Um dos lançamentos é o modelo iPF6450, que oferece a possibilidade de adicionar um espectrofotômetro para calibração e criação de perfis, o que possibilita o uso de uma gama muito maior de papéis e softwares de terceiros. Além disso, o equipamento conta com um sistema próprio que permite exportar perfis criados para outros equipamentos da linha (modelos iPF 9400/8400/6400). Segundo a assessoria, esses equipamentos são voltados ao mercado de fotografia, prova, artes gráficas e fine art. Outra novidade é o Océ Varioprint DP Line 135/125/110, produto que foi agregado recentemente à linha de equipamentos monocromáticos para produção leve. 110, 125 e 135 ppm, alta estabilidade e baixo consumo de energia, é uma opção eficiente para o mercado editorial e produção de impressos em preto e branco.

Océ-Brasil lança nova impressora

No mês de março, a Océ apresenta ao mercado seu lançamento Océ Arizona 460 GT / XT, o maior novo integrante da família Arizona. O equipamento apresenta mais ferramentas, tecnologia e inovações desenvolvidas para aumentar a produtividade, como por exemplo, a mesa de vácuo inteligente, com mais de seis zonas setorizadas. Segundo a assessoria, esse equipamento apresenta a mesma qualidade da premiada linha Arizona, além do diferencial da impressão de verniz localizado, e é um equipamento versátil para clientes que desejam ampliar suas aplicações UV.

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