Cinturao negro revista portugues 278 2014

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"Emprega o teu coração, mente, intelecto e alma até em tuas mais mínimas acções. Nisto reside o segredo do êxito". Swami Sivananda

e alguns unos anos para cá e depois fazer todas as provas necessárias, (um mês em papel nos quiosques, no seguinte na Internet), resolvemos que devíamos fazer a revista gratuita e na Internet. Descobrimos que tínhamos muitos mais leitores por esta via e que um novo modelo de negócio estava nascendo. As nossas vendas de produtos (vídeos, DVDs, equipamentos) cresciam no mês em que saiamos na Internet e além disto não eram poucos os Mestres dispostos a se beneficiarem da difusão multiplicada por cinco, que tudo isso comportava. Os mais ousados deles apostaram uns por confiança em mim, outros por autêntica visão de futuro. Acertamos. Hoje podemos afirmar que a dita multiplicação já é por dez! Como consequência deste êxito, tivemos de tomar uma nova decisão, a qual esperamos que seja do agrado de todos os nossos leitores, oferecendo-lhes a cada mês não uma mas duas revistas, sempre GRATUITAS. O mundo da Internet nada tem a ver com o mundo do papel. Quando dantes pensávamos em fazer edições quinquenais, chocávamos de frente com a tremenda caducidade do produto. Antes de situarem a seguinte revista, retiravam a anterior. O resultado: Era muito difícil conseguir suficientes leitores, editores e anunciantes; só podíamos lamentar o esforço feito. Hoje tudo é diferente, porque as revistas continuam acessíveis e simplesmente aumentam os leitores e não diminuem! É verdade que tudo isso constitui um esforço extra da minha equipa, mas fazemo-lo com um tremendo entusiasmo porque assim, também teremos a ocasião de entrar nas vossas casas e vidas, duas vezes por mês, trazendo o melhor do mundo Marcial e dando acesso e entrada a novos colaboradores, dos muitos que estão procurando vias para desenvolver suas ensinanças e propostas de aprendizagem. Seguindo esta linha, dedicamos nos últimos oito meses grandes recursos e trabalho, a unificar todas as nossas

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“A mudança é lei de vida. Quem só olhar para o passado ou para o presente, perderá o futuro”. John Fitzgerald Kennedy

Web em idiomas e conteúdos, em uma e nova Web, que sob o nome de www.budointernational.com, acabamos de estrear para todos os leitores com uma incrível aceitação. Realizada sob as mais modernas modalidades de Prestashop, oferecemos nela informação semanal com conteúdos exclusivos, a possibilidade de ler ali mesmo a revista, OFERTAS semanais dos nossos produtos e muitas mais coisas que planejamos e estamos desenvolvendo, das quais terão a devida informação, simplesmente quando se registarem! Outra vantagem deste registo (que só vai demorar uns minutos) será o facto de poder receber informação de cada nova revista logo que sair e de ofertas exclusivas para os que pertencerem a este clube. A nossa Web pretende tornar-se uma porta às Artes Marciais, onde possam ter tudo aquilo que necessitarem, relativo ao nosso mundo. Por favor, façam uma visita. Não vão ficar decepcionados. Também não deixem passar a ocasião de conhecerem a nossa Web de descargas! Há uma oferta de bem-vinda durante alguns dias, de apenas 6€ por dia, disponíveis em descarga e crescendo a cada semana! Para os leitores, tudo isto quer dizer que duas vezes por mês terão uma nova revista para ler e também uma Web com conteúdos exclusivos, onde cada semana entrarão artigos que NÃO aparecem na revista, alguns deles, autênticas jóias publicadas anteriormente na nossa revista e que muitos não tiveram ocasião de ler naquele momento. Não esqueçam visitar e subscrever-se ao nosso canal youtube com o nome de “videobudo”, onde uma montanha de vídeos GRATUITOS conseguiram que até à data tenhamos alcançado o incrível número (e subindo!) de 18.000 subscritores. Tudo isto tem um denominador comum e é muito simples, a generosidade e o carinho com que nos tendes tratado em todo este processo de transição, que culmina agora com um novo modelo de comunicação para o mundo Marcial do Século XXI. Não tenho outra coisa a dizer aos nossos leitores, que um profundo e sincero OBRIGADO!


Alfredo Tucci ĂŠ Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5




Para além de toda dúvida, é uma das estrelas mais rutilantes do firmamento Marcial e deixou uma definitiva marca no Cinema do sector. Um Cinema onde sempre esteve no lugar correcto, no momento adequado, desde o seu encontro com o Pequeno Dragão, na memorável luta do circo de Roma, até uma carreira própria, cheia de êxitos no Cinema e na Televisão. Mas Chuck Norris é muito mais. Por detrás do personagem há uma grande história, um indivíduo tocado pelo destino, que queremos conhecer. Por isso pedimos ao Mestre Pedro Conde, o nosso super versado repórter, que entrasse a fundo na biografia do “ranger” mais famoso da história, e ele preparou este fantástico artigo, definitivamente interessante e completo, que sem dívida será para os coleccionistas uma referência a partir de hoje. Alfredo Tucci Texto: Nuria Ortiz López & Pedro Conde. Fotos: Pedro Conde. Archives of Budo & Don warrener

CHUCK NORRIS, NO LIMIAR DA LENDA

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arlos Ray Norris, mais conhecido por Chuck Norris, nasceu em Oklahoma, a 10 de Março de 1940. Norris foi educado no seio de uma família modesta e muito religiosa; de facto, o nome de Carlos era uma homenagem ao reverendo Carlos Berry, ministro espiritual da família nessa época. Norris descende de irlandeses por parte do seu avô paterno e por parte da sua avó materna e seu do seu avô paterno, descende de Cherokees. Quando era competidor, acerca das suas origens dizendo aos seus adversários: “Se consegues vencer a combatividade da minha metade irlandesa, a minha metade Cherokee te arranca a cabeleira”. Ele sempre considerou que a sua energia e vitalidade vinham de seu sangue irlandês e que a sua determinação e estoicismo de seu sangre índio. Quando Norris afirma que nunca o presentearam com nada e que sempre foi um lutador, sem dúvida tem razão, o seu próprio nascimento foi uma luta com a vida: após um longo e complicado parto, nasceu com graves problemas respiratórios e precisou de cinco dias de atentos cuidados médicos para poder ser declarado fora de perigo. O seu infância não foi nada fácil. Por um lado desenvolveu uma imensa timidez, devido entre outros motivos a que desde muito cedo lhe foi impossível fazer amigos que durassem: a sua família estava sempre a mudar-se de casa. Antes dos 15 anos já passara por treze cidades diferentes. A situação económica da família nunca foi boa, alugavam pequenos apartamentos onde tinham de dormir uns encostados nos outros. Outro grande problema da sua infância foi o alcoolismo de seu pai: Ray Norris voltou de lutar na Segunda Guerra Mundial com graves problemas com a bebida. Isto ocasionava numerosas situações tensas com o sua mulher e seus filhos. “Por fortuna, nunca nos chegou a bater” - diz Norris - Era um homem pacífico e quando não estava bêbado era muito agradável, mas quando bebia, era muito sombrio e imprevisível. Por vezes gritava e ameaçava, o que me afectava muito, porque eu era uma criança muito sensível e vulnerável. Outras vezes, desaparecia durante dias e até semanas…” A situação foi a pior e quando Norris contava 16 anos e seus irmãos Wieland e Aarón 12 e 4 respectivamente, seus pais se divorciaram. Pouco tempo depois, sua mãe tornava a casar e o padrasto conseguia estabilizar a situação familiar, período durante o qual Norris conheceu Dianne, com quem casaria anos depois. Após sua graduação, Norris resolveu que queria entrar no exército, para tentar depois um lugar na Polícia Militar. Se alistou no exército em Agosto de 1958 e foi destinado à base militar de Lackland, Texas. Foi lá onde os outros recrutas, frente à dificuldade de pronunciar o seu nome "Carlos", o começaram a chamar Chuck.


“Carlos Ray Norris, mais conhecido por Chuck Norris, nasceu em Oklahoma a 10 de Março de 1940”


Finalizando o ano 1959, foi mandado para uma base militar das forças aéreas americanas em Osan, Coreia. Isto, em um princípio foi muito problemático, pois não podia levar consigo Dianne, com quem casara recentemente e que resultou ser determinante para a vida e o futuro de Chuck Norris. Nada voltaria a ser o mesmo quando regressasse da Coreia: “Na base militar de Osan só tínhamos quatro actividades às quais dedicar o tempo livre: jogar às cartas, ir beber com outros soldados, inscrever-se nas aulas de formação académica ou aprender Judo. A maioria dos recrutas

escolhiam as duas primeiras opções, eu escolhi a última. O motivo é bastante simples: os nossos instrutores militares não se importavam nada de se treinávamos ou estávamos em forma, logo que tinham ocasião, nos massacravam fisicamente até nos deixarem exaustos. Portanto, resolvi praticar Judo (a única arte marcial conhecida nessa época) para desenvolver as minhas capacidades físicas e tentar vencer a insegurança que me caracterizava”. Numa visita que realizou à povoação de Osan, um estranho espectáculo chamou a sua


Imagens curiosas de um jovem Chuck Norris na sua etapa de competidor. Pertenceu à elite da revolução do Karate Contacto, junto com Mike Anderson e outros grandes nomes desse tempo, que “desjaponisaram” a arte Marcial e deram vida a um novo conceito do desporto.


atenção: rodeados por grande número de curiosos, uns jovens coreanos faziam uma demonstração de Artes Marciais, executando inacreditáveis pontapés de todo género, circulares, em rotação, em salto, etc. Norris ficou francamente impressionado pelo que estava a ver. Nunca pensara que o corpo humano fosse capaz de realizar tais proezas. Depois de muito insistir, Norris conseguiu ser aceite pelo Mestre coreano Jae Chul Shin, nas aulas de Tang Soo Do, que assim se denominava a Arte Marcial praticada por aqueles jovens). Norris sorri e continua: “Shin ensinava o treino ao estilo tradicional, ou seja, cinco horas por dia, de 2ª a Sábado. Éramos perto de 20 alunos, a maioria coreanos cintos pretos e uns poucos americanos. Os começos foram especialmente duros. Shin e os seus alunos sabiam pouco de psicologia pedagógica. Não havia meio termo, ou gostavas e te apaixonavas até deixares a alma em cada treino, ou no fim de uma semana desaparecíamos falando pestes. Por fortuna, fui desde o princípio até o fim um aluno assíduo e perseverante. Posso dizer sem exagerar, que as Artes Marciais mudaram a minha vida. Poucos meses de treino e comecei a sentir-me muito mais


Bruce Lee lançou a sua carreira no Cinema na qual deixou profunda marca durante uma longa trajectória. Fotos durante a gravação, algumas cenas curiosas, com a falsa à direita. Por cima, com Bob Wall, que seria seu amigo durante anos.




seguro de mim mesmo e me tornei mais comunicativo e sociável com os colegas da base. Até numa ocasião fui escolhido "o soldado do mês"! Quando em Março de 1961, Norris teve de abandonar Osan, para voltar para os Estados Unidos, já estava em posse do Cinturão Negro de TangSoo Do e do Cinturão Castanho de Judo. De volta em casa, foi nomeado sargento da Polícia Militar, na base aérea de Riverside. Então resolveu compaginar a sua carreira no exército com a sua paixão pelas Artes Marciais. Continuou recebendo aulas de Judo (inclusivamente competiu em diferentes torneios interestatais) enquanto praticava o TangSoo Do por sua conta, por não conhecer nenhum mestre que ensinasse este estilo. Começou então a dar aulas de "Karate", pois nessa época, falando de Tang Soo Do as pessoas pensavam que se fazia referência a algum prato de cozinha oriental, pelo que Norris se viu obrigado a utilizar um termo minimamente conhecido, como era "Karate". Os seus primeiros alunos foram os seus irmãos, os seus primos e militares da sua base. Depressa percebeu haver muitíssima gente interessada nas Artes Marciais e em 1962 abandonou o exército para se dedicar em cheio ao ensino. Abriu um pequeno ginásio, mas as coisas não corriam como ele esperava:

“Se realmente queria triunfar como professor de Artes Marciais, tinha de vencer em alguns torneios nacionais. Era a única maneira de me dar a conhecer em este ambiente e de captar a atenção da imprensa especializada”. Por estranho que pareça, Chuck Norris foi derrotado nas suas duas primeiras tentativas de proclamar-se campeão. Longe de se desanimar, demonstrou mais uma vez que perseverando e tendo fé si mesmo, mais tarde ou mais cedo se colhem os frutos… Assim é como em 1964 se proclamou vencedor do torneio de Los Angeles. Foi o princípio de uma extraordinária carreira desportiva, na qual Chuck Norris punha na moda os pontapés em rotação, que lhe dariam mais de um título. Ele e os seus alunos, começaram a arrasar lá onde fossem. Finalmente, em Agosto de 1966, teve a oportunidade de competir no torneio mais prestigioso da época: “Os Internacionais de Long Beach”, organizados por Ed Parker, oportunidade que não desaproveitou, posto que voltou para casa com o título dos pesos médios. Chuck Norris percebeu que se tinha tido que suar sangue para chegar ao cimo, muito mais lhe iria custar manter-se na elite. Assim então, resolve entregar-se em corpo e alma às Artes Marciais. Começou a treinar com os melhores professores de Karate da Costa




Com o autor do artigo Pedro Conde, numa das vรกrias entrevista que lhe tem concedido.


Oeste: Fumio Demura, versado em Shito Ryu; Hidetaka Nishiyama, Mestre de Shotokan e com Tutamu Oshima, de quem se lembra muito especialmente: “Oshima era extremamente duro. O nível que imprimia ao aluno nas aulas, era muito impressionante; com ele aprendi a superar as limitações impostas pelo próprio corpo e a basear o progresso físico e técnico no poder do pensamento, através do sacrifício e do sofrimento”. Também treinou Hapkido e Aikido com o Mestre Jun Chung e Ju Jitsu com Al Thomas. Sob a tutela de Ed Parker aprendeu Kenpo-Karate e com Gene Lebell, especialista em Luta Americana, Judo, Boxe e Karate, o que lhe proporcionou uma boa base de luta na curta distância e no chão. O talento de Norris e as ensinanças de tais mestres lhe permitiram em 1967, revalidar o seu título de Campeão dos pesos médios e também, o título de Campeão de todos os pesos, vencendo o célebre Joe Lewis. Neste campeonato é onde conhece Bruce Lee. A este tor neio se sucederiam outros, fazendo dele o grande colosso da competição americana. Falando d seu êxito nestes eventos desportivos, declararia: “Há três facetas para ser um vencedor: a mental, a física e a psicológica. Eu me preparo mentalmente conhecendo os pontos fracos e os fortes do meu oponente e assim os aproveito. Quando me encontro mentalmente preparado, posso ver e estar consciente de tudo o que acontece em meu redor. Me preparo psicologicamente acreditando na minha habilidade e em que posso vencer. Me preparo fisicamente treinando com afinco e assim, poder executar as minhas técnicas da melhor forma possível. Quando estou em excelentes condições, com frequência bato no meu oponente antes do mi cérebro mandar. Onde vejo um espaço, por lá entro”. Quando conheceu Bruce Lee, começaram a treinar juntos, de três a quatro horas, uma ou duas vezes por semana. Assim nasceu a sua amizade. Norris convenceu Bruce de que sempre podia ser útil saber pontapear alto (nessa época, Bruce, muito influenciado pelo Wing Chun, só dava pontapés da cintura para baixo) e lhe ensinou várias técnicas, em troca das quais o Pequeno Dragão lhe explicou como era o batimento directo no Wing Chun, que Norris logo incluiu em seu repertório de combate. O primeiro papel que Chuck Norris consegue em um filme, foi devido a Bruce Lee, quando numa manhã de 1968 Bruce lhe telefonou para lhe dizer: “Chuck, posso conseguir um pequeno papel ideal para ti: terias de fazer de guarda-costas da actriz Elke Sommer, na fita ‘The Wrecking’. Estás interessado?".





Na fita também trabalhavam Dean Martin e Sharon Tate... Evidentemente, Norris estava muito interessado! Mas a primeira ocasião de uma participação séria e importante no mundo da 7ª Arte só havia de chegar em 1972. Bruce Lee lhe telefonou de Hong Kong, propondo o papel de coprotagonista do seu próximo filme "O furor do dragão". Norris gozava já de bastante popularidade, mas não desaproveitou a ocasião que Bruce Lee lhe oferecia, para dar-se a conhecer no mundo inteiro e introduzir-se na indústria do cinema. Norris viajou a Roma e depois a Hong Kong, para filmar com Bruce Lee o que chegou a ser denominado "o combate do século", o seu duelo no Coliseu, rememorando os antigos gladiadores. Depois de ganhar praticamente tudo, Chuck Norris deixou de competir nos começos de 1974, para dedicar-se plenamente ao seu trabalho de professor de Artes Marciais: “Por vezes, saber quando retirar-se é quase tão importante como saber quando começar. Aos trinta e quatro anos de idade, tinha mantido o título de Campeão Mundial de Karate durante seis anos consecutivos. Já não sentia a necessidade de competir, resolvi então dedicar-me em cheio ao ensino das Artes Marciais. Não tenho a certeza se tomei a decisão influenciado pela morte de Bruce Lee ou simplesmente foi pelo desejo de me retirar quando estava no cimo, mas oficialmente




Com o autor do artigo Pedro Conde e com o Grão Mestre Raúl Gutiérrez, anos depois.




me retirei dos Campeonatos de Karate em 1974, abandonando o quadrilátero como seis vezes campeão mundial profissional do peso médio”. Após a sua retirada, se associou com Bob Wall e juntos abriram várias escolas. Norris dava aulas e Bob se encarregava da gerência do negócio. Mas aquilo não funcionou. Após a estreia de “O furor do Dragão” nos Estados Unidos, a sua fama aumentou e em 1977, protagonizou “O poder da força”, seguida um ano depois por “Os valentes vestem de preto”. Com a morte de Bruce Lee, o trono do “rei das artes marciais” ficara vazio e parecia que nenhum oriental tinha o suficiente talento para ocupá-lo… Então, Hollywood procurou uma alter nativa. Por lógica, o único ocidental com fama e conhecimentos marciais para naquela época ocupar

esse trono, era Chuck Norris. Evidentemente o público estava farto de tantas fitas orientais, fazia falta um actor ocidental com quem o público se sentisse identificado. “Força 7” foi seu seguinte trabalho (onde trabalhava junto de Bill Wallace) e “Duelo final”, “Golpe por golpe”, entre outras. Se bem a primeira etapa da sua filmografia se reduz basicamente a fitas de Artes Marciais, a princípios dos 80, Norris vai tentar mudar o papel em que o tinham metido e dedicar-se a protagonizar filmes de acção, na linha de Stallone ou Schwarzenegger; “Desaparecido em combate”, “Invasión USA”, “McQuade, Lobo solitário”, "Código do silêncio" e “Delta Force”, são um bom exemplo da segunda etapa cinematográfica de Chuck Norris. Com respeito a esta mudança, Norris comenta:




“A meados dos 70, logo me classificaram como um karatecastar. O meu propósito foi acabar com ese tópico e para isso tive de me afastar bastante das Artes Marciais cinematográficas, mas penso que já consegui ter um nome entre os grandes do cinema de acção e já posso pensar seriamente em voltar a incluir muitas Artes Marciais nos meus filmes.” Em 1987, antes de começar o rodagem de “Braddock, Desaparecido em combate III”, Chuck Norris teve uma experiência que modificaria por completo o seu conceito nas artes marciais: “Bob Wall e eu viajamos ao Rio de Janeiro, Brasil, numa viagem para fazer caça submarina. Quando la estávamos, quis conhecer os diferentes estilos de Artes Marciais que se praticavam no país. Treinamos em várias academias e em todo lugar onde íamos, sempre alguém nos falava acerca da assombrosa família Gracie, uns ícones locais de Jujitsu. “Ninguém se mete com os Gracies” - diziam todos. “Essa gente é demais!!!” Bob e eu decidimos que queríamos conhecer a família Gracie e procuramos a sua academia no Rio. Conhecemos Hélio Gracie, o pai do clã, um homem pequeno, de pouco mais de setenta anos, e seu filho Rickson, um dos mais jovens dos Gracies, que era o líder. Bob e eu pedimos poder treinar com eles e os Gracies amavelmente aceitaram. Com anterioridade, eu aprendera alguma coisa de Jujitsu nos Estados Unidos, com Gene LaBelle e sou faixa preta em Judo, por isso sentia que poderia manter-me em bom nível com eles. Mas quando entramos no tatame, rapidamente descobri que todos os movimentos de Artes Marciais que eu conhecia, não eram efectivos contra os Gracies. Era como se nunca na minha vida eu tivesse feito Artes Marciais! Foi a experiência mais humilhante que tive como praticante de Artes Marciais. Eles me deixaram pelo chão! Hélio Gracie entrou no tapete e queria que realizássemos um combate. Lutamos por todo o tatame e por um momento pude estar por cima dele. Então o senhor Gracie me disse: “Chuck, bate-me!”. “Oh não, senhor Gracie, não lhe vou bater…” Não há problema, vamos, adiante. Bate-me… Eu disse: “Bem... se o senhor assim quer… Enquanto eu levantava o meu braço... – e isso é a última coisa de que me lembro... – ele me deixou KO. Quando acordei e olhei em minha volta, pensei que o idoso Gracie me tinha feito uma chave no pescoço e me deixara inconsciente. Me parecia que a minha garganta ia doer durante dias. O senhor Gracie sorriu e disse: “Chuck, fica aqui no Rio, fica connosco e farei de ti um dos melhores praticantes de Jiujitsu do mundo”. “Obrigado, senhor Gracie, mas de verdade, tenho de voltar para os Estados Unidos” – disse eu, enquanto tratava de engolir. Ia começar a rodagem de outro filme e por isso não podia ficar mais tempo no Brasil. Aquela experiência iria marcá-lo até o ponto que quando teve ocasião, começou a treinar Brazilian Jiu Jitsu com os irmãos Machado e em alguma ocasião, com os Gracies… “Desde 1978 tenho dirigido uma organização de praticantes de Artes Marciais Faixas Pretas, conhecida como a “Federação das Artes de Luta Unidas”. Todos os anos, no mês de Julho, convido todos os meus estudantes cintos pretos para uma convenção em Las Vegas, onde treinamos juntos durante vários dias. Por dez anos seguidos, começando em 1993, os Gracies e os irmãos Machado têm realizado seminários na convenção”. Remetendo-nos à sua carreira cinematográfica, nos fins da década dos 80, a figura de Chuck Norris como actor e como artista marcial entrou claramente em crise. Algumas das últimas fitas ("O Herói e o Terror", "Hitman") não tiveram o sucesso esperado. Em vários países da Europa, estas



produções saíram directamente para o mercado videográfico, sem estrear nas salas de cinema. Apesar de tudo, continuava a ser muito popular nos Estados Unidos. Como amigo pessoal do ex-presidente Bush, desenvolveu um amplo programa de luta anti-droga, mediante o ensino das Artes Marciais aos jovens dos bairros marginais… Em 1992, quando parecia que outros “heróis” do cinema marcial e de acção passavam para o primeiro lugar, propuseram-lhe um projecto arriscado: uma série de televisão, cujo personagem lembrava o que tinha interpretado em "Mc Lobo solitário": “Quando estava em Israel filmando a fita Hellbound, em 1992, o meu representante Mike Emery, me telefonou e me perguntou se eu estaria interessado numa série televisiva semanal, denominada “Walker Texas Ranger” para a CBS. Uma história moderna de um ranger de Texas, que tem valores chapados à antiga e que representa o bem contra o mal. Ao princípio não estava muito interessado, mas Mike me motivou quando me disse que a série tratava de um oficial da lei tipo cowboy, que lutava contra o crime na moderna cidade de Texas. “Deixa-me pensar, Mike. Não sei bem se quero fazer televisão” - disse eu – “Afinal, seria um grande risco. Se a série não tem êxito, poderia afectar a minha carreira no cinema”. Em alguma ocasião, Chuck Norris declarara que se tinha sentido muito identificado e à vontade com o personagem que tinha interpretado em “Mc Lobo solitário. A ideia da série era muito sedutora mas se não obtinha o êxito que se esperava, tal e como ía a sua carreira nos últimos




tempos, um fracasso poderia ter fatais consequências. Chuck Norris tomara muitas decisões arriscadas ao longo da sua vida e “quase” sempre o resultado tinha sido positivo e naquela ocasião, não foi uma excepção… Aceitou protagonizar a série… “Walker se tornou na série de maior êxito da televisão da noite dos sábados, desde a legendária série Gunsmoke. Não era de surpreender que muitos críticos da televisão a catalogassem como muito violenta. Estava decepcionado, mas não estava zangado. Nós tínhamos um ambiente tipo vaqueiro de outros tempos no programa e os nossos personagens frequentemente se metiam em lutas e disparavam pistolas e logicamente, Walker vencia em muitos confrontos, incorporando alguns conhecimentos das Artes Marciais. Isso fez com que algumas pessoas o considerassem violento. O que os críticos resolveram ignorar, era o facto que “os bons” em Walker nunca usavam a violência, se havia outra maneira de prender os criminosos e mesmo nessas circunstâncias, sempre mostrávamos que a violência usada era um último recurso e só como um meio do “bem vencer o mal”. A série não teve sucesso nos Estados Unidos, também a teve naqueles países onde foi emitida, fazendo de Chuck Norris o personagem marcial mais conhecido pelo grande público, superando na sua fama a Steven Seagal ou a Jean Claude Van Damme. Walker, Ranger de Texas constou de 203 episódios de 45 minutos, foi emitida de 21 de Abril de 1993 até 19 de Maio de 2001, pela cadeia americana CBS. A nível internacional, foi retransmitida em mais de 80 países de todo o mundo, com uma média de mil milhões de espectadores em cada episódio. “O último episódio de Walker, Texas Ranger, emitido no dia 6 de Abril do 2001, foi um grande final de duas horas. Foi um momento muito emocionante para todos nós. Muitos do elenco tínhamos trabalhado juntos durante oito temporadas; éramos como uma família. Quando finalizamos o nosso último dia de trabalho, disse uma breves palavras a todo o pessoal e ao elenco. Não quis falar muito por medo a acabar chorando. Mesmo assim, houve muitas lágrimas quando nos despedimos… Quando fechamos o cenário de Walker, olhei para a minha mulher Gena e disse: Vamos para casa! Quando começamos a trabalhar para a série, pensei que Walker tinha potencial para se manter em antena durante três ou quatro anos. Nunca pensei que pudéssemos chegar a oito! A CBS teria continuado mais outro ano, mas nesse momento, Gena estava à espera de bebé e eu não queria estar atado aos rígidos horários da série. Gena esperava gémeos e eu sabia que ia precisar da minha ajuda”. Depois de nascerem os gémeos, Chuck Norris, praticamente se retirou, protagonizando esporadicamente alguma fita (de estreia na televisão) vinculada à sua série. Em 2005 filmou “O interventor”, que passou praticamente desapercebida. Desde então quase não tem saído da sua propriedade o “Rancho Lone Wolf”, em Napisota, Texas. Quando o tem feito tem sido só para alguns actos públicos. Em 2012 participou em “Os mercenários II”, sendo este o seu último trabalho. Com 74 anos, agora só quer tranquilidade e gozar da sua família. Aqueles que tiveram a honra de conhece-lo, sabem que é um SENHOR, que é o GRANDE CAVALHEIRO das Artes Marciais. Quem teve o privilégio de o conhecer e tratar, podemos constatar isso, deixando ele a marca altíssima como Pessoa e Mestre, um dos poucos que restam nesta última matéria.





COMBAT HAPKIDO Pontos de pressão tácticos: Soluções flexíveis para diversos tipos de gente. Textos: Master Mark S. Gridley Fotos: ©www.budointernational.com

Neste artigo, ou meu objectivo é ajudar a compreender a capacidade de ampliação (ou versatilidade) dos pontos de pressão tácticos, não só para a defesa própria, como também em situações da vida quotidiana.



Triplo Aquecedor 17 (TW 17) Anatomia: A artéria auricular posterior, a veia jugular superficial, o nervo auricular e o facial (sétimo par craniano) nunca em seu ponto de emergência do foramem estilomastoideo.

Activação: Bater para baixo em diagonal, de trás para a frente, dar no alvo contra a parte posterior do osso da mandíbula, que provoca perder os sentidos, é também um grande objectivo para pressionar e provocar dor.

Precaução: Um golpe duro pode deslocar (subluxar) a mandíbula.

Situação: Atrás da mandíbula, no espaço debaixo da orelha.

Vista lateral da cabeça de homem adulto, com o esquema do crânio e o nervo facial principal.

ostaria de começar expressando a minha gratidão a mestres generosos e perspicazes, GM John Pellegrini, GM George Dillman e GM Chris Thomas, que me ajudaram a abrir a minha mente à grande variedade de técnicas e aplicações disponíveis, consoante a capacidade do indivíduo, segundo a situação, a necessidade, ou sua ocupação. A conhecida frase do Karate "um golpe, uma morte", se tor nou inapropriada nas sociedades modernas, por razões morais e legais, e para a maioria de nós, sempre foi uma habilidade muito limitada e muito difícil de levar a termo, devido à diferença de capacidades físicas e a baixa possibilidade de êxito nas realidades dinâmicas do combate. Empregamos nosso tempo principalmente em preparar-nos para a situação mais provável, com as habilidades que se adaptam em base às necessidades dos sempre cambiantes cenários. Vou

G

ilustrar este processo de pensamento, utilizando o mesmo ponto de pressão táctica em diferentes cenários, baseados no papel do praticante. Os estudantes de Combat Hapkido são provenientes de todas as classes sociais e variam muito nos níveis de capacidade física, assim como na idade, o sexo, o tamanho e a pessoalidade. Para demonstrar a premissa da minha teoria, escolhi 4 pessoas muito diferentes, com 4 missões muito diferentes: um operativo militar em um cenário de combate corpo a corpo, um oficial de polícia que se enfrenta a uma resistência passiva, uma enfermeira que se enfrenta a uma pessoa em um estado mental alterado e um agente da lei civil frente a um indivíduo que viu muitas fitas MMA (Artes Marciais mistas). Estas funções podem ser facilmente ampliadas para incluir um espectro mais amplo de variáveis tais como a incapacidade, a disparidade de tamanho, sexo, idade, meio ambiente, etc. No entanto, para o alcance deste artigo, os nossos 4 exemplos podem

mostrar suficientemente a vantagem de incluir o ponto de pressão adequado, aplicado ao seu treino em Artes Marciais, sem importar o estilo. No momento de começar, é importante ter em consideração as regras que definem a redundância, a responsabilidade e a economia de movimento (comentado em artigos anteriores). Também a execução com êxito e eficácia requerem da situação adequada, da activação e aplicação de múltiplos pontos de pressão tácticos sequenciados. Para terem uma referência, o nosso objectivo será o Triplo Aquecedor 17 (também conhecido como aquecedor Triplo, Triplo aquecedor, TW-17, ou grupo do nervo facial), que se inclui no gráfico que segue: Começamos o nosso primeiro cenário como o mais grave, mas também o mais simples, porque a escolha da resposta é muito limitada. Um soldado numa zona de combate activo, é emboscado e não pode puxar por uma arma (talvez devido a um mal funcionamento ou à



proximidade) e agora está metido em uma luta a vida ou morte. Nesta situação, o uso das limitações da força já não se aplica e o soldado pode e deve utilizar todos os meios necessários para deter a ameaça. Nesta luta corpo a corpo, bate com força no TW17, utilizando o ângulo correcto para deslocar a mandíbula e mais importante ainda, sacudir a cabeça e o pescoço, o que pode provocar uma lesão ou uma ruptura. Também pode criar o espaço necessário para o soldado poder empunhar a sua arma. Seguidamente, um agente da lei deve reduzir um manifestante "pacífico", sentado com de pernas cruzadas e que se nega a cumprir a ordem. O manifestante é de muito mais tamanho que o oficial, o que descarta a possibilidade de levantá-lo fisicamente. Neste caso, um uso excessivo da força poderia provocar consequências graves e uma escalada da violência. Utilizando uma boa ergonomia, o oficial aborda o problema desde a parta de atrás, de novo com a arma a um lado; o oficial situa a cabeça do sujeito entre as duas mãos, situando os dedos médios no TW-17, ao mesmo tempo que pressiona para diante, para o nariz e dá ordens verbais. A resposta natural do sujeito à dor, fará com que queira escapar e afastar-se dos estímulos. O oficial dirige seus dedos desde a parte média para cima, enquanto o sujeito se levanta e o acompanha, sem deixar de ser numa posição táctica segura. Os espectadores só podem ver o oficial tirando de lá o sujeito, de uma maneira controlada. Uma noite, na sala de emergências do hospital, o paciente está em um estado muito alterado e não quer ou não pode seguir as instruções. Durante o exame inicial, ficou descartada uma lesão na cabeça ou no pescoço e se verificou um nível alto de álcool em


sangue. A enfermeira precisa ao paciente na mesa de curas, para continuar o exame. O paciente não fica quieto e a enfermeira utiliza sua mão para lhe segurar a cabeça, enquanto com a outra mão faz pressão no TW-17. A resposta imediata do paciente ao estímulo, permite girar a cabeça do paciente com as mãos e sem lesões nem resistência. No nosso último cenário, em um lugar público, acidentalmente chocamos com uma pessoa. Esta pessoa se volta zangada e quando nos desculpamos, se lança contra nós e aperta seus braços em volta de nós, para nos agarrar e lançar ao chão, numa posição de "ground and pound". Como um gesto natural, as nossas mãos sobem conforme que "recuamos", e assim fica lugar livre para agarrar a sua cabeça e fazer pressão no TW-17 com os polegares, e girando as nossas ancas, o atiramos ao chão e assim podermos escapar com segurança. Esperamos que estes breves exemplos ilustrem que nem todas as situações são iguais e que as respostas devem ser eficazes e proporcionais. Em qualquer dos cenários anteriormente mostrados, a versatilidade do objectivo TW-17, permite respostas fisiológicas, psicológicas e energéticas úteis. Ainda que se destacasse só um ponto de pressão, devemos considerar que a verdadeira luta

usando os pontos de pressão, utiliza vários pontos em combinação. A activação correcta de um ponto de pressão táctico, irá expor muitos outros objectivos de pontos de pressão úteis. Em conclusão, espero ter demonstrado convincentemente, a utilidade e a versatilidade dos pontos de pressão tácticos, em situações muito diferentes. A confiança nas nossas habilidades nos permite ser mais conscientes e estar emotivamente preparados para qualquer situação e para evitar conflitos morais que surgem perante a dúvida. Também incentiva a

autonomia para seleccionar as respostas mais adequadas, eficientes e eficazes. Para aprender mais acerca do Combat Hapkido - Pontos de pressão táctica, adquira o nosso livro e a nossa série de instrução em DVD: www.combathapkido.com e www.dsihq.com Se está interessado nos Diplomas, a Universidade de Combat Hapkido tem programa específico e livros, DVDs, seminários… Para qualquer outra consulta, por favor entre em contacto com info@dsihq.com.




A TAOWS Academy e o seu “Jogo de Posições” Se virmos com certa perspectiva a evolução dos sistemas e métodos de treino do sistema Wing Tsun nos últimos 50 anos, de certeza teremos uma surpresa descobrindo que aqueles que se aferram à ideia do “clássico” estão absolutamente confusos, por diversos motivos. Pelo trabalho que desempenhou na Federação Espanhola de Lutas Olímpicas e Disciplinas Associadas e o seu Departamento de WingTsun, recebeu grande número de consultas acerca de estilos, sub-estilos, ramos e evoluções, do qual podemos afirmar sem temor a enganos, ser um dos sistemas que mais entusiastas seguidores tem em todo o mundo. Em outro artigo poderíamos avaliar quais são os motivos pelos que o Wing Chun tem esse efeito sobre as pessoas que se aproximam ao seu estudo. Por que motivo quem o experimenta com um bom professor, nunca deixa a sua prática e o estilo passa a formar parte importante de suas vidas. Mas isso, fica para outro dia…

N

a coluna deste mês, quero reflectir acerca dos sistemas de treino do Wing Tsun Kuen e acima de tudo, explicar o nosso método de treino do sparring, que sem dúvida se tornou um dos princípios do êxito da nossa associação: O Jogo de Posições. Compreender a evolução dos sistemas de treino do Wing Tsun Kuen é tão simples como deitar a vista atrás, até onde podemos recordar, os primeiros documentos gráficos em vídeo (ou inclusivamente séries técnicas em fotografia). Em um passeio pela memória, podemos verificar que faz agora 25 anos, a maneira de treinar Wing Tsun era realmente básica. O esquema técnico e formativo se simplificava ao máximo, para conseguir um planeamento de três partes: formas, chi sao e lat sao. Entendemos este esquema de três partes, como a base do que alguns mestres e escolas definem como Wing Tsun “Clássico”. Se bem, como já tenho explicado em alguns artigos, em meses passados, a ideia de clássico não só NÃO existe no sistema Wing Tsun, como também que me atrevo a afirmar que é profundamente contraditória com o espírito e a maneira de pensar do estilo.




WingTsun

A tão repetida frase “O Wing Tsun é por tradição NÃO TRADICIONAL”, penso que define às “mil maravilhas” uma filosofia de trabalho e se torna um lema que deveríamos recitar em voz alta ao principio de cada aula. Mas além disto, se estudarmos em profundidade “como” se treinou Wing Tsun nos últimos cem anos, compreenderemos que pode ser como mínimo ATREVIDO etiquetar algum dos estilos como Wing Tsun “Clássico”. Não me dirão que não resulta um tanto cómico, definir como Clássico o que faz cinquenta anos era moderno… Porque pegar em um estilo dos últimos 25 ou 30 anos, que tem agora um pouco mais de 500 anos (que saibamos!) e dar-lhe o famoso nome de “clássico”, é para uma fazer uma profunda reflexão… Em muitas ocasiões bastaria perguntar a mestres de ramos fora da linhagem do Grão Mestre Yip Man, para compreender que esta afirmação é realmente pouco séria. G.M Yip Man foi chamado “revolucionário” por seus contemporâneos parceiros de treino e marcado com os estigmas daquele que se atreveu a realizar mudanças por sua conta, em um estilo que tinha seguido uma transmissão directa de pais para filhos (um a um) até se abrir a primeira escola “pública”, que Cham Wa Shun teve a bem realizar. A pergunta seria: Por que motivo muitos praticantes necessitam afirmar ou etiquetar de alguma maneira a prática do seu Wing Tsun? Ou melhor: Porque é tão difícil para eles, aceitar que outras pessoas de outras linhagens e famílias “não originais”, possam realizar um trabalho igual ou melhor que o próprio? Quando falamos de Artes Marciais estamos falando de coisas que são facilmente constatáveis e simplesmente devíamos omitir todo este tipo de condições. Algumas vezes, simplesmente experimentando para ver se realmente funciona em um sparring livre e outras vezes (se não quisermos fazer esse sparring livre) simplesmente vendo com certo espírito crítico, aquilo que realizamos e perguntarmos a nós próprios, a pergunta do milhão: Funcionaria isto com alguém que não fosse meu aluno ou parceiro de aula? Poderia eu realizar todas estas técnicas e teorias acerca da guerra, com alguém que não colaborasse plenamente? Concordo em que são uma série de perguntas delicadas, que muitas pessoas simplesmente não querem enfrentar. Respeito o seu ponto de vista, mas é minha intenção “remexer consciências”, para tentar fazer melhor este fantástico legado da Cultura Chinesa. Em muitas ocasiões, por esse “agarre emotivo” com os nossos mestres ou escolas, nos auto-impomos um travão à evolução e à mudança. Mas o Wing Tsun Kuen é como a filosofia taoista, que define o próprio estilo, MUDANÇA e EVOLUÇÃO. Tudo o que não muda e evolui, se aproxima da morte. Reflexão interessante!… Se bem toda evolução em qualquer aspecto técnico ou tecnológico, se produz com uma ruptura com o estabelecido, bem seja em uma nova focalização ou maneira de pensar, ou na utilização de novas técnicas, materiais, etc.…, isto não significa esquecer a origem mas sim desde o antigo, reviver uma arte que já em no momento de ser concebida foi pensada para isso: para ser viva, flexível, adaptável… Ou apresentado de outra



“Isto não significa esquecer a origem, mas sim, desde o antigo fazer reviver uma arte que quando foi concebida, já foi pensada para isso: para ser viva, flexível, adaptável…” maneira: digamos que o recebido de uma geração anterior deve ser utilizado para tentar gerar alguma coisa melhor. Nem sempre é possível, mas estarão de acordo comigo em que NÃO fazer NADA, não entra dentro da lógica para qualquer evolução. Talvez todos estes pontos e mais algum, são os que em muitas ocasiões nos levaram a continuar fazendo as coisas da mesma maneira que os nossos antecessores, pela simples razão de que “o meu mestre assim fazia… e eu devo de continuar fazendo assim”. Chegados a certo ponto, alguns pensamos no que podíamos fazer para, em situações realistas, conseguir uma melhor utilização do estilo. Quando falo em situações reais, gostaria de dizer que não considero como tais as que têm de supor que um adversário (parceiro de prática) nos lança um ou dois ataques e fica quieto para nós podermos fazer tudo o que quisermos e deixa que lhe batam e façam todo género de “fantásticas técnicas”. Se bem isto que afirmo pode parecer um pouco cómico, bastará passar uma vista de olhos no fantástico mundo da Internet e o YouTube, para percebermos de que na imensa maioria dos casos, isto é assim. Eu pretendo desafios um pouco mais ambiciosos: Ninguém disse que fosse fácil após um período de estudo, revisão, treino e adaptação, tentar poder lutar contra qualquer adversário com ZERO de colaboração pela sua parte. E ainda mais, poder utilizar técnicas e tácticas do próprio estilo, independentemente do adversário que tiver na minha frente. Como disse no início deste parágrafo: “Ninguém disse que fosse fácil…” Albert Einstein utilizou a famosa frase: “Se quiseres resultados diferentes, deixa de tentar fazer as mesmas coisas”. Quando faz três anos, enfrentamos a tentativa de melhorar substancialmente estas habilidades e o objectivo que nos marcamos, sabíamos bem que se continuávamos utilizando o sistema clássico em que um praticante de Wing Tsun baseia o seu treino em: 1.- Realizar as Formas 2.- Praticar Chi Sao (90% do tempo de prática) 3.- Realizar “aplicações” sobre um adversário com zero mobilidade e que “colabora em excesso”, seria muito difícil, por não dizer impossível, enfrentarmos adversários que nos nossos dias utilizam todas as distâncias (incluída a luta no chão) e que treinam mobilidade, velocidade, potência, focalização, etc… É importante destacar que aquilo que faz 30 anos podia ser completamente funcional, talvez hoje o não seja por uma simples questão de evolução: OS PREDADORES evoluíram… Após ver outros estilos clássicos e principalmente os sistemas modernos de artes marciais que deram lugar às famosas Mixed Martial Arts (em qualquer dos seus conceitos ou formas) percebemos que os sistemas que maior eficácia conseguiam em sua aplicação, eram actualmente desportos de contacto, tais como o Thai, Brazilian Jiu Jitsu, Boxe, etc… De certeza que algum fanático defensor a todo custo da tradição, poderá responder-me com essa frase tão utilizada, que diz: Mas é que isto não é o mesmo!!! POR FORTUNA que não é o mesmo, mas estarão de acordo comigo que estes sistemas estão aí e penso que NINGUÉM ou quase que ninguém, se atreveria a discutir a sua capacidade de combate e adaptação aos tempos. Acredito não ser possível desenvolver um sistema de luta realista sem ver como se treina em alguns destes sistemas. Neles não existe a figura do adversário que colabora em excesso. Não existe um atacante que fica quieto e se deixa bater. Simplesmente, ambos contendentes tentam dar o melhor de si, com a técnica e tácticas que possuem, para tentar superar o outro. Cada centímetro, cada vitória se sua como na guerra.



ESTE É O ESPÍRITO das ARTES MARCIAIS e também do Wing Tsun! e isto foi o que me inspirou para “rever” o método mal denominado “clássico”, para ficar com aqueles aspectos que são muito bons (lembremo-nos que serviram para formar excelentes professores e praticantes em todo o mundo) utilizando tudo aquilo que pode fazer-me mais forte e eficaz em um combate, para que se um dia o meu adversário me quiser vencer, tenha que lutar e deixar até o último pingo de suor, que tenha que conquistar cada centímetro da sua vitória! Mas também quero fazer isto com o estilo ao qual dediquei mais da metade da minha vida: o Wing Tsun. Quando afirmo isto, não quero que ninguém possa mal interpretar as minhas palavras, mas se estivesse interessado em elaborar uma MMA, conheço excelentes professores e especialistas… Se tenho dedicado e dedico actualmente muitíssimas horas ao estudo de uma arte, gostaria que fosse essa mesma arte ao que servisse para poder crescer na arte do combate. Quando comecei a desenvolver o “Jogo de Posições”, o fiz enfrentando dois praticantes, em exercícios muito simples. Drills de dois ou três movimentos. Pequenas batalhas em que só havia DUAS condições: 1.- A técnica devia ser pura, limpa e encontrar-se em uma das formas do estilo. 2.- Cada um dos contendentes tinha que lutar com tudo o que tivesse, para tentar se impor ao seu oponente (agressor/defensor; ying/yang) Regulando a velocidade e a intensidade de pouco para muito, de lenta a rápida, mas ambos dando tudo e sem ceder nem um centímetro na defesa da sua posição. Devo reconhecer que os resultados me surpreenderam e superaram as minhas expectativas. A evolução em alunos, monitores e instrutores está


“Chegados a certo ponto, alguns pensamos o que podíamos fazer para conseguir uma melhor utilização do estilo em situações realistas” sendo surpreendente. Esta dinâmica de treino não só levou a que as aulas se tornassem treinos fisicamente muito mais intensos, também obrigaram a ambos contendentes a compreender e analisar em profundidade cada uma das técnicas do sistema. Em ocasiões, quando um dos contendentes consegue superar o parceiro, este devia de perguntar a si próprio o que é que está a falhar? Porquê o meu adversário supera a minha técnica? Estas perguntas nos levam imediatamente às formas do estilo (onde se encontram como em um “livro de texto” as técnicas próprias do sistema) e a uma avaliação profunda e metódica do mesmo. Nunca gostei da resposta de alguns professores a seus alunos: Não perguntes! Pratica! Eu prefiro esta outra: Observa, compreende e depois pratica!!! Após quase um ano nesta mudança conceitual e a focalização na prática do sparring, posso afirmar que o “jogo de posições” é uma das chaves do êxito da nossa

associação e das nossas escolas: alunos que aprendem, se divertem e fazem progressos em tempo recorde. Além disto, estas dinâmicas geram evoluções baseadas na experiência nestes pequenos “jogos de guerra”, neste xadrez humano que tem seu fundamento na técnica. E o melhor de tudo é que continua e continuará sempre viva! Em constante revisão! Tudo isso sem perder um ápice do respeito à tradição, do respeito à cultura chinesa, do respeito aos mestres e escolas anteriores a nós… Tudo isso pondo todo o ênfase numa frase da Arte da Guerra de Sun Tzu: “Conhece os teus inimigos e a ti mesmo e não serás vencido nem em 100 batalhas”. Em breve mostraremos alguns exemplos em um novo DVD, onde mostraremos alguns “segredos”. Muito obrigado pelo vosso seguimento e apoio desde todos os lugares do mundo. É uma honra poder inspirar a pessoas que amam esta arte e as Artes Marciais em geral.

“Nunca gostei desta resposta de alguns professores a seus alunos: Não perguntes! Pratica! Eu prefiro esta outra: Observa, compreende e depois..., pratica!”






Escola de liderança 2ª parte A LIDERANÇA NAS ARTES MARCIAIS O que é marcial? Marcial significa guerreiro e a guerra não foi inventada no Século XXI, tem existido desde o início da humanidade. Quer isso dizer que temos de estar em guerra? É claro que não!

Hwa Rang Do


Korean MA "Os combatentes lutam porque gostam de lutar; Os guerreiros lutam porque devem de o fazer" Para nós, ser um guerreiro dos nossos dias, não quer dizer ser um soldado, mas sim viver a vida como um guerreiro, com coragem, honra, integridade, respeito e lealdade, como se indica no nosso "Hwa Rang Do Meng Sae" (código de ética). Hwa Rang Do Meng Sae - Código de Ética A lealdade ao nosso país A lealdade a nossos pais e mestres

A confiança e a irmandade entre amigos Coragem para não retroceder perante o inimigo. Nunca tirar uma vida (qualquer vida), sem uma causa. Hwa Rang Do Kyo Hoon - Nove Virtudes Humanidade, justiça, cortesia, sabedoria, confiança, bondade, virtude, lealdade, valentia. Ser um lutador ou um soldado não é uma finalidade, é só um meio. Utilizamos a disciplina dos guerreiros Hwarang como meio de chegar a ser um melhor ser humano.


Hwa Rang Do “t”


Hwa Rang Do Na mentalidade de guerreiro, um dos princípios fundamentais é a força. De este ponto de vista, um líder marcial tem de predicar com o exemplo, que é o meio mais árduo mas também o más eficaz da liderança. Há diferentes tipos de líderes: há líderes que não dirigem mediante o exemplo e sim mediante o discurso, que motivam seus seguidores dizendo coisas, mas nunca saem e nada fazem pessoalmente. Nós, como artistas marciais não podemos fazer isso, temos que predicar com o exemplo, vivendo as nossas vidas e fazer as coisas de acordo com a nossa maneira marcial. Temos que ser capazes de realizar coisas e mostrar o bom caminho aos nossos estudantes, mostrar-lhes que é possível, iluminando-os para terem novas experiências, experiências que nunca pensaram que fossem possíveis. Por outra parte, um líder para mim é alguém desinteressado e que não tem medo. Eu sei bem que toda a gente tem medos, mas um líder vence os seus medos pessoais percebendo que a sua missão é muito maior e vai além dele próprio, conduzido pelo altruísmo. Quem for egoísta, terá de escutar e responder a seus próprios medos pessoais, mas quem se viver para os outros, tem de estar disposto e ter a coragem o coragem de se sacrificar pelo bem de outrem.

Aprender a ser um Líder "Seguir o caminho de menor resistência é o que faz torcerem-se rios e homens". Devem de compreender que não se possa adquirir força fazendo coisas fáceis. Aqui vai um exemplo simples: não podem chegar a ser mais fortes levantando coisas ligeiras; para serem fisicamente mais fortes, devem de desafiar-se a si próprios levantando coisas mais pesadas e mais difíceis de segurar. Da mesma maneira tem de se desafiar o espírito, o coração e o pensamento, e fazer coisas que são difíceis, com o fim de conseguirem ser realmente fortes.

Forças Um Yang "Cremos que a interacção de duas forças dialécticas: UM e Yang (em Chinês Yin Yang) criaram todas as coisas e toda a vida no Universo. Diz-se que o símbolo do UM-YANG é uma representação de dois dragões (ou um dragão e a ave Fénix) mordendo-se ou perseguindo-se um ao outro, em rotação constante, sem nenhum princípio nem final. O Hwa Rang Do® segue esta lei natural do Universo e ensina os estudantes a combinarem uma maneira suave e dura no seu modo de vida, para receberem um poder extraordinário. Essa é a verdadeira força! A capacidade de ser ao mesmo tempo suave e duro, quando necessário. Tem de se ser adaptável e estar pronto para mudar conforme for fluxo e o refluxo da natureza, posto que nada é constante nem absoluto" Acerca do autor: O Instrutor Chefe de Hwa Rang Do®, Tenente Coronel da polícia italiana (Carabinieri) e engenheiro, Marco Mattiucci é o presidente do ramo italiano da Associação mundial de Hwa Rang Do® e um dos principais seguidores do Grão Mestre Taejoon Lee.


“Diz-se que o símbolo UM-YANG é uma representação de dois dragões (ou um dragão e uma ave Fénix) mordendo-se ou perseguindo-se um ao outro, em rotação constante”














REF.: • TAOWS-2





Grandes Mestres


Nascido em Osaka, Japão, em 1951, começou muito jovem a praticar Judo e Karate. Depois viria a descobrir o Shorinji Kempo, pela mão de seu fundador Doshin So. De temperamento r ebelde em criança, obteve o seu 6º Dan de Shorinji-Kempo com apenas 28 anos. Foi escolta e aluno muito chegado de Doshin So, tendo sido enviado para lutar em muitos torneios “open”, onde passou a ter fama de homem duro.


Grandes Mestres Fu-Shih Kenpo, em busca do AUTÊNTICO SENTIDO DO COMBATE EM ALGUNS ESTILOS DE KENPO. BYAKURENKAI KENPO… Masayasu Sugihara Quando o Mestre falece, abandona a organização e prossegue sua pesquisas em diferente formas de Karate Full Contact (contacto total; contacto pleno). Participa em numerosos torneios Inter-estilos, antes de criar a sua própria organização. Actualmente é Kancho (Presidente) da International Karate Kenpo Federation. Apesar de estar fora da organização mundial de Shorinji Kempo, mantém um imenso respeito por seu falecido mestre. O espírito e a tolerância do Mestre Sugihara, são tão destacados quanto a sua elevada técnica e a sua paixão pelo ensino. O Mestre actualizou e melhorou um programa de formação para instrutores e responsáveis, sendo estes escolhidos por sua personalidade e não por sua habilidade para a técnica ou para os negócios. Nas aulas, o Mestre Sugihara realiza combate com todos os seus alunos, sem por isso esquecer as normas do dojo. Milhares de alunos pertencem à sua organização, que tem representação nos Estados Unidos, Brasil, Ceilão, França, Bélgica, Holanda...

O Significado de Byakuren Kaikan Byakuren significa “Loto Branco”. A pureza do Loto ensina a todo momento

que se um indivíduo desenvolve as “raízes do bem”, obterá a sabedoria. Kaikan é a organização.

O estilo Byakuren O estilo tem duas facetas; uma para o combate com atemi a pleno contacto, sendo regulado mediante umas regras similares às do estilo de Karate Kyokushinkai. Outra faceta do sistema é que pode ser praticado a partir de cinto preto e dedicado à defesa pessoal. Contém chaves, luxações, projecções, etc... As competições estão abertas a todos os estilos e o Mestre Sugihara faz com que seus alunos participem em outros torneios open. Os batimentos de pé e de punhos são originais do estilo Byakuren e não provenientes de outras escolas. Por exemplo, o soco é dado de saída com o punho


“Byakuren significa ‘Loto Branco’. A pureza do Loto ensina em todo momento, que se um indivíduo desenvolver as raízes do bem, obtém a sabedoria”


Grandes Mestres

semi-fechado, mas que se fecha no momento do impacto. O cotovelo permanece fechado e os músculos que entram em acção são os dorsais e os dos ombros (não as ancas). São socos curtos que magoam, mas não no lugar de impacto e sim por detrás. Nunca se efectuam os socos à longa distância, para isso se utilizam as pernas, mas também sem utilizar as ancas; o peito permanece à frente e o joelho se levanta direccionando-o para um lado, passando os golpes, tanto os altos como os baixos, pelo “middle kick”, que é o pontapé de base. Reforçar o corpo é necessário para poder encaixar os golpes, posto que o combate sempre se realiza batendo realmente, ainda que se proíba o ataque à cabeça. As competições são ao K.O., dando prioridade às técnicas punho-pé. Os agarres são proibidos, assim como o trabalho no chão e as luxações, mas se podem utilizar em combate “livre”

RYU-KYU KENPO / SHIN SHU HO RYU KENPO Seiyu Oyata O termo "Ryu-Kyu Kenpo", que se pode traduzir como "Métodos de Boxe das Ryu Kyu", designa também uma amálgama de estilos okinawenses de combate. Durante algum tempo, um estilo, especificamente o denominado "Ryu-Kyu Kenpo", foi dirigido pelo Mestre Oyata Seiyu, que foi discípulo de Nakamura Shigeru (Okinawa Kenpo). O Mestre Oyata, que emigrou aos Estados Unidos, é 10º Dan e único herdeiro do estilo antecessor do Karate, o “Tui Te”, de Uhugushuku No Tan Mei. Este estilo é proveniente de um antigo Bushi (guerreiro) que tinha sido expulso do serviço quando se dissolveu a classe Bushi, após o período Meiji (finais de 1800). O estudo do Tui-Te deve ser feito através da transmissão oral, porque escondido dentro dos kata de Karate, ele mostra mais do que simples técnicas de pontapé e socos. Conforme narra a lenda, dentro dos kata continha uma arte de luta, cujo nome também se mantinha em segredo. Estas técnicas internas do kata Tui-Te (mão que agarra), foram zelosamente guardadas pelos antigos mestres de Karate, posto que eram a chave para superar a eficácia das técnicas de punho ou de perna que se contemplam nos superficiais kata actuais. Oyata criou posteriormente o Shin-Shu-Ho-Ryu (Escola do Método da Verdadeira Mão) e teve como alunos dois americanos célebres; George Dillman e Joe Lewis. Também estudou com ele o Mestre Enzo Montanari, um dos pioneiros do estilo Shotokan na Itália, discípulo do Mestre Shirai e autor do livro “O Karate Desconhecido”. Joe Lewis foi várias vezes campeão do mundo de Karate (Nocontact, Light-Contact e Full-Contact) e pioneiro do Kick-Boxing e do Full-Contact nos Estados Unidos e no mundo. Esta é a sua opinião acerca das escolas de Okinawa: (...) As escolas de Okinawa são as melhores do mundo. Eu estudei dois estilos, o Shorin-Ryu e o Kenpo tradicional. Foi lá onde descobri a verdadeira filosofia do combate e a verdadeira eficácia. É preciso dizer que no Kenpo de Okinawa, os combates são ao K.O., com ou sem protecções". (1) (1) Joe Lewis em "Joe Lewis o Imortal", revista Karate-Bushido nº184, Outubro de 1991. Entrevista com Patrick Lombardo.








O salvador de vidas Grão Mestre de Hung Gar Kung Fu, Martin Sewer, está habituado a ver como o seu Hung Gar Kung Fu tradicional ensina dia após dia seus alunos de maneira eficiente, a se protegerem a si mesmos e aos seus seres queridos. Há também outros níveis onde a Escola de Kung Fu Martin Sewer exige aos seus alunos, incentiva e por vezes também salva vidas. Disciplina, respeito, controlo, valentia e atenção, são só algunos dos atributos mentais que se ensinam na escola de Kung Fu Martin Sewer. Como era hábito que dissesse a lenda do Kung Fu, Chiu Chi Ling, Mestre do Grão Mestre Martin Sewer: "Não serve de nada que sejas forte ou o melhor combatente, se por consequência do teu mal carácter ninguém quer saber nada de ti". Mas a formação mental com Martin Sewer vai muito mais longe disto. Tratase de chamar a responsabilidade a si próprio e tomar a rédeas da sua vida em próprias manos e com isto, ter como meta não só as capacidades do Kung Fu mas sim toda a vida do aluno em direcção ao êxito. Cada um forja a sua própria sorte, diz o povo quando nos esclarece de que se queremos mudar alguma coisa na própria vida, nós mesmos temos de nos mover e empreender alguma coisa. Naturalmente nem todos temos as mesmas capacidades ou formação. Ou como acostuma a dizer o Grão Mestre Martin Sewer: "Não é importante comparar-se com outros, mas sim comparar-se consigo mesmo e com as próprias possibilidades". Desde faz muitos anos, Marcel Fischer é aluno da Escola de Kung Fu Martin Sewer e goza do ensino a nível médio, em vésperas da faixa preta e também acredita neste princípio. Marcel contou ele mesmo, que na sua juventude não gozou de um bom meio social : "Depressa foi possível constatar que eu me desenvolvia muito mal em conflitos e que frequentemente os


Kung Fu provocava, reagindo agressivamente, perdia os estribos à mais pequena provocação e entrava em discussão com outros garotos“. Um ambiente familiar problemático reforçava os problemas de Marcel ainda mais e seus pais não sabiam o que haviam de fazer com ele. Com o síndrome de deficitário de atenção e outros diagnósticos, visitaram os médicos tentando esclarecer o motivo do comportamento do jovem Marcel ser assim. Mas tudo dava nulos ou mínimos resultados. Só uma coisa parecia funcionar com ele. Marcel gostava da prática do movimento e era a única coisa que o tranquilizava. Para o Grão Mestre Martin Sewer, um conhecido valor empírico: "A importância da relação entre corpo e espírito é conhecida no mundo das artes marciais. O gozo está presente, sempre e quando se estiver em harmonia com o movimento". Isto funciona também ao contrário. Quem se move com regularidade, como por exemplo nas nossas lições, não só faz alguma coisa

para a sua saúde como também para o seu espírito. Um dos motivos pelos quais os homens sentem felicidade com o movimento é, entre outros, porque enquanto o praticam não têm tempo de pensar nem se preocuparem coisa alguma. Também Marcel e aqueles que normalmente o acompanhavam, se aperceberam de que uma ocupação adicional tranquilizava e assim concluíram que as artes marciais podiam fazer bem: "Isto me dava uma base para encontrar um ponto de referência. Infelizmente não dei com o melhor dos mestres. Um mestre tem de viver como predica e apoiar seus alunos. Infelizmente, este não foi o caso, levando a que eu, em plena adolescência, voltasse a cair no velho esquema". Profissionalmente, Marcel experimentou tudo o possível consoante as suas referências. Começou vários aprendizagens no ramo artesanal, os quais interrompeu sempre, desviando-se para o mau caminho. Consumo de álcool e festas se tornaram um grande problema. Chegou a tal ponto que não podia assistir às aulas: "Lembro-me perfeitamente de que uma vez, depois de uma das piores noites em clubes cheios de fumo e álcool, em casa, em frente do espelho, olhei para mim, me observei e soube que tinha de mudar de vida. Inconscientemente soube o que era mais importante na minha vida, o movimento, e que tinha de recomeçar com as artes marciais e procurar uma nova escola.


Marcel procurou uma escola melhor e pouco depois encontrava a Escola de Kung Fu Martin Sewer. Com a entrada nas aulas começou uma nova etapa na sua vida: "As aulas sob a direcção do Sifu Martin Sewer, eran muito diferentes do que até então tinha vivido. Era duro, muito duro. Pouco depois da minha entrada na escola, já me tinham interpretado com atenção. Mas não me trataron de maneira diferente, tudo pelo contrário! Também tive uma enorme sorte por ter dado com o Grão Mestre Martin Sever, pois através de suas muitas décadas de formação com seu Sifu e sua relação com as tradições e valores da vida, encontrei a ligação com a verdadeira tradição das artes marciais. Não fez falta muito tempo para que Marcel visse a luz. Compreendeu que as artes marciais e tudo quanto com elas tem a ver, tinha sido a única coisa que despertara a sua motivação e encontrou a alegria de viver. "Compreendi que esta era mi última oportunidade para fazer alguma coisa da minha vida e que tinha de esforçar-me para seguir em frente". E assim, Marcel se resolveu por um estudo, entre outros, em línguas asiáticas. Hoje, Marcel está na recta final do cinto preto e com isso a conclui a escola elementar no Sistema Hung Gar Tradicional, sob a direcção do Grão Mestre Martin Sewer. "Espero com entusiasmo as provas finais, sob a direcção de meu Sifu Martin Sewer, assim como o resultado dos meus estudos. Quando penso no tempo em que tudo esteve à beira do abismo e que foi com o Kung Fu que pude endireitar a minha vida, digo a todo aquele que me queira escutar: Sim, o Hung Gar me salvou a vida!". O Grão Mestre Martin Sewer sente orgulho nos seus alunos: "Alunos como Marcel, mostram que não só as artes marciais como também o treino a nível mental é importante. Como acostuma a dizer Chi Ling: "Não serve de nada ser o melhor, quando por motivos de comportamento ninguém quer ter nada a ver contigo, se sabe que cada uno traça o seu próprio futuro. Cada um dos meus é para mím um VIP e pertence à família. Como é natural, na minha escola não só é importante o combate, também é importante a formação do carácter.


Kung Fu






Eventos Terceiro Festival Internacional de Shaolin - Londres Dedicado à saúde, compaixão, igualdade e paz, se realizou em Londres o Terceiro Festival Internacional de Shaolin. O festival é o segundo a nível Europeu, o primeiro se realizou em Berlim, em Outubro de 2012. Texto e fotos: Bruno Tombolato Shaolin Cultural Center Spain www.shaolinspain.com Festival teve como objectivo o intercâmbio cultural entre a China e a Europa, através do Kung fu, o Budismo, a Caligrafia e a Medicina Chinesa, entre outros. Mais de 700 pessoas de mais de 10 países europeus, formaram parte do Festival de Shaolin. Alguns dos participantes vinham da Grécia, Itália, Holanda, Alemanha, França, Rússia, Eslovénia, Espanha, entre outros. O Festival foi organizado pelo Mestre Shi YanZi e a sua escola Shaolin Temple UK, em colaboração com o Templo Shaolin da China. Outras escolas de Shaolin de Londres também participaram na organização. Da China veio ao festival um grupo de mais de 50 pessoas, dirigidas pelo Venerável Abade e líder espiritual Shi Yong Xin, que também é Presidente da Associação Europeia de Shaolin (SEA). Os Mestres Shi Yan Ao e Shi Yan Zhuang, que também formavam parte da delegação, participaram no evento, junto com o grupo de mais de 30 monges do Mosteiro.

O



“A competição foi uma das atracções mais interessantes, na qual estudantes e mestres mostraram todas as suas habilidades no tatame” O evento teve lugar no London Soccerdome, em Greenwich, um lugar extremamente grande e apto para receber as mais de 700 pessoas que assistiram ao festival de Shaolin. O Festival teve a duração de uma semana, mas os dias mais importantes foram Sábado dia 11 e o Domingo dia 12

de Outubro, quando se desenvolveram a maioria das actividades. Os assistentes gozaram de uma das mais grandes competições de Shaolin a nível mundial e de práticas de Shaolin Kung fu e Sanda, exibições de Caligrafia, da Cerimónia do chá, conferências sobre Budismo e Meditação, uma zona de Medicina Chinesa, uma


Efentos de livros acerca do Budismo, outra de Merchandising, etc.. Na sexta-feira dia 10, foram convocados os participantes da competição na Escola de Kung fu Shaolin Temple Uk, para a sua inscrição e receberem as indicações para a competição, que teria efeito durante o fim de semana, no London Soccerdome. No sábado 11 todos os participantes estiveram presentes e após uma breve inauguração do festival, começava a competição às dez horas. A competição foi uma das atracções mais interessantes, onde estudantes e mestres mostraram todas as suas habilidades no tatame. Foi possível apreciar estilos característicos de Shaolin como Hong Quan, Luohan Quan, Tong Bei Quan, Qi xing Quan, Taizu Chang Quan, entre outros, assim como também formas com armas compridas, curtas e flexíveis e formas de imitação. Também houve competição por equipas, de Chi Kung duro e Dui Lian (forma de dois em dois) e Tai Chi. Nesse mesmo dia da parte da tarde,

finalizada a competição se entregaram as medalhas. Os representantes espanhóis obtiveram muito bons lugares. No domingo dia 12, estava programada a competição de Sanda, dirigida pelo famoso Mestre Shaolin Shi Yan Lei. Se bem houve bastante participação, não foi tanta como na do dia sábado, quando houve mais de 300 participantes. Enquanto alguns mostravam as suas habilidades no combate, outros gozavam de uma aula prática de Shaolin Kung fu, com o instrutor Shi Yan Hao e o Mestre Shi YanZi. Perto do meio-dia, os principais membros da Associação Europeia de Shaolin (SEA) e alguns dos novos aspirantes foram convocados para um encontro com o Venerável Abade Shi Yong Xin, que pediu a Mestres que narrassem suas experiências com a cultura de Shaolin. O encontro teve a duração de perto de uma hora. Às 14:30 de novo foram



convidados os membros oficiais da SEA, para uma reunião e para tratar diferentes assunto relativos à Associação, entre eles a inclusão de novos membros e o seguinte Festival Europeu de Shaolin. Só duas candidaturas se ofereceram para a organização do mesmo, em 2016, uma para a França e para a Espanha, o Mestre Bruno Tombolato de Shaolin Cultural Center Spain. Nesse dia não se decidiu onde terá efeito, mas esperamos que em 2016 possamos ter o privilégio de vivermos esse experiência na Espanha. Finalizada a reunião, os membros da SEA e aspirantes saíram para o pavilhão principal para serem fotografados. Na foto podemos ver os membros oficiais sentados junto do Abade e os aspirantes atrás, em pé. Durante todo o resto do dia continuaram os cursos e dissertações e às 19 horas começava uma das actividades mais esperadas do festival, a cerimónia de encerramento, dirigida pelo Abade Shi Yong Xin, e a exibição por parte dos monges do Templo Shaolin. A cerimónia começou com a bênção do Abade Shi Yong Xin, que durou cerca de quinze minutos e continuou com uma selecção de formas tradicionais à mão nua e com armas, estilos de imitação de animais, como a mantis, tigre, leopardo, serpente, entre outros. Sem dúvida, a exibição foi o melhor do Festival deixando todos os presentes com vontade de ver mais. A cultura de Shaolin trespassou fronteiras e desta vez entrou no coração das mais de 700 pessoas que presenciaram o festival. Cada Mestre se tem ocupado muito bem de “plantar a árvore” em seu país e com o tempo a árvore tem dado bons frutos. Saúde, Compaixão, Igualdade e Paz para cada pessoa e país.



Texto: Pedro Conde Fotos: Antonio Mora y David Gramage & davidgramage@gmail.com


Na sexta-feira, 26 de Setembro, a Câmara Municipal de Madrid (Espanha) fez entrega da primeira “Medalha Embaixador Destino Madrid”, ao actor, ex-governador da Califórnia e culturista, Arnold Schwarzenegger, por sua "extraor dinária" pr omoção inter nacional da cidade, decidindo realizar em Madrid o “Arnold Classic Europe (ACE)”, evento desportivo que reúne 24 modalidades de desportos olímpicos e não olímpicos.

Texto: Pedro Conde Fotos: Antonio Mora & David Gramage. davidgramage@gmail.com


A

entrega da medalha se realizou no Salão Nobre do Município. O actor veio acompanhado da sua noiva, Heather Milligan - uma jovem que faz parte da sua vida desde faz um ano e meio - e de Rafael Santoja, Presidente da Federação Inter nacional de Fisicoculturismo (IFBB), o autêntico promotor do Arnold Classic na Espanha. Pedro Corral, delegado da Área de Governo das Artes, Desportos e Turismo, foi o encarregado de lhe fazer entrega da medalha, em nome da Presidente do Município de Madrid, Ana Botella, ausente em viagem oficial à cidade de Buenos Aires. Ar nold Schwarzenegger, em sua língua materna, declarou que se decantara por realizar o Arnold Classic Europe (ACE) em Madrid, frente a outras capitais como Viena, Londres ou Paris, porque foi aqui onde iniciou sua carreira cinematográfica: "Nada teria sido possível sem Conan, que me lançou ao estrelato". Reconheceu um antes e um depois na sua vida, por ocasião da estreia do filme Conan e rememorou alguns dos lugares donde se filmou, acabando por manifestar seu orgulho por receber o reconhecimento que lhe fazia a cidade: "Significa muito para mim, porque amo a Espanha”. Com respeito ao ACE, este evento leva quatro anos realizando-se em Madrid e é uma grande promoção para a cidade a nível internacional. A cada ano, o ex-governador da Califórnia visita a capital para assistir e colaborar neste



acontecimento desportivo nascido nos Estados Unidos em 1988, como o Arnold Sport Festival e que em 2014 festejou a sua vigésima sexta edição. Este ano, em sua edição na Espanha, chegaram a participar uns 5.000 atletas de 60 países, que se juntaram de 26 a 28 de Setembro, o que constitui uma importante promoção e divulgação de Madrid nos meios de comunicação locais, nacionais e internacionais. Na sua edição de 2013, cujo evento se realizou no recinto de feiras Madrid Arena, conseguiu atrair até 40.000 seguidores de todo o mundo. O programa contou com numerosas modalidades desportivas, tais como: Athletic Fitness, Strongman, Pole Dance, Cheerleaders, Halterofilia, Ginástica, Skate, Powelifting, MTB, Triatlón, Barbarrio, Cross Fit, etc., e em Artes Marciais: Taekwondo, Capoeira, Karate, Aikido, Brazilian Jiu Jitsu, Kung fu, Jiu Jitsu, Krav Maga, Lama Lima, Kempo Kembudo, Hellenic Koryu Bugei, Ken Thay, etc. Em desportos de contacto houve exibições e campeonatos de K-1, MMA, Kick Boxing, Full Contact e Muay thai. Durante a noite houve uma excepcional espectáculo: um campeonato de MMA, onde o vencedor, Enoc Solves, recebeu a primeira faixa de honra Arnold Fighters/Homens e 3.000€ em dinheiro. Obteve também um contrato assinado com “Espanha Imperial”,


Eventos por meio do qual poderá ter acesso ao M-1, a grande competição russa, e poderá participar em mais competições de primeiro nível internacional. Houve também um torneio de K-1, o vencedor foi Cristofer Opazos, que além de obter o cinto Arnold Fighters e HDH, recebeu 2.000€ como reconhecimento à sua vitória. No Sábado, dia 27 de Setembro se realizou o campeonato “Arnold Classic

Europe” de Bodybuilding profissional feminino e masculino, onde se encontraram não só os culturistas europeus, como também os profissionais deste desporto de outros lugares do mundo, como o campeoníssimo Mamdouh Elissbiay, o colosso egípcio mais conhecido como Big Ramy, duas vezes vencedor do New York Pro. Também esteve presente Tanji Johnson (vencedora do Fitness ACE Pro 2013) e outras

grandes lendas como Dennis Wolf, Shawn Roden ou Dexter Jackson, etc. A agenda de Ar nold Schwarzenegger estava muito apertada: no Domingo 28 de Setembro viajou a Almeria - 33 anos depois da rodagem da fita 'Conan, o bárbaro' para receber o prémio honorífico “Almeria, Terra de Cinema” do Festival Internacional de Curtas-metragens “Almeria em Curto” e inaugurar uma estrela com seu nome, no Passeio das





Arnold Schwarzenegger voltará a interpretar o herói em “The Legend of Conan”, cuja estreia está prevista em 2016. Estrelas da capital almeirinense. Na delegação do governo, ofereceu uma roda de imprensa onde disse, aos mais de 70 jor nalistas credenciados, que mantinha muito vivas as lembranças da rodagem de Conan naquele lugar, reconhecendo: “Jamais esquecerei tudo o que vivi em Almeria. Apesar de muitas cenas duras, como a do abutre que me picava na cara, quando acabei o filme disse: VOLTAREI!”. Schwarzenegger visitou a província acompanhado do realizador do filme “The Legend of Conan”, Fredrick Malmberg, em 2015. Recordemos que algumas das cenas mais emblemáticas de “Conan, o bárbaro” foram realizadas em várias localizações situadas em Almeria Capital, El Ejido e Tabernas. Arnold Schwarzenegger voltará a interpretar o herói em “The Legend of Conan”, cuja estreia está prevista em 2016. A actor declarou aos meios de comunicação, que quando voltar para Los Angeles "defenderá" a opção da Espanha e especificamente Almeria, para que se realizarem as filmagens.











Cronologia Marcial do Mestre • 1 de Junho de 1892: Nasce na Prefeitura de Ibaraki. • Mês de Abril de 1898: Começa a estudar Jujutsu. • 1911: Entra na Universidade de Waseda e continua estudando estilos de Jujutsu, com especial dedicação ao Jujutsu Atemi Kenpo (Jujutsu com técnicas de batimento). • 1 de Junho de 1921: O III Grão Mestre de Shinto Yoshin Ryu, Yukiyoshi Tatalunoaburo Nakayama, lhe concede Licença de Mestre em Shinto Yoshin Ryu, sucedendo-o como 4ª geração. • Na Primavera de 1922: Começa os seus estudos de Karate. Algum tempo depois começa a incorporar Shinto Yoshin Ryu no Karate e adiciona seus próprios conceitos, criando o Karate Wado Ryu. • Desde 1928: Começa a pensar acerca da possibilidade de desenvolver a faceta competitiva do Karate e os seus estudos chegam a ser a base das regras de competição utilizadas hoje. • Desde o Outono de 1934: Organiza a Associação de Wado Ryu. Hoje conta com mais de 300 clubes no Japão, incluindo 70 clubes universitários e também repartições governamentais e empresas. Em mais de 30 países têm clubes. Esta Associação chega a ser a actual “Zen Nihon Karatedo Renmei Wado Kai (Wado Kai da Organização de Karate de todo o Japão). • 29 de Abril de 1966: Os seus esforços por fazer popular o Karate são reconhecidos e por primeira vez no mundo do Karate no Japão, alguém é condecorado. Recebe a Ordem Kun Go To e é nomeado So Kougyoku Situ Shou.

Honrarias: • Grão Mestre e Presidente de Honorífico da Zen Nihon Karate Do Renmei Wado Kai (Associação Wado da Organização de Karate de todo o Japão). • Vice-presidente da Federação Japonesa de Karate. • Comissário Permanente da Nihon Kobudo Shinko Kai (Organização Japonesa de Artes Marciais Antigas).

A Origem das Artes Marciais Vou deixar o estudo histórico da origem do Budo em mãos dos historiadores, posto não ser especialista nesta matéria. No entanto, penso poder assumir uma série de pontos. Quase todos os animais têm por natureza umas armas para protegerem-se por si mesmos do perigo de seus inimigos. Cada animal tem suas peculiaridades, como uma cor protectora, o veneno, órgãos sensoriais excepcionais; ou talvez defesas, como os colmilhos, os chifres; ou habilidades, como movimentos ágeis, correr velozmente, saltar, nadar, voar, etc. Cada animal tem uma maneira de lutar. Os seres humanos também têm ao sua maneira de lutar, ainda que haja diferenças conforme as raças e culturas. Há grande variedade de hábitos; empurrar, bater com o pé, com a cabeça, lutar corpo a corpo, etc.… A maneira de lutar empregado pelos homens, provavelmente seria para a defesa pessoal, salvo no caso da caça de aves, animais ou peixes para a alimentação. Pouco a pouco a luta foi empregada pelos mais fortes, para a opressão dos débeis, e os primeiros


Grandes Mestres chegaram a dominar estes. Assim se formou a vida dos grupos. A cada dia se estabelecia um pouco mais o poder do grupo, primeiro para garantir a sua segurança, depois para aumentar sua influência. Com a evolução do conhecimento humano e a organização social, evoluiu também o armamento. Se inventaram armas úteis e se desenvolveram as maneiras de empregá-las; espadas, lanças, arcos, pistolas… Também se desenvolveram maneiras de lutar sem armas: Sumo, Ju Jitsu, Karate, etc.… O progresso científico alcançou até as bombas atómicas e os mísseis. Tudo isso é uma consequência natural do desejo de superioridade dos seres humanos. Provavelmente, na idade primitiva se vivia uma vida pacífica, caçando nas montanhas e pescando no mar e nos rios. É em certa maneira paradoxal que com a evolução do conhecimento humano e o progresso científico, acabe por se tornar a organização social em coisa tão complicada e que a melhora das condições de vida chegue acompanhada de uma inusitada agitação. O progresso científico sem limites, acelera cada vez mais a evolução do armamento e não se sabe onde vai acabar. No cúmulo da carreira de armamentos, a humanidade se enfrenta com a ameaça de se destruir a si mesma. É

vergonhoso que não se diferenciem em nada os humanos das bestas ferozes. Por isso, devemos considerar agora o caminho das Artes Marciais, o caminho do "Bu" (Guerreiro).

O Caminho das Artes Marciais Diz-se que as Artes Marciais originalmente simbolizavam a paz. O Kanji "Bu" é formado por duas partes; uma significa "deter", a outra “lutar”, em consequência, o seu significado é "a guerra" ou "a luta". O sentido original do "Bu" é "deter a guerra”, ou seja, "Bu" quer dizer fazer feliz a vida humana trazendo a paz e eliminando a luta no mundo. Isto era originalmente o caminho do "Bu" (Guerreiro). Cada sociedade (Estado) tem o seu princípio e a sua própria opinião ao longo do decorrer da evolução e do progresso. É natural que o princípio e a opinião sobre "Bu" também esteja destinado a mudar com a transição e o progresso de cada época. Nas época das guerras civis, quando as pessoas abriam caminhos para avançar e faziam-no através das façanhas, o "Bu" tinha como objectivo vencer os inimigos no campo de batalha e o seu objectivo principal residia no progresso, na técnica, no exercício da coragem e no aumento da força física.

Depois, quando se entra no período do feudalismo e de paz, dáse mais importância a governar o país, pelo que se exigia lealdade, sacrifício, abnegação… ao monarca. Assim, a maneira de ser do "Bu" se transformou em algo espiritual, onde as ditas qualidades eram virtudes. Desde meados do período de Tokugawa, com a influência da difusão do Confucionismo, se acelera mais esta tendência, que penetrou não só nas classes militares, como também nas famílias de agricultores, artesões e comerciantes. Assim, o caminho do Guerreiro "Bu" voltou ao seu sentido original de paz, se bem soube ser aproveitado para manter o poder e a prosperidade dos governantes. Apesar das mudanças de épocas no Japão, a partir daquele momento, o "Bu" permaneceu tal e como era, sem adaptar-se às mudanças do período Tokugawa, que durou 200 anos; depois viria a época Meiji, a Taisho e a Showa. O país chegou a sofrer a derrota na Segunda Guerra Mundial. Foi essa derrota que propiciou o nascimento de um novo Japão democrático, com desenvolvimento cultural, no qual a paz não é património dos governantes nem dos Estados, mas sim um bem para o conjunto da humanidade.


Sem a paz para a humanidade, não existirá nunca a paz para os estados, nem a felicidade verdadeira dos indivíduos. O caminho do "Bu" se torna assim o caminho da paz. No entanto, tem de se penetrar até o fundo no caminho do "Bu" para descobrir o seu significado como caminho de paz. Este é o verdadeiro sentido caminho do caminho do Guerreiro "Bu". Em consequência, a ideia fundamental do caminho do "Bu" não pode ser outra que a Paz e o bem estar da humanidade.

O Caminho e a Técnica Antigamente, o Ken Jutsu, o Ju Jutsu e o Kyudo Jutsu se denominavam “técnicas” - “Jutsu". A meados da época Meiji, o Mestre Jigoro Kano começou a empregar os kanjis “Ju Do", em vez de “Ju Jutsu" e parece que a partir daí se começou a empregar a palavra "Do". Depois da Restauração Meiji, com motivo da exaltação de tudo o relativo com a civilização moder na, se começou a desprezar o "Bujutsu". Por outra parte, se estabeleceu a igualdade dos quatro estamentos existentes, pelo que o exercício do Bujutsu deixou de ser um privilégio da classe feudal, para tornar-se em algo ao alcance dos indivíduos pertencentes aos outros três estamentos do estado, os quais tinham ficado à margem do mesmo durante logo tempo. Os “Bu” deixaram de ser exclusivos da classe Samurai. Devido a esta difusão começaram a praticar Artes Marciais todo tipo de gentes. Muitos Samurais ficaram sem meios de vida, de maneira que começaram a organizar o Kenjutsu seguindo o provérbio: "As artes de treino podem, em caso de necessidade, assegurar a existência". Tempos depois, quando se introduziram na educação física sob a denominação de Kendo e Judo, recuperaram a dignidade e de novo foram populares. Mas, que diferença há entre "Do" e "Jutsu"? Pelo sentido da palavra (kanji), ambos têm o significado de "Caminho" e "Razão, Técnica". Do e Jutsu são sinónimos, portanto restritamente falando, se pode utilizar qualquer dos dois termos. Nos começos do período Meiji se inicia a tendência de desprezar os engenheiros graduados na Faculdade de Engenharia da Universidade Imperial, que os tinha em máximo prestígio, considerando-os como carpinteiros ou pedreiros, entretanto, os estudantes de carreiras como direito, pareciam ter e receber uma avaliação superior por parte da sociedade. Por tudo isto se começou a utilizar a palavra "Do", pois a denominação de Budo dá a impressão de estar fazendo menção de uma mais alta categoria que a de Bujutsu. Mas tal e como alguns propõem: Se denominam Budo para assim dar mais importância à parte espiritual que à parte técnica? Se assim fosse, teria de haver diferenças entre "Do" e "Jutsu" e se perderia a relação entre a técnica e o espiritual do Bu, pelo que resultaria ser falso que o treino da arte marcial ajude a exercitar o aspecto espiritual, perdendo o Bu a sua capacidade como caminho de aperfeiçoamento. Diz-se que a técnica do Bu faz participar tanto a mente como o corpo; proponho então, considerar que o kanji "Do" também deve ser entendido desta maneira. No caso de se desprezar a técnica e se conceder importância ao espírito em demasia, então, para quê serviria a arte marcial? Se respeitarmos o espiritual e o físico, podemos empregar "Do" ou "Jutsu" sem distinção. Se se empregar "Do" por estar acostumado ao seu som, tudo bem, mas nunca se deve ter uma ideia discriminatória no coração: técnica e espírito são uma mesma coisa. Há quem insista em que não é correcto utilizar Jutsu; estas pessoas também não diriam


Grandes Mestres "palito para acender" em vez de dizer "fósforos". A arrogância é uma profanação não só contra a arte, como também contra o Budo propriamente dito. A arte deve ser a expressão do espírito. Através do exercício da técnica expressada pelo espírito, se adquire uma s ó lida fo rmação es piritual. Não faz s entido o exercitar-se marcialmente, se não entram em sincronia a mente e a arte do Budo. Assim também, haveria perig o de caus ar um mal à sociedade si não houvesse equilíbrio ent re técnica e es pírito . S e is to acontecesse, se deveria eliminar o Budo deste mundo.

O Propósito do Treino nas Artes Marciais Sem dúvida que cada pessoa há-de ter a sua própria opinião com respeito a estes assuntos, como o objectivo do treino, o espírito do Budo, a preparação física, a defesa pessoal, a necessidade profissional, conseguir a superioridade na força ou

simplesmente uma dedicação. Muito possivelmente, os estudantes tenham resolvido praticar por mais de um dos motivos anteriormente ditos. É compreensível haver diferenças no objectivo da prática da arte marcial, como há diferença de princípios e ideias, dependendo de cada pessoa. No entanto, o praticante tem de tratar de aprender o significado fundamental do Budo e o instrutor tem do guiar com atenção para o conseguir. A maioria das pessoas que têm de início diferentes objectivos, o facto de continuarem praticando vai modificando-as e assim, pouco a pouco, entram no mundo espiritual. Desta maneira, os Budo são como um polimento e formam a qualidade humana. Se o que se procura é melhorar o aspecto espiritual ou as qualidades humanas, existem outros métodos de treino diferentes do Budo. Quando se tem a preparação física como objectivo, há também melhores métodos atléticos do ponto de vista puramente médico, mas neles é difícil o correcto exercício do espírito. Se o objectivo é superar as

dificuldades, o treino da arte marcial é altamente eficaz, pois disputa a vitória força a força, corpo a corpo. A severidade do exercício desta arte, faz este um caminho um caminho poderoso. Se a aplicação é correcta, a eficácia pode ser notável, mas usada inadequadamente, o mal pode chegar a ser incalculável. Quem aprende a arte marcial tem de procurar não cair no caminho da malícia antes de chegar a ter a formação espiritual como objectivo, por isso é muito importante estar apoiado por um amor generoso ao rigor do instrutor e pela amizade mútua com os companheiros. Quem aprende a arte marcial, sempre tem que tentar polir a sua inteligência. Por meio do exercício sereno da arte marcial, se desenvolve uma vontade inquebrantável e perseverante, que resiste a qualquer dificuldade, alcançando a capacidade técnica e física, correlativa a este espírito. Em suma, o exercício da arte marcial tem como objecto o exercício do espírito do Budo.



Grandes Mestres A mentalidade do Caminho das Artes Marciais Que a paz é o objectivo fundamental do Bu, é fácil de dizer, mas trazer este ideal ao mundo real, não é tarefa fácil. Um simples olhar à actualidade internacional, mesmo sem passar em revista a história, me dá a sensação de que talvez estejamos perante uma tarefa impossível. No entanto, por muito difícil que seja, enquanto não trazermos esta paz à sociedade, nunca será feliz a nossa vida humana. Por muito difícil que seja, ou

mesmo impossível, custe o que custar, temos que procurar a paz. Aquilo que trará a paz não será o poder de Deus, nem o favor divino de Buda. Só a través do nosso esforço se pode conseguir. A consecução da Paz já era difícil em épocas em que a organização social era muito mais simples, mas é ainda mais difícil na actualidade, em que se vive um progresso científico complicadíssimo e sem precedentes. Para desenvolver este ideal do Budo que parece impossível, se requer de nós uma faculdade espiritual extraordinária e esta só é possível através do próprio espírito do

Budo. Este espírito é uma força de impulso poderosa para trazer a paz e a felicidade às sociedades humanas. É o espírito do Budo, o espírito forte que não se resigna nunca e persegue o seu objectivo superando as dificuldades, por muito pesadas que sejam, até alcançar a sua meta.

A Mentalidade das Artes Marciais na Época Actual É lamentável a tendência a entender o espírito do Budo como sendo algo anacrónico, insistindo na sua pertença


ao espírito, próprio da época feudal. Este facto se deve a que naqueles tempos se aproveitou este espírito para alcançar o poder e a ignorância permitiu a sua perpetuação, deixando os mais humildes do povo de lado, durante longo tempo. Não é de estranhar que então, após a Segunda Guerra Mundial, depois de alcançar sua liberdade e com a abertura a um Estado democrático, as massas populares reagissem perante isto, sentindo que era um anacronismo. No entanto, a olhos dos homens em seu conjunto e através da construção de uma sociedade em paz, este espírito é imprescindível em qualquer época. A

faculdade espiritual do homem proveniente de percorrer este caminho, é necessária em qualquer época. A espectacular evolução das comunicações e transportes faz mais curta a distância entre países, se ocasionam conflitos e o elevado progresso científico leva à rivalidade, fazendo que todos suspeitem e duvidem até da própria sombra; o caminho à Paz faz-se mais difícil conforme o tempo passa, portanto, a cada dia fará mais e mais falta o espírito do Budo. O importante será emprega-lo correcta e adequadamente.










Como já é hábito, realizou-se o clássico encontro anual do “Hall of Fame” de Valência, organizado pelo Grão Mestre Santiago Sanchís. Este ano estreava sede no Hotel Sorolla da capital do río Túria, sem dúvida uma mudança muito favorável. Com sua característica personalidade, o Grão Mestre Sanchís distribuiu prémios e reconhecimentos, juntando em sua volta convidados estrangeiros e nacionais.




O mundo das Artes Marciais se conjugou com grupos de polícias e militares de vários países e o grupo de convidados especiais de “espanhóis ilustres”. Magnifica demonstração do folclore Valenciano, um vinho de honra de recepção, ceia de gala, entrega de prémios, baile e muitos aplausos. Podem apreciar aqui, alguns dos muitos memoráveis momentos da noite.




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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.



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