Cinturao negro revista portugues 281 janeiro parte 2 2015

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“Para ver com claridade, basta mudar a direcção do olhar” Antoine de Saint-Exupery

“Por vezes suspeito que a única coisa sem mistério é a felicidade, porque se justifica por si só” Jorge Luis Borges

P

Eu adoro os caminhos do meio, se bem não são os mais fáceis de transitar. Tenho constatado com certeza (e até com veemência), que possuímos ferramentas suficientes para não necessitar construir uma fé baseada em outra coisa que na nossa própria experiência. Mas para albergar alguma possibilidade de interagir com o mundo espiritual, é necessário transitar por uma via fundamentada em alguma coisa, como na sabedoria dos antigos, esses que antes de nós se atreveram a olhar para o mistério com o interesse, o atrevimento e a desconfiança de um cigano à hora de comprar um cavalo. Mas esses atalhos não abundam, porque poucos são os que se embarcaram em dita busca e menos ainda os que estiveram dispostos a compartilhar as suas experiências. Quando saímos do rebanho, o resto das ovelhas olham para nós como haviam de olhar para um lobo, especialmente quanto mais longe nos posicionamos delas. As ovelhas, como os humanos, quanto mais juntas andam, mais pó levantam e menos vêem; a sua defesa reside em se amontoarem, na esperança de que o predador leve primeiro as de fora. Mas perante o grande predador, o da foice, não há quem escape, e de uma maneira ou de outra, a finitude da existência pessoal, nos situa perante dilemas e questionamentos que superam o marco da própria e natural inquietude por sobreviver ou não, disso que é essencial em nós. Quem tenha estado presente diante um cadáver, talvez tenham sentido como eu a estranha e peculiar sensação de vazio que os envolve. Aí não há nada, por mais que vejamos o corpo da pessoa que conhecemos, existe um vazio. Nada anima (mesma palavra que “alma”, em latim “anima”) nesse indivíduo já apenas está presente a vertigem de um vazio imenso. Uma das questões mais recorrentes chegados a este ponto, é a da identificação. Aquele que se identifica exclusivamente com seu invólucro carnal, sabe-se só isso. Aquele que o faz com sua fase mental, se prefere assim. E finalmente, aquele que o faz com o intangível, sente o mundo desde essa atalaia. Estes últimos são os menos, porque neste aspecto, a lei da pirâmide, como elemento definidor de tudo neste plano, se cumpre indefectivelmente... ou seja, muitos debaixo… poucos por cima… O mistério é mistério porque não se manifesta dentro dos parâmetros comuns, não porque não possua uma natureza, conteúdos e formas específicas, mas porque para penetrar nele, tem de se transgredir os limites habituais da percepção, o comum acordo e o consenso do grupo, esse que nos obriga a olhar para as coisas como todos aceitamos que são. A dita transgressão implica em algum momento, um necessário salto ao vazio, uma iniciação que quebre o marco de referências que construímos com empenho e a

ara além do evidente reside o essencial. O essencial é invisível; o que dá valor à chávena é seu vazio, mas todos olhamos para a chávena. Assim é como a percepção enfrenta o mistério. Olhamos, ouvimos, sentimos, armazenamos informação, milhões de dados por segundo, para situar-nos no nosso ambiente e reagir nele; processamos esses dados de acordo a códigos aprendidos, a esquemas que se interiorizaram desde o próprio momento em que nascemos e em base a mecanismos que se construíram como fruto de milhões de anos de evolução e com uma única finalidade: Prevalecer, existir, reproduzir-nos…, em que siga a roda em que estamos inseridos como espécie. Em algum momento da nossa evolução, uma faísca de consciência saltou e nos obrigou a avançar em outro processo muito distinto das tarefas comuns com outros mamíferos, o da evolução como indivíduos e com isso, a necessidade de nos posicionarmos frente ao mistério. O que somos? Onde reside o essencial do ser humano? O corpo é um veículo, sem dúvida importante, porque nos dá a possibilidade de interagir e responder aos estímulos e ao ambiente no plano material, mas é uma carcaça complexa que se desgasta e acaba por falhar. A mente não deixa de ser um acompanhamento desta biologia, se bem ela transita em planos muito mais subtis que o corpo físico, está também exposta ao passo do tempo e às mesmas limitações que encerra a sua natureza biológica. Os clássicos enfrentam o salto dimensional consequente ao seguinte grau, de múltiplas maneiras, porque quando começamos a falar de alma, de espírito, ou qualquer outra acepção daquilo que é intangível, navegamos em mares perigosos, onde estabelecer parâmetros firmes, implica quase sempre um acto de fé. As religiões resolvem este problema com propostas e explicações vinculadas à sua própria descrição do mistério, estruturadas através de profetas e revelações, e que resultam suficientemente satisfatórias para uma grande maioria das pessoas. Outros convencidos de que o que nasce leitão morre porco, deambulam entre a ciência, o agnosticismo e o materialismo, não sabendo muito bem o que fazer com sua inata porção de cérebro dedicada ao pensamento mágico. Afinal, uns e outros, tarde ou cedo, teremos de nos enfrentar com o mistério cara a cara, pelo menos no momento da “sorte suprema”; com um pouco de sorte, durante o nosso périplo vital, algumas ocasiões surgirão nas nossas vidas, para despertar de por nós mesmos a essas outras realidades do intangível e havemos de saber aproveitá-las.


Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com

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dita manobra supõe a morte ao que somos, para nascer algo novo. Não os chamo a enganos, nem todos querem, nem todos podem juntar a energia e a valentia necessárias para o fazer. Por mais que este seja um processo subtil, complexo e doloroso, ao contrário do que se poderia esperar, é coisa ao que estamos constantemente expostos. Os antigos xamãs mexicanos, diziam que o difícil não era realizar esse salto, mas sim manter constantemente a nossa percepção da realidade activa e fixa em um só ponto, o consenso. Eles diziam que o dito esforço consumia todas as nossas energias de tal maneira, que não nos ficava nenhuma disponível para ser livres, impecáveis e autênticos. O infinito, como a água, tem um focinho muito fino e se mete por cada brecha do nosso dia-a-dia, sem darmos por isso, nos inunda. Explorar a espiritualidade é um horizonte muito mais próximo do que podemos imaginar; acaba por não ter nada a ver com a religião, excepto que ambas são focalizadas no mistério através de lentes diferentes. Uma concebe o inconcebível para o fazer aceitável e dita normas morais para transitar amavelmente em grupo por esta vida. A outra enfrenta o mistério descarnadamente, sem barreiras formais, nem mais fórmulas préconcebidas que as peculiaridades próprias de sua linhagem, baseadas na experiência dos idosos. Uma julga, a outra aceita; a primeira sabe, a segunda constata. Afinal, ante o de arcano não há versões possíveis, só a grande verdade de uma experiência sem par, só comparável a esse momento que nenhum recordamos…, o de nascer. Princípio e fim são opostos complementares e cada minuto que passa é uma ocasião excepcional para ir mais além do evidente, o plausível, o consensual. Correr os véus de Ísis, desvelar as eternas verdades, desde que saltou a faísca da consciência, nunca houve desafio maior. A vida se explica por si só, se assim o decidirmos, mas os famintos, curiosos, e arrojados viajantes do infinito, isso sabe-lhes a pouco. Boa viagem a todos! Estação término: A eternidade.





Kenpo

FU-SHIH KENPO, Ética, Princípios e Fundamentos… A ética é um ramo da filosofia que trata do estudo racional da moral, a virtude, o dever, a felicidade e o bem viver. Requer a reflexão e a argumentação. O estudo da ética está nas próprias origens da filosofia, na Antiga Grécia e a sua evolução histórica tem sido ampla e variada. A ética estuda o que é moral, como se justifica racionalmente um sistema moral e como posteriormente se tem de aplicar a nível individual e a nível social. Na vida quotidiana constitui uma reflexão sobre o facto moral, procura os motivos que justificam a adopção de um sistema moral ou a de um outro. Uma doutrina ética elabora e verifica afirmações ou juízos determinados. Uma sentença ética, um juízo moral ou uma declaração normativa, é uma afirmação que vai conter termos tais como “bom”, “mau”, “correcto”, “incorrecto”, “obrigatório”, “permitido”, etc., referidos a uma acção, uma decisão o inclusivamente também as intenções de quem age o decide sobre alguma


coisa. Quando se empregam sentenças éticas se está avaliando moralmente pessoas, situações, coisas ou acções. Se estabelecem juízos morais quando, por exemplo, se diz: “esse homem é mau”, “não se deve matar”, etc. Nestas declarações aparecem os termos “mau”, “não se deve”, etc., que implicam avaliações de tipo moral. A relação mestre/aluno sempre a tenho considerado como aquela

existente entre pais e filhos. Salvando as diferenças e distâncias lógicas, fáceis de compreender. Os pais criam seus filhos/as, proporcionam-lhes amor, protecção, casa, alimentação, educação, estudos, lar, família, etc. Por outra parte, o professor, instrutor ou Mestre, proporcionar-lhes-á uma elevada ampliação dos conhecimentos que a ele dizem respeito. Falo em termos escolares e de formação profissional. Isto, ele

fará com sua própria capacidade para ensinar, com constância, paciência, correcção, educação, perseverança, respeito e também protecção. Desde que a criança começa a dar seus primeiros passos na formação escolar, até alcançar uma especialização, graduação ou licenciatura, é responsabilidade grande de quem o ensina em cada matéria. Para chegar a isso, o


Kenpo

“A relação Mestre/Aluno sempre a tenho considerado como a existente entre pais e filhos”


indivíduo terá tido vários e muitos professores ou guias e quando tiver concluído essa etapa da sua existência, terá de tomar decisões acerca de seu futuro. Procurar emprego, por exemplo, o que conseguirá em sua própria cidade ou fora dela. Com o passar do tempo e pouco a pouco, vai desprendendo-se do lar dos pais e um belo dia formará seu próprio lar e terá filhos. Se afastou de seus seres queridos, amigos de toda a vida, familiares, hábitos e costumes, ou seja, do seu ambiente. No caso desportivo e marcial, as pautas são, ou terão sido muito similares. O pai, o filho/a ou ambos,

terão estudado o mercado e o que ele oferece a esse respeito. Também é recomendável que o aluno em questão, tenha pelo menos uma vaga ou clara ideia de que está a fazer tem a ver com o que deve de saber e o que realmente procura. Tem de saber quais são as sua metas e inquietudes pessoais. Também é questão muito importante conhecer as próprias qualidades físicas, psicológicas e fisiológicas, tanto como suas próprias limitações, tendo em consideração a sua idade, morfologia e genética. Geralmente, quando resolvemos iniciar-nos em alguma arte marcial ou

desporto, fazemo-lo por algum tipo de influência. Por vezes é pelo que sabemos pelos meios de comunicação, tanto seja uma arte ou um desporto na moda. Talvez porque os nossos amigos, vizinhos ou alguém da família o praticar. Os programas da televisão e o cinema também têm uma muito grande influência nestas coisas. Posso lembrar-me agora que aquela primeira série da Televisão - ainda a branco e preto - chamada “KungFu”, com David Carradine, ultrapassou as fronteiras do mundo inteiro e trouxe a moda do KungFu, quando ainda poucos sabiam


“Por regra geral, quando resolvemos iniciar-nos em alguma arte marcial ou em um desporto afim, fazemo-lo por algum tipo de influência”

Kenpo diferenciar entre Karate, Judo, Kung-Fu o TaeKwon-Do. Havia coisas tan aberrantes como livros o vídeos que falavam do “Karate Coreano” - coisa impossível nos nossos dias…, porque simplesmente não existe o Karate Coreano! Esse mesmo desconhecimento da época, tirou o papel a Bruce Lee, dando-o a Carradine, que era “mesmo muito mau como artista marcial” e eu diria que também era um péssimo actor. No entanto, a série foi um sucesso no mundo todo. Temos padecido ou temos aceitado modas como a do Kung-Fu, Full-Contact, Kick-Boxing, Ninjutsu, Vale Tudo, MMA, e nestes actuais dias, do que se fala é do Krav Maga Israelita. Mas, qual é a diferença entre todos e cada um dos sistemas? E por outra parte: O que é que nós desejamos fazer e com que finalidade? Graças aos moder nos meios de difusão hoje existentes, jornais, livros, vídeos, televisão, cinema, Internet, dedicando um pouco do nosso tempo é muito fácil pesquisar e descobrir qual o halo de mistério o verdade que envolve cada um. Qual é a sua realidade? É portanto recomendável pesquisar, ler, falar com outros já iniciados ou versados. Perguntar e esclarecer dúvidas, antes de dar o primeiro passo. Assim como existem uma série de carreiras profissionais, como Engenharia, Química, Arquitectura, Medicina, Leis, etc…, existem também muitos estilos, e estilos dentro de cada estilo ou arte. O facto de antemão sabermos bem o que desejamos, evitar-nos-á perder tempo, energias e dinheiro. Também desgostos e decepções. A modo de orientação resumida, o Judo é um desporto olímpico e não uma arte marcial. O Judo é um desporto de combate japonês de origem. O termo japonês pode traduzir-se como «o caminho à suavidade». Esta arte marcial foi criado pelo Mestre Jigoro Kano em 1882. O mestre Kano compilou a essência técnica e táctica de duas das antigas escolas de combate corpo a corpo japonês ou Jujitsu. Elas foram a Tenjin Shinoy ryu e a Kit-ryu, que se baseavam na luta corpo a corpo e que eram praticadas no Japão pelos guerreiros medievais com armadura no campo de batalha (os samurais), até o início do Século XIX. Kano, dentro da sua escola, o Kodokan, as juntou numa só, o Judo. Em sua forma desportiva se especializa nos lançamentos, as submissões e os estrangulamentos. Não obstante, em sua prática integral não se puseram de lado os



Kenpo golpes, os desarmes, varias luxações articulares, o uso dos pontos de pressão e os métodos de reanimação, o que fá-lo muito apropriado para seu uso por forças de segurança, capacetes azuis, polícias, militares, paramédicos, etc.

Boxe O Boxe - (do Inglés boxing) também por vezes chamado boxe inglês o boxe irlandês, e vulgarmente conhecido como box - é um desporto de combate em que dois contendentes lutam utilizando apenas seus punhos com luvas, batendo no adversário da cintura para cima, dentro de um quadrilátero especialmente desenhado para tal fim, em breves sequências de luta denominadas assaltos ou rounds e de acordo com um preciso regulamento, o qual regula categorias de pesos e duração do encontro, entre outros aspectos. De uma maneira mais geral, Boxe ou Pugilismo faz referência a um amplo género de desportos de combate, nos quais dois adversários se enfrentam em luta utilizando os punhos, de maneira exclusiva ou não, diferenciando-se conforme as regras, em diferentes desportos, como o já dito Boxe inglês ou boxe propriamente dito, o Boxe Francês ou Savate, o Boxe Chinês ou Boxe Shaolín, o Kick Boxing ou o Boxe Japonês, o Muay Thai ou Boxe Tailandês, os antigos pugilatos gregos, como o Pygmachia e o Pancracio, etc. A primeira codificação das normas que regulam os encontros de boxe é de 1743, e as regras ainda vigentes foram estabelecidas em 1889, pelo marquês de Queensberry, que além de outras coisas introduziu o uso das luvas. Tradicionalmente tem sido considerado como uma prática desportiva exclusivamente masculina, afectada legal e culturalmente por prejuízos de género. O reconhecimento dos direitos das mulheres e os avances na luta contra a discriminação, permitiram que nas últimas décadas houvesse um auge do Boxe Feminino, pelo que os Jogos Panamericanos de 2011 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2012 incluíram o Boxe feminino em várias categorias. O Karate, ou Karate-do, “o caminho da mão nua”, é uma arte marcial tradicional das Ilhas Ryu kyu do Japão, o que actualmente se conhece como Ilha de Okinawa. Tem a sua origem nas artes marciais indígenas das Ilhas Ryukyu, artes denominadas “te” (literalmente, 'mão'; tii em okinawense) e no Kenpo chinês. Estes estios de artes marciais surgiram da necessidade dos guerreiros nobres da ilha (os pechin) protegerem o último rei de Okinawa, Sho Tai, e a si mesmos, dos guerreiros japoneses com armadura (os samurai). Aos poucos, o Karate se foi desenvolvendo no reino de Ryukyu e posteriormente se expandiu, sendo ensinado sistematicamente no Japão, após a era Taisho, como


Kenpo consequência dos intercâmbios culturais entre os japoneses e os habitantes das ilhas Ryu kyu. O Karate-do se caracteriza pelo emprego de golpes de punho e pontapés, ainda que não restringe seu repertório só a eles. O Karate-do é uma arte marcial em que se coordenadamente se trabalham a força, a respiração, o equilíbrio e a posição, girar correctamente as ancas e a ligação conjunta de e extremidades, músculos deslocando grande parte do peso corporal e do centro de gravidade ao impacto. Geralmente se procura derrotar o adversário mediante apenas um só impacto contundente, semelhante a uma estocada ou corte de uma katana ou sabre japonês. A pessoa que pratica esta arte marcial é denominada karateka ou karateca. O Tae-Kwon-Do é uma arte marcial transformada em desporto olímpico de combate desde 1988, quando foi introduzido como desporto de demonstração nos Jogos Olímpicos de Seul, Coreia do Sul. O Taekwondo se destaca pela variedade e espectacularidade de suas técnicas de pontapés e actualmente é um dos sistemas mais conhecidos. O Taekwondo se baseia fundamentalmente em artes marciais muito mais antigas, como o Kung fu ou o Wu shu chinês, em algumas das suas técnicas à mão aberta. No Taekkyon coreano, na maneira de realizar os golpes com o pé, e no Karate-do japonês (estios Shi de kan e Shotokan), de onde obtêm os golpes com o punho, vários dos golpes à mão aberta, a planimetria (divisão do corpo humano por zonas: alta-média-baixa), os bloqueios, as posições, o sistema de graus por cintos, o quimono como primeiro uniforme e suas primeiras formas conhecidas, como "palgwe", na WTF (World Taekwondo Federation) e as formas "Hyong", na ITF (International Taekwon-Do Federation). O Kick Boxing, é um desporto de contacto de origem japonês, no qual se misturam as técnicas de luta ou combate do Boxe, com as de algumas artes marciais, como o Karate e o Boxe tailandês. Estando também

relacionado com a antiga arte do Muay Thai, mas os golpes com os cotovelos e joelhos, geralmente são proibidos. É assim similar ao boxe tailandês moderno ou Thai Boxing. Se bem não é considerada uma arte marcial formativa tradicional por excelência, ou Gendai Bud, mas sim um desporto de combate. Um lutador de Kick Boxing entra numa competência renhida com o resto de lutadores de luta em pé - que prefiram outro tipo de desportos de contacto ou artes marciais - pela resistência física, contundência e o facto de suportar os golpes de seus praticantes. Actualmente é um dos sistemas preferidos para desenvolver a luta em pé, que está sendo usado nas artes marciais mistas combinadas ou MMA / AMM. O Muay Thai, conhecido também como Boxe Tailandês, é um arte marcial que se desenvolve em pé, por meio de técnicas combinadas de pernas e braços. Muito similar a outros sistemas de boxe Indochineses, como o Prodal da Cambodja, o Tomoy da Malásia, o Lethwei da Birmânia e o Muay Lao, do Laos. O Hohe, ou Muay Thai, se tornou um símbolo nacional da história e da identidade do Reino da Tailândia. Suas raízes estão no Muay Boran, variante tradicional e arte marcial (que inclui figuras, técnicas de mão aberta, luxações, lançamentos e derribamentos). Na actualidade, esta disciplina complementa o Muay Thai, junto com o Boxe ocidental. O Muay Thai acostuma a ser considerado como um desporto extremo, o que favorece a realização de apostas e portanto, é um desporto que se considera ilegal em vários países e em alguns dos Estados dos Estados Unidos da America. O Kenpo é o nome de alguns estios chineses de artes marciais, com grande influência na metodologia no sistema de graus e no quimono brando, uniforme de parte das artes marciais tradicionais japonesas ou Gendai Budo e recentemente, nas artes marciais filipinas, como a Eskrima. A palavra Kenpo é a tradução para o idioma japonês da

palavra em idioma chinês “quánfo”, que quer dizer arte marcial, ou Boxe de origem chinês. É importante notar que o termo kenpo é usado para referir-se às artes marciais chinesas (Wu Shu / Kung Fu). Especificamente ao Kung fu, tradicionalmente considerado como a base da maioria dos estilos tradicionais existentes; estas artes foram criadas na China, praticadas e desenvolvidas no Japão e na Coreia, para posteriormente serem promovidas em muitos outros países. Diz-se que em seus inícios, esta arte marcial foi aprendida por vários guerreiros japoneses, guerreiros medievais e samurais, que viajaram à China em busca de conhecimento marcial. Aprenderam o Wu Shu (também chamado Kung Fu). Quando regressaram ao Japão, estes mestres começaram a ensinar Chuan Fa e Quan Fa (assim era conhecido antigamente o Wu Shu), denominando-os Kenpo ou Kempo, com uma maior influência japonesa. Devido a isto, por vezes é considerado um estilo diferente, com um maior destaque que o Karate de Okinawa para as técnicas em rotação e de batimento contínuo com as mãos. Kenpo literalmente é "punho método", o que se traduz como "método de luta à mão nua", mas devido a seus ideogramas, erroneamente na actualidade é traduzido como "lei do punho", por ter uma sonoridade mais agressiva, quando realmente seu significado original tradicional não é tal. Actualmente existem centos de estios de Kenpo moder no, posteriores à Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pois com o tempo, vários mestres japoneses e estrangeiros aprenderam outras artes marciais, desenvolvendo várias correntes e estios da arte. Assim, vários mestres começaram a ensinar o Kenpo moderno baseado no Wu Shu, mas com um estilo próprio. Destes mestres, os mais conhecidos são Adriano Emperado, que fundou o Kajukenbo e Ed Parker, que fundou o Kenpo Karate.



Kenpo

“O Fu-Shih Kenpo baseia a sua arte em 5 direcções. Tradição, Defesa Pessoal artística de escola, Defesa Pessoal de rua, Defesa Pessoal policial, Manipulação de armas orientais e naturais, em aplicação moderna e prática”


Reportaje O Fu-Shih Kenpo baseia a sua arte em 5 direcções: Tradição, Defesa Pessoal artística de escola, Defesa Pessoal da rua, Defesa Pessoal policial, Manipulação de armas orientais e naturais numa aplicação moderna e prática, com influências no Shotokan Karate, Kenpo-Karate americano, Tae-Kwon Do e KickBoxing. O Krav Maga (que em hebreu quer dizer “combate corpo a corpo”) é o sistema oficial de combate e defesa pessoal usado em Israel pelas Forças de Defesa (I.D.F.), a Polícia, os serviços de segurança: Nos Estados Unidos é usado em inúmeras forças da lei. Também tenho ensinado em diversas instituições associadas ao Ministério da Educação de Israel e desde 1964, venho ensinando a civis por todo o mundo. Desenvolvido e aperfeiçoado durante anos problemáticos, o Krav Maga se destaca pela facilidade da aprendizagem das técnicas, que têm sido provadas em numerosas ocasiões, em autênticos confrontos. Este estilo que nasceu no Século XX, é um sistema de defesa actual que não foi pensado para uma sociedade de camponeses que se tenham de defender sem armas numa cultura de Extremo Oriente ou na Idade Média. Todas as técnicas, movimentos e combinações foram desenvolvidos pensando nas necessidades actuais. Também devemos considerar que foi criado numa sociedade e em um país em que a violência forma parte da vida, mais do que em outras culturas, pelo que necessariamente o sistema tem de ser simples e com a máxima efectividade. O Krav Maga está dividido em duas partes principais: Defesa Pessoal e Combate corpo a corpo. A relação e n t r e

Profedsor/Instrutor ou Mestre/Aluno, também deve ser sempre muito estreita, correcta, educada, profissional e de respeito mútuo. A nossa actual sociedade (assim como o próprio Planeta), está muito deteriorada. A corrupção política mundial e falta de trabalho, os problemas económicos, as mínimas oportunidades, as limitações o frustrações que tudo isto causa a quase toda a povoação da classe média, está resultando em um triste e lamentável resultado da convivência, civismo, honradez e crença em um mundo melhor. A crise que isto causa nas principais cidades do mundo, tem uma incidência no dia-a-dia das pessoas, levando a uma convivência mais hostil, violenta e de atropelo de todos os nossos direitos fundamentais como cidadãos deste mundo. O trabalho de educadores, pais e guias, deve ser maduro, sensato, honesto, compreensivo e honrado. É doloroso quando os alunos, por circunstâncias do destino, obrigações ou imprevistos, devem de ir embora ou separar-se de nós, tendo permanecido perto um determinado número de anos e com eles termos passado tantos bons e maus momentos, com esforço, por vezes com dor, sacrifício, constância, etc. Com eles desenvolvemos um relacionamento quase que familiar. É muito belo que não nos esqueçam e nós nunca nos esqueçamos deles... Como aquele amor de pais, que tudo compreendem e tudo perdoam. Por muito grande que seja a distância física, que o não seja nos nossos corações! É muito importante que cada Instrutor/ Professor ou Mestre, tenha semeado uma enorme semente de dedicação, compreensão, respeito e amor em todos e cada um desses seres que passaram por suas escolas e dojos. Toda perda, toda separação é sempre “dolorosa para ambas partes”. Por tudo isto, no Fu-Shih Kenpo eu proponho, sugiro e recomendo: a) Ser sempre honestos, sérios e profissionais com os nossos alunos e colaboradores.

b) Realizar com eles uma trabalho social e humano, cheio de respeito, compreensão, dedicação e esmero. c) Padecer com elos no sofrimento e agir com maturidade e dignidade, para saber e poder guiar adequadamente na sua formação e orientá-los acerca de que “tudo passa e nada é para sempre, nem o bem, nem o mal”. Que saibamos traduzir e perceber as mensagens que a vida nos manda durante toda a nossa existência. d) Compartilhar e gozar com eles os bons momentos, triunfos, êxitos e também as derrotas. Nunca esquecer que os bons momentos também passam e que não nos percamos na vaidade, no orgulho, prepotência etc. e que quando estivermos no lado escuro e nos maus momentos, devemos aproveitar tudo o que aprendemos, para saber aceitar os golpes naturais da nossa existência. Procurar superar-nos o antes possível para a dor não se tornar depressão, o que nos levaria a piores estados. e) Graças a Deus existem muitas boas pessoas neste mundo, honestas, íntegras, incorruptíveis, leais, consequentes, humildes e também fortes. Seres com grandes valores e com muito arraigados princípios de convivência social e familiar. f) Por outra parte, para aqueles seres volúveis, cambiantes conforme sejam seus únicos e próprios interesses, pessoas medíocres, hipócritas, invejosas, egoístas e miseráveis, dedicaremos também parte das nossas boas maneiras e costumes, procurando contribuir positivamente em suas vidas. Mas não devemos entreter-nos demais com elas, se nelas não percebermos mudanças para melhor, ou pelo menos a intenção disso suceder. Geralmente, as consequências para nós afinal serão piores se nos deixarmos seduzir por elas. g) Aqueles que são seres “maus d e v e rd a d e ” , q u e p o d e m a t é c h e g a r a a c re d i t a r e m D e u s e pedir-lhe que lhes “proporcione um bom roubo”, mesmo que para isso


Kenpo conseguir tenham que infringir um máximo mal às suas vítimas… (Isto, eu vivi pessoalmente, com estupefacção pasmosa). Estas pessoas são muito difíceis de mudar. Nasceram e foram criados nesse terrível lado escuro da vida. Têm delinquido durante toda a sua existência, porque não sabem nem desejam fazer outra coisa. A nossa missão a este respeito é o diálogo e o exemplo. Te n d o em consideração que no mais p ro f u n d o d o s e u s e r, t a m b é m desejariam ser pessoas normais e viver uma vida tranquila, junto de familiares e amigos. Daqui, destas páginas, lembro-me com o máximo respeito, afeição e admiração dos meus pais, professores e mestres que me têm guiado, orientado o influenciado ao longo destes já 64 anos de existência neste belo mundo. Também um momento de bons pensamentos e melhores desejos de saúde, harmonia e prosperidade, para todos aqueles que têm sido meus alunos, colaboradores, delegados ou representantes, para aqueles que já não estão connosco, para os que abandonaram o caminho das artes

marciais, para aqueles que ainda permanecem a meu lado, e que sejam bem vindos os que vierem. Espero um dia conseguir ser um bom mestre ou pelo menos um guia em suas vidas. Todos subimos no mesmo trem e nas diversas estações, muitos se apeiam, outros continuam até chegarem à sua própria estação. Obrigado a todos! ESTUDA, REPETE, TRATA DE COMPREENDER E APLICAR ESTAS SÁBIAS PALAVRAS. Procura ser um bom artista marcial e tornar-te um bom Mestre. A compreensão vem quando estamos em calma. MEDITA. A ansiedade vem da paixão. CONTROLA. A desgraça vem de falta de humanidade HUMANIZA-TE. Os erros vêm da imprudência. SÊ PRUDENTE. O pecado vem da impaciência. SÊ PACIENTE. Devemos ser cuidadosos de não olhar para coisas nocivas e aproveitar o dom da vista para apreciar as coisas boas e belas da vida, assim como para uma leitura que permita

obter uma melhor educação. Agradeçamos à vida por termos olhos. Escolhe cuidadosamente tuas palavras, evita mentir, fala só com a verdade, amável e suavemente. Sê construtivo em teus comentários e sempre disposto a dar palavras de alento a quem as necessitar. Não andes em más companhias, aproxima-te da pessoa que tem compaixão e é boa. Comporta-te d e m a n e i r a c o r re c t a e a m á v e l . Cuida do teu corpo e da tua a p a r ê n c i a , m a n t é m - t e s e m p re limpo e tem as tuas coisas em ordem. “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Respeita os idosos, eles são a voz da experiência. Ir fazendo anos é a única e melhor maneira de viver a vida. Muitos não alcançam esse privilégio. Quantos e quantos seres temos perdido no nosso caminhar pela vida! Honra os virtuosos. Admira, festeja e aprende deles. Escolhe homens inteligentes e sábios como líderes. É a melhor maneira de avançar. Perdoa sabiamente aqueles que sejam ignorantes e mal criados.


Todos temos um determinado tipo de limitações. Não deves rejeitar a pessoa que é irresponsável. Mostra-lhe o caminho com o teu exemplo. Não esperes ser tratado como se fosses melhor que outros. A humildade e a honestidade é o melhor caminho para ser respeitado. Não tenhas ressentimentos de coisas passadas. Segue em frente e aprende a lição. Quando magoares outra pessoa, só te magoas a ti próprio. Maus pensamentos e acções nascem do mais profundo do nosso ser e portanto, primeiro nos afecta a nós. Quando dependeres do que fizerem os outros, só vais conseguir viver em desgraça. Sê útil à sociedade e procura criar e fazer. Controla teu temperamento com suavidade e tranquilidade. Pensa três vezes antes de agir, analisa quais poderiam ser as consequências. Com boas acções se vence o mal. Sempre tem sido assim e sempre assim será. Dando-se sempre aos outros, controlamos o egoísmo e se gera esse fluido ou sinergia. A verdade dominará a mentira. A mentira tem patinhas curtas.


Versados

Alexander Bennett Ph.D.

Conheçam os vossos limites

O

Hagakure abre uma janela que mostra a vida no Japão, no Século XVIII. Podemos fazer uma ideia das frustrações que um samurai sentia em tempos de paz, assim como o estresse que envolvia a sua existência. Realmente, após termos visto e dito tudo, eles não era tão diferentes de nós. Tinham as suas debilidades e muitas das passagens do Hagakure surpreendem por sua simplicidade. Por exemplo, em mais de um texto se chama a atenção dos samurais para que conheçam os seus limites e não exagerem com a comida e a bebida. Segundo parece, o samurai tinha tendência a encher o estômago de arroz e de vinho, para afogar suas mágoas, coisa com a qual, tenho a certeza que muitos de nós simpatizamos. A vontade de perder-se temporalmente atrás de uma garrafa, bem por divertimento, bem pela frustração de ter de tratar com gente detestável a cada dia, esse é um facto da vida quotidiana da maioria das culturas do mundo.


Hagakure

“O Hagakure abre uma janela que mostra a vida no Japão do Século XVIII. Com isso podemos fazer-nos uma ideia das frustrações que um samurai sentia em tempos de paz, assim como do estresse que envolvia a sua existência”


Versados

A repercussão de um noite de farra, hoje não passa de uma embaraçosa fotografia nas redes sociais, ou um pouco de sangue no nariz por ter batido em alguém em que não se devia…. As consequências de uma bebedeira podem ser nefastas para um samurai. Letais de facto. No grau mais baixo da escala, as consequências que uma bebedeira podiam ter para um samurai, são similares às que possam ter para um jovem executivo à procura de trabalho, ser com as calças baixas durante uma farra; quer dizer, uma mancha preta na sua reputação. “Tem de se ter cuidado de comportar-se apropriadamente nos acontecimentos sociais. A observação cuidadosa das festas nos mostra que se pode acabar completamente bêbados. Beber álcool é prazenteiro sempre que se deixar de consumir no momento adequado. É muito vulgar comportar-se imprudentemente e mostra a maneira de ser da pessoa e um baixo nível de refinamento. Quando bebe, o guerreiro deve ser ciente de que há olhos que o observam. Sempre deve comportar-se apropriadamente em público”. (1-23) Ao parecer, o espectro do alcoolismo também era um facto da vida no Japão dos samurais. “Muitos homens têm sido derrotados por o álcool. Este é um facto lamentável”. Como para muitas coisas na precária vida do samurai, a moderação era primordial para manter intacta a sua importante reputação. “Tem de se estar atento a quanto se bebe para não embebedar-se e não exceder o limite. Em alguma ocasião poderá até ser envenenado. Quando se festejar alguma coisa, tem de se estar em constante alerta para enfrentar qualquer sucesso inesperado…” (1-68) Quando diz “sucesso inesperado”, se está referindo-se a uma briga, que pode facilmente passar a um combate com intercâmbio de golpes com instrumentos de aço, quando os temperamentos alterados e a testosterona tomam o controlo. “Beber é uma actividade comunitária, portanto, tem de se ter cuidado com a impressão que se dá em público”. A moderação e o conhecimento dos vossos limites, é um conselho muito adequado, mesmo na actualidade.


Hagakure

Tem de se ter cuidado de comportar-se apropriadamente nos acontecimentos sociais. A observação cuidadosa das festas nos mostra que se pode acabar completamente bêbados. Hagakure





A distância da serpente nas Artes Marciais dos “Dog Brothers” Texto: Guro Marc “Crafty Dog” Denny

Como disse J.Matus, ver o invisível é ver como a vida é poderosa… O mesmo acontece no combate com paus... Com frequência vejo a dúvida e a expressão de "alerta vermelha" nos rostos das pessoas, quando treinam na distância da serpente, a primeira distância do DBMA, que se define como "antes de fazer contacto". Para a maioria das pessoas, se não há golpes, não acontece nada importante. No entanto, a ideia da distância da serpente estriba no que se faz antes de bater, a fim de definir o momento do impacto (e sua continuação), sem dúvida uma das partes mais importantes da luta.

Quais são os elementos da serpente no DBMA? Em primeiro lugar está "a habilidade de mover o pau para proteger a mão, ocultar a intenção, criar a abertura e mascarar o início”. Em segundo lugar, está a análise psicológica do oponente. Em terceiro lugar e muito relacionado, está a análise da sua estrutura, o que denominamos "A Teoria das Câmaras". Em quarto lugar, há uma teoria específica sobre o jogo de pés. Em quinto lugar, o uso da distância para EVITAR o contacto, que inclui tanto a ST. FOOM (um acrónimo de "fica absolutamente longe de mim") e o jogo de pés específico para evitar o contacto. Em sexto lugar, existe a teoria da escaramuça (muitos contra um, muitos contra muitos, onde o número de participantes por cada parte, pode ou não ser igual). O primeiro elemento vai ficar para outro dia. Por agora, vamos falar de que a forma distintiva do TOP DOG, de fazer girar o pau, nós a denominamos "o relógio", e que um lutador com experiência em interceptar golpes, será capaz de utilizar um acima 8 de uma maneira similar. Voltemos aos tipos e jogos psicológicos que devemos reconhecer na distância da serpente. Aqui vão alguns exemplos, sem ordem algum em especial: a) O "Mongo" (como homenagem ao personagem de Alex Karras na fita de Mel Brooks "Selas de Montar quentes"). Mongo quer esmagar qualquer coisa e todo o que vem para cima dele ou se encontrar na sua frente. b) O assediador: Situar-se atrás, frequentemente com o passo e o jogo de pés do deslizamento. c) O evado: evadir e tentar contra-atacar. d) O bloqueio e o contra-ataque: pressionar para diante e tratar de interceptar o ataque.


MA Legends e) O que adopta uma posição de ataque muito aparente: Na realidade não quer lutar. Normalmente, eles se situam fora do alcance do oponente, com a esperança de que após algum tempo o mesmo perca a paciência. f) O Vendedor: usa a bengala com a esperança de enganar o oponente. Não há motivo para se expor! g) O jogo das três cartas: uma variação do vendedor, feita com duplo pau. Mistura as câmaras de cada pau (por exemplo, mantendo um alto e outro baixo) e trata de bater com aquele que o oponente não está vendo. h) O velocista: sem muita força, tem de mover-se e bater.

i) O troglodita: não se importa nada se lhe batem, ele tem de bater... j) O Linebacker: vem por detrás, como um linebacker que apoia um quarterback no campo. Quer e romper quebrar e derribar. Há muitos mais e estes tipos se podem combinar. Por exemplo, um Mongo pode ser um assaltante troglodita. A Teoria de Câmaras é a análise da estrutura física do oponente. Por onde ataca? Alguns exemplos: a) O golpe de direita por cima do ombro é "o homem das cavernas". b) Termina este ataque com o seu cotovelo na linha central? Então ele é

"ponto de apoio do cotovelo". c) Um "batedor de revés" prefere lançar desde o lado inverso. d) Um "percutor" tem má forma e tende a girar horizontalmente. e) "Mão traseira", porta a arma na mão atrasada. f) A Câmara Baixa é uma posição baixa de direita. Por vezes, isto se encontra em um “mão traseira”. g) O Caver nícola Siniwali é um golpe de homem das cavernas com a mão atrasada e situa o pau adiantado em posição de bloqueio (também conhecido como "paw e pow"). h) O Duplo Cavernícola é com cada pau por cima do respectivo ombro.


i) A Falsa dianteira é com o ombro esquerdo e o pé direito para diante e o pau direito na mão direita, ou viceversa. Estes são só alguns exemplos. É preciso saber quais são os pontos fortes e débeis e as soluções que há para cada uma destas estruturas. Além do pau de serpente, também existe "o pé de serpente", que por certamente é um oximoro, porque as serpentes não têm pés… Mas isso nada importa! Há uma teoria específica de jogo de pés para esta distância, que vai ficar para outro dia.

Na rua é muito possível que não se deseje lutar e manter a os “chacais” à dis tância. O S T. F OOM es t á mo v endo s eus pés e s uas ferramentas, para criar uma bolha em sua volta, onde ninguém queira dar nem um passo. O esgrimista usa todas as habilidades de que necessita para múltiplas situações. Isto é mais táctica e estratégia que técnica individual. A capacidade técnica já se assome, pelo que, por regra geral, será tratada mais adiante, durante a formação. Se não se pode lutar contra alguém, é possível que não se esteja pronto para

pensar na luta contra mais de um, mas na nossa opinião, o treino de habilidades de luta um contra um, deve assentar as bases para a luta contra múltiplos oponentes. Não se devem de criar acções reflexas que virão a ser contraproducentes contra múltiplos atacantes. Por exemplo, em DBMA acreditamos firmemente no desenvolvimento da capacidade para combater de maneira equitativa e prática com ambas per nas adiantadas. Todos estes são elementos da distância da serpente nas Artes Marciais dos Dog Brothers.






O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiais do exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik, realizaram um novo DVD básico que trata sobre as armas de fogo, a segurança e as técnicas de treino derivadas do Disparo Instintivo em Combate, o IPSC. O Disparo Instintivo em Combate - IPSC (Instinctive Point Shooting Combat) é um método de disparo baseado nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em distâncias curtas, em situações rápidas e dinâmicas. Uma disciplina de defesa pessoal para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, onde fazem-se necessárias grande rapidez e precisão. Tem de se empunhar a pistola e disparar numa distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o manejo da arma (revólver e semiautomática); prática de tiro em seco e a segurança; o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e em movimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse e múltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador, com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro com pistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 e inclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7

Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.





O paradoxo é a própria essência do Tao, assim, ninguém parece já estranhar o facto de ser através de um Ocidental, que as Artes da Oriental Tailândia estejam a encontrar o álveo da sua essência. Marco de Cesaris é quem marca as diferenças. O próprio governo tailandês implicado na organização e recuperação das suas Artes tradicionais, conta de maneira permanente com este italiano universal, para julgar e reorganizar a tradição quase perdida. Foi através das suas pesquisas pacientes, fruto de inúmeras viagens, do trabalho contínuo, que Marco foi unindo a madeixa daqueles antigos Mestres aos quais ninguém já prestava atenção. As formas tradicionais tinham sido postergadas pela novidade e o negócio em volta do aspecto despor tivo, no entanto aí estavam, silenciosamente, sem nomes nem apelidos, formavam parte do treino que os maiores treinadores usavam com os seus pupilos. Dessas maravilhas eram de destacar as kata, as formas Mae Mai da tradição Thai, um segredo finalmente desvelado na r ecuperação da via do Thai Boxing como Ar te Mar cial. Provavelmente, será no Ocidente onde tudo isso acabará por ser uma realidade, pois cada vez são mais os estudantes interessados nos aspectos marciais e menos nos desportivos, tal como se vivem e entendem na Tailândia. A vida de um desportista Thai é tão sacrificada como distante do que interessa a um Ocidental, no entanto, a tradição Marcial e a sua forma de combate continuam, cada dia, a interessar mais e estimular os artistas Marciais de Ocidente, devido à sua riqueza, poder e efectividade. Agora finalmente temos as suas formas, mais outro êxito de Marco de Cesaris! E vão uns poucos! Parabéns!




Mae Mai e Look Mai Muay Thai: As formas secretas do Muay Boran Parte primeira: Origens Para preservar do esquecimento – num contexto cultural como o actual – a riqueza do Muay Boran, isto é, o conjunto das técnicas de combate desenvolvidas pelo povo tailandês, e enriquecidas pelas experiências de todos os Mestres do Sião, ao longo de séculos, o próprio Ministério da Educação da Tailândia deu precisas instruções à Comissão Nacional da Cultura, um dos máximos órgãos do Gover no desse país, de agrupar e ordenar todo o repertório técnico da antiga Arte Marcial Thai; essa obra de restauração iniciou a realização de verdadeiros programas de estudo e uma completa progressão técnica, que pôde ser utilizada também fora das fronteiras tailandesas, para ajudar os estudantes de todo o mundo a aprender da melhor maneira possível, a autêntica Arte guerreira do Sião e não uma versão aguada da mesma, com uma procedência duvidosa. O resultado do trabalho de codificação efectuado pelos Mestres convocados pelo Director da Comissão de Cultura da época, Mr. Payungsak Jantrasurin, dirigidos pela máxima autoridade na matéria, o Grão-Mestre e professor universitário Paosawat Saengsawan, levou a subdividir o conjunto das técnicas marciais com as mãos vazias do Muay Boran, nos cinco subgrupos que seguidamente mostramos. O primeiro grupo de princípios e técnicas, denominado Chern Muay, incorpora os métodos para o correcto uso das armas naturais do corpo humano (mãos, pés, tíbias, joelhos, cotovelos e cabeça) para atacar várias partes sensíveis do corpo do adversário: os ataques poderão ser directos ou precedidos por fintas, âmagos, ou executados em combinação. O segundo grupo, ou técnicas Kon Muay Kee, diz respeito ao estudo dos diferentes estilos de luta úteis para neutralizar os ataques do adversário, e os sistemas de contra-ataque: assim,

teremos técnicas de bloqueio, esquiva, deslocamento, antecipação, agarre, etc., seguidas por contragolpes directos a zonas não protegidas do corpo do adversário. O terceiro grupo é o Chap Ko e diz respeito ao trabalho na curta distância, denominado também corpo a corpo, em que o lutador se especializa em técnicas de percussão com cotovelo, joelho, cabeça, e técnicas de ruptura articular e projecções ao chão. Os últimos dois grupos compreendem as técnicas, as estratégias e os métodos de utilização dos princípios fundamentais do Muay Thai Boran: denominam-se Mae Mai Muay Thai (ou Mai Khruu) as 15 técnicas básicas do Muay Thai, e Look Mai Muay Thai (ou Mai Kred) as 15 técnicas complementares de combate. Tanto as primeiras como as segundas, foram codificadas numa ordem precisa, e o neófito teria de as

aprender segundo a sequência prevista, passando das técnicas mais simples às mais complexas, para construir umas sólidas bases antes de poder aprofundar nas estratégias mais adequadas à sua própria morfologia e características psicológicas. Como muitas outras "formas" das Artes Marciais tradicionais, também o Mae Mai e o Look Mai Muay Thai são susceptíveis de leituras diferentes, realizadas sob pontos de vista cada vez mais profundos. Se, de facto, a uma leitura superficial estas formas parecem dar informações relativas só a movimentos ofensivos e defensivos, com um exame mais atento, sob a guia de um verdadeiro versado em Muay Boran, tornam-se uma fonte excepcional de noções indispensáveis para o combate marcial, até hoje em dia guardadas zelosamente e nunca totalmente reveladas aos estudantes ocidentais.


Estas sequências técnicas, cuja codificação segundo alguns especialistas, remonta ao século XIX, ensinam-nos, por exemplo, o sistema necessário para desenvolver habilidades indispensáveis, como a eleição do tempo (o timing) na acção de ataque ou defesa do adepto, a partir das primeiras sessões de treino; além disso, ensinamnos como treinar o sentido da distância, elemento relacionado com o ponto precedente, com objectivos ofensivos ou defensivos (ver a ênfase dada ao estudo deste elemento, nas técnicas pertencentes ao misterioso estilo de Hanuman, o mítico Macaco Branco); abastecem-nos de um mapa dos pontos sensíveis e vitais do corpo humano, conjuntamente com os ângulos a utilizar para bater de modo mais devastador; em fim, indicam-nos de maneira precisa, quais as armas naturais (mãos, pés, tíbias, cabeça, também costas, cotovelos, joelhos) a usar para obter os maiores efeitos quando atacamos os diferentes alvos anteriormente identificados. Cada Mae Mai e cada Look Mai também tem que ser estudado não só na sua forma básica codificada, como também nas suas variantes principais (de 3 a 6 variantes por cada forma), e deve ser aplicado com uma ou mais técnicas combinadas, denominadas por alguns Mestres Thai "combinações devastadoras". O número total das formas básicas e das variantes superam os 100 e representa a verdadeira plataforma técnica do estilo actualmente em uso entre os membros da IMBA. Para nós, apaixonados europeus, o estudo desses princípios e grupos de técnicas é uma fonte praticamente inesgotável de informação marcial de grande valor, utilizável em primeiro lugar, por quem estiver interessado em construir uma sólida bagagem técnica para a autodefesa, e em segundo lugar, pelos preparadores de atletas profissionais que através das Mae Mai e Look Mai, podem elevar em grande maneira, a qualidade técnica de seus próprios alunos, com benefícios a curto e longo prazo. Devido aos Grão-Mestres da Associação Inter nacional AITMA (Association Institute of Thai Martial Arts) com sede em Banguecoque e directamente controlada pela Comissão de Cultura da Tailândia, principalmente pelo GM Paosawat e o GM Woody e a IMBA (Academia Internacional de Muay Boran) – o organismo presidido pelo italiano Arjarn Marco De Cesaris, que cuida da difusão do Muay Thai Boran na Europa, em nome e por conta da dita Associação, da qual De Cesaris é supervisor para a Europa – hoje, também os praticantes ocidentais podem aproximar-se a essas preciosas noções como nunca antes tinha sido

possível fazer, até agora. Finalmente, podemos aprofundar nas tradições – aparentemente de fácil leitura, mas na realidade muito complexas – do verdadeiro combate marcial tailandês.

caminho do esquecimento. Por isso era natural que precisamente os atletas da IMBA fossem entre os primeiros a ser oficialmente convidados a tomar parte das competições oficiais, que vêm desenvolvendo-se há alguns anos, nos

Parte segunda: As competições tradicionais de Mae Mai

lugares mais sugestivos da Tailândia, dirigidas pela Comissão de Cultura desse país e, mais recentemente, organizadas pela AITMA, a entidade para a conservação e a evolução das tradições marciais Thai. Para ser competitivos também sob o perfil "profissional", durante estas competições técnicas, denominadas "combates predispostos com o uso obrigatório de técnicas tradicionais Mae Mai e Look Mai Muay Thai", durante este ano, os técnicos IMBA promoveram numerosas ocasiões de encontro entre os membros europeus (italianos, ingleses, espanhóis, alemães, holandeses e franceses), para melhorar as prestações dos atletas que devem enfrentar os seus colegas tailandeses durante os

Como temos vindo a evidenciar nas nossas reportagens mais recentes desde a Tailândia, a moda das competições baseadas sobre elementos da tradição marcial siamesa, de facto está em auge na pátria mãe do Muay Thai. É com orgulho que nós, da Academia Internacional de Muay Boran (IMBA), afirmamos termos tido uma função importante na redescoberta e valorização de um enorme património técnico e cultural que, segundo as próprias autoridades tailandesas, estava em declínio há anos e praticamente a


campeonatos internacionais, como o último realizado este ano em Ayuddaya, antiga capital do Reino do Sião. Vamos agora ver alguns dos elementos que podem "marcar a diferença" em termos de avaliação, por parte dos juizes, durante uma execução de Mae Mai. • Utilizar movimentos sofisticados para neutralizar vários tipos de ataque, como por exemplo, o deslocamento em ponte para entrar, frente aos semi-directos ao interior do

golpe. Claro está que como para cada acção Kon Muay Kee – quer dizer, cada acção de defesa frente a qualquer golpe e contra-ataque – existem inúmeras possibilidades técnicas, entre as quais o atleta pode escolher em base à sua própria habilidade e conhecimento da matéria. É claro que também, para uma melhor performance (e uma pontuação mais alta), se preferem soluções técnicas que mostrem um grande domínio da disciplina.


• Executar as técnicas da maneira correcta e eficaz, também no caso de atletas com tamanho e peso diferentes: por exemplo, estudamos como amortecer correctamente o pontapé em rotação, deslocando-nos em diagonal para trás, para depois reagir avançando. Quando se escolhe uma acção, especialmente no caso de ser defensiva, é importante ter em conta o facto de que o combate tradicional com cordas, Muay Kard Chiek, ou sem cordas (em épocas precedentes), se fazia também entre atletas de peso muito diferente, ao contrário do que acontece actualmente no desporto de ringue. Consequência disso é que algumas estratégias e técnicas, principalmente de parada, bloqueio e projecção em uso hoje em dia, não são muito indicadas para enfrentar adversários muito mais pesados que nós; por isso, quando se escolhem técnicas para as inserir nas rotinas do Mae Mai, é importante verificar que respondem a esse requisito que, sem dúvida alguma, os juizes valoram muito. • Inserir na rotina técnica, também movimentos espectaculares e eficazes, tirados do estilo Hanuman: por exemplo, existem nas formas mais antigas, muitas joelhadas e cotoveladas em salto, efectuados da média e da curta distância, com frequência surpreendentes para o adversário que não está habituado a essas acções devastadoras. Com frequência, o aspecto espectacular não é sinónimo de eficácia, mas em muitas acções dos estilos de Muay Boran que se têm especializado em técnicas anómalas e

surpreendentes, como o famoso estilo Hanuman (o mítico Macaco Branco), podemos encontrar uma sábia combinação dos dois elementos citados, o espectacular e a eficácia. Na maioria dos casos, quem prepara uma rotina de Mae Mai, guarda as acções de Hanuman para a parte final da performance, aumentando gradualmente a dificuldade das execuções técnicas, para chegar à hipotética conclusão do

combate justamente com um ataque tirado da bagagem técnica desse estilo. Claro está que também os juizes esperam que, pelo menos, uma dessas técnicas seja incluída na execução da rotina, e é frequente que precisamente a maneira de as combinar com o resto das acções, favoreça a pontuação mais ou menos alta de todo o exercício. Como conclusão, podemos dizer que a correcta preparação para participar numa competição tradicional de Mae Mai Muay Thai, não só proporciona uma notável evolução das habilidades técnicas e atléticas, como também é o método mais eficaz para dominar – como assim também num combate real – as acções potencialmente muito perigosas que, quando treinadas com atenção, nos revelam a verdadeira essência de um método realmente marcial, como é o Muay Boran.



REF.: • KMRED 1

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Hoje, o nosso habitual colaborador Salvador Herraiz nos leva até um curioso personagem da ilha de Okinawa. Trata-se do principal monge do Budismo Zen da ilha e amante karateka, que foi discípulo dos legendários fundadores do Goju Ryu. Herraiz fala-nos deste importante Mestre de Zen e Karate, que passados amplamente os 90 anos de idade, tem sido exemplo de austeridade, humildade e disciplina. Por Salvador Herraiz, 7º Dan de Karate Shuri (Okinawa)

L

ogicamente sabía dele desde faz anos, mas conheci pessoalmente o monge Sakiyama Sogen em 2010, quando um amigo comum me levou ao seu templo Kozenji, para me apresentar a ele. Roshi Sakiyama Sogen nasceu em Naha, em 1921, nos alvores de um desenvolvimento do Karate no mundo, que iria acontecer de mãos de mestres como Gichin Funakoshi, Kenwa Mabuni, Chojun Miyagi, Kentsu Yabu…, que o exportariam através de suas viagens à ilha principal e a longínquos lugares do ultramar, como o Hawai ou a Califórnia. Durante os seus anos no Liceo, ele se inicia na prática do Karate, sob a direcção do mestre Juhatsu Kyoda. Depois, no Teacher’s College, Sakiyama também praticaria Karate com o prestigioso mestre Chojun Miyagi,

RETRATO BÁSICO DO MONGE KARATEKA Salvador Herraiz e o Mestre Hokama conversam em 2010, com Sakiyama Sogen em sua casa, em Shuri, em presença de um grupo de karatekas norte-americanos.



À esquerda Salvador Herraiz despede Sakiyama Sogen na porta da sua casa, junto das colinas de Naha, em 2012. Em baixo, Sakiyama durante um evento, junto dos Mestres Morio Higaonna e Zenpo Shimabukuro.

criador do Goju Ryu, ao mesmo tempo que se introduz na prática do Zen, pela mão do Roshi Matsuhisa, que ensinava no mesmo lugar. Sakiyama Sogen serve no Exército durante algum tempo e quando volta para casa, reinicia suas práticas de Karate, desta vez com o mestre Seko Higa. Em 1949, logo após a guerra e durante a ocupação norte-americana do General Douglas Mc Arthur, Sakiyama se instala na ilha principal do Japão, para aprofundar no Zen, no templo Bairinji, fundado em 1620, na cidade de Kurume, onde, à beira do rio Chikugo, o monge Sakiyama amplia seus conhecimentos na escola Myoshinji, da corrente Rinzai de Budismo Zen. De facto, pouco depois irá estudar no próprio templo Myoshinji, em Kyoto, magestuoso lugar fundado em 1337, com mais de 50 tempos menores no seu recinto. Sakiyama continua a


Karate & Zen


aprofundar no Budismo Zen da escola Rinzai, estudando também com o prestigioso mestre Roshi Genpo Yamamoto, no templo Ryutakuji, fundado por Hakuin Ekaku, em Mishima, Fukuoka, em 1761 e posteriormente, com o não menos prestigioso Roshi Sogen Asahisa (18911979), no mítico templo de Engakuji, em Kamakura, donde Gichin Funakoshi se refigiara frequentemente, para mitigar o sofrimento provocado pela perda de seu dojo, de seu filho Yoshitaka e depois da sua mulher, em 1947. Em 1970, o monge se instala nos Estados Unidos, onde ensina Zen durante dois anos, ao mesmo tempo que dá aulas de Karate. Esse tempo serve para ele resolver criar em Okinawa seu próprio centro, o Kozenji, em pleno coração de Shuri, a poucos metros do famoso e mítico castelo, onde se instala quando regressa. Já como Roshi, título ou posição de “veterano mestre”, que na escola Rinzai significa ter recebido a autorização (inka shomei) de outro Roshi, após ter completado o

estudo Koan e recebendo a transmissão Dharma, que o faz sucessor da linha, sem interrupção. Após isto, Sakiyama é um símbolo em Okinawa. Goza de grande prestígio no mundo do Zen e do máximo nos círcuos karatekas da ilha, por ter sido também grande versado de Goju Ryu e a ele acudirem importantes mestres, em busca de correcção e conselhos. Sakiyama vem participando habitualmente em eventos do Karate okinawense o em homenagens aos antigos mestres. Em 2007, quando muito perto do Budokan de Naha se levanta o monumento ao mestre Gichin Funakoshi, por ocasião dos 50 anos de seu falecimento, Sakiyama faz as honras, junto com os ritos budistas. Desde faz já muitos anos, Sakiyama se tornou o principal Mestre de Budismo Zen da ilha. Em 2010, junto com dois colegas karatekas dos Estados Unidos e um mestre local, visitamos Sakiyama em sua casa, um pequeno edificio situado em frente do templo.


Karate & Zen

Roshi Sogen me impressionou muito, não só por sua alta posição no Budismo Zen, como também por ser um sobrevivente das ensinanças de Chojun Miyagi e por seu espírito indomável, forjado numa humildade e uma austeridade provadas. Sentados nuna das suas habitações, o prestigioso monge nos fala e nenhuma das suas frases é vazia de conteúdo e intenção. A sua preocupação é patente e não desaproveita um instante para que os

valores tradicionais se não percam. Tanto à chegada como na despedida, Sakiyama se ajoelha para nos sumprimentar, ao mesmo tempo que todos nos o fazemos. Seus movimentos são lentos e vê-se bem que faze-los constitui um esforço, mas quando fazemos um gesto de ajuda, o seu orgulho, seu pundonor e disciplina levam-no a não aceitar a nossa ajuda. A última vez que estuve com Sakiyama foi em 2012. Foram apenas alguns momentos, posto que ele

devia ir ao hospital para tratar de doenças que a idade inevitavelmente traz, especialmente quando amplamente passados os 90 anos. Enquanto entra no taxi, Sakiyama se observa a si mesmo em um dos meus livros e diz-me “Na próxima vez que vieres a Naha, não te esqueças de me telefonar e vir visitar-me”. Só espero poder em breve voltar à ilha onde nasceu o Karate e que Sakiyama Sogen lá esteja para me receber!




Dentro da verdade do ataque Nunca se discutiu tanto acerca da veracidade das técnicas aplicadas no Aikijujutsu, e por conseguinte, nas artes derivadas desta. Dos muitos e-mails que recebo, principalmente de mestres mais estudiosos, percebo que, de uma forma ou de outra, estamos chegando às mesmas conclusões: sua funcionalidade, de maneira empírica, sem adaptação, só é de todo eficiente para as necessidades de épocas antigas; todavia, ainda assim, haja vista que a história é imaginável e não há meio de comprovação, existe uma margem de possibilidades, que certamente, podem ser explicadas se os conceitos históricos forem pertinentes às explicações de cada forma praticada. Ou seja, como não há meio de comprovação, praticamos acreditando estarmos fazendo o certo para aquele tipo de ocasião ensinada nos Seiteigata. Por outro lado, tais técnicas, se aplicadas nos dias de hoje, necessitam de uma adaptação forte e coerente: épocas diferentes necessitam de diferentes pensamentos e adaptações. Será? As práticas dos Seiteigata favorecem a construção do pensamento da época em que espadas, lanças, naginatas e etc., eram as armas mais perigosas. Certamente que os mestres mais sábios adaptam tais conceitos e pensamentos, tornando-os aplicáveis em qualquer tipo de situação. Em sua maioria, muitos fizeram uso das estratégias - Heiho - como fontes de inspiração e adaptação às situações reais, empíricas. Se estas estratégias (heiho) fazem parte dos estudos de Aikijujutsu, certamente que estarão utilizando as técnicas desta arte; nada mais! O fenómeno foi apenas de adaptação! Se olharmos em profundidade, veremos que as máximas utilizadas como método de ensino, sempre envolven a percepção do perigo e diversas formas de sobrepujá-lo: é interessante observar que, entre os numerosos enigmas aos quais os diferentes povos da Ásia recorrem frequentemente, por um hábito automático, e que reclamam soluções cheias de malícia, há um onde o lobo e a cabra (em vez do cordeiro) desempenham também seu papel. Somente o homem pode ser o lobo de outro homem! A classe samurai, em sua maioria, principalmente no período Sengoku, desenvolveu inúmeras formas estratégicas de surpreender o inimigo; sem dúvida alguma, estas formas são aplicáveis ainda nos dias de hoje. É a simultaneidade do tempo que se faz presente; tão falada pelos mestres do zen, poderíamos dizer que o Aikijujutsu, tal como as outras artes marciais são


Ogawa Ha


atemporais? Quem nunca ouviu a frase “Exponha sua cabeça para que ele ataque com toda a certeza”. Não podemos negar sua funcionalidade atemporal! No fundo, as técnicas, as estratégias de ataque e defesa, estão inseridas em nós mesmos; tudo quanto existe, existe também dentro de nós mesmos. Cada coisa, cada ser neste mundo todo, nada mais é que o tempo. A realidade de cada ataque se encontra no tempo de sua aplicação! Uke e Tori comungam do mesmo cálice de sabedoria em relação ao tempo; entretanto, cada um bebe à sua maneira. Nenhum Uke se coloca como obstáculo a nenhum outro Tori, nem pode o tempo jamais se opor a qualquer outro tempo: cada um flui dentro de sua realidade. Ataque e defesa, verdades e mentiras... Como é mesmo sua relação com você mesmo? Existem dois pontos importantes: a prática e a realidade. Um amigo afirmou: Aikijujutsu é sinónimo de dor. Em outras palavras, queria dizer que as técnicas praticadas dentro destas formas foram projectadas para provocar danos, físicos, psicológicos, internos; existiam para desestruturar. Todavia, como praticar algo assim? A consciência é o melhor remédio: a separação da realidade e a prática se inicia e termina com o respeito. Não necessitamos atirar em alguém para sabermos que uma arma de fogo é capaz de matar. A mente do praticante que é dependente da ignorância, certamente que sofrerá o princípio tão desejado nas técnicas: eficiência! A mente tendenciosa se prende no: “Quero ver se funciona”; “faça aqui para eu ver”; “e ali? isto funciona?” Contudo, devemos lembrar, antes de qualquer demonstração, que o seu corpo não está preparado para receber uma técnica executada de maneira empírica ou mais firme. Muitos foram os casos de alunos questionarem até o ponto de algum professor executar de maneira mais ajustada a técnica e, depois, escutarem que o seu braço poderia ser quebrado. Contudo, é este o ponto: não é de obrigação do mestre “amadurecer” à força a mente do aluno intransigente. Deve, contrariamente, conservar a paz e esperar que, aos poucos, este se esclareça. Isto por que, compreendendo todos os conflitos, frustrações, perturbações, agitações e sofrimentos interiores, deve permanecer sereno e por conseguinte, exteriormente, sabe que este estado, torna-o intensamente activo; sua consciência está viva com todos os sentidos bem despertos, capaz, portanto, de observar sem nada desfigurar, de seguir cada facto de maneira não tendenciosa. A mágica do domínio, da alteração da força do Uke; a condução de sua energia e a transformação de seu interior... Subentendemos estas colocações


Ogawa Ha


apenas como conotativas e abstractas; todavia, me refiro aos momentos em que o Uke deixa de ser Yang e passa a ser Yin - deixa de exercer a acção e se torna pacífico. Diferentes formas de Osae (imobilização) e kansetsu (chaves e torções) podem exemplificar este momento em que o eixo do Tori se estabiliza e passa a direccionar o eixo do Uke. JouRiki: Jou - Puro Ri - razão Ki - energia É o fenómeno da eterna polarização natural das energias Yin e Yang que exprimem nos ciclos a dualidade harmonia e conflito - problemas, combates estúpidos. É nesse ponto que muitas crises se desencadeiam. É o momento em que o mundo que envolve o Tori e o Uke não são mais do que Mujou, impermanência. Tal é o verdadeiro aspecto da vida e do mundo. Todos possuem essa força, todavia, há que se despertar para este instante existente entre um e outro; caso não haja essa consciência, isso não chega a se manifestar, e a menos que seja realizado, não podemos nos inteirar. Em qualquer prática marcial, os vários graus de conhecimento que a evolução nos oferece, alcançam-se com tipos variados de inteligência, proporcionados ao nível biológico conquistado pelo indivíduo. Para as formas superiores praticadas no Aiki, os primitivos estão completamente imaturos. Podem recebê-lo, aprendêlo, repeti-lo, possuí-lo em aparência, mas a prática munida de compreensão obedece apenas aquelas que por ela se interessam. O conhecimento não se pode sobrepor à experiência, porque é consequência dela. Então, o que nos faz fluir?... Em verdade, nada! Um dojo não possui as mesmas propriedades de um rio que, independente de nossa vontade, a força de suas águas nos conduzem às outras direcções. Isso significa que diferentes situações conduzem a diferentes raciocínios. Uke, Tori, Dojo, todos fazem parte do universo interpessoal que estabelece deferentes condições de uma boa técnica. Principalmente actuando como Tori, que é bem diferente de ser Uke, não devemos cair no erro de pensar que um simples ataque determina o momento. Ainda que os estudos sejam feitos em forma de Seiteigata, cada movimento possui uma fase completa em si mesmo; se o Uke no meio de uma


Ogawa Ha


movimentação altera sua técnica, então teremos duas fases que devem se completar; e assim, cada uma tem o seu próprio passado e futuro. Por isso, no momento em que as técnicas se completam, o ápice da tão buscada harmonia, a mente é chamada não-mente. O depois, o momento em que a técnica já chegou ao fim, o momento em que o Uke já não interage mais com o instante, também é uma fase completa em si mesmo; tem seu próprio passado e futuro; então é dito que o momento é não-momento. Nesta etapa do entendimento, o Tori nada mais é do que a pessoa que executou a técnica, e o Uke nada mais é do que a pessoa que recebeu a técnica. Portanto, quando o momento em forma de fluidez se manifesta, significa apenas ele mesmo: nada o faz fluir a não ser por interferência de ambas as partes. Então pois, o nosso problema não é sabermos o que é a independência, a verdadeira função da técnica tal como os personagens Tori e Uke, mas, sim, o que significa a interacção de todos em um único momento. Com a compreensão do momento, do instante, do figurativo Dojo como via destas relações, que é a conduta entre praticantes humanos, os que acreditam que estão sempre aprendendo; quer íntimos, quer estranhos, quer próximos, quer distanciados, começaremos a compreender todo o processo da existência e do conflito entre a técnica propriamente dita, a forma que executamos e a independência realidade/fantasia. Todos adoramos falar em fluidez, mas esquecemos que a dirá prática se inicia muito antes de entrarmos no Dojo. "Se medires o êxito em termos de louvor ou crítica, será infinita a sua angústia". Lao Tsé A questão é que sendo uma arte eminente da aristocracia japonesa, e vista como arte, a busca da perfeição surge através do inevitável: a guerra e a paz! A partir daí, o raciocínio de que o centro gerado da força AIKI é o centro que centrípeta ou centrifugamente transforma a energia oposta, dando forma às suas investidas. Todavia, existe um eixo extremamente importante da utilização desta força: “Joge no Rasen-j” (energia espiralada de sentidos verticais); e ainda neste mesmo eixo, os fluxos rectos sem interrupção - “Oroshi”. Para os mestres de Haragei, que também são mestres de Aikijujutsu, existe uma força central que se chama “Ch ki”, que é a força eliminatória, cuja reserva


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é localizada nos pontos inferiores do Hara. Quando esta força se produz, seja através da adrenalina, ou respiração direccionada, é gerada uma pressão que, ao gerar calor (energia), torna-se forte e se direcciona para o centro, e uma vez concentrada, expande sua energia ao longo da coluna vertebral, por onde passa todo nosso sistema nervoso. Uma vez que haja a consciência desta energia, e logicamente, os conhecimentos necessários para utilizá-la, as práticas relacionadas ao Aikijujjutsu ou as outras artes marciais em geral, tornam possíveis a expansão da consciência, de maneira que o ser humano possa unir a consciência quotidiana à sua consciência interior, ou energética, de forma regular ou diária, praticando cuidadosamente uma sequência de exercícios e meditações combinadas. Logo o estudante praticante percebe o movimento da energia dentro de si e ao redor do seu corpo, e assim, conscientemente, começa a direccionar esse fluxo energético para estimular e acordar os centros que envolvem o Hara. Sobretudo nos dias de hoje, muitos mestres utilizam destes conhecimentos para um despertar da paz interior. Em analogia conduzem os alunos através de uma explicação acerca da espiral que eleva ou abaixa nossos sentimentos. Para estes mestres, o coração da paz e da harmonia, principalmente o que expande a consciência, é sem ego. É o respeito e a estima por todos os seres e aprender dos outros. São as acções correctas e modo de vida correcto, assim como uma boa consciência; é silêncio, quietude abençoada, é o elemento mais importante do caminho interior da energia despertada a partir do centro; nem mais nem menos que Mushin! Porque é que as honras geram dissabor? Todo dissabor nasce do facto de alguém ter um ego. E não é possível contentar o ego. Quando se puder libertar do ego não há mais dissabores. Por isso: Quem se mantém liberto de favores e desfavores. Liberta-se da idolatria do ego. Só pode possuir o Reino quem está disposto a servir desinteressado, Só a esse se pode confiar o Reino. (Tao te King)


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Campeonatos do MUNDO WKO 2014 Tudo estava pronto para o 8º Campeonato Mundial de Karate, em Curitiba, Brasil, mas ninguém esperava como iria ser tão excepcional!. Acabou sendo uma das competições mais impressionantes das que pessoalmente tenho assistido. Não foi a maior, mas contava com todos os ingredientes de um desses acontecimentos que ficarão na memória de todos os assistentes e que nunca se esquecem. udo começava dois anos atrás, em 2012, em Fénix, Arizona, quando à Organização Brasileira de Karate, comandada pelo dinâmico trio formado por Marco Ferreira, Julio Bassan, e Samuel Ferreira, lhe foi concedida a organização dos Campeonatos de Karate WKO. Eles se puseram imediatamente mão à obra e começaram a organizar o Campeonato, utilizando seus recursos e contactos. Os campeonatos deram início na manhã da sexta-feira 21 de Novembro, às 10:30, com todos os faixas Kyu e as secções infantis, que finalizaram a sua competição às 19:30 horas. No sábado estava programado que entrassem em acção os Cintos Pretos. A competição estava controlada pela arbitragem do árbitro principal Rui Marçal, do Brasil e o árbitro assistente, o Dr. Eloy Izquierdo, de Valência, Espanha. Se esperava que uma das duas equipas masculinas fortes, a dos lutadores do Brasil, em que se encontravam alguns dos melhores do Brasil, proveniente de Curitiba e Brasília, alcançasse a vitória nos combates por equipas, mas foi a equipa dos Estados Unidos, dirigido por Adrian Ellis, que venceu o Campeonato por equipas. Os estadounidenses só tinham dois lutadores, um deles

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Presidente Don Warrener Ph 1-818-891-1133 Cell 1-310-926-7808 donrw@earthlink.net


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proveniente da Suécia, Lucas Bokelius, para poder formar a equipa. Depois contrataram o canadense CONROY COPELAND como seu treinador e a Adrian Ellis, que se uniu como ajudante. A equipa acabou sendo conhecida como a “equipa das Nações Unidas”, em vez de só como a equipa de Estados Unidos. Na competição feminina de formas, foi Marcia Budd Scheneff, do Canada, que conquistou o título do Campeonato do Mundo. A sua forma era excelente e um acerto pleno de seu Sensei David TURKOSKI, de Brantford, Ontário, Canada. TURKOSKI trouxe uma equipa de cerca de 40 competidores, treinadores, ajudantes e auxiliares da equipa. Quando chegou o momento da competição de formas masculinas, a decisão era fácil! Houve boas formas executadas por Ian Pollet, da Austrália, mas nenhum parecia estar na mesma competição que o super estrela brasileiro, o Campeão Mario Hayashi Jr. Seu kata "Unsu", que foi simplesmente impecável, e suas pontuações mostraram realmente que naquele dia, ele foi o melhor do WKO na competição de kata. A equipa australiana, à frente da qual estava Ian Pollet, era muito forte, com a sua mulher grávida de cinco meses, que conseguiria vencer em kata, na sua categoria. Na Competição de KUMITE de Mulheres, a brasileira Cinthia Carolina Costa alcançou as máximas honrarias, superando Mary Power, do Canadá, numa grande luta. Seus compridos braços, sua grande coordenação e sua defesa sólida foram determinantes para alcançar a medalha de oiro. Chegado o momento do grande campeão de Kumite, Mário Hayashi Jr., mais uma vez teve de vencer no combate final a Wilson Miranda, de Brasília. Hirokazu Kanazawa disse uma vez que a marca de um verdadeiro campeão é que pode alcançar o primeiro lugar, tanto em kata como em Kumite, no mesmo campeonato. Então, se isto é assim, suponho que podemos dizer que Hayashi é um verdadeiro Campeão de Campeões. O WKO é muito diferente de outras organizações internacionais de Karate, posto que estão voltando à essência original do Karate Japonês, mediante a aplicação dos princípios originais do Karate, em especial da palavra Zanshin, que tem um


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significado muito mais profundo que o de concentração mental. O significado mais profundo quando se aplica à competição é o de que uma boa vitória e uma má vitória são bastante nítidas, como assim também o são uma boa derrota e uma má derrota. Por exemplo: se quando se luta, se marca um ponto e não o festejamos nem nada, simplesmente se aceita, isto é o que estamos procurando. Saltar festejando na cara dos oponentes, é uma falta de respeito. Uma boa derrota é por sua vez, quando simplesmente se aceita a decisão; e uma má derrota é quando alguém se queixa dos resultados. Isto é trabalho do treinador e não do competidor, e mais uma vez, isto deve ser feito mostrando respeito ao oponente. Claro está que festejar as vitórias está autorizado fora do ringue. Somos um exemplo positivo do espírito do Zanshin e sempre temos uma boa vitória ou uma boa derrota! Há outra coisa que o WKO faz de maneira diferente e é a promoção de seus vencedores, posto que não está promovendo os directores e sim os CAMPEÕES e faz isto através de sítios web, facebook, Twitter e a Revista Budo International. Também são apresentados aos directores e produtores de Hollywood, com a esperança de que possam conseguir papeis para trabalhar nos filmes. Por outras palavras, o WKO trata acima de tudo, dos competidores, não dos dirigentes da organização. A outra diferença interessante é que o WKO tem como último objectivo a camaradagem entre as nações e o intercâmbio de diferentes culturas, por isso, os Campeonatos do Mundo se levam de um país para outro. O presidente da Organização disse ser este o nosso grãozinho de areia para a paz mundial e que talvez seja um sonho, mas é um belo e bom sonho! Este ano não foi diferente. A Festa Sayonara organizada pelos brasileiros, ofereceu um banquete digno de um rei. O Brasil é conhecido pelo que eles chamam “Churrascaria” (BBQ) e que os estrangeiros chamam “uma sobredose de colesterol”, posto que serviram pelo menos 30 pratos diferentes e também tinham uma pessoa muito parecida com a famosa argentina Eva Perón, cantando ópera na sala cheia a desbordar… Só para o banquete havia perto de 100 pessoas. Em Budo International poderão ler artigos em profundidade acerca destas jovens promessas do futuro, posto que publicaremos artigos acerca de cada um deles e como chegaram a ser Campeões do Mundo.


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Raúl Gutiérrez López, 9º Dan Kosho-Ryu Kenpo y Fu-Shih Kenpo www.raulgutierrezfushihkenpo.com www.feamsuska.com - rgutkenpo@hotmail.com Teléfono: (0034) 670818199 Sensei Luis Vidaechea Benito Cinturón Negro 3º Dan Fu Shih Kenpo Delegado FEAM en Castilla y León Templo Segoviano de Fu-Shih Kenpo Pabellón Pedro Delgado - Segovia Tel.: 622 263 860 mailto: sensei.luis@cylam.es http://www.cylam.es/

INSTRUCTOR Krzysztof Adamczyk Representante e Instructor Oficial Fu Shih Kenpo en Noruega y Polonia. fushihkenponorge@gmail.com 0047 92520150 fushihkenpopolska@wp.pl 0048 783474760 Maestro Peter Grusdat, 8º Dan Wing Tsun Director General del Departamento de Wing Tsun FEAM wtacademycanarias.com/es/sifu-grusdat Facebook: Sifu Peter Grudat Email: inf@wtacademycanarias.com Las Palmas de Gran Canaria - ESPAÑA Teléfono: (00 34) 618 455 858 - 637 344 082 Infórmate de nuestros Cursos de Formación Monitores Para ejercer a nivel nacional e internacional avalados por FEAM Puedes ser Representante de nuestra organización en tu ciudad. Clube Escola de Defensa Persoal José Rodríguez López, 4º Dan Hand Krav Fu System (Kung Fu, Kempo & Krav Magá) Instructor Nacional Defensa Personal Policial IPSA (1996) LG O Petouto s/n 15329 As Pontes, A Coruña Tel: 670 770 004 – escuela@handkravfu.es www.handkravfu.es Maestro José Domingos Cinturón Negro 3º Dan “Sandan” Fu-Shih Kenpo 1º Dan Kosho-Ryu Kenpo Representante de FEAM y la “International Fu-Shih Kenpo Portugal”. Entrenador de Lucha Libre, Musculación y Cultura. Física y Fitness – Preparador Físico, Socorrista de Emergencia Médica www.facebook.com/jose.domingos.37 http://www.facebook.com/jose.domingos.37 jomanegos@gmail.com -


Tel: 00351 965713463.Dojo: XL GYM Avda. 25 de Abril nª 45, 1675 -185 Pontinha, Portugal Instructor FELIPE ALVES ANICETO E.A.M. KWANG GAE DO “Asociación de Artes Marciales” Cinturón Negro 2º Dan Director y Representante de Tae-Kwon-Do FEAM ZARAGOZA y ARAGÓN c/ Antón García Abril, Nº 20, Local 10 Zaragoza 50.018 Teléfono: 649 601 709 kwanggaedo@gmail.com www.kwanggaedo.wix.com/kwanggaedo Instructor Martín Luna Cinturón Negro, Instructor. Director Departamento Nacional FEAM Krav-Maga, Kapap (Israelí Face To Face Combat) Representante de la World Krav-Maga Federation para las Islas Canarias Presidente de la Organización Canaria de Kapap (Israelí Face to Face Combat) Instructor Policial IPSA Santa Cruz de Tenerife Tel: 671 512 746 kapapcanarias@hotmail.com martin75kenpo@hotmail.com Maestro Julio Magarzo Ballesteros 5º Dan Fu-Shih Kenpo 5º Dan Kosho Shorei Ryu Kenpo. Instructor licenciado Defensa Personal Policial 609 14 04 04 julio.magarzo@gmail.com Frantz Thorleif Hakonsen: Instructor Oficial Fu-Shih Kenpo en Noruega. 7010 Trondheim. Tel: 0047 40557874.Per Snilsberg: Consejero Personal, Patrocinador y Promotor FEAM, IPSA e International Fu-Shih Kenpo Association, IFSKA. c/ Løytnantsveien 8b, 7056 Ranheim - Norway. Tel: +47 930 09 006 – post@fiskeper.no Mario P. del Fresno Instructor Fu-Shih Kenpo, C.N. 2º Dan - Nidan 1) Gimnasio Box Everlast. Calle Plasencia 22, Móstoles, Madrid. www.boxeverlast.es 2) Gimnasio Okinawa. Calle Cabo San Vicente 16, Alcorcón, Madrid. www.gimnasiokinawa.com mario.fushihkenpo@gmail.com Móvil: 658 016 688










Todos os artistas marciais trabalham em de 3 a 5 dimensões, a quarta e a quinta estão no âmbito dos praticantes mais avançados. Cada dimensão tem um duplo significado quando utilizados nas Artes Marciais tradicionais e uma aplicação secundária quando aplicando Kyusho. O nível convencional, rudimentar, ou explicação científica é a física do som e quanto na natureza é atlético, enquanto que a explicação Kyusho está mais arraigada na micro física e tem uma maior profundidade. É esta atenção micro física, o que permite ao praticante de Kyusho ter outro nível de aplicação e dedicação afectiva. Este não é uma matéria típica da Arte Marcial, posto que se baseia mais no âmbito científico, mas está no centro de todos os estilos marciais, assim como no uso de Kyusho. O objectivo previsto neste artigo, é ilustrar a diferença nestas rígidas leis, das típicas Artes Marciais até o Kyusho.

As 5 Dimensões do Kyusho


Kyusho


As 5 Dimensões do Kyusho 1ª Dimensão Nas Artes Marciais regulares, a primeira dimensão é a distância..., o alcance se vamos implementar os nossos métodos ou a nossa Arte. Isto está em todas as escolas e aulas, mas não é mais que a aplicação científica simples, não é a aplicação interna (o ponto vital, se assim queremos). Ao aplicar Kyusho, esta dimensão se considera mais como Profundidade ou nível de penetração. Nas Artes Marciais regulares tem de se bater no exterior tão forte e rápido como seja possível, entretanto, o corpo tem protecções naturais para salvar a vida. O corpo pode partir-se, mas isto dispersa a força para que a penetração mais profunda seja evitada. Certamente que se a força é maior que a capacidade de protecção, vai haver consequências graves, mas isto é muito difícil de conseguir numa aplicação típica..., basta ver os abusos que os lutadores de MMA podem suportar. A maioria dos lutadores de AM reparam na distância entre eles e seu oponente, mas não se vêem nesse oponente, nem procuram chegar ao seu interior. Só procuram a “cascara”, a parte externa, enquanto que o praticante de Kyusho penetra no primeiro espaço dimensional. Então, qual seria a segunda dimensão das AM (em termos da lei natural)?

As 5 Dimensões do Kyusho


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2ª Dimensão É claro que a segunda dimensão nas AM são os movimentos angulares fora da linha de distâncias originais, ou linha de aproximação ou escape. Na ciência, este é o eixo E e o eixo X da linha recta... e produz uma grande vantagem e uma desvantagem. Isto é um motor para a alavanca, a esquiva, a redirecção e outros movimentos físicos para tomar vantagem sobre o oponente. Mas a segunda dimensão para um praticante de Kyusho é o ângulo interno do ataque a um objectivo anatomicamente débil, específico para maximizar o efeito e a disfunção interna. Isto é crucial se queremos superar as protecções naturais e a energia da dispersão, atributos do corpo externo. Tem de se penetrar em diversos ângulos, para penetrar entre os músculos, os tendões e os ossos e ter acesso aos nervos e os vasos sanguíneos, para afectar o máximo possível ou destruir. Estes dois primeiros casos são fáceis de perceber, até para os principiantes da disciplina que for. As seguintes dimensões fazem referência àqueles praticantes mais avançados.

3ª dimensão A terceira dimensão é a altura, ou em seus termos mais básicos, a perpendicular ao eixo XY (Z). Então, como se utiliza nas AM típicas? A terceira dimensão pode permitir ao artista marcial utilizar a altura do ataque, quando já fora da linha recta e no segundo plano dimensional. Também poderia ser realizada para quedas ou para levantar um oponente ou a nós mesmos, ou para uma técnica seleccionada, ou para forçar um novo ângulo ou plano. Então, como poderia isto relacionar-se com o Kyusho? A terceira dimensão se utiliza quando já em contacto com a estrutura anatómica, tanto sejam nervos, vasos sanguíneos, tendões ou órgãos, a fim de esticar, desgarrar, comprimir ou quebrar essa estrutura.

As 5 Dimensões do Kyusho


Kyusho “A definição que mais ajuda as pessoas não só a compreender em um grau mais elevado, como também a provocar efeitos Kyusho da maneira mais eficaz e eficiente, é a Trajectória"


A maioria dos praticantes de Kyusho (não todos) aprendem as duas primeiras dimensões de atributos e podem realizá-las. A terceira é o que diferencia da maioria os praticantes de Kyusho melhor qualificados, posto que se soma o toque, o corte, esse pequeno extra que aumenta os efeitos. Agora bem, realmente, a quarta dimensão tem sido explorada por muito poucos, ainda que sendo comummente conhecida pela maioria.

4ª Dimensão Então, o que é a quarta dimensão nas Artes Marciais? A quarta dimensão é o Tempo. Dizem que o tempo o é tudo. Pois bem, talvez não, mas é o primeiro na lista dos artistas marciais... e é o que separa os profissionais verdadeiramente avançados, dos que ainda não se desenvolveram. Se numa situação, somos uma fracção de segundo mais rápidos, temos a vantagem; se somos um segundo mais lentos, estamos em desvantagem. No Kyusho o factor tempo tem um duplo aspecto • O aspecto do tempo no alvo é um factor chave, posto que em alguns objectivos temos de bater rapidamente, mas outros necessitam mais tempo de execução, em função da estrutura que se estiver atacando, das estruturas em volta do alvo e da profundidade (1D) desse objectivo.

• O outro aspecto do batimento em tempo parcelado, significa bater mas não com o mesmo espaço de tempo. Para afectar mais (desequilibrar os sistemas fisiológicos) deve alterar-se, modificar a sincronização dos golpes e assim, o corpo do oponente não espera o próximo golpe e não será capaz de defender-se tão facilmente. Isto se estende inclusivamente a manipulações das articulações, posto que não se deve manter a mesma pressão durante muito tempo, visto que o corpo pode adaptar-se.

As 5 Dimensões do Kyusho


Kyusho


As 5 Dimens천es do Kyusho


Kyusho Sinopse 5ª Dimensão:

5ª Dimensão Então, qual é a quinta dimensão nas artes marciais? Na ciência, a quinta dimensão é a consciência. Isto permite a percepção de todas as outras dimensões, relacionando-a com o futuro, o passado e também às variações frente a esse caminho de tempo linear. Também se pode chamar a percepção ou intuição (tudo depende da experiência). Um lutador de primeira categoria, tem esta consciência no ringue; o soldado tem-na no campo de batalha. Ambos têm uma sensação de incomodidade ou de ameaça iminente e estão preparados. Aqueles que alguma vez tiveram um encontro perto da morte, como consequência de um acidente ou de estar perto de um acidente, devem ter percebido de que a sua mente começa a mover-se mais lentamente nestas situações. Tudo parece acontecer à câmara lenta. Nestas situações na quinta dimensão da consciência, a percepção do tempo se faz mais lenta. No Kyusho, esta dimensão também tem um duplo objectivo: • Em primeiro lugar está a empatia, sentir a acção ou a intenção (isto se desenvolve quando se recebe o ataque Kyusho, assim como quando se realiza)... e determina o êxito ou o fracasso do golpe, ou o fracasso em cumprir a tarefa. Quando se sabe (por experiência) o que sucede a um alvo atacado fisicamente, se pode aplicar muito mais facilmente e com maior êxito. • Em segundo lugar, será saber exactamente o que se está atacando e as reacções do corpo quando se atacam ou estimulam essas estruturas. Mas ainda mais que isso, tratase de sabermos já, como vai reagir esse pessoa, física, mental e espiritualmente ou se ainda tem vontade de lutar. Assim sendo, para conseguir as 5 dimensões de Kyusho (junto com as da arte marcial): 1. Primeiro, o estudante deve aprender a necessidade de um ataque penetrante ou a manipulação e conseguir uma ligeira reacção. 2. Depois, tem que começar a utilizar os melhores ângulos (e armas) para penetrar com maior precisão até a profundidade correcta e com menos resistência da estrutura circundante. 3. Seguidamente, a necessidade de esticar, de torcer ou comprimir a estrutura física subjacente (nervo, vascular, órgão) da maneira mais vantajosa, para obter o resultado desejado. 4. Deve aprender a distribuir o tempo, assim como a precisão, para desequilibrar o funcionamento fisiológico do oponente. Por último, deve saber o que se sente no ataque, como o oponente se vai sentir, vai reagir ou cair, para que poder intensificar o ataque ou utilizá-lo estrategicamente contra múltiplos oponentes.

1. É necessário "sentir" a estrutura. 2. É necessário "sentir" a maneira em que se comprime (com estiramento). 3. É necessário "sentir" que a estrutura reage ao ataque, manipulação, etc. 4. É necessário "sentir" o efeito através da empatia que causa no oponente ou parceiro paciente. 5. Deve "sentir" o oponente a derrubar-se saltar, relaxar-se, etc., posto que isto indicará tudo o que se necessita e abrirá muitas mais possibilidades. Então, como conseguir tudo isto? Através da experiência e do uso da trajectória. Observando esta fotografia de uma bala que viaja através de gelatina, podemos ver a diferença entre o ataque balístico convencional e o ataque do Kyusho. Se vemos o balde de gelatina como o corpo humano e a distorção como os efeitos do golpe de uma bala sobre esse corpo, conseguimos uma visão muito valiosa. Com um forte golpe de punho, cotovelo, joelho ou qualquer arma contundente, vemos que na superfície e também no interior, há um trauma massivo ou efeito expansivo nessa estrutura. A força é capturada e absorvida quando se dissipa dentro da estrutura, no ponto do impacto. Magoa o tecido ou a integridade física, mas depende exclusivamente da quantidade de força utilizada. A ideia de que o Kyusho pode ser representado pela bala que viaja em um caminho através do objectivo, numa rota especificada pelo espaço e o objecto, é muito diferente. Mas primeiro devemos obter a terminologia correcta, posto que a confusão radica nisto. Em Kyusho, o lema típico é "ângulo e direcção" na superfície, (nunca melhor dito), esta é uma maneira de ver válida mas muito limitada. Ângulo: se traduz na maneira em que a arma se aproxima a um objectivo específico (ainda há quem o denomine ponto de precisão), é um descritor da acção física. Trata-se de uma posição inicial a uma posição final, de diante para detrás, de maior a menor, de menos a mais, da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita, etc. Direcção: se traduz em um eixo sobre o qual alguém ou algo se move e pode levar a erro ao praticante novato no estudo do Kyusho. É também por isto que muitos tratam infrutuosamente de provocar grandes efeitos, mas ficam curtos... Por desgraça também, porque muitos se rendem, afirmando que Kyusho não funciona. A definição que mais ajuda as pessoas não só a perceber em um grau mais alto, como também a provocar efeitos Kyusho da maneira mais eficaz e eficiente, é a "Trajectória". A Trajectória é o caminho seguido pelo voo de um projéctil ou um objecto, que se move sob a acção de determinadas forças, através do espaço. No Kyusho, isso é o que


“Na ciência, a quinta dimensão é a consciência. Isto permite a percepção de todas as outras dimensões, relacionando-a com o futuro, o passado e também às variações frente a esse caminho de tempo linear”

As 5 Dimensões do Kyusho


Kyusho procuramos, para mandar a nossa energia cinética por um caminho específico no corpo humano; não ao lugar do impacto mas sim mais para o fundo, no núcleo. Não procuramos traumatizar o exterior ou cascara do corpo e todas as suas estruturas; procuramos uma trajectória ao longo de uma estrutura de acesso ao núcleo. No Kyusho, este é o sistema nervoso central (medula espinhal e cérebro), através dos nervos. Por isso é que não há lesões no Kyusho, posto que não estamos utilizando nem necessitamos, traumatismos fortes ou potentes. O Kyusho continuará funcionando assim, como também ilustra esta imagem. O dano pode ser infligido e a trajectória também seguida, mas no treino, a importância radica na trajectória e em alcançar o núcleo com uma força tão pequena como seja possível. Quando se treina e já se domina, se adiciona força (se alguma vez é necessário), e de certeza multiplicará os efeitos para uma protecção ainda mais fiável (e também os problemas legais)... Nas MMA também vemos agora as duras realidades disto. Vemos a força e a brutalidade, que

frequentemente se absorve quando se luta..., mas de vez em quando, vemos a trajectória correcta usada com menos força em um lugar, de tal modo que incapacita o oponente. Mas isto e a maioria das Artes Marciais são desta natureza Yang e não têm tanto a ver com o funcionamento interno como com a destruição dos aspectos externos. E a modo de comparação com o Yin, reparamos na habilidade do Kenjutsu ou dos estilos japoneses da espada. Não utilizam a força para fazer seus recortes, utilizam a trajectória para atravessar a parte externa... Isto é do que o Kyusho trata, ou devia de tratar. Não é a força, não é o ângulo ou a direcção…, mas sim que tudo está na trajectória.


Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.





Nos meus dois últimos artigos, tratamos de uma matéria inter essante mas incrivelmente controversa, que tem sido debatida no nosso âmbito muitas vezes: o papel das Artes Marciais (se o tiver…) no treino das Forças de Ordem. Neste artigo, vou continuar desafiando os leitores, apresentando e debatendo da mesma maneira interessante e controversa, acerca deste assunto que tem feito parte da nossa cultura desde o início da Era Moderna: o papel das Artes Marciais (se o tiver) no treino militar. urante os dois mil primeiros anos da história das Artes Marciais, nunca se questionou o dever e a obrigação que os guerreiros tinham, de realizar um treino “Marcial”. De facto, todos sabemos que originalmente, “as disciplinas Marciais” se desenvolveram exclusivamente para o treino dos guerreiros e foram especificamente pensadas para o campo de batalha. A fim de contas, a palavra “Marcial” vem da palavra Marte, o Deus romano da guerra! E sabemos, graças à história, que durante muitos séculos (tanto nas tradições asiáticas como nas ocidentais), o treino em Artes Marciais (com Armas ou sem elas) estava reservado para as classes guerreiras. Os espartanos, os cavaleiros templários e os samurais são alguns exemplos que rapidamente vêm à memória. O treino Marcial dessas classes guerreiras evoluiu durante séculos e em muitas culturas, no mundo todo,

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Grão Mestre John Pellegrini

“Durante os dois mil primeiros anos da história das Artes Marciais, nunca se questionou o dever e a obrigação de realizar um treino Marcial, que os guerreiros tinham”


até se tor narem centenas de estilos e sistemas. Muitos deles os conhecemos hoje como “Artes” Marciais. Mas devemos lembrar e esclarecer que a maioria dos treinos dos guerreiros estiveram, durante séculos, dedicado principalmente ao uso das armas, enquanto que o treino sem armas era visto como o último recurso, a opção “predeterminada” quando falhavam as armas ou não estavam disponíveis. Com as Artes guerreiras e militares, inexoravelmente ligadas às Artes Marciais ao longo da história, não resta dúvida alguma acerca do seu papel no treino de tropas. No entanto, nos inícios dos anos 70, alguns “versados” militares (alguns deles civis sem experiência em combate) começaram a afirmar que o treino em Artes Marciais para os exércitos modernos não era útil, nas condições de campo de batalha e defendiam não “perder tempo e dinheiro nessas obsoletas e inúteis técnicas”. Alguns reconhecem (contrariados), que no melhor dos casos, alguns treinos em Artes Marciais poderiam ter alguns benefícios como “exercício físico” ou como “desporto de combate”. Seus argumentos se baseiam nos seguintes aspectos; • Os soldados modernos portam armas de alta tecnologia. • Os soldados usam um equipamento muito pesado (até 65lbs./30Kg). • Os soldados modernos quase NUNCA entram em combate corpo a corpo. Por estes motivos, as técnicas de Artes Marciais são pouco práticas, desnecessárias e talvez até perigosas para os próprios soldados. Agora eu vou apresentar o argumento oposto, a favor de que o treino em Artes Marciais é prático, efectivo e necessário para os soldados modernos.

“Cada vez mais, as unidades militares do mundo são requeridas para missões tais como ‘manter a paz’, ‘reconstruir nações’, ‘vigilância policial’, ‘ajuda em desastres’, ‘controlo de massas’ e outras missões de ‘assistência humanitária’. As habilidades nas Artes Marciais podem ajudar às tropas, enquanto reduzem a violência”


Grão Mestre John Pellegrini

“O treino em Artes Marciais contribui significativamente a desenvolver o carácter do guerreiro. Durante séculos, a combinação da disciplina física, mental e espiritual necessárias para o treino do combate corpo a corpo, tem ajudado enormemente a forjar o espírito e a mentalidade do guerreiro”


“Em certas situações, se manda aos soldados capturar inimigos vivos para assunto de Inteligência. As técnicas de controlo com mãos nuas são necessárias para isso” Acredito estar eu adequadamente qualificado para esta tarefa, devido à mi experiência pessoal treinando unidades militares em todo o mundo, durante mais de 25 anos. Estas experiências incluem a instrução de tropas da OTAN na Europa, Unidades Anti-terroristas na Colômbia e Unidades de Elite do Exército dos ESTADOS UNIDOS. Também tive o raro privilégio e a honra de ter treinado tropas estado-unidenses e aliadas no Afaganistão (2006) e no Iraque (2008). Também servi na divisão de elite dos pára-quedistas do Exército Italiano (1968-1969). Agora que apresentei minhas referências e experiência neste assunto, aqui exponho os meus argumentos a favor do treino em Artes Marciais para o exército, baseando-me nos seguintes pontos: • O treino em Artes Marciais contribui significativamente a desenvolver o carácter do guerreiro. Durante séculos, a combinação de disciplina física, mental e espiritual necessária para o treino do

combate corpo a corpo, tem ajudado enormemente a forjar o espírito e a mentalidade do guerreiro: • Devido às cada vez mais restringidas “Regras de Intervenção” impostas pelos governos e as organizações internacionais (e examinadas pelos meios de comunicação), aos guerreiros modernos se devem somar habilidades adicionais (não letais) no treino de combate, especialmente para fazer lembrar às tropas como tratar e interagir com civis. • Em determinas situações, se manda aos soldados capturar inimigos vivos para assuntos da Inteligência. As técnicas de controlo com mãos nuas são necessárias para isso. • Durante os interrogatórios de prisioneiros, o pessoal que disso trata, está sempre desarmado. Mais uma vez, as habilidades com mãos nuas têm una importância vital. • Cada vez mais, as unidades militares do mundo são requeridas para missões tais como “manter a paz”, “reconstruir nações”,

“vigilância policial”, “ajuda em desastres”, “controlo de massas” e outras missões de “assistência humanitária”. As habilidades nas Artes Marciais podem ajudar as tropas reduzindo a violência. • Por último, as armas (tanto sejam de alta tecnologia ou não), mesmo quando se usam adequadamente, podem falhar, ficar sem munição, podem cair, podem ser tiradas das mãos, ou quando de repente se necessitam, podem não estar disponíveis. Penso que os leitores estão de acordo comigo, em que já demonstramos os casos de utilidade, importância e sabedoria, do competente e necessário treino de Artes Marciais para soldados moder nos profissionais. É nosso dever convencer os líderes de alta categoria, assim como os soldados individualmente, dos benefícios que proporcionam os nossos treinos e esperemos que não sejam os guarda-livros nem os políticos, a tomarem as decisões.




Autodefesa

Há já vários anos que Jim Wa g n e r t e m v i n d o a d a r a conhecer o mundo da defesa profissional aos civis, mas sem deixar de lado as suas ensinanças de especialista aos profissionais. Hoje apresentamos o seu trabalho (disponível, como é habitual, em DVD), onde analisa o funcionamento e as tácticas da bengala policial americana. Além de explicar a arma, este trabalho táctico pode ser aplicado a outras defesas mais comuns em outros países da Europa e da América do Sul. Um novo trabalho a não perder, de um especialista mundialmente conhecido.

Tácticas de Bengala Policial Baseadas na Realidade A agente Judy Ochoa pediu reforços. Estava prestes a realizar uma detenção e precisava de mais agentes. Eu encontrava-me apenas a um quarteirão dali, de maneira que peguei no rádio e disse "Vou para aí. Estou quase a 97 segundos.” Estacionei o carro patrulha e comecei a andar na ruela. Via a Judy a falar com um homem que parecia mais disposto a ir para a praia que para a cadeia. Tinha uns 30 anos, bem bronzeado, de cabelos pintados de loiro e usava uma camisa havaiana, calção curto e sandálias. Atrás de mim vinha o agente Ted Williams, que também acudiu à chamada. Era um homem baixo e musculoso, daqueles que gostamos de ter por perto quando alguém quer brigar. Mas, pelo aspecto do homem que a Judy se dispunha a prender, não parecia que fosse haver luta nenhuma. O suspeito era procurado por conduzir ébrio. Levava dois anos a fugir da polícia e agora tinha sido apanhado. Em vez de resistir à Judy, mostrava-se educado e desculpava-se muito. Quando a Judy lhe pôs as mãos nas costas, o homem disse: "Sinto muito tudo isto. Há já muito tempo que desejava entregar-me. Ainda bem que estão aqui, para acabar com isto de uma vez por todas". Eu situei-me diante dele e o agente Williams fez o mesmo. Judy, que estava atrás do suspeito dócil, tirou as algemas do


Armas


Autodefesa

“... aprender a utilizar uma arma de impacto e conservar essa capacidade é coisa vital no treino de um polícia”

estojo em pele e pôs uma delas no pulso esquerdo. Por segurança, formávamos um triângulo táctico em volta do suspeito. Tudo indicava que ia ser fácil. De repente, o suspeito agarrou a Judy pela mão direita, antes que ela pudesse fechar as algemas. O suspeito virou-se e bateu com força na cara da Judy, com o dorso da mão que tinha livre. Com a força da pancada, a cabeça da Judy deslocou-se para trás e o impacto partiu-lhe o lábio. O suspeito sabia que não podia passar por onde estávamos o agente Williams e eu, de maneira que se livrou da Judy, balançou-se para um lado e desatou a correr. Fui imediatamente atrás dele e alcancei-o ainda na ruela. O agente Williams conseguiu segurá-lo pela manga direita, rasgando-a violentamente, mas o suspeito começou a mover os braços como as pás de um moinho, para também tentar bater em nós. Com a minha visão da periferia, vi que a Judy tinha recuperado do impacto da pancada e que vinha a correr para se unir à luta. No entanto, eu não tinha vontade de lutar e também não me apetecia que aquele farsante me encaixasse um golpe. Agachei-me imediatamente para o lado direito, justamente para o lado da pistola, e agarrei a pega da minha bengala dobradiça. Quando a tirei do estojo levei-a até a altura do ombro, e lancei-a com todas as minhas forças, à canela do suspeito, que estava prestes a dar-me um pontapé. Ouvi uma pancada surda, como quando se sacode um tapete para lhe tirar a poeira. O homem gritou: "Chega, chega, rendo-me". Só foi necessária uma pancada com esta fina bengala metálica, para que o homem deixasse de lutar. Apesar de estar pronto para lhe bater de novo, os seus gritos convenceram-me de que não resistiria mais, e assim foi. Deitado de boca para cima, no quente asfalto do Verão, levantou as mãos para se render. O agente Williams algemou-o e eu situei-me entre a Judy e o suspeito, porque sabia que ela queria que pagasse pelo que lhe tinha feito. Isto sucedeu-se há alguns anos, quando eu era agente da polícia numa esquadra do Sul da Califórnia. Desde então, tenho trabalhado protegendo dignatários, sob as ordens do departamento do xerife, e na unidade anti-terrorista do gover no dos Estados Unidos. Actualmente, sou instrutor de Armas e Tácticas Defensivas e ensino outros a sobreviverem aos confrontos perigosos. Desde aquele dia não tornei a bater em ninguém com a bengala e espero não ter de o fazer nunca mais. No entanto, aprender a utilizar uma arma de impacto e conservar essa capacidade é coisa vital no treino de um polícia, e também para a maioria de todos vós, no treino da defesa pessoal civil, quer seja com um pau, uma escova ou qualquer ferramenta que tenham à mão numa situação de crise.


Armas

Cingir-se à simplicidade Antes de ser agente da polícia fui artista marcial. De facto, fui um dos primeiros alunos de Dan Inosanto de Jeet Kune Do e Kali Filipino, em 1978. Treinava exclusivamente com Dan Inosanto e Richard Bustillo, e depois com Ted Lucay, quando as Artes Marciais Filipinas começavam a ser conhecidas. Até finais dos anos 80 não foram realmente populares. Durante anos pensei que as Artes Marciais Filipinas eram o melhor sistema que existia para as armas de gume e de impacto. Não só era um aluno dedicado, como também me tornei um instrutor ainda mais dedicado, ensinando aos meus alunos o que me tinham ensinado a mim, como se fosse o Evangelho. Só quando entrei para a academia da polícia, em 1991, no meu curso de treino de bengala, percebi que num conflito real a bengala era muito mais simples de usar que tudo quanto tinha estado a praticar nos anos anteriores. E, naturalmente, na primeira vez que se participa numa luta autêntica com uma bengala, todos os enfeites fogem pela janela. Não estou a criticar os meus instrutores pelo que me ensinaram, mas evidentemente, existe diferença entre as Artes Marciais Tradicionais e as Artes Marciais Baseadas na Realidade. As primeiras baseiam-se no conflito antigo (métodos e técnicas de treino antigos) e as segundas baseiam-se no conflito

moderno (no que fazem as bandos, os criminosos, os terroristas, etc.). Quando nos defendemos numa situação real, o nosso recurso são as técnicas de habilidade motora básicas. Desaparecem as rotações espectaculares, o agarre leve, os bonitos movimentos em leque e os múltiplos toques que supostamente representam golpes, que encontramos na maioria das aulas de armas de Artes Marciais. Numa autêntica luta com uma arma de impacto, acabamos por utilizar essa arma à gorila. Não é nada bonito.


Autodefesa

Passados alguns anos, em 1995, treinei com Steve Tarani e fui a um seminário com o GrãoMestre Leo Giron, para ver se tinha mudado alguma coisa desde a minha época do JKD, e não tinha mudado nada. Nunca mais voltei, mas tive alguns alunos de JKD que foram por mim. Um deles é David Cheng, que acaba de escrever um livro intitulado “O básico do Jeet Kune Do” (Tuttle Publishing, 2004).

Agora para os civis Desde 1992 tenho estado a treinar Tácticas Defensivas com milhares de agentes da polícia e

militares, onde se inclui o uso correcto das armas de impacto. Graças às minhas próprias experiências na rua como agente da polícia, desenvolvi um sistema bastante fácil de aprender e de aplicar em situações de conflito real. Até 2001, as minhas ensinanças só eram dirigidas às entidades do governo. Mas em 2001, depois dos ataques terroristas nos Estados Unidos, percebi que os civis também precisavam de aprender a proteger-se e não considerava que houvessem muitos instrutores de Artes Marciais civis que proporcionassem aos seus alunos um treino realista. Uma das razões para tal acontecer deve-se a serem muito poucos os instrutores de Artes Marciais civis que tenham estado em confrontos reais, principalmente com armas. A maioria dos instrutores civis aprendem de outros instrutores civis e não têm formação


Armas

militar nem policial. Esta é uma ligação importante porque os militares têm de enfrentar combatentes inimigos e os polícias têm de enfrentar pessoas mentalmente instáveis, criminosos e, em alguns casos, terroristas. Estes, naturalmente, são os inimigos com os quais qualquer um de nós se pode encontrar. Com isto em mente, o editor Alfredo Tucci, da Cinturão Negro, e eu, reunimo-nos para produzir um novo DVD intitulado “Tácticas de Bengala Policial Baseadas na Realidade”. Este novo DVD é tudo quanto uma pessoa precisa saber no momento de aprender a utilizar uma arma de impacto. Apesar de estar pensado para as forças de segurança e da polícia, os conceitos e os exercícios de treino são exactamente os mesmos que para os civis que podem armar-se de maneira improvisada, com uma arma para protegerem a sua vida.

O que o faz funcionar O sistema, como no meu último DVD, começa por ensinar ao aluno as áreas de impacto do corpo humano. Num conflito real não se pode bater em alguém onde nos apetecer. Os nossos batimentos devem estar dentro do uso legal da força. Por exemplo, se batemos com um pau num agressor desarmado porque tenta dar-nos um pontapé, o lugar adequado para batermos será nos grandes grupos musculares dos braços ou das pernas. Por outro lado, se um criminoso se dispõe a pegar numa pistola que está no chão, para nos alvejar, talvez não nos reste outra solução que bater-lhe num alvo da ZONA VERMELHA, como a cabeça, a coluna ou as virilhas. Como em qualquer luta, tudo depende das circunstâncias. Quando o aluno aprende os aspectos legais, aprende a avisar com a arma e a segurá-la numa situação de conflito. Naturalmente, o primeiro passo é segurá-la correctamente. A maneira de segurar na arma é a mesma que quando batemos em alguém, seguramos numa faca ou numa arma de fogo (a única diferença é que o indicador se situa sobre o gatilho). Quase tudo o que fazemos é com o punho. Essa é a nossa principal ferramenta de batimento. A postura correcta quando seguramos numa arma de impacto é levar para trás a mão principal que segura a arma e também esse lado do corpo. Se somos destros, como 80% da população, o lado principal é o lado direito. Se somos canhotos,


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“Só há 12 ângulos em que se pode bater no corpo humano”

“Aunque está pensado paraApesar de estar pensado para as forças de segurança e da polícia, os conceitos e os exercícios de treino são exactamente os mesmos que para os civis que podem armar-se de maneira improvisada, com uma arma para protegerem a sua vida”


Armas

o lado esquerdo será levado atrás. Entretanto, se o adversário também tem uma arma que não seja de fogo, podemos adiantar o lado principal para o alcançar melhor. Só há 12 ângulos em que se pode bater no corpo humano. No sistema e no meu novo DVD, explico os 12 ângulos passo por passo. Estes ângulos não diferem dos estabelecidos pelos antigos europeus, filipinos ou índios apache americanos. Até no Programa de Artes Marciais para o Corpo de Marines dos Estados Unidos (MCMAP) se estudam estes mesmos ângulos, com excepção de uns poucos. Interceptar é fácil. Existem só 4 bloqueios principais: acima, abaixo e horizontal dentro ou fora. Se juntarmos os 4 bloqueios diagonais, que não são mais que variações dos quatro primeiros, podemos interceptar

qualquer batimento. É cómico quando os instrutores tradicionais dizem aos seus alunos que se demora anos a aprender a bater e a interceptar quando, de facto, se pode aprender tudo num dia. O que demora anos é manter essas habilidades. Aprender batimentos e bloqueios é, evidentemente, necessário, mas não servirá de nada se não o praticarmos e m e x e rc í c i o s d e c o n f l i t o . N e s t e s i s t e m a t e m o s t r ê s e x e rc í c i o s principais. Começámos pelo mais fácil e vai-se complicando à medida que se ajusta à velocidade real: o Exercício de Sparring de Um Ponto, o Exercício de "Feeding", e o Exercício de Estilo Livre. Naturalmente, a prova de fogo será combiná-los todos num E n s a i o d o C o n f l i t o ( c o m a c t o re s , vestuário e encenação realista e num meio real).

Conclusão Como já fiz menção, existem dois tipos de Artes Marciais, as tradicionais e as baseadas na realidade. De facto, existe uma terceira categoria: as desportivas. Se o leitor não pratica Artes Marciais para aprender defesa pessoal, não há nada de mau em aprender as antigas e vistosas técnicas de armas, em fazer katas e em seguir as tradições antigas. No entanto, se estuda Artes Marciais com o único propósito de se proteger, a si mesmo e aos seus seres queridos, a única maneira de o fazer, como já disse em anteriores artigos, é aprender técnicas simples e fáceis e ter uma preparação mental adequada. O meu sistema baseado na realidade é para aqueles que têm o seu ganha-pão a lutar e o meu novo DVD de Tácticas de Bengala Policial Baseadas na Realidade, pode ser justamente do que necessitam se tiverem que lutar para salvar a vida.


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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.

REF.: • IAIDO7

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