Cinturao negro revista portugues 282 fevereiro parte 1 2015

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O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhado para controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal, médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Este programa está especialmente destinado, ainda que não exclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança, Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal. Este módulo básico se constitui de um conjunto de 12 objectivos principais integrados en 4 módulos de controlo da escalada de força. Há numerosas estruturas débeis no corpo humano que podem ser utilizadas por um Agente para simplesmente obter o controlo de um indivíduo, mais eficientes que o uso convencional da força como nos indica o protocolo. Mais alem da etapa de ordem verbal, numa situação de escalada do conflito, são estes pontos (Vitais) do Kyusho onde o agente pode fazer uso dos sistemas internos de controlo físico, como os nervos, a estrutura dos tendões e os reflexos nervosos naturais do corpo. No requer de grande força ou de um complexo controlo da motricidade ou da vista ... tudo isso sujeito ao fracasso em estados de elevada adrenalina. Esta informação está dedicada aos valentes e resistentes membros das Agências de todo o mundo ... Obrigado pelo que fazeis!

REF.: • KYUSHO 22

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“O importante é o dinheiro…, a saúde vai e vem” Les Luthiers

os nossos dias tudo está classificado, legislado e mediatizado. Sair das manjedouras comuns, é andar ao pairo. As democracias parlamentárias eram uma boa ideia, que se tornou uma desastrosa realidade. Poucas leis, muita justiça. Quanto mais se legisla, menor é o espaço da liberdade, afinal fizemo-lo…, acabamos pôr portas ao campo. O estado se tornou um engolidor descomunal, em um monstro insaciável alimentado à força de impostos, um poço sem fundo ancorado na autofagia, pois afinal como Saturno, come os seus filhos; pusemos a raposa a tomar conta das galinhas e ainda assim, na nossa infinita preguiça, esperamos que na crise, ele sozinho se faça o “hara kiri” e recorte isso que é preciso recortar, seus próprios tentáculos. Isto é só uma ilusão!… Os sistemas rara vez se reorganizam desde dentro sem que alguém fora faça muito barulho. Mas as alternativas revolucionárias são só o caldo de cultivo do desencanto, chegando com antigas promessas, com falidos sistemas e muito populismo, como se as soluções simples aos grandes problemas pudessem funcionar. Têm o direito a reclamar, especialmente os jovens; novos mitos serão criados, mas os tempos dos mitos em geral, já passaram. Encapsular a liberdade é um eufemismo da mesma. Dizem que o capitalismo fracassou… mas alguma vez se experimentou? Nunca existiu uma verdadeira liberdade para que tal coisa tivesse sido possível. Os pais fundadores dos EUA. isso tentaram e talvez eles obtiveram o melhor dos resultados possíveis…, mas isso sucedeu faz muito, a realidade actual é outra. Desde que Nixon acabou com o padrão oiro, o papel moeda, que já era uma intelêquia, passou a ser uma ficção comummente aceite. As entidades financeiras não fazem senão copiar seus mestres. “Vivemos metidos num sarilho e no mesmo lodo todos pisados” (como se diz num famoso tango...) Poucos e pequenos momentos na história têm apontado como amostra fugaz de uma boa encenação de liberdade.

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“Trabalhar nunca matou ninguém... mas é melhor não se arriscar… ” Les Luthiers

Pequenas luzes que se acenderam no meio da escuridão. Mas tudo leva em si mesmo o germe da sua própria destruição; tarde ou cedo, quando se vive o suficiente, tudo se transforma em seu oposto. O mundo sempre tem sido posto em ordem pelos que têm o poder, fazendo as regras à sua medida e até quando estas não eram de sua conveniência, encontrando a maneira de lhes darem a volta. Mas visto o visto, do mal o menor, o Ocidente é um pequeno refúgio comparado com o por aí anda à solta... O Putin troca de cadeira com seu actual primeiro ministro, agora presidente eu, agora tu; a China proclama o seu slogam “um país dois sistemas” e nem uma coisa é certa, nem a outra. Há mil Chinas e um só sistema. Entretanto, a Europa se debate na sua crise de identidade, minifúndios e outras pérolas, enquanto Sul e Norte tratam de demorar o inevitável. O Reino Unido está cada vez menos unido e quer, como sempre, fazer a guerra por sua conta, enquanto isso, a falácia das pensões e o estado do bem estar caindo por seu próprio peso. Os Estados Unidos de América cedem o primeiro lugar como primeira economia mundial e na sua guerra contra o terrorismo, vê degradarem-se os princípios que os fizeram grandes como referência e exemplo. As Américas se debatem entre o populismo e os sucessivos “caudilhos”, aproveitando o espaço, que já está a acabar, das economias emergentes. O Japão é e não é nem deixa de ser, sobrevivendo a golpes terroríficos, enquanto o resto da A Ásia é o pátio das traseiras de uma China descomunal e contaminante, à qual o motor começou a falhar. Com esta cena começamos 2015, com a esperança de deixarmos para trás o pior de uma crise que se tornou endémica, sistémica, cansativa e chata. A cena está pronta, o pano levantado e as nossas milhares de histórias pessoais decorrerão nela. Que haja sorte e bom tino para todos! Nós, para trazer aos nossos leitores o melhor do mundo marcial duas vezes por mês, já temos bastante trabalho!

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com


“...pusemos a raposa a tomar conta das galinhas e ainda assim, na nossa infinita preguiça, esperamos que na crise, ≠ele sozinho se faça o “hara kiri” e recorte isso que é preciso recortar, seus próprios tentáculos”

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5





Entrevista

Juntar duas lendas das Artes Marciais e Desportos de Combate, de ambas margens do Atlântico, é virtude do Mestre David Buisan, capaz de nos oferecer a todos uma ocasião magnífica para conhecermos mais acerca delas e certamente para homenagear umas trajectórias, tão diferentes como fundamentais, para compreender a evolução das Artes de Combate no mundo, durante os últimos anos do Século XX e começos do Século XXI. Por um breve instante, quero confessar que pensei em intitular este artigo “Chá para dois”, recordando a homónima fita de Doris Day, dos anos 50. Nada mais longe da Doris Day que estes dois homenzarrões rudes, barulhentos, simples e simpáticos, O contraste era irresistível! Mais eu resisti… Tanto Bill “Superfoot” Wallace como Dominique Va l e r a , formaram parte desse esquadrão imbatível que nos inícios da década dos setenta, abriram as portas da modernidade a uma maneira mais realista do combate desportivo, uma modernização que deu entrada ao Full Contact, ao Kickboxing e a uma nova direcção para o combate desportivo. Ambos tiveram uma formação em Artes Marciais clássicas (como não podia ser de outra maneira!). Hoje, nesta entrevista vamos poder saber mais acerca das suas vidas, suas


Lendas das Artes Marciais


Entrevista

conquistas e sua maneira de pensar e de todos esses passados anos. Estar perto destes dois paladinos dos Desportos de Contacto e das Artes Marciais foi para os que podemos gozar desse histórico momento um autêntico privilégio, quem sabe se irrepetível! Por isso, quero agradecer a gentileza e a atenção dedicada à Revista, por parte do Mestre David Buisan, eixo central, cabeça visível e executora deste milagroso “Chá para dois”. Diz o povo que “o tempo é uma máquina de fabricar monstros... ou sábios! - junto eu. Aproveitem e gozem com a sabedoria, a graça e a personalidade única destes dois homens extraordinários. Dada a extensão do trabalho, este mes vai a primeira entrega, a entrevista com esse ser extraordinário que é Domnique Va l e r a e n o m ê s q u e v e m , a entrevista com “super -pernas” Wallace. Aproveitem! Alfredo Tucci

ENTREVISTA COM DOMINIQUE VALERA D.B.: Com a tua experiência marcial, o que podes dizer aos mais jovens? D.V.: Aos jovens digo, por exemplo, que quando se treina, é toda a vida, não é só um


Dominique Valera


Entrevista

momento, porque o momento é o da competição e se misturam competição e treino. O treino é para toda a nossa vida…, desde pequeno, com sete ou oito anos, até o fim de nossa vida. Se treina porque é saudável. Como habitualmente se diz: “Corpo saudável, espírito saudável”. D.B.: Por que motivo, a cada vez que se fala em desporto, as pessoas se referem a uma competição, a um combate, a um desafio de futebol com os seus resultados? D.V.: Uma criança de sete ou oito anos tem de ser levada a uma situação de contacto com os outros de maneira amigável. E isto para fazer dela um desportista e não para fazer dela uma vedeta, uma estrela... Os pais sempre dizem: “Se você se der atenção ao meu filho pode vir a ser campeão do mundo!”. Mas ele tem sete anos… Deixemno viver, deixem-no fazer as suas coisas. Tem de rir, tem de brincar! Porque se com sete anos o pusermos a fazer coisas muito sérias, quando chegar os catorze já está farto do Karate, do Kick Boxing ou do Kenpo… Assim pois, aos poucos tem de ser iniciado nesta carreira. Com tranquilidade, brincamos, treinamos, adquirimos técnica, velocidade, potência…, tudo com respeito! D.B.: Tenho conhecido muitos campeões do mundo mas que no momento de transmitir - que é o mais difícil - são incapazes. Podem ser muito técnicos mas custa-lhes muito o mais importante:


Lendas das Artes Marciais transmitir o que eles sentem. O que pensas das pessoas que dedicadas ao ensino só pensam nelas próprias? D.V.: São egoístas e pensam de maneira egoísta. Mas no dia em que se desaparecem, qual a mensagem que nos deixam? Não deixam nada! Eu faço uns setenta e cinco cursos por ano. Em todos os países do mundo encontro gente judia, católica, protestante, muçulmana…, de todas as religiões e de todas as profissões da vida: advogado, mulher da limpeza…, e isso é o mais importante: poder transmitir a todos e não só a uma elite! D.B.: Dominique, isto que agora pensas, tens pensado sempre assim ou houve um antes e um depois? D.V.: Todos evoluímos. Quando somos solteiro somos um pouco egoístas, isso é assim. Depois casamos, vivemos com a nossa mulher. Depois temos um filho e de novo nos temos de dividir. Até talvez temos mais outro filho… A vida continua e um belo dia somos avôs e percebemos que o mais importante não é só o que fizemos, mas o que nesse momento ainda podemos dar à nossa família e aqui incluo na família os meus alunos. Repara bem. Chegar a uma aula e dizer: “Eu fui campeão do mundo em 72”…, a ninguém interessa nada. O garoto tem catorze anos e não está nada interessado em se somos ou fomos campeão do mundo. Ele só está interessado no que agora lhe vais ensinar, as técnicas, como tem de trabalhar…! Agora, com a Internet, com as máquinas, o telefone, e tudo isso…, as crianças não se interessam se não fizermos uma coisa interessante. Temos que interessar as pessoas e não fazer só uma repetição de coisas que afinal as incomodam mais que agradam: “Oh, estou farto de Karate e do punho e pé!”. Tudo deve ter uma finalidade, sempre tem de haver alguma coisa a procurar e mais isto e isto…

Como todos somos diferentes e trabalhamos de diferente maneira, o nosso trabalho é interessante! Se trabalharmos todos a mesma técnica, a mesma altura, o mesmo peso, o mesmo sentimento…, todos vamos aborrecer-nos ao mesmo tempo… D.B.: Agora gostaria que nos falasses um pouco da tia infância. Onde nasceste? Quantos irmãos tens?


Entrevista “Com 22 anos, quando voltei para casa disse: “Mãe, sou campeão do mundo!” Ela respondeu: “Pois muito bem. Pega na vassoura e vai varrer a cozinha”. Ela estava muito satisfeita mas não mostrava. Aos vizinhos ela dizia: “O meu filho é campeão do mundo!”

D.V.: Nasci numa família de emigrantes espanhóis de Múrcia, especificamente de Cartagena. Meus pais emigraram para França antes da guerra. Meu padre se alistou na Armada Francesa. Nasceram três meninos antes da guerra civil da Espanha e depois da guerra nascemos o meu irmão João, a minha irmã Rosa e eu. Três anos antes da guerra e três anos depois da guerra, as condições de vida eram muito difíceis. Meu pai construíra uma casinha de madeira perto do rio, mas o ano 54 foi muito mau na França, porque estava muito frio, muita chuva e os rios subiram e a água tudo arrasou. Nós padecemos essa situação. Então, apareceu um religioso de nome Lavepierre, (de facto, na França fizeram um filme “Inverno 54”, que trata disto). Eu tinha sete anos, mas me lembro como se tivesse sido ontem. Este padre nos levou para um bairro onde havia um clube de Judo. Eu comecei com o Judo, mas era um garoto muito violento e gostava de lutar com os punhos e pés… Então o padre disse à minha mãe: “Madame Valera: seu filho tem de fazer Boxe”. Mas a minha mãe respondeu: “Oh, não. Boxe não, porque é muito perigoso para o meu filho, que vai andar à briga todos os dias”. E o padre respondeu: “Não, isso é o que faz agora. Se fizer Boxe, não mais vai brigar, nunca mais!” “Não, não sei…”- dizia a minha mãe. Um ano depois, o padre voltou e disse à minha mãe: “Madame Valera, há um desporto que se chama Karate”. “Karate? Mas isso o que é? E o padre respondeu: “É um desporto em que usam um fato branco…” E a minha mãe disse, como num desabafo: “Ah, um fato branco para o meu filho. Isso deve ser bom…” Mas o fato branco, todos os fins de semana estava vermelho de sangue e a minha mãe dizia: “Mas não era com um fato branco?”. E eu respondia: “Sim mãe, mas de vez em quando é vermelho”. Assim começou tudo para mim. Como podes ver, com umas condições de vida muito


Lendas das Artes Marciais difíceis. Por isso, quando agora vejo que o desporto saiu daquilo tudo, me lembro dos começos. Recordar é muito importante! D.B.: Não é o mesmo receber tudo feito que começar construindo aos poucos… Quando custa muito fazer tudo aos poucos, damos mais valor ao que temos: por exemplo a casa, e a tudo damos mais valor. D.V.: Sim, é assim mesmo. Vê só, com 22 anos quando voltei para casa e disse: “Mãe, sou campeão do mundo!” A minha mãe respondeu: “Sim, muito bem. Pega na vassoura e vai varrer a cozinha”. Ela estava muito contente, mas não mostrava. Depois, às pessoas vizinhas do bairro ele dizia: “O meu filho é campeão do mundo”, mas eu não sabia que ela dizia isso… D.B.: Isso é o que os pais acostumam a fazer… Não nos dizem nada, mas sentem orgulho por nós… D.V.: Isso é normal, normal. Mas agora trazem uma criança e dizem: “Mas quando será campeão do mundo? E temos de responder: “Mas se ainda nem começou!”. Estás a ver a diferença? E quando à criança não tem o cinto amarelo, nos dizem: “Mas porquê o meu filho não é cinto amarelo, se começou com fulano e ele já é?” Madame, senhor, porque o seu filho não está mentalizado nisto, não se concentra e provavelmente o mesmo lhe aconteça na escola. “Não, porque começaram juntos, passou um ano e ele já o tem e o meu filho não…”. As pessoas em geral, têm mudado... Dantes se eu chegasse em casa sem o cinto, o pai perguntava: O que aconteceu ao cinto? Pai, é porque tenho de treinar… “Treina, treina e vamos ver se no fim de um ano tens o cinto”. Mas agora: “Por que não consegues o cinto?”. Esta é a diferença! D.B.: Que recordações tens da tua primeira aula de Karate, quando usaste aquele quimono branco?… D.V.: Lembro-me de que o professor me ensinou um pontapé, que eu executei imediatamente, sem desequilíbrios, sem erros, com a guarda e tudo! E o professor me disse: “Dominique, isso se chama mawashi gueri”. E eu respondi que isso era um pontapé na cara. Ele riu e disse: “Não, não. Aqui é um mawashi gueri”...


Entrevista

Assim começou a minha educação marcial.

“Me expulsaram da França devido ao assunto do Contact Nº75. Em 2000 voltei para a minha casa e comecei a trabalhar o Karate Contact”

“Temos que interessar o público e não fazer só uma repetição de coisas que afinal o incomodam”

D.B.: E como foram os teus começos como Instrutor? DV: As pessoas tinham muitas dificuldades para fazer o que eu fazia. Durante os primeiros sete, oito, ou dez anos eu não tinha essa qualidade da transmissão para dar aos outros. Quando nasceu a minha filha Karine, eu tinha 28 anos e mudei. Porque ela estava em casa e eu já era “Papá” e então começou a paciência. Depois, filha desta filha e eu com 41 anos, tive a minha neta e mais paciência, ainda mais! Quero dizer que a vida nos faz ir mudando e se não mudamos, então temos um problema, por não sermos capazes de nos habituarmos coisas diferentes. Porque com 70 anos, não se pode pensar o mesmo que com 15 anos. De não ser assim, talvez tenham faltado coisas na nossa vida e a cabeça não funciona bem… D.B.: : Alguma vez te aconteceu ter dito alguma coisa a alguém durante a aula e depois perceberes que talvez te tenhas confundido? Teres cometido um erro e depois teres ido mal para casa? DV: Sim, me tem acontecido. Às vezes falo mais alto e digo “por que isto ou aquilo!” e depois vejo a criança que fica triste e eu penso: Mas que parvoíce a minha! Um dia me aconteceu exactamente isso e no dia seguinte o menino não veio à aula, então fui eu à casa dele. “Não. Eu que já não quero ir a treinar contigo…”. Um pouco nervoso eu disse: Mas vem, homem, vem daí! E sua mãe me disse: “Não, ele não quer ir”. E eu teimava que sim, que viesse… e acabei por levá-lo. Temos treinado sempre e uns sete ou oito anos depois deste facto que contei, ele foi Vice-Campeão da França. Agora, quando de vez em quando nos encontramos em Lyon, ele me diz: “Oh, Sensei. que boas recordações que tenho!”. Somos humanos e se os garotos assim não nos marcarem…, então é que somos umas máquinas, não somos humanos!


Dominique Valera D.B.: : É uma pena que normalmente, o professorado que se dedica às Artes Marciais, neste caso não teriam ido à casa do garoto… O menino não veio? Tanto faz… D.V.: Não se importam, um não veio, outro virá. Mas isto vai mudar… De certeza tem de mudar. O problema das Artes Marciais é que as pessoas ficam com essa “marcialidade” mas marcialidade de combate e não de transmissão. Não do contacto com os outros. Não o contacto de bater mas sim o contacto humano. E esse é o problema. Sempre se fica, por exemplo, a dez centímetros - se a vida da criança é um metro e a competição são oito metros, toda a gente fica nos oito ou dez centímetros. Mas a mim o que me interessa é o depois, o que fazer para continuar na boa linha de conduta. O depois não é o seu trabalho, é o nosso. Na competição temos de acompanhá-lo, da mesma maneira que se leva uma criança de mão dada quando tem cinco, ou seis anos… Depois, tem de se falar com ele, comunicar-se com ele, também ainda acompanhá-lo. Porque os dez anos de competição não são a sua vida, são só uma pequena passagem da sua vida. Em Francês temos um nome para isto: “epanuissement”. Quer dizer que se o garoto se sentir bem no seu papel, vai estar bem consigo mesmo. D.B.: Tens muito amigos nas Artes Marciais? D.V.: Sim, muitos. Nas Artes Marciais tenho amigos e também no Full Contac. Em todo desporto de combate que seja Marcial, de Boxe ou outros, as pessoas se respeitam. Em Karate, por exemplo, conto com amigos em todas as pessoas da equipa da França com as quais fui campeão do mundo. Nos respeitamos muito nos ainda nos vemos…, menos um que já partiu para “A Grande Viagem!”. Em Full Contact: Bill Wallace, John Lewinsky nos deixaram faz já dois ou três anos... Mas sempre continuo me encontrando com gente. e também nos cursos… Por certo, no curso que ontem fizemos, vi os jovens muito bem! D.B.: Mas o “muito bem” é o seu treino? D.V.: Não, o “muito bem” é o que eu quero para a sua vida, não só para treinar. Quero ver o seu comportamento na rua, em casa, com sua mulher, com a mãe…, isso é o que me interessa… Me interessa muito mais que a hora e meia que passamos fazendo socos e pontapés…. D.B.: Há vida marcial além da aula? D.V.: Podes ter a certeza que há!!! D.B.: Há professores que só querem a vida marcial dentro do tatame. Tu, com muita mais experiência que eu, terás visto pessoas que são muito fixes no tatame, porque se tem de ter muita rectidão no tatame, mas… D.V.: Sim, sim. Mas depois ficam sozinhos. Quando têm setenta estão sozinhos. Se queixam: “Não percebo porque os meus alunos foram todos embora! Todos me deixaram…”. Não, não te deixaram! És tu que deixas-te todos. Mas é que já lá vão vinte anos e não tinhas previsto isso. Que faz em vinte anos que não tens unificado, transmitido… E agora te queixas? D.B.: Desde quando conheces Bill Wallace? D.V.: Conheci Bill Wallace em1974. Nos apresentaram na Alemanha, onde fazia um combate de exibição. No mesmo dia em que nos apresentaram, disse a ele que eu competiria no Campeonato do Mundo de Karate e ele rindo, me disse: “Oh, Karate, Karate…” Eu disse que era em Long Beach, no mês de Outubro de 1975 e ele respondeu que me iria lá para me ver. E veio me ver e no meio da barafunda de que todos falam com


Entrevista

respeito a Long Beach, Bill me disse: “Deixa isto, Dominique. Não é para ti. Tens muito a oferecer, mas isto não, neste sentido não. Volta e começa o Full Contact comigo. Tu vais ver como é diferente. Quando se vence, sabes porquê e quando perdes, também. Mas no Karate o problema é que se depende dos árbitros, se depende de muita coisa. No contacto não, ganhas ou perdes e pronto! O?público vê se vences ou perdes…. D.B.: Perdeste algum combate em Karate? D.V.: Perdi 17 combates de 701. E em Full Contact fiz 28 combates e perdi 4. A minha carreira de 20 anos de competição vai dos anos 60 até 1981. D.B.: Como estavas quando resolveste deixar a competição em 81? D.V.: Estava mal, mas não foi por isso. Estava mal porque toda a França me virou costas. Porque o Free Contac era então semelhante ao que é agora o Free Fight. Mas o Full Contac eram dois atletas preparados e que entravam no ringue para fazer um combate à vida ou morte que as pessoas viam como do tempo dos romanos, nada a ver agora com o combate na caixa. Não, não há comparação com isso. Então todos me viraram costas comecei aos poucos, com aulas e cursos. Assim começou o Full Contact em toda Europa. Isso foi em dez anos. Levou-me 10 anos mostrar o Full Contact em toda Europa e agora estou satisfeito, porque é uma disciplina marcial em todos os países do mundo. D.B.: Fazes Judo, Karate, conheces Bill Wallace, começas com o Full Contact… E quando começas com o Karate Contact? D.V.: Com o Karate Contact começo em 2000, porque o novo presidente da Federação Francesa de Karate, Francis Didier, que era para mim como um irmão e sempre me aconselhava, no dia em que fui eleito ele me telefonou e disse: “Dominique, em Karate perdemos muitas licenças porque o pessoal vai


Entrevista “Sempre digo que os centímetros mais importantes não são os que há depois do punho ou do pé, são os que estão entre as duas orelhas e que chamam inteligência”

“Me sentia muito mal, porque toda a França me virou as costas. Porque o Contact era nessa época uma coisa assim como é agora o Free Fight”


para o Kick Boxing, o Full Contact, o Taewkondo… Gostaria que fizesses a Federação Francesa de Karate ao Contacto, ou “Karate Contact”. Estás interessados? Sim ou não?”. Eu disse que sim, que isso me interessava, porque era como a minha família. Deixei a França porque me expulsaram com o assunto do contact, em 75. Em voltei para a minha casa e comecei a trabalhar o Karate Contact. Agora o Karate Contact tem 14.000 licenças na França, onde há campeonatos da zona Sul, zona Norte, etc.…, e agora estão começando a trabalhar em um campeonato da Europa, que muito provavelmente seja em Paris, no ano que vem, organizado com a Federação Francesa de Karate e Francis Didier. Já há Karate Contact em 14 países. D.B.: O que sentiste quando viste o Bill na quinta-feira, antes do vosso seminário em Saragoça? D.V.: Foi óptimo tornar a encontrar-nos, porque o Bill é uma pessoa muito amável e educada e isso é do que eu gosto acima de tudo. Porque levantar a perna é uma cosa, mas levantar a capacidade mental e intelectual é outra coisa muito mais importante. Eu sempre digo que os centímetros mais importantes não são os que há depois do punho ou do pé, são os que estão entre as duas orelhas e chamamnos inteligência. Por isso gosto muito de Bill, porque é uma pessoa muito humana e muito inteligente. D.B.: Mais, alguma coisa a dizer, Dominique? D.V.: Que eu te aprecio muito. És como um irmão mais noivo para mim, porque tens conseguido fazer muitas coisas na Espanha que ninguém tinha feito. Trazer gente como nós, para fazer uma aula grande. Os meus respeitos, David, isso está muito bem. D.B.: Obrigado, Dominique.




Os cinco animais do Weng Chun Kung Fu


No marco do Weng Chun Kung Fu, o estudante trata de desenvolver vitalidade, agilidade, força, coordenação, flexibilidade, resistência e velocidade, assim como estratégia e técnicas em situações de combate. No que respeita ao seu crescimento interior, procura desenvolver a potência sem esforço, o que resulta da consciência, assim como de uma compreensão da utilização natural do corpo, a respiração e o pensamento. Uma ferramenta poderosa para esse propósito é a prática dos cinco animais do Weng Chun Kung Fu, dos que se diz terem sido desenvolvidos pelo legendário último abade de

Shaolin, Chi Sim. A atenção, assim como a dos observação animais e dos elementos da n a t u r e z a , sempre foram uma fonte de inspiração para os antigos praticantes de Artes Marciais na antiga China. No entanto, ainda nos nossos dias todos podemos sentir o poder dos elementos durante um passeio no bosque, ou a força impossível de conter e a valentia frente à aparição de um tigre.


Os cinco animais do Weng Chun Kung Fu Os cinco animais do Weng Chun Kung Fu Tigre (Fu): Força, Poder. O tigre representa o poder impossível de conter e está simbolizado pela garra, que se utiliza nas Artes Marciais para agarrar e puxar da cara, do cabelo ou na virilha do atacante, quebrando assim o seu equilíbrio. A estratégia do tigre é aproximar-se sigilosamente à peça que pretende caçar, fechando agressivamente a distância no momento adequado e atacar lateralmente para derribá-la ou para pressioná-la. No Weng Chun Kung Fu, isto se pratica desde o início: A primeira estratégia de combate do Weng Chun se baseia no princípio "de um lado para o centro", o que força o oponente a um combate extremamente próxima para imobilizar ou derribar. A utilização das garras de tigre se pratica especificamente para desenvolver a força nas ancas e pernas, e manter a coluna vertebral forte e flexível. Um exercício muito conhecido para isto é o "Tigre Faminto", que consiste em arquear as costas como um gato. A nível mental, se desenvolve coragem, permitindo assim que o praticante possa agir espontânea e directamente. O Fu Mei Gerk, o pontapé de cauda de tigre, é o famoso pontapé em rotação do Weng Chun, que incita ao ataque do oponente, para poder bater-lhe por surpresa com um pontapé lateral em rotação, com o qual é frequente deixá-lo KO. Serpente (Shè): flexibilidade, elasticidade. A serpente representa a energia silenciosa, suave e flexível, que sempre está preparada para mudar de direcção em um instante, e que se utiliza por exemplo, para aplicar por surpresa golpes de dedo aos olhos u outros pontos vitais do oponente. Segundo a tradição



Os cinco animais do Weng Chun Kung Fu Shaolin, a serpente simboliza o CHI, a própria energia da vida. Os exercícios da serpente se realizam principalmente para desenvolver a flexibilidade e a elasticidade. Seguindo a estratégia da serpente, se estabelece contacto físico com o oponente e com a sua energia, enquanto que ao mesmo tempo se ataca. A técnica de ataque de dedos Biu Jee, é característica da serpente. Utilizando a técnica de Biu Jee da serpente, se intercepta o punho do atacante com um movimento semicircular com o antebraço, sentindo e desviando a energia oposta, enquanto que ao mesmo tempo se contra-ataca com um golpe de dedo ao olho do adversário. Mentalmente, se desenvolve uma mentalidade flexível e ao mesmo tempo em calma e se sente nitidamente o ambiente interno e externo. Grou (Hok): Posição, equilíbrio. A famosa posição do grou, com um joelho dobrado, forma uma base para todos os pontapés e os exercícios de equilíbrio simbolizados pelo grou no Weng Chun Kung Fu. Uma técnica conhecida do Kung Fu chinês para o ataque e a defesa é o Bong Sao, a “Mão de Asa”. Utilizando o antebraço como uma asa batente, se desvia o ataque do contrário. Dessa maneira, o oponente perde o equilíbrio e possivelmente se situe de costas para o praticante de Weng Chun. A mão em forma de gancho Kao Sao, é uma técnica do grou bem conhecida, que se utiliza para desviar ou agarrar com um gancho um braço ou uma perna do atacante. Frequentemente se usa o puxão do pescoço ou do braço, usando a mão de gancho do grou, junto com o ataque de dedos comprimidos, aos pontos vitais. Devido ao jogo de pés, específico do grou, se podem aplicar pontapés e joelhadas, e mudar a distância de combate dos oponentes para os confundir e finalmente,





Os cinco animais do Weng Chun Kung Fu

desanimá-los. Em um plano mental, os grous nos permitem manter uma mentalidade equilibrada. Leopardo (Paú): Velocidade. Se bem o poder do tigre se baseia em posições sólidas, com a estratégia do leopardo, a força dos praticantes de Weng Chun resulta da rapidez agressiva, expressando-se em passos flexíveis e elásticos, assim como em empurrões rápidos com as ancas (Tschap Choy) e socos em cadeia, rápidos e agressivos (Lin Wan Kuen). Os ataques do contrário se bloqueiam ao princípio mediante a velocidade e o uso de golpes rápidos concatenados que o atordoam e superam. A força mental do leopardo se caracteriza pelo estado de alerta e a coragem, sempre orientado para a frente. Dragão (Lung): Espírito. O dragão combina os rasgos dos animais anteriormente ditos, resultando assim uma nova maneira de movimento, que é elástica, flexível e suave, e ao mesmo tempo pode ser rápida, explosiva e dura, dependendo das exigências da situação do combate, mas em qualquer caso se faz sem esforço. O princípio é que o dragão trata acerca de desenvolver o famoso poder do Weng Chun Kung Fu ou Sing Kung ("duplo poder"), onde se combinam os métodos interno e externo da formação. Para controlar o dragão, os lutadores utilizam todas as distâncias de combate de maneira espontânea e sem esforço e portanto, todas as possibilidades de ataque do contrário resultarão inúteis. Para um atacante, o lutador dragão parece ser capaz de simplesmente desaparecer, para reaparecer mais forte numa nova posição. De um ponto de vista


Weng Chun



Weng Chun mental, o dragão se caracteriza pela utilização das capacidades inerentes do pensamento, de um estado de alerta e da auto-consciência mental.

Epílogo do autor, Andreas Hoffmann: O método de treino dos Cinco animais do Weng Chun é uma ferramenta excepcional para melhorar a aptidão física e a capacidade de luta, tanto para adultos como para crianças, enquanto que ao mesmo tempo incentiva o desenvolvimento mental e espiritual. Faz trinta anos que venho estudando a área dos cinco animais e tenho visitado a grande número de grandes mestres na China e em todo o mundo, para aprender deles e transmitir ideias e experiências com eles. Durante a minha aprendizagem como professor de Ginástica Natural, também encontrei de novo, o método de treino dos Cinco Animais Por regra geral, a Ginástica Natural é praticada por profissionais de MMA e Freefight, para se prepararem para a competição ou como exercícios de reabilitação, em caso de lesões desportivas. No marco da nossa Associação Internacional Weng Chun, desenvolvi programas especiais baseados nos cinco animais, aptos para pessoas comuns interessadas na própria defesa ou simplesmente no fitness, assim como para os atletas profissionais. Me sinto muito satisfeito de que nas nossas escolas, os nossos programas dos Cinco Animais de Weng Chun, tambem gozem de uma imensa popularidade entre as crianças, alcançando grandes resultados. Em caso de dúvida ou para mais informação, por favor não duvidem em me contactar.

Texto: Andreas Hoffmann, Christoph Fuß, Fotos: Gabriela Hoffmann









Kung Fu

Dr.Chiu Chi Ling, 10º Dan – Lenda viva do Shaoolin Hung Gar Os seguidores apaixonados do cinema, conhecem a sua cara através de numerosos filmes de Kung Fu, nos quais aparece nos ecrãs. No seu papel de alfaiate em "Kung Fu Hustle", mostrou mais uma vez seus conhecimentos das Artes Marciais. Ao contrário da maioria dos actores de Kung Fu, ele não só nos filmes é um M e s t r e d e K u n g F u . O D r. C h i u C h i L i n g pertence a uma famosa família do Kung Fu e conhece e pratica todas as facetas do combate e da ciência médica de Shaolin, como nenhum outro. Poucos, só muito poucos mestres podem afirmar de si mesmos, que conheceram pessoalmente os três grandes actores dos últimos anos: Bruce Lee, Jackie Chan e também Jet Li, que em cenas de filmes especiais gozaram das ensinanças do nosso Grão Mestre Dr. Chiu. A maioria dos actuais Sifus do Hung Gar, começaram nestas artes com filmes, vídeos formativos, seminários e/ou artigos .

Linhagem famosa de Kung Fu Nascido a 20 de Janeiro de 1943, em Cantão (R.P. da China), o Grão Mestre de Kung Fu, Dr. Chiu Chi Ling é proveniente de uma das mais conhecidas Linhagem de Kung Fu da China. Seu pai, Chiu Kow (1895-1995), aluno predilecto do legendário Lam Sai Wing, lhe ensinou desde os quatro anos de idade, a arte do Shaolin Hung Gar Kung Fu original. As cicatrizes testemunham o duro ensino sob a alçada de seu pai e sua mãe. O Grão Mestre Chiu Chi Ling hoje dispõe da totalidade dos conhecimentos que compreendem as artes marciais e é considerado uma eminência internacional no âmbito das técnicas



de combate, da medicina tradicional chinesa e das ervas medicinais, da história, filosofia e ética, mas também, por exemplo, no que respeita à Dança do Leão e à Caligrafia Chinesa. Como consequência do privilégio de ser filho de um famoso Mestre de Kung Fu, também cresceu nele a responsabilidade do alto nível da tradição familiar e para estar à altura desses conhecimentos, teve de trabalhar arduamente. Desde muito jovem, seu pai começou a educá-lo com os princípios dos Mongé Shaolin e a sua tradição, ensinando-lhe todas as artes de Shaolin.

A Forma Tigre-Grou – Fu Hok Seung Yin Kuen Por isso, desde a mais tenra infância, com oito anos já Chiu Chi Ling dominava a forma distintiva do Hun Gar, a extremamente exigente forma Tigre-Grou! com a qual Chiu Kow, na década dos anos sessenta, ganhou o Campeonato Nacional Chinês de Wu Shu. Com isso, se criou um precedente para que o Nanquan (Nam Kuen em Cantonês), representando o estilo cantonês, fosse aceite. Este êxito desportivo despertou grande interesse, tanto no público como no âmbito dos funcionários da Federação. Isto abriu a possibilidade de mostrar esta forma aos Mestres da época. Os Mestres reconheceram a genialidade e o enorme potencial da dita forma e criaram a primeira Forma oficial Wu Shu.

A sucessão Chiu Chi Ling começou com 15 anos a sua formação como curandeiro e quiropracta. Possui todos os conhecimentos da família Chiu acerca das plantas medicinais (Dit Dat) e MTC. Em breve, o jovem Chiu Chi Ling iria dar assistência a seus pais nas aulas nocturnas. Com motivo da sua extraordinária qualificação técnica e a sua lealdade à família e às tradições do Shaolin Kung Fu verdadeiro, Chiu Kow que na época, em 1965, tinha 70 anos, finalizou a sua actividade docente e escolheu o filho como seu sucessor. Com 28 anos, Chiu Chi Ling abriu a sua própria escola de Kung Fu, na Nathan Road, em Hong Kong. Um ano depois, casava com ChanYuk Ling. Seu filho em comum, Kevin, trabalhou como



actor junto de seu pai, sendo criança, no filme "Duelo dos 7 Tigres", onde numa sequência do treino mostra a Técnica da Serpente. Mas quando cresceu, ele estava mais interessado nos computadores que no Kung Fu… Kevin Chiu é hoje um conhecido especialista no mundo da informática.

O filme sensação dos anos 70 e 80 Com os filmes orientais, que foram a sensação dos anos 70, Chiu Chi Ling passou a ser um actor procurado como dobrador para sequências especiais. Nunca o seu destino foi estar diante da câmara, só como um papel secundário na sua vida. Ele foi coordenador entre bastidores, para influir na composição das cenas de combate. Com frequência, quando os actores tinham acidentes, lhe pediam conselho por seus conhecimentos de Medicina. Coordenava as cenas de combate (e curava feridas) de conhecidos actores como Bruce Lee, Jacky Chan, Jet Li, David Chiang, Ti Lung etc. É pena que "Duelo dos 7 Tigres" (1981) seja uma das poucas fitas em que Chiu Chi Ling teve o papel principal. Em 2003 filmava uma nova fita com Stephen Chow, em Shanghai. A fita chegou aos cinemas com o nome de "Kung Fu Hustle". Ainda presentemente, o Grão Mestre, já com seus mais de 70 anos, continua trabalhando em filmes.

O legado do Pai O Grão Mestre Chiu Chi Ling mantém o propósito de cumprir o desejo de seu pai, a quem prometera muito seriamente manter,


Kung Fu

incentivar e expandir o Shaolin Hung Gar. O conhecimento destas Artes, que quando iniciava o seu próprio caminho, seu pai lhe deixou como uma herança muito valiosa, é para ele tão precioso que não duvidou em dedicar a isso toda a sua vida. Actualmente, para mostrar ao mundo e manter esta original e tradicional arte marcial, está sempre em viagem. Na actualidade forma alunos selectos por todo o mundo, dirige seminários, etc. O seu sucessor oficial eleito, é o Grão Mestre Martin Sewer, da Suíça.

Enorme presença nos Meios de Comunicação O Gover no Chinês tem em consideração o seu valor e lhe encomendou, por exemplo, a direcção da reconstrução do Claustro Schaolin Sur, ou a organização da abertura do Museu

de Wong Fei Hung, em 2001. A sua popularidade se vê também com a sua presença nos meios de comunicação. Desde faz dezenas de anos, fotografias suas são capa das muitas revistas especializadas nas artes marciais de todo o mundo. Muitas estações de TV, com milhões de televidentes, como a NBC (USA), a TVB (Hong Kong), a NHK TBS (Japão), o reclamam assiduamente como estrela convidada em seus programas. Jor nais como o “Chinese Times Americano”, informam regularmente sobre ele e a sua vida dedicada ao Hung Gar.

Grande humanidade e modéstia Quem tem a sorte de conhecer pessoalmente o Grão Mestre Chiu Chi Ling, fica surpreso. Apesar de seus 72 anos, irradia

energia e é um homem extraordinariamente amável e muito alegre, que está sempre disposto a ensinar, esclarecer, ajudar e sempre aberto às brincadeiras e a divertir com bom humor.









WingTsun


O sistema de treino… WingTsun Acostumo a dizer que o CHI SAO ocupa 90 % da prática do WingTsun. Isto tem uma parte boa e uma parte má. A boa é que dota o praticante de uma grande habilidade: a capacidade de estar “colado” às extremidades do outro e sentir as mudanças de ângulos, direcção ou perdas de pressão. Realmente é uma habilidade fundamental do nosso sistema e acima de tudo é realmente “divertido” e agradável de praticar. A parte má: A imensa maioria de praticantes de Wing Chun de qualquer ramo, se fazem “ADICTOS” ao Chi Sao. O seu treino acaba sendo quase um 100% do tempo: juntar as mãos e realizar drills, secções de Chi Sao ou simplesmente Chi Sao Livre com um parceiro. Talvez seja esta a principal causa do “esquecimento” de outras facetas de grande importância no Wing Tsun Kuen. Penso que vamos estar de acordo em que não é coisa especialmente positiva, concentrar-se tanto em um único aspecto de uma ARTE.

I

sto acontece principalmente, quando não somos capazes de traçar um bom planeamento de treino e uma programação. Já falei sobre este aspecto em alguns artigos e textos publicados anteriormente, mas penso que na coluna de hoje adquire uma especial importância neste sentido. Tradicionalmente, o sistema de ensino foi em privado e em segredo, de “pai para filho”. Esta maneira de aprender (em primeiro lugar) e de prática pessoal (em um segundo) é simplesmente PERFEITA. Ideal, porque não permite interferências nem falhos na compreensão das técnicas e das ideias. Bem ou mal, correcto ou incorrecto, não poderemos nunca dizer que há o mais mínimo erro de transmissão no ensino. Desde este primeiro cenário e pelas lógicas consequências da abertura ao público das escolas de Artes Marciais, esse sistema fica obsoleto pela impossibilidade de que um só professor ensine a mais de duas ou três pessoas de maneira directa. O método deve então ser diferente. A partir desse momento, se produz um período de adaptação que se resume no desenvolvimento de drills, para que um pequeno grupo de praticantes treine entre eles. O professor transmite uma ideia ou técnica e continua fazendo pequenas correcções aos seus pupilos. Digamos que na actualidade, é este o sistema mais utilizado no Wing Chun, em todo o mundo.

“Levo mais de 15 anos dedicado profissionalmente ao ensino no mundo das Artes Marciais e tenho a certeza de que os processos de formação e os sistemas de treino podem ser sensivelmente melhorados”


WingTsun Devo reconhecer que compreendo o ensino de uma maneira um pouco diferente. Levo mais de 15 anos dedicado ao ensino no mundo das Artes Marciais, de maneira profissional e tenho a certeza de que os processos de formação e os sistemas de treino podem melhorar-se sensivelmente. De certeza que há pessoas que pensam de diferente maneira e afirmam sem se ruborizarem: Porquê mudar uma coisa que já funciona bem? Realmente esse seria um assunto interessante para levar a debate! Eu não tenho muita certeza de que funcione especialmente bem. Penso em todo processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades, deve de existir uma tentativa de melhora constante. Entendemos que se o nível geral dos praticantes é alto, é bom para a própria ARTE. Para conseguir altos níveis no praticantes é necessário, por lógica, altos níveis formativos. É fundamentalmente a razão pela qual sempre tento dar um pequeno passo mais além nos sistemas e métodos de treino do sistema que pratico.

Qual é o nosso ponto de vista? Temos a imensa fortuna de termos as nossas necessidades básicas absolutamente cobertas e as Artes Marciais são hoje parte da nossa vida, mas não como algo VITAL. Não praticamos por uma necessidade urgente de capacidade de combate e defesa pessoal. Praticamos porque nos faz sentir bem. Porque nos enche! Porque nos faz sentir preparados, VIVOS! Nos apaixona estudar e ver desde diferentes pontos de vista a ARTE que escolhemos como MODO DE VIDA. As pessoas que actualmente praticam AAMM, têm a imensa sorte de ter um lugar onde ir a praticar (Escola, Dojo, Kwoon…) e não ter de se preocupar muito além do treino desse dia. Esse é o trabalho de instrutores e mestres… Que assim seja e para isso, deve ser uma obrigação desenvolver um sistema completo e equilibrado, que permita uma evolução de todos os praticantes. É a melhor maneira de manter um legado que as gerações que


nos antecederam, nos fizeram chegar. Devemos CUIDAR a ARTE e não há melhor maneira de cuidar alguma coisa que tentar faze-la um pouco melhor que a geração antecedente. Para desenvolver qualquer sistema, deveríamos saber bem quais são os elementos que temos no nosso estilo. Este é também um assunto bastante delicado, porque de umas escolas para outras varia levemente a maneira de ver ou os interesses da prática. É por isso que penso que seja o mais acertado para tentar transmitir a ideia hoje, explicar o QUÊ e O COMO fazemos na minha escola, a TAOWS Academy. Se a alguém servir como guia, pode usá-la ou adaptá-la à sua maneira. Em primeiro lugar, sempre realizamos um PLANEJAMENTO de trabalho organizado em períodos de tempo específicos: treino a um ano, semestres ou meses. Pensamos que a falta de planeamento em muitas ocasiões

nos leva a assistir a uma aula para fazer “Wing Tsun”. Nada específico, muito improvisado! Isto, sem dúvida seria ideal para praticantes avançados, não pode ser imitado pelos principiantes e níveis médios, por uma questão bastante simples: os praticantes principiantes têm de aprender e completar todo o sistema. A ausência de uma programação obriga o aluno a treinar um dia uma coisa, outro dia outra, finalmente um pouco de Chi Sao, outro dia um pouco de sparring, etc… Resumindo, a caminhar em círculos. O treino deve estar ordenado e desenhado por semanas, meses e anos. Resulta curioso escutar praticantes com 12 ou 15 anos de prática, afirmar que não completaram o sistema na sua aprendizagem e que ainda não viram a forma Bart Cham Dao ou outros aspectos do estilo. Penso que é a falta deste ordenamento e da programação, o principal responsável disto. A consequência? Quanto mais tempo passemos dando


WingTsun


voltas sem objectivo, MENOS tempo teremos para a prática e para desenvolver as habilidades. O trabalho de um praticante de nível básico, deve ser aprender quanto antes as formas, técnicas e aplicações. Para os professores, entre os quais me encontro, devia de ser uma OBCESSÃO tentar conseguir que os nossos estudantes aprendam e COMPREENDAM todo o arsenal técnico, táctico e estratégico no menor prazo de tempo possível. Isto irá permitir um maior tempo de prática do sistema completo. Quando digo a prática, marco muito claramente uma diferença com aprendizagem. Se bem um praticante de Artes Marciais JAMAIS deixa de aprender, devemos estar de acordo em que quando uma pessoa está nos primeiros anos de prática, deveria concentrar-se na aprendizagem e a correcta realização das técnicas, sua maneira de aplicação e o momento das mesmas. Mas chegado ao nível avançado, deve EXPERIMENTAR com elas, PROVAR e aplicar as mesmas em um cenário mais próximo do sparring com um adversário ou um parceiro que conhece as mesmas “perguntas e respostas” que nós e nesse intercâmbio realizar uma espécie de “jogo de guerra”, que nos permitirá ir adquirindo maior controlo e habilidade no uso das mesmas. Para explicar isto de uma maneira que se possa compreender perfeitamente, utilizarei a similitude da ARTE que mais se assemelha ao WingTsun no que respeita ao seu conceito como sistema: o XADREZ. Quando aprendemos a jogar XADREZ, não podemos nem sequer pensar em realizar um jogo frente a um adversário de nível médio. Pareceria uma frivolidade tentar jogar frente a frente com um adversário de nível médio ou avançado, por uma questão muito simples: o médio ou o avançado conhece muitas mais “técnicas” e acima de tudo estratégias, que uma pessoa que começa. Nesta arte, primeiro se devem aprender as normas do mesmo. Em primeiro lugar, aprender os movimentos das peças: os peões, os cardiais, cavalos, torres, rainha e rei. Quais são os pontos fortes de cada uma delas, frente às diferentes situações que o tabuleiro e um adversário nos vai lançar. Aceitar que toda técnica (seja qual for) sempre tem uma parte boa e uma “menos boa”. E é aí onde radica a autêntica natureza do “jogo” e também das Artes Marciais. Uma vez finalizada a fase primeira onde aprendemos a mover-nos no tabuleiro, iremos começando a alisar jogos com adversários do nosso nível, onde tentar mostrar o nosso conhecimento e a atrever-nos com alguns movimentos para tentar vencer o adversário. GANHANDO ou PERDENDO, a diversão do xadrez radica na própria luta, no próprio jogo, no caminho a seguir…

“O trabalho de um praticante de nível básico, deve ser aprender quanto antes as formas, técnicas e aplicações”


WingTsun “Praticamos porque nos faz sentir bem. Porque nos enche! Porque nos faz sentir preparados, VIVOS!”


“Penso em todo processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades, deve de existir uma tentativa de melhora constante”

Quando de vez em quando se joga com um adversário de nível superior, o nosso nível do estresse e emoção aumenta e tudo se complica…, mas o processo é necessário porque devemos abandonar a “zona de conforto” para melhorar a nossa habilidade em um ambiente onde não temos o controlo do jogo. Mas, da mesma maneira se tentará fazer tudo quanto o conhecimento e a criatividade nos oferece nesse “campo de batalha” fechado, para tentar superar o aluno. Nos pareceria realmente ridículo que o nosso “professor” de xadrez nos obrigasse a utilizar as suas próprias “jogadas” (aberturas ou técnicas). Não faria sentido intentar superar o nosso professor com as técnicas que ele conhece muito melhor que nós próprios. O conselho de qualquer jogador de xadrez seria: Experimenta, atreve-te a fazer coisas. Pensa, escolhe e decide. Afinal, simplesmente é um jogo. A nossa habilidade irá melhorando conforme joguemos… Do outro ponto de vista, para um jogador de xadrez de nível médio ou superior, jogar com um principiante é MUITO ABORRECIDO. É muito fácil superá-lo e ganhar e isso faz o jogo monótono e sem interesse. O Gozo, a diversão… está numa grande pugna com alguém que tenta fazer tudo quanto pode, e tentar superá-lo… Parece lógico, não é verdade? Pois bem… Então por que não utilizamos os mesmos sistemas de aprendizagem no “xadrez humano” que o Wing Tsun constitui? Não lhes parece que poderíamos realizar alguma coisa parecida neste apaixonante tipo de guerra? Tenho a certeza que sim… Este é o motivo pelo qual infinitas vezes, nas minha aulas e cursos, eu me refiro ao Wing Tsun como o “Xadrez Humano”…

“Se bem um praticante de Artes Marciais JAMAIS deixa de aprender, devemos estar de acordo em que quando uma pessoa está nos primeiros anos de prática, deveria concentrar-se na aprendizagem”


WingTsun Quais são os elementos que temos de integrar nesse planeamento de trabalho? 1.-Formas (desde o Siu Nin Tao ao Bart Cham Dao, passando por todas e cada uma das formas, conhecendo perfeitamente a execução técnica delas). Nome e significado das formas. Ideias que “esconde” cada uma delas. 2.-Deslocamentos: Necessários para desenvolver qualquer género de estratégia táctica. Os deslocamentos se encontram nas FORMAS (ponto 1) além de alguns conceitos tácticos de busca desses deslocamentos. 3.-Técnicas de Batimento (correcta realização das técnicas, objectivos e anulação das mesmas) 4.- Chi Sao.- A alma do sistema. O rasgo que caracteriza este sistema chinês e ao que se deve dedicar grande parte do tempo, MAS NÃO TODO o tempo de prática. A aderência, desde DOIS pontos de vista: o que tenta ficar colado para desviar, inibir ou neutralizar a força dirigindo-a onde fizer menos mal e em segundo lugar, o que tenta DESPEGAR-SE de alguém que mediante a aderência tenta parar os ataques e técnicas de batimento (ponto 3) 5.- Chi Gerk.- Apesar de que devia formar parte do ponto nº4 (Chi Sao), fazemos uma pequena diferenciação neste ponto, para darlhe a importância que merece. Há praticantes de Wing Tsun que prestam muita atenção ao Chi Gerk e outros que não tanto… As diferenças são imensas na aplicação de combate. Resumindo, o que quero é incidir na importância de que o Chi Gerk forme parte do trabalho como uma UNIDADE e acima de tudo, a importância que tem para o sistema Wing Tsun Kuen, o domínio das técnicas de “pernas pegajosas”, por vários motivos. 6.- Não-contacto.- Se devido a desequilíbrios ou perda de distância, por qualquer motivo perdemos a capacidade de estar colados ao outro. Temos de tentar fechar a distância de novo e o mais rapidamente possível, em busca da aderência. mas esses centímetros de nãocontacto devem ser estudados para evitar



“ É necessário lutar todos os dias que se pratica, para não perder a perspectiva. O Wing Tsun é essencialmente um sistema de Boxe Chinês”


surpresas inesperadas. A solução a isto se encontra de novo nas Formas do estilo (principalmente do Boneco de Madeira, Biu Tze Tao e Bart Cham Dao. De novo remetemos ao ponto nº 1. 7.- Exercícios do desenvolvimento da potência elástica e p caminho dinâmico, como elementos para dotar de potência e eficiência os nossos golpes de mão ou pernas. Neste sentido, o sistema também contempla elementos realmente interessantes que nos unem às Artes Marciais Inter nas, que encontramos principalmente na forma Siu Nin Tao e na Forma do Pau Comprido, as quais são extremamente importantes para praticantes de um estilo que fecha a distância com o oponente e bate em “curto”. Simplesmente NECESSITAMOS esse tipo potência de batimento elástica e sem espaço. 8.- Sparring: A lutar se aprende lutando. É óbvio! Mas é importante considerar este

elemento. É necessário lutar todos os dias que se pratica, para não perder a perspectiva. O Wing Tsun é essencialmente um sistema de Boxe Chinês. Esquecer isto pode levar seus praticantes a dinâmicas muito pouco recomendáveis para um praticante de Artes Marciais. Estes elementos devem fazer parte do desenho de um plano de trabalho perfeitamente delineado, tanto em conteúdos como em tempo. Não podemos esquecer que o mais importante numa ESCOLA DE ARTES MARCIAIS é, sem nenhum género de dúvida, que os estudantes aprendam e compreendam este sistema quanto antes, melhor. Continuaremos no próximo mês… Agradecimentos a todos pela sua atenção OS MEUS RESPEITOS! Sifu Salvador SánchezTAOWS Academy





Self Defense

Krav Maga Tactical (KMT) é uma forma de defesa pessoal, baseada no Krav Maga original e desenvolvida, posteriormente, tanto para pessoas particulares como para forças de segurança privadas e estatais. Krav Maga (em hebraico "Luta de Contacto") foi desenvolvida para as autoridades de segurança Israelitas de pós-guerra e considerada um dos melhores sistemas de defesa pessoal, dado às suas técnicas comparativamente simples, mas extremamente efectivas e baseadas no instinto. É aprendida e utilizada em todo o mundo, por muitas forças policiais e de segurança.


"A preparação errada é quando estiver perante um ataque e ter esperança que ele não aconteça"

O que é KMT KMT constitui um novo desenvolvimento, de acordo com as exigências e legislação do mundo ocidental. Enquanto que no Krav Maga inicial, o aspecto desportivo e a execução final - por outras palavras, a morte - do adversário terem uma importância relativamente grande, dado as exigências de uma região em crise, no KMT trata-se, em primeira linha, da resolução de situações de conflito de todas as espécies no dia-a-

dia. Salienta-se que qualquer pessoa pode aprender KMT, independentemente da idade ou condição física. A Organização-KMT desenvolve também treinos especiais para mulheres, seniores e até para deficientes físicos ou visuais. Alguns dos nossos instrutores obtiveram formação nas respectivas especialidades. A experiência destes especialistas junto com a dos instrutores na formação de forças estatais e outros profissionais de segurança, fluem, por sua vez, no KMT, resultando daí um desenvolvimento contínuo, consciente e permanente, de grande benefício

para o KMT, contrariamente a outros sistemas.

Pontos fortes - Defesa pessoal moderna, flexível e realística. - Adequado a todos os grupos etários e condições físicas. - Aperfeiçoamento contínuo permanente. - Treinos específicos, p.ex. para indivíduos deficientes físicos ou visuais. - Instrutores competentes e experientes. - Um treino ajustável às necessidades de cada pessoa.


Self Defense


O objectivo do KMT não é a vitória sobre um adversário, mas sim o domínio e sobrevivência em situações de perigo no dia-a-dia, assim como em confrontos de rua violentos, mesmo contra adversários armados.

Características Ao contrário da maior parte das artes marciais, no KMT não é necessário cumprir nenhuma sequência especial. Os movimentos básicos aprendidos vão sendo combinados, com outro dinamismo. Esta liberdade de improvisação permite ajustar-se, o mais rápido possível, a qualquer situação - um aspecto importantíssimo - justamente em relação ao domínio de situações de stress, nas quais (felizmente) o cidadão comum raramente se vê envolvido. No caso de se ser confrontado com uma agressão, aquilo que se aprendeu deve ser posto em prática rápida e instintivamente. Tudo o resto pode ter consequências fatais. O importante é, principalmente, que as técnicas sejam usadas sem grande esforço e que, através de rapidez e ataque-surpresa, se ponha termo a situações de perigo. Isto evita, por um lado, o risco de ferimentos e, por outro, possibilita, ao agredido, usar a força que lhe resta para se colocar em segurança.


Self Defense No KMT, juntamente com defesa desarmada, também se praticam técnicas que ensinam como usar armas de golpe e de ponta e até objectos de uso diário para defesa. Além disso é mostrado como se podem usar armas de fogo, as próprias ou outras, com as quais se é ameaçado, sem a disparar. Proporcionalmente, um meio de enorme importância relativamente às exigências legais de utilização de armas. Pois no caso de ser provado que um agressor não estava assim tão fortemente armado como se julgava, pode trazer consequências jurídicas enormes. Os instrutores de KMT não lhe mostram só como se defender efectivamente. Uma parte integrante de KMT é também o comportamento correcto numa situação de conflito e o conhecimento da situação legal. Nós mostramos como pode evitar um agravamento da situação, verbalmente ou através de linguagem corporal e no caso de se chegar a um confronto corporal, o que é ou não permitido. Assim, pode usufruir da nossa experiência, tanto na formação de órgãos policiais e serviços de segurança, como também de conhecimentos práticos. Muitos dos nossos instrutores fazem parte de serviços policiais e de segurança. KMT contém técnicas de golpe de Box, técnicas de mão aberta, técnica de dedos nos olhos e laringe, cotoveladas e pontapés do Karaté, técnicas de bloqueamento e

imobilização do Jiu-Jitsu e Aikido, assim como alguns arremessos e arrastões simples.

Público alvo Para a questão, quem deve aprender KMT, há só uma resposta: qualquer pessoa. Já que, nos tempos que correm, qualquer um deve ter em conta uma agressão espontânea, a pior maneira de estar preparado para uma agressão é a esperança de que esta nunca aconteça. Num treino realista, quando se é confrontado com situações de agressão, o medo é, em grande parte, reduzido. Pode actuar conscientemente e, efectivamente, defender-se. Quem mostra autoconfiança e sabe como comportar-se em situações de conflito, reduz o perigo de ser agredido. Toda a gente pode aprender KMT. Dado as técnicas não serem desenvolvidas através da força física e que cada aluno começa no nível apropriado, não importa a idade ou a condição física. Atenção: Pré-requisito para a aprendizagem de KMT é ter atingido os 18 anos de idade. Além disso, os alunos de KMT não podem ter cadastro por delitos de violência ou capitais.

Law Enforcement KMT- Law Enforcement proporciona seminários e horas de treino, apropriadas a forças policiais e de

segurança, complementando o KMT para civis, em pontos importantes: contem técnicas especiais de desagravamento (não só para portadores de armas de fogo), técnicas de domínio e retenção, manejamentos de transporte, fixações, luta de chão, treinos de cenário, treino anti-stress e trabalho de equipa. Para além disso, no KMT-Law Enforcement é treinada a utilização de algemas, kubotan e bastões extensíveis (PR-24, MEB/ASP) sendo obrigatória, para os últimos, a apresentação de licença da entidade patronal ou/e uma licença de excepção das autoridades competentes.

Uma menção especial ao citado treino anti-stress Trata-se de um treino extremamente realista e único, desenvolvido a fim de criar uma resistência ao stress que possibilite agir de uma forma controlada, emocional e fisicamente, a situações de perigo, como por exemplo, a estados de emergência. Os métodos usados no treino antistress fomentam o desenvolvimento do chamado "Sistema de aviso prévio" (reconhecer o perigo o mais cedo possível) assim como fortalecem a segurança de acção (avaliar correctamente os perigos, reagir de acordo, desagravar ou controlar). Para atingir estes objectivos é aconselhável assistir a um seminário de vários dias ou treino regular, pelo menos uma vez por semana.














Hwa Rang Do® e a história da Coreia A evolução das habilidades de combate coreanas começou faz uns 5.000 anos, com o estabelecimento do Reino Kochoson. Durante o período dos três reinos seguintes, a tradição guerreira de Coreia encontrou um modo particular de expressão nas habilidades de combate do sistema de guerra conhecido como Hwarang, no antigo reino de Silha. Seus segredos de combate foram


codificados no grande programa do Hwa Rang Do. O G r ã o M e s t r e Ta e j o o n L e e (8°Dan de Hwa Rang Do), o primogénito e herdeiro do Hwa Rang Do, nos conta o que segue, acerca da relação entre o Hwa Rang Do e a História da Coreia. Também nos descreve o importante trabalho de seu pai, o Dr. Joo Bang Lee (10° Dan de Hwa Rang Do):



Artes Coreanas HWA RANG DO®: Um legado de LEALDADE, de BUSCA incansável da Verdade, de Fortalecimento de vidas, de Serviço à Humanidade “Sempre há grandes debates na comunidade das Artes Marciais, acerca da validez de diversas afirmações feitas por Grandes Mestres e Fundadores, acerca da origem de seus estilos ou dos estilos nacionais. Pessoalmente não me agrada recorrer a estas afirmações, porque penso que a verdade se deve de descobrir mediante a experiência pessoal, mediante a investigação, as viagens e a interacção humana, em vez de mediante rumores, os “diz que disse” e as faladorias. De alguma maneira, cheguei a compreender que a minha vida, a minha verdade está entrelaçada com a fibra do Hwa Rang Do e esta Arte é um fio crucial do “tapete” da história da Coreia. É importante saber que as Artes Marciais Coreanas modernas, foram fundadas logo após da liberação da

Coreia da ocupação japonesa (1910-1945) e da Guerra da Coreia (1950-1953), que marcou a entrada de Coreia na era industrial moderna e o nascimento do que agora é a Coreia do Sul. A nação inteira estava reconstruindo as suas cidades das cinzas. Devastada pela guerra se estava transformando em uma das primeiras potências económicas inter nacionais. A Coreia foi tratando freneticamente de redescobrir a sua identidade e as ruas se encheram de oportunistas que aproveitavam da liberdade recuperada do país e o renovado nacionalismo. Assim como as cidades dos Estados Unidos da América na década dos 20, frequentemente se representam com cenas de mafiosos e contrabandistas, as bandas de gânsters deambulavam pelo cenário urbano da Coreia, a meados do Século XX. O povo viu-se obrigado a protestar contra eles, a defender-se com suas próprias mãos ou com qualquer utensílio quotidiano que poderia ser utilizado como arma. Actualmente, na Coreia ainda é ilegal que o povo possua armas de fogo. Durante este perigoso período, as Artes Marciais se tornaram uma necessidade para a o comum das pessoas que não pertenciam a essas bandas. O meu pai, o Dr. Joo Bang Lee, não só fundou a mais bem sucedida cadeia de escolas de Artes Marciais de Seul, Coreia do Sul, como também protegeu pessoas dos “matões” da rua. Rapidamente, ele adquiriu notoriedade e recebeu o respeito das pessoas, que a ele se referiam com o nome de ‘o homem que veio da montanha’. Foi neste clima, antes de que o Tae Kwon Do se tornase Desporto nacional da Coreia, quando meu pai criou um vasto grupo de escolas de Hwa Rang Do, com sede em Seul. O facto de ser o Fundador de uma arte tão marcial, de estabelecer uma cadeia de escolas com tanto sucesso em Seul e de conseguir tudo isso no meio social, político e económico de pressão que caracteriza esse período, diz muito do género de homem que era e é o meu pai. Tenho a sorte, como estudante e como filho, que meu mentor e o meu Pai sejam a mesma pessoa. Muitas pessoas conhecem-no como homem, Mestre e artista Marcial, mas só eu o conheci como um Deus (quando era jovem), um pai (sempre) e um mentor (quando me fiz homem). Ninguém é perfeito, mas de todos os grandes líderes que tenho tido o prazer e a honra de conhecer, ninguém tem trabalhado mais que o meu pai. Constantemente ando à procura de mentores, mas ainda não encontrei ninguém que possa inspirar-me como ele fez". Podem encontrar mais dados desta matéria no livro: "Hwa Rang Do®: Defend, Take Down & Submit", por Taejoon Lee & M. Cheng © 2005 Black Belt Communications LLC (ISBN-13: 978-0-89750-281-8) Acerca do Autor: Instrutor Chefe de Hwa Rang Do®, o Tenente Coronel da Polícia Militar Italiana (Carabinieri) e Engenheiro, Marco Mattiucci, é chefe do ramal italiano da Associação Mundial de Hwa Rang Do® e um dos principais discípulos do Grão Mestre Taejoon Lee.



Hwa Rang Do


MMA Texto: César Fernández de las Peñas Fotos: © www.budointernational.com


Wrestling Dez anos atrás, já apostávamos no êxito das MMA, por isso trouxemos às páginas da nossa revista, um dos grandes coach e professores, para gravar um dos melhores vídeos nunca realizados acerca da matéria. Novas gerações de estudantes o não devem de perder!

Hoje trazemos a estas páginas, um dos mais prestigiosos preparadores e especialistas em MMA do nosso tempo: Erik “tormenta” Paulson. Nesta época em que a MMA vai ganhando adeptos, a juventude do próprio tema tem gerado certas dúvidas entre os aficionados e praticantes de base que precisam de pontos firmes e fiáveis sobre os quais possam construir um método de trabalho sério e provado. É por isso agora mais necessário que nunca, contar com indivíduos com uma longa bagagem de experiência como coach, com experiência como lutador, e acima de tudo com um longo percurso como instrutor em Artes de combate. Sem dúvida alguma, Paulson cumpre perfeitamente estas três premissas, e por isso é uma sorte contar de novo com ele e com um novo vídeo de instrução.


MMA Após a grande recepção, por parte do público, do seu anterior trabalho, Paulson chega com mais e mais saborosas ideias, conceitos e fórmulas para desenvolver as nossas capacidades no combate, aproximando-nos às estratégias mais adequadas para enfrentar as mais diversas situações, assim como as suas próprias fórmulas magistrais para desenvolver as próprias habilidades e com elas, a excelência no combate. Paulson é um homem muito respeitado no circuito de versados na matéria, uma fama bem ganha pela sua reconhecida dedicação durante anos, e a sua longa e constante aprendizagem com os mais destacados professores na matéria das últimas décadas. Um autêntico luxo que nos orgulhamos de apresentar hoje. Alfredo Tucci este artigo onde Erik nos apresenta o seu segundo vídeo, poderemos encontrar novas estratégias a aplicar num combate no ringue; estratégias que vão desde como posicionar o nosso corpo no momento da execução de golpes de punho e pernas, até opiniões pessoais do próprio Erik, com respeito ao tipo de “submission” mais adequado para cada tipo de lutador. Erik Paulson é conhecido por todos os nossos leitores, como um dos mais destacados treinadores do que actualmente se denomina “Mixed Martial Arts”, ou como ele mesmo chama, o seu COMBAT SUBMISSION WRESTLING (CSW). O CSW não é um estilo novo, é uma visão personalizada da luta nos campeonatos sem regras, derivada das experiências pessoais e profissionais de Erik Paulson. O CSW utiliza técnicas e conceitos do Shooto, do Jiu Jitsu Brasileiro, Sambo, Cath and Cath americano e Muay Thai. O objectivo do CSW não é “ensinar” técnicas, mas permitir a aquisição da mobilidade e a integração neuromuscular dos movimentos, mediante a execução de numerosos “drills”. O conhecimento de numerosas técnicas não implica que sejamos capazes de as aplicar desde qualquer situação e posição, pelo que o CSW insiste no desenvolvimento de uma mesma técnica executada a partir de múltiplas situações.

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CSW: Estratégia para o combate A estratégia é um capítulo ao qual se dá muita importância no CSW. De que serve conhecer milhares de técnicas se não se possui a estratégia apropriada? Quando aprendemos CSW, somos capazes de desenvolver e aprender diferentes tipos de estratégias, permitindo assim ao praticante e/ou lutador, ser capaz de poder realizar qualquer tipo de “takedown” ou de “submission”, a partir de qualquer posição. Uma das qualidades que se desenvolvem com o CSW é a habilidade para gerar “espaços”, ou seja, o que alguns chamam “Induzir o Ataque”. Neste aspecto, o CSW ensina a gerar “falsos espaços” de cara ao adversário, de tal forma que podemos “prever” qual será a sua reacção, para assim podermos contra-atacar. Mais que espaços, o objectivo é induzir o adversário a reagir de uma maneira específica, visando facilitar-nos a nós o nosso seguinte ataque. Esta é uma das facetas do CSW muito importantes para desenvolver. O desenvolvimento e a aplicação de “drills” concatenados, permitem-nos adquirir as qualidades necessárias para poder reagir de forma “quase” automática à resposta que oferece o nosso adversário.


Wrestling “A estratégia é um capítulo ao qual se dá muita importância no CSW. De que serve conhecer milhares de técnicas se não se possui a estratégia apropriada?”


MMA Existem múltiplos drills que nos permitirão gerar situações “relativamente realistas” do que poderá depois ser um combate, desta forma permitem-nos adquirir as habilidades para poder “prever” as reacções e as saídas do oponente. O “conhecimento” não se baseia na quantidade numérica de técnicas que possamos conhecer, mas no número de técnicas que somos capazes de aplicar em cada situação. Neste vídeo gravado para a Cinturão Negro, aprendemos dois tipos de estratégias, uma para o batimento de punhos e pontapés, e outra para a finalização da luta no chão.

Posicionamento do corpo durante a execução de um golpe Quando um praticante de desportos de contacto observa um combate de Boxe, ou de Kick Boxing, se tiver como objectivo reparar na técnica dos combatentes, geralmente repara se os golpes são executados com o peso do corpo, se cobre a zona que fica a descoberto, a velocidade, potência, timing, entre outros. No entanto, um conceito estratégico muito importante no CSW é o posicionamento do corpo durante a execução do golpe. Este princípio tem a sua origem nos conhecimentos que Erik Paulson possui do famoso Jeet Kune Do de Bruce Lee, aprendidos de seu mestre, Guro Dan Inosanto. O conceito da linha central também tem grande relevância nos combates de Vale Tudo. Se um adversário for capaz de dominar esta linha de ataque, chegará antes ao seu objectivo (o teu corpo) e portanto será ele quem bate. No vídeo gravado para a Cinturão Negro, ensinam-se diversos exercícios que nos permitem corrigir este defeito no combate e permitem obter uma grande potência nos golpes. Quando um praticante de Boxe assistir a este tipo de exercícios, poderá deitar as mãos à cabeça, porque poderá parecer que se perde toda a técnica dos golpes. Entretanto, no vídeo Erik

demonstra a importância deste conceito. Especialmente o posicionamento da cabeça da pessoa que está batendo, visando evitar ser golpeado. Poderão ver exercícios para golpes de punhos e de per na, destacando a importância do deslocamento da cabeça, e em ocasiões de todo o corpo, a fim de não serem atingidos pelo golpe enquanto batemos. Um conceito imprescindível num combate, no qual um golpe de punho pode ser definitivo a 100%, devido à quase não existência de luvas que absorvam a potência do golpe.

Luxação, Agarre de dor, Estrangulamento Estes três tipos de “submissões” são os que podem ganhar um combate no chão. No CSW destaca-se o trabalho de cada um deles, insistindo em que momento do combate e contra que tipo de adversário poderá ser mais rentável aplicar um ou outro. Apesar de todos serem eficazes, no CSW insiste-se mais nas luxações. Entraremos em detalhe acerca das vantagens e desvantagens de cada um deles: a. Estrangulamento. O estrangulamento é uma das primeiras “submissões” que se ensina em todo o tipo de desportos de chão. Por exemplo, em Judo ensina-se às crianças primeiro os estrangulamentos e depois as luxações, porque as segundas têm uma margem de dano teórico superior. Digo teórico porque, em certas ocasiões, o mal provocado por um estrangulamento pode ser inclusive superior ao de uma luxação. Como todo o praticante de artes marciais sabe, existem dois tipos de estrangulamentos: o sanguíneo e o respiratório. Não é o objectivo do artigo nem do vídeo, expor as diferenças de cada um, antes sim analisaremos as vantagens e as desvantagens. Nem todo o adversário tem a mesma sensibilidade ao estrangulamento, quer dizer, a obtenção do rendimento do nosso oponente pode levar-nos tempo se aplicarmos um estrangulamento.



MMA Além disso, a maioria dos lutadores realizam numerosos exercícios de fortalecimento da musculatura do pescoço, visando resistir melhor a este tipo de ataques. Isto, unido ao facto dos lutadores com experiência realizarem uma defesa bastante importante do queixo, leva-nos à conclusão que a aplicação de um estrangulamento não é a técnica idónea para todo o tipo de adversários. Em CSW ensinam-se numerosos tipos de estrangulamentos, desde cada uma das posições mais variadas, a fim de que o aluno adquira a destreza para a execução do mesmo partindo de qualquer posição. b. Agarre de dor. Com este nome, referimo-nos a todo o tipo de agarres que têm como objectivo descer o rendimento do oponente mediante a obtenção de dor. O exemplo típico é a chave de gémeos ou mal chamada “leg lock”. Neste tipo de agarre, o antebraço de quem executa a técnica, geralmente situa-se perpendicularmente a uma estrutura muscular e/ou tendinosa do adversário; no caso que nos ocupa, perpendicular ao gémeo. Desta forma é possível obter dor pela compressão das estruturas músculo-tendinosas. A desvantagem deste tipo de “submissão” é que não é efectiva com a totalidade dos oponentes, visto o êxito da técnica depender, em parte, do limiar de dor do oponente. Também devemos ter em conta que em situações de estresse se liberta adrenalina, que faz variar este limiar da dor. A isto podemos somar que chegar à tensão mediante uma contracção da zona atacada, diminuirá, por sua vez, a


eficácia da técnica. c. Luxação. A luxação implica a aplicação de forças contrárias contra uma articulação, em direcção não-fisiológica. Isto traduz-se em dor na zona e na possibilidade de entorse e/ou luxação, dependendo da intensidade da técnica. Em CSW as luxações podem ser aplicadas a qualquer zona do corpo (tornozelo, joelho, anca, coluna, cervicais, ombro, pulso, cotovelo, entre outros.). Existem diversos procedimentos para luxar uma articulação, sendo o movimento mais perigoso a rotação. O exemplo clássico é a chave conhecida como “heel hold”, na qual se realiza um movimento de torção sobre o tornozelo, com a finalidade de lesionar as estruturas dos ligamentos do joelho. O problema que aparece com este tipo de luxações é que a lesão do ligamento, neste caso uma entorse de joelho, produz-se antes do oponente sentir dor. Por isso, a única desvantagem que se apresenta neste tipo de luxações visa o adversário. Outro tipo de luxação é a que se realiza contra a articulação, quer dizer, forçando um movimento da mesma, tal como no “arm bar” do braço, ou “chicken wing” no ombro. No vídeo que hoje apresentamos, podem desfrutar da execução da técnica “chicken wing” desde múltiplas posições no chão. O objectivo desta técnica é forçar o movimento de rotação do ombro, para o luxar. A melhor maneira de obter uma luxação eficaz é dobrar o cotovelo e o ombro ao máximo, se possível mais de 90 graus. É por isso que no CSW se preferem as luxações aos agarres de dor. Pouca gente é capaz de continuar combatendo com uma articulação magoada (apesar de recentemente um combatente ter ganho um campeonato mundial com o braço partido), pelo que este tipo de técnica pode ser decisiva num combate. Isso não quer dizer que não existam “contras”, quer dizer, escapes à execução deste tipo de técnicas. Desejamos que gostem e desfrutem deste segundo vídeo, tanto como nós gostámos de o realizar.


MMA


Wrestling


O termo "Defesa Pessoal" comporta um aspecto negativo. que desde o princípio pode implicar fracasso para o indivíduo. O problema é que este rótulo já reflecte mentalmente que a pessoa é vítima de um acto violento ou agressão e que o praticante deve realizar uma acção defensiva. Esta premissa de agir após os factos, é a razão pela qual a maioria das pessoas sucumbem às acções do agressor e nunca se recuperam totalmente do ataque inicial ou do medo que provoca a situação. A mulher não deve situar-se à defensiva; deve ser consciente da sua situação e não desestimar ou ignorar possíveis ameaças. Ela deve ser pro-activa e ter a iniciativa e o ímpeto, forçando a confusão na mentalidade do atacante, para ter uma possibilidade de vantagem. “Autoprotecção Kyusho” é um processo de treino vital que trata das realidades de um ataque. É um simples mas poderoso processo de treino, que oferece aos indivíduos mais débeis, mais lentos, com mais idade ou menos agressivos, uma oportunidade contra o de maior tamanho, mais forte ou mais agressivo atacante. Mediante o uso dos objectivos anatómicos mais débeis do corpo, conjuntamente com as próprias acções e tendências naturais do corpo, se pode proteger facilmente a si mesma ou a outros, inclusivamente sob as limitações de estresse e físicas, quando a sua adrenalina aumenta. Mediante um trabalho progressivo com as suas próprias habilidades motoras grossas (em vez das técnicas de outros), as suas possibilidades de vitória são eminentes.


REF.: • KYUSHO-21








REF.: • KMRED 1

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Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.

REF.: • IAIDO7

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Cinturón Negro Andrés Mellado, 42 28015 - Madrid Telf.: 91 549 98 37 e-mail: budoshop@budointernational.com www.budointernational.com








O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiais do exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik, realizaram um novo DVD básico que trata sobre as armas de fogo, a segurança e as técnicas de treino derivadas do Disparo Instintivo em Combate, o IPSC. O Disparo Instintivo em Combate - IPSC (Instinctive Point Shooting Combat) é um método de disparo baseado nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em distâncias curtas, em situações rápidas e dinâmicas. Uma disciplina de defesa pessoal para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, onde fazem-se necessárias grande rapidez e precisão. Tem de se empunhar a pistola e disparar numa distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o manejo da arma (revólver e semiautomática); prática de tiro em seco e a segurança; o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e em movimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse e múltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador, com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro com pistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 e inclusivamente lança-granadas M-16.

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A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismo que pretende manter viva esta tradição e as formas originais, mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito de uma maneira realista e eficaz. Este DVD foi criado pela insistência de praticantes da Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), para dar a conhecer a todos os interessados um estilo de combate com una espada real, criado no passado Século XX, mas com raízes nas antigas técnicas guerreiras do Japão feudal. Nele encontrarão a estrutura básica da metodologia que se aplica no estilo, desde os exercícios codificados de aquecimento e preparação, passando pelos exercícios de corte, as guardas, os kata da escola, o trabalho com parceiro e a iniciação, até a pedra angular em que se baseia o Toyama-Ryu, o Tameshigiri ou exercícios de corte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento da existência de um estilo como é o Toyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um incentivo para conhecer uma forma tradicional, que por sua vez é muito diferente das actuais disciplinas de combate, o que poderá ser atraente para aqueles que desejam ir más longe nas suas práticas marciais. Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, este DVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem e como consulta.

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Grandes Mestres Texto: Marcelo Alonso Fotos: Marcelo Alonso, Rorion Gracie, Budo international archives


História

Já lá vão seis anos que faleceu… Nós não quisemos deixar passar esta data para falar dele. Hélio Gracie, o patriarca da família que estabeleceu um novo paradigma nas Artes Marciais durante o Séc. XX, foi uma figura excepcional, com um carácter único, um homem à antiga. Reproduzimos aqui uma entrevista com ele, mas também a recordação de um dos episódios mais famosos da sua vida, o combate com Santana, o combate mais longo da história. Todo isso adornado com algumas imagens nunca antes publicadas. Hélio Gracie: A Lenda Viva do Jiu-Jitsu História de uma convicção sem fisuras A expansão do Gracie Jiu-Jitsu não responde a uma inteligente operação de Marketing, ainda que sem dúvida tem sabido apresentar as suas virtudes (e justificá-as com factos), como se do próprio chefe de publicidad da Coca-Cola se tivesse encarregado da dita operação. Pelo menos, isto é o que pensam muitos que não conhecem a verdadeira história deste estilo, que tem sabido revolucionar o panorama mundial das Artes Marciais nas últimas décadas. A emergência dos estilos de combate corpo a corpo, incluido o Brazilian Jiu-Jitsu, a luta sem regras e as chaves e as maneiras de ver o combate real, não seria hoje o mesmo, se o homem que hoje trazemos a estas páginas não tivesses existido. A nossa revista soube ver o verdadeiro potencial desta família, muito antes que nenhuma outra do género (¡e não só na Europa!). Naquele tempo, antes que o UFC tivesse quebrado as barreiras e os conceitos da Arte Marcial nos E.U.A., já publicávamos alguns artígos onde reviamos a história e trajectória deste Grande Mestre da luta total. Hélio possui um carácter decidido e a força de vontade que tem levado a toda a família muito além do que nunca teriam sonhado. Marcaram a diferença a sua firme determinação e a segurança na técnica que desenvolvera partindo da herança que o Conde Koma lhes legou, um Jiu-Jitsu puramente tradicional do Japão. Uma convicção sem fisuras que tem sabido contagiar seus filhos, todos eles grandes lutadores. E o que dizer de Rickson que não tenha sido dito…, um verdadeiro Samurai do ringue. De Royce, o mito e o talento que afundou os estilos de batimento no UFC. Ou de Royler, que continua invicto e dando lições no Brasil nos combates de Jiu-Jitsu, assim como nos de Vale-Tudo…? Que factor comum compartilham todos eles? Todos e cada um foram formados e treinados por Hélio desde


Grandes Mestres

pequenos e logicamente, todos participam de uma genética comum, se bem Hélio, como é sabido, “conheceu”, no sentido bíblico do termo, mais de uma mulher.

A sua estirpe é longa e activa e enumerá-la completamente não é para hoje, mas não podemos deixar de falar em Robin Gracie, actualmente na Europa ensinando o sistema, o o

herdeiro oficial da família e sem dúvida o cêrebro da encenação da tal herança: Rorion Gracie, pai do UFC e um homem cheio de carisma e capacidade didáctica, que a cada mês nos ilustra nestas páginas com seu peculiar estilo. Pois bem, tudo isto surgiu de uma pessoa, de um homem cuja trajectória foi recentemente homenageada nos mundiais do Brazilian Jiu-Jitsu, tal como poderam ler na nossarevista. Hélio significa Sol e como o deus da mitologia grega, Hélio Gracie brilla com força própria no universo marcial deste século. Com sus 86 anos, o Mestre Hélio continua mostrando esaa força interna, essa fortaleza que é mais própria de outras generações, como certamente, o são também algumas das suas opiniões. Opiniões que quando tiradas de contexto, seriam sem dúvida reprovaveis por sua dureza e rigidez. Mas não esqueçamos que este homem foi criado antes de de ter começado a Primeira Guerra Mundial e devemos conceder-lhe o benefício que tal distância proclama. Setenta e dois anos de prática continuada da Arte Marcial são o seu aval. Uma história cheia de desafios, de combates e de aprendizagem. Esta é a sua bagagem e nisso é infalível! Por isso, nos reparem tanto em suas opiniões sobre os


História

“Não esqueçamos que este homem foi criado antes de começar a Primeira Guerra Mundial”


Grandes Mestres

homosexuais, ou na sua visão da mulher, que talvez se afastem muito do que a nossa sociedade pensa a esse respeito nos nossos dias. A sua maestria reside na sua Arte e ela é um presente para todos os lutadores actuais e futuros. Queremos que a nossa entrevista com Hélio seja também uma humilde homenagem a este grande lutador; ele merece todo o nosso respeito e admiração, como um dos maiores talentos marciais do Século XX. Acompanhamos a reportagem com a narração do combate com Valdemar Santana: O mais longo da história: Três horas e quarenta e cinco minutos de luta! Com um homem de 26 anos de idade, quando Hélio já fizera os 41! Hélio perdeu o combate, mas foi o verdadeiro vencedor, demonstrando que a técnica é tudo na luta sem regras. As fotografias históricas que acompanham esta reportagem, são gentileza de Rorion Gracie e possuem um extraordinário valor histórico, que sem dúvida toodos vão saber apreciar. Da sua debilidada física, ele desenvolveu uma estratégia de defensa que até hoje, está considerada como uma das mais eficazes do planeta. A seus 86 anos, 72 dos quais estiveram dedicados ao Jiu-Jitsu, Hélio Gracie é uma espécie de lenda viva do desporto. Na verdade, é a única pessoa que está muito por cima das rivalidades entre as Academias e é venerado por todas as facções do Jiu-Jitsu. O nosso correspondente no Brasil, Marcelo Alonso, nos traz esta entrevista exclusiva com o Mestre, que com extrema lucidez e bom humor, nos falou de assuntos polêmicos, como brigas famíliares, amores, Vale-Tudo e invencibilidade.



Grandes Mestres Entrevista C.N.: Mestre, como se interessou pelo Jiu-Jitsu? H.G.: Em criança nunca tive una boa saúde. Com muita frequência faltava à escola. Quando fiz 20 anos, o meu irmão começava a dar aulas de Jiu-Jitsu e eu me entretinha em ficar a ver as suas aulas. Depois de um ano e meio, só por ver as suas aulas, eu já sabia toda a teoria. Um dia, o meu irmão se atrasou para dar uma aula al Presidente do Banco de Brasil, Mario Brant e eu tive a ousadia de lhe dizer: “Mario, quer que seja eu a passar hoje o programa, enquanto Carlos vai chegando?” e ele não só concordou como também, satisfeito com a minha aula, me nomeou seu professor. O mi irmão estava demasiadamente ocupado e até gostou. Com o tempo acabei por ser eu o encarregado da Academia e ele não deu mais aulas.

C.N.: Então, como surgiu a técnica? H.G.: Eu não tinha inteligência para criar nada. O que me movia era a necessidade de adaptação. Faze-lo foi simples esforço físico, não uma genialidade. A única coisa que fiz foi “pôr um gato mecânico” em cada movimento, criando uma alavanca, para fazer o que faço sem ter de exercer força alguma. Para vencer, esperava o outro cansa… C.N.: Depois de aprender Jiu-Jitsu, se fez menos brigão? H.G.: Quem aprende Jiu-Jitsu faz-se mais tolerante porque sabe que não vai ter problemas. Quando alguem nos grita, se não tivermos a absoluta certeeza de que não representa nada para nós, podemos ficar nervosos e precipitarmos a briga. Mas se um garoto nos chamar feio, até te á um ataque de rir! Para mim, um homem normal é como uma criança:


História

fisicamente não é nada. Esta maneira de pensar permite manter a tranqüilidade tratando com as pessoas. C.N.: O que pensa das derrotas que os grandes nomes do Jiu-Jitsu vêm sofrendo no Vale-Tudo? H.G.: Qué grandes nomes? Os meus 3 filhos campeões mundiais, (Rickson, Royce e Royler) ainda não foram derrotados!

C.N.: Pensa que o mais ligeiro de seus filhos, o Royler (64 Kg), teria alguma possibilidad de vencer em um ValeTudo contra um gigante do Wrestling, como Mark Kerr (115 Kg)? H.G.: Só ía demorar mais tempo, mas o resultado seria o mesmo. Mas se tenho o Royce, ou a Rickson, com 80 Kg, para lutar contra o Kerr, por que motivo pôr o Royler, de 60 Kg?



História

C.N.: Dizem que o Rickson é, com diferença, o melhor da família. É verdade? H.G.: Não. A sua técnica não é melhor que a dos seus irmãos. Ele é igual que todos. Todos sabem o mesmo. C.N.: No Brasil, muita gente divide a história da família Gracie em três eras: a sua, a do Carlson e a do Rickson. Está de acordo? H.G.: De maneira nenhuma. Carlson foi um bom lutador, muito forte, mas tecnicamente estava muito longe do que eu considero um campeão. Seu único combate realmente importante,

foi o que manteve com Valdemar Santana. Carlson sempre tem sido indisciplinado. C.N.: O que lhe parece esta nova geração que representa actualmente o Jiu-Jitsu, como Carlão Barreto, Vítor Belfort e Murilo Bustamante? H.G.: O Jiu-Jitsu tem crescido e ainda vai crescer mais. O problema é que todo o Jiu-Jitsu actual, com excepção de meus filhos, se baseia na resistência, na força e na preparação. Meus filhos não dependem disso. O Rickson, por exemplo, pode pôr firmes aos melhores de Rio de Janeiro, num dia só e o Royler pode fazer o mesmo… .

C.N.: Que opinião lhe merece os lutadores treinarem em mais de uma modalidade, como o Vítor Belfort, e mesmo o Mark Kerr, vêm fazendo actualmente? H.G.: Não vejo inconveniente. O problema é praticar duas modalidades e não ser bom em nenhuma. O Vítor, por exemplo, se lutasse com o Mike Tyson, receberia um soco que logo o punha a dormir… O mesmo aonteceria se o Mike competisse em Jiu-Jitsu com o Rickson, sem ir mais longe. C.N.: Está em contra do Jiu-Jitsu de competição?


Grandes Mestres

H.G.: O Jiu-Jitsu criado por mim não é para competição, é só para uso pessoal, para gente que necesita adquirir auto-confiança, tanto sejam executivos, mulheres ou crianças. C.N.: Como é su programa do diaa-dia? H.G.: Acordo todos os dias às 7 da manhã, após dter dormido 10 horas. Não paro o dia inteiro: pratico Jiu-Jitsu, ou realizo qualquer outra actividade. C.N.: Ainda dá aulas? H.G.: Ainda dou algumas aulas particulares. Pagam-me muito bem por isso!!! C.N.: Qual é o segredo para chegar a os 86 anos com toda essa vitalidade? H.G.: Nunca tenho sido de sair à noite, de me deitar tarde, nem nunca bebi nem fumei. Jamis como fora dos meus horários. Tudo quanto podia fazer com 50 anos, faço agora bastante melhor. Só me apetecem as coisas com

que me sinto bem. Já não me lembro do sabor da carne nem do chocolate; só como peixe e de vez em quando. O meu irmão Carlos, criador da Dieta Gracie, siempre tem dito que quem a siguisse viviria uns 20 anos mais. E eu acredito que sim. Nunca tive nem uma dor de cabeça, nem uma dor de barriga e todo isso eu o atribuo à Dieta. C.N.: E que pensa da Viagra, esse revolucionário remédio contra a impotência? H.G.: Yo ainda não tive necessidade de usá-la, mas deve de ser muito boa para quem dela necessitar. Graças a Deus, potência é coisa que não me falta. A minha saúde nunca esteve melhor. Não tive uma gripe desde faz dez anos. C.N.: E falando de sexo, a quantas mulheres amou? H.G.: Nunca amei nenhuma mulher. O amor é uma fraqueza e eu não tenho fraquezas. O amor é o sexo. Na minha opinião, é uma necessidade que usamos para procriar. Sempre

perguntei às minhas namoradas se queriam ter filhos. Se diziam que não, não havia sexo! C.N.: Ensinaria o Jiu-Jitsu a um homosexual? H.G.: Se se portasse como homem sim, pero si fosse uma louca, assim fosse Gover nador ou Presidente, castraria todos eles e os mandava para a Amazónia. C.N.: Como foi a antológica luta entre o Senhor e o Santana? H.G.: Foi em 1955 e a luta mais longa da história. Durou 3 horas e 45 minutos. Eu tinha 42 anos e Valdemar, que era aluno meu, tinha 23. Entrei para lutar com uma séria infecção no ouvido. C.N.: O que diria àqueles quem estão em contra do Vale-Tudo? H.G.: O Vale-Tudo é a arte que eu ensino. A luta não é sangrenta e nós já temos demonstrado que é possível vencer com técnica. A verdade é que o


História Boxe, com luvas e tudo, mata 10 por ano. Um soco com mão limpa magoa muito menos que um soco com luva, que pode chegar a 130Kg, partindo vasos cerebrais. Portanto, estar em contra do Vale-Tudo é um erro. C.N.: Quem substituirá a actual geração da família? H.G.: Por agora não vejo ninguém. Meus filhos vão continuar invistos durante mais 10 anos. Estou tentando preparar os filhos do Rorion, com os que mantenho mais contacto. C.N.: E o que lhe pareceu o último mundial de Jiu-Jitsu? H.G.: Esse campeonato foi mundial de tudo menos de Jiu-Jitsu. Para mim, o JiuJitsu é o que eu faço e ensino no Brasil todo, desde faz 70 anos. No momento em que o modificaram e puseram regras, um tempo máximo e pontos, que só favorecem aos mais fortes e pesados, já não é o meu Jiu-Jitsu. C.N.: Mas como poder fazer um campeonato se não há tempo nos combates? H.G.: Esta é a justificação que dão. A verdade é que essas regras, que aí estão, só favorecem ao mais forte e não deixam demonstrar a eficácia do sistema. São regras para que um indivíduo segure no outro e o não deixe lutar, quando o meu Jiu-Jitsu está feito

para vencer e para não “receber”, usando a técnica. C.N.: Obrigado Mestre Hélio, por seu tempo e sua atenção. H.G.: Obrigado a vocês.

Hélio Gracie Vs. Valdemar Santana O Combate mais longo da História Hélio Gracie estava sentado na mesa do escritório da sua Academia de



Hist贸ria


“O meu irmão Carlos, criador da Dieta Gracie, sempre tem dito que quem a siguisse viviria uns 20 anos mais e eu acredito”

“Finalmente, após três horas e 45 minutos de combate, ambos tinham chegado à extenuação”


História

Gracie Jiu-Jitsu, no coração do Rio de Janeiro, enquanto aproveitava o sol de Abril que brilhava através das janelas. Ainda que está considerado por todo lado, o homem mais duro de Brasil, ele se contentava com o trabalho de ensinar e com os trabalhos administrativos que implica a direcção

de uma escola de Jiu-Jitsu, à qual assitem desde porteiros até o próprio Presidente do Brasil. E isso era exactamente o que estava fazendo naquela manhã; trabalhos de escritório. E talvez estivesse a pensar em passar um fim de semana na praia com seus filhos, ou talvez no seu sítio das montanhas, onde corria com carro e domava cavalos, ou praticava muitas das outras coisas que fazia para canalizar o seu espírito competitivo, desde que se se retirara não oficialmente do ringue. De repente, a calma de Abril foi interrompida por alguns visitantes.

O desafio “Hola, campeão!”- gritaram seus amigos enquanto enchiam o escritório do Hélio, agitando jornais por cima de

suas cabeças “Campeão, o Valdemar escreveu uma carta aos jornais, dizendo que já nñao és ninguém, que estás acabado” O Hélio arrancou o jornal das mãos de seus amigos e começou a ler a coluna no jornal. Enquanto lia a carta no jornal, toda a sia tranqüilidade desapareceu. Conhecia bem Valdemar Santana. O amig áv el e g rande cant eiro trabalhara na Academia fazendo e s irv indo co mo bis cat es companheiro de treino ao Hélio e a


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outros instrutores, para poder pagar as suas aulas. Nunca compreendeu por que motivo o Santana tinha feito amistad com o pequeno grémio de instrutores dentro da comunidade das Artes Marciais do Brasil, que sentiam ciumes do êxito dos Gracie. Também não co mpreendia o mo t iv o do s deboches que tinham feito com que Santana abandonasse o seu lugar dentro da A cademia Gracie, especialmente quando nenhum deles tinha tido a valentia de desafiar os Gracie cara a cara. Mas jamais teria esperado uma coisa assim, um carta no perió dico ridiculiz ando pessoalmente o Hélio e a família Gracie em geral. Quando acabou de ler e deixou o jornal sobre a mesa, suas mão tremiam de ira.

A resposta No fim do dia, o Hélio já tinha publicado uma resposta no periódico que, à semelhança do seu estilo de combate, não deixava nenhum cabo à solta. Desafiou Santana a que mantivesse suas declarações como um homem e que se enfrentasse com ele cara a cara e não pelos jornais. Durante semanas, numerosos amigos da família visitaram Hélio para suplicaar que reconsiderasse a situação. “Não lutas desde faz anos” disseram - “deixa que lute contra um dos teus alunos para mostrar o que sabe, da mesma maneira que tu tiviste que lutar primeiro com Kato, para conseguires um combate com Kimura. Pelo menos terás tempo para te pores em forma… e então poderás vencê-le

sem nenhum problema”. Mas o Hélio nem quis escutar. Aprendera a controlar seu temperamento muito melhor que seus conterráneos, devido à prática e a disciplina do Jiu-Jitsu, mas no fundo era um autêntico hijo do Brasil, um país em que a ofensa contra o “machismo” de um homem, o seu orgulho e sua honra, era ainda considerada pelo sistema legal do país como quando alguémn é acusado de um crime violento. E não só estava em jogo a honra pessoal do Hélio, como também a honra da sua família, de seus alunos e a arte que demorara uma vida inteira em aperfeiçoar. Como campeão, sabia que devia preparar-se, mas como homem, não podia. Rapidamente se organizou um


História combate. Não havia de hacer limites, nem descansos, nem regras. Seria a 24 de Maio, no quartel general da YMCA (Associação de Jovens Cristãos), em pleno centro do Rio de Janeiro. Todos os meios de comunicação lá estariam, incluindo o relativamente novo meio da televisão. Pouco antes do combate, a preocupação da família e dos amigos do Hélio cresceu, devido a uma infecção de ouvido que lhe provocou muita febre e o impediu de se preparar adequadamente para a luta. Na última semana antes do combate, perdeu tês quilos.

O combate O dia do combate chegou e o Hélio salió à arena no meio das aclamações da multidão que enchia o estádio. Apesar de estar doente e com febre, entrou confiadamente no ringue e se encarou com Santana. As instruções do árbitro foram mínimas. Afinal, nem havia regras! Hélio olhou para os olhos de Santana. Enquanto olhava fixamente o homem que insultara sua honra, a única coisa que viu foi MEDO. Para outro homem, Santana poderia aparentar ser um inimigo formidável, um enorme canteiro negro, cujos músculos se destacavam testemunhando os anos no seu oficio, em um tempo em que não existiam erramentas mecânicas, Helioo só viu o olhar de um homem que teria preferido estar em outro lufar. Foi dada a ordem de começar o combate e Hélio avançou sobre Santana. Santana perdeu os nervos. Deu meia volta e

correu para a multidão. Agarraram-no por os braços e as pernas e o lançaram sobre o ringue. “Luta covarde, ou te quebramos as pernas”- gritavam com desprezo para aquele homem que tinha desafiado o seu campeão e que agora pretendia fugir e esconder-se. Santana ficou em pé, paralizado pelo medo. Então virouse e de novo tentou fugir. Mais uma vez, a multidão o agarrou e voltou a laça-lo sobre o ringue. Esquivava e huia de Hélio, com a apariência cómica de um homem que tropeçou com um avispeiro e que fuge aterrado à vista de uma só vespa. Enquanto o Hélio perseguia Santana pelo ringue, começou a sentir que as suas forças diminuiam por causa da sua febre. Sentiu tonturas e estava debilitado. Finalmente, Hélio alcanço Santana e os dois cairam rolando. Em chegando ao chão, Hélio envolveu Santana com suas piernas, enganchou seus tornozelos e adoptando a posição de “guarda”, abraçou de perto a Santana. Desta maneira estava perto demais para que o homem grande tomasse distância para utilizar a sua força superior. Enquanto ambos rolavam no chão, de vez em quando, Hélio lanzava uma rajada de socos à cabeça do canteiro, tentando a que o agarrasse e assim se expôr a uma alavanca, ou talvez situar-se numa posição de fuga, que deicaria Hélio em posição para aplicar um estrangulamento e finalizar o combate. Mas Santana já anteriormente brincara ao jogo de “esperar”. O homem ao que estava agarrado no chão lhe


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ensinara essas mesmas tácticas, por essa razão não podia arriscar-se a se expôr a uma alavanca ou a um estrangulamento. De cato, quando surgiu a oportunidade, também Santana lançou vários socos, ainda que não bastante potentes para poderem magoar, posto que se encontrava numa má posição no chão. Os minutos corriam e passou a primeira hora. De repente, Santana começou a ouvir uma coisa que jamais escutara. Ao principio não podia acreditar, não tinha a certeza do que tinha ouvdo! Pero era certo, por primeira vez na sua vida, Santana estaba escutando o som do Hélio respirando forte, por causa do cansaço. Ficou comocionado! O Grande Mestre estava sofocado? Santana sentiu um onda de confiança como nunca antes entira. Hélio Gracie respirava com dificuldade, estava esgotado e por primeira vez desde que os seus amigos o tinham convencido para levar aos jornais a sua briga com Hélio, pensou que não só tinha a oportunidad de sobreviver ao combate, como até de vencer. Santana viu a ocasião de aproveitar o estado do Hélio, utilizando as mesmas técnicas que ele lhe tinha ensinado e começou a pôr seu peso sobre o homem de mais idade, de maneira que, qualquer movimiento que Hélio tentasse, seria anulado pelos quase 150kg de peso morto. E da mesma maneira, começou a bater na cara do Hélio com a sua cabeça, o que provocou inflamação e os seus olhos fechassem.

O tempo passou e a falta de preparação física do Hélio começou a ser evidente. Mas o Hélio também fez com que a sua maior experiência sobre Santana, se evidenciasse e numa série de pontapés devastadores, Hélio espetou seus calcanhares nos rins de Santana. A segunda hora passou sem um descanso. Enquanto os dois homens lutavam no chão, a multidão aclamava e aplaudia. Ambos os contendentes grunhiam e gemiam de cansanço e o suor corria por seus olhos… E assim passou a terceira hora. Os dois rivais já tinham pasado os limites da sua resistência, mas levados só pelo orgulho, continuaram lutando, tratando desesperadamente de chegar com um golpe específico que desse passagem a uma situação em que pudessem aplicar uma técnica que acabasse a aluta. Finalmente, após três horas e 45 minutos de combate, ambos estavam extenuados. De joelhos, cada um tentava recuperar o alento, procurando forças para continuar. Então, enquanto o Hélio olhava para ele que estava quase paralizado pelo cansaço, Santana pôs-se em pé e lançou um pontapé à cabeça do Hélio. O pontapé alcançou o seu objectivo e o Hélio caiu. O combate concluira. O Hélio acordou com as aclamações do público gritando seu nome. Durante um segundo ficou perplexo,pois pensara ter perdido o combate. Mas logo percebeu que continuava a ser o campeão. A sua derrota, apenas a segunda em 30 anos, não ensombrecera a sua reputação a olhos de seus


Gracie Jiu JItsu seguidores… À semelhança que Muhammad Ali, depois de suas derrotas perante Frazier e Norton, Hélio Gracie se hmostrara como um simples mortal. Mas em vez de diminuir a importância dos seus êxitos no ringue, se tornou o facto mais heróico, posto que em nenhum outro tinha lutado tanto. Após finalizar o combate, os historiadores do desporto se juntaram e proclamaram-no o combate mais longo da história. Reconheceram que nos tempos em que os pugilistas lutavam sem protecções, antes das regras de Queensbury, houve algunos combates que tinham durado tanto tempo, mas aaquelas lutas os lutadores tinham uns curtos descansos, um luxo do qual Hélio e Santana não poderam gozar. Nem sequer nos dias do Coliseo Romano se tegistrara um combate que tivesse durado tanto tempo. Alguns dias depois do combate, Santana apareceur na Academia Gracie para dar os parabbens ao Hélio e reconheceu que este, no melhor momento de sua carreira, teria vencido

facilmente. De facto, poucos meses depois, o sobrinho de Hélio, Carlson, recuperou o título, proclamando de novo a os Gracies como os homens mais duros do Brasil por vencer o Santana. Quando Hélio voltou aos seus trabalhos de administração na Academia Gracie, encontrou 500 novos alunos numa fila para assistir às suas aulas. Queriam aprender as técnicas que tinham ayudado um homem de 41 anos, fora da forma, a defender-se de um canteiro de 26 anos no melhor estado físico da sua vida. Hélio se sentiu feliz. Por alguma razão não podia evitar sentir-se justificado.

Sabia que… A família Gracie foi a promotora da maior revolução das Artes Marciais da última década? Como resultado de sua especial maneira de ver o combate, os estilos de “Grappling” subiram como a espuma... Outros Gracie, primos e membros da família e grupos como os irmãos

Machado (Machado Jiu-Jitsu), Bhering Jiu-Jitsu, Vacirca Jiu-Jitsu, etc., nos descobriram um novo mundo: o do Brazilian Jiu-Jitsu, uma arte que está ultrapassando barreiras e que já ha demonstrou sobejadamente seus valores no combate. Artes como o Judo ou o Ju-Jutsu japonês, têm tido um renascer no interesse do público que, durante os anos 60 e 70, concentrara a sua atenção basicamente em artes de batimento, como o Karate ou o Kung Fu. Esta “surpresa”, tem despertado o interesse por fórmulas menos conhecidas de combate e abriu as perspectivas do conjunto de artistas marciais para artes que, apesar de não terem um nome muito conhecido, possam ampliar os horizontes da cultura marcial dos praticantes. A meneira de pensar acerca do combate na curta distância e no solo, tem acabado com antigos conceitos e mitos acerca do que significa “a realidade” em um cinfronto sem regras.


Grandes Mestres “A 29 de Janeiro de 2009 o grande Hélio Gracie nos deixou com 96 anos de idade. Uma vida inteira que mudou a maneira de ver as artes de combate, criando uma revolução que ainda perdura”



Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.








REF.: • TAOWS-2



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