“Cada pessoa que passa pela nossa vida, é única. Sempre deixa um pouco de si e leva consigo um pouco de nós. Há-de haver os que levem muito, mas no dos que nada nos deixem. Esta é a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso”. Jorge Luís Borges
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requentemente, os Mestres desejam imprimir no seu ensino, directrizes férreas, firmes e até rígidas. Esgrimindo certezas das que todos carecem, mas que se sustentam nas próprias deficiências, acreditam que a sua verdade é, para além de toda dúvida, a verdade a ser transmitida e que seu único erro é serem “brandos”. Não só é banal tal intenção, como também uma evidente prova de falta de sabedoria em seu magistério. A “autoritas” não se impõe pela força mas sim por pela virtude e esta não é impositiva, é amável e graciosa… Só quem convence, finalmente vence! Quase um 90% dos problemas dos nossos dias vêm do excesso de pressão, incluída a depressão, que não é senão um “falso contrário”, fruto da mesma. Neste cenário, as fórmulas de ensino tradicionais devem encontrar alternativas inspiradoras e muitas há no Oriente. Superados os anacronismos e os problemas do ego, o Oriente nos pode oferecer veículos de ensino e reflexão efectivos, que invocam e evocam o melhor de cada estudante, sem precisar de chegar ao consabido dolo, humilhação ou castigo. Por mais que o burro seja conduzido com o pau e a cenoura, as metodologias modernas devem saber afinar a cenoura, em detrimento do pau. O pau tem as suas vantagens a curto prazo, mas deixa algumas cicatrizes difíceis de superar e como no caso dos cavalos mais bravos e algumas domas, se corre o perigo de perder os melhores, na intenção de conseguir o melhor deles, à base de açoites. Desde a violenta doma do Far West, à iniciática dos Índios Americanos, há um trecho enorme. Mas tudo é produto do meio… A abundância de cavalos do Oeste americano, não requeria dos cow boys sofisticação alguma para desenvolverem o seu método. Montavam no cavalo e batiam-lhe até ele se render. No entanto, os mais bravos, os melhores deles, morriam porque se negavam a se renderem. Os Índios Americanos seguiam métodos muito mais subtis. Para eles, o cavalo era um bem apreciado e a sua conquista requeria de uma
“Não sei de onde vem o nosso humor, mas pode existir a pior situação do mundo e puedes sentartesentar-nos aí e rir. Suponho que é porque sempre surge o bom do nosso interior, sem importar quando ou onde”. Renne Hallett, Tribù Tonawanda Seneca
honradez muito diferente da violência. Geralmente, conseguir o próprio cavalo era una experiência iniciática, que requeria de vários dias de dedicação e empenho. O jovem adolescente se aprontava para a tarefa com um pouco de carne seca e uma cabaça de água e sem mais armas que uma manta e uma corda, se dirigia para a manada. Ao princípio, os cavalos se afastavam logo o viam chegar, mas ele persistia e eles, cada vez mais incomodados com o visitante, se afastavam mais e mais tarde. Uma vez escolhido o seu objectivo, o jovem se dirigia para ele, dia e noite. A própria manada ia isolando o indivíduo, percebendo ser ele a causa de seus sensabores. A primeira etapa estava conseguida. O cavalo necessita muito tempo para pastar, e a insistência do jovem, acabava por levá-lo a um estado de fome e desespero, enquanto que ele, só e armado com a sua determinação, podia aguentar à base de carne de bisonte seca. Normalmente e após vários dias, o animal isolado, cansado e faminto, tentando comer o mais possível, ia deixando aproximar-se cada vez mais o seu perseguidor. Finalmente, já a uma justa distância, este lhe oferecia na sua mão, forragem e água. O resto, faziam-nos as carícias, as palavras mágicas e a maravilhosa intimidade do povo índio com a natureza. Mais pode a manha que a força e se apanham mais moscas com mel que com vinagre! Toda fórmula que requer da violência, da dureza o da rigidez, produz cicatrizes físicas, emocionais e espirituais. Todo artista marcial deve pensar sobre isto, porque a violência se esconde atrás de cada prática, Arte e tradição, e arrastar connosco metodologias e fórmulas, fundamentadas apenas no facto de que sempre se fizeram assim, não favorece a transgressão, a evolução, nem a melhora. A melancolia de “todo o tempo passado foi melhor, é uma força contrária ao crescimento. Os ossos doem após uns anos e o que é muito pior, o alma se seca. Mas isso sim! Impassíveis e orgulhosos, os Cow Boys galopam em direcção ao horizonte do pôr do sol. Sarna com gosto, não pica!
Alfredo Tucci ĂŠ Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5
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O M e s t r e S h a o l i n S h i Ya n t i n a s c e u n a Província de Henan, China, em 1984. Pertence à 34ª geração de monges do Templo Shaolin, de Songshan e é discípulo directo do Venerável Abade Shi Yong Xin. Vendo seu pai praticar Kung fu, começou a inter essar -se pelas ar tes mar ciais desde criança. Com 13 anos, já começou a praticar seriamente. Amava tanto o Kung fu que resolvei i r a o Te m p l o d e S h a o l i n . E m 2 0 0 2 f o i seleccionado pelo Grupo de Monges Shaolin e imediatamente começou a treinas sob a direcção do Abade Shi Yong Xin, que até hoje é seu Mestre. O Abade, vendo o potencial de seu discípulo, mandou-o para a Universidade de Nanjing, em 2008. Ali estudou as religiões e filosofias de todo o mundo. Ele foi aprovando todos os exames, para tornar -se um monge (bhikkhu) completamente ordenado. Mas isso não foi suficiente para ele, o Mestre Yanti queria aprender mais! Tendo finalizado os seus estudos em Nanjing, o Abade e o governo chinês o qualificaram para ter acesso à Universidade de Singapura, a partir de 2009. Nesta Universidade estudou durante dois anos, Budismo, Inglês e Sociedade e Ciências. Mais tarde, quando voltou para o Templo de Shaolin, continuou trabalhando com seu M e s t r e , o A b a d e S h i Yo n g X i n e f i c o u encarregado da tarefa de receber e acompanhar as pessoas estrangeiras que visitavam o Templo. Isto permitiu o seu Inglês melhorar. Recentemente e devido às suas excepcionais habilidades no Kung fu, teve ocasião de viajar fora da China, principalmente à Europa, para ensinar a cultura de Shaolin, o Chi kung e o Kung fu e tem encontrado grande número de estudantes. O M e s t r e S h a o l i n S h i Ya n t i c o n t i n u a apr endendo o Budismo Chan e o Gong fu tradicional no Templo Shaolin.
Texto: Shifu Bruno Tombolato Shi Xing Jing, 32ª Geração do Templo Shaolin Fotos: www.budointernational.com
O Shaolin Qin Na As técnicas de Qin Na, propriamente ditas, podem considerar-se como um estilo, que exige um profundo estudo não só das articulações como também da anatomia em geral. Qin (擒) quer dizer, “captura” e Na (拿) significa “controlar.” As duas palavras juntas Qin Na, se podem traduzir como “capturar e controlar”. Então podemos dizer que Qin Na são aquelas técnicas de agarre, pressão, deslocação, mediante as quais podemos controlar o nosso oponente numa situação de defesa. As técnicas de Qin Na de Shaolin se utilizam para neutralizar ou interromper um ataque. O Templo Shaolin tem uma longa história e trajectória nas Artes Marciais e mais precisamente nas técnicas de Qin Na. Se bem as suas origens datam praticamente desde a fundação do Templo Shaolin, sabe-se a ciência certa que já durante a última dinastia chinesa (Dinastia Qing 1644-1911) as técnicas de Qin Na eram muito conhecidas pelo povo em geral, por isso, durante essa época, as técnicas de captura e controlo viveram um momento de apogeu e expansão.
A lenda do Shaolin Qin Na Damo (Bodhidharma) desenvolve técnicas mediante a observação da captura de animais. No antigo Shaolin, já existia um estilo chamado “Chan Si Chin Na Shou” 缠丝擒拿手. Segundo conta a lenda, o Shaolin Chin Na, nasceu na época de Damo (Bodhidharma) e se originou das técnicas de captura de animais. Diz-se que Damo ensinava o Budismo no Templo Shaolin, na montanha Song Shan. Muitas vezes vira animais selvagens atacar os monges pensou na maneira de proteger os monges, mas sem magoar os seres vivos. Damo começou a imitar os movimentos de capturar animais utilizados pelo povo e estudou o sistema das articulações do corpo animal e os pontos débeis. Finalmente, achou um método de girar e torcer ossos e articulações, especificou uma técnica de captura e assim foi o princípio do Chin Na. Seguidamente e ao mesmo tempo que seus discípulos aumentavam em número, Damo criou diversas formas
de Kung fu, sendo que alguns de seus discípulos, antes de serem monges Shaolin, já tinham as suas próprias técnicas de Kung fu. Por isso eles contribuíram muito a enriquecer e desenvolver o Shaolin Chin Na.
Tan Zong, o monge invencível Outra história muito popular, data a evolução das técnicas de Qin Na, na época final da dinastia Sui e no início da dinastia Tang, numa guerra entre o Imperador Li Yuan李渊, da dinastia Tang, contra o general Wang Shichong 王世充 da dinastia Sui. O filho do Li Yuan, Shimin 李世民 (o segundo imperador da Dinastia Tang) foi feito prisioneiro em Luoyang. Para salvar seu folho Li Shimin, Li
Yuan mandou uma carta ao Templo Shaolin, pedindo ajuda. No ano 620, os monges de Shaolin se alistaram na guerra e salvaram Li Shimin. Entre os monges guerreiros, havia um que se chamava Tan Zong昙宗, com um nível de Kung fu muito elevado. Ele se especializou em Shaolin Chin Na e obteve grande êxito na guerra. Quando Li Shimin sucedeu ao Imperador no trono, nomeou o monge Tan Zong General do Exército Tang e ofereceu ao Templo Shaolin 40 hectares de terra. O Imperador mandou construir no Templo mais de duas mil vivendas e facilitou o treino a mais de dos mil monges guerreiros. Estes monges podiam comer carne e beber vinho. Naquele momento, o Templo Shaolin chegara ao seu apogeu.
O Kung fu do Templo Shaolin estava relacionado directamente com a guerra, portanto, desenvolver e treinar o Shaolin Kungfu começou a ser muito mais importante. Para melhorar as técnicas de luta, os monges resolveram treinar Chin Na, até porque perceberam que o Chin Na era muito prático na luta corpo a corpo. Os instrutores e Mestres do Templo convidavam outros mestres famosos, de outras regiões, para darem aulas aos monges. Também muitos artistas marciais famosos vieram ao Templo Shaolin, devido à sua fama e lá ensinaram as suas próprias técnicas de Kung fu. Desde as origens, o Shaolin Qin Na se combinava com diferentes estilos de diferentes regiões e por sua
“As técnicas de Chin Na podem considerar-se como um estilo propriamente dito, porque requerem um profundo estudo não só das articulações como também da anatomia em geral”
constante evolução e aperfeiçoamento, o Shaolin Chin Na gradualmente foi desenvolvendo características próprias, até o que hoje conhecemos. Se bem isto podem não ser mais que lendas, no que respeita à evolução das técnicas de Qin Na em Shaolin, devemos destacar que o Qin Na tem estado e está presente em todas as artes marciais chinesas, até pode ser considerado um subsistema dentro de outros sistemas de artes marciais ou, como dissemos anteriormente, um estilo propriamente dito.
Características A prática do Qin Na deve realizar-se dando um maior destaque no desenvolvimento do controlo e da sensibilidade necessária para deixar um atacante indefeso, mediante qualquer dos 5 princípios do Qin Na.
Os 5 Princípios de Qin Na (wuqínnáyuánzé 五 擒拿 原则) 1. Desgarro do músculo ou do tendão (Fenjin 分筋) O Fen Jin utiliza duas zonas de ataque e defesa “Zhua Jin” e “Na Xue.” Zhua Jin (抓 紧 ) se aplica a través do desgarro do músculo e/ou tendão, enquanto que Na Xue (捺穴) se realiza fazendo pressão nas cavidades (pontos de pressão).
“A prática do Qin Na deve ser realizada dando o maior destaque a desenvolver o controlo e a sensibilidade necessária para deixar um atacante indefeso, mediante qualquer dos 5 princípios do Qin Na”
2. Colocação incorrecta do osso (niugu 扭骨) Niugu trata da manipulação óssea e deslocação dos ossos. O resultado é deslocar ou quebrar o osso ou os ossos e magoar as articulações, músculos ou tendões que estão em volta do osso ou ossos.
levar a perder os sentidos, causar uma grave lesão e até, ainda que muito raras vezes, causar a morte. Dian Mai é um aspecto muito perigoso do Qin Na e só deve ser mostrado ou ensinado a pessoas com a mais alta moral e ética.
3. Bloquear ou cortar a respiração (bìqì 闭气) Bi Qi se denominam as técnicas de corte ou bloqueio da respiração. Um exemplo é um golpe na caixa torácica superior, debaixo da axila. ou um ataque ao plexo solar, que dará como resultado a interrupção da frequência respiratória. Estes ataques fazem contrair-se os músculos situados debaixo das costelas, músculos em volta dos pulmões, o que provoca que estes mesmos deixem momentaneamente de funcionar, durante uns segundos. Outro exemplo é apertar, bater ou bloquear o pescoço, para fechar o tubo respiratório.
5. Pressionando um canal de Qi (dianxué 点穴) Dian Xue ou “pressão da cavidade”, também conhecido como um ponto de pressão, canal Qi – o nervo e a veia ou a artéria, ou o centro de pressão do nervo. Estes pontos do corpo são os que dirigem o bom funcionamento do corpo, circulação do sangue e o manutenção do corpo, mente e espírito. Se bem os quatro primeiros são fáceis de ensinar e aplicar, só os Mestres de artes marciais com altíssimo nível, são capazes de utilizar adequadamente as técnicas do Dian Xue. O Dian Xue não exige tanta potência muscular (jinli 劲力) como os primeiros quatro, mas exige a capacidade de utilizar a energia pessoal. Esta energia se conhece como Qi (气), a energia vital ou força vital que alimenta corpo, mente e espírito.
4. O bloqueio de uma veia ou artéria (Dian Mai 点脉) Dian Mai (conhecido como dimmak) se utiliza para interromper a circulação do sangue, a função motora, ou o movimento do corpo. Usados correctamente, estes pontos de pressão podem ajudar na cura do corpo, mas quando se utilizam em outras combinações, o Dian Mai pode ser usado para causar grande dor física, paralisar o corpo,
Shifu Bruno Tombolato Shi Xing Jing, 32ª Geração do Templo Shaolin
É com sumo prazer que apresento uma nova era de vídeos sobre Shaolin. Demoramos algum tempo em encontrarmos a pessoa adequada para esta tarefa, mas quando Shifu Tombolato me falou do Mestre Yan Ti, percebi ser o ideal para trabalhar numa nova série de vídeos para todos os seguidores e apaixonados pelo Kung Fu e Shaolin. Inauguramos também com este trabalho, uma série de vídeos traduzidos também a um novo idioma, o Chinês, o que nos agrada enormemente. Este primeiro vídeo será muito mais barato que os anteriores, só 15 euros! e o seu preço em descarga, é o habitual. Esperamos que a nova fórmula seja do vosso agrado. Alfredo Tucci - Director
O Shifu Yan Ti pertence a uma nova geração de Mestres Shaolin melhor formados (fala um Inglês impecável e outros idiomas), mestres que surgiram à sombra e tutela de grandes nomes, como o Grão Mestre Shi de Yang. Expandir os conhecimentos de Shaolin tem sido e será sempre, uma directriz desta revista. Alfredo Tucci - Director.
Em exclusiva, o DVD do Mestre Marco Morabito, acerca da defesa pessoal com mãos nuas, e a apresentação preliminar do Krav Maga Israelita Survial System. Las técnicas e o método que constitui o sistema, se ilustram sem segredos, de maneira clara, transparente e facilmente compreensível. Uma ocasião única para nos aproximarmos até o coração da defesa israelita e melhorar os nossos conhecimentos sobre a matéria. O autor é um dos grandes expoentes mundiais em defesa pessoal e conta em seu haver com experiência no âmbito militar e empresas de segurança; galardoado por várias nações, convidado a dar cursos e seminários em todo o mundo, desde o Japão aos E.E.A., a Polónia, a Espanha, Cabo Verde, Alemanha, Israel, França e Rússia, se tornou porta-voz internacional de diferentes sistemas de combate e defesa pessoal pouco conhecidos, ainda que extremamente efectivos. Morabito desenvolve uma pesquisa contínua, sem nunca parar na procura incansável de adquirir novos conhecimentos e nunca deixar de fazer perguntas. Krav Maga Israelita Survial System não é uma disciplina o um conjunto de regras rígidas, mas sim um método, um processo em evolução contínua e constante. Isto fá-lo adaptável a qualquer situação e circunstância, permeável a qualquer mudança e proporciona a capacidade de fazer um estudo dos erros e da sua experiência uma oportunidade para melhorar.
REF.: • KMISS-1
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Farang Combat O Farang Combat e o Boxe de Puerto Rico Uma das bases principais do estilo marcial Farang Combat, podemos encontrá-la nos rudimentos boxístas do país Puer to Rico, misturadas com as posições e ataques do Farang Mu Sul (estilo marcial fundado pelo Grão Mestre Michael De Alba). Utilizando oito combinações básicas de golpes e movimentos, o Farang Combat desenvolve com eficácia ataques surpreendentes e rápidos em defesa e ataque do praticante. Conforme indicam as redes de informação cibernética, o Boxe, também conhecido como Box, é um desporto de combate em que dois adversários lutam utilizando apenas seus punhos, batendo no adversário da cintura pata cima. O Farang Combat, à vez que utiliza as combinações boxistas, adiciona golpes às coxas com muita eficácia, nas suas combinações .
E
m geral, a palavra Boxe faz referência a um amplo género de desportos de combate, em que dois adversários se enfrentam em luta utilizando os punhos, de maneira exclusiva ou não, diferenciando-se de vários desportos por suas regras, como já foi dito: Boxe Inglês ou Boxe propriamente dito, o Boxe Francês ou Savate, o Boxe Chinês ou Boxe Shaolim, o Kick Boxing ou Boxe Japonês, o Muay Thai ou Boxe Tailandês, os antigos Pugilatos Gregos, como o Pygmachia e o Pancrácio, etc. Na antiga Grécia, o Boxe estava incluído nos Jogos Olímpicos. Desde suas origens foi um desporto popular.
“O Boxe e a Luta são dois dos desportos mais antigos e no Egipto e no Oriente há registos que se vão até o quarto milénio antes de Cristo”
Farang Combat
Em Roma, os contendentes usavam os “cestus”, protectores metálicos para as mãos, confeccionados com pregos, com os quais chegavam a matar seus contendentes. O Boxe e a Luta são dois dos desportos mais antigos e há registos no Egipto e no Oriente, da época do quarto milénio antes de Cristo. As primeiras notícias de uma luta de Boxe nos tempos modernos, se situa na Inglaterra, em 1618: o Duque de Albermarle organizou um combate entre o ser mordomo e seu açougueiro. O Boxe também foi praticado nos primeiros tempos da Antiga Roma, mas com a aparição do Cristianismo, foi praticamente eliminado como actividade, em toda a Europa. Contrariamente ao que sucedeu na Europa, o Boxe teve uma grande difusão em toda a Ásia. Se estima que nos começos da era cristã, apareceu o Muay Boran ou Boxe Ancestral no Sudeste Asiático. A sua origem é africana e se inicia no ano 6.000 a. C., na zona da actual Etiopia, de onde se difundiu primeiro à antiga civilização egípcia e depois às civilizações mesopotâmicas, onde se encontram baixos relevos de boxeadores, que datam do ano 5.500 a.C. Do Egipto passou à civilização minóica desenvolvida em Creta, enquanto que da Mesopotâmia se expandiu à Índia. Os púgeis egípcios utilizaram uma espécie de luva que cobria o punho até o cotovelo. O costume de utilizar luvas se encontra também em Creta e depois na Antiga Grécia, onde já existem referências ao Boxe na Iliade de Homero, no século VIII a.C.
A minha primeira experiência com o Boxe começa em 1979. Um dos vizinhos do meu bairro, ganhara “as luvas de oiro” do peso pena. Como podem imaginar, quase todos os dias ele me instruía nos rudimentos do Boxe, para eu aprender seus movimentos e combinações. Todas as sextas-feiras, os adultos da comunidade realizavam seus próprios cartazes boxistas, criando assim um entusiasmo e um fanatismo pelo desporto, já na nossa tenra idade. Naquela época, as luvas de Boxe eram muito caras, de maneira que só tínhamos um par de luvas. Lembro-me de que o meu pai lançava uma moeda ao ar, para sabermos quem usaria a luva direita. A luva esquerda, logicamente era para o perdedor… Os nossos combates eram sem tempo estabelecido, vencia quem nocauteasse ou cansasse o adversário. Durante uns dois anos continuamos com os nossos eventos boxistas. Como só utilizávamos uma mão para tornamos mestres da utilização de uma só mão! Lembro-me como se fosse ontem, da minha primeira briga de rua. Dois abusadores procuravam uma desculpa para ver sangrar alguém. Para minha desgraça, fui eu o escolhido. Sem nem uma palavra, começa a briga. Com muita rapidez, deixei nocauteado o primeiro e para minha fortuna, o segundo atacante resolve não lutar! Hoje continuo utilizando os movimentos e ataques de uma mão, aprendidos nos nossos encontros de Boxe, que foram efectivos para mim, nas violentas ruas e depois, no ringue.
A brilhante trajectória de Roy Jerry Hobbs no mundo das Artes Marciais, abrange o domínio de sete disciplinas. Iniciando-se em 1958 com o Judo. Seu interesse pelos sistemas tradicionais de combate, levou-o a praticar outras artes, até tornar-se um mestre altamente respeitado, de três estilos de Karate, além do Kobudo, o Aikijujutsu e o Iaido. Residiu no Japão e viajou pela Coreia do Sul, a China e a Indonésia, para estudar as Artes Marciais desses países. Hobbs Sensei também tem em seu haver uma carreira militar plena de êxitos, na Força Aérea dos Estados Unidos da América, da qual se retirou em 2004, com o grau de coronel, após de 33 anos de serviço. Agora se dedica a ir mundo afora ensinando Artes Marciais. Também viaja regularmente ao Japão, para continuar aprofundando seus conhecimento de Okinawa e das Artes Marciais japonesas. Actualmente, a paixão de Hobbs Sensei é o estudo do Iaido. Nesse campo ele é o Director Internacional da Dai Nippon Toyama Ryu Iaido Kyokai e é Vice-presidente da Kokusai Budo Koryu Kyokai. Ambos grupos têm a sua sede na zona de Kansai, no Japão. Texto: Sensei Boulahfa Mimoun Fotos: Ales Primcic e Filha
Artes do Japão Budo International: Dos muitos países que conhece, em quais pensa que se pratica a Arte Marcial como antigamente ou como manda a tradição? Roy Jerry Hobbs: Por experiência, posso a firmar que há artistas marciais tradicionais em praticamente todos os países. A modo de exemplo, o Dent?kan está presente em 17 países diferentes, em praticamente todos os continentes do mundo. B.I.: Onde treinou mais e com maior realismo, até o ponto de querer voltar para casa? R.J.H.: Onde mais tenho treinado tem sido nos Estados Unidos e na Europa, mas tenho passado muito tempo no Japão. Morei no Japão de 1980 a 1983 e de novo, de 1997 a 1999. Além disto, muitas, muitíssimas vezes tenho visitado o Japão para treinar. B.I.: Das Artes Marciais por si praticadas, em qual se sente mais à vontade? R.J.H.: Sinto-me bem e à vontade tanto fazendo Karate como fazendo Jujutsu, mas conforme vou envelhecendo, vou descobrindo que é o Iaido o que mais prazer de dá. B.I.: Durante o seu percurso pelas artes marciais, de certeza deve ter tido histórias que o tenham impressionado especialmente. Pode contar-nos alguma? R.J.H.: Minhas melhores recordações são das vezes que tenho podido treinar com muitos dos idosos Mestres em Okinawa. Três dos meus Mestres de Karate de Okinawa, já faleceram e um quarto mestre tem agora 86 anos de idade. Estes Mestres eram e são a geração que ainda conserva as velhas formas do Karate okinawense e do Kobudo. Agora, é nosso dever fazer o mesmo. B.I.: Qual foi a sua pior experiência nas Artes Marciais? No caso ter tido alguma... R.J.H.: Uma vez treinei com um professor que era realmente maluco. Foi uma má experiência, mas em certo modo, também foi divertido. Especialmente quando acabou! B.I.: Quando dá aulas, pode ver a diferença entre a gente de um país e de outro? R.J.H.: Sim. A cultura desempenha um papel importante. Lamentavelmente, em muitos países desenvolvidos, os alunos são preguiçosos, como resultado de viverem uma vida fácil. B.I.: Quais são os seus objectivos de agora em diante e após tantos anos de prática? R.J.H.: Só quero continuar aprendendo, ensinando e praticando. Agora estou concentrado na espada japonesa. É uma arte realmente fascinante, com profundas raízes culturais e históricas. B.I.: E a sua próxima viagem? R.J.H.: Será de novo ao Japão. Quero visitá-lo e praticar na zona de Kansai e em Okinawa. B.I.: Faz quanto tempo que pratica Artes Marciais? R.J.H.: Venho praticando Artes Marciais desde 1958, ou seja, faz 57 anos. B.I.: Qual a primeira Arte Marcial que começou a praticar? R.J.H.: Primeiro aprendi Judo. Em 1965 comecei com Karate, Ju-jutsu e Kobudo. Finalmente, em 1970, comecei a praticar Iaido.
Artes do Japão
B.I.: Como foi possível aprender tantas Artes Marciais? R . J . H . : E u e r a m e m b ro d a organização Seishinkai, de Shogo Kuniba, que incluía o ensino do Karate Shito-Ryu, Kobudo de Okinawa, Goshin Budo (Ju-jutsu) e Mugai-Ryu Iaido. Além disto, naqueles anos, nos Estados Unidos havia uma espécie de acordo de cooperação entre a Seishinkai e a associação U.S. Hakko-Ryu Jujutsu. B.I.: Tem praticado e aprendido no Japão? R.J.H.: Sim, de facto! Eu morei no Japão de 1980 a 1983 e novamente, de 1997 a 1999. Também tenho viajado para lá treinar muitas vezes… B.I.: Poderia dar-nos os nomes de alguns dos professores com quem tem treinado no Japão?
R.J.H.: Tenho treinado muitas vezes com Kichi Nakamoto (Goju-Ryu Karate e Kobudo), Seiki Toma (ShorinRyu e Kobudo), Shian Toma (Seidokan Karate e Kobudo), Seikichi Odo (Okinawa Kobudo), Yasuo Kawano (Goju-Ryu Karate), Ryuho Okuyama (Ju-jutsu), Yasuhiro Irie (Jujutsu), Atsushi Shimojo (Toyama Ryu e Mugai-Ryu Iaido) e Takashi Ishikawa (Toyama-Ryu Iaido). B.I.: Qual é o nome da sua organização? R.J.H.: A minha organização é a "Sekai Dent?kan Bugei Renmei, Inc.", que pode traduzir-se mais ou menos como "Federação Mundial de Artes Marciais Tradicionais". B.I.: Quais as artes que se ensinam na Dent?kan? R.J.H.: Actualmente ensinamos Goju-Ryu Karate, Shorin-Ryu Karate,
Kobudo de Okinawa, Nihon Aikijujutsu, Toyama-Ryu Iaido e Mugai-Ryu Iaido. Também estamos tratando de estabelecer na Dent?kan, uma representação Shito-Ryu Karate. B.I.: Quantas sucursais da Dent? kan há por todo o mundo? R.J.H.: Nestes momentos temos 17 delegações distribuídas por Áustria, Botsuana, França, Grécia, Indonésia, a Índia, a Irlanda, Kénia, Nova Zelândia, Rússia, África do Sul, Suíça, Turquia, o Reino Unido, os Estados Unidos, Zambeze e Zimbabwe. B.I.: Alguma das disciplinas tem um lugar preponderante na Dent?kan? R.J.H.: Não, realmente não. Alguns dos nossos membros só praticam uma arte, outros fazem tudo quanto oferecemos. Depende… No entanto, nos últimos tempos temos insistido
no fortalecimento do nosso programa de Iaido. Atsushi Shimojo, Soke, tem sido de grande ajuda neste sentido. É presidente de duas organizações de Artes Marciais no Japão: a Dai Nippon Toyama Ryu Iaido Kyokai (DNTRIK) e a Kokusai Budo Koryu Kyokai (KBKK). Eu desempenho o encargo de Director Internacional da DNTRIK e a Vicepresidência da KBKK. B.I.: O senhor viaja muito. ¿É principalmente por negócios ou por prazer?
R.J.H.: Viajo com muita frequência para fora dos E.U.A., para ensinar em outros países. Também viajo ao Japão varias vezes por ano, para treinar e para assistir a as reuniões organizativas. Esta entrevista foi realizada no Moulton College, de Northampton (Inglaterra). Jerry e eu mantemos uma boa amizade desde faz 30 anos.
Los grandes Maestros lo son no solo en virtud de sus conocimientos, también claro está de una trayectoria y en mi humilde opinión, desde luego, de una personalidad, de un carácter. Rene Latosa lo es y vuelve justamente a nuestras portadas, muchos años después de aquel primer encuentro, porque reúne todas estas cualidades. Gozoso reencuentro debo añadir, pues lo fue. Corto pero sabroso y suficiente para comprender como todo lo que uno había esbozado hace años, en aquella primera ocasión estaba ahí, maduro, firme y gentil a la vez. La razón de su viaje: Un nuevo video que verá la luz en breve. Una mañana de trabajo impecable, una grabación fluida y agradable, para un video que a buen seguro, hará las delicias de todos los amantes de las Artes filipinas. El Latosa Escrima, un estilo que un Maestro amigo de Wing Tsun definió con elógios como “anti espectacular”, donde la eficacia campa a sus anchas, marcando la diferencia. Contamos con la inestimable asistencia de su alumno Sifu Markus Goettel, al que agradecemos su gentileza y ayuda.
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Brazilian Jiu Jitsu “Quando esse jovem judoca de quinze anos, pediu para conhecer o já então famoso Hélio Gracie, não podia imaginar que se tornaria um dos seus mais próximos colaboradores e dilecto aluno”
Com quinze anos de idade, um jovem judoca entrou no ginásio do já nessa época muito famoso Mestre e lutador Hélio Gracie, pedindo para ele o r eceber. Após esperar um tempo, Hélio, que tinha escutado o seu comentário, saiu para ver quem era esse garoto: “O senhor falou que os judocas somos uns frouxos e eu sou judoca e não sou frouxo”. Hélio, que nunca perdia ocasião de demonstrar a superioridade do seu sistema, inconfessavelmente encantado com o carácter desse jovem, convidou-o para lutar com regras de Judo com um seu aluno, nesse mesmo momento. “O aluno de Hélio era tão superior tecnicamente que apanhei por todo lado!”, conta Mansur... “Mas eu aguentei firme, levantandome r epetidas vezes, sem dar meu braço a torcer. A coisa esquentou e começámos a nos batermos. Então o Hélio parou o combate e disse: - Ah não! Se querem lutar como Vale Tudo, então que seja com este outro meu aluno. Nem é preciso dizer que continuei a receber tareia e desta feita, muita mais! O Hélio pensou que já era suficiente lição, mas eu não me rendia... - Deixe p’ra lá garoto, já é suficiente – disse ele... Mas eu respondi: Não, não quero que o senhor pense que sou um frouxo... Ele riu-se e levou-me para os vestuários. Quando eu ia de saída, ele me convidou para treinar na sua escola, mas nessa época eu não tinha como pagar... Mas o Hélio, que sem dúvida gostou de meu arrojo, disse-me que isso não era problema para mim. Nesse dia mudou para sempre a minha vida. Nunca poderei estar suficientemente agradecido ao meu querido Mestre!”
Texto: Alfredo Tucci Fotos: © Budo International
“No sistema Kioto de Defesa Pessoal, o segredo reside em dominar, conduzir e eliminar o adversário na primeira defesa. Os detalhes no chão pertencem a outro capítulo do Jiu Jitsu.” “A coordenação motriz e seu desenvolvimento são o centro do ensino do sistema Kioto. Este aspecto nota-se sempre que alguém recebe as ensinanças deste Grão-Mestre”
Brazilian Jiu Jitsu
O sistema completo de defesa pessoal do Jiu Jitsu do Brasil O Jiu Jitsu foi criado como um sistema de luta real. De acordo com o Grão-Mestre Mansur, esta é a verdadeira força do Jiu Jitsu: “Esta é a razão de que logo a partir do primeiro dia que um aluno tem acesso a uma aula de Jiu Jitsu, ele possa começar a aplicar as técnicas que aprende nela. O essencial do Jiu Jitsu é a defesa pessoal, sem ela não haveria Jiu Jitsu”. Quando esse jovem judoca de quinze anos, pediu para conhecer o já então famoso Hélio Gracie, não podia imaginar que se tornaria um dos seus mais próximos colaboradores e dilecto aluno. Durante anos, essa aprendizagem deu os seus frutos e Mansur cresceu como lutador e praticante primeiro, e como professor e versado depois, criando no Rio de Janeiro dois bem sucedidos ginásios de Jiu Jitsu, hoje dirigidos pelos seus filhos. A
sua capacidade didáctica especial e o seu carinhoso, em vez de firme, tratamento, fizeram com que os mais jovens alunos das suas escolas vencessem sucessivas vezes em todos os campeonatos. Isto porque a pedagogia, a capacidade de ensinar deste homem é, sem dúvida, uma das suas mais destacadas qualidades, frente a outros professores do sector. O seu é um sistema perfeitamente organizado, de tal maneira que os estudantes aproveitam cada aula ao máximo. Este é também o caso dos seus vídeos e livro, os quais nos honramos em apresentar. Nesta ocasião, Mansur enfrenta a árdua tarefa de adequar a metodologia do sistema completo que aprendeu do seu Mestre Hélio Gracie, no que à defesa pessoal diz respeito. Ele não reconhece as melhoras incluídas nele, tanto é o respeito pelo seu Mestre!, mas são um factor que os seus alunos não deixam de repetir. Por outro lado, é natural que assim tenha sido, pois é obrigação de todo bom aluno trabalhar para melhorar o trabalho do seu Mestre. Não cumprir a dita tarefa seria negar a própria evolução. Hélio fez o
“A defesa pessoal é a parte do Jiu Jitsu que mais se faz em pé”
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mesmo recebendo o Jiu Jitsu japonês e transformando-o, melhorando a sua eficácia. No Kioto Jiu Jitsu Mansur realizou uma tarefa similar, fruto de uma inegável experiência de quase 50 anos como professor em seu haver, 35 deles como polícia na cidade do Rio de Janeiro. Pode haver um espaço mais adequado para falar em real eficácia e realismo? Para aqueles que não conhecem esta cidade, bem... por assim dizer... sobreviver nela 35 anos como polícia, já é autenticamente meritório... Mansur, que adora e respeita o Hélio, nunca admitirá isto. De certeza que quando ler este texto vai brigar
comigo!, mas eu me devo aos meus leitores e esta é a verdade. A vasta proposta de Mansur como sistema de defesa pessoal, ocupa realmente o espaço de três vídeos normais (básico, intermédio e avançado) que aparecem editados em dois DVDs plenos de material didáctico. Não quisemos deixar nada fora do tinteiro. As técnicas são explicadas pormenorizadamente e demonstradas. Ainda que estas sejam realizadas em quimono, o Mestre afirma que a sua aplicação em fato de rua é igual. Nada muda.
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“Podes aplicar as técnicas vestindo quimono ou sem quimono, na terra e até na água! A minha mulher Sheila sabe disto muito bem” (ri-se) Sheila, a mulher do Mestre que o acompanha nesta viagem à Europa, diz que sim com a cabeça: “É certo, quando era muito mais jovem, fazia muito sucesso com os homens (sorrisos). Em certa ocasião fui assaltada sexualmente em Copacabana, quando entrava no mar... O assaltante apanhou bem! (risos) O Jiu Jitsu também funciona na água!”
Desporto ou defesa pessoal? A proliferação do Jiu Jitsu como desporto, nestes últimos tempos tem vindo a furtar espaço ao seu valor como sistema de autodefesa, a tal ponto que alguns dos mais versados profissionais da matéria desconhecem a sua técnica: “Não consigo perceber como alguém pode ser Faixa Preta de Jiu Jitsu e não saber defesa pessoal! É como escrever um idioma e não conhecer a sua ortografia!”, afirma o Mestre Mansur.
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“Embora a simplicidade seja a base da eficácia do sistema de Hélio Gracie, simplicidade não é simpleza!” “Para um atleta de Jiu Jitsu ser realmente completo, deve aprender defesa pessoal; esta irá proporcionar-lhe uns conhecimentos que melhorarão a sua capacidade de luta”. A coordenação motriz e seu desenvolvimento são o centro do ensino do sistema Kioto. Este aspecto nota-se sempre que alguém recebe as ensinanças deste Grão-Mestre:
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“Por acaso podes ser um grande lutador sem coordenação? A base do ensino é a imitação e a integração da experiência do movimento, por isso o sistema Kioto volta sempre ao mesmo ponto: Coordenação!”
coisas. Para Mansur foi o seu trabalho como polícia que o forçou a aperfeiçoar e aprofundar nos esquemas que o seu Mestre lhe ensinou pormenorizadamente. O preço foi alto. Mansur sobreviveu a 11 tiros e a inúmeras acções violentas com arma branca e com a mão nua.
O sistema de defesa pessoal Gracie teve como base a deficiente força do Hélio. O defeito que se torna virtude faz a Mestria, pois a necessidade é sempre a mãe de todas as
“Se bem que a simplicidade seja a base da eficácia do sistema de Hélio Gracie, simplicidade não é simpleza!”
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Apesar da MMA não utilizar muitas técnicas da defesa pessoal, devido às suas limitações e regras desportivas, para Mansur esta não é mais que outra maneira de denominar o Jiu Jitsu: “Isso que hoje chamam MMA é simplesmente Jiu Jitsu, porque no Jiu Jitsu está tudo, e isto é assim porque o Jiu Jitsu é defesa pessoal.”
“Ele não reconhece as melhoras incluídas nele, tanto é o respeito pelo seu Mestre!, mas são um factor que os seus alunos não deixam de repetir”
Grandes Maestros Com armas, sem elas, perante ataques de pernas ou braços, em pé ou no chão, para o Mestre o Jiu Jitsu é essencialmente pura defesa pessoal. Claro está que como tudo na vida, o sucesso na sua aplicação vai depender do nosso treino. “Para sermos eficazes não basta aprender o sistema; é preciso praticá-lo com frequência; este e não outro é o segredo da Mestria e da efectividade.” “É a prática que nos dá o domínio e a confiança em nós mesmos. É como andar de bicicleta. Quando se aprende nunca se esquece, mas a nossa destreza para a conduzir dependerá da frescura que se tiver na sua prática.” Embora o sistema Gracie se tenha tornado famoso pela sua habilidade em dominar o adversário fechando a distância, para o controlar no chão, como faz uma serpente anaconda, este tem sido, para o seu uso na defesa pessoal, um dos aspectos mais questionados nos círculos marciais, especialmente quando alguém enfrenta vários atacantes. A este respeito perguntámos ao Mestre acerca da idoneidade ou não, de ir para o chão numa situação de defesa pessoal.
“Embora a simplicidade seja a base da eficácia do sistema de Hélio Gracie, simplicidade não é simpleza!”
Brazilian Jiu Jitsu “Isso que hoje chamam MMA é simplesmente Jiu Jitsu, porque no Jiu Jitsu está tudo, e isto é assim porque o Jiu Jitsu é defesa pessoal”
Brazilian Jiu Jitsu “A defesa pessoal é a parte do Jiu Jitsu que mais se faz em pé. Todo movimento defensivo acaba com uma atemi ou alguma forma de finalização que o neutraliza definitivamente. De facto, muitos destes movimentos estão proibidos no Jiu Jitsu desportivo, por óbvios motivos”. “No sistema Kioto de Defesa Pessoal, o segredo reside em dominar, conduzir e eliminar o adversário na primeira defesa. Os detalhes no chão pertencem a outro capítulo do Jiu Jitsu.” Na minha opinião, este vídeo do Mestre Mansur é um trabalho magnífico, que nenhum artista marcial deveria perder, pois afinal esta coisa marcial começa sempre aí, na defesa pura e dura. As suas propostas são tão coerentes quanto efectivas e sem dúvida serão fonte de inspiração para todo aquele que contemple as Artes Marciais como qualquer coisa mais que um desporto.
“No sistema Kioto de Defesa Pessoal, o segredo reside em dominar, conduzir e eliminar o adversário na primeira defesa. Os detalhes no chão pertencem a outro capítulo do Jiu Jitsu”
Reality Based Reconsiderar as técnicas tradicionais de punho e perna, de um ponto de vista da eficácia na autodefesa, este é o propósito deste extenso trabalho com o qual hoje este mundialmente reconhecido versado em matéria de autodefesa pessoal e policial nos apresenta os seus dois últimos vídeos. Além de uma reflexão viva e prática acerca da eficácia dos principais ataques e defesas de punho e perna, o t r a b a l h o d e J i m Wa g n e r é s u b s t a n c i o s o e tremendamente útil para os artistas marciais tradicionais; muitos deles encontraram, repetidas vezes, dificuldades quando se tiveram que defender na rua de um autêntico ataque, e precisam de um guia para tirar em par tido das suas habilidades, simplesmente utilizando de maneira judiciosa as técnicas que tão bem conhecem. “A rua não é um ginásio e as regras são bem diferentes” - Repete com frequência o Sargento Wagner. - “Não são muitas as técnicas que sabemos, mas sabemos o uso adequado das que, funcionando, nos comprometem ao mínimo” O sistema que hoje Jim Wagner nos apresenta, foi criado para que qualquer pessoa pudesse aprender muito rapidamente a responder a uma agressão. Se além disto se está em forma e se possui a disciplina e a habilidade física adequadas, pois ainda melhor. Resumindo: Karatecas, Ta e k w o n d o c a s , Pugilistas... Assim é como nos defendemos!
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O Sistema “métrico” de Defesa
Interceptar e atacar com braços e pernas Texto: Jim Wagner Fotos: www.budointernational.com
Reality Based O Sistema “métrico” de Defesa Interceptar e atacar com braços e pernas Entrem numa escola tradicional de Artes Marciais e perguntem ao instrutor: “Gostaria de saber como aprender a defender-me e o tempo que vou demorar!”. A resposta mais normal é: “De três a cinco anos”, uma resposta correcta se o instrutor se refere a movimentos coreografados, passos repetidos, dúzias de katas, armas antigas e aprendizagem da terminologia e costumes estrangeiras. Por outro lado, se ele for um instrutor de Protecção Pessoal baseada na realidade, em qualquer parte do mundo, ele dirá: “Não são necessários anos para aprender autêntica defesa pessoal, bastam dias”, e esse instrutor conta com agências militares e da polícia que podem verificar que isto é verdade. Quando começarem a aprender tudo o que precisam de saber sobre Boxe e intercepção com as vossas mãos e braços, verificarão que aplicando o meu Sistema Métrico de Defesa e Bloqueio, isso leva apenas horas, de maneira que só o estudante deve decidir acerca de uma manutenção perfeita das suas habilidades.
Definição do Sistema Métrico O que querem dizer quando falam em autodefesa? Todos sabemos que o sistema métrico matemático tem como base o número 10, quer dizer, 10 milímetros num centímetro. Na Protecção Pessoal bem aplicada, há só 10 maneiras de bater numa pessoa, 10 ângulos de bloqueio, 10 direcções nas quais o corpo humano pode mover-se de um lugar para o outro, e esta regra serve tanto quando se trata de uma senhora na sua casa a proteger-se com uma faca contra um intruso, ou de um antiterrorista a mover-se para um alvo. As duas primeiras direcções são para a frente e para trás, o que quer dizer andar em frente, na direcção de um adversário para fechar o espaço, ou para trás, para evitar uma pancada com uma garrafa de cerveja (por exemplo). Isto quer dizer, bater com o punho na cara de um atacante, dando um batimento para a frente, ou fazer um golpe de punho de martelo sobre alguém que trata de nos segurar por detrás. Cada direcção tem um número; por exemplo, em frente é 1, para trás, 2.
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O Sistema “métrico” de Defesa
Interceptar e atacar com braços e pernas
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Os dois ângulos de ataque seguintes, (termo geométrico), são horizontais: à esquerda e à direita; números 3 e 4. Segue-se o plano vertical. Só há duas maneiras de bater neste plano: com o punho ou com o cotovelo: em cima e em baixo; em baixo é 5, em cima é 6. Este número pode ser um batimento para cima na direcção das costelas ou na direcção do cotovelo e do queixo. O alvo depende da sua viabilidade. As quatro últimas linhas para bater, são as diagonais que, representadas graficamente, formariam um X, tanto se descemos em diagonal, à esquerda ou a direita, ou se subimos, esquerda ou direita. Quando realizamos estes ângulos principais, fazemos ao todo 10 direcções, e é assim que funciona este sistema métrico. Não temos em conta os ângulos entre os ângulos principais, conhecidos também como “minutos de ângulo”, porque são carentes de interesse num combate fluído. Se alguém tentar bater na nossa cara com o punho e vai numa direcção entre um batimento horizontal e outro diagonal, o ângulo do braço para interceptar este golpe não muda demasiadamente a dinâmica.
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Autodefesa Redescobrindo um antigo conhecimento Quando esticamos o punho na direcção do objectivo, encontramos só 10 direcções ou apenas 10 direcções para um batimento com a mão aberta. Se procurarmos algum mapa de ângulo de ataque através da história, chegamos a uma talha em madeira italiana do Século XVII; ao diagrama do Filipino Kali, de 1940; ou às antigas tradições dos índios americanos e, inclusivamente, ao Programa das Artes Marciais do Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos (MCMAP); os ângulos principais estão todos aí. Eu limitei-me a calcular que só há 10 deles e descobri-os para os meus estudantes da polícia, exército, segurança e civis. Então, como existe tanto instrutor que diz aos seus estudantes, “posso ensinar-vos trezentas maneiras de bater no adversário com as mãos nuas”? Existem duas razões para este comentário: 1º. O instrutor nem faz ideia, porque nunca participou numa luta verdadeira e está a falar de técnicas que lhe ensinaram, sem se aperceber do denominador comum. 2º. O instrutor sabe que se tem “centenas” de coisas para nos ensinar, continuaremos a trabalhar com ele para recebermos mais informação, o que quer dizer uma entrada de dinheiro certa, em troca do seu ensino. Se eu comentasse aos meus estudantes polícias e militares, (como a Polícia da Alemanha Federal,
“Bundespolizei”, ou as forças de Segurança das Forças Aéreas dos Estados Unidos) que tenho centenas de técnicas para lhes ensinar e que precisam de anos para as aprender, até se riam na minha cara e iriam procurar outro instrutor. A maioria dos polícias e dos militares sabe que as técnicas requeridas nas ruas ou nos campos de batalha devem ser simples, eficazes, e que precisam de muito pouco tempo para serem aprendidas e dominadas. Se querem simplificar o vosso próprio treino e aprender só estes bloqueios que funcionarão numa luta, convido-vos a conseguirem o meu novo DVD intitulado “Sistema métrico de defesa e bloqueio”.
Simples demais para ser verdade! Muitos praticantes de artes marciais vão passar por um mau bocado, aceitando o facto de que existem só dez direcções para dar um pontapé em alguém, porque a maioria dos seus instrutores lhes disse (ou viram nos seus DVDs) que existem inúmeras maneiras de pontapear o adversário. Por alguma razão, a maioria dos praticantes de artes marciais acredita que “quanto mais, melhor”. No entanto, se folhearem qualquer manual militar antigo ou actual, poderão apreciar que
sempre apresentam poucas técnicas. Os sistemas de combate militar estão baseados nos ângulos principais, inclusivamente quando não são directos e firmes. A razão é clara, as técnicas no campo de batalha devem ser simples e eficazes. As agências da Polícia adoptaram também muitas técnicas militares e métodos de treino, desde que são organizações paramilitares. Nestes sistemas de luta não verão pontapés altos, nas canelas ou movimentos ginásticos, posto que o “Sistema de protecção pessoal baseado na realidade” de Jim Wagner, nasceu de sistemas militares e da polícia. “O sistema métrico de perna em defesa e bloqueio” de Jim Wagner mostra as mesmas técnicas e métodos de treino.
Os pontapés no sistema O mais fiável do arsenal baseado na realidade é o pontapé frontal lançado com a per na levantada. Exactamente da mesma maneira que quando damos um pontapé numa porta, nunca usamos a perna da frente, partindo de trás tem muito mais força, devido ao movimento para a frente. O objectivo está em qualquer lugar da zona da pelve (bacia), que é o centro de gravidade CG do adversário, quando está em pé. No sistema baseado na realidade, os pontapés nunca são lançados acima da zona da pelve, uma vez que são instáveis, fáceis de interceptar e raramente alcançam o adversário. Quando chegamos aos pontapés horizontais, (pontapé lateral), o objectivo é o joelho ou as canelas. Só precisam de um pontapé horizontal no caso de serem atacados lateralmente e não terem tempo de se virarem para o atacante, que é o que o instinto humano faz. Um pontapé horizontal baseado na realidade, é um pontapé com gravidade assistida, posto que vai na direcção do seu objectivo, num ângulo precipitado para baixo e não perfeitamente horizontal, como o faz um pontapé lateral tradicional. Os pontapés partindo de trás, dão-se uma vez num milhão e eu nunca fiz nenhum numa luta real. Porquê? Porque se vierem atrás de nós, o instinto obriga-nos a virarmo-nos e a enfrentarmos a ameaça. No entanto, se alguém faz alguma coisa para fechar a distância antes de nos virarmos, provavelmente vamos encolher os ombros e inclinar-nos ligeiramente, da mesma maneira
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que quando éramos pequenos fazíamos, no momento em que a bola vinha bater em nós. Esta é a posição em que lançaríamos o nosso pontapé traseiro. Não há pontapé “redondo”, (com frequência chamado circular) no “Sistema de protecção pessoal baseado na realidade”, porque nunca batemos com o nosso peito do pé ou com as canelas, devido à fragilidade dos ossos. O mais perto que chegamos de um pontapé circular é o pontapé diagonal, que é similar ao frontal, mas segue uma linha diagonal no seu objectivo, geralmente a zona da pelve, batendo com o calcanhar do pé. Quando chegamos aos pontapés verticais só existem dois movimentos, acima e abaixo. Para o lançar de baixo para a frente, temos que pisar com força e rapidez. Fazemo-lo pisando com força sobre o pé do adversário, se estiver no
chão. O objectivo de pisar baseia-se na necessidade de uma força razoável ou uma força morta. As primeiras são pisadelas dirigidas aos membros, mesmo que se quebrem os ossos, e a força morta vai dirigida a zonas de perigo do corpo: cabeça, pescoço, torso, coluna e pelve. Um pontapé vertical para cima iria em direcção à virilha, no caso do adversário ter as pernas separadas, ou uma pancada na cara, no caso de estar inclinado. No entanto, dirigila para o queixo seria um autêntico suicídio. Quando eu estava na Marshal Air Federal dos Estados Unidos, um dos instrutores de tácticas defensivas nas Escolas de Campo de Los Angeles, deu uma aula e pediu aos estudantes para darem “um pontapé no queixo do terrorista”, no estreito espaço de um avião em voo. Não fui autorizado a assistir ao treino por que era “muito duro”. Tinham razão. Quando a vida
das pessoas está em jogo, não faço nem ensino técnicas “ostentosas”, como os pontapés ao queixo. Falando em ostentação, na nossa técnica jamais viramos as costas ao adversário, a menos que estejamos a fugir…, e também não fazemos pontapés de rotação. Mantemo-nos na antiga filosofia espartana: avançar em frente ou morrer tentando-o. Tendo assistido pessoalmente a um grande número de lutas e partindo da minha experiência, posso dizer que na minha luta só podem ter ocasião de entrar com um ou dois pontapés, de maneira que cada um tem de contar para o resultado final. Como é natural, os joelhos podem ser utilizados como armas eficazes e são ferramentas poderosas quando entram na zona vermelha do adversário, encurtando a distância. Uma joelhada dianteira, como um
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Reality Based arpão, funciona bem, enquanto que uma joelhada traseira não existe. Os joelhos em horizontal carecem de potência, mas em vertical são devastadores. Uma joelhada vertical ascendente, pode ir directamente à cara ou à virilha, quando ao mesmo tempo se empurra para baixo a cabeça do adversário. Uma joelhada vertical descendente pode ser uma joelhada em queda ou dirigida ao torso do adversário enquanto este está no chão, para o controlar; força de domínio. Quando se faz a intercepção nos pontapés que entram, o sistema de protecção pessoal baseado na realidade só tem três técnicas, que são suficientemente adequadas para interceptar as 10 direcções principais. A de parar: é quando pomos o nosso pé de lado, para interceptar o pontapé frontal que vemos vir. Depois temos a da paragem com o joelho, para a maioria dos pontapés por baixo da cintura. Realiza-se simplesmente levantando o joelho em frente da virilha, como uma lança, para proteger a nossa linha do centro. Por outro lado, os pontapés com as mãos sobre a cabeça interceptam os braços, no que chamamos escudo de braço lateral, ou simplesmente retrocedemos e deixamos o pontapé voar. A beleza do Sistema Métrico de defesa e bloqueio com a perna, reside no facto de as técnicas serem fáceis de aprender, sendo as mesmas utilizadas nos exércitos e nas polícias de todo o mundo, porque tratam só 10 direcções principais, mantendo as vossas habilidades; é muito mais fácil do que a maioria dos sistemas de luta. Sejam um alvo duro!
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RAÚL GUTIÉRREZ LÓPEZ, 9º DAN Kosho-Ryu Kenpo y 10º DanFu-Shih Kenpo www.raulgutierrezfushihkenpo.com www.feamsuska.com rgutkenpo@hotmail.com Teléfono: (0034) 670818199 Sensei Luis Vidaechea Benito Cinturón Negro 3º Dan Fu Shih Kenpo Delegado FEAM en Castilla y León Templo Segoviano de Fu-Shih Kenpo Pabellón Pedro Delgado - Segovia Tel.: 622 263 860 mailto: sensei.luis@cylam.es http://www.cylam.es/ Maestro Peter Grusdat, 8º Dan Wing Tsun Director General Departamento de Wing Tsun FEAM wtacademycanarias.com/es/sifu-grusdat Facebook: Sifu Peter Grusdat Email: inf@wtacademycanarias.com Las Palmas de Gran Canaria - ESPAÑA Teléfono: (00 34) 618 455 858 - 637 344 082 Informate de nuestros Cursos de Formación de Monitores Para ejercer a nivel nacional e internacional Avalados por FEAM CLUBE ESCOLA DE DEFENSA PERSOAL José Rodríguez López Fundador Hand Krav Fu System Instructor Nacional Defensa Personal Policial IPSA Escuela Defensa Personal y Policial de As Pontes Lg Petouto - Ribadeume 15320 As Pontes, A Coruña Tel: 670 770 004 escuela@handkravfu.es - www.handkravfu.es Maestro José Domingos Cinturón Negro 3º Dan “Sandan” Fu-Shih Kenpo 1º Dan Kosho-Ryu Kenpo Representante de FEAM y la “International Fu-Shih Kenpo Portugal”. Entrenador de Lucha Libre, Musculación y Cultura. Física y Fitness – Preparador Físico, Socorrista de Emergencia Médica www.facebook.com/jose.domingos.37 <http://www.facebook.com/jose.domingos.37> jomanegos@gmail.com Tel: 00351 965713463.Dojo: XL GYM Avda. 25 de Abril nª 45, 1675 -185 Pontinha, Portugal ESCUELA DE ARTES MARCIALES KWANG GAE DO Felipe Alves Aniceto 2º Dan Tae Kwon Do Y Kick Boxing Representante Feam En Aragon Gimnasio Alfinden Tlf:649 601 709 Kwanggaedo@Gmail.Com Kwanggaedo.Wix.Com/Kwangaedo-Eam Facebook//Kwang Gae Do Maestro Martín Luna Director internacional Krav Maga Kapap FEAM Instructor policial/militar IPSA Seguridad y escoltas /vip protección Representante IPSA y FEAM Canarias Maestro Cinturón Negro 5º dan Fu-Shih Kenpo Instructor kick Boxing / K-1/Full Contact Tel: 671 51 27 46.martin75kenpo@hotmail.com
Martín García Muñoz Maestro Internacional 7º DAN Instructor Internacional Policial, IPSA Instructor Internacional Tae-Kwon-Do ITF Vicepresidente Federación Andaluza de Tae-Kwon-Do ITF Representante FEAM e IPSA para GRANADA, ANDALUCÍA. Gimnasio Triunfo (Granada) Teléfono: 607832851opencleanmotril@hotmail.com Maestro Antonio Guerrero Torres C.N. 5º Dan Fu-Shih Kenpo Representante “Asociación Fu-Shih Kenpo”, AFK para Andalucía Teléfono: 678 449 585 Email: afkenpo@gmail.com Per Snilsberg: Consejero Personal, Patrocinador y Promotor FEAM, IPSA e International Fu-Shih Kenpo Association, IFSKA. c/ Løytnantsveien 8b, 7056 Ranheim - Norway. Tel: +47 930 09 006 – post@fiskeper.no Sensei Mario P. del Fresno C.N. 3er Dan Fu-Shih Kenpo Representante F.E.A.M. Madrid Centro Entrenamiento Profesional Box Everlast www.boxeverlast.es Club de artes marciales 78 www.artesmarciales78.com Gimnasio In Time MMA. www.intimemmamadrid.es Teléfono: 658 016 688 mario.fushihkenpo@gmail.com Frode Strom, Sifu en 3 estilos diversos de Kung-Fu Representante Oficial Fu-Shih Kenpo en Drammen, Noruega. Frode Strøm Fu-Shih Kenpo Drammen Tollbugata 98 3041 Drammen (+47) 90942428 Frodestrom1969@gmail.com Instructor Krzysztof Adamczyk Instructor Nacional para Polonia y Noruega. Grinnisvegen 611 ,7236 Hovin i Gauldal ,Noruega fushihkenponorge@gmail.com 0047 92520150 fushihkenpopolska@gmail.com 0048 783474760
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Raúl Gutiérrez “Em qualquer actividade física e especialmente em Artes Marciais, é de vital importância conseguir uma grande mobilidade articular e capacidade de estiramento”
OS PONTAPÉS NAS ARTES MARCIAIS, 2ª Parte MOVILIDADE ARTICULAR E ESTIRAMENTOS Em qualquer actividade física e especialmente em artes marciais, é de vital importância conseguir uma grande mobilidade articular e capacidade de estiramento. São exercícios essenciais para assegurar a completa preparação dos tecidos corporais, frente ao esforço físico e são também os encarregados de optimizar a parte estrutural do organismo. O aquecimento em qualquer actividade de tipo desportivo ou marcial, é a fase inicial e está constituído por um conjunto de exercícios que precedem a melhor realização dessa actividade, em especial. Sua finalidade é preparar o nosso organismo para enfrentar e render perante essa exigência fisiológica, à qual por própria vontade nos vamos submeter.
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A
correcta escolha, duração, intensidade e execução dos exercícios do aquecimento, é fundamental, porque disso depende produzirem-se no organismo as mudanças fisiológicas necessárias para conseguir um aumento da coordenação neuro-muscular, atrasar a aparição do cansaço e diminuir o risco de lesão. Recomendamos iniciar a actividade física por ordem, tal como: 1) Exercícios de mobilidade articular activos estáticos. Consiste na realização de um estiramento em repouso, até o limite confortável, estirando o músculo em repouso, até uma determinada posição e mantendo a posição de 15 a 30 graus. Neste tipo de estiramentos não existe um trabalho por parte da musculatura agonista, pelo que o consumo energético é muito menor que nos estiramentos
dinâmicos. Também, tratando-se de movimentos lentos e em repouso, se consegue obter um melhor relaxamento muscular, aumentando a circulação sanguínea e reduzindo a sensação de dor. Existem, por sua vez, dos tipos principais de estiramentos estáticos: • Estiramento activo: consistente em esticar o músculo antagonista, sem utilizar nenhuma assistência externa. • Estiramento passivo: consta do estiramento de um músculo no qual se exerce uma força externa sobre o membro a esticar. Essa força externa pode ser um parceiro, uma parede, um tamborete, etc. Também existe o estiramento isométrico, um tipo de estiramento estático, onde os músculos implicados fazem força em contra do estiramento, tensando-se os músculos implicados, com o objectivo de reduzir a tensão muscular. Também existe o método de Facilitação Neuro-muscular Proprioceptiva (FNP), que combina o estiramento estático com o isométrico e a sua realização compreende quatro fases:
• A realização de um estiramento estático. • Uma contracção isométrica contra uma resistênca, durante dez segundos. • Relaxamento em repouso. • Estiramento estático com maior movimento. Se falamos do Stretching de Bob Anderson, estamos falando do método estático por excelência, porque melhora a coordenação, prevêem contracções musculares e aumenta a extensão muscular. Como inconveniente, é muito monótono e favorece o estatismo. Consiste em: • Adoptar a posição adequada sem dor, 5 segundos e manter-se nela de 20” a 30”. • Voltar à posição inicial. O Stretching de Solverbor e a FNP, à diferença do Stretching de Bob Anderson, melhoram seus resultados, fortalecendo a musculatura em volta das articulações. Tem de se considerar que todo trabalho que implique contracções isométricas, pode provocar dor muscular. Voltando ao Stretching de Solverbor, ele consiste em: • Realizar uma tensão isométrica do grupo muscular envolvido, durante 10 segundos. • Relaxamento total de 2 a 3 segundos. • Se alcança a posição de máxima amplitude articular (sem dor). • Recuperar a posição inicial de forma lenta. (1) Estiramentos Dinâmicos
“Temos de dar especial atenção à preparação daqueles núcleos articulares que facilitam a mobilidade geral do aparelho locomotor, assim como todos aqueles que são mais susceptíveis de sofrer lesões, destacando: tornozelo e pé, joelho, ancas, tronco ombros e pescoço”
Fu-Shih Kenpo Este tipo de estiramentos consistem em estirar a través de impulsos, mas sem exceder os limites dos estiramentos estáticos. Se estiram os músculos antagonistas graças às contracções repetitivas dos músculos agonistas. Se corresponderiam com exercícios baseados em saltos e balanceio, evitando sempre movimentos balísticos (de rebite) posto que podem ultrapassar os limites dos músculos e poderão lesionar-nos. Esta maneira de estirar pode ser contraproducente quando não vai precedida de uma sessão de estiramentos estáticos ou quando a musculatura não recebeu um bom aquecimento, porque os estiramentos dinâmicos em segmentos corporais frios, podem provocar o reflexo miotático do estiramento, pelo qual o músculo acabaria encurtando-se e não se conseguiria o efeito desejado.
Por outra parte, estirar de forma dinâmica, melhora a amplitude de movimento e aumenta a força e a flexibilidade dos músculos em maior grau que os estiramentos estáticos. Resumindo: os estiramentos estáticos não melhoram o rendimento muscular, só melhoram a tolerância à incomodidade que provoca o estiramento e por outra parte, os estiramentos dinâmicos não mantêm os músculos débeis, tal como fazem os estáticos, mas que aumentam a força e a flexibilidade dos músculos. Para obter uma melhora desportiva na tarefa, têm de se realizar esforços musculares activos e movimentos rápidos (estiramentos dinâmicos) com a finalidade de estimular a musculatura, para enfrentar a tarefa com um maior rendimento. E não podemos esquecer que para relaxar a musculatura no fim da tarefa, é recomendável o uso de estiramentos estáticos.
“Na fase inicial do aquecimento é conveniente abordar exercícios estáticos de mobilidade articular e estiramentos”
Raúl Gutiérrez 2) Exercícios de mobilidade articular activos, assistidos As articulações são os eixos biomecânicos do corpo, verdadeiros pontos fixos onde se apoia e origina o movimento humano, expressando-se em toda a sua amplitude. Uma articulação rígida, imobilizada, dá uma ideia da diminuição em qualidade de vida. Por tanto, os exercícios de mobilidade articular nos permitirão manter a saúde das articulações, tendões e ligamentos. Os exercícios de mobilidade articular para tonificar as articulações, devem ser feitos até sentirmos quente toda a zona que trabalhamos, como com uma certa sensação de queimarem e estar fatigados os músculos implicados no movimento. 3) Exercícios de mobilidade articular passivos Servem para que os músculos e articulações se mantenham saldáveis. São fetos com a ajuda de alguém, quando a pessoa é incapaz de o fazer por si mesma (em casos de lesões, acidentes, etc.) São muito importantes porque apesar dos músculos não se verem aumentados, a mobilidade articular ajuda à flexibilidade e a circulação sanguínea, o que contribui a manter os joelhos e cotovelos, por exemplo, em óptimas condições. 4) Exercícios de estiramento muscular estáticos.
“Os estiramentos estáticos não melhoram o rendimento muscular, só melhoram a tolerância à incomodidade que provoca o estiramento e por outra parte, os estiramentos dinâmicos não mantêm os músculos débeis, tal e como fazem os estáticos; eles aumentam a força e a flexibilidade dos músculos”
5) Exercícios de mobilidade articular dinâmica durante a fase de locomoção do aquecimento. 6) Os exercícios de estiramento dinâmicos, prévios à fase principal, são opcionais. 2. Estiramentos e mobilidade articular prévios à actividade física Quando se realiza um bom aquecimento, os efeitos principais do mesmo se percebem na consecução de: • Aumento da frequência cardíaca. • Aumento da pressão sistólica. • Dilatação das vias de ventilação. • Iniciar uma adequada redistribuição da circulação do sangue nas zonas activas. • Aumentos dos substratos energéticos e de oxigénio na circulação. • Melhora dos processos neuromusculares.
Fu-Shih Kenpo • Fazer maus curta a prolongação do cansaço. • Melhora dos processos metabólicos de facilitação de energia. • Eliminação da falta inicial de oxigénio. • Diminuição da viscosidade muscular. • Melhora da mecânica do movimento articular. • Aumento da capacidade de elongação muscular. As melhoras do aquecimento se destinam à consecução de um adequado ajuste cardio-respiratório e a preparação do sistema articular e músculo-tendinoso para a actividade. Os exercícios de locomoção são os mais indicados para favorecer os ajustes a nível respiratório e cardiovascular, e os exercícios de mobilidade articular e estiramentos serão os essenciais para assegurar a completa preparação dos tecidos corporais, para o esforço físico. Na fase inicial do aquecimento, é conveniente abordar exercícios estáticos de mobilidade articular e estiramentos, enquanto que na fase de locomoção do aquecimento, prévia à actividade, são adequados os exercícios de mobilidade articular dinâmica. A mobilidade articular é conveniente que seja efectuada previamente à realização de todo estiramento muscular. Mediante a mesma se consegue um aquecimento endógeno importante, que se tor na um factor de prevenção de primeiro ordem, para lesões de natureza cápsulo-ligamentosa. Tem de ter-se especial atenção à preparação daqueles núcleos articulares que facilitam a mobilidade geral do aparelho locomotor, assim como todos aqueles que são mais susceptíveis de sofrer lesões, destacando: tornozelo e pé, joelho, anca, e no tronco, ombros e pescoço. O aumento de temperatura é um elemento que facilita o estiramento dos tecidos associados ao núcleo articular mobilizado, portanto, se
recomenda o emprego de exercícios de mobilidade articular estáticos, previamente ao estiramento muscular. 3. Mobilidade articular e estiramentos após a actividade física Depois da realização da actividade física, é conveniente estabelecer um adequado trabalho de estiramentos musculares, para favorecer a recuperação dos tecidos submetidos a movimento, evitando assim o efeito de “espartilhado”. (pessoa pouco espontânea, demasiado comedida e rígida, na sua maneira de se comportar). Se a actividade principal é de natureza contínua, deve de efectuar
exercícios de estiramento no final da mesma, contribuindo decisivamente a eliminar contraimentos e rigidezes musculares e mais ainda quanto mais intensa tenha sido a fase principal. Quando a actividade principal é de natureza fraccionada, é recomendável alternar as fases de descanso com exercícios de mobilidade articular dinâmicos e estiramentos musculares, contribuindo a uma melhor recuperação do tecido muscular e evitando possíveis contracções devidas ao esforço. Quanto mais intenso seja o esforço realizado, maior importância temos de dar à realização da mobilidade articular e estiramentos.
Cinema Marcial ALFRED HSING POR DETRÁS DAS CENAS DE “DRAGON BLADE Texto: Emilio Alpanseque Fotos: Golden Network Asia, Lionsgate Premiere
Alfred Hsing é um ex membro da Selecção Nacional dos Estados Unidos de Wushu, de São José, Califórnia. Após mais de uma década de intenso treino, Hsing resolveu deixar seu "trabalho habitual" para poder treinar o tempo todo, para o Campeonato Mundial de Wushu. Esta decisão deu frutos, por fazer dele o primeiro estado-unidense a ganhar uma medalha de oiro em Wushu Taolu, no 10º Campeonato Mundial de Wushu, em 2009. Além da sua carreira na competição, Hsing recebeu grande reconhecimento como actor, acrobata e coreógrafo de acção, pois tem participado em numerosos projectos de todo género, que vão desde anúncios para a televisão e séries, a curtas e longas metragens, incluindo
Cinema Marcial êxitos asiáticos importantes, como "O bruxo e a serpente branca", de Jet Li (2011), "My Lucky Star"de Zhang Ziyi (2013), ou "Ip Man 3" de Donnie Yen (2015). Hoje, Hsing nos recebe para falar connosco de algumas das suas experiências do seu trabalho como membro da equipa de J.C. Stunt, em "Dragon Blade". Budo International: Antes de mais nada, agradecemos muito que nos tenha concedido esta entrevista! Por favor, como foi a sua experiência de trabalho neste filme? A.H.: Trabalhar com Jackie Chan tem sido o meu sonho a vida inteira... Tal como digo, um objectivo na minha vida era que Jackie me “batesse” e desse pontapés, como acontece em um dos seus filmes. Faz mais de 20 anos, quando em criança via os seus filmes, a ideia de vir a conhece-lo estava muito longe… e o sonho de vir a trabalhar com ele, era inexistente... Mas suponho eu que tudo começa com um sonho. Sonhamos, acabamos por acreditar e estabelecemos as metas. Estabelecendo metas, criamos passos reais que tornam os sonhos uma realidade que podemos alcançar e agora, aqui estou eu... Agora alcancei esse sonho. Trabalhei com Jackie e a equipa de especialistas de JC durante quatro meses. Me prenderam fogo, lançado desde vigas altas, estatelado contra caixas, me lançaram carvão ardente, lutei contra Jackie Chan e até contra John Cusack. B.I.: A tua garganta também “foi cortada” por Tibério? A.H.: Sim! Fui designado para trabalhar em toda a sua coreografia de acção, com o actor (Adrien Brody) que interpretou o papel de Tibério. De alguma maneira fui “apunhalado, picado e minha garganta cortada por ele”, em numerosas ocasiões. B.I.: Como se deu a ocasião de trabalhares neste projecto? A.H.: É uma história interessante. Após alguns anos vivendo na China, voltei para Los Angeles, a meados do ano passado e poderia ter perdido esta oportunidade se não fosse por uns acontecimentos aparentemente aleatórios na minha vida. Um deles foi o casamento de um meu amigo no Vietname. Posto já estar no Vietname, resolvi fazer uma viagem completa pela Ásia. Fiz um alto na China, para ver os amigos e fazer algumas reuniões. Aconteceu que Jun, um dos principais coordenadores dos duplos de Jackie Chan, estava tratando de chegar até mim, mas não tinha podido contactar comigo
Cinema Marcial (porque eu já não estava em Los Angeles e tinha o meu telefone da China desligado). Mas quando voltei para a China, voltei a contactar com ele e um mês depois me chamaram para trabalhar nesta fita com a equipa de JC Stunt. Imediatamente, novamente coei à China! B.I.: Então, tiveste de viajar desde Los Angeles directamente para o deserto do Gobi? A.H.: Não, as rodagens começaram em Hengdian, que está na província de Zhejiang. Há quem o chame o “Hollywood da China”, porque é onde se filmam muitíssimos filmes. Depois levaram a produção para Dunhuang. Agora bem, sendo realistas, por muito que esta tenha sido uma experiência inacreditável e o sonho da minha vida, não esteve isento de dificuldades. Filmamos durante semanas em Hengdian, sem nem sequer um dia de descanso! A essa altura, comecei a delirar, devido ao calor, ao excesso de acrobacias e a falta de sono. Depois fomos para o Deserto de Gobi, com um tipo diferente de calor. Suamos menos
porque é muito seco, mas há tormentas de areia e o Sol é muito forte. Se não tiveres protector solar, basta descobrirse um dia só para sofrermos uma queimadura severa. Rodamos durante uma semana inteira. Saíamos do hotel às 6 horas da manhã e voltávamos por volta das 10 da noite! Houve gente que sofreu lesões e tive alguns encontros perigosos. Nunca trocaria esta experiência por nada, mas a realidade do dia a dia para os rapazes Stunt, era que havia um monte de trabalho. Resumindo: era física e mentalmente esgotante… B.I.: Como estavam preparadas para a rodagem, as cenas para a equipa chinesa, onde se faziam rotinas de mão nua e com espada? A.H.: Durante a etapa prévia à produção, a equipa preparava a rotina no momento. As rodagens foram bastante rápidas. Filmamos tanto que realmente não me lembro bem de quantos dias demoramos. Pode ter sido 1
ou 2 dias e num desses das choveu e tivemos de fazer uma pausa na filmagem, à espera da chuva parar. O operador de câmara já anteriormente trabalhara com a equipa de Jackie, havia muita compenetração e filmar era bastante simples. B.I.: Poderias falar-nos mais de Jackie Chan como pessoa? A.H.: Possivelmente Jackie seja uma das figuras públicas mais generosas que
Entrevista
Cinema Marcial eu tenha conhecido. Em Chinês o chamamos "Grande Irmão". Frequentemente convida para jantar a toda a equipa de produção e manda trazer a comida ao lugar das rodagens. Paga tudo da “sua algibeira”. Jackie não está obrigado a fazer isto, mas ele sabe das dificuldade de um dia de rodagem nos estúdios e convida a equipa para jantar. Ele é incrível em muitos sentidos. Em primeiro lugar, temos de ver que tem 61 anos, mas ainda está em perfeita forma e activo. Está sempre fazendo acrobacias, coreografia, actuação, direcção auxiliar, dirigindo a acção, operando a câmara e fazendo de tudo no set! Tem mais energia que muitos jovens de 30 anos (risadas). Sabe perfeitamente o que se tem de fazer. Podemos dizer que lhe encanta fazer filmes. Tem estado fazendo filmes durante mais de 4 décadas… B.I.: O que nos podes dizer acerca do processo que está por detrás de algumas das coreografias de luta? A.H.: Jackie estava muito atento a todas as partes do desenho da acção desde o conceito, a movimentos específicos, a juntar à história surpresas que vão surgindo... Enquanto Jackie está nas rodagens ou ocupado com outros
aspectos da fita, a sua equipa de especialistas está constantemente experimentando com a coreografia, novos movimentos, e assim com tudo... Depois, quando uma sequência se conseguia a través dos esforços de todos, a mostrávamos a Jackie e ele a aprovava ou fazia algumas mudanças. É realmente um processo divertido trabalhar com Jackie, porque ele nos proporciona movimentos que em grande medida são uma “assinatura” do seu estilo, mas ao mesmo tempo, sempre vai encontrar alguma coisa que a todos surpreende. B.I.: Qual foi a tramóia mais memorável para ti e por que motivo? A.H.: Na fita há um andaimo de mais o menos de sete andares de altura, que se utiliza para fixar as paredes da cidade. Tive uma experiência inesquecível quando estava a uma altura de seis andares. Dois de especialistas tiveram de saltar sem arnês de segurança. Nos aferramos a uma corda, que foi unida a um contrapeso que estava no chão. Foi um grande plano geral. Cada um de nós tinha um número e saltávamos por ordem. Eu era o sétimo a saltar. Na segunda filmagem, quando saltei, o cubo que estava debaixo girou e veio bater na parte traseira de minha cabeça, quando
estava descendo. Perdi os sentidos durante uns segundos, enquanto estava caindo, mas a minha mão manteve firmemente a corda. Se a tivesse largado, teria caído descontroladamente e o cubo teria caído sobre mim. Quando cheguei ao chão, recuperei os sentidos e continuei actuando na cena. O papel de Jackie é o de um comandante que está inspeccionando a construção e fala com outro general romano acerca de determinadas coisas da logística da construção. Logo que gritaram: Cortem! Jackie correu na minha direcção e gritou "Estás bem?!" Esfreguei a parte posterior da minha cabeça, onde o cubo me batera e respondi: "Sim, estou bem! Não há problema!". Só depois de eu responder, Jackie se afastou. Ele é incrível porque tudo vê. Lembro-me bem de alguns comentários seus, entre bastidores, em "Police Story" (1985). Se o truque saía mal, ele insistia na importância de que todos os seus duplos conhecessem e seguissem o seu personagem, porque se alguém se magoava e tivesse que abandonar o personagem, todo o truque feito seria em vão e a filmagem desse cena não se pode utilizar. Foi realmente uma honra e um sonho feito realidade, trabalhar com Jackie Chan!
PRIMEIRO ENCONTRO INTERNATIONAL COM OS MESTRES DE BUDO Queridos apaixonados pelo BUDO, este evento vai ser uma ocasião única para conhecer pessoalmente Mestres de todo o mundo e para enriquecer a cultura e a fraternidade entre artes, estilos e homens. Uma grande festa de novo formato, onde compartilhar, através dos seminários, as infinitas técnicas das Artes Marciais, onde poder intercambiar opiniões e conhecer pessoalmente aquelas personalidades que escrevem e se fizeram famosas nas páginas da nossa Revista. Actualmente editada em 7 idiomas (Espanhol, Inglês, Italiano, Português, Alemão, Francês e Chinês) e que em breve o será em mais (já confirmada em Novembro a edição em língua Turca), a Revista vai apoiar com todo o seu potencial por meio das redes e contactos, a excelente iniciativa do respeitado Mestre Sifu Paolo Cangelosi. Os estudantes que irão formar parte de um grupo específico, devem contactar com seu Mestre para as reservas. Aqueles que simplesmente queiram assistir e
formar parte de tudo isso, seja nos seminários, seja no Jantar de Gala, podem fazer a inscrição directamente. Todos são bem-vindos sob a bandeira do respeito, da fraternidade marcial e da cooperação. O evento constará em duas jornadas: SÁBADO 16 E DOMINGO 17 DE ABRIL DE 2016, EM ROMA-ITÁLIA O programa será subdividido em Seminários e Noite de Gala.
Detalhes: SEMINÁRIOS: Cada mestre convidado compartilhará suas próprias técnicas; o tempo à sua disposição poderá variar, dependendo do número de mestres participantes.
HORARIO DOS SEMINÁRIOS: SÁBADO 16 DE ABRIL, DAS 10,30 às 13,30 DOMINGO 17 DE ABRIL, DAS 10,30 às 13,30 CUSTO DOS SEMINARIOS PARA OS ALUNOS: 1 DIA 30 € 2 DIAS 40 € É importante que todos os Mestres que se unirem à iniciativa do nosso evento, confirmem a sua participação e se virão sozinhos ou com seus alunos, antes do fim do mês de Novembro. Em um segundo passo, antes do dia 28 de Fevereiro, devem enviar uma lista detalhada dos seus alunos, com nomes e apelidos, com um adianto de 20 Euros por aluno. A liquidação do seminário se efectuará directamente no dia do stage.
NOITE DE GALA SÁBADO 16 de Abril, às 20,30h Aperitivo e ceia bufete. Durante a Gala serão entregues os diplomas de participação a todos os alunos. Os Mestres serão premiados com o Diploma de “Director”, do Budo Master Council, reconhecido a nível mundial e com o aval da assinatura dos mestres mais famosos do mundo. Por sua parte, todos os alunos receberão uma certidão de assistência, afirmando que fizeram parte do encontro e assinado por todos nós. Uma Photocall estará disponível o tempo todo, no mesmo lugar da Gala, onde se farão fotografias com todos os membros da direcção, amigos, estudantes, etc… Testemunhos fotográficos aparecerão na Revista Cinturão Negro e Budo International, que já nessa altura será traduzida a 10 idiomas, com um artigo extraordinário que tratará amplamente todo o evento e seus participantes, destacando a presença de cada Mestre.
Todos os Mestres, conforme forem confirmando a sua assistência à Gala, serão também incluídos nas páginas publicitárias do evento, tanto na Revista como em toda a nossa network. Alguns exemplos desta publicidade estão inseridos no final deste documento, mostrando alguns dos Mestres cuja assistência já foi confirmada e que hão-de vir de todas as partes do Mundo. CUSTO DA NOITE DA CEIA DE GALA 80 € Dado que o objectivo do encontro não é pecuniário, mas sim cultivar a amizade e a cooperação, foi estabelecido um preço muito acessível. Para a reserva da noite de GALA, cada mestre deve mandar uma lista com o nome e apelidos e uma quota de 80€ por cada convidado, antes do dia 28 de Fevereiro de 2016. Os participantes que vierem pela sua conta, poderão fazer a sua inscrição directamente. Considerando a grande participação a nível mundial, aconselhamos não demorar em mandar as listas, posto que o número de reservas é limitado.
PARA O PAGAMENTO DAS QUOTAS DE RESERVA: BANCO POPOLARE GENOVA AG.3 IBAN: IT90 X050 3401 4030 0000 0000 824 SWIFT: BAPPIT21Q60 PARA AS LISTAS DE RESERVA DOS STAGES E DA NOITE DE GALA, MANDAR TUDO PARA: budo.masters1@gmail.com
OS SEMINÁRIOS E A NOITE DE GALA SERÃO REALIZADOS NO: CENTRO SPORTIVO FONTE MERAVIGLIOSA VIA ROBERTO FERRUZZI 110/112 (ZONA EUR) ROMA – ITALIA (AMPLO ESTACIONAMENTO GRATUITO)
HOTEL Para a per noita em Roma, nos juntaremos em convenção no: HOTEL SHANGRI A CORSETTI VIALE ALGERIA 141 00144 ROMA (ZONA EUR) ITALY TEL. +39 06 5916441 FAX. +39 06 5413813 email: info@shangrilacorsetti.it CUSTE DAS HABITAÇÕES: SIMPLES 60€€ DUPLA 85€€ PEQUENO ALMOÇO INCLUIDO Para fazer a reserva, contactar directamente com o hotel, identificando-se como participante na convenção, usando a contra-senha: BUDO MASTERS.
Reservamos um número limitado de quartos; se aconselha fazer a reserva antes do dia 15 de Março de 2016 (queremos avisar que para aqueles que chegarem tarde demais, não será fácil encontrar alojamento em Roma, posto se festejar o ano Jubilar). Para todos aqueles que se alojarem no Hotel Corsetti, vai haver à sua disposição um autocarro pullman para transportar as pessoas do nosso grupo “Budo Masters”, até o lugar dos seminários e na noite de Gala. O nosso director Alfredo Tucci, teve a gentileza de pôr à disposição da organização, a través de seu e-mail pessoal budo@budointernational.com, para que todos os amigos não italianos que tiverem alguma pergunta acerca do evento e não quis deixar passar a ocasião de nos dedicar umas palavras: “Queridos irmãos no Budo, é um prazer para mim, apoiar a grande ideia do Mestre Cangelosi. Muitos já conhecem os participantes deste encontro através das nossas páginas e do seu extraordinário trabalho como Instrutores e Mestres. Agora vão poder conhecê-los pessoalmente, formando parte de um evento único em seu género, fotografar-se com eles e ter ocasião de aprender com os melhores, levando depois para casa,
uma grande experiência como Artistas marciais e como pessoas, junto a um diploma assinado por todos os mestres, que de certeza vai presidir a vossa história pessoal como budokas. A minha avó dizia que “Todo se contagia, menos a beleza…” Venham então e formam parte da grandeza! Alfredo Tucci Director de Budo International Publishing Co. Exemplos das certidões que serão entregues e sobre as quais estamos trabalhando. Logicamente, os respectivos nomes serão inscritos quando confirmarem a sua assistência. A primeira é a certificação para alunos e a segunda a dos Mestres.
Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.