Basta um CliC para estar no melhor que em Artes Marciais existe no teu idioMA‌
WING CHUN Randy Williams nos explica uno dos provérbios mais importantes de Wing Chun, “Loy Lau, Hoy Soang, Lut Sau Jick Choong”: Segue o que está chegando, deita fora o que se afasta de ti, em qualquer caso, ataca directamente com um golpe, em caso de perda de contacto com a mão sem que se retraia a mão entre os movimentos.
KARATE SEIBUKAN Um dos herdeiros da técnica de Anko Itosu sem dúvida foi Chotoku Kyan (1869-1945), criador do Shobayashi Shorin Ryu e filho do Guarda do Selo Real do Rei okinawense Sho Tai. De entre os discípulos de Kyan destacou especialmente Zenryo Shimabukuro, que depois passou todo o seu conhecimento para o seu filho Zenpo, nascido em 1944, hoje 10ºDan de Karate e com quem Salvador Herraiz se tem encontrado em várias ocasiões na ilha do Karate. Hoje, o nosso colaborador nos traz a “Cinturão Negro” este grande karateka, líder do Seibukan Shorin Ryu.
E-BUNTO Quando escrevo estas linhas com extremo agradecimento e reverência, penso nos Mestres do passado, mas também em todos os que hoje e todos os que no futuro se poderão beneficiar com estes conhecimentos, para elevar as suas vidas e aprofundar no conhecimento do mistério.
CINEMA MARCIAL Jackie Chan e os 12 animais do Zodíaco. Jackie Chan nasceu em Hong Kong a 7 de Avril de 1954, sendo filho de emigrantes da China Continental. A pontos de ser vendido quando nasceu, com seis anos de idade Chan entraria na Escola da Ópera de Pequim, com um contrato de dez anos de permanência, como única opção para sobreviver.
BUGEI Neste artigo Shidoshi Jordan e Shidoshi Juliana nos ajudam a compreender a esencia e a naturaleza verdadeira do Samurai, a figura mais famosa da tradição japonesa e a que mais profundamente conquistou o Ocidente.
SPORTS POWER O poder da força física depende directamente da massa muscular, quanto maior esta seja, maior será sua potência de evolução: mas há pessoas que têm compensado isto com outros métodos; não baye mais forte quem mais músculos tem, mas sim quem mais habilidade possui... O que é o que faz um batedor? Qual é o segredo da potência de batida?
SDS-CONCEPT Princípios da Defesa Pessoal. Se considerarmos estratégias para situações perigosas, graças às suas ideias simples e básicas, o S.D.S.-Concept é o sistema ideal para qualquer pessoa que desejar usar uma ferramenta para melhorar a sua segurança. O S.D.S.Concept se adapta especialmente bem àqueles que se sentem vulneráveis quando se enfrentam a um agressor.
DR. JOHN W. O'CONNOR Puxando para fora o Guerreiro Interior. Não importa quanto bom seja o nosso ginásio, se não estamos mentalmente preparados para todos os desafios que devemos enfrentar, corremos o risco de fazer o que por natureza todos fazemos: acender o piloto automático ou lutar em modo sobrevivência.
MODERN ARNIS El Gran Maestro Juerg Ziegler ha participado ya más de 60 veces en los “Salones de la Fama” más prestigiosos de todo el mundo desde 1992. Es un miembro de pleno derecho de la Cabeza de Familia del Consejo Mundial Sokeship (WHFSC) desde 1995 y Embajador oficial de Asia para este consejo. Todavía tiene el récord mundial en rompimiento de ladrillos desde 1992 (rompió 44 / ladrillos EMPA testados por el Gobierno suizo, con una resistencia a la presión 2500kg cada uno, en sólo 65 segundos con su técnica "mano de hierro Shaolin").
WINGTSUN Noi di Cintura Nera volevamo realizzare un'intervista in cui far conoscere alla comunità degli artisti marziali e soprattutto al mondo del Wing Tsun, chi è Sifu Salvador, quali sono le sue motivazioni e i suoi progetti. Ma soprattutto che l'appassionato che legge mensilmente la sua “Colonna del WingTsun” possa conoscere meglio quest'entusiasta studioso delle arti marziali e instancabile ricercatore del WingTsun Kuen.
KAPAP Disparar: Quando é perto demais? Durante este passado ano, um instrutor de armas de fogo, um “Rambo”, um garoto realmente letal, disparou quatro vezes num estudante! Este sucesso levou-nos a Ben Krajmalnik (que também serviu no Exército Israelita) e a mim chegar à conclusão de que devíamos realizar um novo DVD básico, para falar das armas de fogo e a segurança e explicar algumas técnicas para treinar com armas de fogo.
"Ser melhor é equivalente a ter mudado muitas vezes" Neil GAinman
Q
ueridos amigos e leitores: Após um ano de provas editando a revista 1 mês em quiosques e 1 mês na Internet, os números falaram... e como factos são amores e não boas razões, perante um seguimento na Internet muitíssimo maior que nos quiosques, resolvi dar um passo em frente, um passo para um futuro que já não é tal e sim um presente impressionante. Sim, os tempos do papel chegaram ao seu fim... Os mais teimosos, como eu, temos permanecido contra vento e marés com apego ao formato de Gutemberg, mas este amável senhor, a quem tanto devemos, morreu em 1468! O êxito da edição on-line (também se me não oculta que ver relacionado com o próprio facto de ser gratuita), despertou em mim um novo entusiasmo com esse formato; um entusiasmo que se tem ido concretizando mês a mês, com números a cada dia mais surpreendentes. E não é só pelo facto da edição on-line permitir o acesso a muitos leitores de “Cinturão Negro” de Mundo todo, especialmente na América Latina, o que também é um importante factor. É que na própria Espanha, as diferenças são espectaculares. A difusão e os leitores que optaram por imprimir a revista em casa, lê-la, ou a descarregar para a guardar em seus arquivos, é impressionante. Por exemplo: A revista de Abril em língua espanhola superou as 23.000 impressões, uma média de mais de 8.000 leitores, outras não ficaram muito atrás. Como amostra, os números de “ISSUU.com” a plataforma de revistas internacionais onde estamos oferecendo a revista, do mês de Outubro ……. com as impressões realizadas de alguma das últimas revistas editadas online em Espanhol. Estes são números oficiais de “ISSUU”, que nós não podemos alterar e que até faz só uns poucos meses eram acessíveis a todo aquele que quisesse; no entanto, por motivos que desconheço, a plataforma agora apenas as entrega aos editores. Nós, que não temos nada a ocultar, mas muito pelo contrário, gostamos de as fazer públicas, as indicamos aqui, para apoiar com feitos as nossas palavras. Sei que muitos dos leitores, talvez saudosos como eu, herdeiros de outra era, vamos continuar adorando o papel, o seu cheiro, o seu tacto… mas se assim é, podem descarregar o arquivo em pdf desde a web e simplesmente imprimir a revista em casa (hoje qualquer um tem uma impressora a cores) e armazenala (Eu já não sei onde as meter!). No caso de se querer uma impressão mais profissional, bastará procurar uma imprensa profissional (de certeza que há uma perto de onde moram e pedir-lhes que a imprimam. Um grampo… e pronto! É a maior revolução desde a Idade Média e desde a invenção da Imprensa. A possibilidade de oferecer
“O que a lagarta da hortaliça interpreta como o fim do mundo é o que o mestre denomina borboleta” Richard Bach
formatos interactivos conjuntos à revista e vídeos, é outro ponto forte destes formatos digitais. O seguinte ponto a considerar é a sua NÃO caducidade; enquanto que uma revista em papel desaparece do quiosque e se transforma em pasta de papel, as edições on-line não param de crescer em revistas, que como a nossa, não estão ligadas às notícias. Para os anunciantes isto é uma grande coisa, porque o seu anúncio permanece e não deixa de fazer efeito após um mês, ele perdura criando mais e mais exposição da sua oferta. Além disto, agora, nos ameados de cada mês vai aparecer um número EXTRA de “BUDO NOSTALGIA”, com a selecção dos melhores artigos da nossa revista de “… faz mais de 10 anos” e em todos os idiomas. A ideia é que uma nova geração de Artistas Marciais tenha acesso às ensinanças de grandes Mestres, versados e excelentes professores que têm trabalhado nestes últimos 26 anos com Budo International - Cinturão Negro. Trata-se de um EXTRA da nossa publicação, que de certeza encantará os mais adeptos e apaixonados estudiosos. Cinturão Negro no último quarto de século tem vindo publicando revistas, livros e vídeos, criando com isso o maior depósito de “conhecimento marcial” que os tempos jamais viram. Falamos de mais de 650 DVDs, quase 200 livros e milhares de artigos. Agora iremos situando na rede, a cada mês um extra com o melhor de cada número, de modo e maneira que esta valiosa informação encontre caminho entre todos aqueles que ainda não a conheciam e também certamente, para aqueles que um dia souberam dar-lhe valor. Durante este tempo participamos tanto das revoluções que se têm vivido na última quarta parte do século (fomos a primeira revista não Brasileira em situar um Gracie na capa), como na difusão de estilos e Mestres tradicionais, alguns deles nascidos no Século XIX! Temos dado a conhecer estilos ignorados, temos participado no êxito de muitos outros, dos que antes de sair na nossa revista ninguém conhecia nem sequer o nome. Muitos se fizeram famosos nas nossas páginas, outros muito antes de o ser, já tinham tido um espaço nelas. Entrevistamos estrelas do Cinema Marcial, comentado filmes, notícias e novidades muito antes de que a Internet fosse nem sequer um sonho. Agora, damos mais um passo na nossa renovação, adequandonos aos tempos para seguir adiante com a nossa vocação de líder nas comunicações do nosso sector. A revista já está de novo em seis idiomas na rede, o nosso canal de Youtube é o que tem mais subscrições de entre todas as revistas marciais do mundo, os nossos DVDs podem ser adquiridos por descarga na rede e as nossas paginas web tem um trânsito impressionante.
A nossa revista mensal em Espanhol já superou as 24.000 impressões (dados oficiais de ISSUU.com) e as outras edições, em línguas; Inglesa, Francesa, Alemã, Portuguesa, e Italiana, não parece que vão ficar atrás muito tempo. Já não estamos nos alvores de uma nova era; a aceleração destes tempos é tal que o futuro é… já, é hoje. A Internet veio para ficar, não como um recurso alternativo daqueles que não tinham a capacidade económica para entrar em outras redes comerciais, mas como um veículo líder em comunicações, que está sendo a cada dia mais usado e onde a qualidade, que anteriormente brilhava por sua ausência, esta sendo reconsiderada por um público a cada dia mais exigente. Estamos enfrentando a este desafio renovador com um espírito renovado, não posso dizer que juvenil, que já o não somos, mas com uma coisa muito melhor que tudo isso, com a sapiência e a experiência que só os anos dão e com o tesoiro de uma história que temos contado e que agora, devido a estes novos/velhos Extras on line, poderão gozar todos. As modas vão e voltam, tudo sempre retorna, talvez por isso a nostalgia é bonita e como dizia a canção “Calção Curto” de Cafrune: “Lindo tê-lo vivido, para o poder contar”.
Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
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Quando pensei em fazer uma capa da Revista Cinturão e um artigo, logo me veio à cabeça a imagem de Shidoshi Jordan. A meu entender, ninguém como ele representa a figura nobre e bravia do máximo expoente da figura do guerreiro japonês. E isto, devido a que muito mais além da ideia do Guerreiro, do general, duro e devastador, existe a outra cara do General bravo, mas moderado, fiel à sua tradição e suas regras e acima de tudo, justo. Shidoshi Jordan compilou em mais de 6.000 artigos e milhares de vídeos acessíveis na rede, grande parte da tradição da sua linhagem Marcial, da Escola Kaze no Ryu, não só em seus aspectos Marciais, como também, e isto é excepcional, conservou as tradições espirituais de uma cultura, incluído o seu idioma, o Shizengo. Este trabalho titânico é a base que permitirá no futuro, não só manter os ditos conhecimentos, como o renascer de uma cultura extremamente sábia, profunda e rica em aspectos múltiplos, como a Psicologia, a Estratégia, a Filosofia, a Metafísica ou a Espiritualidade dos Shizen. Na tradição Shizen que este homem representa no mundo todo como mais ninguém, existem duas figuras arquetípicas entre os tipos de Senso Tengu, que expressam perfeitamente essa dualidade. A de Ama, Senso Tengu do elemento terra positivo, aquele que comanda os exércitos com sabedoria e organização, e a sua contraparte, Senso Tengu, Toshi, do elemento terra negativo, aquele que manda destruir sem piedade e dizimar os inimigos. A figura do Samurai possui esses dois lados, mas também possui uma filosofia de vida que tem seduzido os Ocidentais. O encanto deste arquétipo tem sido capaz inclusivamente de superar a forte aversão que produz o choque de uma maneira extrema de ver o mundo, quando analisada do ponto de vista Ocidental. A ideia do Seppuku (Hara Kiri) é sem dúvida um dos aspectos mais impactantes na idiossincrasia Samurai. Um conceito da honra quase exagerado, impossível de compreender por uma sociedade individualista, onde a ideia da auto-imolação é difícil de encaixar e compreender. No entanto, procurando nos modelos arquetípicos da tradição indo-europeia, a ideia do herói que se sacrifica, não nos é estranha. O herói que fiel a si mesmo luta até o fim, dando a sua vida na batalha, sabendo que vai morrer, avança impassível para o seu destino. Estão lembrados? Há quem construiu mais de uma religião em torno a um tal personagem! Neste artigo, Shidoshi Jordan e Shidoshi Juliana ajudar-vos-ão a perceber a essência e a natureza verdadeira do Samurai, sem dúvida a figura mais famosa da tradição japonesa e a que mais profundamente tem conquistado os corações de Ocidente, e introduzir-vosão na interessante história da sua própria linhagem Shizen. Alfredo Tucci
A
cultura do guerreiro japonês sempre seduziu o ocidente, e transcendeu gerações que romantizam e buscam aprender seus conceitos éticos, morais, técnicos, conduzindo a formação do próprio carácter através da mística que gira em tor no das misteriosas e contraditórias figuras que conquistaram o mundo das artes de guerra. Verdade seja dita, cada aspecto da cultura samurai poderia ser escrita como um livro se nos aprofundássemos em seus aspectos mais subtis, e portanto esse artigo visa apenas uma pequena introdução ao leitor, para um melhor entendimento sobre os hábitos e valores dos guerreiros e sobre um legado que se espalhou a outros cantos do mundo. Entretanto, a transmissão desse mesmo legado em solo estrangeiro para, inevitavelmente, pelo declínio do status guerreiro no próprio solo japonês. Portanto, seria de fato impossível almejar a compreensão das artes japonesas de guerra e o processo de exportação desses valores sem se estudar anteriormente a história do próprio Japão. A cultura japonesa, em todos os seus aspectos foi profundamente marcada pela influência que o poder militar exerceu nos mais diferentes aspectos, desde condutas morais, cerimónias e eventos sociais, à impressão digital deixada nas artes nobres como a Cerimónia do Chá. Como a cultura da guerra parece intrínseca ao povo nipónico, que acreditava ser destinado ao combate ao longo da história, seria de difícil entendimento os aspectos que levaram ao desenvolvimento das artes marciais do Japão, e o motivo de tais características específicas presentes em cada tipo de arte, sem a prévia análise do conteúdo e fatos que ocorreram nas Eras da Terra do Sol Nascente. Tratando superficialmente alguns desses detalhes, apesar de um dia haver alcançado uma época de ouro, especialmente nas épocas de intensas guerras internas, com o Período Edo (1615-1868) ocorreu o declínio da classe guerreira. Isso viria a explicar grande parte do processo histórico da transmissão das artes de guerra tradicionais em outros países em um passado não tão longínquo de nossa geração.
No período Edo as classes sociais estavam principalmente divididas em: samurai, lavradores, artesãos e comerciantes. que haviam classes Certamente intermediárias, como os aristocratas, a família imperial e membros da nobreza, mas sem poderes político-económicos. Os comerciantes haviam atingido nível de vida superior ao dos guerreiros dominantes, e haviam criado ainda uma cultura própria, com aspectos aristocráticos e guerreiros. Iniciou-se a manifestação por um impulso para a liberdade, enquanto o objectivo da época era o bem estar material e económico. O nível das cidades se elevaram a tal ponto que muitos samurai tiveram que aderir ao luxo, o que acarretou um grande problema económico, pois os samurai levavam uma vida de consumo simples e nada produziam. Ao viverem da opressão de lavradores, uma crise administrativa estava incrustada na sociedade, pois isso gerava uma queda na produtividade. A crise económica levou muitos daimyo a pedirem empréstimos aos comerciantes e isso marcou o início da desmoralização da classe samurai. A longa paz trazia graves consequências à classe guerreira, que se via obrigada a viver a custa de serviços manuais. Os que possuíam alguma cultura ensinavam os filhos dos comerciantes e os que tinham habilidades militares, prestavam serviços de guardacostas (yojimbo). A decadência da classe chegou a ponto de muitos guerreiros serem obrigados a vender suas próprias espadas, consideradas a alma do samurai, e tristemente muitos se tornaram bandidos ou criminosos. Embora superior, a classe se tornou a mais miserável do Japão.
Nessa época o confucionismo fundamentava os princípios do governo, e era levado tão a sério que um acontecimento específico iria marcar eternamente a história do povo japonês - os 47 Ronin, shizushichi shi -, já conhecida por muitos ocidentais ao relatar e demonstrar o extremo da fidelidade e honra japonesas. No fim do Período Edo retornou a ideia de devoção ao imperador e o espírito da restauração imperial foi crescendo enquanto as reformas não traziam resultados concretos. Além disso, os problemas exteriores gerados pela presença de navios estrangeiros na tentativa forçada da abertura dos portos ocorria. Em 1853 o Comodoro Matthew C. Perry chegou comandando uma poderosa frota naval e com proposta de negociação pelo presidente dos Estados Unidos, M. Fillmore. O tratado de comércio foi assinado em 1858, o que marcaria a entrada do Japão no comércio internacional. Muitos senhores feudais se uniram em um movimento contra Tokugawa e assim, foram perseguidos. Foi a Perseguição Política de Ansei. Muitos líderes feudais anti-Tokugawa reuniram forças para derrubar o governo. Sakamoto Ryuma e Nakaoka Shintaro, líderes do feudo de Tossa, se uniram a Saigo Takamori e Okubo Toshimichi do feudo de Satsuma para iniciar o movimento armado anti-feudalismo. Em 1867 o senhor feudal de Tossa (K_chi), Yamanouchi Toyoshige se dirigiu ao Shogun Yoshinobu e o aconselhou a devolver o poder executivo ao imperador antes de uma guerra civil estourar. Era o fim do governo militar que reinara por 700 anos. O Período Meiji (1868-1912) viria a marcar a modernização do Japão. Sem encontrar
muitas resistências, as tropas imperiais venceram facilmente e consolidaram as bases políticas do Império. A capital mudou de Kyoto para Edo, que passou em seguida a se chamar Tokyo - Capital do Leste. O processo de modernização seguiu, e a partir de 1926 (Período Showa), como os EUA não aceitavam mais a entrada de imigrantes japoneses, estes começaram a se dirigir para a América Latina. Apesar de já estarem há gerações fora do status social e do poder, algumas famílias de origem samurai mantiveram o orgulho de seus antepassados através da manutenção dos conhecimentos que um dia foram sinonimo de glória para o país. Embora não ostentassem condições financeiras apropriadas ou dignas, muitas famílias viram na imigração uma nova possibilidade de prosperar, ainda que em terra estrangeira. Muitas traziam apenas os antigos valores do passado, curtidas nos aspectos antigos do Bushido, agora em desuso na Terra do Sol Nascente, ressuscitado em momentos de guerra com propósitos militares de um Japão que ascendia como potência internacional, mas cuja demanda interna almejava os avanços tecnológicos e culturais modernos. Muitas escolas, com a proibição do “Jutsu”, caíram no ostracismo, ou tiveram seus mestres perseguidos e levados a uma vida de clandestinidade. Havia uma mudança no valor dado às artes marciais antigas, e surgiam os valores de novos propósitos com fins educativos apenas. Famílias que ainda mantinham o conhecimento de seus antepassados levavam a semente dessas artes a outras terras distante, e o processo de tentar manter vivas as tradições e culturas dos guerreiros japoneses partiu em navio atravessando o mesmo oceano que um dia isolou o Japão. Dessa forma a cultura e o pensamento foram levados a outras partes do mundo graças à imigração japonesa a outros países, e desse mesmo modo os conhecimentos do Kaze no Ryu Bugei Ogawa Ha chegaram ao Brasil.
O Kaze no Ryu Bugei chegou ao Brasil através da família Ogawa, que desembarcou no Porto de Santos em 1935. Descendentes da aldeia Kawa, antigamente localizada na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, estabeleceram-se no Paraná, onde iniciaram suas actividades como agricultores. Por circunstâncias da ocasião, deram sequência, com membros da colónia, inicialmente à prática do Kenjutsu. Com a intervenção da Shindo Renmei, Hiroshi Ogawa orientou os imigrantes que eram perseguidos pela tal, em maneiras práticas e rápidas de autodefesa. Isso estimulou os colonos a estudarem a auto-defesa que os irmãos Ogawa conheciam. A Shindo Renmei (liga do caminho dos súbditos) foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. A curta e violenta trajectória dessa organização fundamentalista foi brilhantemente contada pelo jornalista Fernando Morais, no livro "Corações Sujos", editado pela Companhia das Letras. A obra ganhou o Premio Jabuti 2001 de melhor livro na categoria "não-ficção". Na década de 1930, o Brasil já possuía a maior colónia japonesa do mundo, com mais de 200 mil pessoas, a grande maioria no Estado de São Paulo. A grande leva da imigração japonesa ocorreu entre 1908 e 1938 e começou a diminuir por pressão dos brasileiros sobre o governo Vargas, pois temia-se uma superpopulação japonesa enquistada (a palavra usada na época), formando um núcleo fechado no Brasil. Fundada em Marília, interior de São Paulo, em 1942 (ainda antes da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial), a Shindo Renmei surgiu como uma das muitas organizações nacionalistas japonesas na época, que foram influenciadas por ex-militares japoneses que imigraram para o Brasil.
Em 1942, o Brasil deixou de manter sua posição nula e resolveu entrar na Segunda Guerra, apoiando os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra e França) e indo contra o Eixo (Japão, Itália e Alemanha). A partir de então, houve uma perseguição maciça aos imigrantes vindos dos países do Eixo e os japoneses passaram a viver dentro de um país de inimigos. Vargas baixou leis severas contra esses imigrantes, que não podiam mais falar nem escrever em seu idioma natal, nem se reunir em grupos com mais de três pessoas. Para a Shindo Renmei, a comunidade japonesa era dividida em apenas dois grupos: os vitoristas (kachigumi), que pertenciam ou simpatizavam com a organização; e os derrotistas (makegumi) - também chamados de "corações sujos" -, que não acreditavam na vitória do Japão e, por isso, deveriam ser punidos. Aqueles que se manifestassem publicamente confessando acreditar na derrota do Japão seriam mortos. A Shindo Renmei tinha como objectivo maior calar os que "denegriam" a imagem do Japão, usando de todos os meios para isso: caluniando, tirando a credibilidade e, até mesmo, matando quem não concordasse com a organização. Somente entre Janeiro de 1946 e Fevereiro de 1947, 23 pessoas foram mortas em acções da organização e 147 ficaram feridas. Devido aos acontecimentos violentos e a necessidade de defender-se, a primeira semente do Bugei foi plantada Muitos em solo brasileiro. acontecimentos marcaram a trajectória da família Ogawa no Brasil. Somente em 1952, Hiroshi Ogawa aceitou um pequeno grupo que estudaria a tradição de sua família, dentre os quais estavam Roberto Kunio Araki, Massao
Mizunaga, Abe Hideichi, Paulo Yoriki Hideoshi, Minoru Nagatame, Toshimitsu Muramoto e Kenichi Izawa, Isao Horibi, Miyoshi Massuda e Sadao Ebihara.
Iniciou-se então a trajectória do Bugei no Brasil Dizia-se que a família Ogawa descendia de uma linhagem de samurai, e como muitas, estavam em decadência e vivendo de maneira pobre em sua terra natal. Imigraram como agricultores, como todos da época. Porém, ao vir de uma tradição Shizen, apensar do status militar, trariam consigo um legado cultural místico-filosófico além das artes de guerra. Com forte orgulho japonês, os Ogawa mantinham os valores do antigo Bushido apesar de estarem em épocas modernas. Como muitos já sabem, o Código Moral de Conduta do Guerreiro talvez seja o aspecto mais conhecido da cultura samurai. Esse código continua inspirando jovens e praticantes das artes marciais japonesas em todo o mundo, e seu pleno conhecimento também passa pela compreensão da cultura nipónica em seus aspectos políticos e filosóficos. Ao pé da letra, Bushido - ïêémìπ significa caminho ético do samurai. De uma forma simples, consiste em um conjunto de leis que orienta a vida e a conduta dos antigos guerreiros do Japão. A palavra "SAMURAI" ou "BUSHI" significa "servir e seguir o senhor, acompanhar um superior para servilo". Já no livro "Nihon Shoki" - Crónica do Japão, escrito em 720 d.C., existem referências de samurai como sendo uma pessoa que serve ao patrão. O Bushido evoluiu de maneira
acentuada após a conquista do poder pela classe militar (1192), sob a liderança de Yoritomo Minamoto (Kamakura Bafuku). O Período Kamakura se caracteriza por iniciar o Feudalismo no Japão. Receoso de cair no mesmo erro que os Henshi, o chefe Genji Minamoto no Yoritomo se transferiu para Kamakura, a fim de se distanciar de Kyoto. Recebeu do imperador, em 1192, o título honorário de Shogun - generalíssimo - e para manter a disciplina, implantou um regime militar baseado na conduta moral característica do feudalismo: a relação entre senhor e vassalo. As normas de condutas severas visavam evitar que os vassalos imitassem a vida decadente da aristocracia, e assim, evitasse gastos desnecessários. Após organizar a política de seu governo, Yoritomo aprimorou as normas e regras de conduta e moral entre vassalo e senhor, refinando a ética samurai. O laço de união entre as duas partes seria composto pelo “on” e “gi”. Um vassalo deveria ter absoluta lealdade para com seu senhor, na paz e na guerra. Este, em retribuição, deveria assegurar a subsistência e o bem-estar social do vassalo. Isso viria a sustentar o governo Kamakura por 150 anos. O Código Bushido tem sua origem no Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. Do Budismo veio a calma e a confiança no destino, a submissão silenciosa ao inevitável, a compostura estóica avista do perigo ou calamidade e desapego à vida e destemor da morte. Do Xintoísmo veio a lealdade ao soberano, a reverência à memória dos ancestrais e a piedade filial. Finalmente, do Confucionismo vieram os ensinamentos éticos. “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha” (Confúcio)
A partir de todas essas influências, foram formados os principais PRECEITOS ÉTICOS da classe samurai: Rectidão ou justiça - “É o poder de decidir sem hesitação sobre o curso certo de conduta de acordo com a razão - Morrer quando é direito morrer, golpear quando é justo matar.” É o mais convincente preceito moral do código dos samurais. Giri - “Quem recebe um favor ou benefício de alguém ou alguma instituição está na obrigação de retribuir”. Significa razão correcta, justa ou dever, senso de justiça ou dever. Coragem - Inseparável da condição de samurai. Espírito de ousadia e paciência. Sempre a favor da justiça e rectidão. Benevolência - “Bushi no Nasake”, quer dizer simpatia ou compaixão de samurai. A generosidade ou benevolência para com o fraco e o vencido constitui virtude muito apreciada pelo samurai. Polidez - Cortesia e urbanidade são características muito cultivadas pela classe guerreira. Veracidade e Sinceridade - “Bushi no Ichigon”, "Palavra de Samurai". A mentira e a falsidade denunciam sinal de fraqueza de carácter sendo profundamente desonrosas para um guerreiro. A noção de vergonha (haji) forma um fundo moral característico da cultura do povo nipónico. Honra - “Plena consciência da dignidade e do valor pessoal” É uma das qualidades que não pode faltar no samurai. Dever e lealdade - A noção de lealdade chega a tal extremo que se torna comum um samurai praticar suicídio a fim de acompanhar seu senhor na morte. Educação e Adestramento - “Chi (sabedoria), Jin (benevolência) e Yu
(coragem). Formam o tripé que sustentam o Bushido.” Autocontrole - A disciplina de autocontrole pessoal representa outra importante qualidade do samurai. “Suportar a dor sem gemer ou a tristeza sem manifestar tem como objectivo não estragar o prazer ou a serenidade dos outros.” Instituição de Suicídio e Vingança Suicídio ou Seppuku baseado na crença de que o ventre é a sede da alma, abrir o ventre ou morada da alma com o objectivo de mostrar que ela é limpa. Vingança (Kataki-Uchi) é considerada como virtude, se aplica no caso de vingar a morte do pai, irmão ou senhor. Após alcançar certa prosperidade no Brasil, Ogawa Hiroshi decidiu retomar a manutenção das artes do com o Bugei, enobrecendo conhecimento de outros imigrantes que possuíam um legado nas nobres artes japonesas. Para ampliar e aperfeiçoar o estudo nas artes, muitas disciplinas foram acrescentadas, algumas inclusive atingiram sua especialização no Brasil devido ao carácter pessoal dado ao desenvolvimento das técnicas, como o caso do Jujutsu, que teve a “impressão digital” de Ogawa Hiroshi na área de Kihon, já que os Seiteigata ou sequência clássicas não se alteram por preservação histórica. Filho de Saburo Ogawa, conhecido como grande samurai de rara habilidade, no que se refere ao Kaze no Ryu, Ogawa Sensei durante anos esteve entre as maiores autoridades mundiais de Jujutsu e suas derivações. Porém, poucos o reconheciam como tal, sendo que as maiores autoridades japonesas citavam seu nome sempre ligando-o ao Brasil. Talvez pela xenofobia vivida pelos japoneses em relação aos
imigrantes, Ogawa Sensei demorou anos para que seu nome fosse de fato reconhecido como um dos melhores. Porém, suas habilidades continuavam sendo relacionadas ao nome do pai. O fato de sua família ser tradicional não pesou para o desenvolvimento pessoal de Ogawa Hiroshi devido à distância existente entre Japão e Brasil. A comunicação entre os dois países sempre era feita de forma precária nessa época. Sendo assim, somente após o ano de 1978, que os japoneses começaram a visitar o Brasil para conhecerem a fantástica técnica apresentada por Ogawa Sensei. Sua inventiva e conservação da tradição impressionou várias autoridades do Bugei. Devido ao sonho de manter vivas as tradições japonesas, as 30 disciplinas do Bugei SanJuropan inspiraram a introdução em função de aspectos culturais, aprofundando nos conhecimentos intelectuais, visto que Ogawa Sensei almejava construir uma espécie de "universidade"que ensinasse toda a cultura japonesa tradicional. Muitos se investiu, ao longo de todo esse tempo, em cursos e seminários, com professores das respectivas ''áreas”, vindos do Japão, para que o projecto gerasse frutos. Enfim, podemos afirmar que, nos dias de hoje, muito se perdeu, e desse projecto, de maneira activa, hoje (ensinadas de fato em aulas), há 30 matérias. As restantes são vistas como disciplinas extras ou à parte, e que eventualmente são abordadas em cursos mais simplificados ou de curta extensão. Por isso o Kaze no Ryu possui essa vasta quantidade de disciplinas, que abrangem artes físicas (marciais ou não) e mentais ou espirituais, trabalhando na preservação das artes japonesas.
Texto: Avi Nardia, Benjamin Krajmalnik ("Krav-jmalnik") & Tim Boehlert Fotos: Varios autores, gentileza de Avi Nardia
Disparar: Quando se está perto demais? Quando os estudantes me perguntam "Qual é a arma mais perigosa?", eu sempre digo: "O vosso garfo, posto que a maioria de nós havemos de morrer por comer em excesso e não por um disparo". Durante anos, os estudantes, os instrutores e inclusivamente os colegas desta Revista me têm pedido para eu realizar um DVD para ensinar a manipular armas de fogo, mas o Tenente Coronel Chaim Peer, fundador do KAPAP, sempre foi renitente em dar aos civis muita informação, pois ele queria que o KAPAP fosse só para a nossa gente. A experiência me tem mostrado que outros podem copiar o KAPAP e dar-lhe nomes diferentes. Ele sempre dizia que 'Integridade' era fazer o correcto. Nem todos pensam assim; no mercado actual das Artes Marciais, há muitíssimos oportunistas, jovens de 24 anos que deixam o exército israelita e se chamam a si mesmos Grande Mestre, ou “o verdadeiro” e depois tratam de chamar fraudulentos aos outros e os caluniam usando o seu próprio DVD e a informação da sua história de vida para exclamar que só ELES são os Autênticos!"… Portanto, depois de muito tempo, pedi licença a Chaim Peer para realizar este novo DVD e também devido a ele ter realizado um novo DVD de armas de fogo de Kapap. Pessoalmente, não gosto das armas de fogo, apesar das ter tido perto praticamente desde que nasci, posto que o meu pai serviu no Exército do Ar. Assim sendo, ver armas de fogo em casa era natural; em criança era habitual eu brincar no seu Jeep com alguma coisa de seu equipamento militar, eram coisas sempre havia em casa, especialmente quando o meu pai gozava de uma licença. Cheguei até a conduzir a ambulância militar, quando o meu pai se uniu ao grupo médico do exército EMT. Quando eu tinha uns 6 anos, o meu pai me falou acerca das armas de fogo, especialmente das que tínhamos em casa, uma Uzi, um AK-47. Ele me disse: "Eu sei que sabes onde estão e se tocares nelas sem licença, te dou uma bofetada!"… e então deu-me uma bofetada… Ele viu que eu sorria e imaginou o que poderia estar a passar na minha cabeça… e então disse: "Isto é uma coisa muito má, uma arma, mas eu
Israel “O propósito do IPSC é ser capaz de evitar de maneira rápida e efectiva que alguém faça de nós a sua vítima”
sei que queres brincar, por isso, se assim quiseres é só pedir-me, mas por favor, não o faças sem minha licença, PRIMEIRO eu tenho de ver como está a arma”. A seguir, ele me ensinou a segunda regra, "Segurança ao princípio, segurança no final". Estas duas regras me têm acompanhado sempre e hoje elas são ainda mais importantes para mim, como instrutor de armas de fogo, porque vejo muita gente a fazer parvoíces com armas de fogo. Durante o ano passado, um instrutor de armas de fogo, um “Rambo”, um jovem autenticamente letal, disparou quatro vezes a um estudante! Graças a Deus o estudante sobreviveu. Como uma brincadeira macabra, em Israel dizemos: "O instrutor também fez um mal disparo, mas só o EGO causou o acidente…” Este sucesso fez-nos a mim e a Ben Krajmalnik - que também serviu no exército de Israel - chegar à conclusão de que devíamos realizar um novo DVD básico acerca das armas de fogo e da segurança e explicar algumas técnicas para treinar com armas de fogo. Eu não gosto de ensinar acerca das armas de fogo, a não ser que os estudantes pertençam aos corpos de segurança ou tenham feito o serviço militar. As armas de fogo estão feitas com um só propósito, matar. Por isso não estou muito a favor das aulas acerca das armas de fogo e sempre digo aos meu estudantes: "Se portam uma arma de fogo, devem de estar prontos a matar! Não é uma diversão, não serve para alimentar o ego vendo quem tem a pistola de maior tamanho, como fazem muitos que andam a brincar com armas de fogo". Tive muitos estudantes que aprendiam com os melhores instrutores, mas quando deixei o grupo anti-terrorista de Israel, compreendi que a maioria não sabíamos disparar apropriadamente. A arte de disparar vai mais além de disparar a pessoas e há muito pessoal ex-militar que diz coisas assim: "Não sou um atirador ao alvo…" - Eu penso que isso é simplesmente egoísta.
Tive muitos instrutores de armas de fogo provenientes de muitas diferentes áreas, como a caça, o tiro desportivo e inclusivamente especialistas em anti-terrorismo do exército. Podemos disparar em combate ou como desporto, também há quem o faça para se diverti. O desporto é muito duro e sacrificado, o combate exige menos habilidades, mas em troca, o objectivo do uso da arma é SÓ matar. Estudei as armas de fogo com os três métodos de treino e com muitos instrutores de diferentes mentalidades, por isso compreendi muitos dos erros dos sistemas israelitas que estudei: em primeiro lugar o "tiro instintivo", que é estupendo para a defesa pessoal nas curtas distâncias e é muito útil para quebrar a regra dos 21 pés (6,4 metros) - O exercício Tueller é um exercício de defesa pessoal para preparar-se para disparar perante um ataque com faca na curta distância. O sargento Dennis Tueller, da Polícia de Utah, observou a rapidez com que um atacante percorria os 6,4 metros e cronometrou o que demoravam uns voluntários em apunhalar o objectivo. Constatou que se podia fazer em 1,5 segundos. Estes resultados foram publicados em um artigo da revista do SWAT, em 1983, e em um vídeo de treino da Polícia, intitulado: "Quando é perto demais”. O disparo instintivo é estupendo para este cenário, MAS pelo facto de não usar mira, surgem problemas diferentes e um
“Uma alta percentagem de tiroteios acontecem em lugares de pouca luz, onde pelas miras se vê com dificuldade”
Autodefesa Profissional “A maioria dos tiroteios e assaltos acabam em dois ou três segundos”
GRANDE erro do treino israelita com armas de fogo é andar com armas descarregadas (por segurança). No caso de nos encontrarmos neste cenário, não poderemos usar uma mão para tentar carregar a arma sob um estado de pressão, posto que precisaremos dessa mão para interceptar o ataque de faca e a outra mão para puxar pela pistola. Ir com a arma descarregada é um erro muito comum, portanto, se portarem uma arma devem estar preparados para usála em qualquer momento.
Apresentação: Disparo Instintivo em combate. Instinctive Point Shooting Combat (IPSC) Segurança com armas de fogo e sua manipulação para protecção e defesa pessoal O disparo instintivo é a habilidade de esvaziar o carregador de uma arma (normalmente uma pistola) com o uso mínimo ou nulo da mira da arma. É um método de disparo que se baseia nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em curtas distâncias. Este método de disparo é usado em situações rápidas e dinâmicas, em que não há tempo para utilizar a mira ou em que há pouca luz. O disparo instintivo não se baseia em apontar ou em situar a pistola na linha para apontar, mas sim no campo de visão. Como não se usam as miras, o atirador se concentra no objectivo. Com certa frequência se referem ao tiro instintivo como tiro concentrado na ameaça. O propósito do Treino de disparo instintivo em combate (IPSC), não serve para desenvolver a pontaria nem para desenvolver as habilidades de competição. Isto não é para fazer buracos em alvos de papel, não é para desenvolver habilidades de caça. O propósito do IPSC é ser capaz de evitar de uma maneira rápida e efectiva, que alguém faça de nós a sua vítima. O IPSC treina as pessoas para sobreviverem a situações de risco de vida, treina para se reagir numa fracção de segundo para proteger a própria vida e defender pessoas inocentes. É uma disciplina de defesa pessoal. Não se pode disparar sobre uma pessoa por uma simples suspeita. Um cidadão inocente ou um oficial da polícia devem esperar até o criminoso ou o terrorista agir, pondo o cidadão numa situação de perigo à qual deve reagir. Em um tiroteio, o agressor tem vantagem, posto que o defensor sempre age um ou dois segundos depois. Perante esta terrível desvantagem, o cidadão deve evitar qualquer perda de tempo mediante uma combinação de rapidez e precisão. O IPSC nos treina para sobreviver a um tiroteio, mesmo quando o atacante tenha vantagem. Ensina a adquirir rapidez e precisão, posto que em um confronto com armas se necessitam para sobreviver. Não há regras em um tiroteio, nem numa luta com faca, nem numa briga de rua; só há factos, que quando bem percebidos, podem proporcionar a vitória:
Autodefesa Profissional • Facto: Quase todos os tiroteios, lutas com faca e assaltos acontecem em distâncias de menos de três metros. • Facto: A maioria dos tiroteios e assaltos acabam em dois ou três segundos. • Facto: Uma alta percentagem de tiroteios acontecem em lugares com pouca luz, onde as miras se vêem com dificuldade. • Facto: Numa situação de ameaça para a vida, o corpo é afectado por mudanças que degradam as
capacidades motoras, porque a nossa visão se concentra exclusivamente na ameaça.
Conclusão Para vencer em um tiroteio ou para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, se precisa de uma grande rapidez e precisão; tem de se puxar pela pistola e disparar numa distância curta, sem usar a mira. Isto é “Disparo Instintivo em Combate”. A violência‚ tanto seja recreativa ou de outro género‚ faz parte da sociedade e nesta nova época de terrorismo não conhece limites. Gostemos ou não, a violência vai ser um risco das nossas vidas nos tempos que hão de vir. Em vez de ignorá-la ou escondernos dela, devemos aprender a enfrentá-la. A melhor maneira objectiva de viver com a violência é evitá-la,
“Quase todos os tiroteios, lutas com faca e assaltos têm lugar em distâncias de menos de três metros”
parar ou reduzir a violência. Mas não podemos escolher as coisas más que nos acontecem. Uma pessoa‚ tem instintos naturais‚ que incluem reacções naturais perante um ataque repentino, além de capacidades formidáveis que asseguram sua sobrevivência quando correctamente empregadas. Baseando-me na minha experiência, há dois factores que interferem na nossa capacidade de defender-nos: equipamento inapropriado e treino inadequado. Estas coisas têm matado (e continuam matando) gente inocente. Após muitos anos de estar dedicado à segurança pessoal, cheguei à conclusão de que para empregar esses instintos de sobrevivência do corpo humano, o treino e o equipamento devem ser o mais simples possível. Os ataques são imediatos e sem avisar e o atacante tem uma grande vantagem tendo uma pistola preparada para a acção.
Não há tempo a perder, não se pode carregar a arma nem procurar um lugar para estar a coberto, tem de se agir em décimas de segundo. Tem de se empunhar a arma, apontar e disparar com facilidade. Também tem de se portar a arma com segurança. e o equipamento O treino recomendado pelo IPSC está calculado visando procurar a segurança das pessoas, assim como um impacto mínimo em sua vida do dia-a-dia.
“Numa situação de ameaça para a vida, no corpo surgem mudanças que degradam as capacidades motoras, porque a nossa visão se concentra exclusivamente na ameaça”
Texto: Emilio Alpanseque Fotos: Jackie & JJ Productions, H. Brothers, Emperor Motion Pictures
JACKIE CHAN E OS 12 ANIMAIS DO ZODÍACO De origem sumamente humilde, a sua história é hoje um exemplo de superação por meio do trabalho infatigável e a entrega total. JACKIE CHAN é conhecido no mundo inteiro e ou seu nome representa uma mistura única de cinema marcial, comedia física e cenas de alto risco sem paralelismo algum. Com motivo do lançamento do seu filme “CZ12 - Chinese Zodiac”, r esolvemos escr ever este br eve apontamento biográfico e festejar assim os seus quarenta anos de carreira cinematográfica. Jackie Chan nasceu em Hong Kong a 7 de Abril de 1954, filho de Charles Chan (1914-2008) e Lee-Lee Chan (1916-2002), um casal de imigrantes chegados da China Continental. Quase foi vendido no momento do seu nascimento, mas Chan com seis anos de idade, daria entrada numa escola da Ópera de Pequim, com um contrato de dez anos de permanência, como única opção para sobreviver.
Da Ópera de Pequim ao Cinema Marcial A Ópera de Pequim é um género artístico popular, estreitamente ligado às tradições chinesas em todos os seus aspectos, juntando diferentes estilos de teatro, mimo, música, acrobacia e artes marciais. A escola da Ópera de Pequim que recebeu Chan como discípulo, foi o Instituto de Pesquisa da Arte Dramática Chinesa, dirigido por Yu Zhanyuan, um célebre mestre e intérprete, que seria o responsável de formar toda uma geração de super estrelas do cinema marcial, como Sammo Hung, Jackie Chan, Yuen Biao, Corey Yuen e Yuen Wah, entre muitas outras. Na Ópera de Pequim, cada movimento dos dedos, mãos, braços, pernas e cada expressão do rosto vem determinado pelo personagem que se representa. Cada passo, pancada, salto, acrobacia e a utilização das denominadas 18 Armas (sabre, espada, pau, lança, pau de três secções, dardo com
Cinema Marcial
Cinema Marcial corda, etc.) deve ser aperfeiçoado após um rigoroso treino. Chan era capaz de representar uma grande variedade de personagens, inclusivamente alguns papeis femininos, mas a sua especialidade eram os wuchou ou “cómicos guerreiros”, devido à sua habilidade ginástica e o seu domínio das armas de combate. Chan apareceu como actor infantil em algumas produções hongonesas d u r a nt e a s u a per man ên ci a n a
escola da Ópera; a sua estreia foi em um filme conhecido como “Seven Little Valiant Fighters: Big and Little Wong Tin Bar” (1962). Ir às filmações significava não ter que treinar sob a orientação do Mestre Yu e isso, para o jovem Chan era fascinante, porque um dia normal na escola era sinónimo de castigo corporal, privação de alimentos e outras torturas. Não obstante, após dez anos de treino, a sua formação tanto a nível acrobático-marcial
como interpretativo, lhe permitiria entrar directamente na indústria do cinema de Hong Kong, oferecendo se us se rviç os c omo duplo, especialista e coordenador de artes marciais. Chan se dedicou em cheio a a rrisc a r a vid a na s c e nas de combate, participando em grande número de produções dos anos da década de 70, incluindo as famosas “Fist of Fury” (1972) e “Enter the Dragon” (1973) junto do mítico Bruce Lee.
Jackie Chan Fugindo da sombra do Pequeno Dragão Em 1973, a morte de Bruce Lee comoveu Hong Kong e o mundo inteiro. Não se teve de esperar muito para que as produtoras de Hong Kong inundassem os ecrãs de personagens copiados do Pequeno Dragão; Bruce Le, Bruce Li, Bruce Liang e muitos mais, tratavam de imitar todos os seus movimentos e estilos característicos, em produções de ínfima qualidade. O próprio Chan não escaparia a isto, em 1976, após uma curta estadia na Austrália com seus pais, voltou a Hong Kong para participar no que seria o seu primeiro trabalho como actor principal, “New Fist of Fury” (1976). Desta vez, com o nome chinês de Cheng Long, foi contratado em curto tempo para mais oito produções, chamando a atenção de todos os produtores. Talvez o seu novo nome, que se traduz como “transformar-se em dragão”, era uma premonição, porque isso era exactamente o que aquele jovem havia de conseguir. Durante esses anos, Chan esteve procurando a maneira de encontrar seu caminho para chegar a ser uma estrela; admirava Bruce Lee mas não queria tornar-se uma sombra dele. Para dele se diferenciar o mais possível, do herói invencível passou a ser uma desafortunada vítima das circunstâncias, e das técnicas e fulminantes golpes directos passou a utilizar todo género de estilos de Wushu tradicional (autênticos ou
inventados) para tratar de entreter a audiência com coisas diferentes. Dos enredos sérios passou a fazer popular a comédia dentro do cinema das artes marciais. A fórmula foi bem sucedida, passados apenas dois anos Chan era o actor melhor pago de Hong Kong. Filmes como “Snake in the Eagle's Shadow” (1978) e “Drunken Master” (1978) superaram todos os recordes de bilheteira na Ásia e percorreram o mundo todo. Em 1980, depois de duas falidas tentativas de entrar no mercado norte-americano com “The Cannonball Run” (1981) e “The Big Brawl” (1980), fez a sua estreia como realizador com a popular fita “The Young Master” (1980), começando a desenvolver assim o seu próprio estilo de cinema, dirigindo filmes como “Dragon Lord” (1982) e “Project A” (1983), cheias do seu característico bom humor, mas ao mesmo tempo com cenas de acção e perigo sumamente arriscadas, que iniludivelmente implicavam acidentes. Em 1984, Chan voltaria a filmar duas ditas para o mercado de Hollywood, “The Cannonball Run II” (1984) e “The Protector” (1985), as quais, mais uma vez passariam sem “fazer história” pelos cinemas de ambos lados do Pacífico. Diz-se que o fracasso da última delas o motivou o voltar a Hong Kong disposto a mostrar como se devia fazer uma história policial, chegando assim a fazer uma das suas grandes obras, “Police Story” (1985). Esta fita iria marcar uma etapa na evolução do seu estilo pessoal, o qual se iria manter constante durante mais de 10 anos, com grandiosas produções como “Armour of God” (1986), “Project A II” (1987), “Police Story II” (1988), “Miracles” (1989), “Armour of God II” (1990), “Police Story III” (1992) e “Drunken Master II” (1994), “Rumble in the Bronx” (1995) e “A Nice Guy” (1996).
Cinema Marcial Hollywood, a terceira vez foi definitiva Após o enorme êxito de “Rumble in the Bronx” (1995) nos Estados Unidos, em Fevereiro de 1996, os d i s t r i b u i d o re s in ter n aci o n ai s s e interessariam por Chan e apenas seis meses depois, simultaneamente estreavam “Supercop” (1992) nos Estados Unidos, “Rumble in the Bronx” (1995) na Europa, África e Oceania, e “First Strike” (1996) na Ásia, fazendo de Chan a estrela a nível mundial que mais vendia nesse momento. E assim foi como finalmente os Estúdios de Hollywood abririam as suas portas a Chan, levando-o a trabalhar em “Rush Hour” (1999), junto de Chris Tucker e “Shanghai Noon” (2000), junto de O w e n W il s o n. A mbas f i tas co m muita comédia e poucas cenas de acção triunfaram, resultando em séries de várias entregas e situando Chan no lugar mais alto das bilheteiras norte-americanas do cinema de comédia e acção de todos os tempos. No entanto, apesar de seus triunfos em Hollywood, Chan continuava sem poder ter o controlo da produção e sem a possibilidade de se desligar dos papeis típicos para actores asiáticos que exige esse mercado.
Chan continuaria tentando isto em filmes como “The Tuxedo” (2002), “The Medallion” (2003) e “Around the World in 80 Days” (2003), mas é praticamente impossível lutar contra as restritivas normas impostas pelos Estúdios e os Sindicatos. Por isto, Chan ver-se-ia obrigado a continuar fazendo filmes diferentes para ambos mercados, filmando em Hong Kong a explosiva “New Police Story” (2004), com o tipo cenas de acção que os seguidores de Chan estavam exigindo durante a última década, enquanto que o público ocidental se teria de conformar vendo-a em DVD na maioria dos casos. Esta dicotomia existente entre ambos mercados continua existindo até os nossos dias. Basta ver as seguintes produções para nos apercebermos disto: “The Myth” (2005) e “Rob-B-Hood” (2006) para Ásia, “Rush Hour 3” (2007) e “The Forbidden Kingdom” (2008) para os E.U.A.; a comédia de acção “Little Big Soldier” (2010) para Ásia, e a comédia familiar The Spy Next Door (2010) para os E.U.A.
Mais actuação e menos pancadaria Chan é uma estrela do cinema de primeira magnitude - um ícone do cinema mundial - mas o alto realismo
das suas cenas de acção têm-no obrigado a acumular uma impressionante lista de acidentes e ossos quebrados, ou inclusivamente estar à beira da morte durante a rodagem de “Armour of God” (1986), quando caiu de uma árvore e fracturou o crânio. Portanto e como a idade não perdoa, Chan declarou que actualmente o que quer é mostrar a sua valia como actor, interpretando diferentes papeis em todo tipo de filmes e géneros e não só no cinema marcial. Assim foi como, disposto a tornar-se um actor versátil e variado, Chan protagonizou “Shinjuku Incident” (2009), um drama em que interpreta um emigrante ilegal chinês que chega a Tóquio procurando a sua namorada e acaba trabalhando para os Yakuza, a temida máfia japonesa, como único meio de lá sobreviver. Chan surpreendeu tanto a críticos como o público em geral, com esta arriscada mudança. Seguidamente, Chan trabalhou em três filmes interpretando personagens diametralmente opostas, começando pelo “remake” do clássico “The Karate Kid” (2010) actuando no papel do simpático Sr. Miyagi da história original, ainda que mais estóico, taciturno e com um passado mais escuro, para depois trabalhar no drama “New Shaolin Temple” (2011)
Jackie Chan interpretando um velho e simpático cozinheiro do templo, que sem se aperceber possui habilidades marciais devido ao dia-a-dia do seu trabalho como cozinheiro; e no filme histórico “1911” (2011), levando ao ecrã o líder revolucionário e comandante em chefe do exército chinês Huang Xing, durante a Revolução de Xinhai, a rebelião que acabaria com mais de dos mil anos de sistema feudal naquele país e levaria a estabelecer a República Chinesa, hoje assente na ilha de Taiwan.
CZ12 O Condor Regressa CZ12 é a entrega final da trilogia “Armour of God” na qual Chan volta a interpretar Condor Asiático - um caça-tesoiros ao melhor estilo de Indiana Jones - coisa que não fazia
desde 1991. Nesta ocasião, o peculiar investigador foi contratado para localizar varias cabeças de animais em bronze, parte de um conjunto de doze que representam os animais do zodíaco chinês, roubados quando os exércitos anglo-franceses entraram no Palácio de Verão de Pequim, em 1860, e possam ser recuperadas para o gover no chinês. O argumento central está inspirado em feitos reais e escrito por Chan sete anos atrás. CZ12 é uma comédia de acção no estilo habitual de Chan, que está a meio caminho entre divertida e absurda, cheia de aventuras hilariantes e coreografias espectaculares, com uma imagem muito internacional, tendo sido filmada em França, Letónia, China, Taiwan e a ilha Ambrym de Vanuatu e com um tom ameno e familiar. Chan demonstra que aos seus 58 anos tem muito a fazer e apesar da
utilização de alguns efeitos especiais, continua encarando estes papeis de acção que fisicamente são muito exigentes. De destacar a grande actuação da campeã nacional de Taekwondo da China e modelo, a sensacional Zhang Lanxin. Durante a sua promoção, CZ12 foi anunciada como a fita número 101 de Chan e como a sua última superprodução de acção. Ambas menções, um tanto ilegítimas, visto ser complicado saber em quantas fitas Chan realmente participou -falase em mais de 250 - e também se sabe que Chan já terminou uma nova fita de acção para este ano, intitulada “Police Story 2013”, um filme dramático e descarnado, que trata da vida de um polícia da China continental, e que não forma parte da conhecida série de acção com o mesmo nome.
Entrevista Entrevista com Sifu Salvador Sánchez, fundador da TAOWS Academy e Director Técnico do Departamento de WingTsun da Federação Espanhola de Luta. Faz agora uns dois anos que Sifu Salvador Sánchez começou a escrever nestas páginas. Durante este tempo, muitos têm indagado acerca da filosofia, objectivos e método da sua proposta. O mundo do WingTsun na Espanha ficoi órfão de seu pai e fundador Sifu Víctor Gutiérrez. Parece indiscutível que existe um antes e um depois da chegada de Dai Sifu Víctor à Espanha. Seu legado ficou para todos os adeptos ao WT neste país. Quando Víctor resolveu dar um passo na evolução do seu estilo pessoal e criar su novo projecto, muitos foram os que ficaram ór fãos. Após todos esses acontecimentos e diversas idas e voltas, muitos abandonaram a prática em busca de outras alternativas. Dos diversos projectos e organizações que começaram a trabalhar na Espanha, com forte projecção na Europa e na América, destaca-se TAOWS Academy, que vai a caminho de se tornar uma das referências mais importantes no Wing Tsun. Em apenas dois anos conseguiu agrupar 40 instrutores/escolas e o que é mais importante, aglutinar muitos graus avançados da antiga OEWT, que agora, organizados em volta do projecto de Sifu Salvador Sánchez, estão realizando um trabalho ímprobo. Novas ideias, métodos e acima de tudo novas atitudes, que preparam a sua “abertura” à Europa e América. Desde Budo International queríamos realizar uma entrevista onde pudéssemos dar a conhecer à comunidade de artistas marciais e principalmente ao mundo do WingTsun, quem é Sifu Salvador, quais são as suas motivações e os seus projectos, mas acima de tudo, para que o seguidor que mensalmente lê as suas “Colunas do WingTsun” conheça melhor este entusiasta estudioso das Artes Marciais e constante investigador do WingTsun Kuen. C.N.: Seja bem-vindo e obrigado por nos receber. Sifu Salvador: Eu é que agradeço a vocês, para mim é uma honra. C.N.: Como começou a praticar Artes Marciais? S.S.: Já lá vai muito tempo… Comecei com cinco anos de idade, praticando Judo, na localidade em que nasci, Caravaca de la Cruz, na província de Múrcia. Depois pratiquei Sambo, Greco-Romana, Livre e Livre Olímpica, Ninjutsu e alguns outros sistemas. Sempre fui apaixonado pelas Artes Marciais. De uma maneira ou de outra, toda a minha vida tem estado ligada à prática das mesmas. Nunca deixei de praticar durante 35 anos, mas sem dúvida, quando conheci o meu sifu Víctor Gutiérrez e o WingTsun, a minha maneira de ver, tanto a nível técnico como profissional mudou radicalmente e resolvi dedicar-me em corpo e alma a este estilo. Sifu Víctor sempre foi uma pessoa muito inspiradora para mim, em todos os sentidos. C.N.: Como foram os seus começos no WingTsun? S.S.: Bem, a ser sincero…, foi quase por acaso; vi um anúncio nesta mesma Revista, onde aparecia o meu sifu Víctor Gutiérrez com o G.M Leung Ting. Pareceu-me um estilo muito estranho, não tinha a estética do resto das Artes Marciais. Como eu naquela época andava sempre à procura de coisas que me levassem a melhorar como artista marcial, telefonei para o sifu Víctor e convidei-o a dirigir um seminário na minha pequena escola de Artes Marciais tradicionais, o Instituto Ta Sheng Yuan. No dia marcado, apareceu um senhor vestido de preto, com riscas vermelhas nas calças, que falava com um forte sotaque à maneira que falam os vascos, e acompanhado por outro senhor de nome Javier Manso Martín, uma pessoa de sua inteira confiança e uma das personalidades mais importantes no WingTsun espanhol, com um aspecto que pouco tinha a ver com as Artes Marciais que eu conhecia até esse momento. Inclusivamente entraram no meu tatame calçados com sapatilhas! (risos...) e claro está, aquilo foi muito provocador. Tentei bater-lhes!
Entrevista C.N.: E como foi? S.S.: Bem, eu tentei. Acreditem que tentei com todas as minhas forças. Os meus alunos gritavam: “Não se deixe bater mestre. Ataque!”. Mas o certo é que brincaram comigo como se de uma criança pequena se tratasse. Nesse primeiro encontro houve várias coisas que me surpreenderam muito, mas uma foi especial. Sifu me disse: “Ataca-me, faz favor”. Ao que eu respondi: Como prefere: mão, perna…? E vejam o que ele me respondeu: “Desde quando resolve o defensor o ataque de seu agressor?”. E sim! Foi aquela resposta a que acendeu em mim alguma coisa. Foi chocante. Me apaixonei por aquele estilo e agora já levo vinte anos de prática, anos em que não tenho deixado de praticar. Gostei muitíssimo. Me cativou. Pouco tempo depois li o livro do meu sigung K.R. Kernspecht “A Arte do Combate” e se tinha alguma dúvida, ela se dissipou como o fumo na brisa... Este estilo de Boxe Chinês tinha tudo o que eu queria fazer nas Artes Marciais. C.N.: Em vinte anos, tem mudado muito o WingTsun na Europa? S.S.: Sim, muito. Muitíssimo, diria eu! Parece um estilo completamente diferente. Tem havido coisas que o fizeram ir a pior, fizeram-no não evoluir. Mas reconheço que outras têm sido muito boas. Acredito firmemente que nada é completamente bom ou mau, tudo depende do ponto de vista de cada um. O certo é que penso que durante muitos anos houve coisas que foram mal feitas. Como diz um dos meus mestres: “Fez-se muito negócio e pouca arte” e nessa equação sempre perde a arte. Mas tudo bem, o certo é que o WT passou de ser uma arte desconhecida na Espanha, a ser muito reconhecida no mundo das AAMM. De qualquer das maneiras, este estilo tem estado em constante mudança desde a sua origem, por uma simples questão: os estilos são praticados por pessoas “vivas” e portanto, evoluem constantemente. C.N.: Mas o senhor foi praticamente a mão direita de Sifu Víctor… Qual ou quais foram os motivos para não seguir o novo projecto junto dele? S.S.: Não é o meu caminho. Não é segredo nenhum que fui formado de directa e pessoalmente por ele. O acompanhei e servi de assistente em centenas de cursos na Espanha, nos Estados Unidos, Alemanha, Itália, etc.... Conheci de primeira mão todas as suas inquietudes, os seus pensamentos, as suas excepcionais ideias. Viví com ele o seu crescimento a nível instituição desde ser nada até alcançar o cimo no mundo das Artes Marciais, mas o que faz agora, não é o meu caminho. Reconheço que é um assunto muito mais interessante do que possa parecer à primeira vista, mas não é o meu. Certo mestre de AAMM diz que chegado certo momento de maturidade, tem de se “matar o mestre” (não fisicamente, como é óbvio) e penso que o meu momento de maturidade chegou. Aprendi todo o sistema até o 5ºGP de maneira directa. Posteriormente aprendi de outro mestre (que não cito por expressa petição sua) a forma de Pau Comprido e a forma Bart Cham Dao e uma vez completo o sistema, chegou o meu momento de trabalhar sozinho. Penso que é lei de vida. Algo necessário de fazer sem a supervisão ou a imposição de alguém. C.N.: E por que motivo a TAOWS Academy? S.S.: Devo reconhecer ter recebido algumas ofertas para ser representante na Espanha de várias organizações de WingTsun. Pensei mesmo até a possibilidade de me unir de novo à EWTO, sob as ordens do meu sigung (a quem respeito profundamente) mas após avaliar e pensar em profundidade todos os elementos importantes, resolvi que se queria fazer alguma coisa boa por mil, pela minha família e pelo WingTsun, devia modificar aquelas coisas que na minha opinião não eram boas para a arte e isso não era possível sob a tutela de alguém que impusesse a sua maneira de ver as coisas, as suas ideias ou um modelo de negócio. Tinha a certeza de poder conseguir um equilíbrio entre Arte e Profissão. Tentem compreender, eu quero viver das minhas aulas e a minha organização. Tenho necessidades económicas, tenho uma família e obrigações como toda a gente tem, mas não quero sob nenhum conceito que as questões económicas se situem por cima desta Arte ancestral que chegou até mim transmitida durante gerações de pais para filhos, desde faz 500 anos. A minha responsabilidade é tentar cuidar dela para que possa durar pelo menos outros 500 anos. É responsabilidade de um mestre de Artes Marciais manter as pérolas da sabedoria antiga e transmiti-las a outros, de maneira que resolvi, sem muitas ambições, fundar uma pequena escola de Artes Marciais com os meus mais fiéis instrutores e os meus amigos. A surpresa surgiu quando em menos de um ano, o número de telefonemas de escolas e grupos de diferentes cidades, que queriam ver o que eu propunha e quais eram os meus projectos para o WingTsun, não paravam de chegar. Quase não podia responder à petição de seminários e cursos. Crescemos tão rapidamente que nos surpreendeu a todos os níveis (pessoal, institucional, etc.). Actualmente já conseguimos mais escolas que a maioria das organizações que me ofereciam ser seu representante na Espanha e isso, sinceramente, me enche de orgulho. É o prémio ao trabalho bem feito. Estamos contentes. C.N.: Como definiria o seu WingTsun? S.S.: Se uma coisa não me agrada do mundo do WingTsun é a contínua procura de rótulos. A maioria estão muito mais preocupados em ter um nome para o que fazem, para se desmarcarem do resto, que de estudar, praticar e aprofundar nas técnicas, tácticas e ideias do sistema. Eu ensino WingTsun. O G.M Yip Man afirmava que se cumpria os princípios era WingTsun... e o meu treino procura constantemente pôr em prática os quatro princípios e as quatro leis de força. Portanto, entendo que é “puro” WingTsun. Sim,
Entrevista é certo que me inquieta grandemente a melhora dos programas formativos. Penso que este sistema se pode ensinar muito melhor do que até se fez acredito, acima de tudo, que se pode praticar muito melhor do que se fez até agora. Pode parecer presunção minha, mas é uma questão bastante simples... Hoje temos muitos mais conhecimentos técnicos, tácticos e tecnológicos sobre muitíssimas disciplinas que vinte anos atrás e acredito firmemente que é necessário apoiar-se neles para melhorar os sistemas formativos e os sistemas de treino. Viver de costas para isto é simplesmente estúpido. Desculpas que alguns usam, que parecem pouco consistentes, utilizando argumentos pouco convincentes. Respeito qualquer opção, caminho ou escolha, mas obviamente não posso comparticipar deles. Penso que se um praticante conhece o porquê, o para que, o como e o quando, poderá melhorar a sua prática consideravelmente e portanto, o nível geral aumentará. Não acredito na tão usada frase: “Não perguntes, só pratica...” De facto, até me parece uma absoluta vileza. C.N.: De certeza que alguma coisa estão a fazer bem! Cresceram muito como organização nos últimos anos. Qual pensa que tenha sido o motivo? S.S.: Acostumo afirmar que temos crescido “sem querer”, porque apesar de que obviamente estamos muito satisfeitos com o crescimento e de que se unam ao nosso projecto cada vez mais escolas, instrutores e praticantes, nunca pensamos nisso. Para mim, para nós, a parte mais importante de tudo isto é praticar uma ARTE ancestral, gozar com isso. O resto são “colaterais” da prática. Neste tempo alcançamos grandes conquistas: a criação de uma secção de WingTsun na Federação Espanhola de Lutas Olímpicas e Disciplinas Associadas (da qual me sinto honrado por ser director técnico nacional); ser a primeira associação na Espanha que dá um Curso Oficial de Formação numa Universidade Espanhola (Universidade de Alicante). Abrimos 35 escolas em pouco mais de dois anos e no meio da pior crise económica que há memória no nosso país. Tudo isso são coisas muito importantes, sem dúvida, e reconhecendo estas enormes conquistas, deixem-me dizer-lhe que na minha opinião, é muito mais importante poder ver o sorriso de muitos instrutores, praticantes e alunos, ver as suas caras praticando este belo sistema. Alguns que não queriam absolutamente conhecer o nosso trabalho, se “atreveram” a tal e hoje são felizes com a prática. Isso é para mim a conquista mais importante. Ser feliz e fazer feliz muita gente, praticando Artes Marciais. C.N.: O que espera para o WingTsun e para a sua organização? S.S.: Como já disse, para mim é fundamental manter um espírito de prática por cima de qualquer outra coisa. Actualmente já há uma estrutura firme que tem quatro departamentos (WingTsun, Escrima Concepts, BJJ/Grappling e Artes Marciais Internas). Formamos estes departamentos com profissionais contrastados, com prestigio internacional, como o G. M Steve Tappin, Jair Correa ou o Dr. Pedro Garcia Arteaoitia. Ter completado estas estruturas e alianças com estes extraordinários mestres, nos permite concentrar-nos no que verdadeiramente nos importa: treinar Artes Marciais. Enquanto ao WingTsun, que é dúvida alguma o pilar fundamental da TAOWS Academy, estou finalizando o segundo dos meus livros que de próxima aparição e em breve será publicado também um DVD, onde mostraremos as nossas ideias acerca do WingTsun e o nosso ponto de vista. Também, para o ano que vem começaremos com a nossa “abertura” a outros países e já estamos organizando alguns eventos na Alemanha, França, Itália e Inglaterra. Também temos já quase organizada uma viagem para oferecer seminários pela América do Sul e os Estados Unidos, a realizar no final do ano que vem. O importante é continuar treinando e trabalhando humildemente nisto que tanto gostamos. C.N.: A sua trajectória é o seu aval. Tem muito trabalho por diante. S.S.: São desafios importantes, mas estou cheio de força de vontade e entusiasmo. Trabalhei mais de 15 anos para a minha antiga organização, tendo sido o responsável da OEWT Levante Espanhol. Tive a honra de ser o instrutor que maior número de graus técnicos (faixas pretas) formou na Espanha. Alguns deles hoje são referentes em organizações de WingTsun e dirigem grandes grupos. Formei mais de mil alunos ao longo da minha carreira. Acho que agora, começando do nada tenho o ponto de maturidade necessário para fazer as coisas um pouco melhor e me sinto muito motivado e com vontade. Recebo convites e projectos de diversas partes do mundo que querem conhecer o meu sistema formativo e me oferecem participar em diversos eventos de Artes Marciais. Sinto orgulho por isso e tudo me dá as forças para continuar em frente. C.N.: Agradecemos muito a sua atenção. S.S.: Sou eu quem agradece. Sinto-me honrado por poder expressar e mostrar as minhas ideias nesta revista que hoje, sem dúvida alguma é a mais importante publicação de AAMM do mundo. Agradeço isto ao Sr. Alfredo Tucci e a toda a equipa de Budo International. Também quero aproveitar o ensejo para agradecer aos meus instrutores e alunos. A toda a equipe de TAOWS Academy, sem a qual nada seria possível. E à minha família. São tudo para mim! Saudações e RESPEITO.
Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.
REF.: • IAIDO7
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Defesa Pessoal Princípios da defesa pessoal Como começa a defesa pessoal? É um simples ataque o que provoca a resposta mediante a defesa pessoal? Não! A defesa pessoal começa no momento em que pensamos nela. Se considerarmos estratégias para situações perigosas, devido a umas ideias simples e básicas, S.D.S.-Concept é o sistema ideal para qualquer pessoa que desejar usar uma ferramenta para melhorar a sua segurança. O S.D.S.-Concept se adapta particularmente bem àqueles que se sentem vulneráveis quando se enfrentam a um agressor. Os tempos mudam, os sistemas de defesa pessoal evoluem, portanto o S.D.S.-Concept é um conceito típico dos nossos tempos. As coisas mudam rapidamente, não há muita gente que
Texto: Peter Weckauf & Irmi Hanzal Fotos: Mike Lehner
“As lutas reais vêm sem instruções” “As regras e os árbitros são para os desportos de combate, mas não para a rua. A única regra é: Se funciona, está autorizado"
possa dedicar anos a aprender um sistema de combate. Como o S.D.S.-Concept não é uma parte de um sistema existente, pode seguir seu próprio caminho. Se concentra a 100% na defesa pessoal, utilizando todo género de ferramentas em todo tipo de ambientes. Não faz sentido que as pessoas aprendam um sistema completo só para depois mudarem conceitos e princípios para poder usar ferramentas ou armas para a defesa pessoal. Como todo bom sistema, o S.D.S.Concept tem seus próprios princípios e conceitos. Trata-se das condições e bases para a compreensão e o uso de objectos quotidianos para a defesa pessoal.
O que são os princípios? Os princípios são conceitos básicos, ideias estabelecidas às quais se
subordinam todos os outros “modi operandi”, princípios e estratégias. Estes princípios em que está baseado o sistema, são o "esqueleto do sistema".
Princípios a seguir quando se usam objectos quotidianos para a defesa pessoal Usem tudo! Usando todas as vossas armas corporais (mãos, cotovelos, pernas, joelhos e cabeça) e todas as ferramentas, tornar-se-ão um oponente respeitado. Como regra, tudo está autorizado e legitimado para a defesa pessoal, tanto quando se trata de armas corporais, como quando são ferramentas ou armas de defesa pessoal. Pensem na estrutura do objecto! Podem usar quase qualquer objecto para se defenderem.
Considerem a rigidez, longitude e tamanho, a ponta (pontiaguda, arredondada, afiada), o peso, o estado, a elasticidade, o perigo para vocês, e com certeza, a acessibilidade. Um objecto pode ser utilizado consoante a sua estrutura. Tentem usar os máximos objectos possíveis no vosso treino! Usem os vossos reflexos naturais! Os ataques vêm geralmente por surpresa e provavelmente de maneira inesperada, sem dar tempo para uma reacção consciente. A realidade nos mostra que os indivíduos em situações extremas agem de maneira irreflexiva e instintiva. Isto deve ser tido em consideração nas sessões de treino, para poder escolher as técnicas apropriadas. Os principiantes em especial não deveriam tentar movimentos ou sequências de movimentos complicados. Improvisem! Esqueceram a ferramenta de defesa pessoal em casa? Pois então improvisem! Qualquer
Defesa Pessoal
“A auto-protecção é primeiro! A defesa pessoal não é um desporto de combate em que se trocam golpes”
No seguinte número: S.D.S.-Concept para a defesa pessoal das mulheres Para mais informação visitem www.dsd-concept.com
objecto que se possa usar para amplificar os golpes ou a pressão faz-nos mais fortes. Usem outras coisas - pedras, mesas, vidros, sacos, sacos de areia, moedas… - Tudo pode ajudar. Nada disponível? Cuspam no oponente! Mesmo que isso possa irritá-lo, dá-nos tempo para preparar a nossa defesa. Enganem, confundam. Damos uma falsa impressão de segurança e depois batemos no agressor quando menos esperar. Ser um cavalheiro não é uma opção. A nossa vida está em jogo! Batam nos pontos fracos! Um conceito crucial da defesa pessoal é o ataque aos pontos fracos do oponente. A defesa pessoal tem de ser simples, rápida e útil para todos. Saber atacar os pontos fracos os permite derrotar um agressor ou mesmo um grupo de agressores. Movimentos simples e directos - A defesa pessoal não nos deve fazer estudar sequências complicadas de movimentos. A rua não é um dojo. Tem de se agir com determinação. Escolham a maneira mais directa e simples para a defesa pessoal. Especialmente quando nos enfrentemos a grupos de agressores, não teremos tempo de executar formas de movimentos pouco realistas. Há várias opções, não existem regras fixas. As lutas a sério vêm sem instruções. As regras e os árbitros são para os desportos de combate, mas não para a rua. A única regra é: "Se funcionar, é permitido". Se uma técnica não funciona, temos de usar outra! Improvisem!
A auto-protecção é primeiro! A defesa pessoal não é um desporto de combate em que se trocam golpes. Não! Cada lutador pode ferir ou imobilizar seu oponente. Os indivíduos sem experiência em combate têm tendência a reagir inapropriadamente quando lhes batem, ou mesmo quando os ferem. Uma pequena ferida pode ser decisiva, sempre há riscos e as situações perigosas sempre são possíveis. Aspectos legais - Em alguns países é ilegal portar armas para a defesa pessoal. Por outro lado, ninguém pode realmente proibir uma pessoa que levar uma esferográfica, uma colher ou uma lanterna, por que se tratar de objectos quotidianos normais. Um juiz vai perceber que portemos uma caneta. Um dos aspectos importantes nas aulas de defesa pessoal é ensinar estratégias e tácticas antes de um conflito, durante a evolução de um conflito e depois do conflito.
O significado da estratégia para a defesa pessoal A estratégia é o "Plano Mestre". A estratégia decide acerca do uso da força, a ameaça da força para prevenir ou reduzir o ataque de um agressor. Todas estas medidas servem para um único propósito, prevenir especificamente um ataque ou reduzir o dano o máximo possível. Por exemplo: • É eficaz estrategicamente ter um conflito aqui e agora (há uma rota de
escape, há muitos atacantes potenciais, há armas disponíveis…)? • É eficaz estrategicamente ter um conflito em certas zonas ou não? Quais são as minhas vantagens (em um veículo, em um elevador, há testemunhas…)? • Sou capaz fisicamente de me defender agora mesmo (álcool, problemas físicos, em baixa forma…)?
O significado das tácticas na defesa pessoal As tácticas podem definir-se como conceitos coordenados em acção, considerando as capacidades físicas e mentais de cada um, assim como as do oponente, o lugar, o momento, o propósito, as ferramentas disponíveis. "As tácticas em combate" são parte da estratégia. A estratégia e a táctica formam a infraestrutura para as decisões em defesa pessoal e portanto estão estreitamente ligadas. A estratégia define se lutamos ou não, a táctica define a maneira em que lutamos. Alguns exemplos: • É uma boa táctica usar um objecto para a defesa pessoal ou não? • É uma boa táctica usar uma superfície dura para a minha defesa? • É uma boa táctica atacar o agressor antes de que ele ataque? A estratégia e a táctica, junto com os princípios do sistema, são dois constituintes importantes da defesa pessoal, inclusivamente o são mais no S.D.S.-Concept.
D
esde que começaram as publicações sobre o Kyusho, as pessoas sempre nos têm perguntado o motivo de nunca organizarmos competições, sparring ou combates freestyle de Kyusho. A resposta é que o fazemos e o temos feito durante décadas, mas não publicamente. Simplesmente porque os segredos do Kyusho têm sido guardados pelas famílias ou os clãs e por determinadas pessoas de confiança desde os tempos antigos e isto assim se mantém na época e práticas modernas. O que se tem mostrado em público é só uma pequena parte do que se sabe e se pratica em privado. O motivo disto é adquirir habilidade, prová-lo e refiná-lo antes de de o dar a conhecer publicamente. O que se conseguiu com os primeiros livros, artigos e vídeos publicados por Budo Inter nacional é simplesmente explicar, documentar e qualificar as bases do Kyusho. Isto se tem feito para que as pessoas treinem mais devafar e portanto com mais segurança, até terem o suficiente entendimento e a suficiente habilidade para usar os pontos vitais. Também esperamos até termos suficientes instrutores qualificados preparados para ajudar a que as pessoas aprendam Kyusho correctamente. Desde que estas ferramentas de educação
“De facto, a maioria dos pontos que se ensinam nos seminários típicos do Kyusho, poderiam ter pouco valor numa situação de combate” foram publicadas pela primeira vez faz 10 anos, o Kyusho se tem estendido por mais de cem países e se formaram instrutores muito qualificados e seguros. Se estabeleceu um curso de instrutor com um programa e protocolos de provada solidez, para poder manter assim as exigências de qualidade. Este tempo de preparação e prática também tem servido para desenvolver as habilidades e a pedagogia dos instrutores neste aspecto do treino, para que quando desse início este segundo processo para a educação pública, tivéssemos pessoas que realmente estivessem qualificadas. Uma coisa até mais importante era a necessidade de um instrutor apropriado e utilizável fora do Dojo ou dos seminários, para uma segura e efectiva perpetuação do Kyusho a nível global. Este movimento de crescimento está ainda em seus começos, mas já alcançamos muitos êxitos e melhoras. Como o Kyusho não é um estilo específico, algum dia o veremos como a prática marcial mais estendida no m u n d o . Actualmente é o Jujitsu brasileiro… mas inclusivamente este pode ser melhorado com o Kyusho e o uso dos seus pontos vitais e o seu efeito na psicologia humana. Todos os instrutores começarão a incorporá-lo no seu estilo e ensinanças para que assim chegar a ser a corrente principal. Já o podemos ver que dele se fala em filmes, espectáculos de televisão e recentemente, no último romance de
Dan Brown, “Inferno”. Portanto, agora é o momento de publicar mais informação vital e com esta informação também treino, posto que estamos preparados com instrutores qualificados e uma nova dinâmica. De facto, desde Fevereiro de 2013 se tornou uma parte integral dos cursos abertos, que não têm sido publicados em DVD ou em livros até agora. Sempre temos considerado esta aproximação como um primeiro campo de provas em privado, para avaliar as suas possibilidades, para depois dar publicamente validez às probabilidades e à sua adaptabilidade universal. Usando este método, os nossos instrutores trabalham primeiro o conceito com os seus parceiros, em privado, depois o trabalham com os seus estudantes, seguidamente se começa a trabalhar com gente nova de vários estilos, em treinos organizados e cursos abertos. Desta manera foi possível sintetizar isto em um processo mais genérico como a UFC e a MMA, em vez de em um estilo específico. Se estão lembrados dos começos da MMA, toda a gente usava seu próprio estilo, mas com o tempo, só os melhores métodos se mantiveram, enquanto que o resto ficou descartado. Agora, todos os lutadores de MMA trabalham da mesma maneira e aumentaram o seu potencial e a sua efectividade. Assim é no Kyusho! Depois de trabalhar durante décadas neste aspecto, também descobrimos o que não funcionará, o que funciona em uma pequena percentagem (e portanto tem pouco valor) e também o que é mais efectivo (em momentos de muito estresse e adrenalina) para utilizá-lo e melhorá-lo. De facto, a maioria dos pontos que se ensinam nos seminários típicos do Kyusho, poderia ter pouco valor numa situação de combate. Mas temos de esclarecer agora que fazer sparring de Kyusho não é a luta de Kyusho, há uma grande diferença… Portanto, os leitores não devem deixar-se enganar por uma falsa crença. Em primeiro lugar, é possível trabalhar uma coisa em estático e ser efectivo numa situação dinâmica e urgente. Frequentemente, nas típicas aulas de Kyusho, e é o favorito da maioria dos praticantes de Kyusho. Em um combate não se consegue este objectivo devido à posição de combate. Quase todos temos tentado já usar este ponto (quase mais que qualquer outro ponto), sem conseguirmos. Quando se agarra alguém por surpresa, sempre funciona em técnicas estáticas, mas não acontece a mesma coisa quando se treina em combate. No entanto, não só é possível utilizá-lo numa luta de Kyusho (a seguinte evolução) como também se torna algo fácil de alcançar quando se sabe praticar no género correcto de treino. Isto é vital para o êxito do lutador. Outro motivo pelo qual o combate é o próximo passo lógico no caminho do praticante de Kyusho, é que uma técnica estática não vai criar o estresse, as limitações e as mudanças psicológicas, da mesma maneira que um treino mais
Pontos Vitais rápido e urgente. Em um combate temos de reconhecer espontaneamente o ponto disponível e atacá-lo antes de que o movam ou o retirem. Isto incrementará a capacidade e habilidade para usá-lo em um ataque duro ou que ameace a nossa vida, mas o mais importante é que isso nos afasta da técnica e do campo do alcance do objectivo, o que vem a constituir uma prática mais fiável. Aprenderemos a aplicar as habilidades motoras maiores em vez das menores, além de técnicas em que o nosso corpo reage quando subir a adrenalina em situações de muito estresse. Isto modifica a nossa colocação, movimentos, ângulos e muitas outras características. Se não treinarmos desta maneira, não poderemos ter certeza de podermos agir correctamente usando bem o Kyusho, numa situação realista. Outro benefício é que se desenvolve uma nova habilidade que nunca se alcançaria com o treino estático. Trata-se da habilidade de saber onde o parceiro (ou o assaltante) nos pode atacar (ou não). Assim poderemos tomar medidas para proteger-nos e contra-atacar com mais segurança. Isto se pode conseguir mediante o uso dos conceitos que se ensinam no Iron Shirt (camisa de ferro) ou atacando o ataque, tal e como se ensina nos níveis básicos de treino do Kyusho dinâmico. Outro valioso constituinte deste treino é que se aprende a tratar com a sensação ocasional de tontura e a combater com ela. N u m a l u t a n a re a l i d a d e , m u i t a g e n t e f i c a s u r p re e n d i d a , f i c a chocada e é incapaz de tratar com a dor ou com a disfunção. Em um treino mais dinâmico de Kyusho e especialmente não de combate, o corpo, a mente e o espíritu continuarão lutando em vez de render-se ou para lizar-se. Pensem nas vantagens que este constituinte proporciona ao corpo, à mente e ao espírito do praticante de Kyusho. Por exemplo, digamos que o nosso oponente nos deixa atordoados; poderemos tratar com esta disfunção momentânea graças ao método de “primeiros auxílios do Kyusho”. Poderemos voltar a estar lúcidos para o combate numa décima de segundo…, mas o que ainda é mais importante: Poderia faze-lo nosso oponente? Todos os níveis anteriormente ditos de treino básico de Kyusho são acumulativos e levam à realidade deste nível de evolução, mas ainda estão longe do fim. Há muitos mais pequenos passos para poder conseguir melhores e mais valiosas habilidades. Muita gente precipita os seus estudos, precipita o seu treino e precipita a sua evolução, pelo que se perdem elementos chave ou ficam só em sua mente e não nas suas mãos. Muitos instrutores nas nossas próprias organizações não querem que eu faça isto público, eles desejam que isto continue a ser
privado e que só a eles beneficie, mas temos outros treinos que vão continuar a ser privados para eles. É certo que muitos vão copiar o que fazemos, como têm feito desde o início. Alguns vão unir-se a nós para obter informação e irão embora quando pensem que já a têm… como têm feito no passado. Entretanto, mais uma vez erraram no ponto vital, como também fizeram no passado, por não terem o quadro completo, onde se vê onde conduz e o mais importante, o porquê. A maioria nunca viu a aplicação completa de todos os elementos básicos que se mostraram publicamente o se sintetizaram em um único conceito ou direcção, que ajuda a desenvolver-se por completo o correcto praticante de Kyusho. E é por isso pelo que podemos publicar esta informação; estamos muito mais avançados nos conceitos de treino que outros grupos de Kyusho que nunca captarão o que estamos trabalhando e a direcção em que estamos treinando, simplesmente mediante a cópia de ideias ou de aspectos por partes. E não podemos esquecer que se os outros copiam e imitam, isso fará com que o Kyusho se faça maior em compreensão, habilidades e aceitação em todo o mundo. A qualidade só pode melhorar… e assim será para o Kyusho nas futuras gerações.
AUTOR: B. RICHARDSON
AUTOR: SALVATORE OLIVA
REF.: DVD/TV2
REF.: DVD/SALVA • DVD/SALVA2 • DVD/SALVA3 TÍTULO: KNIFE FIGHTING: • DVD/SALVA4 • DVD/SALVA5 TÍTULO: PROFESSIONAL • DVD/SALVA6 FIGHTING SYSTEM: • DVD/SALVA6 • DVD/SALVA7 ÇTÍTULO: PROFESSIONAL FIGHTING SYSTEMKINO MUTAI:
REF.: DVD/BL
TÍTULO: J.K.D. STREET SAFE:
TÍTULO: HOMENAJE TÍTULO: BRUCE LEE: A BRUCE LEE EL HOMBRE Y SU AUTOR: TED WONG LEGADO & CASS MAGDA
AUTOR: RANDY WILLIAMS
AUTOR: JOAQUIN ALMERIA
REF.: DVD/ALM2 TÍTULO: JKD TRAPPLING TO GRAPPLING
REF.: DVD/ALM3 REF.: DVD/ALM4 REF.: DVD/RANDY1 REF.: DVD/RANDY2 TÍTULO: WING TÍTULO: WING TÍTULO: FILIPINO TÍTULO: STREETCHUN KUNG FU: CHUN KUNG FU: MARTIAL ARTS FIGHTING! CHUM KIU SIU LIM TAO JEET KUNE DO
TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS: TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”
inglés/Español/Italiano inglés/Español/Italiano
AUTOR: TIM TACKETT
REF.: DVD/JKDTIM3
REF.: DVD/EFS1
TÍTULO: JEET KUNE DO BRUCE LEE’S YMCA BOXING
REF.: DVD/YAW2 TÍTULO: YAWARA KUBOTAN AUTOR: MASTER PEREZ CARRILLO
TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVAL AUTOR: ANDREA ULITANO
REF.: DVD/DP1 TÍTULO: 5 EXPERTS - EXTREME STREET ATTACKS AUTORES: VICTOR GUTIERREZ, SERGEANT JIM WAGNER MAJOR AVI NARDIA, J.L. ISIDRO & SALVATORE OLIVA
AUTOR: BOB DUBLJANIN
TÍTULO: JEET KUNE DO ELEMENTS OF ATTACK
REF.: DVD/SILAT3
TÍTULO: JEET KUNE DO
DVD/RANDY4 TÍTULO: CONCEPTS & PRINCIPLES
inglés/Español/Italiano
REF.: DVD/JKDTIM4
REF.: DVD/JKDTIM2
REF.: MUKRANDY4 REF.: MUKRANDY6
REF.: MUKRANDY5
REF.: MUKRANDY3
TÍTULO: JKD
REF.: DVD/RANDY3 TÍTULO: WING CHUN KUNG FU: BIU JEE
REF.: DVD/SILAT
INGLES
OUTROS ESTILOS
REF.: DVD/JKDTIM
REF.: MUKRANDY1
REF.: MUKRANDY2
TÍTULO: THE WOODEN DUMMY INGLES/ITALIANO
TÍTULO: PENTJAK SILAT
REF.: DVD/SILAT4
REF.: DVD/BURTON REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: JEET KUNE TÍTULO: JEET KUNE DO UNLIMITED DO UNLIMITED
TÍTULO: TÍTULO: ESPADA Y DAGA BUKA JALAN SILAT
Psicologia
Preparação Mental “Vencer, perder, ou empatar, sempre há uma lição para aprender após cada luta”
Puxando para fora o Guerreiro Interior: Criando um planeamento mental imparável para as Artes Marciais Quando trabalhava como oficial penitenciário na Nova Inglaterra, tive de entrar em acção, incluído um motim no qual estivemos encerrados na prisão durante um mês. Ao princípio da insurreição, um colega e eu fomos apanhados numa unidade de segurança. Olhamos um para o outro e dissemos que não íamos morrer esse dia. Deixei-me dizer-lhes que esse dia recebi muita pancada. Nos enfrentamos a múltiplos atacantes que se chegavam de todas as direcções. Conseguimos sobreviver. Peter e eu finalizávamos a ronda na unidade de segurança (SHU), que alberga 60 internos. Os internos que chegavam por primeira vez à prisão precisavam adaptar-se à vida nela e viver em um meio de maior confinamento, estavam presos nessa parte da prisão até que se acalmarem. Alguns internos estavam presos na SHU por sentença. Por outras palavras, naquele lugar estavam presos os internos mais problemáticos. Peter e eu estávamos lá quando saltaram as alarmas; isso queria dizer que se estava preparando uma fuga e por tanto, a prisão ficou em modo de isolamento. Quando isto acontece, há determinadas portas que se fecham automaticamente, para evitar que ninguém possa entrar nem sair do edifício. As portas das unidades podiam estar bloqueadas ou desbloqueadas, dependendo das circunstâncias. Aquele dia, o oficial encarregado de controlar o modo de isolamento, apertou acidentalmente o botão que abria as celas do SHU. Devido a que apertou o botão errado, Peter e eu ficamos presos na unidade com 60 internos, durante 12 horas, enquanto os nossos colegas só podiam observar. Devem compreender que se um prisioneiro consegue matar um oficial, passa a ser o “rei” da prisão e conserva esse seu estatuto durante o tempo todo que lá estiver. Para alguém que ainda se está adaptando à prisão, ou para alguém que se comporta de maneira demasiadamente agressiva para estar com o resto dos presos, era muito motivador conseguir matar um oficial e passar a ser o rei. Nós alertamos a torre principal da nossa situação; depois atiramos os nossos rádios e qualquer objecto pungente através da porta bloqueada, para que não pudessem ser usados como arma contra nós. Peter e eu não tivemos muito tempo de nos prepararmos antes do primeiro grupo de internos chegar até nós. Os primeiros oito foram provavelmente os mais duros, porque estivemos recebendo pancada de todos os lados. Peter e eu olhamos um para o outros e nos cobrimos entre nós, então tudo mudou. Não importava quem fosse, quem se aproximasse acabaria ferido ou não se levantaria. Foi como se acendesse um interruptor e passamos de modo de sobrevivência a modo de combate. Lutamos durante 12 horas, contra pelo menos uma dúzia de homens que tratavam de bater-nos até nos matarem. Cada golpe que lhes assestávamos, partia-lhes alguma coisa - braços, nariz, mandíbulas, pernas, joelhos, eram golpes duros necessários para sobreviver, até sermos resgatados ou eles se rendessem. No fim, havia dúzias de internos no chão, sangrando ou com alguma coisa partida. A patrulha contra motins finalmente conseguiu chagar até nós, para dispersar os últimos internos que ainda tentavam lutar. Estávamos sangrando, magoados e feridos, mas vivos! Utilizo esta experiência para ajudar os meus clientes no ringue, tanto em Artes Marciais como no Boxe. Como continuar quando o nosso mundo se estremece, é parte do planeamento mental específico dos desportos de combate. Não faz sentido pensar que não nos lançarão um soco no futuro. Podem acreditar, não gosto que me batam, mas tive muitas experiências em lutas na rua por ter crescido no Bronx e depois como oficial de prisões. Sendo faixa preta de Shaolin Kempo e Tai Chi, nunca descarto a possibilidade de que alguém seja capaz de me bater e simplesmente faço o possível por evitar que aconteça, mas isso não quer dizer que não aconteça. É prudente que um lutador tenha na reserva o que fazer quando isso sucede. Pode não parecer nem ser agradável mas preparar-se mentalmente para todas as possibilidades e cenários é uma das bases necessárias para construir um planeamento mental imparável. Criei uma lista para que possam trabalhar sobre ela. Me maneira detalhada a indico a seguir, para que se o planejado falhar, a vossa força mental não diminua. Se precisarem de ajuda para esta lista possa funcionar para si, amigo leitor contacte comigo.
Psicologia Antes da luta Factores que afectam à força mental Rever um por um estes factores antes de entrar ao ringue, ajudará a fortalecer a nossa mente. Tenho clientes que tiveram de enfrentar algum destes problemas antes de subir para o ringue. Escrevam uma resposta para cada constituinte da lista. É um bom ponto de partida trabalhar estes problemas que podem afectar a nossa força mental e a nossa actuação no ringue. 1. Estresse e ansiedade Estamos preparados para lutar? O que nos diz a nossa mente? A vida em geral, a família, problemas no lugar onde se treina, a nossa debilidade no ringue, todas estas coisas podem provocar estresse e ansiedade. 2. Medo e apreensão O nosso passado, os últimos cinco combates, problemas da infância sem resolver. Não importa afirmarmos ter-nos enfrentado a eles, ou ocultá-los, ou os ignorá-los, sempre aí vão estar e vão afectar a nossa força mental. 3. Dúvidas Dúvidas acerca da força do nosso oponente; que os nossos movimentos falhem; a nossa actuação anterior à presente; um problema que vêm da infância… Estas coisas podem afectar a nossa força mental. 4. A nossa acção com público Temos aprendido desde os tempos do colégio que se há
“Se não trabalharem a lista que proponho e não podem mudar automaticamente o vosso estado mental, não estarão lutando, só estarão defendendo-se”
Preparação Mental “Não importa o bom que sejamos no nosso ginásio, se não estivermos mentalmente preparados para todos os desafios que devemos enfrentar, corremos o risco de fazer o que todos fazemos por natureza, acender o piloto automático para a luta ou lutar em modo sobrevivência” uma luta vai haver gente que a veja, a não ser que se faça ao estilo Kill Bill, numa praia deserta, à luz da lua… É possível que um atleta sinta temor ou medo a realizar uma acção perante o público, especialmente se não é o favorito e o vaiarem. Devemos antecipar-nos e enfrentar-nos ao facto de que não sempre vamos ser o favorito e trabalharmos enfrentando-nos aos problemas que possam provocar reacções de outras pessoas, para não nos afectarem.
Durante o Combate Pelas minhas experiências em lutas nas ruas do Bronx e como oficial de prisões, cheguei à conclusão de que os lutadores podem estar em duas atitudes: em atitude sobrevivência e em atitude guerreira. Não convém estar em atitude sobrevivência. Para a maioria dos lutadores, a luta terá finalizado porque a sua força mental estará muito mermada. Isto descreve o que Peter e eu sofremos no ataque dos oito primeiros internos. Em vez de traçar uma estratégia para os próximos movimentos mantendo a nossa mente activa, as nossas capacidades mentais mermam, posto que só estamos concentrados em não receber golpes. Esse é o momento que o oponente pode aproveitar para nos deixar fora de combate. Quando mudamos ao modo guerreiro, começamos a derrotar os inter nos e as n o s s a s possibilidades de sobreviver
Informação de contacto: Dr. John W. O'Connor, Sr., Ph. D., Sports Psychologist. O vosso especialista em estado mental Presidente da Organização Americana do Bem estar emocional
aumentaram. Por muito que nos batam, agarrem ou derribem, se estamos em modo guerreiro podemos vencer, devido aos movimentos que temos praticado e trabalhado no dojo. Quando estamos em modo de combate sempre estamos planejando o seguinte movimento, o seguinte ataque e a maneira de derribar o adversário. No ringue tudo depende da estratégia. Uma mentalidade de combate permitir-nos-á ver e anteciparnos a os movimentos do oponente e nos vai manter-nos alerta. Assim é como se vencem as lutas.
Após a luta Vencendo, perdendo, ou empatando, sempre há uma lição a aprender depois de cada luta. Temos de estudar os vídeos, observá-los bem e pensar como nos sentíamos a cada momento em que alguma coisa ia mal. O que nos passava pela cabeça? O que sucedeu quando fomos alcançados ou nos bateram? Como conseguimos recuperar-nos? Estas são coisas que não se ensinam nos ginásios, mas que são tão importantes como o nosso treino do dia-a-dia. Não importa o bom que sejamos no nosso ginásio, se não estivermos mentalmente preparados para todos os desafios que devemos enfrentar, corremos o risco de fazer o que todos fazemos por natureza, acender o piloto automático para a luta ou lutar em modo sobrevivência. Se não trabalhamos na lista anterior e não podemos mudar automaticamente o nosso estado mental, não estaremos lutando, apenas estaremos defendendo-nos. Isto tem de ser tido em consideração no ringue e devemos fazer o trabalho mental necessário para assentar e fortalecer o nosso estado mental.
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Okinawa Karate
Um dos herdeiros da técnica de Anko Itosu foi, sem dúvida, Chotoku Kyan (18691945), criador do Shobayashi Shorin Ryu e filho do Guarda do Selo Real do Rei okinawense Sho Tai. De entre os discípulos de Kyan destacou-se especialmente Zenryo Shimabukuro, que depois passou todo o seu conhecimento ao seu filho Zenpo, nascido em 1944, hoje 10ºDan de Karate e com quem Salvador Herraiz tem contactado em várias ocasiões na ilha do Karate. Hoje, o nosso colaborador nos traz às páginas de Cinturão Negro este grande karateka, líder do Seidokan Shorin Ryu. Texto y fotos: Salvador Herráiz, 7º Dan de Karate, Chatan (Okinawa).
O autor, Herraiz, visitando o oculto e Kyan Chotoku humilde túmulo em Ishimine (Shuri). Esquerda: do lado de fora do dojo mestre Seibukan Shimabukuro.
ZENPO SHIMABUKURO 10º DAN DE KARATE SEIDOKAN A HERANÇA DE CHOTOKU KYAN O Karate que representa hoje Zenpo Shimabukuro, 10ºDan e Vice-presidente okinawense da Rengo Kai, é a linha técnica directa do Mestre Chotoku Kyan. Efectivamente, o Mestre é o principal valedor do Karate de Chotoku Kyan na actualidade, principalmente após o falecimento de Joen Nakazato à idade de 88 anos, em 2010. Chotoku Kyan era filho de Chofu (1835-1889), o Guarda do selo Real do Rei de Okinawa. De facto, quando em 1872 o Rei Sho Tai é destituído e se dirige a Tóquio, a família Kyan o acompanha. Chotoku era criança. Oito anos depois, em 1880, a família volta a Okinawa e tendo diminuído sensivelmente a sua capacidade económica, se instalam em zonas agrícolas, como Yomitan primeiro e Kadena depois. O destituído Rei Sho Tai viria a falecer em 1901.
Chotoku Kyan recebe ensino em Artes Marciais do seu avô Oyakata, do seu pai Chofu, de Wiashinzan, de Sokon Matsumura (que lhe ensinou Seishan, Naifhanchi e Gojushiho), de Kokan Oyodomari (que lhe ensinou Passai) e do descendente do conhecido Chatan Yara (que toma o seu nome da vila onde morava e o dá a um dos kata mais conhecidos no Karate actual, Chatan Yara no Kushanku). Chotoku Kyan também recebeu ensino de outras personalidades, como o conhecido Kosaku Matsumora, um dos pais do Tomari Te, de Maeda ou do versado Tokumine, com quem aprendeu a manipular o bo. Chotoku Kyan também foi aluno de Seicho Arakaki, conhecido como Kamadeunchu Arakaki o inclusivamente como Arakaki “o Gato”. Trata-se de um versado artista marcial que trabalhava como intérprete no Castelo de Shuri, o qual também tinha sido instrutor de Matsu Higa. Também de Waishinza chegou a receber algumas ensinanças e directamente do próprio Chotoku. A Seicho Arakaki (que não deve ser confundido com outros destacados
mestres com o mesmo nome na história da arte que se tornaria Karatedo), se atribui a origem de alguns kata muito conhecidos na actualidade, como Niiseishi, Sochi e Unsu. Na década dos anos 20, Chotoku viaja a Taiwan com Kuwae Ryosei, aluno de Matsumura Sokon, e com quem depois viria a ser mestre do Shorin Ryu Kenkokan, Kudaka Kori Hisataka (1907-1988), seu aluno, além do ter sido também de Ufuchiku Kanagusuku (1841-1921) e do judoca do Kodokan, Sanpo Toku. Apesar de Choshin Chibana ter dito que Chotoku Kyan não tinha sido aluno propriamente dito de Anko Itosu, sempre se tem considerado Kyan como tal. Chotoku Kyan, de quem se diz que era capaz de descascar pinheiros com as mãos, deu nome ao que se conhece como Shobayashi Shorin Ryu (Cuidado!, que há nomes muito parecidos mas que pertencem a outros mestres, como o Kobayashi Shorin Ryu de Choshin Chibana,…). Míope e depressivo, Chotoku tentou manter as ensinanças de Itosu sem modificações, assim como o trabalho
1: Zenryo Shimabukuro Zenpo ensinar seu filho. 2: Constituição da Federação de Okinawa, 1962. 3: A Shimabukuro Zenpo jovem em 1963. 4: Zenryo e Zenpo, sentado no centro, no Dojo Seibukan em dezembro de 1966, juntamente com vários estudantes americanos. 5: Cerimônia do 10 º Dan Zenryo Chozo Nakama e Shimabukuro, 1964. 6: Zenryo, com Choshin Chibana em 1966. 7: Zenryo Shimabukuro, Zenpo pai. 8: Salvador Herraiz, no monumento ao mestre Chotoku Kyan, muito perto de onde esta era a sua casa.
sobre pontos vitais que pudessem ocasionar morte súbita. Logo a seguir de finalizada a II Guerra Mundial, Chotoku Kyan começou a sofrer de inanição por teimar em dar a maioria das suas rações de arroz a outros mais necessitados, até que finalmente ficou muito débil e faleceu pouco tempo depois. Alguns destacados alunos de Kyan foram: Shoshin Nagamine (Matsubayashi Shorin Ryu) e anteriormente o professor deste, Ankichi Arakaki. Outros destacadíssimos alunos de Chotoku foram Joen Nakazato e Zenryo
Shimabukuro, este último, pai e mestre do nosso personagem de hoje. Como já dissemos, Zenryo Shimabukuro foi um dos mais destacados discípulos de Chotoku Kyan e aprendeu também, em menor medida, com Kanken Toyama. Após a II Guerra Mundial, Zenryo trabalha como padeiro nas bases americanas. Entre os seus alunos mais destacados estava o seu sobrinho Yoshi, a quem ele leva a mestres como Shoshin Nagamine, Yuchoku Higa, Kenko Nakaima…, para que o observem e lhe possam fazer alguma sugestão técnica. Depois também o havia de ser outro
sobrinho, Zenji, e Isamu Tomotsu, líder da Federação Japonesa de Karate na ilha de Okinawa, nos anos 60, mas muito principal e logicamente, o mais destacado foi o seu filho Zenpo. Zenpo Shimabukuro, nascido em 1943, inicia em 1952 a prática do Karate à idade de 9 anos. Zenpo lembra-se de como seu pai o “motivava” com prémios, inclusivamente em dinheiro, para que realizasse certos exercícios, “enganando-o” assim, em aras da sua futura preparação física. Assim, quando Zenpo conseguia dinheiro, por exemplo, para ir ao cinema, em
Okinawa Karate Salvador Herráiz y Zenpo Shimabukuro en Okinawa, en 2012.
realidade estava forjando um corpo forte e vigoroso. Em 1947 Zenryo tinha criado o e n t ã o denominado Chobu Shorin Ryu e em 1959 é instrutor de Karate nas dos militares americanos destacados em O k i n a w a , especialmente no B a t a l h ã o Aerotransportado 503, com base em Sukeran, Fort Bucker. Um dos m i l i t a r e s americanos na zona, o sargento Fuller, é seu grande apoio e o ajuda a desenvolver o seu ensino. Zenryo foi quem em principio deu o nome de Shorin Ryu à sua arte, ainda que posteriormente o abandonasse a favor de Joen Nakazato (que também mudaria em mais de uma ocasião para Kyan Ryu, até ficar como Shorinji Ryu). Nakazato faleceu em 2010, à idade de 88 anos. Os anos 50 viriam a ser de uma árdua preparação técnica para Zenpo Shimabukuro, treinando além de com o seu pai Zenryo, com mestres como Chozo Nakama, do Kobayashi, frater nalmente unido com Choshin Chibana. Nakama ensina a Zenpo katas como Pinnan, Naifhanchi, Passai, Jion… Graças às ideias de Zenpo, que organiza e coordena a maneira de conseguir os materiais, máquinas, inclusivamente dinheiro…, o sonho do seu pai Zenryo vai tornando-se realidade, como ter o seu próprio dojo, do qual finaliza a construção em 1962, tornandose o Seibukan (“a Casa da Arte Marcial Sagrada”). Zenryo Shimabukuro é na época um dos principais mestres de Karate da ilha. De facto, quando se forma a “All Okinawa Karatedo Federation”, que preside Shoshin Nagamine, Zenryo é nomeado vice-presidente, junto a mestres como Kanei Uechi e Meitoku Yagi. Yuchoku Higa é designado Director.
Em Setembro de 1963, Zenpo Shimabukuro é enviado aos Estados Unidos pelo seu pai. Lá desenvolve durante um tempo o Karate Seibukan. Enquanto isso, em 1964, Zenryo obtém o seu 10ºDan de Karate. Em 1969 Zenryo introduz seu filho Zenpo na federação de Karate, onde apesar da sua juventude contava 26 anos - já estava integrado no grupo dos principais veteranos mestres da ilha. Com o tempo, isto lhe tem proporcionado contactos e uma influência importante no Karate okinawense, onde frequentemente, principalmente no passado, os mestres pouco se relacionavam com outros estilos e se limitavam ao seu grupo. Mas nesse mesmo ano de 1969, Zenryo e uns vinte caratecas okinawenses são convidados a ia a Osaka, na ilha principal do Japão, pelo magnate japonês Ryoichi Sasakawa (a quem em várias ocasiões tenho dedicado páginas do que escrevo, pelo que os leitores sabem da sua enorme importância). Em Osaka, Zenryo participa na demonstração de kata e aproveita depois para visitar a sua filha, residente na cidade de Kobe, perto dali e quando gozam de um almoço no campo, Zenryo tem um forte ataque apendicite e morre. O seu filho Zenpo tem que tomar o comando directo do Hombu Dojo Seibukan em Okinawa. Atrás ficam já os tempos em que este karateka se dedicava profissionalmente à venda de automóveis, especificamente da marca Ford. Conheci pessoalmente Zenpo Shimabukuro faz alguns anos, durante unos seminários no Budokan de Naha (Okinawa), onde me assombraram essas características da sua maneira de fazer Karate. Poucos anos depois tive ocasião de estar com ele mais privadamente e inclusivamente de lhe dar a conhecer parte do meu trabalho realizado em Okinawa. O mestre mostrou muito agrado e alegria vendo o meu trabalho. Que a estética do Karate okinawense é diferente à que no Ocidente possam estar habituados os caratecas, é um facto inquestionável. Por isso tem de haver uma predisposição para percebermos a maneira de fazer Karate que têm na ilha, as suas posições, os seus gestos técnicos, o seu kime especial… e isso tem de ser a base do conhecimento do autêntico Karate. Muitos dos caratecas, incluídos conhecidos mestres, que enchem os dojos da ilha, não são justamente valorados pelos que têm um conceito do Karate com uma estética elegantemente forte, de corpos esticados, atléticos, potentes gritos e grandes e espectaculares posições lindas para uma fotografia. Mas o Karate é outra coisa e o Karate de Okinawa ainda mais. O Karate, especialmente o okinawense, tem uma estética diferente, natural, mais preocupada com uns benefícios pessoais que com uma estética externa que permita comparações que nada têm a ver. A elegância do Karate, que a tem, é uma
consequência e não um objectivo e em Okinawa tudo é um pouco diferente. Mas entre os grandes mestres da ilha, Zenpo Shimabukuro destaca talvez por fazer um Karate facilmente compreensível a olhos e maneiras ocidentais. As suas posições, as suas técnicas, a sua alta potência… fariam empalidecer muita gente, seja qual for a imagem que do Karate se tenha. Zenpo Shimabukuro é além de
Instrutor Chefe do Seibukan Shorin Ryu, vice-presidente da Okinawa Prefecture Karatedo Rengokai. Shimabukuro sensei é partidário de um Karate tradicional, baseado na prática do kata. No entanto, aceita também que durante o treino se pratique o kumite, para incluir certa diversão e desenvolver a confiança do karateka e factores como a distância e o timing. Mas para Shimabukuro, o kumite é
uma coisa suplementária e insiste sempre em que o realmente importante do Karate é… o kata. Para ele, o kata deve ser transmitido sem variação e não com o espectáculo para os olhos em que transformou a competição actual. Zenpo defende que nos dias de hoje, nem os competidores de kata, nem os juízes, conhecem como deveriam os propósitos do kata, tendo abandonado muitos deles sem o saber
Okinawa Karate nem o compreender, um Karate clássico e tendo caído numa espécie de ginástica. Para mim é curioso e gratificante, ver como Shimabukuro sensei entende e explica, por exemplo, o bloqueio conhecido como shuto uke. Em muitos estilos este bloqueio se realiza com o canto da mão, como o seu próprio nome indica. Mas ele ensina que apesar do gesto e a posição da mão,
se deve bloquear realmente com o antebraço, pois isso oferece muita mais solidez. Para mim é gratificante o facto - repito - porque no Wado Ryu assim acontece da mesma maneira no seu característico bloqueio alto e também muitos praticantes desconhecem esta curiosidade. Mas, voltando atrás por um momento. Chotoku Kyan teve, como disse anteriormente, importantes alunos muito conhecidos posteriormente, mas outros realmente quase nem foram seus alunos, ainda que depois lhes interessasse que nisso se acreditasse. Um muito conhecido foi o fundador do Isshin Ryu, Tatsuo Shimabukuro (19081975), ainda que realmente o nome do estilo fosse depois pensado por seu aluno Eiko Kaneshi. Zenpo
Suimabukuro mantém que Tatsuo esteve muito pouco com Kyan, para não dizer… quase que nada. Mas com quem parece que esteve muito mais tempo aprendendo foi com Chojun Miyagi. Também o irmão de Tatsuo, Eizo Shimabukuro (Shaolin Ryu), se atribui ter aprendido de Kyan. Segundo se lembra Zenpo, que nessa época era criança, Eizo Shimabukuro tinha o seu dojo muito perto e os visitava de vez em quando, para ver o seu pai, Zenryo. Este, perante a insistência de Eizo de que tinha sido aluno de Kyan, lhes fazia ver que o seu Karate era tecnicamente muito diferente do de aquele outro. Finalmente, Eizo mandaria a um dos seus alunos para que Zenryo lhe ensinasse certos kata. Por tudo isso Eizo dizia depois que tinha sido aluno também do próprio Zenryo, mas Zenpo pensa que não que se pode considerar assim. Depois Eizo se mudaria para Moromi (Koza), na actual cidade de Okinawa e lá, quando necessitava caratecas para fazer uma
demonstração, ele os pedia a Zenryo. Este lhe “emprestou” o seu filho Zenpo e o seu sobrinho Zenji. O seu outro sobrinho Yoshi, apesar de que era um grande karateka, já tinha deixado a sua prática. Durante a minha recente visita a Zenpo, em Okinawa e enquanto folhávamos cuidadosamente o meu livro “Karate, Imagens de uma História”, Zenpo se entusiasma com algumas das fotografias compiladas nele. Shimabukuro sabe da minha ampla informação e pesquisa sobre o Karate a todos os níveis. Por isso, quando em 2012 o mestre quis festejar o 50º Aniversário do seu Seibukan dojo, me pediu, para um libreto comemorativo, que lhe facilitasse fotografias históricas do seu pai. Me surpreendeu tal petição. Zenpo Shimabukuro me pedia a mim, um simples apaixonado espanhol ao Karate japonês, fotografias do seu pai! Bem, em qualquer caso me senti muito honrado por poder ajudá-lo, fi-lo e ele
me agradeceu muito: “Obrigado. Isso é exactamente o que eu procurava” chegou a dizer-me. Pois eu digo o que já disse, muito honrado de ter podido ser-lhe de utilidade. Faz bem pouco ambos recordávamos isto. Zenpo Shimabukuro quer preservar o Karate como uma coisa de grande valor pela história e os momentos, mestres e situações pelos que esta arte marcial tem passado nos seus anos de existência. Zenpo sensei pensa que se os caratecas p e rc e b e s s e m i s t o … , n ã o h a v i a variações próprias nos kata. Neste sentido pensa que a competição está quebrando - o quando menos i n t e r ro m p e n d o - p o r u m s i m p l e s entretimento, a informação herdada que o Karate inclui em seu seio, qualquer coisa assim como um genoma ou o ADN, exemplo muito significativo que Shimabukuro sensei g o s t a d e u s a r. P o r t u d o i s s o , o mestre se mostra muito preocupado de cara ao futuro. Não é para menos.
É muito fácil adoptar mudanças indevidas… O mestre Zenpo Shimabukuro lembra-se de que quando voltou para os Estados Unidos, em 1975, observou como boa parte do que se semeara lá se tinha perdido por modificações realizadas nos kata. Levou-lhe uns dez anos restabelecer aquilo e houve gente e grupos que ficaram à margem. Para o mestre, as variações técnicas, os pontapés altos, os saltos…, com que se enfeita a estética do kata de competição actualmente, é coisa tecnicamente errada, posto que criaria vulnerabilidade ao praticante e é coisa que ele, desde já, evita no seu ensino. O Karate desportivo inclui desnecessários e ilógicos movimentos nos kata, para com isso adicionar-lhe uma estética absurda que aumente as possibilidades de medalha. Deixamos Zenpo Shimabukuro no seu escritório, onde este homem de negócios tem assuntos a tratar. Até a próxima sensei!
0’Salvador Herraiz com Zenpo sensei Budokan em Naha, em 2009.
Kenpo COMO ESTÁ PLANEJADO O “FU-SHIH KENPO” (Primeira parte) Cada certo tempo acostumo a realizar uma limpeza e depuração técnica de todos os meus conhecimentos alcançados no passado a través da minha pessoal bagagem marcial por meio mundo. Isto inclui os meus contactos com Mestres tradicionais de diversos estilos de Karate, Kenpo, Kung-Fu, Tae-Kwon-Do, Full-Contact e KickBoxing, como estilos principais. Fusiono e substituo aqueles que consoante o meu próprio critério devo eliminar e substituir por novos métodos, todos os quais estimo serem correctos e idóneos para os meus propósitos, e aplicados a um mesmo princípio. O programa conta com todos os requerimentos necessários para obter e abranger os termos físicos, mentais e espirituais que todo Artista Marcial deve desenvolver, sempre tendo em consideração os objectivos que cada um desejar alcançar, arte tradicional, defesa pessoal, combates desportivos, encontros reais, defesa policial ou cinema de acção. O Programa tradicional inclui as Formas Tradicionais do Kosho-Ryu Kenpo da família Mitose, a sua história, filosofia e linhagem de mestres Kosho-Kenpo. No meu primeiro contacto com o Grão Mestre Thomas Mitose, separei ambos estilos por sua clara e notável diferença; posteriormente os fusionei em um só programa e agora, devido à minha aproximação ao dito Mestre, à nossa notável amizade, às experiências compartilhadas, por respeito e honorabilidade, tornei a considerar a prática das Formas Kosho em sinal de apoio e alta estima, apesar do seu treino ser voluntário e não obrigatório. Em segundo lugar, se desenvolve um método completo de Defesa Pessoal a mãos nuas, ou com armas. Técnicas que depois dão origem a Formas de Defesa Pessoal (Katas) exclusivas do sistema. Também a manipulação personalizada de nove Armas, das quais seis são tradicionais (Bo, Sai, Kama, Nunchaku, Yawara, e Tonfa), e três moder nas, (Faca, Bengala de Rua, e Pau curto, estilo Kali ou Arnis). O terceiro aspecto do Fu-Shih Kenpo é o programa específico de treinos para os encontros desportivos Amadores e/ou Profissionais, Semi ou Full-Contact, sem esquecer o próprio sistema duro do Fu-Shih Contact,
dentro do qual tudo é válido. Este último é próprio e interno do estilo, posto que de maneira alguma poderia ser de carácter desportivo. O Dragão dentro do logótipo FuShih Kenpo, representa a Inteligência, e Serenidade, o aspecto Ying. É por excelência o animal mitológico da filosofia oriental. É calmo, astuto, seguro. É a parte passiva e mental no desenvolvimento das tácticas e técnicas Fu-Shih Kenpo; também as técnicas de pernas; a força espiritual que se consegue com a maturidade; a atitude que se obtem com o treino, a constância e os esforços do indivíduo. Representa a humildade, que domina a terra. O Tigre, representa os aspectos físicos do estudante; a sua preparação física e técnica, a parte Yang, ou seja a força, a velocidade, movimentos fulgurantes, fluidos e contínuos. As técnicas de Punhos e Mãos, em geral Braços. Força e arraigo terrenas, que se obtêm durante as primeiras etapas da aprendizagem. Nesta etapa o estudante se sente mais atraído e impressionado pela própria habilidade física que por meio dos seus primeiros esforços. FU-SHIH. Termo Chinês/Japonês que descreve o mais renovado, adaptável, funcional e efectivo sistema de ENSINO actual e que se encontra dentro do Triângulo, três pontos específicos que traçam o caminho para a própria formação, realização e harmonia do indivíduo com o seu meio. FU = Tigre (Japonês = homem; Chinês = força, machado) e SHIH = Espírito ou Energia (Mestre, Escola, Ensino, Instrutor). KENPO. Terminologia japonesa que descreve o mais antigo estilo de luta oriental na descendência do Clã dos Monges Kosho até o Grão Mestre MITOSE, Ken = Punho; Po = Primeira Lei, ou seja, Primeira Lei do Punho. Fu-Shih Kenpo, é constituído tecnicamente por movimentos lineares e circulares conjugados, em diversas direcções e sentidos, a fim de obter um alto domínio e habilidade em todos os ângulos físicos, espalhando Energia Intermitente em movimentos cintilantes, fluidos e contínuos. Para esta empresa, FuShih apela a todos os sentidos e recursos físicos e mentais. Em FuShih Kenpo se avança sempre na construção de uma técnica defensiva para a elaboração de um contraataque natural, decisivo e coordenado. Uma absoluta e total concentração é necessária, com olhar penetrante e respiração profunda. Devemos preparar-nos para sermos capazes de responder
efectivamente frente a qualquer acção de ofensa ou de ataque, mas isso não quer dizer que temos autoridade para ocasionar lesões graves ou mesmo matar um adversário. Como é possível construir um contra-ataque efectivo e enérgico, sem ocasionar lesões graves a um oponente? Fu-Shih Kenpo analisa basicamente os 8 ângulos de Evasão e Escape “OCTÂNGULO”, desde os quais um discípulo do sistema pode, sem problemas, evitar qualquer ataque possível sem estabelecer contacto com o oponente. Estas são as técnicas fundamentais da “Não Violência”, as quais posteriormente e consoante o perigo que apresentar o oponente, têm determinadas aplicações na redução, controlo, até as mais efectivas manobras contraofensivas. É também de vital importância no Fu-Shih Kenpo, o conhecimento e domínio dos pontos vitais e centros nervosos do corpo humano, para o que é também se precisa do endurecimento da palma da mão, mediante métodos clássicos orientais e métodos modernos, que permitem desenvolver força, dureza e resistência em toda a palma e dedos. Sem esta qualidade, o uso das técnicas aplicadas em pressão, atenazamento ou percussão, resultariam nefastas.
PRINCÍPIOS SOBRE APLICAÇÕES TÉCNICAS EM FU-SHIH KENPO • Conhecimento e domínio dos 8 ângulos de deslocamento (Evasão e Escape), ou reacção nas direcções de avançada. • Aproximação ao oponente. • Controlo da distância, e ângulo de confronto. • Guardas defensivas naturais. • Análise do meio e utilização dos elementos naturais do mesmo. • Tácticas de Dissuasão e Persuasão. • Voz de mando. • Reacções defensivas do “Não Contacto Físico”, as denominadas de “NÃO VIOLÊNCIA”. • Reacções defensivas com contacto controlado. • Defesa com contacto médio a zonas específicas de redução e controlo. • Defesa contra ataques com diferentes graus de “dor”. • Utilização da linha central, que apesar de mais perigosa permite controlar a base de todas as extremidades do agressor.
O motivo de usar pontos de pressão como objectivos tácticos
T
emos falado do que é o programa de pontos vitais de Combat Hapkido e o motivo de o termos desenvolvido para o nosso sistema de defesa pessoal. Neste artigo e nos que seguirão, daremos instruções detalhadas sobre os constituintes tácticos do programa. Vamos começar por falar do motivo de se escolherem em parte os pontos de pressão como foco do nosso método para explorar as debilidades do corpo. Escolhemos os Acupontos, ou pontos de Acupunctura, também conhecidos como pontos de pressão, por estarem situados entre músculos, ligamentos, tendões, ou zonas vulneráveis dos nervos (ou em plexos dos nervos maiores). O uso específico destes pontos determinados, permite deteriorar a energia e o funcionamento do corpo de maneira eficaz. Quando se usam em Acupunctura para curar, a zona de activação tem o diâmetro da ponta de uma esferográfica. Afortunadamente para nós podem ser activados estimulando uma zona do tamanho da “quarta parte de um euro” (25mm de diâmetro). Nos concentraremos em usar o centro dessa moeda como objectivo. Muitos praticantes familiarizados com o tiro ao alvo ou com o armamento, c o m p re e n d e m o s b e n e f í c i o s d o n o s s o m é t o d o . Tecnicamente o objectivo parece mais um pingo de água que um círculo, devido ao fluir de energia, sem embargo no entanto e para facilitar, dá-se a referência da imagem do “círculo” que é mais útil e efectiva. Por exemplo, bater simplesmente no bíceps para aturdir ou adormecer o braço, coadjuva uma grande margem de erro. Agora bem, se apontamos especificamente a um objectivo do tamanho de “uma quarta parte de um euro” na zona média anterior da cabeça do bíceps (pericárdio 2: ver o organigrama abaixo), temos um grau muito mais pequeno de erro, enquanto que a nossa efectividade aumenta. Isto é uma parte da nossa filosofia para utilizar objectivos anatómicos com pontos tácticos de pressão. Pericárdio 2: (P2 Fogo/Yin/Rojo ) Localização: Dois distais da dobra da axila (dobra axilar) ao longo da linha média do bíceps. Anatomia/Redundância: Os ramos musculares da artéria branquial, o nervo médio branquial cutâneo e o nervo musculo-cutâneo. Método: bater contra o osso (úmero) para adormecer o bíceps. Uma crítica comum dos praticantes de Artes Marciais e defesa pessoal é que os pontos de pressão não funcionam com toda a gente. Isto pode ser verdade, posto que o efeito varia conforme a pessoa; no entanto, frequentemente se exagera muito no realismo deste alcance. Pensemos nisso da seguinte maneira: Se pudesse melhorar as suas técnicas para que fossem efectivas para 90% das pessoas, não incorporaria esta teoria porque poderia não funcionar em menos do dez por cento (poderia ser um cinco por cento, dependendo da análise estadístico que se aplique)? Entretanto, devemos aceitar o facto de que existe uma pequena percentagem de pessoas conhecidas como “nãoafectadas”. Este pequeno grupo de pessoas não sente a dor como a maioria das pessoas. Cada pessoa tem um limiar variável de tolerância à dor, desde insensíveis até ultra sensíveis e aqueles que são quase insensíveis podem ter uma maior resistência mental ou física à dor. Todos somos anatomicamente diferentes em algum ponto e algumas vezes a localização dos nervos é diferente (isto é especialmente certo em pessoas que tenham sofrido um trauma pós-operatório). Em certos estilos de Artes Marciais, os nervos são adormecidos mediante um processo contínuo de insensibilização. Imaginem a um lutador de Muay Thai pontapeando um poste ou uma árvores para insensibilizar os
nervos da tíbia. Outros factores físicos que podem afectar à tolerância à dor, são as coberturas de músculos com gordura, que pode proteger certos nervos agindo como uma armadura. E ultimamente, como muitos membros dos corpos de segurança podem assegurar, algumas drogas e o álcool podem afectar à tolerância à dor do indivíduo. No entanto, deveríamos afirmar que com o estudo avançado dos efeitos dos agentes químicos no corpo, este conhecimento se pode usar como uma vantagem para percebermos outras debilidades anatómicas e sensoriais. Para além disto, os objectivos nos nervos funcionam; mesmo que com o tempo se tenha exercido suficiente pressão para provocar uma resposta, sabemos que podem ter sido magoados. Pensem numa simples analogia: Se temos os nervos da mão pouco sensíveis e tocamos numa frigideira quente, não afastamos a mão devido ao calor até nos termos queimado. Aprofundando mais na matéria da sensibilidade à dor, o seguinte exemplo poderia ser bom. Quanto mais “sensíveis” somos, mais rápido nos vão proteger do perigos os nossos reflexos automáticos de retirada (reacção inconsciente perante uma percepção consciente). Como bons praticantes de defesa pessoal, aprenderemos a tirar vantagem disto. Também é importante saber que muitas pessoas insensíveis são por vezes mais sensíveis em algumas zonas do seu corpo. O nosso corpo sempre procura a homeostase ou o equilíbrio para a saúde e um funcionamento adequando. Por exemplo, se um objectivo situado no braço não responde da maneira esperada devido à resistência à dor do oponente, tentamos atacar um objectivo situado na perna. Muitas vezes, isto tem um efeito maior naqueles com mais resistência à dor. O nosso corpo com frequência compensa uma zona pouco receptiva com uma muito receptiva. (Havemos de falar mais acerca disto em artigos acerca do YIN e do YAN.) É importante destacar que a redundância é o nosso princípio número um. Com isto em mente, nos concentramos em utilizar os pontos de pressão actuantes como portas de acesso directo ao sistema nervoso. Isto é em primeiro lugar, ainda que não exclusivamente, pelo que os usamos como objectivos tácticos. Em próximos artigos, descreveremos o constituinte crucial para compreender como activar correctamente os pontos tácticos de pressão. Este constituinte é frequentemente um dos segredos mal entendidos para aplicar efectivamente o conhecimento dos pontos vitais na defesa pessoal. Claro está que não têm de esperar, toda esta informação está disponível nas séries de DVDs de T.P.P. DVD, que nos podem pedir directamente no www.dsihq.com e em Budo Internacional em www.budointernational.net. Por favor, treinem com segurança, vivam com honra e estejam bem. Para informação acerca de diplomas, seminários, ou outras perguntas, favor contactar-nos em: staff@dsihq.com
O poder da força física depende directamente da massa muscular, quanto maior seja esta, maior será a sua potência de desenvolvimento, ainda que haja pessoas que compensaram isto com outros métodos; não bate mais forte quem mais músculos tem e sim quem mais habilidade possui... É muito comum ver em combates de Boxe como alguém pouco musculado, tomba de apenas um golpe um hercúleo e impressionante adversário. Júlio César Chaves, já retirado, não tinha um corpo musculoso, no entanto possuía uma batida terrível (mais de 80% dos seus combates foram vitórias por KO). Bruce Lee media só 1,65m de altura e pesava 60 quilos, mas ainda assim todos aqueles que o conheceram afirmam que tinha uma potência de golpe impressionante, como se pesasse quinze quilos mais do que realmente pesava. O que é que faz de alguém um batedor? Qual é o segredo da potência de batida?
as Artes Marciais e os desportos de contacto, a potência se definiria como poder e força física que é capaz de gerar uma pessoa em um movimento ou série dos mesmos, pelo que dada a energia que desenvolve, é capaz de partir, deslocar e inclusivamente lesionar com ela o adversário ou o parceiro de actividades desportivas. Em termos teóricos, a potência é o resultado da equação matemática “1/2 M (massa) x V2 (velocidade ao quadrado)". Do que se deduz que o factor velocidade resulta mais importante que o de massa, no momento de determinar a potência que adquire um golpe. Mas na prática podemos constatar que a maior parte dos bons batedores, dos que fazem um nocaute com um só golpe, não destacam pela sua rapidez. A razão é que estes em grande medida baseiam a sua batida no seu sólido assentamento no solo, de maneira que batem com todo o peso do corpo, conduzindo a energia desde o calcanhar, através das ancas, até os nós dos dedos. Evidentemente, resulta muito mais rápido bater só com o braço que com "todo o peso do corpo", mas também resulta menos potente. Pugilistas como Rocky Marciano, Mike Tyson, Georges Foreman, Marvín "Maravilha" Hagler, Roberto "Mão de pedra" Durán, Júlio César Chaves ou Nigel Benn, todos eles impressionantes batendo, nunca destacaram pela sua velocidade, assim como também o não fizeram KickBoxers como Ramón Dekkers ou Rob Kaman. Devem concorrer muitos factores para fazer de um soco ou de um pontapé um golpe decisivo; um batedor autêntico deve ter muitas qualidades no seu trabalho de punhos e pontapés. Para começar, deve ter uma boa base técnica (ainda que não é necessário que seja um estilista depurado) porque assim para correr, primeiro tem de se aprender a andar, para ser um nocauteador definitivo, primeiro tem de aprender a bater. Para isso deve aperfeiçoar certos factores que são determinantes para desenvolver a potência e estes são os seguintes:
N
OS PONTOS DE APOIO: Sem um ponto de apoio não se pode bater. A acção punho-pé depende da disposição do equilíbrio do lutador, devendo o mesmo assegurar os seus apoios para pôr o seu corpo em movimento ou sobre a sua inércia. Os pontos de apoio são fundamentais para poder executar uma técnica com potência, posto que todo golpe bem executado se apoia na massa do corpo em movimento. Se durante a sua execução se perde o ponto de apoio (por desequilíbrio), o golpe perde toda a sua eficácia.
A LONGITUDE DA TRAJECTÓRIA: Segundo a Física, quanto mais longa é a trajectória do golpe, maior é a velocidade que pode alcançar o punho ou a perna. Por isto os golpes muito longos, tipo "boleia", são tão perigosos no caso de alcançarem o seu objectivo. O mesmo sucede com os pontapés, quando maior seja a sua trajectória, mais potência desenvolvem.
A ACELERAÇÃO DO MOVIMENTO: Seja qual seja a longitude da trajectória de um golpe, o mais importante é a velocidade que alcançada pelo punho ou o pelo pé no momento do impacto. O elemento aceleração
do movimento é fundamental para desenvolver a potência sem aceleração não se pode bater com potência. No factor aceleração intervêm de forma directa os músculos. Estes são um tecido especializado em se contrair quando recebe o estímulo adequado. O peso relativo dos mesmos é um 44'1% do peso do indivíduo (no adulto chega inclusivamente a alcançar um 45%). A sua potência se desenvolve ao máximo entre os 20 e os 30 anos, dependendo em grande medida do treino da coordenação dos esforços ou exercícios musculares. Nas Artes Marciais se dão unas circunstâncias favoráveis para a coordenação muscular, especialmente com as extremidades superiores, a partir dos 11 e 13 anos, conseguindo adquirir potência sem quase aumentar o volume e portanto, sem alterar o desenvolvimento dos jovens principiantes. Isto é possível fazendo que realizem os exercícios adequados no seu treino, evitando na medida do possível a monotonia na sua preparação física. A grande estabilidade dos músculos por volta dos 13 anos, assegura já a possibilidade de um desenvolvimento mais justificado e moderado das qualidades de velocidade e de força, mantendo um equilíbrio perfeito entre a técnica e a elasticidade. O peso corporal é certamente determinante, mas não é o único factor. A musculatura (entendida como importante massa muscular) proporciona solidez, maior resistência ao castigo e maior força empurrando, mas parece que no momento de bater quase que nem conta. Alguns anos atrás se pensava que quanto maior era o volume muscular, maior potência se gerava, por isso, muitos praticantes de Artes Marciais começaram a entrar no ambiente do Boddy Bullding, experimentando com diferentes Depressa exercícios. descobriram que conforme a sua massa muscular aumentava, diminuía a sua rapidez, o que levou a que se estendesse a lenda de que eram incompatíveis… Mas o facto de possuir um grande volume muscular, não significa que se possua potência, outro sim que se tem o atributo necessário para desenvolve-la, porque depois faz-se necessário canalizá-la e exercitá-la à base de prática.
Normalmente, quando se tem uma grande batida e se consegue impactar com precisão no adversário, não acostuma ser necessário combinar muitos golpes para o anular; um ou dois acostumam ser suficientes. De facto, quando falamos de "batedores", nos referimos àqueles combatentes que são capazes de resolver um combate com um só golpe de K.O. e não àqueles que conseguem nocautear o rival após inúmeras séries de golpes.
Quando se carece de potência, quando se tem (como se diz no Boxe) "punhos de algodão", então, para vencer se necessitará logicamente, combinar mais golpes. Na opinião de treinadores e campeões, o combatente mais seguro e eficaz é aquele que consegue acabar o combate em menos tempo, pois desta maneira se arrisca menos a receber golpes e a cansar-se. Mas a maioria das pessoas não têm uma tremenda batida e além disto, em um
“No DVD por mim editado acerca do treino, explico alguns exercícios para trabalhar e exercitar a potência. Espero que este DVD possa servir de ajuda aos leitores”
combate intervêm muitos factores que podem reduzir a eficácia à potência de batida. Evidentemente, não se pode realizar uma combinação de 6 ou 7 golpes carregando em cada um deles todo o peso do corpo. Por isso os grandes batedores são combatentes de um só golpe, não de combinações. De facto, na gíria pugilista e nos desportos de contacto são denominados "caçadores", por parecer que constantemente estão à espera de ocasião, executando poucas
técnicas, como esperando a oportunidade de "caçar" ao rival com um golpe decisivo. Além de uma grande batida, a principal virtude que tem de cultivar um batedor para ser eficaz é o timing ou sentido da oportunidade (e esta é uma das coisas mais difíceis de treinar). Não só deve bater forte, como também saber quando faze-lo. O bom batedor conta com numerosas vantagens: ainda que vá perdendo amplamente um combate aos pontos, se conseguir nocautear o rival antes do
último segundo, conseguirá súbita e inesperadamente uma vitória inapelável. De facto não é infrequente observar combates em que um dos contendentes está recebendo uma terrível pancadaria, perdendo assalto atrás de assalto, quando de repente consegue lançar um golpe afortunado e potente, mandando à lona o até então vitorioso adversário. Os KOs são vitórias inquestionáveis, quer dizer, não estão sujeitas às opiniões de juízes, árbitro ou comentaristas; como dizia Bill Walace:
“Pelas leis da Física, as técnicas que desenvolvem potência são aquelas que se executam com a parte atrasada”
”Um bom combate, onde não existe polémica, é aquele no qual dois sobem para o ringue e um desce por seu próprio pé e outro de maca…” As técnicas de punho deveriam ser a priori menos potentes que as técnicas de perna, posto que estas últimas impactam com mais quilos de peso (uma perna pesa mais que um braço) mas no entanto, observando combates de Full Contact, Kick Boxing e mesmo de Thai Boxing, é mais habitual ver KOs produzidos por punho que por perna. Isto se explica em parte pela rapidez, que é o outro factor da potência. Um punho é mais rápido que uma perna e a velocidade (em termos dinâmicos, a aceleração) aumentam a potência de impacto. Todo aquele que tiver visto um bom número de combates de Kick ou de Thai Boxing, terá observado que apesar de que um pontapé é em princípio muito mais potente que um soco (pois uma perna pesa três vezes mais que um braço), aproximadamente 80% dos KOs são o resultado de técnicas de punho. A explicação radica em que, como seres humanos, manipulamos com muita mais habilidade e precisão os braços que as pernas; também é mais fácil carregar o peso do corpo no golpe quando executado com um punho que lançando a perna. Por outro lado, pontapear resulta bastante mais esgotante que dar socos, pelo que quando ultrapassado o equador de um combate, se começam a ver muitos menos pontapés e mais socos. Obviamente, se extrapolarmos isto às Artes Marciais denominadas “clássicas” e inclusivamente à defesa pessoal, acontece isto mesmo: em todas elas se aprecia uma clara preferência pelas técnicas com o trem superior, o que é lógico e natural, posto que em qualquer delas, normalmente o combate se decanta na distância média, onde se utilizam preponderantemente os punhos em linha recta ou directos, devido à sua simplicidade e eficácia. Segundo a Kinesiologia (ciência que estuda o movimento humano), em todos os sistemas de combate onde se bate, o conceito ou a dinâmica dos punhos directos é o mesmo; todos repetem a mesma trajectória, só existem pequenas variantes ao lançá-los desde diferentes posições ou guardas. Entrando ainda mais profundamente na matéria, o directo atrasado acostuma a ser a técnica “rainha” de qualquer batedor, mas para que seja eficaz e possa chegar até o seu objectivo com êxito, requer do apoio do punho adiantado. Porquê? Simplesmente por uma lei da Física: como a distância mais curta entre dois pontos é a linha recta, no caso do punho adiantado, as suas particularidades ao executar esta técnica são as seguintes: • MENOR PERCURSO DO BRAÇO. • MENOR TEMPO DE EXECUÇÃO DA TÉCNICA. • MENOR POTÊNCIA DE IMPACTO POR SEU POUCO TRAJECTO. O braço adiantado, estando mais perto do adversário, terá de cobrir menos distância para alcançá-lo, pelo que será muito rápido. Por contra, tendo uma trajectória mais curta, em tão pouco espaço e tempo, terá como resultado uma menor potência de impacto. Quase ninguém ficou K.O. recebendo um golpe com o punho adiantado, posto que a missão do mesmo é repercutir, martelar, dar repetidamente golpes com ele, a fim de abrir espaço ou despistar para poder ligar o golpe definitivo. É inegável que este punho é muito rápido mas não é contundente. O que possui esta característica é o seu antagonista, ou seja: O punho directo, executado com o braço atrasado, denominado no Boxe "direct", "cross" ou directo de direitas; em Karate denominado GYAKUTSUKI ou golpe directo com o punho contrário. Nos desportos de contacto é conhecido como directo penetrante. Como o seu nome indica, define a potência que gera quando é executado. Isto é possível por ter as seguintes características: • MAIOR PERCURSO DO BRAÇO. • MAIOR TEMPO EM EXECUCUÇÃO DA TÉCNICA.
• MAIOR POTÊNCIA DE IMPACTO. O punho directo executado com o braço atrasado, por estar mais longe do adversário, demora mais tempo a chegar até ele, no entanto, por ter um maior percurso, impactará com maior potência. Acerca desta matéria, na Física se dá o seguinte exemplo: Se atirarmos um objecto que pesa um quilo desde um primeiro andar, por ter menor percurso demora menos em chegar ao chão e portanto vai cair com menos força que esse mesmo objecto atirado desde um nono andar, que tendo um maior percurso, vai demorar mais tempo em chegar ao chão, mas vai cair com mais força que quando atirado desde o primeiro andar. Como foi dito anteriormente, pelas suas características, ambos se complementam; é semelhante ao que acontece com o ying e o yang, a noite e o dia, homem e mulher, etc. Cada um tem os seus pontos fortes e os pontos fracos, inclusivamente há muitos profissionais que não concebem uma sem o outro. Ambos devem coexistir para serem eficazes em combate: é muito difícil ligar um Jab ou directo percutante e deixar fora de combate o adversário. No entanto, é o início ou o concatenamento ideal para um ataque mais eficaz: o directo com o punho atrasado. R e s u m i n d o : o p r i m e i ro p o r s u a rapidez de execução, deixa durante uns décimos de segundo, ou segundos, desorientado o rival. Neste espaço de tempo se pode executar o directo penetrante, que pode ser o batimento definitivo. Agora bem, dado que se executa com o punho atrasado e por ter um maior percurso, é mais difícil - mas não impossível que este golpe chegue por si só e sem antes ter executado uma técnica ao adversário. Por isso, no Boxe se definem como o “um-dois”, por habitualmente se conceber a ambos como uma só técnica de ataque. Mas é c l a ro q u e n ã o h á re g r a s e m excepção e existem casos insólitos em que os indivíduos executando uma só destas técnicas conseguiram seus propósitos, ainda que isto não se possa generalizar. Alem do mais, o jab ou directo percutante acostuma ser o princípio de um ataque, ou seja o que “abre” a porta, e o directo penetrante, o que a “fecha”. Em d i v e r s a s o c a s i õ e s , o d i re c t o percutante serve para concatenar com outra técnica mais lenta que não tem que ser forçosamente o directo
de direita, mas que pode ser uma boleia, gancho ou inclusivamente alguma técnica de perna. Tal como vimos, pelas leis da Física as técnicas que desenvolvem potência são aquelas que se executam com a
parte atrasada. Qualquer delas pode deixar fora de combate um adversário, mas para o conseguir é preciso melhorar a velocidade na execução dos batimentos. Também a acção de passar o peso do corpo de um pé para outro,
acompanhando a trajectória de um batimento, para aumentar a massa que se põe em movimento e portanto a potência. Para conseguir isto, é preciso treinar primeiro aprendendo a técnica e depois seleccionando o instrumento
adequado para o seu treino. Todas as técnicas existentes requerem de uma dedicação total e absoluta no seu adestramento, por isso têm de ser trabalhadas individualmente e com os aparelhos adequados (saco, paus,
focus, escudo, etc.) No DVD por mim editado acerca do treino, explico alguns exercícios para trabalhar e exercitar a potência. Espero que este DVD possa servir de ajuda aos leitores.
Sudeste Asiático As Artes Marciais no Século XXI As Artes Marciais são uma disciplina antiga. Não importa a que cultura que seja, tanto seja que se encontre na Europa, Ásia, América…, em todos os continentes há métodos de combate que são tão antigos quanto a própria humanidade. Se usam disciplinas de luta formadas em sua origem principalmente para uso militar. Através dos séculos, os objectivos mudam por e para que os que praticam Artes Marciais treinem adequadamente. Draeger, que pesquisa acerca das Artes Marciais, assinalou em seu livro "Bujutsu e Budo Modernos" o seguinte: "A natureza intrínseca das Artes Marciais clássicas se manifesta por sua relação de 3 pontos: 1Elemento de combate; 2- Disciplina; 3- Moralidade. Os quase cem anos de reformas forçadas modificaram o ordenamento dos pontos de referência da seguinte maneira: 1- Disciplina; 2- Moral: 3- Luta contra as aplicações e formas estéticas de exercício”. Os novos estilos, que agora prevalecem em todo o mundo (Judo, Karate, Tae Kwon do, etc.) e que levaram os países ocidentais a estas reformas, são amplamente conhecidos e geralmente gozam de uma grande popularidade no Ocidente. Algumas destas novas disciplinas puseram um novo ênfase na competição (kumite, randori) e assim se transformaram em novos desportos aceites no Oeste, até encontrar inclusivamente um lugar nos Jogos Olímpicos de hoje e ser admirados. Certos métodos da região do Sudeste Asiático (Kali Filipino e Silat Indonésio), assim como as Artes Marciais japonesas, existiam em tempos antigos para seu uso no campo de batalha. Hoje se utilizam cada vez mais como veículo de superação física, mental, emotiva e espiritual. Isto significa que se encontraram novas áreas de aplicação para estes métodos antigos. Em seu lugar vão ser utilizadas as Artes Marciais que serviam para lutar contra um oponente, como treino para vencer-se a si mesmos. Querem dominar-se a si próprios para serem mais do que não são (ainda) mas que os vai pôr no caminho para alcançar a sua meta de ser superiores. Isto significa que se concentram em si mesmos para ver o que ainda não são mas que podem chegar a ser no futuro. Estes objectivos podem ser diferentes. Para alguns serão um melhor nível de forma física e o bem-estar físico geral. Para outros, um aumento da concentração e da
resistência mental. O verdadeiro treino em Artes Marciais nos proporciona o sentido das coisas que realmente queremos conseguir. A capacidade de nos protegermos fisicamente frente a um ataque, por exemplo, a própria responsabilidade e o conhecimento para alcançarmos a verdadeira auto-ajuda, só pode vir desde dentro de nós. O respeito e a disciplina nas Artes Marciais proporcionam uma ferramenta para amoldar o carácter e chegar a ser melhores do que somos neste momento. O reconhecimento da importância do treino físico é um instrumento para alcançar outros objectivos e competências que proporcionam um novo valor e significado ao treino do dia-a-dia, para aprender Artes Marciais. Estes novos conhecimentos também proporcionam uma nova geração de estudantes ao mundo das Artes Marciais. Os novos estudantes que viram "só" os benefícios físicos das Artes Marciais, os pontapés e os socos, reconhecem agora que isso são só a ponta do iceberg… Nenhuma outra disciplina individual é capaz de unir coisas tão potentes e oferecer tanto aos estudantes interessados. A partir destes antecedentes, faz-se necessário realizar algumas novas perguntas a professores dos diferentes métodos de Artes Marciais: "Qual é a arte marcial adequada para cada estudante e como esta arte marcial realmente pode ajudá-lo a alcançar os seus objectivos?" Só quem conhecer os seus objectivos e a maneira apropriada de os conseguir, poderá finalmente chegar onde quer ir.
ACERCA DO AUTOR: Bob Dubljanin é um dos principais instrutores de Artes Marciais do Sudeste Asiático (Kali, Muay Thai, Silat Pentjak) e Jeet Kune Do na Europa. Desde 1993 vem dado cursos e seminários na Alemanha e outros países europeus. Para obter mais informação e saber acerca dos seminários actuais, visitem a nossa web: www.soai.de ou escreva-nos um correio electrónico para: info@soai.de
“Cada artista marcial que quer tornar-se um lutador completo, deve aprender a dominar a faca. Só quando souber manipular uma faca, será capaz de defender-se contra uma faca”
Acerca da luta com faca A Holanda, o meu país, tem cerca de 16,8 milhões de habitantes; é um país relativamente pequeno. As Filipinas têm aproximadamente sete vezes mais tamanho, têm cerca de 103 milhões de habitantes. Em 2013 houve 400 apunhalamentos na Holanda, 4.094 roubos, 421 tiroteios e em 905 dos casos se utilizaram outras armas. Em 2013 houve 4.892 ataques violentos nos Países Baixos e o ano ainda não acabou. Em comparação, As Filipinas registaram 34.825 incidentes violentos neste ano. Também houve 26.988 roubos registados. Qual o significado destes números? Acredito que seja isto: A Holanda não parece ser mais segura que as Filipinas. Pode acontecer que as Filipinas sejam até mais seguras que a Holanda. Segundo as estadísticas, os roubos e os crimes violentos nas Filipinas são relativamente raros. O importante é isto: no mundo ocidental, a violência é uma p r á t i c a quotidiana e com frequência se utiliza uma g r a n d e variedade de armas. Em muitos casos trata-se de facas e c o m o
“Na luta com faca se desenvolve uma mentalidade que não se pode desenvolver no combate sem armas” sabem, a faca é uma arma extremamente violenta e perigosa, fácil de portar, fácil de ocultar, de uso rápido e barato para comprar. Seu uso conduz frequentemente a graves lesões. Temos direito à legítima defesa, mas temos de saber como. A luta com faca é suja e os lutadores da rua conhecem os truques sujos. Por outra parte, segundo parece, estes criminosos não têm medo de usar uma faca.
Consciência Eu cresci em um dos bairros mais pobres de Utreche. Utreche é uma das maiores cidades da Holanda. A violência foi e continua a ser um acontecimento comum. No bairro onde cresci, manda a cultura da rua. Muitos jovens portam armas. Punhos americanos, correntes de bicicletas, facas de todos os feitios e tamanhos. Hoje, enquanto escrevia esta coluna, houve um incidente, um apunhalamento grave no bairro onde cresci. Teve de vir uma ambulância.
Agressão A minha juventude viu-se afectada pela maneira em que eu vejo a violência. A violência na rua é uma maneira muito directa de violência e pode acontecer a qualquer pessoa. Inclusivamente sem um motivo
aparente, se pode ser vítima de roubos, meter-se em brigas, ou pior, acabar sendo ferido. A cultura da rua está na minha genética. Lembro-me que o meu pai me levou aos ciganos e escutamos as suas histórias. Não se pode enganar esta gente. Eles não têm medo de usar a violência extrema, podem acabar na cadeia mas não se importam. Eles me ensinaram os truques sujos para usar na luta da rua. Me ensinaram a usar uma faca. Lembro-me de um homem muito idoso que usava um chapéu e em quem o meu pai confiou de uma maneira um tanto misteriosa: "Sabes Frans (o meu pai tem o mesmo nome que eu) como lutávamos dantes?” - levantou-se da sua cadeira de balanço e de repente agarrou o chapéu e atirou-o à cara do meu pai, ao mesmo tempo que punha uma navalha contra o ventre do meu pai. O cigano idoso era muito rápido, a sua idade parecia não ter importância. Este incidente causou uma profunda impressão em mim, que era só uma criança. Depois, o meu pai me disse que o velho cigano passou metade da sua vida atrás das grades das prisões. Incorporei ao meu estilo este género de truques da rua.
O lutador completo Cada artista marcial que quer ser um lutador completo, deve aprender a dominar a faca; só quando souber como manipular uma faca, será capaz de defender-se contra uma faca. A luta com faca é um factor indispensável para a defesa pessoal realista. Na luta com faca se desenvolve uma mentalidade que não se pode desenvolver no combate sem armas. Um só erro com a faca pode ter consequências fatais. Mental e psicologicamente, a luta a faca é importante. O sangue correrá durante a luta. Também pode ser o vosso próprio sangue e têm de aceitar isso.
“A Defesa não é uma opção no meu estilo, a defesa é o ataque e o ataque é a defesa. Acções em curto associadas com a energia agressiva, trabalho de pés funcional, simulacros realistas utilizando o ponto cego do oponente e obviamente, uma mentalidade adequada, podem fazer de alguém um bom lutador com faca” As Ilhas Filipinas Numa das minhas viagens às Filipinas, fui acompanhado por um guarda-costas. Me aconselharam a não viajar sozinho às zonas mais perigosas da ilha de Cebu. O guardacostas não se ajustava à imagem que podemos ter de um guarda-costas. Quase não nos falamos até que começamos a falar de Eskrima e luta com faca. O homem estava armado com uma pistola e uma faca que guardava em um estojo de perna. Disse-me que utilizava a arma para o combate na longa distância e a faca para as distâncias curtas, mas também disse que com a faca apenas se defendia. Para mim foi um comentário interessante, porque realmente, tudo o que fazemos com a faca é um ataque. De maneira que lhe perguntei o motivo de não utilizava a faca para atacar. A sua resposta foi simples, ele disse: "Se o adversário ataca com golpes ou pontapés, usarei a minha faca" - e continuou explicando - "Eu não ataco porque a possibilidade de ser desarmado é muito maior". É certo que aumentam as possibilidades de ser desarmados quando se estica o braço e que também diminui a capacidade de fazer contra-ataques múltiplos. No meu estilo estamos tratando de tentar o oponente a esticar o braço. Depois, contra-atacar com uma punhalada no abdómen no momento do seu ataque; em nove de cada dez casos, a cabeça do oponente desce automaticamente. O seguinte ataque é à cabeça. Claro está que o desarme nem sempre é possível e necessário. Um ataque aos olhos ou um pontapé nas virilhas também pode funcionar. Muitas vezes penso nas palavras de um Grão Mestre das Filipinas, que disse: Corre, esconde-te, ou voa! Estas palavras que me disse esse Grão Mestre nas Filipinas, conforme a minha maneira de pensar estão erradas. Na minha opinião deviam de ser: "Corre, esconde-te ou luta!". Certamente que evitar uma luta com faca é a melhor maneira de agir, visto podermos acabar feridos ou não sobreviver. Por outra parte, estou assumindo que não andamos à procura de
uma briga com faca. A maioria das pessoas, afortunadamente não portam armas, mas quando não há outra solução e é o único caminho, lutem pela vossa vida e usem todas as armas de que disponham. Esta maneira de pensar se adapta a um bom E s kr i ma do r. U m l u t a do r de E s kr i m a nã o necessita aprender diferentes armas, porque se está bem treinado no uso de um pau e uma faca e as técnicas que domina são as adequadas para o uso de diferentes armas, através da compreensão e o domínio dos princípios da Eskrima, se pode utilizar qualquer arma: uma cadeira, um cinzeiro, una fita, papel, caneta, garrafa, mesa, livro, ou inclusivamente um chapéu. Basicamente isto quer dizer que se pode utilizar qualquer coisa para nos defendermos. Realmente tudo está à nossa disposição. No meu estilo, se alguém não tem uma faca ou a perde durante a luta, e n t ã o po de t e r o re c u r s o de i r p a r a “Pangamot” ou Luta Total. Tudo está autorizado e só uma cosa é importante: Sobreviver!
A luta com faca na WKFS O meu estilo tem como base os mais de 30 anos de experiência. Ainda trabalho em seu aperfeiçoamento porque nunca se deixa de aprender. A Defesa não é uma opção no meu estilo. A defesa é o ataque e o ataque é a defesa. Acções em curto, associadas com a energia agressiva, trabalho de pés funcional, simulacros realistas utilizando o ponto cego do oponente e obviamente, uma mentalidade adequada, podem fazer de alguém um bom lutador com faca.
Importante Eu promovo a luta com faca de maneira positiva e espero que os meus estudantes façam isso mesmo. Me nego a ensinar gente com más intenções e não aprovo que as pessoas portem facas na rua. Quero que saibam que tirar uma vida é fácil, mas voltar a dar a vida é impossível. Querem aprender o meu estilo de luta com faca? Sejam bem vindos ao meu mundo, o mundo da Eskrima! Sekan@ziggo.nl www.knifefightsytem.com
Shaolin Hun Gar Kung Fu
As técnicas do Grou em Shaolin Hung Gar Kung Fu
Grou: As técnicas do Grou treinam os tendões, os ligamentos e favorecem a flexibilidade. Estas técnicas se baseiam na filosofia do elemento madeira. O Grou esquiva o adversário, tudo ao contrário que o Tigre, utiliza a força do contrário como ataque. Os seus ataques são diligentes. Com as suas grandes asas intercepta e bate ao mesmo tempo. É flexível como uma árvore ao vento. As técnicas do estilo do Grou aprece terem pertencido desde faz muito tempo aos estilos clássicos do legendário Shaolim Kung Fu do Sul. Pelo menos, isto é o que chegou até nós. Segundo a lenda, este estilo pertencia à formação básica no mosteiro. Cada aluno devia aprender os Cinco Estilos e só assim se considerava a sua formação como finalizada e então podia dedicar-se a uma especialidade. Os cinco animais clássicos, são os mesmos que no actual Hung Gar Kung Fu: Tigre, Grou, Serpente, Leopardo e Dragão. Fong Wing Chun A semelhança do nome com o conhecido estilo de Kung Fu Wing Chun não é um acaso. Fong Wing Chun foi a sobrinha de Fong Sai Yuk. O nome de Eastern Movie Fans é de certeza, um conceito conhecido. Houve e há inúmeros filmes onde se fala do Fong Sai Yuk ou inclusivamente aparece filmado. Fong Sai Yuk foi um irmão-mestre de Kung Fu de Hung Hee Gung, que deu o nome ao Shaolim Hung Gar Kung Fu. Fong Sai Yuk ensinava Kung Fu à sua sobrinha Fong Wing Chun. A tradição chega até nós através de uma história que a seguidamente explicamos. A jovem Wing Chun plantava sementes. um grou começou a tirar da terra com o bico, as sementes já plantadas. Vendo isto, Wing Chun tratou de afugentar o grou com um pau comprido, mas foi em vão, não foi bem
sucedida. O grou esquivou com destreza os golpes de Wing Chun. Apesar dela bater com força, não conseguia afugentar o grou, nem sequer conseguia tocar a ave. Os chineses dizem que o grou era um deus que queria mostrar a Fong Wing Chun os princípios de Kung Fu. Esta situação foi muito importante para que Wing Chun compreendesse como funciona o Kung Fu. Este conhecimento ela o passou ao seu marido, Hung Hee Gung, que o aproveitou para melhorar o seu próprio estilo Grou de Kung Fu. “Faht Ging”
do Grou Kung Fu
Descrevo aqui as quatro forças do Grou (Ging). Certamente resulta abstracto quando lido textualmente e é muito melhor que se aprenda com um mestre com experiência. 1. “Jung Hok Ging” base Ging. Este “Ging” é uma força, a qual se pode comparar a um cão molhado sacudindo a água. 2. Vocal Som Em combinação com o grito correcto, se manda o Qi ao lugar correcto. A grou economiza o Qi. Bate e fecha outra vez as suas asas. Espera o novo ataque do seu adversário e aproveita outra vez a sua força. 3. “Sik Hok Ging” Ging comedor A respiração é aqui curta e rápida. Tranquilidade, rapidez, valentia, segurança e solidez são as qualidades combinadas. Neste contexto se pode também aplicar “Mo Dap But Sun Toi” (Boxe Sutra). 4. “Fei Hok Ging” grou voador Aqui o aluno de Hung se encontra de novo com a totalidade das técnicas de asas do estilo do grou.
Kung Fu
Aplicações :
Pontos Vitais Posição 8: “Posição do triângulo “Trikonásana Agora que abrimos e estimulamos os Chakras, estamos em contacto com a actividade das glândulas pinhais e abrimos amplamente as principais conduções energéticas, podemos concentrar-nos nas conduções laterais do corpo e em outros aspectos fisiológicos reflexos. Um destes aspectos é a Própria Aceitação, que basicamente significa “consciência de nós próprios” (uma das principais matérias do Yoga é a consciência de nós próprios, anterior à consciência de fora do ser. Nos membros, estes “proprioceptores” são sensores que nos proporcionam informação acerca do ângulo das articulações, a longitude dos músculos e a tensão muscular, que se integra para proporcionar informação acerca da posição dos membros no espaço. O músculo fusiforme é um tipo de proprioceptor (que se explorou com a posição precedente) que fornece de informação acerca das mudanças na longitude do músculo. O órgão tendinoso de Golgi é outro tipo de proprioceptor que proporciona informação acerca das mudanças na tensão muscular. Contrariamente às células do músculo fusiforme, os órgãos do órgão tendinoso de Golgi estão localizados nos tendões que unem o músculo ao osso. As dendrites sensoriais do órgão tendinoso de Golgi estão inter-relacionadas com pequenas fibras de colágeno nos tendões e quando se contrai um músculo, as pequenas fibras de colágeno ficam ten-
sas, activando o órgão tendinoso de Golgi e relaxando o músculo antagónico. Devido a que as mudanças na tensão muscular proporcionam diferentes graus de tensão no tendão, o órgão tendinoso de Golgi abastece de informação acerca da tensão muscular. Poderíamos pensar que o estiramento do músculo iria puxar dos tendões e estimularia o órgão tendinoso de Golgi aferente. De facto, muita da força do estiramento é absorvida pelo próprio músculo, posto que uma contracção de um músculo é um estímulo muito melhor para o órgão tendinoso de Golgi. O reflexo do órgão tendinoso de Golgi é um constituinte natural do aspecto reflexo do sistema nervoso periférico e é o oposto ao reflexo de estiramento. Ainda que a tensão do músculo se incrementa durante a contracção, os neurónios motores alfa da medula espinhal que abastecem o músculo, se inibem. No entanto, os músculos antagónicos se activam. Apesar do reflexo do tendão ser menos sensível que o reflexo de estiramento, pode se antepor ao reflexo de estiramento quando a tensão é maior, fazendo que, por exemplo, se deixe cair alguma coisa muito pesada. Por contraste com os músculos fusiformes, que são sensíveis às mudanças na longitude do músculo, os órgãos do tendão detectam e respondem a mudanças na tensão muscular ou à contracção, conforme se realizam nesta posição. Apesar de termos enfatizado a função dos músculos fusiformes e do órgão tendinoso de Golgi no controlo da função motora pela medula espinhal, estes dois
órgãos sensoriais também assinalam os centros de controlo motor superior das mudanças instantâneas que têm lugar nos músculos, devido a que estas mensagens se transmitem instantaneamente a uma velocidade de condução que alcança os 120 metros por segundo, ( a condução mais rápida de qualquer lugar do cérebro ou da medula espinhal). Condutos adicionais transmitem uma informação similar às regiões reticulares do bolbo raquidiano e em menor medida às áreas motoras do córtex cerebral. O domínio dos padrões complexos do movimento do músculo controlando as intensidades relativas dos movimentos separados, direcções de movimento e a sequência de movimentos paralelos e sucessivos múltiplos, para alcançar metas motoras complicadas e específicas. Como cada posição se apoia e se constrói de outras posições, sirvam para manter o equilíbrio e para incluir e também estimular mais funções fisiológicas do corpo. A “posição do triângulo Trikonásana” leva às células do músculo fusiforme e do órgão tendinoso de Golgi, a um completo equilíbrio. Esta acção, assim como a posição anteriormente dita, tem acesso ao sistema nervoso central através do sistema neuro-sensorial, para incentivar a actividade reflexa autónoma do corpo.
“Posição do triângulo Trikonásana” Passando a uma posição mais aberta, o profissional estende o pé para a frente,
de maneira a estar em paralelo com o torso. Isto serve para contrair os músculos externos,, os que por sua vez relaxam os músculos interiores da perna através do reflexo de Golgi. Ao mesmo tempo, a prega ou a contracção da zona da prega inguinal serve para abrir e relaxar a parte exterior das ancas e da região pélvica. Este é o conduto exacto para que a energia terrestre que sobe desde a parte interior da perna através do nadis e que se transfere através do perineu ou chakra raiz para o Ida, Pingala (dependendo de qual o lado que se abra pelo lado para o qual se incline), e ao Shushuma em menor medida. Quando o profissional se inclina para um lado e comprime os músculos de um lado do torso, os músculos do lado oposto podem relaxar-se com um maior alcance, através do reflexo do órgão tendinoso de Golgi. Isto provoca o desencadeamento de duas acções reflexas autónomas e por extensão, que se equilibrem as funções eléctricas ou energéticas dentro dos músculos, posto que a informação é processada instantaneamente pelo cérebro, para determinar a posição das partes do corpo e seus reflexos autónomos. Estas transmissões para e desde o cérebro, através da medula espinhal comprimindo o canal principal do Shushuma, servem para aumentar e estimular uma maior informação e circulação. Outro benefício é que agora se abre e se fecha o Nadis lateral o os circuitos neuronais, para uma circulação maior e uma maior informação. Então os braços se estendem quando os músculos superiores das costas e dos ombros se contraem, permitindo uma maior descontracção e se esticam para uma orientação superior ou para os músculos antagónicos. Por sua vez, isto activa as células do músculo fusiforme, posto que os sistemas motor e nervoso autónomos funcionam em harmonia. A palma da mão estendida no solo, serve também para um maior detalhe nesta inter-acção fisiológica, posto que contrai o dorso da mão e o antebraço, focalizando-se ainda mais. Como se indicou com os reflexos de Golgi e da medula espinhal, a contracção dos músculos anteriores nesta posição, permite um maior relaxamento e um estímulo da parte interior da mão, do pulo e do antebraço. Isto serve não só para aumentar a consciência táctil nestas áreas como também como um recordatório microcósmico da implicação microcósmica. Quando se consegue esta posição, a cabeça então se torce para um lado, para olhar para cima, o que serve para completar a abertura do Ida o do Pingala. Isto se consegue quando os músculos de um lado do pescoço e do crânio se contraem e facilitam o relaxamento da parte que está esticada. Este é o mesmo lado pelo que a energia sobe, o lado do conduto da parte interior da perna, através do perineu e transcende de maneira helicoidal para cima pelo Ida e o Pingala, em direcção à terceira visão, desde o mesmo lado que está esticado. Como o peso então descansa nas partes externas do pé e do calcanhar, assim se assentam as energias excessivas e se equilibra o conjunto. A energia que se eleva em direcção à terceira visão, serve para aumentar não só o conhecimento de nós próprios como também do mundo exterior. A ascensão e o assentamento destas energias se transferem desde a medula espinhal aos nervos esticados o ao Nadis. Isto aumenta a transmissão, à vez que a sensibilidade e pode sentir-se uma espécie de vibrações nas áreas esticadas nesta posição.
Respiração e intenção Aspire profundamente pelo nariz, permitindo toda a energia fluir para o chão. Durante a inalação, sinta o ar ou a energia descer para a parte central da frente através do perineu; e da parte posterior das pernas para os calcanhares, onde se assenta. Desta maneira, quando se mover a uma posição mais ampla que poderá criar confortavelmente partindo desta posição, deite fora o ar lentamente, quando descontraindo-se entrar na posição. Outra vez inspire lentamente quando sinta as vibrações das partes exteriores dos pés e dos calcanhares quando se assentarem. Então lentamente deite fora o ar quando se inclina para um lado, ao mesmo tempo que se contrai lentamente e contrariamente à acção oposta de estiramento, despertando ao mesmo tempo a consciência de nós próprios. Voltando à posição de descanso inspire profunda e lentamente para se aperceber completamente da posição e das vibrações da energia. Lentamente deite fora o ar voltando a cabeça para o céu, à vez que sente como as vibrações da energia se elevam desde a perna adiantada até o perineu, em direcção aos condutos respectivamente do Ida o do Pingala. Na medida que se aumenta a consciência das energias, começará também a sentir mais campos de energia internas e externas. Leve à vida do seu dia-a-dia esta nova consciência e sensibilidade, para além das posições e da prática do Yoga. Simplesmente tome consciência de que se podem absorver muitas vibrações externas que podem afectar-nos de maneira adversa. Assim sendo, usemos esta nova sensibilidade com moderação ao princípio. Treine para controlar as energias e pratique de maneira segura! Instructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, Açores Foto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores
Jiu-Jitsu Olímpico Desde que Rio de Janeiro foi designado como Sede Olímpica em 2016, centenas, quando não milhares de praticantes de Jiu-Jitsu iniciaram uma ofensiva com a esperança de que ou Jiu-Jitsu brasileiro estivesse nas Olimpíadas, como desporto de exibição. Então isto se tornou um desejo e um sonho muito maior: que o Comité Olímpico Inter nacional mostrasse um verdadeiro interesse por este desporto. Por seu lado, faz alguns meses o Wrestling (Luta Livre) luta por um lugar nos Jogos Olímpicos do futuro. Muitos acreditam que nos ringues que estão sob a direcção da FILA, continuarão sendo um desporto olímpico, outros se inclinam a pensar que a partir de 2020 os ringues serão coisa do passado e que não há lugar para
eles no futuro. Em geral, é muito difícil que o COI aceite as Artes Marciais, o que se pode ver no Judo e no Taekwondo, ou mesmo no Karate. Mas também temos de lembrar que as Artes Marciais realmente não são uma família fechada; pelo contrário, observando o panorama mais atentamente, em todos os desportos de combate pode haver centenas, talvez milhares de organizações e associações em um mesmo país. Nos países em que se estabeleceu a equipa Vacirca, posso assegurar que há mais associações de Jiu Jitsu Brasileiro que atletas em activo. Tanto as escolas grandes como as pequenas, organizam os seus próprios tor neios e por desgraça, a maioria, apesar de terem ferramentas de Inter net como Facebook, Blogs e outras, não
mostram interesse algum por se informarem. Por exemplo, no mês de Novembro, há programados um número inacreditável de torneios de BJJ,- de todos eles se diz que são os campeonatos “Internacionais” ou “Europeus, mas isso não é certo na maioria dos casos e não só os atletas estão confundidos, como também e especialmente os meios de comunicação, que realmente deveriam ser informados adequadamente para que Jiu-Jitsu brasileiro e seu próprio tatame possam ser um pouco mais conhecidos fora das escolas de BJJ. Quem queira ser conhecido como atleta de BJJ, por múltiplas razões tem dificuldades para encontrar o torneio adequado e correcto. Além disto, deve também constantemente "lutar contra as regras da selva". Na maioria dos t or n ei os se f u sio nam categorias de peso e cinto e assim, se faz caminho p'ra nada! Deste modo um faixa azul deve enfrentar um faixa púrpura que é superior, o que não só vai ser tecnicamente muito mais difícil, como também este último provavelmente tenha dois anos mais de experiência nos treinos e no tatame. Não só se trata da quantidade de tor neio s , quem tem cinto azul não acostuma combater com as mesmas regras que quem tem cinto púrpura ou castanho; então, teremos alguém com cinto azul que t em d e se en fren tar a competidores superiores e com novas regras e que à vista disto duvida querer faze-lo. O conjunto de regras que mais se usam na Federação Internacional de BJJ (IBJJF) são as que estabeleceu o Mestre e Fundador da IBJJF, Carlos Gracie Júnior. É o líder de uma das provavelmente maiores associações de BJJ, a Gracie Barra, que está representada por muitas escolas em todo o mundo. Muitos apreciam a iniciativa do IBJJF, mas têm problemas para se adaptarem à continua mudança das regras e assim, também muitos dos torneios IBJJF são um caos com muitos mal-entendidos. Também se pode observar isto em outros tor neios e
Brazilian Jiu Jitsu campeonatos. O problema não são só as normas mas também a interpretação dos árbitros, que muito frequentemente têm pouco conhecimento e não fazem um trabalho muito profissional. No IBJJF pelo menos até o momento, se oferecem cursos não só para árbitro amador como assim também para árbitros profissionais. Se o leitor alguma vez observou o livro de regras de combate, depressa terá percebido que o problema radica nos detalhes. Se o Brazilian Jiu-Jitsu é apresentado a um público mais amplo, as regras devem ser tais que até “o avô e a avó” as possam perceber sem todos esses detalhes. Por sua vez, as Televisões fazem que seja extremamente difícil mostrar um combate em um ringue ou um campeonato de Judo. Imaginem então o que acontece com u BJJ! O COI está pensado como uma organização sem ânimo de lucro e por isso apenas chega para se financiarem a si próprios, pelo que o COI precisa de dinheiro à vista e atrair espectadores - tanto tratandose de telespectadores como de espectadores no local. Se um
desporto não consegue atrair atletas nem espectadores, não é interessante para u COI. Já se podem ver as consequências disto nos ringues, assim sendo, devem ser os responsáveis do BJJ os que tenham isto em consideração e trabalhem juntos para mostrar a verdadeira força. Mas a questão que quero apresentar é se, afinal, precisamos do COI e dos Jogos Olímpicos para continuar com o nosso treino e que o Ju Jitsu Brasileiro possa sobreviver? NÃO, eu não preciso! Por outras palavras, não tenho nenhuma boa sensação a respeito disto, O MEU Jiu-Jitsu Brasileiro prescinde do COI. Na Luta Livre e também no Judo, o COI já tem numerosas regras e emendas, o que na minha opinião é um mal caminho. O Jiu-Jitsu brasileiro, como eu o compreendo, não tem nada a ver em qualquer caso com "pontos", mas trata-se de "sobrevivência" e por isso penso que nos torneios em que só se procura ganhar muitos pontos, se mal interpreta a ideia original do Jiu Jitsu brasileiro. O objectivo deve ser derrotar o inimigo ou ser derrotado.
Um empate é um empate e assim também deve ser aceite, independentemente de se entrou mais ou menos em acção. Isto também se vê nos atletas BJJ profissionais que recentemente lutaram nos Estados Unidos nos combates “Metamoris”. Via-se claramente o vencedor, sem discussão possível. É claro que os atletas têm que fazer um esforço para dar tudo, porque de outra maneira não havia competência no tatame. No entanto, o vencedor final deve ser proclamando por uma decisão clara. Para mim, o Jiu-Jitsu Brasileiro moderno ainda tem só um 30% de todo o programa Gracie JiuJitsu, ainda que sem dúvida, sempre vou apoiar os nossos atletas da equipa Vacirca. A competência atlética deve ser só como uma parte adicional da própria evolução e não tor nar-se algo fundamental; a maioria se concentram exclusivamente na competição e só consideram o BJJ como um meio para ter medalhas penduradas nas paredes. Por desgraça não reconhecem o verdadeiro valor do Jiu Jitsu!
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Sou um privilegiado pela fortuna por ter tido acesso a um conhecimento hermético de tanta riqueza e profundidade espiritual como o que nos legaram os Shizen. Por mais que suas práticas se mantiveram secretas e dedicadas só aos iniciados, escrevi este livro para compartilhar o assombro e a profundidade de um conhecimento por outro lado completamente desconhecido. Nem sequer em Google aparecia citado nem que fosse uma vez! Tenho o privilégio de ter contado com a bênção dos meus professores para continuar estudando uma coisa que em qualquer caso me levará a vida inteira, por muito longa que ela seja. Apesar de que o e-bunto é e será algo em palavras de Shidoshi Shiniyuke “para ser admirado por muitos e praticado por poucos”, a humanidade deve pelo menos, saber da sua existência.
P
oderia ter optado por escrever acerca do e-bunto em primeira pessoa, contando como fez Castaneda, as aventuras e vivências fantásticas que me levaram a saber deste maravilhoso conhecimento quase perdido. Acredito que o leitor o teria agradecido, pois o resultado teria sido muitíssimo mais colorido, entretido e surpreendente. Não renuncio a isso no futuro, entretanto, não quero centrar a atenção na minha pessoa, quando o foco deve justamente estar em outro objectivo muito mais importante, a perpetuação de um conhecimento e de umas práticas que talvez de outra maneira estariam em processo de desaparição. Quando escrevo estas palavras com extremado agradecimento e reverência, penso
nos Mestres do passado, mas também em todos os que nos nossos dias e os que no futuro poderão beneficiar-se destes conhecimentos, para elevar suas vidas e aprofundar no conhecimento do mistério. A vida e a consciência são um raro milagre no Universo conhecido, no entanto, o facto de existir sem uma direcção, quer dizer; respirar, comer, defecar, reproduzir-se (ou comprazer-se tentando faze-lo!) e morrer, não constituem em si mesmo virtude especial alguma. A visão restritamente materialista do Universo e da vida, inclinam muitos a pensar que tudo nela é fruto de um acaso adverso, afortunado ou perverso.
Comprazidos na sua importância pessoal, pensam que os humanos moder nos somos muito espertos chegando a tão infeliz conclusão. E digo infeliz porque aqueles que assim pensam são quase sempre infelizes. Nem que só fosse por isso, deveriam pensar acerca da sua posição perante estes assuntos. O meu pai dizia que se os gatunos soubessem das vantagens de ser honestos, o seriam até por conveniência. Hoje em dia penso da mesma maneira acerca daqueles que escondem seu medo ao conhecimento por detrás uma leitura do Universo exclusivamente materialista. Por fortuna, uma inesperada aliada surgiu nos nossos dias para quebrar os desígnios da estultícia dualista e do “monoteísmo” materialista: A ciência. A partir dos anos setenta, uma revolução na maneira de focar clássica e dos Newtonianos da física, abriu os olhos dos mais inteligentes, ao próprio paradoxo da matéria. Esta revolução abriu milhares de novas perspectivas e perguntas e constituiu um estalido, um salto da consciência de grupo a novos horizontes, que casualmente (e não foram poucos os que o assinalaram) convergia de maneira surpreendente com os conhecimentos dos povos antigos. De repente, nem nós éramos tão espertos…, nem os antigos eram tão ignorantes. A abertura destas linhas de consciência no inconsciente colectivo, acompanharam o surgimento de numerosos caminhos, tanto do passado como do presente, ocupados em assistir o homem dos nossos dias na sua procura de respostas perante o mistério. O renascimento do e-bunto deve enquadrar-se neste processo mais amplo de reencontro do passado com o futuro da consciência da humanidade. Imbuído no segredo mais absoluto, o Ochikara como é conhecido em língua japonesa, sobreviveu de maneira milagrosa em pequenos grupos, na maioria das vezes muito longe do seu lugar de origem. Provavelmente submetido a um processo de adaptação e aculturação, parece incrível como no essencial e também nas formas, o ebunto tenha conservado a força da sua
ligação com as raízes que o alimentaram. Inclusivamente a língua dos Shizen, o Shizengo se tem mantido em terras longínquas através do e-bunto, enquanto que no seu lugar de origem é praticamente uma desconhecida. Na minha opinião, dois são os factores que permitiram esta permanência. O primeiro, a própria natureza do espírito Shizen: Forte perante a adversidade, valente no combate, decidida no sacrifício; e o segundo, a força das suas descobertas e práticas, que permitiram aos seus sucessores adquirir um tal poder efectivo, que os levaram a não questionar o essencial da tradição. Me consta, não obstante, que se bem os conhecimentos fundamentais do e-bunto se conservaram magnificamente, os Miryoku (Xamãs Shizen) de cada tempo, também não “dormiram nos louros”. A própria configuração aberta da tradição Shizen, não era excludente. Qualquer pessoa, sem importar raça ou origem poderia formar parte do povo Shizen sempre que conquistasse esse direito. Neste sentido eram muito parecidos aos Índios Americanos, orgulhosos de suas conquistas, de suas tradições e conscientes de que a sua superioridade não residia em aspectos raciais, mas na sabedoria herdada dos antigos e na sua interacção com as forças do Universo. Com esta mentalidade tão receptiva, é natural que os sacerdotes e sacerdotisas do e-bunto abrissem novas perspectivas capazes de incluir os avances no conhecimento de outros ramos ou culturas, para enquadra-los dentro da base herdada do passado. Hoje em dia este processo se corresponde muito mais com os objectivos do e-bunto que com as suas formas. Do mesmo modo que o treino de Artes Marciais teve que voltar a focalizar a sua utilidade em outros objectivos superiores para perpetuar-se, a herança espiritual do passado Shizen passou por uma reconversão elevando o seu horizonte compreensivo, para acompanhar assim a transformação da consciência colectiva. No essencial, entretanto, a visão do e-bunto que hoje conhecemos, não
diverge muito da herdada do passado; tal vez a essência da sua transformação esteja na própria natureza e evolução daqueles que a vivem. Não obstante, é natural que no futuro, para sobreviver o e-bunto continue acompanhando as transformações da consciência do grupo e renovando a sua utilidade, adaptando-se a novos contextos. Dada a riqueza do e-bunto, tal acomodamento me parece perfeitamente possível, no entanto, acredito que para isso deve abrir pelo menos uma janela ao mundo, para que o vento leve a outros ouvidos a beleza da sua canção. Quanto mais aprendo acerca do ebunto, mais compreendo que a sua prática deva ser secreta e na sua totalidade só confiada a uns poucos que a mereçam e o destino tenha assinalado. No entanto, seus enfoques e a sua sabedoria devem abrir-se ao mundo, para que toda a humanidade possa dar as boas-vindas a este tesoiro da consciência e da sabedoria do povo Shizen e para que os Miryoku do futuro possam acabar assim o malefício de ser olhados com desconfiança pelos outros e muito pelo contrário, sejam honrados com o respeito que merecem, como sábios herdeiros de uma cultura espiritual enorme, poderosa e tremendamente positiva para a evolução da consciência individual e colectiva. Uma cultura e um conhecimento para navegar mais além de onde ninguém tenha chegado, nos confins do mistério, onde habita o incomensurável poder da criação, o poder sobre a vida e a morte do próprio pai do e-bunto, Susunda no Tengu.
No limiar do invisível “A ciência se pode aprender com a memória, mas a sabedoria não” Lawrence Sterne Revendo o que está escrito neste livro acerca do e-bunto, procurando o que faltaria no seu conteúdo, de repente reparei que o seu aproveitamento requeria de uma
O autor com Shidoshi Jordan e Shidoshi Juliana, seus Mestres de e-bunto. introdução, quase uma câmara de descompressão talvez tão extensa ou mais que a parte dedicada ao próprio estudo da tradição xamânica do povo Shizen. Tão absorvido eu andava com o assunto, que esqueci o essencial, isto é, ultrapassar a enorme distância que me permite a mim aceitar como plausível e normal, assuntos, focalizações e perspectivas, que provavelmente são qualquer coisa assim como pouco menos que impossíveis para a grande maioria dos meus coetâneos. A minha vida tem estado cheia de experiências que conformam uma rota certamente particular, de maneira que quando o e-bunto chegou ao meu conhecimento, compreendi sem problema algum, a maravilha perante a que me encontrava. Foi no entanto, a força dos factos o que me levou a avaliar a sabedoria Shizen como caminho de conhecimento. Entretanto, a natureza das minhas experiências anteriores facilitou o meu rápido acesso à compreensão das grandes linhas deste tesoiro da sabedoria. Compreendo não obstante, que devo agir de anfitrião nesta viagem, perante muitas pessoas que como o estimado leitor, talvez necessitem desta introdução. A configuração da “descrição do mundo” do homem ocidental do século XXI, resulta uma barreira quase infranqueável à hora de nos aproximarmos à sabedoria dos povos antigos, isto, claro está, não é uma excepção no caso do e-bunto; uma distância à qual teríamos de juntar o agravante de estar enquadrada em um contexto cultural tão alheio como seria
o que pertence a uma cultura do Japão do Século XII. Penso no entanto, que o maior abismo se constitui a partir do facto de que o homem ocidental moder no perdeu toda a capacidade de utilizar ferramentas e fórmulas de compreensão, que entretanto não deixou em nenhum momento de possuir, para desenvolver de maneira unilateral outras. Situando toda a nossa atenção nas possibilidades inerentes à evolução da parte material, deixamos de lado a espiritual. As ferramentas do pensamento se concentraram nas nossas habilidades e na nossa lógica materialista; a ciência como método conseguiu grandes conquistas e abrir perspectivas que transformaram e aceleraram a transformação dos nossos meios e modos de vida, como nunca desde a nossa aparição como espécie no planeta. Abrindo os caminhos nas prioridades do humano, fê-lo pisando toda outra visão e isto supôs a prática desaparição dos conhecimentos antigos. A própria organização das religiões dominantes, como linhas directrizes do pensamento único, pisou e em certo modo não deixa do fazer, qualquer vestígio de espiritualidade do passado. A ferramenta para levar a cabo tal saqueio, não foi exclusivamente, como muito bem se poderia pensar, a sua preeminência ou a selvagem persecução “do infiel”, foi também e acima de tudo, o seu êxito à hora de tergiversar o verdadeiro sentido da espiritualidade, ao ficar este termo completamente identificado com o de religião. Por isso quero desde as
primeiras páginas deste livro, esclarecer esse erro, pois impossibilitaria toda compreensão do que seguidamente pretendo tratar. Toda religião está baseada em crenças e estas se configuram em dogmas que os fiéis aceitam mais ou menos ao pé da letra. Sobre estas se estabelecem e configuram tradições, regras, costumes e finalmente, tudo isso se constitui numa moral. Por sua parte, a espiritualidade não é outra coisa que a aproximação, a interacção e a compreensão com o plano do invisível, aquilo que faz relação aos assuntos do espírito, entendendo o espírito como a contraparte do visível ou material. Em consequência: Pode haver espiritualidade sem religião e religião sem espiritualidade, não são em modo algum termos análogos. Claro que quando os discursos se apresentavam desde o poder em termos como “ou estás comigo ou estás com o diabo (em consequência na fogueira), ambos termos acabam por identificar-se. Até a própria ciência se entregou inúmeras vezes perante tais ameaças, “Eppur si muove”. As três grandes religiões monoteístas, parece que não satisfeitas com acabar com os deuses do panteão dos povos antigos, transmitiram sua obsessão pela exclusividade no plano celestial, nos assuntos terrenos a sua premissa de: “Estás comigo… ou estás contra mim”. Apesar de que se seja uma pessoa inteligente e educada, o simples facto de ter nascido com este contexto de fundo, resulta ser um condicionante tremendo. Inclusivamente os mais ateus e laicos de entre os laicos,
confundem espiritualidade e religião, pois eles participam de outro princípio excludente que se deriva em seu caso de uma nova doutrina: A verdade científica tal e como a fundamentou Isaac Newton. Por mais que o pobre Newton tenha sido superado e a sua visão do Universo tenha ficado desenvencilhada pela genialidade de Einstein e a urgência dos assuntos quotidianos não têm permitido mais que a uma minoria, explorar todas as consequências deste salto. A física quântica abriu perspectivas excepcionais ao pensamento mais avançado e paradoxalmente tem sido a pedra angular para nos debruçarmos sobre as quase perdidas tradições dos povos do passado, com uma nova maneira de ver. Os conhecimentos que a ciência tem aberto do Micro e do Macro do nosso Universo, vieram descompor a figura do simplismo materialista que foi o motor do Século das Luzes. A cosmogonia resultante da ciência moderna após Newton, nos situa perante tais paradoxos e perante dimensões e conceitos tão audazes e impensáveis, que a maioria dos humanos estamos muito longe de poder compreende-las, no entanto, todos nos estamos vendo afectados pelas consequências materiais de tais avances, os mesmos que permitiram a criação da Internet, dos computadores e as redes da comunicação moderna, etc.… Esta nova cosmogonia muito mais maleável e aberta ao inconcebível do mundo espiritual, nos permitirá compreender muito melhor o valor e a audácia intelectual dos Shizen, que utilizando ferramentas e fórmulas de compreensão, em muitos casos diferentes do método científico, souberam de maneira assombrosa, descodificar e interagir com o plano do invisível, para traçar linhas de acção, que hoje em dia são também válidas e em muitos casos surpreendentemente concorrentes com as verdades e descobertas mais avançadas, que se derivam da física quântica e das matemáticas de última geração.
O método analógico dos antigos “O aspecto mais triste da vida actual é que a ciência ganha em conhecimento mais rapidamente que a sociedade em sabedoria” Isaac Asimov A analogia como método, talvez seja a ferramenta mais antiga para enfrentar o mistério, de que dispôs a inteligência do homem. Analogia vem do Latim e significa “por semelhança, em proporção” e que por sua vez tem origem no Grego clássico: A palavra é constituída pelo prefixo, “ana” (sobre, contra) e logos, (verbo,
razão) que poderíamos traduzir como “uma razão que está sobre a diferença”. O homo sapiens começou a triunfar quando a evolução o dotou de um cérebro complexo, de grandes dimensões. Não éramos tão fortes como os tigres, nem tão grandes como os mamutes, a nossa vantagem estava exclusivamente no cérebro. A inteligência dos nossos antepassados se construiu a partir da necessidade. A inteligência é uma qualidade do uso do cérebro, que se desenvolve e se concretiza na capacidade de associar ou separar a informação derivada dos nossos sentidos. O emergir da inteligência como ferramenta da Consciência de Ser, foi como uma faísca, um acender que permitiu passar da simples leitura de informação, à interpretação associativa, através do pensamento abstracto. Se eu digo “maçã”, o leitor imagina a sob espécie fruto da macieira através da imagem de uma fruta, mas não de uma fruta em especial. Os antigos compreenderam que por mais que existisse um nexo comum entre os seres, coisas e acontecimentos, suas características tanto estruturais como funcionais, permitiam poder associá-los. Logo começaram a utilizar os elementos da natureza na qual viviam imersos, como um grande marco associativo. O fogo subia; era poderoso, cambiante, activo…, consumia o que tocava, tudo transformava. A água era persistente, penetrante, tudo fertilizava ali onde chegava e ao contrario que o fogo, ia sempre para baixo. Desta maneira, quando um entre eles se zangava, provavelmente o associaram ao fogo, enquanto que quando estivesse a dormir, o fariam com a água. Se alguém se movia gerava calor, se uma coisa se esfregava com veemência aquecia, do roce do sexo surgia o acendimento da vida… Todos eles eram atributos do fogo e os opostos da água. Como podem ver, a analogia é um método inteligente, muito natural e grande parte do que sabemos e aprendemos está baseado nesta capacidade associativa. Os antigos usaram este método para tratar de compreender os segredos do universo. Com este método de análise da informação e com a experiência, prova, erro, acerto, os povos antigos construíram a maior parte do conhecimento, que incluía plantas medicinais, alimentos, calendários, etc.… Os Miryoku do passado não ficaram nos aspectos relacionados a questões quotidianas, tais como alimentar-se, e fizeram que os seus conhecimentos fossem extensíveis à sua relação com as forças invisíveis. Para eles, tudo no Universo visível ou invisível era o resultado de uma vibração primordial, mas esta se polarizava em
frequências características. Estudaram estas frequências e a maneira em que se relacionavam entre elas. Suas descobertas e práticas deram lugar, como provavelmente assim aconteceu em outras latitudes, a uma cultura extremamente rica e complexa.
Saltando para o outro lado O que os sábios Shizen descobriram é que o Universo se estabelece a partir de tensões de forças. Estas forças podem ser medidas e classificadas por categorias e o próprio facto de possuírem uma natureza específica, fá-las até certo ponto predizíveis ao combinar-se. Se deitarmos água ao Fogo este se apaga, mas se o q u e a d i c i o n a mo s é a r, s e re a c t i v a ; s e o deixarmos consumir-se, o elemento resultante será a terra. Enquanto que a constituição, as leis e os mecanismos que governam a matéria a nível subatómico continuam sendo um mistério para a física moderna, para os antigos Miryoku não existia dúvida alguma. Toda matéria não era senão a manifestação de forças, a ponta de um iceberg que vibrava em consequência e de acordo com o tipo das mesmas que estivessem presentes. O invisível tudo abrangia e estava na origem e no fim de tudo. Assim, os espaços cheios e os vazios da matéria estavam povoados de vibrações invisíveis, mas não por isso impossíveis de conhecer. Descobriram, no entanto, que a natureza dos mundos visível e invisível era tão diferente que inclusivamente o tempo e o espaço podiam ver-se alterados quando interagiam. Esta compreensão levou-os a experiências e práticas inauditas e deulhes a convicção para penetrar em dimensões da consciência de ser, impensáveis para o homem moderno. Muitos foram as descobertas que se derivaram da sua frenética pesquisa do invisível. Decifraram como os dois planos, espiritual e material, estavam sempre em contacto; enquanto um era maleável, o outro era rígido; as tensões e forças presentes em ambos, estabeleciam a evolução e a natureza das transformações e dos acontecimentos. Para os Miryoku, o ser humano era um conjunto de cargas vibratórias; estas mudavam consoante a sua alimentação, a sua actividade e pela própria sobreposição de forças do meio em que estivessem. O homem, como tudo na natureza, possuía a sua própria vibração, sempre única em cada indivíduo, mas esta respondia a grupos e feixes vibratórios semelhantes, tanto na natureza como no mundo espiritual. Esta vibração se alterava por todas as razões anteriormente ditas, devido à influência de duas grandes forças, o céu
e a terra; o homem no meio, era o resultado do seu encontro. As frequências inerentes em cada pessoa, geravam também alterações no seu meio; transformadas em um imã emitiam e recebiam forças respondendo a leis específicas. Para os antigos Miryoku, cada pessoa era consequentemente um imã que atraia por semelhança, como assim também emitia. Ao abandonar a parte material do corpo, essas frequências se alojavam em capas mais subtis que o envolviam como um ovo luminoso. Esse espaço era como uma “atmosfera” própria de cada ser humano e agia também como filtro daquilo que chegava e saía de cada pessoa. Se o filtro estava denso e sujo, não só tinha tendência a atrair frequências escuras da sua mesma natureza, como também não permitia que chegassem outras. A natureza dessas cargas se polarizava também em positivo ou negativo, favorecendo ou atrasando a culminação dos processos. A estes “filtros” os denominaram “Nem ban ki” ou “San ban ki”. Hoje em dia temos podido medir e inclusivamente fotografar graças à câmara Kirlian, os campos eléctricos que envolvem uma pessoa ou um ser. Mas não faz falta uma câmara Kirlian para ter uma experiência directa da ideia de que somos emissores de forças. O próprio calor corporal que desprende o nosso corpo, esses feixes de electrões vibrando aceleradamente, são destelhamentos da matéria que nos constitui. Passando as nossas mãos perto de outra pessoa sem a tocar, ela pode sentir a nossa presença. O próprio olhar, quando é poderoso, gera feixes de força que alteram a vibração de outra pessoa que estando de costas, de repente se volta sem saber o motivo. Simplesmente, os Miryoku foram mais além nas suas experiências e mediante exercícios conseguiram alterar os seus campos vibratórios e interagir com o meio. Um dos motivos do seu êxito foi compreender que a consciência era um enorme gerador de força que podia ser direccionada mediante a vontade. Entretanto, como a força de um homem era limitada enquanto que “as forças” no Universo eram infinitas, os sábios Shizen procuraram a maneira de entrar em contacto com essas forças, de maneira a poderem tocar na corda exacta que fosse necessária, conseguindo assim que a vibração em questão ressoasse mais além dos limites do seu próprio poder pessoal. Se quiseres comprar carne vais até o talho… Por mais que insistas não a vais encontrar numa loja de ferragens… Os Miryoku aprenderam a tocar nessas cordas, a convocar e relacionar-se com elas e a obter respostas.
“Pode haver espiritualidade sem religião e religião sem espiritualidade, não são em modo algum termos análogos”
O
lá de novo, leitores de Cinturão Negro! Passaram vários anos desde que apareci nas páginas desta Revista e estou muito feliz por nela estar outra vez. Para a minha primeira de uma série contínua de colunas mensais para Budo International, gostaria de explicar um dos provérbios mais importantes do Wing Chun: “Loy Lau, Hoy Soang, Lut Sau Jick Choong” que quer dizer “Segue o que está chegando, deita fora o que se afasta de ti”. Em qualquer caso, ataca directamente com um golpe, em caso de perda de contacto com a mão, sem que se retraia a mão entre movimentos. Traduzir esta máxima não é tarefa fácil, e não o fiz muito à ligeira, porque o não traduzi da mesma maneira que muitos outros o têm feito. Em mi versão, a mensagem é bastante diferente que a mensagem que talvez interpretam e depois transmitem outros tradutores. A fim de ajudar a explicar a minha interpretação da máxima, em primeiro lugar darei ao leitor palavra-por-palavra de cada parte do texto em verso. Loy - “vir, o que vem” Lau - “seguir” Hoy - “ir, o que está indo” Soang - “expulsar, desfazer-se forçosamente de alguma coisa, deitar fora”
Lut - “romper o contacto” Sau - “a mão” Jick - “directo” Choong - “empurrão, golpe” Com a tradução literal palavra por palavra do verso e os meus mais de 40 anos de treino no Wing Chun, cheguei a interpretar pessoalmente o verso antigo e muito críptico, como segue: "O que vem; sigam-no" (adiram-se a isso, como quando estão puxando por ele ou redirigindo-o para trás, para si com um Yin, ou "recebam" o movimento de bloqueio), "o que vai para fora, mandem-no fora; desviá-lo" (lançá-lo fora, com movimentos de bloqueio Yang [fortes] como Pock, Jom o Biu). Acerca da perda de contacto com as mãos, lançar a mão directamente para bater sem retrair a mão" (em ambos casos, continuar / puxar / redirigir ou afastar de vocês; a mão deve bater de imediato em linha directa ao oponente, sem retracção após a ruptura do contacto da mão na direcção dele / para fora). Isto está em marcado contraste com outras traduções que tenho visto, instando o aluno a continuar com uma coisa, visto que se aproxima, para de seguida desviar e finalmente lançar-se sobre a perda de contacto com as mãos. Penso que esta afirmação, em vez de ser um bom cenário, trata de duas situações muito diferentes. Por exemplo: se deixarmos
alguém como encarregado da nossa casa estando nós ausentes e damos as instruções explícitas para chamar a Polícia no caso de haver um incêndio ou uma inundação, e voltando a casa encontrarmos a casa em chamas, é possível perguntar à pessoa que deixamos encarregada se já tinha chamado a policia. Se a sua resposta é: "Não, não chamei porque só havia fogo, mas não havia inundação", é possível questionar a sua loucura…. Penso que "seguir o que vem" e "expulsar o que se está afastando" são como o fogo e a inundação. Atacando directamente com um golpe, o momento do contacto manual se perde; em qualquer dos casos é como chamar a Polícia. Com esta lógica em mente, o praticante de Wing Chun ou bem faz o contacto ponte com o braço do oponente, para então se reorientar e segui-lo, puxa para trás até se deter e já não ter o contacto com a mão e lançar directamente um golpe sem a mais mínima retracção entre os movimentos, ou vai desviar com um bloqueio forte e utilizar essa mesma mão que intercepta para continuar com um golpe, mais uma vez sem ter que retirar a mão para trás, nem sequer à distância mais pequena antes de bater. Eu penso que este simples adágio do Wing Chun poderia melhorar a eficácia das técnicas de um praticante de qualquer estilo de Artes Marciais.
Na foto 1, Lutadores preparados.
Foto 2 - Aaron lança um jab Kuen Chop co de Zoltan, que este intercepta com a mão dir
Loy Lau Hoy Soang, Lut Sau Jick Choong: Sequências 1 e 2
Foto 3a- Esta imagem mostra como Zoltan poderia ter "derrotado Aaron com o punho", lançando a mão de bloqueio para bater directamente na cara e sem retracção entre os movimentos, antes de que a mão direita de Aarón possa alcançar o seu objectivo. Estas sequências nos são mostradas por um homem do CRCA Wing Chun, Zoltan Bathory, Guitarrista principal do grupo de Heavy Metal Rock número 1 da América, “Five Finger Death Punch”. Ajundando Zoltan está Aaron Nordstrom vocalista dos Gemini Syndrome e praticante do Estilo do Sul de Kung Fu durante mais de 14 anos.
Foto 4, Sequência 2: Lutadores preparado
om a esquerda em baixo, na secção média reita fazendo Gum Sau Pinning.
os para o combate.
Foto 3 - Devido a que retrai, manda o seu bloqueio antes de contra-atacar e por não seguir o princípio "Lut Sau Jick Choong," Zoltan é alcançado pelo golpe cruzado de direita de Aarón.
Foto 5 - Aaron lança um soco directo com a esquerda à cara de Zoltan, que é interceptado pelo Pock Sau da direita de Zoltan.
Foto 6 - Devido a que atrasa o seu bloqueio com a direita antes de contra-atacar e mais uma vez não segue o princípio “Lut Sau Jick Choong”, Zoltan é alcançado pelo golpe com o punho em flecha de Jeen Kuen. Foto 6a - Esta foto mostra como Zoltan poderia ter "derrotado Aaron com o punho" lançando sua mão que interceptava com um Pock Sau, directamente à cara de Aaron, com um punho “Yut” Jee Choong Kuen, sem retrair o movimento.
C.N.: Quem é o Mestre Montana? Mestre Tony Montana: Sou um espanhol de adopção, mas as minhas raízes estão nos Estados Unidos, facto que tem marcado profundamente a minha vida. Nasci faz 48 anos, estou felizmente casado e com dois filhos. Actualmente resido na Ilha de Maiorca, onde se encontra a minha sede central. Em 2010 fundei o meu sistema “M.T.S” - Montana Training System. C.N.: O que representam para si as Artes Marciais? M.T.M: Guru Marc Denny diz que as Artes Marciais Filipinas proporcionam homens capazes de se comportarem como guerreiros a vida toda. Realmente assim é e assim tem sido a minha vida. Com 8 anos encontrei uma paixão, uma maneira de viver, uma maneira de me expressar. É como ter um “As na manga”, sempre disposto a jogar a meu favor, um barco salvavidas… Com o tempo percebemos que as Artes Marciais percorrem as nossas artérias e nesse momento descobrimos que nos acompanharão a nossa vida toda. As artes disciplinarias forjaram o meu carácter e silenciosamente me mostram o caminho. Através delas tenho podido conhecer e compartilhar tatame com grandes mestres, descobrir lugares maravilhosos e seres humanos excepcionais e devido a tudo isso, me conheci melhor a mim próprio. C.N.: Como e quando se inicia a sua carreira marcial? M.T.M: Com 8 anos tomo contacto com o tatame através do Judo. Com 15 anos e após breve espaço de tempo, descubro o meu primeiro Mestre e mentor Sensei Jesus Juni. Com ele pratico Karate, Kajukembo, Muay Thai e Kali. Com 17 anos inauguro o meu primeiro ginásio e quase sem me aperceber, entro nas Artes Marciais a nível profissional. A minha inquietude e o ensino de conhecimentos são o ponto de partida para conhecer o Jeet Kune Do o Kyusho Jitsu e o Silat. De destacar a profunda influência que Bruce Lee tem sobre mim, principalmente a nível filosófico. Por sua vez e simultaneamente, também a filosofia das Artes Marciais Filipinas, fonte principal do meu sistema. C.N.: Quais são as influências básicas no desenvolvimento do seu sistema? M.T.M: Como disse anteriormente, a minha maior influência são as Artes Marciais Filipinas, principalmente o conhecimento e a utilização das armas; o Jeet Kune do, com o apoio de toda a filosofia tão bem exposta por Bruce Lee; as Artes Marciais Indonésias e suas duas armas estrela, como são: o Kerambit e o Sarong; e finalmente, o conhecimento dos meridianos da Acupunctura do corpo humano. O meu ponto de vista pessoal e a minha experiência após 38 anos praticando Artes Marciais, me proporcionaram os conhecimentos básicos para construir o meu próprio caminho, mantendo sempre presentes as minhas influências e os meus Mestres. C.N.: Qual o motivo de se desligar de sistemas o estilos já estabelecidos? M.T.M: A decisão de formar o meu sistema se reduz a uma questão de respeito para com cada um dos estilos por mim praticados durante anos. Apoderar-se de um nome ou de uma arte constitui uma limitação e no meu caso em especial, uma insensatez! Pertencem a grandes mestres, herdeiros dos sistemas mais famosos e conhecidos no mundo, os quais continuam sendo para mim a maior influência. Bem é verdade que um cúmulo de situações favoráveis propiciaram que eu fundasse o sistema, com o aval e contando com o apoio, entre outros, do Aran Master Soke Santiago Sanchís.
C.N.: Como e onde funda o seu sistema? M.T.M: Em 2010, no seio do Hall of Fame da International School Martial Arts, presidida pelo Grão Mestre Soke Santiago Sanchís, tive o privilégio e a honra de apresentar o meu projecto e de que posteriormente fosse aceite por esta prestigiosa instituição. Não devo deixar de dizer que a minha escola sente orgulho de ter como Presidente de Honra o Grão Mestre Soke Santiago Sanchís, mentor e excepcional ser humano, uma da minhas maiores influências neste caminho, o caminho marcial. C.N.: Qual é a filosofia, essência do seu sistema? M.T.M: Para além do óbvio, como possa ser praticar um desporto, trabalhar a parte física e logicamente, aprender a defender-se, por detrás de tudo isso existe um mundo filosófico e espiritual cheio de história e tradição, que a longo prazo se torna o alimento da alma, deixando para trás as carências físicas e emocionais que todos nós padecemos ao longo da nossa vida. Claro está que a parte técnica tem a sua relevância, utilizando como veículo o trabalho do dia-a-dia na escola, junto com a leitura, fortalecendo assim o nosso carácter, o nosso físico e a nossa mentalidade. Todos somos capazes de alcançar as nossas metas utilizando os apoios que nos proporcionam as Artes Marciais. C.N.: Em que consiste o seu projecto a meio prazo? M.T.M: Desde a minha sede central em Maiorca e com a muito estimável ajuda do Director Técnico e Instrutor Gabriel Mas, estamos concentrados na divulgação do nosso sistema e na formação de instrutores para as delegações nacionais da nossa escola. Durante o ano 2014 assistiremos a eventos e seminários dedicados não só a profissionais como assim também às mulheres, sem esquecer que o nosso ponto de mira são as crianças, que estão numa etapa crucial para forjar o seu carácter e proporcionarlhes as ferramentas necessárias para enfrentar e melhorar nos seus estudos e nas suas relações com outrem. Quero aproveitar a ocasião para agradecer a Budo International - Cinturão Negro e pessoalmente ao Senhor Alfredo Tucci, o apoio e a confiança, sem os quais o meu projecto não seria a mesma coisa.
Grão Mestre Prof. Dr. Juerg Ziegler, 10ºDan (“O punho relâmpago”) Nascido em 1963 na Suíça, começou a praticar Artes Marciais com 10 anos de idade e a ensinar Artes Marciais em 1982. Abriu a sua primeira escola de Artes Marciais em 1986 (Juerg Ziegler Martial Arts Centre - JZMAC). Entretanto, ele se tornara um pioneiro das Artes Marciais em toda a Europa, no Oriente Médio, na Europa do Leste e na Ásia. Conta com estudantes em mais de 54 países, ao longo de todo o mundo. Muitos dos seus alunos se tornaram instrutores, Mestres, Mestres superiores e Grandes Mestres por próprio direito. O Grão Mestre Juerg Ziegler está disponível a nível mundial, para seminários de Artes Marciais, cursos de Primeiros Auxílios (EFR, CPR, AED, CFC), Mergulho PADI, Cursos de Mergulho, Cursos de Cura / Qi Gong / Energia Humana / Tai Chi / Meditação e respiração, Seminários sobre armas, programas especiais, incentivos especiais / trabalho em equipa, etc. Está ensinando com regularidade os seguintes sistemas nas suas muitas escolas: Lohan Kung Fu de Shaolin do Sul, Sem Moo Hapkido, Águia Voadora Hapkido, Guo Lo Wing Chun Kung Fu / Pien San Kuen, Qi Gong / Tai Chi / Meditação / Energia Humana, Tui Na, Kombatan / Arnis moderno / Arnis clássico Leque Três Pontas, e um longo etc. Dirige as suas próprias escolas de Artes Marciais "Juerg Ziegler Martial Arts Centre" (JZMAC) em Zurique, Winterthur e Wil / SG na Suíça (www.kungfu.ch). Além das suas próprias escolas é membro / representante / assessor de mais de 90 organizações em todo o mundo. O Grão Mestre Juerg Ziegler, desde 1992 já participou mais de 60 vezes nos “Hall of Fame” mais prestigiosos de todo o mundo. É membro de pleno direito e “Cabeça de Família” do Conselho Mundial Sokeship (WHFSC) desde 1995 e Embaixador oficial da Ásia para este conselho. Ainda mantém o recorde mundial em rompimento de tijolos desde 1992 (partiu 44 / tijolos EMPA testados pelo Governo Suíço, com uma resistência à pressão de 2500kg cada um, em apenas 65 segundos, com a sua técnica "mão de ferro Shaolin").
Sem Moo Hapkido (www.sinmoohapkido.eu) O Grão Mestre Juerg Ziegler é director permanente para toda a Europa e Representante do Dojunim Ji, Han Jae desde 1990. É o Estudante superior de Dojunim Ji de Sem Moo Hapkido e pioneiro Sem Moo na Europa desde 1990. Em 1992 também passou a ser Director e Representante permanente de todos os países do Oriente Médio e a Eurásia, para o Dojunim Ji. Em Junho de 2010 foi a primeira pessoa não coreana e segunda em todo o mundo, à que se concede o 10ºDan "Cinto de Oiro" de Sem Moo Hapkido. Em 1990 criou a Associação de Sem Moo Hapkido Europeia (ESMHA) e em 2002 passou a ser Vice Presidente da nova Associação Mundial de Hapkido pelo Dojunim Ji. Em 2006 foi criada a Comunidade Europeia de Sem Moo Hapkido (ECSMH) e passou a ser o seu presidente. Em Maio de 2008 se estabeleceu a World Community Sem Moo Hapkido (WCSMH).
Kombatan / Arnis Moderno (www.kombatan.eu) O Grão Mestre Juerg Ziegler é o representante na Suíça do Grão Mestre Ernesto A. Presas desde faz muito tempo e foi o responsável de lançar o Kombatan na Suíça, na Finlândia, na Letónia (países da Europa do Leste) e em Portugal, assim como em Camboja, Singapura, Malásia, etc. Na sua família todos praticam Kombatan. Em Janeiro de 2008, o Grão Mestre Juerg Ziegler recebeu o 9ºDan Kombatan de mãos do Grão Mestre Ernesto A. Presas. actualmente é o Presidente da "Comunidade Mundial Kombatan" - nomeado e autorizado pelo Grão Mestre Ernesto A. Presas.
Guo Lo Wing Chun Kung Fu / Pien San Kune O Grão Mestre Juerg Ziegler é o discípulo superior do Grão Mestre Austin Goh (GB), que é o sucessor do falecido Grão Mestre
Lee Shing, que foi a primeira pessoa a ensinar e difundir o Wing Chun Kung Fu no mundo ocidental, em 1956, em Londres. O Grão Mestre Juerg Ziegler começou a fazer Wing Chun em 1981. Ensina Wing Chun desde Janeiro de 1982 e completou o programa em 1985. Em 1984 e 1985 é a primeira pessoa não chinesa e de fora da China mostrou a forma das Facas de Wing Chun de Asa de Borboleta, durante os festejos do Ano Novo Chinês em Londres.
Estilo do Lohan Kung Fu Sek Koh Sum de Shaolin do Sul / Fat Gar Kune / Shaolin Hood Gar Pai O Grão Mestre Juerg Ziegler é a terceira autoridade e principal discípulo superior do Grão Mestre Kang Ban Chuan ("Cabeça de Ferro de Shaolin"). Em 1986, foi nomeado Instrutor por seu mentor. Em 1995 foi designado como seu sucessor e herdeiro e em 1998, 9ºMestre. Em 1999 após falecer seu Mestre, ele passa a ser Grão Mestre líder de Shaolin. Também estudou com o Mestre Queck Heng Choon e finalmente em 2001, foi-lhe concedido o 10ºDan e o título de "Chung Si" (chefe de estudos para toda a Europa) de Lohan. Também estudou com o Mestre Low Koy Tho ("O Rei Macaco de Shaolin").
Pay Yen Tong Peh Chien de Shaolin do Sul Em 1991, o Grão Mestre Juerg Ziegler passou a ser o único discípulo que não era Chinês do Grão Mestre Yung Qi Sonn e completou os seus estudos com ele durante muitas viagens a Beijing / China.
SEZ-Jitsu - Sistema Ernst Zbinden Jitsu O Grão Mestre Juerg Ziegler é o sucessor e herdeiro do Grão Mestre Ernst Zbinden SEZ-Jitsu. Dele recebeu o 8ºDan de Grão Mestre em 1992 e se tornou seu sucessor quando alcança o 10ºDan em 1993, após o falecimento do Grão Mestre Zbinden, com 77 anos de idade.
Águia Voadora de Hapkido / Taekwon Do / Wrestling (Sui Jiao) O Grão Mestre Sunny Tan Sar Bee ensinou ao Grão Mestre Juerg Ziegler todas estas Artes Marciais em privado. Ele é o representante europeu.
Sambo / Sui Jiao O Grão Mestre Juerg Ziegler aprendeu tudo e em privado, do seu Mestre, o Grão Mestre Hwang Ken Wang de Taiwan Sambo (Mongólia Wrestling / Sui Jiao).
Kung Fu Mantis religiosa de 7 estrelas de Shaolin do Norte O Grão Mestre Juerg Ziegler é um aluno directo e também o representante na Suíça do Grão Mestre Lee Kam Wing. O Grão Mestre Juerg Ziegler estudou com muitos dos grandes Mestres de Artes Marciais de todo o mundo, como o Grão Mestre Kang Ban Chuan (Southern Lohan Shaolin Kung Fu, medicina chinesa), o Grão Mestre Quek Heng Choon (Lohan Kung de Shaolin do Sul, medicina chinesa), o Grão Mestre Low Koy Tho (Lohan Kung Fub de Shaolin do sul, medicina chinesa), Do Ju Nim Ji, Han Jae (Sem Moo Hapkido), Grão Mestre Austin Goh (Wing Chun Kung Fu, Ng Mui Pai, Chi Kung, Siu Lam Pak Tui, Tai Chi, energia humana, etc.), o Grão Mestre Ernst Zbinden (SEZ- Jutsu), o Grão Mestre Yang Chee Soon (Pago Yen Tong Peh Chien Shaolin do Sul, medicina chinesa), o Grão Mestre Hwang Ken Wang (Sambo / Mongólia Wrestling), o Grão Mestre Sunny Tan Sar Bee (Águia Voadora de Hapkido, Sar Hyun Ji Do Kwan Taekwondo, Luta Livre…), o Grão Mestre Cheng Kwong (Kung Fu), Prof. Jonathan Stewart (SAMAS, Arnis), o Grão Mestre Ernesto A. Presas (Kombatan / Arnis moderno / IPMAF), o Grão Mestre Cacoy Cañete (Doce Pares, Eskrima, Eskrido, Pangamot), Guro Doug Pierre (Arnis Domog Modern), Grão Mestre René Tongson (Arnis Leque Três Pontas clássico), o Grão MestreLee Kam Wing (Kung Fu Mantis religiosa de 7 estrelas), o Grão
Mestre Yip Chun (Wing Chun Kung Fu), o Grão Mestre Lo Man Kam (Wing Chun Kung Fu) ¡e muitos mais! Todos eles lhe ensinaram como se fosse o seu próprio filho e lhe transmitiram as suas habilidades especiais e experiências, para que pudesse crescer até os últimos limites e é de esperar que um dia seja uma estrela tão brilhante no céu como eles são. O Grão Mestre Juerg Ziegler é o fundador do novo sistema modular da formação, baseado no "Shaolin Jenn" (www.shaolinjenn.de). É dono e fundador de "Ervas Lohan Shaolin". O Grão Mestre Juerg Ziegler tem publicados muitos livros: Wing Chun Kung Fu (1985), Chi Kung (1988), Guia para a respiração e meditação (1988), Águia Voadora de Hapkido (1988), Sem Moo Hapkido (1990), Defesa (1987), Guo lo Wing Chun Kung Fu 1 & 2 (2002), Estiramento e pontapés para crianças (2004), Filosofia da Ásia e Energia humana (2012), etc. Em 2009 aprovou com êxito o doutorado e em 2010 obteve a cátedra em Ciências das Artes Marciais, na Malásia. Em 2011/12 foi co-protagonista do filme de Hollywood "Counterstrike Extreme" e foi nominado no Passadena Film Festival 2012, em Hollywood, na Categoria de "Melhor Actor Secundário". Já confirmou a sua actuação como co-protagonista em filmes futuros, como em "Dream Wagon" (Hollywood), " Night Fear" (MW Films), assim como trabalhar como estrela das séries de Filmes "Shaolin Monk" 1-3 (Leo Fong Productions, Hollywood). Na Suíça está dirigindo três centros de mergulho: "Escola Juerg Ziegler - de mergulhadores de Kung Fu" (PADI Barcos de Mergulho S-799453) e também é o capitão do Iate a motor "Zueri 1". (www.kungfudivers.com). Além de ser um Instrutor plenamente autorizado de PADI IDC e de Primeiros Auxílios, é também um fotógrafo submarino especializado e com muitos trabalhos publicados. Começou a fazer mergulho em 1998, capturando grandes peixes. Frequentemente mergulha nas belíssimas águas da Tailândia, Indonésia, Filipinas, Malásia e Micronésia, assim como na Suíça. A 13 de Julho 2011 foi nomeado "Comandante do Arcebispado" pelo arcebispo de Praga, República Checoslovaca
e em Outubro de 2011 foi condecorado com a Ordem da Cruz de Oiro do arcebispo de Praga. Em Outubro de 2011 recebeu a Ordem Papal de Oiro a "Cruz peregrina de Jerusalém". A sua família também pratica mergulho e Artes Marciais, a sua mulher Mónica é grande mestres em Wing Chun Kung Fu e instrutora de Kombatan e SEZ-Jitsu, além de ter carteira de capitão de iates a motor. Os seus dois filhos, Sandro e Peter (gémeos, nascidos em 1993), praticam Artes Marciais desde os dois anos de idade e começaram a mergulhar com apenas oito anos. Por agora, os dois filhos já estão plenamente diplomados como Mestres PADI e mergulhadores, com uma muito boa experiencia de mergulho na Ásia e na Suíça, e ambos têm também muita experiência em Artes Marciais. www.kungfu.ch www.kombatan.eu www.sinmoohapkido.eu www.kungfudivers.com
Introdução ao Kombatan / Arnis Moderno O Kombatan é uma Arte Marcial filipina que combina vários estilos clássicos e modernos. Foi fundada pelo Grão Mestre Ernesto A. Presas. O estudante aprende várias maneiras diferentes para diferentes ataques. Os exercícios, que melhoram os reflexos e as reacções dos estudantes, são muito importantes na formação do Kombatan. Por regra geral, o primeiro que se ensina nas Artes Marciais são técnicas de uma posição específica. Por um lado, isto ajuda a aprender, mas por outro, no estudo realizado desta maneira, se requerem anos de prática para poder utilizar estas técnicas em combate. À diferença de muitas Artes Marciais da Ásia, os estudantes de Kombatan aprendem primeiro a usar armas e defender-se delas. Esta filosofia tem como base a cultura filipina, onde
Arnis mulheres e homens usam espadas e facas no seu trabalho do dia-a-dia. Por isto é mais popular defender-se com uma arma que sem ela. O treino com p a u s t a m b é m é m a i s s e g u ro q u e o treino sem eles (quando se treina sem a r m a s , s e re c e b e m p a n c a d a s e pontapés por todo o corpo). Quando o estudante aprende a defender-se de uma arma, depois é mais fácil aprender a d e f e n d e r- s e c o n t r a u m o p o n e n t e desarmado. O Kombatan inclui técnicas de mão e armas. As Técnicas de mãos nuas se baseiam nos métodos das armas. A arma é só uma extensão da mão. O Kombatan combina várias Artes Marciais diferentes e tem como base a reacção instintiva. Trata-se de "uma arte dentro de uma arte". O Kombatan se baseia nos 12 ângulos de ataque. Estes ângulos têm 12 formas básicas de contra-ataque (com os pés, as mãos ou com armas). Os estudantes aprendem vários batimentos diferentes, pontapés e bloqueios, chaves, agarres, varrimentos, lançamentos e derribamentos, bloqueios, contra-ataques e desarme com armas, com luvas com e sem armas, defesa sem armas frente a alguém armado, estilos armados contra desarmados, trabalho de pés a sós e simulacros com dupla bengala, assim como combinações com só uma bengala de combate e com dupla bengala de combate.
Sistema Kombatan Só Bengala, Dupla Bengala, Mão, Mão Espada e Adaga Adaga sobre Adaga, Balisong, Bankaw, Dolo, Dumog O Kombatan é especialmente adequado para os adultos muito ocupados dos nossos dias, que desejam aprender uma Arte Marcial clássica, que ensina habilidades de defesa pessoal realista e valiosa. Como resultado de anos de estudo e evolução, se tem dotado o Kombatan com as técnicas e estratégias mais eficazes. O nosso objectivo é proporcionar aos estudantes um sistema de defesa eficaz. O Kombatan se baseia em técnicas de defesa pessoal e o seu sentido prático. As armas só se utilizam como uma extensão da mão.
Vantagens do Kombatan 1. Sistema de defesa eficaz e realista, que combina todos os estilos de sparring - técnicas sem armas e com armas no solo. 2. Os estudantes aprendem a mover-se à vontade - não respondem à força com a força 3. Os estudantes são incentivados para aplicar as técnicas e o estilo de sparring adequado para eles 4. Ensina a relaxar-se no treino
5. Melhora a coordenação - a formação desenvolve a possibilidade de se ser ambidestro 6. Treino eficaz 7. Melhora os reflexos e a observação os estudantes aprendem o movimento evasivo, além de controlar e neutralizar o adversário 8. Aumenta a confiança, a auto-estima, a fortaleza de carácter e a paz mental
Comunidade Mundial Kombatan, WORLD KOMBATAN COMMUNITY (WKC) Estabelecida em 2009 website: www.kombatan.eu A nossa missão é unir todas as FMA numa comunidade - na nossa "Comunidade Mundial Kombatan"; melhorar o ensino e a difusão destas grandes Artes Marciais e Cultura filipinas, assim como unir as pessoas com amizade e um grande coração. Nos estamos concentrando nas secções especiais de Sistemas, Secção da Polícia, Secção da Educação, Secção de Primeiros Auxílios, assim como secção de Competição. Agradecemos a todos o seu apoio e estarem connosco. Maraming Salamat e Pugay.
Grรฃo Mestre Pien San Kune Pioneiro das Artes Marciais; Mergulhador; Escritor; Actor; Sanador do Chi, 10ยบDan Lohan Kung Fu de Shaolin do Sul; 10ยบDan Sin Moo Hapkido; Guo Lo Wing Chun Kung Fu; 10ยบDan SEZ-Jitsu; 10ยบDan de Kombatan / Arnis Moderno.
WING CHUN GUNG FU:
The Explosive Art of Close Range Combat
1 DVD: Básicos de “Bot” Jom Doh A forma completa "Bot" Jom Doh, 108 Movimentos, informações históricas sobre as espadas do Wing Chun, constituição detalhada da espada, defesas e técnicas impressionantes, trabalho de pés da forma "Bot" Jom Doh, Detalhes da orientação do trabalho de pés da forma, exercícios One-man da"Bot" Jom Doh . 2 DVD set: “Bot” Jom Doh, Aplicações, Exercícios, Conceitos & Princípios.
cícios de
Uma extensa coleção de livros sobre Wing Chun em seis volumes do Sifu Randy Williams, a série contém a história do Wing Chun, a teoria e a descrição de todas as formas de Wing Chun em detalhe, Volume 6 foca a instrução do sistema e fornece informações adicionais sobre Wing Chun, as Teorias de Combate de A a Z! Esta grande obra, escrita originalmente em 1988 e recentemente revista e atualizada é uma obrigação para a biblioteca de qualquer estudioso dedicado da arte. Pode requisitar toda a série de seis livros, ou um volume individual, e os novos DVDs também podem ser solicitados individualmente ou em conjuntos diretamente connosco através do nosso site:
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€ 49,90 € 39,90 € 25,90 € 149,90
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Aplicações dos movimentos da forma “Bot” Jom Doh form, Espada vs. Espada, Espada vs. Bastão, Exercícios, Conceitos e Princípios, Exercícios das Espadas especialmente desenhados para o boneco de madeira, Defesas e Ataques detalhados das Espadas, técnicas de espada comparadas com as partes de mãos vazias, princípios de corte. 1 DVD: CRCA Wing Chun “Biu Jitsu” Luta de Chão. Conteúdos: Conceitos da Engenharia Reversa,”Estrangulamento”; Atrás, Frente, Em pé, “Guilhotina,” Cabeça-eBraço, Estrangulamento de ombro da montada lateral, e muitas outras técnicas e exercícios de Luta de Chão.
2 DVD set: “Look Deem Boon” Gwun Volume 1 ( 55 min. ) Conteúdos: Detalhes do Bastão, Exercícos do Bastão, Trabalho de pés com o Bastão, Forma vista de cima , “Look Deem Boon” Gwun Form, 6 ½ Ataques do Bastão, Aplicações: Bastão vs. Bastão.
“Look Deem Boon” Gwun Volume 2 (60 min.) Exercícios no Heavybag, Exercícios no Boneco de Madeira, Exercícos em par, Forma vista de cima, Bastão vs. Espadas