Alcântara Cores na cidade | colors in town
Cores na Cidade Azulejaria de Alcântara
Colours in Town Tiles from Alcântara
Augusto Moutinho Borges
Augusto Moutinho Borges
Junta de freguesia de Alcântara
BY THE
BOOK
Junta de freguesia de Alcântara
BY TH E
BOOK
© EDIÇÃO EDITION BY THE BOOK, EDIÇÕES ESPECIAIS, LDA para/to JUNTA DE FREGUESIA DE ALCÂNTARA T Í T U LO T I T L E CORES NA CIDADE – AZULEJARIA DE ALCÂNTARA | COLOURS IN TOWN – TILES FROM ALCÂNTARA © TEXTO TEXT AUGUSTO MOUTINHO BORGES REVISÃO REVISION FERNANDO MILHEIRO T R A D U Ç Ã O T R A N S L AT I O N DAVID MICHAEL GREER © FOTOGRAFIA PHOTOGRAPHY ADELAIDE NABAIS (p.5, p.8, p.58 sup./up, p.60, pp.66-71, p.96 sup./up, p.98 marcadas/marked, p.101 sup. esq./ up left, p.103 marcada/marked, p.104 sup. esq./up left, p.110 marcadas com círculo/marked with a circle, p.120) ANTÓNIO HOMEM CARDOSO (pp.30-33) INÊS CEREJO (p.10, p.52 inf./above, p.56, p.57 inf./above,p.157) MARIA JOÃO DE MORAES PALMEIRO (pp.15-16, p.18 inf./above, p.20, p.21 inf./above, pp.22-29, p.57 sup./up, p.58 inf./ above, pp.80-83, pp.122-125, p.156) PEDRO BRÁS (p.36, pp.38-41, p.43, p.44 sup./up, pp.45‑46, pp.48-50, pp.73-75 (excepto inf. esq./except above left)-79, p.94 inf./above, p.95 sup./up, p.96 2.ª, 3.ª, 4.ª sup./2nd, 3rd, 4th from top, pp.100-101 marcadas/marked, p.102 sup. esq./up left, p.105 sup. dir./up right, p.106 excepto as duas inf. dir./except the two at bottom right, p.107 inf./above, p.109 sup. dir. e inf./up right and above, p.110 marcadas com quadrado/ marked with a square, p.111 sup. meio e inf./up middle and above, p.114 inf./above, p.118 inf. dir./above right, p.150, p.168) VITOR ROQUE (p.16, p.52 sup./up, pp.54-55, p.84, p.87) AUGUSTO MOUTINHO BORGES (todas as restantes, all other photos) T R ATA M E N T O D E I M A G E M P H O T O G R A P H Y P O S T P R O D U C T I O N MARIA JOÃO DE MORAES PALMEIRO DESIGN FORMA, DESIGN: MARGARIDA OLIVEIRA | VERONIQUE PIPA C O O R D E N A Ç Ã O E D I T O R I A L E P R O D U Ç Ã O C O O R D I N AT I O N A N D P R O D U C T I O N ANA DE ALBUQUERQUE | MARIA JOÃO DE PAIVA BRANDÃO IMPRESSÃO PRINTING PRINTER PORTUGUESA ISBN 978-989-8614-05-6 DEPÓSITO LEGAL 359716/13
BY THE BOOK Edições Especiais, lda Rua das Pedreiras, 16-4º 1400-271 Lisboa T. + F. (+351) 213 610 997 www.bythebook.pt
LEGAL DEPOSIT
ÍNDICE
CONTENTS
04
PREFÁCIO PREFACE
06
AGRADECIMENTOS ACKNOWLEDGMENTS
10
AZULEJARIA NOS PALÁCIOS, EDIFÍCIOS RELIGIOSOS E EQUIPAMENTOS ASSISTENCIAIS, DE ENSINO E CULTURAIS
TILES IN PALACES, RELIGIOUS BUILDINGS, PUBLIC SERVICES, EDUCATIONAL AND CULTURAL INSTITUTIONS
16
Palácios Palaces
20
Palácio dos Condes da Ega
24
Palácio dos Condes da Ponte
30
Palácio Valle Flôr
36
Edifícios religiosos Religious buildings
38
Convento das Flamengas
46 Ermida de Santo Amaro 52
Equipamentos assistenciais Public services
54
Instituto de Higiene e Medicina Tropical
56
Hospital Egas Moniz
58
Equipamentos de ensino Educational institutions
62 Escola Ave-Maria 66
Escola EB1 Raul Lino
72
Instituto Superior de Agronomia
80
Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna
84
Equipamentos culturais Cultural institutions
86
Centro Científico e Cultural de Macau
88
Academia de Santo Amaro
90
ARQUITETURA CIVIL CIVIL ARCHITECTURE
96
Azulejaria Tilework
98
Fachadas e padrões
Facades and patterns
106 Registos Devotional panels
108 Toponímia Toponymy Captions, dates and door numbers
110
Legendas, datas e n.os de polícia
112
Arte pública
114
Heráldica e reclames
116
Balaustradas, urnas, pináculos e estátuas
Public art Heraldry and advertising Balustrades, urns, pinnacles and statues
118 Outros exemplos Other examples 126
CENTROS PRODUTORES E ARTISTAS MANUFACTURERS AND ARTISTS
130 Fábricas, oficinas e ateliers Factories, workshops and ateliers
134
144
Fábrica de Cerâmica Sant’Anna
Mestres e pintores Masters and painters
150 CRONOLOGIA CHRONOLOGY 160 GLOSSÁRIO GLOSSARY 162 BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAPHY
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AZULEJARIA NOS PALÁCIOS, EDIFÍCIOS RELIGIOSOS E EQUIPAMENTOS ASSISTENCIAIS, DE ENSINO E CULTURAIS TILES IN PALACES, RELIGIOUS BUILDINGS, PUBLIC SERVICES, EDUCATIONAL AND CULTURAL INSTITUTIONS
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Devido à Freguesia de Alcântara estar na confluência direta entre o centro de Lisboa e Santa Maria de Belém, local onde a corte se estabeleceu ao longo dos séculos, os eixos viários paralelos ao rio Tejo viram edificar-se inúmeros palácios e casas nobres, dos quais grande parte chegou aos nossos dias. O primeiro edifício a ser construído foi o Palácio Real de Alcântara, em 1603, no atual Largo do Calvário, que foi bastante danificado no Terramoto de 1755 e definitivamente derrubado nos inícios do século XX, dando lugar à urbanização do Calvário. Da sumptuosa quinta e jardins de recreio, subsiste a Tapada da Ajuda, onde hoje se encontram instituições, serviços académicos e científicos, como o Observatório Astronómico de Lisboa (1878) e o Instituto Superior de Agronomia (1917). Dos que resistiram ao tempo, destacam-se, entre outros, e ao longo da Rua da Junqueira, o Palácio dos Condes da Ribeira Grande, o Palácio Burnay, o Palácio dos Condes da Ponte, o Palácio dos Condes da Ega e a Quinta e Palácio das Águias. Noutro espaço da freguesia destaca‑se, no Alto de Santo Amaro, o Palácio Valle Flôr e suas cocheiras. Vamos analisar algumas destas magníficas construções que, na conceção decorativa e funções utilitárias, se socorrem de diversos elementos azulejares, tanto no interior como no exterior.
Due to Alcântara lying directly on the route between central Lisbon and Santa Maria de Belém, where the court established itself over the centuries, numerous palaces and mansions were built along the thoroughfares running alongside the River Tagus. Many of these are still standing. The first to be built was the Palácio Real de Alcântara, in 1603, in today’s Largo do Calvário. Having been badly damaged in the 1755 earthquake, it was finally demolished in the early XX century, making way for the urbanization of Calvário. All that remains of the grand estate and leisure gardens is the Tapada da Ajuda, which houses institutions, and academic and scientific departments, such as the Observatório Astronómico de Lisboa (1878) and the Instituto Superior de Agronomia (1917). Some buildings have stood the test of time, and Palácio dos Condes da Ribeira Grande, Palácio Burnay, Palácio dos Condes da Ponte, Palácio dos Condes da Ega and the Quinta and Palácio das Águias can still be seen in Rua da Junqueira. In another part of Alcântara, at Alto de Santo Amaro, there is Palácio Valle Flôr and its stables. We shall be discussing some of these magnificent buildings in due course which, in their decorative and functional aspects, make use of various tile features, both indoors and out.
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Mas se os palácios se revestiram de elementos decorativos tendo por base o azulejo, também os edifícios religiosos desenvolveram esta prática. São três, os que a documentação refere como integrando este núcleo artístico, embora no presente, dos dois antigos conventos existentes, apenas o Convento das Flamengas se destaque pela qualidade e quantidade de elementos azulejares, que vão desde o século XVII até ao século XX. Ainda neste grupo de equipamentos religiosos realça, a nível nacional, a decoração azulejar da Ermida de Santo Amaro, quer no templo como na galilé, com azulejos maioritariamente do século XVII, havendo alguns exemplares de finais do século XVIII. Na folha geográfica de Alcântara encontram-se dois equipamentos assistenciais, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical e o Hospital Egas Moniz, ambos na Rua da Junqueira. No seu interior podem-se apreciar diversos painéis, encomendados expressamente para embelezar áreas comuns, sala e átrio, e de caráter religioso, como as capelas. Neste segmento, nomes consagrados das artes, como Joaquim Correia, Jorge Barradas, Lino António e Manuel Lima, realizaram obras notáveis, onde se destaca a vibrante policromia, tendo por base a temática de inspiração africana e devocional.
Palaces, however, were not the only places to have tile-based decorative features; religious buildings did so too. There are three in this artistic group, although currently, of the two existing former convents, only the Convento das Flamengas is noteworthy for the quality and quantity of its tilework, which ranges from the XVII to the XX century. The third member of this group is the Ermida de Santo Amaro, which has tilework both in the chapel itself and in the galilee. Its tiles are mainly from the XVII century, but there are some late XVIII century examples also. Besides these, Alcântara has two public service buildings: the Instituto de Higiene e Medicina Tropical and Hospital Egas Moniz, both in Rua da Junqueira. Here we can see various interior panels expressly commissioned to enhance public areas such as the main hall and entrance, and those of a religious nature, such as chapels. Well-known names in the arts, such as Joaquim Correia, Jorge Barradas, Lino António and Manuel Lima, produced remarkable works for these buildings, distinguished by their polychrome vibrancy inspired by African and devotional themes.
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Nos equipamentos de ensino, públicos e privados, encontramos diversos painéis, lambrins, silhares, registos ou simples apontamentos azulejares. Uns são fruto de mão estudantil, como na Escola Ave-Maria, enquanto outros de eruditos mestres, como na Escola EB1 Raul Lino. Destes últimos sublinha-se a singeleza dos motivos em azulejo, muito ao jeito das representações caricaturais saloias de Leal da Câmara, que percorrem o espaço do antigo refeitório, enquanto António Soares foi o responsável pela decoração mural das paredes das 12 salas de aula. Mais sóbrios são os lambrins que protegem os corredores, átrios e claustro do Instituto Superior de Agronomia, com motivos de padrão a imitar o século XVII, resistindo ao tempo, perdurando às intempéries e predestinados a continuar, imutáveis, nas funções estéticas de embelezar o antigo edifício. A azulejaria que se encontra espalhada pela Tapada da Ajuda é merecedora de uma análise mais detalhada, pois Jorge Colaço, em 1940, teve a incumbência de decorar três bancos de jardim com figurações da Rainha Santa e d’el-rei D. Dinis.
In the educational institutions, whether state or private, there are diverse panels – devotional or otherwise – wainscots, ashlars, or simple tiling. Some are the fruit of student hands, such as at Escola Ave-Maria, while others are the work of masters, like those at Escola EB1 Raul Lino. The latter examples underline the simplicity of tile motifs, very similar to Leal da Câmara’s saloio (or peasant) caricatures, which are set around the former school canteen, while António Soares was responsible for the mural decoration on the walls of the 12 classrooms. The panels lining the corridors, entrance halls and inner courtyard of the Instituto Superior de Agronomia are more sober, with motifs imitating XVII century patterns, resisting time and weather, and predestined to continue, unchanged, in their role of enhancing the beauty of the centuries-old building. The tilework to be found in the Tapada da Ajuda deserves a more detailed study as, in 1940, Jorge Colaço decorated three garden benches with depictions of St. Isabel, Queen of Portugal and her husband King Dinis.
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No Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, herdeiro do edifício do Convento do Calvário, não há vestígio algum da primitiva e variada azulejaria que existia. Foram muitas as razões para esta ter desaparecido, havendo, no presente, dois registos legendados no claustro, local onde lambrins de padrão – do século XX, mas a imitar desenhos de Setecentos – se encostaram à parede com função higienista.
In the Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, in the former Convento do Calvário, there is no trace of the original and varied tilework. There are many reasons for its disappearance. However, two captioned devotional panels decorate the cloister, where patterned panels – from the XX century, but imitating designs from the 1700s – are set against the wall for reasons of hygiene.
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EdifĂcios religiosos
Religious buildings
Os edifícios religiosos que se encontram em Alcântara são quatro. A Igreja de São Pedro de Alcântara não apresenta nenhum vestígio azulejar. Este templo foi construído em 1782 na Calçada da Tapada, com alguma pedra do antigo Paço Real de Alcântara, que o Terramoto de 1755 deixou bastante degradado. Dos outros três equipamentos, o Convento do Calvário teve variada gama de motivos cerâmicos, localizados na capela, no claustro e dormitórios, entre outras dependências. Por motivos diversos – entre os quais o Terramoto de 1755 e a transformação da capela em palheiro durante 85 anos – apresenta azulejaria do século XX, colocação da responsabilidade da Polícia de Segurança Pública, através dos serviços que aí se fixaram desde 1925. Sobressaem ainda a capela do antigo Convento das Flamengas, de invocação a Nossa Senhora da Quietação, e a Ermida de Santo Amaro que, como o topónimo invoca, se devotou ao Santo milagreiro, com festa litúrgica celebrada a 15 de janeiro. Nestes dois edifícios religiosos a azulejaria é da mais representativa em Portugal, sendo a Ermida de Santo Amaro objeto de inúmeros trabalhos académicos, não só pela sua riqueza decorativa, mas também pela conceção arquitetónica. Estes dois equipamentos estão classificados e salvaguardados com zona especial de proteção.
There are four religious buildings in Alcântara. Igreja de São Pedro de Alcântara has no trace of any tiles. This church was built in 1782, in Calçada da Tapada, with some of the stone from the former Paço Real de Alcântara which, after the 1755 earthquake, was virtually a ruin. Of the three other buildings, the Convento do Calvário has a great range of ceramic motifs in, for example, the chapel, cloister and dormitories. For different reasons – including the 1755 earthquake and the transformation of the chapel into a hay barn for 85 years – the convent has XX century tilework, placed by the various departments of the Polícia de Segurança Pública established there since 1925. The remaining two buildings are the chapel of the former Convento das Flamengas, dedicated to Our Lady of Quietness, and the Ermida de Santo Amaro which, as the name states, is dedicated to the miracle-working saint, whose feast day is celebrated on 15th January. These two religious buildings have tilework which is among the most typically Portuguese. The Ermida, or chapel, has been the subject of endless academic studies, not only due to the richness of its decoration, but also because of its architecture. These two buildings have been classified and are now safeguarded as part of a special protection area.
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Ermida de Santo Amaro
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TOPO DA CALÇADA DE SANTO AMARO, COM O INÍCIO DA RUA GIL VICENTE NO ALTO DE SANTO AMARO
MN – Monumento Nacional, pelo Decreto de 16.06.1910, DG n.º 136 de 23.06.1910. Zona Especial de Proteção – ZEP conjunta da Capela de Santo Amaro, da Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha, do Palácio Burnay e da Sala designada “Salão Pompeia” no antigo Palácio da Ega, pela Portaria n.º 39/96, DR, I Série-B, n.º 37, de 13.02.1996. Pode ser visitada com marcação prévia, na Igreja de São Pedro de Alcântara. A Ermida de Santo Amaro foi edificada em 1549, com projeto atribuído a Diogo de Torralva, sendo constituída por uma estrutura centralizada, envolvida parcialmente por uma galilé semicircular que constitui a fachada. As paredes desta ermida estão totalmente revestidas por azulejos policromos tardomaneiristas, com figurações alusivas a Santo Amaro, datados de fins do século XVI ou inícios do século XVII. Na profusão decorativa é possível ver aves e frutos pendurados em fitas, anjos em festões, a par com a simbólica de Santo Amaro, identificada pela mitra de bispo, um braço e uma perna. Os painéis são separados uns dos outros por sereias cariátides de cauda múltipla, obra atribuível a Francisco de Matos. Neste mesmo espaço realçam-se dois altares com figurações do Santo em tamanho natural. Num, vemos Santo Amaro peregrino e, no outro, já na sua condição de bispo. É interessante reparar que na policromia dos azulejos predomina a utilização do amarelo para simular a talha dourada. Do século XVIII destacam-se os silhares policromos que revestem as paredes a um terço da altura, versando cenas da fundação do templo, e identificados como provenientes da Fábrica do Rato. A ermida foi, em 1910, despojada de muitos valores e deixada ao abandono. O culto foi reiniciado em 1928.
National Monument, by Decree 16.06.1910, DG n.º 136 on 23.06.1910. Special Protection Area: Capela de Santo Amaro, Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha, Palácio Burnay and the “Salão Pompeia” in the former Palácio da Ega, by Ordinance n.º 39/96, DR, I Series-B, n.º 37, on 13.02.1996. It can be visited by appointment, at Igreja São Pedro de Alcântara. The Ermida de Santo Amaro was built in 1549, with its design attributed to Diogo de Torralva. It is made up of a central structure, partially surrounded by a semi-circular galilee which constitutes the facade. The chapel walls are totally lined with late mannerist polychrome tiles, depicting Saint Amaro (also known as Amarus the Pilgrim), dating from the late XVI or early XVII century. Amongst the decorative profusion, there are birds and fruit hanging from ribbons, angels in festoons, along with the symbolic Saint Amaro, identified by the bishop’s mitre, an arm and a leg. The panels are separated by many-tailed caryatid mermaids, which are attributed to Francisco de Matos. There are also two altars with life-size figures of the saint. In one, we see Saint Amaro as a pilgrim and, in the other, as a bishop.
Tutela Responsible body PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA Funções atuais Current function IGREJA CHAPEL
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Yellow predominates here, simulating gilt carving. From the XVIII century, there are outstanding polychrome ashlars lining the walls up to a third of their height. Depicting scenes from the chapel’s foundation, the ashlars are identified as coming from the Fåbricas do Rato. In 1910, the chapel was stripped of many valuable objects and abandoned. Worship, however, began again in 1928.
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Fachadas e padrões Facades and patterns O revestimento azulejar das fachadas não é igual em todos os imóveis, havendo uma pluralidade decorativa num todo edificado. Tal como noutros exemplos, muitas vezes as construções começavam por ser revestidas apenas no piso térreo, pois era o que mais sofria com as humidades do litoral. Depois, o revestimento azulejar passou aos andares superiores, motivo por que ainda hoje se percecionam algumas discrepâncias relativamente aos séculos representados. É muito comum ver, num mesmo edifício, padrões diferentes no piso térreo e nos superiores. Também nesta zona da cidade, o revestimento cerâmico é sempre nas fachadas e nunca nas laterais. Encontram-se exemplares em chacota e em pó de pedra, podendo ser lisos ou relevados. Os padrões são de uma variedade muito grande, tanto representando réplicas do século XVII como de nítida figuração do século XIX, percorrendo épocas diferentes de períodos artísticos da história, como a Arte Nova e a Art Déco.
In this area of Lisbon, tilework is always on the facades and never on the sides. Furthermore, not only does this tilework differ from building to building, but there is often a variety of such decoration in a single building. As in the other examples, buildings often began with this type of lining on the ground floor alone, as this one would suffer most from the coastal humidity. Tiling would then move to the upper floors, which is why some discrepancies can be noted between pieces from different centuries. It is common to see a different pattern on the ground floor from that of the other floors in the same building. Biscuit and creamware examples have been found, which can be plain or in relief. The variety of patterns is enormous and includes XVII century replicas as well as the clear figuration of XIX century pieces, as the tiles move through different artistic periods, such as Arte Noveau and Art Déco.
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