Parque dos Poetas

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Parque dos Poetas 4 ESTAÇÕES ANTÓNIO HOMEM CARDOSO



Parque dos Poetas 4 ESTAÇÕES

Um mergulho no Coração

ANTÓNIO HOMEM CARDOSO



Quatro estações PREFÁCIO

ISALTINO MORAIS

Tenho de confessar que, de certa maneira, sinto-me comovido com este livro. Olho para as fotografias, para estes pormenores, para o olhar treinado de um grande fotógrafo e não posso deixar de me comover com o lugar e com tudo o que, para ser o que é hoje, teve de negociação, de foco, de resiliência e de sonho. A paisagem faz parte da Terra mas a construção de uma paisagem sobre outra paisagem, é do Homem. E olhando para este livro, gostava de ter aqui, comigo, a partilhar a emoção, quem também sonhou este lugar. Em cada página sinto quem olhou para o sítio e o imaginou enorme, gigante, a tocar o céu. Os lugares também são, ou devem de ser, a memória do que lá existia para melhor se perceber a luta e o caminho. A construção de uma paisagem não pode, ou não deve, betonar a lembrança. Se hoje já não imaginávamos um outro lugar naquele que estas páginas mostram, temos de ir aos meados dos anos 80 quando este sítio era nada podendo ser tudo. E temos de aliar este espaço à vontade do então vereador Prof. Noronha Feio, para que percebamos da sua vontade de, no lugar do Puxa Feixe, se construísse um grande complexo desportivo. Era ideia dele a preservação do lugar para o desporto. A ideia, assim, embrionária e que já nada tem a ver com o que é, era maravilhosa. Teria sido mais fácil se quiséssemos preservar um lugar com menor atratividade económica e social. Mas se o coração de Oeiras servia para o negócio teria de servir, ainda mais, para o lazer, para o desporto. Começaram as negociações. Mais tarde deu-se a magia em forma de poesia. A 20 de maio de 1995, conheci o poeta David Mourão Ferreira e o escultor Francisco Simões. O que se fazer passou a ter uma ideia mais firme e objetiva: associar a arte e a poesia num tributo à cultura portuguesa. E estas foram as primordiais pedras deste lugar. Entre o sonho sonhado e o sonho concretizado, há a vida a acontecer. E o Parque foi tomando uma certa personalidade. A ideia do lugar foi-se dilatando e hoje, finalizado, atrevo-me a dizer que transborda para lá da ideia inicial. O que hoje vejo está para lá do que foi projetado. Cresceu. O lugar cresceu. Somos, quem o sonhou e quem o descobre hoje, meros espectadores perante a Mãe Natureza que de mansinho dele se apoderou e lhe deu vida. Porque é de vida que se trata quando percebo que as árvores cresceram. É de vida que falamos quando verifico que algumas estátuas ganham uma outra tonalidade. Sedimentaram-se no lugar. É de vida que se trata quando, em plena primavera, um pássaro descansa na cabeça do António Nobre, ou da Marquesa de Alorna. É de vida que falamos quando vejo os casais de namorados deitados na relva, amarfanhando-a ao mesmo tempo que alimentam o lugar. É de vida que falo quando olho para o pormenor destas fotografias e vejo o que ontem não estava lá e intuo que o amanhã estará diferente. O lugar sendo nosso, já não nos pertence.



Quando o Noronha Feio o preservou. Quando o David Mourão Ferreira o imaginou, nunca nas suas cabeças (e minha) esteve esta alma que vemos agora plasmada na fotografia. Não que não a quiséssemos, mas porque a alma do lugar não se constrói, não se compra. A alma do lugar apenas se deve ao próprio lugar. Quando surgiu a ideia deste livro pretendíamos mostrar que o Parque dos Poetas é um lugar sem tempo ou que é um lugar onde se pode ir independentemente da estação do ano. Mas agora que me deparo com as fotografias tiradas ao longo de um ano pelo António Homem Cardoso, percebo que não é isso que encontro nestas páginas. Não é o Lugar e o seu tempo mas sim o inverso: o tempo no seu lugar. Porque o tempo aqui não é o das Estações do Ano, porque há sol no Inverno e chuva no Verão, ou porque, como diz mais à frente Homem Cardoso, as estátuas ao sol não bronzeiam, mas sim o tempo que nos remete para um lugar onde nos reencontramos. Como se o lugar nos levasse ao encontro de nós mesmos. Este Parque dos Poetas que aqui está explanado transmuta-se a cada segundo. Varia. Varia consoante as estações e varia mediante o olhar, ao segundo, de quem o vê. Olho para algumas fotografias e vejo o que nunca vira. Também ele se desnuda perante mim que estive na sua génese. O olhar treinado do Homem Cardoso mostra-nos o lugar, potenciando-o. Olha-se e vê-se. Paramos nas páginas e temos dificuldade em seguir em frente. Há olhares de pedra e mármore que estão vivos. Há movimento nas pedras. Acredito que este lugar é o espaço vital para a poética do amor, da amizade, do encontro, do outro… e de nós mesmos.



Um mergulho no Coração PARQUE DOS POETAS – 1 LUGAR 4 ESTAÇÕES

CARLA ROCHA

‘O mergulho que a fotografia dá no coração das pessoas é uma bênção’. Andei com esta frase dias e dias na cabeça. Estávamos no quiosque do Parque dos Poetas, em amena cavaqueira, quando o António Homem Cardoso se saiu com ela, num resumo emocional do que pode ser uma fotografia. A frase atingiu-me como uma flecha. Dilatou-se em mim e nunca mais de mim saiu. Percebi, desde a primeira hora, o que o autor pretendia com este livro – o seu 104º, sendo o primeiro de Arte Escultórica – que o Parque mergulhasse em cada um de nós e o vivêssemos ou, pelo menos, o víssemos, por inteiro. Pretendi, desde a primeira hora, que Homem Cardoso me (nos) explicasse o porquê de determinado ponto de vista, ou do pormenor de uma escultura, ou do mobiliário urbano (não me sai da cabeça a fotografia de um banco ao sol, um banco vazio de gente, num ambiente que parece outonal e de onde conseguimos vislumbrar inúmeras pessoas sentadas, de cara virada ao tímido sol, olhos fechados, a aquecerem a face), ou, ainda, da flora que é, neste livro, a maior orientadora da estação do ano em que determinadas fotografias foram tiradas. Mas errei no propósito, porque a racionalidade da explicação é redutora perante a capacidade emocional que o olhar do fotógrafo coloca em cada instante que retém. Ele explica. Por educação. Por tentativa, também dele, de nos conduzir, mas a alma não se desfaz em racionalidade. Há fotografias que não se consegue explicar. Ainda bem. Cada uma delas dar-nos-á o que cada um de nós consegue alcançar. E é assim que deve ser. Parti para este texto como quem faz uma orientação no meio de uma floresta densa: com bússola, conhecendo, ainda assim, bem o terreno e acompanhada pelo fotógrafo. A ideia era que, estivesse eu orientada, vos conseguisse orientar. Mas é difícil, senão impossível, não nos perdermos emocionalmente nesta paisagem. Inebria e desse gole no fantástico partimos para uma visão mágica do lugar. As esculturas quase que nos sussurram aos ouvidos. Mexem-se. Movem-se. Ganham vida. É esta orientação que pretendi colocar neste livro de modo que também vos seja fácil interagir com o lugar, mesmo que no sofá de vossa casa. E é possível. Cada fotografia rebenta com os seus limites, as suas fronteiras e conseguimos nela viver o tempo que pretendermos. Dou conta das conversas que tivemos, enquanto vagueámos pelo Parque dos Poetas, subindo-o e descendo-o. Parando. Olhando. Rindo muito, mas saindo de lá, em cada dia, mais capaz de o entender tanto quanto se pode entender a Natureza. E como ela muda de dia para dia! E se foi a mão do Homem que fez este lugar, agora já não é humano. Agora é um lugar em constante mutação.


Só nos é permitido visitá-lo. Calcorreá-lo. Mas já não é nosso. A Mãe Natureza reclamou-o e em cada uma das quatro estações, em cada um dos dias, em cada uma das horas mostra‑se sublime, encantadora perante cada um dos visitantes. Mas, ainda assim, inalcançável na sua totalidade. ‘O que pretende com este livro?’, perguntei-lhe. Estávamos a entrar no Parque dos Poetas (Fase B) e decidimos, sem combinar, virar logo à esquerda, descendo a encosta, ficando com o Bugio de frente. ‘Que quem o tiver nas mãos fique com vontade de o visitar’, respondeu-me António Homem Cardoso na nossa primeira conversa. Há uma cadência na sua voz que me obriga a desacelerar a quantidade de perguntas que tenho pensado para lhe fazer. Não sei se a serenidade se prende com o espaço ou com o fotógrafo, que, à medida que fala comigo, olha em seu redor vendo o que já viu inúmeras vezes . ‘A fotografia é magia’, diz‑me, ‘o mesmo objeto, o mesmo sítio, vista e revista umas dez vezes e, no entanto, à décima primeira vez parece tudo diferente’. Já tinha percebido. Conheço bem o espaço e, ainda assim, em cada fotografia que o Homem Cardoso partilhou comigo vejo, nas mesmas estátuas, outras, como que sobrepostas, engolidas, mergulhadas num olhar muito mais apurado do que o meu. Depois, e para sempre, já não é o meu olhar primário que prevalece, mas sim o que vejo através do dele. Também nisto o livro ajudará a todos, como a mim, que visitando o espaço o vejam de novo, como pela primeira vez e, de preferência, se espantem. Ou então, que tenham uma vontade indomável de o conhecer melhor. Voltemos à cadência. Homem Cardoso é dono do tempo. De certa forma, pelo jeito com que se move, é também dono do espaço. Anda pelo lugar de forma serena, sem pressa, ‘Conheço bem este lugar. Sempre soube que isto daria um livro’. O Parque são 25 hectares no coração de Oeiras que remete o visitante para um género de mundo paralelo. Poético, se quiserem. Ou mesmo artístico. Não levamos a mal os que nem olham para as esculturas e por lá passem apenas para se sentirem ligados numa simbiose entre o Ser, que se é, e a Natureza, a que pertencemos. Paro numa ou outra escultura e pergunto isto ou aquilo. Na verdade, ele também para, mas não fala, olha, pensa, fica a sós consigo mesmo e depois segue. Tenho vontade de me evadir e ser capaz de entrar na sua cabeça, mas só lá entra quem ele permite. Nunca consegui fazê-lo. Acho sempre que quando ele detém o olhar mais do que segundos é porque vai pegar na sua máquina e disparar. ‘Dispara uma e outra e outra vez sobre determinado objeto. Quando é que se dá por satisfeito? Como sabe que já tirou a fotografia certa?’, pergunto. Sorri. Olha-me. Volta a sorrir. Responde: ‘Há uma espécie de anjo que me sopra ao ouvido: para. E eu paro’. Nova pausa. Desta vez sou eu que preciso de tempo para assimilar a poesia do que me acabou de dizer.


António possui uma certa e incontida poesia de vida. Espraia-se nos seus pensamentos e quando fala percebe-se que é dos que vive intensamente a literatura, as palavras ‘os livros salvaram-me’. Do quê?, poderia ter perguntado mas não o fiz. Sabia que a resposta viria entretanto. ‘Começar a ler muito cedo foi o que me salvou. Isso depois de ter nascido perfeitinho, direitinho e sem mazelas’. Está sempre a olhar para as esculturas. O desafio desta edição é o Parque dos Poetas nas quatro estações do ano. ‘Uma escultura ao sol, como não bronzeia, tanto pode ser em setembro como em janeiro’, afirma. Sorrio. Como contorna o desafio de fotografar nas quatro estações uma vez que elas não denunciam em que estação do ano estamos, questiono. Mais uma vez ele pensa e embrulha-se em tempo. Responde mais tarde. Não que busque uma resposta, percebe-se que não é isso; mas algo lhe levou a atenção, ‘Agora está uma luz tão bonita’. Todos sabem que a luz é a varinha mágica de um fotógrafo. Eu apenas sinto que está um sol desmaiado quente. ‘Preciso de sol. Nunca tenho o sol pelas costas, ele ou está na minha face ou está de lado. O atrativo do estúdio é sermos capazes de nos transformarmos numa espécie de deus e colocar sol onde entendemos, mas é importante perceber que sol há só um e há fotógrafos que não resistem a colocar variadíssimos sois. Aquilo é luz por todos os lados. Mesmo que fosse possível levar o Parque dos Poetas para estúdio, seria sempre para manusear o sol, pô-lo onde achasse melhor, mas sempre e só apenas um’. Mais tarde diz: ‘Vim aqui muitas vezes ao longo do ano. Fui tirando as fotografias. Percebe-se pela flora do parque a estação em que foram tiradas. São as árvores que denunciam as estações. Apenas as árvores. Pode chover no verão e existir dias de um sol maravilhoso no inverno’. Olha-se para as fotografias e as estações estão lá. Percebem-se. Quase que se cheiram naquela capacidade única que o fotógrafo possui de, através do congelamento do instante, criar uma narrativa inequívoca. Focamo-nos nos poetas, mas a fotografia deste livro está para além deles, é do Parque dos Poetas num todo que se pretende fotografar. ‘É o poeta na sua casa. A escultura no seu jardim. Porque tudo tem uma linguagem. É o conjunto’. Este é um lugar onde há uma conjugação de saberes, de ciência e, para sermos mais corretos, de natureza. Há uma dança entre a arte, a fauna e a flora. Enquanto falávamos, passa por nós, a rasar a cabeça, um chapim-azul. Diz-me que não fotografou os animais que aqui habitam. Pergunto o que procurou de cada vez que entrou no Parque dos Poetas. Não me responde de imediato. Fica(mos) a ver a ave azul a sobrevoar o verde do parque. Meu pensamento vai para o poema “o amor é um pássaro azul…”, António interrompe o meu pensamento: ‘Andei sempre à procura de solidões’. Silêncio.


Olho em meu redor. Tenho António Nobre pela frente. Altivo. Altivo e solene. Com a sua vénia perante nós, os humanos. Está meio escondido. Não que ache que tenha sito o propósito dos arquitetos do lugar (1), mas é como se cada conjunto escultórico tenha ganho vida. Como se cada um se tenha apropriado do seu lugar e tenha optado por se expor ou por se esconder. António Nobre optou por se esconder, mas quando o vemos, alto como só ele, parece que ganha vida e se inclina perante nós. Cada pétala tem a sua dinâmica. O seu ritmo. A sua personalidade. A sua poesia. Nada ali é ou foi ao acaso. Nada. António rompe o meu pensamento. ‘António Nobre foi um dos primeiros poetas que eu li’. Olho para a fotografia que Homem Cardoso fez dele. Comparo-a com o que o meu olhar vê. Agora sou capaz de o ver com outra nitidez. Está lá a altivez. Parece que tem um certo movimento. A cabeça parece que se inclina de cada vez que olhamos a fotografia. A luz que entra pelas aberturas das ramagens dá-lhe vida. Sempre a luz. ‘Trabalho a energia solar’, diz e rimo‑nos. Continuamos.

(1) Projeto de arquitetura de Caldeira Cabral e Elsa Severino


Tenho uma predileção pelo Mário de Sá Carneiro e digo-lhe. A cabeça tombada sobre o ombro numa alusão perfeita à imperfeição da vida. Da pessoa inadequada que se suicida. ‘Sinto que o céu chora quando morre um poeta’, responde-me. Percebo-o. Olho para a sua fotografia do Mário [de Sá Carneiro] e parece que o céu desabou. Neste dia choveu um pouco. As gotas de água parecem balançar nas folhas. Pergunto , numa altura em que se consegue adulterar a fotografia, se é melhor quem sabe mexer nos programas de edição. Sorri. Diz que não lhe interessa que se mexa. Não percebe porque se colocam céu(s) que nunca se viram. Para quê mostrar algo que a Natureza não possui? ‘Não se muda a Natureza… A fotografia não é pintura. Não alinho em céus de mil cores. Em olhar para uma fotografia e ver, no catálogo de mil cores, qual o que fica melhor ali. Temos de ser honestos com a paisagem. Não posso dar nada aos meus leitores que eles não possam ver a olho nu, visitando o lugar, não posso’. Há uma verdade nas suas fotografias. Digo mal. Há a verdade nas suas fotografias. A verdade. Só isso lhe interessa. Não pretende mostrar uma narrativa inexistente. ‘Pretendo arranjar imagens que não sejam comuns. Que façam as pessoas irem ao Parque. É apenas isto. Olhar e ver para além daquilo que um olhar não treinado olha e vê. Não pretendo adulterar o que vejo’. Percebo, à medida que vamos caminhando, que ele não gosta de todas as obras escultóricas de igual maneira. Não que me diga, não o faz, mas porque o adivinho. Parte do poder deste lugar é a sua capacidade de ter tantas linguagens, abranger tantos interesses, ir ao encontro de tantos gostos. Não consigo descortinar de que peça artística Homem Cardoso mais gosta. Não se permite que o gosto pessoal interfira com a sua arte. ‘Quem teve uma infância como a minha aprende a gostar do que não se gosta. O sentido do dever sobrepõe-se à birrazinha semi-intelectual do gosto ou do pensamento’. Do que ele não gosta, não se saberá. Vai-me chamando a atenção para um ou outro pormenor que, mais uma vez, não vira nas vezes que olhei para aquele determinado objeto. Ele, como que percebendo o meu pensamento, que o achava silencioso, diz: ‘A primeira coisa que o fotógrafo deve fazer é tentar pôr-se na pele do autor. Temos de ir ao âmago da intenção. Perceber qual foi a ideia primária. O que quer o autor dizer com esta peça? Qual foi o seu ponto de partida? Temos de perceber a sua intenção’. No fundo, o que nos quer dizer é que o ponto de partida não é o próprio fotógrafo, mas o autor da obra. ‘Sabe, não podemos apanhar o que quer que seja pela rama. Quando assim é, fica-se mal, fica-se desolado, fica-se de gatas. É preciso dar tudo, mas dar mesmo tudo. Ir lá, olhar, dar o máximo. Esgotar o talento que tenho. Dá-lo por completo. E é quando dei tudo o que tenho para dar que me dou por satisfeito, por feliz’.



um olhar de inverno

Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Fernando Pessoa


Contente a alma dos olhas água lança Pelo em si mais deter, mas é vencida Do doce ardor, que não obedece a rogo. POETA ANTÓNIO FERREIRA (1528-1569) ESCULTOR GUSTAVO BASTOS




Que ainda que perder-vos a sentira, A perda de não ver-vos não se entende.

POETA FRANCISCO RODRIGUES LOBO (1575-1621) ESCULTOR JOÃO OOM





um olhar de primavera

Hoje roubei todas as rosas dos jardins e cheguei ao pé de ti de mãos vazias Eugénio de Andrade





Nós temos cinco sentidos: São dois pares e meio de asas. – Como quereis o equilíbrio?

POETA DAVID MOURÃO-FERREIRA (1927-1996) ESCULTOR FRANCISCO SIMÕES






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