SINDAG News Informativo do
setor aeroagrícola - Ano 4 - Edição 4 - Dezembro de 2012
Congressso Sindag de 2013 será em Cuiabá/MT
Páginas centrais
Enfrentando a tempestade
Desinformação e interesses eleitorais alimentam campanha contra aviação agrícola
Páginas 4 a 7 e 15
Editorial
Fotos CASTOR BECKER JÚNIOR/C5 NEWS-PRESS
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“Chegamos aos 65 anos de Brasil indo a campo, enfrentando diretamente os debates...”
Nelson Antônio Paim Presidente
A Aviação Agrícola Brasileira vive um momento crucial que, mais do que nunca, exige ações em várias frentes para defesa de seus interesses. Enfrentamos crescentes tentativas de proibir o uso de aviões nas lavouras, frutos de oportunismo político ou resultados de um mau direcionamento da causa ambientalista. Mas todas consequência da falta de informação a respeito da legislação e da importância de nossa atividade. Chegamos aos 65 anos de Brasil indo a campo, enfrentado diretamente debates e expondo nossa importância para a produção de alimentos, para o desenvolvimento do País e para o próprio meio ambiente. Temos ocupado nosso espaço nas comissões técnicas da ANAC e CENIPA e seguimos o debate com o IBAMA e o Ministério da Agricultura sobre as mais recentes restrições (carentes de critérios técnicos) impostas ao setor aeroagrícola, para citar algumas ações. Isso em um 2012 em que tivemos um dos melhores Congressos Sindag e em que vimos nascer, no Facebook, um movimento espontâneo para angariar fundos para uma campanha nacional de mídia. Estamos terminando 2012 mais unidos do que começamos. O que nos dá grandes perspectivas para 2013. Boa leitura, boas festas e feliz ano novo.
SINDAG - Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola DIRETORIA Presidente Nelson Antônio Paim Primavera do Leste/MT Vice-presidente Cesar Alberto Lilischkies Palotina/PR Secretário Francisco Dias da Silva Camaquã/RS Tesoureiro Marco Aurélio Dietrich Montenegro/RS
Rua Felicíssimo de Azevedo, 53 Salas 701 e 702 CEP 90540-110 - Porto Alegre/RS Fones (51) 3337-5013 ou (51) 3342-9096 E-mail sindag@sindag.org.br www.sindag.org.br CONSELHO FISCAL José Selomar da Silva Oliveira Capivari do Sul/RS Robson André Textor Rio Verde/GO Cristiano Juliani Lagoa da Confusão/TO
SINDAG News Projeto gráfico, redação e diagramação:
C5 News-Press Ltda Castor Becker Júnior jornalista Reg Prof. 8862 - DRT/RS c5newspress@ymail.com
Brasil tem mais de
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1,7 mil aeronaves agrícolas O País tem 1.725 aeronaves agrícolas, segundo dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Desse total, 1.218 aviões são de empresas aeroagrícolas e 494 são de operadores privados (proprietários rurais ou cooperativas de produtores que têm seus próprios aviões). Os dados foram levantados pelo site Agronautas, baseados nos registros do RAB até julho deste ano. O levantamento também mostra que a maior parte da frota brasileira está concentrada nos Estados do Mato Grosso (385 aviões) e Rio Grande do Sul (382 aeronaves), cada um com, respectivamente, 22,32% e 22,14% da frota nacional. Em terceiro vem São Paulo, com 14,03% (242 aviões). Apesar de quase empatados, principal diferença entre os dois Estados no topo do ranking é de
que, enquanto os gaúchos têm a frota concentrada em empresas (335 aparelhos), no Mato Grosso a maior parte dos aviões são de produtores ou cooperativas (205 unidades). Já conforme o levantamento do Agronautas em outubro, 77 das 225 empresas aeroagrícolas do Brasil são gaúchas, 34,22% do total (veja a tabela).
65 anos de Brasil
Este ano se completaram 65 anos do primeiro vôo da aviação agrícola brasileira, ocorrido em Pelotas/RS. Foi no dia 19 de agosto de 1947, com um biplano Muniz M-9 do aeroclube da cidade. O piloto, Clóvis Goularte Candiota, levou o aparelho (usado para instrução) para um combate a nuvens de gafanhotos, junto com o engenheiro agrônomo Leoncio de Andrade Fontelles. Naqueles dias, os insetos estavam dizimando em minutos o trabalho de todo o ano dos produtores locais. E já havia ficado claro que a praga não poderia ser enfrentada por terra. Agricultores desesperados pediram socorro a Fontelles, então chefe do Posto de Defesa Agrícola do
Ministério da Agricultura em Pelotas. O engenheiro encomendou de um funileiro uma polvilhadeira para ser colocada em um avião, conforme desenhos que ele vira de equipamentos usados em outros países. Quando os gafanhotos voltaram naquela terça-feira, o equipamentos já estava montado no biplano do aeroclube. Candiota decolou com Fonteles no assento de trás, operando o sistema de aplicação. Foi quando o jogo começou a virar para os agricultores. Clóvis Candiota se tornou patrono da aviação agrícola brasileira e a data é hoje Dia Nacional da Aviação Agrícola.
Diretoria define estratégia contra
QUESTÃO IBAMA/MAPA
O Sindag não descarta a via judicial na questão envolvendo as restrições contra a aviação agrícola, impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). O problema se arrasta desde julho, por iniciativa do IBAMA, e a solução aplicada em outubro, pelo MAPA, deixou os operadores aeroagrícolas ainda mais indignados. Segundo o presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, “além de ferirem o princípio da isonomia, já que as medidas atingem apenas a aviação, a nova medida deixou ainda mais evidente o contrassenso técnico”. Tudo começou com as proibição, pelo IBAMA, do uso pela aviação agrícola dos princípios ativos imidacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam, aplicados em culturas como soja, algodão, cana-de-açúcar,arroz, milho e citros. A medida veio em 19 de julho, pelo Comunicado publicado no Diário Oficial da União (DOU). “Alegando que os produtos causam danos a abelhas, ao invés de restringir os defensivos, barraram
justamente o modo mais seguro de aplicação”, ressalta Paim. O setor reagiu imediatamente, com apoio de representantes das indústrias de defensivos (Syngenta, Basf, Bayer, Rotam, Milenia) da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), do Sindag defensivos (Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Defesa Agrícola) e das associações de produtores de soja, cana-deaçúcar, algodão e cítricos. O movimento colocou na roda o próprio MAPA, que não havia participado da primeira medida e intermediou o debate. Aí veio o Ato nº 1, publicado em 2 de outubro no DOU, pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa. Pelo documento, o Ministério liberou as aplicações para trigo e arroz, impôs condições nas lavouras de soja e cana-de-açúcar e manteve a proibição para as demais culturas. Medidas fora da realidade das lavouras. “Por exemplo, uma janela de 40 dias para uma única aplicação na soja, quando o tempo em que a cultura precisa de tratamento é de seis meses. Ou ainda a permissão para apenas uma pulverização em todo o ciclo da cana”, cita Paim.
ARQUIVO SINDAG
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Entenda o caso l
Em 19 de julho, o IBAMA publicou no Diário Oficial da União (DOU) o Comunicado proibindo do uso pela aviação agrícola dos princípios ativos imidacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam. O uso continuou permitido pelos aplicadores terrestres, que são responsáveis atualmente por 70% das pulverizações feitas no território nacional.
l A alegação foi de que os produtos eram
prejudiciais a abelhas, causando perdas à apicultura. E prejudicando o equilíbrio natural, já que os insetos são essenciais para a floração.
l
O MAPA, que não participou da primeira medida, acabou entrando como mediador na história, acompanhando representantes do setor produtivo em reuniões com o IBAMA.
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As entidades reclamaram da falta de critérios técnicos para a proibição, pela falta de estudos sobre os danos da aviação agrícola e menos ainda sobre a segurança dos meios terrestres. Elas apresentaram
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as estimativas de prejuízos às culturas de soja, trigo, algodão, cana e citros com as restrições à aviação agrícola (que chegaria a R$ 6 bilhões).
l O grupo também apresentou sugestões
para aumentar a segurança das abelhas em áreas próximas a lavouras, como medidas para reduzir o risco de deriva e comunicados com antecedência aos apicultores, para que fechassem as caixas de colmeias durante as aplicações.
l
Depois das reuniões, ocorridas em julho e agosto, em Brasília, a discussão prosseguiu em nível ministerial entre o MAPA e a pasta do Meio Ambiente. O suspense durou até 2 de outubro, quando o MAPA publicou o Ato nº 1, liberando apenas parcialmente a aviação agrícola, e só até julho de 2013.
l O Sindag teve uma reunião de diretoria
em 17 de outubro, para tratar do tema. A decisão foi de que se continuaria tentando o caminho do diálogo com os órgãos federais. Mas, paralelamente, o setor jurídico do sindicato começou a analisar os caminhos para uma ação judicial.
Questionamentos da aviação agrícola O Sindag questiona o por quê da proibição para o meio de aplicação (e apenas o avião) se o problema alegado é o produto. Até porque a deriva (casos em que parte da nuvem de produto aplicado “escapa” para fora da lavoura) ocorre tanto nos meios aéreos como terrestres. Além disso, a aviação é justamente o meio mais preciso de aplicação (maior controle de deriva) e, por ser rápido, consegue combater a praga antes dela se espalhar pela lavoura, chegando a reduzir a necessidade de agrotóxico. O sindicato aeroagrícola também questiona por que as decisões foram tomadas de maneira unilateral, sem debate com os setores produtivos. Até porque existem câmaras técnicas para isso no governo federal. O que acaba gerando desgaste entre os setores e perdas desnecessárias à agricultura (estimadas em cerca de R$ 6 bilhões com as restrições à aviação agrícola) u
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Câmara Setorial da Soja quer
fim das restrições à aviação A Câmara Setorial da Soja aprovou, por unanimidade, uma resolução a ser encaminhada ao MAPA e IBAMA solicitando a suspensão imediata do ATO n° 1 do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) e do Comunicado IBAMA de 19 de julho de 2012, que estabelecem limitações à aplicação aérea dos princípios ativos imidacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam. Foi na reunião do dia 21 de novembro e o documento foi encaminhado já no dia seguinte ao ministro a Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. A Câmara é um foro de caráter consultivo do próprio MAPA, que reúne representantes de entidades de toda a cadeira produtiva do setor. Segundo o presidente, Rui Carlos Ottoni Prado, os sojicultores reclamam que as limitações para a aviação podem acarretar graves prejuízos à cultura. Isso porque a pulverização aérea dos quatro produtos, permitida só até 1º de janeiro, é indispensável para o controle do percevejo da soja. Especialmente se a praga atacar em áreas extensas ou em períodos chuvosos, quando a aplicação terrestre fica limitada. IRRESPONSABILIDADE O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil),
Glauber Silveira, já havia classificado de “irresponsável” a decisão de restringir a pulverização aérea. Segundo ele, a determinação foi feita baseada em estudos de abelhas na Europa, “que não se aplicam ao nosso Centro-Oeste”. Segundo a Aprosoja, as perdas na produção de soja nesta safra poderiam atingir R$ 5,92 bilhões se fosse mantido o veto total. As projeções até a safra 2019/2020 são de perdas da ordem de R$ 26,7 bilhões. O caso, conforme Silveira, é que a liberação apenas parcial não resolve o problema. Por isso os produtores quem a liberação total da aviação. Veja algumas matérias veiculadas no Canal Rural, nos links: http://videos.ruralbr.com.br/canalrural/video/rural-noticias/2012/11/camarasetorial-soja-decide-pedir-suspenso-portaria-ibama-que-limita-aplicaco-aereadefensivos-nas-lavouras/5813/ http://videos.ruralbr.com.br/canalrural/video/rural-noticias/2012/10/ proibico-aplicaco-defensivos-agricolaspode-causar-prejuizo-safra/3421/
Greening avança quase 83% em São Paulo
Outra lavoura onde a aviação faz a diferença no combate a pragas é na citricultura, que sofre com o avanço do greening em São Paulo. O parque citrícola do Estado é o maior do mundo e a doença já está presente em quase 7% dos pomares. Os números foram divulgados em novembro, pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitros), e
antecipados pelo jornal Valor Econômico. O greening é uma doença causada por uma bactéria que ataca ramos e folhas e provoca perda dos frutos. A transmissão se dá por um inseto, o Diaphorina citri, também conhecido como cigarrinha. Cujo o combate tem que ser rápido e preciso, para evitar que tenha tempo de migrar na lavoura.
Ato lança controle que já existe desde os anos 70
Além de continuar restringindo a aviação agrícola sem uma justificativa técnica plausível, o Ato nº 1 do MAPA lança uma “novidade” que existe há 40 anos. A partir de agora, as empresas aeroagrícolas estão obrigadas a enviar mensalmente ao Ministério da Agricultura e ao IBAMA relatórios operacionais das aplicações com os quatro produtos controlados. “Só que desde os anos 70 as empresas já são obrigadas a manterem em seus arquivos cópias de todas as receitas agronômicas. E encaminham ao MAPA relatórios quinzenais sobre todas as aplicações”, lembra o presidente Nelson Paim. Paim explica que o próprio Sindag reclamou ao Ministério, em junho - durante o Congresso Nacional de Aviação Agrícola em Campo Grande/MS, que esses dados nunca foram processados pelo órgão. “Não temos nenhum estudo, relatório ou avaliação que possa ajudar traçar políticas para o setor. E é nesse limbo que surgem ações absolutamente sem critérios”, alfineta.
Estudos pró-aviação A aviação agrícola é menos perigosa para as abelhas do que a aplicação terrestre. E é o melhor método, quando os quesitos são eficácia, pontualidade e nenhum dano à cultura, entre outros fatores. Essas são constatações do professor Scott Bretthauer (foto), da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Com PhD em Recursos Naturais e Ciências Ambientais, Bretthauer publicou em julho um artigo na revista AG Professional (no link http://www.sindag.org. br/web/site/xhtml/content/noticias/detalhe.aspx?id=445). Já o professor Eduardo Allgayer Osorio, titular aposentado da Universidade Federal de Pelotas (UPel), publicou no último dia 21 de novembro, no site Agronautas, um artigo sobre o Transtorno do Colapso das Colméias. Deixando claro que o desaparecimento de enxames não tem uma causa esclarecida. (Confira no link http://www.agronautas.com/artigos-tecnicos/geral/otranstorno-do-colapso-das-colmeias.html).
Outras pendengas
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ESPÍRITO SANTO Uma lei aprovada pem Vila Valério, em agosto de 2011, proibe a pulverização aérea no município. Outra lei semelhante passou a vigorar em outubro deste ano, em Nova Venécia. Em ambos os casos, continuam permitidas as pulverizações por meio terrestres. CONGRESSO NACIONAL Dois projetos de lei tramitam na casa visando a proibir a aviação agrícola no Brasil. Um deles é o PL 740/2003, do deputado federal Dr. Rosinha (PT/PR). O outro é o PL 681/2011, da senadora Ana Rita (PT/ES). Além disso, tramitam na Câmara dos Deputados dois projetos do deputado Padre João (PT/MG). Um deles, o PL 3614/2012, amplia as distancias de pulverizações, de 550 para 1.000 metros de povoações e mananciais de captação de água, e de 250 para 500 metros de habitações isoladas, agrupamentos de animais, estruturas para a criação de animais, estradas públicas, nascentes, rios, lagos ou qualquer outro manancial hídrico. O outro projeto, 3615/2012, obriga as empresas de aviação a enviar anualmente cópias das receitas agronômicas para órgãos responsáveis pela agricultura e pela proteção do meio ambiente. Justamente a mesma documentação dos relatórios enviados há 40 anos para o MAPA.
Fotos CASTOR BECKER JÚNIOR/C5 NEWS-PRESS
Em 201 todos ru
MT Cuiabá
O setor aeroagrícola brasileiro já tem compromisso agendado para junho de 2013, no Mato Grosso. O Congresso Nacional de Aviação Agrícola (Congresso Sindag) vai ocorrer nos dias 26, 27 e 28, na Estância Santa Rita, em Cuiabá (junto à BR-364, Distrito Industrial). A programação ocorre novamente em um aeroporto, no rastro do sucesso de evento de 2012, que foi em Campo Grande/MS. As inscrições para o Congresso Sindag 2013 já estão abertas no site www.congressosindag.com.br e os espaços para a feira de equipamentos e serviços já estão quase todos comercializados. “A ideia é repetirmos a fórmula de termos demonstrações aéreas e estandes com aeronaves junto como os espaços de equipamentos e serviços para o setor. Além disso, é uma maneira de colocarmos as palestras, debates e discussões com autoridades e especialistas no cenário que é familiar a todos”, pondera o presidente Nelson Paim. Os próximos passos serão a definição dos hotéis oficiais do evento (para abertura das reservas) e a preparação da grade de palestras e debates para o encontro.
O segundo maior do
O Congresso Sindag é o segundo m mundo no setor, atrás somente do enc anual da National Agricultural Aviati Association (NAAA), nos Estados Uni programação reúne empresários, pilo técnicos de todo o País, com autorida governamentais de aviação, Agricultura e Meio Ambiente, pesquisadores especialistas. “É o momento em que o personagens estão juntos para coloca os problemas sobre a mesa e buscarm soluções para o setor”, ressalta Paim
13, umo a á b uia
C
o mundo
maior do contro ion idos. A otos e ades
e os armos mos m.
Volume de negócios em 2012 chegou a US$ 4,5 milhões
GRAZIELE DIETRICH/C5 NEWS-PRESS
Congresso Sindag deste ano teve ainda como aliado o bom tempo, que ajudou o público dos debates, palestras e demonstrações aéreas chegar a mais de 850 pessoas. A movimentação de 2012 tocou forte na questão ambiental e na segurança das operações. Os negócios na exposição de tecnologia e equipamentos chegaram a US$ 4,5 milhões. Com destaque para os cinco aviões comercializados no evento - e pelo menos outras cinco vendas alinhavadas. Nos debates, os operadores aeroagrícolas pediram maior atenção do governo para que o setor. E festejaram a conquista do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 137, publicado em abril, e da Instrução Suplementar 137.201-001, da ANAC, que autoriza o uso de etanol como combustível para aeronave agrícola com motor convencional.
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Sinal verde para a pesquisa
Avaliar e desenvolver técnicas e equipamentos para reduzir a deriva nas lavouras e melhorar a eficácia e segurança ambiental da aplicação aérea de defensivos. Isso em quatro culturas estratégicas para a economia brasileira: soja, cana-de-açúcar, arroz e laranjas. Esses são os objetivos de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A expectativa do presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, é de que os trabalhos possam ser iniciados no 1º semestre de 2013. “Mas isso ainda vai depender de uma reunião com a Embrapa, para ajustes finais no projeto e planejarmos sua execução”, comenta. O projeto, que tem o nome de Desenvolvimento da Aplicação Aérea de Agrotóxicos como Estratégia de Controle de Pragas Agrícolas de Interesse Nacional, recebeu, em agosto, sinal verde da Embrapa em Brasília, que
GRAZIELE DIETRICH/C5 NEWS-PRESS
Embrapa/Sindag
solicitou ajustes em sua formatação. A execução, por parte do órgão, está a cargo do Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária (CNPDia/Embrapa), em São Carlos, São Paulo.
Defensivos, técnicas e instrumentos A Embrapa vai entrar com os pesquisadores e laboratórios, enquanto o Sindag vai entrar com pesquisador e buscar técnicos, pilotos e aviões entre suas empresas associadas. Os estudos vão ocorrer em São Paulo (laranjas), Mato Grosso (soja), Rio Grande do Sul (arroz) e Paraná (cana). Em cada região, serão avaliados os tipos de defensivos e técnicas de aplicação. Isso para se chegar ao modelo mais eficaz no combate às pragas, com menos produtos e
menor risco para o meio ambiente. A pesquisa via incluir o uso de bioindicadores, sensores nas lavouras e no perímetro das áreas pulverizadas e até o uso de aeronaves não tripuladas para monitorar as aplicações. Já a pesquisa sobre controle da deriva (que é quando a nuvem de defensivos “vaza” para fora da faixa de aplicação) vai ocorrer nos quatro Estados, para que sejam consideradas as condições climáticas de cada região.
SINDAG briga por vaga em
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comissão federal O Sindag entrou na briga para integrar a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), criada em setembro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Apesar de ter surgido “para fomentar e difundir conceitos de Agricultura de Precisão (AP) visando ao incremento de políticas para o setor”, a Comissão deixou o setor aeroagrícola de fora. A CBAP é composta por membros de 13 instituições: Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI); Associação Brasileira de Engenheiro Agrícola (Abeag); Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea); Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer); Associação
Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA); Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Fórum de Pró-Reitores de Pós Graduação (Foprop); Universidade de Santa Maria e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A expectativa do Sindag é apelar para o parágrafo 5º do artigo 1º da Portaria 852, que criou a Comissão. O dispositivo prevê que “a secretariaexecutiva pode convidar até cinco novos integrantes, atuantes no setor de Agricultura de Precisão”. A presidência da CBAP está com o representante da Abeag, José Paulo Molin. O coordenador da SecretariaExecutiva é o representante do Mapa, Fabrício Vieira Juntolli, nomeados pelo ministro Mendes Ribeiro.
Aviação agrícola defendida no Senado O alto preço dos combustíveis de aviação (que representam 32% do faturamento das empresas), a pesada taxa tributária (que come outros 25% do faturamento) e ainda o surgimento de projetos de lei tentando proibir a aviação agrícola no Brasil. Esses foram alguns dos pontos apresentados ao Senado pelo presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim. Foi em agosto, durante a décima sexta audiência Subcomissão Temporária de Aviação Civil (Cistac). Paim voltou a falar na Cistac em 14 de dezembro, quando reiterou também a necessidade de financiamento ou outro tipo de apoio para a formação de novos pilotos (que estão em falta no mercado) e a necessidade de retirar entraves que ainda dificultam o financiamento de aeronaves no País, por parte das empresas aeroagrícolas. A Cistac foi instalada em fevereiro deste ano, dentro da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.
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Sindag busca mudanças nas
regras do BNDES
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) entregou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um documento pedindo a volta dos financiamentos de aeronaves com pagamento por safra. O tema esteve na pauta de uma reunião no final de outubro, entre o presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, e o chefe do Departamento de Máquinas e Equipamentos do BNDES, Paulo Sodré. O encontro foi na sede do banco no Rio de Janeiro e teve a presença também do secretário do sindicato
aeroagrícola, Francisco Dias da Silva e do suplente da diretoria, Júlio Augusto Kämpf. Conforme Paim, a mudança de regras no Finame, pelas quais os prestadores de serviço têm acesso apenas financiamentos com prestações mensais, está dificultando a renovação e ampliação da frota pelas empresas de aviação agrícola. “O operador aeroagrícola recebe por safra e por isso não tem como pagar diferente. Ele segue o calendário do produtor a quem presta o serviço. Precisamos que o banco entenda isso e volte às regras de antes”, desabafa o presidente.
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ARGUMENTOS A expectativa do Sindag é de uma resposta positiva da diretoria do BNDES. Paim diz que o banco “demonstrou boa vontade no encontro de outubro. O presidente argumentou que o setor é importante para lavouras economicamente estratégicas para o País e opera com tecnologias de ponta. Por isso precisa de capacidade de investimento. O Brasil tem a segunda maior frota do planeta - atrás apenas dos Estados Unidos, que deve fechar o ano com um crescimento de 8%. “São cerca de 495 mil horas voadas por ano. Para isso, o setor emprega 1,4 mil pilotos, 450 agrônomos, mais de 1,3 mil técnicos agrícolas (especializados em operações aéreas) e 4 mil auxiliares. O faturamento anual gira em de R$ 936 milhões, o que dá R$ 234 milhões em impostos.”
Recuperação de Novas florestas com avião associadas de 2012
A aviação agrícola teve novo destaque positivo em setembro, na imprensa nacional. Tudo por conta do projeto de reflorestamento de araucárias, iniciativa do Departamento Estadual de Florestas e Áreas de Preservação (Defap) do Rio Grande do Sul. O órgão, em parceria com a empresa Aerodinâmica Aviação Agrícola Ltda, de Erechim, e a Universidade Federal de Santa Maria (Campus Frederico Westphalen), está testando o plantio de pinhões com uso de aeronave. A ideia é tirar o pinheiro brasileiro das espécies sob risco de extinção. A pesquisa está sendo feita em duas ilhas da empresa Tractebel Energia, situadas no lago da Usina Hidrelétrica do Rio Passo Fundo, em Campinas do Sul. No total, foram distribuídos 1,6 tonelada de pinhões em 40 hectares nas duas ilhas. Conforme o diretor do Defap e coordenador da pesquisa, Roberto Magnos Ferron, a expectativa é que germine de 10 a 20% das sementes. O que daria cerca de 500 a mil mudas por hectare. Agora, pesquisadores da UFSM vão acompanhar o desenvolvimento das plantas. Conforme o sócio-gerente da Aerodinâmica, Mário Augusto Capacchi (Italiano), que pilotou o avião que distribuiu os pinhões, ele foi procurado há alguns meses, para viabilizar a ação. “Eles (os pesquisadores) me pediram para ver como poderia ser feito o plantio.” Depois da configuração do avião com um aplicador de sólidos que não ferisse os pinhões, a busca foi por uma área para colocar o projeto em prática. “O projeto é uma oportunidade para mostrar ao público que a aviação agrícola é importante para o meio ambiente”, comenta Capacchi. O empresário aeroagrícola conta ainda que já foi sondado para outro projeto de recuperação de árvores. Nesse caso, para o plantio de espécies de palmito.
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No ano de seu 21º aniversário (comemorado em 19 de julho), o Sindag festeja também a adesão de 13 novas empresas à entidade. As boas vindas às novas associadas: Aeroagrícola Boa Safra Ltda
Tapurah/MT
Aerodinâmica Aviação Agrícola Ltda
Erechim/RS
Agrossol Aeroagrícola Ltda
Casa Branca/SP
Aliança Aviação Agrícola Ltda
Primavera do Leste/MT
Aviação Agrícola Antônio e Carmélia Ltda-ME
Janaúba/MG
Direta Aviação Agrícola Ltda
Pederneiras/SP
Ivaí Aeroagrícola Ltda
Engenheiro Beltrão/PR
Garra Aviação Agrícola Ltda
Primavera do Leste/MT Moro Serviços Aéreos Especializados Ltda
São Pedro do Sul/RS Pulvesul Aviação Agrícola Ltda
Itaqui/RS
Santo Ângelo Aeroagrícola Ltda
Pirajuba/MG
Fort Aviação Agrícola Ltda
Rio Verde/GO
Ultraer Aeroagrícola Ltda
Leme/SP
Campanha nascida
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no Facebook
Um movimento que começou em agosto, na comunidade Pilotos Agrícolas, no Facebook, está arrecadando recursos para uma campanha nacional pela Aviação Agrícola. A página é coordenada pelo empresário Dorival Conte e tem mais de 1,2 mil membros, dos quais cerca de 150 já colaboraram com a mobilização - que já passou dos R$ 100 mil arrecadados. A intenção é conscientizar autoridades, políticos, ecologistas e população em geral sobre a importância do setor aeroagrícola para a produção de alimentos, o desenvolvimento do País e para o próprio meio ambiente. A ação se espalhou rapidamente entre pilotos e empresários aeroagrícolas. A partir daí foi envolvendo também empresas de manutenção, fornecedores de equipamentos e até produtores rurais. Todos fazendo contribuições em uma das 11 faixas de valores, que vão de 250 reais para pilotos (parceláveis em 5 vezes) até
R$ 1,3 mil para proprietários de grandes aeronaves. As faixas de doações podem ser conferidas no site do Sindag (www. sindag.org.br), clicando no logo da campanha (figura abaixo). A adesão é voluntária e os valores são depositados em uma conta específica da campanha (veja abaixo). As doações recebidas são informadas diariamente pelo Facebook e o planejamento de mídia será decidido por uma comissão envolvendo Sindag e representantes da comunidade no site de relacionamento. Paralelo a isso, o Sindag já havia iniciado em junho conversações com fabricantes de aviões em busca de parcerias para uma mídia campanha nacional pelo setor. “Com essa campanha no Facebook, a ação poderá ser potencializada. Já temos algumas propostas, mas tudo será decidido em conjunto”, adianta o presidente do Sindag, Nelson Paim.
Quem quiser participar, deve fazer seus depósitos no
Banco do Brasil
Agência 661-0 Conta corrente 87743-3
Atenção: é importante colocar a identificação do depositante e enviar um e-mail com nome e valor para os endereços sindag@sindag.org.br ou sindag@terra.com.br
Entidades engrossam coro contra restrições
Classificados no site
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) engrossou, no dia 5 de dezembro, o coro de entidades que exigem do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) a suspensão das restrições ao uso pela aviação agrícola de defensivos com os ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e Clotianidina. Conforme a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, as restrições impostas por meio do Ato Conjunto MAPA e Ibama são impraticáveis devido às dimensões continentais do território brasileiro, com diferentes períodos de plantio, recomendados de acordo com as características de cada região. Ela solicitou ao ministro Mendes Ribeiro Filho o cancelamento da medida. DEPUTADOS Na semana anterior (dia 27), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), da Câmara dos Deputados, já havia se reunido, com o mesmo propósito, com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz. A ocasião, o vice-presidente da Frente, deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS), ressaltou que, caso a restrição seja mantida, a produção brasileira de grãos pode sofrer prejuízos incalculáveis devido ao ataque de pragas e doenças.
Os associados do Sindag têm um canal gratuito para anunciar serviços ou compra e venda de aviões ou equipamentos. Tratase dos classificados do site do Sindicato (www.sindag.org.br), que também recebe gratuitamente currículos de pilotos e profissionais que buscam colocação no setor. O serviço também está à disposição para empresas nãoassociadas. Neste caso a 50 reais para o anúncio simples e 100 reais na página inicial.
Feira de aviação Palestras técnicas, exposição de aviões, planadores e helicópteros, mostras de escolas, universidades e aeroclubes e atividades para o público infantil. Assim será a Feira de Aviação Civil Voar para Todos, de 2 a 4 de março, em Brasília. Será no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck. Outras informações no site www.voarparatodos.com.br
Para ficar por dentro da Aviação Agrícola:
Portal
www.sindag.org.br
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Portal
www.agronautas.com.br