Patrimonio da Comunidade - Edição 10

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nº10

Edição Especial

da comunidade www.damayaespacocultural.art.br

Informe Comercial

BAGÉ-RS Brasil Sexta-Feira

14/12/12

Onde o privado invade o público

Q

uem já visitou os países desenvolvidos, tem um desafio: Lembrar de alguma ocupação do espaço público pela iniciativa privada, na América do Norte ou na Europa, como acontece em Bagé. Seja através de construções irregulares ou de propagandas de mau gosto que invadem as ruas e praças da cidade.


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Patrimônio da comunidade

BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

Informe Comercial

Editorial /

Afetos constroem coisas belas

Uma construção sólida é fruto do amor ao trabalho, paixão, modéstia e fidelidade. Com essas ferramentas, se constroi de fato. Seja uma família, uma obra, ou, uma comunidade. E, na verdade, o material de primeira é escolhido a partir desse comprometimento. Inúmeras crônicas do jornalista Cláudio Abramo resultaram no livro a “Ética do marceneiro” e, aquela que dá nome à obra ilustra, muito bem, esse tipo de construção. Abramo ressalta que a ética de um jornalista é a mesma de um marceneiro. Ou seja, o código de conduta é o mesmo em todas as profissões. Assim, se constroi e preserva a história de uma comunidade. Agentes comprometidos com a memória e o espírito do lugar podem e devem iluminar. E, com alegria.

Luciana Cano Casarotto*

C

EXPEDIENTE

omo se mede o tempo? Por anos? Por dias? Por horas? Por conquistas? Por derrotas? Como medir o tempo que passamos nesta cidade tão singular como Bagé? Cidade que acolhemos e que nos acolheu de maneira tão afetiva... Mas a vida é dinâmica, e o que era para durar cinco, dez anos, durou menos de três. Uma pena? Pode ser. Mas uma experiência inesquecível, também. Que deixou marcas profundas na alma e na maneira de vermos a História e o desenvolvimento de nosso Estado. De entendermos razões profundas para comportamentos arraigados ancestralmente nas gentes dessa nossa aldeia. Sim, permitam-me os bageenses “da gema” de tratá-los como iguais. E a decisão de apropriação da cidade não se deu aos poucos, mas sim veio aos borbotões, sem possibilidade de qualquer resistência. E iniciou-se, sem sombra de dúvidas, pela admiração do conjunto do patrimônio histórico que enfeita seu território.

Produção

Durante o decurso do trabalho em defesa pelo patrimônio histórico, ecoando um grito antigo de socorro da comunidade, várias foram as surpresas, negativas e positivas. Muitos foram os dias de desilusão, com a nítida impressão de “nadar contra a maré”. Mas a certeza de que o caminho escolhido era o correto, que a preservação histórica e arquitetônica alia-se diretamente ao desenvolvimento de um povo, foi a responsável pela manutenção do rumo. O combustível, por sua vez, veio de pessoas especiais, sensíveis, preocupadas com nosso destino, uma vez que o desenvolvimento de um povo não pode ser simplesmente medido pelo lucro que uns têm em detrimento de todos. Como acreditar que somente a construção de prédios, com projeto dissociado da identidade de uma comunidade, tendo por preocupação exclusiva a maximação de lucros para quem os constroem, pode sobrepor-se à memória afetiva de uma comunidade inteira, à própria História? De regra, radicalismos não levam a lugar algum. De parte a parte. Hoje, olhando para trás, acredito que o tra-

Jornalista Responsável Angelina Quintana - Reg. Prof.5305 Capa Acervo do Museu Dom Diogo de Souza e Cristiano Lameira Projeto Gráfico Ana Remonti Rossi Impressão Gráfica do jornal Zero Hora -Av. Ipiranga 1075 Porto Alegre Tiragem 5000 exemplares

balho desenvolvido pelo Ministério Público no período em que estive à frente da Promotoria de Justiça Especializada, auxiliou a todos a enxergar que no meio reside a virtude. Construção de prédios, sim! Mas sempre tendo por norte a preocupação estética, arquitetônica, de harmonização com as nossas raízes. Não meros caixotes de concreto armado! Preservação daquilo que é interessante para a comunidade, com sua remodelação, se necessário, para o atingimento de novos objetivos. Não uma cidade parada no tempo, onde não se possa sequer trocar uma lâmpada, uma telha. Deixo, assim, a minha Bagé de peito aberto, com a esperança de que tenha conseguido fazer a parte que me cabia, sempre pronta para auxiliar, ainda que de longe. E, respondendo, à pergunta inicial, gosto de acreditar que a passagem do tempo se mede pelas experiências vividas. Sendo assim, os quase três anos duraram muito, mas muito mais. Quem duvida? * Promotora de Justiça Especializada de Bagé

{

Como se { mede o tempo

Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé.

Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 / Telefone (53) 3322.2874 Site www.damayaespacocultural.art.br


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BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

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O sucesso é viver

icas de D.Zuleika

“Encerrando o ano, só tenho boa notícias. A luta que travei, nos últimos seis meses, está no começo do fim. Talvez, em janeiro, eu possa dizer que venci mais essa etapa.” Estamos chegando a nossa última conversa de 2012. Foi um ano de luta, trabalho, mas o sucesso não nos abandonou. Nosso lema, resultado da nossa vivência de oito décadas, ensinou-nos: sucesso chega e é daquele que consegue ficar vivo. Paciência, a humildade, a capacidade de fazer face aos tropeços do dia a dia e as surpresas indesejadas, somados, e devidamente equilibrados chegam fácil à sobrevivência. Tudo que contamos e procuramos transmitir até agora, é que o ser humano usando seu DNA, e a herança de origem e meio, usado de forma equilibrada dá certo. Temos que ser sérios, corretos e fazer o melhor. Não existem má sorte e azar, são supertições tolas. Existe sim a vontade de fazer o certo, o bom, a decência, enfim a procura do melhor que posto em prática não há inimigo e nem mal que destrua. A verdade sobre nada principalmente num pais imaturo e subdesenvolvido como o nosso que procura desesperadamente

não se afogar na corrupção e que começa a deslumbrar a luz tênue no fim no túnel. A descoberta mágica que somos melhores do que pensamos e que podemos, é uma sensação maravilhosa ao chegarmos lá! O ser humano é imbatível desde que tenha saúde mental, o equilíbrio é a meta maior de realização de ser normal. Ao despertarmos agradecemos a herança de educação e exemplos pois temos a certeza que na hora da decisão final faremos o certo. O caminho mais fácil é sempre ilusório o que leva a algum lugar é feito de desgaste e luta. O orgulho de dizer que a escalada foi árdua mas vencemos. Chegamos a este fim de ano com a certeza de que estamos vencendo a doença, que o preço está sendo bastante alto mas não nos derrubou. Chegaremos a Bagé para nossa última visita de festas e participarmos com nossos colaboradores sempre fieis e vitoriosos e podemos levantar a cabeça contentes que todos cumprimos nosso dever.

Tudo que tentamos passar adiante foi que temos um enorme compromisso com o nosso corpo e com aqueles que nós geramos ou com aqueles que ainda pretendemos gerar. Aos jovens gostaríamos de ensinar que o nosso exemplo de comida saudável e limpa tem nos mantido inteiros não importa o quanto difícil tenha sido. Até hoje estamos ganhando das bactérias, das crises de falta total de imunidade que quase nos derrubaram e nas consequências nefastas da quimioterapia. Deram nos alguns dias de férias para recuperação, ainda não estamos bem mas já podemos sonhar com o próximo ano bem melhor. E aos da minha geração peço coragem, vontade de viver e ter sempre muitos projetos, não importa a idade que tenham. Para terminarmos esses nossos votos de Natal e Fim de Ano, vamos imitar a arte maior dos nossos dias que é o cinema: tudo acaba em happy end e o mocinho ganha a mocinha selado com o beijo clássico...

Foto Vinícius Maya

2013

em construção...

O Da MAya Espaço Cultural já prepara a exposição que acontece entre os meses de junho e julho, com a proposta de promover uma grande interação com a comunidade. Durante a rápida visita a Bagé o artista plástico capixaba, a designer Thaís Hilal e o responsável técnico pela iluminação da pousada Da Maya Antônio Mendel definiram as linhas principais do novo trabalho do artista que será desenvolvido, especialmente, pensando em Bagé e para começar no Da Maya Espaço Cultural.

Mendel, Thaís, Eulália e Hilal traçaram as linhas e luzes da exposição de inverno que vem do Espírito Santo

_A interação vai se dar através do papel feito à mão. Vamos fazer papel e história com essa exposição. O papel está presente desde o nosso nascimento até à morte. São nossos registros. Portanto, são importantes, antecipa o artista.


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BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

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Bagé faz resgate da ótica da beleza Quando os convidados do IV Festival Internacional de Cinema da Fronteira visitaram o Da MAya Espaço Cultural, em novembro, o assunto central foi a beleza do patrimônio histórico de Bagé. O diretor e fotógrafo uruguaio, César Charlone, confessou-se encantado com a marcante convivência dos estilos português e espanhol que caracterizam a arquitetura da cidade.

Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la.”

_ Isso me lembra a Colônia do Sacramento, na Argentina, e foi justamente esse tipo de arquitetura que tornou esse lugar um ponto cultural e artístico. Da mesma forma, a preservação do centro de Montevidéu foi determinante para que o Fernando Meirelles escolhesse a cidade para filmar o “Ensaio sobre a cegueira”. As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entenderem que preservar a história é investir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econômica.

- Nasci em Jequié, no interior da Bahia, e fico triste porque a minha comunidade não respeitou a nossa história. O que era interessante foi colocado abaixo para imitar as grandes capitais e construíram caixotes. Pes-

As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entenderem que preservar a história é investir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econômica.”

Foto Roberta Arozi

Enquanto o jornalista e poeta, Jorge Salomão, percorria o Da MAya Espaço Cultural e comemorava o encontro com as obras de arte, dizia-se maravilhado com a preservação do patrimônio arquitetônico e com as ruas largas.

soas ignorantes não respeitam a delicadeza das coisas. Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la. Salomão aprofunda-se na poesia e vai mais longe.

_Achei Bagé uma cidade muito bacana. Tem um frescor no ar muito bom. Parece que a população daqui já entendeu que a preservação nada tem a ver com o parar no tempo. O contemporâneo pode e, deve, conviver com a memória e a história que existe nesse lugar e esparrama-se em suas ruas largas.


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A força do abraço na resistência da identidade Foto Cristiano Lameira

“Empilhar tijolos é construção. Arquitetura é alma.” Eulália Anselmo Novembro de 2012 encerrou de forma emblemática e histórica na esquina das avenidas Marechal Floriano e Presidente Vargas. A inauguração da Casa Hermosa, no dia 30, foi a consagração de que é possível integrar preservação do patrimônio histórico com desenvolvimento. Há dois anos um grupo de manifestantes, numa tarde quente de dezembro, realizava o abraço simbólico ao antigo casarão para garantir a sua preservação. O Ministério Público interviu e respaldou a manifestação. Nesse mesmo espaço, agora preservado, instala-se uma moderna loja de móveis que ilumina o local gerando novos empregos e movimentando a economia de Bagé. O publicitário Paulo Pacheco falou em nome de seus sócios e explicou porque decidiram apostar nesse projeto. _Saí de Bagé para estudar e voltei para investir porque sou comprometido com a nossa comunidade. Abraçar essa esqui-

O escritório do arquiteto Alexandre Sant’Anna foi responsável pela intervenção contemporânea

na foi uma forma de retribuir o meu carinho à cidade. Para a irmã de Pacheco e presidente da Federação Nacional das Apaes e Secretária Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social de Porto Alegre, Aracy da Silva Ledo, essa escolha não surpreendeu a família.

Em 2010, um grupo de manifestantes cercou o prédio formando uma corrente de proteção

_Ele é o irmão que cuida da gente. Assim como cuida da família, se preocupa com tudo que se refere à comunidade. Portanto, em relação ao patrimônio histórico não poderia ser diferente. A professora Elvira Nascimento falou em nome do grupo Ecoarte ressaltando que Bagé vive um momento de resistência de sua identidade.

Foto Antônio Rocha

_Por isso é importante que os bageenses preservem suas casas e resguardem suas almas. As casas simbolizam a nossa identidade e a alma de uma cidade é feita de memória, beleza e afetos. Voltar aqui essa noite representa que a nossa luta de 25 anos não foi em vão. Ao analisar esse processo a diretora de criação do Da Maya Espaço Cultural Eulália Anselmo é bastante sintética. _Empilhar tijolos é construção. Arquitetura é alma.


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A privatização do O

processo de invasão do espaço público

_Se formos fazer um roteiro pelo mundo,

pela iniciativa privada nas principais pra-

fica difícil ver coisa parecida nos Estados

ças e ruas centrais de Bagé já começou

Unidos e Europa tipo essas construções

há décadas, mas acelerou-se nos últimos

que tomam conta do espaço público. E

anos. A empresária Zuleika Borges Torre-

olha que eu já viajei muito. Até arrisco

alba classifica esse tipo de instalação um

dizer que essa prepotência da iniciativa

falta de respeito com os cidadãos que

privada deve ser reminiscência do coro-

pagam impostos.

nelismo. Não entendo como as pessoas podem pensar que podem instalar uma barraquinha onde bem entendem e os taxistas são os que gritam mais, critica. A empresária vai mais longe em sua análise. A instalação até mesmo de caixas d’água em plena avenida Sete de Setembro é inconcebível. _Eu entendo que estão conspurcando o bom gosto da população que vai fazer Bagé entrar no Guiness Book pela mais

Acervo Museu Dom Diogo de Souza

ridícula ocupação do espaço público. Assim, ocorre uma prostituição da nossa pobre cidade. Será que é uma moda plantada? Será que existe algum brasileiro que acredita que é possível aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) com a favelização do espaço público. Pra mim, é o trunfo do mau gosto e da falta de respeito, encerra.


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espaço público

Calçadão

Praça Silveira Martins

Calçadão

Praça Carlos Gomes

Rua Melanie Granier

Praça Silveira Martins

Praça Rio Branco (Esporte)

Avenida General Osório

Fotos cor Cristiano Lameira

Rua Monsenhor Costábile Hipólito

Rua Bento Gonçalves


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BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

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Segredos e sabores no Porão

_Quando tu reciclas um prédio, ele é que tem que te dizer quem ele é. A casa vai falando junto com o garimpo. Fomos escavando e vendo que surgia um espaço maravilhoso. Durante 1,6 meses os operários escavaram 1,5 metros de profundidade. Depois, fizemos as sapatas de concreto para a sustentação. A arquiteta observa que há 4,6 meses essa mesma equipe trabalha em conjunto, sendo responsável pelas obras o Espaço Cultural, casa da estância e a pousada. A previsão é de que, até julho de 2013, a parte contemporânea da Pousada Da MAya esteja concluída com sete unidades de apart hotel. _ O desafio da nossa equipe foi manter a identidade do porão e resgatar o espírito do lugar. Além do reaproveitamento do material que encontramos, a Dona Zuleika vai garimpando coisas antigas por onde anda e a obra vai-se construindo. Mas nada disso aconteceria sem o bom gosto e a cultura da Dona Zuleika, sintetiza Eulália.

Fotos Leko Machado

uando foi realizada a reciclagem do casarão construído no Século XIX que abriga a Pousada Da Maya, o porão não existia. Havia um pequeno espaço que servia como ventilação. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pela arquiteta Eulália Anselmo em conjunto com a empresa Pampa Gaúcha, formada pelos sócios Márcio Porcellis e Wanderley Soares. Eulália explica como surgiu a ideia do restaurante “Porão”.

O ambiente requintado e acolhedor, com uma iluminação perfeita, alia-se ao cardápio sofisticado

Certificado de Origem Até mesmo o cardápio do Porão está em permanente construção, garimpando novas ideias e experimentando novos sabores. Ele vai-se aprimorando com as sugestões dos clientes, mas com a garantia de qualidade das mãos da Cheff Simone Lebedeff. Grande parte dos produtos são oriundos da Cabanha Da Maya. Como a carne de cordeiro, queijos(fontina, quartirolo, frescal, parmesão e queijo de cabra), verduras hidropônicas, manjericão e outras especiarias colhidos diretamente da

horta, azeite de oliva Arbechina produzido no Chile por Zuleika Torrealba. As massas, pães e quiches são oferecidos através da parceria com Da Castellana. _O nosso cardápio está sendo uma experiência nova que passa pelas mãos de pessoas talentosas e gosto refinado. O Porão funciona de segundas a sábados, das 18h30min a meia noite. Reservas somente com indicação, pelos telefones: (53) 3311.1874 (horário comercial) e (53) 3312.1203 (18h às 20h30min).


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Pentacampeãs brasileiras da raça Jersey retornam à Cabanha da Maya A Cabanha da Maya é exemplo. Por isso, as fêmeas da raça Jersey foram recebidas com honra de grandes estrelas, com direito a batedores e buzinaço, na chegada a Bagé nesta quarta-feira. A Cabanha da Maya conquistou o pentacampeonato como criador e o tetracampeonato com a exibição da melhor vaca da raça Jersey na 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite (Feileite), realizada de 19 a 23 de novembro, em São Paulo, no Parque de Exposições Imigrantes. Se não fosse a grande à comitiva e ao buzinaço, o boiadeiro que chegou às 14 h no trevo de acesso a Bagé seria, apenas, mais um chegando à cidade. No entanto, ele trazia estrelas como Ana Ivone Valentin da Cabanha da Maya (4 anos), Grande Campeã Nacional de 2012, em morfologia. Hortelã 831 Big Show Da Maya, a Terceira Melhor Vaca do Brasil. E, ainda, nada menos do que a melhor fêmea jovem do país, Irene 909 Dominic Da Maya, que é filha da clone Excelência, e que foi clonada de Gr CH Responses Wonder em 2010.

As grandes vencedoras da 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite foram recebidas na entrada da cidade com uma carreata

Fotos Cristiano Lameira

Na verdade, é a consagração do trabalho de todos nós. Cerca de 50 trabalhadores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos.” Chico Viera

Diante desse quadro, a Cabanha da Maya conquistou o pentacampeonato alternado como criador (2006, 2008, 2009, 2011 e 2012), e o tetracampeonato com a exibição da melhor vaca, sendo um troféu conquistado em 2008, o os demais em sequência nos anos de 2010, 2011 e 2012. Com muito entusiasmo e simplicidade, o administrador da Cabanha da Maya, Chico Viera, observa que só foi possível chegar a esse resultado porque a equipe é muito afinada. _Na verdade, é a consagração do trabalho de todos nós. Cerca de 50 trabalhadores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos. Desde os que estiveram em São Paulo defendendo a Cabanha da Maya até aqueles que trabalham, todos os dias, para criar esses animais de excelência.


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Recanto do Brasil que é berço de CAMPEÕES O patrimônio de uma comunidade não se restringe aos bens mensuráveis pelas cotações do mercado imobiliário. Por exemplo, Bagé possui um patrimônio singular e que não tem preço. A região situada no paralelo 31, a sudoeste dos ?????????.....quilômetros do território brasileiro, abriga 15 haras que se dedicam à criação de cavalos PSI (Puro Sangue Inglês), concentrando cerca de 1,6 mil animais. O que representa quase a metade do plantel brasileiro, que está em torno de 3,7 mil exemplares, criados entre os municípios de Bagé e Aceguá. Essa parte da região do Pampa riograndense oferece além da luminosidade ímpar, clima, relevo e solo ideais. O que resul-

ta em estações bem definidas, solo rico em nutrientes, com quase 400 diferentes espé-

Uma famosa lenda árabe conta que Deus pegou um punhado de areia, chamou o Vento Sul e ordenou que soprasse. Assim, Deus criou o cavalo.”

cies de plantas, e um relevo sem grandes ondulações são ideais para criação de um cavalo de corrida. Segundo os técnicos da Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida, esse conjunto serve de berço para os grandes campeões nas pistas do Brasil e do mundo.


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BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

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Uma nova forma de pensar Bagé Até a década de 80, Bagé figurava no cenário nacional como um dos pólos da criação de cavalos crioulos. Mas, já na metade dos anos oitenta, o município começou a receber o investimento de empresários cariocas do turfe. A empresária Zuleika Borges Torrealba considera que esses investidores trouxeram um frescor à mentalidade dos produtores rurais de Bagé. O que representou, ao mesmo tempo, uma abertura à cadeia produtiva. Cita, como exemplo, os investimentos no aprimoramento genético do gado de leite e corte, na vitivinicultura, produção de oliveiras e valorizou os verdadeiros homens do campo que continuam investindo no cavalo crioulo e que valorizam o trabalho.


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Patrimônio da comunidade

BAGÉ, SEXTA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2012

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A luminosidade do afeto João Telles com General Sampaio

Fotos Cristiano Lameira

A essência do Natal é afeto. Por isso, o Patrimônio da Comunidade homenageia as primeiras casas que enfeitam o coletivo em Bagé nesse dezembro de 2012. Afinal, uma casa de verdade, abriga muito mais do que paredes sólidas e iluminação interna. Aqueles que acreditam e praticam o espírito de Natal durante 365 dias, todos os anos, é que iluminam essa comunidade.

General Osório

Avenida Marechal Floriano

Bairro Jardim do Castelo

Rua Melanie Granier

Parabenizamos também a Associação Comercial e Industrial de Bagé (ACIBA) e parceiros pela iniciativa do projeto Luzes no Pampa.


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