6 minute read

AGRONEGÓCIO_jornal360_ed214

ACE-Santa Cruz reúne mulheres que atuam no agro

Um evento reunindo mulheres que atuam no setor Agro aconteceu na ACE-Santa Cruz (Associação Comercial e Empresarial de Santa Cruz do Rio Pardo), no dia 10 de novembro, com grande sucesso. O primeiro “Mulheres, descubram-se no Campo”, teve como objetivo reconhecer e fomentar a troca de informações e experiências entre mulheres trabalham na agricultura de diversas formas, seja administrando negócios familiares, compondo equipes de empresas do setor, lecionando e cuidando de plantios e colheitas.

Da escola ao plantio – Apesar de não serem reconhecidas por seu papel no setor, as mulheres têm uma grande representatividade no meio Agro. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Embrapa e IBGE, cerca de 1 milhão de mulheres administram mais de 30 milhões de hectares, estando à frente de 31% das propriedades rurais no país. Elas também ocupam 19% dos cargos de direção em empresas do agronegócio brasileiro.

Muitas mulheres ocupam função administrativa, é fato, mas também há as que cuidam de lavouras, de estufas e outras formas de produção, colocando efetivamente a “mão na massa”. Também nos deparamos que muitas profissionais que atuam em empresas e organizações, como o SEBRAE, além de professoras que escolheram o universo da agricultura e da pecuária para lecionar, inclusive com atividades práticas.

Vontade de aprender – Um dos pontos altos do evento foi a notória disposição das mulheres em aprender algo novo. De cabeça aberta, elas aproveitaram as palestras e se manifestaram também. “As mulheres, em geral, são mais determinadas a buscar aprendizado”, afirma a gestora agro do SEBRAE de Ourinhos Natalia Mitiko Aono. “Eu encontro muitas mulheres fazendo os bastidores, cuidando principalmente da administração do negócio. As mulheres dos produtores rurais são elas que mantêm o negócio organizado. Elas buscam o SEBRAE pra capacitações que permitam gerir vários aspectos do negócio, como finanças, administração, marketing, distribuição”, conta a gestora, para quem a mulher faz a diferença no Agro. “Atrás de um grande homem Agro tem uma mulher segurando as pontas. Não só administrando, como cuidando da casa, dos filhos e de tudo o mais”, garante a gestora do SEBRAE. Segundo ela, essa postura feminina de procurar por capacitação ocorre em todas as áreas de negócios e se sobressai se comparada aos homens.

“ Fiz Zootecnia porque queria trabalhar com melhoramento animal. Não tenho essa vivência de infância no campo, sou do ABC Paulista. Vim para o interior para estudar, em Botucatu. Fiz mestrado em Produção Animal eme apaixonei pelo Agronegócio durante a graduação. Hoje sou gestora de Agro do Sebrae de Ourinhos e região." Natália Mitiko Aono

Nesse sentido, as palestras que abordaram “As ações da FAESP”, em prol das mulheres do campo, o “Protagonismo feminino: do empreendedorismo ao acesso a crédito no campo”, e “Amar é se cuidar”, e “Descubra-se”, foram muito bem aproveitadas pelas participantes. O evento contou ainda com o Atendimento do Banco do Povo –um Programa de Microcrédito Produtivo, artesanatos e itens alimentícios produzidos na Fazenda Esperança, um projeto de recuperação de mulheres que funciona em um bairro rural da cidade.

Para o presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz, Antonio Consalter, o evento foi uma novidade de grande impacto, especialmente pela presença de muitas mulheres do setor. “As mulheres têm um papel muito importante no agro, sempre tiveram. É tempo de reconhecermos essa importância e promovermos a troca de experiências”, destacou.

Presente na abertura do evento, o prefeito Diego Singolani destacou a presença feminina em todos os negócios, inclusive na sua gestão. Para o presidente da ACESanta Cruz, Renan Alves, também presente na abertura do evento, o encontro visa permitiu ampliar a atuação da organização junto a setores específicos e também dentro do universo feminino.

Depois de ouvirem as palestras, as participantes almoçaram e puderam conversar, confiantes e na expectativa de novos encontros.

Ação conjunta – Para viabilizar o evento que deixou as mulheres do Agro com um sentimento de “quero mais”, foi formada uma parceria que garantiu que os convites fossem gratuitos. A iniciativa da ACE-Santa Cruz e do Sindicato Rural teve apoio da a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, SEBRAE-SP, Prefeitura Municipal, Semeadoras do Agro, CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo, SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e SEBRAE Delas.

“Nasci no Agro, sou filha de agricultor. Trabalho com meu marido no plantio de soja, milho e mandioca. E começou com estufa, que cuido até hoje. Produzo verduras e entrego nos mercados. Minha filha mais velha trabalha na Solimã. As outras duas são menores e estudam, mas quando podem, vão com o pai. É emocionante ver quantas mulheres no Agro, cada uma com o seu trabalho e vem aqui participar, ouvir as palestras. E também semear dentro do coração de cada uma um projeto." Patrícia Franciscon Ferreira

“Trabalho na agricultura familiar junto com meu marido e meus filhos, que são agrônomos. Plantamos soja e milho. Eu faço a parte administrativa e, na época da colheita, eu dou suporte pra eles no que precisarem.” Tudo valeu a pena, tanto os testemunhos, as palestras, esse da inteligência emocional eu fiquei muito interessada. Quando a gente trabalha com família precisa de uma inteligência emocional bem desenvolvida." Márcia Cristina Scarpim Gazola

"Nasci no sítio, fui criada pelo meu pai e meu avô, produtor rural. Infelizmente, a gente acabou vindo pra cidade. Hoje, sou auxiliar docente na parte prática da área de alimentos, na Escola Agrícola, a ETEC. Achei o evento maravilhoso porque tem um diferencial por ser com as mulheres no Agro. Eu recomendo, faria de novo!" Natália Aparecida Pelógia

A rotina de Taís envolve dirigir e operar maquinário pesado, plantar, colher. É assim que ela se realiza e participa do trabalho que divide com o marido e com seus dois irmãos

"Sou produtora rural. Trabalho com meu marido e irmãos. Dirijo trator, preparo a terra, faço o plantio, a colheita. Tudo que um homem faz, eu faço também. Ser uma mulher do meio Agro é gratificante demais. Você não fica sozinha. No campo você está com os pássaros, com a terra, com o sol, com a chuva quando ela vem. Gostei muito do evento. As mulheres precisam ver esse lado da agricultura, porque as pessoas pensam que é algo pra homem, mas não. A mulher também faz toda a diferença no campo." Taís de Cássia Nunes Mazini de Marchi

FOTOS DO EVENTO: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.932284891624077&type=3

This article is from: