Ano 4 | Nº 48 | Janeiro e Fevereiro de 2010 | Salvador – Bahia
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O CEPA em suas diversas atividades
CEPA – Círculo de Estudo Pensamento e Ação encerrou as suas atividades de 2009 em grande estilo, no lançamento do jornal A Voz do CEPA edição de nº. 47. Estiveram presentes Cyda Lyma, Banda Pindorama (Enivaldo Queiroz, Rafael Machado e Aldo Perroni), Camerata Castro Alves dirigida por Marcos Santana, Rosana Paulo (arteducadora contando histórias). No dia 06 de janeiro de 2010, o CEPA deu início à sua 3ª edição do Curso de Férias de Filosofia das Religiões, abordando as filosofias das religiões: Hinduísmo, Budismo, Zen-budismo, Judaísmo, Cristianismo, com introdução: Religiosidade e Religião, expostos os temas pelo Prof. Germano Machado.
Uma grande presença em novembro
Tomando posse como Presidente Antonio Luis Malafaia Santos, Vice Presidente José Pracílio da Silva Filho, Diretor Administrativo e Financeiro, Petronílio Xavier Lopes, Diretor Patrimonial e Institucional, Izabel Ceres Araújo Rosa, diretor Técnico, Adailton Andrade Oliveira. O sempre grande escotista da Bahia, Dr. Emilton Rosa tocou e cantou músicas em torno de Baden-Powell e o escotismo. Seguido de aplausos
Camerata Castro Alves
O CEPA recebeu a presença de Antonio Patury, produtor musical que já trabalhou com Daniela Mercury, Mara Maravilha, Sarajane, Frutos Tropicais, Fundador do Araketu, autor da Dança do Índio e outras músicas. Patury palestrou sobre o tema: Mercado Fonográfico Baiano. Tivemos ainda a presença da cantora Cyda Lyma. Em seguida, tivemos a palestra de Rosa Valente sobre o Espírito do Natal. No dia 04 de janeiro de 2010, o CEPA esteve presente na posse da nova diretoria do Movimento Escoteiro na Bahia.
generalizados. O Salão Nobre da Reitoria estava repleto. No dia 12 de Dezembro de 2009, o CEPA recebeu a presença dos poetas Elizeu Moreira Paranaguá e Neator Guimarrães abrindo Sarau Poético. No dia 13 de janeiro, o CEPA esteve presente no Teatro Vilha Velha, no Jardim Público, atrás do Palácio da Aclamação, participando do Show poético musical do Grupo Canto in Verso (José Abbade - Dora Bahiana - Marcelo Issa), estando presentes o Fundador do CEPA; Diretora Executiva, Rosa Valente; o Conselheiro, Antonio Constantino Pereira e filha. No dia 27 de fevereiro de 2010, o CEPA realizou no Ed. Vitória Régia suas atividades semanais com palestra do professor Germano Machado sobre o artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo de autoria do professor Emérito José de
A arteducadora Rosana Paulo contando histórias
13 de junho de 1951
Confira nesta edição Face e verso da compeƟção Arlinda Freitas Moscoso • pág. 2
Espaço do GEL pág. 3
Persistência de um ideal Germano Machado • pág. 4
CinemáƟca e psiquismo Marcos Brito • pág. 5
Religiosidade, religião e ciência Almerindo César de Quadros • pág. 6
Uma pedra preciosa entre dois amigos Caetano Barata • pág. 6
Einstein: uma revolução na visão do universo Antônio ConstanƟno Pereira • pág. 7
Que o perdão e a união familiar superem os fatos que podem ferir João Bosco Soares dos Santos • pág. 8
Assim nasceu a Psicanálise Evandro Leão • pág. 9
Souza Martins, ironizando os objetivos da Campanha da Fraternidade Ecumênica. O artigo tinha por título: Parece ingênuo a Campanha da Fraternidade ir contra o dinheiro, mas a ingenuidade derrubou a bastilha, gentileza de Teresinha Café.
Patury no CEPA.
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A VOZ DO CEPA • Janeiro e Fevereiro de 2010
Livro que chegou ao CEPA Aprendendo Filosofia – 19 ed. De: César Aparecido Nunes, Série: “Educar Aprendendo” Editoras: Papirus Páginas: 112. Trata-se de uma pequena introdução à Filosofia, na apresentação debate Filosofia o que é. Abrange 4 capítulos: 1 – As origens da Filosofia, 2 – A Filosofia Medieval, 3 – A filosofia moderna, 4 – A Filosofia Contemporânea. E traz na conclusão mostra da Filosofia como compreensão da realidade e nessa conclusão há um texto
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ompetição é palavra-chave no mundo contemporâneo, tendo ampla aplicação em todos os setores da atividade humana. As raízes da competição se encontram fincadas no instinto gregário do homem. O convívio entre as pessoas, por mais primitiva que seja a comunidade onde estejam inseridas, cria laços de relacionamento e veios da comunicação que se estreitam e expandem, na mesma velocidade do passar do tempo. O influxo da linguagem humana, oral ou simbólica, estabelece o diálogo entre indivíduos isolados e grupos sociais.
Por Mike Howitt em contry.com.br.
bem original coloca como título para refletir: Carta de São Paulo apóstolo para os Americanos. Imagina Martin Luther King como São Paulo escreveria ao povo dos Estados Unidos. Enfim, tem um glossário, mas interessante de palavras ligadas à Filosofia e uma bibliografia com alguns livros de valor sobre o estudo da Filosofia. Indica autores e livros, editora que interessam ao estudo da Filosofia da Grécia até hoje. É, portanto, um livro de utilidade para quem quer aprender ou ensinar Filosofia.
Face e verso da competição Arlinda Freitas Moscoso* Formado o vínculo, instalam-se os componentes inarredáveis da imitação e da concorrência. Imitar é procurar reproduzir, tomando por modelo e norma, algo feito com sucesso por outrem. É, tantas vezes, a maneira mais prática ou menos trabalhosa de, com menor esforço, ser atingido o objetivo visado. Todavia, mais acertado e proveitoso será a descoberta de novos percursos e estradas, que enriqueçam o mundo e embelezem a vida. Competição é a busca de idêntico objetivo, por mais de um concorrente. É, assim, a inclinação entre dois ou mais contendores de atingir com prioridade a meta desejada. A diferença se encontra, nas ferramentas utilizadas e na habilidade em manejá-las. A concorrência que se estabelece, de regra passa a constituir um estímulo à conduta dos indivíduos ou dos grupos. Mas é um estímulo dúbio: bom, enquanto exercido na forma de uma sadia emulação capaz de provocar forças e capacidades de cada um, sem descer a níveis de uma mesquinha
rivalidade. Mau, quando é reduzido a espírito de oposição e de contenda, visando não apenas a vitória, mas humilhar e esmagar o contendor. Dentro de uma visão imparcial e realista, podemos afirmar com segurança, que o espírito da competição bem direcionado está apto a gerar valores indiscutíveis, tais como: aprimoramento de execução, exploração da capacidade criativa e a contínua busca do excelente. Em verdade, a função do ato de competir, tem larga expressão sócioeducativa. Neste jogo, que estrutura a própria vida, saem ganhando todos que nele estão envolvidos: parceiros e competidores. Daí
porque, atualizados conceitos democráticos da cultura, revigorados em plena Aurora do Século XXI, encarregam ao verdadeiro espírito de competição, extraordinárias missões: Avanço e busca de novos horizontes. Quebra de muros. Passos avançados para uma civilização aberta, universal e participativa. *Arlinda Freitas Moscoso é advogada, educadora, Conselheira do CEPA, da Academia de Cultura da Bahia, Membro Honorário da Academia Internacional de Letras Artes e Ciências com sede em Buenos Aires – Argentina.
A VOZ DO CEPA • Janeiro e Fevereiro de 2010
Graciela Santos-Elgart* A noite está escura e gelada A lua azul se escondeu de nós Mas, a lâmpada do amor está sempre acesa Eu te espero na porta Cantando minha alegria Seja bem-vindo, meu amigo Aconchega-te comigo, cantemos juntos A ampulheta está quebrada E estamos sozinhos na noite Mas a lâmpada do amor está sempre acesa, Abriga-te nesta luz. *Graciela Santos-Elgart: Responsável pelo CEPA nos Estados Unidos
2 [para rito] Jose Antônio Oliveira, Célia Rodrigues & Rosana Basseto repara teu corpo, tramas de 1 bilhão de hiatos, diz é como a bola que a neve lança é como neve daquela lança daquela época daquele infante repara a dança repara & canta: lança teu corpo daquela ponte diz o teu nome em tom e quando cola da neve cola na lança o teu corpo naquela banda do mundo repara a dança enquanto diz a bola a neve repara a sombra que deixa bem leve encanta encanta encanta repara a prece homem homem repara à idade daquela era lança teu corpo daquela prancha mergulha, desce, afunda repara o verso que disse o cego repara o eco daquele velho repara o mapa o catálogo check in repara. repara. Gilson Figueiredo: cepista, editor do blog www.cepafilosofia.blogspot.com
Eu te amo
Pitangas
Celine Labrador* Disse estar parando de beber/ MenƟu/ Não escolheu as crianças/ Sim, o “Single Malt”/ Acabando o dinheiro trocou-o por vinho barato/ Que havia cartas/ Não havia/ Falei a seu filho pra ler suas cartas/ Não as encontrou em lugar algum/ Acreditei-o como víƟma/ De sua renegada esposa e mãe de seu filho, seria? Disse estar melhor/ MenƟu/ Câncer, não; talvez, cirrose. / Telefonei e ouvi-o chorar/ Presumo que senƟa falta de seu filho/ Disse: “vou vê-lo em breve”/ MenƟu/ A mensagem dizia: “Tenho más noơcias”/ “Bernard morreu sexta-feira passada”/ Disse me amar/ MenƟu?!/ Espero que não!/ *Celine Labrador: Poeta no Havai, professora, Membro do CEPA americano.
Rosana Paulo e Poethadeu Duas pitangas No mesmo galho Uma madura A outra devez Uma de um vermelho espantoso Cor da paixão A outra amadurecendo Como um jovem coração Uma está no ponto De se chupar É algo doce Seu paladar Duas diferentes belezas Dois diferentes sabores Juntas no mesmo galho Como dois amores Uma ainda não está madura Seu gosto é meio travoso Sua carne é mais rija Mas seu sabor é gostoso Como não existe o perfeito Uma da outra, se separou Uma amarga suavemente a minha boca A outra adoça os lábio do meu amor.
Os poetas, os pintores e os religiosos inspirados são os seres mais próximos de Deus, que se expressa através das suas mentes. Ser e ter Rizodalvo Menezes SER O SENH0R DO MEU TEMPO TER O CONTROLE DO MEU TEMPO! SER O SENHOR DA MINHA VIDA TER O CONTOLE DA MINHA VIDA Saber escolher o caminho aonde quero chegar, fazer o meu desƟno: saber o que quero, e lutar com fé, com força espiritual, firmeza, coragem e determinação. SER O SENHOR DO MEU AMOR TER O CONTROLE DO MEU AMOR Para que não desembeste em paixões inúteis, Em que se sofre e causa sofrimento, Pelo senƟmento ilusório de perda., Oriundo dos apegos sofredores, perigosos, Efêmeros, temporários, irreais e imaturos. SER O SENHOR DA MINHA SABEDORIA TER O CONTROLE DA MINHA SABEDORIA Para saber amar e respeitar o outro e deixá-lo ser e ter, agindo com paciência e humildade E perdoando sempre, como Jesus pregado na cruz! ENFIM, SER, EU MESMO. O DEUS DE MIM MESMO, Irmanado como todos os filhos de Deus, Único, Criador de todas as coisas do céu e terra: Visíveis e invisíveis e todos os mistérios e misérias, Que as religiões e as ciências tentam explicar, desvendá-los E solucioná-los, levando o homem ao paraíso Ou ao inferno. Quer afirmando ou negando ser o homem filho De Deus ou das forças mecânicas da natureza.
ENFIM, SER DEUS E TER DEUS, NO CORAÇÃO, NA MENTE E NA ALMA ASSUMO SER DEUS. ASSUMO TER DEUS POR TODA A ETERNIDADE, POIS VIM DA ETERNIDADE. SOU IMORTAL, FISICA E ESPIRITUALMENTE, POIS NÃO HÁ CORPO MATÉRIA/VISÍVEL, SEM O ESPÍRITO/ALMA INVISÍVEL. QUE MANTEM O MUNDO VISÍVEL, INTEGRADO E ENTRELAÇADO PARA SEMPRE IN MEMORIAM E POR TODA A ETERNIDADE DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VOLTAMOS, POIS NA CASA DO PAI HÁ MUITAS MORADAS. ACREDITEM NESTA VERDADE ETERNA E TERRENA, QUE SE FUNDEM QUE SE COMPLETAM E SE UNEM EM CEU E TERRA – PARAISO ÚNICO, DE UM DEUS ÚNICO, QUE OS HOMENS UM DIA ASSIMILARÃO EM SUA PLENITUDE!.
ESPAÇO DO GEL
A lâmpada do amor
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Persistência de um ideal
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m 13 de junho de 2011, o Círculo de Estudo Pensamento e Ação – CEPA, pensado e realizado como órgão educativo-cultural entre 49-51 e com sede própria em 51 no largo da Saúde, nº 9, chega aos 60 anos em 2011. Gostaria de proclamar à Bahia e aos baianos que já ouviram falar, já pertenceram ou já foram do CEPA, que eles estão chamados, de público, a virem à sua modesta sede na Rua Souto Dalva, 98 – Barbalho juntarem-se à nós, os que estão mantendo o CEPA em 2010, a fim de prepararmos a festividade de aniversário, sugerindo o que se deva fazer. Temos mais de trezentas pastas, mais de 40 volumes de fotos, títulos como o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro em São Paulo que, em 1990, nos ofereceu um diploma como homenagem pela indicação de Remy de Souza ao Prêmio Jabuti de Melhor Autor de Livro de Ciências Humanas. Era presidente da importante Câmara Brasileira de Livro nessa época Ary Kuflik Benkowicz; também temos Diploma da Casa da Bahia no Rio de Janeiro sendo Diretor da mesma em 1988, o inesquecível Yves de Oliveira. Passaram pelo CEPA nesses 60 anos toda a geração dos então e ainda hoje amigos de Glauber Rocha, como o prezado João Carlos Teixeira Gomes, na sede da Saúde falaram os famosos jornalistas Carlos Frederico Werneck de Lacerda e o professor Hélio Rocha. Creio que a primeira vez em Salvador que se criou um grupo monárquico, através do professor Jorge Montalvão, por aceitação democrática, pois o movimento não é monarquista, foi no CEPA.
Germano Machado* Outro fato de alto valor é que a revista CEPA Cultural que chegou ao número 31, foi considerada a melhor revista baiana dos anos 50 a 90 juntamente com a Revista da Bahia surgida em 64 no Governo de Lomanto Júnior. Foi o primeiro movimento que teve uma geração inteira estudando cinema com Jamil de Almeida Bagdede, Vivaldo Cairo que fez um livro Cinema negócio fabuloso que era crítico cinematográfico, David Salles, Paulo de Marco que escrevia crônica sobre cinema em A Tarde e enfim, José Telles de Magalhães e Luis Paulino dos Santos, que já entendiam tecnicamente do assunto a quem Glauber Rocha chamou para trabalhar com ele. O CEPA produziu nesses 60 anos elementos da UFBA, artistas e professores como João Carlos Teixeira Gomes, Jayme Cardoso, Calazans Neto, Fernando Rocha, Fernando da Rocha Perez, Ubirajara Rebouças e Paulo Gil Soares. O CEPA preparou uma geração política e de empresários com Genebaldo Correia, Edvaldo de Brito, Manoel Hermes, Luiz Gonzaga do Amaral Andrade, França Teixeira, Walney Moraes Sarmento, Rizodalvo Menezes, Theodiano Bastos, Paulo Cesar Torres e tantos outros. Fizemos a campanha O petróleo é nosso com o professor Eloyvaldo Chagas de Oliveira; estivemos nas campanhas em defesa da Petrobras com o doutor Rômulo Almeida e ainda a campanha em favor das areias monazíticas, não serem levadas das praias do sul da Bahia. Tivemos um título sob o nome Personalidade de Importância Comunitária, cujo primeiro a receber foi Dom Jerônimo de Sá Cavalcanti, OSB. Depois a
professora Maria Dulce Calmon de Bitencourt Pinto de Almeida, e, o grande Dr. Jorge Calmon e, ultimamente a professora Leda Jesuíno. Quando da reabertura do CEPA em 1981 os cepistas iniciais foram Geraldo Leony Machado, Damário da Cruz, Benedito Lacerda, Jaime Silva Lima, Frei Eliseu Vieira Guedes, OC; Petronilo Reis. Inicialmente, lançamos oito números do Jornal Grande Salvador, 10 números da Revista Logos e, sendo um movimento leigo mas ecumênico, lançamos uma Revista sobre Teologia com vários padres e pastores sobre as perspectivas teológicas no século XXI. Entre 81-91 publicamos mais de 150 livros de poesia, filosofia, teologia, educação, antologias poéticas e de crônicas, fizemos sete concursos de poesia e prosa, dois concursos internacionais em poesia e prosa em português, inglês e espanhol; fizemos uma revista homenageando Castro Alves e uma antologia denominada Castro Alves Vivo. Fizemos antologia distinguindo Cora Coralina, Zumbi, Rubem Braga, este de Crônica. Temos 2 doutores em filosofia, Walney Moraes Sarmento por uma Universidade alemã e Luciano Costa Santos por uma Universidade francesa. Tivemos cursos de filosofia na Fundação Visconde de Cayru, no Museu Geológico da Bahia e no Salão Nobre do Instituto de Música da UCSAL. Creio ser bastante para um movimento que teve pouquíssimo apoio oficial e, quando de empresários esses eram amigos nossos, pessoais ou antigos cepistas. No ano de 2010 fizemos o terceiro curso de férias sobre Filosofia das Religiões. Temos comemorado seguidamente o dia da mulher, dia da poesia, o dia do escritor. Durante vários e vários anos na Câmara Municipal tratamos sobre Castro
Alves e Glauber Rocha que nasceram ambos no 14 de março nessa data. Não poderemos nessa resenha esquecer do nome de Manoel Rodrigues Pedreira (Maneka Pedreira). Temos saudade de alguns que passaram para a eternidade como Jorge Montalvão, Clarice Mascarenhas Meireles, distinguir o espírito puro de Joalbo Oliveira. Internacionalmente, temos apoio de luta em favor do CEPA através de Graciela Santos-Elgart, Joaquim da Costa Munduruca Neto, Eduardo Mendonça, Antonio Massa. De dois anos para cá quero assinalar a presença de Antonio Constantino Pereira e Antonio Fernando Barbosa Sacramento, aos quais muitas vezes consulto, como Paulo Cesar Torres também. Finalizando, repito o que disse o grande Charles Peguy: “A fé que eu amo, diz Deus: é a Esperança.” É com esperança que lanço estas linhas através de onde for possível, mandando para A Tarde na pessoa do confrade Edivaldo Machado Boaventura, para Tribuna da Bahia na pessoa do seu Diretor Dr. Antonio Walter Pinheiro, para o Blog movimentocepa.blogspot.com, editado pelo cepista Gilson Figueiredo, para o blog aqueimaroupa.com.br, editado por Jaciara Santos; para o blog caetanobarata.wordpress.com. Tal atitude é para quem ler sinta e venha a estar lado a lado conosco ao celebrar os 60 anos em junho de 2011. Com fé em Deus e em cada pessoa pois todos têm sensibilidade.
*Germano Machado Fundador do CEPA BRASIL germanomachado83 @gmail.com
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Cinemática e psiquismo
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o exato momento em que estou preenchendo estas linhas, no meu relógio está marcando 3:24 horas da madruão gada. Muitas pessoas estão dormindo; outras com in-sônia; o vigilante em serviço, enfim, não é dessa classe de pessoas que eu quero falar, ou seja, destamenses tipos de comportamenhando o to (movimento). Olhando a, mundo que me rodeia, presencio o espetáculo que é oferecido continuamente aos meus olhos, concluo que o mundo em que vivo é um mundo em movimento: os shoppings abertos, muitas pessoas entrando nas lojas, algumas comprando roupas, outras, sapatos, um casal fazendo orçamento de enxoval novo que eles pretendem comprar. No estacionamento o entra e sai de carros e motos, e até
Marcos Brito* mesmo microônibus são constantes, eu subi o elevador e cheguei ao 3º piso e a fila do cinema estava enorme, não sei o nome do filme que iria passar e se era bom, só poss so concluir que era inédito. Saí do shopp ping, fui à praia, estava acontecendo um lual, jovens tocando violão e outros cantarolando e a outr outra metade batendo palmas palmas, cercada de bebidas e co comidas ao redor da fogueira. De repente me senti cansado sentei-me no banco da praça, no centro da cidade, avistei pessoas caminhando apressadamente pelas ruas, carros transitando por avenidas e rodovias, aviões em velocidades constantes pelos céus, mães levando os filhos para a escola... Minutos depois, me senti satisfeito após o descanso e
segui para outro local, em meio à caminhada me dei conta que eu era ponto de referência ou referencial em relação ao que considerei os movimentos a ser analisados. Minha caminhada não acabou, segui em frente e entrei em uma igreja, quando acabei de sentar no banco para ouvir a mensagem, o pregador exclamou em voz altissonante: “Desperta, tu que dormes” (Ef: 5-14), eu não estava dormindo, estava escrevendo e naquele momento minha inspiração foi embora, fechei o caderno, guardei o lápis, não fiz bem o que o conferencista pediu, porque não estava dormindo, estava outra vez cansado, desgastado de tanto escrever,
Encontros...
desgastado de tanto pensar e ver. Então me ajoelhei, agradeci a Deus e fui dormir, quando acordei vi o trabalho de minhas mãos e fiquei satisfeito...
*Marcos Brito: Cepista.
Você sabia?
O CEPA ministra palestras gratuitas sobre: Filosofia, Literatura e outros temas todos os sábados a parƟr das 14h.
Cadê você? José MarƟns dos Santos*
Karl Franz Schleu
O feiƟço da Bahia segurou você por lá segurou, segurou tanto Que não deixou você voltar. conte-me se volta Pra minha saudade acabar Vai acabar sua saudade do carnaval da Bahia pois há muito você não vê a carnavalesca sinfonia o embalo do Rei Momo e música noite e dia. Aguardo algum sinal senão eu me sinto mal durante o carnaval Qual é o seu plano conte-me se vem por favor a data do aeroplano. José MarƟns dos Santos, poeta - sem intenção de o ser; terapeuta Craniosacral e jornalista em Mateus Leme, Minas Gerais.
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A VOZ DO CEPA • Janeiro e Fevereiro de 2010
Religiosidade, religião e ciência Almerindo César de Quadros* Cada uma dessas três realidades tem sido, é e será objeto de volumosos tratados. Contudo, por mais amplos que sejam esses temas, pode-se conseguir, deles, uma visão sintética e é isto que tentaremos fazer na presente reflexão:
A
religiosidade é um sentimento genuinamente humano e talvez possa ser definida como a aspiração, de cada existente humano, de encontrar explicação para o que ainda não tenha sido explicado em cada estágio de sua evolução cultural. A religiosidade é, assim, uma importante mola propulsora de evolução da cultura humana. Porque existe, sem exceção, em cada um de todos os homens, o sentimento religioso, ou religiosidade, é universal. O mesmo não acontece com as religiões, que são institucionalizações diversas da religiosidade. Ainda que cada religião se diga, ou deseje ser universal, a simples existência de mais de uma religião nega essa afirmação, ou essa pretensão. O que foi dito em relação às religiões, pode, igualmente, ser aplicado aos respectivos ensinamentos apresentados como verdadeiros. Durante, aproximadamente, os 7.000 anos de civilização, com destaque para a Idade Antiga e para a Idade Média, só as Religiões e, às vezes, (com muito menos força, muito menos abrangência, muito menos importância), a Filosofia se encarregavam de dar explicações e respostas àquele natural anseio dos homens por explicações para atingir o conhecer da realidade que o cercava. Em cada povo, ou em cada grande conjunto de povos, havia, quase infalivelmente, um livro sagrado que era considerado o repositório de todas as explicações para todas as indagações. Razões históricas (econômico-sociais) fizeram eclodir, no Ocidente, mais precisamente na Europa, a partir do século XIV, uma ressurreição do humanismo vaidoso dos filósofos post-socráticos ou clássicos, que, malgrado a vaidade que nos impingiu, deu um impulso inusitado e
acelerado às quase inexistentes ciências experimentais. A partir daí, e até hoje, o monopólio da tarefa de explicar o ainda não explicado deixou de estar só com as religiões e os respectivos livros sagrados (Vedas dos hindus, o Tao-te-ching dos chineses; o Antigo Testamento dos judeus; a Bíblia dos Cristãos, o AlCorão dos islâmicos .....). As ciências e, em particular as ciências naturais e exatas, passaram a ser a outra fonte explicadora do que ainda não está bem claro para o entendimento humano, com a vantagem, que é típica das ciências naturais, de serem objetivas, de apresentarem um percentual de subjetividade quase insigx vírus da vaidade. E os cientistas passaram a achar que se tornariam, em breve oniscientes, onipotentes e axbsolutos. Mas..., o próprio evoluir das descobertas das ciências os levou à física relativística, à teoria das
probabilidades, à complementariedade, fazendo a onisciência, a onipotência e o absoluto voltarem ao âmbito das religiões. Com a humildade, que convém e é necessária, o campo das ciências empírico-exatas admite, hoje, que poderá levar o existente humano a ampliar, continuamente, o seu conhecimento da realidade, mas que, devido à sua pequenez
em face da vastidão do universo ele, o existente humano, jamais saberá tudo.
*Almerindo César de Quadros, mais conhecido como professor Quadros, é licenciado em filosofia, aposentado do magistério secundário da Bahia, integrante do CEPA, da ACB, do GACBA e autor do livro “Monismo x Dualismo”. almerindoquadros@uol.com.br.
Uma pedra preciosa entre dois amigos Caetano Barata* “Quando a voz de um inimigo acusa, o silêncio de um amigo condena.” (Ana de Austria) onta uma lenda que o discípulo voltou para dar conta do aprendizado da semana ao seu Mestre, chegando diante do mesmo, começou agudamente: – Mestre, aquela pedra que tu me deste sumira diante de meus olhos! O Mestre olhou-o nos olhos e disse lentamente: - Continue... - Mas, Mestre, como continue? Isso é tudo!
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O Mestre pensativamente sentou-se e disse: - Muito bem, a vida é assim mesmo, meu jovem. Vivemos, aprendemos a viver, crescemos e sempre vamos ver coisas inusitadas acontecerem. Muitas delas que nem saberemos como explicar. Precisamos apenas ter maturidade para continuarmos íntegros, ainda que poucos confiem em nossa fidelidade, mesmo que alguns estejam esquálidos de tanta infidelidade e desconfiança. Prossigamos firmes em nossos valores.
O Mestre olhou para o discípulo que ainda não entendia o ensinamento e continuou: - O mais importante não é a pedra de diamante. Mesmo sem nunca sabermos como a pedra sumiu. O valor que você tem para mim está acima de todas as pedras preciosas, um brinde à nossa amizade. Uma lágrima rolou na face do jovem discípulo... *Caetano Barata. Conselheiro do CEPA, Poeta e ativista cultural em Simões Filho
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Continuação da edição passada:
Einstein: uma revolução na visão do universo Antônio Constantino Pereira*
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m 1903, casou-se com Mileva Maric sua contemporânea na Escola. Tiveram três filhos: Lieserl, Hans Albert e Eduard. A primeira morreu ainda bebê, o mais velho tornou-se professor de hidráulica na Universidade da Califórnia e o mais jovem, formado em música e literatura, morreu num hospital psiquiátrico suíço. Em 1903 e 1904, ele publicou artigos sobre os fundamentos da mecânica estatística. Em 1905, terminou um trabalho que lhe garantiu o Prêmio Nobel de Física, em 1922, além de finalizar o texto que lhe deu o título de Doutor pela Universidade de Zurique. Entre 1909 e 1913 Einstein lecionou em Berna, Zurique e Praga. Voltou à Alemanha em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou um cargo de pesquisa na Academia Prussiana de Ciências junto com uma cadeira na Universidade de Berlim. Também assumiu a direção do Instituto Wilhelm de Física em Berlim. Em 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte, o cientista publicou “Fundamento Geral da Teoria da Relatividade”. Nos anos 20, Einstein trabalhou no campo da unificação das teorias, na teoria quântica e no desenvolvimento da mecânica estatística. Mesmo após se aposentar, ele continuou a trabalhar rumo à unificação dos conceitos básicos da física. Em 1919, separou-se da esposa Mileva e casou-se com a prima Elsa. Naquele ano, tornouse conhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar. Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de
Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou “Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral”. Em 1933, Hitler chegou ao poder na Alemanha e o cientista foi aconselhado por amigos a deixar o país, renunciando mais uma vez à cidadania alemã. Em 1933, Einstein partiu para os Estados Unidos, onde passou a integrar o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Em 1940, ganhou a cidadania americana, mantendo também a cidadania suíça. Em 1941, teve início o Projeto Manhattan, que visava o desenvolvimento da bomba atômica pelos americanos. Einstein não teve participação no projeto. Em 1945, renunciou ao cargo de diretor do Instituto de Estudos
Avançados da Universidade de Princeton, mas continuou a trabalhar naquela instituição. Apesar de atuar em prol da paz ao longo de sua vida, Einstein defendeu o desenvolvimento da bomba atômica pelos Estados Unidos, com o objetivo de frear Hitler e a Alemanha nazista. Em 1939, após tomar conhecimento de que os alemães estavam dedicando-se a um sigiloso projeto que envolvia o uso de urânio, Einstein escreveu uma carta ao Presidente Roosevelt, recomendando que os Estados Unidos se dedicassem à pesquisa nuclear. Isto resultaria no Projeto Manhattan e na construção da bomba atômica. Seus principais trabalhos são: “Teoria Especial da Relatividade”, 1905; “Teoria Geral da Relatividade”, 1916; “Investigações sobre a Teoria do Movimento Browniano”, 1926; e “Evolução da Física”, 1938. Entre seus trabalhos não científicos destacam-se “Sobre Sionismo”, 1930; “Minha Filosofia”, 1934; e “Meus últimos anos”, 1950. A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais “Por Que a Guerra?” (1933),
em colaboração com Sigmund Freud; “O Mundo como Eu o Vejo” (1949); e “Meus Últimos Anos” (1950). Uma semana antes de sua morte, Einstein assinou sua última carta que foi endereçada a Bertrand Russel. Nela, ele concordava que seu nome fosse incluído em um manifesto em prol de todas as nações que abandonassem as armas nucleares. Einstein era judeu e sempre acreditou em Deus. Ele defendeu a idéia do cosmo como produto de uma inteligência suprema, responsável pela organização da matéria e da vida. Entre 1925 e 1928, Einstein foi presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém. A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo. Ao longo da vida, Einstein visitaria diversos países, incluindo o Brasil, em 1925. Os elementos de sua genialidade são de fácil descrição: originalidade, inteligência, percepção e realizações que excedem as de qualquer um de seus contemporâneos em seu campo de estudo. Seu cérebro se constituiu ainda hoje objeto de estudo. O patologista chefe do Hospital de Princeton Thomas Harvey retirou-o durante a autopsia do corpo de Einstein, antes da cremação e sem autorização da família. Posteriormente, fotografou e dividiu em 240 pedaços, para distribuição entre diversos pesquisadores. Atualmente, encontram-se com o patologista de Princeton, Elliot Krauss, 180 pedaços. *Antônio Constantino Pereira, Engenheiro Químico, Conselheiro do CEPA.
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Que o perdão e a união familiar superem os fatos que podem ferir
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er franco, inoportunamente, pode ser afrontoso, quando o que se diz é desnecessário, inconveniente, imprudente, insistente e até doente, podendo até chegar à condição de crime, comportando Ação de Reparação por danos morais. Era, na Grécia antiga, a PARRHESIA, a prática DE DIZER, DEMONSTRAR E APARECER, nos lugares onde comumente havia as maiores aglomerações públicas, na Grécia antiga, TODA E QUALQUER VERDADE – doesse em quem doesse ou recebesse a culpa ou a carapuça quem o merecesse - com palavras, atitudes, atos, gestos e ações, não importando se esta verdade resultasse em denegrir, desconstituir, horrorizar ou afrontar uma ou várias pessoas, desprezando os mais moralizantes princípios da boa convivência social e sangrando as fontes de carinho e afeto que devem aquecer os belos e saudáveis laços familiares e comunitários. Esta prática era utilizadas pelos filósofos DAS ESCOLAS HEDONÍSTA E CÍNICA, das quais Epicuro e Diógenes de Sinope, respectivamente, foram os maiores representantes. Epicuro vomitava duas vezes por dia, por vício, e costumava escrever para mulheres alheias. Diógenes era aquele que dormia em um túnel; que andava com uma lanterna acesa em pleno dia; e que fazia xixi, cocô e outras coisas piores e mais pesadas na ÁGORA, que servia de mercado e de reunião das assembléias do povo, exatamente nas horas de maior afluência, SOMENTE PARA HORRORIZAR as pessoas, induzindo-as a acreditar; isto era um diferente caminho filosófico para dizer qualquer verdade, somente para afrontar qualquer pessoa, sem qualquer necessidade, fora de hora e sem razão, ou seja, para asfixiá-la, ofendê-la, insultá-la, injuriá-la. E injúria, difamação e calúnia são crimes previsto na Lei Penal do hoje brasileiro.
João Bosco Soares dos Santos* E, em conclusão, acreditemos e nos esforcemos para somente dizer ou comentar um acontecimento, especialmente se familiar, se for ÚTIL, PRECISO, OPORTUNO, CONVENIENTE, CONSTRUTIVO OU NECESSÁRIO PARA PROVAR UM FATO QUE PRECISA SER PROVADO. E, em reflexão, perguntemonos e explicitemos: O que é ser HEDIÔNICO? O que é ser CÍNICO? Indo-se aos vários dicionários, inclusive os editados em Portugal, os de sinônimos, os etimológicos, os de homônimos e de parônimos, encontraremos os mais terríveis e abomináveis significados, desde de injúria e difamação, que geram crimes por danos morais, a desavergonhado, impudente, descarado. CÍNICO diz respeito a CÃO, em grego; HEDONISTA pode ser aquele que se nutre do prazer de FERIR. Cínico é o que gosta de ser semvergonha, atrevido, devasso e sujo. Hediondo é o que é fétido, sórdido, imundo, repulsivo, cruel, monstruoso, indecente, imoral, pervertido. E certos fatos que talvez ninguém, além do autor, tenha visto ou nem tenha acontecido ou não tenha acontecido do jeito que se imagina, ou do jeito que se ouviu dizer, ou ainda do jeito que alguém, por ignorância, por fofoquice ou mesmo por maldade, colocou no ouvido de uma ou de alguma outra pessoa, ou, ainda, temerariamente registrou em papel ou na internet, jamais deveriam ser comentadas ou relembradas, principalmente, quando inoportunos, inconvenientes ou somente objetivam ridicularizar, humilhar ou ferir alguém, por algumas pitadas de inveja ou por querer justificar-se por suas próprias mediocridade, preguiça ou fracasso. Erro todo mundo comete: por ignorância, por estupidez, por desespero, por descontrole emocional ou por diversos outros motivos, além de vingança, e muitas vezes, por motivos inteiramente infundados e imbecis.
Também alguém pode ser vítima inocente de um acontecimento qualquer, que outro alguém tenha provocado, com ou sem culpa, ou por distração, ignorância e até por provocação irrefletida, que lhe resultem em sofrimento desastre, frustração, depressão ou decepção amorosa, familiar, estudantil, profis-sional ou social. Tudo isso e porr isso é que certas s overdades reabridoras de feridas não devem ser soltas; devem e precisam continuar a ser guardadas, essencialmente, quando elas não suscitam qualquer vislumbre de utilidade, melhoria ou construtividade ou são inadequadas ou podem gerar mal-estar. Por outra vertente, todos nós aprendemos que a família existe para plantar, cultivar, produzir, aperfeiçoar, dignizar e humanizar; para cultuar o amor, o afeto, a carícia, a solidariedade, a compreensão, o respeito e a responsabilidade individualmente e coletivamente; para consolidar o somatório de todos elementos e de todas parcelas do que há de mais fraterno e humano; para ajudar profissional, econômica, espiritual e moralmente a cada um ou todos os seus membros, com preces, gestos, atitudes, palavras e ações; para estimular, sorrir e cantar as vitórias de cada um ou de todos; para superar e fazer esquecer as falhas, os erros, as imprudências, as negligências e os desastres sopesados sobre qualquer um ou sobre todos os seus membros. E que cada um dos componentes familiares precisa ter responsabilidade coletiva, ainda que não a tenha pessoalmente.
P t t qualquer l d d que Portanto, verdade pode resultar em horripilantes e desumanos traumas pessoais, familiares ou sociais, nunca desejados, precisa permanecer bem guardada por respeito, conveniência, bom senso e sobretudo por amor. Ainda bem que “tudo passa e tudo passará porque nada do que foi será do jeito e do modo que já foi um dia”, como prega musicalmente o nosso cancioneiro, embora alguma coisa possa remanescer, como lembrança amarga ou doce, que resulte em tormento ou em alivio, porque o passado, como disse o pensador católico Alceu Amoroso Lima, “não é o que passou; mas o que ficou do passado que não passou”, E aí nos vem o CRISTO, o filhoimagem; o filho-amor; o Deus que se humanizou para celestizar a humanidade, que continua a errar, muita vez, por NÃO SABER O QUE FAZIA NEM O QUE AINDA PODE CONTINUAR A FAZER DE ERRADO, DE INCONVENIENTE, DE INOPORTUNO, surgindo no seio da história e da vida, para suplicar, NO SEU ÚLTIMO MOMENTO HUMANO:
Continua na pág. 9 X
A VOZ DO CEPA • Janeiro e Fevereiro de 2010 Continuação da pág 8:
Que o perdão e união familiar superem os fatos que podem ferir PAI! PERDOAI-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM! E o perdão, como trombetas e bênçãos de DEUS, desceu-nos do Alto, para nos conduzir a nós e a humanidade para paraísos atuais e futuros, materializando-se aqui na terra, como efetiva formatação da quádruple irmanização do carinho, amor, fraternidade e afeto, resultante da perfeita e total união familiar, ou ao Céu da esperança espiritual inesgotável, renovável
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reud, com a ajuda do único médico que concordou com ele, quando se encontraram na exposição de seu mestrado sobre histeria e hipnose, depois de ridicularizado por todos, aparece uma luz no fim do túnel: o médico fisiologista Josef Breuer, que o chama em particular e lhe dá os parabéns pela brilhante monografia exposta na academia de mestrandos. Afirma Breuer que aplica hipnose nos pacientes que atende e que gostaria de fazer uma parceria com ele. Freud não tinha paciente algum nesta nova área, apenas as observações de Charcot o convenceram. Breuer oferece um ótimo salário e o leva a conhecer seu primeiro paciente em psicanálise: Anna O., que tinha muitos sintomas e Breuer não conseguiu resolver sozinho com a hipnose. Breuer explicou a Freud o método que ele aplicava e se chamava “Catarse”, consistia em trazer o transe ou lembrança esquecida e reprimida do passado para a consciência, e ordenando hipnoticamente que ela lembre o que havia esquecido, e com isto acontecia a cura ou libertação da histeria e o paciente voltava a perceber, sentir e se mover livremente com a compreensão da causa passada que a deixou
e eterna, porque O PERDOAR É O DIVINO QUE NOS TOCA BEM DENTRO DA ALMA-CORAÇÃO, COMO ALENTO E ENERGIA, DERRAMANDO BONDADE E ESPALHANDO O ENVOLVENTE PERFUME DA PAZ-AMOR. Assim, conclamemos: Vamos nos perdoar mutuamente, porque todos nós falhamos, erramos e pecamos; porque todos nós poderemos cometer outras falhas, outras imprudências e outros erros; porque nós somos humanos, e podemos errar como Judas, que traiu Cristo, o Deus humanizado e que deve ter se arrependido; e como Pedro, o que negou o
9 Cristo-Deus por três vezes. Vamos nos perdoar para que vivamos na mais afetuosa alegria da mais perfeita e doce convivência familiar e para que a esperança sempre comande nossas relações familiares porque a esperança é eternamente renovável e inesgotável, como O SÃO ALEGRIA, O ANO, A FELICIDADE E A FÉ, mas sem nos esquecermos que só temos uma única vida. E, por final, supliquemos com fé, na busca perene dos milagres: VAMOS INSISTIR EM NOS AJUDAR, RECÍPROCA E MUTUAMENTE, COM PRECES, GESTOS, ATITUDES, PALAVRAS E AÇÕES, SEM
Assim nasceu a Psicanálise assim. Só que com a Anna O. não foi possível se fazer a cura apenas com a hipnose. Freud notou que a paciente se apaixonara por Breuer e ele não quis se envolver e passou o caso para Freud. Freud afirma para Breuer que ele precisava aprofundar mais a investigação. Freud deixa de usar a hipnose a partir deste fracasso de Breuer. Resolve tratar a paciente apenas com o método da interpretação com perguntas e respostas dadas pela paciente. Ele, depois de analisar o passado dela, descobre algo que o choca: a ligação dela pelo pai, um desejo forte que ela tinha pelo pai e a repulsa pela mãe. Freud observa que ela se ligou por Breuer e passou a se ligar também por ele, dizendo estar apaixonada por ele. Freud observou que era a doença que ela tinha no inconsciente que a deixava assim vulnerável. E que essa vulnerabilidade era uma linguagem ou comunicação do inconsciente com o objeto externo, o mundo. O amor reprimido na sua infância tenta agora se libertar em um personagem: “O PAI SUBSTITUTO”, e assim ela irá realizar seu desejo e viver cegamente, sem saber que se apaixonou por um homem escolhido pelo inconsciente e não pelo consciente
ou sua razão. Isto é o que Freud defendeu na academia depois de atender muitos pacientes enviados por Breuer e adquirir a certeza que a hipnose não resolve todos os casos de histerias. O problema da histeria não está somente nos traumas sofridos ou dores de perdas queridas, choques provocados por medo de morrer etc... O problema da histeria está na sexualidade reprimida na infância do filho pela mãe e da filha pelo pai. O primeiro amor de toda criança são seus pais de sexo oposto. Quando reprimido, ela viverá cegamente ligada a um personagem ou máscara que é a linguagem do inconsciente. Homens com medo do pai, sem saber, vivem com uma máscara sem perceber tal comportamento, e as mulheres com medo da mãe e vivendo mascaradas, sem saber a origem de seu comportamento. Freud afirmou: “A causa da histeria é a sexualidade não resolvida na infância com a mãe e o pai, Breuer e Freud.
PENSAR OU EXIGIR AGRADECIMENTOS OU RECOMPENSAS; VAMOS NOS AJUDAR COM CONSELHOS, ORIENTÇÕES E COM AJUDAS ECONÔMICAS, REPARTINDO AS VITÓRIAS, ALEGRIAS E O PÃO DE CADA DIA, COM OS MAIS NECESSITADOS, PORQUE A GRATIDÃO CONTINUA A SER UM DOM CELESTE QUE ALIMENTA E ENERGISA A ALMA, O CORAÇÃO E A VIDA DE TODO E QUALQUER SER HUMANO BOM E QUE QUEIRA E LUTE PARA SER MELHOR. *João Bosco Soares dos Santos: Advogado, Auditor e Professor. Escritor, Poeta e Trovador.
Evandro Leão* e não apenas os traumas ou choques emocionais por medo da morte, como pensava Breuer”. Freud rompe com Breuer ideologicamente por isto. E vai defender sua nova filosofia-arte, mas que ele considera científica e que não foi aceita por ninguém da esfera acadêmica da época. Por isto, hoje, o MEC não considera a PSICANÁLISE uma ciência pura e não a aceita como graduação acadêmica e sim como especialização em respeito a Freud, um homem de grande caráter. *Evandro Leão Psicanalista.
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A VOZ DO CEPA • Janeiro e Fevereiro de 2010
Explicação A Direção
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o número 46, julho e agosto de 2009, em nota da Direção explicávamos a situação do A Voz do CEPA. Declarávamos: “Assim, 3 são as possíveis saídas: ou página paga, mantida por alguma instituição empresarial ou educacional, como já fez no passado a Faculdade Apoio; ou publicidades várias, mesmo pequenas ou razoáveis ou, enfim, sair quando todos do CEPA - Diretoria, sócios, amigos conseguirem meios para continuidade, mesmo sob essas formas expostas.
No seguinte número dissemos que A Voz do CEPA não parou e houve apoio da Labomax/Laboquímica, Petrobahia e KN Informática mesmo quando não seguidamente. E agora, continuamos no mesmo objetivo apresentado no 46 reafirmado no 47. Até colocamos uma antiga frase: “Não deixe essa chama se apagar”. E é assim, também porque não recebemos verbas do ESTADO ou da Prefeitura, nem da Fundação Cultural do Estado, nem da Secretaria de Cultura, nem Fundação
Gretório de Matos, nem Fundação Pedro Calmon e, nem de qualquer órgão público, o que se conseguíssemos ou conseguirmos, é justo, bom e adequado, sendo otimistas, esperamos que assim venha acontecer. No passado, a Fundação Cultural do Estado, na adminis-
tração de José Augusto Burity ajudava a então revista CEPA CULTURAL. Dessa forma, dizemos, já que não temos fins lucrativos, como órgão educativo-cultural, continuamos solicitando colaboração de quem quer que seja através do Banco Bradesco, ag. 3551-3, conta 015770-9.
Expediente
A VOZ DO CEPA Órgão de Divulgação EducaƟvo-Cultural, Filosófico e Literário do Círculo de Estudo Pensamento e Ação – CEPA)
Comentário sobre o curso: Filosofia das religiões
Diretor Geral: Germano Machado – DRT 5312 Relações InsƟtucionais: Paulo Cesar Torres e Antonio ConstanƟno Pereira Conselho Editorial: Germano Machado, Almerindo César de Quadros, Caetano Barata, Adma Nunes, Natanael Miranda, Carlos Souza, José Abbade Nilza Silva Oliveira, Rizodalvo Menezes, Maria Arlinda Moscoso, Couto Coelho e outros. Diagramação: Maitê Coelho (maitescoelho@yahoo.com.br) Os arƟgos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. Rua Souto Dalva, 98 – Salvador – Tel: (71) 3242-0502 E-mail: cepaadmin@gmail.com e cepagefgel@gmail.com
Como Órgão EducaƟvo-Cultural sem fins lucraƟvos, colabore conosco depositando o que for possível para A VOZ DO CEPA – Banco Bradesco; Ag. 3551-3 conta 015470-9 – Shopping Baixa dos Sapateiros.
“NÃO DEIXE ESSA CHAMA SE APAGAR”
Agradecimentos Labomax À Labomax Ladeira do Hospital Santa Isabel, Nº 27 – Nazaré –Tel.: (071) 3241-7833 O Jornal A Voz do CEPA agradece penhoradamente aos Diretores da Labomax pelo apoio conƟnuado para que este Jornal permaneça existente.
À Petrobahia O Jornal A Voz do CEPA agradece penhoradamente ao Diretor Geral da Petrobahia, Luiz Gonzaga do Amaral Andrade pelo apoio que nos tem oferecido.
À KN InformáƟca Rua Rui Barbosa, 10 – Centro – Praça da Bandeira (perto da 25ª Ciretran)