REVISTA ELETRÕNICA DO CEPA
2017 – ANO 66 DO CEPA
edição JAN/FEV
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A nação brasileira contextualiza a quinta maior população do mundo e a sétima maior economia do mundo. A promoção deste status deve-se a mudança na proposta de modelo de crescimento econômico com inclusão setoriais importantes e de gênero, fazendo da conjuntura social tipicamente desigual em todas as áreas de raça a gênero. Concepções alcançadas, principalmente pela exigência de transformação do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano no Relatório de Desenvolvimento Humano, exigência do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento nos listar na 85ª posição. Ainda sendo, os avanços relativos à promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, contaram com a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O Governo Lula deu licença a estas organizações atuarem na defesa dos direitos da mulheres estribados em três bases de ação: autonomia econômica das mulheres, políticas do trabalho e ações de combate à violência contra a mulher. Para sua efetivação foram pautadas em programas para a educação, à saúde, à cultura e compromisso de integração das mulheres nas políticas de igualdade de gênero e diversidade. Com essa perspectiva foram colocados em prática mecanismos nos estados e municípios de todo o país, a partir das Conferências Nacionais para a formulação participativa e revisão dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres e Políticas de Promoção da Igualdade Racial (PNPM e PLANAPPIR, respectivamente) sendo estas organizada a cada três ou quatro anos, com o envolvimento de centenas de milhares de mulheres e homens. Em diálogo com a psicóloga Joseane Souza da Interage, a mesma levantou a propositura de organização da temática da mulher para a Revista Eletrônica do CEPA. A proposta foi acatada pela cominação dos dois primeiros meses do ano de 2017 desaguarem no mês de março dedicado às mulheres. A Revista traz em seus bojo a narrativa do nonagenário professor Germano Machado em Encontro com mulheres notáveis; a relação da mulher com a economia e a tributação da mesma, concomitante a leitura de possibilidade e exigência de olhar isonômico pelo sistema propositura do professor e advogado tributarista Milton Vasconcelos em artigo sob o título: A falácia da isonomia e a tributação sobre mulheres; passando pela temática do aborto sob a pena de Dora Diamantino, Aborto em questão: Entre o discurso da sacralização da vida e a cidadania da mulher, indo ao debate com a temática O papel da mulher na atualidade por Ana Claudia Neves, a partir de Desconstruindo Amélia, letra de Pitty e Martin; elaborando a explanação do contexto do pensamento forjado do berço à idade adulta e as atuais mudanças e quebras de paradigma; chegando aos elementos centrais da violência contra a mulher na pena da psicóloga Joseane de Souza e da advogada Patricia Strebe em artigo intitulado: A inclusão do homem autor de violência nas Políticas Públicas na área da violência contra a mulher, no qual as catarinenses abordam a necessidade de divisão das responsabilidades no processo de estabelecimento de solução da violência doméstica. E nos encontramos refletindo sobre a anorexia e bulimia no conto de Thaiz Guedes com título Chegando em com subtítulo mais que sugestivo Um olhar afrocentrado acerca da figura feminina com com a leitura de princesas e rainhas guerreiras, também chamadas Candaces através da pena da estudante de psicologia Dandara Cruz; na leitura de Velha e mulher, por que não? Encontramos questões relevantes e urgentes a nossa sociedade marcadamente fast, na qual a longevidade e a velhice parecem não tão reais; estupenda a reflexão proposta pelo insigne propedeuta Cristiano Pedreira em De como a mentira se tornou gênero partindo de Mata Hari até nossos dias, o jogo de palavras e ideias nos remete a nossa lida com a verdade e a opção de verdade; já em MULHERES de ontem, de hoje e de amanhã encontramos a análise da pedagoga Cândida Mainfre a respeito da conjuntura estrutural familiar e social, à qual, esteve e está inserida a mulher; conflagrando na inquietante contextualização de proposta trazida pelo delegado de polícia civil, Antonio Carlos Costa, apontando a educação como a ponte a caminhar para a solução; a pedagoga Cecília Peixoto nos propõe a reflexão sobre a temática nos brindando com a construção de percepção nova dos preconceitos sofridos por ser mulher e negra de três cientistas estudunidenses. Na leitura do artigo de Mayara Xavier com a proposta com subtítulo Um breve relato sobre as mulheres da atualidade... Somos levados a refletir sobre às condições de trabalho doméstico e o enfrentamento da mulher no mercado de trabalho. Boa leitura a todos!
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Encontro com Mulheres Notáveis Fundamento da existência, duas mulheres vieram ao meu encontro e, por assim afirmar, e eu lhes fui ao encontro: minha Mãe, Maria Filomena e bendita Romana que me amamentou. Duas mães, mulheres notáveis para mim... Encontro com tia Cira Jaqueira, trouxe-me a fé cristã, o conhecimento generalizado, a educação daqueles anos decisivos de 30 a 40, no mundo ideológico e político global. Participativa... Complemento, mais sentimental, encontro com Sinhá Cândida, africana de cor de chocolate: tirava-me para me levar ao subsolo da casa no ano de 56 no Carmo, ninando, contando historietas de África, mastigando fumo. Deu-me humanismo de estima e carinho... Nos anos 51 - 57... encontro no CEPA do Rosário, minha mulher Miriam Ribeiro Machado, casados desde 57 e até hoje convivemos e tivemos cinco filhos e continuamos nessa vida a durar até quando o Senhor determinar em longo percorrer... Germano Machado - Fundador do CEPA
Outras como Lili Lauria, as Sentges, Edna Saback, Marfisa Araújo outras trazidas pela mesma Miriam convidadas para participar, Cepianas.... Mulher notável que encontrei e beneficiou academicamente de forma aberta, nunca faltando as atividades, cursos, palestras, lançamentos de livros no amplo e fidalgo Salão Nobre no Instituto de Música da UCSAL - era Dulce Calmon... Encontro e reencontro com Esmeralda, amiga que, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, era secretária e me indicou Concurso que fiz, assim, vim a ensinar na UFBA durante dezoito anos... Dona Délia Portela Lima: figura com minha mãe, nos anos de 1940 de maneira decisiva. Achando-me com a garganta fechando dificultando a respiração, minha mãe lhe falou na Igreja do Carmo e ela apresentou a solução: Seu marido Dr. Portela Lima, médico, tinha tratamento na base de luz elétrica. Curou-me e sobrevivi uma vez mais... Outras tantas mulheres conheci ou elas a mim conheceram e a todas elas agradeço aberturas destinais no amplo horizonte do existir e lhes sou grato, pois assim o Senhor determinou...
Curso de FILOSOFIA DA SÍNTESE Por Germano Machado
Sobre Filosofia Sintetista, temos de ver que, segundo nosso pensamento, abrange o próprio ato pensamental e como filosofia delimita o agir do homem e o agir humano. Vê o externo como meio ambiente e o real que é o ser que se adéqua ou se relaciona. No Sintetismo, temos de partir com uma expressão de Hegel, que autores brasileiros também avaliaram, caso do próprio Farias Brito, de Huberto Rohden, do Professor José Machado SJ – tradutor de Hegel em vários textos de mais alta importância – trata-se da famosa trilogia – toda tese evidencia e necessita de uma antítese e toda antítese pede e supõe uma síntese. Quando em livros, aulas, textos, sobretudo nos cursos de Filosofia Integrativa do passado do GEF do CEPA. Superamos Integrativo por Sintetismo. A Filosotia Sintetista Procura a Psicologia, a Fisiologia, a Biologia, a Mecânica e decorrerá nessa junção o fator sintético essencial. Desta forma, no próximo ano, logo no primeiro semestre, faremos o curso sobre Filosofia Sintetista, abrangendo um estudo da Filosofia com maiores larguras. Podemos ver no livro Sintetismo – Filosofia da Síntese, já em segunda edição, o que é Sintetismo ou Filosofia da Síntese. Da página 18 à página 22, temos uma visão do que se chama Sintetismo – Filosofia da Síntese. Vamos agora resumir. O livro são anotações que apontam o cosmovisar, o mundo e o homem, comentários do universo interior no exterior, do exterior no interior. Visão do homem a pensar sobre Deus e o homem, o ser e o tempo, o tempo espaço e existência e análises de toda essa visão em várias línguas, desde o sânscrito ao germânico na origem de suas próprias essências literárias ou meras inerentes. Em Sintetismo – Filosofia da Síntese influenciam kantismo e hegelianismo, espírito de tomismo e neo-tomismo, agostinismo, existencialismo. Sempre com um toque próprio, ou seja, intuitivo/extuitivo, cordial, passional.
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A falácia da isonomia e a tributação sobre mulheres Desde 1988, com o advento da Constituição Cidadã, prevalece - ou ao menos deveria – um sistema de limites e garantias voltadas a tributação, inseridas como propósito de limitar o poder estatal de tributar. Dentre estas, destacam-se duas: o princípio da isonomia, que estabelece em linhas gerais a vedação à instituição de tributação desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente e o princípio da capacidade contributiva que estabelece a necessidade de observância de que os impostos tenham sua instituição respeitando a capacidade econômica do contribuinte. Do primeiro, depreendese que, se homens e mulheres são iguais perante a lei, resta inconstitucional a instituição de tributação maior às mulheres pelo simples fato de serem pertencentes a este gênero sexual. Do segundo, de igual forma resta inconstitucional, que ao serem igualdade em sua acepção ideal, humanista, que jamais foi instituídos, os tributos não considerem a capacidade contributiva alcançada”. Por outro lado, ao referir-se à igualdade concebida dos indivíduos, ou seja, sua real capacidade de pagamento. A em seu sentido formal considera-se apenas o tratamento legal, despeito das bem intencionadas determinações constitucionais, ou seja, trata-se de vedação ao tratamento discriminatório na lei. o Sistema Tributário Brasileiro permite a tributação desigual Em matéria tributária, a adoção do princípio da isonomia (art. graças a suas próprias características tais como regressividade 150, II, CF) deve ser compreendido em sua dupla acepção de e ênfase numa tributação sobre consumo (em detrimento da sentido sobre igualdade, vedando dessa forma o tratamento instituição de tributos sobre renda e patrimônio). Como efeito discriminatório perante a lei (sentido formal da prático desta situação, pesquisas igualdade), bem como em seu sentido material, O sistema Tributário recentes do Instituto de Estudos autorizando-se o estabelecimento de discriminações, Socioeconômicos (Inesc), Brasileiro é injusto não só apenas quando estas voltam-se a alcançar a comprovam que o sistema Tributário realização de justiça (sentido material da pela perspectiva de classe Brasileiro é injusto não só pela igualdade).Dessa forma, ao se considerar que – perspectiva de classe , mas também amparado em recentes pesquisas do IBGE (Pesquisa Nacional quando se analisa o recorte de gênero e raça, ou seja, mulheres por Amostras de Domicílios (PNAD) e Pesquisa de Orçamento negras pagam, proporcionalmente, mais impostos do que Familiar (POF) - os 10% mais pobres da população são homens brancos. Apesar de não ser explícito, tais constatações compostos majoritariamente por negros e mulheres (68,06% e são extraídas de forma indireta, afinal quando se tem como 54,34%, respectivamente) e que estes comprometem 32% da parâmetro a instituição de impostos indiretos (impostos sobre o renda com os impostos, enquanto os 10% mais ricos, em sua consumo), nivela-se em um mesmo patamar todos os maioria brancos e homens ( 83,72% e 62,05%, respectivamente) contribuintes, desconsiderando-se assim quem pode pagar mais empregam 21% da renda em pagamento de tributos, tem-se a ou menos (violando-se o princípio constitucional da capacidade constatação do quanto as noções contributiva).A guisa de exemplo, imagine-se duas pessoas: um de isonomia em matéria tributária homem branco executivo, com renda superior a dez salários não são respeitadas e, por via mínimos e uma mulher negra dona de casa, renda inferior a um obscura – o que aliás parece ser salário mínimo que vão a um supermercado comprar um litro de uma regra nesse país – legitimaleite. Sob o produto, estão embutidos impostos que oneram o se que mulheres (em especial preço final desta mercadoria e que são repassados ao negras e pobres) paguem muito consumidor de forma igual. Ao final ambos consumidores – mais tributos do que os homens, independente de possuírem rendas distintas – pagarão a mesma afinal proporcionalmente a carga carga tributária. Açodadamente, poderão indagar alguns: então tributária instituída por meio de se está cumprindo o que determina a Constituição, afinal ambos impostos indiretos onera muito estão pagando o mesmo valor de tributo, respeitando-se assim mais àqueles que possuem renda a isonomia enquanto valor constitucional. Ledo engano. Afirmamenor, o que no Brasil, se isso pois, a noção de igualdade enquanto valor infelizmente, está vinculado às mulheres negras. constitucionalmente tutelado deve ser compreendida em sua dupla acepção (formal e material), não sendo correta a compreensão da igualdade apenas perante a lei (sentido Milton Silva de Vasconcellos formal). Nesse sentido, debruçando-se sobre as duas acepções Advogado tributarista, Mestrando em Políticas Sociais e Cidadania propostas, considera Helena Costa (p. 54, 2014) ao referir-se a (UCSAL), Especialista em Direito Público (NASSAU), Professor igualdade no seu sentido material que “refere-se ao desejável universitário. tratamento equânime de todos os homens, proporcionando-lhes idêntico acesso aos bens da vida. Cuida-se, portanto, da
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Esses versos da música, de autoria de Pitty e Martin, anunciam... talvez... a vida das mulheres na atualidade... talvez, ainda, quiçá... Uma nova roupagem para a Amélia de outrora...Quero trazer uma reflexão sobre o papel da mulher na atualidade... 0020Dessas Ana Claudia Neves mulheres que assim como eu e você, precisam marcar todos os dias o nosso lugar e/ou papel Pedagoga, formada nesta sociedade tão contraditória, desigual... pela UFBA. Pós Não se trata de apagar ou reduzir as conquistas das mulheres, tampouco o valor das lutas graduada em feministas, mas de considerar o peso da psicopedagogia e conjuntura histórica nos acontecimentos Gestão escolar. diários. Trago um olhar para essa mulher que deve estudar, ir à luta, trabalhar, conquistar seu Professora/ gestora lugar ao sol... Mas para, além disso, não da Rede Municipal podemos esquecer que tem que cuidar da de Salvador. casa, dos filhos e do marido e, ainda assim, deve encontrar tempo para cuidar de si, fazer cursos de aperfeiçoamento, manter cabelos e unhas impecáveis, praticar exercícios físicos, balancear a dieta, etc. Pode-se mesmo dizer que o grau de exigência em relação à mulher tornou-se maior no conjunto de discursos dominantes de nossa sociedade: se antes a “mulher perfeita” era a que cuidava bem do lar e da família, hoje ela precisa, se destacar profissionalmente sem descuidar das questões anteriores e, ainda, ter um corpo de modelo. Como isso tudo é quase impossível (até por razões fisiológicas, nem todas as mulheres poderão atingir o mesmo padrão de beleza), prevalecendo à sensação de “incompletude”... É neste contexto, que a identidade da mulher e do homem recebe as primeiras programações culturais, pois é nela que se constroem diversos tipos de relações, de comportamentos e de condicionamentos culturais e sociais. A divisão dos papéis entre o casal para a educação dos filhos reflete os valores e as crenças da instituição familiar. Em geral, a esposa cuida do funcionamento do lar enquanto o marido trata da obtenção dos recursos materiais e financeiros para a sua manutenção. Naturalmente, cada família tem regras e valores próprios. Segundo Giddens (2000), as famílias desenvolvem um currículo oculto de ensinamentos. De qualquer modo é, comum na pedagogia familiar do Ocidente que as meninas, ainda no berçário, ganhem brinquinhos e vestes cor-de-rosa e que recebam um pequeno laço de fita nos cabelos, logo após o primeiro banho. Assim, daquele momento em diante, instala-se na vida daquela pequena mulher o início do aprendizado dos rituais de beleza que deverá fazer parte de sua identidade feminina durante toda a sua vida. Para os meninos, entretanto, são outras as regras. Devem aprender desde muito pequenos a não chorar, a serem duros com relação aos seus sentimentos. Aprendem, além disso, a revidar aos ataques externos e também são incentivados a tentativas sexuais com o sexo oposto. Em suma, do mesmo modo que as mães trabalham a vaidade em suas meninas, os pais desenvolvem a violência e a sexualidade nos meninos. O caminho percorrido pela figura feminina em busca de oportunidade, reconhecimento e igualdade foram árduo, lento, principalmente, porque contou com os empecilhos da instituição de maior poder, a Igreja Católica. Assim é possível constatar, que a mulher deixou de ser um sujeito passivo na sociedade e passou a ser um agente ativo, defensora de ações e argumentos em defesa de sua nova postura. Quebrou com muitos dos paradigmas impostos pelo ideal “falocêntrico” e patriarcal reconhecendo seu importante papel na sociedade que antes era resumido apenas à sua condição de mãe e esposa. Descobriu o poder de sua sexualidade e da escolha de seu parceiro, “assim como percebeu toda a ‘‘jogada” de interesse que estava por trás dos casamentos que até então, era escolhido por sua família. Embora ainda sofra com as heranças históricas do sistema social patriarcal.Com o tempo, graças às lutas promovidas, a mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais, abandonando a figura de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho, cargos importantes em empresas e estruturas hierárquicas menos submissas. A mulher atual passou a conduzir suas ações e se tornou multifuncional, bem resolvida, tendo em primeiro lugar sua liberdade e uma melhor condição de vida, sem deixar de lado sua feminilidade. Mais que isso, assegurou seu direito à cidadania, legitimando seu papel enquanto agente transformador. Sua participação nas últimas décadas tem sido um dos fatos mais marcantes ocorridos na sociedade brasileira: Entre os brasileiros que trabalham, as mulheres são quase a metade, e são responsáveis pelo sustento de
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aproximadamente 33% das famílias no Brasil. Tudo isso conseguido inicialmente quando nos fins dos anos 60, foi franqueado a elas o ensino popular. A chefia da família feita por mulheres também foi uma conquista. Ela se deu desde muito cedo, normalmente quando elas passavam por dificuldades econômicas por terem sido abandonadas. Quebrando então com a ideia da medicina social que dizia que as características femininas eram a fragilidade, o recato, o predomínio do afeto sobre o intelectual, a subordinação da sexualidade e a vocação maternal. Já o homem era caracterizado por força físico, autoridade, empreendedorismo, racionalidade e uma sexualidade sem freios. Apesar de uma maior presença no mercado de trabalho, ainda há uma desigualdade no que se refere aos diferentes gêneros. A mulher, em muitos perfis familiares, acumula tanto as funções trabalhistas quanto as domésticas e até as maternas, ficando, muitas vezes, sobrecarregada. Além disso, o número de mulheres ocupando cargos de nível superior nas empresas ainda é menor, embora elas constituam a maioria apta a pertencer ao mercado de trabalho, com salários ainda menores do que o dos homens na sociedade atual, fator que fica ainda mais crítico quando nos referimos às mulheres negras e isso é outro capitulo...Para que este cenário comece a mudar é necessário que se instale um discurso de resistência e a palavra de ordem é a adaptabilidade às novas formas de discurso do gênero feminino. Há que transformar o discurso masculino de opressão em discurso de respeito a uma nova mulher: determinada, forte, que adota um projeto reflexivo de vida que implica responsabilidade pessoal. Cada mulher é aquilo que ela faz de si própria, assegura Giddens (1991). Assim, a identidade feminina na pós-modernidade assume postura, tipicamente, capitalista, independente economicamente, que consome e dita às leis no mercado, inclusive nas relações com o sexo masculino. Não aceita mais ser a escolhida, deseja também ter o direito de escolha com as exigências de quem também detêm o poder em suas mãos. Essa nova mulher trabalha, possui salário próprio, sustenta-se e não depende exclusivamente do sexo masculino para sobreviver. A nova identidade da mulher agora se confronta com um mundo instável, em crise de valores, fragmentado, sem direção clara sobre o que ser, o que fazer, o que sentir e pensar, de como viver uma vida significativa e plenamente realizada. Esse novo contexto criado pela pósmodernidade coloca o sujeito diante de uma multiplicidade nunca vista de escolhas e de oportunidades, traz também à cena a possibilidade de análise, do autoconhecimento da mulher, do seu corpo, da sua vida e do que fazer dela. Traz também indicações de como se relacionar com o outro e uma nova concepção de destino como algo aberto, a ser preenchido pela interação de desejos e de liberdades da vida de cada um.
Referencia bibliográfica: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/2015/07/os-desafios-de-ser-mulher-e-negra-no.html Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354www.africaeafricanidades.comSecretaria Especial de Políticas para as Mulheres. II Plano Nacional de Políticas paraas Mulheres, 2008MORAE, E. Ser mulher na atualidade: a representação discursiva da identidade feminina em quadros humorísticos de maitena. In TASSO, I., and NAVARRO, P., orgs. Produção de identidades e processos de subjetivação em práticas discursivas [online]. Maringá: Eduem, 2012. pp. 259-285. http://books.scielo.orgA Subjetividade Feminina Na Atualidade: Um Levantamento De Como A Mulher Se Percebe Diante Dos Papéis Assumidos Por Ela. 2011 http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0249.pdf
O concurso que elege a mulher “gordinha” mais bonita da Bahia abriu inscrições nesta terça-feira (21). O cadastro pode ser feito pelo site da competição, até o dia 16 de março. A inscrição é permitida para mulheres com manequim entre 46 e 60, que concorrerão em duas categorias: tradicional (18 a 35 anos) e sênior (36 a 55 anos). O concurso acontece no dia 19 de março, no bairro da Ribeira, em Salvador. A vencedora do concurso, na fase baiana, representará o estado na etapa nacional, marcada para maio, no Rio de Janeiro. A primeira colocada ganhará mil reais, passagem e hospedagem durante a fase final da competição, contrato de um ano de trabalho com a agência Plus Produções e book fotográfico.
Site da organização
http://www.amaisbelagordinhadobrasil.com.br
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A inclusão do homem autor de violência nas Políticas Públicas na área da violência contra a mulher Começamos o ano de 2017 com uma notícia que assustou toda a sociedade brasileira: Homem mata a ex-mulher e mais 10 pessoas em uma festa de réveillon em Campinas. Muitas reportagens e comentários foram feitos procurando entender os motivos que poderiam ter levado ele a cometer tal crime e agir com tanta violência. Esse discurso, geralmente, estava impregnado de uma visão reducionista, simplista e dualista, o qual, determina a figura da vítima e do agressor. Mas, nosso objetivo aqui é trazer uma Joseane de Souza compreensão relacional da violência Psicóloga, Doutorado em doméstica, femicídio ou genocídio, como Enfermagem Psiquiátricaquerem chamar este fenômeno. Nós USP, Pós Doutorado em optamos pelo termo violência doméstica, Psicologia UFSC, Diretora pois nossas ideias serão fundamentadas na da Associação Psicointerage Lei nº 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha. Esta lei foi sancionada como uma resposta tanto a uma agenda feminista que lutava para a criação de políticas públicas que combatesse a violência contra a mulher e reconhecesse esta forma de violência como uma afronta aos direitos humanos da mulher. E, como por consequência da condenação sofrida pelo Brasil na Corte de Justiça da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela denúncia realizada pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher Cladem e pelo Centro pela Justiça e Direito Internacional - Cejil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o famoso caso da farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes que ficara paraplégica após uma das duas tentativas de homicídio que sofrera do ex-marido, mesmo após ter denunciado atos de violência que este praticou contra ela1 .Como dito acima, a visão dualista (vítima versus agressor) empobrece a compreensão do fenômeno da violência doméstica e muitas vezes direciona as políticas públicas para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas focadas principalmente nas vítimas e ações punitivas para o autor da violência.Autores, como Lopes e Leite (2013), apontam para a necessidade de complexificarmos o modo como estamos analisando estas relações e para trazermos uma compreensão baseada na perspectiva da opressão de gênero que estabelecem a relação de poder entre homem e mulher, conduzindo o homem a ser o agressor e a mulher a subordinação/vítima. Afirmam, ainda, que é preciso romper com esta lógica binária e punitiva para construirmos outras formas de atuarmos neste contexto. Segundo a visão sistêmica, a violência doméstica é compreendida como um fenômeno complexo produzido por fatores individuais, sociais e culturais (Zuma, 2002).O estudo da OPAS (2004) relata que a pessoa que vive em um contexto violento, apresenta maior risco de sofrer desordens alimentares, alcoolismo, uso de drogas, estresse póstraumático, depressão, ansiedade, fobias/pânico e baixa auto-estima (Heise, Ellsberg & Gottemoeller, 1999). Portanto, devemos pensar em intervenções que possam focar todos os envolvidos na situação de violência doméstica, não somente na vítima, mas também na criação de centros de reabilitação e educacional para os homens autores da violência, ações direcionadas para as ex e atuais companheiras, para os filhos e para toda comunidade, que alimenta esta relação na medida que reproduz os valores do sistema patriarcado ( Saffioti, 2004). Neste sentido, a Lei Maria da Penha inova ao tratar da violência doméstica e familiar contra a mulher ao estabelecer que não é apenas a violência física que faz parte do escopo da lei, mas também a psicológica, sexual, patrimonial e moral, todas devidamente definidas nos incisos do art. 7º. ao determinar políticas públicas para combater esta forma de violência, tanto através de pesquisas, capacitação dos profissionais envolvidos, desenvolvimento de campanhas, inclusão do tema nos currículos escolares entre outras diretivas expostas. No art. 8º e incisos; a mulher ser incluída em programas assistenciais em qualquer esfera de governo - § 1º do art. 9º, direito a prioridade na remoção, se servidora pública, ou manutenção do vínculo de trabalho se houver a necessidade de afastamento da mulher por conta da situação de violência - § 2º do art. 9º; determina que seja dada medidas protetivas a mulher e enviá-las em no máximo 48h para que seja apreciada pelos magistrados.Os artigos 11 e 12 refere-se a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher com competência mista, cível e criminal - art. 14; ao criar as equipes multidisciplinares que possuem como competências definidas no art. 30, entre outras, desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a parte ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes; ao prever e estimular que sejam criadas redes de amparo a mulher em situação de violência, com integração dos diversos órgãos governamentais e não governamentais, municipais, estaduais e federais, como centros de referência, casa de abrigamento, entre outros descritos no art. 35 da lei.Mas pode ser considerada uma das maiores inovações da lei, conforme Lopes e Leite (2013) a criação dos centros de educação e de reabilitação para os agressores (art. 35, V) e a alteração na Lei de Execução Penal facultando ao juiz que determine ao agressor comparecer, de forma compulsória, em "programas de recuperação e reeducação" - art. 45, já que visam promover uma verdadeira transformação da relação violenta ás duas partes, vítima e agressor, precisam de auxílio.Apesar de já anteriormente existirem programas deste tipo, é com a promulgação da Lei Maria da Penha que estes programas ganham maior relevância na discussão no enfrentamento á violência contra a mulher e pode vir a ser uma imposição judicial, como dito acima. O fato de
A pessoa que vive em um contexto violento apresenta maior risco de sofrer desordens alimentares, alcoolismo, uso de drogas
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Sobre a construção desta lei, sua relação com as lutas feministas e o caso Maria da Penha ver, entre outros: BARSTED; 2011 e SANTOS; 2008.
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estar normatizado na lei, legitima política e juridicamente esta nova maneira de enfrentar estes crimes, buscando uma reflexão, reeducação dos considerados agressores, ao invés ou concomitantemente à prisão, que não é mais capaz de reabilitar aqueles que ingressam no seu sistema. Mas a lei não estabelece, de forma clara como seriam estes programas, nem conceitua os termos, usando algumas vezes como sinônimos termos que em si são diferentes ( LOPES, LEITE; 2013).A idéia de atender homens autores de violência está sendo aplicada no Brasil na elaboração de grupos educativos e reflexivos com diversas metodologias e perspectivas teóricas com homens. O foco destes grupos é proporcionar discussões e reflexões sobre: a responsabilização dos homens autores de violência doméstica, a masculinidade e as relações de gênero, enfim desconstruindo as crenças fortalecidas pelo sistema patriarcado que causam sofrimento tanto para homens quanto para as mulheres.Diferente do caráter punitivo, busca-se nos grupos educativos trabalhar com os fatores relacionados na construção do comportamento violento. Acreditamos que somente através de atividades que centralizem a dimensão da subjetividade dos indivíduos envolvidos no contexto da violência que eles poderão participar ativamente do processo de transformações de suas percepções e comportamentos. Basicamente, pretende-se trabalhar com os homens autores de violência de maneira sistêmica, atuando nos aspectos da masculinidade que sustentam o comportamento violento como dispositivo de poder, para que eles possam substituir o comportamento violento pelo diálogo. Os profissionais devem desenvolver atividades para que o sujeito possa reconhecer suas dificuldades e possa aprender a lidar com elas, construindo outra jeito de se relacionar.As ações das políticas públicas que têm excluído os homens, além de ser reducionistas, não tem sido eficazes para romper o ciclo de violência doméstica. Desta forma, busca-se o engajamento da população masculina na promoção da eqüidade de gênero e nas ações pelo fim da violência de homens contra as mulheres. Contato das autoras: josisol@hotmail.com Referências: BARSTED, Leila Linhares. Lei Maria da Penha: uma experiência bem-sucedida de advocacy feminista. Lei Maria da Penha: comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 13-38, 2011.BRASIL. Lei nº 13.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §. 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; altera o Código de Patricia Castellen Strebe Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 8 AGO. Advogada, Mestranda em 2006.HEISE, L.; ELLSBERG, M.; GOTTEMOELLER, M. (1999) «Ending violence against women», Population Reports Políticas Pública UNIVALI 27(4), p. 1-43.LOPES, Paulo Victor Leite; LEITE, Fabiana. Atendimento a homens autores de violência doméstica: desafios à política pública. 2013.PRATES, Paula L.; ANDRADE, Leandro F. Grupos reflexivos como medida judicial - Itajaí -SC para homens autores de violência contra a mulher: o contexto sócio-histórico. Seminário Internacional Fazendo Gênero, v. 10. 2013.SAFFIOTI, H. (2004). Gênero, Patriarcado e Violência. (2004) São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.SANTOS, Cecília MacDowell. Da delegacia da mulher à Lei Maria da Penha: lutas feministas e políticas públicas sobre violência contra mulheres no Brasil. 2008.ZUMA, Carlos Eduardo. A visão sistêmica e a metáfora de rede social no trabalho de prevenção de violência intrafamiliar em comunidades. Trabalho apresentado, com o mesmo título, na mesa redonda Os desafios da intervenção sistêmica no contexto social do V Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, Salvador, BA, 2002. Publicado em Nova Perspectiva Sistêmica, ano XIII, n. 23, fevereiro de 2004.
Major baiana é homenageada no Senado Federal
Uma sessão do Senado Federal pelo Dia Internacional da Mulher homenageou cinco mulheres, que receberam o Diploma Bertha Lutz pelo reconhecimento de sua atuação na defesa dos direitos da mulher e das questões de igualdade de gênero, nesta quartafeira (8). Entre as homenageadas, a comandante da Operação Ronda Maria da Penha na Bahia, major Denice Santiago do Rosário, dedicou a premiação a todas as mulheres baianas. “O mais importante de tudo isso é a possibilidade de inspirar as mulheres baianas e dizer a cada menina negra de periferia que elas podem e devem investir nelas, na sua valorização profissional e pessoal”, afirmou a major. A Ronda Maria da Penha, sob o comando da major Denice, zela por mais de 600 mulheres baianas. “As mulheres podem contar sempre com esta comandante e com toda a tropa que está lá. A nossa missão é protegê-las, mas, para além disso, é tornálas cada vez mais fortes, mais empoderadas, para que rompam de uma vez com o ciclo de violência e sigam suas vidas como cidadãs que merecem respeito e dignidade”. O pioneirismo deste trabalho tem dado bons resultados e a intenção do Governo do Estado da Bahia é seguir ampliando os municípios de atuação. “Denice tem feito um trabalho memorável e, atendendo a recomendação do governador Rui Costa, temos buscado dar toda condição para que essa atividade se desenvolva não só na capital como no interior”, comentou o comandante do Policiamento Especializado, coronel Lázaro Raimundo Oliveira, ao representar o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, na cerimônia. A senadora Lídice da Mata, que indicou Denice ao prêmio, fez questão de ressaltar a força, a garra e a coragem com que o trabalho da Ronda tem sido feito na Bahia. Texto: Secom – Secretaria de Comunicação Social – Governo da Bahia Fotos: Camila Peres/GOVBA
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Questão de gênero...
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Encarou sete mulheres em nove rodadas!
A chinesa Hou Yifan aos 14 anos já era um fenômeno do xadrez., tornando-se a mulher mais jovem da história a obter o título de Grande Mestre do Xadrez. Hoje, é líder do ranking e atual campeã mundial. Mas Yifan também se destaca na luta pela igualdade de gêneros no esporte. Usa sua fama para isso. E virou notícia mundial ao perder um jogo de propósito no último fim de semana. A chinesa era um dos principais nomes do Aberto de Gibraltar. Queria aproveitar para enfrentar jogadores homens, maioria no torneio, para testar seu xadrez em um nível acima, já que hoje se destaca sobre as mulheres.
Um protesto no enxadrismo!
No entanto, numa coincidência que a deixou revoltada, ela encarou sete mulheres em nove rodadas. Como a organização disse que nada podia fazer, já que utilizou o sistema suíço reconhecido pela federação internacional, Yifan decidiu perder de propósito seu jogo. "Enfrentar sete mulheres nas primeiras nove rodadas me deixou muito triste, porque foi um pareamento inacreditável e muito esquisito", disse ela após a partida. Yifan desconfia que os organizadores forçaram jogos entre mulheres. Nos ú ltimos meses, ela tem se tornado uma das principais vozes para igualar as condições de mulheres e homens no xadrez. Tanto que, segundo a imprensa especializada, já anunciou que não defenderá seu título mundial Extraído de http://es.chessbase.com/post/gibraltar-r10-hou-yifan-2017 femininos não enquanto critérios dos torneios sejam igualados aos do masculino. No Aberto de Gibraltar, por exemplo, ela acabou enfrentando mulheres de pontuação parecida à dela, mas de nível técnico muito inferior, já que os homens de seu nível têm pontuação maior por culpa dos critérios diferentes. Esse é o centro de sua indignação. O contexto, então, motivou a chinesa a chamar a atenção para sua causa. "Em um torneio como esse [entre homens e mulheres], nós queremos mostrar nossa melhor performance e oferecer jogos realmente interessantes para os fãs. Espero que no futuro tenhamos situações 100% justas", protestou. Segundo árbitros independentes, no entanto, a escolha de sete mulheres em nove rodadas foi totalmente resultado do sistema suíço que leva em conta a pontuação de cada um, sem manipulação humana. Isso, no entanto, não convenceu a chinesa. Para perder o duelo com Babu Lalith, Yifan forçou cinco jogadas desastrosas logo no início. Agora, ela espera ter mais força em sua batalha por um sistema parelho entre homens e mulheres. A chinesinha pode até ter exagerado, mas consigo entender o seu gesto. A relação FIDE e Federação Chinesa de Xadrez não vai lá muito bem, afinal Hou Yifan não concorda com o formato da FIDE com relação ao Mundial Feminino e tudo indica que ela não vai comparecer ao Mundial e perderá o título. Extraído de Chessbase.
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1- Qual o Start que lhe impulsionou para a sua compreensão em ser um Coach? R: O meu desejo de ser Coach surgiu através da compreensão de que essa nova filosofia que também é uma metodologia me levaria a realização da minha missão de vida: ajudar as pessoas a encontrarem o seu grande porquê (proposito de vida). 2 - A senhora se aposentou como educadora. Existe alguma relação entre o Coach e a Orientação Educacional? R: Na minha expertise como educadora essa relação existe, embora sejam contraditórias na minha visão e atuação hoje: como OE eu orientava o educando a tomar as decisões e como Coach a minha função é conduzir o cliente (coachee) a encontrar as suas próprias respostas, já que as mesmas se encontram no seu interior. Oportunizando-o a ser o protagonista da sua história. 3 - É possível a ação do Coaching em grupo? R: Sim. O Processo de coaching em grupo é absolutamente possível e necessário em algumas circunstâncias: Relações interpessoais na Empresa; Liderança X Liderados; Orientação Vocacional; Coaching Motivacional. 4 - Ao nosso leitor(a) atento (a) seduzido por esse processo. Desejando iniciar uma autotransformação, quais os conselhos gerais a senhora os daria? R: Iniciar um Processo de Coaching através do qual ele partiria do seu Estado Atual para o seu Estado desejado, ou seja, buscando assim a realização dos seus sonhos: a sua autotransformação ocorreria pela promoção do seu autoconhecimento, potencialização das suas habilidades, superação dos desafios e das suas crenças limitantes. Determinação e Foco em seus objetivos, para alcançar o sucesso. 5 - Freud propôs atenção a transferência e contra a transferência. Como a senhora entende essa fundamentação entre Cochee e o Coach? R: No processo de Coaching essa transferência pode ocorrer de forma: negativa, erótica
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restritoras no sentido de compreender as suas carências. Quando a transferência é positiva, torna-se altamente benéfica, facilitando o Processo e fortalecendo a interação o rapport entre o Coach e o Coachee. 7- Quais são as principais benesses que o Processo de Coaching proporciona ao coachee? R: É um processo de investigação, reflexão e conscientização; Descoberta pessoal dos pontos fracos e das qualidades; Aumento da consciência de si mesmo; Potencializa a capacidade de se responsabilizar pela própria vida; Estrutura e foco; Feedback realista; Apoio. 8- Já aconteceu alguma situação em que a senhora não teve o resultado esperado? R: Não. 9- Qual o objetivo da ferramenta Roda da Vida, para o autoconhecimento do Coachee? R: É um instrumento de autoavaliação do grau de satisfação do cliente em todas as áreas da sua vida: pessoal e profissional. 10 - Quais os métodos de divulgação do Processo de coaching neste mercado tão novo? R: Os métodos de divulgação que eu utilizo são: Markentig digital, Palestras, Cursos Online, publicação de livros e textos, tornando-me autoridade e referência no mercado. 11- Atualmente, a senhora está se dedicando a algum projeto? R: Sim. Só um? (risos) Vários outros, além da produção de um E-book, Coaching Vocacional em grupo e individual, Projetos de autoajuda e Relação interpessoal na empresa (Liderança). 12- Aproveitando o momento, seria muito proveitoso promover a curiosidade do nosso leitor sobre o seu E-book, esclarecendo sobre o teor do mesmo? R: (Risos) Despertando no leitor o desejo de sair da sua Ilha do Terror (Estado Atual) para a Ilha da Felicidade (Estado desejado) por meio de uma leitura reflexiva, identificandose com os relatos, conectando sua essência (sua centelha divina) com a minha mensagem, através de um RAPPORT fortalecedor. 13- Qual o prazo de finalização do livro da senhora? R: Noventa dias de imersão em meu processo de criação, impulsionada pelos insights, ideias e pesquisas potencializadoras. Fundamentadas também nas minhas experiências vividas. 14- Além do E-book, dos convites e dos demais projetos. Quais as perspectivas para 2017 em sua vida? R: Continuar a cumprir com a minha Missão de Vida, como Life Coach (Coach de Vida): Continuar ajudando as pessoas a encontrarem a sua realização em todos as áreas da sua vida.
e positiva (Freud). Sendo a transferência uma espécie em fantasia de ambas as partes, quando negativa pode ocasionar um bloqueio ao Processo, por resistência de uma das partes. Quando a transferência tem uma fundamentação erótica, trata-se de uma fantasia ou de uma carência afetiva cabendo ao coach utilizar ferramentas adequadas que leve o coachee a desenvolver o autoconhecimento e autoestima, eliminando suas crenças
15- A senhora poderia nos oferecer uma mensagem motivacional para os nossos leitores? R: Prezados leitores, mantenha o foco e a determinação, alinhando sempre os seus valores e princípios, vivendo, amando, aprendendo, ensinando e deixando o seu legado. Agradecendo sempre à Deus e procurando vivenciar os aspectos da sua vida em toda plenitude, colocando o AMOR e o PERDÃO afrente das suas ações. Um cordial abraço.
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TamoJuntas realiza Roda de Diálogo "Feminismo e Religiosidade" Aconteceu o primeiro evento do ano de 2017, no sábado Mutirões de Atendimento Lei Maria da Penha. A organização temáticos, o tema escolhido partiu da escolha de muitos Feminismo e Religiosidade a fim de debater como o religioso e exatamente por isso muitas mulheres são denunciarem. Entre as mudanças ainda houve mudança no do Cabral, este ao quartel da
(04), o encontro do Coletivo TamoJuntas, após 7 (sete) refez o encontro para um novo formato, uma Roda de Diálogo pedidos dentre as presentes nos mutirões de 2016: Patriarcado e o Machismo são fortalecido pelo componente silenciadas, violentadas e impedidas pelas religiões de local do encontro, o encontro que em 2016 aconteceu na Rua ano tem novo local agora na Rua da Mangueira, 73, próximo Mouraria.
Estiveram presentes para um café da manhã delicioso e seguindo da mesa proposta a partir das 9h, contando com as enriquecedoras para o debate, a saber: Sônia Mota Pastora presenças da Igreja Presbiteriana Unidade e Diretora Executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), a Advogada Maíra Vida presidente da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa da OAB/BA e membra da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Assistente Social Verônica Cardoso de tradição Batista que teve como tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso “Por amor a Cristo: Quando a fé aprisiona”, a ativista negra feminista e Assistente Social Geisa Cristina multiplicadora de Católicas Pelo Direito de Decidir, a estudante de Psicologia Gleide Messias que esteve na vida religiosa consagrada como freira por 14 (quatorze) anos, Dra. Silvia Barbosa que foi Pastora da Igreja Metodista e hoje é candomblecista e a Graduanda em Serviço Social Erika Souza que é candomblecista e com longa trajetória dentro da religião. O surgimento do TamoJuntas foi motivado por um post da advogada Laina Crisóstomo no Facebook. Em sua página pessoal, ela disponibilizou assessoria jurídica para atender uma mulher vítima de violência doméstica por mês, gratuitamente. Logo após a enorme repercussão do post (6 mil curtidas e quase 5 mil compartilhamentos), ela ganhou o apoio de mais duas advogadas: Aline Nascimento e Carolina Rola. Atualmente, o grupo de mulheres conta com 11 (onze) advogadas, 5 (cinco) Assistentes Sociais, 4 (quatro) Psicólogas e 2 (duas) pedagogas em Salvador, todavia conta com a colaboração de voluntárias em 12 (doze) Estados do Brasil.
Adaptado de texto enviado pelo TamosJuntas
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Carmen Miranda foi uma cantora, atriz e dançarina luso-brasileira. Nasceu no dia 9 de fevereiro, em Marco de Canaveses, cidade portuguesa no Distrito do Porto. Veio para o Brasil com 10 meses. Filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha e de Maria Emília Miranda. Seu nome de batismo era Maria do Carmo Miranda da Cunha. Quando tinha 10 meses de idade veio para o Rio de Janeiro, junto com sua mãe e sua irmã Olinda, onde seu pai já morava. Estudou em colégio de freiras e aos 14 anos já trabalhava como vendedora em lojas. Carmen não voltou mais a sua terra natal, onde foi homenageada com a criação do Museu Municipal Carmen Miranda. Ainda criança já revelava talento para a música e a dança. Apresentada ao músico Josué de Barros, foi logo levada para cantar em clubes e teatros. A música "Pra Você Gostar de Mim", mais conhecida por "Tai", foi seu primeiro grande sucesso de carnaval. Gravou músicas de vários compositores e fez sucesso nas rádios e no cinema, brilhando na Argentina, Chile e Uruguai. No filme "Banana da Terra" aparece pela primeira vez caracterizada de baiana. Estreou na Broadway em 1939, atuou em vários filmes em Hollywood. Cantava em programas de televisão, casas noturnas, cassinos e teatros. Com seus trajes exóticos e sapatos plataforma, brilhava nos palcos contando seu repertório de rumbas e marchinhas de carnaval. Em 1929, Carmen foi apresentada ao compositor Josué de Barros e logo brilhou em teatros e clubes. Gravou os primeiros discos. O grande sucesso veio com a marcha "Pra Você Gostar de Mim" conhecida por "Tai", escrita especialmente para Carmen. Em 30 de outubro realizou sua primeira turnê internacional em Buenos Aires. Em 1933, ajudou a lançar a irmã Aurora, na carreira artística. Em 1936 estreou no filme Alô, Alô Carnaval, cantando com a irmã, e passaram a fazer parte do elenco do Cassino da Urca. Em 1939 estreou no espetáculo musical em Boston e suas apresentações fizeram grande sucesso. Em 1940 apresentou-se na Casa Branca, para o presidente Franklin Roosevelt.
Carmen Miranda voltou ao Brasil em 1940 e foi acolhida no Cassino da Urca. Voltou aos Estados Unidos, sendo homenageada com a marca de suas mãos e seus sapatos, gravados na Calçada da Fama de Los Angeles. Gravou vários filmes e se apresentou em cassinos, casas noturnas, teatros e rádio. Teve vários namorados no Brasil e nos Estados Unidos. Casou-se em 1947 com o americano David Sebastian, que passou de empregado a empresário. Sendo alcoólatra, ele levou Carmen Miranda a beber também e não conseguiu administrar seus contratos. O casamento entrou em crise e Carmen caiu em depressão, se tornando dependente de estimulantes e calmantes. Depois de 15, anos fora do Brasil, consagrada internacionalmente, viaja de volta ao Brasil, em 1954, para rever a família. Sofrendo, ficou internada durante 4 meses para desintoxicação. Depois, já recuperada volta a Hollywood e apresenta-se no programa do comediante Jemmy Durante. Enquanto cantava e dançava, desmaiou e foi amparada. Recuperada, termina sua apresentação. De volta para casa em Los Angeles, foi para seu quarto e na manhã do dia seguinte, foi encontrada morta, vítima de um ataque cardíaco. Carmen Miranda faleceu em Beverly Hills, Califórnia, Estados Unidos, no dia 5 de agosto de 1955.
Consagrada internacionalmente, viaja de volta ao Brasil, em 1954
Extraído de https://www.ebiografia.com/carmen_miranda/
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“Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros...”
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, adotou o pseudônimo de Cora Coralina, era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do Rio Assunção. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa (Goiás). Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os posteriormente nos jornais da cidade de Goiânia, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou a ser editada a 15 de julho de 1917. Apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com a Mestra Silvina (Mestre-Escola Silvina Ermelinda Xavier de Brito (1835 - 1920)). Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia Goiana no Século XX" (Rio de Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66), "a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária data de 1907, através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos periódicos goianos antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta gentil das mulheres goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade de Bela Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906. No jornal Tribuna Espírita - Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1905. Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes, Cora Coralina começa a frequentar as tertúlias do "Clube Literário Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando começa então a redigir para o jornal literário "A Rosa" (1907). Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça. Em 1911, foi para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, que exercia o cargo de Chefe de Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa - 1909 1912, onde viveu durante 45 anos, inicialmente no município de Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos: Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de nascer. Em 1924, mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a Praça do Patriarca. Seu filho Cantídio participou da Revolução Constitucionalista de 1932. Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, cidade que atualmente, mantém uma casa da cultura com seu nome, em homenagem. Em 1956, retorna a Goiás. Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD. Cora Coralina faleceu em Goiânia, de pneumonia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária. Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina
Em 1924, em São Paulo ficou trancada num hotel em frente à Estação da Luz, os revolucionários haviam parado a cidade
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meados do século XIX o aborto foi incluído na biopolítica estatal, tornando-se, assim, prática criminalizada. Sob a ótica que convergia a política de esterilização, a eugenia racial e o controle da população pobre, discursos hegemônicos produzidos pela ciência tornou o corpo da mulher alvo de sua intervenção. Assim, o século XX foi palco de uma política racista, na qual flexibilizou a esterilização involuntária e voluntária de mulheres negras, cujo acesso aos métodos contraceptivos e ao aborto seguro, ao contrário do que ocorreu com as mulheres brancas, eram vetados. Em outro giro, a Igreja católica acirrou sua pregação no campo das questões sexuais e reprodutivas, Dora Teixeira posicionando-se radicalmente contrária aos métodos contraceptivos e ao aborto voluntário, a partir de um ideal conservador de família e de mulher – mãe e esposa1. Diamantino É interessante observar a condição de subcidadania da mulher, mormente negra, em todo Psicóloga, professora, mestra e esse processo que desemboca no campo político e jurídico da criminalização da prática do doutoranda em Psicologia Social aborto. Ou seja, nenhuma das – UFBA perspectivas descritas anteriormente considerou o seu interesse e posicionamento em relação ao seu corpo e à vida. Somente a partir das lutas feministas as mulheres protagonizaram a politização da sua autonomia e os direitos sexuais e reprodutivos foram inseridos nas pautas reivindicatórias2. Atualmente reconhecida como um problema de saúde pública, a polêmica temática do aborto legal ainda agrega um emaranhado de posicionamentos difusos, marcados pelo desacordo e passionalidade. Por um lado, a despeito do aborto clandestino e/ou inseguro ser realizado em condições precárias, o argumento gira em torno da defesa dos direitos humanos, em virtude de ser uma das maiores causas de morbimortalidade materna, bem assim segue como pauta das lutas feministas pelo direito à autonomia; de outra extremidade, o fundamento da sacralidade da vida, impregnado de conceitos morais e religiosos, advoga pela sua proibição, porquanto compreende que o princípio da vida se dá a partir da concepção. Entre esses dois polos, o Estado brasileiro permanece criminalizando o aborto, com exceção da gravidez resultante de estupro, quando há má formação do feto ou risco de morte à gestante3. Em razão do seu caráter controverso, cujo desdobramento assola a saúde, a A proibição da prática do aborto [...], autonomia e os direitos humanos, é mister a promoção de debates na busca de uma solução no sentido de garantir a laicidade do Estado e a dignidade da constituindo-se como braço severo, mulher, para não silenciar um problema cujas implicações afetam a vida de hostil e punitivo do patriarca que faz milhões de mulheres, sobretudo pobres e negras. Em vista disso, a presente reflexão poderá contribuir para fazer eco frente à questão da criminalização do sangrar com maior intensidade aborto e suas repercussões na cidadania da mulher, no intuito de suscitar discussões que agreguem a igualdade nas relações de gênero, a garantia dos mulheres pobres e negras direitos humanos - em especial os sexuais e reprodutivos - e a sua autonomia em decidir sobre o seu próprio corpo. Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) 20164, o aborto é uma prática frequente no Brasil; entre as entrevistadas – com idades entre 18 e 39 anos, alfabetizadas e oriundas dos centros urbanos – 13% realizou esse procedimento pelo menos uma vez. Esse quadro é muito semelhante ao verificado pela PNA (2010)5 realizada em 2010, no qual indica certa estabilidade nos números de abortamento no país entre os dois períodos, quando se constatou que uma em cada cinco mulheres se submeteram ao aborto pelo menos uma vez. Há grande frequência do último aborto entre mulheres jovens: 29% com idades de 12 a 19 anos e 28% entre 20 e 24 anos; as taxas diminuem a partir dos 25 anos, ficando abaixo dos 13%. Em 2016, segundo estimativas, de um total de37.287.746 de mulheres, 4,7 milhões teriam se submetido a esse procedimento pelo menos uma vez. Quanto aos tipos de procedimento, em 48% dos casos foram utilizados medicamentos; quase metade das mulheres, 48%, necessitou finalizar o aborto em unidades de saúde devido a complicações6. No que pese o perfil das mulheres que realizaram aborto, a partir de estimativas é possível concluir que não há distinção etária, nem mesmo de estado civil, religião, nível educacional, m
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BIROLI, Flávia. Abortion, Gender, and politics in Brazil. In: World Congresso of Political Science. BIROLI, Flávia. Abortion, Gender, and politics in Brazil. In: World Congresso of Political Science.
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SANTOS, Vanessa Cruz et al . Criminalização do aborto no Brasil e implicações à saúde pública. Rev. Bioét., Brasília , v. 21, n. 3, p. 494-508, Dec. 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-80422013000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Feb. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S198380422013000300014 4 DINIZ, Debora; MEDEIROS, Marcelo; MADEIRO, Alberto. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 22, n. 2, p. 653-660, Feb. 2017 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017000200653&lng=en&nrm=iso>. access on 16 Feb. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232017222.23812016. 5 DINIZ, Debora; MEDEIROS, Marcelo. Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, supl. 1, p. 959966, June 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000700002&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Feb. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000700002. 6 DINIZ, Debora; MEDEIROS, Marcelo; MADEIRO, Alberto. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 22, n. 2, p. 653-660, Feb. 2017 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017000200653&lng=en&nrm=iso>. access on 16 Feb. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232017222.23812016.
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classe social, grupo racial e região do país, inclusive entre as que possuem filhos atualmente. Entretanto, as diferenças entre os grupos não são homogêneas: no momento de realização da pesquisa, as taxas foram maiores entre as mulheres oriundas das regiões norte/centro-oeste e nordeste, 15% e 18%, residentes das capitais, 16%, que estudaram até o quinto ano, 22%, com renda familiar de até um salário mínimo, 16%, amarelas, pretas, pardas e indígenas, 13% a 25%, separadas ou viúvas, 23%, e que atualmente possuem filhos, 15%; essas características são semelhantes às verificadas na PNA elaborada em 2010. Os dados do PNA confirmam, com assombro, que a prática do aborto ilegal é um grande problema de saúde pública; a escassa discussão sobre o tema, costumeiramente, é enviesada pelas crenças de cunho moral e religioso e, por isso, tal situação continua silenciada, especialmente por não enfrentar um debate sério e amplo entre a sociedade e o Estado e não ser incluída nas pautas das agendas governamentais. Além disso, a realidade aponta para um grande abismo entre a prática e a legislação: a persistência das taxas de abortamento entre as duas pesquisas – PNA 2010 e PNA 2016 – só demonstra o quão a política policialesca de criminalização tem sido ineficaz na redução dos números de abortos realizados no país; ao contrário, tal estratégia brutal só tem resultado em complicações e mortes, sobretudo às mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade social, além de inviabilizar o cuidado à saúde, inclusive mental, e a prevenção de novos casos. Para além do âmbito da saúde pública, a reflexão sobre o aborto conduz a discussão para aspectos que ultrapassam a sua prática em si, bem como as suas repercussões na saúde da mulher; ou seja, essa pauta também se estende para as relações hierarquizadas de gênero e tocam em aspectos fundamentais da democracia e do funcionamento do Estado, no qual está estruturado pelos pilares do patriarcado, que institucionaliza formas de dominação e não está livre das influências morais e religiosas. A questão do aborto, portanto, ofende uma ordem muito mais ampla, pois subverte a própria concepção de mulher e o seu papel social em uma sociedade marcadamente machista. Apoiada na negação ao direito ao seu corpo, em toda tolerada violência de gênero e, especialmente, na naturalização da maternidade, tais concepções se desdobram na própria criminalização do aborto, cujo intuito se limita a colocar na fogueira milhões de mulheres que ousaram afrontar o patriarcado, por ter violado uma suposta natureza institucionalizada ao renunciar o seu papel de mãe. Some-se a isso a permanência do caráter classista e racista na criminalização do aborto, já que tal política, ao se negar a cuidar, coloca muito mais em risco as mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Assim, a proibição da prática do aborto se insere em mais uma das tantas violências cotidianas de gênero, constituindo-se como braço severo, hostil e punitivo do patriarca que faz sangrar com maior intensidade mulheres pobres e negras. São esses os aspectos que estão em voga e precisam ser amplamente debatidos para que as mulheres sejam plenamente reconhecidas como sujeito de direitos, e não apenas como mães e esposas.
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Thaiz Guedes Pereira é conhecida nas redes sociais como Thaiz Smile, natural de Salvador – Ba. Escritora e poetisa. Participei em algumas publicações de textos e poesias, como na Antologia do Livro “Carta ao Presidente – Brasileiros em busca de cidadania” e “Poesia sem Fronteiras”, “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus -2013”, “Cogito Antologia Poética – 2013”, projeto Antologia Memórias, realizado pelo Blog da Gaivota por sua organizadora Lucymar Soares (Cymar Gaivota), além de participar com poesias em algumas revistas eletrônicas como Portal BVEC, Portal CEN (Lisboa) e “SimõesFilhoemFoco” assim como tenho um blog http://atitudesmile.blogspot.com.br/
Thaiz Guedes
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Já passavam das dez horas, faltando apenas quinze minutos para terminar o recreio no Colégio Abraão, porém no banheiro se encontrava a Beatriz, uma menina que passava o tempo quase sempre calada e com um olhar triste, meio apática. Contudo, lá estava ela, vomitando, quando entrou a Assistente Social Leila: - Olá! Tudo bem! Precisa de ajuda? - Estou bem! Deve ter sido algo que comi e não me fez bem. Mas agora que vomitei passou o enjoo, disse Beatriz. - Já bateu o sinal para a aula, se precisar de algo vá a enfermaria ou me procure. -Ok! Obrigada! – respondeu Beatriz. Leila, ficou como dizem o ditado, com uma pulguinha atrás da orelha, achando que a Beatriz de 16 anos poderia estar grávida. Porém, prometeu a si que ficaria de olho. O Colégio Abraão tinha uma política de aluno estudar em tempo integral, com isso os alunos passavam a maior parte de suas vidas em companhia de professores e alunos fazendo atividades diversas. Mas, para Beatriz parece que era um martírio passar tanto tempo fora de casa por conta das atenções diárias em cima de todos. O seu maior tormento era na hora das refeições, por que ela se achava muito gorda, apesar de ser magra e suas colegas viviam dizendo que ela estava comendo pouco e que estava emagrecendo, mas ela não acreditava e assim que comia, tentava disfarçar e corria para o banheiro a vomitar. Assim, ficava satisfeita com suas ações, mas ao mesmo tempo se sentia frustrada, por que ao se olhar no espelho, continuava a se sentir gorda: - O que posso fazer mais para perder peso? Já sei não vou merendar, talvez um suco! – pensou Beatriz. A assistente social, passou a observar Beatriz durante o período na escola e conforme foi passando o tempo, notou que ela estava ficando mais magra e o rendimento escolar tinha caído muito, pois não tinha concentração nas aulas e só se interessava com as atividades físicas. E em um desses momentos ouviu uma gritaria vindo da quadra esportiva: - Professora, professora, corre que a Beatriz desmaiou! – gritou os alunos. - Vamos leva-la para a enfermaria! – disse a professora.
A bulimia é um distúrbio alimentar no qual uma pessoa oscila entre a ingestão exagerada de alimentos, com um sentimento de perda de controle sobre a alimentação, e episódios de vômitos ou abusos de laxantes para impedir o ganho de peso.nhas poesias e textos. Anorexia é a redução ou perda do apetite, que resulta em uma extrema magreza do indivíduo. A anorexia é causada por distúrbios psicológicos em que a pessoa afetada, mesmo sendo magra, se vê gorda e, desejando emagrecer ainda mais, cria inapetência alimentar, resultando consequentemente em redução do peso corpóreo.
Leila que foi chegando por conta da gritaria que tinha escutado, perguntou aos alunos ali presente: - O que houve? E todos começavam a falar ao mesmo tempo. - Beatriz desmaiou enquanto estávamos jogando vôlei, foi um tombo só! Coitada! Levaramna para a enfermaria. – respondeu os alunos. Beatriz acordou na enfermaria assustada, não lembrava o que tinha ocorrido e começou a chorar... Leila que ficou do lado dela esperou ela terminar de chorar, tranquilizando-a dizendo que ficaria tudo bem, pois a mesma já desconfiava que a Beatriz estava sofrendo de Anorexia e Bulimia, doença essa que atinge milhares de adolescentes por conta de problemas culturais, hormonais, elementos psicológicos e até genética. Então, com a ajuda do psicólogo, tentaria ajuda-la e chamaria os pais, pois era notório pela aparência de Beatriz que os pais ainda não tinham notado o que se passava com a filha. Thaiz Guedes Pereira, conhecida nas redes sociais como Thaiz Smile, natural de Salvador – Ba. Escritora e poetisa. Participei em algumas publicações de textos e poesias, como na Antologia do Livro “Carta ao Presidente – Brasileiros em busca de cidadania” e “Poesia sem Fronteiras”, “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus -2013”, “Cogito Antologia Poética – 2013”, projeto Antologia Memórias, realizado pelo Blog da Gaivota por sua organizadora Lucymar Soares (Cymar Gaivota), além de participar com poesias em algumas revistas eletrônicas como Portal BVEC, Portal CEN (Lisboa) e “SimõesFilhoemFoco”, em seu próprio um blog http://atitude-smile.blogspot.com.br/.
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Existem dúvidas sobre o local de nascimento de Eva. No registro de nascimento consta ter sido na cidade de Junín na província de Buenos Aires. Todavia, existem indícios de que na realidade nasceu em uma estância, sessenta quilômetros ao sul de Junín, próximo ao povoado de Los Toldos (no município de General Viamonte). A infância em Los Toldos e depois em Junin foi pobre. A mãe, Juana Ibarguren, era uma costureira obsessiva com limpeza, extremamente organizada e amante do estancieiro Juan Duarte, que tinha outra família, legítima, em Chivilcoy, com outros 6 filhos. Depois da morte de Juan em um acidente de automóvel, Juana mudou-se com os filhos, todos dele, para Junin, para fugir das humilhações da condição de amante. O estancieiro registrou todos os filhos bastardos que teve com a costureira. Curiosamente não registrou Eva e muitos historiadores relacionam este fato, tido como uma frustração para Evita, aos condicionantes psicológicos que a levariam a buscar afirmação e sucesso na vida. Talvez por isto, já no poder, foi marcante o traço de valorização dos laços familiares dos pobres argentinos. Quando Juan Duarte morreu, Juana e os filhos com ele, Eva, Juancito, Elisa, Blanca e Erminda, todos ainda muito pequenos, saíram da zona rural onde moravam para visitar o pai morto e dar-lhe o último beijo. Foram escorraçados do velório pela viúva e pelos filhos legítimos dele. Juana bateu o pé e insistiu que os filhos tinham o direito de beijar o pai morto. Depois de negociações e para evitar bate-boca numa cerimónia fúnebre, foi-lhes permitido que o fizessem, na condição de em seguida sumirem dali. E foi o que fizeram. Depois disso Juana partiu e se mudou com os filhos com Juan para Junin, na província de Buenos Aires. Nessa época Eva, como toda adolescente provinciana, sonhava em ser artista, ser uma estrela do teatro, do cinema. Eva tinha verdadeira paixão pela atriz norte-americana Norma Shearer, o modelo de mulher e de artista desde a infância. Assistia dezenas de vezes os filmes no cineminha de Junin e jurava para si mesma que ainda teria uma casa com telefones brancos e lençóis de cetim, como Norma nos filmes, sem se permitir, é claro, um mínimo de visão crítica que lhe desse conta de que aquilo tudo era apenas de celulóide e nada mais. Saía das sessões com as mãos suadas e com os olhos revirados. Mas foi imbuída desta vontade de vencer, de ser Norma, de rolar com meias longas de seda com costura atrás, cabelos louros cacheados, sobre altos colchões de mola e lençóis de cetim rosa e principalmente de ter uma identidade que a bastardia lhe roubou, que a estimulou a deixar Junin e partir para tentar a carreira de atriz em Buenos Aires. Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Eva_Perón
Eva, como toda adolescente provinciana, sonhava em ser artista, ser uma estrela do teatro, do cinema
Quando escolhi ser Evita sei que escolhi o caminho do meu povo. Ninguém senão o povo me chama de Evita. Somente aprenderam a me chamar assim os descamisados. Os homens do governo, os dirigentes políticos, os embaixadores, os homens de empresa, profissionais e intelectuais que me visitam costumam me chamar de Senhora; e alguns inclusive me chamam publicamente de Excelentíssima ou Digníssima Senhora e ainda, às vezes, Senhora Presidenta. Eles não veem em mim mais do que a Eva Perón. Os descamisados, no entanto, só me conhecem como Evita. Eu me apresentei assim para eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a Evita a ser a esposa do Presidente, se esse Evita servia para mitigar alguma dor ou enxugar uma lágrima. E, coisa estranha, se os homens do governo, os dirigentes, os políticos, os embaixadores, os que me chamam de Senhora me chamassem de Evita, eu acharia talvez tão estranho e fora de lugar como que se um garoto, um operário ou uma pessoa humilde do povo me chamasse de Senhora. Mas creio que eles próprios achariam ainda mais estranho e ineficaz. Agora se me perguntassem o que é que eu prefiro, minha resposta não demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome de povo. Quando um garoto me chama de Evita, me sinto mãe de todos os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de Evita, me sinto com orgulho companheira de todos os homens.
Evita Péron
O Círculo de Estudo, Pensamento e Ação (CEPA), entidade com 65 anos de fundada convida para a 1ª aula do Curso de Extensão do Curso de Filosofia do CEPA – Filosofia Sintetista, O Curso de Extensão é uma parceria com a Faculdade 2 de Julho. Os interessados devem procurar a faculdade ou ligar para maiores informações: 3037-5548 e pelo e-mail cepaadmin@gmail.com Local: Rua Leovigildo Filgueira, 81, Garcia, Salvador, BA, a partir das 14 horas. Um olhar afrocentrado acerca da figura feminina
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A África, onde a raça humana nasceu, é Principalmente para as nossas um continente com incrível diversidade ancestrais na África e as suas de povos e cultura, considerada também descendentes, nos diversos momentos o berço de todo o conhecimento migratórios para povoar o planeta, bem existente no mundo, o continente africano é rico em pluralidade étnica genuína, o que falseia a tese de que apenas negros e negras advém de lá, desconsiderando assim a justificativa errônea dessa diversidade a partir do processo de miscigenação. África é a mãe de todos os povos e nação e nós conhecemos menos de sua história do que de qualquer outra parte da Terra. O passado é o que está acontecendo agora, e a cada dia que passa uma nova página é escrita, com história cheia de resistência, amor, e muita luta. Viver sem conhecer o passado é como viver no escuro. Em 1974, os pesquisadores Donald Johanson e Tom Gray visitaram o continente africano e encontraram no deserto de Afar, na Etiópia um dos fósseis mais antigos da espécie humana, com aproximadamente 3,2 milhões de anos o fóssil de espécie como, no sequestro forçado para a Australopithecus afarensis, definido escravidão na América, demonstra que como fêmea recebeu o nome de Lucy, a mulher preta tem sido a nossa força de em homenagem a canção "Lucy in the resistência. As relações sociais Sky with Diamonds" da banda britânica estabelecidas a partir da escravidão The Beatles, tocada num gravador do acarretou na reelaboração do viver dos acampamento em que se alojavam os povos africanos adaptados a realidade pesquisadores. A descoberta cruel da escravidão e do racismo, de Lucy, e a sua representação nos trás influenciou os homens pretos a uma reflexão acerca da divindade da reproduzir as relações de subserviência figura feminina. A crença de que o feminina não encontrada nas mais Universo foi criado por uma divindade antigas comunidades africanas. feminina está presente em quase toda Transformou-se em sociedades parte. Nos quatro cantos do mundo as patriarcais, opressivas e escravagistas primeiras divindades eram mulheres, e passando a desenvolver práticas que nas sociedades antigas elas não devem servir de exemplos em uma representavam o começo e o fim de vida afrodiasporica e de repatriação tudo, e é através delas que é possível mental. compreender o passado remoto dos No Sudão região sul do Rio Nilo, homens. As conhecida como Núbia, antigas O passado é o que está existiu o Reino Kush, o civilizações recebe esse nome acontecendo agora, e a mesmo eram devido à passagem bíblica formadas por cada dia que passa uma encontrada no Velho sociedades Testamento, que registra a matrística, nova página é escrita, passagem do personagem vale salientar Kush um dos filhos de Cão. com história cheia de que matrística O reino de Kush era muito não é rico, possuía minas de ouro e resistência, amor, e sinônimo de terras cultiváveis. Além matriarcado, muita luta. disso, ficava numa ótima porque a ideia localização para comerciar fundamental da matrística é a de que o com outros povos. Os Kushitas homem e a mulher podem viver um transportavam mercadorias pelo Rio Nilo modo de vida que não se baseia em e também por estradas que levavam ao hierarquia, ou seja, não há que se possa Mar Vermelho. Vendia ouro, incenso, dominância de um lado ou de outro. A marfim, ébano, óleos, penas de avestruz matrística não é centralizada em e pele de leopardo. Umas das masculino e/ou feminino e na ideia de principais características do Império antagonismo entre um e outro, a mesma Kush era o fato de não haver distinção se baseia na cooperação entre feminino governista entre homens e mulheres. e masculino e não há controle de Quando eram líderes, as mulheres autoridade. Esse modelo precede o recebiam o título de Candace (que surgimento do patriarcado, e constituiu significa Rainha-Mãe). Elas eram uma sociedade de real equilíbrio entre responsáveis também pelas estratégias gêneros, onde as reações eram bem militares do exército. As rainhas diferentes das nossas. A instituição da Candaces exerceram funções políticas, sociedade patriarcal trouxe o sociais e culturais assumindo a desequilíbrio, a violência, a ganância, e totalidade do poder no Império Kush. A a submissão das mulheres. diferença essencial do governo das
edição JAN/FEV Candaces comparado a outros do mundo antigo é que não era um poder vitalício e nem hereditário. Uma Candace governava por dez anos, outra por vinte anos, outra por trinta anos, em seguida o ciclo recomeçava em uma alternância de poder, evitando o despotismo, possibilitando uma paz política que proporcionou o grande desenvolvimento da civilização kushita. A escola de Samba Salgueiro no ano de 2007 trouxe em sua apresentação de carnaval o samba enredo Candaces e a representação dessas divindades africanas, que transformou o sambódromo em um verdadeiro transporte que nos conectou para a história das majestades africanas e a saga das negras e seus ideais. A escola de samba destacou quatro de suas vitórias a apresentações que trazem em sua temática o continente africano. Uma das mais poderosas Candaces foi Amanirenas, que com cerca de 50 anos de idade empreendeu uma das mais violentas batalhas contra os romanos. Comandou a aliança do exército Kushita-Kemita à ocupação romana de Kemet, contra o Imperador Augusto César e a dominação do restante de toda a África. Amanirenas apesar do poder exercido era considerada humilde e amável e detentora de um porte atlético. Outra Candace muito conhecida foi a Rainha de Sabá, e os etíopes a chamava de Makeda. Relata as escrituras da bíblia em sua passagem de I REIS 10: 1 até 12, que a Rainha teria feito uma visita ao Rei Salomão levando consigo camelos carregados de especiarias, joias, muitíssimo ouro, e pedras preciosas na busca de desvendar a origem de sua sabedoria. Makeda e Salomão passaram dias desafiando um ao outro com enigmas e conhecimentos científicos, Salomão a cada dia que passava aumentava o seu amor e desejo pela rainha. Makeda e Salomão se enamoraram, ela foi à noiva do Cântico dos Cânticos e este livro de amor foi escrito em sua homenagem. Ao casar-se tiveram um filho cujo nome dado foi Menelik I, inclusive foi o primeiro imperador da Etiópia. A Rainha de Sabá é considerada nos escritos bíblicos, a mulher mais sábia do Primeiro e do Segundo Testamento. No evangelho de Mateus 12:42 diz: "A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com essa geração, e a condenará; porque veio dos confins da
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terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão. O reflexo do espírito das Candaces reflete durante a história do mundo a resistência da mulher negra suas lutas e glórias. Segundo historiadores, os descendentes das Candaces espalharam-se pelo mundo, tendo alguns deles, inclusive, sido trazidos como escravos para o Brasil. Destacam-se na história do país mulheres sábias e que lideraram a luta na resistência quilombola contra a escravidão, são elas: Akotirene, Aqualtune e Dandara. Akotirene foi à primeira mulher a habitar o Quilombo de Palmares situado na Serra da Barriga, em Alagoas. Liderando o território antes de Ganga zumba, Akotirene exercia o papel de mãe, conselheira e respondia por questões políticas e militares, além de acolher os negros refugiados. Aqualtune era filha do Rei do Congo e foi vendida como escrava, devido às rivalidades existentes entre as tribos africanas. Ao lado de Ganga zumba, Aqualtune iniciou a organização de um Estado Negro em Pernambuco. Relatos indicam que Aqualtune era avó do Guerreiro Zumbi de Palmares. Dandara de Palmares foi uma grande guerreira que atuou na luta quilombola conquistando espaço de liderança. A guerreira trabalhava na plantação e na produção de farinha de mandioca, caçava e lutava capoeira, além de liderar as negras, formando assim um exército feminino em Palmares.Com a abolição da escravatura a luta da mulher negra não se findou, e a resistência dessas mulheres perdura até os dias atuais, a busca pela liberdade sobre o seu corpo e pensamento ainda é uma conquista a ser adquirida. As mulheres negras ao serem alforriadas, não obtiveram emancipação e a sua posição social, reflete os piores índices de mazelas sociais, representada principalmente pelos rankings de violências, desemprego e óbito. A mulher negra é também a figura que sustenta os pilares de construção da sociedade brasileira, bem como a africana e consequentemente do mundo e o não reconhecimento dessa função as colocam de forma submissa, negando a sua superioridade e divindade. Foi o seio da mulher negra que nutriu os filhos das sinhás e foi o ventre das mulheres negras que deram origem aos negros que foram obrigados a servir os senhores de engenhos. A mulher negra carrega o fardo das piores opressões sociais calçada nas relações perversas
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impostas pelas relações capitalistas, o racismo, machismo e o sexismo, são exemplos de três opressões de cunho excludente que nos segrega, hostiliza e até mata.
Através dessas opressões criaram-se mitos que só tende a dificultar o ser, viver e existir na sociedade. Muitas pessoas idealizam a figura da mulher negra como referenciais de fortaleza, no que tange o sentido de aguentar, resistir, suportar e etc. esquecendo-se que nós somos humanas e que não temos obrigação ou a necessidade de passar por determinadas situações que inclusive são constrangedoras e até desumanas, podemos exemplificar isso usando os experimentos ginecológicos feito em mulheres negras sem a utilização de anestesia ou condições antissépticas adequadas, onde os estudiosos da época aperfeiçoaram suas técnicas através da experimentação em escravas e só depois eles iriam realizar a cirurgia reparadora em mulheres caucasianas (brancas), com o uso de anestesia tornado as mulheres negras verdadeiras cobaias, pode-se imaginar também que nenhuma forma de respeito, cuidado ou carinho foram destinados a elas, restando-lhes somente as humilhações em silêncio. Práticas semelhantes ainda ocorrem na atualidade, milhares de mulheres negras sofrem violência obstétrica de seus médicos durante o parto, e muitos negam aplicação de anestesia, e queixam-se dos gritos e reclamações que as mesmas fazem devido às contrações uterinas, e é comum obterem como resposta: “Na hora de fazer não estava doendo!”. A mulher negra convive ainda com o “mito da tia Anastácia”, o qual nos enquadra como figurante e protagonistas da casa, nascidas e destinadas a pilotar o fogão, cuidar dos cômodos, das crianças além de estar sempre bem arrumada para suprir os desejos do companheiro, ou não, existe também as mulheres solteiras que nem sempre são mães, mas que enfrenta esse enquadramento social onde a Universidade, TV, Revistas, Jornais e grandes cargos empresariais não são
edição JAN/FEV espaços para nós ocuparmos, e por isso o racismo se apresenta como principal barreira a ser rompida. O fato de sermos negras é o referencial mais crítico para que não queriam que estejamos nesses espaços, e os casos de ataques racistas são cada vez mais frequentes e as artistas não estão exclusas, a apresentadora Maria Júlia Coutinho, a atriz Thaís Araújo e a Cantora Ludmila são exemplos de que o racismo é mutável e também atua no palco da fama. O sexismo se revela como a opressão mais difícil a ser enfrentada por nós, pois é através do pensamento sexista que nós fomos reduzidas a peito e bunda, além de perdermos a nossa condição de mulher e até de ser humano. Baseada nessa concepção que surge o termo “mulata”, usado para designar as mulheres negras que eram também mestiças, e eram comercializadas para exposições e fins sexuais. Algumas mulheres negras, aqui no Brasil tem cumprido esse papel, atraindo gringos e se prostituindo, algumas são levadas para Europa, obrigadas a se tornarem serviçais em troca de estadia, já que não são consideradas mulheres para se constituir família e sim para satisfação sexual, as mulatas nada mais é que um produto brasileiro, que os estrangeiros exportam, e usam como demonstração do dito exotismo, da pele da cor do pecado representado na figura da mulher negra. A recuperação da memória e autoestima a partir da configuração majestosa e divina de mãe
A recuperação da memória e autoestima a partir da configuração majestosa e divina de mãe África África e do que é ser mulher e negra é algo que se dará a partir do reconhecimento histórico de nosso papel na construção do mundo. A conexão Brasil X África, está selada pelas relações afrocentradas, nas tradições e resistência do povo, é preciso combater o racismo, machismo e o sexismo, e por isso se faz necessário reconhecer que a própria natureza é feminina e em sua perfeição constitui a origem de todos os seres vivos, a sua superioridade não é uma representação de opressão e sim de divindade, e merece respeito. Na filosofia Rastafári a mulher retoma seu lugar de origem, resgatada da opressão e escravidão, livrando-se da carga opressora que o sistema social branco e machista impõe, colocando-a em sua liberdade. A figura feminina é de total importância para a constituição das comunidades, pois ela é educadora exímia, e aplica aos filhos e
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todos ao seu redor, o conhecimento de seus ancestrais, e seus filhos a respeitam como Rainha. Parafraseando
Marcus Garvey: “Eduque um homem e estará educando um indivíduo, educai
uma mulher e estará educando toda uma nação.”.
Nascida no município de Simões Filho, Dandara Cruz, 20 anos, graduanda em Psicologia do Centro Universitário Estácio de Sá – FIB, ativista e militante do Movimento Negro. Coordenadora da Juventude Organizada, entidade que constrói as mais variadas discussões das pautas relacionadas à juventude no município de Simões Filho. Coordenadora do Coletivo Roseira do Morro, movimento que discute igualdade de gênero e defende a implantação e promoção e de Políticas Públicas para Mulheres no Município de Simões Filho. Uma das fundadoras do Projeto Rima no Gatilho, uma iniciativa periférica para divulgação e ampliação da cultura de rua expressa através do Hip Hop, grafite e o Break dance, representado pelo grupo local SF Style Crew e os Mcs e Rappers da localidade e região metropolitana. Coordenadora estadual da JCONEN– BA (Juventude da Coordenação Nacional de Entidades Negras) e Secretária de Comunição do PSOL-BA (Partido Socialismo e liberdade). Referências Bibliográficas: Candaces: as rainhas do império Méroe. Disponível Em <http://professoragleicykelly.blogspot.com.br/2011/09/quem-sao-as-candaces.html&gt; Acesso: 4 de fevereiro de 2017.• DISCOVERY CHANNEL; Documentários. Os Grandes Egípcios: A Rainha que foi Rei, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KV1jW7Co-lE. Acesso em: 13 de fevereiro de 2017.• MEDEIROS DOS SANTOS; Raimar Crisógenes. A Jornada da Vida vai ao berço da humanidade, a Etiópia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_ConZCyhRL8. Acesso em: 28 de janeiro de 2017.• OSAZE; Jabari. African Ancestor Poll Tiye or Amanirenas, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cW8xvBsCasY. Acesso em: 13 de fevereiro de 2017.• PASSOS, Walter. A Força da Mulher Negra: o reflexo do espírito guerreiro das Candaces, rainhas da África ancestral, na mulher negra brasileira de hoje. Disponível em: <http://cultura-mais-que-sagrada.webnode.com/news/a-for%C3%A7a-da-mulher-negra-oreflexo-do-espirito-guerreiro-das-candaces,-rainhas-da-africa-ancestral,-na-mulher-negra-brasileira-de-hoje/&gt;. Acesso em 3 de fevereiro de 2017.• Reino Cuxe – Candaces (Rainhas-Mãe) Mulheres na História. Disponível em: <http://ensinarhistoria.blogspot.com.br/2014/09/reino-cuxe-candaces-rainhas-mae.html&gt; Acesso em: 4 de fevereiro de 2017. ............................................................................................................................................................................................................................................................................ . Vivas, parabéns, à mulher.
Pois sabe que essa pirraça
Guerreira sem deixar de ser charmosa!
muito embaça
batalhadora, valorosa,
seu lindo amanhecer.
Abençoada, é...
A mulher é nobre,
É especialissimamente generosa sua alma.
ora, pede paz à humanidade.
em amor se excede!
A mulher se apraz com um olhar terno.
Tampouco mede
Ame sua mulher,
esforço pela paz.
beije-a, valorize a heroína do seu viver.
Prima pela razão.
é quem faz o impossível para manter
Merece a palma
sua família erguida.
em ser plena de perdão.
a mulher é bela na sua simplicidade!
grata ao Pai em deixá-la
não ponha-a em desigualdade
auto suficiente,
quanto a você.
Sábia, convincente...
Bata palmas para ela, Dê-lhe buquê de
Encontra na maternidade
liz, Se não u'a viagem a Paris,
superação ante às dificuldades.
Dei-a no que ela sempre quis,
Nunca, nunca olha para trás e diz: não vencerei.
vivas, sinceros elogios.
Quão generosa é a alma da mulher!
Não é menosprezo enaltecer a mulher.
sua serenidade não muda com as circunstâncias,
Tão somente espero que tudo relatado acima,
não dá importância
não fique no vazio;
à opinião da vizinha
Então, ode à mulher,
com picuinha
Cedente no que seu amor sempre quer.
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Velha e mulher, por que não? O envelhecimento é um processo que se desenrola ao longo da vida desde a gestação até a morte. Embora seja universal ele não é uniforme, as pessoas envelhecem de maneiras distintas a depender de diversos fatores, dentre eles os biológicos, sociais, culturais, psicológicos, etc. A velhice por sua vez é uma categoria socialmente produzida8 que nomeia um dado momento da trajetória de vida, legalmente reconhecida, nos países em desenvolvimento como o Brasil9, a partir dos 60 anos. Como fenômeno biopsicossocial a velhice é caracterizada pela heterogeneidade, ou seja, não existe uma única velhice para todas(os), mas cada pessoa vivencia esse momento de vida a partir do contexto cultural que esteja inserida, do lugar social que pertence, da sua história de vida e das significações que produz acerca da velhice e do processo de envelhecimento. O envelhecimento assim como a velhice é uma questão de gênero, não apenas porque no Brasil as mulheres tem uma expectativa de vida maior do que os homens10, mas porque em uma sociedade dividida pelo gênero, as mulheres se constituirão de maneira distinta dos homens, uma vez que ambos são socializados de maneiras diferentes e há ambos são atribuídos papéis sociais distintos. O que vêm sendo percebido, portanto, na sociedade brasileira é um processo de feminização da 11 velhice . Esse processo exige ações e políticas públicas que considerem as particularidades de sua realidade e a permanência e a intensificação das desigualdades de gênero12 para que a elaboração das ações efetivamente promovam e efetive os direitos humanos desse grupo social.
Julianin Araújo Santos Psicóloga Especialista em Gestalt-terapia Doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento UFBA, Brasil
Nesse sentido, é importante compreender que além do gênero “velhas e velhos13” se diferenciam de acordo com suas características étnicoraciais, seus diferentes grupos de idade e geracional, a classe social a que pertencem enquanto idosas(os) situadas(os) na sociedade atual14. Culturalmente existem muitas regras do que cabe e do que não cabe no comportamento das pessoas mais velhas. O controle social do corpo envelhecido impõe limites principalmente às mulheres, porque são mais numerosas, mas principalmente porque do ponto de vista do gênero as mulheres sempre foram, tradicionalmente, avaliadas pela aparência física e pela capacidade reprodutiva15. Historicamente, na organização cultural do tempo, à velhice foi atribuída uma representação de adoecimento, dependência e inatividade. As pessoas que vivenciam esse momento da vida estão sujeitas a diversos mecanismos de controle social para se conformarem a esse papel social estigmatizado que a elas é endereçado.
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BRITTO DA MOTTA (2006). A Política Nacional do Idoso (lei 8.842/94, BRASIL, 1994), o Estatuto do Idoso (lei 10741/2003), o IBGE e a Organização Mundial de Saúde (OMS) consideram uma pessoa idosa pessoas com idade igual ou superior a 60 anos de idade. Sendo que a OMS define essa idade para países em desenvolvimento, enquanto que nos países desenvolvidos o critério é de pessoas a partir de 65 anos de idade. 10 Expectativa de vida das mulheres é de 77,32 anos e a dos homens é de 69,73 anos (IBGE, 2010). 11 PEIXOTO (1997). 12 BELO (2013). 9
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A pesquisadora Alda Britto da Motta, referência no campo de estudos da sociologia e antroplogia do envelhecimento, vêm utilizando a classe gramatical envelhecimento, envelhecer, velhice, velha e velho como uma afirmação desideologizante e sem preconceito com o objetivo de se contrapor a negação da velhice e do processo de envelhecimento propagado em nossa sociedade, uma vez que considera que a questão não está no significado original das palavras, mas no uso preconceituoso ou não que se faz delas. 14 BRITTO DA MOTTA (1999). 15 BRITTO DA MOTTA (2002).
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...uma sociedade como a nossa marcada por um ideal de juventude eterna As reprimendas16 vão desde “uma mulher nessa idade não deveria usar uma roupa curta”, “pinta esse cabelo que fica mais bonita”, “eita que velha assanhada” até “não sei o que essas velhas querem fora de casa ocupando lugar nos ônibus”. Desses comentários depreendem-se diversas representações sociais do que é a velhice e de quais comportamentos devem ter as pessoas mais velhas, sobretudo as mulheres, como a concepção de que na velhice as mulheres perdem sua condição de mulheres, de bonitas, de sexuadas e de ativas. Como se nesse momento da vida tivessem que se restringir ao ambiente doméstico, ao uso de roupas discretas e a adoção de comportamentos mais comedidos “adequados” a sua idade. Por outro lado, em uma sociedade como a nossa marcada por um ideal de juventude eterna, envelhecer é quase uma “infração” grave, é exigido, socialmente, a manutenção de uma aparência jovem, a adoção de hábitos saudáveis de vida para chegar ao tão propalado “envelhecimento ativo e bem-sucedido” contraponto a essa outra forma de envelhecer negativa. Envelhecer bem depende da convergência de diversos fatores, dentre eles: as condições sociais e econômicas, o acesso as politicas públicas e efetivação de direitos humanos, o modo através do qual cada pessoa vive sua vida, lida com a passagem do tempo, percebe e se relaciona com o mundo, com as outras pessoas e consigo mesma. Os modelos e receitas de como envelhecer acabam muitas vezes por responsabilizar indevidamente as velhas e os velhos por todos os “insucessos” sem uma análise de contexto. O envelhecimento assim como a velhice é uma questão de geração também, pois grupo social das mulheres não é homogêneo, as mulheres diferenciam-se entre si a partir de vários fatores inclusive de idade/geração, etnia, classe social. O fato de serem mulheres as une,
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mas não unifica. É preciso atenção em relação a isso, para não incorrer em equívocos ao se falar de mulheres idosas como uma categoria universal. As mulheres vivem na velhice as desvantagens acumuladas ao longo de uma vida de discriminação, violências e desigualdades estruturais. Assim a mulher torna-se velha, mas não perde sua condição de mulher17 e nem de adulta. De modo que é preciso em relação à velhice trazer o corpo físico e o sexo de volta à mulher que envelhece. Na luta pelos direitos sociais das mulheres, existe uma lacuna, a mulher que é devidamente reconhecida como tal é aquela em idade reprodutiva18. As mulheres idosas permanecem invisibilizadas19 como se a elas não coubesse mais nenhum direito. Tornar-se velha é mais um aspecto da vida de uma mulher, contudo, pode se constituir como mais um fator de exclusão social. E é diante disso que devemos nos contrapor, me refiro nós, porque a questão das mulheres idosas não é apenas delas, mas de todas nós, mulheres de diferentes idades e contextos sociais, assim como de toda a sociedade. As mulheres idosas constituem um grupo social com direitos que devem ser garantidos, inclusive o de serem visibilizadas e respeitadas socialmente a partir de suas especificidades. Quanto mais cedo, socialmente, compreendermos essa questão, mais chance teremos de construir uma vida mais digna para quem envelhece principalmente para as mulheres que vêm se mostrando como mais longevas.
REFERÊNCIAS BELO, Isolda. Velhice e Mulher: Vulnerabilidades e Conquistas. REVISTA Feminismos, Vol.1, N.3 Set. - Dez. 2013. Acessado em 10 de abril de 2015 em http://www.feminismos.neim.ufba.br/index.php/revista/article/viewFil e/84/82 BRITTO DA MOTTA, Alda. As dimensões de gênero e classe social na análise do envelhecimento. Cadernos Pagu, Unicamp, Campinas, n. 13, 1999, p. 191-221. BRITTO DA MOTTA, Alda. Envelhecimento e sentimento do corpo. In: Minayo, Maria Cecília de Souza; Coimbra Jr., Carlos (Org.) Antropologia saúde e envelhecimento. Rio de Janeiro: Fundação Osvaldo Cruz Editora, p. 37-50, 2002. BRITTO DA MOTTA, Alda. Visão antropológica do envelhecimento. IN: PY, Lígia; FREITAS, E. V. et al (org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, p. 78-82, 2006. BRITTO DA MOTTA, Alda. Aproximações teóricas em análises de relações de gênero e entre as gerações: o caso das violências contra a mulher idosa. In: Desigualdades e justiça, volume II: diferenças culturais & políticas de identidade / Joanildo A. Burity, Cibele Maria L. Rodrigues, Marcondes de A. Secundino (org.). – Belo Horizonte: Argvmentvm, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. 2010. PEIXOTO, Clarice Ehlers. “Histórias de mais de 60 Anos”. Em Dossiê Gênero e Velhice, 1997, pp. 148-58.
Julianin Araujo Santos - Graduada em Psicologia, Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM/UFBA) e Doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Gestaltterapia pelo Instituto de Gestalt-terapia da Bahia e Gestalt-terapeuta de Idosas(os), com Formação em História de Vida e Abordagem Clínica pelo Núcleo de Psicologia Social da Bahia. Membro do Grupo de Trabalho Relações de Gênero e Psicologia do Conselho Regional de Psicologia da Bahia. Atua com as temáticas de envelhecimento, velhice, gênero, narrativas, gestalt-terapia com idosas(os).
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Comentários escutados pela autora do texto em difderentes ocasiões sociais. BELO (2013).
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BELO (2013). BRITTO DA MOTTA (2010).
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Como profetizou a Feminista Simone de Beauvoir, “não se nasce mulher, torna-se mulher”.
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DE COMO A MENTIRA SE TORNOU GÊNERO
Ser mulher não é determinado por qualquer categoria biológica, mas determinado culturalmente, através da imposição de comportamentos a partir de uma relação simbiótica entre a sociedade e os meios de divulgação das ideais socialmente aceitas e tidas como verdades, através das mídias televisivas, impressas e nas plataformas digitais. Nossas televisões transmitem diversos programas de auditório apresentados por mulheres, onde se destacam a veiculação de notícias frívolas e o aprendizado, quase sempre, de receitas culinárias e de moda, veiculadas para o público feminino. Igualmente, destacam-se periódicos de celebridades, moda, casa veiculadas também para este público. Existe uma diferenciação na educação familiar entre os gêneros desde a mais tenra idade: os “meninos” brincam com o exercício de alguma profissão e/ou atividade de exaltação do físico; já às “meninas” as brincadeiras são relacionadas ao exercício de atividades domésticas, com bonecas que simulam o choro de bebes e outras necessidades e ao aprendizado com a utilização de utensílios domésticos, com brinquedos que simulam fogões, geladeiras, máquinas de lavar, etc. Reforçam este estereótipos, as leituras destinadas às meninas e meninos reforçam estes estereótipos: as principais indústrias de quadrinhos do mundo, a DC e a Marvel trazem, respectivamente, como heroínas a “Mulher Maravilha” – nascida noutro mundo e cuja principal vilã é uma “Mulher Masculinizada” - e “Viúva Negra” – adjetivada pelo standar “negro”, apesar de ser mulher branca e ser o experimento do regime “nazi-soviético”. De sua vez, o mundo masculino dos quadrinhos é representado pelos “poderosos” Superman – O Homem de Aço; “Batman” – O Benfeitor de Gotham; “Thor” – Príncipe de Asgard, Reino das Marvilhas, “Homem de Ferro” – e sua notável inteligência, etc. Toda esta influência radica na formação do caráter masculino/feminino no geral e, em particular, a questão da mentira, que hora pretendo apresentar. Mentir, conforme o Dicionário Eletrônico Aurélio, consiste em dizer o que não é verdade, enganar ou cumprir aquilo que não se pensa. Noutro giro, observe-se que a mentira não se encontra catalogada entre os “Sete Pecados Capitais”, que, por exemplo, elenca a “Gula”, conduta praticada por aquele que se corrompe para atingir bens materiais, mas não a “Mentira”. Portanto, para a Santa Igreja é possível que o indivíduo, malgrado seja portador de uma anomalia que o leva a uma compulsão alimentar, sexual ou obsessão pelo consumo e, portanto, leva-lo a praticar o pecado da “Gula”, tem maiores chances de encontrar a morada infernal do outro que falta com a confiança do seu próximo. Tal observação é importante porque, tomada a tradição cristã como um dos grandes alicerces na formação social, ainda na contemporaneidade, a mentira não se constitui em prática pecaminosa e, por isso mesmo, implicitamente aceita. Na verdade, as principais categorias sociais, como a família e o círculo íntimo de amizades de uma pessoa, da escola aos locais de trabalho, estão formadas por pessoas que falseiam, enganam ou ludibriam umas às outras: o problema é que isto tem sido uma prática comum, sob a mítica de que a mentira justifica uma verdade mais doída. Ora, não há verdade, mas verdades – pois a estória conta com o olhar do seu protagonista que pode ser distinto do outro. Não por isso, ou qualquer outro argumento, a assunção deste lema não autoriza a ludibriação, o engano e a falsidade, espécies e expressões sinônimas a mentira. A mentira é a causa da corrupção em nossa sociedade: enganar, não dizer a verdade ou mesmo falsear uma ação constitui-se em uma conduta aceita na sociedade brasileira contemporânea, especialmente quando a mentira assume uma premissa de boa ação, capaz de trazer algum benefício. Porém, tal prática, convém destacar, tem permissão e efeitos diversos entre os gêneros masculino e feminino. A mentira é utilizada no “universo” masculino, sendo a função dos responsáveis na criação dos “meninos” afirmar que, “Se alguém mentir pra você, afaste-se!” “Se ele mentiu para você, dê uma broca nele!” A mentira, neste universo, é bastante aceita: afinal de contas, ao macho é aceito socialmente o comportamento promíscuo, assim como uma infantil necessidade demonstração da virilidade afirmando-se ter, aquilo que não se possui – como, por exemplo, ter um carro novo, uma casa nova, a família perfeita. Por outro lado, é ensinado pelas mães, que ouviram das suas e estas das suas mães e avós que às meninas que estas “não devem mentir, mas devem saber quando contar a verdade”; “Perdoe, porque ele não quis te dizer a verdade para não magoar”; “Finja”, etc. Das mulheres, mesmo diante das suas angústias – causadas, muitas vezes, por seus companheiros e familiares, espera-se a inocência de crianças em dias de verão imaculados, que nunca reajam e aceitem como normalidade o comportamento que é masculino. Em reforço a este pensamento, os organismos sociais e as ciências sociais criaram estereótipos distintos para as mentiras empregadas por homens e mulheres pela nossa história. Volto-me, aqui, para a Primeira Mulher: Eva, que nasceu das costelas de Adão. Ora, as costelas constituem-se na parte do corpo humano caracterizada pelas suas partes curvilíneas. Parece-nos, com efeito, que ser a mulher criada a partir das costelas quer dizer que jamais alcançarão ser retos como os homens, pois sempre tenderão à curva, ao erro, ao desvio e, aqui está, também, a mentira. Além disso, Eva foi quem enganou Adão e, por isso, a raça humana deixou o paraíso e caiu em desgraça: portanto, segundo os relatos bíblicos, a culpa da miséria humana tem um gênero: o feminino, que com a sua peçonha e enganos, caiu em desgraça. Mais que isto, recordo-me que nos filmes sobre esta passagem bíblica a voz da cobra era feminina, afirmando-se o papel do gênero com o mal da humanidade. Outro exemplo em que a mentira guarda conotações com o gênero vem da história: na 2ª Guerra Mundial, os “homens” envolvidos na Operação Walquíria – consistia numa emboscada, elaborado por Oficiais próximos a Hitler para matá-lo e, assim, acabar com a Guerra, foram tidos como heróis; já Mata Hari, uma bailarina dos subúrbios franceses, foi fuzilada após a 1ª Guerra Mundial, sob a acusação,
A mentira não se encontra catalogada entre os “Sete Pecados Capitais”
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sem maiores fundamentos, de ser uma dupla espiã: ora, quem tira a vida, de quem quer que seja, ainda que déspota, merece idêntico tratamento e não foi verificada tal regra nos 02 (dois) casos. Outrossim, a reação da população às mentiras no âmbito da política também levam em conta o gênero do acusado. Em nosso país, há pouco tempo, a Excelentíssima Presidente foi impedida em uma votação na Assembleia, onde os participantes, a todo instante, acusavam-na de haver faltado com a verdade e haver maquiado as contas públicas. Por isso, a população, parte pela histeria coletiva, parte pelo rancor dos planos sociais em andamento, imputava-lhe além do título de mentirosa, as de “burra”, “porca”, “sapatão” – dentre outros predicativos indizíveis. Entretanto o seu substituto, cujo nome está envolvido no maior escândalo de corrupção do país, nega tal acusação sem que, no entanto, sofra com a defenestração de sua imagem. O que se verifica, dos exemplos, é que a mentira, além de ser tratada de forma diferente entre os gêneros, categoriza a posição da mulher como a falsa, a deturpada, etc, reforçando-se os preconceitos: faz-se mister que pais e mães eduquem suas filhas a não aceitar, passivamente, qualquer conduta marcada pela deturpação, pelo engano e maledicência. Portanto, Maria Luiza (minha filha) nunca aceite a mentira como normal (mesmo que minha).
Cristiano Pedreira da Silva Bacharel em Direito. Assessor do Juiz Titular da 16ª Vara de Relações de Consumo da Comarca de Salvador. Professor da Universidade Senai/Cimatec e das Faculdades Apoio/Unifass e Unyahna, das disciplinas Direito e Legislação, Direito Penal, Processo Penal e Criminologia. Cepista. Pós-Graduado em Direito Civil e do Consumidor e Penal, pela Faculdade Unyahna/Jus Podivm, em Direito Penal e Processo Penal pela Faculdade Baiana de Direito e, atualmente, aluno do Curso de Pós Graduação em Processo Civil pela Unifacs/Emab.
Saiba...
No dia 8 de março
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Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida como Madre Teresa de Calcutá, nasceu na atual Escópia, capital da República da Macedônia, numa família católica da comunidade albanesa. Foi educada numa escola pública e, ainda jovem, tornou-se solista no coro da igreja. Determinada a seguir sua vocação religiosa, Agnes ingressou na Congregação Mariana. Em setembro de 1928, ingressou na Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, em Dublin, na Irlanda. De lá partiu para a cidade de Darjeeling, na Índia, onde as irmãs de Loreto tinham um colégio, em 1931. Lá fez noviciado e finalmente fez os votos de obediência, pobreza e castidade, tomando o nome de Teresa. De Darjeeling, Teresa partiu para Calcutá, onde viveu como religiosa e foi professora de história e geografia no Colégio Santa Maria, único colégio católico para meninas ricas da cidade de Calcutá. O contraste com a pobreza à sua volta era muito grande. Em maio de 1937, Teresa fez a profissão perpétua. A revelação ocorreu em setembro de 1946, durante uma viagem de trem. Madre Teresa ouviu um chamado interior que a incitou a abandonar o convento de Loreto, em Calcutá, e passar a viver entre os pobres. Em 1948, autorizada pelo Papa Pio XII, Teresa foi viver só, fora do claustro, tendo Deus como único protetor e guia, no meio dos mais pobres de Calcutá. Em dezembro do mesmo ano, conseguiu a nacionalidade indiana. Teresa passou a usar um traje indiano, um sari branco com debruns azuis e uma pequena cruz no ombro. Pedindo ajuda nas ruas, auxiliava pobres, doentes e famintos. Pouco a pouco, foi angariando adeptas para sua causa entre as antigas alunas. Em 1950, fundou uma congregação de religiosas. Madre Teresa fundou casas religiosas por toda a Índia e, depois, no exterior. Fundadoras dos Missionários e das Missionárias da Caridade, conseguiu visibilidade para o seu trabalho, tanto que recebeu uma casa, cedida pelo Papa João Paulo II, para recolher os pobres. A casa se chama “Dom de Maria”.
"Ícone do Bom Samaritano, ela ia a toda parte para servir Cristo nos mais pobres entre os pobres". Esse é um trecho da homilia do Papa João Paulo II durante o ritual de beatificação de Madre Teresa de Calcutá, em outubro de 2003. Em 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. Em 1979, Madre Teresa recebeu o prêmio Nobel da Paz, pelos serviços prestados à humanidade. Depois de dedicar toda
uma vida aos pobres, Madre Teresa de Calcutá morreu aos 87 anos, de parada cardíaca. Extraído de https://pensador.uol.com.br/autor/madre_teresa_de_calcuta/ biografia/
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Maria Quitéria de Jesus Medeiros, filha de um fazendeiros portugueses, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1792. Ela se tornou a heroína mais respeitada de toda a Guerra da Independência quando, vestida de homem e usando o nome do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, lutou com valentia na saga baiana para derrotar os colonizadores portugueses e consolidar a independência do Brasil. Maria Quitéria saiu de casa para lutar no Batalhão dos Periquitos, comandado pelo avô do poeta Castro Alves. Seus pais, embora portugueses, a estimularam e a apoiaram em seus objetivos e patriotismo. Sua valentia e destemor puderam ser confirmados por seus companheiros, entre outras, nas importantes batalhas de Itapuã e Pirajá. Na primeira, por exemplo, Maria Quitéria, ou soldado Medeiros, como era conhecida, invadiu sozinha uma trincheira inimiga e acabou levando dois prisioneiros para o acampamento. Descoberta sua verdadeira identidade, Maria Quitéria recebeu como prêmio a promoção ao posto de primeiro-cadete. Recebeu também o título de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul. O seu entusiasmo contaminou outras mulheres. Centenas delas seguiram o seu exemplo e passaram a integrar a Companhia Feminina, criada pelo Exército e comandada por ela. Em Foz do Paraguaçu, Maria Quitéria e suas companheiras, com água até o peito, conseguiram o feito heróico de impedir o desembarque dos inimigos. Quando os conflitos se aproximaram do centro de Salvador, os colonizadores organizaram a fuga. Na madrugada do dia dois de julho, Madeira de Melo, comandante português, embarcou 6 mil soldados, 4 mil marinheiros e 2 mil funcionários, em 84 navios e zarpou rumo a Portugal. No mesmo dia de 2 de julho de 1823, ao meio dia, as tropas brasileiras entraram em Salvador. À sua frente estava a heroína Maria Quitéria.
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MARIA QUITÉRIA
Extraído de http://baraoemfoco.com.br/barao/coluna/mariaquiteria.htm
HOMENAGEM ESPECIAL Graduada em Biblioteconomia e Documentação
A CONSELHEIRA DO CEPA VANDA ANGÉLICA DA CUNHA
pela (Universidade Federal da Bahia, 1966). Mestrado em Ciência da Informação (Universidade Federal da Bahia, 2002). Professora Adjunto aposentada da Universidade Federal, pesquisadora nos campos de Ciência da Informação, Produtora científica nos temas: bibliotecas públicas, bibliotecas comunitárias, formação e atuação profissional, ação cultural, educação em Biblioteconomia. Exercendo contínua articulação entre a Universidade Federal da Bahia, instituições congêneres realizando pesquisa e extensão com um perfil transdisciplinar nas instituições acadêmicas que integra como membro ttular - Academia Baiana de Educação, Instituto Genealógico da Bahia e ALAS - Academia de Letras e Artes do Salvador. Vanda Angélica da Cunha, foi coordenadora e fundadora da Biblioteca Pública de Camaçari/Bahia.
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MULHERES de ontem, de hoje e de amanhã *Candida Maiffre R. Costa Fui convidada a escrever um artigo para revista eletrônica do CEPA –Círculo de Estudo Pensamento e Ação, pelo Caetano Barata, aluno do curso de Direito da Faculdade onde ocupo o cargo de Diretora Acadêmica, ao qual, aproveito para agradecer. Ao tomar conhecimento do tema em foco, Ser Mulher na Atualidade e Suas Perspectivas, um turbilhão de pensamentos se apresentaram em minha mente e em lugar de escrever um artigo gostaria de fazer na verdade uma matéria mais solta já que a revista é um lugar de estudo, pensamento e ação. E assim, começo colocando um pouco dos meus pensamentos a respeito do assunto. Poderia dividir o pensamento em fases da história, que identificam a evolução da mulher e que nos leva a enxergar as mudanças radicais que se processaram no ser mulher. A fase da mulher doméstica educada para casar, levando consigo o saber cozinhar, doceira de mão cheia, recatada e dedicada ao marido exemplo de gestora das prendas domésticas, a mulher dos sonhos de todos os homens da época. Mas adiante a mulher acrescenta a liberdade do voto, do poder sair de casa e trabalhar fora, embora não perca as características da fase inicial aqui contextualizada. E a evolução não para, trazendo outras fases com mudanças mais significativas, onde ainda solteira, sai da casa dos pais e vai morar sozinha quebrando tabus e se colocando como um ser que toma conta do seu nariz independente da aprovação ou não da sociedade ganhando o seu espaço no mundo dos negócios e começa a instalar a sua expertise. Nesta nova fase, se atualiza a cada tempo e acompanha as mudanças que o mundo vem exigindo, partindo para novos conhecimentos, mais astuta e pesquisadora. A mulher atual é capaz de ser gestora em várias instâncias, onde administra o seu lar, seja ele ou não compartilhado com um companheiro, filhos se for o caso e ainda estar no mundo dos negócios nas suas diversas áreas. Embora ainda sofra preconceitos por parte dos homens que se apresentam incomodados com essa evolução, deixo claro aqui que essa visão não faz parte de nenhum pensamento feminista, muito pelo contrário, afinal quem não gosta de um cavalheirismo sincero e elegante, porém ainda nos tempos de hoje os homens inseguros no seu perfil de dissimulada ou não, estão sempre em uma competição infantil questionarem os ganhos salariais das mulheres em relação aos tempo e conhecimento de fazerem uma gestão compartilhada, habilidades e visões diferenciadas que podem ser decisivas empresa.
gestores,
E a evolução não para, trazendo outras fases com mudanças mais significativas
ao
de
forma
cúmulo
de
seus, perdendo assim o unindo
competências,
para o sucesso de uma
Por outro lado, a essência da mulher da atualidade é muito mais dinâmica e bonita, onde é possível transitar na firmeza de um comando e na leveza e perfume do ser mulher, que com um olhar ou um sorriso pode mudar tudo, desde que ela seja focada nas suas habilidades, possibilitando assim a admiração dos que na vida sabem enxergar com os olhos da
As perspectivas das
mulheres na atualidade no
sinceridade. As perspectivas das mulheres na atualidade no nosso pensamento são as melhores possíveis, já que o mundo vem transformando a cada dia o perfil da mulher que atua no
nosso pensamento são as
mundo do trabalho, na administração da sua casa, tendo assim uma jornada dupla
melhores possíveis
diariamente sem perder a sua essência, tendo jogo de cintura quando da investida do clube dos homens machistas, e ainda comprovando a cada dia o seu notório saber ao ser
contemplada em concursos que determinam o seu avanço na conquista de novos espaços e novas gestões. As mulheres verdadeiras de hoje precisam ser percebidas por todos na sua essência. E aqui deixo um pensamento de Pedro Bial como um alerta. “Não basta apenas olhar. É preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer, basta acreditar. ” E quanto a acreditar as mulheres são as mais determinadas para isso e quanto a fazer isso é indiscutível. A mulher é capaz de gerar e dar à luz.
*Diretora Acadêmica da Faculdade Apoio – UNIFASS, Mestra em Gestão Integrada de organizações, Especialista em Planejamento em
Marketing Turístico, Pós-Graduada em Programação Visual, Graduada em Comunicação Social Habilitações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Gestora da ACLM (Atlética Premium), Professora aposentada da UFBA.
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As expectativas de uma mudança social quanto ao papel da mulher na sociedade moderna, no Brasil, é marcada por políticas públicas efetivas que foram brindadas, no ano de 2006, pela Lei 11.340/06, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha. O referido estatuto trata da chamada Violência doméstica cujo artigo 7º buscou caracterizar, de forma detalhada, dando suporte para uma hermenêutica abrangente nas subsunções dos tipos penais mais diversos como violência doméstica. O avanço é importante, mas não é o bastante. A importância da educação no combate às violências, de qualquer natureza, é crucial. Não existe valorização da mulher sem uma política que faça surgir, no seio da sociedade, uma consciência do papel de todos, da importância da luta contra um status quo que valoriza a força física e a brutalidade, como características necessárias a afirmação da importância social do sujeito. O uso da força como afirmação social ainda é uma das características mais deprimentes da convivência humana e nos remonta ao mais primitivos instintos animais, superando, em muitos casos, a própria consciência de pertença a uma espécie de animais racionais. O próprio termo racional, tem o sentido de nos separar, nos afastar da ação movida unicamente pelo extinto. Essa força bruta e o uso da violência é recorrente na natureza, sendo os animais movidos quase que exclusivamente pela aplicação da força e da violência para resolver suas questões, inclusive as de convivência. Mormente podemos ver os grandes mamíferos usando a força para acasalar, como quando dizimam uma prole anterior, estranha, para que a fêmea volte a entrar no cio. Destarte a convivência humana, em suas bases mais profundas, tenta repetir um comportamento puramente animal mas é rechaçada pelo intelecto o qual nos faz observar o mundo com a capacidade de pensar, de formatar ideias complexas e processar informações de forma a criar juízos de valor e processos comportamentais diversos daqueles puramente movidos pelos hormônios. Ademais, a capacidade de pensar, nos faz melhores, quando podemos ajudar a construir relações montadas na confiança e no respeito e não puramente na força. Tirar-nos deste calabouço, abominável, da violência, como única forma de solução de conflitos e como forma de subjugar o outro, só será possível com a educação. A educação molda o homem e a sociedade e nos torna melhores. Educando-nos somos capazes de criar melhores espaços de convivência harmônica, os quais expurgam a força como meio de resolução de conflitos e nos fazem observar o outro como sujeito de direitos e igual em sentidos e emoções; capaz de amar, de odiar e de sofrer. A educação é uma caminho longo a ser percorrido, no entanto, as políticas afirmativas são imediatas e eficazes e se faz necessário dotá-las dos mecanismos efetivos de consumação. O Governo é um principal ator e a sociedade é chamada a colaborar. Existem avanços concretos e, quando chamamos ao debate e discussão, estamos ajudando a moldar novas formas de pensar e de agir, mas, sem dúvida, as ações afirmativas são o principal caminho em face de como as ofensas de natureza sexista e misógina ainda são observadas de maneira costumeira em nossas convivências diárias. A mulher é chamada a ser protagonista nesta mudança, pois a valorização do intelecto e das ideias é o caminho para um futuro mais humano, menos violento e mais propenso ao bem-estar social. Vencer o preconceito, vencer a miséria, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, ser mulher, mãe e protagonista social é um desafio que a mulher moderna precisa enfrentar. Ensinar-nos a valorizar a participação da mulher em todos os meios é outro desafio que elas têm nos chamado a enfrentar. Destarte, se faz necessário lembrar que a Lei Maria da Penha, apesar de ser uma avanço importante neste universo de políticas públicas, ainda enfrenta um incontável número de dificuldades para que as mulheres possam ter garantidos, através deste instrumento legal, enquanto a conscientização ainda se faz necessária, os seus direitos. No momento atual, em face dos inúmeros entraves de natureza burocrática, faz-se necessário facilitar o acesso da mulher às chamadas Medidas Protetivas de urgência, que são requeridas nos casos em que existam riscos iminentes aos direitos e vida e a incolumidade física e psicológica da mulher, sem prejuízo de outras urgências, que podem colocar a sobrevivência e o bem-estar da vítima em risco. Vejo com bons olhos a possibilidade de o Delegado de Polícia, no primeiro momento do atendimento a vítima, aplicar, ainda que de forma precária, dependendo de uma convalidação judicial, medidas restritivas ao agressor, a fim de fazer valer os direitos da vítima. Sou também favorável a que sejam alocados recursos necessários ao melhor aparelhamento policial e formação dos agentes públicos que tenham o contato inicial com a vítima, para que estas possam se sentir mais tranquilas e bem atendidas. É certo que as Delegacias das mulheres já são um pequeno avanço em um mar de necessidades, mas já significam muito para as fragilidades sociais a que estão expostas a maioria de nossas mulheres, principalmente, nas áreas mais pobres e periferias de nossas cidades. Decerto, temos muito a avançar no caminho em curso, sempre valorizando as políticas afirmativas e a educação como caminho prioritário para vencer os desafios que se apresentam a nossa sociedade, no sentido de valorizar o papel da mulher na construção de nosso futuro. Existem questões intrínsecas, ao que aqui discutimos, que necessitariam de uma maior profundidade, mas esta visão “en passant”, já nos leva a pensar o papel de cada instituição que se encontra no chamado sistema de proteção carente e precário que possuímos em nosso país e as dificuldades que encontramos em tornar efetivos direitos tão importantes. A família é a base da sociedade e, em nosso país, a grande maioria delas passa por um fenômeno interessante de ser observado, o fato de que as mulheres são, hoje, as provedoras exclusivas de muitos lares. Isto têm despertado, ainda mais, a atenção de organismos internacionais quanto às violações de direitos, que são constantes, em nosso país. Esperamos que isto ajude a construir um conjunto de proteção mais eficaz e amplo para nossas mulheres.
ANTONIO CARLOS SENA COSTA BACHAREL EM DIREITO PELA UFBA, DELEGADO DE POLICIA DO ESTADO DA BAHIA
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Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 — Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
Mata Hari
Mata Hari
Holanda 1895 - Casa-se com o capitão do exército holandês Mac Leod, que logo seria convocado a prestar serviço em Java, na Indonésia, para onde o casal se mudaria. 1902 - Após retornar à Holanda, é abandonada pelo marido. 1905 - Em Paris, lança-se como dançarina, em uma grande festa, e conquista a capital francesa. 1914 - Vende a casa e desaparece misteriosamente; em agosto, apresenta-se em Berlim. 1916 - Retorna a Paris; suspeita de espionagem, é convidada a voltar para a Holanda; para evitar isso, se engaja no serviço secreto francês; ao cumprir a missão que lhe é confiada, desperta suspeitas, que levariam a seu julgamento. 1917 - Acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e a França é julgada e considerada culpada. Em 15 de outubro, é fuzilada.
Sexo, fortunas e traições Mata Hari jamais escondeu sua atração por homens afortunados. Desde sua chegada a Paris, em 1903, ela se esforçou para prender em sua rede alguns cavalheiros mais idosos em busca de aventuras extraconjugais. Um dos primeiros a sucumbir foi Louis Castagnols, um gascão que colocou sua fortuna aos pés dela; foi seguido pelo dono de uma usina de laminagem de Beauvais, depois por Gaston Menier, o rei do chocolate, Roger Lecaplain, negociante de vinhos de Bordeaux, o marquês de Beaufort... Em 1910 ela seduziu o banqueiro Xavier Rousseau, que lhe abriu as portas de seu castelo na Touraine. Quando ele estava arruinado, ela o abandonou para se lançar nos braços de Alfred Kiepert, rico proprietário alemão que lhe ofereceu uma moradia principesca em Berlim. Por vezes ela também se gabava de ter obtido os favores dos grandes deste mundo, como o irmão do duque de Cumberland, que desposou a filha de Guilherme II. De todos os amantes reais ou supostos de Mata Hari, convém não esquecer dois. A começar pelo barão Edouard van der Capellen. Coronel aposentado da cavalaria, ele lhe alugou uma casa na cidade de Haia em 1914. Foi ele quem enviou a Mata Hari, por duas vezes, os 5 mil francos que Bouchardon afirmou ser o montante de seu salário de espiã. Em seguida, há Vadim de Masslov, um capitão russo dez anos mais jovem que ela, na verdade um gigolô. Foi por ele que ela correu riscos dirigindo-se a Vittel e oferecendo seus serviços ao capitão Ladoux. Masslov, que ela queria até desposar, foi o grande amor de sua vida. O quadro de caça de Mata Hari ficaria incompleto caso se esquecesse do diplomata Jules Cambon. Ela o encontrou quando ele era embaixador na Espanha e depois o reencontrou em Berlim às vésperas da declaração de guerra. Mais que um amante, ele era um amigo fiel. Foi o único a testemunhar em favor dela durante o processo, quando ocupava o cargo de secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores.
Mata Hari, a espiã mais famosa do início do século XX: “Prostituta sim, mas traidora, jamais!”
Quem tem veneno e peçonha, é cobra, escorpião e aranha tudo bicho ruim Se eu fosse você ficava longe de mim Jamais gostei das mocinhas tão certinhas, direitinhas tão santinhas do pau oco Torcia pela vilã ardilosa e malsã
Ensaio sobre a maldade
Foto: mapa da palavra por Ivan de Almeida
Eu brindo com cicuta, arsênico e cianureto A cor que prefiro é preto! Queria de Saramago que da literatura é mago um ensaio sobre a maldade. Os loucos, estes me atraem entediam-me os normais. Quero a mulher imoral, o cafajeste amoral, o Boca do Inferno/ poeta. Eu sou aquela rosa perigosa e maldosa de espinhos venenosos que mima um gato negro, acolhe uma rameira, ama um malandro sem eira nem beira. Mas, me diz, qual o teu medo? Que eu me transforme em espelho? Feiticeira tem segredos, poções, mágicas, quebrantos e bruxarias. Oh! Anjinho! Faz assim: Te protege com a distância. Eu, se fosse você, ficava longe de mim.
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Viveu durante um período em que o tráfico de escravos africanos e a consolidação do poder dos portugueses na região estavam a crescer rapidamente. Era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluaje e de Guenguela Cakombe, e irmã do ngola Ngola Mbandi (o régulo de Matamba), que, tendo se revoltado contra o domínio português em 1618, foi derrotado pelas forças sob o comando de Luís Mendes de Vasconcelos. O seu nome surge nos registos históricos três anos mais tarde, como uma enviada de seu irmão, numa conferência de paz com o governador português de Luanda. Após anos de incursões portuguesas para capturar escravos, e entre batalhas intermitentes, Nzinga negociou um tratado de termos iguais, converteu-se ao cristianismo para fortalecer o tratado e adotou o nome português "dona Ana de Sousa". No ano subsequente, entretanto, reiniciaram-se as hostilidades. Dois motivos alternativos costumam ser apontados: Ngola Mbandi teria se revoltado novamente, fazendo grandes ofensas aos portugueses e derrotando as tropas do governador português João Correia de Sousa em 1621. Dona Ana, entretanto, teria permanecido fiel aos portugueses, a quem teria auxiliado por vingança ao assassinato, pelo irmão, de um filho seu. Tendo envenenado o irmão, sucedeu-lhe no poder. Tendo os termos do tratado sido rompidos por Portugal, dona Ana pediu a seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Diante da recusa de seu irmão, Nzinga, pessoalmente, formou uma aliança com o povo Jaga, desposando o seu chefe e, subsequentemente, conquistando o reino de Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e por ter proibido as suas tropas de a tratarem como "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei". Em 1635, encontrava-se disponível para formar uma coligação com os reinos do Kongo, Kassanje, Dembos e Kissama. Como soberana, rompeu os compromissos com Portugal, abandonando a religião católica e praticando uma série de violências não só contra os portugueses, mas também contra as populações tributárias de Portugal na região. O governador de Angola, Fernão de Sousa, moveu-lhe guerra exemplar, derrotando-a em batalha em que lhe matou muita gente e aprisionando-lhe duas irmãs, Cambe e Funge. Estas foram trazidas para Luanda e batizadas, respectivamente com os nomes de Bárbara e Engrácia, tendo retornado em 1623 para Matamba. A rainha manteve-se em paz por quase duas décadas até que, diante do plano de conquista de Angola por forças da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, percebeu uma nova oportunidade de resistir. Traída eventualmente pelos Jagas, formou uma aliança com os holandeses, que, à época, ocupavam boa parte da Região Nordeste do Brasil. Com o auxílio das forças de Nzinga, os holandeses conseguiram ocupar Luanda de 1641 a 1648. Em Janeiro de 1647, Gaspar Borges de Madureira derrotou as forças de Nzinga, aprisionando sua irmã, dona Bárbara. Com a reconquista definitiva de Angola pelas forças portuguesas de Salvador Correia de Sá e Benevides, retirou-se para Matamba, onde continuou a resistir. Em 1657, um grupo de missionários capuchinhos italianos convenceram-na a retornar à fé católica e, então, o governador de Angola, Luís Martins de Sousa Chichorro, restituiu-lhe a irmã, que ainda era mantida cativa. Em 1659, dona Ana assinou um novo tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que, ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. Dona Ana faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal. Após a sua morte, 7 000 soldados da rainha Ginga foram levados para o Brasil e vendidos como escravos. Os portugueses passaram a controlar a área em 1671. Em certas áreas, Portugal não obteve controle total até o século XX, principalmente devido ao seu tipo de colonização, centrado no litoral.
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A
pesar de nós mulheres
MULHERES, SEGREGAÇÃO E COMPETÊNCIA...
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sermos seres pensantes e dotadas de talento e competência, houve
e ainda há uma brutal lacuna de tratamento igualitário entre nós e a figura masculina de modo geral. Embora alguns discordem, os atributos positivos lançados a favor da mulher negra são amplamente rejeitados. Os estereótipos que depreciam as mulheres negras ou as colocam em uma condição inferior são aceitos como “normais”, a exemplo dos caracteres físicos, tais como: lábios, seios e glúteos avantajados exposto em livros de histórias, revistas e correlatos, a sensualidade da mulher negra explorada no carnaval, as profissões na sua maioria de serviçais reproduzidas pelas telenovelas, cinema, etc. O mais cruel é que a grande massa dos negros, em especial das mulheres negras, não percebem o processo de inferiorização aos quais são submetidas. Atualmente o acesso às Universidades e ascensão das mulheres a espaços estritamente ditos masculinos, quebra um tabu milenar e equipara as mulheres ao mesmo nível de intelectualidade e competência de atuação em diversas áreas do conhecimento. Entretanto, quando se trata da mulher negra, esta referência é negada ou distorcida, no Brasil e em diversas partes do mundo existe um preconceito milenar arraigado nas sociedades que menosprezam nossa competência e possibilidades A ocultação das enquanto mulheres negras. Um fato concreto do aspecto da discriminação e inferioridade da competência feminina e foi a ocultação das cientistas negras que participaram de um cientistas negras dos mais arrojados projetos do homem, a viagem espacial. Recentemente a história das três mulheres negras chegou ao conhecimento de todos devido ao filme que foi feito sobre a importância vital do trabalho delas nesta conquista. Qual a intenção de não dar publicidade ao fato? A história das três cientistas negras Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson continuaria no ostracismo se não fosse contada em livro e recentemente transformada em filme. Conhecida como computadores humanos elas faziam equações matemáticas altamente complicadas e precisas, sendo assim as grandes responsáveis pelo sucesso do americano Alan Shepard consagrado como o primeiro homem no espaço em 1961, no ano seguinte o também americano John Glenn foi o primeiro homem a entrar na órbita da terra. Das três apenas Katherine Johnson nascida na Virginia ainda está viva com 98 anos, com apenas 18 anos conquistou seu diploma de Matemática e Francês na Universidade da West Virginia State, em 1953 começou a trabalhar na NACA (Comitê Nacional para Aconselhamento da Aeronáutica), antecessora da NASA. Pasmem, elas foram contratadas em uma época da segregação racial (racismo extremo) nos Estados Unidos, a agência dava “oportunidades” às mulheres negras com salários menores que os homens e mulheres brancas. A sua competência era tamanha que o astronauta John Glenn se recusou a viajar antes que Katherine Johnson verificasse se os números do trajeto tinham sido alinhados pelos computadores e disse que estaria pronto para a experiência apenas após o aval dela, segundo os relatos as contas duraram três dias. Katherine também foi de fundamental importância para o sucesso da primeira viajem a lua em 1969 ao calcular a trajetória da Apolo 11. Dorothy Vaughan faleceu em A história das três cientistas 2008, também foi uma aluna brilhante e formou-se em Matemática com 19 anos na negras Katherine Johnson, Universidade de Wilberforce, após a segunda guerra mundial se dedicou aos Dorothy Vaughan e Mary Jackson laboratórios, na época existiam normas rígidas que separavam os funcionários negros continuaria no ostracismo e brancos com banheiros e refeitórios diferenciados e ela por sua competência foi nomeada gerente do laboratório entre 1949 a 1958. Muito astuta percebeu que a era dos computadores eletrônicos poderiam gerar a demissão delas, “computadores humanos”, assim rapidamente aprendeu programação e ensinou às colegas como opção de emprego. Mary Jackson faleceu em 2005, era formada em Matemática e Física no Hampton Institute e também no período de segregação racial teve seus méritos reconhecidos por sua competência, trabalhava no túnel de vento supersônico (simulador de voos) na época. Integrou-se ao treinamento que a promovia de Matemática para engenheira e precisava para tal de um curso de pós-graduação especializado, em consequência da segregação racial precisou pedir uma permissão especial para estudar junto aos seus colegas brancos, imaginem! Ela concluiu o curso com êxito e em 1958 tornou-se a primeira engenheira negra da NASA. Uma das peculiaridades de Mary é que ela foi uma voz dentro da NASA que defendia as minorias, insatisfeita com o tratamento desigual dentro da instituição batalhou por igualdade de direitos o que chamou atenção na época do governo americano. Em 2015, o governo dos Estados Unidos reconhece a importância e o brilhantismo destas mulheres, Katherine Johnson a única que ainda é viva, recebeu do Presidente Barack Obama a mais alta condecoração civil dos Estados Unidos, a Medalha Presidencial da Liberdade, reconhecimento válido mesmo que tardio. O nosso histórico de luta é muito extenso e ainda temos muito por fazer, no Brasil e no mundo, a história A história das três de vida destas três mulheres negras nos fortalece para continuar a lutar e ampliar os nossos horizontes na conquista de espaços. cientistas negras Como educadora ativa e consciente não vejo outro caminho que não seja a Educação e a conscientização, pois através de ambos podemos empreender mudanças pertinentes que venham atingir a sociedade como um todo, a consciência das nossas potencialidades e possibilidades nos permitirá empreender novas etapas que certamente vão ecoar além das nossas fronteiras geográficas, o momento é de enfrentamento do racismo, da intolerância, dos valores castradores, enfim, nós mulheres negras necessitamos de representatividade em todos os setores da sociedade em igualdade de condições. A luta é incessante e necessária.. Cecília Peixoto da Silva, mulher negra baiana, educadora, pedagoga, bacharel em Direito e Ciências Contábeis, funcionária Pública concursada do Estado da Bahia, Conselheira Fiscal do CEPA (Círculo de Estudo, Pensamento e Ação), filiada ao PDT Bahia e Secretária Geral do Movimento Negro do PDT-BA.
O CEPA – CÍRCULO DE ESTUDO, PENSAMENTO E AÇÃO realizará mesas de debate com a apresentação de trabalhos acadêmicos sobre o Maio Negro do CEPA com participação de Mabel Freitas, Cacá Ribeiro, Mário Bastos e Cristiano Pedreira, no dia 27/05. O CEPA – CÍRCULO DE ESTUDO, PENSAMENTO E AÇÃO apresentará proposta de parceria juntamente a ALAS – Academia de Letras e Artes do Salvador à pessoa do seu presidente, o acadêmico Luiz Claudio Guimarães para realização do I Encontro Baiano de Direito e Cultura, a ser consumado no mês de agosto. Maiores informações: cepaadmin@gmail.com
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Princesa Isabel (1846-1921) foi regente do Império no Brasil. Filha de D. Pedro II, assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea, que acabou com a escravidão no Brasil. Irmã da Princesa Leopoldina, Isabel foi a última princesa do Império Brasileiro. Atuou como regente, por três vezes, quando o imperador D. Pedro II se ausentou do País. A Princesa Isabel nasceu no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1846. Filha do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina, tornou-se a herdeira do trono, com a morte de seus dois irmãos. Sua irmã mais nova, Princesa Leopoldina foi sua grande companheira. Para a educação da futura imperatriz e de sua irmã, a princesa Leopoldina, D. Pedro II designou como sua primeira preceptora, a Condessa de Barral, filha do Embaixador Domingos Borges de Barros. Para elaborar o vasto e rígido programa de estudos, foram contratados diversos mestres, entre eles o Visconde de Pedra Branca. A princesa Isabel mostrava grande interesse pelo estudo de ciências e de química. Desde cedo a princesa se preocupava com a educação no país. No dia 29 de julho de 1860, a princesa com 14 anos, obedecendo a Constituição, presta juramento de "manter a religião católica, observar a constituição política do País e ser obediente às Leis e ao Imperador". Em 15 de outubro de 1864, a Princesa Isabel casa-se com o Conde D'Eu. No dia 29 de julho de 1871, conforme a Constituição Brasileira de 1824, a Princesa Isabel, ao completar 25 anos, tornase a primeira senadora do Brasil. Nesse mesmo ano D. Pedro viaja para Europa, D. Isabel assume a regência e no dia 28 de setembro de 1871 assina a Lei do “Se a mulher pode reinar, pode votar. Ventre-Livre. Em 15 de outubro de 1875, depois de onze anos, nasceu seu primeiro filho, o Príncipe D. Pedro de Alcântara, e em 26 de janeiro de 1878 nasceu seu segundo filho, D. Luís Maria Filipe. Seu terceiro filho D. Antônio Gastão Francisco nasceu na França, em 09 de agosto de 1881 e no mesmo ano a família voltou para o Brasil. A Princesa Isabel assume pela segunda vez a regência, quando D. Pedro vai à Europa para tratamento de saúde. Nessa época a campanha abolicionista contava com o apoio de vários setores da sociedade e o fim da escravidão era uma necessidade nacional. A princesa aliou-se aos movimentos populares e aos partidários da abolição da escravatura. Eram tensas as relações do ministro Barão de Cotegipe, que era a favor da escravidão, com a princesa. Para não adiar o fim da escravidão, a princesa assinou a demissão do Barão e nomeou o Conselheiro João Alfredo para o seu lugar. No dia 13 de maio de 1888, finalmente D. Isabel assinava a lei Áurea, que dizia: "A partir desta data ficam libertos todos os escravos do Brasil". No dia 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República e no dia 17, D. Isabel seguiu, com toda sua família, para o exílio. Ficou instalada no castelo da família do Conde D'Eu, na Normandia. Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, faleceu no dia 14 de novembro de 1921. Seus restos mortais foram transladados em 6 de julho de 1953 para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, o Conde D'Eu, para o Mausoléu da Catedral de Petrópolis.
Aliada a movimentos populares
No dia 13 de maio de 1888, finalmente, D. Isabel assinava a lei Áurea
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GISELE SOARES PARA A REVISTA ELETRÔNICA DO CEPA POR ROBERTO RODRIGUES – DIRETOR ADJUNTO DO CEPA 1- Quem é Gisele Soares? Qual a sua idade? R.: Mulher negra baiana, mãe, professora de ballet, filha de Oxun, guerreira, militante das causas sociais em prol da elevação da mulher negra. Tenho 24 anos. 2-
Como você vê as conquistas do negro na sociedade
brasileira, principalmente após as ações dos Movimentos Negros e do Bloco Afro Ilê Aiyê? R.: Com bastante otimismo. Os movimentos negros e os blocos afros têm uma importância grandiosa nesse processo de resistência e de luta seja pelas cotas nas universidades ou por ocupar os espaços sócios políticos como é o caso dos negros(as) que estão nas universidades e outros que ocupam cargos públicos.
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3- Em sua opinião como o racismo à moda brasileira se mostra mais efetivo e quais as dificuldades de combatê-lo? R.: O racismo aqui é diferente dos outros estados por ser velado. Ele surge de várias maneiras e você tem que está preparado. São gestos, olhares e até agressões físicas. Nós buscamos combater, embora as delegacias
não
estejam
preparadas
para
essa
demanda. A lei CAÓ não é aplicada, se assim fosse, certamente os criminosos pensariam um pouco mais. É a falta da aplicação da lei para apurar com seriedade nossas reclamações, às quais, não sendo legitimadas é o grande entrave desta problemática. 4- Quais são os principais desafios em sua opinião da Mulher negra em um país machista e racista? R.: Lutar pela igualdade de raça e de gênero, ter suas escolhas respeitadas, seus direitos assegurados, exigir o cumprimento da legislação através da lei Maria da penha, lei CAÓ, e principalmente não aceitar qualquer possibilidade de manifestação racista e acima de tudo lutar pela visibilidade da capacidade da mulher no mercado de trabalho e em todos os espaços da sociedade. 5
- Quais são seus projetos após ser eleita Deusa do Ébano 2017?
R.: Viajar com o Ilê Aiyê representando todas as mulheres negras, afinal, fui eleita para isso. Quero ainda abrir uma escola de dança aqui no bairro que nasci e vivo com minha família, espero que o bloco Ilê Aiyê, todos os associados e todo o estado da Bahia tenham orgulho de mim por onde eu passar.
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Um breve relato sobre as mulheres da atualidade...Nos dias de hoje, a mulher que vem buscar a sua inclusão social e profissional depara-se com várias preocupações: as tarefas domésticas, os cuidados com os filhos e a pressão do mercado de trabalho; estas preocupações “quase nunca” são divididas com o homem, não há na maioria dos casos uma divisão igualitária de tarefas. A mulher da atualidade está em um momento de multiplicidade e por consequência passa a sentir uma forte pressão para desenvolver os seus papeis dentro dos padrões estabelecidos, sendo “obrigada” a responder a todas as expectativas postas sobre ela, internas e externas, tais como ser excelente dona de casa, a melhor mãe, a esposa incrível, a funcionária modelo e além disso se manter nos padrões de beleza vendidos pela mídia, enfim ser uma “mega, super – mulher.” A mulher na atualidade almeja conquistar o mundo, enche-se de obrigações e sempre cobra de si mesma que tudo que faça seja feito com perfeição! Deseja que a casa esteja sempre limpa, em ordem, os filhos bem cuidados, sempre buscando manter tudo sob seu absoluto controle. No mercado de trabalho a figura feminina passou a ser de grande importância, aonde conquistou protagonismo, mesmo que sofra com as heranças históricas do sistema social patriarcalista no dia a dia. Com o passar do tempo e graças às lutas em prol do bem estar da mulher (lutas feministas), o papel de dona de casa vem sendo deixado para trás e a mulher vem assumindo postos de trabalho e funções importantes em empresas e sendo menos submissa. Porém, passa a maior parte do tempo em busca da ascensão na carreira, subtraindo pra si muitas funções, não delegando tarefas, mas ao mesmo tempo sem poder deixar completamente de pensar nas tarefas domesticas e se a rotina da sua casa vai de acordo com o planejado. Vale ressaltar que no mercado de trabalho o número de mulheres ocupando cargos de nível superior em empresas é relativamente menor frente aos homens, mesmo quando elas têm as mesmas qualificações que eles. Ainda falando sobre o mercado de trabalho, o salário da mulher é proporcionalmente menor que o dos homens, fator esse que fica mais crítico quando analisamos a vivencia das mulheres negras no mercado de trabalho. É dessa forte desigualdade, herança de um passado “sombrio” em que a mulher era vista como sendo apenas para a procriação e como complemento do homem, que surge a necessidade de lutar pelos direitos femininos. Não é por acaso que a influência do feminismo tem crescido na sociedade, apesar do fato de muitas pessoas carregarem mitos sobre esse movimento, tal como pensar que feminismo é o contrário de machismo ou que as mulheres feministas lutam contra os homens, entre outros erros. A luta feminista é pela igualdade entre mulheres e homens na sociedade, é contra o machismo e o patriarcalismo, lutando
pela liberdade individual, não sendo uma luta apenas das mulheres, mas também dos homens. Embora o papel da mulher na sociedade venha se tornando cada vez mais respeitado ainda existem muitos desafios a serem enfrentados. É preciso, combater a cultura machista na sociedade (e isso não significa “combater os homens”!), melhorar o acesso das mulheres a postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários, efetivar o direito da mulher sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de efetivar a proteção de mulheres ameaçadas em seus cotidianos. Os desafios são grandes, mas quanto menor for a resistência das pessoas no sentido de questionar ou combater as pautas femininas, mais ampla e melhor será a efetivação de uma sociedade mais igualitária. Trata-se de uma missão a ser concluída por toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens.
Referências: O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE MODERNA; Autora: Drª. Maria Eunice Torres do Nascimento. Encontrar em: https://afinsophia.com/2009/03/07/o-papel-da-mulher-na-sociedade-moderna/ Acessado em 14/02/2017. Mulheres ainda enfrentam resistência no mercado de trabalho, diz estudo; Encontrar em: http://revistadonna.clicrbs.com.br/noticia/mulheres-ainda-enfrentam-resistencia-no-mercado-de-trabalho-diz-estudo/ Acessado em 10/02/2017.
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