M E S STIM
REVE
ENTO NESTA EDIÇÃO (4ª): DESNÍVEL-LAMENTO Os problemas do novo prédio não são problemas quaisquer...
ArqSust! Um pouco sobre permacultura... XXI ENEA Pode descarregar aqui mesmo, seu moço... E o nosso currículo? Vamos nos calar frente aos problemas e deixá-los crescer?
Pra começo de conversa...(é outra conversa, não se engane)
EDITORIAL
rial!!!
! Um edito
inalmente ditorial!!! F
Um e
Aqui quem vos fala é Sem Revestimento. Não, não estou nu. Ou, “aqui estamos todos nus”, diria Fernando Sabino. Todos nus porque estamos vulneráveis. As roupas nos protegem do frio (ou, no verão, pioram o nosso calor tropical), mas se o frio não nos pegar, o mundo nos pega. E é por isso que “inventamos” esse jornaleco. Na verdade ele é até bem legal, mas há quem o ache um simples jornaleco mesmo, coisa de se jogar fora antes que seja útil para a próxima ida ao toalete. Voltando ao mundo... pois bem, o mundo nos pega porque o mundo está cheio de problemas, meu amigo. Se você não atentar para eles, eles realmente passarão despercebidos, você viverá até que a sua vida se acabe por tudo aquilo que você transeunte da avenida comercial fez e refez (Raul era mesmo um cara legal), ou até que todas as vidas se acabem pelo que você não fez. Mas bom, não era disso que falávamos. Falávamos do nosso jornal, que pela primeira vez em quatro edições, ganhará um editorial. E por que nunca tivemos? Porque sempre julgamos que temos muito a dizer, cuspimos tudo e não temos nenhuma conversa com você, leitor (e se agora estamos tendo, se você está lendo, é porque: ufa! parece que chegamos ao toalete, e isso representa um grande alívio para você, mas também
para nós). E um editorial é “uma coisa lindíssima, cara” (diria o cara mais bonito da ARQ, professor Américo), porque é mais que uma conversa com o leitor. É o momento em que o escritor se senta para escrever pensando unicamente em quem vai sentar seja no toalete ou onde for para ler. E tenta dizer com poucas palavras o que quer com aquilo tudo que vem nas próximas páginas. Não que o escritor pense que poderá simplesmente explicar o que vem em seguida, isso é impossível! Aliás, na edição anterior mesmo estava escrito, citando Mário Quintana, com a “poesia” A coisa (na seção de poesias e pensamentos): “A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.” E teve mesmo histórias como essa, já que, no pavilhinho, a boca pequena, ouviu-se comentário de que, na figura da capa, estava escrito “ARQ” naquele módulo...e isso é lindo, meus amigos. A arte, quem faz não é só a cabeça do criador, mas mais ainda a cabeça do apreciador. É, cabeças, é isso que somos...vamos lá, à leitura. E por favor, não esqueça das entrelinhas, é ali que estão as nossas cabeças.
Gestão:
P.S.: No fim, nosso editorial não falou nada sobre o que vem nessa edição, mas deixemos assim mesmo. Foi uma estréia, tem o nervosismo, aquela coisa toda. Prometemos que o próximo será mais objetivo, sem fogos de artifício e coisas do gênero. Valeu! Não esqueçam de mandar seus textos para concretoeaparente@yahoo.com.br
E o nosso currúculo? Este trabalho já pertenceu a no mínimo 5 (cinco) estudantes diferentes. Em semestres diferentes, este texto já foi entregue, reentregue... e possivelmente no semestre seguinte figurará entre mais uma leva de brilhantes trabalhos, em sua maioria também já “veteranos”. A nota? Ah! essa varia... em alguns semestres já tirou 8 (oito), já tirou 9 (nove) também e inclusive já rendeu até um 10 (dez) ao seu dono da vez. Alguém percebe? e se percebe, se importa? Você se importa? UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: XXXXXXXXXX XX XXXXXXXXXX I PROFESSOR: XXXXXXXX XXXXX ACADÊMICO: BOTE AQUI O SEU NOME Resumo do texto: Mascaró, L. (coord.); Tecnologia e Arquitetura – São Paulo: Nobel,1989 Junto com a Revolução Industrial e suas conseqüências, surgiu o conceito de que o progresso da humanidade é principalmente o reflexo de um desenvolvimento permanente da tecnologia. Esse conceito serviu de parâmetro para analisar o nível das sociedades, ou seja, avançada ou atrasada de acordo com seu desenvolvimento tecnológico. Os que apóiam essa tese são chamados de “deterministas tecnológicos”, que acreditam que a tecnologia pode afetar o desenvolvimento social. Em contra partida há os “deterministas econômicos”, que enxergam a tecnologia como fator neutro no desenvolvimento econômico e até mesmo político, afirmam porém que a tecnologia ajuda a minimizar os custos e maximizar a eficiência (nos fatores econômicos). Ambos deterministas são criticados pelos neomarxistas, por acharem que a tecnologia e os modelos sociais se apóiam. Pelo lado materialista, tem-se o argumento de que as revoluções industriais modificam radicalmente a vida dos homens, principalmente na forma de pensar e agir e que os efeitos negativos não são causados pela tecnologia em si, mas pela maneira que é utilizada. Existe também aqueles que defendem que a principal causa dos problemas sócio-econômicos e ambientais são conseqüência da tecnologia avançada e que acredita-se que é apenas um mito o fato de que um desenvolvimento tecnológico traria com ele um progresso social.
fator que divide a sociedade internacional em “desenvolvido” ou “subdesenvolvido”. Essa ligação feita com a política é feita pelo chamado “determinismo político”, que considera Estado responsável pelo desenvolvimento tecnológico da sociedade. Isso porque existe uma relação muito clara entre o Estado e a situação industrial do lugar. Embora as industrias tenham sido desenvolvidas para o bem-estar social, os políticos não as utilizam para esse fim, não estão dispostos a usar a mesma como meio de democratização, reduzir as desigualdades sociais. Há quem acredita no “determinismo econômico”, onde se pode usar um exemplo para comprovar essa tese. A tecnologia utilizada nas construções influenciam muito uma sociedade. Uma crise na arquitetura pode gerar grandes problemas econômicos, pois uma falha na habitação ou no meio urbano do homem pode causar danos ao sistema capitalista. O “determinismo tecnológico”, como já foi citado, se baseia no argumento de que o progresso, conseqüente desenvolvimento social, é causado pela tecnologia. Com esse determinismo surge o conceito de “atraso cultural” e isso se reflete muito na arquitetura, pois a sociedade não está preparada para acompanhar tantas mudanças e novidade e então não usa os novos recursos. A tecnologia tem imensa importância e reflete grande poder, porque não é nada mais que um conjunto de conhecimentos aplicado a produção de bens. A expressão “dependência tecnológica” se junta ao conceito de “transferência tecnológica”. Esse conceito vem acrescentar principalmente na situação em que se transfere conhecimento industrial para contextos não industriais. É daí que surge o imperialismo tecnológico e assim a dependência dos países de Terceiro Mundo.
A tecnologia que foi inicialmente criada para solucionar problemas é hoje um grande problema social, além da poluição causada, gera também as armas de destruição em massa, por exemplo. É de suma importância buscar uma tecnologia que possa evitar tais males. Porém é ainda grande o preconceito existente em relação a maneiras alternativas de produção.
A dependência é recíproca entre os países industrializados e os subdesenvolvidos, e vem aumentando com os anos a dependência mais cientifica, isto é, a transferência de algo além dos objetos, o conhecimento. Chama-se isso de “imperialismo do saber”. Nesse contexto, os países considerados subdesenvolvidos servem de sede para as indústrias multinacionais, fornecendo matéria-prima e mão-de-obra.
Para falar tanto de tecnologia é preciso entender seu conceito. Tecnologia pode ser entendida como um intermédio entre a ciência e a indústria, tem o papel principal de transformar as matérias primas fornecidas pela natureza através de procedimentos mecânicos. A tecnologia pode ser dividida em dois: como hardware, ou seja, os aspectos meramente mecânicos, máquinas e utensílios; e software, que é a estratégia, as técnicas que serão usadas.
A construção é muito influenciada pelas multinacionais, pois precisam se adaptar a realidade do país sede, sua cultura, clima, sociedade. Em função disso a arquitetura sempre foi dependente do sistema econômico de tal sociedade em determinada época. Além disso, historicamente a arquitetura se desenvolveu inclusive das diversas fontes de energia existentes.
O desenvolvimento tecnológico de um lugar depende diretamente com seu sistema econômico, por isso hoje em dia o poder de uma nação está ligado a sua evolução
Como já foi mencionado, a tecnologia tem grande influência na economia, e por isso influencia quase que um sistema totalmente. E por ter relação com a produção de bens, a
uma boa urbanização, que é considerada um dos maiores reflexos da industrialização. As conseqüências causadas por esse “abandono” da área rural foram muito significativas: nova distribuição da população, aumento de produtividade, e principalmente, houve a mudança do eixo econômico. Essa última conseqüência por si só gerou outras: aumento do índice de urbanização, acentuação dos índices migratórios internos e com isso a mobilidade de mão-de-obra. Através dessa mudança na sociedade, as cidades tornam-se os centros econômicos, políticos e sociais. Houve assim uma relativa fixação do homem. Nesse processo a casa se tornou objeto muito importante na vida das pessoas por ser uma garantia de sobrevivência na cidade. A habitação passa a ser um problema, tanto tecnológico quanto sócio-econômico e político. A dependência constante entre arquitetura, cidade e sistema produtivo já é discutida há um tempo, como afirmaram Engels (1850) e Marx (1870). Ao se considerar tecnologia como um sistema que relaciona o homem e a natureza, é possível construir um conceito de tecnologia da arquitetura. Nesse contexto, podese considerar o hábitat como o conjunto de condições necessárias, relacionadas à natureza, para se desenvolver a vida, no hábitat humano, o ambiente construído representa o domínio do ambiente sujeito a transformações. A tecnologia do ambiente constituído, por sua vez, se preocupa com as transformações artificiais do hábitat do homem, de acordo com as utilidades sociais e no respeito a acontecimentos naturais. O importante dessa definição é entender tecnologia como um processo de transformações na ordem das idéias também. Isso modifica de forma profunda a visão conservadora do papel da tecnologia na arquitetura. De forma equivocada, muitas escolas arquitetônicas vêem a tecnologia como simples ligação entre o projeto e a construção. Uma relação entre arquitetura e tecnologia é que os arquitetos tendem a deixar de se preocupar somente com os aspectos físicos da construção e dar importância ao conjunto das operações programáveis para uma construção. Dentro do processo projetual, a tecnologia é um meio de ligação dos dois momentos da projetuação: a idealização e a realização. Deixando de lado a concepção de uma relação de causa e efeito e passando a ser um processo interativo. A tecnologia nesse caso viria como forma de substituir os modelos estáticos, individualizando a forma arquitetônica e consequentemente a construção do ambiente. Geralmente acredita-se que os interesses da arquitetura estão em “como” operar, nota-se hoje uma diferença, a atenção se voltou para “por que” operar, isto é, entender o porquê de se organizar o ambiente construído de tal maneira. Para isso se trabalha no sistema
decisão. A tecnologia soft é então considerada também um instrumento da projeção desde seu estado inicial de metaprojeto ate seu estado final de utilização. Como exemplo da aplicação da tecnologia soft, percebe-se que esta está em toda base da política tecnológica do setor da construção desenvolvida na Europa a partir de 60, ou seja, à base da componentística. A filosofia dos componentes é a resposta aos problemas da industrialização da construção. Esse processo de construção industrializada é um sistema-processo que busca estabelecer e executar o que o componente deve satisfazer. Existem três discursos componentísticos da construção que esclarecem a nova concepção da tecnologia da arquitetura e de seus bens, são eles: discurso estrutural; discurso comportamentístico; e discurso instrumental. Ao se deparar com mudanças tão rápidas no que se relaciona ao crescimento da sociedade, acredita-se que seria de boa escolha abandonar os procedimentos projetuais à intuição e ao gosto pessoal. Os projetistas são, ou deveriam ser, integralistas. Entretanto até sua trabalho tende a uma especialização. Até mesmo na arquitetura foram sentidas as conseqüências da divisão e especialização do trabalho, uma pessoa especializada para cada tecnologia influencia no desenvolvimento projetual. Esse é um grande problema atual do arquiteto, que não controla mais seu projeto desde sua idealização ate sua execução, isso é um reflexo da Revolução Industrial, onde foi rompido o elo entre a técnica e a arte. Essa nova tecnologia da arquitetura pertence a uma sociedade pós-industrial, em que há uma tecnologia do projeto, uma incerteza em vez de condições de determinação. Deve-se basear principalmente nos fatores do conhecimento, menos hard e mais soft.
10
Textando...
PODERIA SER PIOR... É um chato, você, que fica aí, reclamando da vida... Você diz que não somos felizes, ora! Como nao? Você já pensou em como seríamos infelizes se vivêssemos de outra forma? Aposto que não, você é um grande pessimista mesmo, só pensa no seu mundinho. Mas vamos pensar diferente, é fácil, vamos imaginar o quão pior seria o mundo se vivêssemos, por exemplo, guerreando, nos matando, por tolices. Se vivêssemos nos explorando, uns aos outros, como senhor e servo. E até em escalas maiores, povos explorando, roubando outros povos. Que mundo terrível seria! Não, não. Vamos agradecer por ter de viver nada disso. Mas imagine, agora, como seríamos infinitamente infelizes (!!!) se fôssemos privados de tudo o que há no mundo! Se as laranjas que brotam da natureza fossem inalcansáveis! Se a água (a água!) fosse restrita àqueles que tem...bom, sei lá, papeizinhos, digamos, para trocar por ela. Papeizinhos coloridos, com figuras de bichinhos (esses, ameaçados de extinção, tadinhos). Já pensou? É, impossível mesmo, acho que fui longe de mais. Pior ainda, se até quando ficássemos doentes precisássemos dos tais papeizinhos. Se precisássemos deles para nos locomover, não que não pudéssemos fazer isso sem eles, mas tudo já estaria tão complicado mesmo que talvez fosse necessário, para ir bem longe. Bom e ruim, instigante, poderia ser bem interessante até, com muito papelzinho talvez chegássemos à Lua. Mas já que que estamos falando nos papeizinhos, vamos aliviar: vamos imaginar que, com eles, tivéssemos acesso a tudo, desde laranjas até os próprios bichinhos (por que não? os bichinhos, vivos ou mortos. Se estavam em extinção, pouco importa, os papeizinhos dão um jeito). O difícil seria juntar esses malditos pedaços de papel, “não nasce em árvore”, diriam alguns (o fato de a celulose que faz o papel ser proveniente das árvores seria mera coincidência). Enfim, seríamos infelizes ainda. Mas, na verdade, nem precisa tanto para imaginar um mundo pior. Com menos já seríamos um pouco infelizes: se, por exemplo, a produção artística fosse restrita a poucos (arte é legal, mas quem liga pra ela?). Se editores de livros ganhassem mais papeizinhos que os próprios autores, a exemplo de gravadores e músicos...um pouquinho infelizes, acho que até seríamos. Coisa pouca, aquela tristezazinha, “isso é fome” diria a mãe... Mas, opa! Não! Agora eu quero avacalhar, acabo de pensar em algo. Algo que acabaria conosco, nos afundaria no infinitamente profundo oceano da
infelicidade, seria a tristeza completa e total, o fim do mundo, o buraco negro. Imagine, imagine comigo: se, tendo o mundo nos feito infelizes (ou seria ao contrário?), se, bom...se tudo o que foi dito nesse texto fosse verdade, mas...ainda por cima, quando tudo fosse horrível, descobríssemos que não nos deixaram nem ver o que acontecia. Se descobríssemos que ter consciência de tudo também é algo restrito. Que mesmo tudo sendo anormal, sendo o mundo uma anomalia cheia de papeizinhos, pensássemos (sem pensar...) que é assim mesmo, que não tem jeito, que é da nossa natureza... Se além de traídos, fôssemos enganados. Vivêssemos nessa escuridão, e, quando abríssemos os olhos (por que? Não sei, seria algo gradual, talvez. Ou papeizinhos bem aplicados nos ajudassem. Ou, talvez, se batêssemos a cabeça contra a parede várias vezes), víssemos todos ainda dormindo. Um sono profundo, nem gritando conseguiríamos acordá-los, o silêncio seria ainda maior. Alguns, quem sabe, esboçariam uma reação, resmungariam, tentando dizer alguma coisa. Até romperem, como que de saco cheio: É um chato você, que fica aí, reclamando da vida!
Texto: José Rodolfo Pacheco Thiesen. Ilustração: Diego Fagundes
ArqSust!
PERMACULTURA A Permacultura, em sua essência, é a vontade de existir e agir em coerência com os princípios da Vida: capacidade de auto-renovação e auto-transcendência. Neste modo de agir, o princípio de tudo é a ética, a idéia a ser alcançada, o pensamento idealizado a ser materializado. Como materializar? Há caminhos já estudados e praticados que podem ajudar, mas também pode ser desenvolvido um método todo a partir da vontade de alcançar o objetivo. É como colocar como principio imutável não destruir a natureza e desenvolver a melhor maneira para construir sem prejuízos a esta. Ou, num exemplo cotidiano, como aquelas manias de andar na rua sem pisar nas linhas do chão; você faz o caminho sem pensar no caminho, mas no principio que deve ser mantido, não pisar na linha, podendo ser criados vários caminhos. Como essa alternativa é menos exprimível e depende muito de cada caso e experiência pessoal, os métodos já estruturados ilustram melhor como projetar buscando um meio mais equilibrado. Assim é o design permacultural que, partindo da ética, é a ferramenta básica para materializar as idéias contidas na permacultura. A permacultura oferece muitas alternativas e uma visão de integração dos sistemas naturais, para trabalharmos com eles da melhor forma. Existe muito material na internet e aqui na faculdade, além das pessoas é claro (a melhor fonte de informação pra mim), para conhecer melhor a permacultura. Acredito que faz diferença ir atrás e buscar uma forma de ajudar a mudar o modo de vida, degradante (física, moral e intelectual), que estamos inseridos. Acredite também. É possível! Estamos no meio do desenvolvimento do Plano Diretor Participativo e estão aparecendo os absurdos que acontecem por trás do “desenvolvimento” da ilha. Agora é a hora de acreditar na mudança e construir um modo de vida sustentável.
Ética da Permacultura: - Cuidar da Terra (planeta) - Cuidar das pessoas - Compartilhar excedentes - Consumo reduzido (otimizado e sem desperdício)
Ai vai, então, algumas fontes: www.permacultura.org.br http://www.agrorede.org.br/biblioteca/permacultura-andre/ http://www.permear.org.br/ Livro: A Permaculture Designer´s Manual, 1986 , David Holmgren Permacultura I
Por Fernando Carneiro Pires e Hugo Koji Miura
ENEA
O XXXI ENEA - Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo “Descolados de suas realidades cotidianas, os estudantes de arquitetura e urbanismo do Brasil encontram-se. Cria-se um novo lugar, um espaço de possibilidades infinitas de trocar, de aprender, de agir, de contagiar, de ser contagiado, de viver, de se apaixonar e reapaixonar por arquitetura... por nós mesmos. O ENEA é isso, é a possibilidade do encontro, do contato entre distintas realidades, que confrontadas, superam-se e unem-se, expostas em suas particularidades e exaltadas em suas semelhanças.” Fonte: Projeto do XXII ENEA Rio de Janeiro O Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo é um grande momento de reunião de muitos estudantes de arquitetura do país, bem como de profissionais da área, professores, todos interessados em debater assuntos ligados à arquitetura e sua relação com a sociedade. É um evento sem fins lucrativos que ocorre todo ano em diferentes cidades, sendo organizado pelos próprios estudantes. O encontro conta com atividades que possibilitam uma troca efetiva de experiências e conhecimentos entre os participantes durante todo o período, através de ateliês de ação urbana, oficinas, palestras, mesas redondas, seminários, plenárias, e claro, nas conversas de bastidores, em filas para o almoço, entre outras interatividades criadas pelos próprios participantes. Para isso há a criação de um espaço próprio, que agrupe as principais dependências, refeitórios, alojamentos, ambulatório, como uma pequena “cidade” que acaba se irradiando por aquela que a abriga. Através das atividades se busca interação com a cidade sede, discutindo e propondo melhorias no âmbito da
arquitetura, tanto no que diz respeito à execução de projetos quanto no campo do conhecimento e planejamento urbano, ambiental e patrimonial e com intenção de deixar benefícios permanentes tanto para os locais que abrigam a “Cidade Enea” quanto para o município e suas comunidades. A cidade agora é Florianópolis, e quão rica ela é para abrigar esse evento. Formada por diferentes facetas, poucas cidades demonstram tanta diversidade de apropriação do espaço, percorrendo de comunidades alternativas até a alta especulação imobiliária, sem excluir o modo como a natureza reage a sua exploração, de resposta quase imediata, visto a fragilidade deste local. Florianópolis apresenta, como um laboratório, os temas atualmente mais discutidos em congressos e seminários, tais como sustentabilidade, “revitalização” do patrimônio histórico, especulação imobiliária, folclore, que acabam determinando sua urbanidade. Aqui, o participante entraria em contato com diferentes visões de cidade, abrindo seus horizontes e permitindo crescer seus conceitos de arquitetura e urbanismo. Este evento é realizado pela Comorg Comissão Organizadora, em parceria com a FeNEA Federação Nacional dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, que se propõe a perder-se entre os conceitos plurais de Florianópolis, permitir-se novos horizontes e principalmente, encontrar-se com todo estudante interessado em participar. XXXI ENEA PERCA-SE, PERMITA-SE! Por Letícia Ferrari
Chargeando... Então, colega Bush. Depois da reunião, vamos tomar alguma coisa???
De quem???
Movimento Estudantil...é a gente que faz...
DESNÍVEL-LAMENTO* Entre cotas e desenhos, maquetes, visão tridimensional, noites mal dormidas buscando a inovação projetual, estudantes de arquitetura passam a perceber com mais sensibilidade desníveis do cotidiano. Tornase evidente ao subir as escadas do prédio novo, por exemplo, onde percebemos o leve desnível do último patamar, com uma sutil rampa. Uma correção de aparência, sem mexer na essência, quase nos fazendo acreditar que é apenas nossa impressão. Ao continuar nosso “passeio” curvo pelo corredor, quase circular, (porque ultimamente tem sido isso, quase só andamos em círculo), se nos faltar a atenção, podemos tropeçar no desnível entre as lajes dos dois prédios, quase um quebra-molas, o que até nos parece natural, pois não se pode andar rápido demais, principalmente quando diz respeito à resolução de nossos problemas. Logo vemos que os prédios estão fora do nível também. Bom, até ai tudo bem, esses desníveis todos “passam liso”, quase tão liso quanto o piso branco do prédio quando chove no corredor. Mas parece mais preocupante quando esses desníveis saem do concreto e passam para o abstrato. Nesse plano, todo e qualquer desnível é somente aparência, é “achismo”, “eu acho que isso”, “eu acho que aquilo”... se torna mais difícil captá-los em ações. Até parece que nós, alunos, não podemos justificar nada. Não podemos explicar nada. Mais um desnível. Desnível na relação professor-aluno que, salvo algumas exceções, refletem um abismo entre a certeza do professor e a experimentação do aluno. Um desnível pedagógico, de maneira que basta deglutir informações para expeli-las, com data marcada, em uma folha de papel em branco. Nada é absorvido. Nada é construído. Isso, reflexo
de um desnível entre a teoria e a prática, leva a um desnível nas relações humanas, quase imperceptível, considerado até “natural”. Um desnível entre o trabalho intelectual e o manual, quando aqueles sujeitos a esse ultimo têm uma grossa especialização em seu trabalho alienado. Sem parar por ai, vemos um desnível nas verbas públicas dentro da nossa universidade. Nivelados pela produtividade, preparados para o mercado. Um desnível entre a mercantilização do conhecimento e da sua produção para a solução dos problemas de nosso povo brasileiro. Desnível na socialização desse conhecimento. Quando nos bons laboratórios, que dizem que são os melhores, da arquitetura e da universidade em geral, não sabemos o que é produzido e nem para quem é produzido. E os desníveis não param por ai. Há ainda desnível na representatividade dos estudantes frente ao corpo docente no colegiado, no departamento, nos conselhos universitários. Agora o que nos perguntamos, é até quando esses desníveis vão ser aceitos. Nós, estudantes, os percebemos, e nos indignamos. Sabemos que muitos também o fazem. Buscamos um nivelamento até a superação, através da nossa organização e busca pela unidade nos objetivos. Que nossa formação não seja em vão, mas que esteja ligada às nossas necessidades, como contribuição, como solução, para superá-las. Para, finalmente, superar todos esses desníveis do nosso cotidiano. Fausto Moura Breda
*Este texto foi lido na sessão solene de inauguração da Segunda etapa da construção do novo prédio da ARQ. As fotos são a parte mais silenciosa (mas não menos provocativa) do protesto. A decisão de manifestar-se contra os problemas que vêm ocorrendo no departamento, perante o reitor, foi tirada em assembléia pelos estudantes.
Cultura em dois formatos
Livro: Como me Tornei Estúpido Autor: Martin Page Editora: Rocco Mas ser estúpido dá muito mais prazer que viver sob o jugo da inteligência. Sendo estúpidos somos mais felizes.' Assim pensa Antoine, protagonista de Como me Tornei Estúpido de Martin Page. Antoine é um jovem intelectual que chega enfim à conclusão de que toda sua inteligência e conhecimento não lhe trouxeram nada mais do que uma 'inadaptação social' e decide então investir na ignorância como última alternativa de sobrevivência. Do alcoolismo até um suicídio mal sucedido, Antoine tenta de tudo, cogitando até mesmo uma 'semi-lobotomia' descartada pelo seu médico, para sua infelicidade. A narrativa leve nos leva a um desfecho otimista, onde a personagem encontra enfim um modo mais autêntico e positivo de ver as coisas que o circundam, mesmo que estas não o agradem de todo. Com sátiras inteligentes e citações pertinentes, Como me Tornei Estúpido é um livro de fácil leitura para todos Antoines e não-Antoines que existem por aí. Por Paula Franchi
Disco: Plastic Ono Band - John Lennon Plastic Ono Band é oficialmente o primeiro disco solo de John Lennon juntamente com sua mulher Yoko Ono após o fim dos Beatles e foi lançado em dezembro de 1970. Quando o grupo acabou, John e Yoko deram início a uma terapia em que John tentou lidar com seus traumas de infância. Essa fase de sua vida fica facilmente visível em Plastic Ono Band, um disco repleto de canções que tratam de abandono, dor e isolamento. O pai de John deixou a família quando este ainda era muito pequeno e logo depois, sua mãe d e i xo u - o s o b o s cuidados dos tios, indo visitá-lo de vez em quando. Na volta de uma dessas visitas, sua mãe foi atropelada e morreu. Na época John tinha 16 anos. Esses temas de sua infância ficam claros em canções como 'Mother' e 'My Mummy's Dead'. Entre faixas extremamente melancólicas e outras ainda com pegadas mais fortes, Plastic Ono Band é um disco de melodias marcantes e letras sinceras. Enfim, um disco excelente.
Enfim...
UM ESCRITO Era uma noite. Noite estrelada como nenhuma outra o foi antes. No céu, parecia haver derramado da xícara de um gigante o leite cósmico estrelar, de tão claro ele brilhava aos olhos. Era uma beleza magnífica. Um olhar se desvia e flagra uma estrela a se mudar do seu eterno lugar. Deixa marca de seu rastro de poeira energética de sua singular luz no céu que passou por cima. As outras estrelas, vendo a proeza de uma de suas irmãs, decidem que querem fazer igual. Assim, vai mais uma, depois cinco, vinte, quarenta sete, cem, mil.. .Já eram tantas que parecia que o universo ia desabar sobre nossas pequenas cabeças. Era um espetáculo inédito para aquela gente, mas parecia que para a Terra não era. Pois bastou ela ver a festa das estrelas para desembestar a se sacudir toda. Até pensaram que havia esquecido que seus filhos estavam sobre ela. E foi aquele desepero. Parecia que a lei da gravidade havia cessado naquele momento! E tudo que era
vivo procurava qualquer coisa para não cair no espaço e perigar de se perder no meio de tanta estrela. - Como é que nossa Mãezinha pode fazer isso conosco? Perguntaram os mosquitos, os ratos, os elefantes, as secretárias, os advogados, os gatos. E então, a Mãe respondeu: - Nos convidaram para essa festa há muuuito tempo! Estão a nossa espera! Eu decido ir e já estou quase pronta, esperei o tempo que foi necessário, mas a festa já está para começar! E então, no reino das plantas ficou decidido que iriam junto com a Mãe. A Dama das Águas convocou todas as suas filhas para acompanhar a Mãe e fazer os oceanos preparar os novos territórios. Os Senhores das Rochas se prontificaram para seguir e fazer as montanhas andarem quando for preciso. O povo do Fogo, dos ares, dos mares, desertos e florestas ouviram o convite e também irão. Quando acharam que não faltava mais nenhum povo, alguém no meio de todos aqueles seres lembrou: - Os humanos! Onde estão os humanos?!! Todos então ficaram para chamar os humanos à Grande Festa. Hugo Koji Miura