TÍTULO TÍTULO ARQUITECTURA IBÉRICA N.º 19 REABILITAÇÃO REhabilitación aNO IV
AÑO IV
MARÇO 2007 MARZO 2007 DIRECTOR DIRECTOR JOSÉ MANUEL DAS NEVES Assistente editorial ASISTENTE EDITORIAL ANA DAVID_Inês Miguéns Tradução Traducción ANABELA SILVA (CASTELLANO-PORTUGUÊS) ALBERTO MONTOYA (PORTUGUÊS-CASTELLANO) LIAM BURKE (PORTUGUÊS-ENGLISH) STEFANO FERRACINI / GIULIANA CHIORINO (PORTUGUÊS-ITALIANO) LAYOUT E DIRECÇÃO DE ARTE LAYOUT y DIRECCIÓN DE ARTE RICARDO TADEU BARROS TTDESIGN PRODUÇÃO GRÁFICA PRODUCCIÓN GRÁFICA RUI RICA fotografia da capa FOTOGRaFÍA PORTADA DANIEL MALHÃO PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO FOTOMECÁNICA Y IMPRESIÓN CALEIDOSCÓPIO_EDIÇÃO E ARTES GRÁFICAS, SA TIRAGEM TIRADA 15 000 PERIODICIDADE PERIODICIDAD 6 NÚMEROS-ANO 6 NÚMEROS-AÑO ics N.º 124444 DEPÓSITO LEGAL N.º 211 099/04 ISBN 978-989-8010-65-0 ISsN 1645–9415 PREÇO PRECIO (PORTUGAL + ESPAÑA) 19,95 EUROS
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Reabilitação URbaNa e teCNoloGias De iNteRVeNção
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ReHabilitaCiÓN URbaNa Y teCNoloGÍas De iNteRVeNCiÓN JOÃO APPLETON ReCUPeRaR, ReFoRçaR, ReqUaliFiCaR, ReabilitaR
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RecUPeRaR, ReFORZaR, RenOVaR, RehabilitaR MIgUEL VILLAR a PRoPÓsito De UM PRojeCto – Reabilitação e aMPliação Da Casa CoNsistoRial Do PoRto De saNta MaRia
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a PROPOsitO de Un PROyectO – Rehabilitación y amPliación de la antigUa casa cOnsistORial de el PUeRtO de santa maRía JOSÉ ANTONIO CARBAJAL NAVARRO_JOSÉ LUIS DAROCA BRUÑO CUiDaDos iNteNsiVos – RestaURação Da basÍliCa De Nossa seNHoRa Das aNGústias
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cUidadOs intensiVOs – RestaURación de la basílica de nUestRa señORa de las angUstias ELISA VALERO RAMOS. MUseU Da MURalHa ÁRabe
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mUse0 de la mURalla ÁRabe AMANN CANOVAS MARURI MUseU De belas aRtes De GRaNaDa – PalÁCio De CaRlos V – Piso PRiNCiPal
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mUseO de bellas aRtes de gRanada – PalaciO de caRlOs V – Planta PRinciPal ANTONIO JIMENÉZ TORRECILLAS Castelo De PoRtaleGRe e baRbaCã
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castillO y estRUctURa deFensiVa de la ciUdad de PORtalegRe CâNDIDO ChUVA gOMES laboRatÓRio CHiMiCo – ReMoDelação e PReFiGURação Do MUseU Das CiêNCias
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labORatóRiO chimicO – RemOdelación y PReFigURación del mUseO de las ciencias JOÃO MENDES RIBEIRO aDRo e iGReja De s. salVaDoR De FiGUeiReDo
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cOmPÁs y iglesia de s. salVadOR de FigUeiRedO PAULO PROVIDêNCIA CoNVeNto De Nª sRa. Dos ReMÉDios
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cOnVentO de nUestRa señORa de lOs RemédiOs VITOR FIgUEIREDO bioGRaFias biOgRaFías
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UaU! UaU!
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#100 LABORATÓRIO CHIMICO Remodelação e Prefiguração do Museu das Ciências coimbra 2001/2003
LABORATÓRIO CHIMICO Remodelación y Prefiguración del Museo de las Ciencias coimbra 2001/2003
Arquitectura Arquitectura João Mendes Ribeiro_Carlos Antunes_Désirée Pedro Colaboradores colaboradores Filipa Jorge_Hugo Santos_Manuela Nogueira_Rafael de Sousa_Rafael Vieira Promotor promotor Universidade de Coimbra Programa Museológico Programa Museológico Maria Fernanda_Martins Correia_Michel van Präet_João Rui Pita_Paulo Gama_Pedro Casaleiro Arqueología e Geología Arqueologia y Geologia Paulo Morgado, Sónia Filipe fundações e Estruturas Fundaciones y Estructuras Paulo Maranha Nunes Tiago Instalações de Aguas e Saneamiento Instalaciones de Águas e Esgotos Maria Fernanda Azevedo Sobral Moura Correia Instalações Eléctricas Instalaciones Eléctricas Pascoal Martins Faísca Instalações Mecânicas Instalaciones Mecânicas João Gonçalves Madeira da Silva Instalações de Gás Instalaciones de Gás Paulo Alexandre Pires Sampaio Comportamiento Térmico e Acústico Comportamento Térmico y Acústico Celsa Isabel da Silva Vieira Telecomunicações Telecomunicaciones Pascoal Martins Faísca Segurança Integrada Seguridad Integrada Pascoal Martins Faísca Segurança Contra Incêndios Seguridad Contra Incendios Paulo Maranha Tiago Conservação e Restauro da Pedra Conservación y Restauro de la Pedra Fernando Marques Espaços Exteriores Espaços Exteriores João Mendes Ribeiro_Carlos Antunes_Désirée Pedro Fotografia Fotografía Fernando Guerra | FG+SG - FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA (WWW.ULTIMASREPORTAGENS.COM)
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P O Laboratório Chimico foi desenhado por Guilherme Elsden, director das obras da Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra, e construído entre 1773 e 1775 no terreno onde se encontravam as antigas cozinhas e dependências do Colégio dos Jesuítas. Situado na Alta de Coimbra, paralelo ao Museu de História Natural, as suas fachadas neoclássicas são divididas em tramos por pilastras dóricas que correm a planta em L. O projecto tem dois momentos distintos mas intrinsecamente relacionados: o restauro e a remodelação. O restauro prevê a recuperação dos armários, respiradouros e anfiteatro de madeira para recriar o ambiente de laboratório que o edifício teve como testemunho da investigação científica europeia nos séculos XVIII e XIX. A remodelação passa pela criação de núcleos que contêm funções (expositores, balcões, armários) e redes (electricidade, águas, telefones). Substitui-se a clássica parede divisória por peças móveis e multifuncionais, capazes de agregar serviços e redefinir a sua organização espacial. Estes dispositivos autónomos criam um percurso expositivo e respondem aos novos requisitos de museu sem interferir com o carácter original dos interiores do Laboratório Chimico. A escala horizontal destes elementos opõe-se à dimensão do edifício, marcado pelo elevado pé-direito das sua salas abobadadas, e aproxima-o da escala do utilizador. O controlo sobre a luz natural é feito pela reposição de portadas nas janelas, adaptando-a a programas distintos: uma luz específica para um programa específico. Os espaços exteriores têm acesso independente podendo ser usados não só pelos visitantes mas pela população em geral, sobretudo a estudantil. O trabalho desenvolvido apoiou-se num princípio de transparência entre o existente e o novo, entre o passado e o presente, com a marcação inequívoca dos dois tempos de intervenção. No decorrer das obras de requalificação, os consecutivos achados comprovam a grande complexidade arqueológica do edifício, testemunhando a passagem, no séc. XVI, dos Jesuítas dos Colégios das Artes e de Jesus, que faziam daquele espaço o refeitório.
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C El Laboratório Chimico fue diseñado por Guilherme Elsden, director de las obras de la Reforma Pombalina de la Universidad de Coimbra, y construido entre 1773 y 1775 en el terreno donde se encontraban las antiguas cocinas y dependencias del Colegio de los Jesuitas. Situado en la Alta de Coimbra, paralelo al Museo de Historia Natural, sus fachadas neoclásicas están divididas en tramos por pilastras dóricas que recorren la planta en L. El proyecto tiene dos momentos distintos aunque intrínsecamente relacionados: la restauración y la remodelación. La restauración prevé la recuperación de los armarios, respiraderos y anfiteatro de madera para recrear el ambiente de laboratorio que el edificio tuvo como testimonio de la investigación científica europea en los siglos XVIII e XIX. La remodelación pasa por la creación de núcleos que contienen funciones (expositores, mostradores, armarios) y redes (electricidad, aguas, teléfonos). Se substituye la clásica pared divisoria por piezas móviles y multifuncionales, capaces de agregar servicios y redefinir su organización espacial. Estos dispositivos autónomos crean un recorrido expositivo y responden a los nuevos requisitos de museo sin interferir con el carácter original de los interiores del Laboratório Chimico. La escala horizontal de estos elementos se opone a la dimensión del edificio, marcado por la elevada altura libre de sus salas abovedadas, y lo aproxima a la escala del utilizador. El control sobre la luz natural se hace por la reposición de portadas en las ventanas, adaptándola a programas distintos: una luz específica para un programa específico. Los espacios exteriores tienen acceso independiente pudiendo ser usados no solo por los visitantes sino también por la población en general, sobre todo la estudiantil. El trabajo desarrollado se apoyó en un principio de transparencia entre lo existente y lo nuevo, entre el pasado y el presente, con la marcación inequívoca de los dos tiempos de intervención. En el transcurso de las obras de renovación, los consecutivos encuentros demuestran la gran complejidad arqueológica del edificio, testimoniando el paso, en el siglo XVI, de los Jesuitas de los Colegios de las Artes y de Jesús, que hacían de aquel espacio el comedor.
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O trabalho desenvolvido apoiou-se num princípio de transparência entre o existente e o novo, entre o passado e o presente, com a marcação inequívoca dos dois tempos de intervenção. El trabajo desarrollado se apoyó en un principio de transparencia entre lo existente y lo nuevo, entre el pasado y el presente, con la marcación inequívoca de los dos tiempos de intervención.
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P Seguramente, o aspecto mais interessante da reabilitação do Laboratorio Chimico, no que respeita à obra de estruturas, tem a ver com a cobertura da actual Sala de Exposições Temporárias. Esta parte do imóvel, o corpo a Nascente, o lugar da antiga grande officina, outrora (e agora) um espaço amplo, é uma dependência com cerca de 14 x 18 m2 e um pé-direito máximo de 12 m. Fora o refeitório do antigo Colégio de Jesus (construção do século XVI) que foi integrado no edifício que Elsden projectou para o laboratório químico, cuja construção finalizou c. 1778. A cobertura deste espaço, cobertura em telhado de três águas, duas mestras e uma escoando para o tardoz do imóvel, seria revestida com telha de barro vermelho de meia-cana a qual assentava sobre um guarda-pó, em boa madeira de pinho, com cerca de 6 cm de espessura. Reparações, a última das quais em época recente do século passado, levaram à troca da telha de meia-cana por telha de aba-e-canudo e à substituição de algumas zonas do guardapó, provavelmente por se encontrarem degradadas. O guarda-pó encontrava-se pregado ao varedo, constituído por troncos de pinho que venciam cada água com dois apoios intermédios sobre as madres. A ligação do varedo às paredes laterais fazia-se através de um contra-frechal em madeira, embebido na alvenaria. O acentuado desequilíbrio nos vãos das varas levou à utilização de elementos com secção transversal significativa, em geral da ordem de 15 cm. As madres, três em cada água (uma de fileira) apoiavam-se, de certa maneira de forma indirecta, em cinco asnas regularmente espaçadas. Uma destas asnas, por força da vertente menor da cobertura, tinha estrutura incompleta. As asnas vencem um vão superior a 14 m. Têm uma configuração interessante, apresentando como particularidade assinalável uma linha materializada num importante tirante de ferro com sistema de amarração em forquilha e uma contra-linha em madeira. Pernas, escoras e pendural apresentam a configuração habitual, com excepção do facto deste último se encontrar com a contra-linha em nó fechado. As asnas apoiavam-se nas paredes laterais através do frechal, o qual garantia também a transmissão da acção do tirante à perna. A análise e estudo deste sistema construtivo mostrou que a sua geometria e secções proporcionavam o nível de esforços e tensões que é usual encontrar neste tipo de estruturas.
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C Seguramente, el aspecto más interesante de la rehabilitación del Laboratorio Chimico, en lo que respecta a la obra de estructuras, tiene que ver con la cubierta de la actual Sala de Exposiciones Temporales. Esta parte del inmueble, el cuerpo al este, el lugar del antiguo gran taller, otrora (y ahora) un espacio amplio, es una dependencia con cerca de 14 x 18 m2 y una altura libre máxima de 12 m. Fuera el refectorio del antiguo Colegio de Jesús (construcción del siglo XVI), que fue integrado en el edificio que Elsden proyectó para el Laboratorio Chimico, cuya construcción finalizó en 1778. La cubierta de este espacio, cobertura de tejado a tres aguas, dos maestras y una deslizándose hacia el trasdós del inmueble, sería revestida con teja árabe de barro rojo la cual asentaba sobre un guardapolvo, de buena madera de pino, con cerca de 6 cm de espesura. Reparaciones, la última de las cuales en época reciente del siglo pasado, llevaron al cambio de la teja árabe por teja mixta y a la sustitución de algunas zonas del guardapolvo, probablemente por encontrarse degradadas. El guardapolvo se encontraba clavado a los rastreles, constituido por troncos de pino que vencían cada agua con dos apoyos intermedios sobre las maestras. La conexión de los rastreles a las paredes laterales se hacía a través de una viga perimetral de madera, embebida en la albañilería. El acentuado desequilibrio en los huecos de las vigas llevó a la utilización de elementos con sección transversal significativa, en general del orden de 15 cm. Las maestras, tres en cada agua (una de cumbrera) se apoyaban, en cierta manera de forma indirecta, en cinco cerchas regularmente espaciadas. Una de estas cerchas, por fuerza de la vertiente menor de la cubierta, tenía su estructura incompleta. Las cerchas vencen una luz superior a 14 m. Tienen una configuración interesante, presentando como particularidad señalable una línea materializada en un importante tirante de hierro con sistema de amarrado en horquilla y una contra línea de madera. Pares, tirantes y pendolón presentan la configuración habitual, con excepción del hecho de este último encontrase con la contra línea en nudo cerrado. Las cerchas se apoyaban en las paredes laterales a través de la viga perimetral, lo cual garantizaba también la transmisión de la acción del tirante a los pares. El análisis y estudio de este sistema constructivo mostró que su geometría y secciones proporcionaban el nivel de esfuerzos y tensiones que es usual encontrar en este tipo de estructuras.
Sobre o estado de conservação da cobertura pode dizer-se, muito sucintamente, que apresentava podridão evidente numa parte significativa do guarda-pó e degradação extensa de parte importante das varas. No que concerne às asnas, verificava-se podridão praticamente generalizada do borne e medula das peças, com algumas secções em rotura parcial devido à ineficácia do sistema de atirantamento. A inoperância dos tirantes devia-se essencialmente à podridão, praticamente total, das peças de madeira embebidas nas paredes laterais – frechais e contra-frechais. Uma quantificação exaustiva da extensão da degradação verificada nas asnas levou à opção pela sua substituição integral. Com base na análise estrutural efectuada e no comportamento anteriormente exibido pela estrutura, foi decidido manter o desenho original das asnas, procurando um material tão semelhante ao existente, quanto o possível, e reutilizando as ferragens originais. Todavia, existiam três aspectos com implicações significativas em matéria de segurança e de durabilidade as quais, como deve ser regra em intervenções deste tipo, importava acautelar. A mais simples dizia respeito a uma certa debilidade do apoio das madres do penúltimo nível, o qual foi corrigido com um reforço local. Os outros dois aspectos estavam interligados e tinham a ver com o apoio da asna e o funcionamento do tirante. O facto deste elemento ter sido travado contra o frechal (por acção do cavilhão da forquilha) levou a que, muito provavelmente no imediato, por efeito do elevado esforço de contacto e, ao longo do tempo, por degradação do frechal, se produzisse uma deformação e esmagamento daquele ponto do frechal que foi tornando inoperacional o tirante. Por outro lado, o alinhamento do tirante não era coplanar com a asna, o que implicou uma excentricidade perniciosa do elevado esforço de tracção e o consequente mau funcionamento do conjunto. Desta forma, no sentido de corrigir as deficiências referidas, levou-se a cabo uma alteração da zona do apoio das asnas, por recurso à duplicação da perna nesta zona dos elementos estruturais. Estes troços duplos constituem verdadeiras peças de sacrifício, substituíveis em caso de degradação, para além de, com as disposições construtivas adoptadas, permitirem, não só, o recentramento da asna e do tirante mas, também, uma forma de ligação eficaz do conjunto (asna e tirante) ao novo frechal. Não será demais referir a importância fundamental deste facto para a estabilidade de todo o sistema construtivo: cobertura, asnas e paredes.
Sobre el estado de conservación de la cubierta se puede decir, muy sucintamente, que presentaba podredumbre evidente en una parte significativa del guardapolvo y degradación extensa de parte importante de las vigas. En lo que concierne a las cerchas, se verificaba podredumbre prácticamente generalizada de la albura a la médula de las pieza, con algunas secciones en rotura parcial debido a la ineficacia del sistema de atirantado. La inoperancia de los tirantes se debía esencialmente a la podredumbre, prácticamente total, de las piezas de madera embutida en las paredes laterales – viga perimetral y tirantes de estas. Una cuantificación exhaustiva de la extensión de la degradación verificada en las cerchas llevó a la opción de su sustitución integral. Basados en el análisis estructural efectuado y en el comportamiento anteriormente exhibido por la estructura, se decidió mantener el diseño original de las cerchas, procurando un material lo más semejante posible al existente, y reutilizando la cerrajería original. No obstante, existían tres aspectos con implicaciones significativas en materia de seguridad y de durabilidad, en los cuales, como debe ser regla en intervenciones de este tipo, importaba tener cautela. El más simple era una cierta debilidad del apoyo de las maestras del penúltimo nivel, lo cual fue corregido con un refuerzo local. Los otros dos aspectos estaban conectados y tenían que ver con el apoyo de la cercha y el funcionamiento del tirante. El hecho de éste elemento haber sido trabado contra la viga perimetral (por acción del clavo grande de la horquilla) llevó a que, de manera muy probable inmediatamente, por efecto del elevado esfuerzo de contacto y, a lo largo del tiempo, por degradación de la viga perimetral, se produjese una deformación y aplastamiento de aquel punto de la viga perimetral que fue volviendo inoperante el tirante. Por otro lado, el alineamiento del tirante no era coplanario con la cercha, lo que implicó una excentricidad perniciosa del elevado esfuerzo de tracción y el consecuente mal funcionamiento del conjunto. De esta forma, en el sentido de corregir las deficiencias referidas, se llevó a cabo una alteración de la zona de apoyo de las cerchas, usando el recurso a la duplicación del par en esta zona de los elementos estructurales. Estos trozos dobles constituyen verdaderas piezas de sacrificio, sustituibles en caso de degradación, además de, con las disposiciones constructivas adoptadas, permitir, no solo el recentrado de la cercha y del tirante sino, también, una forma de conexión eficaz del conjunto (cercha y tirante) a la nueva viga perimetral. No estará demás referir la importancia fundamental de este hecho para la estabilidad de todo el sistema constructivo: cobertura, cerchas y paredes.
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