Arquitectura Ibérica 22 by caleidoscopio

HABITAR HABITAR

arquitectura ibérica

josé manuel fernandes delfim sardo mansilla e tuñon inês vieira da silva_miguel vieira isay weinfeld adalberto dias alexandre teixeira da silva_miguel ribeiro de sousa carla baptista_freddy ferreira césar Mario algarín comino_mónica del saz-orozco huang nadir bonaccorso santiago parramón_enrique soriano pedro rogado_catarina almada negreiros ricardo back gordon

ANO IV · NÚMERO 22 · Outubro 2007 AÑO IV · NÚMERO 22 · OCtubre 2007

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HABITAR HAbitar #022

TÍTULO TÍTULO ARQUITECTURA IBÉRICA N.º 22 HABITAR HABITAR aNO IV AÑO IV OUTUBRO 2007 OCTUBRE 2007 DIRECTOR DIRECTOR JOSÉ MANUEL DAS NEVES coordenação geral coordenación general JOSÉ MANUEL DAS NEVES Assistente editorial ASISTENTE EDITORIAL ANA DAVID Tradução Traducción ANABELA SILVA (CASTELLANO-PORTUGUÊS) ALBERTO MONTOYA (PORTUGUÊS-CASTELLANO) LAYOUT LAYOUT RICARDO TADEU BARROS_TTDESIGN PRODUÇÃO GRÁFICA PRODUCCIÓN GRÁFICA ANA SARMENTO_RUI RICA fotografia da capa FOTOGRaFÍA PORTADA FG+SG - FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO FOTOMECÁNICA Y IMPRESIÓN CALEIDOSCÓPIO_EDIÇÃO E ARTES GRÁFICAS, SA TIRAGEM TIRADA 15 000 PERIODICIDADE PERIODICIDAD 6 NÚMEROS ANO 6 NÚMEROS AÑO ics N.º 124444 DEPÓSITO LEGAL N.º 211 099/04 ISBN 978-989-8129-00-0 ISsN 1645–9415 PREÇO PRECIO (PORTUGAL + ESPAÑA) 19,95 EUROS

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ARqUITECTURA DE HABITAçãO CONTEMPORâNEA EM PORTUgAL E EsPANHA – ALgUNs TEMAs

#004

ARquITecTuRA de VIVIeNdA coNTempoRáNeA eN poRTugAl Y espAÑA – AlguNos TemAs JOSÉ MANUEL FERNANDES FRAgMENTOs DE CIDADEs ENqUANTO LABIRINTOs

#010

FRAgmeNTos de cIudAdes mIeNTRAs lABeRINTos DELFIM SARDO A PROPÓsITO DE UM PROJECTO – CAsA EM LA VERA

#018

A pRoposITo de uN pRoYecTo – cA c sA eN e lA Ve VeRA eRA MANSILLA E TUÑON CUIDADOs INTENsIVOs – RECUPERAçãO DE APARTAMENTO PARA HABITAçãO E ATELIER DE ARqUITECTURA – sETÚBAL 2000|2005

#028

cuIdAdos INTeNsIVos – RecupeRAcIóN de ApARTAmIeNTo pARA HABITAcIóN Y ATelIeR de ARquITecTuRA – seTÚBAl 2000|2005 INÊS VIEIRA DA SILVA_MIGUEL VIEIRA | SAMI-ARQUITECTOS sTOP IBÉRICO – CAsA MARRON – BRAsIL 2002|2004

#044

sTop IBeRIco – cAsA mARRoN – BRAsIl 2002|2004 ISAY WEINFELD (AUTOR)_DOMINGOS PASCALI (COLABORADOR)_MONICA CAPPA SANTONI (COORDENADOR) EDIFÍCIO DE HABITAçãO – PORTO 2001|2007

#058

edIFícIo de HABITAcIóN – poRTo 2001|2007 ADALBERTO DIAS MODULAR sYsTEM – ww (wORLD wIDE) 2003|2007

#080

modulAR sYsTem – ww (woRld wIde) 2003|2007 ALEXANDRE TEIXEIRA DA SILVA_MIGUEL RIBEIRO DE SOUSA | ARQUIPORTO, LDA. EDIFÍCIO AMPARO – FUNCHAL 2003|2006

#096

edIFícIo AmpARo – FuNcHAl 2003|2006 CARLA BAPTISTA_FREDDY FERREIRA CÉSAR | RISCOA4 REABILITAçãO DE VIVENDA UNIFAMILIAR – sEVILHA 2005

#114

ReHABIlITAcIóN de VIVIeNdA uNIFAmIlIAR – seVIllA 2005 MARIO ALGARÍN COMINO_MÓNICA DEL SAZ-OROZCO HUANG APARTAMENTO sOAREs – 2004

#124

ApARTAmIeNTo soARes – 2004 NADIR BONACCORSO (NBAA) CAsA ‘B’ – BARCELONA 2005

#132

cAsA ‘B’ – BARceloNA 2005 SANTIAGO PARRAMÓN Y ENRIQUE SORIANO CAsA EM PALMELA – 2003|2006

#154

cAsA eN pAlmelA – 2003|2006 PEDRO ROGADO_CATARINA ALMADA NEGREIROS CAsA qUELFEs – OLHãO 2003|2007

#168

cAsA quelFes – olHão 2003|2007 RICARDO BACK GORDON BIOgRAFIAs BIogRAFíAs

#184

003

#028 CUIDADOS INTENSIVOS

recuperação de apartamento para habitação e atelier de arquitectura SETÚBAL 2000|2005

CUIDADOS INTENSIVOS

recuperación de apartamiento para habitación y atelier de arquitectura SETÚBAL 2000|2005 Arquitectura Arquitectura Inês Vieira da Silva_Miguel Vieira | SAMI-arquitectos Promotor promotor Maria do Carmo Vieira da Silva_Inês Vieira da Silva Localização situación Setúbal Projecto de Estabilidade PROYECTO DE ESTABILIDAD Pedro Douwens_Alcides Colaço | EPO.Engenharia, Projectos e Obras, Lda. Projecto de Drenagem de Águas Residuais/Rede de Águas PROYECTO DE DRENAJE DE AGUAS RESIDUALES/RED DE AGUAS Pedro Douwens_Alcides Colaço | EPO.Engenharia, Projectos e Obras, Lda. Construtora Constructora FN-Frederico Nascimento, Lda. fotografia fotografía FG+SG - FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA (WWW.ULTIMASREPORTAGENS.COM)

029

P Os edifícios da Rua Augusto Cardoso são, na sua maioria, de finais do séc. XVIII e do séc. XIX. Os sucessivos terramotos que foram assolando a cidade, com principal destaque para o de 1755, são os principais responsáveis pela inexistência de prédios construídos anteriores àquelas datas. No entanto, a tipologia dos edifícios deste eixo viário manteve a sua característica mais importante: actividade comercial no piso térreo e habitação nos pisos superiores. Deste modo, a vocação de eixo comercial fundamental logrou, apesar das transformações materiais, resistir até aos dias de hoje. O edifício, de três pisos e sótão, corresponde precisamente a esta tipologia, tal como os edifícios contíguos. Datando de finais do séc. XIX sofreu alterações significativas no início do séc. XX quando foram alteados os pisos.

c Los edificios de la Calle Augusto Cardoso son, en su mayoría, de finales del siglo XVIII y del siglo XIX. Los sucesivos terremotos que fueron asolando la ciudad, destacando el de 1755, son los principales responsables por la inexistencia de edificios construidos anteriores a aquellas fechas. Sin embargo, la tipología de los edificios de este eje viario mantuvo su característica más importante: actividad comercial en planta baja y vivienda en los pisos superiores. De este modo, la vocación de eje comercial fundamental logró, a pesar de las transformaciones materiales, resistir hasta los días de hoy. El edificio, de tres pisos y buhardilla, corresponde precisamente a esta tipología, tal como los edificios contiguos. Datando de finales del siglo XIX sufrió alteraciones significativas a inicios del siglo XX cuando fueron alteados los pisos.

A nossa intervenção assentou em dois princípios fundamentais: O primeiro, de recuperação, com base na utilização de materiais e métodos construtivos tradicionais, procurou não desvirtuar o carácter do edifício e a sua integração no núcleo histórico. Assim, interviemos: – Na supressão dos compartimentos interiores existentes, possibilitando iluminação natural em toda a casa, mas deixando intacto o corredor, elemento fundamental para a preservação da sua tipologia; – Em tabiques existentes, reutilizando sempre a técnica construtiva antiga de ripado de madeira rebocado; – Na construção de nova escada interior em madeira – de modo a permitir a ligação entre o segundo piso e o sótão –, sobreposta à escada de acesso comum aos vários apartamentos, evitando assim interromper a estrutura de sobrado; – Na estrutura da cobertura, sem alteração da sua cumeeira ou perfil, por esta se encontrar em muito mau estado e não permitir o uso do seu espaço interior; – Na trapeira, permitindo uma maior entrada de luz no sótão.

Nuestra intervención se basó en dos principios fundamentales: El primero, de recuperación, con base en la utilización de materiales y métodos constructivos tradicionales, buscó no desvirtuar el carácter del edificio y su integración en el núcleo histórico. Así, intervinimos: – En la supresión de los compartimentos interiores existentes, posibilitando iluminación natural en toda la casa, pero dejando intacto el pasillo, elemento fundamental para la preservación de su tipología; – En tabiques existentes, reutilizando siempre la técnica constructiva antigua de entablado de madera revocado; – En la construcción de nueva escalera interior en madera – de modo a permitir la conexión entre el segundo piso y la buhardilla –, sobrepuesta a la escalera de acceso común a los diferentes apartamentos, evitando así interrumpir la estructura de parqué; – En la estructura de la cobertura, sin alteración de su cumbrera o perfil, por esta encontrarse en muy mal estado y no permitir el uso de su espacio interior; – En el tragaluz, permitiendo una mayor entrada de luz en la buhardilla;

A estrutura do deck foi sobreposta à da cobertura de modo a funcionar independentemente desta. A madeira surgiu como o elemento mais apropriado por, ao envelhecer, adquirir uma tonalidade escura mas delicada. O segundo princípio prendeu-se com a vontade de (re)habitar o Centro Histórico de Setúbal. Mantendo o uso de habitação para que o edifício foi construído, e acrescentando-lhe a mais valia de nele se poder trabalhar, é possível usufruir de um local privilegiado, ainda que um pouco esquecido, da cidade.

030

La estructura del deck fue sobrepuesta a la de la cobertura de modo a funcionar independientemente de ésta. La madera surgió como el elemento más apropiado por, al envejecer, adquirir una tonalidad oscura aunque delicada. El segundo principio se debió a la voluntad de (re)habitar el Centro Histórico de Setúbal. Manteniendo el uso de vivienda para el que el edificio fue construido, y añadiéndole de plusvalía de poderse trabajar en él, es posible disfrutar de un local privilegiado, aunque un poco olvidado, de la ciudad.

031

< Existente

Existente

A_Planta piso 2

B_Planta s贸t茫o

B_Planta s贸tano

C_Planta cobertura

C_Planta cubierta

032

> Projecto D_Planta piso habitação

Proyecto D_ Planta piso habitación

E_Planta piso atelier E_Planta piso atelier F_Planta cobertura

F_Planta cubierta

033

< Projecto

Proyecto

Cortes 1 e 2

Secciones 1 y 2

Alรงado Sul

Alzado Sur

> Existente

Existente

Cortes 1 e 2

Secciones 1 y 2

Alรงado Sul

Alzado Sur

corte 1

034

corte 2

alรงado sul

035

< Vãos interiores | pormenores

Vanos interiores | detalles

01_ madeira de pinho pintado à cor Branca 02_engradado de pinho 03_encabeço maciço de pinho 04_ puxador em aço inox da carvalho baptista 036

01_ madera de pino pintado en color blanco 02_subestructura de pino 03_remate macizo de pino 04_ tirador de acero inoxidable de “carvalho baptista”

037

038

039

040

041

< Janela |

Ventana |

planta e corte

planta y sección

1 6

lunadeck 2 da "Banema" anca a à cor branca

nca

lunadeck 2 da "Banema" anca a à cor branca

1 5

nca

01_ Madeira de pinho modificada, ref. lunadeck 2 da “banema” 02_ madeira de pinho pintado à cor branca 03_ chapa quinada 1,5mm esp. pintada à cor branca 04_poliuretano projectado 05_ gesso cartonado pintado à cor branca 06_chapa metálica

3 6 5

042

50 cm

01_ madera de pino modificada, ref. lunadeck 2 de “banema” 02_ madera de pino pintado en color blanco 03_ chapa doblada 1,5mm esp.4 pintada en color blanco 04_ poliuretano proyectado 05_ cartón-yeso pintado en color 6 blanco 5 06_chapa metálica

3 0

50 cm

043

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