Camisa 13 - Edição 08 (setembro/2018)

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EDITORIAL Agora vai? Os altos e baixos do Atlético neste Campeonato Brasileiro faz o torcedor alternar entre a certeza do título e a dúvida da classificação para a Copa Libertadores. Fato é que o técnico Thiago Larghi superou a remontagem do elenco e deu um novo padrão de jogo à equipe alvinegra. Se os gols marcados não acontecem mais em atacado, os sofridos também cessaram. Larghi está próximo de encontrar o equilíbrio ideal para o Atlético. Se vencer o superclássico e o Flamengo, o Galo se consolida de vez na briga pelo título e a metodologia do treinador será apontada como perfeita. Caso contrário, a dúvida a respeito da classificação para a Copa Libertadores se manifestará novamente na mente dos torcedores. É a dicotomia dos atleticanos neste Brasileirão. Boa leitura!

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O BRASILEIRO DE 1977

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16 de outubro de 1977. O Atlético vai estrear no Campeonato Brasileiro daquele ano contra o Remo, no Mineirão. Para este duelo o torcedor atleticano esperava uma vitória tranquila, o que não esperavam era uma campanha invicta naquele Brasileirão, que terminaria de forma dolorosa para os alvinegros. Nesta edição especial da Camisa 13, trazemos fatos históricos a respeito deste Campeonato Brasileiro e toda a campanha realizada nele pelo Atlético. O Galo terminou a competição invicto, mas não com a taça. Uma derrota nos pênaltis para o São Paulo impediu a equipe alvinegra de conquistar o bicampeonato nacional. Regulamento Antes de falarmos sobre a campanha do Atlético, é bom entendermos o regulamento daquele Brasileirão e captar a fórmula de disputa daquele campeonato. Denominado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) como Copa Brasil, a principal competição do país ainda era fortemente influenciada pela Aliança Renovadora Nacional, partido político mais conhecido como Arena, que integrava o regime militar imposto à época. A Arena tinha forte relação com a CBD e indicava clubes a serem convidados a participar da principal competição do país. Com isso, o campeonato de 1977 teve 62 clubes participantes, divididos em seis grupos distintos, sendo quatro com dez equipes e dois com 11. Àquela época era atribuído a uma vitória apenas dois pontos, com o empate valendo um ponto para as duas equipes. Entretanto, no regulamento daquele Brasileirão foi acordado que vitórias por dois ou mais gols de diferença valeriam um ponto extra para o time vencedor. Também ficou acordado que, caso fosse necessário, a final poderia ser decidida em disputa de pênaltis. O campeonato seria dividido em cinco fases, mais uma repescagem. O regulamento de cada fase seria assim: Primeira fase: os clubes se enfrentariam, em turno único, classificando para a próxima fase os cinco primeiros colocados de cada grupo. Os demais participariam da repescagem. Segunda fase: os 30 clubes classificados seriam divididos em seis grupos, com cinco equipes, cada. Os enfrentamentos seriam em turno único, classificando à próxima fase os três primeiros colocados. Repescagem: os 32 clubes que não classificaram na primeira fase foram divididos em seis grupos, sendo quatro com cinco equipes e dois com seis. Eles se enfrentaram em turno único e classificou para a fase seguinte somente o vencedor de cada grupo. Terceira fase: os 24 clubes classificados (18 da segunda fase e seis da repescagem) foram divididos em quatro grupos com seis equipes, cada. Os times se enfrentaram em turno único, avançando à próxima fase somente o vencedor de cada grupo. 5


Semifinais: a semifinal seria jogada em dois jogos, com cada equipe atuando como mandante em uma partida. A equipe com melhor campanha tinha a vantagem de se ckassificar em caso de duplo empate. Final: a final seria disputada em jogo único, com a equipe de melhor campanha com a vantagem de atuar em casa. Em caso de empate, prorrogação e, mantendo a igualdade, disputa por pênaltis. Primeira fase O Atlético entrou no campeonato no Grupo F, que contava com América-MG, Botafogo-SP, Cruzeiro, Fast-AM, Nacional-AM, Paysandu, Remo, Santos e Uberaba. Diante de 13.290 pagantes, o Atlético estreou naquele Brasileirão com o pé direito. Uma vitória maiúscula contra o Remo, por 4 a 1, com gols marcados por Marcelo, Reinaldo, Batata e Danival. O técnico Barbatana armou o Galo para aquela estreia com: Sérgio Biônico; Alves, Modesto, Márcio e Vantuir; Heleno, Danival e Marcelo; Marinho (Darizinho), Reinaldo (Batata) e Ângelo. Na sequência o Atlético venceu o Santos, por 3 a 0, o Botafogo-SP (1 a 0), o Nacional-AM (4 a 2), e o Paysandu (3 a 1), até chegar na rodada em que enfrentaria o Cruzeiro. Na ocasião o Galo já era líder isolado do Grupo F, com 18 pontos, oito a mais que o Santos, segundo colocado nos critérios de desempate. Há menos de um mês o Atlético havia perdido o Campeonato Mineiro para o Cruzeiro. Em uma decisão estadual com três jogos, o Galo venceu o primeiro duelo por 1 a 0, mas perdeu os demais, por 3 a 2 e 3 a 1. Com a equipe alvinegra como mandante, 65.694 pagantes no Mineirão, e um gol de Márcio, aos 29 minutos do segundo tempo, o Atlético venceu o arquirrival por 1 a 0 no duelo válido pelo Campeonato Brasileiro.

Um dos destaques do Atlético no Brasileirão de 1977, Toninho Cerezo acabou ficando marcado pelo pênalti perdido contra o São Paulo na decisão (Foto: Sport Press)

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Embalado, após a vitória contra o rival o Atlético conseguiu o maior resultado dele na primeira fase. No dia 9 de novembro de 1977, os 17.977 pagantes que compareceram no Mineirão presenciaram uma partida espetacular do Reinaldo. Com cinco gols, sendo um deles de meia-bicicleta, o craque ajudou o Galo a vencer o Fast-AM, por 6 a 2. O Atlético finalizou a primeira fase vencendo o América-MG, por 3 a 1, e empatando com o Uberaba, em 1 a 1. A igualdade na última rodada foi a única partida que o Galo não venceu no primeiro turno. Na primeira fase o Atlético somou 23 pontos, terminado isoladamente na liderança do Grupo F. Em nove jogos, o Galo somou oito vitórias e um empate. Foram 26 gols marcados, oito sofridos e um aproveitamento de 94,4%. Segunda fase Na sequência o Atlético entrou no Grupo L, com cinco clubes: Americano, Grêmio, Guarani e Santa Cruz. A estreia do Galo foi no dia 1º de dezembro de 1977, contra o Guarani. Em partida disputada no Estádio Brinco de Ouro, em Campinas/SP, o time alvinegro venceu o Bugre por 1 a 0, gol marcado pelo Reinaldo. Nas rodadas seguintes, mais vitórias: 3 a 1 sobre o Santa Cruz e o Grêmio, e 2 a 0 sobre o Americano. Com 11 pontos somados, o Atlético venceu todos os jogos da segunda fase, marcando nove gols em quatro jogos, e sofrendo apenas dois. Um aproveitamento perfeito: 100,0%. Somando as duas fases iniciais, o Atlético realizou 13 jogos, venceu 12 e empatou um. Foram 35 gols marcados, dez sofridos e um aproveitamento de 94,9%, que já era suficiente para colocar o Galo como um dos candidatos ao título. Nesta altura do campeonato o Botafogo também estava invicto, mas com um aproveitamento de 74,4%. A equipe carioca também havia disputado 13 jogos, conquistando oito vitórias e cinco empates.

João Leite foi um dos melhores goleiros do Campeonato Brasileiro de 1977 (Foto: Divulgação)

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Terceira fase Conforme previsto em regulamento da época, a terceira fase, a semifinal e a final do Campeonato Brasileiro de 1977 seriam disputados no início de 1978. Nesta etapa o Atlético entrou no Grupo T, ao lado de América-RN, Bahia, Botafogo, Cruzeiro e novamente o Fast-AM. A estreia do Galo na terceira fase foi logo contra o Cruzeiro. Com um público de 98.778 pagantes no Mineirão, o Atlético venceu o adversário por 2 a 1. Nelinho, cobrando pênalti, abriu o placar para o rival, mas Ziza, aos 43 minutos do primeiro tempo, e Reinaldo, aos 39 do segundo, asseguraram a virada alvinegra. Na rodada seguinte o Atlético foi até o Amazonas, aonde venceu o Fast-AM, por 2 a 1. Na terceira rodada o Galo teve pela frente uma grande partida. Na ocasião o adversário era o Botafogo, que também estava invicto naquele Brasileirão. E, com o empate em 0 a 0, ambos permaneceram sem nenhuma derrota na competição. Na quinta rodada o Atlético aplicou a sua maior goleada naquele campeonato. Os 52.880 pagantes do Mineirão vibraram com novo show de Reinaldo que, com três gols, ajudou o Galo a golear o América-RN por 6 a 0. Na última rodada, nova goleada. A vítima da vez foi o Bahia, que perdeu para o time alvinegro por 4 a 0. O Atlético terminou a primeira fase com a liderança do Grupo T, com 15 pontos – um a mais que o Botafogo, vice-líder. O Galo conquistou quatro vitórias e um empate. Em cinco jogos disputados o time alvinegro somou 14 gols marcados e apenas dois sofridos. Atlético, Londrina, São Paulo e Operário-MS eram os clubes classificados para a semifinal do Campeonato Brasileiro. Veja abaixo a campanha deles somando as três fases – as quatro equipes fizeram 18 jogos, cada:

Um dos maiores craques da história do futebol brasileiro, a média de 1,56 gol por partida alcançada por Reinaldo no Brasileirão de 1977 jamais foi batida (Foto: Reprodução)

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1- Atlético: 49 pontos, 16 vitórias, dois empates, 49 gols marcados, 12 gols sofridos e 92,6% de aproveitamento. 2- São Paulo: 40 pontos, 12 vitórias, três empates, três derrotas, 37 gols marcados, 14 gols sofridos e 72,2% de aproveitamento. 3- Operário-MS: 33 pontos, nove vitórias, seis empates, três derrotas, 27 gols marcados, 13 gols sofridos e 61,1% de aproveitamento. 4- Londrina: 32 pontos, dez vitórias, três empates, cinco derrotas, 29 gols marcados, 22 gols sofridos e 61,1% de aproveitamento. Semifinal Entre as quatro equipes classificadas para a semifinal, o Atlético teve a melhor campanha nas fases anteriores. Mais que isso, o Galo era o único time invicto na competição. É válido ressaltar que o Botafogo também terminou este Campeonato Brasileiro sem nenhuma derrota, entretanto, a agremiação carioca não conseguiu passar da terceira fase. Os confrontos da semifinal ficaram da seguinte forma: Atlético x Londrina Londrina x Atlético São Paulo x Operário-MS Operário-MS x São Paulo Já na primeira partida o Atlético encaminhou a classificação para a final do Brasileirão. Diante de 96.404 pagantes que compareceram ao Mineirão, o Galo venceu o Londrina por 4 a 2. Aos 18 minutos do primeiro tempo, Ziza, cobrando pênalti, abriu o placar em favor da equipe alvinegra. Aos 31, Ziza cruzou para Reinaldo, que cabeceou fraco, em cima do goleiro. Entretanto, Paulo Rogério, arqueiro da equipe catarinense, acabou aceitando e permitindo que o Atlético ampliasse o marcador.

Com um time muito forte, o Atlético ainda chegaria na semifinal da Copa Libertadores de 1978 (Foto: Reprodução)

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No segundo tempo o Londrina voltou com o intuito de complicar o Galo no duelo. Aos 11 minutos Brandão aproveitou um cruzamento pela direita e finalizou entre as pernas do goleiro João Leite: 2 a 1. O Atlético, porém, tinha Reinaldo. O craque marcou mais dois gols, sendo um aos 20 minutos e outro aos 45. Neste intervalo o time catarinense chegou a diminuir. Em novo cruzamento pela direita, Carlos Alberto Garcia marcou de cabeça. No duelo de volta o Atlético não pôde contar com o craque Reinaldo. Caio Cambalhota foi o escolhido para substituir o camisa 9. E deu sorte, uma vez que aos 17 minutos do primeiro tempo o jogador abriu o placar em favor do Galo. Aos 34 minutos foi a vez de Serginho marcar e ampliar o marcador em favor da equipe mineira. Com a classificação praticamente assegurada, o Atlético tirou o pé do acelerador e viu o Londrina reagir. Aos 43 minutos do primeiro tempo, Brandão diminuiu o placar e logo no primeiro minuto do segundo tempo, Ademar empatou o duelo. O resultado, entretanto, não foi alterado e o Galo classificou para a sua segunda final de Campeonato Brasileiro. Na outra chave da semifinal o São Paulo também assegurou a sua classificação logo no primeiro duelo. Com uma vitória por 3 a 0 sobre o Operário-MS, nem mesmo a derrota por 1 a 0 no jogo de volta foi suficiente para tirar a equipe paulista da sua terceira final do Campeonato Brasileiro. Final: dentro de campo Logo vamos falar a respeito da polêmica que envolveu o Reinaldo na final do Campeonato Brasileiro de 1977. Embora fuja da ordem cronológica, primeiro vamos falar a respeito da partida em si. No dia 5 de março de 1978, Atlético e São Paulo entraram em campo para decidir o Campeonato Brasileiro de 1977. Diante de 102.974 pagantes, o técnico Barbatana escalou o Galo naquela decisão com: João Leite; Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir; Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo (Paulo Isidoro); Serginho, Caio Cambalhota (Joãozinho Paulista) e Ziza. Foi uma partida equilibrada, que teve João Leite e Valdir Peres como os grandes destaques da decisão. O Atlético até criou mais chances, é verdade, mas o São Paulo também levou perigo. Em uma ocasião o goleiro atleticano até chegou a ser batido, mas Márcio, de cabeça, salvou o gol em cima da linha. A meta são-paulina também passou perto de ser vazada. Em uma falta cobrada no primeiro tempo, Valdir Peres saltou apenas para sair na foto, como é comum dizer no dialeto do futebol. Foi uma cobrança quase perfeita, uma vez que a bola foi para fora. No segundo tempo o goleiro do São Paulo ainda fez uma grade defesa em finalização do Paulo Isidoro. Sem gol, não teve outra alternativa que não a partida ser decidida nos pênaltis. João Leite defendeu as duas primeiras cobranças do São Paulo, e Alves e Ziza até chegaram a converter suas penalidades. Contudo, com três pênaltis batidos para fora o 10


Atlético deixou escapar um título que era apontado como certo. Márcio, Toninho Cerezo e Joãozinho Paulista foram os autores das finalizações. Um lance desta final do Campeonato Brasileiro que ainda é lembrado por alguns torcedores foi uma entrada violenta do meia-atacante Neca, do São Paulo, em Ângelo, do Atlético. Em uma dividida, o jogador são-paulino pisou de forma desleal no tornozelo do atleticano. Com muita dor, Ângelo engatinhava em direção a linha lateral, quando Chicão, volante do São Paulo, pisou de forma cruel no tornozelo do atleticano, que se contorceu em dores. Arnaldo César Coelho, árbitro da partida, deu apenas cartão amarelo ao Neca e Chicão ficou ileso de uma advertência. O que machucou a alma do atleticano à época – e ainda fere o sentimento do torcedor – é a certeza que a equipe alvinegra era superior ao São Paulo. Além da campanha melhor durante todo o campeonato, a comprovação deste pensamento veio na Copa Libertadores, quando as equipes entraram no Grupo 3 da competição. No primeiro jogo, disputado no Mineirão, novo empate, desta vez por 1 a 1. No duelo de volta, porém, o Atlético venceu o São Paulo, no Morumbi, por 2 a 1. Curioso é que o craque Reinaldo não disputou nenhuma das duas partidas, que teve Serginho como destaque do Galo. O atacante fez dois gols, sendo um em cada confronto. Paulo Isidoro fez o tento do triunfo no segundo duelo. O São Paulo acabou sendo eliminado da Copa Libertadores ainda na primeira fase, enquanto o Atlético terminou com a liderança do Grupo 3 e, novamente, invicto. Foram 10 pontos conquistados, quatro vitórias e dois empates em seis jogos. O Galo marcou 16 gols e sofreu oito. Final: fora de campo Ao longo da carreira o craque Reinaldo conviveu com lesões que acabaram o tirando de jogos importantes ou fazendo que ele participasse de decisões longe da sua melhor condição física e até clínica. Na final do Campeonato Brasileiro de 1977, porém, o atacante não participou por uma decisão política. No duelo contra o Fast-AM, pela terceira fase do Brasileirão de 1977, Reinaldo foi expulso aos 32 minutos do segundo tempo. Esta partida aconteceu no dia 1º de fevereiro e o julgamento do jogador aconteceu somente antes da final da competição. Pior, o craque ainda foi suspenso por quatro partidas. Reinaldo alega que, como era abertamente contra a ditadura que vigorava naquela época no país, foi prejudicado propositalmente pela organização do campeonato. Há de ressaltar também que o Rei diz que foi expulso contra o Fast-AM, no duelo da primeira fase. Entretanto, de acordo com a ficha do jogo o atacante não só atuou os 90 minutos como fez cinco dos seis gols do Galo no confronto. À época já existia o sistema de suspensão automática para expulsões. Na primeira fase, 11


após ajudar o Atlético a vencer o Fast-AM por 6 a 2, Reinaldo atuou normalmente contra o América-MG. Já na terceira fase, após o duelo contra a equipe amazonense o camisa 9 do Galo não atuou contra o Botafogo. Há também de se levar em consideração a versão que o intuito da suspensão do Reinaldo não era prejudicar somente o jogador, mas também o Atlético. Para a final daquele Brasileirão, o São Paulo não podia contar com Serginho Chulapa, seu melhor jogador na época. Chulapa foi expulso na partida contra o Botafogo-SP por agredir um auxiliar de arbitragem que anulou um gol seu. Pelo ocorrido o jogador foi suspenso por 11 partidas. Antes da decisão, Atlético e São Paulo tentaram um efeito suspensivo para terem Reinaldo e Serginho Chulapa na decisão, mas não obtiveram sucesso. Revoltado, o Galo ameaçou contrariar a decisão da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e colocar o Rei na final. Em resposta, a equipe paulista também advertiu que colocaria Chulapa em campo. Inclusive, o jogador chegou a aquecer com o time são-paulino no Mineirão. Entretanto, os jogadores acabaram mesmo ficando fora da final. No Campeonato Brasileiro de 1977 o Reinaldo alcançou uma média de gols marcados que perdura até os dias de hoje como a melhor da história da competição. Em 18 partidas, o Rei marcou 28 gols, alcançando uma incrível média de 1,56 gol por partida.

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Com as vitórias sobre São Paulo e Atlético-PR, o Atlético se consolidou no grupo dos seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, fazendo até com que a imprensa volte a colocar a equipe na briga pelo título. Com 41 pontos somados até o momento, o Galo tem oito pontos a mais que o sétimo colocado, três a menos que o quarto e oito a menos que Internacional e São Paulo, líderes do Brasileirão. As próximas cinco rodadas do Atlético são decisivas. Além de adversários que têm o mesmo objetivo na competição, o Galo enfrentará equipes no qual a principal meta é se afastar do rebaixamento. Levando em consideração a atual classificação do Campeonato Brasileiro, o aproveitamento do Atlético contra os dez primeiros colocados é de 51,5%. Já com as equipes que ocupam a segunda metade da tabela este número é elevado para 61,5%. A Camisa 13 fez um levantamento com os principais números do Atlético nos cinco primeiros jogos do primeiro turno, comparando-os com as estatísticas neste mesmo período no returno. Alguns dados são bem curiosos. Alguns torcedores questionaram que o Atlético perdeu poder ofensivo. Esta indagação se reflete nos números. Nas cinco primeiras rodadas do primeiro turno o Galo finalizou 74 vezes a gol, sendo 40 certas e 34 erradas. No mesmo período no returno são 61 finalizações, sendo 21 certas e 40 erradas. O número de finalizações certas foi reduzido quase pela metade e isso acaba se tornando um reflexo no número de gols marcados: oito no turno, contra cinco no returno. Por outro lado, o Galo tem ficado mais com a bola no pé e trocado mais passes. Se nos cinco primeiros jogos a média de posse de bola da equipe alvinegra foi de 52%, com 1.986 passes certos – e 163 errados –, agora a pelota tem ficado com o Atlético, em média, 54% do tempo. São 2.093 passes certos e 216 errados.

Após um período de seca, Ricardo Oliveira voltou a marcar contra o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro (Foto: Bruno Cantini/Atlético)

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O Atlético pode ter menos finalizações certas em relação ao primeiro turno, mas exigiu o mesmo número de defesas difíceis dos goleiros adversários: sete, em cada turno. Já as defesas simples reduziram de 29, nas cinco primeiras partidas, para 16. Um dos principais questionamentos dos torcedores era em relação ao sistema defensivo. O número de gols sofridos reduziu de seis para três. As estatísticas em relação a desarmes e interceptações também apresentaram uma queda, o que talvez se explique por uma forma mais compacta do sistema defensivo atuar, o que acaba induzindo o adversário ao erro.

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SUPERCLÁSSICO

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Neste domingo (16) acontece o maior clássico de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil. Com ampla vantagem nas estatísticas, o Atlético entrará em campo com o objetivo de entrar no G-4 do Campeonato Brasileiro e se aproximar dos líderes da competição. A Camisa 13 traz algumas curiosidades e dados deste superclássico que talvez você não conhecesse. Números gerais As estatísticas possuem duas versões, sendo uma de cada clube. Pelo lado alvinegro, são 505 jogos, 204 vitórias do Atlético, 133 empates e 168 derrotas, além de 718 gols marcados e 641 sofridos. Já o Cruzeiro divulga os seguintes números: 491 partidas, 192 triunfos do Galo, 132 empates e 167 derrotas atleticanas – além de 685 gols marcados pelo Atlético e 632 sofridos. Em ambas versões o Atlético leva vantagem no confronto. Se levarmos em consideração somente os jogos pelo Campeonato Brasileiro, os dados ficam mais acirrados. Pela principal competição do país são 62 jogos, 24 vitórias do Galo, 18 empates e 20 derrotas, além de 86 gols marcados e 83 sofridos. O maior carrasco do Cruzeiro é o atacante Guará, que marcou 26 gols contra o arquirrival. Em seguida aparecem Reinaldo e Ubaldo, com 26 gols, cada, Lucas Miranda, 15, e Tomazinho, dez. Pelo lado alvinegro, 11 jogadores conseguiram um hat-trick no clássico, sendo o Diego Tardelli, em 2011, o último a atingir esta marca. Goleadas "De 9 a 2 eu já ganhei...". Uma música cantada pelos atleticanos nas arquibancadas traz à tona o maior placar da história dos clássicos. Entretanto, o que nem todos sabem é que entre as cinco maiores goleadas do superclássico mineiro, quatro são do Atlético.

Curiosidades A arbitragem é sempre um motivo de questionamento para os torcedores. Contudo, o que ocorreu no primeiro clássico disputado entre Atlético e Cruzeiro é algo inimaginável nos dias de hoje. O primeiro duelo entre as equipes foi apitado por 17


Aleixanor Alves Pereira, ex-presidente do clube alvinegro. Aleixanor participou da fundação do Atlético, em 1908, e foi o segundo presidente da história do clube, estando à frente da instituição em 1911. De acordo com os jornais da época, o árbitro do primeiro duelo entre Atlético e Cruzeiro seria João Britto, porém os periódicos não explicam o motivo que levou à troca no apito. Na ocasião o Cruzeiro venceu o Galo por 3 a 0 e Aleixanor teve atuação elogiada pela imprensa: "O juiz agiu com perfeita imparcialidade, a não ser um ou outro deslize muito perdoáveis", publicou o Diário de Minas. Outra história curiosa ocorreu em 1984. Alegando que o Cruzeiro era favorecido pelo bandeirinha, que ficava à frente do seu banco de reservas, Elias Kalil, então presidente do Atlético, mandou construir outro banco de reservas em frente a torcida do Atlético, atrás do outro auxiliar da arbitragem. Entretanto, logo após o primeiro clássico, Elias Kalil desistiu da ideia, uma vez que o banco de reservas ficava de frente para o sol e o calor foi considerado "insuportável".

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