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EDITORIAL Agora vai? Os altos e baixos do Atlético neste Campeonato Brasileiro faz o torcedor alternar entre a certeza do título e a dúvida da classificação para a Copa Libertadores. Fato é que o técnico Thiago Larghi superou a remontagem do elenco e deu um novo padrão de jogo à equipe alvinegra. Se os gols marcados não acontecem mais em atacado, os sofridos também cessaram. Larghi está próximo de encontrar o equilíbrio ideal para o Atlético. Se vencer o superclássico e o Flamengo, o Galo se consolida de vez na briga pelo título e a metodologia do treinador será apontada como perfeita. Caso contrário, a dúvida a respeito da classificação para a Copa Libertadores se manifestará novamente na mente dos torcedores. É a dicotomia dos atleticanos neste Brasileirão. Boa leitura!
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ra um Guardiola. Ora bestial. Um jogo bom é o suficiente para aguçar no torcedor o desejo pela renovação contratual. Basta um jogo ruim para ser apedrejado e atiçar o desejo de sua saída imediata do Atlético.
Desde que assumiu o Atlético, Thiago Larghi sabia que a trajetória não seria fácil. Em sua primeira experiência como técnico, o comandante acumula acertos e erros em suas decisões. As críticas são consequências de resultados apontados como negativos pelos torcedores, enquanto elogios são frutos de uma sequências regulares no Campeonato Brasileiro. Thiago Larghi está no Atlético há 48 jogos e até o momento conquistou 23 vitórias, 11 empates e 14 derrotas, o que lhe dá um aproveitamento de 55,6%. A Camisa 13 fez um levantamento sobre o trabalho desenvolvido pelo técnico desde quando assumiu o comando do Galo. De 10 em 10 Primeiro separamos o quadro de jogos do Thiago Larghi a cada dez jogos. As duas primeiras sequências do treinador foram as melhores e coincidem com a transição do Campeonato Mineiro para a Campeonato Brasileiro. Em ambas, Larghi conseguiu um aproveitamento de 63,3%. A terceira sequência foi a pior do Atlético até o momento. O excesso de empates (cinco em dez jogos) foi crucial para o aproveitamento de 46,7%. Neste intervalo o Galo somou três empates que o eliminaram da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Foram dois 0 a 0 com a Chapecoense e outro placar sem gols contra o San Lorenzo/ ARG. Na quarta sequência de dez jogos era esperado uma recuperação, que de fato aconteceu. Foram cinco vitórias, dois empates e três derrotas em dez jogos, o que deu ao Atlético um aproveitamento de 56,7%. O quinto grupo de duelos ainda não completou as dez partidas, mas o aproveitamento tem se mostrado baixo até então. Em oito confrontos o Galo soma três vitórias, dois empates e três derrotas, com 11 gols marcados e oito sofridos. Um dos problemas do Atlético foi o excesso de gols sofridos. No início, Thiago Larghi tentou corrigir este transtorno colocando o time para atuar de forma reativa. O resultado nas duas primeiras sequências foi positivo, uma vez que a equipe sofreu seis gols nos primeiros dez jogos e nove nas dez partidas seguintes. Na terceira sequência o Atlético marcou 13 gols e sofreu 11, alcançando pela primeira vez uma média de gols sofridos superior a um por partida. Já no quarto grupo de dez jogos o Galo marcou 19 gols e sofreu 12, as maiores marcas da temporada. Preferências Levando em consideração os primeiros 47 jogos em que esteve a frente do Atlético, Thiago Larghi relacionou 48 jogadores distintos, chegando a testar 42 deles, sendo 37 5
como titular. O comandante costuma dar sequência a alguns nomes, mas quando não correspondem há altura, ganham o esquecimento do banco de reservas. Foi o caso do meia Nathan, contratado por empréstimo junto ao Chelsea/ING. O jogador atuou em quatro partidas consecutivas como titular, porém não engrenou e amargou um tempo no banco de reservas. O mesmo aconteceu com outros nomes, como Tomás Andrade e até mesmo Róger Guedes, que foi o grande destaque do Atlético neste Campeonato Brasileiro, antes de ser negociado com o futebol chinês. O jogador que mais ganhou oportunidades como titular com o Thiago Larghi, foi o Victor, que iniciou 46 jogos com o treinador. O goleiro é seguido pelo atacante Ricardo Oliveira, titular em 43 partidas. Posteriormente aparecem o lateral-esquerdo Fábio Santos (40), o zagueiro Gabriel (31) e o volante Adilson (29). Atualmente, os dois últimos não são mais os donos absolutos da posição, uma vez que perderam o posto para Iago Maidana e José Welison, respectivamente. Dos jogadores que ainda integram o elenco profissional do Atlético, somente três nunca foram titular com o Thiago Larghi: o goleiro Michael, o meia Bruno Roberto e o atacante Leandrinho. Muitas vezes os jogadores atribuem as substituições à implicância do treinador. Isso ocorreu com o Róger Guedes, após ser substituído na partida contra o Figueirense, pela Copa do Brasil. O atacante foi para o banco de reservas gesticulando contra o Thiago Larghi, o que gerou uma polêmica e quase culminou com a saída do atleta do Atlético. Guedes foi substituído por Larghi sete vezes. Titular em 28 jogos, Luan foi substituído em 23 deles. Elias é o segundo jogador neste ranking, sendo chamado para o banco de reservas 14 vezes. Em seguida aparecem Adilson e Gustavo Blanco, sacados em 12 oportunidades, e Otero, em 11. Em contrapartida, Tomás Andrade foi o jogador que mais vezes entrou no decorrer das partidas: 17. O meia é seguido pelo Luan, acionado em 16 oportunidades, Elias e Cazares, 11, cada, e Erik e Matheus Galdezani, dez, cada. Reforçando que estes números foram retirados até a 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. Dos jogadores que ainda integram o elenco profissional do Atlético, somente o goleiro Michael e o zagueiro Martín Rea nunca ganharam nenhuma oportunidade de participar de uma partida. O arqueiro foi relacionado para 24 duelos, mas não foi acionado em nenhum deles, enquanto até a 27ª rodada do Brasileirão Rea não ficou sequer no banco de reservas. Durante um período Larghi foi contestado pelos torcedores por não dar oportunidade aos jovens das categorias de base do Atlético. De certa forma a crítica tem embasamento. Até o momento os jogadores estrangeiros atuaram em média 1.314 minutos pelo Galo, enquanto os atletas da base ficaram em campo, em média, 489 minutos. 6
Dos cinco estrangeiros com quem Thiago Larghi trabalhou, somente o David Terans atuou menos de 1.000 minutos. Já os 11 jogadores oriundos da base que passaram pelos olhos do comandante no elenco profissional, somente Bremer e Gabriel permaneceram em campo por mais de 1.000 minutos. Para se ter ideia, tirando os dois zagueiros da base, quem esteve em campo por mais tempo foi o atacante Alerrandro, que atuou por 327 minutos. O artilheiro da "era Larghi" é o Ricardo Oliveira, com 19 gols. O atacante é seguido pelo Róger Guedes, que balançou a rede adversária 12 vezes. Completando o "pódio" aparece o Cazares, com sete tentos. Ricardo Oliveira também é o líder de assistências do time na "era Larghi", com oito passes a gol. Em sequência aparece o venezuelano Otero, com seis, e Cazares, Elias, Gustavo Blanco e Luan, com cinco, cada. Outro time? A primeira escalação do Thiago Larghi tem uma diferença considerável em relação as últimas. O primeiro duelo do treinador foi contra a Caldense, pelo Campeonato Mineiro. Na ocasião o comandante mandou o Galo a campo com: Victor; Carlos César, Felipe Santana, Iago Maidana e Fábio Santos; Adilson, Elias (Carlos), Cazares (Luan) e Otero (Marco Túlio); Erik e Ricardo Oliveira. Para se ter ideia, destes 14 jogadores que participaram desta partida, seis não estão mais no elenco do Atlético. São eles: Carlos César, Felipe Santana, Carlos, Otero, Marco Túlio e Erik. Na ocasião o Galo foi derrotado pela Caldense, por 2 a 1. Já na 27ª rodada do Campeonato Brasileiro o Atlético goleou o Sport por 5 a 2 e o Thiago Larghi armou o time com: Victor; Emerson, Leonardo Silva, Iago Maidana e Fábio Santos; José Welison, Elias (Matheus Galdezani), Luan (Edinho) e Cazares (Nathan); Chará e Ricardo Oliveira. Somente Victor, Iago Maidana, Fábio Santos, Elias, Cazares e Ricardo Oliveira foram titulares do Thiago Larghi nestes dois jogos. Polêmica Recentemente o técnico Thiago Larghi deu uma declaração durante entrevista coletiva, na Cidade do Galo, que causou certo desconforto entre os torcedores. Ao ser questionado a respeito de uma possível troca de treinador caso não seja campeão brasileiro, Larghi respondeu que "são 47 anos sem ganhar este título. Então não é esse ano que precisa ser obrigação". A declaração causou várias interpretações e muitas críticas por parte dos torcedores. Até o ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, questionou a explanação do treinador. "Ele precisa ir à sala de troféus da Avenida Olegário Maciel, chegar perto de uma Libertadores, de uma Recopa Sul-Americana e uma Copa do Brasil, para 7
sentir o que é o espírito vencedor e a responsabilidade levar o Atlético a ganhar títulos importantes continuamente", disse Kalil em texto publicado no blog do Chico Maia, assessor da Prefeitura. Fator Róger Guedes O grande nome do Campeonato Brasileiro até a Copa do Mundo foi o atacante Róger Guedes. Com nove gols em 12 jogos, o jogador ainda é um dos responsáveis pelo Galo estar no G-6. Guedes foi o principal responsável pelos cinco jogos sem derrota do time alvinegro, a melhor sequência da equipe neste Brasileirão. Nestes cinco jogos o Róger Guedes marcou três gols que asseguraram três vitórias do Atlético. Não fosse o atacante, a primeira vitória do Galo teria ocorrido somente na 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, contra o América-MG. Guedes fez o gol que garantiu a vitória ou o empate do Atlético nos seguintes jogos: Vitória (2 a 1), Corinthians (1 a 0), São Paulo (2 a 2), Atlético-PR (2 a 1), Cruzeiro (1 a 0), Chapecoense (3 a 3) e Ceará (2 a 1). Nestas rodadas o Atlético conquistou 23 pontos, porém, sem o Róger Guedes seriam apenas dez pontos conquistados. Atualmente o Galo tem 45 pontos, mas sem os gols do Guedes seriam 35 pontos e a 12ª colocação no Campeonato Brasileiro. G-4 é obrigação? A derrota do Atlético para a Chapecoense praticamente sepultou a chance de o clube ser campeão brasileiro neste ano. Para chegar ao G-4 o Galo precisa contar com o momento ruim vivenciado pelo São Paulo, além da prioridade que o Grêmio tem dado à Copa Libertadores. Porém, para atingir o objetivo o Atlético precisa fazer o que ainda não fez neste Brasileirão: emplacar uma sequência de vitórias. Por mais que às vezes vença e convença, o Galo tem encontrado enorme dificuldade para permanecer por rodadas consecutivas sem derrota. É verdade que no Campeonato Brasileiro não tem jogo fácil, porém é necessário superar as adversidades para atingir grandes objetivos em uma competição tão equilibrada. E essa suplantação terá que ocorrer já nas próximas rodadas, quando o Atlético recebe o América-MG e posteriormente visita Ceará e Fluminense. Na sequência, mais dois jogos em casa e ambos decisivos: Grêmio e Palmeiras. O Atlético viu a vantagem de oito pontos para o sétimo colocado se reduzir a seis pontos. O medo nos atleticanos foi instaurado pelo bom momento vivenciado pelo Santos. É válido ressaltar que os próximos cinco jogos do Peixe também não são fáceis: Corinthians (casa), Internacional (fora), Fluminense (casa), Palmeiras (fora) e Chapecoense (casa).
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Ibobe Repucom divulgou um levantamento quantitativo feito no dia 1º de outubro a respeito do número de seguidores dos principais clubes do país nas redes sociais. O que interessa para nós, entretanto, são os números do Atlético.
Em relação a dezembro de 2017, as redes sociais do Atlético apresentaram um crescimento de 11,7% no número de seguidores. O maior desdobramento foi notado no YouTube, onde o aumento foi de 51,8%. Em sequência está o Instagram, com 38,2%, seguido pelo Facebook, 10,4%, e o Twitter, 5,0%. O Atlético vem evoluindo consideravelmente nas redes sociais, mas ainda tem muito o que melhorar. A começar pela linguagem (excessivamente) institucional e a pouca interatividade com os torcedores. Outro fator desestimulante é o presidente do clube ter processado alguns atleticanos por comentários feitos no Twitter. A respeito da interatividade, o melhor exemplo a ser seguido são os perfis da Netflix, que respondem grande parte dos comentários feitos pelos seguidores da marca, e sempre de forma bem-humorada. A respeito da linguagem, o Atlético tem que buscar uma forma de transformar a TV Galo em um canal de entretenimento. Um passo inteligente e criativo foi a transmissão de pré e pós-jogos, diretamente do Independência. É importante o Atlético transmitir as coletivas e imagens dos treinamentos, entretanto, poderia ser criado programas interativos, com dias e horários fixos para irem ao ar. Semelhante ao que fazem os grandes canais de YouTubers na rede. Confira na próxima página o levantamento completo feito pelo Ibope Repucom.
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