Camisa 13 - Edição 11 (dezembro de 2018)

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E a temporada de 2018 chegou ao fim. Sem títulos, mas com cobranças e e a vaga assegurada para a Copa Libertadores de 2019. O ano foi de altos e baixos, acertos e erros, e o que mais espero é que o presidente Sérgio Sette Câmara tenha aprendido com tudo que aconteceu. Terminamos o ano sem um diretor de futebol, o que indica que, ao menos inicialmente, Marques é quem cuidará das negociações e do planejamento para 2019. O Atlético tem que ser inteligente no mercado (falaremos disso mais a frente) e utilizar os jogadores que já tem no elenco - incluindo os que retornam de empréstimo - para montar uma base competitiva e entrar forte na Copa Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro do próximo ano. Sobre 2018, Cazares terminou o ano de forma espetacular e o que espero é a permanência dele no elenco, uma vez que pode ser peça decisiva nas competições do próximo ano, sobretudo na Copa Libertadores. Por fim, lhe desejo tudo que há de melhor em 2019, que você passe com saúde e que o seu próximo ano seja repleto de paz, realizações e felicidades. Boas festas para você e, claro, boa leitura!

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RETROSPECTIVA 2018 4


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ezembro de 2017. Há um ano o Atlético começava a externar ao torcedor o planejamento para a temporada que acabou de se encerrar. Não houve presente de Natal. Enquanto Fred, Rafael Moura, Marcos Rocha, Capixaba, Marlone e Robinho deixavam o clube, Arouca, Erik, Samuel Xavier, Ricardo Oliveira e Róger Guedes eram contratados. A expectativa para 2018 não era alta. O ano seria de austeridade e o presidente eleito, Sério Sette Câmara, deixou claro ao torcedor que retornar à Copa Libertadores era a meta para a temporada. E o Atlético teve três oportunidades de cumpri-la. Falhou na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, mas alcançou a meta no Campeonato Brasileiro. Chegaremos lá. Janeiro O elenco alvinegro se reapresentou na Cidade do Galo, onde iniciou a prétemporada. Neste mês o Atlético anunciou a contratação do zagueiro Iago Maidana e do meia Tomás Andrade. Ao contrário das últimas temporadas, onde houve o anúncio de pelo menos um grande jogador, 2018 começava diferente. Entre apostas e jogadores desconhecidos pela maior parte do público, os torcedores já olhavam com desconfiança para o time que estava sendo montado pelo diretor de futebol, Alexandre Gallo. Início de temporada normalmente não reserva muitas novidades, a não ser no que tange ao mercado. O Atlético aproveitou o início do ano para negociar o empréstimo de três jogadores: o zagueiro Erazo, o lateral-direito Alex Silva e o lateral-esquerdo Mansur. A apresentação do elenco atleticano para a temporada aconteceu no dia 4 de janeiro. Pouco mais de dez dias depois a equipe estrearia no Campeonato Mineiro. O técnico

Elias marcou dois gols na primeira vitória do Atlético em 2018 - Foto: Reprodução/TV Globo

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Oswaldo de Oliveira optou em escalar reservas no primeiro jogo da temporada, contra o Boa Esporte. A atuação foi bem típica para o momento e o empate em 0 a 0 não gerou muitas críticas. A ansiedade ficou para a estreia dos titulares. No dia 21 de janeiro o time principal do Atlético entrou em campo pela primeira vez na temporada e destroçou o Democrata-GV. A vitória por 3 a 0 poderia ser ainda mais maiúscula. A grande atuação gerou muita expectativa nos torcedores. Foram dois gols do Elias e um do Róger Guedes. Assistências, foram duas do Cazares e uma do Otero. O Atlético ainda faria mais dois jogos em janeiro e não alcançaria nenhuma vitória, o que começou a render alguns questionamentos dos torcedores. No primeiro mês do ano a equipe alvinegra entrou em campo quatro vezes, conquistando um triunfo, dois empates e uma derrota. Foram cinco gols marcados, três sofridos e um aproveitamento de 41,7%. Fevereiro O segundo mês do ano marcou a estreia do Atlético na Copa do Brasil. O empate em 1 a 1 com o xará do Acre foi duramente criticado pelos torcedores. Apesar do resultado ruim, o que marcou mesmo este duelo foi a entrevista coletiva do técnico Oswaldo de Oliveira após a partida. Na ocasião, o treinador se irritou com uma pergunta feita pelo repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, e ambos quase chegaram as vias de fato. As imagens da discussão mais áspera dos profissionais ganhou repercussão nacional e no dia seguinte à partida o técnico foi demitido do Atlético. Cuca, Felipão e Abel Braga eram os nomes mais comentados para assumir o Atlético. Mais tarde o presidente Sérgio Sette Câmara revelaria que também

Oswaldo de Oliveira comandou o time por seis jogos em 2018 - Foto: Reprodução

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procurou o técnico Levir Culpi, que na ocasião estava no Gamba Osaka/JAP. Sem acordo com nenhum treinador de renome, o clube alvinegro manteve Thiago Larghi, ex-analista de desempenho, no comando do time. E a equipe evoluiu sob o comando do jovem treinador. Apesar da derrota para a Caldense em sua estreia, por 2 a 1, a equipe mostrou bom futebol na vitória por 3 a 0 no clássico com o América-MG e na goleada por 4 a 0 contra o Botafogo-PB, pela segunda fase da Copa do Brasil. Ainda no mês de fevereiro o Atlético entraria em campo contra o Figueirense, pela terceira fase da Copa do Brasil. Fora de casa, o Galo venceu a equipe catarinense por 1 a 0 e, novamente, a partida ficaria marcada por um episódio que aconteceu fora das quatro linhas. Substituído aos 14 minutos do segundo tempo, Róger Guedes se irritou com o técnico Thiago Larghi e, do banco de reservas, mostrou, com a mão, que estava sendo sacado pelo terceiro jogo consecutivo e completou: "É sempre eu". Na entrevista coletiva o treinador explicou que conversou com o atacante e que ambos se entenderam. Mas não foi bem isso que aconteceu. Róger Guedes perdeu espaço no Atlético e passou a não ser mais utilizado pelo técnico Thiago Larghi, chegando até mesmo a não ser relacionado para a partida de ida contra o San Lorenzo/ARG, pela Copa SulAmericana. Guedes esteve próximo de deixar o clube, mas as lideranças do elenco conversaram com o jogador e com o diretor de futebol, Alexandre Gallo, que decidiu dar uma segunda chance ao atacante. Além das polêmicas, em fevereiro o Atlético teve um bom desempenho. O time alvinegro entrou em campo sete vezes, venceu quatro partidas, empatou duas e

Róger Guedes deixou a partida contra o Figueirense bastante irritado - Foto: Reprodução/TV Globo

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perdeu somente uma. Foram 12 gols marcados, quatro sofridos e um aproveitamento de 66,7%. Março Embora a temporada ainda esteja no terceiro mês do ano, o Atlético já se via em fases decisivas, que poderiam marcar o rumo do clube na temporada. E foi assim na Copa do Brasil, quando o Galo recebeu o Figueirense, no jogo de volta da terceira fase da competição. A equipe mineira foi derrotada por 2 a 1 e a vaga na fase seguinte foi decidida nos pênaltis. Com Victor inspirado (o goleiro defendeu duas cobranças), o Atlético venceu por 4 a 2 e se classificou para a quarta fase, possuindo o Ferroviário-CE como adversário. No Campeonato Mineiro o Atlético teve três clássicos. No primeiro duelo com o Cruzeiro, a equipe alvinegra foi derrotada por 1 a 0. No mais, só vitórias na competição estadual: 2 a 0 contra o Uberlândia, 1 a 0 contra o Tombense. O Galo terminou a primeira fase do Mineiro em terceiro lugar, com 18 pontos conquistados. Nas quartas de final do estadual o Atlético enfrentou a URT e venceu por 1 a 0, classificando-se para a semifinal, onde enfrentaria o América-MG. Com a desvantagem por terminar a primeira fase atrás do adversário, o Galo teve boa atuação e superou o rival nos dois jogos. O primeiro duelo teve polêmicas de arbitragem e o Atlético venceu por 1 a 0. No jogo de volta o triunfo foi por 2 a 0. O Galo chegou à final do Mineiro vivenciando o seu melhor

Tomás Andrade deixou boa impressão na estreia pelo Atlético, mas acabou não conseguindo se firmar na equipe no decorrer da temporada - Foto: Bruno Cantini/Atlético

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momento na temporada. Em março o Atlético entrou em campo sete vezes, venceu cinco jogos e perdeu dois. O Galo marcou oito gols e sofreu três, alcançando um aproveitamento de 71,4%. Abril Em abril o Atlético entraria em nas finais do Campeonato Mineiro e também estrearia na Copa Sul-Americana. Iniciava-se também algumas críticas ao técnico Thiago Larghi, sobretudo pelas substituições realizadas pelo comandante no primeiro jogo da decisão do estadual. Na ocasião o treinador sacou Adilson, Elias e Luan, mandando a campo Arouca, Yago e Tomás Andrade e vendo o desempenho do time despencar. No primeiro tempo do jogo de ida da final do Mineiro o Galo teve uma atuação monstruosa, marcando três gols. Na segunda etapa, porém, Thiago Larghi fez substituições equivocadas e o Atlético viu o Cruzeiro diminuir o placar e quase marcar o segundo gol. O tento anotado pelo rival mudou o cenário para o próximo jogo. Logo no início do duelo de volta Otero foi expulso em um lance que o lateral Edílson, do Cruzeiro, também deveria ser colocado para fora. Com um a menos e em tarde pouco inspirada, o Atlético perdeu por 2 a 0 e também viu o rival comemorar o título. Abril também marcou a estreia do Atlético na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro. Em ambas o Galo foi derrotado. Se no torneio continental o time alvinegro foi prejudicado por um gol irregular do San Lorenzo/ARG e foi batido por 1 a 0, contra o Vasco um pênalti duvidoso deu o triunfo aos cariocas por 2 a 1. Muito questionado pelos torcedores por tentar um passe de calcanhar que acabou se tornando o contra-ataque que ocasionou o lance do pênalti, Róger Guedes seria pela

Com dois gols de Ricardo Oliveira o Atlético venceu o Cruzeiro no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro - Foto: Gazeta Press

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última vez na temporada motivo para críticas. O atacante iniciaria um momento de volta por cima no Atlético. Pela Copa do Brasil, uma atuação lastimável fez o Atlético empatar em 2 a 2 com o Ferroviário-CE. O adversário chegou a abrir 2 a 0 no placar. Na sequência, duas boas atuações de Róger Guedes ajudaram o Galo a vencer o Vitória, por 2 a 1, e o Corinthians, por 1 a 0, ambos os jogos pelo Brasileirão. O Atlético também mexeu no elenco em abril. Chegaram ao clube o lateral-direito Emerson, o zagueiro Juninho e o volante Matheus Galdezani. Em contrapartida, saíram o zagueiro Felipe Santana, o lateral-esquerdo Danilo Barcelos e o atacante Carlos. O Atlético encerrou abril com oito jogos, quatro vitórias, um empate e três derrotas. Foram 13 gols marcados, o que seria a melhor marca da equipe na temporada, nove sofridos e 54,2% de aproveitamento. Maio Embora ainda estejamos apenas no quinto mês do ano, maio representou ao Atlético a eliminação em mais duas competições, ficando apenas com o Campeonato Brasileiro para disputar até dezembro. Na Copa Sul-Americana o Atlético entrou com um time praticamente todo reserva e empatou em 0 a 0 com o San Lorenzo/ARG, sendo eliminado da competição ainda na primeira fase. Já na Copa do Brasil, duas igualdades sem gol e a derrota por 4 a 3 nos pênaltis para a Chapecoense, fizeram o Galo dar adeus à competição nas oitavas de final. Pelo Campeonato Brasileiro, vitórias contra Atlético-PR e Cruzeiro e o empate com o São Paulo colocaram a equipe alvinegra na liderança da competição. Entretanto, as

Otero tentou, mas também não conseguiu ajudar o Atlético a superar o San Lorenzo/ARG na Copa Sul-Americana - Foto: Bruno Cantini/Atlético

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derrotas para Flamengo e Sport fizeram o torcedor voltar para a realidade. Nas negociações o Atlético teve um mês de cinco saídas. Os laterais Samuel Xavier e César, o volante Roger Bernardo, o meia Marco Túlio e o atacante Hyuri deixaram o clube. O Galo entrou em campo oito vezes em maio, vencendo duas partidas, empatando quatro e perdendo outras duas. Foram sete gols marcados e sete sofridos, e um aproveitamento de 41,7%. Junho Se preparando para a pausa na Copa do Mundo, o Atlético viveu o melhor momento na temporada em junho. Somente com o Campeonato Brasileiro pela frente, a equipe entrou em campo quatro vezes e não perdeu nenhuma partida. O único resultado ruim neste mês foi o empate em 3 a 3 com a Chapecoense, que teve um jogador expulso ainda no primeiro tempo. Entretanto, o Atlético superou este duelo e venceu o América-MG, por 3 a 1, goleou o Fluminense, por 5 a 2, e venceu o Ceará, por 2 a 1. Nestas três partidas o Atlético teve Róger Guedes como destaque, com o jogador chegando a assumir a artilharia do Campeonato Brasileiro, com nove gols. Também foi neste período que começaram os rumores de uma possível transferência do atacante para o futebol europeu ou chinês. Embora a torcida tenha pedido no estádio a permanência do Róger Guedes, uma proposta do Shandong Luneng/CHI acabou levando o atacante do Atlético. Além do aproveitamento de 83,3% no mês (o maior do Atlético na temporada), o Galo também voltou a marcar 13 gols, igualando a melhor marca do ano. Além disso, foram sete gols sofridos. Junho também reservou ao clube uma movimentação no elenco. O volante José Welison, o meia David Terans, e os atacantes Chará, Denílson e Edinho foram contratados pelo Galo neste período. Em contrapartida, Otero e o goleiro Giovanni deixaram a equipe. Julho Se preparando para voltar à disputa do Campeonato Brasileiro o Atlético anunciou mais duas contratações e mais quatro saídas. Chegaram do futebol europeu o meia Nathan e o atacante Leandrinho. Por outro lado, saíram o zagueiro Bremer, os volantes Arouca e Yago e o atacante Róger Guedes, que teve a negociação oficializada. Em campo, o desempenho do Atlético foi abaixo do esperado. Thiago Larghi mexeu no time e viu o rendimento de alguns jogadores despencar. Com isso a equipe alvinegra foi derrotada por Grêmio (2 a 0) e Palmeiras (3 a 2), e empatou com o Bahia (2 a 2). A única vitória alvinegra em julho foi no duelo contra o Paraná, por 2 a 0, em um dia 11


inspirado de Victor. Nestes quatro jogos o Atlético marcou seis gols e sofreu sete, conquistando um aproveitamento de 33,3%. Agosto O oitavo mês do ano chegou e trouxe com ele a necessidade de um desempenho melhor por parte do Atlético. Apesar da quarta posição no Campeonato Brasileiro, o Galo estava sete pontos atrás do líder Flamengo e apenas três pontos acima do oitavo colocado. O principal duelo do mês seria contra o Internacional, no Independência. Foi uma noite de apagão. A partida teve que ser paralisada duas vezes, sendo a primeiro devido a uma tempestade de granizo e a segunda por uma queda de energia no estádio. A atuação alvinegra também ficou estagnada. Após as paralisações, o Atlético caiu de rendimento e viu o Internacional fazer o gol da vitória após uma rápida cobrança de falta. Na sequência o Galo enfrentaria três equipes que não viviam bom momento na temporada. No reencontro com Cuca, o time alvinegro passou por cima do Santos com uma vitória por 3 a 1. Na rodada seguinte foi a vez do Botafogo. Com uma atuação excelente, o Galo venceu por 3 a 0, em duelo que poderia ter terminado com uma goleada histórica, tamanha a superioridade do alvinegro mineiro na partida. A expectativa de conquistar três ou quatro vitórias consecutivas parou em Vasco e Vitória. Na abertura do segundo turno do Brasileirão, o Atlético teve dificuldades para superar o Vasco e empatou em 0 a 0. Já no duelo com o Vitória, fora de casa, o Galo teve uma

Chuva de granizo e queda de energia interromperam a parida entre Atlético e Internacional - Foto: Reprodução

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atuação apagada e foi derrotado por 1 a 0. Em agosto o Atlético entrou em campo cinco vezes, vencendo duas partidas, empatando uma e perdendo outras duas. Foram seis gols marcados e três sofridos, além de um aproveitamento de 46,7%. O Galo terminou o mês em sexto lugar no Brasileirão, posição que não sairia mais. Tratando-se de mercado, agosto foi o último mês que o Atlético mexeu em seu elenco. Entre os contratados, apenas o zagueiro Martín Rea chegou ao clube. Em contrapartida, o zagueiro Matheus Mancini, o meia Marquinhos e o atacante Clayton foram emprestados para Londrina, Chapecoense e Bahia, respectivamente. Após perder espaço no elenco, o atacante Erik, que estava emprestado ao Atlético pelo Palmeiras, também deixou o clube e foi repassado ao Botafogo. Setembro No nono mês do ano o Atlético teria pela frente clássicos e adversários importantes no Campeonato Brasileiro. O mês foi aberto com um empate em 1 a 1 com o Corinthians. Na sequência o Galo recebeu o São Paulo no Independência e venceu por 1 a 0, graças a um gol contra o lateral são-paulino Régis Souza. Em recuperação no Campeonato Brasileiro, o Atlético-PR seria o próximo adversário do time alvinegro. No Independência, o time paranaense abriu o placar com um gol contra de Iago Maidana. Entretanto, em um jogo movimentado, o Atlético aproveitou os espaços deixados pelo adversário e virou o placar. Por fim, vitória por 3 a 1. Na rodada seguinte o superclássico contra o Cruzeiro, que entrou em campo com time misto, o que não foi o suficiente para o Galo superar o rival. O empate em 0 a 0

Com o gol marcado contra o Atlético-PR o Ricardo Oliveira quebrou um jejum de cinco jogos sem balançar a rede - Foto: Reprodução

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frustrou os torcedores, que pediram um triunfo fora de casa na rodada seguinte, contra o Flamengo. Com um minuto de jogo o Atlético já perdia do Flamengo por 1 a 0. Ainda no primeiro tempo o time alvinegro empatou com um gol do Leonardo Silva. No segundo tempo, porém, o Galo acabou levando o segundo gol e foi derrotado por 2 a 1. A recuperação veio contra o Sport. Em tarde inspirada do time alvinegro, o Galo goleou o time pernambucano por 5 a 2 e se consolidou na sexta posição, com 45 pontos – oito acima do sétimo lugar. Em setembro o Atlético entrou em campo seis vezes, saindo vitorioso em três oportunidades, empatando duas e perdendo uma partida. Foram 11 gols marcados neste período e seis sofridos, além de um aproveitamento de 61,1%. Outubro E chegou o décimo mês do ano. Outubro foi um mês para ser apagado da memória dos atleticanos. Em um período decisivo para as pretensões do Atlético na temporada, a equipe teve o seu pior aproveitamento no ano. Foram quatro jogos, todos contra adversários que brigavam na parte de baixo da tabela. O primeiro duelo foi conta a Chapecoense, fora de casa. Com atuação muito discreta, o Galo voltou derrotado por 1 a 0. A expectativa era pela recuperação na partida seguinte, contra o América-MG. Entretanto, visando reagir na competição, o empate em 0 a 0 fez com que a diretoria atleticana buscasse uma mudança na equipe. E ela aconteceu com a demissão do técnico Thiago Larghi e a contratação de Levir Culpi. Contudo, Levir não conseguiu mudar a energia do time e viu a equipe ser derrotada nas duas partidas que teria fora de casa. Contra o Fluminense, o revés foi por 1 a 0. Já

O técnico Thiago Larghi foi demitido após o empate com o América-MG - Foto: Bruno Cantini/Atlético

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contra o Ceará, derrota por 2 a 1. Nas quatro partidas que entrou em campo em outubro, o Atlético empatou uma e perdeu três. Terminou o mês com apenas um gol marcado e quatro sofridos, além de um aproveitamento de apenas 8,3%. Novembro O Atlético teria que se recuperar no penúltimo mês do ano para se classificar para a Copa Libertadores de 2019. Com adversários difíceis, o Galo precisava se superar. Logo de cara, derrota para o Grêmio em casa, por 1 a 0. Na sequência o Atlético enfrentaria o Palmeiras, líder do Brasileirão. Contra a equipe paulista a atuação foi positiva, mas o resultado não: empate em 1 a 1. Entretanto, o Atlético emplacou três vitórias consecutivas e se recuperou na temporada. Foram dois triunfos por 1 a 0, sendo o primeiro contra o Paraná e em seguida contra o Bahia. Na sequência, o duelo que era apontado como o mais difícil do mês. O Atlético visitaria o Internacional, até então invicto no Beira-Rio. Após um grande primeiro tempo, em que chegou a abrir o placar com o Cazares, o Galo teve que segurar uma enorme pressão do time colorado na segunda etapa. D'Alessandro chegou a empatar a partida em cobrança de pênalti, porém antes da partida acabar Cazares fez grande jogada individual e cruzou para David Terans assegurar a vitória do Atlético por 2 a 1. A última partida do mês seria contra o Santos, que já não tinha ambições no Campeonato Brasileiro. A expectativa era de uma vitória sem muitos sustos, porém nem mesmo os dois gols de Ricardo Oliveira foram suficientes para o Galo conquistar os três pontos. A derrota por 3 a 2 fez o Atlético chegar à única partida que disputaria em dezembro ainda sem a vaga garantida na Copa Libertadores. O Atlético terminou o penúltimo mês do ano com seis partidas disputadas, três vitórias, um empate e duas derrotas. Foram sete gols marcados e seis sofridos, o que deu ao clube um aproveitamento de 55,6%. Dezembro O Atlético fez apenas uma partida no último mês do ano e já podemos considerar a primeira de 2019, uma vez que foi o jogo que definiu a participação do clube na próxima Copa Libertadores. O Galo jogou para o gasto e venceu o Botafogo por 1 a 0, com um gol marcado por Cazares. O resultado garantiu a participação do clube alvinegro no torneio continental do próximo ano.

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ESTATÍSTICAS DO ATLÉTICO

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exto colocado no Campeonato Brasileiro, o Atlético terminou a competição com bons números em alguns quesitos, mas estatísticas a serem melhoradas em outros. Um dos pontos questionados pelos torcedores é o número de gols sofridos.

O time alvinegro terminou o Campeonato Brasileiro sendo vazado 43 vezes, o único time entre os oito primeiros colocados a ter média de gol sofrido superior a um por partida. Além disso, o Atlético teve a 12ª melhor defesa da competição. Por outro lado, o ataque alvinegro funcionou no Brasileirão. Com 56 gols marcados, o Atlético teve o terceiro melhor setor ofensivo do campeonato. Abaixo traremos um top 3 de alguns dados e, caso o Galo não esteja nele, o colocaremos com a sua devida posição abaixo do terceiro colocado. Assistências para gol 1- Palmeiras: 44 2- Flamengo: 43 3- Atlético: 43 Assistências para finalização 1234-

Flamengo: 374 Atlético-PR: 365 Grêmio: 355 Atlético: 353

Cartões amarelos 1- Palmeiras: 117 2- Vitória: 112 3- São Paulo e Vasco: 105 10- Atlético: 92 Cartões vermelhos 1- Flamengo: 10 2- Vasco: 9 3- Paraná: 9 15- Atlético: 3 Cruzamentos certos 1- Atlético-PR: 215 2- Internacional: 212 3- Bahia: 210 9- Atlético: 190 Cruzamentos errados 1- Chapecoense: 813 2- Internacional: 772 17


3- Flamengo: 765 8- Atlético: 708 Desarmes certos 1235-

Flamengo: 714 Palmeiras: 702 São Paulo: 671 Atlético: 604

Desarmes errados 1- Palmeiras: 158 2- Santos: 103 3- Vitória: 94 14- Atlético: 76 Dribles certos 1- Palmeiras: 179 2- Internacional: 167 3- Santos: 164 19- Atlético: 106 Dribles errados 1238-

Santos: 94 Palmeiras: 88 Corinthians: 81 Atlético: 60

Faltas sofridas 1- Vitória: 650 2- Palmeiras: 632 3- Sport: 612 12- Atlético: 574 Faltas cometidas 1236-

Palmeiras: 655 São Paulo: 654 Bahia: 653 Atlético: 591

Finalizações certas realizadas 1234-

Flamengo: 217 Palmeiras: 204 Atlético-PR: 200 Atlético: 196 18


Finalizações erradas realizadas 1236-

Botafogo: 291 Vitória: 290 Atlético-PR: 289 Atlético: 283

Finalizações certas sofridas 1- Vitória: 208 2- Corinthians: 205 3- Sport: 202 11- Atlético: 163 Finalizações erradas sofridas 1- Ceará: 306 2- Botafogo: 299 3- Corinthians e Internacional: 296 15- Atlético: 260 Impedimentos 1236-

São Paulo: 77 Santos: 72 Cruzeiro: 70 Atlético: 62

Interceptações certas 1237-

Palmeiras: 189 Internacional: 127 Corinthians: 127 Atlético: 111

Interceptações erradas 1- Internacional: 36 2- Palmeiras: 33 3- Atlético: 24 Lançamentos certos 1- Palmeiras: 720 2- São Paulo: 617 3- Atlético-PR: 565 14- Atlético: 457 Lançamentos errados 1- Botafogo: 960 19


2- Palmeiras: 931 3- Vasco: 923 17- Atlético: 712 Passes certos 1- Grêmio: 17.320 2- Atlético: 15.926 3- Atlético-PR: 15.858 Passes errados 1238-

São Paulo: 1.649 América-MG: 1.562 Corinthians: 1.549 Atlético: 1.453

Pênaltis sofridos 1236-

Vasco: 12 Grêmio: 11 Internacional: 8 Atlético: 5

Pênaltis cometidos 1236-

Atlético-PR: 10 Paraná: 9 Sport: 8 Atlético: 6

Perda de posse de bola 1- Internacional: 1.380 2- Santos: 1378 3- Corinthians: 1.348 10- Atlético: 1.222 Média de posse de bola 1- Grêmio: 56% 2- Flamengo: 55% 3- Atlético, Atlético-PR e Santos: 54% Rebatidas 1239-

Palmeiras: 1.236 São Paulo: 1.186 Vasco: 1.184 Atlético: 1.137 20


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Estatísticas individuais Alguns jogadores do Atlético se destacaram individualmente neste Campeonato Brasileiro. É o caso do goleiro Victor, do volante Gustavo Blanco e do meia Cazares. Abaixo vamos listar o top 3 do Galo nos mesmos critérios que trouxemos no coletivo. A única exceção ficará a cargo do arqueiro, que vamos trazer os três melhores do Campeonato Brasileiro. Observação: entre parênteses estará a posição do jogador no campeonato. Assistências para gol 1- Ricardo Oliveira: 7 (2º) 2- Chará: 7 (3º) 3- Cazares: 6 (10º) Assistências para finalização 1- Cazares: 58 (3º) 2- Ricardo Oliveira: 35 (29°) 3- Fábio Santos: 32 (39º) Cartões amarelos 1234-

Elias: 10 (13º) Fábio Santos: 8 (31º) Leonardo Silva: 8 (32º) Adilson: 8 (34º)

Cartões vermelhos 1- Fábio Santos: 1 (21º) 2- Matheus Galdezani: 1 (39º) 3- Lucas Cândido: 1 (89º) Cruzamentos certos 1- Cazares: 64 (2º) 2- Fábio Santos: 15 (76º) 3- Emerson: 14 (84º) Cruzamentos errados 1- Cazares: 130 (8º) 2- Luan: 96 (27º) 3- Emerson: 85 (35º) Defesas difíceis 1- Éverson (Ceará): 35 2- Victor (Atlético): 33 3- Santos (Atlético-PR) e Júlio César (Fluminense): 31 22


Desarmes certos 1234-

Luan: 91 (6º) José Welison: 47 (48º) Emerson: 43 (58º) Gustavo Blanco: 43 (60º)

Desarmes errados 1- Luan: 10 (23º) 2- José Welison: 9 (34º) 3- Adilson: 7 (61º) Dribles certos 1- Chará: 24 (16º) 2- Cazares: 17 (33º) 3- Luan: 10 (78º) Faltas sofridas 1- Emerson: 49 (33º) 2- Fábio Santos: 48 (34º) 3- Chará: 46 (42º) Faltas cometidas 1- Luan: 60 (10º) 2- Emerson: 53 (21º) 3- Ricardo Oliveira: 48 (34º) Finalizações certas 1- Ricardo Oliveira: 43 (2º) 2- Cazares: 23 (21º) 3- Róger Guedes: 21 (25º) Finalizações erradas 1- Cazares: 44 (6º) 2- Ricardo Oliveira: 40 (9º) 3- Luan: 27 (42º) Impedimentos 1- Ricardo Oliveira: 22 (3º) 2- Patric: 6 (45º) 3- Denílson: 6 (56º) Interceptações certas 1- Leonardo Silva: 12 (29º) 23


2- Adilson: 12 (33º) 3- Luan: 10 (47º) Interceptações erradas 1- Leonardo Silva: 5 (9º) 2- Emerson: 3 (32º) 3- Iago Maidana: 3 (34º) Lançamentos certos 1- Victor: 174 (5º) 2- Cazares: 46 (42º) 3- Luan: 45 (44º) Lançamentos errados 1- Victor: 246 (7º) 2- Leonardo Silva: 55 (63º) 3- Cazares: 54 (67º) Passes certos 1- Fábio Santos: 1.784 (3º) 2- Cazares: 1.286 (21º) 3- Luan: 1.265 (22º) Passes errados 1- Cazares: 164 (14º) 2- Fábio Santos: 152 (17º) 3- Luan: 149 (19º) Pênaltis sofridos 1- Adilson: 1 (19º) 2- Gabriel: 1 (66º) 3- Ricardo Oliveira: 1 (22º) 4- Luan: 1 (56º) 5- Chará: 1 (60º) Pênaltis cometidos 12345-

Fábio Santos: 2 (3º) Adilson: 1 (15º) Gabriel: 1 (23º) Iago Maidana: 1 (61º) Bremer: 1 (76º)

Perda de posse de bola 1- Chará: 136 (26º) 24


2- Ricardo Oliveira: 125 (31º) 3- Cazares: 114 (34º) Rebatidas 1- Leonardo Silva: 163 (25º) 2- Iago Maidana: 163 (26º) 3- Gabriel: 122 (42º) Atlético na década O Atlético iniciou a década atual vivendo um momento conturbado em sua história. Sem uma conquista importante desde 1997, quando foi campeão da Copa Conmebol, o Galo também não disputava a Copa Libertadores desde 2000, quando foi eliminado nas quartas de final pelo Corinthians. Os anos de 2010 e 2011 foram difíceis para o Atlético, uma vez que o clube lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiros em ambos. Entretanto, desde 2012 o Galo atingiu outro patamar figurando quase sempre entre os primeiros colocados do Brasileirão e deixando de participar somente uma Copa Libertadores desde então. Nesta década o Atlético só não esteve em quatro edições da Copa Libertadores: 2010, 2011, 2012 e 2018. Além disso, ainda conquistou a competição em 2013, além do título da Copa do Brasil, em 2014. Após voltar a figurar entre os fortes candidatos ao título no futebol brasileiro, o Galo também voltou a atrair grandes nomes e consequentemente elevou o seu aproveitamento ano a ano.

Saudades do Bruxo? - Foto: Reprodução

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Em 2018 o presidente Sérgio Sette Câmara retomou o pensamento de austeridade financeira e, com foco no equacionamento das dívidas, o desempenho do Atlético na temporada acabou caindo em relação aos últimos anos. Nos 64 jogos que o Galo entrou em campo neste ano, a equipe saiu vitoriosa em 29 oportunidades, além de somar 16 empates e 19 derrotas. Este desempenho rendeu ao Atlético um aproveitamento de 53,6%, o terceiro pior do clube na década. O melhor rendimento do Galo desde 2010 foi em 2012, quando o time alvinegro entrou em campo 57 vezes e conquistou 34 vitórias, 16 empates e sete derrotas. Em seguida aparece 2014, com 60,1% de aproveitamento, seguido por 2013, com 59,3%. Em termos de gols marcados, 2018 marcou o pior desempenho ofensivo da equipe nesta década. Foram 90 gols marcados em 64 jogos. Para se ter ideia, a última temporada que o Atlético terminou com menos de 100 tentos anotados foi 2008, quando balançou as redes adversárias 91 vezes. Nesta década, o ano que o Atlético mais marcou gols foi em 2013, quando o time comandado por Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô marcou 127 gols – média de 1,87 por partida. Em seguida aparece 2016, com 120 tentos anotados. Em contrapartida, o desempenho defensivo do time alvinegro em 2018 foi positivo. Com 59 gols sofridos, o Atlético teve a segunda melhor marca nesta década. Em primeiro lugar está 2012, ano que o Galo foi vazado 50 vezes. Em termos de artilharia, Ricardo Oliveira terminou a temporada com 22 gols marcados. Se ranqueássemos os artilheiros desde 2010, o Pastor aparecia em quinto lugar, atrás de Fred (30 gols em 2017), Obina (27 gols em 2010), Robinho (25 gols em 2016) e Lucas Pratto (23 gols em 2015).

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OPINIÃO

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O que esperar de 2019?

O

ideal seria o Atlético trabalhar a próxima temporada com um elenco mais qualitativo do que quantitativo. Isso permite ao técnico Levir Culpi uma melhor rodagem do elenco, sem ter uma queda brusca no rendimento do time em campo. Um exemplo disso é o Palmeiras, que em todo o ano de 2018 utilizou 34 jogadores, enquanto 45 nomes entraram em campo pelo Galo. O Atlético tem carências no elenco, mas é possível extrair uma boa base com os jogadores que já estão no clube ou estão empretados. Acredito que o principal objetivo seja reforçar o sistema defensivo, principalmente com zagueiros que cheguem para assumir a titularidade na equipe. De acordo com o orçamento do Atlético para 2019, o clube tem R$ 20 milhões para investir em contratações. Isso obriga a agremiação a agir de forma inteligente no mercado, uma vez que um erro de contratação pode comprometer o capital disponível. Levir Culpi é um técnico experiente, que normalmente exige poucas contratações do clube, apostando mais na qualidade à quantidade. Enfim, já estou ansioso para a ver o Atlético entrar em campo novamente pela Copa Libertadores. É válido aproveitar para desejar a você, leitor, uma feliz Natal e um 2019 repleto de realizações, saúde, amor, sucessos, conquistas e muitas felicidades. E que as cobranças em relação ao Atlético na próxima temporada seja para ter distribuição gratuita de cerveja nas comemorações. Um forte abraço!

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