DIRECTORA LINA VINHAL
ESTE CADERNO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO 562 DE 24 FEVEREIRO DE 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
Este fim-de-semana em Penacova
Lampreia para comer e chorar por mais
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Onze restaurantes estão a postos para o XIV Festival da Lampreia de Penacova que começa esta sexta-feira, 25, e decorre até domingo. Quem se sentar à mesa de mais este evento, promovido pela Câmara Municipal, com a colaboração da Confraria da Lampreia e os empresários do sector, habilita-se a comer qualidade e a sorteios. Sobre a lampreia, o Campeão das Províncias ouviu o biólogo penacovense Carlos Fonseca, que alerta para o perigo de extinção do ciclóstomo.
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Onde comer lampreia, em Penacova, durante o festival
Restaurante Boa Viagem
Refeição com direito a sorteio O Festival da Lampreia de Penacova é o primeiro de cinco eventos gastronómicos, em quatro municípios distintos (Penacova,
lampreia, durante o festival, habilita-se ao sorteio de para duas pessoas, sendo apenas necessário preen-
Montemor-o-Velho, Sever do Vouga e Murtosa), da Região Centro, que têm a lampreia como prato de eleição. Estes eventos constam de um cartaz único, promovido pela entidade regional Turismo do Centro Portugal, sob a designação de Festival da Lampreia 2011, que vinca o carácter regional da iguaria gastronómica. Em Penacova, como nos outros municípios, quem for aos restaurantes aderentes saborear a
cher um cupão com uma frase alusiva ao “Centro de Portugal”. O cupão estará disponível em todos os res-
Porto da Raiva Tel.: 239 477 256
taurantes aderentes, que no caso de Penacova são 11. O sorteio conta com a colaboração das unidades hoteleiras Eurosol (Estarj ), Moliceiro reja), (Aveir (Aveiro), Vila Galé (Coimbra), M Mercure (Figu (Figueira da Fo z ) , M i r a Villas (Mira) e Maria Marialva Park Hotel (CanHote tanh tanhede). Em Penac nacova, o fes festival assume uma su ve vez mais uuma verttente solidária. Por cada refeição de arroz de lampreia, 50 cêntimos re evertem a favor da revertem APPACDM de FiA gu ueira de Lorvão, gueira concretamente concret para o projecto p p dde criação i ã de um centro ocupacion nal. No ano passado, a instituição beneficiária foi a Associação Humanitária dos H Bombeiros VoB lluntários de Penacova. n A seguir, publicamos a lista b dos restaurantes penacovenses que vão asseggurar arroz de nos próllampreia a dias 25, 26 e xximos i 2266 (sexta-feira, sábado b a e domingo).
Restaurante O Cortiço Cavadinha Tel.: 239 477 288
Restaurante Pedra do Moinho Serra da Atalhada Tel.: 239 476 182
Restaurante O Vimieiro Praia Fluvial do Vimieiro Tel.: 239 113 421
Restaurante Côta Azenha do Rio Tel.: 239 474 841
Restaurante Pensão Avenida Penacova Tel.: 239 477 142
Restaurante Piscinas de Penacova Penacova Tel.: 239 476 306
Restaurante Portas Serra Espinheira Tel.: 239 472 800
Restaurante Mondego Porto da Raiva Tel.: 239 476126
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Promoção do festival começou em Lisboa
Ă€ conquista de outros mercados A poucas semanas do festival, a autarquia penacovense e a confraria promoveram a lampreia em Lisboa, numa iniciativa que contou com o empenho do nĂşcleo lisboeta da associação gastronĂłmica e com a colaboração do Hotel Tivoli. Sabendo-se agora, pela “vozâ€? da entidade regional Turismo do Centro Portugal, que estĂĄ a ser elaborado um projecto que visa a criação da Rota Nacional da Lampreia, Penacova deu jĂĄ um passo importante na exportação da receita local na capital do paĂs. “Em Penacova, por esta altura do ano, sĂŁo milhares os visitantes que se deslocam a Penacova, de propĂłsito, para comerem lampreia. Na regiĂŁo, e em
Penacova, particularmente, a lampreia, enquanto prato tradicional, foi e estå a ser bem trabalhada. É, pois, tempo de conquistarmos novos mercados, a começar por Lisboa e Porto. Fizemos este ano uma primeira abordagem, em Lisboa, que penso ter sido bem conseguida�, sublinha Humberto Oliveira em conversa com o Campeão. A importância da lampreia para a economia local Ê, actualmente, inegåvel, segundo o autarca. A par disso, trata-se de uma tradição ancestral, que tem muito a ver com a grande ligação que hå entre os penacovenses, o rio e a pesca da lampreia, outrora muito abundante. A escada de peixe na ponte-açude, hå muito
aguardada, deverĂĄ estar pronta em Maio. Humberto Oliveira espera que a obra de e no prĂłximo ano tenha reflexos na quantidade e na qualidade da lampreia que serĂĄ servida no festival. “Esperamos que a lampreia volte em grande nĂşmero a Penacova pelo seu meio naturalâ€?, vinca. No ano passado, o festival assumiu uma vertente solidĂĄria, em que cada refeição de arroz de lampreia de um euro para os Bombeiros VoluntĂĄrios locais. Na presente edição, a APPACDM de Figueira de LorvĂŁo vai ser a instituição crise que se vive, o contributo serĂĄ de 50 cĂŞntimos. Como explica Humberto
Oliveira, a organização nĂŁo quis sobrecarregar muito os restaurantes e em comum acordo decidiram baixar de um euro para 50 cĂŞntimos. â€œĂ‰ um valor suportĂĄvel para os restaurantes e nĂŁo deixa de ser um bom contributo para a instituição, pois todas as ajudas sĂŁo sempre bem- -vindas â€?, acrescenta. O autarca de Penacova nĂŁo tem dĂşvidas de que hoje, o turismo gastronĂłmico ĂŠ fundamental e nĂŁo ĂŠ dos mais difĂceis de implementar. “Sabendo de um local onde hĂĄ boa gastronomia, todos nĂłs fazemos mais alguns quilĂłmetros para irmos comer, procurando quer o restaurante mais re dido deste paĂsâ€?, sublinha.
Humberto Oliveira participou na Murtosa na apresentação do cartaz regional do Festival da Lampreia, em que o municĂpio de Penacova tem honras de abertura D.R.
Aguardados cinco mil apreciadores sempre uma oportunidade para os apreciadores degustarem o prato a um preço mais convidativo e com a qualidade que os restaurantes envolvidos evidenciam e esmeram-se para isso. No ano passado, de acordo com os nĂşmeros ! " # $%&& menos do que era esperado, muito por culpa do mau tempo que se fez sentir nos trĂŞs dias do festival. Recorde-se, por exemplo, que parte da cerimĂłnia do CapĂtulo da Confraria da Lampreia foi feita Ă s escuras, devido a um corte de energia causado pela intempĂŠrie. Este ano, hĂĄ expectativa de uma melhoria do tempo e do aumento do nĂşmero de comensais, para cinco mil. Nos 11 restaurantes aderentes (ver pĂĄgina II), a lampreia inteira custa 55 euros e a dose custa 20 euros. Como ĂŠ hĂĄbito, Ă sobremesa haverĂĄ nevadas e pastĂŠis de LorvĂŁo, oferecidos pela Câmara Municipal. Por estes dias, os restaurantes vĂŁo tambĂŠm servir de postos de turismo avançados, ao fazerem acompanhar a refeição de um desdobrĂĄvel promocional do concelho, que visa apresentar outros argumentos, para alĂŠm da lampreia, para um regresso, em passeio ou fĂŠrias.
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Novos dirigentes, a mesma atitude
Confraria atenta Ă mini-hĂdrica Fernando Lopes, advogado com escritĂłrio em Penacova, ĂŠ o recĂŠm-eleito confrade-mor da Confraria da Lampreia, que este sĂĄbado, 26, realiza o seu oitavo " ; fundador da associação, ĂŠ um profundo conhecedor da causa que a move e, como tal, promete nĂŁo baixar os braços na defesa e promoção da gastronomia local e demais tradiçþes. A anunciada constru+< '" despertou na confraria um sinal de alerta. A ideia de que uma obra destas poderĂĄ pĂ´r em causa o regresso da lampreia a Penacova, pelo rio de sempre, mesmo de " de peixe no açude-ponte, ĂŠ um motivo de preocupação para o qual promete toda a sua atenção e empenho. A Confraria nĂŁo entende que o Governo esteja, por um lado, a investir milhĂľes de euros na referida escada e, por outro, anuncie um empreendimento (tambĂŠm de milhĂľes) que poderĂĄ pĂ´r em causa o esforço de anos. Na falta de elementos mais concretos para contestar, a Confraria estĂĄ, para jĂĄ, 7 ;= > e a agentes econĂłmicos que dependem do rio, no sentido de articularem formas de protesto, na certeza de que nĂŁo serĂĄ depois de o mal feito que deverĂŁo intervir.
Relativamente ao projecto que pretende levar adiante no mandato, o confrade-mor diz que a primeira vertente visa a reorgani: +< / um projecto de eventos vå 7 7 +< " ' suas paisagens e lugares e das tradiçþes ancestrais. * ? 7 > de Penacova Ê o prato tradicional mais conheci " :< 7 +< confraria. Contudo, outras receitas do cardåpio local merecem-lhe a atenção e igual empenho na defesa e divulgação, em Portugal e no estrangeiro. Por isso, tem sido, desde o primeiro momento, parceira da autarquia na organização de outros eventos que visam promover outros pratos como o ar : " @ do rio, a chanfana e o arroz malandro de galinha velha ou coelho, sem esquecer os doces conventuais (nevadas e pastÊis de Lorvão) A Confraria da Lampreia propþe desde sempre a apoiar a elaboração de ' " gastronomia, modos de confecção dos pratos tradicionais, roteiros gastronómicos, publicaçþes e conferências, sem desprezar a sã convivência com outras associaçþes congÊneres.
MaurĂcio Marques e Pedro Coimbra confrades
/< confrades que vĂŁo ser entronizados no prĂłxi ; " ; # ria da Lampreia, este sĂĄbado, entre eles estĂŁo o @ ;= Municipal de Penacova, > " J @ > K " Q presidente da Assembleia Municipal de Penacova, Pedro Coimbra. # sĂŁo os empresĂĄrios Urbano K 9 das Caldas de Penacova) e Faustino JosĂŠ Gaspar Vieira (empresa Tina), eng.Âş AntĂłnio Taborda, Grupo
Macop (representado por Armando Mateus) e o Dr. JosÊ Mårio Martins. A Confraria da Lampreia serå uma das primeiras instituiçþes, ou a primeira, a tirar partido do mais recente equipamento do concelho, colocado ao serviço da cultura. Falamos do recÊminaugurado Centro Cultural e Biblioteca Municipal, 7 cipais, onde decorrerå a cerimónia solene. / dade para Penacova mostrar o potencial do novo 9 7 : convidados, de outras pro X " costumam participar neste acontecimento.
Programa do VIII CapĂtulo SĂĄbado, 26 de Fevereiro 09h00 - Recepção junto aos Paços do Concelho &Z'$& / < / [ \ ;= Municipal de Penacova 10h30 - Espumante de Honra servido na PĂŠrgula Raul Lino â&#x20AC;&#x201C; Penacova ^^'$& _ ; # > ` " / ? * ? < K? > " Q 12h30 - CerimĂłnia de Entronização de Novos Confrades na Biblioteca Municipal e oração de sapiĂŞncia proferida pelo biĂłlogo, professor universitĂĄrio e confrade-fundador Carlos Fonseca 14h00 - Almoço servido no Restaurante Quinta da Nora (Miro, Friumes) 16h00 - Distribuição de lembranças pelas confrarias convidadas e encerramento
Trajada a rigor na defesa das tradiçþes Fernanda Pimental, professora do ensino primårio reformada, Ê a vice-presidente da Confraria da Lampreia e uma das pessoas que esteve na fundação. Cabe-lhe muitas vezes o papel de porta-voz da associação em eventos vårios e sessþes públicas, como aconteceu, recentemente, na Murtosa, aquando da apresentação do cartaz do Festival da Lampreia 2011, promovida pelo Turismo Centro Portugal. Assumindo a defesa da gastronomia local, e não só, Ê uma confreira visivelmente orgulhosa do traje exemplo, para alÊm de agasalho, era utilizado cerimónias, como casamentos, baptizados, procissþes e romarias, e ' * + / 343 ' # usado pelas lavadeiras do Mondego, na mesma Êpoca. " * ' e azul simboliza a ågua do rio e as ondas do mar, tendo " 7 8 9 : : tambÊm as cores do brasão do concelho. 29274
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Na ausĂŞncia da lampreia no rio, restaurantes investem em tanques para as manterem vivas
â&#x20AC;&#x153;O segredo nĂŁo estĂĄ na receita...â&#x20AC;?
A mulher de Jorge Fernandes, EmĂlia, limpa as lampreias ainda vivas, O tanque ĂŠ um investimento necessĂĄrio para garantir a qualidade da lampreia. Nele, as lampreias limpam as impurezas e ganham â&#x20AC;&#x153;mĂşsculoâ&#x20AC;? amanha-as e passa-as imediatamente para o vinho tinto
Jorge Fernandes, dono de um dos restaurantes que acarinha o fim-de-semana da lampreia de Penacova desde o inĂcio, e que esta sexta-feira acolhe o jĂĄ tradicional almoço dos autarcas, lembra-se bem do tempo em que o ciclĂłstomo abundava no PUBLICIDADE
Mondego e era apreciado, no prato, â&#x20AC;&#x153;pelos doutores da Universidadeâ&#x20AC;?. Ironicamente, hoje as lampreias chegam aos restaurantes por estrada e os apreciadores sĂŁo aos milhares. No tempo de que nos fala o empresĂĄrio (anos 60
e 70 do sĂŠculo passado), o nĂşmero de restaurantes tambĂŠm era muito menor, assim como as pessoas que sabiam cozinhar a iguaria. Pela parte que lhe toca, fala-nos da tasquinha do sogro, como um dos poucos sĂtios que servia a Lampreia Ă Moda de Penacova
aos â&#x20AC;&#x153;doutoresâ&#x20AC;?, segundo a receita ancestral, e junto Ă qual construĂu, anos mais tarde, o restaurante CĂ´ta. Segundo Jorge Fernandes, o segredo para uma lampreia de qualidade nĂŁo estĂĄ na receita, mas na forma como ela ĂŠ tratada atĂŠ ao momento de ir para a cozinha, ainda viva. O tratamento ĂŠ uma espĂŠcie de â&#x20AC;&#x153;estĂĄgioâ&#x20AC;? num tanque, que o empresĂĄrio montou na cave do restaurante, onde coloca as lampreias compradas na Gala (Figueira da Foz). Dantes, tinha uma maneira de as manter no rio, mas os â&#x20AC;&#x153;amigos do alheioâ&#x20AC;? descobriram-lhe o segredo... A ĂĄgua do tanque estĂĄ a ser constantemente renovada e em movimento.
(lismo) que lhes cobre o corpo. Na fase dos cortes, hĂĄ um que tem de ser certeiro, para nĂŁo rebentar Investimento o fel [tal como acontece na qualidade com o peixe-espada-preto, acrescentamos]. De ouâ&#x20AC;&#x153;A lampreia sobe o rio para desovar e morrer, mas amarga e compromete o ĂŠ quando faz este percurso sucesso do prato. As fĂŞmeas cheias de consistente. Na falta de ovas sĂŁo uma mais-valia rio, os tanques fazem essa para a receita; as ovas sĂŁo : < : 7 aproveitadas e ajudam a lampreias. A qualidade pas- engrossar o molho do sa por aĂ e os restaurantes arroz. que levam isto a rigor, mais O vinho tinto ĂŠ o intarde ou mais cedo, fazem grediente fundamental, esse investimentoâ&#x20AC;?, subli- pois ĂŠ nele, e no prĂłprio nha o empresĂĄrio. sangue, que ĂŠ feita a maDo tanque, as lam- rinada. O alho porro (nĂŁo preias passam para a cozi- o alho francĂŞs) ĂŠ outro nha, onde levam um banho que nĂŁo falta na receita do de ĂĄgua quente e ĂŠ-lhes restaurante de Jorge Ferretirada toda a viscosidade nandes. E o arroz, ĂŠ claro! Limpa as impurezas dos bichos e mantĂŠm-nos vivos e activos.
Sobre a vida da lampreia â&#x20AC;&#x153;As lampreias deslocam-se nadando com movimentos ondulantes, semelhantes Ă s enguias. Devido Ă s caracterĂsticas especiais da sua boca, este ciclĂłstomo pode subir rochas es @ 7 da sua boca circular, semelhante a uma ventosa, e rica em dentes suctĂłrios. Desovam somente em ĂĄgua doce a uma certa distância dos estuĂĄrios. As lampreias quando atingem a fase adulta agrupam-se nos estuĂĄrios e quando as condiçþes ambientais sĂŁo favorĂĄveis (Dezembro e Janeiro) iniciam a sua migração, essencialmente nocturna, para montante, na procura de locais de desova. Geralmente os primeiros a atingirem estes locais sĂŁo os machos, que iniciam a construção do ninho, atraindo depois a fĂŞmea que ajuda a acabĂĄ-lo. Depois das fĂŞmeas desovarem entre 60 000 a 300 000 ovos, ambos os
progenitores acabam por morrer. Os ovos fertilizados sĂŁo transportados pela corrente para jusante dos ninhos e alojam-se nos interstĂcios das partĂculas
As larvas - amocetes - vivem em ĂĄguas continentais (doces) durante um perĂodo de 5 a 8 anos e a sua deslocação para jusante faz-se de forma geralmente passiva. Os amocetes alimentam-se de microalgas, microinvertebrados e detritos. Durante a fase da vida que ocorre em ĂĄguas marinhas e que pode ter uma duração atĂŠ 4 anos, as lampreiasmarinhas tĂŞm um comportamento parasĂtico, alimentando-se do sangue de outras espĂŠcies piscĂcolas marinhas. Chama-se a este perĂodo o perĂodo de crescimento.â&#x20AC;? Carlos Fonseca BiĂłlogo
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Carlos Fonseca, orador do prĂłximo CapĂtulo da Confraria
â&#x20AC;&#x153;HĂĄ ainda muito por descobrir sobre este ÂŤfĂłssil vivoÂťâ&#x20AC;? D. R.
O biĂłlogo encara o futuro da lampreia com preocupação. â&#x20AC;&#x153;As principais ameaças Ă lampreia-marinha sĂŁo fundamentalmente de origem humanaâ&#x20AC;?, afirma
' praticamente intransponĂvel Ă subida desta portância ecolĂłgica, econĂłmica e cultural para a RegiĂŁo.â&#x20AC;? ` ` * balha actualmente com os maiores vertebrados da fauna portuguesa, como veados, + trabalhado directamente com a lampreiamarinha, ao contrĂĄrio do seu colega da Â&#x201E; Â&#x2020; Â&#x2021; * # nomeadamente no Mondego. Contudo, deixa em aberto a hipĂłtese de vir a realizar +<
' > ! : / ' <  @ Â&#x2C6;Â&#x201A; ' # ; Â&#x2030; :  K @ Q : Â&#x160;; ' ' Â&#x2039; < @ ; vulgar atribuir-se a designação de peixe e/ 9 forma circular.â&#x20AC;?
CampeĂŁo das ProvĂncias (CP) * ;= ; # Lampreia e entidades ligadas ao rio estĂŁo a contestar a mini-hĂdrica anunciada. Na sua perspectiva, como biĂłlogo, este receio tem fundamento?
e a Confraria da Lampreia ' tecnicamente este proces
# sĂvel fazerem-se as devidas integraçþes ecolĂłgicas e medidas minimizadoras dos impactos.
Carlos Fonseca (CF) - ; : +< # estrutura no rio tem impactos, directos ou indirectos,
' < sociados ao curso de ĂĄgua. Â? " mini-hĂdrica no troço do Mondego entre a Rebordosa e Casal da Misarela, serĂĄ mais uma infra-estrutura a interferir na continuidade ecolĂłgica deste rio. * sua constr ução uma realidade, # conhecer-se de modo a perceber se o mesmo contempla a minimização da continuidade ecolĂłgica do rio, nomeada de uma passagem " * processo acompanhado pela sociedade e pelos seus representantes, de modo a acautelar-se a sustentabilidade ecolĂłgica do a econĂłmica, histĂłria e cultural. Disponibilizo-me, # # rante a Câmara Municipal
CP â&#x20AC;&#x201C; SĂŁo apenas razĂľes de origem humana que fazem da lampreia uma espĂŠcie em vias de extinção?
FotĂłgrafo
mentalmente de origem humana e, entre as principais, destacam-se a transformação e a diminuição dos ecossistemas propĂcios Ă desova e crescimento K trução de obstĂĄculos @ +< de inertes, etc.); a poluição dos cursos de ĂĄgua, por descargas industriais, d o -
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de milhares de fĂŞmeas adultas antes de desovarem. CP - Como ĂŠ que vĂŞ o futuro da lampreia face ao seu crescente sucesso como iguaria gastronĂłmica?
CF \ preocupante, pelos aspectos mencionados anteriormente. Contudo, este crescente sucesso poderĂĄ potenciar o aumento do conheci seu interesse ecolĂłgico e econĂłmico, promovendose mais a sua investigação, tendo em vista a sua preservação, bem como a dos seus habitats. CP â&#x20AC;&#x201C; A lampreia estĂĄ muito ou pouco estudada? O facto de ser iguaria estimulou mais o interesse dos cientistas ou jĂĄ havia estudos antes de ser assim tĂŁo famosa? CF - JĂĄ havia alguns estudos anteriores, mas o facto de ser uma es 9 micamente importante potencia o seu interesse " " * ' " ' muito por descobrir sobre este â&#x20AC;&#x153;fĂłssil vivoâ&#x20AC;?, uma vez caracterĂsticas morfolĂłgi 9 ' milhĂľes de anos.
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BiĂłlogo alerta para o risco de extinção da lampreia Carlos Fonseca, biĂłlogo e confrade, vai fazer a oração da sapiĂŞncia no VIII CapĂtulo da Confraria da Lampreia. Natural de Penacova, ĂŠ professor auxiliar com agregação no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro onde, para alĂŠm das funçþes de docente, coordena um vasto grupo de investigação na ĂĄrea da Conservação e GestĂŁo de Recursos Silvestres, com diversos projectos a nĂvel nacional e internacional (Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Espanha, PolĂłnia, Noruega, entre outros paĂses). Segundo disse ao CampeĂŁo, vai abordar aspectos biolĂłgicos e ecolĂłgicos mais importantes da lampreia-marinha, â&#x20AC;&#x153;sem descurar a sua importância ecolĂłgica e econĂłmica, dando especial ĂŞnfase Ă s suas principais ameaças a nĂvel regional, de modo a consciencializar os diferentes agentes para a necessidade de preservar e valorizar tĂŁo importante e curioso recurso natural.â&#x20AC;? Quando a confraria foi gizada, Carlos Fonseca foi convidado a integrar o nĂşcleo de fundadores, por um lado, por ser um  ' Â&#x201A; / * ^Â&#x192; anos â&#x20AC;&#x201C; e, por outro, como o prĂłprio diz, X  # o patrimĂłnio gastronĂłmico, cultural, histĂłrico e natural do concelho.â&#x20AC;?
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DE FEVEREIRO DE 2011 CAMPEĂ&#x192;O DAS PROVĂ?NCIAS
Entre outros pratos do receituĂĄrio local Obra muito desejada e reivindicada
Penacova vai candidatar lampreia Escada de peixe Ă s â&#x20AC;&#x153;7 Maravilhasâ&#x20AC;? da gastronomia A Lampreia Ă Moda de Penacova serĂĄ a primeira de uma lista de receitas do cardĂĄpio local candidata Ă edição de 2011 das â&#x20AC;&#x153;7 Maravilhasâ&#x20AC;?, dedicada Ă gastronomia portuguesa. Conforme foi jĂĄ divulgado, estĂĄ a decorrer atĂŠ dia 27 de Março o perĂodo de apresentação de receitas e eleger no âmbito do concurso que visa â&#x20AC;&#x153;promover e salvaguardar o receituĂĄrio portuguĂŞs, garantir o seu carĂĄcter genuĂno, promover os produtos agrĂcolas de superior qualidade e privilegiar a diversidade regional.â&#x20AC;? Ainda que o ponto de partida seja a gastronomia tradicional, serĂĄ tido em conta tambĂŠm a evolução na forma de confeccionar e a abordagem contemporânea dos chefes. Todas as receitas e pratos a considerar no processo de eleição serĂŁo organizados pelas dez regiĂľes do paĂs e em sete categorias: Entradas, Sopas, Carnes, Caça, Peixe, Marisco e Doces. ApĂłs um processo de selecção por parte de 70 especialistas, para chegar a Â&#x2019;& e posteriormente por um painel de 21 personalidades
da construção
Â&#x201C;^ listas serĂĄ apresentada a 07 de Maio de 2011. Calendarização: 07 Fevereiro a 27 de Março â&#x20AC;&#x201C; SubmissĂŁo das receitas; fase de candidaturas (no site oficial www.7maravilhas.pt ou por correio) em que qualquer entidade pĂşblica ou privada, ção fiscal colectivo, pode apresentar um prato a considerar no processo de eleição.
07 Abril â&#x20AC;&#x201C; InĂcio da +< Â&#x2019;& Â&#x2022; a votação por parte de 70 Especialistas para a selecção das 70 PrĂŠ-Finalistas, as 10 receitas mais votadas por categoria. Cada uma das 10 regiĂľes tem que estar representada atravĂŠs do mĂnimo de trĂŞs no total dos
sentantes das vĂĄrias ĂĄreas da sociedade, vai apurar as trĂŞs receitas mais votadas por categoria. Tem inĂcio a votação pĂşblica por SMS, chamada telefĂłnica, internet (www.7maravilhas.pt) e Facebook. 07 de Setembro â&#x20AC;&#x201C; Co +< Â&#x2019; cedores;
07 de Maio - Selecção Â&#x201C;^ Â&#x2022; 10 de Setembro - Sede 21 personalidades notĂĄ- rĂŁo conhecidas as 7 Maraviveis do nosso paĂs, repre- lhas da Gastronomia.
Ano apĂłs ano, sĂŁo vĂĄrias as vozes que, aproveitando a ĂŠpoca da lampreia, fazem questĂŁo de lembrar + judicam o normal ciclo reprodutivo do ciclĂłstomo, que teima em subir o rio mas esbarra nos obstĂĄculos que o homem construiu ao longo dos anos, alterando o normal curso da natureza. Todos reconhecem que, colocando em risco a X " apanhar peixe e continuar a confeccionar um iguaria que tantos apreciam e que serve, inclusivamente, de cartĂŁo-de-visita gastronĂłmico da regiĂŁo Centro. No Ano Internacional da Biodiversidade, assinalado em 2010, foi anunciado um investimento superior a trĂŞs milhĂľes de euros, que viabilizarĂĄ a construção da nova escada de peixes do açude-ponte de Coimbra, projectada para a margem esquerda do Mondego. A obra, com um prazo de execução de 16 meses, permitirĂĄ, depois de concluĂda, contornar aquele que ĂŠ um dos maiores obstĂĄculos ao ciclo reprodutivo da lampreia-marinha, sĂĄvel e savelha. Para alĂŠm de corrigir os erros de concepção da actual escada de peixe, construĂda nos anos 70, mas : tir Ă s espĂŠcies piscĂcolas a transposição da barreira ' +< mitirĂĄ aumentar a ĂĄrea disponĂvel para os peixes se reproduzirem, composta, no futuro, por mais de 40 quilĂłmetros dos rios Mondego e Alva. FICHA TĂ&#x2030;CNICA COORDENAĂ&#x2021;Ă&#x192;O EDITORIAL E TEXTOS Iolanda Chaves e Geraldo Barros PUBLICIDADE Departamento Comercial do â&#x20AC;&#x153;CampeĂŁo das ProvĂnciasâ&#x20AC;?, sob a coordenação de Marisa Pinto
Hotel Ă espera de investidor Humberto Oliveira diz que a autarquia nĂŁo vai baixar os braços na procura desse hoteleiro, sobretudo agora que Penacova tem, finalmente, um auditĂłrio para conferĂŞncias, simpĂłsios, convençþes, espectĂĄculos e outras coisas mais, susceptĂveis de levarem forasteiros os alojamentos locais, incluindo o hotel com todo o conforto que este tipo de unidade normalmente proporciona. 29040
gos que nada percebem de turismo, mas sabem apreciar um edifĂcio bonito, mimoso atĂŠ, e sonham com fĂŠrias em lugares bonitos, olham perplexos para tamanha injustiça. E ali, numa rua que tem o nome de um homem de grande visĂŁo â&#x20AC;&#x201C; o Dr. Bissaya Barreto -, os anos vĂŁo passando pelo belo empreendimento que qualquer dia, mercĂŞ dessa passagem do tempo, vai precisar de obras de manutenção e adensar o seu infortĂşnio.
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Altaneiro, com uma vista de tirar a respiração, o Hotel de Penacova Ê uma espÊcie de sapatinho de cristal, que ainda não encontrou a sua Cinderela, ou uma Carochinha, que por mais formosa e bonitinha não encontra par para um casamento feliz. Propriedade da Santa Casa da Misericórdia, estå desde Dezembro do ano passado de portas fechadas, à espera de um investidor que lhe dê um destino mais risonho. Os lei-
Sede: Rua das Malhadas, n.Âş 8 - CHEIRA 3360-184 PENACOVA - 2ÂżFLQDV 7HOHI )D[ 7HOHP /DUJR GD )HLUD (63,1+(,5$ 3(1$&29$ ( PDLO PDTXLPHVTXLWD#JPDLO FRP
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