cadernolampreiapenacova_23_02_2012

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Festival gastronómico decorre de 24 a 26 de Fevereiro

Lampreia é servida “à moda” de Penacova

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Pedro Machado

É preciso jogar bem no campo turĂ­stico A realização do Fest iva l d a L a m p r e i a d e Pe n a c ova , i n t e g r a d o numa “rotaâ€? que contempla idĂŞnticas iniciativas gastronĂłmicas em cinco concelhos da regiĂŁo Centro, ĂŠ salientado por Pedro Machado como uma mais-valia para o turismo e de valorização dos recursos endĂłgenos. Pa r a o p r e s i d e n t e da entidade regional Turismo Centro de Portugal, a “interligaçãoâ€? fomenta um calendĂĄrio de animação, como factor de motivação para as pessoas deslocarem-se e per manecerem mais tempo. De acordo com Ped r o M a ch a d o, o c o n junto de festivais gastronĂłmicos dedicados Ă lampreia, ao decorrem

de 17 de Fevereiro atĂŠ 14 de Abril, ajudam a combater a sazonalidade da procura turĂ­stica, estendendo a vĂĄrios meses o que nĂŁo se pode limitar apenas Ă ĂŠpoca estival. Salientando a dimensĂŁo gastronĂłmica, lĂşdica e a forte componente cultural das iniciativas, dado o papel relevante desempenhado pelas c o n f r a r i a s, o r e s p o n sĂĄvel pelo turismo diz contribuir para a atractividade, “num campeonato da valorização dos produtos, com diferenc i a ç ĂŁ o, d ive r s i d a d e e qualidadeâ€?. A componente gastronĂłmica ĂŠ uma das ve r t e n t e s d o t u r i s m o na regiĂŁo, que teve seis pratos entre os 21 finalistas das “7 maravilhasâ€?,

com Pedro Machado a destacar, igualmente, o aspecto da actividade econĂłmica, e nĂŁo apenas ao nĂ­vel da restauração. Recordando que o sector do turismo gerou uma receita de 187 milhĂľes de euros em 2011, o dirigente da entidade regional acentuou, igualmente, a importância de a “Rota da Lampreiaâ€? estar com um sĂ­tio prĂłprio na Internet, meio pelo qual jĂĄ se fazem mais de 30 por cento das reservas. NĂŁo perturbem

Com a perspectiva de melhores dias para a lampreia, devido à entrada em funcionamento da escada de peixe, no açude-ponte, em Coimbra, Penacova deseja que

o ciclĂłstomo suba o rio Mondego e nĂŁo se fique por zonas mais a jusante. Questionado sobre o projecto para a construção de uma minihĂ­drica, no concelho de Penacova, o presidente da entidade regional Turismo Centro de Portugal considera que “tem de haver racionalidade e nĂŁo pode ser posta em causa a lampreia, assim como outras espĂŠcies, ao levantar-se outra barreira no rio, depois do g rande investimento com a escada de peixeâ€?. “Tem de ser salvaguardado o impacte ambiental, as actividades turĂ­sticas que se desenvolvem ao longo do rio e a obra tem de ser um factor de desenvolvimento e nĂŁo de perturb a ç ĂŁ o â€? , r e f e r e Pe d r o

Presidente da entidade regional de Turismo sublinha a necessidade de combater a sazonalidade

Machado, que deixa assim a sua opiniĂŁo pouco

abonatória em relação ao empreendimento.

A 31 de Março

Capítulo da Confraria encerra Êpoca da lampreia Os três primeiro meses Êpoca em que o ciclóstomo se apronta para a degustação no prato dos comensais. A Confraria da Lampreia, da qual fazem parte 70 confrades, Ê um elemento fundamental na organização do festival que o Município de Penacova promove a partir de amanhã e atÊ ao próximo domingo. Por entender que a preparação deste evento de caråcter gastronómico não deve ser descurada e exige total empenho e entrega, a Confraria da Lampreia de Penacova opta por prestar

total colaboração ao festival e opta por realizar o seu habitual capítulo apenas no ; % Tal acontecerå no dia 31 de Março, em Penacova, num encontro que deverå juntar cerca de 50 confrarias convidadas. Nesta ocasião, para alÊm de reforçada a geminação com a congÊnere francesa de Sainte Terre, serão entronizados como novos confrades o mÊdico Manuel Pereira, Paulo Santos, director do Instituto de Lordemão, o enfermeiro António Ferreira, os advogados Isabel Duarte e Joaquim de Almeida, o

Confraria da Lampreia de Penacova conta com cerca de 70 confrades

> sional da Beira Aguieira,

JoĂŁo Fonseca, o bancĂĄrio Fernando Alvarinhas, bem

como Humberto Martins, homem do fado, e o restau-

rante “Boa Viagemâ€?, gerido por NatĂĄlia Coimbra.

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Humberto Oliveira

“Queremos que venham a Penacova pessoas de todo o país”

Alavancar investimento

Contudo, confiante de que é possível atrair investimento com “pequenos sinais de esperança”, Humberto Oliveira decidiu isentar do pagamento de taxas as empresas que optem por se instalar no concelho. Trata-se de uma medida que irá vigorar até 2013 e que visa captar projectos para os parques empresariais do município, localizados nas localidades de Alagoa (Figueira de Lorvão) e Covais (Travanca do Mondego). Este ano, no que diz respeito às transferências de verbas da Administração Central, o Município de Penacova recebeu menos 665 000 euros do que em 2009. É uma tendência que se tem vindo a verificar nos últimos anos e que, segundo o autarca, não é expectável que venha a sofrer alterações nos próximos tempos. Humber to Oliveira defende que “a esmagadora maioria dos autarcas está nessa condição porque gosta, genuinamente, da sua terra”. É o seu caso, também, apesar de estar consciente de que “sem desenvolvimento empresarial não há desenvolvimento dos territórios”. Incentivar as empresas que, com a sua actividade e dinâmica, podem ser agente de criação de

riqueza e, dessa forma, contribuir para melhorar o futuro das populações é uma das preocupações do autarca. Pequenos gestos permitem levar os investidores a olhar para Penacova como um concelho que acolhe e incentiva a actividade empresarial. Trata-se de “recuperar tempo perdido”, explica Humberto Oliveira. Para o bem ou para o mal, este é um território marcado pelo rio Mondego. A identidade deste concelho e o seu futuro estão, inevitavelmente, interligados a curso de água que serpenteia por entre a serrania. O edil lembra que “no tempo das barcas serranas, o rio era o IP3 q u e l i g a v a Pe n a c o v a ao resto da região”, da mesma for ma que “os campos mais férteis, no tempo em que muitos se dedicavam à agricultura, eram os que ficavam junto ao rio”. Em conjunto com a Escola Superior Agrária de Coimbra, o Município de Penacova está a preparar uma candidatura tendente a viabilizar projectos dedicados à pequena agricultura. O objectivo é disponibilizar terras de cultivo, localizadas nas margens do Mondego, a quem queira cultivá-las. Num concelho como Pe n a c ova , h á s e m p r e projectos para levar adiante. Nem sempre há oportunidade ou verbas para os colocar no terreno, mas o entusiasmo do presidente da Câmara é partilhado pelas gentes que têm o seu berço nesta terra de encantos únicos. “Começo a perceber a razão pela qual alguns autarcas se eter nizam no poder. O trabalho nunca está ter minado. Há sempre mais alguma coisa para fazer”, conclui Humberto Oliveira.

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que as circunstâncias se alteraram”, explica. Os constrangimentos financeiros, as limitações processuais, bem como a forma de gestão da Administração Pública obrigam o autarca a abrandar o ritmo que gostaria de imprimir ao desempenho das suas funções na Câmara Municipal de Penacova.

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Por estes dias, Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova, tem-se desdobrado em acções de promoção associadas ao festival da lampreia que, a partir de amanhã e até ao próximo domingo, vai decorrer nos estabelecimentos de restauração do concelho. O autarca sabe o quanto esta iguaria é uma mais-valia para a economia de Penacova e, por isso, não regateia esforços na divulgação do certame gastronómico. Os comensais, centenas, vindos dos mais variados pontos do país, são atraídos pela oportunidade de degustar a lampreia mas o edil espera que levem de Penacova mais do que o prazer da boa mesa. O ciclóstomo é , e m b o m r i g o r, u m cartão de visita que as gentes deste concelho estimam e promovem, mostrando empenho de anfitrião que quer mostrar ainda as belas pais a g e n s, o p a t r i m ó n i o arquitectónico e, quem sabe, condições privilegiadas para atrair outros investimentos. A lampreia de Penacova é conhecida e reconhecida em todo o país mas são momentos como o festival que marcam os visitantes. Aproveitando a oportunidade para promover o concelho, Humberto Oliveira quer “que venham a Penacova pessoas de todo o país comer a lampreia”. Eleito em Outubro de 2009, como independente pelo Partido Socialista, o edil sabe que não basta boa lampreia para convencer os investidores. Nem tudo são rosa, reconhece o autarca. “Há projectos que não foram executados por razões de ordem financeira mas, também, por uma questão de oportunidade, uma vez

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Entre a Figueira da Foz e Penacova existem ainda pequenos açudes

Obra determinante para as espÊcies piscícolas Durante vårios anos, a Êpoca da lampreia serviu para os defensores das espÊcies piscícolas do rio + [ 5 { atenção para os açudes e outras barreiras que, cons ' 5 susceptíveis de alterar o curso normal da natureza. Em 2010, Ano Internacional da Biodiversidade, foi anunciado um investimento superior a três 5 à construção de uma nova escada de peixes no açudeponte de Coimbra. Passados dois anos, se tudo correr conforme o

previsto, esta obra, concluĂ­ 5 [ mitir acabar com aquele que ĂŠ um dos maiores obstĂĄculos ao ciclo reprodutivo de algumas espĂŠcies piscĂ­colas. 8 W 5 iguaria que tantos apreciam, ĂŠ apenas uma das espĂŠcies que irĂĄ beneficiar com a nova passagem. SĂĄvel, sa 5 5 [ e, ocasionalmente, algumas trutas, sĂŁo peixes que, doravante, tĂŞm a vida facilitada. Pedro Raposo de Almeida, investigador do Centro de Oceanografia da Faculdade de CiĂŞncias da Universidade de Lisboa e

A passagem dos peixes ĂŠ observada atravĂŠs de duas janelas de grandes dimensĂľes, colocadas ao nĂ­vel do canal

uma intervenção de forma a assegurar a passagem das espĂŠcies piscĂ­colasâ€?. Idealmente, estas barreiras deveriam ser removidas, conclui o biĂłlogo. ResponsĂĄvel por vĂĄrios estudos sobre a lampreia 5

Ainda persistem açudes e outras construçþes barreiras tivo das espĂŠcies piscĂ­colas, O futuro do ciclĂłsto- o investigador do Centro mo, tĂŁo apreciado na regiĂŁo ^ [ 5 e valorizado pelas gentes que uma passagem para de Penacova depende, nĂŁo peixes nunca ĂŠ totalmente sĂł da recuperação das po- ! pulaçþes da espĂŠcie mas, nas alteraçþes que visam tambĂŠm, de uma boa gestĂŁo % Em Novembro Ăşltium controlo rigoroso da mo, jĂĄ com a escada de pesca furtiva. peixes a funcionar, miEntre a Figueira da 5 5 < ! Foz e Penacova existem a transposição do açudeainda pequenos açudes, ponte, com sucesso. Caralguns sem qualquer tipo † [ 5 de utilização, que consti- do Instituto da Ă gua, tuem uma barreira Ă livre 5 <

circulação dos peixes no considera que este ĂŠ “um rio Mondego. bom indicador do funcio W namento da obraâ€?. 3 5 ‚ O “CampeĂŁoâ€? acomdo Mondego, Rebordosa, 5 ; Carvoeira e Penacova. Pe- INAG e uma equipa de dro Raposo de Almeida biĂłlogos numa visita Ă lembra que, “sobretudo estrutura construĂ­da na nos açudes a montante de margem esquerda do rio Coimbra, deverĂĄ ser feita Mondego. Q 5 > Q ' FluviĂĄrio de Mora, acredita que, se tudo correr conforme o previsto, poderĂŁo regressar os tempos em que a lampreia era pescada em Penacova.

Um sistema automåtico permite monitorizar e controlar um conjunto de parâmetros relacionados com a escada de peixe

No edifĂ­cio de apoio, um autĂłmato permite monitorizar e controlar um conjunto de parâmetros relacionados com a escada de peixe, incluindo a passagem de ĂĄgua e as condiçþes de iluminação do canal, por forma a garantir a atractividade para as espĂŠcies piscĂ­colas. No interior, duas janelas de vidro, de grandes dimensĂľes, permitem monitorizar a passagem dos peixes. “A modernização vai ter sempre impactos nega % 8 5 causa sempre interferĂŞncias na natureza. O que devemos procurar fazer ĂŠ, em conjunto com os tĂŠcnicos, estudar as as situaçþes e tentar encontrar soluçþes para diminuir as consequĂŞncias dessa acçãoâ€?, explica Carlos Baptista. ^ [ 5

que esta ĂŠ uma das escada de peixe mais bem estudadas da Europa e estĂĄ optimista quanto Ă possibilidade de a lampreia 5 [ > % Q 5 testes que estĂŁo em curso que vĂŁo determinar se a obra cumpre os requisitos para os quais foi projectada. Por ora, devido Ă fraca precipitação, pouco usual para a ĂŠpoca do ano, o caudal do rio Mondego ĂŠ diminuto. Tal ocorrĂŞncia, associada Ă s baixas temperaturas da ĂĄgua – tornam difĂ­cil fazer uma avaliação, com rigor, se a lampreia e outras espĂŠcies conseguem fazer a transposição do açude-ponte. No entanto, Carlos Baptista lembra que, em condiçþes normais, o

] 5 [ barreira e teria condiçþes para fazer a passagem para montante.

Investimento superior a trĂŞs milhĂľes de euros

Uma escada de peixe projectada à medida Projectada para permitir às espÊcies piscícolas a transposição da barreira 5 e, simultaneamente, corrigir os erros de concepção da anterior estrutura, construída na dÊcada de 70 [sÊc. XX], a nova escada de peixe do açude-ponte de Coimbra estå localizada na margem esquerda do rio Mondego. 8 < [ çþes adoptadas na escada de peixe do açude-ponte de Q < e ensaiadas em modelo físico, no Laboratório Na-

[ 5 Q (LNEC). Antes de o projecto passar Ă realidade, entre outras variĂĄveis, foram testadas as condiçþes de escoamento, quer no interior das vĂĄrias câmara da escada – em particular nas singularidades associadas Ă s mudanças de direcção – quer a jusante do açude, nomeadamente, no canal de acesso, por forma a avaliar a atractividade para as espĂŠcies piscĂ­colas e as limitaçþes impostas pelo escoamento nas diversas situaçþes de descarga de

caudal. A obra, iniciada em meados de Fevereiro de 2010, foi executada em cerca de ano e meio e custou mais de

V 5 ba comparticipada em 75 por cento pelo Quadro de ReferĂŞncia EstratĂŠgico Nacional (QREN), atravĂŠs do programa “Mais Centroâ€?. O projecto da escada de peixe foi elaborado pela Hi

­ [ 5 e Gestão, S. A. e executado pela empresa Tecnovia Açores, S. A.. Destinado à circulação das espÊcies piscícolas, o

canal de transposição do açude-ponte tem cerca de 125 metros e estå dividido em vårias câmaras. Numa årea vedada, com mais de 1 700 metros quadrados disponíveis, foi construído um pequeno edifício de apoio onde estå localizado o sistema de controlo de toda a estrutura. No piso inferior, duas grandes janelas, localizadas ao nível das åguas, permitem a observação dos peixes que passam no canal para montante e jusante do açude, a monitorização bio-

Canal de transposição do açude-ponte tem cerca de 125 metros

lógica e o registo de dados em formato de vídeo, para posterior anålise. A criação de um centro interpretativo dedicado às espÊcies piscícolas do rio Mondego e a abertura da

escada de peixe ao pĂşblico, atravĂŠs de visitas acompa 5 que foram contempladas no projecto inicial e que podem vir a concretizar-se no futuro.

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BiĂłlogos iniciaram trabalhos preliminares no Ăşltimo VerĂŁo

Depois de ter estado directamente envolvido na fase de projecto da escada de peixe do açudeponte no rio Mondego, em Coimbra, o biĂłlogo Pedro Raposo de Almeida lidera agora uma equipa que estĂĄ a proceder Ă monitorização preliminar do funcionamento desta estrutura. Juntamente com os investigadores Bernardo Quintella e Carlos Alexandre – e com a colaboração de alguns estudantes em regime de voluntariado – o professor do Departamento de Biologia da Escola de CiĂŞncias e Tecnologia da Universidade de Évora e investigador do Centro ^ [ 3 dade de CiĂŞncias da Uni-

versidade de Lisboa estĂĄ a desenvolver um trabalho essencial para perceber se a passagem de peixes cumpre o objectivo para que foi construĂ­da. A monitorização foi iniciada pelos biĂłlogos no Ăşltimo VerĂŁo, antes mesmo da entrada em funcionamento da escada de peixes. A equipa de Pedro de Almeida recolheu amostragens em vĂĄrios pontos a montante do açude-ponte, incluindo nos rios Ceira e Alva, com o objectivo de mapear os principais leitos de amocetes, designação dada aos locais onde se acumulam as lar vas de lampreias. “Era fundamental ter esta caracterização feita

A monitorização da migração dos exemplares marcados Ê feita com rådio-telemetria

As lampreias-marinhas são marcadas com rådio-transmissores e colocadas a jusante do açude-ponte

antes da entrada em funcionamento da escada de peixes, porque a colonização do troço a montante de Coimbra serĂĄ um sinal claro do sucesso da passagem de peixesâ€?, explica o investigador.

Recentemente, a jusante do açude-ponte, foram libertadas algumas lampreias, marcadas com rådio-transmissores. A partir dos dados que vão ser fornecidos atravÊs de tÊcnicas de telemetria, os

Recorrendo a pesca elÊctrica, os biólogos fizeram a identificação dos leitos de amocetes

biólogos esperam estar em condiçþes de fazer uma anålise preliminar da atractividade da passagem de peixe e do comportamento dos animais no interior da mesma. Por ora, Pedro Raposo de Almeida e a sua equipa estão a realizar este trabalho com recurso a verbas próprias. Os dados apurados são fundamentais para o futuro do projecto mas o programa de monitorização, apesar de aprovado pelo MinistÊrio da Agricultura, Mar, ambiente e Ordenamento do Território, ainda não obteve luz verde do MinistÊrio das 3 % A passagem de peixes foi construída de forma a poder ser utilizada por diferentes espÊcies. Con-

tudo, para optimizar o seu funcionamento, hĂĄ a necessidade de proceder a alguns ajustes tĂŠcnicos que sĂł podem ser aferidos com os resultados do programa de monitorização. O investig ador do Centro de Oceanografia lembra que “cada espĂŠcie tem as suas exigĂŞncias ecolĂłgicasâ€? e, com base nessa premissa, consoante a ĂŠpoca do ano, pode ser necessĂĄrio ajustar as condiçþes abiĂłticas da passagem Ă s espĂŠcies alvo, alterando o caudal de atracção e a luminosidade, entre outras variĂĄveis. A jusante do açudeponte, a modelação do leito do rio Mondego foi pensada de forma a que, se necessĂĄrio, possam ser < < cilitar o acesso Ă passagem pelos peixes. Pedro Raposo de Almeida sustenta que “a obra sĂł pode ser feita fazendo uma monitorização das populaçþes das espĂŠcies piscĂ­colas que, potencialmente, poderĂŁo utilizar a infra-estruturaâ€?. Obter resultados implica, neste caso, um estudo continuado dessas mesmas populaçþes, sublinha o biĂłlogo.

O que eles dizem Pedro Raposo de Almeida

Carlos Baptista

LuĂ­s Maricato

BiĂłlogo e investi-

Engenheiro do

Mondego Vivo

gador do Centro

Instituto da Ă gua,

de Oceanografia

I. P.

da Universidade de Lisboa

“Ou se opta pela reabilitação do rio Mondego para a fauna piscĂ­cola em geral – e em especial para as espĂŠcies migradoras diĂĄdromas de elevado valor econĂłmico, contribuindo assim para a conservação dos nossos recursos naturais vivos –, ou se opta pela produção hidroelĂŠctrica inviabilizando o investimento feito na escada de peixesâ€?.

“A m o d e r nização vai ter sempre impactos negativos. A acção do homem causa sempre interferĂŞncias na natureza. O que devemos procurar fazer ĂŠ, em conjunto com os tĂŠcnicos, estudar as as situaçþes e tentar encontrar soluçþes para anular ou diminuir as consequĂŞncias dessa acçãoâ€?.

Plataforma

Fernanda Pimentel Mordoma da Confraria da Lampreia

“NĂŁo faz sentido que, depois de se ter gasto mais de trĂŞs milhĂľes de euros na construção da escada do peixe, em Coimbra, se venha deitar a perder esse investimento. A construção de uma mini hĂ­drica no rio Mondego, no local proposto, ĂŠ um processo que começa torto Ă partida. O rio, a ĂĄgua e as paisagens naturais sĂŁo a nossa melhor marcaâ€?.

de Penacova

“A Confraria nĂŁo nasceu para comer lampreia mas sim para defender grandes causas. A nossa ĂŠ o rio Mondego e as suas espĂŠcies piscĂ­colas. Travamos e continuamos envolvidos em grandes batalhas para que os peixes – e a lampreia, em particular – nĂŁo desapareçam do rio Mondegoâ€?.

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Nevadas e PastĂŠis do LorvĂŁo

Doçaria conventual de Penacova merece ser (a)provada Por estes dias, o lugar de destaque no cardĂĄpio dos restaurantes do concelho ĂŠ concedido, com total justiça, Ă lampreia Ă moda de Penacova. Contudo, para que nĂŁo [ boca – porque jĂĄ nĂŁo tĂŞm barriga para mais – devem os comensais ser avisados que, nesta terra de sublimes paisagens e tradiçþes ancestrais, hĂĄ doçaria conventual de fazer arregalar os olhos. Açúcar, ovos e farinha sĂŁo os ingredientes principais de uma especialidade que dĂĄ pelo nome de “Nevadasâ€?. Interior de pĂŁo-de-lĂł, recheio de açúcar – a fazer lembrar a serra coberta por um manto branco – sĂŁo parte neste doce, elaborado a partir de uma receita que tem a sua origem no

O Mondego Porto da Raiva 239 476 126

Porto da Raiva 239 477 256 amêndoa com pele. Tratase de uma tentação que, por momentos, då vontade de mandar às urtigas a dieta. Natural do Lor vão, Nuno resolveu dedicarse à doçaria conventual, a partir das receitas que tinha a sua bisavó. AtÊ chegar ao patamar de exigência pretendido, houve um intenso trabalho de investigação e apurar da

confecção dos doces, incluindo longas horas passadas na Torre do Tombo e em outros locais, Ă procura da essĂŞncia destas especialidades conventuais de Penacova e do LorvĂŁo. Ă€ venda em vĂĄrios outros locais da regiĂŁo Centro e do paĂ­s, cada caixa de seis unidades custa 5,70 euros, justo preço por receitas ancestrais que fazem ĂĄgua na boa.

Um festival para apreciadores da boa mesa

CiclĂłstomo ĂŠ servido Ă moda de Penacova, seguindo receita tradicional

moda de Penacova. O ciclĂłstomo, em tempos muito apreciado pela nobreza – pois era quem tinha carteira para o comprar – ĂŠ hoje um prato do povo, tambĂŠm. E se o preço do “bichoâ€? ainda pesa na carteira, saibam os seus apreciadores que, durante o festival da lampreia, a degustação da iguaria sai mais em conta.

De vårias formas servida, de Norte a Sul do país, a boa confecção da lampreia exige alguns cuidados no preparo. Antes de mais, a limpeza da pele, que não deve deixar o menor vestígio de lodo. Observado este princípio, a qualidade dos ingredientes deve honrar o ciclóstomo, elevado ao patamar de iguaria. Fernanda Pimentel,

Marisqueira Piscinas de Penacova Penacova 239 476 306

Pedra do Moinho Serra da Atalhada 239 476 182 Portas da Serra Espinheira 239 472 800

O Casimiro Silveirinho 239 456 413

Primavera Vila Nova 239 477 328

O Cortiço Cavadinha 239 477 388

Quinta da Conchada Travanca do Mondego 239 458 791

O CĂ´ta Azenha do Rio 239 474 841

Lampreia para degustar em 10 restaurantes

A gastronomia ĂŠ um valor sagrado para o povo portuguĂŞs. E para as gentes de Penacova, que se orgulham de saber preparar com dons de mestria a lampreia, o festival que se presta Ă degustação do ciclĂłstomo ĂŠ um momento privilegiado para mostrar o concelho aos visitantes, com simpatia [ que os momentos passados Ă mesa sĂŁo apenas um dos encantos desta terra de paisagens sublimes. Em plena ĂŠpoca da lampreia, o festival gastronĂłmico que começa amanhĂŁ em Penacova conta com a colaboração de uma dezena de estabelecimentos de restauração que, em trĂŞs dias, nĂŁo tĂŞm mĂŁos a medir para agradar aos comensais. E ei-los que, todos os anos, sĂŁo muitos, vindos dos mais variados pontos do paĂ­s, para provar a lampreia, Ă

Onde comer

Boa Viagem

mosteiro do Lorvão e que foi recuperada por Nuno Esperança, responsåvel pelo CafÊ Turismo, em Penacova. Das mãos deste håbil mestre da doçaria e com a ajuda da sua esposa, Sandra Esperança, Ê de provar, tambÊm, o Pastel do Lorvão, especialidade que tem na sua base uma massa única, composta por farinha, açúcar, ovos e

mordoma da Confraria da Lampreia, reconhece que, do Minho ao Guadiana, confecciona-se boa lampreia. Contudo, lembra, â€œĂ moda de Penacovaâ€?, segue-se a receita que foi recolhida junto da cozinhei [ Ă Câmara Municipal para atravĂŠs dos tempos Para ser boa, a lampreia deve ser fĂŞmea, pois ĂŠ a que tem ovas. Importa ainda fazer uma boa marinada e, claro estĂĄ, usar um bom vinho, tinto, do DĂŁo ou Bairrada, frutado e nĂŁo muito envelhecido, com graduação condizente de 13 graus. JĂĄ os Ăşltimos detalhes do preparo, permanecem no segredo dos mestres, pois, reconhece a mordoma da Confraria, “hĂĄ sempre detalhes que ] zinheiroâ€?.

DE FEVEREIRO DE 2012 CAMPEĂƒO DAS PROVĂ?NCIAS

O que eles dizem Fernanda Veiga Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Penacova

“Estamos a trabalhar para que este ano, mesmo em tempo de crise, o festival da lampreia permita levar o nome de Penacova a todo o lado, contribuindo para o desenvolvimento econĂłmico e turĂ­stico do concelho e da regiĂŁo. Para alĂŠm das belas paisagens, da sua cultura e gastronomia, Penacova ĂŠ uma terra de gente que sabe receber acolher e receber bemâ€?. Fernando Lopes Mordomo-mor da Confraria da Lampreia

“A lampreia de Penacova ĂŠ uma iguaria sobejamente apreciada e uma referĂŞncia gastronĂłmica, a nĂ­vel nacional. A sua qualidade, a textura e o sabor sĂŁo Ăşnicos e resultam do percurso que ela faz, rio acimaâ€?.

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QUINTA-FEIRA

VII

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Acçþes de divulgação

Rota da Lampreia em bicicleta todo-o-terreno

Lampreia em degustação de Norte a Sul do país

Desporto ajuda a promover a iguaria e o concelho

Â’ ! ciclĂłstomo ĂŠ iguaria a (a)pro 7 5 ; de Abril. Em dez restaurantes do

5 > W W { preia ĂŠ apenas o ponto alto de ; [ ] [ ] atrai milhares de comensais. “Queremos que pessoas de todo o paĂ­s venham a Pena ? sustenta o presidente da Câ 6 ^ % O edil reconhece que o < W W ; [ ‘ mite dar visibilidade e promover o concelho de Penacova. + ' decidiu apostar num conjunto '

{ [

com a colaboração de diversas entidades e unidades de '[ [ { 5 { % „ 6;  5 <

! 5 { > W { ‰Z Ž  ? [ do Porto Palåcio Hotel.

HĂŠlio Loureiro serviu a lampreia Ă moda de Penacova Ă s gentes do Norte, no restaurante do Porto PalĂĄcio Hotel

^ 5 Q <  serviu para dar a provar esta [ { gentes do Norte. Â’ ] 5 { < [ Museu do Vinho da Bairrada. 6 { 8 ciclĂłstomo ĂŠ a sugestĂŁo para o jantar. Para que a iguaria nĂŁo passe despercebida a quem aprecia os prazeres da boa  6 ‚ voli dedica-lhe espaço privile[

V + { quinta-feira. Â’ { [ Q o Casino da Figueira promo 5 > # # + desperta o palato para um jantar que serĂĄ servido no dia #k ] V % ^ ; lampreia. Com a participação de dez estabelecimentos de res 5 ‡€ Festival da Lampreia de Penacova decorre a partir de 5 ÂŻ 3

regional a figurar em lugar de destaque no cardåpio dos convidativo. = ] + [ por entre um vale de paisa[ o cenårio aprazível de um concelho que a todos convida { de Penacova. Z < 5 ] W W saiba que a Êpoca de de[ [ abriu oficialmente a 21 de 7 `# de Março.

Desengane-se quem pensa que a gastronomia e a prĂĄtica desportiva estĂŁo em pontos opostos da mesa. = & W W uma maratona de bicicleta

W W |†‚‚ signada de “Rota da Lam ? pessoas a Penacova. Trata-se da primeira desenvolvida pela MunicĂ­ { promoção da iguaria gas ] ] W W destaque nos cardĂĄpios de dez restaurantes do concelho. Em trilhos com dife [ [ rio Mondego a dar algum descanso e as encostas <' `"" participantes na primeira edição desta maratona BTT tiveram a oportunidade de conhecer melhor um con 5 [ boa gastronomia e gente

que sabe receber bem quem os visita. Para alĂŠm da prova de 65 quilĂłmetros e da meia |`$ ] a percorrer quatro fregue 5 „ Lampreia em BTT proporcionou ao mais jovens um [ <' Penacova. Com todos os participantes a saĂ­rem vencedores ' ' = ‚ • †‚‚ 5 [ „ Q ! †‚‚ Z completou a maratona no primeiro lugar. Na opiniĂŁo de Hum ^ da Câmara Municipal de > ‰ { ! do novos pĂşblicos e uma maior riqueza a acrescentar valor ao festivalâ€?.

Ă€ descoberta de Penacova

Regional do Centro dedica emissĂŁo ao festival O festival da lampreia serviu de mote para a emissĂŁo que a Regional do Cen |2ÂŻ% < • + Q recentemente ao concelho de Penacova. • ' [ ! Q • < no Ăşltimo domingo. 6 ^ presidente da Câmara de Fernando Lopes, mordomo-mor da Confraria > 3 € - da Lampreia, foi um dos convidados do presidente da Câmara, Humberto Oliveira [ Q 3  mo-mor da Confraria da 5 Â’ 8 ] 8  Â’ [ - ; 8 ] promotores do Hotel Rural

da Quinta da Conchada (Travanca do Mondego)  ' + > forma do Mondego Vivo foram os participantes numa conversa que levou os ouvintes da Regional do Q { concelho de paisagens [ e o patrimĂłnio cultural merecem a visita. O programa dedicado a Penacova foi emitido no Ăşltimo domingo e estĂĄ dis ' ˆ ' www.radioregionalcentro.

“Ouvir de Novo�.

Prova levou ciclistas a percorrer paisagens naturais de Penacova FICHA TÉCNICA COORDENAĂ‡ĂƒO EDITORIAL Geraldo Barros TEXTOS Geraldo Barros e LuĂ­s Santos PUBLICIDADE Adelaide Pinto e Marisa Pinto

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Gastronomia com lampreia e sável

Uma rota comum a cinco concelhos A “Rota da Lampreia”, que se iniciou pela Figueira da Foz (de 17 a 21 deste mês), vai percorrer os concelhos de Penacova (de amanhã a domingo), Montemor-o-Velho e Sever do Vouga, até terminar na Murtosa, em Abril, abrangendo um total de 60 restaurantes onde se pode degustar o apreciado ciclóstomo. L. S.

O cartaz “Lampreia e Sável 2012”, apresentado pela entidade regional Turismo Centro de Portugal numa sessão que decorreu na Biblioteca Municipal de Penacova, é uma iniciativa que congrega sete festivais repartidos por cinco concelhos e constitui uma acção coordenada de oferta gastronómica dinamizadora de fluxos de visita, numa época de menor pernoita turística. Para além da lampreia, associada nalguns casos ao sável, os festivais contemplam outros produtos regionais como o arroz carolino do Baixo Mondego, a vitela de Sever do Vouga e diversos doces conventuais. Depois do primeiro evento gastronómico, na Figueira da Foz, que decorreu em 21 restaurantes aderentes, segue-se Penacova, de 24 a 26 de Fevereiro, com o XV Festival da Lampreia a realizar-se em 10 restaurantes.

A acção coordenada de oferta gastronómica foi apresentada por António Coutinho (Sever do Vouga), Alexandra Ferreira (Montemor), Pedro Machado (Turismo), Humberto Oliveira (Penacova), Carlos Monteiro (Figueira) e Januário Cunha (Murtosa)

A iniciativa prosseguirá em Montemor-o-Velho, de 02 a 11 de Março, com o 10.º Festival do Arroz e da Lampreia, no Centro de Alto Rendimento, e o Festival da Lampreia da Ereira, seguindo-se, em Sever do Vouga, a Rota da Lampreia e da Vitela, de 10 a 18 de Março. Na Murtosa irá decorrer, a 17 de Março, o XV Festival Gastronómico da Lampreia da Ria e, a 14 de Abril, a V Festa do Sável e da Lampreia da Ria. Procurando estimular a repetição da visita e dar a conhecer outras localidades, os participantes em qualquer das iniciativas da “Rota da Lampreia” habilitam-se ao sorteio de seis estadias de fim-de-semana para duas pessoas, sendo apenas

necessário preencher um cupão com uma frase alusiva ao “Centro de Portugal”, disponível nos restaurantes aderentes. O sorteio conta com a colaboração das seguintes unidades e grupos hoteleiros: Ô Hotel Astória de Monfortinho; Hotel do Caramulo; Hotel As Américas (Aveiro); Hotel Mercure Figueira da Foz; Hotel Moliceiro (Aveiro); e Vila Galé Hotéis. Projecto reforçado

Na sessão de apresentação da “Rota da Lampreia”, o presidente da Câmara Municipal de Penacova, Humberto Oliveira, afirmou que o concelho pretende reforçar este projecto da região Turismo do Centro,

sendo “solidário e cúmplice” com as várias iniciativas. Já o vice-presidente da Câmara de Sever do Vouga, António Coutinho, recordou que a Festa da Lampreia realizase naquela vila desde há 12 anos, tendo a vitela associada a este evento gastronómico nos últimos sete anos. O autarca, sublinhou, a propósito, que a lampreia já era referida no documento de foral de 1514, como um dos tributos a dar ao rei. Por parte da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, a vereadora Alexandra Ferreira sublinhou a ligação do arroz carolino do Baixo Mondego à lampreia, e destacou que a 10.ª edição do festival local irá ligar a cultura, ao desporto

e ao ambiente. O Centro de Alto Rendimento, de desportos náuticos, o local escolhido pelo segundo ano consecutivo, vem trazer melhores condições e qualidade à iniciativa, segundo a autarca. Januário Cunha, vice-presidente da Câmara Municipal da Murtosa, diz que o concelho é mais conhecido pela enguia, com a tradição da lampreia a ser recuperada pela confraria gastronómica. Segundo o autarca, a integração na “Rota da Lampreia” faz com que o concelho possa chegar mais longe e mostrar também uma das espécies que se pescam na ria de Aveiro. A Figueira da Foz esteve também representada pelo

vice-presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, que acentuou a importância da iniciativa numa cidade com rio e mar, numa óptima de valorização dos recursos, assim como a dimensão regional que alcança com a interligação das acções gastronómicas. Em Penacova marcaram também presença empresários da restauração figueirense, que se lançaram este ano numa série de festivais gastronómicos intitulados “Figueira com sabor a mar”, os quais para além da lampreia e do sável terão os peixes tradicionais (30 de Março a 08 de Abril), a sardinha (22 de Junho a 8 de Julho), o marisco (de 19 a 22 de Julho) e as caldeiradas (de 01 a 16 de Setembro). A interligação entre municípios está a dar frutos, evitando coincidências de datas na realização dos festivais dedicados à lampreia, o que é benéfico para cada concelho e também para as pessoas que, assim, podem calendarizar melhor as suas deslocações. A nível nacional foi também seguido o exemplo da região Centro, tendo sido estabelecidas rotas gastronómicas da lampreia nas regiões Porto e Norte e Lisboa e Vale do Tejo, todas congregadas num sítio na Internet (www.rotadalampreia. com), onde os apreciadores podem ficar a saber todos os locais onde podem degustar o pitéu e as iniciativas que decorrem por todo o país.

Outras formas de apreciar a lampreia

Petiscos para vários paladares A forma gastronómica mais tradicional na região é o arroz de lampreia, mas nos últimos tempos o ciclóstomo tem sido alvo de maior atenção culinária e surge confeccionado de várias formas, umas simples e outras mais so % Fugindo às mais habituais cabidelas e guisados, passou a haver também “petiscos” feitos com a lampreia, o que possibilita uma maior diversidade de oferta e chegar ao palato

dos que não apreciam a forma comummente tradicional. Re c e n t e m e n t e , n a apresentação da “Rota da Lampreia”, em Penacova, os presentes foram surpreendidos por novas apresentações e pratos, tendo sempre o ciclóstomo como ingrediente, num serviço prestado por alunos da Escola Beira-Aguieira. A lampreia apresentou-se panada, de escabeche e em empadas, formas diferentes de confecção

para o ciclóstomo, mas de sabor também muito apreciado. Nada melhor do que provar estes pitéus, como entrada, acompanhados de um bom pão caseiro e de espumante tinto. Também na Figueira da Foz, na apresentação do Festival da Lampreia e do Sável, realizada no restaurante “O Grazina”, nos Armazéns de Lavos, foi degustado o folhado de lampreia, que surpreendeu e deliciou os comensais. De regresso a Pena-

cova, recorda-se que a tradição era servir separadamente, em travessas, a lampreia, o arroz e os grelos. Em alguns locais mantém-se esta for ma de apresentação,mas se se optar por juntarmos a lampreia ao arroz deve sempre servir-se os grelos em separado. A Norte, no Minho, a lampreia serve-se acompanhada com arroz branco, que vem à parte, ou à bordalesa. Nestas incursões gastronómicas, de

Panada, de escabeche e em empadas, a lampreia dá óptimos “petiscos”

um prato que se gosta ou se detesta, encontra-se a lampreia à moda de... Pena-

cova, da Ereira, do Dão, de Entre-os-Rios, do Minho e de Monção, entre outras.

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