“Campeão das Províncias” - 26/05/2022

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VESPERTINO

DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS

EDIÇÃO DIGITAL 26 PÁGINAS

QUINTA-FEIRA, 26 DE MAIO 2022 | N.º 528 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

VISITAS GUIADAS DÃO A CONHECER COIMBRA EM JUNHO

De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a www.campeaoprovincias.pt na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.facebook.com/campeaodasprovincias FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Nádia Moura, Luís Carlos Melo, Ana Luísa Pereira e Cristiana Dias

PAGINAÇÃO Grupo Media Centro


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QUINTA-FEIRA, 26 DE MAIO 2022

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Visitas guiadas em Coimbra por ruas, jardins e fontes ao longo do mês de Junho A Câmara Municipal de Coimbra continua com as visitas guiadas e vai integrar na sua oferta turística para Junho 10 temas diferentes. O património natural da cidade, o traçado medieval da Baixa, a arquitectura tumular no cemitério da Conchada, os colégios universitários da Alta, José Saramago e Zeca Afonso fazem parte dos itinerários que vão permitir conhecer o património edificado, natural e imaterial da cidade. As visitas temáticas são dirigidas ao público em geral, acolhendo um mínimo de seis e um máximo de 25 participantes. A participação nas visitas é gratuita, mas requer inscrição prévia via e-mail roteirosdecoimbra@ cm-coimbra.pt, através do telefone 239 702 630, ou presencialmente na Casa Municipal da Cultura (Rua Pedro Monteiro). Só serão consideradas inscrições até às 15h00 do último dia útil antes da data da realização da visita. No mês de Junho, no programa de visitas guiadas promovido pelo Município, o destaque vai para o Património Natural da cidade com percursos aos jardins mais emblemáticos e às fontes da cidade. Os problemas ambientais, a biodiversidade e a natureza são questões que estão no centro das preocupações actuais, pelo que estas visitas serão também um modo de sensibilização para a protecção do meio ambiente, apelando ao contributo de todos para a sua preservação. Com o intuito de alcançar um maior número de interessados nestas visitas guiadas, este mês vai haver a oferta, não só de um maior número de visitas ao longo do mês, mas também há duas visitas a terem lugar durante o período da manhã, com início às 10h00. Programação completa de Junho Dia 2 Junho | 15h00 | Largos, Praças, Terreiros e Becos Visita guiada pelas ruas, largos, terreiros e becos da Baixa de Coimbra, caracterizada por uma toponímia ligada às actividades económicas aí desenvolvidas com um tecido morfológico típico de cidades medievais, que permitiam não apenas os encontros casuais e de convívio popular, mas também a circulação de pessoas e a troca de mercadorias. Tendo Coimbra algum do seu património classificado pela UNESCO, torna-se imperativo criar uma consciência colectiva para a preservação do espaço edificado, cultural e imaterial. Este percurso dá continuidade à linha de promoção dessa identidade multicultural e de tolerância intelectual sempre presente nas vivências urbanas conimbricenses, no pormenor arquitetónico e patrimonial existente, nas suas histórias, atraindo deste modo um maior número de visitantes a estes espaços nobres da cidade. Gratuito. Ponto de encontro: Largo da Portagem (junto à estátua de Joaquim António de Aguiar). Dia 7 Junho | 15h00 | O Rio Mondego: Evolução Urbana e a Zona Ribeirinha Visita guiada que pretende colocar em evidência a importância do Rio Mondego, enquanto elemento aglutinador e potenciador do desenvolvimento da cidade de Coimbra ao longo da história, pela sua navegabilidade e por permitir a instalação de diversas casas religiosas nas suas margens. Esta visita permitirá ao visitante desfrutar de algumas das zonas mais emblemáticas da cidade, reconhecendo a sua evolução ao longo do tempo e perpetuando na memória os diversos edifícios que aqui se instalaram, e que contribuíram para a evolução e desenvolvimento da cidade. O objectivo desta visita é percorrer a margem esquerda e a respectiva zona ribeirinha, explorando a importância do rio Mondego ao longo da história, bem como o de algumas edificações aqui existentes, aludindo às tradições e vivências citadinas, que contribuem para a promoção da identidade histórico-cultural de Coimbra. Gratuito. Ponto de encontro: Escadaria do Convento São Francisco.

Dia 8 Junho | 10h00 | A Coimbra de Zeca Afonso Visita guiada a espaços [exteriores] associados ao período que Zeca Afonso passou em Coimbra, desde os tempos de Liceu à conclusão dos estudos na Universidade, sem esquecer a carreira docente, da qual é expulso por razões políticas. Com esta visita pretende-se recordar a personalidade e obra de Zeca Afonso quer enquanto músico, quer enquanto poeta, para sempre ligado à Liberdade, e o seu contributo na Canção de Coimbra focando aspectos histórico-culturais ligados às vivências e tradições académicas, património imaterial da humanidade, bem como o papel da cidade enquanto polo difusor de cultura. Gratuito, Ponto de Encontro: Largo D. Dinis. Dia 9 Junho | 15h00 | As Fontes de Coimbra Visita guiada que pretende explorar o tema da importância da água, bem como da sua distribuição, lembrando a existência de diversas fontes e chafarizes, que constituíram, ao longo da história de Coimbra, um equipamento de vital importância para a sobrevivência da população da cidade. A sua funcionalidade, localização, enquadramento histórico e estilo arquitectónico motivaram o desenvolvimento deste mobiliário urbano em diferentes épocas, apresentando-se, assim, com formas e decorações distintas. Se por um lado permitiam o fornecimento deste precioso bem à população, assim como o enobrecimento dos espaços onde estavam inseridos, por outro favoreciam a dinâmica da cidade, já que constituíam pontos de encontro privilegiados. Esta visita tem por objectivo dar a conhecer e evidenciar um património de excecional qualidade existente em Coimbra, bem como realçar a importância da água como fonte de vida, tantas vezes associada ao simbolismo religioso de purificação, que contribui, ao longo do tempo, para o desenvolvimento da cidade, do seu património e das suas tradições. Gratuito. Ponto de encontro: Jardim dos Patos (Alameda Júlio Henriques). Dia 14 Junho | 15h00 | Os Crúzios no Jardim da Sereia Visita guiada ao Jardim da Sereia, um dos mais emblemáticos espaços verdes de Coimbra, também designado por Parque de Santa Cruz, pertencente à antiga Quinta do Mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Local aprazível, engrandecido pelas diversas obras de arte que se distribuem ao longo do jardim: a deslumbrante entrada com a sua cascata das avencas, os azulejos, a estatuária, o muro dos poetas, a fauna, a flora e o grupo escultórico de Rui Chafes, que desde 2004 enriquece este espaço. O objectivo desta visita é dar a conhecer ao visitante a possibilidade de fruir de momentos de contemplação na natureza, apreciar a beleza natural e edificada e conhecer a história deste espaço central citadino, que em muito enobrece o património de Coimbra. Gratuito. Local de encontro: Casa Municipal da Cultura. Dia 15 Junho | 10h00 | Colégios da Alta - Património Mundial Visita guiada com a qual se pretende realçar a importância dos antigos colégios instalados na Alta da cidade, cuja história se cruza com a da Universidade. Com a instalação definitiva da Universidade em Coimbra, em 1537, emerge na cidade uma rede de colégios, na sua maioria ligados às Ordens Religiosas, que marcaram para sempre a fisionomia e a arquitectura da cidade. Inicialmente projectados e construídos na parte baixa da cidade, onde tinham funções de pensionato, de estudo e onde se provia uma formação base preparatória, muitos colégios viriam a ser transferidos para a Alta, garantindo a proximidade com a Universidade, que acabaria por se estabelecer no Paço Real.

O objectivo desta visita é dar a conhecer alguns destes colégios, ao nível da sua história e património, reconhecendo a sua importância como centros de apoio universitário e espiritual, que contribuíram para a visão de Coimbra como cidade do conhecimento. Gratuito. Local de encontro: Largo D. Dinis. Dia 21 Junho | 15h00 | Penedo da Saudade Visita guiada ao Penedo da Saudade, local emblemático da cidade, onde o romantismo e a história da cidade se fundem, contribuindo para pôr em evidência a “saudade”, tantas vezes cantada por poetas e escritores, cujas palavras se perpetuam por entre a vegetação, pequenos lagos e cascatas, nas muitas placas com poemas que relembram os tempos estudantis de vários elementos da academia. Coimbra, Cidade do Conhecimento, é também, sem dúvida, a Cidade da Saudade, a que ganha mais encanto na hora da despedida, deixando no coração de quem parte o desejo de um dia cá voltar, não só para recordar as vivências passadas, mas também para as perpetuar e voltar a sentir a mística e a magia desta cidade. O objectivo desta visita é proporcionar aos visitantes a possibilidade de descobrir o encanto do Penedo da Saudade, espaço de memórias, de paixões, de vivências e tradições, evidenciando a importância de um património único que envolve Coimbra no misticismo da saudade. Gratuito. Local de encontro: junto ao busto de António Nobre. Dia 23 Junho | 15h00 | Cemitério da Conchada Visita guiada ao cemitério da Conchada focando aspectos da sua história, arquitectura e importância ao nível da Arte Tumular. Instalado na antiga Quinta do Pio, o Cemitério da Conchada foi inaugurado em 1860, e reúne inúmeros edifícios funerários, com elementos arquitectónicos e escultóricos de qualidade inigualável, desenhados e esculpidos por grandes mestres conimbricenses que se destacaram na arte da pedra e do ferro forjado. Seguindo um dos muitos itinerários possíveis, esta visita tem como objectivo dar a conhecer a escultura e a arquitectura funerárias que concorrem para que este espaço seja entendido como um dos mais emblemáticos e conhecidos cemitérios a nível nacional. O cemitério encontra-se em vias de classificação, que lhe permitirá ser reconhecido como Local de Interesse Concelhio, facto que contribui para o engrandecimento e valorização do património da cidade de Coimbra. Gratuito. Local de encontro: Entrada principal do Cemitério da Conchada. Dia 28 Junho | 15h00 | Saramago em Santa Clara Visita integrada no conjunto de visitas sob o tema genérico “José Saramago, Viajante em Coimbra”. Em ano de centenário do nascimento de José Saramago, esta visita guiada recria etapas do passeio feito pelo “viajante” na cidade de Coimbra, em Janeiro de 1980, narrado na obra Viagem a Portugal, que servirá de guião para o percurso, ao longo do qual serão lidos e interpretados excertos referentes aos locais visitados pelo autor na nossa cidade. A visita pretende despertar a curiosidade para a vida e obra do Prémio Nobel da Literatura Portuguesa, destacando o seu contributo para a afirmação e desenvolvimento do património literário português, atribuindo à cidade de Coimbra especial ênfase como centro difusor e produtor de cultura, ajudando, desta forma, a introduzir novos recursos promocionais da nossa cidade a todos quanto nos visitam. Custo da visita: 2 euros [correspondente à entrada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha] Local de encontro: Esplanada do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (Av. João das Regras).


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DIRECTOR LINO VINHAL | www.campeaoprovincias.pt SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA PREÇO 0,75€ | 2ª SÉRIE | ANO 22 | N.º 1111 | 26 DE MAIO DE 2022 telef. 239 497 750 | fax 239 497 759 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

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O Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, já visitou a Quinta das Olaias, local proposto pelo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, para acolher a vetusta instituição de Ensino Superior na cidadepraia. O “Campeão” dá a conhecer esta Casa-Museu que já foi residência de veraneio de importantes famílias, inclusivamente do Conde de Monsaraz, e acolheu vultos nacionais da cultura e da política. PÁGINA 2

DUARTE NUNO VIEIRA, ESPECIALISTA FORENSE, EM ENTREVISTA

Festas da Rainha Santa procissões este ano casamentos no próximo

Saúde continua a ser sector âncora para Coimbra

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“Países que não tenham um bom sistema médico-legal terão sempre uma Justiça com muitas insuficiências”. É desta forma que Duarte Nuno Vieira resume a importância daquela especialidade, que já lhe valeu diversas distinções a nível nacional e internacional. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, o médico forense diz que o “SNS tem problemas” e um dos principais é a escassez de recursos humanos. Ainda assim, só uma qualidade elevada na Saúde em Coimbra explica “que, numa cidade onde a população diminuiu tanto, continuem a existir tantas unidades de saúde”. PÁGINA 7

Este ano voltam a realizar-se as Procissões em honra da Rainha Santa Isabel, que não se fizeram em 2020 devido à pandemia de covid-19. Já para 2023, a Confraria resolveu reactivar os tradicionais casamentos, uma iniciativa que já não acontecia desde os anos 70 do século passado. As celebrações religiosas das Festas decorrem de 1 a 10 de Julho de 2022 e a animação cultural de 18 de Junho ao dia 17 do mês seguinte. PÁGINA 3 PUBLICIDADE

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PIC-NIC DOS LEITÕES De Arménio Lourenço Gaspar

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FEIRA DE VELHARIAS COMEMORAÇÕES DO DIA DA ESPIGA 29 . MAIO . 2022 »»» SANTIAGO DA GUARDA

A Junta de Freguesia (Con)Vida

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ACTUALIDADE

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CASA OFICIAL DO PRESIDENTE DA CÂMARA DA FIGUEIRA DA FOZ

SANTANA LOPES ABRE AS PORTAS DAS OLAIAS AO REITOR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

O presidente da Câmara tem um gabinete na Casa das Olaias, que também acolhe o acervo de pintura de João Reis LUÍS SANTOS

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ransposto o portão e chegados a um amplo jardim, onde já actuou o Balett de Kiev (Ucrânia) e onde estiveram Durão Barroso e José Maria Aznar (então primeiros-ministros de Portugal e Espanha), destaca-se a casa principal da Quinta das Olaias, datada de 1840, e um chalet, que nos transporta ao contexto romântico e revivalista do século XIX das casas de veraneio. PUBLICIDADE

A Quinta das Olaias, agora proposta para acolher a base da Universidade de Coimbra na Figueira da Foz, foi adquirida em 1999 aos descendestes da família Caroça Lopo de Carvalho, pelo preço de 370 mil contos (1,850 milhões de euros), no primeiro mandato de Pedro Santana Lopes como presidente da Câmara Municipal figueirense. O vasto terreno da quinta descia até às Abadias e deu para aí ser construído o Centro de Artes e Espectáculos, que no próximo dia 1 de Junho

completa 20 anos, fazendo conjunto com a Biblioteca e o Museu, nas proximidades. A Casa da Quinta das Olaias foi remodelada, num investimento que rondou meio milhão de euros, e passou a constituir a residência oficial da presidência da Câmara da Figueira da Foz, sendo acarinhada pelos que lideraram o Município, como António Duarte Silva e João Ataíde (ambos já falecidos) e Carlos Monteiro. Santana Lopes regressou e como presidente da Edilidade já

tem utilizado a Casa das Olaias para reuniões e ali trabalhar num gabinete, como os seus antecessores. UMA CASA-MUSEU O primeiro edifício foi construído por José da Silva Soares, que nos anos 80 do século XIX esteve na fundação de duas importantes instituições, a actual Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz e a Misericórdia - Obra da Figueira. Este morreu sem descendência e foi adquirida por João Aves, um abastado comerciante de vinhos de Verride. Nas gerações que se seguem, o imóvel destaca-se por um conjunto de personalidades a si associadas, figuras da cultura e da política de então, nomeadamente António Fernandes Coelho, que foi ministro da Justiça da rainha D. Maria II, e António de Macedo Papança, 1.º Conde de Monsaraz, personalidade notável na escrita e nas artes, tendo privado com grandes vultos da época, como Júlio Dantas, João de Barros, Cesário Verde, Bernardino Machado, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, entre muitos outros, que no Verão gostava de reunir tertúlias na Quinta das Olaias, na Figueira da Foz. Este património esteve também na posse de mais duas notáveis famílias da alta burguesia, os Silva Soares e os Caroça Lopo de Carvalho, que adquiriram a propriedade em 1923, posteriormente vendida pelos seus descendentes ao Município da Figueira da Foz. Actualmente, a Casa das Olaias acolhe a colecção “António Caetano”, doada em 2007 ao Município e localizada anteriormente no Paço de Maiorca (entretanto encerrado), e a colecção de pintura “João Reis”, aceite em depósito pela Câmara Municipal por dez anos e que marcou a abertura da Quinta, em 2021. Pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 17h00 e ao fim-de-semana das 10h00 às 13h00, com marcação para visitas guiadas.

PÓLO DA UC Na reunião da Câmara da Figueira da Foz, na passada semana, a Quinta das Olaias veio à ribalta, com o presidente do Município a anunciar que o pólo de ensino superior da Universidade de Coimbra (UC) na cidade vai ficar ali sediado. “A base vai funcionar na Quinta das Olaias, mas não vai funcionar tudo naquele local, até porque não tem espaço”, disse Pedro Santana Lopes aos jornalistas, no final da sessão da Edilidade. O autarca, que na véspera tinha visitado o local, acompanhado pelo Reitor da UC, declarou, ainda, que as orientações apontam para que as actividades lectivas no concelho arranquem em Setembro. Nos últimos meses, o presidente da Câmara tem procurado um local para instalar o pólo de ensino superior da UC, no âmbito de uma parceria com o Município, tendo sido avançado a possibilidade de ser usado o Sítio das Artes, para onde estava também previsto um Centro de Formação do Centro de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Aos jornalistas, Santana Lopes admitiu ainda possibilidade de, no Sítio das Artes, poder co-existir o Centro de Formação do IEFP e actividades de ensino do pólo da UC, no seguimento de uma conversa com a presidente do Conselho Directivo daquele organismo público. UM BEM PRECIOSO O primeiro sinal público de contestação do uso da Quinta das Olaias (Casa-Museu) por parte da Universidade de Coimbra veio de Miguel Amaral, que fez uma intervenção na reunião de Câmara na parte reservada aos munícipes. “Caso a CMFF consigne aquele espaço para nele ser desenvolvida a actividade que estará subjacente ao Pólo da Universidade de Coimbra, essa nova finalidade irá frustrar um projecto com

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quase 25 anos, precisamente, iniciado e liderado por V.ª Ex.ª [Santana Lopes], com o manifesto prejuízo para o Município, que de forma abrupta ver-se-á empobrecido, impedindo a nós figueirenses e quem nos visita a sua efectiva fruição” - declarou. “A par dessa perda, não posso ainda deixar de alertar para o facto do referido imóvel não comportar, por si só, uma estrutura física susceptível de acolher o funcionamento e a dinâmica que se impõem para a sua utilização como um espaço de ensino superior, o que, obrigará, certamente, a um dispêndio de recursos acrescidos, tendentes a adequá-lo a essa sua nova função, e quiçá poderá implicar, inclusivamente, a sua consequente adulteração estrutural e com ela o fim dum projecto de restauro que vinha sendo motivo de orgulho para todos nós” - acrescentou Miguel Amaral, ressalvando que “nada o move contra o facto da Figueira da Foz poder voltar a ter um Pólo Universitário e realçando que “a Universidade de Coimbra, por todo o seu legado histórico que tamanha Instituição secular comporta, uma das mais antigas universidades da Europa, só poder ser “motivo de regozijo” com a referida parceria, fazendo votos que “se consolide a tão desejada ligação entre o ensino superior, a população jovem e o tecido empresarial local, e que sirva de mola de impulso para o desenvolvimento social e económico do concelho”. O presidente da Câmara não respondeu ao munícipe, mas, no final, aos jornalistas, salientou que não recebe “lições de ninguém sobre o apreço, o reconhecimento e o valor daquele edifício e do conjunto, pois ninguém fez mais por aquilo” que ele. “Não vamos transformar a Quinta das Olaias naquilo que nunca foi no concelho, nomeadamente em afluência, interesse e atenção. Não é agora que, de repente, passou a ser algo que nunca foi nestes 20 anos”, sublinhou.


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ACTUALIDADE

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NO PRÓXIMO ANO VOLTAM A REALIZAR-SE TAMBÉM OS TRADICIONAIS CASAMENTOS

PROCISSÕES EM HONRA DA RAINHA SANTA REGRESSAM APÓS QUATRO ANOS Está a chegar a altura mais aguardada por milhares de fiéis. As Festas em honra da Rainha Santa Isabel voltam a conciliar a vertente religiosa com um atractivo cartaz de animação cultural, celebrando a cidade e a sua padroeira ao longo de vários dias. Milhares de devotos vão poder saudar a sua Rainha e usufruir de concertos, recitais e fogo de artifício, além de que, sendo ano par, terão oportunidade de homenageá-la na sua “visita” à cidade. O programa religioso e cultural foi apresentado esta terça-feira (24), no Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova, e apresenta algumas novidades. Outra das surpresas anunciadas, esta para 2023, é a reactivação dos tradicionais casamentos da Rainha Santa, que não se realizavam há mais de 40 anos. NÁDIA MOURA

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á passaram quase 700 anos da morte de Isabel de Aragão (4 de Julho de 1336) mas a Rainha e Santa continua a atrair multidões. Envolta numa mística e emoção únicas, marcou o país e o mundo e continua a mover a fé de milhares de pessoas de todas as faixas etárias e estratos sociais. Todos os anos pares – com excepção do ano de 2020, fruto da pandemia – vários milhares de fiéis enchem as ruas de Coimbra para homenagear a sua padroeira. Um verdadeiro “mar de gente” enche os locais por onde passam as procissões, muitos aguardando horas a fio para reservar o lugar que lhe proporcione a melhor visão e o conforto que a imagem da Santa lhe traz. Sobre a bondade da Rainha Santa Isabel muito há a dizer. O “milagre das rosas”, em que terá transformado o pão - que levava aos pobres – em rosas quando confrontada pelo rei, é dos mais conhecidos. Reza também a história que,

após a sua morte, a 4 de Julho de 1336, em Estremoz, quando o seu corpo foi transportado para Coimbra exalava um cheiro a rosas. Pouco tempo depois, começaram a surgir relatos de gente que se dirigia à Rainha e ao seu túmulo que estava erguido em Coimbra. Cerca de 40 mil pessoas, provenientes de todos os pontos do globo, visitavam, por ano, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova antes da pandemia. Os anos de 2020 e 2021 registaram, naturalmente, uma quebra acentuada com os confinamentos e contingências associadas à pandemia de covid-19. Ainda assim, a Rainha Santa continua a ser sinónimo de amor e devoção no país e além-fronteiras. De acordo com o presidente da Confraria, a Santa Isabel é venerada não só em Coimbra mas em todo o país e em todo o mundo. PAZ, AMOR E DEVOÇÃO Costa e Nora sublinha a forte ligação e o afecto recíproco entre a Rainha Santa

As celebrações religiosas das Festas da Rainha Santa decorrem de 1 a 10 de Julho, e a animação cultural de 18 de Junho ao dia 17 do mês seguinte Isabel e a cidade. “Santa Isabel tinha um amor muito grande a Coimbra mas a cidade também sempre correspondeu a esse amor”. Para o presidente da Confraria, a Rainha Santa “tem três grandes atributos: o ser uma pessoa de paz, que tentou sempre terminar com as discórdias no seio da família e que morreu numa missão de paz quando ia tentar reconciliar o filho D. Afonso IV com o neto, que era rei de Castela; o amor pelos necessitados, uma vez que, tendo a sua riqueza - até porque Aragão era um grande reino na altura – auxiliava quem precisava e a lenda do milagre das rosas é um exemplo disso; e, por fim, fazia tudo isto movida pela sua devoção, pelo amor ao Espírito Santo”, explica. Costa e Nora lembra que “o povo a aceitou, desde logo, como Santa”, uma devoção e aceitação reconhecidas por vários reis, tendo mesmo sido proclamada pelos Filipes, que governaram os dois países da

Península Ibérica, como padroeira de Portugal. O responsável pela organização das Festas em louvor de Santa Isabel de Portugal, “hoje em dia a devoção é a mesma” mas admite que “mais pessoas venham à procissão pelo seu aspecto cénico e não propriamente pela devoção e por isso é que este ano vamos tentar introduzir rezas durante as procissões também. Vamos ver se conseguimos”, conclui. CELEBRAÇÕES RELIGIOSAS As Festas em honra da Rainha Santa Isabel, este ano, acontecem entre 18 de Junho e 17 de Julho. As celebrações religiosas - “o culto divino e a devoção à Rainha Santa são o principal objectivo da Confraria, salvaguarda Costa e Nora - começam no primeiro dia de Julho e terminam no dia 10 desse mês. Assim sendo, nos dias 1, 2 e 3 de Julho, acontece a pregação do tríduo

preparatório da solenidade pelo Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, que celebrará também a missa dominical das 11h00, no dia 3. No dia seguinte, às 11h00, há a Missa Solene, presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Nascimento Antunes. Ainda no dia 4, pelas 16h30, realiza-se a Missa da Real Ordem de Santa Isabel, com a presença de SS. AA. RR., Duques de Bragança. No dia 7 a Imagem da Rainha Santa chega à Igreja Santa Cruz, pelas 23h30, sendo que estará exposta, nos três dias seguintes (8, 9 e 10) e poderá ser visitada entre as 8h00 e as 20h00. Ainda no dia 7, realiza-se uma missa às 18h00, na Igreja da Rainha Santa Isabel, seguida da Procissão da Penitência - realizada sempre à quinta-feira, ao início da noite, quando Santa Isabel desce à cidade, da sua Igreja em Santa Clara em direcção à de Santa Cruz, onde permanece até ao domingo seguinte, regres-

sando depois a “casa” -, com a chegada à Portagem por volta das 22h30, onde será proferida uma saudação de boas vindas à imagem da padroeira, sendo entoado um cântico e, acontecendo de seguida, o tradicional fogo de artifício. As celebrações religiosas terminam no dia 10 de Julho. Nesse dia, às 16h00, celebra-se uma missa na Igreja Santa Cruz, presidida por D. Virgílio Nascimento Antunes, seguida da Procissão Solene, com chegada prevista pelas 20h30, terminando com breve alocução e benção com o Santo Lenho pelo Bispo de Coimbra. CASAMENTOS EM 2023 “Há uma tradição que há muito não se faz que são os casamentos da Rainha Santa Isabel. Este ano chegámos à conclusão que não tínhamos tempo de divulgar e, como nos anos ímpares temos um programa mais pobre no que diz respeito à parte religiosa, entendemos que nessa altura vamos promover os casamentos. Portanto, para o ano, teremos os casamentos da Rainha Santa Isabel”, anunciou José Vieira, vice-presidente da Confraria Rainha Santa Isabel. A última vez que aconteceram estes casamentos foi em finais dos anos 70 do século XX. “Não se realizam há muitos anos e é um ousadia, mas temos de recuperar estas tradições”, remata Joaquim Costa e Nora, acrescentando que o regulamento já está a ser preparado para que depois sejam abertas as candidaturas, o que acontecerá antes do final do ano.

PROGRAMA CULTURAL COMEÇA COM GALA DAS ROSAS E FECHA COM CONCERTO PELA ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO

A

animação cultural começa em Junho, no dia 18, com a Gala das Rosas, uma iniciativa que acontece, normalmente, nos anos em que há as procissões. “Antes era realizada no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), no entanto, este ano, face aos preços que estão a ser praticados, torna-se incomportável porque, não sendo este um evento para ter receitas tem de, pelo menos, pagar os custos. Tivemos de declinar a oferta do TAGV, apesar do elevado desconto que nos faziam, e vamos realizar a Gala na Sala D. Afonso Henriques (antiga igreja) do Convento de São Francisco, cedido gratuitamente pela Câmara Municipal para este

evento”, esclarece Joaquim Costa e Nora. O programa continua no dia seguinte, pelas 18h00, com um Concerto pelo Coro Sinfónico Inês de Castro e respectiva Orquestra nos Claustros do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, assinalando também o aniversário da declaração deste Mosteiro como Monumento Nacional. No dia 25, às 16h00, a confreira Manuela Carvalhão Santos, apresenta o seu livro sobre a casa de acolhimento cristã Rainha Santa Isabel, local onde decorrerá a apresentação. Ainda em Junho, no dia 26, os Coros Psalterium e Vox Aetherea actuam na Igreja da Rainha Santa Isabel proporcionando

aos presentes um recital de canto gregoriano, dia em que se assinala também o aniversário da Dedicação da Igreja da Rainha Santa Isabel, em 1696. “O Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova foi mandado construir por D. João IV, ‘O Restaurador’, que tinha uma grande devoção à Rainha Santa e, por isso, sabendo das condições precárias das clarissas, mandou construir este Mosteiro. Procuramos associar o que fazemos também a datas históricas”, acrescenta Costa e Nora. Já em Julho, ao segundo dia do mês, as Bandas Filarmónicas de Santana e Lares, interpretam, pela primeira vez em Coimbra, a obra “Suite 2020” (escrita por quatro

compositores de quatro diferentes nacionalidades), nos Claustros do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova sendo que serão regidas por três maestros, “o de cada uma das bandas e ainda um maestro espanhol que é um dos autores da peça. Este concerto só foi apresentado uma vez no CAE da Figueira e teve lotação esgotada”, enaltece o presidente da Confraria. No dia seguinte, às 18h00, a Igreja da Rainha Santa Isabel acolhe o recital de Missa cantada, pelo Coro de Santo Agostinho, acompanhado pelo grupo de câmara da Banda Filarmónica de Vila Nova de Anços. Neste mesmo dia, assinala-se o aniversário da trasla-

In Campeão das Províncias de 26/05/2022

dação do santo corpo da Rainha Santa Isabel para o altar da Igreja, em 1696. A terminar o programa cultural das Festas em honra da Rainha Santa Isabel para 2022, há mais um recital, desta feita pelo Coro de Santo Agostinho na Igreja da Rainha Santa Isabel, às 21h30 (dia 16) e, no último dia (17), “a encerrar com chave de ouro”, garante Costa e Nora, um concerto pela Orquestra Clássica do Centro (OCC), nos Claustros do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. “A OCC é uma instituição que só enobrece Coimbra. Este concerto evoca a peregrinação da Santa Isabel de Coimbra a Santiago de Compostela”.


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QUINTA-FEIRA, 26 DE MAIO 2022

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FIGURAS ascensor A SUBIR

JOSÉ MANUEL PUREZA – Liberto agora das lides parlamentares, o Professor José Manuel Pureza reassumiu a sua vida na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, para gáudio de muitos antigos alunos que por diversos meios lhe dispensaram enormes manifestações de apreço e carinho, dada a forma elevada e cativante como sempre exerceu a docência. Neste momento ofereceu a si próprio um período curto a que chama de “retiro académico”, no Departamento de Direito Internacional, em Sevilha, onde preparou a seu tempo o doutoramento, sob a orientação do patrono já falecido e por quem nutre uma assumida e inestimável consideração. Foi nesse “contexto de recolhimento para estudar e para escrever” que lhe foi pedido que desse uma aula sobre a guerra na Ucrânia e o Direito Internacional. Ao “Campeão” José Manuel Pureza disse ter sido para si “um momento muito emocionante, cheio de significado” pelo regresso à docência. Lá mais para final do mês Coimbra, que tanto o estima, tê-lo-á de volta. PEDRO ROXO E MIGUEL RIBEIRO – Dizia há dias ao “Campeão” um conhecido e apreciado escritor português, traduzido em várias línguas, residente em Lisboa mas que tem com Coimbra alguma ligação afectiva e por aqui passou quando mais novo era ainda, dizia-nos - repetimos - que a derrota da Académica/OAF não fôra a descida de divisão, circunstância que acontece a muitos outros clubes e por isso normal na vida das agremiações onde os meios escasseiam. Derrota estava a ser - acrescentava - era já não haver em Coimbra homens com coragem para assumir os destinos do clube em momentos de menor felicidade. Quando isto nos disse, estava o período de apresentação das candidaturas a esgotar-se e ainda não aparecera ninguém. Questão ultrapassada. Afinal Coimbra ainda tem gente que vai à luta, que acredita, que se propõe lutar para que a Académica resista a este circunstancialismo adverso. Independentemente do que cada um dos candidatos já fez neste domínio e do que possa vir a fazer se eleito nas próximas eleições de 4 de Junho, esta disponibilidade merece respeito e merece aplauso. FÁTIMA RAMOS – Deputada por Coimbra, fez há dias uma corajosa intervenção no Parlamento, no âmbito da discussão orçamental. Uma intervenção em defesa do interior, causa pela qual são cada vez menos os deputados com coragem para dar a cara. Fátima Ramos defendeu que os novos serviços públicos têm de ser instalados no interior, onde terão muito mais impacto positivo que se instalados em Lisboa. Acrescentou que o Estado deveria mesmo estudar a possibilidade de transferir algumas Direcções Gerais e Serviços Públicos para o interior. Defendeu a criação de Delegações Regionais da AICEP nessas zonas, em parceria com as instituições do Ensino Superior e com as Universidades. Defendendo a diminuição das portagens em algumas auto-estradas, reafirmou a necessidade de se avançar com uma auto-estrada que ligue a A13 em Coimbra a Viseu. Abordou também as verbas do PRR em cujo âmbito entende que seria de todo útil que fosse criado um programa operacional para o interior, com dotação específica e gestão autónoma. Para além desta intervenção, a deputada Fátima Ramos questionou também o Governo, em pergunta regimental que lhe dirigiu, sobre eventuais medidas que está a pensar tomar para compensar pequenos produtores agrícolas que têm vindo a sofrer pesados prejuízos com os estragos causados por espécies animais de grande porte (veados e javalis, sobretudo) que, devido às condições climatéricas deste ano, se vêem obrigados a descer a povoados e a espaços agrícolas, causando assinaláveis prejuízos. Quando temos, Coimbra e todo o país, deputados que, uma vez eleitos, se afastam da defesa das gentes e das terras que os elegeram, saúde-se a coragem e a honestidade – porque é disso que se trata também – de Fátima Ramos.

A descer RUI RIO - PSD vai eleger novo líder e Rui Rio vai embora. Deu o que pode, fez outro tanto, mas ficou longe de levar a água ao moinho e o PSD que deixa ficar é um partido a valer menos do que aquele que recebeu. Não tanto pelos números que esses sobem e descem consoante as circunstâncias. Mas a realidade social-democrata de hoje é bem distinta daquela que aceitou liderar e à qual nada de grande lhe acrescentou. Não tanto ou apenas por culpa própria, se bem que se lhe note uma certa falta de jeito que caracteriza os grandes líderes. Homem sério foi e é, com certeza. Com sentido de Estado também, até mais adiante do que outros que nas respectivas causas tiveram mais sucesso. À falta de outra explicação mais elegante, fiquemo-nos pelo jeito diminuído para liderar comunidades políticas muito disformes, nada homogéneas, algumas vezes conflituantes quanto toca a salvar os interesses de cada qual. Não será fácil o PSD regressar aos seus velhos tempos, se é que algum dia voltará. Mas agora é vez de outros dizerem da sua justiça. Rio fez o que foi capaz, disso estamos convencidos. Mas bem menos do que o necessário.

26 DE MAIO DE 2022 figura da semana

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CARLOS BARBOSA UM EMPREENDEDOR NATO

É um empreendedor nato e um trabalhador incansável. Presidente do Automóvel Clube de Portugal há bastantes anos, acrescentou a esta entidade um dinamismo que não tinha, juntando prestígio ao muito que já tinha. Tornou-se conhecido no país quando lançou o Jornal “Correio da Manhã”, juntamento com outro homem muito considerado no mundo do Jornalismo, Victor Direito de seu nome. Ambos lançaram com arrojo esta publicação que na altura quebrou com um conjunto de regras até então instituídas, marcando um caminho que ainda hoje percorre e que não faz o pleno em termos de simpatia da comunidade de leitores. Mas rapidamente se impôs como a publicação mais lida entre os Jornais diários e a que cedo conseguiu equilibrar-se para viver por seus próprios meios. Daí, Carlos Barbosa saltou para o automobilismo, ele que sempre fora um apaixonado pelos bólides e se extasiava a percorrer as ruas de Lisboa e da linha do Estoril ao volante de modelos que se impunham pela raridade, originalidade, muito até pela idade de muitos anos. À frente do ACP, fez do Rali de Portugal uma das melhores provas do mundo e soube encontrar às portas de Coimbra, ali para as bandas da Lousã, Arganil, Góis e Tábua, caminhos de terra batida que fazem as delícias dos melhores pilotos de ralis do mundo. Mais recentemente, acrescentou Coimbra a este evento, colando primeiro o escape dos carros à Porta Férrea, este ano inventando uma Especial que chamou mais de 20 mil pessoas para Santa Clara, num percurso não longo mas onde foi possível criar motivos e elans que fazem as delícias dos apaixonados deste desporto. E com isto, juntou 600 e tal mil euros a muitas outras centenas, porque a prova é considerada hoje uma “máquina” de fazer dinheiro, já que o seu mediatismo e a simpatia que desperta entre as comunidades lhe garantem uma visibilidade que se faz pagar. Imaginação, ousadia, trabalho e uma certa dose de audácia dão muito jeito para a vida.

5$8/ 3,1+2 ˨ '(67$&28˨6( &202 75(,1$'25 '26 -29(16 '2 81,®2 '( &2,0%5$ Raul Jorge Gomes de Pinho, antigo treinador de futebol das camadas jovens do União de Coimbra, faleceu na sexta-feira, aos 77 anos, e o funeral efectuou-se sábado na Igreja de S. Martinho do Bispo. Para além de muitos anos como treinador nos escalões de formação, alcançando vários êxitos desportivos, Raul Pinho foi também seleccionador das camadas jovens da Associação de Futebol de Coimbra. Profissional bancário do Montepio, em Coimbra, Raul Pinho foi, nos anos 60, do século XX, jogador de futebol da Académica e do União de Coimbra, onde ficou como técnico deste último clube. O falecido era sogro de Regina Bento, vereadora do PS da Câmara de Coimbra e administradora hospitalar. SANDRA SEMEDO - A atleta da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) revalidou os títulos de campeã nacional de tricicleta dos 200, 400 e 800 metros na categoria RR2. A triciclista repetiu também o 2.º lugar nos 100 metros, chegando desta forma às 31 medalhas conquistadas em Campeonatos Nacionais. A tricicleta é uma disciplina em que se corre com os pés, sentado num equipamento com três rodas e três apoios. FÁTIMA VEIGA - A autora, natural de Coimbra, apresentou o seu livro “Coimbra - conheço-te bem”, na Livraria Almedina, no Estádio Cidade de Coimbra, no passado dia 20. A escritora é professora, profissionalizada, de História. Trabalhou como Técnica Superior no Palácio Nacional da Pena. É estudiosa da História Portuguesa do século XIX. Tem obras publicadas como: Memória Histórico-Cultural de Ervedal da Beira, A Serra Encantada (duas edições) e Sintra -Beira Alta... naturalmente. JOSÉ GAMELAS E LUÍS ALVES - Os cientistas da Universidade de Coimbra (UC) fazem parte de uma equipa que desenvolveu um substituto do plástico a partir de nanocelulose combinada com um mineral fibroso, totalmente biodegradável e biocompatível. José Gamelas, coordenador do projecto, e Luís Alves, investigador principal do estudo, desenvolveram o material ao longo dos últimos três anos, em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a Universidade da Beira Interior (UBI), contando ainda com a colaboração da empresa espanhola TOLSA. CAROLINA SANTARINO - Esta conimbricense escreveu e encenou o espectáculo “À Espera de Marte” que está em cena de hoje a dia 29 no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa. Inspirado na obra “À Espera de Godot”, de Samuel Beckett, e dirigido a jovens e adultos, este espectáculo faz o público reflectir sobre a sustentabilidade do planeta e o desenvolvimento humano, de uma forma divertida e impactante. Em cena vão estar João de Carvalho, Teresa

Macedo, Miguel Linares e David Teixeira. Carolina Santarino licenciou-se em gestão na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, foi profissional na Accenture e na Siemens, e depois de um curso de representação e de actores dedicou-se ao teatro. JOANA FERREIRA - Um projecto de intervenção para o Castelo de Monsanto, realizado por Joana Ferreira, do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, foi distinguido pela Ordem dos Arquitectos no âmbito da 1.ª edição do “Prémio Colégio de Património Arquitectónico (CPA) - Um serviço prestado ao Património, à Arquitectura e ao País”. O estudo, intitulado “A Envolvente do Castelo de Monsanto: Uma proposta de Intervenção”, foi efectuado por Joana Ferreira no âmbito da dissertação de mestrado, orientada por Luís Miguel Correia. Segundo o júri do prémio, o trabalho de Joana Ferreira “propõe uma leitura do objecto de estudo que é simultaneamente arqueológica, cultural e social. Tem a correcta relação entre as várias pequenas intervenções e a compreensão dos percursos de território como descoberta e interpretação do local”. BRUNA LOUISE – A comediante brasileira estreia a sua digressão em Portugal e passa pela cidade de Coimbra no dia 4 de Junho, no Conservatório de Música. Conhecida pelas suas piadas audaciosas com forte dose de acidez, a comediante conquistou grande número de seguidores nas redes sociais: mais de três milhões de inscritos no Youtube e mais de quatro milhões no Instagram. Actualmente, Bruna Louise é um dos principais destaques da comédia stand-up no Brasil. Num mercado dominado pelos homens, a comediante foi construindo o seu próprio espaço. GUILHERME CARDOSO – O atleta da Secção de Natação da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense participou no Campeonato Nacional de Águas Abertas, organizado pela Federação Portuguesa de Natação, e sagrou-se vice-campeão nacional. O júnior teve um desempenho de elevada qualidade nas duas competições que se realizaram ao longo do fim-de-semana (21 e 22), nomeadamente nos 7,5 e 5 km. O Atleta da SCC alcançou três pódios, no primeiro dia atingiu a 3.ª posição na distância de 7,5km, no escalão de 16/17 anos, e no segundo dia sagrou-se vice-campeão nacional na distância de 5km tendo obtida a 3.ª posição na geral. SUSANA CARDOSO E RAQUEL COSTA - As autoras da obra “Noa” venceram o Prémio de Literatura para a Infância 2022 da Casa Bissaya Barreto. O objectivo deste prémio é contribuir para a valorização e promoção da literatura de qualidade destinada à infância e para a valorização da dimensão estética do livro. Susana Cardoso trabalha como tradutora de literatura infanto-juvenil, desde 2009 e é autora de vários livros de literatura infantil. Já a ilustradora e artista visual Raquel Costa participa em exposições a solo e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, e orienta oficinas de ilustração e sessões de desenho ao vivo. Conta com vários livros infanto-juvenis ilustrados e editados.

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26 DE MAIO DE 2022

ACTUALIDADE

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TEMPO DE ESPERA POR GÂMETAS JÁ VAI NOS TRÊS ANOS E MEIO

BANCO PÚBLICO DE FERTILIDADE DO SNS PRECISA DE DOADORES NÁDIA MOURA

Desinformação, pandemia e idade avançada dos doadores são as principais causas para o aumento do tempo da lista de espera no Banco Público do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A idade em que as mulheres têm o primeiro filho é cada vez mais tardia tornando a fertilidade um dos temas mais debatidos em Portugal sendo que 15% a 20% dos casais (cerca de 300 mil) em idade reprodutiva sofre de infertilidade no país. Actualmente, a média de tempo que as mulheres que pretendem engravidar têm de esperar por uma resposta do Banco Público do SNS ascende aos três anos e meio. As mulheres saudáveis, entre os 18 e os 33 anos e os homens entre os 18 e

os 40 anos podem tornar-se doadores, mas há ainda um desconhecimento sobre todo o processo de doação. Em Portugal existem três Centros de Colheita: o Centro Materno Infantil do Norte /Centro Procriação Medicamente Assistida, do Centro Hospitalar Universitário do Porto; o Centro de PMA/Oncofertilidade – Hospital Pediátrico, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; e a Unidade de Procriação Medicamente Assistida do CHULC – Maternidade Dr. Alfredo da Costa, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. O “Campeão” falou com a directora do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatologia do Centro Hospitalar e Universitário

BANCO PÚBLICO DE GÂMETAS HOMENS Quem pode doar: Ter entre 18 e 40 anos Não ter doenças de transmissão sexual Não ser portador de doenças hereditárias Realizar análises sanguíneas 6 meses após a última doação Processo: Passo 1 – Recolha de esperma para análise prévia, avaliação de fertilidade, análises sanguíneas e entrevista (Psicologia) Passo 2 - Doações (máximo 7 colheitas de esperma) Passo 3 – Análises sanguíneas (6 meses após a última recolha) Reembolso: Por cada dádiva recebe 43.88€ (calculado de acordo com 1/10 do valor do Indexante de Apoios Sociais em vigor) MULHERES Quem pode Doar: Para poder doar óvulos existe um conjunto de pré-requisitos que as candidatas deverão Ter entre 18 e 33 anos Não ter doenças de transmissão sexual Não ser portador de doenças hereditárias Processo: Passo 1 – Consulta de Ginecologia prévia, avaliação de fertilidade, análises sanguíneas e entrevistaa (Psicologia) Passo 2 – Estimulação Hormonal Passo 3 – Doação (colheita de óvulos) Reembolso: Após a dádiva recebe 877,62€ (calculado de acordo com o dobro do Valor do Indexante de Apoios Sociais em vigor)

de Coimbra (CHUC), Teresa Almeida Santos, que aponta a desinformação como o principal motivo para o aumento desta lista de espera. A PANDEMIA E A DESINFORMAÇÃO “Muitas pessoas desconhecem que a doação tem uma compensação financeira, que pode ser feita mais do que uma vez, que não afecta a sua fertilidade, que é tendencialmente indolor e que é um procedimento com vigilância médica pré, pós e durante a preparação da doação”, esclarece Teresa Almeida Santos, coordenadora do Centro de Colheita de Coimbra. Para a responsável, a espera para doação de gâmetas (espermatozoides ou óvulos) de terceiros, quer femininos quer masculinos, aumentou fundamentalmente quando a legislação permitiu a amplificação dos beneficiários, isto é, quando passaram a poder realizar técnicas de procriação medicamente assistidas com gâmetas de dador, para além dos casais com problema de infertilidade, também mulheres sem companheiro e casais de mulheres, “o que significa uma maior procura e, portanto, aumento da lista de espera”. “A lista de gâmetas tem vindo a crescer porque há maior procura de gâmetas do que oferta. Isto tem a ver com o envelhecimento das mulheres que, a partir de certa idade já não conseguem uma gravidez com os seus próprios óvulos - algumas de forma patológica e outras porque atingiram a idade normal em que se esgota essa possibilidade - e com a escassez de dadores. O que acontece é que, com o encerramento da actividade de Procriação Medicamente Assistida (PMA) e, sobretudo, com o encerramento da actividade de colheita de gâmetas, que não era prioritária durante algum tempo da pandemia, o período de espera agravou-se e, portanto, o número de beneficiários aumentou e

o de doadores diminuiu e isto leva a um crescendo de casais em número de espera”, conclui. Além disso, a falta de informação quanto ao tema é cada vez mais notória até mesmo pelas campanhas que se vão fazendo. “Nessa altura há um acréscimo evidente nas semanas, e até meses subsequentes, de candidatos a dadores e depois volta a cair no esquecimento e por isso é que é importante de vez em quando falar no assunto para que ele se mantenha presente no espírito dos jovens altruístas que querem e podem contribuir com os seus gâmetas para concretizar um projecto de parentalidade”, conclui. A pandemia veio também “inflaccionar” o tempo de lista de espera dado que impossibilitou as pessoas de se deslocarem com a mesma facilidade às unidades hospitalares além de que esta área acabava, consequentemente, por não ser uma prioridade para os clínicos. Teresa Almeida Santos acredita ainda que as pessoas desconhecem que também há as mesmas regras e compensações que no privado. “Falta dizer às pessoas que no SNS existem as mesmas regras que no privado, a mesma compensação, o mesmo tentar ir ao encontro dos horários das pessoas, além de que é no público que está a maior parte das pessoas em lista de espera”.

a primeira gravidez. Além disso, são poucos os que sabem que os doadores de gâmetas recebem duas vezes o valor do indexante dos apoios sociais no caso das mulheres e um décimo para cada doação no caso dos homens. “É preciso sensibilizar as pessoas para isto e dizer aos jovens que podem, com um gesto que não os prejudica, ajudar a concretizar o sonho de outra pessoa. A primeira motivação pode ser altruísta mas 80% dos candidatos a dadores também acham importante esta possibilidade de compensação financeira”. Os dadores não têm qualquer custo com o processo, têm esse ressarcimento económico, além duma avaliação da sua própria fertilidade e, por outro lado, ficam isentos de taxas moderadoras tal como os dadores de sangue.

IDADE AVANÇADA E COMPENSAÇÃO

PROCESSO DE DOAÇÃO

Nas últimas décadas, tem-se verificado um adiamento no nascimento do primeiro filho sendo que, actualmente, a idade média das mulheres ronda os 31 anos. A taxa de fertilidade global diminuiu de 3,2 nascimentos por mulher, em 1990, para 2,5, em 2019. O número médio de filhos passou de 1,03, em 2013, para 0,86, em 2019, sendo a estabilidade financeira e laboral, e as condições habitacionais os motivos que levam 45,1% das mulheres e 58,5% dos homens a atrasar

As mulheres podem fazer quatro doações espaçadas. Já os homens, para serem considerados dadores, têm de passar por um processo exigente que inclui uma consulta para ver se não há problemas que possam ser transmitidos, têm de fazer uma colheita inicial para avaliar a qualidade espermática e só se cumprirem determinados níveis é que são considerados dadores. Depois de fazerem sete dádivas terão de realizar novamente análises para assegurar que, entretanto,

Teresa Almeida Santos coordena o Centro de Colheita de Gâmetas de Coimbra

In Campeão das Províncias de 26/05/2022

não contraíram nenhuma doença infecciosa. Na mulher o processo não é mais simples e é até mais evasivo, mas é um processo que começa e termina em quinze dias. Os dadores fazem gratuitamente uma avaliação ginecológica, análises de sangue, cariótipo e exames de genética. Os procedimentos iniciais são os mesmos (a consulta, a avaliação...) e, uma vez que a mulher seja considerada apta a doar, tem de fazer uma estimulação ovárica – o que implica a injecção de fármacos durante cerca de 14 dias - e depois tem de ser submetida a uma técnica sob sedação para recolher os óvulos. Na mulher o processo é mais rápido porque os “óvulos que recolhemos naquele dia sabemos logo que não tem nenhuma infecção enquanto o homem vai fazendo colheitas ao longo de vários meses que vão sendo congeladas e temos de, no final das colheitas, assegurar que foram feitas numa fase em que não há transmissão de qualquer doença”, explica Teresa Almeida Santos. Há vários exames a realizar, entre eles: a avaliação ginecológica para avaliar o funcionamento dos órgãos reprodutivos, uma consulta de psicologia para conhecer as motivações e conhecer os antecedentes familiares, análises de serologia para descartar infecções sexualmente transmissíveis, o cariótipo que mostra o mapa dos cromossomas e, ainda, análises de genética.


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26 DE MAIO DE 2022

ENTREVISTA

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ESPECIALISTA FORENSE ENALTECE PAPEL DESTA ÁREA NAS DECISÕES JUDICIAIS

DUARTE NUNO VIEIRA: “EM MEDICINA LEGAL O TEMPO QUE PASSA É VERDADE QUE FOGE” Aos 36 anos, assumiu a liderança do Instituto de Medicina Legal de Coimbra passando, após quatro anos, a ser parte integrante e decisiva do arranque do Instituto Nacional de Medicina Legal, do qual foi director durante 13 anos. Duarte Nuno Vieira é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, da qual chegou a ser director e, actualmente, entre outros cargos, preside à Academia Nacional de Medicina de Portugal, a mais relevante e prestigiada associação científica e cultural médica portuguesa, além de ser presidente da Associação Portuguesa de Avaliação do Dano Corporal e vice-presidente da Confederação Europeia de Especialistas em Avaliação e Reparação do Dano Corporal. Galardoado por diversas vezes, nacional e internacionalmente, o especialista em Medicina Legal foi distinguido novamente este mês, desta feita em Espanha com o título de “Presidente de Honor de la Asociación de Expertos en Valoración del Daño Corporal de Coruña”. Na última entrevista ao “Campeão”, Duarte Nuno Vieira referiu que “não há nada pior do que passar distraidamente pela vida”. Quem o conhece sabe que não corre esse risco. LINO VINHAL / NÁDIA MOURA

Campeão das Províncias [CP]: Todas as distinções que tem recebido sente-as como manifestações de apreço pelo trabalho que tem feito? Duarte Nuno Vieira [DNV]: Recebermos o reconhecimento dos nossos pares é sempre agradável. Tenho tido essa felicidade. Tenho, no entanto, de reconhecer que ninguém faz nada sozinho e muito daquilo que tenho realizado só tem sido possível graças ao apoio de colaboradores, amigos e família. O mérito ou demérito de uma pessoa ou instituição nunca é fruto de um elemento só. [CP]: A Medicina Forense é uma área com pouca visibilidade? [DNV]: Era uma área vista quase como um “parente de segunda” da Medicina. Isso mudou, sobretudo, nos últimos anos muito em parte pelas séries CSI porque mostraram que a actividade forense é fundamental para a aplicação da Justiça – costumo dizer que podemos ter excelentes leis mas nunca teremos uma Justiça ao seu nível mais elevado se não assentar em pressupostos científicos. O perito médico-legal funciona um pouco como os “óculos do juiz”, permitindo-lhe ter

uma percepção mais correta de uma determinada situação, uma percepção o mais próxima possível da realidade. Todas as áreas do Direito precisam da Medicina Legal. Sem uma autópsia, como saber se a situação que, aparentemente, era um acidente de viação, não foi, afinal, uma morte natural, sendo que a pessoa se despistou porque morreu e não morreu porque se despistou? O perito ajuda o decisor a perceber melhor qual a realidade. As outras áreas da Medicina eram vistas como mais relevantes, por lidarem com a Saúde e a vida das pessoas. Mas Medicina Legal, embora indirectamente, também se relaciona com estes aspectos. Porque lida com a honra, com a liberdade, com o bom

ralista deve ter. Quem sai da faculdade não sai especialista em área nenhuma mas tem de sair com uma preparação básica que lhe permita iniciar uma actuação como médico indiferenciado e lhe proporcione os fundamentos para uma posterior especialização numa determinada área médica. A Medicina Legal é fundamental para todos os profissionais de saúde, que têm de estar preparados, independentemente da área de especialização pela qual optem, para saberem concretizar diagnósticos médico-legais com os quais qualquer clínico se pode confrontar: situações de maus tratos ou de violência doméstica, cuidados a ter num serviço de urgência para não se destruírem os vestígios que uma vítima de agressão pode ter em si, como identificar os diversos tipos de lesões e a sua etiologia, como

[CP]: Damos essa importância hoje em dia a esta especialidade da Medicina? [DNV]: A Medicina cresceu muito e hoje a formação pré-graduada tem dificuldade em dar resposta a todo o leque de conhecimentos que o médico gene-

A Academia Americana de Ciências Forenses distinguiu Duarte Nuno Vieira, em 2020, com dois galardões - o Clyde Snow Award e o Milton Helpern Award um dos problemas que surge sempre com a guerra. A perícia médico-legal é apenas uma parte da fotografia que o decisor judicial vai ter de conjugar com todas as outras partes para depois ter a imagem completa. Pela autópsia

Fui director da FMUC durante quatro anos mas foi um pouco frustrante.

verificar um óbito, etc. O que se ensina hoje na Medicina Legal é diferente do que se ensinava no passado. Hoje procuramos ensinar os aspectos que interessam a qualquer médico, independentemente da área médica pela qual optem. No curso de Direito a cadeira de Medicina Legal é hoje, lamentavelmente, uma unidade curricular opcional na maior parte dos cursos, mas nos cursos de Medicina continua a ser obrigatória em todas as escolas e assim deverá continuar a ser.

O perito médico-legal funciona um pouco como os óculos do juiz.

nome das pessoas. E quando isto é afectado pode pôr-se em causa a saúde psíquica da pessoa e, desde logo, a sua vivência social.

habitual mentalidade portuguesa: investir no futuro com base nos pressupostos e na realidade do momento, sem perspectivar o que poderá vir.

[CP]: A Medicina Forense vai ganhar nova relevância com a guerra da Ucrânia? [DNV]: Já ganhou. Desde a segunda Guerra Mundial temos assistido a múltiplos conflitos onde a intervenção da Medicina Legal tem sido fundamental para a ponderação de alegações de crimes de guerra e no acompanhamento pericial de vítimas vivas, como, por exemplo, no caso da agressões sexuais que são

ou por um exame de clínica forense, vê-se muita coisa. Os corpos falam, preservam em si histórias e podem preservá-la durante séculos. Há coisas que perduram no tempo mas, ainda assim, sabemos, e é um princípio médico-legal básico, que em Medicina Legal o tempo que passa é verdade que foge. Quanto mais tempo passa desde o evento com o qual queremos relacionar aquela morte ou aquela situacção, mais coisas se podem ter perdido. Países que não tenham um bom sistema médico-legal terão sempre uma Justiça com muitas insuficiências. É um trabalho muito gratificante do ponto de vista pessoal e tem-me levado a sítios onde, de outra forma, nunca teria estado. Estive até hoje em 123 países e participei em mais de 50 missões internacionais que me proporcionaram experiências e vivências, profissionais e pessoais, absolutamente incríveis e enriquecedores. [CP]: Gostou de ser director da Faculdade de Medicina da UC? [DNV]: Fui-o durante quatro anos, ou seja, dois

mandatos, mas foi um pouco frustrante. A capacidade de decisão de um director está muito limitada, as políticas da Universidade, sobretudo no tempo em que fui director, altura em que o Reitor de então tinha uma perspectiva muito centralizadora do poder de decisão. Portanto, quando lá estive não foi uma função estimulante porque não tinha praticamente espaço de manobra, sendo possível fazer muito pouco daquilo que verdadeiramente, no meu entender, deveria incumbir a um diretor. [CP]: E essa situação reflecte-se no ensino da Medicina? [DNV]: O ensino de medicina não está perfeito até porque há muita coisa que já devia estar feita em Coimbra e não está. A FMUC mudou para o pólo III sem que este estivesse concluído, isto é, mudou para uma situação pior do que aquela que tinha. Hoje a maior parte dos elementos da faculdade não têm sequer um gabinete de trabalho. Mudámos e os compromissos existentes por parte da Reitoria e do Poder Central não se concretizaram. As novas instalações não são melhores que as antigas, embora tenham a vantagem de estarem mais próximas do hospital. Nem foram perspetivadas para a realidade que já temos. A nova faculdade de Medicina foi projectada quando esta tinha numerus clausus de 100 alunos por ano. A FMUC tem agora 350 alunos por ano. Foi vítima da

Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro. In Campeão das Províncias de 26/05/2022

[CP]: A covid veio para ficar? [DNV]: Não se vislumbra fim para isso. A evidência científica diz-nos que a vacina tem dado muita protecção e penso que ela se transformará numa vacina anual, como a da gripe. Receio é que possa aparecer uma variante mais agressiva. A natureza é assim. Vão aparecer outras pandemias, e essa é uma realidade que temos como certa. Felizmente a medicina tem uma capacidade de resposta que antes não tinha. [CP]: Como está o nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS)? [DNV]: O SNS tem muitos problemas e um dos que tem é a escassez de recursos humanos. O problema não é formar mais médicos porque o país exporta médicos para o estrangeiro. Estamos a formar mais médicos que as nossas necessidades. O problema é encontrar condições favoráveis no SNS para atrair os médicos, sendo que o sector privado paga melhor e oferece melhores condições de trabalho. E depois um médico vai para uma localidade do Interior, trabalha muitas vezes sem rede e se houver algum problema é ele que é responsabilizado. Enquanto não se revisitarem adequadamente as carreiras médicas, enquanto não se criarem condições físicas, materiais e económicas de atractividade para os médicos ficarem nos serviços públicos, não vamos lá. Claro que o país tem de ser razoável porque o dinheiro também não dá para tudo e eu compreendo as dificuldades que um ministro da saúde possa ter para decidir quais são as prioridades. Em Coimbra, em particular, a qualidade da Saúde é elevada e só isso explica que, numa cidade onde a população diminuiu tanto, continuem a existir tantas unidades de saúde. É, sem dúvida, um dos sectores âncora da cidade. PATROCÍNIO:


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ACTUALIDADE

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VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO DE ARTE DE MAMEDE ALBUQUERQUE A Exposição de Arte de Mamede de Albuquerque continua patente na Ordem dos Médicos até ao final do mês de Junho. Para além das diversas peças escultóricas expostas, o autor apresenta uma mostra de pinturas que preenchem e enriquecem as paredes das salas de exposição dando particular ênfase às peças escultóricas e criando um ambiente acolhedor. Relativamente à pintura Mamede de Albuquerque adoptou uma posição muito prática. Nunca quis ser apenas o professor ou o crítico, escrutinando os trabalhos dos alunos e abstendo-se de apresentar os seus. Pelo contrário, continuou sempre a pintar e a expor as suas obras. Mamede de Albuquerque nunca teve qualquer dificuldade em desenhar a figura humana e expressar a realidade de forma clássica, mas o figurativo não tem sido a sua opção estética [1]. Com o decorrer

do tempo os seus trabalhos foram-se tornando mais abstractos e a criação artística cada vez mais inspirada na procura do cromatismo. A agudeza na combinação das cores, a sua abertura, a sua intensidade, a sua força estão particularmente presentes nas suas telas. Detenhamo-nos, por exemplo, nas pinturas da série Coccus. Nelas se destacam formas que se assemelham a micro-organismos ovalares nucleados interceptadas por elementos rectangulares. Mamede de

Albuquerque refere, a este propósito, que pretende «transmitir um equilíbrio dinâmico complexo em cromatismos de grande tensão onde preponderam as cores fortes» [2]. E acrescenta ainda que se trata de «um conjunto de obras que assenta numa paleta cromática ampla na qual se estabelecem ritmos inesperados que interceptam largos horizontes cromáticos dimensionados na O autor junto a uma das suas obras mais recentes. As manchas cromáticonstrução de especia- cas organizam-se como um puzzle em equilíbrio dinâmico onde verdes, lidade complexa onde azuis, castanhos e amarelos sobressaem em cromatismos desafiantes na tela pintada. uma realidade, quase biológica, se transfi- rica. As combinações e frio inundam a tela todas as obras a misgura em ficção pictó- cromáticas de quente de ritmo, de tensão e tura de cores conferede uma alegria quase -lhes uma veemência infantil» [2]. que guia o olhar do O cromatismo das espectador fazendo-o pinturas de Mamede percorrer as linhas de de Albuquerque é um um intrincado percurdos elementos domi- so para se concentrar nantes da sua forma de depois no todo, apelaexpressão na tela. Em tivo e forte.

BIBLIOGRAFIA [1] Aristides Meneses e António Dulcídio, Próspero (Lisboa, INSAT Lda., 2012), pg. 86. [2] José Neto, Elisabete Lucas e Aristides Meneses, Questionarte (Lisboa, INSAT Lda., 2010), pg. 18-19.

Nas telas da série COCCUS preponderam formas similares a micro-organismos ovalares nucleados interceptadas por elementos rectangulares coloridos.

In Campeão das Províncias de 26/05/2022

Não deixe de visitar a exposição de Mamede Albuquerque que continuará patente ao público na Ordem dos Médicos - Avenida D. Afonso Henriques, nº 39, Coimbra, até ao dia 30 de Junho, de terça-feira a sábado das 9h00 às 18h00.


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GASTRONOMIA/PRODUTOS ENDÓGENOS

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Viagem aos sabore P

Enguias e lampreia

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s enguias e lampreias são produtos gastronómicos que fazem parte da ementa portuguesa. Bastante apreciadas na região Centro, estas iguarias são verdadeiros petiscos para reunir amigos em volta de uma mesa de forma a degustarem e apreciarem o produto. Fortes no seu sabor, as enguias e lampreias são peixes com aspecto de serpente, cilindros e algo viscoso. As enguias, que pertencem à ordem dos peixes anguiliformes, e as lampreias, de peixes ciclóstomos, têm pratos que são muito requisitados. No caso da primeira, a caldeirada de enguias é o principal pedido feito em qualquer restaurante ou estabelecimento pelos seus apreciadores. Enguias fritas, ensopado de enguias ou mesmo enguia grelhada são outros pratos possíveis de provar. Já a lampreia baseia-se mais no arroz de lampreia. Na região Centro esta iguaria é feita com o genuíno arroz carolino do Baixo Mondego. Pescada nas águas do rio Mondego, a lampreia é o ingrediente principal em muitos concelhos da região que realizam festivais dedicados a ela. Montemor-o-Velho, Penacova e Figueira da Foz são alguns desses exemplos. No entanto, também muitos restaurantes confeccionam estes pratos, como é o caso de O Pescador, em Moinho de Almoxarife, em Soure, que basta apenas fazer marcações na véspera.

» Enguias » Lampreia » Outros Petiscos

Pouse os seus olhos sobre o Mondego e sente-se à nossa mesa — MARCAÇÕES NA VÉSPERA — Moinho de Almoxarife - 3130-122 Samuel - Soure - Tlms. 963 098 385 / 964 047 055 | Tel. 239 676 490

ela região de Coimbra muito se pode ver e aproveitar. É uma das zonas do país que reúne inúmeras atracções fazendo dela uma região rica e histórica. Desde o seu clima ameno, às paisagens verdes e as margens do Mondego, às suas ruas de calçada e monumentos antigos, até à conceituada Universidade de Coimbra, a mais antiga de Portugal, tudo atrai e contribui para que a região seja uma das mais visitadas no país. Mas a juntar a tudo isto, há ainda um factor que a torna numa referência e numa componente que impulsiona a dinâmica local – falamos dos produtos e gastronomia regional. Estes elementos que tão bem o povo português, e não só, sabe aproveitar é vista não apenas como uma arte culinária, mas sim como uma área de conhecimento. Na região Centro a gastronomia é variada, rica, cheia de essência e tradição, mas a inovação no prato é ainda muito receptiva. Mais do que a perspectiva de alimento, os produtos alimentares são considerados património, comensalidade, tradição, cultura e, acima de tudo, falamos de pessoas que contam estórias e criam memórias que enriquecem a experiência gastronómica. As comunidades assumem uma

Chanfana de Poiares

Morangos de Arazede

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ara comer uma boa chanfana não é preciso ir muito longe. Na região Centro, Vila Nova de Poiares não é ao acaso que é considerada Capital Universal da Chanfana. Aqui, de facto, se faz muito boa chanfana. A sua confecção não traz grande mistério, no entanto é preciso saber fazer. É necessário possuir os utensílios apropriados, os ingredientes certos e finalmente o “toque”, que se adquire com muita experiência. Cozinhada em caçoilas de barro preto, confeccionada com carne de cabra velha, vinho tinto forte (de boa qualidade) e em forno da “poia”, a Chanfana de Vila Nova de Poiares inclui o louro da árvore que a natureza plantou e o azeite do lagar. Depois de colocado no forno de lenha bem quente, demora cerca de duas a três horas até apurar muito bem. Nesta zona, o habitual acompanhamento é feito com batatas e grelos de nabo cozidos. A Chanfana é um prato de consumo privilegiado em dias festivos, estando na ementa de qualquer convívio familiar ou religioso.

O verdadeiro sabor da Chanfana

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m Moita Vaqueira, freguesia de Arazede, no norte do concelho de Montemor-o-Velho, há uma empresa - a Valmarques – que se dedica à produção de morangos, concretamente das variedades Coral e Albion. Desde 2005, o morango é a ‘coroa de glória’ deste empresa, que abastece todo o país e tem como principal mercado a exportação para a Europa. São cerca de 50 hectares que a Valmarques tem inteiramente dedicados a este produto. Tanto na localidade de Faíscas como em Moita Vaqueiro, concentra-se a maior exploração nacional deste fruto. No auge da sua produção que, por norma, acontece a partir de meados de Abril até finais de Outubro (embora em Dezembro já haja morangos), não há mãos a medir e é preciso reforçar a equipa para não deixar nada para trás. Por dia a empresa pode apanhar mais de 20 toneladas de morango. O fundador da Valmarques, José Marques, iniciou a produção do morango em Arazede em área coberta, tendo avançado dois ou três anos depois para a produção ao ar livre.

FRUTAS E LEGUMES

ESPECIALIDADES Chanfana de Vila Nova de Poiares Bucho recheado Negalhos Encerrado ao domingo Encerrado para férias de 23 a 31 de Maio

EN 17 | Km 25 | Vila Nova de Poiares Telf. 239 421 328

Tel. 939 949 032/3 | 239 609 458 | geral@valmarques.pt Moita Vaqueira | 3140-324 Arazede | Montemor-o-Velho

Arroz Carolino do Baixo Mondego

Leitão dos Covões

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proverbial excelência do leitão assado de Covões iniciou com os antigos assadores da aldeia a abrir os primeiros restaurantes da especialidade junto às estradas de maior circulação da Bairrada. Foi a partir desta convicção profundamente enraizada na comunidade que a Filarmónica de Covões, associação cultural centenária, decidiu organizar o Festival do Leitão do Concelho de Cantanhede, que decorre anualmente em Covões, em datas móveis, e cuja edição inaugural assumiu desde logo contornos de grande feira de gastronomia temática. O evento conta sempre com assadores locais experientes que seguem de forma rigorosa as exigências impostas, quanto à raça e peso dos bácoros de tenra idade, a composição do molho e tempo de assadura. Com muitas atracções e sobretudo amantes do leitão, o rei do certame é servido como manda a tradição, com batata cozida com pele, laranja e outros complementos e vai à mesa acompanhado com vinho de Cantanhede ou com o seu magnífico espumante tinto. No entanto, é possível ainda apreciar outros saborosíssimos pratos associados ao leitão dos Covões, como a cabidela de leitão, confeccionada de forma única, ou a entrada de bola de leitão, a anteceder a canja de galinha ou o caldo verde gandarês.

COVÕES Rua da Bica, 450 3060-284 Covões

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arroz é um dos produtos que faz a região Centro ser rica na sua gastronomia. Ele é uma cultura com larga história na região do Baixo Mondego e prova disso são as várias romarias que se fazem na região em torno deste cereal, que é consumido por, praticamente, todo o mundo. Foi a partir da década de 60, do século XX, que se tornou a principal cultura do Vale do Mondego, estando neste momento representada em cerca de 6.000 hectares. Para que este alimento continue a ser bem produzido e um importante elemento na cultura da região Centro, a Cooperativa Agrícola do Concelho de Montemor-o-Velho desempenha um importante papel, desde o fornecimento dos factores de produção (fertilizantes, sementes, pesticidas e outros factores indispensáveis), assistência técnica desde a preparação do solo até à colheita, secagem e armazenamento do grão, e transformação, embalamento e comercialização da produção entregue pelos seus associados. A Cooperativa, anualmente, comercializa 4.000 toneladas de arroz dos seus associados, sendo que as gamas que dispõe são; Diamante Azul CarolinoL; PR - Arroz – Carolino; Gatões - Diamante Verde – Carolino; Gatões Carolino. Gatões - Diamante Verde - Carolino Diamante Azul Carolino PR - Arroz - Carolino Gatões Carolino

COOPERATIVA AGRÍCOLA DO CONCELHO DE MONTEMOR-O-VELHO, CRL.

CAMARNEIRA Rua 9 de Julho, 8 3060-820 Camarneira

Largo da Feira, 3144-001 Montemor-o-Velho - Telef.: 239 687 560/8 - 239 687 590/8

Tlf. 231 469 397 | ufcc@sapo.pt

.. Um exemplo a seguir. Site: www.cooperativamontemor.pt - E-mail: geral@cooperativamontemor.pt

Enchidos de Sicó

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Chícharo de Alvaiázere

m Terras de Sicó da matança do porco não se desperdiça nada. Já dizia os mais antigos da zona que tudo é aproveitado e essa é já uma tradição velha que perdura até aos dias de hoje. As carnes, que outrora iam para a salgadeira, dão lugar hoje a uma diversidade de nova gastronomia que pode ser encontrada à mesa, para acompanhar com um pedaço de pão fresco e um bom vinho de Terras de Sicó. Temperadas as carnes e atada a tripa, há um acto solene que pede fumeiro quando o Inverno envelhece. Penduram-se estes prazeres à fogueira dos dias, tempo com tempo, logo depois da carne de alguidar. Presunto, salpicão, chouriça, morcela, entre outras, há um vasto menu para criar. A empresa do sector de indústria de carnes Sicóbom, em Alvaiázere, tem ao seu dispor uma grande variedade de enchidos. Para além dos já mencionados, a morcela de carne, morcela doce, morcela de arroz, o chouriço mouro, chouriço picante, o paiola, o paio e a farinheira típica, ou até mesmo a farinheira sem glúten, entram no menu de distribuição desta empresa, que opera a nível nacional.

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lvaiázere é a Capital do Chícharo e aqui se fazem grandes eventos gastronómicos em redor deste alimento. É o caso, por exemplo, da Feira Agrícola, Florestal, Industrial, Pecuária e de Artesanato (FAFIPA) de Alvaiázere que decorre de 9 a 13 de Junho, sendo já a sua 40.ª edição. O chícharo é uma leguminosa semelhante, em aspecto, ao tremoço, de cultivo fácil, muito nutritivo e que pode ser cozinhado da mesma forma que o feijão, acompanha pratos tão diferentes como peixe, enchidos, bacalhau, entrecosto, cabrito, sopa, migas e tartes, pode ainda ser feito de diferentes formas, como puré. A leguminosa deve ser, antes de consumida, demolhada. O chícharo é um produto quase desconhecido em Portugal, mas pela região Centro conta já com uma longa tradição. A cultura do chícharo é normalmente feita de forma intercalar entre oliveiras, figueiras e outras árvores de produção, aparecendo também associada ao cultivo do grão-de-bico.

Carnes da Nossa Aldeia de Criação Própria SEDE: Aventeira - 3250-312 Pelmá - Alvaiázere TALHO 1: Centro Comercial Freixianda, loja 8 - Telf. 249 550 419 - Tlm. 912 306 156 TALHO 2: Rua Principal - Eguins - Albergaria dos Doze - Telf. 236 932 138 - Tlm. 912 306 052 talhostzg@gamil.com | tzg@live.com.pt

In Campeão das Províncias de 26/05/2022


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GASTRONOMIA/PRODUTOS ENDÓGENOS

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es da região Centro centralidade incontornável, preservando o que é único e autêntico num território vasto e com uma geografia que favorece a diversidade ímpar de produtos endógenos que, aliados às estórias que passam de geração em geração, fazem da região de Coimbra uma região com um milhão de histórias para partilhar com quem se adentra nos seus sabores. Desde os típicos pratos com chanfana ao leitão assado estaladiço à moda da Bairrada, do arroz de lampreia às enguias, passando pela doçaria, que tem raízes profundas, em grande parte por influência dos vários conventos e mosteiros que existiram na cidade, tais como os famosos crúzios e o pudim das clarissas, as arrufadas e os pastéis de Santa Clara ou mesmo as queijadas de Tentúgal, a gastronomia desta zona é inconfundível e tem consigo uma representatividade muito fiel aos seus ancestrais. Em 2021, a Região de Coimbra foi a Região Europeia de Gastronomia com o mote “A Million Food Stories”. Esta foi uma jornada em que se viajou através da gastronomia da Região de Coimbra e que se ficou a conhecer mais sobre o que de melhor esta área geografia tem para oferecer a quem por aqui passa.

Nevadas e Pastéis de Lorvão

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enacova possui um riquíssimo património gastronómico, entre as iguarias de prato principal, como a lampreia, chanfana ou mesmo o arroz de míscaros, destaca-se a doçaria conventual de Lorvão. As nevadas e os pastéis de Lorvão fazem parte de qualquer menu de doçaria. Como indicia o próprio nome, a Nevada é de imediato reconhecida pela sua fina camada branca exterior, que transmite a sugestão visual de “neve” e que contrasta com a suavidade de um pão-de-ló enriquecido com doce de ovos. As Nevadas seriam originalmente produzidas pelas freiras do Mosteiro do Lorvão, onde eram denominadas de “Palermos Cobertos”. Após a extinção das ordens religiosas, a receita foi adoptada pelas gentes locais, tendo recebido o nome de “Nevadas de Penacova”. Os pastéis de Lorvão fazem também parte da tradição gastronómica. Conhecido pelo seu delicioso sabor a amêndoa e por uma textura densa e húmida no seu interior, o Pastel de Lorvão torna-se inesquecível desde a primeira prova. Estes pastéis eram originalmente produzidos pelas freiras do Mosteiro de Santa Maria do Lorvão, cujos afamados doces conquistaram personalidades como o General Wellington, quando ali esteve hospedado por ocasião da Guerra Peninsular. Actualmente estes doces são disponibilizados em pastelarias e outros estabelecimentos da região.

Vinho Pedra Só - Cordinhã

Amores da Curia

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s Amores da Curia são um doce que pelo próprio nome já diz tudo. Criados pela mão de uma alemã de nome Emília Wissman, que veio para Portugal muito jovem, originalmente surgiram em forma quadrada, mas actualmente são apresentados em formato de coração. Emilia Wissmann encontrou no pastel de massa folhada finíssima recheada de doce de ovos moles o produto sofisticado para responder aos clientes que pernoitavam, nas primeiras décadas do século vinte, nos grandes hotéis da Bairrada (o Palace e o Grande Hotel da Curia ou o palácio do Bussaco), tal como para os visitantes do Parque e das Termas da Curia. Os pastéis faziam as delícias dos casais de namorados, que na época, durante os passeios românticos os consumiam ao lanche. Foi desta forma que se baptizaram os pastelinhos de Amores da Curia. Estes são assim pastéis feitos apenas com dois ingredientes: uma massa folhada muito fina recheada de ovos moles, no fim são polvilhados com açúcar pilé.

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freguesia da Cordinhã, no concelho de Cantanhede, tem várias razões para ser visitada. Entre a beleza da sua natureza e paisagens, é uma terra de produção de vinhos, conhecida como uma verdadeira “Capital do Tinto”, onde, segundo Paul Claudel, “há mais de mil anos de história numa garrafa de vinho”. Idálio Estanislau é um produtor de vinhos localizado na Rua da Tapadinha, em Ourentã, Cordinhã. Brevemente vai lançar um novo vinho – Pedra Só, Bairrada DOP. Este é um vinho elaborado a partir da casta Baga, reserva de 2019, de vinhas plantadas nos melhores solos argilo-calcários da região. Confere uma acidez em equilíbrio com taninos vigorosos, mas elegantes. O mistério que envolve os trabalhos nas vinhas, o cultivo da terra e a sabedoria secular dos vinhos, o seu povo peculiar, cuja hospitalidade e simpatia é reconhecida, fazem da Cordinhã um cantinho especial. Pedra Só, também nome comum do Sítio dos Penedos, situa-se no lugar de Ourentela, freguesia de Cordinhã, está inserida no famoso triângulo mágico: Cordinhã, Ourentã, Cantanhede, zona esta de aptidão máxima na viticultura da Bairrada. É uma boa região para a produção de vinhos derivado às suas colinas suaves, soalheiras e solos argilo-calcários com grande exposição solar a Sul. A base de encepamento são castas autóctones, tais como: Baga, Bical, Arinto, Cercial e Maria Gomes. Para além destas tem ainda a Touriga Nacional, Syrah e Tinta Roriz.

Belleria... o seu espaço na Curia! RUA DA TAPADINHA N.5 - OURENTÃ 3060-268 CORDINHÃ TELEM: 966 88345

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Zé Manel dos Ossos

Azeite de Sicó

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ela serra de Sicó muitos são os olivais que produzem aquele que é um dos melhores azeites da região e também um dos melhores do país. O seu processo é um caminho lento: a monda da oliveira, a apanha, a arte dos lagares salgando a azeitona, moendo-a, depois o aperto nas prensas e, por fim o azeite. Esta é a montagem mais tradicional e que ainda é possível ter na serra de Sicó, no entanto a aposta nas novas tecnologias começa a permitir outras soluções de produção. O azeite de Sicó é obtido do fruto Olea Europeia L., por processos unicamente mecânicos, de azeitonas das variedades Galega, provenientes de olivais localizados no maciço de Sicó, com um máximo acidez de 0,8% para o azeite virgem extra e 1,5% para o azeite virgem. São azeites ligeiramente espessos, muito frutados, com cor amarela ouro, por vezes ligeiramente esverdeada, com um sabor e qualidade organoléptica inigualável. Com características qualitativas intrinsecamente ligadas à região, este azeite acompanha vários pratos tradicionais da gastronomia que se pratica na sub-região, como o cabrito e o borrego de Sicó. “As lagaradas” com bacalhau e batatas assadas no lagar são também regadas a azeite na época da sua fabricação. Para além disto, este produto é ainda essencial para a conservação dos enchidos, em potes de barro.

GERÊNCIA: Sérgio Simões 912 107 876 | 963 121 478 LAGAR: S. João de Brito - Estrada de São Miguel 3240-588 3RXVDÀRUHV $QVLmR D]HLWHPDULDYLWRULD#VDSR SW

L

ocalizado no Beco do Forno, bem no centro da Baixinha de Coimbra, o Zé Manel dos Ossos é um restaurante tradicional que é admirado e reconhecido pelo invulgar. Num espaço bastante pequeno, que tem pouco mais de meia dúzia de mesas, os visitantes fazem filas para conseguirem provar os famosos “ossinhos”. No interior, o seu aspecto é peculiar, pelas paredes estão diversas mensagens escritas por clientes em pedaços de papel de mesa, que quem ali vai não passa sem ler um ou outro recado. Para além disso, há também outros objectos decorativos, como a cabeça de javali de óculos, chapéus ou louças. Mas é pela comida, sobretudo, que o restaurante Zé Manel dos Ossos é procurado. Os famosos ossos, o ex-libris da casa, dão as entradas a quem por aqui passa e são eles o elemento introdutório do restaurante. Os ossos são do cachaço, cozidos, com alguma carne agarrada, mas que é bastante tenra e saborosa. Embora o restaurante tenha outros pratos, como a feijoada de javali, o arroz de feijão com costeletinhas grelhadas na brasa ou mesmo o cozido aldrabado, a especialidade são os ossos.

Zé Manel dos Ossos

Óptimo serviço à lista

Restaurante

Nas traseiras do Hotel AstóriaBeco do Forno, n.º12 3000-192 Coimbra Telef.: 239 823 790

Sardinha assada na telha e batatas assadas na areia

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o ouvir o nome parece soar a algo estranho, sardinha assada na telha e batatas assadas na areia não é, de todo, o que costumamos ouvir, ou comer, pelo menos quem não está familiarizado com estes detalhes culinários. Mas pela Praia da Tocha, no concelho de Cantanhede, estas iguarias fazem parte do menu do dia-a-dia, destacando-se mais pela altura da boa sardinha e do calor. A sardinha assada na telha, acompanhada com batata assada na areia, é um dos pratos típicos associado aos pescadores da Arte Xávega, na Praia da Tocha. Era assim com estes produtos que os pescadores desta praia confeccionavam a sardinha que pescavam por arrasto. Esta era uma prática regular na Praia da Tocha há algumas décadas atrás, que agora se pretende preservar enquanto valor cultural, artístico e simbólico desta região e deste povo. A batata assada na areia tem um processo de confecção ainda demorado. Começa por se fazer uma ligeira cova e uma grande fogueira que deve arder durante algum tempo para aquecer a areia. Afastam-se as brasas, abre-se uma cova na areia quente onde se colocam as batatas. Tapam-se as batatas com a areia quente e colocam-se por cima as brasas. As batatas devem permanecer enterradas cerca de meia hora, que é o seu tempo de cozedura, no mínimo. Pode eventualmente ter que se voltar a afastar as brasas para virar as batatas, depois mais uma vez tapam-se com areia quente e brasas. Retiram-se as batatas da areia, limpa-se bem a areia e estão prontas a comer. Já a sardinha aparece depois no prato com um aspecto dourado, por causa do preparado que leva. É embebida em azeite e farinha de trigo e milho. É depois colocada em telhas e levada ao forno. Anualmente, num fim-de-semana de Agosto, é realizado o ‘Festival da Sardinha Assada na Telha e da Batata Assada na Areia’, uma iniciativa que pretende dar a conhecer as potencialidades gastronómicas da região da Gândara, promovendo em particular estas iguarias gastronómicas com os seus sabores de terra e mar. O festival vai já na sua quinta edição que é preparado pela Associação de Moradores e a Junta de Freguesia da Praia da Tocha que têm vindo a desenvolver o evento de forma a recuperar a tradição.

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REPORTAGEM

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ASSOCIAÇÃO PRETENDE CONTRIBUIR PARA A PROJECÇÃO SOCIAL DO HOSPITAL

LIGA DOS PEQUENINOS TRANSFORMA O PEDIÁTRICO NUMA CASA MÁGICA

A Liga dos Pequeninos do Hospital Pediátrico de Coimbra vai celebrar 10 anos no próximo dia 1 de Junho (Dia Mundial da Criança). Criada em 2012, aquando da transferência do antigo Pediátrico para o novo, tem por missão aproximar esta unidade hospitalar da comunidade, promovendo acções internas e externas com fins humanitários de intervenção social, cultural e cívica, sempre em benefício do bem-estar das crianças e jovens e do bom nome do Hospital. ANA LUÍSA PEREIRA

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uando, em 2012, se procedeu à transferência do antigo Hospital Pediátrico para as novas instalações surgiram várias necessidades. Uma das questões levantadas, na altura, foi a falta de um apartamento onde as mães, que estão a acompanhar crianças internadas, pudessem ficar. Passar de uma casa que era muito familiar e onde todos se consideravam uma família, para uma grande, onde se perdiam, não foi fácil. Existia o sonho da concretização de um hospital com todos os recursos que tinham desejado, mas faltava o aconchego e a parte humana de se sentirem mais juntos. O pedido para formar a Liga veio por parte de alguns profissionais, médicos e enfermeiros, que entendiam que, entre todos, era possível desenvolver um projecto que beneficiasse as crianças internadas e a comunidade. Um dos casais envolvidos na sua criação foi Isabel Maia e o marido. Isabel é fundadora da Liga e, actualmen-

te, presidente da Direcção. “A intenção era colmatar alguns problemas que já se tinham notado no Hospital antigo. Queríamos, acima de tudo, fazer a ponte com a comunidade de forma a extravasar os cuidados de saúde porque, na altura, a prevenção era uma miragem. O objectivo era que o Hospital desse de si à comunidade e que nós pudéssemos estar ao lado dos utentes, das famílias e dos profissionais”, explica. BRINCAR NO HOSPITAL A falta de componente humana é apontada por Isabel Maia como uma das falhas existentes naquela altura. Os profissionais não tinham onde deixar os filhos e, em 2012, existiam poucas alternativas em Coimbra. As duas primeiras acções realizadas pela Liga foram indirectas para os utentes e famílias e directas para os profissionais. Uma delas pretendia resolver este problema, que dizia respeito aos profissionais e que, indirectamente, era importante para que as necessidades dos utentes

HOSPITAL PEDIÁTRICO ASSINALA DIA DA CRIANÇA COM VÁRIAS ACTIVIDADES

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Dia da Criança vai ser assinalado pelo Hospital Pediátrico de Coimbra – que celebra nesse dia o seu aniversário - e, como não podia deixar de ser, pela Liga dos Pequeninos, nos dias 1, 2 e 3 de Junho. Durante esses dias decorre uma mostra de cuidados, organizada pelo Hospital, na qual a Liga vai colaborar. Nesta exposição vão existir bancas dos vários serviços com informação à qual a comunidade pode aceder. A par disso, realizam-se algumas palestras e exposições no anfiteatro. “Vamos ter a participação de um grupo de voluntários do grupo a 501st Portuguese Outpost (Star Wars), que já são nossos parceiros há alguns anos e também uma demonstração do grupo de crianças ‘Saberes de Luz’”, enumera a presidente da Liga. Ao longo dos três dias vão ser distribuídos postais pelas salas de espera e um kit de jogos feitos manualmente pelos colaboradores que serão entregues pelo internamento.

Acção de literacia para a segurança “Quem é para mim o polícia?”, realizada em conjunto com a PSP pudessem ser colmatadas. “Percebemos também que existia um problema no edifício que nos era favorável para resolver esta questão. A ludoteca, que era muito grande e com o espaço muito bem equipado, estava no lado oposto do internamento. Não queríamos fazer daquilo um ATL”, explica, acrescentando que decidiram então criar um projecto chamado “Brincar no Hospital”. Este é uma iniciativa que ainda hoje existe e que durante a pandemia de covid-19 apoiou muitos profissionais. É uma acção de cariz lúdico, de literacia também, com workshops, onde existe a participação de voluntários e de pessoas da comunidade. “Temos professores, músicos, fotógrafos e operadores de câmara que vão animar o dia das crianças. Muitas delas pedem aos pais para não ir de férias para casa dos avós, porque preferem vir para aqui”. Além dos filhos dos profissionais, este projecto acolhe também os irmãos das crianças internadas. De entre os muitos projectos de sucesso, destaca-se a criação de um centro de estimulação sensorial, em 2016, para crianças em ambiente

hospitalar, com recurso a prémios monetários. A Coimbra Inclusiva - Sala Snoezelen pretende disponibilizar no Hospitalar Pediátrico de Coimbra “um misto de contributos terapêuticos não invasivos, que melhorem os comportamentos típicos de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, promovendo a sua inclusão social”. Isabel Maia esclarece que este foi “o primeiro centro de estimulação sensorial ‘snoezelen’ do país, em ambiente hospitalar pediátrico do país, além de ter sido também a primeira instituição nacional a utilizar auscultadores de transdução óssea para melhoria da fala, comunicação e estimulação cerebral”. A presidente da Direcção sublinha ainda que este projecto tem dado bastantes resultados, “sobretudo para as crianças com hiperactividade e falta de concentração”.

bem nutrido”. “Nós estamos com cerca de 150 consultas externas por dia no Pediátrico. Cada vez mais observamos pais e filhos cada um com o seu telemóvel, com o seu jogo, sem comunicação e sem aproveitar aquele tempo nas salas de espera”, frisa a responsável. O projecto inclui a produção de um kit que consiste num saco de tecido especial que vai conter uma revista, substituída anualmente, com vários jogos, ainda uma caixa com 12 lápis de cor e dois bonecos em formato de alimentos. A par disso,

será também disponibilizado um QRCode sempre actualizado, com vários jogos, que permitem a duas pessoas jogar ao mesmo tempo para que haja uma comunicação com os pais. Há 10 anos a fazer parte deste projecto, a fundadora enaltece que a Liga surgiu “como uma pequena bola que se foi transformando e que neste momento se torna, pelo que vemos e pela interacção que temos, como uma peça já muito enquadrada no Hospital Pediátrico”. Acrescenta ainda que “foi uma década de implementação e afirmação, em crescendo, conseguindo ligar a sociedade ao Hospital Pediátrico, servir os utentes desde o nascimento até aos 18 anos e as suas famílias, dignificar o bom nome do Hospital e cooperar com os profissionais de excelência desta instituição”. Quanto ao futuro, “será o que a sociedade civil e as instituições responsáveis pela saúde e acção social ajudarem a concretizar, uma vez que sonhos traçados em novos projectos não param de nascer”. Isabel Maia realça que a Liga “conta com o apoio de todos, desde o planeamento à concretização de actividades, a efectivação de parcerias individuais ou institucionais”.

“UMA DÉCADA DE IMPLEMENTAÇÃO E AFIRMAÇÃO” Recentemente, a Liga venceu mais um projecto Auchan, que vai começar este mês, com o nome “Prato colorido, corpo

Isabel Maia refere que a Liga quer “continuar a servir com dignidade, humildade e excelência”

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ACTUALIDADE

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HANNOVER MESSE 2022 DECORRE NA ALEMANHA

UNIVERSIDADE DE COIMBRA MARCA PRESENÇA NA MAIOR FEIRA DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL DO MUNDO A

maior feira de tecnologia industrial do mundo – a Hannover Messe vai decorrer de 30 de Maio a 2 de Junho, na cidade de Hannover, na Alemanha, e a Universidade de Coimbra (UC) vai marcar a sua presença. Durante o evento, a UC estará presente com um stand próprio, localizado no Pavilhão Portugal Engineered Parts & Solutions (Hall 3, Stand D08, 19), onde serão expostas diversas tecnologias desenvolvidas por investigadores da Universidade. No dia 30 de Maio, no Pavilhão de Portugal (Hall 2), às 14h00 (fuso horário de Hannover), Nuno Mendonça, coordenador do UC Business, irá apresentar um

O vice-Reitor para a Inovação e Empreendedorismo da UC, Luís Simões da Silva, marcou presença no encontro “A Caminho de Hannover” em Aveiro painel com o tema “Improving Tech Transfer in Portugal”.

Já no dia 31 de Maio, no Pavilhão Portugal Engineered Parts & Solutions (Hall

3), os investigadores Luís Simões da Silva (às 13h00), Pedro Silva (às 13h30) e

Mahmoud Tavakoli (às 16h00) irão apresentar pitchs sobre as tecnologias expostas no Pavilhão de Portugal (Hall 2), respectivamente. Entre as várias tecnologias, duas delas - Intelligent Robotic-Based System for Metal Additive Manufacturig e TYRE4BUILDINS: Fibre-Reinforced Aerogel Composites From Mixed Silica- estarão também em destaque com um local de demonstração no Pavilhão de Portugal (Hall 2). O projecto Unique2, desenvolvido em parceria entre UC e a SOPLAST, também vai estar representado neste Pavilhão com um protótipo desenvolvido especialmente para a feira.

Para Luís Simões da Silva, vice-Reitor para a Inovação e Empreendedorismo da UC, a Universidade de Coimbra é “uma Universidade moderna, com largos anos de maturidade e experiência na transferência de conhecimento para a sociedade proveniente da nossa investigação, essencialmente através de colaborações com o tecido empresarial. Vamos participar na Hannover Messe, demonstrando tecnologias e inovação, através de apresentações especiais, visando mostrar a nossa disponibilidade para a colaboração com empresas nacionais e internacionais e o potencial de gerar valor a partir da investigação que produzimos”.

MACHADO DE CASTRO E DA CIÊNCIA

MUSEUS DE COIMBRA QUEREM IR MAIS ALÉM

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Dia Internacional dos Museus, que se assinalou recentemente, foi propício a que dois importantes espaços museológicos de Coimbra mostrassem o seu valor, mas também dessem a conhecer as suas necessidades. Começando pelo Museu Nacional Machado de Castro (MNMC), a directora aproveitou a presença do novo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, para mostrar que é preciso avançar com a construção de um auditório na Igreja de São João de Almedina, que faz parte daquele complexo museológico de Coimbra. A directora do Museu, Lurdes Craveiro, aproveitou para alertar para os problemas estruturais da Igreja de São João de Almedina, onde há “muita caliça a cair”, infiltrações e problemas com a cobertura daquele monumento. “Foi uma igreja extremamente importante, com um sentido patrimonial muito relevante e queríamos conseguir exercer aqui actividades relevantes para o Museu e também para a cidade. Temos

pedidos para acolher eventos e não temos espaço. É uma situação que nos aflige muito” disse a responsável, realçando o mau estado de conservação do templo, que neste momento serve de reserva a algumas peças do MNMC. O projecto encontra-se concluído há cerca de um ano e o director-geral do Património Cultural, presente na visita, disse que “só falta mesmo uma vaga no PT2030 [quadro comunitário] para se poder concretizar”. A intervenção, que prevê a criação de um auditório na igreja com capacidade para 180 a 200 pessoas, terá um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros. No Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, o director, Paulo Trincão, defendeu o reconhecimento por parte do Governo do património daquele espaço como de interesse nacional, para abrir as portas a financiamento estatal. O director não pretende que o Museu da Ciência passe para a tutela da Direcção-Geral do Património Cultural, mas que possa haver um

reconhecimento nacional do mesmo, mantendo-se na esfera da Universidade de Coimbra, tal como o Museu do Côa é reconhecido apesar de não estar sujeito “à tutela de Lisboa”. Para Paulo Trincão, esse financiamento seria importante para aumentar o espaço expositivo para muitas peças que estão em reserva, acentuar a recuperação do espólio existente e abri-lo a toda a comunidade internacional, nomeadamente lusófona, face ao número de peças originárias de vários países africanos e do Brasil. GABINETE DE CURIOSIDADES “A nossa pressão [no sentido de conseguir o reconhecimento] é o trabalho, é fazer as coisas bem e mostrar a capacidade do Museu e o seu mérito”, vincou, considerando que “O Gabinete das Curiosidades” que, foi inaugurado, “é um bom caso” do trabalho que “dá substância” às suas pretensões de reconhecimento. A grande novidade foi

A nova sala de exposições do Museu da Ciência tem mais de 4 mil objectos exposto mesmo a apresentação do Gabinete de Curiosidades, espaço com mais de quatro mil objectos, misturados, sem legendas nem organização lógica, onde o único guia é a luz. A Sala Carlos Ribeiro, no Colégio de Jesus da Universidade de Coimbra, está na penumbra quando se entra. As luzes vão-se ligando, amiúde, guiando os olhos do visitante para uma cabeça de um hipopótamo, duas máscaras africanas, um osso de dinossauro e uma peça de acústica antiga.

As luzes (num conjunto total de seis mil ‘LED’) destacam depois outros pontos da sala: há um esqueleto de uma orca e um crocodilo embalsamado no tecto, veem-se outros animais nas vitrinas, um globo, esculturas africanas, bezoares (secreções de ruminantes que eram consideradas mitológicas), “monstros” como um burro com seis patas ou uma cobra com duas cabeças. São mais de quatro mil os objectos expostos na sala, que, para além das luzes, apresenta

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imagens de outros espécimes e objectos em duas telas, num espaço que ganha profundidade com dois espelhos no centro do mesmo. Neste Gabinete das Curiosidades estão reunidas peças que foram sendo coleccionadas pela Universidade de Coimbra ao longo de mais de sete séculos de história e que foram seleccionadas num processo demorado de dois anos e meio pelos diversos acervos e reservas da instituição.


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ÚLTIMA

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CANTANHEDE PREPARA A 30.ª EDIÇÃO

CARTAZ DA EXPOFACIC ESTÁ A FICAR FECHADO O

s emblemáticos Gipsy Kings e o artista irlandês Gavin James são os cabeças-de-cartaz da Expofacic 2022, que decorre de 28 de Julho a PUBLICIDADE

7 de Agosto. E, desta forma, o mês de Agosto arranca em Cantanhede com sonoridades diversas, que vão desde a rumba flamenca e os ritmos latinos ao folk e

pop irlandês. Gavin James tem encontro marcado com o público da Expofacic a 6 de Agosto e promete levá-lo ao rubro com “Always”, o seu

tema mais conhecido e que atingiu as 30 milhões de visualizações em todas as plataformas digitais. Nascido em Dublin, na Irlanda, em 1991, Gavin

James começou por tocar numa banda de rock com apenas 8 anos de idade, escrevendo as suas próprias músicas. Em 2013, deu-se o lançamento do single “Say Hello”, que obteve o prémio “Meteor Choice Award” como Canção do Ano. Dois anos depois, Gavin James lançou seu primeiro álbum e homenageou Alanis Morissette com Bitter Pill, a 20 de Novembro de 2015, através da Warner Ireland. Recebeu o certificado de Platina pelas vendas no seu país natal. A faixa “Nervous” faz parte do disco e teve grande sucesso em todo o mundo. Em Outubro de 2017, o também compositor irlandês lançou o single “Hearts on Fire” do seu segundo álbum e em Abril de 2018, “Always”. O terceiro single, “Glow”, foi lançado em Setembro de 2018 e registou também números impressionantes: 800 milhões de streams, 2 milhões de singles vendidos e 50 prémios de platina em diversos países. Em Outubro do mesmo ano, lançou o seu segundo

álbum de estúdio, Only Ticket Home, e o tema “Innocent”, música feita em parceria com o DJ brasileiro Alok e Yves V. Quatro dias antes, a 2 de Agosto, a noite faz-se ao som das palmas e de instrumentos como o cajón, violão flamenco e as castanholas, com os Gipsy Kings. Criada em 1979 e com mais de 60 milhões de discos vendidos, a mítica banda que nasceu em França mas com raízes na Andaluzia (Espanha) irá recordar temas inconfundíveis como “Bamboleo”, “Volare” ou “Djobi, Djoba”. Recorde-se que a Comissão Organizadora da 30.ª edição da Expofacic já havia anunciado para o cartaz de espectáculos os nomes de Zzoilo (28 de Julho), Aragão (28 de Julho), Carlão (29 de Julho), Dino D’Santiago (29 de Julho), Piruka (1 de Agosto) e Xutos & Pontapés (7 de Agosto). Os contornos de toda a programação do evento serão dados a conhecer na conferência de imprensa já agendada para o próximo dia 30 de Maio.

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Um século sem Aurélia de Souza: um olhar pela vida e obra da pintora A 26 de Maio de 1922, o país recebia a notícia de que Aurélia de Souza havia partido. Tinha 55 anos. Desde então, muita coisa mudou, mas as obras da pintora permanecem inabaláveis e celebram uma das mulheres que mais marcaram a vida artística, em Portugal, e, especialmente, no Norte. Um século após a sua morte, é tempo de recordar a artista. Maria Aurélia Martins de Souza nasceu na cidade de Valparaíso, no Chile, a 13 de Junho de 1866. No entanto, aos três anos de idade, mudou-se para o Porto, quando os pais, emigrantes na América Latina, regressaram a Portugal. Aos dezasseis anos, Aurélia de Souza começou a ter aulas de desenho e pintura. Foi nessa altura que realizou o seu primeiro auto-retrato. Em 1893, com apenas 27 anos, entrou para a Academia Portuense de Belas Artes, em conjunto com a sua irmã, Sofia de Souza. Diversas obras afirmam que o seu percurso académico foi sempre exemplar, descrevendo-a como uma aluna talentosa e promissora. Em 1899, a artista parte para Paris, durante três anos, a fim de terminar os cursos ministrados por Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant, na Academia Julien. Quando, final-

mente, regressa ao Porto, Aurélia de Souza desenvolve uma carreira discreta e um pouco distante dos meios artísticos da cidade, apesar da presença assídua em exposições colectivas. Ao longo de todos esses anos, a pintora foi-se tornando uma forte inspiração graças a obras como o Auto-retrato (1900) e “Santo António” (1902). Até à sua morte, Aurélia de Souza continuou a desenvolver obras de carácter intimista, onde representava, sobretudo, cenas do quo-

tidiano onde a figura feminina estava sempre presente. Sentimentos como a saudade, a solidão e a memória fazem parte do legado deixado pela pintora. Parte da sua obra encontra-se hoje em colecções privadas, nomeadamente, na colecção de José Caiado de Sousa, ou ainda na exposição museológica permanente no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, no Porto, bem como no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa. As comemorações do centenário do falecimento de Aurélia de Souza já estão a decorrer, no Porto, desde o dia 9 de Abril e vão manter-se até 23 de Junho de 2023. Exposições, conversas, actividades educativas, um programa performativo, um congresso internacional e a edição de um catálogo, são algumas das iniciativas previstas em vários locais da cidade. Destaque para o lançamento, em Março do próximo ano, do catálogo integral da obra da pintora, disponível em formato e-book e em edição impressa.


20 IPN participou em evento mundial sobre empreendedorismo e inovação na área da Saúde QUINTA-FEIRA, 26 DE MAIO 2022

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Instituto Pedro Nunes (IPN) participou no EIT Health Summit 2022, uma cimeira europeia que promove o empreendedorismo, a inovação, a saúde e o envelhecimento activo, no Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia. O EIT Health Summit 2022 reuniu, nos dias 24 e 25 de Maio, a comunidade europeia para discutir a inovação no âmbito dos cuidados de saúde. A cimeira contou com a presença do director adjunto do Laboratório de Automática e Sistemas (LAS), António Lindo da Cunha, do director de Inovação do IPN, Jorge Pimenta, e da investigadora do LAS, Vanessa Cunha. António Lindo da Cunha participou no EIT Health Summit 2022 lançando para o debate se “É possível preparar os cuidados de saúde para o futuro sem comprometer os do presente?”. De acordo com o director Adjunto do LAS, “afinar uma ‘máquina’ em pleno funcionamento é um desafio e um risco, pelo que as organizações que financiam e

prestam cuidados de saúde actuam de forma muito conservadora na transformação dos cuidados”. Para que se verifique esta alteração, António Lindo da Cunha defende a proximidade dos médicos, dos enfermeiros, do pessoal técnico e dos pacientes, para identificar eficazmente novos problemas, necessidades e soluções que possam ser desenvolvidos, testados e avaliados antes da implementação no ambiente hospitalar real.

Apesar de o célere processo de transição digital na área da saúde a que se assiste, o director adjunto do LAS, defendeu, na reflexão apresentada à cimeira, a necessidade de preparar o futuro dos cuidados de saúde sem comprometer o presente. O EIT Health Summit 2022 decorreu presencialmente e foi, ainda, transmitido online, através de uma plataforma de eventos virtual, permitindo a intervenção dos participantes de forma remota.


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Liga de Futebol INATEL Coimbra

Vasco da Gama Campeão Distrital Estádio Municipal Sérgio Conceição recebeu a final da Liga INATEL 2021/2022, no passado domingo e nem a ameaça de chuva demoveu as largas centenas de adeptos que se deslocaram de Seixo da Beira e de S. Pedro de Alva para apoiar os seus jogadores. Num ambiente de grande festa e animação dentro e fora de campo, o S. Pedro de Alva marcou a sua posição desde início, com grandes oportunidades de golo e com um futebol mais atacante. Apesar do esforço da equipa do Concelho de Penacova, aos 30 minutos de jogo, Maki, pelo Vasco da Gama, aparece ao segundo posto e na sequência de um livre que surge da direita encosta a bola para o fundo das redes da baliza de Daniel Fernandes. Na segunda parte, a equipa de Seixo da Beira, animada pela vantagem no marcador, entrou muito forte no jogo, mas a pontaria dos avançados não correspondia. Na segunda metade da segunda

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parte, o S. Pedro de Alva carregou forte com um ataque bem organizado no terreno, mas foi na finalização que se verificou o calcanhar de Aquiles da turma orientada por José Galvão. Numa enxurrada de tentativas, valeu a boa organização defensiva da equipa da Oliveira do Hospital e a grande exibição do guardião Ben. Bonita e grande festa no Municipal Sérgio Conceição, com grande manifestação de fairplay e de elevado nível técnico e organizativo, a fazer corar os escalões superiores de modalidade. Final da Taça Seixo de Mira e Montemorense são os finalistas da prova, que se disputou paralelamente à Liga. A final da Taça Distrital vai ser disputada no próximo dia 29, pelas 16h00, no Municipal de Condeixa. Vasco da Gama e S. Pedro de Alva seguem para o Nacional Depois de conhecido o campeão distrital de Coimbra, Vasco da Gama e S. Pedro de Alva, 1.º e 2.º classificado respectivamente, vão juntar-se

ao grupo dos melhores dezasseis equipas do País, na disputa da Fase Nacional. Os oitavos de final da prova, terá início no fim-de-semana de 18 e 19 de Junho, será disputado apenas a uma mão e terminará no dia 10 de Julho, onde se irá conhecer o Campeão Nacional do INATEL na época 2021/2022. O sorteio realizado esta tarde ditou que o vice-campeão, S. Pedro de Alva, irá receber em casa a equipa do Técnico de Lisboa. Já o campeão distrital de Coimbra, irá deslocar-se a Leiria para defrontar o ainda desconhecido Campeão Distrital de Leiria.


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Misericórdia – Obra da Figueira entrega senhas para pães e cravos

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Misericórdia – Obra da Figueira vai estar, nos dias 6 e 7, das 10h00 às 17h00, no Largo Silva Soares, a entregar senhas para a distribuição simbólica de

pães e cravos, a efectuar no dia 13 de Junho.

A Misericórdia da Figueira irá atribuir, a cada pessoa, apenas uma senha para pão e outra para cravo.


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VINAGRETAS VIZINHOS SÓ AO LONGE

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ão ter vizinhos bons dá muito trabalho. Um homem, no Reino Unido, está a ser ameaçado pelos novos vizinhos por ter uma macieira no quintal que faz sombra no jardim destes. O homem mora na mesma casa dos avós, que, entretanto, faleceram. Contudo, eles tinham um pomar e a única coisa que sempre mantiveram foi uma macieira, que o homem acabou por deixar no jardim, por ter um grande valor sentimental. “Eu moro na casa dos meus falecidos avós, passei os últimos anos a modernizá-la e a adaptá-la ao meu estilo, mas há uma coisa em que eu não mexi, que foi a macieira no jardim”, explicou. No entanto, um novo casal mudou-se recentemente para a casa ao lado e estão a fazer queixas por causa desta árvore, que faz sombra no jardim. O novo vizinho está a ameaçar envolver advogados para forçar o homem a cortá-la.

A CULPA É DO ESTAGIÁRIO

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á sabemos que muitas vezes a televisão e os directos têm das suas e que é normal acontecerem percalços. Mas há erros e erros. A BBC News cometeu um erro grave ao escrever por engano “o Manchester United é lixo” no rodapé do noticiário da manhã. A gafe acabou por ser admitida mais tarde pela estação de televisão britânica. A empresa justificou o incidente como sendo um erro de um estagiário que escreveu “coisas aleatórias”, algo que não era suposto ter sido transmitido. “Espero que os adeptos do Manchester United não se tenham sentido ofendidos com isto”, disse a pivô do canal momentos depois da situação ter acontecido. O Manchester United é a equipa de Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes e terminou a temporada na sexta posição.


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ALGUÉM DISSE QUE... “O seu calendário está em 1938, não 2022” Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, sobre Henry Kissinger, exsecretário de estado norte-americano, ter afirmado que a Ucrânia devia ceder território à Rússia para acabar com a guerra “Perder um filho é ter um pedaço de alma arrancado. Temos de ter a coragem de enfrentar a indústria das armas. Está na hora de agir” Joe Biden, presidente dos EUA, sobre massacre no Texas “Hoje não se tratava de trabalho, tratava-se de história” José Mourinho, treinador do AS Roma, que venceu a final da Liga Conferência “Gosto disso: Quebrar com as estruturas e com aquilo que é esperado” Carlos Coutinho Vilhena, comediante “Estamos a tentar regressar à vida normal, mas não é tarefa fácil” Vitali Klitschko, presidente da câmara de Kyiv “Não podemos permitir que Putin ganhe a guerra” Olaf Scholz, chanceler alemão, sobre a Europa não deixar Vladimir Putin vencer a guerra “Portugal continua a ser um dos países mais seguros do mundo” António Costa, primeiro-ministro de Portugal, sobre segurança em Portugal


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