“Campeão das Províncias” - 03/02/2022 by Campeão Províncias

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DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS

EDIÇÃO DIGITAL 26 PÁGINAS

QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022 | N.º 451 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

CHUC É O PRIMEIRO DO PAÍS A FAZER TRANSPLANTE HEPÁTICO EM DOENTE COVID

De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a www.campeaoprovincias.pt na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.facebook.com/campeaodasprovincias FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Nádia Moura, Luís Carlos Melo, Zilda Monteiro, Ana Luísa Pereira e Cristiana Dias

PAGINAÇÃO Grupo Media Centro

QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022

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CHUC realiza primeiro transplante hepático em doente Covid-19 positivo

Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) realizou o primeiro transplante hepático em doente Covid-19 positivo, a nível nacional, numa doente com falência hepática aguda. Desde o início da pandemia de Covid-19, tem havido um enorme esforço do Instituto Português do Sangue e da Transplantação e de toda a rede nacional de

Coordenação de Colheita e Transplantação para dar resposta às necessidades dos doentes a aguardar transplante, com especial atenção às situações mais urgentes. “A decisão de transplantar esta doente fundamentou-se no grau de urgência e no conhecimento científico internacional disponível”, afirmou o CHUC. “O transplante decorreu

sem incidentes e só foi possível graças à inexcedível colaboração da Força Aérea Portuguesa, do INEM e da conjugação do esforço de diversos serviços do CHUC, dos quais se destaca o Serviço de Medicina Intensiva e o Centro de Referência de Transplantação Hepática de Adultos”, sublinhou. A doente encontra-se clinicamente estável e com boa evolução até à data.

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CENTRO CÍVICO DO INGOTE VEM A CAMINHO

Os Bairros do Ingote e da Rosa estão a ser alvo de duas intervenções que os melhoram significativamente. Uma a nível da instalação de painéis solares, no montante de várias dezenas, colocados no telhado de vários lotes residenciais; a segunda, de arranjo e alindamento do espaço público ali existente, no chamado Planalto do Ingote, com o calcetamento de uma área muito apreciável e que constitui a primeira parte do, há muito projectado, Centro Cívico do Ingote, onde serão implantados vários edifícios de serviços diferentes de natureza social, num projecto da Câmara Municipal de Coimbra e da ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), com sede em Miranda do Corvo. Quando concretizado, aquela área ganhará novo aspecto e funcionalidade, mudando até o perfil social de toda aquela zona. PÁGINA 3

VEREADOR CARLOS LOPES EM ENTREVISTA

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CLUBES HISTÓRICOS MANTÊM DINÂMICA APESAR DA PANDEMIA

Coimbra será palco de três Sport Conimbricense e Olivais grandes eventos desportivos Futebol Clube estão de parabéns O Rali de Portugal, uma prova de ciclismo mundial e uma maratona, são os três grandes eventos desportivos previstos para a cidade. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, o vereador da Câmara de Coimbra, Carlos Lopes, mostra-se agradado com o trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito dos pelouros que tutela, realçando, entre outras medidas, a criação de uma Carta Desportiva e o retomar do Cartão Jovem Municipal. PÁGINA 9 PUBLICIDADE

J. BRITO

O Sport Club Conimbricense, referência incontornável da Baixa de Coimbra, assinala, hoje (03), o seu 112.º aniversário, e diferencia-se pelo desporto de inclusão, direccionado a invisuais. O Olivais Futebol Clube, de Santo António dos Olivais, celebra 87 anos, no domingo (6), destacando-se no basquetebol e tem como prioridade a formação de atletas. PÁGINA 12

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Felicitamos o Olivais Futebol Clube pelo seu 87.º Aniversário

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Agradecemos reconhecidamente a excelente colaboração dada pelos funcionários do Liceu D. Duarte à realização das eleições Legislativas, aos trabalhadores da UF de Santa Clara e Castelo Viegas e Executivo, aos elementos que estiveram nas mesas de voto e a todos os votantes, pelo enorme sentido cívico e pela coragem de o terem feito em período adverso com risco para a própria vida. Bem hajam.

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4 OUÇA A

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3 DE FEVEREIRO DE 2022

POLÍTICA

PSD MANTEVE TRÊS ELEITOS CONTRA SEIS DOS SOCIALISTAS NO DISTRITO DE COIMBRA

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PS alcançou o sexto deputado pelo distrito de Coimbra nas eleições legislativas do passado domingo, com o Bloco de Esquerda a perder a representação no Parlamento, enquanto o PSD manteve o número de três eleitos. Os socialistas, com uma lista encabeçada pela ministra da Saúde, Marta Temido, que repetiu a candidatura de 2019, subiram cerca de seis pontos percentuais neste sufrágio e atingiram um resultado histórico. O PSD obteve 29,13% e elegeu os mesmos três deputados que detinha desde 2019, enquanto o Bloco de Esquerda somou 5,09% e perdeu o deputado (José Manuel Pureza) que possuía desde 2015, passando a quarta força política no distrito, por troca com o Chega. Repetindo a aposta na advogada Mónica Quintela, os sociais-democratas aumentaram, mesmo assim, a sua votação em três pontos percentuais relativamente às legislativas de há dois anos. O Chega sobe a terceira força política mais votada, à semelhança do que acontece no resto do país, com 6,12%, uma subida de mais de cinco pontos percentuais, mas insuficiente para eleger qualquer deputado. A Iniciativa Liberal ultra-

passou a CDU (PCP/PEV) e passou a quinto partido mais votado no distrito de Coimbra, subindo de 0,82% em 2019 para 3,62%. Por seu lado, os comunistas baixaram a votação e desceram para sexta força política mais votada neste círculo, com 3,39%, quando há dois anos tinham obtido 5,59%. Seguiram-se, por ordem, o CDS, que baixou de 3,48% para 1,51%, o PAN, que também desceu de 2,63% para 1,19%, e o Livre, que subiu de 0,94% para 1,02%. As restantes forças políticas que participaram nas eleições obtiveram menos de 0,5%. O mapa eleitoral do distrito ficou pintado de rosa, com vitórias do PS em 16 dos 17 concelhos, com excepção de Cantanhede, em que o PSD manteve a vitória que já havia conquistado nas anteriores eleições, mas desta vez ganhou apenas por uma margem de apenas 156 votos em relação ao PS.

Pedro Coimbra (PS)

Tiago Estêvão Martins (PS)

Raquel Ferreira (PS)

José Carlos Alexandrino (PS)

Marta Temido (PS)

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em António Costa nem o Partido Socialista contariam com uma vitória tão expressiva quanto aquela que se registou no domingo passado. Ao invés, Rui Rio e o PSD também não esperariam ficar tão aquém de uma possível vitória ou do taco a taco com que a generalidade das sondagens acenavam nas últimas semanas. Aliás, se vencidos houve neste acto eleitoral, o rigor das sondagens é um deles e não foi apenas agora. Já nas autárquicas e mesmo antes, se verificou que o acerto destes estudos de opinião deixam muito a desejar e perdem muito para o crédito que chegaram a ter há uns anos atrás. Em termos de partidos políticos o grande vencedor foi o PS, claramente. Conseguiu uma percentagem de 41.68% e elegeu 117 deputados, fora aqueles que conseguir dos círculos da Europa e fora da Europa. O Chega e o Iniciativa Liberal também conseguiram um resultado robusto e tiveram motivos para festejar. O primeiro com 7,15% e 12 deputados e o segundo com 4,98% e 8 deputados, tiveram um crescimento muito acentuado, “alimentando-se” muito provavelmente do eleitorado do CDS e daquele que já foi do PSD mas que dele tem andado arredado. Para além do índice de votação, que nestas eleições melhorou e inverteu a tendência de quebra que se vinha a verificar, estas foram as forças políticas que obtiveram vencimento, cada qual à medida das suas ambições de momento. As restantes perderam, umas mais que outras. O PSD, com 27,8% e 76 deputados (falta contar com os círculos da Europa e fora da Europa) ficou muito aquém do que precisava e do que se previa. O Bloco de Esquerda deu um trambolhão de todo o tamanho. Ficou com

Ricardo Lino (PS)

apenas 5 deputados e uma votação de 4,46%. A CDU deixou cair o PEV, perdeu deputados mas a descida não foi tão acentuada quanto a do BE. Ficou com 6 deputados e uma percentagem de 4,39%. O CDS sai pela primeira vez do Parlamento ao não eleger nenhum deputado, ficando-se pela percentagem de 1,61%. Uma derrota, embora prevista e anunciada, mas em toda a linha. O PAN e o Livre elegeram 1 deputado cada um, ficando com a percentagem, final de 1,53% e 1,28%, respectivamente. Estes resultados abriram caminho para uma legislatura completa, assim o PS saiba e consiga estar à altura das responsabilidades agora assumidas. O país está cansado dos “joguinhos” com que, muitas vezes, a classe política se entretém e ao votar massivamente num dos partidos do arco da governação terá deixado implícito o desejo do país garantir a normalidade de vida aos portugueses e marcar um rumo para que este deixe a cauda dos países europeus. Este resultado teve os seus protagonistas. Vejamos alguns deles:

Pedro Nunes dos Santos não esconde estar de malas feitas para liderar o partido. ANDRÉ VENTURA E JOÃO COTRIM DE FIGUEIREDO Alteraram completamente o xadrez do espaço político à direita do PS e conseguiram um resultado que os coloca no centro dessa mesma direita. Nem um nem outro primam todavia por um convincente caderno de encargos que lhes permita apresentarem-se ao país como alternativa de poder. Estão verdes e, sobretudo no que respeita ao Chega, aposta mais numa mão cheia de protestos em que tem razão em alguns deles, mas anda longe de uma doutrina que indicie um programa de governação credível. Os próximos tempos dirão do que na realidade valem, ou não valem, estes dois partidos, agora muito mais expostos, para o bem e para o mal, na Assembleia da República.

não se revê nessa metodologia. Veremos se o caminho tem pista de regresso. JOSÉ MANUEL PUREZA Não foi eleito e vai fazer falta a Coimbra. A derrocada do Bloco atingiu-o, ele que era um dos mais qualificados deputados do parlamento e um parlamentar que nunca esqueceu Coimbra no desempenho das suas funções. Foi deputado da Nação sem nunca ter esquecido as suas origens. Dada a sua superior formação em diversos assuntos, terá sido empurrado em demasia para trabalho nesta e naquela Comissão, diminuindo-lhe a capacidade de exposição em plenário, local por excelência para que um deputado se afirme junto dos seus eleitores que, naturalmente, não acompanham o trabalho nos gabinetes.

ANTÓNIO COSTA O principal dos protagonistas e vencedor em toda a linha. Venceu quando soube resistir às exigências do PCP e do Bloco de Esquerda para aprovação do orçamento e preferiu auscultar o povo português que lhe respondeu de uma forma muito clara. Venceu quando cuidou de uma campanha tranquila mas afirmativa, dizendo claramente ao que se propunha. Jogou para a maioria absoluta nas sondagens que também a ele trocaram as voltas e às tantas refreou a esse propósito. Com este resultado terá também acalmado as ambições internas, onde

CATARINA MARTINS Depois de Rui Rio, foi a grande derrotada destas eleições. Perdeu uma data de deputados (tinha 19) e restam-lhe agora 5, fazendo do Bloco um pequeníssimo grupo parlamentar. Catarina Martins será a grande responsável e os braços abertos com que foi recebida aqui há uns anos na liderança do partido vão-se-lhe fechando. A doutrina do Bloco resumia-se a reivindicar. Sempre mais e mais, sem dizer nunca onde o ir buscar. A ânsia pelo poder tirou-lhe bom senso político na negociação com o PS aquando da discussão do orçamento. Teve mais olhos que barriga e deixou-se arrastar por essa exagerada ânsia de poder. O eleitorado disse-lhe que

JOÃO OLIVEIRA A CDU não ganhou nada e deixou perder bastantes deputados (tinha 12, ficou com 6), um dos quais em Évora, terra aconchegante para o Partido Comunista durante muitos anos. João Oliveira, um esforço parlamentar, terá visto fugir-lhe nesta sua não eleição a curta possibilidade que já tinha de suceder a Jerónimo de Sousa, nitidamente um homem abatido pela idade e pela saúde. Pouco a pouco, o PCP vai-se despedindo da grande força política que já foi, restando-lhe cada vez mais apenas a sua capacidade reivindicativa com que ainda enche a Avenida da Liberdade em certas ocasiões. A continuarem as coisas assim, muito dificilmente o partido reverterá o caminho que tem seguido nos últimos anos. Tal como o Bloco, tem vindo a dar cabo cabo da esquerda em Portugal.

Mónica Quintela (PSD)

Fátima Ramos (PSD)

João Paulo Barbosa de Melo (PSD)

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3 DE FEVEREIRO DE 2022

ACTUALIDADE

BAIRROS DO INGOTE E DA ROSA 35(3$5$0˨6( 3$5$ 7(5 129$ &$5$ ( &(1752 &Ì9,&2 *$1+$ 1292 )Ñ/(*2 A REABILITAÇÃO ENERGÉTICA A reabilitação energética custou bem mais. Anda na casa dos milhões (3.555.508,82 euros) e já está instalada uma boa parte dos painéis que irão permitir, espera-se, uma substancial poupança nos gastos de energia. Ambas as intervenções são da responsabilidade da Câmara Municipal de Coimbra, apanhando o actual Executivo os trabalhos já contratados e em andamento. CENTRO CÍVICO TERÁ 6 EDIFÍCIOS DE INTERESSE PÚBLICO E AINDA 4 LOTES PARA HABITÇÃO Da parte de trás do espaço público agora requalificado, fica desocupada uma área apreciável que em momento posterior, ainda não determinado, terá uma outra intervenção, a que o “Campeão” em edição do ano passado deu destaque. Todo este terreno, o agora intervencionado e o ainda não intervencionado, faz parte do planalto do Ingote e para ele foi pensado e projectado (autor do projecto é o arquitecto Carrilho da Graça) para nele ser implantado o denominado Centro Cívico do Ingote. As obras agora feitas são o espaço público que sofreu os arranjos atrás referidos e

EDIFÍCIO

as necessárias obras de saneamento; a parte de trás, a cair para a zona de Vale Figueiras, está pensada e projectada para ter seis edifícios e ainda uma área para 4 lotes de habitação. Como o terreno é propriedade da Câmara Municipal de Coimbra em conjunto com a Fundação ADFP, com sede em Miranda do Corvo e liderada por Jaime Ramos, cada uma destas entidades tem para ali projectados três edifícios. A Fundação espera poder construir uma Residência Assistida, um Lar de Idosos e o terceiro para Pessoas em Risco. Já a Câmara Municipal terá à sua conta uma área reservada a actividades sociais/ lazer, área reservada à prática desportiva; e área reservada para um auditório. Este pensado e projectado Centro Cívico arrasta-se já há uns bons anos. Desde os primeiros tempos de Manuel Machado, portanto pouco menos de 20 anos. Na altura financiou o projecto, depois esteve parado este tempo todo e já na parte final do mandato, portanto há cerca de um ano, a Câmara mandou fazer as obras no espaço público e que descrevemos atrás. Agora, as coisas parecem ganhar novo fôlego. A Fundação já reuniu com o novo Executivo e acertaram agulhas para o que se deve seguir: a Fundação mantém as estruturas inicialmente pensadas e prepara neste momento uma candidatura de financiamento a fundos europeus. Logo os consiga, e caso os consiga, Jaime Ramos está em condições de avançar com a construção da parte que lhe cabe e a

EDIFÍCIO

IFÍC

zona do Bairro do Ingote e do Bairro da Rosa está a sofrer uma requalificação substancial que no seu conjunto vai custar na casa dos 4,5 milhões de euros. Há duas intervenções em curso, uma delas prestes a terminar: a requalificação do espaço público que tem prazo até inícios de Fevereiro mas que já está em fase de acabamento; e a reabilitação energética no Bairro da Rosa (os dois Bairros estão encostados um ao outro), com instalação de painéis fotovoltaicos nos telhados dos prédios dos lotes 1 a 17. São largas dezenas, se algumas centenas, de painéis que já estão instalados em parte desses prédios. A primeira destas intervenções aconteceu mesmo no chamado planalto do Ingote. Era uma zona semi-abandonada em termos de manutenção, com lixo por todo o lado e que agora foi empedrada em grande parte da sua dimensão, tendo ficado bonita com uma área grande toda com pedra de calçada portuguesa, com plantação de árvores e a instalação de bastantes postes de iluminação e muros de pedra para que as pessoas por ali se possam sentar. É claramente um espaço social, para as pessoas por ali passearem, conviverem, evitando ter de ficar metidas em casa horas sem fim. Este arranjo foi adjudicado por 921.000 euros. Estas obras de arranjo, alindamento e infra-estruturadas já fazem parte do Centro Cívico para ali pensado, há pouco menos de 20 anos, e que se atrasaram mais do que ini-

cialmente previsto mas que agora estarão a jeitos para um novo impulso. Desse Centro Cívico daremos conta mais adiante, neste mesmo texto.

LINO VINHAL

EDIFÍCIO C

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ÍCIO

EDIFÍCIO A

A CONSTRUIR EM FASE POSTERI

TIDA EDIFÍCIO A - RESIDÊNCIA ASSIS EDIFÍCIO B - LAR DE IDOSOS EDIFÍCIO C - PESSOAS EM RISCO A ACTIVIDADES SOLTAS EDIFÍCIO D - ÁREA RESERVADA À PRÁTICA DESPORTIVA EDIFÍCIO E - ÁREA RESERVADA ITÓRIO) A ACTIVIDADE CULTURAL (AUD EDIFÍCIO F - ÁREA RESERVADA O TAÇÃ EDIFÍCIO G - 4 LOTES PARA HABI

A maquete da intervenção projectada para o Planalto do Ingote

Exemplo dos painéis solares já colocados num dos prédios Câmara ter-lhe-á dito para avançar. Se tudo correr bem, é expectável que dentro de dois a quatro anos tenha a sua parte concluída. No que respeita às estruturas que pertencem à Câmara, esta tem o assunto em mãos e estuda o assunto no sentido que se mantém tudo igual ao inicialmente pensado ou se altera a parte que respeita ao auditório, uma vez que esta unidade é eventualmente dispen-

sável, dada a possibilidade de se poder usar para esse efeito o Convento de S. Francisco. Mas com este ou outro fim, é intenção da Câmara levar as coisas para a frente. Caso todo este projecto se concretize, com esta ou aquela adaptação, ficará implantado naquele planalto uma estrutura cívica que muito valorizará aquela zona, seguramente uma das melhores localizadas em

Coimbra. Estrutura eminentemente social - foco prioritário para unidades de saúde, de desporto e lazer - que não será barata mas que em muito valorizará todo aquele Bairro, diminuindo-lhe seguramente algum grau de conflitualidade que - há que reconhecê-lo - em muito se tem vindo a desvanecer com o passar dos anos. Finalmente, registe-se que restarão ainda 4 lotes para habitação.

Dois aspectos que mostram a bem sucedida intervenção já feita, quer a nível da calçada à portuguesa numa dimensão muito apreciável, quer outro exemplo dos painéis solares, na foto da direita. De reafirmar que são duas intervenções que respeitam a projectos diferentes. A intervenção energética não tem nada a ver com o Centro Cívico projectado. Mas a calçada e o arranjo do largo já têm a ver com isso.

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FIGURAS ascensor A SUBIR

CARLOS CORTES O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos é, seguramente, um dos homens da nossa região mais atento à realidade clínica e social da nossa comunidade. Há uma semana chamou a atenção para a necessidade de acelerar a nova maternidade, já que as condições existentes nas duas outras maternidades ainda em funcionamento estão cada vez mais longe de corresponder às necessidades. Verberando o impasse do processo de construção da nova maternidade, que não tem primado nem pela transparência nem pela celeridade, Carlos Cortes chamou igualmente a atenção para as difíceis condições em que os médicos das duas maternidades existentes têm que trabalhar, no cumprimento de “escalas desumanas” e no limite das suas forças para assegurar os cuidados e o nível de assistência a grávidas e bebés em risco. Extremamente atento à realidade que nos rodeia, pouco ou nada escapa a Carlos Cortes, senhor de uma invulgar astúcia para detectar dificuldades de que parece aperceber-se antes que qualquer outra entidade. Atento, astuto e sagaz, as suas oportunas intervenções primam sempre por uma superior educação, acerto ético e invulgar elegância.

A descer

HELENA TEODÓSIO Não fôra a circunstância de Cantanhede ter desde há muitos anos uma liderança política na Câmara municipal coerente, trabalhadora e muito competente, talvez o concelho tivesse aproveitado estas eleições para mudar de rumo e dar a maioria ao PS, como o fizeram alguns outros concelhos do distrito, Pampilhosa da Serra inclusive. Cantanhede foi o único que manteve a maioria PSD, maioria que mantém há muito tempo. À falta de outras razões não descortináveis a olho nu, estamos convencidos que a identificação muito vincada entre a população concelhia e a sua liderança política é o factor que mais poderá ter pesado nessa continuidade eleitoral. Helena Teodósio, presidente actual da Câmara Municipal, é hoje o rosto do concelho, a que dedica o melhor de si própria, que muito é. Para muitos de nós, fazer política é isto mesmo: a busca permanente pelas necessidades do concelho, a preocupação constante pelo bem estar das suas gentes, num percurso de identificação que faz de todos uma verdadeira família. Um caso que deveria merecer alguma reflexão a quem se interessa pela razão das coisas.

VALDEMAR ALVES O Tribunal Judicial de Leiria considerou que o ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, e o ex-vereador Bruno Gomes, elaboraram um plano para fazer chegar mais dinheiro ao concelho, no âmbito da reconstrução de casas após os incêndios de 2017. Passível de recurso, ambos foram condenados: o primeiro a pena única de sete anos de prisão, por 13 crimes de prevaricação de titular de cargo político e 13 crimes de burla qualificada, alguns destes na forma tentada; o segundo a seis anos de prisão, por crimes idênticos. Dos restantes 26 arguidos, 14 foram absolvidos e 12 condenados a penas inferiores a cinco anos de prisão, pelo que foram suspensas na sua execução. Como se já não bastasse a necessidade de reconstrução de habitações ardidas e onde viviam as famílias, acrescentou-se, através de falsos atestados de residência e outros documentos, a reconstrução de casas não permanentes. Para o colectivo de juízes, os antigos autarcas sabiam que, “com a aparência que criavam, através da narração de factos falsos, obtinham um benefício para os requerentes das habitações em causa e para o concelho de Pedrógão Grande, a que de outro modo não teriam direito (como, de resto, segundas habitações dos demais concelhos atingidos pelos incêndios não tiveram)”. Não se pode aproveitar para segundos fins uma tragédia que causou 66 mortos e mais de 250 feridos, destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

3 DE FEVEREIRO DE 2022 figuras da semana

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Mais do que uma vitória, foi a consagração de uma estratégia. Não pode ser por acaso que após seis anos de liderança governamental, dois dos quais mergulhados numa crise pandémica que assustou e assusta meio mundo e alterou comportamentos pessoais e empresariais, se consegue uma votação com a dimensão eleitoral agora conseguida. Tanto mais que os Governos chefiados por António Costa não terão sido assim tão excelentes quanto os resultados indiciam. À obra feita, alguma com certeza mas não tão abundante e expressiva quanto os resultados eleitorais, haverá que acrescentar outros trunfos que se terão de buscar no perfil do candidato António Costa. Hábil quanto baste, habilidoso para além disso, tem inegavelmente um faro politico que por vezes o surpreenderá a si próprio. A que junta uma certa afabilidade, acrescenta um certo jeito sem perder a humildade, não se assusta quanto lhe batem o pé, como o fizeram PCP e Bloco. O eleitorado terá gostado essencialmente da mensagem contida na decisão de se demitir: geringonça sim, acordos com certeza, mas os mais votados fomos nós. E tem razão: como compreender que um partido com 5 ou 7% condicione de tal maneira um parceiro que teve cinco ou seis vezes mais votos do que o condicionante? Também em política é preciso saber esticar a corda, parando um tudo nada antes dela partir. Quando a exigência vai além do dever, é boa altura para ficar sozinho ou mudar de parceiro.

HENRIQUE GIRÃO É O NOVO DIRECTOR DO INSTITUTO DE BIOMÉDICA DE COIMBRA O investigador Henrique Girão é o novo director do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica (iCBR) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo como ambição atrair mais clínicos para alargar as áreas de intervenção e abrir as portas da instituição à sociedade. O iCBR é um instituto interdisciplinar, que inclui na sua equipa de investigação mais de 100 elementos doutorados, entre os quais alguns dedicados à investigação básica, outros à área clínica (médicos), para além de elementos não doutorados e estudantes de formação avançada (em mestrado e doutoramento). O caminho começa por entender todos os mecanismos que governam o funcionamento das células e dos sistemas biológicos, eventualmente identificar os mecanismos que estão envolvidos no desenvolvimento de doenças e, com base nisso, desenhar novas abordagens terapêuticas. E quem é o novo director do Instituto Biomédico de Coimbra? Henrique Girão tem um currículo excepcional, que começa por ser sub-director para a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico da Faculdade de Medicina de Coimbra, prossegue com a missão de co-coordenador da Área Cardiovascular, coordenador do Programa de Doutoramento em Ciências da Saúde e do Mestrado em Investigação Biomédica, director do Laboratório de Microscopia e Bioimagem e, ainda, do Laboratório de Comunicação em Saúde. No Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia da Universidade de Coimbra, consórcio que reúne o iCBR e o Centro de Neurociências e Biologia Celular, Henrique Girão é membro do Conselho Científico, membro da Comissão Executiva e coordenador do Grupo de Cardiologia Celular e Translacional. JOÃO DIOGO E WEVERTON A Académica/OAF contratou o defesa-direito João Diogo e chegou a acordo para receber por empréstimo do avançado brasileiro Weverton. O defesa, de 33 anos, assinou contrato até ao final da temporada. Foi formado no Marítimo e internacional sub-21 pela selecção nacional, e passou ainda pelo Belenenses. Em 2017 rumou à Roménia para representar o Gaz Metan e depois o Farul. Vestiu ainda a camisola dos eslovacos do Spartak Trnava, regressando a Portugal em 2019 para representar o Estoril Praia. Já o avançado Weverton, de 19 anos, chega por empréstimo por uma temporada e meia, com opção de compra. O atleta foi integrado na equipa de sub-23 da Académica, naquela que será a sua primeira experiência na Europa.

ÁLVARO AMARO O eurodeputado social-democrata, com residência em Coimbra e que já foi secretário de Estado da Agricultura e presidente das Câmaras de Gouveia e da Guarda, viu aprovadas as propostas que apresentou na Comissão do Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu. Álvaro Amaro procurou reforçar a necessidade de se redobrar a atenção sobre os cuidados de saúde prestados em regiões com graves constrangimentos, como as regiões de baixa densidade e as regiões ultraperiféricas, onde a pandemia evidenciou as fragilidades de muitos serviços de saúde. Para o eurodeputado, a falta de profissionais de saúde em zonas rurais e remotas é outro dos desafios que os fundos europeus devem procurar resolver, assim como garantir o acesso à Internet de banda larga nas zonas rurais e remotas e apetrechar os serviços de saúde com os meios tecnológicos necessários para garantir a eficácia.

AGUSTIN ALE E JORGE FELLIPE Foram os últimos nomes a entrarem para a Académica de Coimbra no último dia do mercado de transferências (31 de Janeiro). Agustin Ale é um defesa central uruguaio, de 26 anos, e ex-Olimpia. Formado nos uruguaios do River Plate, fez toda a sua carreira na América do Sul, tendo agora a sua primeira experiência no futebol europeu. Já Jorge Fellipe, também defesa central, de 33 anos, assinou contrato até ao final da temporada. O atleta já representou o CD Aves e o Farense, contando ainda com experiências na Arábia Saudita e Singapura.

CATARINA COSTA A judoca de Coimbra conquistou a medalha de ouro na categoria de -48 kg no Grande Prémio de Portugal, ao vencer na final a sul-coreana Hyekyeong Lee, por ‘waza-ari’. A atleta discutiu a decisão até ao prolongamento, período após os quatro minutos iniciais, e venceu com uma ‘varredura de pés’, aos 37 segundos do ‘golden score’, 4.37 minutos totais de combate. Catarina Costa foi quinta classificada nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020.

PAULO OLIVEIRA Foi reeleito director da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). O Professor Catedrático de Matemática venceu as eleições, em sede de Assembleia de Faculdade, com nove votos a favor e continua assim à frente daquela que é considerada a maior Faculdade da UC. O outro candidato, o Professor Catedrático no Departamento de Informática, António Dourado, obteve apenas seis votos. Paulo Oliveira para este novo mandato pretende, sobretudo, apostar mais na investigação e transferência do conhecimento, ensino, pessoas e espaço e organização interna, entre outras medidas.

SILVA RIBEIRO O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas doou à Biblioteca Municipal de Pombal parte da sua biblioteca particular. A doação integra um total de 1.723 livros que se encontram em fase de registo e catalogação. António Manuel Fernandes da Silva Ribeiro exerce este cargo desde 2018. Anteriormente, exerceu o cargo de director-geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima, superintendente do Material, director-geral do Instituto Hidrográfico, subchefe do Estado-Maior da Armada, secretário do Conselho do Almirantado e vogal da Comissão Consultiva de Busca e Salvamento.

In Campeão das Províncias de 3/02/2022

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3 DE FEVEREIRO DE 2022

ENTREVISTA

A CIDADE RECEBERÁ A SUPER-ESPECIAL DO RALI DE PORTUGAL, UMA PROVA DE CICLISMO MUNDIAL E UMA MARATONA

CARLOS LOPES: “O DESPORTO EM COIMBRA (67É 9,92 ( 5(&20(1'$˨6(µ

Licenciado em Geografia pela Universidade de Coimbra, pós-graduado em Ordenamento do Território e Desenvolvimento e com formação nas áreas da Gestão da Água, Sistemas de Informação Geográfica, Gestão Ambiental. Carlos Lopes, entre outros cargos, foi presidente da Comissão Política Concelhia de Coimbra do PSD e hoje é vereador na Câmara de Coimbra. Tutela pelouros como o do Ambiente, Clima, Energia e Sustentabilidade, Polícia Municipal e Desporto, não fosse ele também atleta federado de Remo da Secção de Desportos Náuticos da Associação Académica de Coimbra. Carlos Lopes perspectiva um futuro risonho para o desporto em Coimbra. NÁDIA MOURA / LUÍS SANTOS

Campeão das Províncias [CP]: Que balanço faz destes três meses de mandato? Carlos Lopes [CL]: Tem sido um processo trabalhoso, mas que assumo com grande expectativa e responsabilidade. São vários pelouros, uns mais complexos que outros, mas que permitem desenvolver um conjunto alargado de responsabilidades que tenho vindo a assumir. Estes primeiros três meses têm sido mais no gabinete, apesar de já ter tido oportunidade de visitar a maioria das freguesias do concelho, faltam-me duas ou três apenas. E é isso que também quero continuar a fazer, estar junto das pessoas, faz parte da minha “escola” esta política de proximidade. [CP]: Onde vai ser em Coimbra a prova de circuito urbano do Rali de Portugal do Campeonato do Mundo? E esta coincidência com a serenata da Queima das Fitas... [CL]: É uma modalidade bastante cobiçada em todo o mundo e Coimbra terá o orgulho de receber esse evento. O circuito ainda não está definido, ainda não tivemos reuniões técnicas com o ACP. São cerca de três quilómetros e há duas perspectivas: a Alta de Coimbra, sendo que passará pela Praça da República, Avenida Sá da Bandeira... mas poderá ter outras soluções com outras zonas da cidade. A realizar-se na mesma altura da Serenata eu não vejo isto como um problema mas sim como uma oportunidade de Coimbra se assumir

como uma cidade capaz de organizar dois eventos no mesmo dia. No Rali temos uma organização altamente profissional, circuito definido, com entrada de bilheteira e logística bem organizada. Se forem ambos no mesmo dia, serão a horas diferentes e o que eu gostaria era que o

desportivas no concelho não estão em muito bom estado. Vemos um grau de abandono e desmazelo nalgumas estruturas públicas e a preocupação é devolver a esse espaço a dignidade que merecem. Além disso, detectámos uma falha grave da Câmara de Coimbra, não existe uma Carta Desportiva e esse trabalho já está a ser desenvolvido. Esse documento dará a conhecer e identifica os equipamentos do concelho, georreferenciados, o que nos possibilitará, com um click, identificar as características dos equipamentos de que dispomos, o que não acontece agora e isso dificulta as políticas que queremos implementar. [CP]: Falando de estruturas desportivas degra-

Não existe uma Carta Desportiva e esse trabalho já está a ser desenvolvido.

vencedor da especial ainda fosse à serenata e pusesse a capa aos ombros. [CP]: Como está o desporto em Coimbra, quando temos, no futebol, a Académica/OAF nos últimos lugares da II Liga e em risco de descer ainda mais de divisão? [CL]: Eu vejo o desporto no seu todo. A Académica é um clube nacional, com história ímpar, que respeitamos e tudo faremos, dentro das nossas competências para a ajudar, aliás como ajudamos todos os clubes e entidades desportivas do concelho. Olhamos com preocupação para o estado actual da Académica, pela própria relação umbilical que o clube tem com Coimbra. Já no Judo tivemos oportunidade de homenagear os atletas olímpicos. É gratificante ver que esta modalidade está forte e que se estão a preparar medalhas para Paris que vão sair de Coimbra. [CP]: No âmbito do desporto que ideias imediatas tem para aplicar? [CL]: Temos constatado que as infraestruturas

dadas... há o caso do Sport Club Conimbricense que já «reclama» por um novo pavilhão desde o ano 2000... [CL]: … sim, verdade, e tive oportunidade de os visitar e foi uma excelente surpresa porque não conhecia a realidade do clube. Estão com um trabalho muito interessante, nomeadamente com a equipa de invisuais, das poucas existentes no país, e vão começar um projecto-piloto com as escolas do concelho. Quanto ao pavilhão, creio que o antigo será para manter, com outras condições obviamente, sendo que com alguma requalificação seria um espaço de excelência da cidade. E sim, há conversações para que o projecto de um novo pavilhão avance. [CP]: Que políticas tem para os mais novos? Manterá o Conselho Municipal da Juventude? [CL]: Em termos de políticas da Juventude, o município de Coimbra tem sido pouco mais que zero. A comprová-lo está o facto de termos uma pessoa afecta, no departamento do desporto, à Juventude. Queremos mudar isso. Somos uma cidade e

um concelho de estudantes e queremos retomar a ideia do Cartão Jovem Municipal. Iremos, em breve, reunir o Conselho Municipal para discutir esta situação. Este cartão jovem municipal terá descontos associados permitindo aos jovens aceder a espaços que dificilmente acederiam. [CP]: O que está a ser feito na área do Ambiente? [CL]: Há projectos que estamos a lançar, existe o Plano de Alterações Climáticas lançado pelo anterior Executivo e que queremos rever e dar o nosso cunho e que vai exigir outro envolvimento com outras entidades, nomeadamente com a Comissão Europeia que é um trabalho que não tem sido feito. Preparámos a candidatura às «Cem Cidades», que tem como objectivo chegarmos a 2030 com a descarbonização feita. Há aqui um horizonte de menos de 10 anos e queremos estar na linha da frente desse programa e isto, no fundo, é caminharmos para edifícios e equipamentos de carbono zero, auto-sustentáveis, com alta capacidade de sustentabilidade. [CP]: Também nos transportes, quanto menos poluentes eles forem melhor... [CL]: Sim, temos vindo a fazer um acompanhamento

Carlos Lopes diz que realização do Rali e da Serenata no mesmo dia não é um problema atenta a estas situações? [CL]: A Polícia Municipal tem poucos meios, ao contrário do que as pessoas possam pensar, e tem funções, se calhar, a mais. São perto de 30 elementos e abrimos agora concurso para mais 14 elementos e a perspectiva é que daqui a um ano consigamos tê-los nas ruas. A Polícia Municipal, desde contra-ordenações, notificações para limpeza de terrenos, fogos florestais, acompanhamento de obras e fiscalização... é tudo com eles. Ou seja, cerca de 30 elementos, se contabilizarmos baixas médicas, teletrabalho, são poucos elementos. Não compete à Polícia Municipal, por exemplo, a segurança das

O Cartão Jovem Municipal terá descontos associados permitindo aos jovens aceder a espaços que dificilmente acederiam.

do sistema de mobilidade e estamos a caminhar para aquilo que são as exigências do presente, que são os carros eléctricos. Só não será um objectivo a curto prazo porque há limitações financeiras graves. É preciso uma reorganização dos transportes em Coimbra, é um processo complexo, mas estamos cá para isso. [CP]: O presidente da Câmara disse que o estacionamento irregular deixava de ter contemplações. A Polícia Municipal está mais

pessoas e há muitas vezes essa ideia dos cidadãos. Pode aplicar multas no que concerne aos estacionamentos abusivos e parquímetros e vamos fazer agora um primeiro relatório sobre estas ocorrências e contra ordenações e posso dizer que houve um incremento exponencial. As pessoas têm de ser responsabilizadas e autuadas quando não cumprem. [CP]: Falou-se muito de carência e descontentamento no Corpo de Bombeiros Sapadores...

Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro. In Campeão das Províncias de 3/02/2022

[CL]: … São uma corporação profissional com gente empenhada. Tivemos oportunidade de fazer um exercício de matérias perigosas onde a corporação de Bombeiros Sapadores de Coimbra é, conjuntamente com mais cinco corporações do país, a que tem capacidade para lidar com este tipo de materiais. Fizemos um exercício que não era feito desde 2012. É também a corporação que tem mais mergulhadores no país e estamos a preparar um novo exercício, no próximo dia 23 de Fevereiro, desta vez um incêndio a bordo do Basófias. [CP]: Estão previstas algumas provas desportivas este ano em Coimbra? [CL]: Temos o Rali (Coimbra vai receber, pela primeira vez, a Super-especial), que vai ser um evento muito importante a todos os níveis, ainda não existe a verdadeira noção, mas vai ser difícil encontrar um quarto na cidade nessa altura do ano. Para além disso, vamos ter também uma prova mundial de ciclismo, organizada pela Federação Internacional de Ciclismo, pela primeira vez na cidade, estamos a estudar ainda o circuito. Isto para além da primeira maratona integrada no evento Multisport Weekend Coimbra 2022. São sinais muito positivos de que o desporto em Coimbra está vivo e recomenda-se. PATROCÍNIO:

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ACTUALIDADE

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PRESIDENTE QUER ESTABILIZAR A ASSOCIAÇÃO E “FAZÊ-LA GANHAR ASAS”

OLIVAIS FUTEBOL CLUBE CELEBRA 87 ANOS DE DEDICAÇÃO AO DESPORTO ANA LUÍSA PEREIRA

Olivais Futebol Clube vai celebrar, no próximo domingo (6), 87 anos de dedicação ao desporto. Fundado em 1935, começou por ser um clube de bairro e actualmente é reconhecido como uma das referências desportivas da cidade de Coimbra, em particular no basquetebol, o ex-libris do clube, que em tempos teve também ginástica, karaté, campismo e caravanismo, futsal e natação. Entre os atletas e o clube existe, desde o seu aparecimento e até à actualidade, uma relação de carinho, sendo que muitos dos ex-atletas regressam mais tarde para apoiar os seus filhos e netos que também fazem

parte desta grande família. O Olivais Futebol Clube tem procurado, ao longo destas quase nove décadas, manter viva a história, tendo já publicado alguns livros sobre o seu percurso, que dão a conhecer todos os feitos alcançados. Segundo o presidente do Olivais Futebol Clube, a formação de atletas continua a ser “a grande prioridade”, sendo que este é o maior clube de basquetebol do distrito de Coimbra e que tem o maior número de atletas federados (cerca de 250). Apesar deste ser um momento importante, as celebrações dos 87 anos vão ser comemoradas de forma simbólica. “Queríamos fazer uma festa e um encontro, no entanto, devido à pandemia, ainda não será possível e por

isso vamos ter de alterar os nossos planos”, lamenta António Fonseca. Fazendo um balanço do último ano, o presidente refere que o clube passou por grandes dificuldades. “A situação não está fácil. Financeiramente já não o estava e depois, com a covid-19, foi sempre a piorar”. Em termos desportivos, António Fonseca frisa que o principal objectivo tem sido “lutar para que a equipa feminina não desça de divisão e para que a masculina suba”. O Olivais Futebol Clube criou, no ano passado, uma Secção de Atletismo, com o intuito de atrair mais jovens para a prática desportiva. Esta era uma secção que já não existia há muitos anos no clube. “Foi uma secção que existiu em tempos, depois desapare-

ceu, e agora voltámos a tê-la e conta já com 30 atletas inscritos”, frisa o responsável. Foi criada também uma Secção de Boxe com o objectivo de “diversificar a oferta desportiva para os sócios e chegar a novos públicos-alvo”. Neste clube, como em todos os outros, a pandemia de covid-19 teve um efeito devastador. “Além de reduzir drasticamente a receita, aumentou muito a despesa”, acrescenta o presidente. FUTURO EM ABERTO No relatório de actividades do Olivais Futebol Clube existiam vários eventos programados, muitos deles já não se realizaram no ano passado e que, este ano, poderão

ainda não se realizar, sendo as comemorações do aniversário um deles. “Esperemos que os torneios voltem, os encontros, os jantares de gala. Está tudo programado mas não sabemos, neste momento, o que irá acontecer”, exprime António Fonseca. Em Março irão decorrer eleições para os corpos sociais do Olivais Futebol Clube. António Fonseca refere que, apesar de se recandidatar, espera que existam mais a fazê-lo. “Espero que hajam candidatos com ideias novas”, sublinha. O presidente frisa que a sua ideia continua a ser a mesma. “Quero estabilizar o clube financeiramente e depois, daí, começar a fazê-lo ganhar asas”, acrescentando que gostaria de colocar a equipa masculina na

António Fonseca é presidente do clube desde 2020 Proliga e subir de divisão”, bem como, “manter a equipa feminina na Liga e, a partir do ano que vem, começar a ganhar títulos”.

COLECTIVIDADE CELEBRA HOJE 112 ANOS

SPORT CLUB CONIMBRICENSE APOSTA NO DESPORTO DE INCLUSÃO E AGUARDA NOVO PAVILHÃO CRISTIANA DIAS

Sport Club Conimbricense celebra, hoje (3), 112 anos de história. Com mais de um século de vida, o clube histórico da Baixa de Coimbra decidiu adiar para Abril as comemorações relativas à data, por considerar o momento mais oportuno. Desta forma, no dia de hoje o clube irá apenas assinalar de forma simbólica o aniversário através de uma conferência para anunciar a data e o cartaz das festividades. No entanto, o presidente do clube, Carlos Ferreira, adiantou ao “Campeão” que para já está planeado realizar o jantar de gala, com todas as pessoas importantes para o clube, bem como actuações de alguns grupos e a realização de um desfile de modelos para eleger a Miss Sport. Com altos e baixos, próprios de qualquer colectividade e sobretudo sendo centenária, o Sport Club Conimbricense, que nasceu na Baixa de Coimbra, e por ali se continua a manter, tem

percorrido um caminho de grandes sucessos, que tem honrado o desporto e a cidade. Começando pelo basquetebol que, outrora, foi a modalidade que mais deu projecção ao clube, tendo sido o primeiro a ganhar o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de Basquetebol e, embora continue a ser uma das actividades mais relevantes dentro da colectividade, o Sport Club Conimbricense distingue-se com modalidades de apoio à inclusão social. O emblema da União das Freguesias de Coimbra destaca-se a nível nacional como sendo o único clube com futebol para cegos. Para Carlos Ferreira “é importante para o Sport criar estas oportunidades” de forma a que o desporto possa chegar a todos. O futebol de cegos no Conimbricense é ainda muito recente, tendo-se iniciado em 2020. No entanto, com o surgimento da pandemia nesse ano, a modalidade sofreu algumas alterações

prática e esta modalidade vai poder ser disputada por atletas a partir dos 12 anos. Este desporto adaptado tem várias equipas nacionais representadas por grandes clubes, e ao qual o Sport pretende juntar-se para integrar as competições nacionais. Carlos Ferreira referiu que o Sport Club Conimbricense tem as “portas abertas para qualquer Associação de pessoas com deficiência que pretendam abordar o clube a fim de parceiras para a prática de outras modalidades”. À ESPERA DO NOVO PAVILHÃO Carlos Ferreira, presidente do Sport Club Conimbricense, Zita Alexandre, tesoureira, e Márcio André, treinador no seu processo. Ainda assim, o clube não baixou os braços e chegou, em 2021, a realizar o primeiro torneio internacional de futebol para cegos, em Coimbra. Esteve presente uma equipa da República Checa e a selecção da Andaluzia, naquele que foi um marco importante

para a história do clube e sobretudo para a modalidade que, segundo o presidente, espera vir a crescer. O presidente afirmou ainda que, brevemente, o Sport Club Conimbricense irá lançar a modalidade Showdown. O clube já tem a mesa necessária para a

Há muito que o Sport Club Conimbricense anseia pela construção de um novo pavilhão para proporcionar a abertura de novas modalidades e, sobretudo, criar melhores condições para as já existentes. Carlos Ferreira lembra que a Câmara Municipal de Coimbra “prometeu o terreno”, situado na Estrada de Eiras, no ano 2000, para a construção do pavilhão mas

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que, até agora, o Executivo não avançou com essa cedência. A Direcção tem lutado para que este projecto avance o mais rapidamente possível e por isso irá reunir com a Câmara já este mês. O presidente sublinha que o Pavilhão da Palmeira tem mais de 50 anos e já não reúne as condições necessárias para que o clube cresça em termos de modalidades. Contudo, embora o grande desejo do clube seja o novo Pavilhão, as actuais instalações serão sempre para se manter na Baixa de Coimbra, um espaço que dá identidade ao clube e que pode continuar a apoiar os atletas e associados. Neste momento, o Sport Club Conimbricense tem em andamento a mudança do ginásio, dentro do pavilhão actual, para criar melhores condições à ginástica, estando a decorrer a substituição do chão e a compra de novos aparelhos para esta prática.

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REPORTAGEM

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UM PEQUENO PARAÍSO

ALDEIA DA SERRA DE SÃO MACÁRIO QUE TEM MAIS CABRAS QUE GENTE

A aldeia faz parte da União das Freguesias de São Martinho das Moitas e Covas do Rio MÁRCIA PÁSCOA CARVALHO

ovas do Monte é daqueles sítios que apetece visitar. Vagueando pela serra e ao avistar de longe a aldeia, invadiu-nos aquela curiosidade de a ir conhecer. Situada na base da Serra do São Macário, serpenteada por uma estrada que conduz ao povoado, pudemos apreciar uma das mais belas aldeias do concelho de S. Pedro do Sul. Já lá em baixo, em Covas do Monte, pudemos observar a realidade de um povo que tem a capacidade de resistir a tudo e mais alguma coisa, até ao ataque dos lobos aos seus animais, que vão ‘desaparecendo’, deixando-lhes o sentimento de tristeza de que pouco ou nada podem fazer para que tal deixe de acontecer. O gado caprino é o que impera nesta aldeia, cujo número de cabras ultrapassa, e muito, as pessoas que lá habitam. Mas para sabermos um pouco de toda a dinâmica ali vivida, tivemos a simpática e despachada Amélia Gomes Costa Figueiredo, como nossa anfitriã nesta ‘viagem’ pela aldeia que, confessamos, deixou-nos sem fôlego. A aldeia faz parte da União das Freguesias de São Martinho das Moitas e Covas do Rio e “actualmente conta com cerca de 40 habitantes, a maioria idosos” – frisou Amélia, salientando que estes “são os que aqui residem durante todo o ano… mas nas férias aumenta um poucochinho esse número, com a

vinda dos nossos emigrantes” – frisou. Acrescentou ainda que “as cabras ultrapassam e muito esse número… rondam as 1500”. Já os habitantes dedicam-se à pastorícia e à agricultura e da sede do concelho à aldeia, a distância que as separa é de cerca de 30 quilómetros. O decréscimo populacional ao longo dos tempos tem sido uma realidade, podendo ser uma consequência desse mesmo isolamento. “É NA MINHA ALDEIA QUE ME SINTO BEM” Enquanto andava [e como andava] a mostrar-nos os cantos e recantos da aldeia, Amélia confessou-nos, com uma voz triste, que “houve alturas de serem quase 2500 cabras”, contudo “com a venda de alguns rebanhos, já que pertenciam a pessoas idosas e não tinham como as manter, e o ataque dos lobos, isso sim é o pior de tudo, chegamos a esse número [a rondar as 1500]”. Nascida e criada em Covas do Monte, Amélia pouco saí da aldeia. “Estive pouco tempo na Suíça, mas voltei logo para aqui. É na minha aldeia que me sinto bem”. Logo depois disse-nos: “trabalho não falta, dinheiro é que há pouco [risos]”. “NÃO COMPRAMOS NADA DE FORA PARA SERVIR QUEM VEM CÁ COMER” “Trabalhamos muito e tudo é à volta da agricultura. Os nossos alimentos são reti-

O aglomerado de casas, quase todas construídas em xisto e com telhados de lousa, são típicas da região rados das nossas sementeiras e a carne dos animais que criamos. Parece duro e até é, mas todo o resto compensa” – revelou-nos. No decorrer da nossa ‘viagem’, aproveitou para nos mostrar “a azenha da aldeia que neste momento não se encontra a funcionar, mas durante muitos anos era aqui que se fazia o azeite” – relembrou Amélia. Uns metros mais à frente, após descermos um caminho estreito, a nossa guia mostrou um dos moinhos da aldeia e explicou-nos que “ainda funciona e fazemos aqui a broa de milho, mas apenas no Inverno, já que no Verão toda a água das nascentes é canalizada para a rega das plantações” - esclareceu. Na aldeia existe também um alojamento local e um restaurante da Associação dos Amigos de Covas do Monte, localizado na antiga escola primária. À frente do restaurante está a Amélia, que nos contou que “só abre mediante marcação” e que a ementa “é de pratos típicos da região”, destacando-nos alguns: “o cabrito da Gralheira, a chanfana, os enchidos, entre outros… e são todos produtos nossos. Não compramos nada de fora para servir quem vem cá comer” – realçou. MARIA MARTINS, DE 86 ANOS Já no caminho de volta encontrámos, dentro de um dos currais sentada num banquinho a olhar para uma de suas cabritas, a senhora Maria Martins, de 86 anos. Ao per-

guntarmos a sua idade, disse-nos logo: “Nasci em 1935, por isso façam as contas… no dia 25 de Março, completo os meus 87 anos, se Deus quiser” [que assim seja]. De seguida, quisemos saber se sempre viveu na aldeia. Frontal, referiu: “até os meus 25 anos vivi em Covas do Rio. Depois casei-me e vim para Covas do Monte e aqui estou até hoje”. Com alguma tristeza, falou-nos que na noite anterior à nossa ida ficou sem uma das cabras do seu rebanho. “Sabe, hoje estou triste, uma das minhas cabras foi atacada e não resistiu. Deixa qualquer um triste, não é?”. Lembrou-nos de uma vida de trabalho na agricultura e no momento da despedida sorriu para nós e deixou-nos o convite para voltarmos. COMO SE CHEGA À ALDEIA? Para se chegar à aldeia de Covas do Monte é preciso percorrer um caminho sinuoso, que é amplamente compensado pela rara beleza que se vislumbra no decorrer do percurso. Primeiro é preciso atravessar a Serra da Freita, vislumbrando as de Montemuro e da Gralheira. O passeio vale por si. Situada na Serra de São Macário, o ar que se respira em Covas do Monte é puro, já que a aldeia está localizada a 450 metros de altitude. As ruas estreitas, cheias de ‘caganitas’ das cabras, remonta-nos a um passado saído de livros ou mesmo de documentá-

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Maria Martins casou-se e veio morar na aldeia. Vive em Covas do Monte há mais de 60 anos

Tudo o que se vê parece uma paisagem vinda de um quadro pintado à mão, resultante da conjugação perfeita que se vislumbra da paisagem que está à volta rios, que nos mostra que o passado aqui [Covas do Monte], há algumas décadas atrás, continua a ser o presente de todos os que aqui habitam, com os mesmos costumes de antigamente. Marcada por rebanhos, a paisagem é verdejante, pois beneficia da água de nascentes. Essa mesma água não serve apenas a aldeia, mas também os campos, onde o regadio é feito de forma tradicional. Apesar de os caprinos serem os animais que mais se vêem a andar pela aldeia, também existem bovinos e ovinos. Diariamente, o gado, guardado pelo pastor do dia, já que é uma função que calha a todos da aldeia e de forma rotativa, vai para o pasto e volta ao fim da tarde cada uma para a sua casa. Este é um ritual que se repete todos os dias e que encanta quem tem a oportunidade de assistir.

Aqui se vive desta forma. Mantém-se a tradição que nem o tempo deixou que se fizesse perder. O aglomerado de casas, quase todas construídas em xisto e com telhados de lousa, típicas da região, parecem vindas de um quadro pela conjugação perfeita que dão à paisagem que está à volta. Contudo, Amélia contou-nos que “estão a ser recuperadas algumas casas. Há muitas pessoas interessadas em comprar casas na nossa aldeia para virem de férias. Acredito que seja uma forma de fugir à rotina das grandes cidades” – apontou. E foi assim a nossa ‘viagem’. Gente simples, com uma genica incrível e onde nunca lhes falta o que fazer. Acreditamos que se deva ao ar puro e à tranquilidade que só quem está lá [Covas do Monte] consegue explicar o que sente.

QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022

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3 DE FEVEREIRO DE 2022

ÚLTIMA

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS www.campeaoprovincias.pt

PROPOSTA DE AQUISIÇÃO INICIAL FICARÁ POR 49%

LUÍS SANTOS

PASSAGEM DA ACADÉMICA A SAD PODE TER INVESTIDOR ITALIANO

Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol (OAF) anunciou que recebeu uma proposta para aquisição de 49% de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) que o clube venha a criar, caso altere o actual mode-

lo de Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ). O “Campeão” apurou que, desta vez, o investidor, que está a ser mantido em recato, pode ser italiano e até já tem colaborado com alguns escalões do futebol da Académica. Recorde-se que, em 2019, foi retirada da ordem

de trabalho da Assembleia-Geral o ponto para alteração de estatutos que permitia referendar a passagem do clube a SAD, perante o previsível “chumbo” da proposta. Nessa altura, a Direcção presidida por Pedro Roxo justificou a decisão com a ameaça da Direcção-Geral da Associação Académica

de Coimbra (casa-mãe) de retirar o símbolo e o nome ao clube caso o investidor da futura SAD tivesse mais de 50 por cento (%) do capital social. Então, na proposta de alteração de estatutos estava previsto que o investidor da SAD ficaria com 70% do capital social, en-

quanto a Académica com os restantes 30%. A proposta de alteração de estatutos previa que o investidor da futura SAD ficasse obrigado a liquidar os 7,5 milhões de euros de passivo da Académica/SDUQ e a injectar de imediato 3,4 milhões de euros. O investidor, que integrava o grupo brasileiro BMG, teria de aplicar 20 milhões de euros nos 10 anos seguintes, com uma média de investimento no futebol profissional de dois milhões por ano. PROPOSTA ACTUAL Esta semana, a Direcção da Briosa anunciou que “após vários meses de negociações, de forma a garantir a melhor proposta possível para a Académica OAF, que assegure os seus interesses na perspectiva do seu equilíbrio financeiro e na defesa da sua missão desportiva e social na cidade de Coimbra e no contexto nacional”, está em condições para “proceder à sua apresentação aos sócios e de mais interessados”. A Direcção comunicou, também, que vai iniciar nos próximos dias os procedimentos para a Académica PUBLICIDADE

In Campeão das Províncias de 3/02/2022

avançar para a criação de uma SAD, começando por solicitar o agendamento de um Conselho Académico, antes de marcar uma Assembleia-Geral extraordinária para o mais breve possível. “Nesses momentos, apresentaremos os termos da proposta, identificação dos investidores e estaremos disponíveis para esclarecimentos adicionais”, adianta o clube, referindo que “as datas destes eventos serão informadas muito brevemente”, uma vez que pretende “garantir as disponibilidades de todos os órgãos sociais e a ausência de jogos da equipa principal”. O actual presidente da Briosa, Pedro Roxo, foi eleito em Junho de 2019 com a promessa de criar uma SAD, tendo, na altura, garantido que existia um parceiro financeiro interessado em investir, se o clube alterasse o actual modelo de gestão. O processo não avançou e esteve praticamente “esquecido” até 19 Novembro de 2021, altura em que o presidente Pedro Roxo anunciou, em Assembleia-Geral, numa comunicação por videoconferência, que até final de 2021 seria apresentada uma nova proposta para a constituição de uma SAD.

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Colégio St. Paul´s School comemora Ano Novo Chinês

St. Paul’s School deu início, no dia 1, ao Ano Novo Chinês, um novo ciclo sob a regência do Tigre e a influência do elemento água, conferindo a 2022, de acordo com o horóscopo chinês, dinamismo e determinação. Os colaboradores e alunos celebraram este dia com uma ementa especial preparada pela equipa de cozinha. O arroz chau-chau, os crepes chineses e os célebres predestinados biscoitos da sorte fizeram a delícia de todos. Para além disso, os alunos receberam um envelope vermelho contendo moedas de chocolate e o biscoito da sorte, desejando um próspero ano novo. As crianças do Jardim de Infância e 1.º Ciclo realizaram trabalhos manuais alusivos à ocasião e os colegas de nacionalidade chinesa partilharam com os seus pares experiências e tradições. O St. Paul´s School, desde a

sua génese, se afirmou como um projecto com forte espírito internacional, bilingue em Português-Inglês, com uma aposta pedagógica de rigor School Year 2019/2020 e grande investimento no ensino de línguas, incluindo o Latim, Espanhol, Alemão, e ainda o Francês e o Mandarim, como disciplinas opcionais. O Mandarim é uma oferta extracurricular, que surgiu em 2019, no contexto de um acréscimo de afluência de

população chinesa e uma vontade crescente dos alunos conhecerem esta língua tão particular entre os seus pares. A actividade é ministrada por professores do Instituto Confúcio, da Universidade de Coimbra, que, integrada no contexto do St. Paul´s School, potencia as competências linguísticas dos alunos, possibilitando a aquisição de um verdadeiro “passaporte” linguístico para o acesso a outros países e culturas.

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Salão Brazil com Fevereiro preenchido de espectáculos F

evereiro assinala o regresso pleno da actividade ao Salão Brazil, da Baixa de Coimbra, com concertos de uma multitude de géneros, do rock ao jazz, da nova música portuguesa ao blues, do hip-hop à música exploratória. O arranque da programação cabe a um trio de conceituados músicos de jazz. Amanhã (4) Pedro Madaleno (guitarra), Yuri Daniel (baixo elétrico) e Alexandre Frazão sobem ao palco do Salão Brazil para homenagear um dos mais influentes pianistas e compositores deste género musical: o norte-americano Ahmad Jamal. Na semana seguinte, na sexta-feira, dia 11, o Club Makumba de Tó Trips, João Doce, Gonçalo Prazeres e Gonçalo Leonardo apresenta no Salão Brazil os temas do seu novíssimo disco, que sairá no decorrer do primeiro semestre deste ano e que tem recebido um fantástico acolhimento por parte da crítica e do público. Dia 12 de Fevereiro Pedro de Tróia apresenta o seu segundo disco, intitulado “Tinha de Ser Assim”. Nesta segunda aventura a solo, o ex-vocalista dos Capitães da Areia confirma o seu estatuto como uma das vozes mais promissoras da nova música portuguesa. O segundo fim-de-semana do mês (12 e 13) termina com a recepção a Will Guthrie, baterista australiano que é uma referência incontornável no mundo da música criativa. A tarde de domingo será passada com o percussionista que mantém actividade a solo e enquanto líder do grupo de percussão (gamelão) Ensemble Nist-Nah e a sua música pode ser encontrada em mais de 50 discos, em colaborações com músicos como Oren Ambarchi, Mark Fell, Roscoe Mitchell, Anthony Pateras, Keith Rowe, David Maranha ou Ava Mendoza. O britânico Simeon Walker chega ao Salão no dia 17, iniciando uma digressão que o levará a mais cinco salas do país, desde Ponte de Lima (Teatro Diogo Bernardes à Casa da Cultura de Setúbal). Ao final de uma década de actividade enquanto músico, o pianista e compositor Simeon Walker emergiu como uma das novas figuras da cena Clássica Moderna, muito à custa da recepção aos seus dois trabalhos discográficos até à data:

“Mono” e “Winnow”. Simeon tem marcado presença em várias salas de concerto e festivais de relevo e a sua música tem marcado presença na BBC Radio 3, BBC 6Music, BBC World Service & BBC Introducing, e também na KEXP (Seattle, EUA) and NeoFM (Berlim). A “nave” de Japa System aterra no Salão a 18 de Fevereiro. O artista brasileiro apresenta o seu disco “Sistema Percussivo Integrado” lançado em Maio de 2021. Japa foi percussionista do grupo brasileiro Baiana System entre os anos de 2013 a 2021, tendo com eles conquistado o 28.º Prémio da Música Brasileira e o Latin Grammy, em 2017 e 2019, respectivamente. Em projectos paralelos, começou seus experimentos para criar um sistema que lhe permitisse novas possibilidades musicais, com artifícios tecnológicos. Daí surgiu a “Nave System”, um setup musical cuja finalidade consiste em utilizar instrumentos electrónicos e acústicos para criação de possibilidades de comandos percussivos, executando diversos ritmos que seriam somente possíveis através de uma ampla quantidade de instrumentos. O ciclo Porta Jazz no Salão regressa no dia 19 de Fevereiro, depois de um interregno de alguns meses. Desta feita, a associação e colectivo de músicos portuenses traz a Coimbra o projecto “Connecting Dots”, do pianista e compositor Hugo Raro, que conta a seu lado com João Mortágua (sax alto e soprano), José Carlos Barbosa (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria). Vêm apresentar o disco que, em 2020, figurou em muitas

listas de melhores do ano da imprensa especializada. Nerve é um dos nomes mais sonantes da cena hip-hop nacional. Regressa ao Salão, na quinta-feira, dia 24 de Fevereiro, para nos mostrar em primeira mão alguns dos novos temas que farão parte do seu próximo disco. A discografia de Nerve inclui dezenas de participações e uma mão cheia de projetos a solo, como o disruptivo álbum de estreia “Eu Não das Palavras Troco a Ordem” ou o impactante “Trabalho & Conhaque”. Outro regresso a assinalar é o do cantor Kiko Pereira (dia 25), acompanhado pelos seus Blues Refugees e por um convidado muito especial, o britânico BJ Cole, considerado por Sting como o melhor na Lap Steel Guitar, tem acompanhado o desenvolvimento da história da música desde a década de 70. Podemos ouvi-lo no “Tiny Dancer” de Elton John, “No Regrets” dos Walker Brothers de Scott Walker e em centenas de gravações ao lado de artistas como Marc Bolan, Depeche Mode, Joan Armatrading, Sting, David Gilmore, Beck, Roger Waters e agora, também, com Kiko &amp; the Blues Refugees. O mês de música no Salão da Baixa de Coimbra termina com máxima pressão sonora. A Evil Twins Tour que junta Dollar Llama a Miss Lava chega ao Salão no sábado, dia 26. Como se não fosse suficiente, os dois grupos convidam para o espectáculo de abertura a banda local Lazy Eye Society, havendo também usar a um dj set do humorista (e melómano) Rui Cruz.

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Projecto de fundo de apoio sediado na ESEnfC já ajudou nove estudantes de Enfermagem O fundo de apoio de emergência criado pelo Capítulo Phi Xi da Sigma, com sede na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), já beneficiou, até ao momento, nove alunos de seis instituições de ensino superior público. Este fundo de apoio é dirigido a alunos em comprovada situação de carência económica e pretende evitar o abandono escolar. Deste fundo, criado há um ano, foram utilizadas verbas para suprir necessidades daqueles estudantes – relacionadas com alojamento, refeições, propinas, transportes e exames médicos –, num montante superior a 1.800 euros. Este pequeno auxílio foi dado a alunos das escolas superiores de Enfermagem de Coimbra, de Lisboa e do Porto, assim como das escolas superiores de Saúde dos Institutos Politécnicos de Leiria, de Portalegre e de Santarém, revelaram os responsáveis do Fundo de Apoio de Emergência do Capítulo Phi Xi a Estudantes de Enfermagem um projecto de extensão à comunidade coordenado pela professora a ESEnfC, Margarida Alexandra Moreira da Silva. Organizado com o objectivo de ajudar a mitigar os efeitos da pandemia por SARS-CoV-2 na área da educação, este capital visa concorrer para a redução da pobreza dos estudantes do curso de licenciatura em Enfermagem em comprovada situação de carência económica, desde que empenhados na conclusão do curso. Deste modo, pretende “contribuir para evitar o abandono e o insucesso escolar, a nível do ensino superior público nacional (...), de forma a promover a inclusão social, a equidade e

a igualdade de oportunidades”, revela a ESEnfC. Os custos inerentes ao projecto são suportados por iniciativas desenvolvidas pelo Capítulo Phi Xi, pelas associações de estudantes ou pela Federação Nacional de Estudantes de Enfermagem, por donativos (houve cinco em 2021) e protocolos que venham a ser estabelecidos. De acordo com a equipa responsável por este projecto, “o sucesso do fundo está, também, dependente dos eventuais donativos de entidades e instituições que queiram associar-se a esta fundamental ajuda na vida dos estudantes e famílias”. Além de ajudas financeiras, esta cooperação prevê apoios consultivos (relacionados com informações e com o encaminhamento de estudantes para outros apoios sociais), que foram dados, em 2021, a 11 estudantes das escolas superiores de Enfermagem de Coimbra, de Lisboa e do Porto, da Es-

cola Superior de Enfermagem de São João de Deus (Universidade de Évora) e da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja. Empresas e particulares podem contribuir para o Fundo de Apoio de Emergência do Capítulo Phi Xi a Estudantes de Enfermagem, através de uma de duas formas: ou por transferência bancária (IBAN: PT50 0007 0000 0012 6622 4432 3) – devendo, nesse caso, enviar-se comprovativo para fundo.apoio.estudante.sigma@esenfc.pt, com o respectivo nome no descritivo da transferência –, ou na plataforma GoFundMe (pagamento com cartão). Criada em 1922, a Sigma Theta Tau Internacional é uma sociedade honorífica de Enfermagem que dedica as suas actividades à melhoria da saúde das populações, através do desenvolvimento científico da prática de Enfermagem. O capítulo Phi Xi da Sigma foi constituído, na ESEnfC, em Setembro de 2011.

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Recortes de jornais e outras coisas mais Por Júlio Roldão * Quando iniciei a minha actividade profissional como jornalista, nos idos de 1977, julgava-me capaz de recortar e guardar todos os textos que viesse a publicar nos jornais. Cheguei mesmo a comprar um álbum, semelhante aos velhos álbuns de fotografias, que ostentava na capa a expressão “Recortes de Jornais”. Desisti rapidamente desse objectivo, mas fiquei com o gosto pelos recortes e, anos mais tarde, quando descobri o prazer das artes plásticas dei uma segunda vida a alguns desses papéis integrando-os, pela colagem, em alguns trabalhos de amador tardiamente seduzido pela Arte. Num desses recortes, que julgo ser do falecido jornal “República”, anos 70 mas de uma edição saída já depois do 25 de Abril de 1974, num desses recortes, Maria Emília Correia escreve, com direito a primeira página, que a luta dos “média” substituirá a luta de classes, citando a opinião do então já famoso Marshall McLuhan (1911-1980), estudioso da comunicação a quem se atribui o conceito de aldeia global. Maria Emília Correia destaca a opinião de McLuhan quando este defende as então novas tecnologias da informação como instrumentos capazes de derrubar as fronteiras entre os homens, conduzindo-os ao entendimento de todas as suas emoções, não hesitando mesmo a classificar McLuhan como um “humanista da era audiovisual”. O tema despertou, há quase meio século a minha curiosidade e o recorte que por impulso fiz do artigo de Maria Emília Correia forra hoje as costas de um manequim, de meio corpo, que ainda estou a trabalhar plasticamente. Estaria McLuhan e Maria Emília Correia enganados quanto à evolução do novo admirável mundo novo que então começava a desenhar-se e que hoje alberga ondas pandémicas de desinformação provocadas por algoritmos contaminados? Está

talvez na altura de tentar encontrar os erros originais de uma revolução tecnológica que parecia libertadora mas, claramente, não está a ser. Quase meio século depois, nas costas de um manequim de meio corpo tatuado com recortes de jornais e outras coisas mais, releio as ilusões vividas em sucessivas promessas de admiráveis mundos novos. Ilusões que ajudam a compreender o flagelo da desinfomacao que sofremos. A compreender e a combater, espero. · Júlio Roldão, jornalista desde 1977, nasceu no Porto em 1953, estudou em Coimbra, onde passou, nos anos 70, pelo Teatro dos Estudantes e pelo Círculo de Artes Plásticas, tendo, em 1984, regressado ao Porto, onde vive.

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Polybio Serra e Silva lança “Cantares - Para gostar de envelhecer”

“

Cantares - Para gostar de envelhecer” é o novo livro do Professor Polybio Serra e Silva, de 93 anos, que vai ser lançado no dia 12 (sábado), pelas 15h00, no Pavilhão Centro Portugal, em Coimbra. A apresentação do livro será feita por João Nuno Calvão da Silva, Professor da Faculdade de Direito e vive-Reitor da Universidade de Coimbra, com a sessão a incluir momentos musicais. Autor de livros como “Aprender a não ser velho”, “Um Poético Cafezinho” e Vossemecê Senhor Vinho do bom e do mau uso”, Polybio Serra e Silva é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra, presidiu ao Conselho Científico e à Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia, foi fundador da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose e é sócio honorário da Socieda-

de Portuguesa de Hipertensão. Polybio Serra e Silva é sócio honorário da Tuna Académica da Universidade de Coimbra e fundador e presidente honorário da Associação dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, sendo igualmente compadre de prestígio da Academia do Bacalhau de Coimbra.

Em 2013, Polybio Serra e Silva recebeu a Medalha de Serviços Distintos, Grau Ouro, do Ministério da Saúde, em 2014 foi galardoado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos, no mesmo ano em que também foi homenageado pela Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra.

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Empresa de Ambiente do Pinhal Interior forma estudantes de engenharia de Coimbra

Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN), sediada em Penela, distrito de Coimbra, e o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) estabeleceram uma parceria para formar estudantes em contexto de trabalho. “Esta colaboração com o ISEC, enquanto instituição de referência no ensino superior na região, irá permitir à APIN receber a experiência e os conhecimentos dos seus docentes e alunos, os quais contribuirão para aumentar a capacidade de resposta na execução de projectos, nomeadamente de prevenção e redução de perdas de água e infiltrações”, disse o presidente da APIN. João Miguel Henriques salientou que a empresa intermunicipal de ambiente, que agrega 11 municípios dos distritos de Coimbra e Leiria, irá melhorar a eficiência operacional, bem como expandir as redes de abastecimento e saneamento das regiões em que opera, com o contributo do ISEC. Segundo o dirigente, a empresa espera vir a facilitar a adaptação dos estudantes à sua carreira profissional e, por sua vez, receber o seu contributo para “privilegiar e dinamizar uma economia circular, através da redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, bem como através da valorização orgânica de resíduos urbanos”. “É fundamental estimular uma constante inovação tecnológica que ajude a combater perdas de água, com um investimento regular na renovação de redes”, salientou. O presidente do ISEC, Mário Velindro, disse que “as novas ‘smart cities’, a sustentabilidade e a economia circular são áreas determinantes para a construção de um futuro sustentável”. “A oportunidade para cooperar com uma empresa como a APIN, que trabalha nessa mesma direção – do crescimento sustentável – é também a confirmação de que a formação nestes âmbitos contribui para um desenvolvimento ambiental adequado às

actuais imposições climáticas”, sublinhou. Mediante as necessidades de cada um dos 11 municípios onde opera, a APIN irá recrutar formandos do ISEC para estágios em contexto de trabalho que poderão ser exercidos na sede da empresa, em Penela, no distrito de Coimbra, ou num dos seus centros operacionais. Criada em 2018 para gerir os serviços de abastecimento de água, de saneamento e resíduos sólidos, a APIN agrega 11 concelhos dos distritos de Coimbra e de Leiria, embora o de Penacova já tenha anunciado a intenção de abandonar o projecto. Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande (do distrito de Leiria), Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penela, Vila Nova de Poiares e Penacova (do distrito de Coimbra) continuam a integrar a empresa, constituída por capitais públicos. O plano de investimento da empresa para os 11 municípios aderentes é superior a 40 milhões de euros.

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Projecto de investigação procura revalorizar Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra U

m projecto de investigação da Universidade de Coimbra apresenta, no sábado (5), várias propostas que procuram revalorizar o antigo Mosteiro de Santa Cruz e a área envolvente, partindo do legado cultural daquele monumento situado na Baixa da cidade. O projecto “SantaCruz” envolve o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e o Departamento de Arquitectura (Darq), numa iniciativa que parte do estado de desagregação do antigo Mosteiro de Santa Cruz para revalorizá-lo, através de três vertentes: o estudo histórico das antigas dependências monásticas, a reconstituição através de um modelo 3D daquilo que seria o monumento em 1834 e um projecto urbano e de arquitetura para a zona. Segundo o coordenador do projecto, Rui Lobo, foram desafiados vários alunos finalistas do curso de arquitetura da Universidade de Coimbra para apresentarem propostas e projectos para a instalação de um núcleo museológico e interpretativo do antigo Mosteiro Santa Cruz, bem como para a requalificação da zona envolvente, partindo do legado daquele edifício. As propostas serão apresentadas no sábado, pelas 15h00, na Sala da Cidade de Coimbra (antigo espaço do mosteiro), numa sessão que vai contar com a participação do presidente da Ordem dos Arquitectos, Gonçalo Byrne, do director do Darq, Luís Miguel Correia, e do presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva. O Mosteiro de Santa Cruz, criado no século XII e que foi sendo alvo de várias reformas e ‘acrescentos’ ao longo dos séculos, sofreu um longo processo de ocupação e desmantelamento após a sua expropriação em 1834, com a extinção das ordens religiosas. “O Mosteiro apanhava a zona onde hoje é a Escola Jaime Cortesão, a esquadra da Polícia, até à zona da Manutenção Militar, em que todo o vale onde hoje é a Sá da Bandeira pertencia ao Mosteiro”, explicou Rui Lobo. No lugar do Claustro da Portaria construiu-se a Câmara Municipal, o antigo Claustro da Manga foi aberto e já no século XX destruiu-se a Torre dos Sinos, na zona de Montarroio. As exigências do desenvolvimento urbano e económico da cidade no final do século XIX potenciaram esse desmantelamento, como é sinal disso mesmo “a grande ‘boulevard’” que atravessou o Mosteiro, para ligar a Baixa à Alta da cidade - a Avenida Sá da Bandeira -, notou. Para se ter noção daquilo que era o Mosteiro de Santa Cruz, o projecto desenvolveu um modelo 3D que reconstitui o monu-

mento tal como seria em 1834. Num percurso com sete pontos distintos na zona do edifício, turistas e munícipes podem activar um ‘QR code’ e visualizar através do telemóvel como era “o Mosteiro há 200 anos”, referiu. Já na Sala da Cidade, estarão expostas as diferentes propostas dos finalistas de arquitectura para aquela zona envolvente. Uma recriação contemporânea do claustro junto à Fonte da Manga, a recriação de um elemento vertical no local da antiga Torre dos Sinos ou o aproveitamento de antigos espaços do Mosteiro para a criação de um núcleo museológico são alguns dos projectos apresentados. “Há muito espólio do Mosteiro espalhado por vários museus e instituições e seria interessante tentar reunir todo o espólio artístico ligado a Santa Cruz – que é muito - nesse núcleo. Por exemplo, a Cruz de D. Sancho I, que está no Museu de Arte Antiga, deveria estar em Coimbra. Há peças do Museu [Nacional] Machado de Castro que poderiam lá estar, não numa vertente concorrencial, mas pensando até que [o núcleo museológico] poderia ser uma extensão desse museu”, salientou Rui Lobo. Para o investigador, o projecto permite qualificar a oferta turística da cidade, ao mesmo tempo que também se pode assumir como uma “operação âncora de regeneração urbana da zona da Baixa”. A exposição na Sala da Cidade estará patente até 16 de Abril, estando também previstas visitas guiadas e mais sessões de discussão dos projectos.

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Aprovado financiamento para 22 novos autocarros eléctricos dos SMTUC F

oi aprovada, pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), a candidatura dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) a fundos europeus para a aquisição de 22 novos autocarros eléctricos (sendo 10 ‘standard’ e 12 ‘mini’) e respetivos sistemas de carregamento. A operação representa um investimento total de 8.8M€, sendo comparticipada em 6.4M€ (100% do valor elegível) por fundos comunitários e os restantes 2.4M€ pela Câmara Municipal (CM) de Coimbra, por não serem considerados elegíveis para a candidatura. A Comissão Diretiva do POSEUR aprovou a candidatura dos SMTUC para a promoção da eficiência energética na frota, que foi realizada no âmbito de um aviso enquadrado no eixo prioritário “apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores”. A operação, que visa a substituição de 22 autocarros convencionais a ‘diesel’ que serão abatidos por igual quantidade de novos autocarros eléctricos, representa um investimento total de 8.879.564€, sendo comparticipada em 6.443.564€ (100% do valor elegível) por fundos comunitários e 2.436.000€ pela CM Coimbra, por não serem considerados elegíveis para a candidatura. A candidatura prevê a aquisição de 10 autocarros eléctricos ‘standard’, com cerca de 12 metros, com lotação mínima de 72 pessoas e com uma autonomia de pelo menos 300km em ambiente urbano, e de 12 mini-autocarros eléctricos, com cerca de 6 metros, lotação mínima de 19 passageiros e autonomia para, pelo menos, 200km. Já nas instalações dos SMTUC, situadas na Guarda Inglesa, serão adicionados 22 carregadores à rede de carregamento de autocarros eléctricos existente, sendo para tal necessário adquirir um novo posto de transformação, de forma a permitir o carregamento simultâneo de todo o conjunto durante as horas de menor custo de energia. A data de conclusão da operação é 30 de junho de 2023 e “todos estes novos autocarros cumprirão com os requisitos para o acesso facilitado para pessoas com mobilidade reduzida, destinados para transporte público coletivo urbano de passageiros”, pode ler-se na descrição da operação, onde é ainda salientado que “o impacto negativo das emissões de gases com efeito de estufa e de outros poluentes atmosféricos incide predominantemente nas áreas mais centrais das cidades, com a agravante dessas zonas serem também os principais polos atractores de população”. “Esses agentes poluentes têm um efeito corrosivo no edifi-

cado, onde se incluem os monumentos, pelo que acresce uma maior responsabilidade para a sua preservação em cidades como a de Coimbra, com um centro histórico rico e reconhecido internacionalmente pela UNESCO”, motivo pelo qual estes “novos autocarros elétricos deverão operar na rede central de transportes dos SMTUC, nomeadamente em linhas com uma forte incidência na zona mais central da cidade”, pode ainda ler-se. Recorde-se que a frota dos SMTUC tem, actualmente, 24 autocarros eléctricos (13 ‘standard’ e 11 ‘mini’), sendo que os primeiros 10 entraram em funcionamento em Junho de 2019, tendo evitado nos primeiros dois anos de circulação a libertação de cerca de 1075 toneladas de gases carbónicos (ton CO2) para a atmosfera, após cerca de 870 mil quilómetros de estrada, e gerado uma economia de cerca de 320 toneladas equivalentes de petróleo (tep). Neste contexto, prevê-se que a nova operação de promoção da eficiência energética na frota dos SMTUC permita a redução dos consumos energéticos e o decréscimo das emissões de gases poluentes, sobretudo na zona mais urbana da cidade, concorrendo para a prática de uma mobilidade mais sustentável na cidade de Coimbra. “Este impacto traduzir-se-á, na globalidade, numa redução anual de 183,89 tep no consumo de energia e de 773,8 ton CO2 equivalente nas emissões de gases com efeito de estufa”, conforme referido na informação. O objectivo da autarquia é, assim, continuar a renovar a frota dos SMTUC com veículos com melhor desempenho ambiental e reduzir o impacto negativo das emissões de gases com efeito de estufa e de outros poluentes atmosféricos.

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QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022

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ESTeSC integra consórcio europeu para harmonizar procedimentos em oncologia

Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) integra o consórcio europeu i-Violin, que vai trabalhar na harmonização dos procedimentos que utilizam radiação ionizante (nomeadamente tomografia computorizada do tórax, abdómen e pélvis) em doentes oncológicos. O projecto – que junta 10 parceiros, sendo a ESTeSC-IPC a única instituição portuguesa envolvida – tem um custo total de 1,2 milhões de euros, financiados em 938 mil euros por fundos europeus. O objectivo passa por eliminar as disparidades actualmente existentes na realização de exames de diagnóstico que utilizam radiação ionizante na Europa, tendo como foco a protecção do doente. “Apesar do desenvolvimento tecnológico exponencial nesta área, o que a literatura tem mostrado é que não estamos a assistir a uma redução na dose de radiação ionizante utilizada em linha com a que a tecnologia possibilita”, explica Graciano Paulo, presidente da ESTeSC-IPC e um dos investigadores responsáveis pelo projecto. Acresce que a dose de radiação aplicada “varia em função do equipamento, do profissional, da unidade de saúde e do local em que se realiza o procedimento”. Uma realidade que tem um

impacto particularmente significativo nos doentes oncológicos, que, além dos exames de diagnóstico, serão sujeitos à radiação que decorre dos planos de tratamento por radioterapia. Trabalhando sobretudo os procedimentos de tomografia computorizada nas regiões torácica, abdominal e pélvica, o i-Violin vai desenvolver protocolos personalizados ao doente e à respectiva indicação clínica, no sentido aplicar a menor dose de radiação possível a cada indivíduo, sem prescindir da qualidade de imagem necessária para fazer o diagnóstico e/ ou planeamento. Para isso, será criada uma base de dados europeia de imagem de Tomografia

Computorizada, resultante de vários parâmetros de imagem, respectivos descritores de dose do doente e qualidade de imagem, que serão posteriormente disseminados através dos hospitais europeus, autoridades de saúde e outros stakeholders. Numa segunda fase, serão desenvolvidos programas de formação para profissionais de saúde, nomeadamente radiologistas, técnicos de radiologia e radioterapia, medicina nuclear e especialistas em física medica. O projecto tem a duração de dois anos e, além de Graciano Paulo, tem como interlocutora na ESTeSC-IPC a docente Joana Santos.

QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022

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VINAGRETAS FUGA MOLHADA

inguém gosta de estar fechado, muito menos os animais que precisam de ser livres. E por isso mesmo assim que veem uma oportunidade escapam-se sem ninguém dar por eles. Foi o que aconteceu a um boi, que farto da sua estadia, decidiu fugir aos donos. Mas esta fuga não correu como esperado, é que com a pressa, para ninguém o apanhar, o animal acabou por cair dentro de uma piscina. O caso aconteceu em Volta Redonda, no Sul Fluminense, no Brasil, e obrigou a que uma equipa do corpo de bombeiros interviesse nesta situação. Foi preciso muita força para retirar o boi, com cerca de meia tonelada, para que este não se afogasse. Certamente que da próxima vez vai pensar duas vezes antes de fugir.

CHUVA DE IGUANAS

s temperaturas nos Estados Unidos são algo muito incerto e nos últimos dias os termómetros têm registado valores negativos. Por essa razão o serviço de meteorologia dos EUA alertou para a possibilidade de iguanas congeladas caírem das árvores devido a temperaturas frias incomuns na Florida. As iguanas são animais de sangue frio e quando a temperatura desce ficam mais lentas ou mesmo paralisadas, mas continuam vivas. Para quem for a passar na rua o melhor é olhar de vez enquanto para cima, não vá, de repente, uma cair e ainda magoar.

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QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO 2022

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ALGUÉM DISSE QUE... “[O Chega] vai querer introduzir tanto no Parlamento como na sociedade uma cultura de ódio, de medo, de baixo debate político, de falta de qualidade, de insulto” Mariana Mortágua, dirigente e deputada do Bloco de Esquerda “Creio que uma estrutura mais coesa, mais enxuta, com maior concentração de poder e das cadeias de decisão pode ser útil do ponto de vista da eficácia da acção do Governo” Fernando Medina, antigo presidente da Câmara de Lisboa “O PSD foi sempre um partido capaz de agregar o espaço que vai do centro-esquerda até à direita moderada. Não se deve, pois, ter medo das palavras: o PSD é um partido do centro-direita, que junta correntes provindas de uma inspiração plural” Paulo Rangel, ex-candidato à liderança do PSD “Como diria a minha avó: ‘Ó valha-me Deus’. Quando se ganha há uma condição essencial para estar na política: a humildade. Eu ainda nem sequer fui eleito” Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre ser apontado como o próximo presidente da Assembleia da República “Deixámos a garantia de que, com o Chega como terceiro maior partido e enquanto o PSD não se reconfigura e não define lideranças, nós seremos a oposição de que o país precisa” André Ventura, Líder do Chega “Toda a pessoa que busca uma vida melhor merece segurança e dignidade. Precisamos de rotas seguras e legais para migrantes e refugiados” António Guterres, secretário-geral da ONU “Ainda estamos num período epidémico, ainda há muitos casos de doença entre as crianças e comparando a gravidade da doença com os pouquíssimos efeitos secundários da vacina vale a pena vacinar” Graça Freitas, diretora-geral da Saúde

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