“Campeão das Províncias” - 10/03/2022

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VESPERTINO

DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

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DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS

30 PÁGINAS

QUINTA-FEIRA, 10 DE MARÇO 2022 | N.º 475 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

“VENTOS DO DESERTO” LEVAM CANTO, CONTOS E DANÇA À BAIXA DE COIMBRA NO PRÓXIMO SÁBADO

LEILÃO de ARTE

12 DE MARÇO SÁBADO ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 16H00 ABERTURA DO LEILÃO 18H00 LOCAL: SALA MIGUEL TORGA | SRCOM

Evento Solidário pelos refugiados da Ucrânia mais informações em www.omcentro.com


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“Ventos do Deserto” animam Baixa de Coimbra no sábado C

oimbra recebe, no próximo sábado (12), a iniciativa “Ventos do Deserto”. O evento, que apresenta uma sequência de narrativas cantadas, contadas e dançadas, chega a quatro espaços da Baixa da cidade, como revelou a autora do projecto. “Sou contadora de histórias e bailarina de dança Oriental e, com o músico Alex Lima, vamos deslocar-nos, das 10h30 às 12h00, da Praça 8 de Maio ao Largo do Poço, passando pela Praça do Comércio e também aqui [Rua Adelino Veiga]”, disse Sofia Souto Moniz autora do projecto “Ventos do Deserto”. Durante a apresentação da iniciativa, que está inserida na programação da XXIV Semana Cultural da Universidade de Coimbra, Sofia Souto Moniz explicou que para cada um dos espaços da baixa de Coimbra está prevista uma performance diferente. “O objetivo é recuperar a tradição das narrativas com ajuda de narrativas de inspiração árabe ou inspiração do Oriente Extremo, mas todas elas têm de alguma forma a ver com o nosso país. A ideia central é o tempo, trazer o passado para o presente”, destacou. De acordo com a autora deste projecto, esta é uma forma de “dinamizar, dar cor e vida à Baixa” de Coimbra, através da dança oriental, que “visualmente é muito vistosa”. “Quando a Reitoria propôs, para este ano, o ‘Tempo’, como tema, para nós foi uma maravilha, pois as histórias estão muito relacionadas com o tempo, coisas que vêm do passado até agora e que se não as tornarmos a contar, elas perdem-se”, acrescentou. Nesta ocasião, a presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, Assunção Ataíde, congratulou-se por continuar a trabalhar, em conjunto, para potenciar o centro urbano, que “é muito bonito, mas que tem sido um bocadinho esquecido por todos”. “Mas, vamos avançar com imensas actividades e o facto de

Sofia Souto Moniz, autora do projecto termos a Universidade connosco é muito estimulante”, apontou. A conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, que decorreu ao início da manhã nas Caves do Conde, contou ainda com a presença de Teresa Baptista, em representação do vice-reitor da Universidade de Coimbra. “O nosso desejo é o de que a Semana Cultural não se restrinja ao espaço da Universidade, mas que se propague pela cidade e tenha eco em toda a comunidade”, frisou. A organização informou ainda que, caso as condições meteorológicas sejam adversas, o evento será adiado para o sábado seguinte. No entanto, o dia 12 de Março será assinalado com “um apontamento ‘indoor’, divulgado através das redes sociais.

De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a www.campeaoprovincias.pt na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.facebook.com/campeaodasprovincias FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Nádia Moura, Luís Carlos Melo, Zilda Monteiro, Ana Luísa Pereira e Cristiana Dias

PAGINAÇÃO Grupo Media Centro


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PRODUTOS

&216758d­2 &,9,/ 7(55$3/$1$*(16 ( 2%5$6 3Ò%/,&$6 DIRECTOR LINO VINHAL | www.campeaoprovincias.pt SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA PREÇO 0,75€ | 2ª SÉRIE | ANO 21 | N.º 1100 | 10 DE MARÇO DE 2022 telef. 239 497 750 | fax 239 497 759 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

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barbárie está bem patente na fabricação continuada dos pretextos, no ataque inicial e no caminho para a destruição e o domínio total da Ucrânia e do que restar do seu povo heroico e mártir. A insanidade de todo o processo equipara-se à do começo da II guerra mundial - a invasão da Polónia no primeiro dia de Setembro de 1939. Tinha eu seis anos, nunca esqueci a explosão de dor em casa de meus Pais, toda a família reunida! O pretexto final fora fabricado no extremo limite de encenação perversamente macabra-um punhado de presos comuns alemães, fardados de guardas de fronteira alemães, foram assassinados pelos próprios nazis, com balas de armas polacas e espalhados pelo chão, para simular um ataque polaco a um posto fronteiriço entre a Alemanha e a Polónia. Esta hedionda maquinação fora precedida em 9 dias pela assinatura do pacto nazi-comunista (Pacto Germano-Soviético de 22/08/1939) (Continua na página 18)

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É verdade que a Europa não hesitou em dar o seu apoio à Ucrânia invadida, nem regateou aplausos à capacidade de resistência do seu povo e ao sentido pátrio que manifestou enquanto país livre e democrático que gostaria de viver fora do jugo imperialista da Rússia. Em termos de sanções económicas essa mesma Europa não teve grandes hesitações e nesse aspecto não haverá muito que lhe imputar, se bem que as respectivas consequências possam prejudicar mais a Europa que a Rússia. A questão da subida dos combustíveis é apenas a primeira afloração disso mesmo. Mas essas reacções bastarão ou já está claro que não vão bastar? Ou terão tido apenas um efeito estimulante para a reacção de resistência da Ucrânia e do seu líder, mas que acabaram por não se concretizar em ajudas mais musculadas que impedissem a acção invasora da Rússia, redondando, afinal, na destruição massiva de um país cujo único pecado foi desejar ser livre e democrático? Sentir-se-á a Europa, enredada nas teias que ela própria teceu como se de filigrana se tratasse, satisfeita e pouco mais do que contemplativa perante a invasão de um país livre, deixando-o sozinho na tão desequilibrada luta pela sobrevivência? Europa que não deixará de preparar as flores a depositar sobre o túmulo de milhões de resistentes ucranianos, muitos deles confiados que a solidariedade oferecida tivesse mais conteúdo que promessas na ajuda concreta da resistência. Sabemos todos das limitações resultantes dos objectivos da NATO. Mas então um qualquer país militarmente poderoso poderá invadir um país livre, assim sem mais, e o resto do mundo fica de braços cruzados perante a carnificina que se segue? Este assunto preenche parte significativa da edição de hoje do “Campeão das Províncias” que insere textos de autores credenciados a quem agradecemos o contributo: Professores Linhares Furtado, Carlos Reis, Drs. Manuel Rocha, António Marinho, Nuno Teodósio e Hernâni Caniço. PÁGINAS 18 e 19

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O Executivo da Freguesia convida a visitar o Festival do Arroz e da Lampreia de Montemor-o-Velho 5XD 'U $UPDQGR *RoDOYHV Q 7HQW~JDO 7OI ( PDLO JHUDO#IUHJXHVLDWHQWXJDO SW ZZZ IUHJXHVLDWHQWXJDO SW

VEREADORA DO PS EM ENTREVISTA 5(*,1$ %(172 ',= 48( (;(&87,92 7(0 ´08,7$ 3$55$ ( 328&$ 89$µ Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, a vereadora da oposição da Câmara de Coimbra diz que o actual Executivo tem beneficiado do trabalho feito pelo PS e o resto são “fait-divers”. Regina Bento enaltece ainda a cidade nas áreas da Saúde e Educação e vislumbra “uma revolução” com a chegada do Metrobus. PÁGINA 9

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ACTUALIDADE

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AUTARCA DE COIMBRA VAI SER REELEITO PRESIDENTE DA ANAFRE

JORGE VELOSO QUER AS FREGUESIAS AINDA MAIS PRÓXIMAS DO POVO LUÍS SANTOS

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orge Veloso antecipa ao “Campeão” um balanço do seu mandato à frente da Associação Nacional de Freguesias, que irá apresentar no XVIII Congresso da ANAFRE, no próximo fim-de-semana, em Braga, e onde será reeleito presidente da Direcção desta estrutura que representa 3.092 autarquias. O presidente da Junta da União de Freguesias de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, do concelho de Coimbra, salienta, também, os próximo grandes desafios. “Freguesias 2030 - Valorizar Portugal” é o lema do Congresso que perspectiva os grandes eixos de intervenção da ANAFRE: O estatuto do eleito local; o reforço da autonomia das Freguesias face aos Municípios; a consolidação e aprofundamento da transferência de competências; as finanças locais; o acesso aos programas comunitários; o acompanhamento do processo de reorganização ad-

ministrativa das Freguesias e do país; o regime de permanência e o reforço da presença institucional da Associação. Antes de saltar para o futuro, Jorge Veloso sublinha o quanto as Freguesias e Uniões de Freguesia estiveram na linha da frente junto das populações, nos últimos dois anos de combate à pandemia de covid-19, no reforço e no apoio às comunidades. “Estas autarquias desempenharam um papel importantíssimo na alimentação e em alguns atrasos de pagamento das rendas, de energia e de água. Como outras entidades, e nomeadamente os serviços de saúde a quem agradecemos o esforço quase sobre-humano desenvolvido, as Freguesias fizeram um enorme esforço para acorrer às múltiplas solicitações dos cidadãos, mantiveram os serviços abertos ou, mais rápido do que as instituições do Estado, conseguiram soluções para nunca deixarem para trás as necessidades dos cidadãos, no que concerne aos serviços prestados nos balcões das Fre-

guesias, Espaços de Cidadão e postos CTT” - concretiza o presidente da ANAFRE. Aqui já entra uma das reivindicações das Juntas de Freguesia, que suportaram despesas, em todo o território nacional, superiores a 30 milhões de euros e ainda não viram qualquer compensação. É que, em resposta ao esforço financeiro para cobrir os custos com a prevenção e combate à pandemia, foi aprovada uma verba de 55 milhões de euros para os Municípios comparticipando as despesas que estes tiveram com o combate à covid-19. “Agora, estamos em crer que o Governo vai repor esta injustiça em sede do Orçamento do Estado, ou em outro mecanismo que permita às freguesias serem ressarcidas pelo aumento extraordinário da despesa”, refere Jorge Veloso. DESCENTRALIZAR O presidente da ANAFRE acentua que a transferência de competências dos

Municípios para as Freguesias conheceu um decisivo desenvolvimento com a publicação da lei-quadro, complementada com decreto-lei, considerando, agora, que a sua concretização “é um dos grandes desafios deste mandato”. Jorge Veloso considera que a aplicação deste quadro legal tem sido “muito lenta” (só cerca de 100 Municípios acordaram com perto de mil Freguesias) e “é importante que os Municípios compreendam a necessidade do cumprimento da lei e do esforço que deve ser desenvolvido para reforçar a intervenção autárquica de todas as Freguesias”. A transferência de competências prevista na lei terá de ser acompanhada pelo respectivo envelope financeiro e, neste âmbito, estava prevista a transferência de um total de 79,2 milhões de euros dos orçamentos Municipais para as Freguesias, segundo a

proposta do OE2022, que terá de ser apresentado no Parlamento. REFAZER FREGUESIAS Com a entrada em vigor do regime transitório previsto na nova lei-quadro de criação, modificação e extinção destas autarquias, deverão ser entre 300 a 500 as Freguesias que estão na expectativa de reverter as Uniões. Jorge Veloso, pela ANAFRE, defendeu e fez valer o contributo das Freguesias, tendo ficado estabelecidos critérios diferenciados para áreas territoriais mais e menos povoadas, critérios de cariz financeiro e ainda critérios associados à oferta de serviços públicos e associativos nas áreas das Freguesias a criar e/ou a redefinir. “As freguesias podem, recorrendo aos procedimentos e critérios estabelecidos, repensar a sua organização territorial e

este é um processo que obriga ao envolvimento das Assembleias de Freguesia, das Juntas de Freguesia e igualmente das Assembleias Municipais e Câmaras Municipais”, explica o presidente da ANAFRE, reconhecendo que este é “um tema muito sensível e demasiado importante para a dignificação das Freguesias e dos autarcas e, no limite, também do próprio interesse das comunidades”. Por último, mas não menos importante, o Orçamento de Estado para este ano, ainda não aprovado, que incluía 276,9 milhões de euros para as Freguesias, incluindo uma verba de cerca de 29 milhões de euros que iria possibilitar o regime de meio-tempo nos Executivos da Junta, significando que pelo menos um autarca eleito estaria a desempenhar funções em todas as 3.092 freguesias existentes no território nacional, desde Janeiro.

DISPENSA DE CELESTE AMARO NÃO PRIMA PELA ELEGÂNCIA

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á cerca de um mês, mais coisa menos coisa, o presidente da Câmara convidou Celeste Amaro, ex-directora regional da Cultura, para responsável pela programação do Convento de São Francisco. Celeste Amaro tomou posse há pouco mais de uma semana e, seis dias depois, foi dispensada dessas funções pelo presidente que a convidara semanas antes. A verdade dita oficial que foi posta a correr refere a dificuldade de entrosamento de Celeste Amaro com a equipa já constituída e a trabalhar na instituição. Parte dessa equipa não escondeu desde o início o seu contragosto pela nomeação da Celeste Amaro. Também diversas forças políticas de Coimbra, do PCP ao PS, passando pelo Cidadãos por Coimbra, se manifestaram contra essa nomeação, chegando-se a dizer que tal nomeação visaria pagar os favores de apoio que o PSD (partido a que pertence Celeste) dispensou à candidatura de José Manuel Silva.

Muitas vezes, entre a verdade oficial e a verdade das coisas, vai a distância que separa a verdade da mentira. Não podemos garantir que assim seja neste caso. Mas que raio, o que se terá passado de tão grave para se afastar em meia dúzia de dias uma pessoa convidada que tem consigo um longo trabalho desenvolvido no campo da Cultura, tivesse sido no cargo atrás referido, na função de deputada ou outras de dignidade semelhante? Que se discorde da nomeação, entende-se. Que se convide numa semana para desconvidar uma semana depois, já se assemelha a um acto de descortesia e deselegância que só grande asneira, ou coisa parecida, poderá explicar e justificar. ENTROU MAL, OU FOI MAL RECEBIDA? Terá sido mesmo a equipa já instalada no Convento de S. Francisco - equipa que, dizem-nos, é genericamente competente e positivamente comprometida - que rece-

beu mal Celeste Amaro? Em parte terá sido. Nesse receber a contragosto terá estado na dianteira o responsável pela gestão, Filipe Carvalho, que não terá escondido desde o início a sua discordância com a nomeação de Celeste Amaro para coordenadora da programação. Porquê, só o próprio o poderá dizer. Mas terá mesmo a coordenadora nomeada entrado a matar? Há quem diga que entrou decidida a trabalhar sem sorrisos de ocasião e há quem não tenha gostado da sua nomeação. Mas terá ido a ex-directora regional da Cultura do Centro contra as orientações recebidas da Câmara que a convidou e nomeou? José Manuel Silva assumiu que esta nomeação não correspondia ainda ao modelo de funcionamento que tem em mente para o Convento São Francisco. Esse modelo carece ainda de tempo de maturação e por isso a sua implantação foi adiada para tempo oportuno. Isso não terá impedido o presidente de recomendar a

Celeste Amaro que abrisse o Convento à cidade, a toda a cidade, e não deixasse cristalizar a cultura que dele irradia num modelo de cultura elitizada, apenas dirigida e preocupada com as elites da cidade. Por mais do que uma vez José Manuel Silva, enquanto candidato, assumiu esse desiderato. Celeste Amaro aceitou, concordou e assumiu esse propósito como também seu e não o escondeu. Os primeiros passos iam nesse sentido e as várias reuniões parcelares que foi tendo com a equipa apontavam nessa direcção. Dizem fontes internas que isso terá desagradado à gestão e a certa altura, bem cedo ainda, a cooperação entre os dois sectores - gestão e programação tornou-se de impossível de convivência pacífica mesmo. O QUE SE QUESTIONA É A ÉTICA NÃO A LEGITIMIDADE O presidente optou por cortar o mal pela raiz, preocupando-se mais com a

In Campeão das Províncias de 10/03/2022

pacificação interna do que com a imposição da coordenadora convidada. Entre sacrificar Celeste Amaro ou perder as boas graças da parte da equipa, do chefe da Gestão sobretudo, cortou por onde lhe pareceu mais fácil, com razão ou sem ela. Não exorbitou as suas competências. Só que a forma intempestiva como tudo isto aconteceu pode deixar subentendida uma qualquer atitude de menor ponderação por parte de Celeste Amaro, assim a modos de suspeita penalizante. E há que assumir sem medo esta circunstância: a dr.ª Celeste pode não passar a vida

com um sorriso de orelha a orelha, mas sobre a sua capacidade e honorabilidade pessoal e profissional não se levantarão muitos dedos acusadores. Daí que a forma encontrada, sendo legítima, não esconde uma certa vulnerabilidade ética que, se melhor pensada tivesse sido, poderia ter poupado este anátema de suspeição que o curriculum de Celeste Amaro não merece nem comporta. Em suma: não se trata de ter razão ou não ter razão, de ter legitimidade ou não ter. O percurso não prima pela elegância. No mínimo.

PUBLICAÇÃO DE CELESTE AMARO NO FACEBOOK HORAS DEPOIS DE SER DISPENSADA “Fui contra o poder instalado, contra as elites instituídas e a favor da democratização da cultura e reconciliação do Convento com a cidade, porque considero que o Convento é de e para a cidade. Tem capacidades para ser rentabilizado muito mais do que tem sido até aqui, com uma programação mais transversal e eclética, capaz de chegar a todos os públicos, o que não se verificou ao longo dos seis anos de existência”.


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ACTUALIDADE

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MÚSICA E GASTRONOMIA

CASA DAS CALDEIRAS REABRE COMO ESPAÇO DE CONVÍVIO A

Universidade de C oi mbr a ( U C ) estabeleceu uma parceria com um empresário que possibilita a abertura da Casa das Caldeiras como espaço cultural e de gastronomia, o que acontecerá já amanhã (sexta-feira). Após três anos fechado, o espaço da Casa das Caldeiras regressa revitalizado para um novo ciclo, com o Reitor da UC, Amílcar Falcão, a referir que a ideia de dar nova vida àquele edifício surgiu da necessidade de disponibilizar um espaço que envolvesse a Secção

de Fado e outras secções culturais da Associação Académica de Coimbra, enquanto “local de espectáculos e ensaios” “A componente cultural” foi um factor determinante na cedência do espaço, sustenta o Reitor da UC, com o empresário que assume a concessão, Nuno Botelho, a explicar que “é um espaço aberto para receber as pessoas e dar a conhecer a cultura de Coimbra”. “A ideia principal é que as pessoas que visitem o espaço sintam que é uma experiência, ou seja, podem assistir a um espec-

táculo de música, ver uma exposição, degustar um vinho ou uma refeição”, explica A parceria com a Universidade de Coimbra (UC) é um ponto forte do Centro Cultural, já que pretende ser uma nova “sala de espectáculos da Universidade”. De acordo com Nuno Botelho, o objectivo é que todos os dias se realizem “espectáculos multimédia e de música”, afirma o empresário As portas do Centro Cultural Casa das Caldeiras abrem ao público de segunda a sábado, das 12h00 às 24h00.

A nova sala de espectáculos da UC tem ligação à Associação Académica

INSTITUTO POLITÉCNICO

PROTOCOLO INÉDITO UNE TRÊS ESCOLAS À CÂMARA

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s protocolos de cooperação entre três escolas do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e a Câmara é um passo que procura traduzir “a abertura” da autarquia à sociedade e potenciar trabalho conjunto. O presidente da CMC, José Manuel Silva, assinou protocolos de cooperação com o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), com o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) e com a Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC). Os protocolos traduzem

“a abertura da Câmara à sociedade”, frisou José Manuel Silva, realçando que os acordos assinados permitem uma maior cooperação entre o Município e aquelas três Escolas que fazem parte do IPC, permitindo a realização de estágios profissionais de alunos na autarquia, bem como a facilitação de formação de funcionários camarários naquelas instituições. Os protocolos prevêem também a abertura para a colaboração para intervenções municipais, bem como apoio da autarquia na realização de projectos de investigação das diferentes instituições.

Rui Antunes (ESEC), José Manuel Silva, Mário Velindro (ISEC) e Pedro Costa (ISCAC) “O desafio que isto coloca à Câmara é enorme, com a entrada de pessoas ávidas de aprender. É um

desafio que obriga a Câmara a ser cada vez melhor, para acompanharmos a evolução do conhecimento e o desafio

que os alunos e investigadores nos colocam”, realçou o presidente do Município. O presidente da ESEC, Rui Antunes, apontou para cursos nas áreas da cultura ou da educação em que poderá haver recepção de estagiários nos serviços do Município, mas apontou também para o passo que se dá na necessidade de as instituições vivas da cidade, que por vezes “trabalham de forma isolada”, assumirem uma postura de cooperação e de diálogo. Também o presidente do ISEC, Mário Velindro, destacou a importância de as instituições desenvolverem “projectos em conjunto”,

apontando, por exemplo, para a cooperação que pode ser feita na área das ‘smart cities’, por forma a ajudar Coimbra a “tornar-se numa região mais inteligente e mais desenvolvida”. O presidente do ISCAC, Pedro Costa, sublinhou que a instituição que dirige pode transmitir o seu “know-how” nas áreas em que trabalha, mostrando-se ao dispor da Câmara para os projectos que possam surgir. Estes protocolos são válidos pelo período de dois anos, automaticamente renovável, por igual período, se não houver lugar a denúncia do mesmo por qualquer uma das partes outorgantes.

CRIADO NOVO CENTRO DE I&D

ISEC FAZ PONTES ENTRE COIMBRA E LISBOA

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Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) e a Universidade Lusófona (UL) vão criar um novo Centro de Investigação e Desenvolvimento dedicado à Gestão e Manutenção Industrial, com pólos em Coimbra e em Lisboa. “Uma das principais linhas de investigação e desenvolvimento incidirá na gestão de activos físicos – área especialmente im-

portante para o desempenho de qualquer empresa e, em particular, para as organizações com grandes investimentos neste tipo de activos”, afirma Mário Velindro, presidente do ISEC. O Centro de Investigação e Desenvolvimento, que deverá arrancar no último trimestre deste ano, vai dedicar-se ainda a “itens tangíveis como equipamentos, ferramentas, máquinas e infraes-

truturas que exigem manutenção e actualizações”, refere. Segundo José Oliveira Santos, docente da UL e presidente do Centro de Investigação em Engenharia Industrial, Gestão e Sustentabilidade, “esta é uma das áreas onde as empresas dos mais variados sectores estão extremamente carenciadas de licenciados, mestres e doutorados”.

“As soluções de engenharia e a gestão estratégica integrada de activos físicos irão ajudar a encontrar as melhores soluções para atender à natureza e aos desafios das organizações e da sociedade”, frisou. A parceria entre as duas instituições vai “aprofundar uma cooperação científica e intensificar as publicações de resultados obtidos”, além de reforçar

In Campeão das Províncias de 10/03/2022

“a ligação ao tecido industrial de transportes e de serviços, nomeadamente no sector da saúde, e dado um contributo para a inovação tecnológica, gerando patentes e levando para o mercado produtos e sistemas inovadores”. O Centro de Investigação e Desenvolvimento vai ter inicialmente dois pólos, mas o presidente do ISEC perspectiva o alargamento posterior a outras

entidades, “quer em Portugal como no estrangeiro”. “Com esta parceria – entre uma instituição pública e outra privada – estamos também a contribuir para o virar de uma página no ensino. Até há pouco tempo atrás, as instituições andavam de ‘costas viradas’ umas para as outras, mas isso tem de acabar”, frisou Manuel Damásio, presidente da Universidade Lusófona.


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A SUBIR

AMÍLCAR FALCÃO Está a decorrer a Semana Cultural da Universidade de Coimbra, iniciativa que se repete há vinte e poucos anos (24) e que prima pela afirmação continuada da Universidade enquanto instituição eminentemente dedicada à Cultura, à Investigação, ao Saber e ao Ensino. Não se limita a Universidade de Coimbra a ser Escola, ainda que prestigiada pelo mundo fora. Quer ser mãe do Saber futuro, co-obreira dos amanhãs, rasgadora de caminhos que conduzam as sociedades pelas estradas do conhecimento cada vez mais alargado. Nessa preocupação têm tido uma palavra decisiva os Reitores, cada qual com o contributo que considera o adequado e o possível em cada tempo. O actual Reitor, Amílcar Falcão, não esconde essa preocupação nem regateia esforços para que Coimbra se mantenha pelos anos fora como sede de uma instituição que prestigia a cidade e o país, enquanto parceira decisiva nesse rasgar de caminhos novos. Ainda bem que assim é e assim tem sido, pesem embora os altos e baixos em que a vida das pessoas e das instituições se manifesta. Coimbra, e o país esperamos que também, podem sentir-se tranquilos com os seus Mestres que, subindo as Monumentais, escalam também os degraus da Reitoria. Por assim ser, não se estranhe que Amílcar Falcão aceite continuar para além deste mandato. RUI TAVARES Os membros do Livre querem que o partido “floresça” nos próximos anos e esforçaram-se para mostrar que não se esgotam no historiador Rui Tavares, que continua a ser a principal figura desta força política. Com confiança reforçada, depois do regresso à Assembleia da República nas eleições legislativas, nas quais o Livre conseguiu eleger o historiador Rui Tavares, o XII Congresso deste partido decorreu no fim-de-semana, na sala Mondego do Convento São Francisco, em Coimbra. Para trás ficaram, mesmo, os tristes episódios da retirada de confiança política a Joacine Katar Moreira e a perda de representação parlamentar. Com renovada força, Rui Tavares destaca a capacidade de persistência do Livre e volta a insistir na necessidade de convergência política à esquerda, prevendo “campos cheios de papoilas”, símbolo do partido. E o novo deputado já prometeu que a primeira proposta do partido quando tomar posse na Assembleia da República será sobre o tema da pobreza energética no país (só 12% dos portugueses diz viver numa casa confortável termicamente). ANTÓNIO CAMPOS E JOÃO NUNES O segundo é o presidente do Campus de Tecnologia e Inovação BLC3, sedeado em Oliveira do Hospital e António Campos é um entusiasta desde a primeira hora desta estrutura científica que, por estar “metida” lá para o interior, não tem sido tão apoiada pelas estruturas governamentais, tanto quando devia e precisava. Apesar disso tem tido uma evolução muito significativa, numa caminhada que já leva uma boa meia dúzia de anos com um progresso científico em várias áreas que resulta do saber e do trabalho dos profissionais que lá trabalham, alguns deles a dar os primeiros passos no caminho do saber prático. António Campos, engenheiro agrário de formação, foi um destacado político nos anos e Governos que se seguiram à revolução de Abril, retirando-se depois para a sua terra de origem, Oliveira do Hospital, onde vive em permanência há vários anos. Dedicou-se à fruticultura, nomeadamente à cultura de maçã Bravo Esmolfe, de que é um dos principais produtores do país, seja em quantidade seja em qualidade. Qualidade que, em grande medida, se deve a intervenções diversas concebidas por António Campos, na inquietude que o caracteriza de fazer sempre melhor. Daí o apoio que sempre deu à BLC3, iniciativa a que nunca regateou nem apoio nem estímulo. A BLC3 acaba de desenvolver um estudo para criar pinheiros muito mais resistentes à seca e com melhor qualidade genética. Algumas destas árvores já estão a crescer no terreno e serão as plantas mães que a seguir irão gerar outras plantas com estas novas características.

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ZELENSKY, O ACTOR QUE SE TORNOU LÍDER E RESISTENTE

Ao ser eleito, em 2019, Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky era visto pela comunidade internacional não só como um novato, que vinha de uma carreira de actor humorista, mas como alguém sem coragem para enfrentar o Presidente da Rússia. Tanto que a imprensa controlada pelo Kremlin começou por saudar a vitória de Zelensky, com Putin a vê-lo como um político fácil de domar, ou de dominar. Só que o discurso de Zelensky começou a afirmar-se na autonomia da Ucrânia, defendendo o fim dos conflitos nas regiões separatistas e o fortalecimento de laços com o Ocidente. Como sabemos, o presidente russo (não confundir com o povo russo) decidiu invadir a Ucrânia, com todas as consequência que estão à vista de todos. À hora que escrevemos este texto, Zelensky lidera a resistência a partir da capital, Kiev, reúne o exército, manda distribuir armas pelo povo, recebe (por palavras) a solidariedade internacional, grava vídeos no meio da rua, não se rende e recusa abandonar o país, mesmo quando lhe oferecem a fuga, a ele e à família. “A luta é aqui” - diz, dispensando “a boleia” quando o que precisa é de armas e não desistindo de convocar as forças da NATO e da União Europeia, para que em termos militares não deixem a Ucrânia por sua própria conta. Filho de pais judeus, Zelensky nasceu a 25 de Janeiro de 1978 em Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia. Passou quatro anos da sua infância em Erdenet, na Mongólia, até regressar à terra natal, onde aprendeu a russo - como muitas pessoas em Dnipro - e se tornou fluente em ucraniano e em inglês. Tinha 11 anos quando o Muro de Berlim caiu, como uma peça de dominó que levaria ao colapso da União Soviética. Agora, aos 44 anos, tem sobre si os olhos do mundo.

MORREU EM LISBOA UM GRANDE PENSADOR DO MUNDO DO DIREITO Morreu o Professor jubilado da Faculdade de Direito de Lisboa, Oliveira Ascensão, um dos vultos do pensamento jurídico das duas gerações anteriores. Estava prestes a fazer 90 anos e faleceu depois de doença prolongada. Exerceu a docência e a advocacia, em ambas se destacando pelo seu mérito, pela afabilidade, pelo respeito que conquistou em gerações sucessivas de alunos que o irão recordar vida fora. Foi autor de vasta obra jurídica, desde a Teoria Geral do Direito Civil (o código actual tem muito da sua lavra e da sua influência), aos Direitos Reais, das Sucessões, Direito de Autor, Direito Comercial, mas também no domínio do Direito Penal, num total de cerca de 250 títulos. A sua morte deu origem a uma vasta onda de reacções, vindas sobretudo de antigos alunos que não quiseram deixar de manifestar o grande apreço que tinham pelo Mestre que lhes marcou de forma destacada a sua vida de estudantes e, mais tarde, de profissionais do mundo do Direito.

MARIA JOÃO ROBALO Foi homenageada no passado domingo (6) no Centro Cultural de Penedo da Saudade do Instituto Politécnico de Coimbra. É licenciada em Teatro e Educação (2004) e em Educação de Infância (2000), pela Escola Superior de Educação em Coimbra. Encenou pela primeira vez pela Escola da Noite, em 2001, no espectáculo “Um gosto de mel”, encenado por António Mercado. ZÉ GOMES É o nome do quarto treinador da Académica de Coimbra/OAF na presente temporada que vem para ajudar a retirar a equipa do último lugar da tabela classificativa. O mister, que substitui Pedro Duarte, é natural de Vila do Conde, onde fez carreira enquanto jogador e treinador ao serviço do Rio Ave, chega a Coimbra após ter treinado o Académico de Viseu. A Académica ocupa o último lugar da II Liga com apenas 15 pontos em 25 jornadas e tem menos quatro pontos que o penúltimo classificado, o Varzim. A equipa técnica é formada por João Santos, Fábio Faria, Hugo Almeida, Pedro Borges e Marco Santos. ANTÓNIO SOARES O atleta da Associação Cristã da Mocidade (ACM) de Coimbra conquistou o primeiro lugar, de 42 kg, no Open de Coimbra de Juvenis de Judo, no passado dia 12 de Fevereiro. A acompanhar o jovem estiveram os treinadores Fausto Carvalho e António Morais.

MARTA TEIXEIRA ANACLETO A Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC) coordena um projecto que visa cartografar todas as traduções portuguesas da obra do escritor e filósofo Voltaire, desde o final do século XVIII até à contemporaneidade. A docente é membro da comissão executiva do Centro de Literatura Portuguesa da UC e desenvolve investigação e pública em domínios associados a fenómenos de reescrita, como: poética comparada do romance pastoril ibérico e francês; poética do teatro francês do século XVII e suas representações contemporâneas portuguesas; poética da tradução e adaptação cinematográfica.

JAIME SOARES Cessou, recentemente, as funções de presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e a sua capacidade de liderança, de pugnar pelo interesse dos soldados da paz e o interesse público está a ser amplamente reconhecida. Jaime Marta Soares foi agora agraciado com a Medalha Cruz de São Jorge, Primeira Classe, distinção concedida pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro. Já no início deste ano o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou Jaime Marta Soares com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, destacando este comandante emérito dos Bombeiros que foi o presidente de Câmara com mais mandatos no país à frente do Município de Vila Nova de Poiares,

FERNANDA FERREIRA A funcionária afecta à Divisão de Espaços Verdes e Jardins (DEVJ) da Câmara Municipal (CM) de Coimbra foi nomeada como encarregada operacional. Ocupando já estas funções de forma informal, Fernanda Ferreira é a primeira mulher destacada para este cargo pela CM de Coimbra. A nomeação foi atribuída no dia 8 e decorreu de forma simbólica para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

CÂNDIDO FERREIRA O médico e escritor natural de Febres vai apresentar, de uma só vez, três livros da sua autoria, numa sessão marcada para o próximo sábado (12), pelas 18h00, na Biblioteca de Cantanhede. Os livros “Nos Bastidores da Medicina”, “Histórias deste Mundo e do Outro” e “Covid-19 A Tempestade Perfeita” serão apresentados pelo médico Rui Crisóstomo, o escritor António Canteiro e o director do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, José Soares.

JOAQUIM SANDE SILVA Prestou provas ontem (9) e prestará provas hoje (10) no período da tarde para agregação no ramo de Desenvolvimento Sustentável da Floresta na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC). É doutorado em Engenharia Florestal, em 2003, pela Universidade de Lisboa no Instituto Superior de Agronomia. É professor coordenador na Escola Superior Agrária de Coimbra do Instituto Politécnico.

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DIANA VALENTE Jovem de 27 anos, de Meãs do Campo, Montemor-o-Velho, é a grande vencedora da 2.ª edição TalentA. Foi premiada pelo projecto “Prazeres do Mondego”, que tem como finalidade a produção de bovinos da raça autóctone portuguesa Jarmelista e a cerealicultura de milho grão branco e arroz carolino. O prémio será usado para a sua implementação e para a aquisição dos equipamentos necessários à sua actividade.


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ACTUALIDADE EM LEIRIA E ALCOBAÇA

SANFIL MEDICINA INAUGUROU NOVAS UNIDADES CLÍNICAS

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Sanfil Medicina, com sede em Coimbra, inaugurou, recentemente, em Leiria e Alcobaça, novas unidades clínicas e renovados serviços de saúde. Com vista a proporcionar as melhores condições aos seus clientes, foi inaugurado um novo serviço de fisioterapia no Centro Hospitalar de S. Francisco (CHSF), em Leiria, dando também por concluída a nova Clínica de Hemodiálise que será gerida pela Nefrovida, sociedade do Grupo Sanfil especializada em Diálise. Durante o evento de inauguração deu-se por concluída a primeira fase do projecto de remodelação das instalações daquela unidade de saúde, que havia sido iniciada com a ampliação do respectivo parque de estacionamento, bem como com um novo espaço de lazer, constituído por uma área de cafetaria e lounge, localizada no último piso da unidade, com vistas privilegiadas sobre a cidade,

o estádio e o Castelo, para utentes, acompanhantes e familiares. A fase agora concluída reforça a capacidade de prestação de cuidados na área da fisioterapia, contando com mais de 800 m2, onde os utentes poderão contar com 30 boxes de fisioterapia, entre as quais dois gabinetes de tratamentos diferenciados, consultórios médicos, ginásio terapêutico, ginásio de neurologia, ginásio de terapia ocupacional e ginásio pediátrico, bem como piscina. Para os responsáveis da Sanfil Medicina, as novas instalações agora inauguradas são a face visível de um projecto global, iniciado em 2020, que levará à transformação do actual Centro Hospitalar S. Francisco em Hospital de São Francisco, com reestruturação integral das actuais instalações. Neste sentido, o Conselho de Administração referiu que vai dar continuidade imediata do projecto através da intervenção, já iniciada, no

piso 1 da Ala Nascente desta unidade hospitalar, que se espera concluída no prazo de sete meses, criando novos e melhorados espaços de serviço para a sinistralidade, atendimento permanente, hospital de dia e consultas de especialidade. O projecto, no seu todo, terá o seu término com a construção de um novo edifício – Ala Norte - onde será instalado um moderno bloco operatório, com capacidade para três salas cirúrgicas, dotadas da mais recente tecnologia clínica e servidas por um novo serviço de internamento com 42 camas. Já em Alcobaça, a Sanfil Medicina inaugurou uma nova unidade – a Clínica de São Francisco. Esta nova infra-estrutura clínica conta com mais de 1.600 m2 de área de prestação de cuidados de saúde, ampliando os serviços de consultas de especialidade, de tratamentos e de meios complementares de diagnóstico. A nova unidade duplica a

generalidade dos serviços da unidade antiga, reforçando o corpo clínico e alargando o leque de consultas das várias especialidade e de gabinetes de tratamentos de enfermagem, destacando-se ainda 12 boxes de fisioterapia, dois gabinetes de tratamentos diferenciados de saúde, ginásio, dois consultórios de medicina dentária, serviço de cardiologia, com prova de esforço, ECG’s, ecocardiograma, MAPA e Dopler, serviço de radiologia com ecografia, mamografia, RX, Ortopantomografia e TAC, serviço de gastroenterologia e muito mais. A Clínica de São Francisco conta também com um espaço de lazer, constituído por uma área de cafetaria e lounge, localizada na entrada da unidade, para utentes, acompanhantes e familiares. A Sanfil Medicina também deu por concluída a construção de uma nova unidade de hemodiálise, propriedade da Nefrovida, estando prevista a sua abertura para breve.

COM PANDEMIA A BANDA DE VILA NOVA DE ANÇOS FOI REESTRUTURADA

FILARMÓNICA VILANOVENSE CELEBRA 144 ANOS COM A QUALIDADE MUSICAL DE SEMPRE

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pós a pandemia e dois anos seguidos de confinamento, em que o aniversário teve de ser cancelado, a Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente (SFRBV) Vilanovense no próximo domingo (13), celebra o seu 144.º aniversário. Segundo João Gante, a realização da festa de aniversário foi bastante ponderada. O presidente da SFRBV tomou esta decisão “face à actual imunidade à covid-19 conseguida pela população portuguesa e, nomeadamente, pelos próprios músicos e dirigentes”. Com a pandemia a banda sofreu uma reestruturação, com a entrada e saída de elementos. Todavia, o presidente frisa que: “a qualidade musical mantém-se”. Com vista no “futuro-presente”, João Gante fala

da importância do projecto “Happy Jazz”, que promove a inovação da banda, diferenciando-a das restantes. Esta iniciativa é uma organização de três municípios – Soure, Figueira da Foz e Cantanhede - que terá como lançamento um desfile, dia 1 de Maio, em Soure. Contudo, “o maior desafio é um concerto no Convento de S. Francisco, no dia 28 de Maio, no grande auditório, da nossa autoria, uma missa para a Rainha Santa em conjunto com vários coros de Coimbra”, refere o presidente, acrescentado que já têm espectáculos agendados para o Verão voltando, assim, à normalidade pré-pandemia. PROGRAMA COMEMORATIVO No domingo (13), pelas

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saúde PROJECTO DA UC ALERTA PARA “AS AVARIAS NA FÁBRICA DE ENERGIA” DO CORPO HUMANO Um projecto de comunicação de ciência do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), designado “Mit.OnOff ”, tem como objectivo alertar para a problemática das doenças causadas pela falha de produção de energia no corpo humano. Este projecto visa criar um livro ilustrado, em português, inglês e norueguês, como ferramenta de literacia, de modo a sensibilizar a população para as doenças raras, em particular as que afectam as “centrais energéticas” das células humanas - as mitocôndrias. Estas doenças raras designam-se citopatias mitocondriais e são, por norma, desafiantes de diagnosticar e tratar. Um exemplo é a neuropatia óptica hereditária de Leber – LHON, uma forma de cegueira que afecta sobretudo jovens adultos e que, apesar de ser rara, é hereditária e tem um tratamento muito limitado, sendo considerada ainda incurável. Esta iniciativa irá beneficiar não só a população em geral, mas também a comunidade científica. O desenvolvimento do livro arrancou no final do mês de Fevereiro, com uma equipa multidisciplinar de investigadores, comunicadores de ciência e uma ilustradora e o seu lançamento está previsto para Fevereiro do próximo ano.

SRCENTRO PROMOVE REUNIÕES LIVRES PARA EMPODERAR ENFERMEIROS A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) vai dinamizar, de Março a Novembro, em 13 cidades de cada um dos seis distritos da sua área de abrangência, as Reuniões Livres. Estes eventos presenciais, que irão decorrer sempre à terça-feira, da parte da manhã, das 9h00 às 12h00, e da parte da tarde, das 15h00 às 18h00, têm como intuito ser um ponto de referência para o debate, discussão e esclarecimento de dúvidas sempre com o intuito de empoderar os enfermeiros e os estudantes de Enfermagem. Em cada uma destas Reuniões Livres “queremos que os nossos colegas e futuros membros possam actualizar os seus conhecimentos ético-deontológicos para o exercício profissional da Enfermagem, partilhem as suas experiências no âmbito dos diversos contextos de prática clínica, que se querem de qualidade e seguros, e reflictam sobre possíveis ou efectivos constrangimentos éticos que têm vivido no exercício da profissão”, assinala Ricardo Correia de Matos sobre os objectivos desta iniciativa. A participação em cada uma destas sessões é gratuita, apenas limitada à lotação de cada espaço, e atribui 0,40 Créditos de Desenvolvimento Profissional (CDP).

ORDEM DOS MÉDICOS DO CENTRO PRESTOU HOMENAGEM A CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO

Concerto no claustro no Convento de Santa-Clara-a-Nova, em coimbra 11h00, iniciam-se as come- menagem ao antigo músico morações com o hastear da maestro dirigente SFRBV, José bandeira, na nova sede da Duque, por volta do 12h15. banda. De seguida a banda Após a recepção aos convidesloca-se ao cemitério onde dados, realiza-se o almoço serão homenageados os an- comemorativo, seguido de tigos dirigentes, maestros e uma cerimónia protocolar de sócios da filarmónica. No distribuição de prémios pelos regresso à sede será inaugu- músicos que se destacaram na rada uma nova sala em ho- filarmónica.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) prestou, no Dia Internacional da Mulher (8), uma homenagem a Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher que teve direito de voto no país e a primeira cirurgiã portuguesa. A sessão evocativa contemplou a inauguração da exposição temática “Carolina Beatriz Ângelo / 1878 - 1911 - Uma Mulher na Medicina dos Homens” que pretende reafirmar o contributo ímpar desta mulher na história da Medicina em Portugal. O programa contou, ainda, com um debate, com o tema “Ser Médica Hoje”, sobre o actual papel das mulheres na Medicina. Tratou-se do primeiro evento do ciclo “A Mulher e a Medicina” a levar a cabo este ano pela SRCOM. Este presente o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, o presidente do Conselho Sub-regional da Guarda da Ordem dos Médicos, José Manuel Rodrigues, a directora Clínica da ULS da Guarda, Maria de Fátima Cabral, e a directora do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, Maria do Sameiro Barroso.

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O Executivo da Freguesia felicita a Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente Vilanovense pelos seus 144 anos Rua D. Afonso V, n.º 6 - 3130-400 Vila Nova de Anços - Tlf. 239 641 839 - E-mail: j.f.v.n.ancos@sapo.pt - www.jf.vilanovadeancos.pt

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ENTREVISTA

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VEREADORA RELEMBRA IMPORTÂNCIA DE ESTUDO DO CONCELHO ELABORADO PELO PS

REGINA BENTO VALORIZA EXCELÊNCIA DA SAÚDE EM COIMBRA É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra (UC), tem um curso de Especialização em Administração Hospitalar e outro de Alta Direcção em Administração Pública. Regina Bento já foi administradora dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC) e já esteve na Administração da ARS do Centro, entre outros. De 2017 a 2021 foi vereadora do PS a tempo inteiro na Câmara de Coimbra, autarquia onde agora ocupa a posição de vereadora da oposição. Apesar de estar ainda a dar “o benefício da dúvida” ao actual Executivo admite que, pelo menos para já, o desempenho deste evidencia “muita parra e pouca uva”. NÁDIA MOURA / LUÍS SANTOS

Campeão das Províncias [CP]: Após quatro anos a liderar várias áreas na Câmara de Coimbra, como se sente agora no papel de ver os outros a executar? Regina Bento [RB]: É muito diferente de estar do outro lado. O facto de ter estado quatro anos antes na execução dos destinos de Coimbra permite ter um conhecimento diferente sobre aquilo que está a ser feito agora, o que me permite também uma oposição mais construtiva e não destrutiva como a oposição que nos fizeram nos quatro anos anteriores. Sabemos que as coisas não se fazem de um dia para o outro, mas claro que sinto pena de algumas coisas não estarem a avançar, dossiês em que investimos muito trabalho, mas neste momento temos ainda de dar o benefício da dúvida. [CP]: Como tem visto o desempenho do novo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, e dos seus vereadores? [RB]: O balanço até agora é, como o povo diz, muita parra e pouca uva. Por vezes até parece que o senhor presidente ainda não interiorizou que é presidente e que continua como líder da oposição. O que vemos é muita presença nas redes sociais e pouco trabalho. Coloquei a minha reserva quanto à transmissão das reuniões de Câmara no que concerne à protecção de dados mas é uma questão que já foi ultrapassada com um pedido de consentimento formal que

nomeadamente os munícipes têm de assinar quando querem participar na reunião de Câmara. [CP]: Uma das suas áreas foi a administração da Câmara. Agora, perante a reestruturação anunciada qual é a sua visão? [RB]: Penso que a Câmara não estava a precisar de uma nova reestruturação até porque tínhamos feito uma profunda há cerca de dois anos, no sentido de adaptar os serviços municipais às novas competências da

do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que tem sido alvo de muitas críticas... [RB]: Os SMTUC são uma casa difícil de gerir desde sempre, sobretudo nos últimos 10 anos, particularmente devido à insatisfação dos motoristas por causa da questão da carreira. Em 2009 foram extintas, por parte do Governo, centenas de carreiras da administração pública, entre as quais a de agente único, e agregadas essas carreiras em três carreiras gerais da administração pública. Os motoristas dos SMTUC que antes eram agentes únicos agora são assistentes operacionais tal como o senhor que recolhe o lixo ou a senhora que faz a limpeza, e isso traz-lhes um compreensível sentimento de injustiça, dada a responsabilidade da sua função. Nos últimos quatro anos, foi feito um grande investimento nos SMTUC, tanto a nível da renovação da frota como

Coimbra é uma cidade incontornável a nível nacional e internacional na área da saúde.

descentralização. Por outro lado, também entendo que o novo Executivo queira adaptar a estrutura orgânica ao seu programa eleitoral. Foram criados cerca de 80 lugares novos para ocupação mas agora vamos ver ao nível de dirigentes o que esta reestruturação vai trazer, mas não me parece que fosse algo prioritário. [CP]: Há mais alguma coisa que esteja a ser feita pelo actual Executivo que não considere prioritária? [RB]: O senhor presidente tem beneficiado do trabalho deixado pelo PS. Tudo o que tem feito de novo são fait-divers, coisas que nada acrescentam à vida das pessoas em Coimbra. Vamos ver o que vai ser feito quando se esgotar a bolsa de trabalho do PS. [CP]: Também foi vogal

quanto à contratação de motoristas (foram contratados cerca de 90). A oposição fez sempre muitas críticas à gestão dos SMTUC tendo feito promessas muito assertivas relativamente à melhoria da carreira dos SMTUC e neste momento a actual Administração está a ser confrontada com essas promessas. É natural que as pessoas tenham visto uma luz ao fundo do túnel e comecem a perceber que não é bem assim. A frota não é nova nem se consegue renovar de um dia para o outro, sendo que a estratégia do PS foi investir em autocarros eléctricos, que implicam o correspectivo abate, e ao mesmo tempo comprar autocarros usados para se ter frota suficiente para todo o serviço. Fizemos o alargamento das carreiras dos SMTUC, no final de 2019, a Sul e, em 2021, a Norte, com o objectivo de assegurar a cobertura de todo o concelho.

Não podemos ter munícipes de primeira e munícipes de segunda. [CP]: Também foi responsável pela área da Saúde na Câmara. Foi um período difícil, com a covid-19... [RB]: Foi, ninguém estava preparado. Criámos um grupo com a Protecção Civil de acompanhamento interno do plano de emergência em que a principal preocupação inicial foi proteger os trabalhadores. A fase seguinte foi tentar acudir às actividades económicas do concelho. [CP]: Foi importante o estudo sobre a saúde do concelho. Que pode daqui resultar? [RB]: Foi muito importante. E é uma das coisas que terei muita pena se não for executado. O trabalho está todo feito, fizemos o diagnóstico com o perfil municipal de saúde (feito freguesia a freguesia) em que se identificaram os principais problemas de saúde em Coimbra. Há a questão do melhor acesso a cuidados de saúde, combate ao isolamento dos idosos, melhores condições dos transportes públicos, melhores condições de mobilidade... e é aí que as câmaras têm de intervir, porque não fazem prestação de cuidados, mas todas as intervenções que fazem no espaço público podem potencialmente melhorar a saúde das pessoas. É preciso colocar a saúde no

Regina Bento mostra-se expectante quanto aos próximos passos do actual Executivo assim que se esgote “bolsa de trabalho do PS” estará a avançar, foi uma das primeiras medidas publicas deste Executivo. Há dotação financeira para isso. Naturalmente que o Hospital dos Covões precisa de ser requalificado, já prestou cuidados de saúde de referência não só para a cidade, mas para toda a região a Sul de Coimbra. [CP]: Como Administradora Hospitalar no Hospital de Cantanhede o que nos pode dizer desta unidade que tem tido relevantes comentários positivos? [RB]: É um Hospital muito especial, de proximidade, que tem apostado em diferenciar-se como hospital amigo dos mais velhos e em

A UC fez agora 732 anos mas continua inovadora e recomenda-se.

centro de todas as políticas autárquicas. [CP]: A sua actividade profissional é na área da Saúde. Coimbra continua a ter um papel relevante? [RB]: Claro que sim. Tem os melhores hospitais, o melhor ensino superior, os melhores profissionais, a melhor investigação clínica em diversas áreas… portanto, Coimbra é uma cidade incontornável a nível nacional e internacional na área da saúde. A nova maternidade

ir ao encontro da população resolvendo os problemas em articulação com a autarquia local. Apesar de não haver descentralização na área da saúde a nível hospitalar, a colaboração com as autarquias locais é fundamental para uma boa prestação na área da saúde. Este hospital tem uma presidente do Conselho Directivo muito dinâmica que tem, com muita criatividade, ultrapassado diversos problemas e ampliado os serviços prestados em prol da popu-

Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro. In Campeão das Províncias de 10/03/2022

lação. Há vários protocolos em curso, o IPO – devido à questão das obras - está a fazer cirurgia de ambulatório em Cantanhede e com o CHUC também temos vários protocolos em diversas especialidades. E isso faz todo o sentido porque a integração de cuidados hospitalares é benéfica para a população. Por que é que as pessoas se tem de dirigir ao CHUC quando será mais fácil os profissionais de saúde deslocarem-se até Cantanhede? É nessa lógica que estamos a trabalhar. [CP]: Como viu a UC em tempo de pandemia? [RB]: A UC esteve à altura da pandemia, conseguiu reinventar-se e continuar a formação e investigação e, actualmente, até já superou o número de estudantes estrangeiros que tinha antes da pandemia. A UC fez agora 732 anos mas continua inovadora e recomenda-se. [CP]: E o MetroBus vai ser benéfico para a região? [RB]: Sim, acho que vai ser uma revolução. Identifico três áreas que estão em curso e que vão mudar a cidade: a reabilitação das margens do rio, o sistema de mobilidade do Mondego e a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura. PATROCÍNIO:


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ACTUALIDADE

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GÉNERO MUSICAL TRADICIONALMENTE INTERPRETADO SÓ POR HOMENS

FADO DE COIMBRA NO FEMININO TEM NOVO ENCANTO E SEDUÇÃO LUÍS SANTOS

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m espectáculo, integrado na Semana Cultural da Universidade, vai ter três vozes femininas em palco, procurando normalizar a presença da mulher no Fado de Coimbra, num género musical tradicionalmente só com vozes masculinas. No concerto de amanhã (sexta-feira), pelas 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente, a cantora Vânia Couto vai estar acompanhada pela Orquestra Trova do Tempo que Passa e vai também contar com a participação de outras duas vozes femininas - Inês Graça e Joana Gonçalves. O espectáculo tem como objectivo apenas pôr vozes femininas a cantar

Fado de Coimbra, num concerto que discorre sobre a história deste género musical, apenas tocando “temas clássicos”, de nomes como Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso, Luís Goes ou António Marinheiro. Far-se-ão também ouvir testemunhos sobre o género musical e a sua evolução, dando também nota de mulheres que, no passado, cantaram o Fado de Coimbra, com Vânia Couto a recordar o caso de Amália Rodrigues, quando cantou aquele género numa Queima das Fitas e acabou “vaiada”. “Eu sinto que, por vezes, há sempre um cheirinho a Fado de Lisboa [nas interpretações de mulheres] e aqui, o grande desafio, é pedir às mulheres para cantarem com os lirismos e or-

namentos do Fado de Coimbra”, refere Vânia Couto. A proposta não passa por reinventar a Canção de Coimbra, antes apresentar “um espectáculo de Fado de Coimbra tradicional, mas com mulheres a cantar”, salienta a artista, que é a voz da banda conimbricense Pensão Flor. “Já estou cá em Coimbra há mais de uma dezena de anos e, enquanto estudante, fiz alguns movimentos no sentido de incluir as mulheres no Fado. Fundei a Desconcertuna, da Faculdade de Psicologia, e, na altura, já queríamos cantar Fado de Coimbra. Houve todo um rebuliço, porque havia uma tuna que tinha duas raparigas que queriam cantar Fado de Coimbra e isso não poderia acontecer”, recordou.

No concerto, promovido pela associação Catrapum, participa a orquestra Trova do Tempo que Passa, dirigida pelo maestro Guga Lopes e composta por um violoncelo, um violino, uma viola d’arco, uma viola baixo, uma guitarra de Coimbra. A propósito deste espectáculo recorde-se que fez furor, no programa televisivo “Got Talent Portugal”, a actuação de Beatriz Villar, que ousou inovar e dar uma nova sonoridade ao Fado de Coimbra. E não se ouviram as polémicas de outros tempos. MANUEL REBANDA APOIA VIRAGEM DOS TEMPOS “A história deve ser colocada no seu tempo e no

mundo de hoje, com uma percentagem de mulheres estudantes superior aos homens, parece-me bem que o Fado de Coimbra também seja interpretado por vozes femininas”. Esta é opinião do advogado Manuel Rebanda, que se considera tradicionalista em termos musicais, mas “julga os acontecimentos à luz da época”. Elemento e dirigente durante vários anos do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, de apenas vozes masculinas, Manuel Rebanda assinala que foram os primeiros a ter uma guitarrista – Marta Pereira da Costa – num grupo de Fado d e C oi mbr a . L e mbr a também, a propósito da

anual Gala do Fado e da Canção de Coimbra, que organizam, o quanto se tem evidenciado a inovação, com novas abordagens e excelentes intérpretes. Por tradição e por uma questão histórica o fado académico sempre foi cantado por homens, com Manuel Rebanda a explicar que se deve julgar os acontecimento à luz da época, quando as mulheres não andavam na Universidade. Era um tempo em que só os homens cantavam, até porque a mulher assumia um papel crucial na temática das composições, era alvo de serenatas e seria pouco curial ver uma mulher interpretar canções que lhe eram dedicadas.

ASSOCIAÇÃO SURGIU PARA PROMOVER A CRIAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL

TARRAFO QUER AJUDAR NA DINAMIZAÇÃO DA ARTE EM COIMBRA

ANA LUÍSA PEREIRA

N

ascida em 2010, com o objectivo de promover uma agenda cultural (‘Coimbra B’) para a cidade, a Tarrafo apresenta-se como uma Associação Cultural, cuja ideia de criação surgiu no seio de um grupo de amigos. “Na altura sentimos a necessidade de criar esta agenda pois achámos que Coimbra tinha, e continua a ter, um défice na divulgação dos eventos culturais que se passam na cidade”, explica João Fong. O presidente da Direcção diz que, naquela época, as agendas culturais que existiam eram as institucionais, nomeadamente, a da Câmara Municipal e a da Universidade de Coimbra. “Estas agendas agregavam todos os eventos que existiam, sem existir uma espécie de selecção, o que considerávamos não ser a favor da cultura na cidade, pois tornava-se difícil encontrar as iniciativas que realmente interessavam”. A ‘Coimbra B’ era uma

agenda online, que funcionou durante cerca de cinco anos. Quando esse projecto terminou, o grupo decidiu não acabar com a Associação e deixar que ela continuasse a existir como uma plataforma, na qual os seus associados conseguissem desenvolver os seus projectos. “Normalmente é sempre preciso uma estrutura de apoio para a candidatura, por exemplo, a subsídios e a outras questões, deixámos que a Associação continuasse a existir para isso mesmo, para ajudar. Tem sido esse o trabalho que temos desempenhado, temos desenvolvidos projectos na música, na área do teatro e outras coisas relacionadas com a cultura”, refere o presidente. REPERCUSSÕES DA PANDEMIA Como qualquer associação cultural, a Tarrafo também tem dificuldade em obter financiamento. Embora, por vezes, consiga comparticipações financeiras provenientes dos seus

A exposição “Mappa Mutandi” pode ser visitada até 27 de Março, no Convento São Francisco próprios espectáculos, vê-se por vezes obrigada a pedir apoios específicos para cada projecto. “Temos recebido apoios da Direcção Regional do Centro de Cultura e também da Câmara Municipal”, diz João Fong. Com a pandemia a Associação não conseguiu promover os seus espectáculos, tendo mesmo

de ir adiando as datas de estreia como aconteceu, por exemplo, com a peça “Tutano”. A Tarrafo tem uma exposição patente no Convento São Francisco, a “Mappa Mutandi”, que foi criada e produzida pela Associação. A mostra “pretende levar o público a descobrir a Europa na história e na memória de

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Coimbra, a partir da perspectiva ou das recordações de quem, transformando a cidade, se transformou também. A partir de uma instalação que terá sede no Convento São Francisco, será possível percorrer as histórias e as experiências - reais ou de ficção - de pessoas de vários países da Europa em Coimbra, em diversos contextos históri-

cos ou sociais”, realça João Fong, acrescentando que, através destes testemunhos, pretende-se “levar o público a reflectir sobre a origem e a metamorfose, sobre como as grandes transformações podem fazer-se a partir do pequeno lugar que nos contém, fazendo ressurgir uma ideia de Europa que é, afinal, nome de gente, lugar de encontro, ponto de vista e horizonte plausível”. Associada a esta exposição irá decorrer uma visita guiada por Coimbra, em que vão ser mostradas essas histórias e vai haver também uma peça de teatro, com estreia marcada para o Dia Mundial do Teatro (27 de Março), também no Convento São Francisco. Doze anos depois de ter criado a Associação, João Fong considera que as entidades “fazem uma melhor divulgação dos eventos”, mas continua a não existir uma agenda cultural “que agregue toda a informação ao mesmo tempo que é fácil de consultar”.


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MONTEMOR-O-VELHO

SABORES DO CAMPO E DO RIO DINAMIZAM CULTURA E GASTRONOMIA

FESTIVAL DO ARROZ E DA LAMPREIA 5(*5(66$ $ 0217(025˨2˨9(/+2 ANA LUÍSA PEREIRA

O

Mu n i c í p i o d e Montemor-o-Velho é palco da 20.ª edição do Festival do Arroz e da Lampreia até ao final deste mês. Até 31 de Março a iguaria pode ser degustada nos 15 restaurantes que se associaram a este certame, mais sete do que no ano passado. Arroz de pato, de grelos, malandro ou arroz doce são alguns dos exemplos dos pratos que os visitantes podem saborear. O arroz de lampreia, um dos embaixadores do evento gastronómico, também está presente na ementa de alguns dos restaurantes, mas, devido à escassez do ciclóstomo este ano, deve ser feita uma reserva atempada junto dos restaurantes aderentes. Entre amanhã (11) e 20 de Março, a tenda do Festival recebe os visitantes, num espaço que este ano foi preparado para proporcionar uma melhor experiência. O presidente da Câma-

ra Municipal de Montemor-o-Velho realça que o Festival “serve para mostrar às pessoas que não morremos, estamos vivos, que queremos sair à rua, que nos queremos divertir e, sobretudo, que queremos que a nossa economia local seja dinamizada, revitalizada e que o Festival seja o motivo para que as pessoas possam, de uma vez por todas, quebrar e romper com este espartilho em que vivemos”. Emílio Torrão lembra que este certame não é só de lampreia, mas de sabores do campo e do rio. “É um festival que evoca os sabores do rio e do campo, o arroz carolino, que é único e genuíno, e, por isso, fizemos, provavelmente, o festival mais forte de sempre. O evento vai ter uma aposta forte na animação, que é algo que não fazíamos, porque o festival vivia da procura da lampreia, dos pratos e da gastronomia. Hoje queremos acreditar que as pessoas vêm por outras razões”. No que diz respeito à

O Festival é promovido pelo Município de Montemor-o-Velho e conta com a parceria da Turismo Centro de Portugal animação, a programação foi reforçada, no sentido de tornar o certame mais atractivo durante todos os dias e de contribuir para uma afluência do público mais regular. Pelo palco vão passar artistas de dimensão regional e nacional que se juntam aos artistas, ranchos e grupos folclóricos locais. Rita Guerra, Rosinha, Jorge Guerreiro, Tiago Silva e Adelaide Sofia, são alguns dos nomes que vão animar o Festival. Nesta edição, o certa-

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me vai acontecer de modo presencial e também em formato digital no endereço www.festivalarrozlampreia.pt, onde podem ser

consultadas também as informações referentes aos restaurantes aderentes e outros conteúdos sobre a gastronomia.

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PROGRAMAÇÃO 11 de Março 19h00 Inauguração 20h00 Mickael Salgado 22h30 Jorge Guerreiro 12 de Março 20h30 Fado de Lisboa 22h30 Rosinha 13 de Março 20h30 Sílvio Girão 22h00 Baluarte 14 de Março 21h30 O Português Niguém 15 de Março 21h30 Grupo de Música Popular EmCantos 16 de Março 21h30 Tributo Xutos 17 de Março 21h30 Miguel Bravo 18 de Março 22h00 Tiago Silva 19 de Março 22h00 Rita Guerra 20 de Março 22h00 Banda Boheme

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SEDE: ABRUNHEIRA AGÊNCIAS: CARAPINHEIRA, ARAZEDE, PEREIRA, MONTEMOR-O-VELHO, FIGUEIRA DA FOZ, PAIÃO, MAIORCA, FEREIRA-A-NOVA

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om o regresso em modo presencial do Festival do Arroz e da Lampreia está também de volta o MiniChef, uma iniciativa focada em divertir os mais novos. Dirigido a jovens cozinheiros entre os seis e os 12 anos, o MiniChef pretende, de uma forma lúdica e divertida, criar memórias gastronómicas, explicar o valor nuIniciativa pretende que as crianças aprendam, tricional dos alimentos e de forma divertida, mais sobre os produtos locais alertar para a importânO MiniChef é uma diante inscrição que deve cia de uma alimentação iniciativa desenvolvida ser feita para o email equilibrada. Nos dias 12, 13, 19 e pelo Município de Mon- festivalarrozlampreia@ 20 de Março, das 11h00 temor-o-Velho em par- cm-montemorvelho.pt, às 14h30 e das 19h00 às ceria com a Escola de indicando no assunto 21h30, os MiniChefs vão Hotelaria e Turismo de MiniChef, com o nome ser desafiados a preparar Coimbra, e quer propor- do(s) participante(s) e a sua própria refeição e cionar mais uma experi- contacto telefónico, ou, comprovar a excelência ência de visitação na área mediante disponibilidados produtos endógenos da gastronomia. As crian- de, no secretariado do do concelho e da região. ças podem participar me- festival.


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AGRICULTORES PREOCUPADOS COM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO E COM O PREÇO DO ARROZ

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SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DO ARROZ DO BAIXO MONDEGO

egundo um estudo realizado pelo Instituto Politécnico de Coimbra, através de uma análise do sistema de produção e comercialização de arroz no vale do Mondego, a preocupação com os custos de produção é clara, assim como a preocupação com o preço do arroz. “O risco de produção é importante e está relacionado com o preço obtido para o arroz. O risco de mercado é detectado pelo produtor apesar da redução da volatilidade e crescimento de preços nos últimos cinco anos”, refere o estudo sobre a sustentabilidade na produção de arroz no Baixo Mondego.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO Os resultados obtidos durante a investigação sugerem que a escolha dos canais de comercialização tem a ver com garantias de escoamento do arroz, no entanto, esta não é a preocupação principal. “Em termos de risco de mercado, há uma diferença entre o que os agricultores consideram ser um risco de preço e a escolha mais segura. Os agricultores estão atentos aos problemas e tentam encontrar estratégias de mitigação de riscos, diversificando a actividade, escolhendo o canal, controlando os custos de produção e aplicando po-

As primeiras referências à cultura do arroz, nos campos do Baixo Mondego, remonta ao século XVII líticas específicas, bem como medidas agro-ambientais”, apurou o estudo. As questões das mudanças climáticas e como essas mesmas mudanças podem afectar a produção são questões importantes a considerar nas políticas de governação europeia. A pesquisa apurou que a percepção do agricultor no

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que concerne às culturas importantes, em termos de alimentos e da garantia da auto-suficiência alimentar

nacional e europeia, nomeadamente nos cereais, “é uma questão a considerar ao desenvolver políticas agrícolas para criar um sistema de produção ambiental e economicamente sustentável e desenvolvimento de produção agroalimentar”. O estudo concluiu ainda que a necessidade de lidar com a disponibilidade reduzida de água para irrigação e os requisitos para reduzir impactos ambientais negativos, “exigem acções

muito efectivas nas mudanças agronómicas e na irrigação técnica de cultivo de arroz, para garantir renda económica aos agricultores e produção de arroz em quantidade e qualidade, para satisfazer o consumo. Essas mudanças são geralmente complexas, devido à sensibilidade da cultura e do solo, portanto, são necessários maiores esforços em pesquisa e experimentação, bem como no apoio agricultores e outras partes interessadas”.

ARROZ DOCE ADOÇA FESTIVAL DO ARROZ E DA LAMPREIA

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os sábados 12 e 19 de Março, entre as 12h00 e a meia-noite, o arroz doce vai estar em destaque no Festival do Arroz e da Lampreia. Nesta 3.ª edição do Arroz Doce Non Stop Maratona de Confecção de Arroz Doce, os/as residentes do concelho de Montemor-o-Velho voltam a ser desafiados a partilhar os segredos de como se faz o melhor arroz doce, numa celebração à autenticidade e excelência dos produtos endógenos e às tradições concelhias. De participação gratuita, mas de inscrição obrigatória, os/as participantes têm apenas que levar o tacho e os restan-

O Município de Montemor-o-Velho realça que este “é um dos momentos mais aguardados do programa em que a tradição, a gastronomia e o convívio trazem um sabor ainda mais especial à festa da gastronomia” tes utensílios necessários e, eventualmente, aquele ingrediente secreto que pode elevar ainda mais a deliciosa sobremesa, sendo

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REPORTAGEM

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PANDEMIA IMPEDIU AS CELEBRAÇÕES DO CINQUENTENÁRIO

CORO D. PEDRO DE CRISTO CELEBRA 52 ANOS COM REGRESSO AOS ESPECTÁCULOS

O Coro D. Pedro de Cristo iniciou as suas actividades a 11 de Março de 1970. Contas feitas, celebra amanhã o seu 52.º aniversário. Sediado e integrado no Instituto Universitário Justiça e Paz, em Coimbra, o coro tem desenvolvido a música coral cantando grandes êxitos nacionais e internacionais. Com a pandemia viu-se obrigado a parar, tendo ficado com apenas algumas actividades via online de forma a manter o espírito de grupo. Agora com o alívio das restrições o coro está a voltar, de forma gradual, à normalidade e pretende projectar a sua música não só em Coimbra como também além-fronteiras. CRISTIANA DIAS

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Fundado por Francisco Faria, o Coro D. Pedro de Cristo teve a sua origem num pequeno coro de jovens do Centro de Estudos Teológicos, Instituição da Diocese de Coimbra, que se dedicava ao canto das celebrações litúrgicas e à sua renovação. Francisco Faria abraçou o projecto de dirigir e reorganizar este coro, propondo outros fins adicionais que ainda hoje prevalecem: educação musical, convívio através da vivência musical em conjunto e difusão da arte coral. Foi o director artístico carismático deste

tístico realizado pelo coro e a sua representatividade para a cidade. PROGRAMA DE ANIVERSÁRIO Amanhã (11), o Coro D. Pedro de Cristo apaga 52 velas e, embora os últimos anos tenham impedido de comemorar esta data, o grupo tem preparado um programa relevante. Desta forma, as celebrações iniciam-se no sábado, dia 12, às 21h30, no Conservatório de Música de Coimbra, com um concerto comemorativo conjunto, protagonizados por três dos coros mais antigos da cidade de Coim-

Primeiro concerto do coro decorreu em Maio, três meses após a sua fundação.

coro durante 39 anos e foi ele que o “baptizou” com o nome que ainda tem, escolhendo assim para seu patrono D. Pedro de Cristo. Desta forma, pretendeu homenagear o compositor coimbrão de fins do século XVI, que viveu no Mosteiro de Santa Cruz, dando destaque a um dos melhores compositores polifonistas do seu tempo e dando a conhecer a sua música que, à data, era ainda muito pouco conhecida. Ao longo do seu trajecto, o Coro D. Pedro de Cristo tem percorrido inúmeras saalas de espectáculos e tem marcado a diferença no meio coral. A 25 de Abril de 1995, aquando do seu 25.º aniversário, recebeu a Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Câmara Municipal de Coimbra que, deste modo, reconheceu o trabalho ar-

bra (ao Coro D. Pedro de Cristo juntam-se o Orfeon Académico de Coimbra e o Choral Poliphonico de Coimbra). Para além deste espectáculo, o Coro D. Pedro de Cristo prepara, para o mês de Junho, o Festival dos Três Coros (5.ª versão), que já estava previsto nas Comemorações do Cinquentenário (em 2020, mas que devido à pandemia não se realizou) e que junta agora o anfitrião, o Coro Lopes Graça, de Lisboa, e o Choral Phydellius, de Torres Novas. Em 2020 o coro tinha uma “Comissão Organizadora das Comemorações do Cinquentenário do Coro D. Pedro de Cristo” que preparava um programa que ia desde o dia do aniversário, em 11 de Março, até Dezembro. Neste período, o plano contemplava inúmeros

O 1.º concerto do Coro aconteceu três meses após a sua fundação eventos e concertos em Coimbra e fora da cidade. No entanto, tudo foi cancelado e espera-se agora que haja oportunidades para festejar com a devida segurança. Ainda assim, o coro não quis deixar passar em branco o ano do seu cinquentenário e lançou, em 2020, a monografia “Coro D. Pedro de Cristo. 50 Anos: memória e história(s) 1970-2020”. Leonor Almeida, presidente da Direcção do grupo coral, refere que esta obra pretendeu ser “uma espécie de autobiografia do coro, escrita a várias vozes por elementos que fizeram parte do grupo e por outros que, de algum modo, o acompanharam e influenciaram a sua actividade. Em suma, são 300 páginas de história, em imagens e notícias, entre 1970 e 2020, com testemunhos e depoimentos vários”. MÚSICA PORTUGUESA EM DESTAQUE O coro conta, actualmente, com 55 elementos, com formações académicas muito diversificadas e diferentes idades. Cristina Faria, filha do fundador, é a maestrina que assumiu o cargo em 2009, e que com “muita garra” e com o seu estilo próprio tem assegurado a continuidade do coro, a sua qualidade artística e os seus princípios.

Quanto ao repertório, Leonor Almeida destaca que o coro tem dado primazia à música portuguesa tanto erudita como popular, em particular à

“Marienlieder”, constituída por sete canções”, esclarece Leonor Almeida. No meio de um reportório há sempre uma ou outra obra que traz um

Pandemia interrompeu as actividades do coro o que obrigou a estarem sem ensaios presenciais durante ano e meio.

música polifónica de D. Pedro de Cristo e D. Pedro da Esperança, autores do século XVI, e à música de compositores dos séculos XX e XXI, nomeadamente Manuel Faria, Fernando Lopes Graça, Mário de Sousa Santos e José Firmino, compositores sobejamente reconhecidos pela qualidade da sua música. Embora o Coro D. Pedro de Cristo se dedique mais a este estilo de música, a presidente refere que também cantam música de autores estrangeiros, em vários idiomas (inglês, italiano, espanhol, brasileiro, francês e alemão) e lembrou a este respeito os concertos memoráveis, em Coimbra, “Missa Crioula”, de Ariel Ramirez (1984), e “Carmina Burana”, de Carl Orff (2019), em que a parte coral foi cantada pelo Coro. “Ao longo dos nossos 52 anos, cantámos um repertório muito diversificado, embora com destaque para a música portuguesa. Refiro, no entanto, que agora, estamos a ensaiar uma peça musical em alemão, de Johannes Brahms,

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sentimento especial pela sua representatividade. É o caso das músicas de D. Pedro de Cristo (séc. XVI) e de Manuel Faria (séc. XX) que foram sempre o ‘ex libris’ do Coro D. Pedro de Cristo. “Poder-se-á dizer que algumas músicas de Manuel Faria que cantámos em primeira mão nas primeiras décadas do coro foram quase uma marca pois, na altura, julgo eu, éramos o único Coro que as cantava. Refiro-me às

de história fez inúmeras digressões nacionais e já levou a música coral para países como Angola, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Itália. Leonor Almeida afirma que, ao celebrar os 52 anos de vida, o Coro D. Pedro de Cristo tem uma composição muito diferente da que tinha no seu início, sendo um grupo maioritariamente com mais idade. “No entanto, o bom ambiente, o convívio e a amizade mantêm-se. Para muitos, é uma espécie de segunda ‘casa’, onde vamos regularmente e onde, pelo menos duas vezes por semana, nos encontramos, trabalhamos em conjunto, cantamos e nos divertimos”. Para o futuro, a presidente espera que o caminho trace mais sucessos.

O Coro tem um CD editado, “Nosso Natal”, gravado aquando dos 25 anos, e espera futuramente poder gravar outro.

obras “A Prece” (poema de Fernando Pessoa), “Amaremos” (Palavras de Paulo VI) e o “Convite de Caminhante” (Poema de Luís Miller), peças de grande impacto, mas muito difíceis de cantar”, conta. OBJECTIVOS FUTUROS O Coro D. Pedro de Cristo ao longo destas mais de cinco décadas

“Melhorar a qualidade vocal do coro, através da entrada de novos elementos, preferencialmente jovens, que adiram aos fins que o coro se propõe prosseguir e procurar estabelecer intercâmbios com outros coros, nacionais ou internacionais, que nos permitam oferecer à cidade de Coimbra bons concertos de música coral e levar a nossa música a outras paragens”.


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OPINIÃO

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A humilhação da Europa

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grande questão que os europeus vão colocar quando as terríveis consequências económicas e humanitárias da guerra na Ucrânia se abaterem sobre eles será a de saber se o conflito poderia ter sido evitado. Sendo a resposta afirmativa, surgirá então estoutra questão: o que fez a Europa para o impedir? E a conclusão será a de que não fez nada, antes apoiou um dos lados (e continua a fazê-lo) incentivando-o a combater, em vez de promover a paz através de negociações. Mas aí, teremos todos de nos interrogar: Por quê? Sim, por que é que os dirigentes europeus não quiseram ou não souberam evitar esta guerra? A resposta será, por fim, a constatação daquilo que é o grande problema da Europa neste tempo: a mediocridade dos seus dirigentes. Sim, esta é a causa principal de alguns dos males da Europa na atualidade e de muitos dos que se aproximam. A Europa, que já teve dirigentes como Winston Churchill, Charles Gaulle, Konrad Adenauer, Willy Brandt, Harold Wilson, Olof Palme, Helmut Khol, François Miterrand e, finalmente, Angela Merkel, tem hoje à sua frente pessoas que, pela sua arrogância e insensatez, mais parecem um grupo de jovens agitados pela excitação que provocam os jogos de guerra de uma qualquer playstation. Podem os dirigentes europeus fazer agora as proclamações que quiserem, mas quem conheça um pouco da história da Europa e da Rússia tem a obrigação de saber que seria impossível integrar a Ucrânia na NATO sem uma guerra, como em tempo alertaram alguns dos políticos mais lúcidos, entre os quais Henry Kissinger e o nosso Mário Soares. Dirigentes com um mínimo de visão política respeitariam o estatuto de neutralidade

com que a Ucrânia se comprometeu váquia pela União Soviética (URSS) aquando da sua independência, em 1968, a guerra de Portugal às em vez de a incentivar a romper suas antigas colónias africanas de com essa neutralidade e aderir à 1961 a 1974, a invasão e ocupaNATO com promessas que, como ção do Afeganistão pela URSS e, agora se vê, não podiam cummais recentemente, a invasão e prir. A neutralidade da Áustria, destruição do Iraque pelos EE UU da Finlândia, da Suécia ou da com a ajuda de alguns países Suíça nunca ameaçou a segu- ANTÓNIO MARINHO E PINTO* europeus, a invasão e ocupação rança desses países. Pelo condo Afeganistão pelos EE UU e a trário… NATO (de onde, aliás, tiveram A arrogância e insensatez dos dirigentes eu- de fugir de maneira humilhante), a destruição ropeus causou à Europa talvez a maior humi- da Líbia em 2011 por parte de alguns países lhação da sua história. A Europa seduziu a europeus membros da NATO e a guerra que a Ucrânia para esta aventura e agora, impotente, mesma NATO moveu à Jugoslávia em 1999 e deixa-a à sua sorte ficando de fora a berrar que culminou no bombardeamento da TV de insultos a Vladimir Putin, a perseguir os ci- Belgrado, no desmembramento do país e na dadãos russos na Europa e a decretar sanções retirada de uma parte do território da Sérvia económicas e financeiras à Rússia. para criar um novo estado, o Kosovo, hoje Os dirigentes da UE não têm noção do ridí- dominado pelas máfias albanesas. Tudo isto, culo, pois estão a aplicar sanções económicas recorde-se, sem qualquer mandato do Consea um país que lhe fornece o gás, o petróleo e o lho de Segurança da ONU. carvão que sustentam a economia da UE. E o Sim, sou contra a invasão da Ucrânia, mas país sancionado continua, serenamente, a for- sou também contra essa espécie de progroms necer à Europa a energia de que esta precisa. que alguns Estados estão a desencadear conSimplesmente patético! tra cidadãos da Rússia, com a sumária conEntretanto, lá longe, os EE UU, dizem à Rússia fiscação dos seus bens, sem que esses cidadãos para estar à vontade pois não tencionam vol- tenham cometido qualquer delito exceto o de tar a envolver-se em guerras na Europa. A sua serem russos. guerra é económica e já a venceu juntamente Sim, sou contra esta guerra, mas sou, com com a China. Esta é a situação a que nos con- mesma determinação, contra a histeria que duziram os dirigentes europeus. está a ser promovida na Europa e no chamaÉ óbvio que isso não impede que sejamos con- do ocidente e que consiste no afastamento de tra a guerra. Por mim, condeno a invasão da cidadãos russos (sobretudo artistas e desporUcrânia, com a mesma convicção com que tistas) dos seus empregos e dos seus trabalhos, condenei a guerra dos EE UU ao Vietname unicamente pelo facto de serem russos. (nos anos 60 e 70), a guerra de Israel aos paí- O exemplo mais chocante desta russofobia ses árabes em 1967 e a subsequente ocupação e aconteceu na semana passada com a soprano anexação da Palestina, a invasão da Checoslo- russa Anna Netrebko, uma das maiores can-

toras líricas da atualidade, com contrato no teatro de ópera Metropolitan, de Nova Iorque, a qual foi sumariamente afastada por não ter dito publicamente o que a direção do teatro queria que ela dissesse. Ora, atente-se: a direção do Metropolitan exigiu que a artista condenasse publicamente a invasão da Ucrânia e Vladimir Putin. Ela condenou a invasão da Ucrânia mas não o presidente da Rússia. Por essa omissão foi imediatamente afastada, apesar do contrato existente. Este caso é bem elucidativo da deriva antidemocrática que se está a crescer em alguns países. Nas ditaduras as pessoas são, em regra, perseguidas por dizerem o que os seus dirigentes não querem ouvir, mas em algumas democracias as pessoas começam a ser perseguidas por não dizerem o que certos democratas gostariam de ouvir. Por fim quero deixar mais uma nota sobre a deriva totalitária que está a apoderar-se das autoridades europeias em relação à liberdade de informação e que culminou no impedimento de os cidadãos da UE sintonizarem certos canais de televisão ligados à Rússia. Esse impedimento, que foi decidido por um órgão da União (o Conselho) sem qualquer respaldo nos tratados, viola, com a cumplicidade do governo português, a nossa constituição que no seu artigo 37º garante a todos os portugueses “… o direito de … ser informados, sem impedimentos nem discriminações”. Portugal não está em guerra com a Rússia (e mesmo que estivesse…) e por isso o primeiro-ministro deve uma explicação aos portugueses por este grave atentado à liberdade de informação. *Advogado reformado e antigo deputado ao Parlamento Europeu

Guerra desperta a Europa

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o eclodir de uma guerra que nos desperta para os nossos piores pesadelos, há porventura algo que nos permite olhar o futuro com alguma esperança: a União Europeia desperta de uma longa “anestesia” e assume finalmente uma posição de força em defesa da democracia, da autodeterminação de um País e da liberdade. No fundo, dos valores que também estiveram na génese da criação da Comunidade Europeia. E isso é tão mais surpreendente se percebermos que o faz

num contexto de profunda desagredas instituições em que se funda a degação e divisão interna - algo que mocracia de cada um desses Países, o regime de Putin tem fomentado enfraquecendo-os na capacidade ao longo dos anos, seja por via do de definição de soluções de conapoio ao Brexit, seja através do senso em torno de ideais comuns. financiamento de partidos de exEste é o momento decisivo para o trema direita um pouco por toda a futuro da União Europeia e da soEuropa (como os nacionalistas brevivência do Estado de Dipopulistas Marine Le Pen, Orreito Internacional e das ecoNUNO TEODÓSIO OLIVEIRA* ban ou Salvini) como forma de nomias abertas e plurais em destruição interna dos pilares que vivemos. Este é o momento

de agir. Esta é a “arma” mais eficaz contra a violência, a guerra e a barbárie que se vive na Ucrânia, e talvez a única forma de parar o movimento imperialista de recuperação da ex-URSS que já está em marcha. P. S. - E, ainda assim, foi possível 13 Eurodeputados votarem contra a Resolução do Parlamento Europeu de condenação da Rússia pela invasão à Ucrânia. Dois deles são os eurodeputados do PCP. No comments. (*) Advogado

Terror - Terra queimada e massacre dos ucranianos (Continuado da primeira página)

entre a Alemanha nazi de Hitler e a Rússia soviética de Stalin, os dois facínoras responsáveis pelo maior e mais cruel conflito bélico e massacre que a Humanidade já conheceu. Essa aparentemente paradoxal aliança ideológica nazi-comunista ressurgiu neste século por vias múltiplas, com relevo para a identificação bilateral na selvajaria dos métodos! Neste presente momento de barbárie, o passado não importa. Não há gentes, tribos, nações, estados historicamente isentos de crimes. Mas a Europa, depois da terrível guerra mundial de cinco anos e findas ou em estertor as ditaduras comunistas na Europa (queda do infame “muro de Berlim”, em 1989 ) e excetuando alguns focos mais limitados mas não menos bárbaros, a região passou a viver FICHA TÉCNICA EDIÇÃO COIMBRA www.campeaoprovincias.pt

um período de relativa prosperidaassassinos permitem. de e paz. O povo russo já não tem direito a À Ucrânia, ninguém contestaum mínimo de verdade sobre o va nem contesta o seu estatuto terrível sofrimento do povo ucrade Estado legitimamente sobeniano, a sua heroicidade, a dos rano; nem mesmo o desalmado seus dirigentes e militares, a dos Putin e seus sequazes. jornalistas e outros que diariaAlguém de boa fé acreditaria que mente se sacrificam… O que se uma Ucrânia de 44 milhões pen- A. J. LINHARES FURTADO vê?! A associação mais complesasse atacar o seu vizinho, um ta de todas as técnicas de Terror colosso de 140 milhões, territoconducentes a Terra Queimada rialmente 28 vezes maior e militarmente in- e Massacre de inocentes de qualquer idade. comparável?! A desumanidade absoluta de Putin, em naO déspota e o seu criminoso grupo movem-se tureza provavelmente congénita, nutriu-se nas pelo medo. Medo do seu próprio povo. práticas de carrasco da Lubianka. Não admiPela segunda vez desce, sobre o sacrificado ra que assista, com sádico sorriso e ridícula povo russo, a mesma “Cortina de Ferro” que pompa, ao massacre dos inocentes. E mais, o isolou da Europa Livre durante várias dé- que seja cobarde- nunca enfrentou um ser cadas. Só podem ouvir, ler ou ver o que esses humano que não estivesse de qualquer modo

Telefone 239 497 750 | E-mail campeaojornal@gmail.com Editor/Propriedade REGIVOZ, Empresa de Comunicação, Lda. Sede: Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra | NIPC: 504 753 711 Director: Lino Vinhal | Editor Executivo Luís Santos (responsável executivo por esta edição) Redacção Luís Santos (CP 345 A), Luís Carlos Melo (CP 1695 A) e Nádia Moura (CP 7084 A). Director Comercial Carlos Gaspar Directora de Marketing e Publicidade Adelaide Pinto 239 497 750 jornalcp.adelaidepinto@gmail.com

dominado ou aniquilado! A aparente mudança de disposição do déspota, hoje alvitrada na comunicação social, é expressão da sua cobardia. Pena que a Europa tenha sido tão negligente. Este déspota não é exceção à regra-tem muito medo da morte. Na história recente, não se conhece nenhum que se tenha suicidado; preferem ser apanhados vivos nem que seja num cano de esgoto! Creio que ainda iria a tempo uma demonstração de força por parte da UE para impulsionar, a sério, a mudança de humor dos Putins! Eles temem muito as armas nucleares… e com razão... A fronteira da Europa Livre não pode ser transferida do leste para o oeste da Ucrânia. (*) Professor Catedrático Jubilado de Medicina

Paginação e Maquetagem Jorge Capelo | Impressão ),* ,QG~VWULDV *Ui¿FDV 6 $ 5XD $GULDQR /XFDV Coimbra | Distribuição VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda. R. da Tascoa, n.º 16 - 4.º Piso, 2745-003 Queluz, Telef. 214 398 500, Fax: 214 302 499 Registo 65,3 VRE R Q ,661 1 (5& _ Depósito Legal n.º 127443/98 Preço de cada número 0,75€ | Assinatura anual 35,00€ | Tiragem média: 9.000 exemplares LEI DA TRANSPARÊNCIA – Propriedade: Regivoz, Empresa de Comunicação, Lda. Capital Social: 5.000,00 euros. Participações no capital: Maria de Fátima Rodrigues Viegas Vinhal - HXURV /LQR $XJXVWR 9LQKDO HXURV (50%). Gerência: Lino Augusto Vinhal Estatuto Editorial em www.campeaoprovincias.pt

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QUINTA-FEIRA, 10 DE MARÇO 2022

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CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

10 DE MARÇO DE 2022

OPINIÃO Interrogações sobre uma comédia de enganos

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omeço por onde deve ser: a invasão da Ucrânia pela Rússia é um ato intolerável, à luz de qualquer critério moral ou lei internacional. Quem o concebeu e perpetrou tem nome, Vladimir Putin, o rosto de uma política autocrática imposta a muitos milhões de cidadãos, no maior país do planeta. Dito isto, acrescento que o que temos estado a viver parece, em muitos aspetos, uma sombria comédia de enganos. De um lado e de outro trabalha-se a informação conforme mais e melhor convém às forças que estão no terreno e aos desígnios que as movem: do lado russo, a invasão, do lado ucraniano, a resistência. Até quando isto durará não se sabe e menos ainda me compete futurar o que quer seja. Já se percebeu que, no centro deste meu modesto testemunho de cidadão comum, está a preocupação com a informação. Com o que sabemos, com o que julgamos saber, com aquilo que nos mostram, com o que nos escondem e com as cortinas de fumo que nos impedem de ajuizar o que realmente se está a passar, na sua verdadeira

de especialistas nas mais diversas madimensão. A decisão recente, tomada térias – estratégia militar e direino Ocidente, de bloquear canais de to internacional, armamento de televisão russos foi já criticada por guerra e economia, ciência finaninsuspeitos profissionais da comuceira e história da Europa, política nicação social, com o pertinente russa e centrais nucleares e por aí argumento de que assim ficamos fora – que vejo desfilar nos canais privados de conhecer alguma coisa de televisão que nos enchem o dia do outro lado, mesmo supondo-se com comentários sisudos. Passaque essa alguma coisa estará eiCARLOS REIS* do o tempo dos especialistas em vada de mistificações. Porque esse pandemias, chegou a vez dos espeoutro lado (o lado russo, entenda-se) é intrigante. Sabemos nós quais os índices cialistas em “ucraniologia” e em “putinologia”. efetivos de aprovação e de rejeição com que lida Fica, assim, evidente que é fácil fazer informaPutin? O que, de facto, representam as mani- ção televisiva: é chamar os especialistas, ligar a festações que tem havido na Rússia, tendo em câmara, abrir o microfone e eles que façam as atenção o conjunto da população russa? Tudo despesas da conversa. Isto, é claro, quando os é revolta anti-Putin para aquelas bandas? Não pivôs consentem aos convidados duas frases haverá, nalguma parte dos russos (muitos? pou- seguidas, sem uma interrupção sagaz… Faço, cos?), algum comprazimento por verem ressur- entretanto, justiça ao trabalho de um ou outro gir uma Rússia forte, com um homem forte ao correspondente no terreno, a competente Cândida Pinto, à cabeça, mas não o esganiçado José leme do destino coletivo? Como veem, tenho mais interrogações do que Rodrigues dos Santos. respostas, diferentemente das muitas dezenas Infelizmente, ainda não vi nem ouvi nenhum

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dos especialistas dissertar sobre algo que me parece interessante: a diferença de encenação, de indumentária e de pose que enquadra o discurso de cada um dos protagonistas desta história infeliz. De um lado, um Zelinsky com uma simples t-shirt (sempre a mesma?), num espaço descaracterizado, mal barbeado, um tanto esgazeado e debitando um discurso no limite do desespero (o que bem se compreende, aliás). Do outro lado, um Putin imerso em solenidade institucional, fisicamente distante dos interlocutores (menos quando apareceu rodeado por simpáticas hospedeiras da Aeroflot…), ostentando sinais de um poder imperial e, mais do que tudo, pronunciando-se com uma frieza que o seu olhar de réptil bem confirma. Perante o contraste, não é preciso fazer a contabilidade dos tanques nem a descrição dos mísseis para se ver como isto vai acabar. O saudoso Vasco Pulido Valente diria que o mundo está perigoso. E está mesmo. *Professor Jubilado da Faculdade de Letras da UC

A guerra à porta de casa

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estes dias de guerra no Continente as palavras são como minas. É, por isso, preciso medir cada uma delas, antecipando os vários entendimentos que o que for escrito venha a provocar em quem ler, ou tresler. É o que vou tentar fazer. A Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo explodir, logo no primeiro míssil, todos os tratados que regem as relações entre Estados soberanos. Juntou-se, lamentavelmente, e não foi só agora, ao clube dos países para quem a ingerência é um procedimento natural, apenas dependente do nível de gula e da força militar (ou económica) disponível. Procuro deter-me na pouca memória que reuni no tempo em que o meu país cumpria todos os requisitos de uma ditadura a sério: polícia política, proibição de partidos, presos políticos à margem de qualquer sistema de justiça, subdesenvolvimento económico e cultural, censura, repressão de movimentos reivindicativos, proibição de greves e manifestações, política colonial a enquadrar uma guerra dizimadora da nossa juventude. Um país da NATO, assinale-se. Estou capaz de garantir que nenhum dos antifascistas mais reprimidos daquele tempo

que a invasão da Ucrânia é “apenas” terá desejado que a democracia em um episódio numa confrontação Portugal se conquistasse através de mais geral entre a Rússia e os EUA. uma invasão, fosse de quem fosse. As redes sociais converteram-se Os Estados são de quem lá vive, e num campo de batalha alternatisó esses são capazes de movimenvo: há raiva – ódio até! - à solta nos tar a História nos vários sentidos “murais” ainda há pouco pejados de para que a correlação de forças “gostos”. Acolhe-se ali algum conconduz os destinos. Sempre que traditório, divulga-se alguma imhouve intervenção estrangeira, o MANUEL ROCHA* prensa escrita cada vez mais enque restou da saída das tropas curralada pelo “fogo” da televisão. foi o ódio contra os “libertadoMas não é fácil, nas “redes” como em qualquer res” – todos. As invasões só doem aos invadidos. Já as emoções lado, distinguir a verdade da mentira. Com do público em geral dependem quase só das cha- efeito, o cidadão bem-intencionado orienta-se madas “narrativas” mediáticas, capazes de anga- mal num mundo em que a informação é usariar adeptos de uma invasão, do mesmo modo – e da como arma letal (como no caso, desmenticom os mesmos argumentos – que fabricam abo- do tarde demais, das “armas de destruição em minadores da invasão do ano seguinte. Por isso massa” do Iraque); e argumento de ampliação é que as reações das “opiniões públicas” à guerra da guerra (como no caso do bombardeamento, dependem mais da mensagem do “seu” guerreiro logo desmentido, da central de Zaparojets). Há do que da urgência em evitar vítimas. A verdade imagens da TV capazes de converter em superé que tenho visto pouca gente indignar-se perante ficial emoção, em aviltante banalidade, aquilo a escassez de iniciativas promotoras da paz, do que não passa de um crime contra a Humanicessar-fogo. Em contraste, é feroz a animosidade dade no quadro real de crianças ucranianas que se abate sobre os que, como eu, consideram empunhando armas.

Nem todos vemos o mesmo quando olhamos para o ecrã. A mim condoem-me as imagens de destruição das ruas que percorri na Kiev e na Kharkiv ainda inteiras. E as imagens (que só circulam nas redes sociais russas e ucranianas) de prisioneiros russos e ucranianos convertidos em troféu, obrigados, à vez, a vitoriar o inimigo. Como também me condoí nas ruas de Sarajevo e nas estradas da Bósnia ainda em guerra. E fui solidário com a angústia da minha colega Rim Banna, quando (longe de casa) soube que o seu irmão de 15 anos tinha sido preso pelo exército israelita. Custa-me, por isso, compreender solidariedades-inflamadas-de-momento, muito mais disponíveis para o ódio que fomenta a guerra do que para exigir aos “nossos” políticos o abandono de posições que acrescentam fogo ao fogo. No barulho da azáfama mediática talvez seja difícil perceber as vozes que, todos os dias, clamam pelo alargamento da guerra. Queremos mesmo que esse dia chegue às nossas vidas? (*) Eleito da CDU (PCP) na Assembleia Municipal de Coimbra

Nada apaga a barbárie

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liberdade de opinião que felizmente existe em Portugal permite teorizações diversas acerca da invasão da Ucrânia, por aqueles que conheceram ou combateram a ditadura fascista, por novas gerações que se revêm nos valores da democracia e até, por alguns treinadores de bancada que atiram sobre tudo o que mexe, desvalorizando pessoas, vidas, famílias e crianças que sofrem e morrem. Surgem também as manipulações, justificando a invasão bárbara de um país soberano, no século XXI (a palavra país ainda tem significado...), desencadeando uma guerra sem quartel, invocando o pretexto de conter a expansão da NATO e seus aliados, querendo recriar quiçá um novo Pacto de Varsóvia, à custa da destruição de vidas, ondas de refugiados e morticínio. Há ainda as invenções da teoria da conspiração, em que o Ocidente quereria aniquilar o novo “czar” Putin, a sua clique dominadora e a oligarquia capitalista, sustentado pela autocracia, quando a comunidade internacional condena o atentado à Ucrânia e o próprio povo russo não legitima o todo poderoso, membro da guerra fria e criador da guerra quente. Todos falam sempre em nome do povo, como se o povo não tivesse voz. O povo português (e da Europa), que não é uma manada ao serviço dos Estados Unidos como é acusado, manifestou a sua solidariedade maciça com o povo ucraniano

outros Países com represálias nucleaatacado na sua própria casa, dando res e ataca mesmo centrais nucleares apoio logístico e ajuda humanitária de produção de energia e investiaos refugiados, e até quase promogação, o que representa um acto vendo uma reedição das Brigacontra a liberdade, a democracia das Internacionais que lutaram e o Direito Internacional rasganem Espanha então contra o regime do tratados e convenções, e lança falangista, dando o corpo e a mente o perigo de uma guerra mundial, ao serviço dos direitos humanos. que se sabe como começa, mas não O povo russo não pode ser diaHERNÂNI CANIÇO* se sabe como acaba? bolizado, porque a naturalidade Substituir a expressão guerra por não é um estigma e não é condição para castigo. É também uma vítima do mesmo operação militar especial, esconder a verdade déspota e ditador sanguinário, que conduz a sobre as intenções de invasão da Ucrânia atrás sua guerra, apoiado pelos defensores do regi- de alegação de treino e manobras militares, me proveitoso e, estranhamente, defendido por ignorar o sofrimento do povo ucraniano e dos alguns intelectuais e intelectualóides que, das familiares dos combatentes ucranianos e russos, suas cátedras de bem-estar, mais não fazem do faz lembrar o regime fascista português que que atribuir estatuto de menoridade ao povo e vigorou até 25 de Abril de 1974, que proibia a expressão guerra colonial, que invocava a defesa de superioridade ao tirano e opressor. Um crime não se combate com outro crime, um do território de outros povos escravizados e coloatentado não se corrige com outro atentado. As nizados, e que escondia o balanço de vítimas da referências de alguns presunçosos e arrogantes, guerra, os militares portugueses e os africanos. ainda imbuídos de pretensos educadores da Quaisquer argumentos com que se pretenda classe operária, à falta de legitimidade para justificar ideologicamente a invasão da Ucrâcondenar a Rússia e Putin, com base nas posi- nia, além de desproporcionados e desonestos ções americanas de donos do mundo, através da politicamente, tipo “ela provocou-me...”, são guerra no Vietnam, Iraque, Afeganistão, Síria, um desrespeito pelo direito à independência, etc., não justificam o crime de usurpação da aos direitos humanos, à solidariedade e à Paz, que deve ser apanágio do povo ucraniano e de Ucrânia por Moscovo, contra a Humanidade. E como qualificar um ser “humano” que ameaça todos os povos.

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Confundir conceitos ideológicos (como o inimigo principal, por exemplo) que deveriam promover a qualidade de vida e a solidariedade e não a guerra e a morte, conduzirão abencerragens, pretensiosos e o partido centenário para o caixote do lixo da História, este reduzido a uma dimensão que o seu passado de luta anti-fascista não merecia. Custa-me a aceitar que a guerra na Ucrânia seja tema de um programa de humor, líder de audiências em televisão em Portugal. Há 12 anos, por ocasião do lançamento de um livro do respectivo ídolo, ofereci um CD e uma fotografia de uma organização humanitária, que socorreu as vítimas do terramoto no Haiti, onde morreram cerca de 200.000 pessoas, e pedi-lhe uma dedicatória. Ainda estou à espera... Ainda há ídolos pés de barro. Condeno firmemente o assalto à Ucrânia pela Rússia, e louvo o apoio ao povo da Ucrânia pela União Europeia, onde se encontra Portugal, principalmente na ajuda aos refugiados, tal como apoiámos e interviemos na organização da ajuda humanitária às vítimas das grandes catástrofes naturais, como o tsunami no sudeste asiático, o terramoto no Haiti ou as cheias em Moçambique e nas Filipinas. (*) Médico


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QUINTA-FEIRA, 10 DE MARÇO 2022

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10 DE MARÇO DE 2022

EMPRESAS & NEGÓCIOS

GRUPO PASCOAL RECOLHEU CERCA DE 300 TONELADAS DE MATERIAL

TRANSPORTADORA DA MEALHADA ENVIA CAMIÕES COM BENS PARA A UCRÂNIA CRISTIANA DIAS

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urante a última semana foram enviados 10 camiões dos Transportes Marquês de Pombal, situada no Canedo, e dos Transportes Pascoal, de Barcouço, do grupo Transportes Pascoal, da Mealhada, com bens de apoio à população da Ucrânia. Fernando Lopes, gestor de qualidade nos Transportes Marquês de Pombal, referiu ao “Campeão” que esta iniciativa surgiu por parte de um colaborador ucraniano que lançou o desafio à empresa de organizar a recolha de bens essenciais para

que pudessem ser enviados. Sem hesitar, foi, desde logo, montada uma operação de recolha que, segundo o gestor, foi bem aceite por populares, particulares, anónimos, parceiros e fornecedores da empresa que fizeram questão de ir entregar e até participar na triagem do material. Dos primeiros seis camiões que saíram com destino à Polónia, junto à fronteira com a Ucrânia, seis dos motoristas eram ucranianos que desde logo se voluntariaram para fazer a viagem, não sendo um trajecto comum da empresa. “Esta não é uma rota habitual para nós, tanto nos

Transportes Pascoal como nos Transportes Marquês de Pombal, a Polónia não é um local onde vamos com frequência, muito menos à fronteira Este com a Ucrânia, e por isso tivemos desde logo motoristas que se voluntariaram para fazer esse serviço”, refere Fernando Lopes. As doações basearam-se sobretudo em roupas para senhora, homem, criança, calçados, cobertores, mantas, agasalhos, medicamentos e bens de primeira necessidade. Neste momento, os Transportes Pascoal e os Transportes Marquês de Pombal decidiram suspender a recolha devido ao facto de

não estarem a ser asseguradas as condições logísticas de recepção dos bens nem na Ucrânia nem nos locais de fronteira. O gestor de qualidade afirma que no total foram conseguidas cerca de 300 toneladas de material e destaca a solidariedade portuguesa. “Tem sido de louvar a ajuda de todos. Aliás os portugueses são muito bons quando é necessário apoiar os outros e não ficaram indiferentes a esta necessidade de apoiar o povo ucraniano”. Fernando Lopes revela que os ucranianos representam um terço dos trabalhadores da empresa (num

universo de 500), sendo que muitos já fazem parte da família há longos anos. “Nós temos esta responsabilidade social para com os nossos colaboradores. Os trabalhadores ucranianos são um número considerável e já cá estão há muitos anos na empresa, sempre deram tudo por ela, não podíamos estar indiferentes a esta sua luta e por isso temos estado sempre do lado deles. Quando chegaram a Portugal encontraram na empresa um porto de abrigo para poder trabalhar e sustentar as suas famílias e, dentro daquilo que nos é possível, estamos disponíveis sempre para ajudar”.

PRESIDENTE QUER ALCANÇAR OBJECTIVO EM QUATRO ANOS

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ÁGUAS DE COIMBRA QUER REDUZIR PARA 15% AS PERDAS E FUGAS

lfeu Sá Marques, presidente da Águas de Coimbra (AdC), quer passar dos 21 a 25% de perdas e fugas na rede para 15%, em quatro anos, apontando a necessidade de se controlar as afluências indevidas. “Andamos com fugas e perdas na ordem dos 21 a 25% e isso não é bom. Tenho como objectivo, quando sair daqui a quatro anos, ter 15%, mas o objectivo nacional é 20%, não estamos lon-

ge desse objectivo e vamos naturalmente cumpri-lo”, afirmou Alfeu Sá Marques, que assumiu a presidência da empresa municipal Águas de Coimbra em Novembro de 2021. Segundo o responsável, assim que chegou foi confrontado com um problema associado ao pagamento do tratamento das águas residuais à Águas do Centro Litoral e a um acordo, por via de um processo judicial, de um pagamento de valor em dívida

àquela empresa, faltando ainda pagar seis milhões de euros. “O problema da cobrança das águas residuais é um problema técnico, político e económico complicado. Se facturo aos meus clientes dez milhões de metros cúbicos, teoricamente eu gero entre sete a nove milhões de metros cúbicos [que serão tratados], porque a água que utilizo nem toda se converte em esgotos. Era essa a lógica que existia. Mas os sistemas

de drenagem não são estanques e permitem a entrada de afluências indevidas – água que está no solo e que entra por sistemas de águas pluviais. Ou seja, em vez dos oito ou nove milhões de metros cúbicos, chega-se a ter 16 milhões”, explicou. Face a essa discrepância entre o projectado pela AdC e o efectivamente registado pela Águas do Centro Litoral, foi sendo acumulada uma dívida ao longo dos últimos sete anos, que ficou agora

estabelecida num acordo judicial no Verão de 2021. Para Alfeu Sá Marques, é fundamental a empresa municipal agora diminuir as afluências indevidas para reduzir a fatura cobrada pela Águas do Centro Litoral relativamente ao tratamento de águas residuais, apontando, por exemplo, para a existência de sistemas unitários em pontos do concelho, que não separam o sistema das águas pluviais das águas residuais.

EMPRESA ESTÁ SEDIADA EM CANTANHEDE

MARVIJARDIM COMPLETOU 20 ANOS

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empresa Marvijardim, sediada em Covões, Cantanhede, completou, no dia 22 de Fevereiro, duas décadas de história. Sem grandes comemorações, o proprietário Vítor Dias confessou ao “Campeão” que estes 20 anos foram positivos e bastante “bons”. Embora a pandemia covid-19 tenha afectado, em geral, grande parte dos sectores industriais, a Marvijardim orgulha-se por ter conseguido defender o seu negócio e ter continuado sempre a trabalhar,

com bastante serviço. Actualmente, a empresa conta com sete trabalhadores e é uma referência no sector paisagístico em obras civis e públicas, operando não só no concelho de Cantanhede como em toda a região Centro. A empresa dispõe de vários serviços, entre os quais: sistema de rega, jardins de exterior e interiores, jardins de baixa manutenção, manutenção de espaços, pavimentos, carpintaria e aplicação de relva sintética desportiva e residencial.

Segundo o proprietário Vítor Dias, os serviços disponíveis são procurados sobretudo por privados e pessoas que pretendem criar jardins. “Execução de espaços únicos na área dos jardins e obras paisagística, e sua manutenção. Somos apaixonados pela natureza e pela arte de jardinagem e construção. Gostamos do que fazemos” refere a empresa quanto ao seu sentido de missão. A Mar vijardim faz questão de se manter a par das tendências do mercado e afirma que a tecnologia

Marvijardim é uma referência no sector paisagístico em obras civis e públicas da região “é um factor influente na qualidade do serviço, ajudando a fidelizar o cliente

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que vai trazer outros clientes, criando um ritmo de crescimento”.

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breves FRIJOBEL PERSPECTIVA CRESCIMENTO DE 15% EM 2022 A Frijobel, sediada em Penela, prevê crescer cerca de 15% este ano, depois de em 2021 ter recuperado o volume de negócios para níveis pré-pandemia. No ano transacto, a empresa de produtos alimentares congelados atingiu os 50 milhões de euros de facturação, tal como em 2019, após uma quebra de 10% em 2020 (para 45 milhões de euros), ano em que teve início a pandemia de covid-19. Dentro de um mês, a Frijobel vai abrir o Centro Logístico de Lisboa, onde já opera desde 2018, com uma área construída de 2.500 m2.

CEARTE DEFENDE INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS PARA O SECTOR DE ARTESANATO NA EUROPA O CEARTE esteve representado, pelo World Crafts Council Europe, numa reunião virtual, na passada segunda-feira (7), para discutir com os membros a temática das Indicações Geográficas (IG) para o Sector de Artesanato na Europa. As IGs artesanais são nomes de produtos ligados à respectiva origem geográfica, identificam a sua origem determinando a qualidade, reputação ou outras características que são essencialmente atribuíveis à sua origem geográfica, considerando, sobretudo, os factores humanos ligados à cultura e à tradição destas actividades nos territórios de origem. Actualmente, data actual, estão registados como indicação geográfica (IG) 19 produtos artesanais em Portugal, que têm já em funcionamento o respectivo processo de certificação.

EMPRESA PEREIRA & SANTOS INICIA CAMPANHA DE PÁSCOA A Pereira&Santos, SA, da Adémia de Baixo, Coimbra, realizou, no dia 6, a sua Feira de Páscoa, evento que, tradicionalmente, marca início da campanha de Páscoa e que este ano decorre sob o mote “Para si, o melhor!”. Cerca de uma centena de clientes participaram no evento para conhecer as propostas e novidades das várias marcas ligadas a esta época e para que nada falte à mesa nesta quadra.


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FESTA DO QUEIJO DE OLIVEIRA DO HOSPITAL 23 OLIVEIRA DO HOSPITAL ESPERA PRESENÇA EM FEIRAS DA REGIÃO É APOSTA DA COOPERATIVA DOS PRODUTORES MAIS DE 50 MIL VISITANTES DE QUEIJO SERRA DA ESTRELA A D www.campeaoprovincias.pt

urante os próximos dias todos os caminhos vão dar à Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital que tem a decorrer, até 13 de Março, a Semana de Gastronomia, sendo os dias 12 e 13 os mais marcantes deste evento. “Depois de dois anos de interregno, ressurgimos cheios de força, para convidar Portugal inteiro a vir a Oliveira do Hospital, para provar queijos, vinho do Dão, enchidos, mel e uma variedade de produtos. Uma feira que se quer segura, aberta e arejada, mas onde encontram os sabores e os saberes ancestrais”, manifestou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo. O evento conta com a presença de 26 restaurantes, que terão a responsabilidade de promover o melhor da gastronomia local. Segundo o autarca, ao todo são esperados mais de 50 mil visitantes, para apreciar o

Semana de Gastronomia promove iguarias como o borrego, broa, arroz de suã, torresmos, requeijão ou tigelada queijo Serra da Estrela, mas também o que envolve e caracteriza o concelho, como os ares da serra, a paisagem, o património, a hotelaria e os diferentes percursos pedestres. “Queremos que nos dias 12 e 13 de Março, Oliveira do Hospital se transforme na capital dos produtos locais de qualidade, como montra desse produto de excelência que é o queijo Serra da Estrela. Desfrutem da portugalidade que Oliveira do Hospital tem para oferecer”. O presidente afirma que esta é a maior festa/feira do

país de queijo Serra da Estrela, e que só em 2019 teve um impacto de mais de 2,5 milhões de euros na economia local. Para este ano, a expectativa é “ultrapassar a cifra do impacto financeiro dos 2,5 milhões de euros de 2019”. O autarca frisa que “o Município faz um importante investimento para a promoção do território e queremos que os empresários tenham efectivos ganhos e haja geração de riqueza no concelho. O investimento nesta Festa do Queijo Serra da Estrela é de 60 a 70 mil euros”.

pós dois anos de interregno devido à pandemia, as tradicionais feiras e eventos gastronómicos estão de volta e prepararam-se para receber em força visitantes e comerciantes. A Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela está já a preparar a sua participação em seis feiras da região, de forma a dinamizar acções de sensibilização sobre a importância da qualificação deste produto. A feira de Penalva do Castelo, Oliveira do Hospital, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia e Seia são os eventos que terão a presença da Estrelacoop Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela PUBLICIDADE

QUEIJO SERRA DA ESTRELA DOP CANDIDATADO A PATRIMÓNIO IMATERIAL DA UNESCO

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oaquim Lé de Matos, presidente da Estrelacoop - Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela, revelou, recentemente, que o queijo Serra da Estrela DOP deverá ser submetido, em 2024, a Património Imaterial Mundial da UNESCO. Segundo o mesmo, a cooperativa que lidera já iniciou o processo de candidatura do queijo Serra da Estrela DOP, sigla para Denominação de Origem Protegida, que será entregue junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O queijo Serra da Estrela, produzido com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, é um produto característico desta região, mas também uma iguaria que carrega consigo uma importância histórica, sendo referido, pela

primeira vez, no primeiro tratado agrícola de um general romano, nos séculos XI/XII. É na arte de o ‘saber fazer’ e a sua história que é agora proposto para ser elevado a Património Imaterial Mundial da UNESCO. No entanto, também na literatura, o queijo Serra da Estrela foi mencionado por Gil Vicente, Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós e Miguel Torga em diversas obras. O produto está, ainda, ligado à geografia do território, onde também já existe o Geopark Estrela, reconhecido pela UNESCO. Segundo o dirigente, o trabalho da elaboração da candidatura está previsto realizar-se durante três anos, para que, “em finais de 2024”, a mesma esteja “submetida à UNESCO para avaliação”. “É um processo complexo, mas estamos a tra-

balhar já. Estamos a dar os primeiros passos”, disse, indicando que a Estrelacoop vai envolver no processo os municípios, as Comunidades Intermunicipais das Beiras e Serra da Estrela, Coimbra e Viseu Dão Lafões, a Associação Geopark Estrela e o Turismo do Centro, entre outras entidades. Caso a aprovação da candidatura aconteça, Joaquim Lé de Matos refere que será um legado “muito benéfico” para valorizar o produto endógeno do queijo Serra da Estrela e para o seu “reconhecimento internacional”. A Estrelacoop, que tem sede em Celorico da Beira, no distrito da Guarda, é o agrupamento gestor da DOP dos produtos, Queijo Serra da Estrela, Queijo Serra da Estrela Velho, Requeijão Serra da Estrela e Borrego Serra da Estrela.

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e onde, até Abril, “o Queijo Serra da Estrela DOP é rei e os artífices do queijo os porta-vozes por excelência”. A Festa do Queijo de Oliveira do Hospital, decorre nos dias 12 e 13, e é tida como “a maior feira do queijo em Portugal” e “uma das imagens de marca” do concelho. Entre os dias 18 e 20 de Março decorre a 43.ª edição do certame do queijo Serra da Estrela, em Celorico da Beira, e segue-se, nos dias 25, 26 e 27, a feira em Fornos de Algodres. Já em Abril é a vez de Gouveia abrir portas à Exposerra 2022, entre os dias 2 e 3, já entre 23 e 25, Seia acolhe a Feira do Queijo Serra da Estrela.

Joaquim Lê de Matos, presidente da Estrelacoop, referiu que “é a primeira vez que a Estrelacoop assume uma presença activa nestes certames de divulgação de Queijo Serra da Estrela DOP, certificado”. O presidente acrescentou também que “vai ser um enorme desafio. Este regresso às feiras em formato presencial é vital pela proximidade com o público, aos produtores, as entidades públicas presentes, aos municípios. A Estrelacoop está determinada em ser uma força activa nestas feiras e queremos ouvir os nossos produtores, associados e não associados”, acrescentou.


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CÂMARA DE COIMBRA REAFIRMA QUE VAI CONSTRUIR NOVO EDIFÍCIO

PLANALTO DO INGOTE QUER CENTRO CÍVICO EM VEZ DE MAIS HABITAÇÃO SOCIAL

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s Associações de Moradores do Bairro António Sérgio, Bairro da Rosa, Rua Cidade S. Paulo e Bairro do Monte Formoso, da União de Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades, estão contra a construção de um novo edifício de habitação social naquele área de Coimbra.

Ao final da tarde de ontem, já após o fecho desta edição, aquelas associações reuniram-se no Planalto do Ingote para manifestar a oposição à obra da Câmara Municipal, um prédio com 32 fogos, num investimento estimado de 2,4 milhões de euros, a edificar na Rua

Cidade de Cambridge. As associações de moradores alertam para o facto de já “existir uma excessiva concentração de habitação social neste território”, realçando que somente os bairros sociais do Ingote e da Rosa já são compostos por 440 fogos. “Esta excessiva con-

centração de pessoas mais carenciadas numa área delimitada consubstancia aquilo que os académicos conceptualizaram como ‘espacialização da pobreza’ e constitui uma política contraproducente e errada, conduzindo a uma injustificável e intolerável segregação e guetização da

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população”, argumentam. Conforme referem as associações de moradores, o Planalto do Ingote “não precisa de mais habitação social, mas sim da construção do Centro Cívico para dotar aquele território de espaços de cultura, lazer e social que tragam melhor qualidade de vida aos moradores”. Recorde-se que a Câmara de Coimbra aprovou no dia 21 de Fevereiro, por maioria, com a abstenção dos vereadores do PS, uma proposta de anteprojecto de construção de um novo edifício de habitação social no Bairro da Rosa, com 16 unidades T1 e outras tantas unidades T3. REABILITAÇÃO TAMBÉM AVANÇA Na reunião da Edilidade desta segunda-feira, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, reiterou que este projecto é para avançar, assim como outros no concelho, sublinhando a necessidade de “apoiar pessoas sem capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada, no âmbito da Estratégia Local de Habitação”, um programa que prevê investimentos de 60 milhões de euros nos próximos seis anos. Também a vereadora Ana Bastos reiterou que o Centro Cívico é para avançar, estando em fase de adjudicação a revisão do projecto, idealizado há 18 anos pelo arquitecto Carrilho da Graça e a necessitar de alterações e actualizações. Igualmente nesta última reunião camarária foi aprovada a abertura de um concurso público para reabilitação de 105 habitações municipais nos Bairros da Rosa e do Ingote. O preço base é de 2,7 milhões de euros, sendo o prazo máximo de execução de 630 dias, num investimento previsto na Estratégia Local de Habitação de Coimbra, que conta com financiamento do programa do Governo de apoio público ao acesso à habitação – “1.º Direito”.

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A Estratégia Local de Habitação de Coimbra prevê a criação de soluções habitacionais para mais de 820 agregados, correspondentes a mais de 2.000 pessoas. No documento prevê-se construir novos empreendimentos municipais em Santa Eufémia, na Fonte do Castanheiro, na Estrada de Vale de Figueiras, no Bairro de Celas, no Bairro da Rosa e na Quinta do Carmo, para além de prosseguir com a requalificação dos bairros municipais. DA UCRÂNIA À VIA CENTRAL Ainda na reunião de segunda-feira, o Executivo da Câmara de Coimbra aprovou , com apenas uma abstenção do vereador da CDU, uma moção que determina a suspensão do acordo de geminação com a cidade russa Yaroslavl e condena a invasão da Federação Russa de “um país democrático e independente (Ucrânia), sem qualquer justificação, causando destruição e morte indiscriminada de pessoas inocentes”. Da ordem de trabalho merece destaque a aprovação de uma proposta de protocolo de colaboração a estabelecer com a Metro Mondego relativamente ao arranjo urbanístico da Via Central. Para além de outras intervenções pontuais de menor escala, está prevista “a demolição do corpo tardoz do edifício conhecido como Casa Aninhas, a execução de uma nova fachada no edifício remanescente, as obras de urbanização no espaço público e a elaboração dos projectos de execução necessários para a definição detalhada das intervenções”, pode ler-se no protocolo. Já a Metro Mondego (MM) “assume os custos da demolição e do projecto de requalificação da fachada em articulação com o reordenamento da praça, associada ao cais da estação”, ficando ainda “sob a responsabilidade da MM a construção do remate posterior do alçado posterior da Casa Aninhas”.


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SRCOM acolhe leilão de obras de arte a favor dos refugiados da Ucrânia

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Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) acolhe, no sábado, dia 12, um leilão de obras de arte cujo montante da venda reverterá a favor da comunidade da Ucrânia, numa acção promovida pelos médicos Luiz Canavarro e Carlos Maia Teixeira. O evento solidário terá lugar na Sala Miguel Torga, em Coimbra, em dois momentos distintos: a inauguração da exposição pelas 16h00 e a abertura do leilão pelas 18h00. “No contexto das acções so-

lidárias a favor do povo ucraniano, a Secção Regional do Centro associa-se a esta causa de cariz humanitário, acolhendo este leilão de obras de arte, muitas das quais de autores médicos. Esta é mais uma forma de materializar a nossa solidariedade”, assinala Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos. A exposição reunirá obras de José da Costa, Josefa Reis, Francisco Mascarenhas Gaivão, Linhares Furtado, Luiz Canavarro, Humberto Matias, Marta Teixeira, Mamede de Albuquerque, Polybio

Serra e Silva, Victor Costa. Serão intervenientes na abertura da exposição Carlos Cortes, presidente da SRCOM, José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Maia Teixeira, Médico especialista em Medicina Geral e Familiar, Luiz Canavarro, Médico especialista em Psiquiatria, Polybio Serra e Silva, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O leilão estará a cargo do Coronel Pedro Calheiros. Maria Aurora Branquinho, da Associação de Antigos Estudantes de Coimbra, será a tesoureira desta venda solidária. A iniciativa conta com transmissão online, através da plataforma digital Zoom e na página de Facebook da SRCOM. A sessão será transmitida via Zoom, em https://us02web. zoom.us/j/89174934896, e Facebook, em https://www. facebook.com/seccaocentroordemmedicos.


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Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra com iniciativa solidária

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Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra promove, numa parceria com a União de Freguesias de Coimbra, uma campanha solidária de apoio ao povo ucraniano. A iniciativa decorre até amanhã (11) e consiste na recolha de medicamentos e produtos básicos de primeiros socorros. Neste momento são aceites medicamentos como antipiréticos, antidiarreicos, complexos vitamínicos, ansiolíticos e complexos polieletrolíticos em pó para dissolução. Kit de primeiros socorros, ligaduras, compressas, algodão, betadine, água oxigenada e pensos são também produtos necessários. A Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra tem como pontos de recolha no Pólo I - a Loja Turismo UC (Colégio de Jesus) e a FLUC (ao cuidado de Manuela Saraiva), no Pólo II – o Departamento de Engenharia Mecânica (ao cuidado de António Trindade), no Pólo III – FFUC (ao cuidado de Luís Martins), SASUC (em todas as unidades alimentares), FEUC (ao cuidado de Ana Rodrigues) e FCDEFUC (ao cuidado de Alexandre Carreira). A União de Freguesias de Coimbra procederá à expedição do material recolhido.


24 Coimbra junta 128 ginastas em campeonato de Duplo Mini-Trampolim e Tumbling QUINTA-FEIRA, 10 DE MARÇO 2022

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Secção de Ginástica da Associação Académica de Coimbra (AAC) em coordenação com a Associação de Ginástica do Centro (AGDCentro) realizou, no passado domingo (6), o Campeonato Territorial de Duplo Mini-Trampolim e Tumbling, no pavilhão 1 do Estádio Universitário. Em prova estiveram 128 ginastas, sendo que 45 competiram em Duplo Mini-Trampolim e 83 em Tumbling, juntando os vários escalões, desde Benjamins até Sénior Elite, femininos e masculinos. A AAC foi o clube mais representado, com 112 ginastas, sendo que o Clube A4 – Escola de Ginástica de S. João da Madeira fez-se representar por 16 ginastas, competindo à parte por ser de uma zona territorial diferenteDurante as provas, os ginastas fizeram séries com diferentes níveis de dificuldade, assegurando a presença nos Nacionais. Aproveitaram, também, ainda para testar séries que irão usar em provas de apuramento para o Campeonato Europeu da es-

pecialidade. Durante a prova de Tumbling esteve presente o Presidente da Federação de Ginástica de Portugal, Luís Arrais, que entregou medalhas aos escalões Sénior Elite. “A presença do Presidente da Federação numa prova territorial da região Centro mostra bem a importância que a Federação dá à nossa região em termos do seu contributo para a ginástica nacional”, segundo a AGDcentro. A prova serviu igualmente para a re-

colha de bens essenciais para a população ucraniana. Os bens alimentares e não alimentares recolhidos foram enviados para o ponto de recolha da Câmara Municipal de Coimbra para o seu processamento. Esta recolha de bens continuará na prova seguinte da AGDCentro, no domingo (13), no pavilhão 1 do Estádio Universitário, pelas 9h00, no Campeonato Territorial de Base de Ginástica Acrobática.


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Miranda do Corvo envia nove toneladas de bens para a Ucrânia A campanha organizada pela Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Juntas de Freguesia e Bombeiros Voluntários, para recolha solidária de bens essenciais, para ajuda humanitária à Ucrânia, que decorreu na semana passada, resultou na recolha de cerca de nove toneladas de alimentos, roupa e medicamentos. O suces-

so da campanha resultou da ajuda de dezenas de voluntários, com a colaboração da comunidade ucraniana local, que garantiram o sucesso da operação logística nas diversas fases. Após a devida separação, catalogação e acondicionamento para o envio, os bens foram transportados, gratuitamente, pela empresa “Transportes

de Mercadorias Vilanovense Lda.”, que assim se quis associar e apoiar esta causa.Toda a ajuda humanitária recolhida foi entregue à Associação de Apoio ao Imigrante, com sede na Batalha, cuja base logística opera no Centro Paroquial da Batalha que está a proceder ao envio dos bens, a serem distribuídos pela Cruz Vermelha Ucraniana.


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O solo pode perder-se? Clotilde Nogueira* Sim, o solo perde-se por erosão! A erosão pode ter vários agentes ou causas, como por exemplo, a água ou o vento. Neste artigo, sempre que surgir o termo erosão entenda-se a perda de solo que é provocada pela água, isto é, a erosão hídrica. A perda de solo é um processo que ocorre naturalmente sem a ação do Homem. No entanto, sendo o Homem um agente modelador da paisagem, a sua intervenção faz com que a erosão ocorra de forma acelerada! E como se perde o solo? Imagine só, que uma das formas de perda de solo se inicia com o impacto das gotas da chuva em solo desprotegido, isto é, sem cobertura vegetal. As gotas da chuva na sua queda possuem energia e, quando embatem no solo, ela é suficiente para desprender partículas, resultando da sua projeção o salpico. Quem nunca reparou, nas pequenas crateras que se formam no solo descoberto após uma chuvada? Essas partículas destacadas podem depois ser arrastadas pela água da chuva, ocorrendo o seu transporte para outras zonas e a sua posterior deposição. Quantos de nós, quando passeamos pelo campo, não observamos já, em zonas sem vegetação, os sulcos formados pela água, que na sua passagem escava o seu percurso? Esses sulcos formam-se porque o material que lá existia já teria sido destacado e transportado para outro local! Possivelmente, também, já viu na televisão imagens de grandes deslizamentos de terras, após fortes chuvadas, onde vidas humanas se perdem ou são colocadas em risco! O Homem também é, um agente de erosão, já que mobiliza o solo para a instalação de novas culturas ou no maneio das instaladas, alterando, consequentemente, a estrutura do solo! Mas este assunto será assim tão importante? Não vou responder a esta questão, deixando que cada leitor faça o seu juízo, coloco, no entanto, apenas algumas questões. Há cada vez mais po-

pulação? São necessários cada vez mais alimentos? Onde se semeiam e plantam grande parte desses alimentos? A terra arável no nosso planeta está a diminuir? A perda de solo tem consequências a vários níveis, dado que degrada os solos, dá-se a perda da sua fertilidade, provoca o assoreamento das barragens, entre muitas outras! Mas, o que podemos fazer para evitar a erosão? Devemos garantir que os solos possuem revestimento vegetal, principalmente na época das maiores chuvas. Desta forma, evita-se o impacto das gotas da chuva diretamente no solo, sendo a velocidade de embate menor, o que evita o destacamento de partículas e, assim, garantimos que o solo mantenha a sua estabilidade. Também sabemos que quando há cobertura vegetal, as plantas presentes fazem com que o solo esteja mais agregado, já que o fixam com as suas raízes, evitando o seu destacamento e o seu posterior arrastamento. Por fim, sempre que seja necessário mobilizar o solo, o método de mobilização a utilizar deverá ser aquele que promova um menor impacto no solo. *Comunicadora de Ciência e Monitora no Centro Ciência Viva de Bragança


27 Navigator suspende vendas na Rússia e Bielorrússia www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf

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The Navigator Company decidiu suspender, na semana passada, a comercialização dos seus produtos no mercado russo e bielorrusso. A posição tomada pela empresa surge na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, com o apoio explícito da Bielorrússia, e vai prolongar-se por tempo indeterminado. “A Navigator demonstra o seu total repúdio pelo actual conflito militar apoiando as sanções económicas que têm vindo a ser aplicadas desde o início da invasão da Ucrânia. Esta guerra já resultou em elevadas perdas humanas e materiais e obrigou a deslocações em massa de refugiados. Trata-se de uma situação dramática que ne-

nhum europeu pensou voltar a viver e que deixará certamente marcas profundas durante muitos anos”, referiu a empresa. A Navigator refere que se mantem a acompanhar em permanência a evolução do conflito, monitorizando o seu impacto nos mercados onde actua, bem como em toda a cadeia de abastecimento. “Ainda não é possível estimar com razoável grau de confiança as eventuais consequências do actual conflito na actividade da empresa, sendo a exposição directa da The Navigator Company aos mercados da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia menos de 1% da sua facturação” adiantou. Recorde-se que a Navigator exporta

os seus produtos para 130 países. Por outro lado, estima-se que o forte aumento dos custos de energia e, directa e indirectamente, dos custos de logística e de várias commodities terá um forte impacto em toda a indústria no espaço europeu, pressionando ainda mais a inflação o que penalizará a recuperação do crescimento económico. “É o nosso propósito que norteia as nossas decisões. Para a The Navigator Company “são as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e nos movem e por isso, diariamente, vamos, como sempre fizemos, continuar a trabalhar para contribuir para um futuro coletivo melhor”, sublinha.


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VINAGRETAS VIVER EM PÂNICO

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lawek Sobola sempre acreditou que ser parecido com Vladimir Putin era um golpe de sorte. Ao longo de oito anos, a impressionante semelhança foi, aliás, um interessante ganha-pão para o polaco, que chegou a viajar com a mulher até aos Estados Unidos, Reino Unido ou Hong Kong para participar em eventos onde parodiava o Presidente da Rússia e posava para fotografias e vídeos. Contudo, desde que no dia 24 de Fevereiro Putin resolveu invadir a Ucrânia, provocando uma guerra sangrenta no território, passou a temer pela vida. A verdade é que sempre foi normal as pessoas abordarem-no para lhe dizerem: “Você é a cara do Putin”. Mas hoje, devido à guerra, a semelhança é um perigo. “Vivo em pânico de que alguma dessas pessoas se mostre zangada e se torne agressiva ao passar por mim.” Considerado o homem mais parecido com Putin do mundo, o polaco diz ainda que não tenciona voltar a encarnar a figura do presidente, como fez durante oito anos, porque seria horrível lucrar com o conflito. “Esta guerra não é nada boa e não quero ganhar dinheiro com ela”.

PREPARAÇÃO PARA O FUTURO?

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ma mulher está nas notícias por viver num lar de idosos, o que não seria notícia se ela fosse idosa, no entanto, a razão pela qual está nas notícias, e também a fazer furor nas redes sociais, é porque vive num lar de idosos, tendo apenas 21 anos. “Foi a melhor ideia de sempre”, refere a rapariga. A jovem é americana, teve de mudar de cidade por questões de trabalho, andou em busca de casa, não encontrou nada que lhe agrada-se e acabou por descobrir um lar de idosos que, para fazer algum dinheiro extra, disponibilizou alguns quartos para pessoas não idosas. A verdade é que a jovem foi a primeira a alinhar nesta ‘iniciativa’, que actualmente é única pessoa não idosa a viver no lar de idosos.


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ALGUÉM DISSE QUE... “A campanha de incêndios vai depender muito da quantidade de chuva que vai ocorrer até ao final do mês de Maio ou Junho. Os receios que podia ser uma coisa muito difícil estão ultrapassados, mas não estão resolvidos, isto é, a perigosidade baixou, mas ainda existe” António Costa, primeiro-ministro, sobre a situação de seca e a importância de prevenir fogos “As escolas portuguesas têm uma grande tradição na recepção de migrantes e também de refugiados e até de crianças não acompanhadas” Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, sobre as escolas estarem preparadas para receber crianças ucranianas “O discurso da guerra contra os inimigos do «nosso modo de vida» é um pronto-a-vestir que também serviu a Putin. E a limpeza com que tratou deles deu muito jeito a quase todos. Se Putin é louco, já o era” Daniel Oliveira, jornalista “A suspensão das regras económicas da União é uma hipótese única para nos libertarmos de um enquadramento absurdo e contraproducente” José Gusmão, deputado do Parlamento Europeu “É descabido que Rio se indique a si próprio” Paulo Leitão, líder da distrital de Coimbra, sobre Rui Rio se indicar para o Conselho de Estado “Vamos ter aqui uma espécie de montanha-russa” Manuel Carmo Gomes, epidemiologista, sobre o aumento de casos de covid-19 “Em relação à Rússia, União Europeia tem-se governado como um anão geopolítico” António Costa Silva, ex-gestor da petrolífera Partex


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