“Campeão das Províncias” - 17/03/2022

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QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO 2022 | N.º 480 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

PRESIDENTE DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DIZ QUE É MOMENTO DE COIMBRA TER NOVO PALÁCIO DA JUSTIÇA

De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a www.campeaoprovincias.pt na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.facebook.com/campeaodasprovincias FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Nádia Moura, Luís Carlos Melo, Zilda Monteiro, Ana Luísa Pereira e Cristiana Dias

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QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO 2022

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Presidente do Tribunal da Relação de Coimbra pede compromisso colectivo para novo Palácio da Justiça O

novo presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, Jorge Loureiro, apela a um comprometimento colectivo para a construção do novo Palácio da Justiça, capaz de acolher todos os serviços da Relação e da Comarca de Coimbra. Esta quinta-feira, durante a cerimónia da sua tomada de posse, que decorreu no salão nobre do Tribunal da Relação de Coimbra, Jorge Loureiro aludiu à estreita colaboração da Câmara Municipal de Coimbra e da Reitoria da Universidade e do Departamento de Arquitectura (Faculdade de Ciências e Tecnologia) da Universidade de Coimbra, para uma rápida elaboração do projecto de arquitectura para o novo Palácio da Justiça de Coimbra. O juiz desembargador Jorge Loureiro recordou, também, que é público que a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra “apoia de forma unânime a decisão de construção do novo Palácio e está comprometida em dar o apoio técnico necessário para garantir o financiamento” de uma obra, a nascer em terreno contíguo ao Tribunal da Relação de Coimbra. “Estão criadas, assim, condições únicas para que finalmente se possa lançar essa obra. Para o efeito é absolutamente essencial, contudo, o comprometimento do Ministério da Justiça, que vossa excelência aqui representa, senhor secretário de Estado [Adjunto e da Justiça, Mário Belo Morgado], enquanto entidade responsável pelo parque imobiliário da Justiça em Portugal”, destacou. Ao longo da sua intervenção, o 34.º presidente do Tribunal da Relação de Coimbra explicou que o actual Palácio da Justiça de Coimbra é “fisicamente incapaz de acolher todos os serviços da Relação e do Tribunal da Comarca de Coimbra”. “Por consequência dessa incapacidade, os serviços da Comarca estão dispersos por várias instalações distintas na cidade de Coimbra, acrescendo-lhes os serviços do Juízo de Comércio e do Juízo de Execução, que estão localizados fora da cidade de Coimbra. Várias dessas instalações são arrendadas e representam para o Estado um encargo que varia entre 800 mil e um milhão de euros por ano” - acrescentou. De acordo com Jorge Loureiro, a maioria destas instalações apresentam limitações importantes de dimensão, de acessibilidades ou de funcionalidade, “o que as torna claramente inadequadas para o uso que lhes está a ser atribuído”. Financiamento a 100% “As despesas com as obras de construção do novo Palácio são elegíveis para financiamento comunitário a 100%, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, o que representa uma oportunidade única e imperdível de realização das mesmas”, salientou. Jorge Loureiro aproveitou ainda a ocasião para apontar a necessidade de haver um reforço do número de juízes desembargadores na Relação de Coimbra. “Neste exacto momento estão aqui colocados 53 desembargadores, número já de si aquém do limite mínimo de 57”, sustentou, acrescentado que, em breve, o número será ainda menor. “Até Agosto de 2022, dois desembargadores jubilarão, outro será promovido e outros

O presidente cessante do Tribunal da Relação de Coimbra coloca no seu sucessor o colar de uso protocolar dois regressarem de comissões de serviço, passando para 50 o número de desembargadores aqui colocados, mas destes só 38 estarão em exercício pleno de funções de relatores e adjuntos”, descreveu. “Essa situação de incapacidade organizacional só tem sido disfarçada pelo notável e acrescido esforço dos desembargadores ao serviço desta Relação. Contudo, não é possível manter indefinidamente e sem horizonte esse acréscimo de esforço num grupo profissional com idade média avançada e que se encontra exaurido, por um percurso profissional muito intenso e de elevado desgaste” - considerou. No seu entender, tem vindo a ser desenvolvida uma política de graduação e promoção de juízes às Relações com “uma dimensão quantitativa manifestamente insuficiente para compensar o número dos que nelas deixam de exercer funções”. “Conheço bem a argumentação de que não é possível ampliar aquela dimensão quantitativa sob pena de se comprometer a capacidade de resposta dos Tribunais Judiciais de primeira instância. Porém, tal argumentação não tem arrimo na realidade actual”, defendeu. Segundo o presidente da Relação de Coimbra, de 2015 a 2021, a taxa de resolução processual nos Tribunais de primeira instância foi sempre superior a 110% e, em alguns anos, superior a 120%. “Entre 2014 e 2021 a pendência nos Tribunais de primeira instância desceu 796 mil processos. A média de processos por juiz na primeira instância reduziu em 427 processos num curto período de cinco anos” - declarou. Por isso, acredita que, a capacidade de resposta instalada na primeira instância é superior às necessidades que lhe são colocadas, defendendo que seja imediatamente anunciada a abertura do 11.º concurso curricular de acesso às Relações, com um número de vagas não inferior a 50.


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NUNO FREITAS*

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or que valores damos a nossa vida? A pergunta merece uma pausa. Com incómodo indisfarçável, assistimos a gestos heróicos de gente comum: alistam-se para combater sem treino militar, resistem em caves sem aquecimento, caem mortos de pé em defesa do seu país. Diariamente, as pessoas comuns da Ucrânia juntam-se nas praias de Odessa para sacos de areia com os quais querem proteger os seus monumentos. Diariamente, enfermeiras e auxiliares cuidam de recém-nascidos na cave de uma maternidade. Diariamente, todos os homens dignos de serem homens, cavam trincheiras e lutam com fogo real nas suas aldeias, vilas e cidades, sabendo da desproporção de meios com o exército russo. A guerra banaliza o mal, já o sabemos desde o Holocausto. As vítimas civis inocentes, com um número não disfarçável de crianças, aí estão para o provar. Por que valores damos a nossa vida? - pergunta-nos, mesmo sem o dizer,

(Continua na página 16)

Cesário Silva, presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra falecido no sábado passado na sequência de um grave acidente de viação corrido na zona de Oliveira de Azeméis, foi ontem a sepultar no cemitério da Pedrulha e as cerimónias fúnebres ultimavam-se ainda quando o “Campeão das Províncias” preparava o fecho desta edição. O seu corpo ficara em câmara ardente desde o fim da tarde de terça-feira na capela da Universidade, tendo o velório decorrido pela noite dentro, (uma vigília por volta da meia-noite fez a ligação entre a Porta Férrea e o edifício da AAC) com milhares de pessoas, predominantemente estudantes e demais população universitária, a despedirem-se de Cesário Silva, juntando num lamento colectivo as circunstâncias da sua morte e homenageando um jovem de quem a Academia e a Universidade gostavam, para além de um rol imenso de amigos que nele viam um jovem de sorriso fácil, superior educação e elegância de trato, fosse com o mundo académico a que pertencia, fosse com as demais pessoas que constituíam o seu mundo. Cheio de força, transpirava determinação e confiança num futuro que se previa de sucesso. O Presidente da República não foi indiferente a este acontecimento e esteve no velório no final da tarde de terça-feira, onde foi recebido pelo Reitor e demais entidades, bem como por alguns elementos da família de Cesário. Claramente emocionado, não prestou declarações e com discrição chegou e com recato partiu. Cesário Silva era filho de um médico de Coimbra, Cesário Lídio Andrade Silva, e de Vera Cristina Ribeiro da Fonseca e tinha cinco irmãos. PÁGINA 4

Carina Gomes enaltece papel da Cultura para o desenvolvimento de Coimbra “Atropelos à legislação”, contradições e “percalços”, marcam o mandato do actual Executivo da Câmara de Coimbra, segundo Carina Gomes. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, a vereadora da oposição aplaude, no entanto, a continuidade que foi dada à candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura. PÁGINA 7

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ACTUALIDADE

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DEPOIS DE TER FALHADO CANDIDATURA A CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA

COIMBRA VAI PREPARAR ADESÃO A CIDADE CRIATIVA DA MÚSICA LUÍS SANTOS

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candidatura de Coimbra à rede de Cidades Criativas da UNESCO está a ser preparada, com vista à integração na área da música, fazendo valer os pergaminhos do Fado e da Canção de Coimbra, dos vários grupos instrumentais e dos inúmeros Corais em actividade. Segundo apurou o “Campeão”, a iniciativa de preparação do processo tendente à candidatura partiu do actual presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, e começou a ser trabalhada ainda ainda de se saber o resultado da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027. Ser Cidade Criativa da Música nada tem a ver com a candidatura a Capital da Cultura, um capítulo que acaba por ficar encerrado (ver Facto da Semana na página 5), conforme foi anunciado na passada sexta-feira pelo júri europeu, avançando as cidades de Ponta Delgada, Braga, Aveiro e Évora. Só a falta de vontade é que impediu que Coimbra

ANA LUÍSA PEREIRA

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tivesse avançado há muito tempo com o processo para fazer parte da rede de Cidades Criativas da UNESCO, como foi sendo sugerido por várias pessoas, e até poderia ter tido alguma influência (ou não) como mais um argumento a favor da candidatura a Capital da Cultura. Pertencer à rede mundial de Cidades Criativas também não tem qualquer conflito com o facto de Coimbra ter classificado como Património Mundial da Humanidade da UNESCO, desde 2013, a Alta Universitária e a Rua da Sofia. Tudo o que acrescente é sempre uma mais-valia cultural. Criada em 2004, a Rede de Cidades Criativas da UNESCO (UCCN) promove a cooperação internacional entre cidades do mundo que investem em cultura e criatividade como acelerador do desenvolvimento sustentável. Através de uma das sete áreas criativas - Artesanato e Arte Folclórica, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Artes Digitais, Música - as cidades da rede são inovadoras e estratégicas

O Fado de Coimbra é considerado único no mundo a nível musical com um amplo leque de iniciativas que têm impactos positivos a nível económico, social, cultural e ambiental. Com 246 cidades de 80 Estados, a UCCN visa contribuir para capacitar o poder transformador da cultura e da criatividade na construção de cidades resilientes, sustentáveis e com futuro, apoiando assim a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável a nível local. Em Portugal já existem nove Cidades Criativas: Idanha-a-Nova, Música (2015); Óbidos, Literatura (2015); Amarante, Música (2017); Barcelos, Arte-

sanato e Artes Populares (2017); Braga, Artes Digitais (2017); Caldas da Rainha, Artesanato e Artes Populares (2019); Leiria, Música(2019); Covilhã, Design (2021); Santa Maria da Feira, Gastronomia (2021). FADO E CANÇÃO Em torno da música há quem chame a atenção que o Fado de Coimbra é uma expressão musical única no mundo, que precisa de ser mais valorizada e consagrada. Tocado e cantado originalmente pelos estudantes da Universidade era, segundo a tradição, protagonizado somente

por homens. Do mesmo modo, para tocar e cantar Fado de Coimbra é preciso envergar a capa, que deve estar traçada. Trata-se de um Fado cujos poemas evocam, invariavelmente, o amor e a saudade por uma mulher, pela cidade e pela Academia. Desde o séc. XVI que o cantar de estudantes nas ruas de Coimbra é factualmente conhecido, onde o erudito e o popular se reviam e misturavam com frequência. Contrariamente ao Fado de Lisboa, das tabernas e das casas de fado, o Fado de Coimbra é, na sua essência, um fado de sere-

nata, um fado de rua, com letras e músicas não só de raiz popular mas também de origem erudita, tendo sido musicados poemas dos mais ilustres poetas que pela Universidade de Coimbra passaram. Conforme é explicado, nomeadamente na página do Município na Internet, a caixa da Guitarra de Coimbra é maior do que a de Lisboa, é afinada num tom abaixo e a sua voluta é em forma de lágrima. Com os tempos, este género musical foi sofrendo algumas alterações, dando origem ao Canto e à Canção de Coimbra que a cidade, a sua Universidade e as suas gentes, vão orgulhosamente recriando, respeitando a sua essência e a sua génese. Para se tornar membro da rede de Cidades Criativas da UNESCO, as candidatas, como será o caso de Coimbra, devem apresentar uma inscrição (quando as candidaturas estiverem abertas) que demonstre claramente a sua vontade, compromisso e capacidade de contribuir para os objectivos da rede.

BAIXA DE COIMBRA APOSTA NAS ARTES PARA GANHAR NOVA VIDA

ão vários os eventos que, nos últimos tempos, têm dinamizado a Baixa de Coimbra com o propósito principal de atrair visitantes ao centro histórico da cidade. A presidente da Associação de Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) refere que a ideia é todos os sábados realizar um evento. “Queremos iniciativas ligadas à arte, cultura, música. A arte na Baixa vai crescendo, os comerciantes vão aderindo, abrindo as suas portas, e assim a Baixa vai ficando mais badalada e com redobrada capacidade de atracção”. Assunção Ataíde considera que ainda há muito por fazer, “a batalha não se pode considerar ganha, mas há que acreditar. Temos estru-

turas fantásticas na cidade inteira, associações criativas de cariz internacional. Queremos fazer da Baixa o nosso palco e, acima de tudo, atrair pessoas à cidade e ao seu Centro Histórico”. O projecto “Ventos do Deserto”, que deveria ter decorrido no passado sábado (12), foi adiado para o próximo (19), devido às condições meteorológicas. O evento, que se insere na Semana Cultural da Universidade de Coimbra, decorrerá assim pelas 10h30, com início no Paço do Conde. Segundo a autora, o objectivo é “recuperar a tradição das narrativas com ajuda de narrativas de inspiração árabe ou inspiração do Oriente Extremo, mas todas elas têm de alguma forma a ver com o nosso país. A ideia central

é o tempo, trazer o passado para o presente”. Sofia Souto Moniz destacou também que esta é uma forma de “dinamizar, dar cor e vida à Baixa de Coimbra, através da dança oriental, que visualmente é muito vistosa”. INICIATIVAS DE CULTURA E ARTE Até 30 de Março, o Café Santa Cruz recebe a exposição fotográfica “Depois da Noite Europeia dos Investigadores”, que revisita os melhores momentos da edição de 2021 deste evento de divulgação científica, em Coimbra. A exibição, organizada pela Universidade de Coimbra – em parceria com a APBC e com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra – inclui fotografias

de Paulo Amaral, Dmitri Tchepel e Angélica Carvalho. A edição de 2021 da Noite Europeia dos Investigadores (NEI), realizada a 30 de Setembro e subordinada ao tema “Ciência para o clima”, envolveu a realização de actividades de divulgação científica em 45 espaços comerciais da Alta e Baixa da cidade de Coimbra, numa “Rota da Ciência” promovida em estreita colaboração com a APBC. A próxima NEI está agendada para 30 de Setembro de 2022. Durante o mês de Março, a iniciativa “Fora de Sítio” está a transformar a Baixa de Coimbra num local de exposição temporária das artes da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC). Até 31 de Março, mais de duas dezenas de

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peças escultóricas, criadas na Oficina de Escultura da instituição, estarão em exposição nas montras de 18 espaços comerciais da Baixa da cidade. Estas obras resultam da interpretação e releitura de pinturas da autoria de artistas de referência, nomeadamente, Van Gogh, Miró, Basquiat, Yerka, Magritte, Matisse, Picasso, Cézanne, Sesow e Klimt, que ganharam dimensão tridimensional às mãos dos utentes da APCC. Segundo a Associação, “este sentido de metamorfose esteve presente também na criação das próprias molduras das peças agora expostas, que se apresentam não como características de museus ou galerias, mas feitas de coisas banais”. «Fora de Sítio» é uma iniciativa da APCC, com o apoio

da APBC, e numa primeira fase levou às montras da cidade alguns objectos cenográficos do espectáculo “Mim”, do grupo de teatro Sala T. Pretende, agora, levar uma parte do trabalho que é realizado na instituição a lugares eventualmente inesperados e, consequentemente, a um público mais alargado. No dia 21 de Março está prevista a inauguração da ‘Biblioteca da Baixa’, que ficará instalada no largo Paços do Conde, rua Adelino Veiga, num espaço cedido pela Românica. Assunção Ataíde refere que este será um espaço que estará ocupado por educadoras de infância e animadoras sociais e que pretende “convidar as famílias a criar histórias, a sonhar, no fundo, ser uma biblioteca activa”.


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FIGURAS ascensor

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A SUBIR

EMÍLIOTORRÃO Tem sido um bom presidente de Câmara e no final deste mandato vai deixar o concelho de Montemor-o-Velho uns bons furos acima do plano em que o encontrou. Raçudo, pau para toda a colher, determinado e com tracção às quatro rodas, vai a todas e não desiste de nada em que acredita. Dois anos depois voltou a trazer à ribalta o Festival do Arroz, com mais lampreia ou menos lampreia, mas não castrado no objectivo principal: afirmar Montemor como a principal zona do país na produção de arroz e de arroz de qualidade como o é o da marca “Carolino”, por exemplo. A pandemia interrompeu o festival mas nem por isso Montemor deixou de dizer “arroz é connosco”. Aberta a porta da esperança numa recuperação há tanto tempo ansiada, Emílio Torrão mandou avançar as suas tropas e nem se deu conta se a iniciativa se ressentiu ou não da pandemia. Os concelhos de menor expressão, sobretudo aqueles que, como Montemor, nasceram encravados entre dois pólos manifestamente “gulosos” na produção de iniciativas mais robustas, não se podem dar ao luxo de encolher os ombros e culparem as difíceis condições que a natureza lhes fez calhar em sorte. Com lampreia ou sem ela, o trunfo de Montemor é a produção de arroz. Se bem preparado e com a qualidade que tem, até com “jaquinzinhos” é um petisco de eleição. É verdade que a vila e o concelho precisavam que a natureza tivesse sido um pouco mais generosa. Mas contas desse rosário não são connosco. Do que Montemor precisa é de gente da fibra de Emílio Torrão, esteja ela em que força política estiver. RIBAU ESTEVES Aveiro, cidade e concelho de que Ribau Esteves é presidente, passou à fase seguinte no processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura para 2027. Com Braga, Évora e Ponta Delgada vão disputar entre si esse privilégio pelo qual Coimbra também se bateu, não tendo todavia conseguido o sucesso por que tanto ansiava e em que muita gente depositava compreensíveis expectativas. Ribau Esteves esteve sempre muito focado nesta candidatura e seguiu de forma discreta uma trajectória de humildade que colocou a cidade como a única representante do Centro do país nesta candidatura. Calem-se as rivalidades comezinhas e saúde-se o êxito de quem o consegue. O bom não é ser A ou B a ganhar. O óptimo é que o país tenha muitas e variadas cidades capazes de se bater com honra e galhardia por serem espaços onde as preocupações pela Cultura não páram de crescer. Aveiro é uma delas, como Coimbra o é também. Se Ribau Esteves foi bem sucedido nesta fase, isso não significa que seja melhor ou pior presidente do que outros que não o conseguiram. Ele, matreiro, audaz, discreto mas tremendamente eficaz, vai no terceiro mandato e em Coimbra o Executivo vai nos primeiros meses e herdou uma candidatura que assumiu como sua, e bem, mas cuja preparação lhe passou ao lado. Três anos depois e dois milhões de euros gastos, olhe-se o agora acontecido não como uma oportunidade para censuras vãs mas como boa ocasião para reconhecermos que o Centro do país também tem outras cidades de valia reconhecida. Aveiro é uma delas, em grande parte fruto de dinâmicas lideranças que tem desde há bastantes anos: Girão Pereira (CDS), Alberto Souto (PS), Ribau Esteves (PSD). Aveiro leva-nos a palma, nesta área, na forma serena como se conduz politicamente e o faz reflectir na governação da cidade e do concelho;. Coimbra adora e alimenta picardias que não passam de munições de quem não tem outras armas.

A descer

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FRANCISCO PAZ Após um convite a Celeste Amaro e a sua dispensa poucos dias depois aguardava-se que o presidente da Câmara de Coimbra apresentasse outro nome para liderar a programação artística e cultural do Convento São Francisco. Assim aconteceu, optou novamente por uma solução interna e anunciou Francisco Paz para a nova tarefa, acumulando com as funções de director do Departamento de Cultura e Turismo do Município. As reacções foram positivas, até porque se trata-se de uma figura bem vista na cultura e com mais ligação à área artística, que já foi director e administrador do Teatro Académico Gil Vicente, membro da Bonifrates, do GEFAC e responsável pelo Festival José Afonso. Agora também no Convento de São Francisco, o presidente da Câmara pede-lhe “um trabalho de programação que prime pela qualidade, ecletismo cultural, trabalho de equipa e gestão rigorosa”.

MARIANA MORTÁGUA Foi descoberto o telhado de vidro da deputada bloquista que tanta pedra atirou e que muitos atingidos estavam sempre à espreita na primeira curva. Mariana Mortágua teve de ir a correr actualizar o seu registo de interesses pela participação num programa televisivo de comentário político e pedir o acerto de remunerações por exercer o mandato em exclusividade. O problema não está em dar opinião, até porque pode e deve fazê-lo, a questão está em receber por isso quando os deputados em exclusividade (regime que o Bloco de Esquerda tem sempre defendido para todos os deputados - mas que é opcional) têm um acréscimo de 10% em relação à remuneração base prevista. E não colhe invocar o desconhecimento da mudança da regra, porque votou nela.

17 DE MARÇO DE 2022 figura da semana

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JORGE VELOSO E LUÍS CORREIA NA LIDERANÇA DAS FREGUESIAS

Coimbra, que ficou sem a presidência da Associação Nacional de Municípios, continua em destaque nas autarquias ao manter a liderança da Associação Nacional de Freguesias com a reeleição de Jorge Veloso e, agora, com uma equipa refrescada onde está também, no órgão executivo, Luís Correia (União de Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades). Jorge Veloso, presidente da Junta da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades desde a reorganização administrativa de 2013, foi reeleito presidente da ANAFRE, no Congresso realizado em Braga, com 95,15% dos votos (726 a favor e 37 em branco) em lista única. Militante socialista, com 70 anos, Jorge Manuel Lebre da Costa Veloso tem o reconhecimento da sua liderança que se iniciou quando, em Janeiro de 2020, substituiu o também socialista Pedro Cegonho na presidência do organismo, durante o XVII Congresso realizado em Portimão. Neste novo mandato Jorge Veloso refrescou a equipa e tem consigo, no órgão executivo da ANAFRE, outro autarca de Coimbra, o jovem social-democrata Luís Correia, presidente da União das Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, com Jorge Mendes, presidente da UF de Taveiro, Ameal e Arzila no Conselho Geral da associação. Jorge Veloso, que é também representante no Congresso das Autoridades Locais e Regionais do Conselho da Europa, tem como principais desafios para este mandato (2022 a 2025) a continuação da descentralização de competências por parte dos Municípios para as Freguesias, o acesso aos fundos europeus, a transição digital, a reversão das Freguesias agregadas e o ressarcimento das despesas efectuadas no âmbito da pandemia de covid-19. CRISTINA ROBALO-CORDEIRO A professora universitária de Coimbra venceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com a obra “O véu de Maia – Relendo Almeida Faria”. O júri do prémio sublinhou que esta obra ensaística, publicada em 2020 pelas Edições Minerva, é “uma crítica humanizada, para classificá-la de algum modo, elucidativa e atractiva para quem leu ou pretende ler Almeida Faria”. A escritora, de 68 anos, é Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, de que foi vice-Reitora de 2003 a 2011, é uma ensaísta, tradutora e escritora, que consagrou a sua investigação prioritariamente às culturas e às literaturas francesa e francófonas, tendo igualmente publicado monografias e artigos científicos em literatura comparada e em literatura portuguesa. Para além de tudo isto é autora de 17 livros, entre ensaios, novelas, romances e traduções, e de cerca de 200 artigos científicos. Coordenadora do Plano Nacional de Leitura para a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Cristina Robalo-Cordeiro já tinha sido distinguida com o Prémio Richelieu Senghor de la Francophonie, em 2008, e condecorado com a Legião de Honra (Cavaleiro), em 2014, e com a Ordem do Infante (Comendador), em 2015. O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho tem um valor monetário de 7.500 euros. JORGE LOUREIRO O novo presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, desembargador Jorge Manuel da Silva Loureiro, toma posse, esta quinta-feira, pelas 14h30, em cerimónia que se realiza no Palácio da Justiça. O novo presidente foi eleito recentemente para um mandato único de cinco anos e sucede nas funções ao desembargador Luís Azevedo Mendes. ANTÓNIO SOUTO Autor do livro de poesia “A Seiva dos Dias” viu a sua obra apresentada no dia 12, na Casa da Escrita da Câmara Municipal de Coimbra. O escritor é natural de Angeja, Albergaria-a-Velha (Aveiro), onde nasceu em 1961. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa e pós-graduado em Teoria e Criação Literária pela Universidade Autónoma de Lisboa. Professor em Lisboa,

leccionou igualmente em Estrasburgo – na Universidade de Ciências Humanas, no Instituto de Tradutores, Intérpretes e Relações Internacionais e na Universidade Popular Europeia. É autor de vários livros de poesia. MANUEL VIEGAS ABREU É o autor do livro “Mário de Sá-Carneiro - 7 Ensaios sobre o Homem, o Poeta e o Psicólogo” que foi apresentado no dia 12, no Museu Nacional Machado de Castro. Professor Jubilado da Universidade de Coimbra, foi docente e investigador na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra - FLUC, entre 1963 e 1978, e na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação - FPCE-UC, de 1978 até 2003. Com um vasto curriculum académico e científico o escritor tem-se destacado na área dos serviços à comunidade: foi presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC), de 1992 a 1995; membro do Conselho Nacional de Educação, de 1989 a 1999; co-fundador da Associação ReCriar Caminhos – IPSS de Apoio a Pessoas com Esquizofrenia e seus familiares. É sócio da Academia de Ciências de Lisboa (correspondente desde 2000, efectivo titular desde 2015); sócio honorário da Associação Portuguesa de Psicologia Experimental (2009); Membro Honorário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (2011). BRUNO PAIXÃO O Prémio Literário Luís Miguel Rocha, promovido pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e a Porto Editora, distinguiu, nesta 2.ª edição, o romance “Os Imperfeitos”, da autoria do conimbricense Bruno Ricardo Vaz Paixão, uma obra que saiu vencedora entre os 72 trabalhos a concurso e contemplada com um valor monetário de 6.000 euros. Bruno Paixão, director da Fundação INATEL em Coimbra, é professor do Ensino Superior, doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de Coimbra, e investigador integrado do ICNOVA (Universidade Nova de Lisboa) e do CEIS20 (Universidade de Coimbra). Cronista regular na imprensa, Bruno Paixão é autor dos livros de crónicas “Prime Time is my Time” (2017) e “Fake Time is not my Time”, com a obra agora premiada a ser o primeiro romance. Presidiu à Comissão Executiva do Congresso “Pensar Portugal”, iniciativa decorrida em Abril de 2000, com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

ACADEMIA DE LUTO COM A MORTE DE CESÁRIO SILVA Primeiro a surpresa, depois o choque ao saber-se da morte do presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), Cesário Silva, que não resistiu aos ferimentos após uma colisão entre duas viaturas, na tarde de sábado, na EN 224 em Vermoim, na freguesia de Ossela, Oliveira de Azeméis. Perdeu a vida na flor da idade, aos 24 anos, ainda aluno do curso de Engenharia Informática na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e quando tinha apenas tomado posse em Dezembro de 2021 como presidente da Direcção-Geral da AAC. Na hora de luto veio ao de cima as qualidades deste jovem de Coimbra, que conquistou o apreço da Academia e o reconhecimento nacional. Nas palavra do Reitor da Universidade de Coimbra, Cesário Silva era “um jovem inteligente, empenhado e profundamente comprometido com as causas da UC e da AAC”. Calam fundo, também, as palavras de Gabriela Figueiredo Dias, presidente do Conselho Geral da UC, órgão de que Cesário Silva fazia parte: “Um líder do movimento associativo sempre aliado com os interesses dos estudantes; um presidente da AAC actuante e visionário sobre o futuro da comunidade Académica, mas, acima de tudo, um português ético e humanitário, que acreditava na força da nova geração e reconhecia a sua responsabilidade na construção de um mundo mais justo e igualitário”. O falecimento de “um jovem inteligente, empenhado, de apurado espírito associativo, com elevado sentido cívico e que representava com entusiasmo e qualidade os alunos da nossa Academia choca-nos ainda com maior intensidade”, declarou o presidente da Câmara de Coimbra, numa manifestação de pesar que envolveu, também, o Presidente da República e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacando-se que era um defensor da união entre os estudantes e das sinergias entre a UC e as organizações representativas da cidade de Coimbra.

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QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO 2022

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ACTUALIDADE

MOVIMENTOS DE APOIO ÀS GENTES DA UCRÂNIA NÃO PARAM DE CRESCER

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EUROPA PERDE A GUERRA 0$6 1®2 3(5'( $ +215$

m grupo de pessoas, imbuído do mesmo espírito solidário que a todos habita, neste momento de dor e incredibilidade perante a guerra, ao virar da esquina, e o imenso drama humano que a mesma provoca, resolveu fazer algo. Queremos levar, de Coimbra até à fronteira da Polónia com a Ucrânia, um autocarro para resgatar deslocados e trazê-los para Portugal, em condições de segurança. Em articulação com a JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados, estamos a trabalhar para trazer um grupo por eles identificado, assegurando também a articulação com entidades ou privados, o seu alojamento. Iremos partir de Coimbra para nos juntarmos a uma Caravana que partirá da Covilhã, no dia 21 de março. Já temos o autocarro e 4 motoristas para esta longa

viagem. Precisamos agora da vossa ajuda para assegurar as despesas da viagem – gasóleo, portagens, taxas, etc. Esta página (https://www.facebook. com/102268305752048/post s/102683982377147/?sfnsn= mo ) servirá para divulgar as necessidades e os apoios que iremos recebendo. Esta é uma iniciativa da sociedade civil, que já está a recolher os seus primeiros apoios. Precisamos de todos! Contamos contigo.” Foi assim que se nos dirigiu a JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados. De Coimbra, dando conta dos seus nobres propósitos de dispensar aos ucranianos um quantum de solidariedade neste momento difícil das suas vidas. Mas, tanto quanto este movimento liderado por um grupo de Jesuítas, centenas deles acontecem por todo o

nosso país, com as estradas da Europa a serem percorridas pela solidariedade e bondade do povo português, levadas em camiões de fraternidade. Fraternidade que se não esgota apenas desta forma. Não faltam, felizmente e muito bem, iniciativas de cariz idêntico que, se contribuem para diminuir o sofrimento do povo ucraniano, confortam também o peito de quem a este momento assiste, aplaudindo, sentindo-se orgulhoso por fazer parte deste mesmo povo solidário que, através dos seus bombeiros, grupos anónimos, entidades diversas, associações, instituições diversas, semeia as estradas da Europa de gestos de uma enorme dignidade humana. É essa mesma dignidade que José Cid, Mário Mata, Fernando Girão, Estudantina Universitária de Coimbra,

Coro Misto da Universidade de Coimbra, D’ Anto Fado de Coimbra, Coimbra Gospel Choir, vão cantar no próximo domingo, pelas 17 horas, no Teatro Gil Vicente. O mesmo se diga de outro Concerto previsto para o Convento São Francisco, no dia 25, pelas 21h00. Organizado pelo Coro dos Antigos Orfeonistas de Coimbra, terá também a colaboração de Ana Bacalhau, André Sardet, Claúdia Pascoal, Fado Coimbra com José Vilhena, Bruno Costa e Nuno Botelho, João Pedro Pais, Marco Rodrigues, Maria Inês Graça, Rita Guerra e o pintor/artístico plástico Nuno Pedreiro que faz obra ao vivo durante o concerto, que será leiloada. A receita da iniciativa chama-se Ucrânia. Que bela ocasião para dar melhor sentido a uma tarde de domingo…

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Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) apresenta-se, desde ontem e até dia 20 de Março, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), com o objectivo principal de promover a região. Assim, vão estar neste stand, com 618 metros quadrados de área expositiva, localizado no pavilhão 2, todos os 19 municípios que fazem parte da CIM-RC, representados sob o tema “Caminhos e Sabores da Região de Coim-

bra” e o lema “A região de Coimbra #querconhecerte na BTL 2022”. Constituído por um balcão de atendimento, um auditório, um balcão por autarquia, espaço para a realização de show-cookings e vários espaços de visitação, o stand situado no Pavilhão 2 da FIL quer afirmar-se no certame onde marca presença pela primeira vez. A temática já era para ser utilizada na participação que estava programada acontecer em 2020 mas que acabou por

não se concretizar devido à pandemia de covid-19, sendo que este ano foi ajustada, até porque a região é a Região Europeia da Cultura. A serra e o mar marcam o potencial da região para este evento que, segundo Jorge Brito, oferece uma série de produtos turísticos que vão desde as tradições e programas culturais, ao Surf Crowd e vasto património natural. O secretário executivo da CIM-RC frisou que o principal objectivo é “fazer

negócio”, aproveitando para dinamizar a região de Coimbra, enaltecendo também “os mais de 700 quilómetros de caminhos pedestres e cicláveis infra-estruturados da região que são um produto único a nível nacional e da gastronomia, fruto da candidatura vencedora feito à Região Europeia da Gastronomia”. Já para Emílio Torrão, “a BTL é um dos eventos mais importantes de promoção do turismo”.

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saúde SRCOM PROMOVE CURSO “A TELEMEDICINA COMO FACTOR DE INTEGRAÇÃO DOS VÁRIOS NÍVEIS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS” A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), em parceria com a Associação Portuguesa de Telemedicina, está a promover o curso “A telemedicina como factor de integração dos vários níveis de prestação de cuidados”. Esta formação multidisciplinar, que junta especialistas das áreas da Medicina, Direito, Informática, Electrotécnica e Ciências da Informação, entre outras, decorrerá na modalidade online com inscrições obrigatórias na plataforma digital de Formação da SRCOM. O curso já iniciou no passado dia 11, mas decorrerá ainda amanhã (18) e 25 de Março, e nos dias 1 e 8 de Abril.

PRÉMIO BLUEPHARMA | UNIVERSIDADE DE COIMBRA TEM NOVO PRAZO DE CANDIDATURAS A Universidade de Coimbra vai prolongar a fase de candidatura do Prémio Inovação Bluepharma 2021 até dia 11 de Abril. O Prémio visa distinguir investigação científica de excelência ao nível internacional, premiando projectos inovadores na área das Ciências da Saúde. O vencedor deste galardão, atribuído de dois em dois anos, recebe 20 mil euros, contudo, o valor pode ascender até aos 50 mil euros se os investigadores mostrarem que o projecto tem potencial para chegar ao mercado. As candidaturas devem ser submetidas através do formulário disponível no site da Bluepharma.

PROGRAMA ABEM APOIOU MAIS DE 4.823 BENEFICIÁRIOS NA ZONA CENTRO O Programa abem, projecto dinamizado pela Associação Dignitude, apoia as pessoas mais carenciadas no acesso aos medicamentos prescritos e comparticipados pelo Estado Português. De acordo com um balanço agora realizado, desde Abril de 2018, a zona Centro conta com mais de 4.823 beneficiários. A rede colaborativa abem conta com 219 entidades parceiras locais, mais de 1.000 farmácias e dezenas de empresas doadoras e cidadãos solidários de Norte a Sul de Portugal. A expansão do abem para novas regiões do País deveu-se, em parte, ao financiamento da Portugal Inovação Social, através de fundos da União Europeia. Desde Abril de 2018 até Junho de 2021, o Programa abem contou com o financiamento do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, do Fundo Social Europeu, e de investidores sociais no total de 763.118,33 euros. PUBLICIDADE

PROFESSOR DOUTOR JOÃO CALVÃO DA SILVA

OPINIÃO ANAFRE - a força do Poder Local

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-Mira, foi eleito vice-presidente. Associação Nacional de Freguesias, reunida em Braga, Nunca será excessivo relembrar que as mais de 3.000 freguesias no seu XVIII Congresso, sob o lema “Freguesias 20/30 são a circunscrição administrativa base do poder autárquico Valorizar Portugal” sufragou Jorge Veloso, presidente nacional, uma originalidade do nosso sistema jurídico, e o elo da União de Freguesias de S. Martinho do Bispo e Ribeira de de proximidade mais forte e presente entre as comunidades e Frades, na presidência do Conselho Directivo. os governantes. A lista única, alcançou 95% dos votos, sinal evidente de apreNa abertura do Congresso, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ço e reconhecimento dos seus pares pelo excelente trabalho que que «com freguesias sem recursos, Portugal só terá uma ilusão vem desempenhando desde que, em janeiro de 2020, substituiu de descentralização». Questão esta há muito reclamada pela no Conselho Directivo o também socialista Pedro Cegonho, no JOÃO PINHO* ANAFRE e que também encontrou eco nas palavras da minisXVII Congresso realizado em Portimão. tra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Num momento delicado para Coimbra, que perdeu a corrida Alexandra Leitão, ao afirmar «que a descentralização deve ser à Capital Europeia da Cultura (2027), e em que deixou de liderar a Associação Nacional de Municípios - até Dezembro de 2021 presidida acelerada». por Manuel Machado - este sinal constitui não só uma excelente notícia, mas Além da descentralização outras bandeiras históricas do poder local foram também uma lição: Jorge Veloso, com mais de 30 anos de dedicação à vida abordadas, tais como: a regionalização, estatuto dos eleitos locais, financiaautárquica prima pela seriedade, diálogo e disponibilidade constantes para a mento das freguesias, reorganização administrativa, e problemas locais como a falta de iluminação, instalação de caixas de multibanco, poluição de rios e causa pública, sendo um exemplo na forma de estar e de ser. Foi, também, com entusiasmo que constatei a diversidade de proveniências assimetrias tecnológicas. geográficas de muitos autarcas eleitos para o Conselho Directivo, entre os quais Um evento muito concorrido, com 29 moções apresentadas, e que demonstrou me permito destacar: Luís Correia, da União de Freguesias de Eiras e S. Paulo a força e união do poder local, sem o qual não será possível construir um Portude Frades, jovem autarca em início de mandato, e de quem muito esperamos. gal mais equitativo, moderno e capaz de ultrapassar os desafios societais, num Já no Conselho Geral Coimbra é representada por Jorge Mendes (UF Taveiro, mundo cada vez mais imprevisível. Ameal e Arzila), e o distrito por Paulo Simões (de Condeixa) Rosa Baptista e Votos de um mandato sereno e feliz! (*) Historiador e investigador Susana Monteiro (Figueira da Foz). No Conselho Fiscal, Rui Rocha, do Seixo-

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MISSA DO 4.º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO SUA ESPOSA DR.ª ANA MARIA CRUZ DE ALBUQUERQUE MATOS CALVÃO DA SILVA; SEUS FILHOS PROFESSOR DOUTOR JOÃO NUNO CRUZ MATOS CALVÃO DA SILVA E FILHOS MARIANA E FRANCISCA; DR. JOÃO PAULO CRUZ MATOS CALVÃO DA SILVA; DR.ª JOANA CRUZ MATOS CALVÃO DA SILVA; E DEMAIS FAMÍLIA PARTICIPAM A TODAS AS PESSOAS DAS SUAS RELAÇÕES E AMIZADE QUE MANDAM CELEBRAR DOMINGO DIA 20, ÀS 12:00 HORAS, NA CAPELA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA A MISSA DO 4.º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO, EM SUFRÁGIO DA ALMA DE SEU MUITO QUERIDO E SAUDOSO MARIDO, PAI, AVÔ E PARENTE, AGRADECENDO A QUEM SE DIGNAR ASSISTIR. COIMBRA, 17 DE MARÇO DE 2022. A. A. FUNERÁRIA DE COIMBRA, LD.ª Rua de Saragoça, 85 C - Telef. 239 824 479 - Tlm. 917 226 023


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ENTREVISTA

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CARINA GOMES DIZ QUE “PRESIDENTE NÃO TEM FEITO MAIS NEM MELHOR”

MAS FEZ BEM EM DAR CONTINUIDADE À CANDIDATURA DE COIMBRA

É doutorada em Sociologia - Cidades e Culturas Urbanas, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e foi investigadora do Centro de Estudos Sociais, no Núcleo de Cidades, Culturas e Arquitectura, tendo participado em vários projectos de investigação. Mas é do tempo em que leccionava que, admite, sente mais saudades. Carina Gomes é vereadora do PS na Câmara de Coimbra e teve no anterior mandato os pelouros da Cultura, Turismo e Juventude. Agora, além de coordenadora do Centro Qualifica para a Administração Local, é vereadora da oposição na Câmara de Coimbra, condição na qual aponta “vários atropelos na forma de fazer política do actual presidente”. NÁDIA MOURA / LUÍS SANTOS

Campeão das Províncias [CP]: Como está a ser este início de mandato como vereadora da oposição? Carina Gomes [CG]: Foram oito anos na Câmara de Coimbra muito intensos. Estar na oposição é distinto mas não é o oposto porque alguns dos deveres mantêm-se, como o dever cívico, o de continuar a defender o interesse público, de garantir que são tomadas as decisões que melhor servem os cidadãos, exercer o mandato com honra e a vontade que sempre tive de dignificar o poder político... tudo isso se mantém. Neste momento o papel é diferente, não é só o de fiscalizar, é o de apresentar ideias e propostas alternativas àquelas de quem está no poder e todos nós tentamos estar a par de todos os assuntos mas claro que temos tendência a centrar-nos naqueles que nos eram mais próximos. [CP]: Está a surpreendê-la a forma como este Executivo está a governar? [CG]: A forma de governar não está a surpreender. Nós já sabíamos a forma de fazer política dos dois vereadores do Somos Coimbra e, sobretudo, do actual presidente que eu acho que ainda não entendeu que agora é presidente visto que tem uma postura muito pouco institucional e de procura de conflito. O senhor presidente foi eleito porque prometeu que faria mais e melhor, mas não está a fazer mais nem melhor e isso vê-se numa série de per-

calços que têm sido estes cinco meses de mandato. [CP]: Existem diferenças relativamente aos mandatos de Manuel Machado, nomeadamente a transmissão das reuniões. Dizia-se que a Câmara funcionava de forma fechada... [CG]: Se a grande medida do mandato é essa - essa e mudar o nome da antiga Igreja do Convento São Francisco -, estamos mal. E, sobre abertura, tenho dúvidas de que

e propõe que se aprovem. Eu já perguntei se o Sr. Presidente acha que os processos já não são ilegais ou se continua a achar que o são e se nos propõe algo que a ele lhe parece ilegal. E ele só responde que é caricato e que a lei é ridícula. [CP]: Já por algumas vezes os vereadores do PS se ausentaram quando José Manuel Silva apresenta alguns processos... [CG]: Há competências que são da Câmara, é possível a Câmara delegar essas competências no presidente e ele subdelegar em quem quiser, e o que o senhor presidente queria era que a Câmara lhe delegasse metade da competência e isso não existe. Propusemos depois que fosse feito algum tipo de análise jurídica mas que eu saiba não foi feita. E, apesar da competência lhe ter sido delegada na íntegra, ele continua a levar alguns processos à Câmara. Aquilo a que estamos a assistir é a um travão sistemático em todas as medidas que o senhor

O presidente foi eleito porque prometeu que faria mais e melhor, mas não está a fazer mais nem melhor e isso vê-se numa série de percalços.

um presidente deva andar em bate-boca no Facebook, eu acho que não. Custa-me compreender como é que o presidente da Câmara anda em discussões nas redes sociais e acho que isso tende a acabar porque vai ficar desgastado se continuar a expor-se dessa maneira. A medida de transmitir em directo as reuniões de Câmara merece ser aplaudida, claro, mas, mesmo assim, foi preciso a oposição lembrar os cuidados necessários com os munícipes que iam à reunião e não queriam ser filmados. Portanto, o que temos tido neste momento é uma série de atropelos à legislação. Um exemplo: o senhor presidente, quando estava na oposição, passou quatro anos a dizer que os processos que iam à reunião de Câmara para aprovar o preço dos bilhetes do Convento São Francisco eram ilegais e agora leva os processos exactamente iguais

presidente prometeu quando estava na oposição, altura em que dizia, por exemplo, que para programar o Convento São Francisco era necessário um concurso público internacional. Terminou o contrato da arquitecta Isabel Worm, deixou-a ir embora, e não só não abriu concurso algum como designou Celeste Amaro sem perguntar a ninguém. A situação não correu bem e agora sabemos que o director do departamento de Cultura, que está no terreno e que abriu o Convento a 8 de Abril de 2016, Francisco Paz, será o novo programador. Decisão essa que me deixa muito feliz. O Convento tem um modelo de gestão, é uma gestão municipal, é uma unidade orgânica da Câmara Municipal de Coimbra. O que aconteceu quando eu era vereadora da Cultura era dar orientações, conversar com a programadora e com o chefe de divisão

e dizer o que precisamos criar e fazer e eles estudam como concretizar. Isto significa que, apesar do Convento estar na esfera municipal, não lhe tira autonomia em termos de programação. O que se ganharia com uma empresa municipal? Em tempo de pandemia o Convento teria fechado, não teria sido possível reduzir o preço dos alugueres e não teria sido possível apoiar os artistas de Coimbra. [CP]: Sobre a vinda para Coimbra da Companhia de Dança Paulo Ribeiro, disse, na última reunião de Câmara, que “a instalação de uma companhia residente no Convento São Francisco é uma péssima ideia”. Porquê? [CG]: Fico feliz com a vinda da companhia para Coimbra. Fui eu que ainda fiz os primeiros contactos com o coreógrafo Paulo Ribeiro, mas instalar como companhia residente não. O Convento tem programação própria. É já sabido quais são os espaços que em princípio a companhia vai ocupar para ensaiar e um desses espaços é a Black Box, onde decorrem as actividades normais do projecto educativo e mediação de públicos. Há atrasos que acontecem e, mais cedo ou mais tarde, vai haver situações em que determinada actvidade estava agendada para um espaço do Convento, vai atrasar e vai começar a haver conflito. O que estava combinado com o coreógrafo era encontrar um espaço para instalação da Companhia, onde pudesse ter os seus escritórios e depois os ensaios gerais antes de cada estreia eram feitos no Convento bem como as estreias. Desde que o Convento abriu poucos terão noção da quantidade de agentes culturais que queriam instalar-se lá como entidades residentes, mas sempre resistimos. Portanto, fico contente por a Companhia vir para Coimbra mas seria preferível ponderar alternativas. [CP]: A candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027 foi, em grande parte, elaborada no vosso mandato e teve segui-

O Centro Qualifica, coordenado por Carina Gomes, pretende certificar 8500 trabalhadores até Abril de 2026 mento com este Executivo. Como reagiu a este afastamento da corrida para esta nomeação? [CG]: Sempre defendi que este processo tinha que ser um processo de construção colectiva e o actual presidente pegou neste projecto e levou até ao fim com a mesma equipa, o que aplaudo. O processo começou em 2017 e, apesar da decepção por Coimbra não ter passado à fase final do processo, a sensação que tenho é a de dever cumprido. Arriscámos e apresentámos uma candidatura, o que nunca tinha acontecido em Coimbra, e o caminho percorrido nos últimos anos, de gradual valorização da cultura, é o legado mais importante que fica. Só o facto de termos entrado neste desafio permitiu fazer, como antes nunca foi feito,

[CP]: Há algumas áreas em relação às quais está naturalmente mais atenta, até porque exerceu esses pelouros. Por exemplo, na Juventude, que políticas estão a ser postas em prática pelo actual Executivo camarário? [CG]: Há uma situação estranha e algo irregular. Nos anos anteriores sempre convocámos o Conselho Muni-

O que importa mesmo é que a Cultura continue a ser encarada como via privilegiada para o desenvolvimento de Coimbra, acarinhando os agentes culturais e dando continuidade aos projectos que iniciámos.

uma reflexão e um plano estratégico sobre a Cultura em Coimbra. São várias as reformas que ficam: o Conselho Municipal da Cultura, o Centro de Arte Contemporânea, um Orçamento Participativo dedicado à Cultura e dezenas de iniciativas marcantes. Enfim, fica o reforço do papel da Cultura na vida da cidade. É expectável que os que nunca contribuíram para a candidatura venham agora falar sobre os motivos deste desfe-

Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro. In Campeão das Províncias de 17/03/2022

cho, como sempre acontece. Eu prefiro estar do lado da construção. Mas o que importa mesmo é que o caminho percorrido nos últimos anos não seja interrompido e que a Cultura continue a ser encarada como via privilegiada para o desenvolvimento de Coimbra, acarinhando os agentes culturais e dando continuidade aos projectos que iniciámos.

cipal de juventude para dar parecer (não vinculativo, é certo) sobre a área da Juventude nas Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara Municipal, e não nos apercebemos de este ter sido convocado este ano. Se deu parecer não fomos informados. De resto, acho que é uma perda grande não haver este ano realização do Orçamento Participativo Jovem. O presidente na oposição defendia-o e agora não o faz. PATROCÍNIO:


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17 DE MARÇO DE 2022

REPORTAGEM

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GRUPO DE TEATRO DE TAVEIRO APOSTA NA FORMAÇÃO DE NOVOS ACTORES

Fundado em 1969 por um grupo de jovens residentes em Taveiro, começou por ter a designação de Grupo Teatro Amador de Taveiro. Sem casa própria, o grupo, criado por um jovem amante de teatro que, à época, integrava o Grupo de Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, promovia sessões de representação e foi numa delas que exibiu a sua primeira peça. O Loucomotiva procura apostar numa nova forma de ver o teatro, com uma abordagem inovadora e de constante descoberta. ANA LUÍSA PEREIRA

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ascido há 53 anos, o Loucomotiva – Grupo de Teatro de Taveiro completa, em 2022, o seu 11.º ano nas actuais instalações. Este é um espaço construído de raíz, que demorou uma década a erguer-se. Luís Serrano, presidente da Direcção, recorda o esforço que foi colocado no projecto. “Tivemos apoios, mas não foram, obviamente, na totalidade e muito do dinheiro que foi investido aqui foi conseguido por nós”. O grupo candidatou-se, na altura, a um programa no âmbito do Ministério do Ambiente, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), do qual obtiveram uma

comparticipação “razoável” para a construção do teatro. Apesar destes apoios, que também vieram por parte da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), o presidente refere que “passaram as passas do Algarve”, acrescentando que conseguiram “obter o valor, que na altura em imprescindível para se

à CMC que esta vertente também fosse considerada nos apoios. “Precisávamos de ter aqui gente a tempo inteiro e não temos, porque não há dinheiro”, expõe. A “CASA” PARA MUITOS JOVENS Desde a criação da sua “casa” que existem também as oficinas de teatro. Actualmente, existem cinco turmas a funcionar – duas de dança e três de teatro, sendo uma das de teatro exclusiva para adultos – com um total de 110 formandos. Esta é, segundo o presidente, a “grande mola de sobrevivência deste espaço”. A adesão a estas oficinas tem vindo

Precisávamos de ter aqui gente a tempo inteiro e não temos, porque não há dinheiro.

acabar a obra por, à época, estar a decorrer o período eleitoral”. Todos os anos o Loucomotiva se candidata aos apoios do Município de Coimbra sem os quais “não conseguiriam sobreviver”, afirma Luís Serrano. A manutenção das instalações é uma das maiores despesa, tendo o grupo já pedido

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GINÁSIO CLUBE FIGUEIRENSE Assembleia Geral

Convocatória Nos termos dos Artigos 12º dos Estatutos, 36º e 38º do Regulamento Geral, convoco a Assembleia Geral para reunir em sessão ordinária no próximo dia 23 de Março (quarta-feira), pelas 20.30 horas, na Sala “Elísio Godinho” das instalações administrativas (Pavilhão Galamba Marques), com a seguinte Ordem de trabalhos: Ponto 1 – Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal relativos ao ano de 2021; Ponto 2 – Apresentação do Plano Estratégico de Médio Prazo 2022-26 pelo grupo de trabalho formado na Reunião do Conselho Geral de 25.11.2021; Ponto 3 – Proposta para atribuição de títulos honoríficos; Ponto 4 – Eleição dos Órgãos Sociais para o Biénio 2022-23; Ponto 5 – Período para discussão de qualquer assunto de interesse para o Clube. Se decorrida meia hora não estiver presente a maioria dos Sócios prevista no Artigo 39º do Regulamento Geral, a Assembleia reunirá meia hora depois (21h) com qualquer número de Sócios, de acordo com o nº 1 do referido Artigo. Figueira da Foz, 7 de Março de 2022 O Presidente da Mesa Joaquim M. B. Sousa (Jornal “O Campeão das Províncias”, n.º 1101, de 17 de Março de 2022)

sempre a aumentar. No ano passado foi suspendida uma turma de dança, devido à necessidade de dividir as turmas por turnos. “A adesão tem sido muito grande, em algumas turmas chegámos a ter constrangimentos devido ao elevado número de alunos e chegou ao ponto de termos de começar a dizer não”. O número de actores do grupo varia consoante a produção que está em cena. “Servimo-nos muito dos nossos formandos e agora, com a questão da pandemia não queremos, nem podemos, ter muita gente em palco. Para as nossas produções temo-nos socorrido das pessoas mais experientes e com mais formação”. Apesar de não ser uma Companhia de teatro profissional apresenta, salvo grandes excepções, produções originais, tendo um dramaturgo residente que escreve apenas para eles, o Jorge Geraldo. Em tempos, este era um grupo itinerante, mas agora só apresenta as suas peças noutros pontos do país, caso as condições sejam vantajosas. “É algo que está sempre presente nos nossos relatórios de actividades. Damos prio-

ridade à residência e não à itinerância”, sublinha o responsável. Luís Serrano não se queixa da falta de espectáculos, há sempre alguém a pisar o palco e gente que quer assistir. Na primeira peça que o grupo realizou após o surgimento da pandemia de covid-19, a adesão foi em massa, esgotando o espectáculo no espaço de uma semana. Muitas das reservas foram feitas através do site oficial da Companhia, muitas por pessoas que não conheciam o espaço e nunca tinham visto nenhuma actuação do grupo. A peça em questão, «O fim dos dias intermináveis», aborda o tema da pandemia. “O nosso registo não é de «faca e alguidar», mas sim mais cómico. É possível que nos critiquem por essa razão, mas é o nosso registo e temo-nos dado muito bem com isso”. “MUDOU COMPLETAMENTE A MINHA VIDA” É durante os seus espectáculos que o grupo faz a divulgação das oficinas, entregando fichas de pré-inscrição ao público. Em finais de Agosto começam a contactar todos os que terminaram o ano lectivo, no sentido de apurarem se estão ainda interessados. Por volta de Setembro ou Outubro começam as aulas. Foi assim que conseguiram atrair a atenção de Luís Rafael. O jovem começou a frequentar as oficinas com 14/15 anos, actual-

Créditos: Tiago Cerveira

LOUCOMOTIVA APRESENTA UMA NOVA FORMA DE FAZER TEATRO EM COIMBRA

“O fim dos dias intermináveis” está em exibição no dia 26 de Março, pelas 21h30, nas instalações do Loucomotiva mente é licenciado pela Escola Superior de Educação de Coimbra e está a realizar um estágio profissional no Loucomotiva. “Eu era uma pessoa muito fechada e sedentária e, na altura, o meu pai ouviu rumores de que esta casa existia e propôs-me experimentar. Mudou completamente a minha vida, tanto social - visto que melhorei a maneira de me expressar e de falar com os outros -, como profissional, porque me

vidaram-me para fazer parte de uma produção, integrando o elenco principal. A partir daí começei a subir na companhia e a fazer parte dos órgãos sociais. Acabei a licenciatura há relativamente pouco tempo, enquanto estive a estudar parei de frequentar as oficinas, porque não conseguia conciliar as duas coisas”. O actor sempre teve a intenção de realizar o estágio profissional neste Grupo de Teatro e tudo fez para que isso

O nosso registo não é de «faca e alguidar», mas sim mais cómico.

ajudou a descobrir aquilo que queria fazer para o resto da vida”, realça Luís Rafael. O jovem começou assim a conhecer e a aproximar-se do grupo que, segundo ele, fez tudo o que podia e esteve sempre disposto a ajudar. “Con-

se proporcionasse. “Devo muito a esta casa e foi por essa razão que aqui quis fazer o estágio, embora agora esteja a trabalhar mais na parte financeira”, explica. De momento, Luís Rafael é co-protagonista na peça «O fim dos dias intermináveis».

Estão agora a decorrer os ensaios para os espectáculos de final de ano, que serão em Junho e Julho

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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

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“ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: TORNANDO O INVISÍVEL VISÍVEL” É O TEMA DESTE ANO

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A IMPORTÂNCIA DO DIA MUNDIAL DA ÁGUA

o próximo dia 22 de Março celebra-se o Dia Mundial da Água. Esta é uma data que se comemora todos os anos e que tem como objectivo promover a reflexão sobre a importância da água e do gerenciamento sustentável dos recursos hídricos. A água é um bem essencial e um recurso de valor inestimável. Ela é vital para a manutenção dos ciclos biológicos, geológicos e químicos, que mantêm em equilíbrio os ecossistemas. Sem água é praticamente impossível ter vida na Terra e nos últimos tempos a escassez deste recurso natural tem sido uma ameaça, dessa forma é importante assinalar o Dia Mundial da Água. A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) declarou, por meio de resolução, que a partir de 1993, nesta data seria celebrado o Dia Mundial da Água. O intuito é que nesta data sejam realizadas actividades para promover a conscienlização do público por meio de acções relacionadas à conservação e ao desenvolvimento dos recursos hídricos. Anualmente, o tema do Dia Mundial da Água é seleccionado pela UN-Water em consulta às demais organizações da ONU que compartilham interesse no enfoque do

São realizadas várias iniciativas a nível mundial para valorizar a importância da água respectivo ano. No entanto, o tema também está alinhado com o foco do Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento da Água coordenado pelo Programa Mundial de Desenvolvimento da Água da UNESCO (World Water Development Programme – WWAP) em nome da UN Water. Este ano o tema escolhido pela ONU para a data foi “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível”. Por vezes estamos tão habituados à presença da água nas nossas vidas

que só nos damos conta de sua importância quando ela começa a faltar. As águas subterrâneas enriquecem a qualidade de vida, apoiando o abastecimento de água potável, sistemas de saneamento, agricultura, indústria e ecossistemas. Em muitos locais, ocorre exploração sem planeamento, além da poluição das águas subterrâneas. O intuito do tema deste ano, segundo a UN Water, é visibilizar essas águas “invisíveis” de forma a que seja melhor gerenciada por todos.

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INOVA - Empresa de Desenvolvimento Económico e Social de Cantanhede, EM – SA vai chegar às escolas e IPSS’s do concelho para sensibilizar a comunidade quanto à importância da água. A iniciativa decorre no Dia Mundial da Água (22) e, segundo Idalécio Oliveira, será uma acção para “apelar aos mais novos para a valor da água em termos preventivos no que diz respeito ao seu uso, ao des-

perdiço e, mais importante do que isso, despertar para a importância de não poluir as águas das ribeiras e rios”. O presidente da INOVA, reforçou que a grande preocupação assenta sobretudo na poluição das águas, sendo esse o grande enfoque da campanha de sensibilização junto das pessoas. “Apelamos para que, para além de não desperdiçar, não poluam um recurso natural tão precioso como é a água”.

Neste momento, Idalécio Oliveira afirma que a INOVA está a investir na remodelação das redes de abastecimento antigas que constituem alguns desperdícios. “Esse é o nosso trabalho porque nós temos um município que já tem a cobertura total, toda a gente já pode ser servida com água da rede pública e agora o que queremos fazer é renovar as redes mais antigas e eliminar perdas de água”.

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INOVA SENSIBILIZA ESCOLAS PARA A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA


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PROTOCOLO FIRMADO ENTRE AS INSTITUIÇÕES E A EMPRESA

JARDIM BOTÂNICO, CÂMARA, UNIVERSIDADE E ÁGUAS DE COIMBRA UNIDOS NÁDIA MOURA

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Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra, a Universidade de Coimbra (UC) e a Águas de Coimbra, E.M. (AC), assinaram, na terça-feira (15), um contrato de Cooperação Interadministrativo. Neste âmbito, a autarquia compromete-se a conceder à UC um apoio financeiro de 353 mil euros, a ser pago em duas tranches iguais (176.500 euros em 2022, no acto de assinatura, e 176.500 euros no final do primeiro semestre de 2023) com o objectivo de continuar a permitir o percurso dos mini-autocarros 100% eléctricos dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) que atravessam a Mata do Jardim Botânico para ligar a Baixa à Alta universitária de Coimbra. Um serviço que hoje está integrado na linha verde da Ecovia, que efectua a ligação entre o estacionamento do Parque Verde do Mondego e o

Pólo I, precisamente através do Jardim Botânico. ABERTURA DO JARDIM À CIDADE

O acordo visa, assim, segundo o presidente da Câmara de Coimbra, “proporcionar o atravessamento em modo suave e ecológico da mata do Jardim Botânico, ligar a cota baixa à cota alta da cidade, o Parque Verde e o rio Mondego ao Pólo I da UC, ligando, curiosamente, dois portões: o portão da Rua da Alegria ao do Arco da Traição”. José Manuel Silva frisou a “colaboração multifacetada, feliz, da qual todos se podem orgulhar, que liga as duas principais instituições da cidade, que envolve naturalmente um apoio financeiro da Câmara, merecido, à UC e ao Jardim Botânico”, conclui. Já Teresa Girão, directora do Jardim Botânico, esclareceu que este protocolo surge no seguimento de um outro, estabelecido em 2014 e em vigor até 2019, materializado numa “parceria que nunca foi

Amílcar Falcão, Teresa Girão, José Manuel Silva e Alfeu Sá Marques, na sessão de assinatura do protocolo interrompida na sua execução no terreno”, aproveitando para enaltecer a “colaboração primordial para abertura do Jardim à cidade e para a manutenção do jardim com a concretização de muitas iniciativas. Amílcar Falcão frisou que este “caminho é de aproximação e colaboração mútua” e aproveitou a ocasião para sublinhar o significado que este protocolo tem para esta instituição de ensino, que “vai

mais além de protocolos anteriores”, acrescentando que o Jardim Botânico está a ser recuperado e mantido e que “este protocolo aproxima o Parque Verde do Pólo I, o que é muito importante porque está dentro do trabalho desenvolvido pelas instituições para reduzir o tráfego automóvel no Pólo I”. O Reitor da UC recordou ainda que está em curso um estudo que permite aferir como os autocarros devem aceder e estacionar no

Pólo I e que alternativas a UC pode dar aos seus colaboradores para estacionarem na periferia. “Teremos uma cidade cada vez mais amiga do ambiente e onde a mobilidade é optimizada. Teremos a diminuição da poluição na zona histórica, que sofrerá um alívio grande de tráfego automóvel”, conclui. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da AC, Alfeu Sá Marques, sublinhou que “o Jardim Botânico

tem uma fortíssima componente de circuitos de água que têm uma história longa”, acrescentando que a ligação temática entre o reservatório ou cisterna da Cerca de S. Bento e o Museu da Água, que ocupa a antiga Estação Elevatória do Parque Dr. Manuel Braga, será reabilitada e dinamizada. O protocolo tem a duração de dois anos, podendo, segundo esclareceu José Manuel Silva, ser renovado.

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ATÉ FINAL DE FEVEREIRO MAIS DE 60% DO SOLO ESTAVA EM SECA EXTREMA

TERRITÓRIO CONTINENTAL PRECISA DE MAIS ÁGUA Para a água chegar à torneira de casa, faz uma longa e difícil viagem. A INOVA garante todas as condições necessárias para que essa viagem seja segura. Portanto, cada gota de água é preciosa demais!

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té há bem poucos dias atrás, contavam-se pelos dedos os dias que tinha chovido. Tardou em chegar e para bem de Portugal ainda bem que na última semana tem chovido bastante. É que segundo o índice do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mais de 60% do território de Portugal continental estava, até final de Fevereiro, em seca extrema, 29,3% em seca severa, e 4,5% em seca moderada. De acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI), presente na página do IPMA, em situação de seca extrema estavam os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Leiria,

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Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora, Beja e Faro. O relatório indica também que no final de Fevereiro verificou-se um agravamento da situação de seca meteorológica em todo o território com um aumento da área nas classes de seca mais graves, severa e extrema. De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica está directamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal. Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA indica que o mês de Fevereiro, em Portugal continental, foi

o 3.º mais seco desde 1931 (mais secos em 2012 e 1934). O IPMA refere também que o valor médio de temperatura máxima do ar foi o 2.º mais alto desde 1931 (mais alto em 2020, 17,89 graus), com um valor médio de 17,38 graus. Quanto aos valores de percentagem de água no solo, o IPMA revela que no final de Fevereiro verificou-se uma diminuição dos valores na região Norte e Centro e em particular nos distritos de Bragança e Guarda. De acordo com o IPMA, nesses distritos e no Alentejo e Algarve os valores de percentagem de água no solo são inferiores a 20%.


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CAMPANHA DIGITAL, WEBINAR E H2OFF COMPÕEM PROGRAMA COMEMORATIVO

ÁGUAS DO CENTRO LITORAL APELA AO USO EFICIENTE DA ÁGUA

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omo já é habitual, a Águas do Centro Litoral (AdCL) junta-se às comemorações do Dia Mundial da Água, a celebrar no dia 22, com um programa que pretende apostar na divulgação digital de boas práticas ambientais. Após o destaque dado às “Boas Práticas Locais”, mote que mobilizou a campanha do Dia Nacional da Água, no passado dia 1 de Outubro, a AdCL considera que é agora altura de realçar os bons exemplos locais. Na sua zona de intervenção, presente em Aveiro, Leiria e Coimbra -, numa amplitude que vai de Espinho a Porto de Mós, multiplicam-se exemplos de particulares e entidades colectivas que, hoje, dinamizam as suas respectivas actividades com uma preocupação

comum: o uso eficiente da água. Dessa forma, a AdCL decidiu aproveitar as comemorações do Dia Mundial da Água para dar reconhecimento a quem transporta a responsabilidade social e ambiental da teoria à prática. Esta acção digital direcciona-se a quatro áreas/ sectores: Doméstico, Agrícola, Industrial e Urbano. Durante quatro dias, a AdCL vai partilhar vídeos com os testemunhos de responsáveis do Município de Arganil, Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis, Lugrade, e Movimento Não Lixes. Enquadrados em cada um dos sectores elencados em cima, estes protagonistas vão revelar de que forma aplicam o princípio de uso racional de água nas suas vidas, empresas e actividades.

“O acesso à água, a sua protecção como bem ambiental e a sua utilização eficiente, enquanto recurso escasso, é um dever de cada cidadão. A pensar em todos, a AdCL consciencializa para as boas práticas no uso presente, como horizonte para a sustentabilidade futura”, refere a empresa. WEBINAR DEBATE DESAFIOS DO SECTOR Consciencializar as pessoas para temas relacionados com a importância da água, como a desertificação, alterações climáticas, gestão de recursos hídricos, seca, governança da Água e desafios societais, é um dos objectivos da Águas do Centro Litoral e para isso vai dinamizar também um webinar.

“No Lado Certo da História” é o título do evento, agendado para as 15h00, de terça-feira (22), e que será protagonizado por Maria José Roxo, Professora Catedrática do departamento de Geografia e Planeamento Regional da NOVA FCSH; Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA); Sandra Jorge, coordenadora da área de Investigação & Desenvolvimento da AdCL, e Alexandre Oliveira Tavares, presidente do Conselho de Administração da AdCL. O encontro será transmitido em directo na página de Facebook da Águas do Centro Litoral. H2OFF ESTÁ DE REGRESSO A AdCL volta a associar-se à campanha de mobilização à escala nacio-

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nal H2Off. ff. Promovidaa pela APDA A - Associação o Portuguesaa de Distri-buição e Drenagem m de Águas, a iniciativa desafia a comunidade a fechar a torneira durante uma hora, a partir das 22h00, no Dia Mundial da Água. Recorde-se que esta actividade, proidade já pro movida pela AdCL no último ano, incentiva o uso consciente e eficiente da água, apelando a

boas práticas e mudança de comportamentos em nome da sustentabilidade deste recurso escasso, mas essencial à vida.


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DIA MUNDIAL DA ÁGUA DECORREM VÁRIAS INICIATIVAS

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ÁGUAS DE COIMBRA CELEBRA DIA MUNDIAL E 15.º ANIVERSÁRIO DO MUSEU

e forma a assinalar o Dia Mundial da Água e o 15.º aniversário do Museu da Água, a empresa municipal Águas de Coimbra vai realizar várias iniciativas. No dia 22, Dia Mundial da Água, pelas 16h00, a Águas de Coimbra vai lançar a sua nova garrafa. Esta nova edição, em vidro, material 100% reciclável, reforça o objectivo de sensibilizar os consumidores para a qualidade e segurança da água da torneira. Qualquer pessoa pode adquirir a garrafa no Museu da Água de Coimbra. Logo de seguida, pelas 17h00, é apresentada a exposição “Silêncio! Uma rã mergulha dentro de si”, de Elizabeth Leite. Esta iniciativa celebra os 15 anos do Museu da Água de Coimbra e será difundida, em directo, nas páginas de Facebook do Museu da Água e da Água de

Coimbra. A exposição ficará patente no Museu da Água, até dia 15 de Maio, e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, no horário das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, e aos sábados e domingos, entre as 10h00 e as 16h00. Pela primeira vez, a Águas de Coimbra decidiu levar o Programa Cultural para fora de portas do Museu da Água. A exposição “Silêncio! Uma rã mergulha dentro de si.”, de Elizabeth leite, terá algumas obras expostas, também, no IPO - Instituto Português de Oncologia, em Coimbra. No dia 25 de Março, pelas 10h15, é apresentada a

obra infantil “Plim e o Ciclo da Água”, destinada ao público do pré-escolar e 1.º ciclo.

Tendo como protagonista da história a mascote da Águas de Coimbra - PLIM, este livro, onde a ilustração de Mafalda Norte está em harmonia com o texto de Joana Maciel, narra o Ciclo da Água, o desperdício e a poluição deste precioso re-

curso natural. A sessão de apresentação, no dia 25 de Março, está esgotada. Porém, o Museu da Água irá abrir novas datas, caso as escolas manifestem interesse. Inscrições para novas sessões e outras informações podem ser obtidas pelo email ma@ aguasdecoimbra.pt. Este ano o Dia Mundial da Água tem como tema “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível “, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). A água subterrânea corresponde a cerca de 98% de toda a água doce do Planeta em estado líquido. Este recurso esquecido para a maioria das pessoas, porque está debaixo do solo, é diariamente ameaçado pela excessiva exploração e contaminação. Para além destas actividades a Águas de Coimbra associa-se também à iniciativa H2Off.

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INICIATIVA H2OFF É DA APDA

UMA HORA COM A TORNEIRA FECHADA

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omo já aconteceu no ano passado, a APDA - Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, através da sua Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental, promove a iniciativa H2OFF – Hora de fechar a torneira. O desafio é simples: fechar a torneira por uma hora, sem qualquer consumo de água, entre as 22h00 e as 23h00 do dia 22 de Março, Dia Mundial da Água, num gesto deliberado e consciente. O objectivo passa por motivar a mudança consciente de comportamentos sobre o uso correcto e eficiente da água, incitando à protecção e preservação da mesma. A primeira edição contou com o apoio de várias entidades públicas e privadas, como a Águas de Coimbra e a Águas do Centro Litoral, bem como com o envolvimento de dezenas de figuras públicas denominados de embaixadores, contando-se com artistas, atletas entre outras personalidades reconhecidas a nível nacional e internacional, sendo objectivo da Comissão nesta segunda edição, continuar a aumentar o número de envolvidos neste importante movimento que é de todos. Num momento em que Portugal enfrenta um cenário de seca em todo o país, torna-se imperioso lançar a discussão sobre o uso eficiente da água, sendo essencial a mudança de comportamentos no que ao consumo da água diz respeito.


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1

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EMPRESAS & NEGÓCIOS

DEVIDO À ESCALADA DOS PREÇOS DA ENERGIA

SETE EMPRESAS DE CERÂMICA DA REGIÃO CENTRO PARADAS

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presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (APICER), José Sequeira, sete empresas do sector da cerâmica, situadas na região Centro, estão paradas devido à escalada dos preços da energia, abrangendo cerca de mil trabalhadores, mas o número deverá aumentar em Abril. Além disso, várias empresas do sector têxtil decidiram parar a laboração durante alguns dias devido à escalada do preço da energia, disse, esta terça-feira (15), o presidente da Associação

Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado. “Muitas empresas pararam a produção durante alguns dias na expectativa de que os preços da electricidade e do gás natural baixem para poderem retomar a laboração”, afirmou. Segundo Mário Jorge Machado, o aumento do custo da energia, associado ao encarecimento das matérias-primas, está a contribuir para uma “situação muito complicada” no mercado e, por isso, “as empresas decidiram encerrar alguns dias porque o custo

de estar a laborar é muito superior ao custo de estarem encerradas”. O responsável esclareceu que a situação afecta em particular as áreas da fiação, da tecelagem e dos acabamentos e menos a área da confecção, que não é um grande consumidor de energia. O custo das matérias primas tem sido um problema, mas o aumento do preço da energia é “dez vezes maior”, sublinhou o dirigente. Mário Jorge Machado disse, no entanto, apenas ter conhecimento de uma empresa do sector têxtil que decidiu encerrar

definitivamente, tendo essa decisão sido tomada ainda antes do início da guerra na Ucrânia. “O problema da energia já começou antes da guerra, nomeadamente no gás natural que aumentou 600% desde há seis meses”, referiu o presidente da ATP. Na segunda-feira, o ministro da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, apresentou novos apoios às empresas para fazer face ao aumento dos preços da energia. Na conferência de imprensa, Siza Vieira disse que “é reduzido o número de empresas que até ao mo-

mento sinalizou que poderá suspender a actividade devido à escalada dos preços da energia”, especificando que o impacto dos custos é mais acentuado junto das empresas que consomem gás natural, sendo que 70% têm contratos cujo preço está indexado ao preço diário no mercado de ‘spot’. Entre as empresas que já sinalizaram a possibilidade de parar a actividade face ao aumento dos custos da energia estão algumas do sector da cerâmica e da área de acabamentos no sector têxtil, indicou o ministro.

TEMA É DISCUTIDO DURANTE 8.ª EDIÇÃO DA BUSINESS WEEK

TRABALHADORES DEVEM TER MARGEM PARA MODELAR OS SEUS REGIMES DE TELETRABALHO

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urante a 8.ª edição da Business Week, que decorre até hoje (17), na escola Coimbra Business School, os estudantes deste instituto propõem que os futuros modelos do trabalho deverão passar pela conjugação dos interesses das empresas e das organizações com a forma como cada trabalhador prefere articular o serviço presencial ou de teletrabalho. A Business Week tem como tema “O Futuro do Trabalho no Pós-Pandemia” e conta com a participação

de 65 empresas e organizações, entre multinacionais a ‘startups’ de referência. Para Ana Raquel Ferreira, coordenadora da Secção de Empregabilidade da Associação de Estudantes da Coimbra Business School, “os trabalhadores devem ter margem para poder modelar os seus próprios regimes de trabalho, construindo com os seus empregadores soluções individuais que sejam benéficas para a sua realização profissional e para a rentabilidade das empresas”.

Pedro Costa, presidente da Coimbra Business School, realçou que um estudo europeu realizado pela escola que dirige e pela Universidade de Málaga (Getting a balance in the life satisfaction determinants of full-time and part-time European workers”) refere que “o teletrabalho a longo termo permite uma melhor conciliação entre a actividade laboral e a vida familiar, podendo até aumentar os nascimentos em toda a Europa”. O dirigente considerou

“fundamental que todas as partes envolvidas no processo laboral – trabalhadores, empregadores e o Estado, incluindo o Governo e o Parlamento, as entidades fiscalizadoras e a segurança social – assumam as suas responsabilidades no processo, desde a sua regulamentação às políticas de incentivo”. As empresas e organizações participantes na Business Week preveem entrevistar quase um milhar de estudantes e criar mais de 600 ofertas de emprego e de estágios.

“A Business Week é um elemento-chave para a empregabilidade dos estudantes da Coimbra Business School/ISCAC”, afirmou Daniel Silvestre, presidente da Associação de Estudantes e um dos intervenientes nas sessões. “Para além das entrevistas para estágios, que muitas vezes se transformam em propostas de emprego, as conversas com mais de seis dezenas de empresas servem, sobretudo, para referenciar estudantes para contactos futuros”.

EMPRESA IRÁ REALIZAR CICLO DE EVENTOS POR TODO O PAÍS

F3M MOSTROU EM COIMBRA COMO A TECNOLOGIA PODE POTENCIAR A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

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F3M Information Systems S.A., uma das maiores empresas de tecnologia nacionais, mostrou, no passado dia 15, em Coimbra, como a tecnologia pode potenciar a transformação digital e a evolução das instituições do sector social. Realçar as vantagens da tecnologia e fomentar a digitalização das instituições e de outras entidades do sector social foram os principais

objectivos da iniciativa que a F3M promoveu no Hotel D. Luís. Esta acção fez parte de um ciclo de eventos que a F3M, empresa portuguesa líder em tecnologia para este mercado, irá realizar ao longo de 2022. Centrados em temas como a saúde, inovação, segurança, sistemas de informação, desmaterialização e protecção de dados, as acções irão decorrer em mais de 20 cidades, nomeadamente em

todas as capitais de distrito e regiões autónomas. Com esta iniciativa, a empresa pretende impulsionar e fomentar a modernização e a evolução tecnológica das organizações, contribuindo para a optimização da gestão e dos processos diários, o incremento da produtividade e da eficiência global e, com isso, fomentando um cada vez melhor serviço aos utentes. Para Pedro Fraga, director executivo da F3M, a tecnolo-

gia assume hoje, mais do que nunca, um papel preponderante nas organizações da área social. “Sabemos que o sector da economia social tem conhecido um dinamismo e valorização ímpar em toda a sociedade. É, por isso, imperativo desenvolver soluções tecnológicas que optimizem mais todos os processos ao nível da gestão neste sector”, refere o responsável. Cada sessão contou com a presença de especialistas e

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oradores de referência com forte conhecimento e experiência no sector, abordando tópicos como sistemas de informação e segurança de informação em saúde e RGPD nas áreas da saúde e no sector social. Em debate estiveram ainda temas como os sistemas de informação e tecnologia mobile para monitorização de feridas, desmaterialização, inovação e o futuro e segurança da informação das soluções tecnológicas no sector social.

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breves CRITICAL SOFTWARE DISTINGUIDA COM “SIGNIFICANT INVESTOR AWARD” A Critical Software foi reconhecida com o “Significant Investor Award” nos DIT Business Awards promovidos pelo Department of International Trade, na embaixada do Reino Unido em Portugal. O prémio reconhece a expansão e consolidação da tecnologia fornecida pela Critical Software no Reino Unido durante um período de quase duas décadas. Durante estes anos, a empresa trabalhou com grandes empresas enquanto clientes em diversas indústrias.

NAVIGATOR ALCANÇA 3.º LUGAR EM RANKING MUNDIAL DA SUSTENTABILIDADE A The Navigator Company obteve uma pontuação de 14,3 no Environmental Social and Governance Risk Rating referente a 2021, voltando a posicionar-se entre as melhores empresas do mundo em matéria de sustentabilidade, sendo esta a melhor classificação obtida desde que começou a integrar as avaliações da Sustainalytics. Com isto a empresa ocupa o terceiro lugar, tanto no ranking das empresas do grupo de indústrias do “Papel e Floresta”, como no do subgrupo “Papel e Pasta”.

TWO FRIENDS TRAZ VINHOS VEGAN A COIMBRA A Two Friends, empresa produtora do vinho “O Borracho” da sub-região Terras de Sicó, vai realizar, no dia 2 de Abril, em Coimbra, um curso de iniciação à prova de vinhos vegan e jantar vínico vegan. A iniciativa, em parceria com o restaurante Cordel Maneirista, pretende responder à procura de um público apreciador de vinhos mais diferenciado. O curso será ministrado pelo enólogo Gonçalo Moura da Costa e a consultora alimentar Diana Forte Ventura e começará às 17h00. As inscrições podem ser efectuadas para: geral@ twofriends.pt e o custo com tudo incluído tem um valor de 75 euros por pessoa.


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OPINIÃO

Coimbra do lado certo da história

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uiseram as circunstâncias que o “Campeão” pudesse ter reunido e publicado um conjunto de artigos referentes à invasão da Ucrânia pela Rússia, acontecimento que neste momento se sobrepõe a todos os demais nas preocupações do mundo. Castanheira Neves, Linhares Furtado, Carlos Reis, Manuel Rocha, António Marinho e Pinto, Nuno Teodósio Oliveira, Hernâni Caniço, Nuno Freitas, José Manuel Pureza, Marcos Júlio, José Reis, António Sérgio Marques, José Santos Cabral e outros mais constituem o painel das pessoas que nos deram a honra de aceitar o nosso convite para levar aos nossos leitores parte significativa do pensamento de Coimbra sobre esta matéria. Quisemos deixar uma amostragem que testemunhe com verdade o pensamento actual de Coimbra e que possa servir de consulta aos historiadores que, no momento próprio, queiram tratar desse lado da questão. Além de aqui deixarmos o nosso profundo reconhecimento, apraz-nos registar que, na diversidade das opiniões, uma constante se verificou: o amor pela liberdade, pela paz e pelo Direito Internacional. Quando às vezes tantos cultivam a desvalorização de Coimbra, enquanto cidade, concelho e região, traz-nos conforto ver o lado que este espaço de Portugal ocupa quando da verdade, da liberdade, do conhecimento, da ousadia e da coragem se trata. Lino Vinhal

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Ver no nevoeiro

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estratégia de substituir os factos pela propaganda é uma conhecida arma de guerra. Mas não nos enganemos: partir do princípio de que tudo se resume a propaganda e que só nos estão a contar uma história muito mal contada é um exercício de auto-engano que nos isola da realidade. A batalha da propaganda é de alta intensidade em todas as guerras. Na guerra da Ucrânia a intensidade tem sido altíssima. Numa imprensa fortemente tutelada pelo governo de Putin, o governo de Kiev é apresentado invariavelmente aos povos da Rússia como um grupo de toxicodependentes e nazis que fazem da provocação e da agressão às comunidades russas um elemento básico da sua política. Simetricamente, a hitlerização e a patologização psíquica de Putin por muitos opinadores europeus e norte-americanos segue a cartilha propagandística que foi adotada anteriormente

– será certamente muito difecom Saddam ou com Khadafi rente da narrativa de uma e é tão letal como as armas mulher de Odessa cuja usadas no conflito. família e amigos foram A batalha da propaganda separados depois da anereduz a heterogeneidade e xação da Crimeia pela a complexidade das coisas Rússia em 2014. a caricaturas e a estereóHá uma batalha a tipos. É a apologia do fazer pela sociedade, primarismo, a apologia JOSÉ MANUEL PUREZA* por cada um/a nós, de um olhar a preto e que ganhe para tobranco, que se dispensa de captar os cambiantes do presente e as dos/as um distanciamento face às esmarcas fundas das trajetórias do passa- tratégias da propaganda e da estereodo, cheias de contradições e de tensões tipificação. É uma batalha dificílima, políticas em cada um dos campos. Esse porque impõe que nos não deixemos olhar primário, que muita comunicação envolver quer por mensagens de hipersocial estimula na busca de conquistas -simplificação quer por discursos de fáceis de share, finge ser irrelevante o “especialistas” que sabem tudo sobre a lugar a partir do qual se fala da guerra. guerra – desde as siglas dos batalhões Por exemplo, a narrativa de uma mu- até aos detalhes das estratégias das lilher de Lugansk cuja família e amigos deranças, passando pela carga de cada foram dizimados por forças ucranianas ogiva instalada em cada míssil – mena guerra que ali se regista há tantos nos quais são os caminhos para uma anos – e que, deste lado do mundo, paz possível. Contra esse discurso que foi sempre olimpicamente ignorada… explica a guerra e que se demite de lhe

opor a paz, não podemos impor-nos menos que uma abertura à complexidade da realidade. À guerra da simplificação propagandística temos que saber opor a consciência de que a história, na Ucrânia como em toda a parte, não é uma luta de anjos contra demónios. Ou, como desafiava há dias José Pacheco Pereira, temos de ter um olhar a cores para podermos decidir a preto e branco. A estratégia de substituir os factos pela propaganda é uma conhecida arma de guerra. Mas não nos enganemos: partir do princípio de que tudo se resume a propaganda e que só nos estão a contar uma história muito mal contada é um exercício de auto-engano que nos isola da realidade e nos cria a ilusão de que nos podemos dar ao luxo de nada avaliar. Para lá da propaganda, há factos. Vemo-los, ouvimo-los e lemo-los, não os podemos ignorar. (*) Deputado do Bloco de Esquerda, Professor Universitário

Onda de morte, destruição e dor

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invasão da Ucrânia pela Rússia afronta todas as normas de direito internacional, provocando uma imensa onda de morte, destruição e dor. Perante tal facto entende a Comissão Diocesana Justiça e Paz dever: - Louvar a força de uma sociedade da sociedade civil que, em toda a Europa, se mobiliza numa solidariedade infinda que é um sinal de esperança no futuro. -Enaltecer a forma como o povo português tem correspondido às exigências de um momento de crise, e catástrofe humanitária, sem paralelo na história recente, manifestando a sua solidariedade numa multiplicidade de formas. A corrente de esperança que tal mobilização representa não pode ser desperdiçada pela falta de organização ou pela proverbial burocracia. Importa que tais esforços, e boas vontades, sejam globalmente coordenados nos diversos planos (local, regional, nacional) e nas suas múltiplas vertentes, que vão desde o alojamento;

à escola e ao trabalho, proporcionando uma resposta pronta e eficiente. Releva que o Grupo Operativo Único, coordenado pelo Alto Comissariado para as Migrações e pelo Instituto de Segurança Social, bem como o agora criado “Portugal for Ukrania”, tenham capacidade, e empenho, para um afluxo de requerentes que de tudo são carentes. A integração destes refugiados na sociedade portuguesa, com a necessária dignidade, é uma tarefa que compete a todos nós, indo perdurar no tempo. - Saudar a denuncia apresentada pelo Governo Português, em conjunto com outros 37 Estados, no Tribunal Penal Internacional no pretérito dia 2 de Março, ao abrigo dos artigos 13 e 14 do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, visando a investigação de crimes de guerra e contra a Humanidade cometidos na Ucrânia. Para que a Terra não esqueça os crimes de guerra cometidos contra populações civis pelo exército russo, a destruição bár-

bara, sem qualquer outra razão que não a de semear o terror, não podem ficar impunes. Importa que o Governo de Portugal esteja atento e interventivo no desenvolvimento deste processo. - A Comissão Justiça e Paz sublinha que a responsabilidade da presente guerra recai única, e exclusivamente, no regime autocrático e plutocrata que domina a Rússia. Importa distinguir entre o povo russo, sujeito também ele, a um regime de opressão e as decisões da denominada “Nomenklatura”. É importante que, em termos de opinião publica, se faça tal destrinça, evitando que recaiam sobe os imigrantes russos que residem no nosso país as consequências das decisões dos dirigentes russos. - Salientar que a compreensão da presente crise só é possível se tivermos presente que o regime autocrático russo tem como base um sistema financeiro dominado por cleptocracias que se apoderaram dos

recursos naturais da Rússia. A existência de uma cleptocracia conectada em rede com ligações à escala global, dominando Estados, é uma ameaça à paz mundial. Este é o tempo de as organizações mundiais (V.G Banco Mundial; FMI), bem como a União Europeia, criarem, ou implementarem os instrumentos já existentes, visando, não só a transparência das instituições financeiras, mas, também, a responsabilização dos “predadores” das nações. -Realçar que o ambiente e circunstâncias geradas no presente momento criam condições adequadas para uma alteração de fundo da política energética à escala europeia e nacional com a consequente aplicação de recursos visando uma economia com baixa dependência do carbono. Tal implica uma aposta decidida em termos de áreas diversas como as energias renováveis; transportes públicos; reabilitação urbana. etc. A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra José Santos Cabral

Cолідарність [solidarnist´]

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m 2012 vivenciei uma experiência fantástica. A Ucrânia e a Polónia organizaram o campeonato Europeu de Futebol. Tive a felicidade de assistir aos desafios disputados pela nossa selecção, que, como todos se lembram, quase chegou à final. Os empresários ucranianos quiseram tirar o maior proveito do evento e os preços do alojamento inflaccionaram exponencialmente. Uma noite no aposento mais barato custava de 500 euros para cima.

Apercebendo-se desta especulação, a sociedade civil mobilizou-se e foram milhares os cidadãos anónimos que abriram as portas de suas casas para receber gratuitamente os adeptos de futebol. Recordo, com especial carinho e amizade, o Nazar, de Lviv, que foi com a mulher e o filho pernoitar a casa dos sogros para que pudéssemos ficar à vontade no seu apartamento, bem como a Viktoria e o Denis, que nos disponibilizaram o melhor da sua casa, em Kharkiv (o meu pen-

samento está com eles). Recordo também, com especial emoção, que várias pessoas me interpelaram na rua para tirar fotos comigo, tão só porque eu envergava uma camisola da selecção de Portugal, numa clara manifestação de apoio e admiração pelo nosso país. E é isto: não faltou o apoio e solidariedade de milhares de anónimos ucranianos àqueles desconhecidos que os quiseram visitar. Povo acolhedor. Se souberam ser solidários em tempo de festa e

felicidade, bem merecem agora a nossa solidariedade em tempos de privacidade… slava! Não ignoro as divergências políticas entre os ucranianos de um lado e de outro do país; também não confundo o povo russo (também ele vítima) com o seu tirano. Contudo, não tenho qualquer dúvida sobre quem é o infame agressor: Vladimir Vladimirovitch. Marcos Júlio Jurista, Coimbra

A Ucrânia aqui tão perto

Por que valores damos a nossa vida? (Continuado da primeira página) Zelensky e o povo ucraniano, em cada dia que passa. No mundo ocidental, relativizámos os valores na facilidade oportunista da ocasião e da opinião. As causas tornaram-se panfletárias e o Estado tornou-se o garante utilitário de todos os direitos. Aos cidadãos assistirá o “bem-estar” e o “direito à felicidade”, com a erradicação do “sofrimento” e de todas as agruras.

mais pequena disrupção do nosO conceito de Pátria, o sacrifício so “modo de vida” aconselha himaterial em favor das gerações pocritamente – com maldosos seguintes ou, simplesmente, o arautos da extrema-esquerda envolvimento pessoal para lá da – a ter cuidado com a Rússia: zona de conforto, são ideias ulnão convém “provocar” e talvez trapassadas e maçadoras na infosse bom capitular entregando diferença social que cultivamos. o próprio povo ucraniano (afiPor isso quedamos, estupefacnal, estão longe e “sempre foram tos, pela dependência energétiNUNO FREITAS* soviéticos”). ca que o mercantilismo impõe Ao invés, sustento que a guerra mesmo com Estados totalitários e sanguinários. O receio nuclear e mesmo a na Ucrânia é a prova de vida do valor da li-

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berdade – um valor que não está garantido, nem nunca estará, nas comunidades humanas. Sem liberdade, não há igualdade. Sem liberdade, a solidariedade não se cumpre cabalmente. A Ucrânia livre, democrática e independente é a única saída admissível para a civilização ocidental. Salvar a Ucrânia é salvar o mundo livre, neste sentido. Um sacrifício supremo pela liberdade. Pela paz. E, sim, pela Humanidade. (*) Médico


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OPINIÃO

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Condenar a agressão e a guerra, pensar na paz e no desarmamento

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ara mim, é essencial a frase com que iniciamos uma conversa sobre a guerra a que a Ucrânia está a ser sujeita. E ela tem de consistir na condenação veemente dos crimes inomináveis de um Estado agressor, imperialista, violento e militarista, a Rússia de Putin. E deve ter como complemento a incondicional solidariedade para com o que sofrem esta invasão, por verem as suas cidades, as suas casas e as suas vidas roubadas. Tão importante como a primeira frase é a sua especificação, isto é, a natureza do poder russo, de todo o complexo militar, económico e ideológico que lhe dá substância. Incluindo aí a forma como subordina o próprio povo russo, as classes sujeitas à exploração, à alienação e uma representação falseada da vida contemporânea, destruindo uma cultura rica. As frases seguintes podem ser sobre tudo o que nos ajuda a ver a história, as circunstâncias, os jogos de forças, as disputas de diversa ordem, enfim, a complexidade. Mas esta ordem do discurso, a hierarquia dos valores e das ideias, tudo

isso, não pode ser depois relativizado nos vulnerabilizou e deixou sob incerteza permanente, uma guerra ou alterado subtilmente. que nos perturba violentamente. Há gerações, a minha e outras que lhe estão próximas, que colheram É urgente acabar com esta guerra. E também é urgente começar todos os benefícios do que, de melhor, o mundo nos pode dar. Disa pensar já na paz e no desarmamento. O risco nuclear tornousemos isto de várias maneiras e -nos claro o que noutras alturas falámos de conforto, educação, JOSÉ REIS* qualificações, democracia, culdesleixámos. É preciso refundar a vida noutros princípios. tura ou lazer. Admitamos que não nos teremos esquecido de incluir a paz em Os económicos, pois fizemos tudo mal: intensital lista. Mas, provavelmente, não a teremos su- dade energética extrema; intensidade produtiblinhado tão devidamente como hoje sabemos va sem olhar ao bem, só ao valor; ansiedade por que devemos sublinhar. Havia guerras. Mas nos “globalizarmos”, sem cuidar do lugar; priotodas as guerras eram longe e declarávamo-las ridade à troca, distraídos da vida. Esta guerra quase exóticas, achávamos que eram primitivas vai, como noutros momentos maus, acelerar as ou supertecnológicas. Protegidos confortavel- desigualdades, fazer sofrer uns muito mais do mente pela distância, nunca fomos capazes de que outros. É preciso bloquear este caminho. nos ver dentro delas, não imaginámos a soleira Contrapor-lhe, como se fez depois de outras da nossa porta coberta por estilhaços. A proxi- guerras, um novo sentido da riqueza coletiva e midade conta, tenho dito muitas vezes a outros do seu uso. Afirmar os princípios ambientais, propósitos. Agora sabemos que já vimos tudo o claro está, para nos confrontarmos com a nossa que nunca pensámos ver: uma pandemia que insensatez mais surda.

Mas há, tem de haver, uma nova chave para tudo isto, na economia, na vida quotidiana, na organização de cada país: desarmar o mundo, desarmar as potências, organizar a vida para lá de todas as corridas que terminam, inexoravelmente, na militarização, na construção de complexos económicos e tecnológicos geradores de desequilíbrios e instabilidade. Por entre dificuldades que se levantarão, importa, sobretudo, o sentido e a finalidade. Importa o modo como isso tem de impregnar todas as outras decisões. O mundo do século XXI, tão tragicamente marcado no seu primeiro quartel, tem de ser agora outro: pacífico, centrado na vida e nos lugares onde ela se cria e estabiliza, dirigido para a equidade, assente no bem que proporciona, não nas ansiedades que gera ou na sujeição do outro. As utopias tornam-se muitas vezes realidades através das tragédias. Temos, pois, de encarar frontalmente esta tragédia e a malvadez que a desencadeou e, ao mesmo tempo, ousar realizar as utopias. (*) Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Centro de Estudos Sociais

Refugiados de guerra, que solidariedade?

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o final da 2.ª Guerra Mundial, os europeus chegaram às costas de África. Desde há 6 anos, são os europeus que apoiam os refugiados que pretendem entrar na Europa, e hoje os refugiados de guerra movimentam-se na própria Europa a partir da Ucrânia e os deslocados fogem da atrocidade dentro da própria Ucrânia. Está é já a pior crise de refugiados desde a 2.ª Guerra Mundial, após a fuga dos conflitos na Síria, Afeganistão e Iraque, onde chegavam às fronteiras da Grécia, da Macedónia e da Sérvia cerca de 1.500 a 2.000 pessoas por dia. Hoje, temos cerca de 2,5 milhões de refugiados da Ucrânia pela Europa e 2 milhões de deslocados internos (estimando-se que possa atingir 15 milhões de refugiados), o que provoca uma desestruturação familiar, social e política inimaginável, com necessidade de medidas de suporte, apoio e reinserção temporária ou definitiva. Os refugiados de fora da Europa, eram sujeitos à violência por parte das autoridades nas zonas fronteiriças e forçados a permanecer em campos sem condições e a caminhar longas distâncias sob calor escaldante, continuando a viagem em busca de um país que estivesse disposto acolhê-los. Os refugiados da Ucrânia, povo mártir sujeito à invasão brutal de um déspota sonhador de um

império perdido com arca de ouro, QUE SOLIDARIEDADE? percorrem distâncias também em Os povos receptores assumiram a socondições desumanas, à procura lidariedade activa e a ajuda humade um abrigo seguro, em países nitária, com disponibilização dos fronteiriços e distantes, mas todos seus recursos para os refugiados, solidários neste caso. tendo a sensibilidade de dar valor As políticas de resposta da União à vida humana, seja por caridaEuropeia a esta crise humanitária, de como nas instituições de cariz HERNÂNI CANIÇO* além das sanções económicas e do religioso, seja por reconhecimento isolamento político da Rússia, indos direitos humanos e assumpção cluem respostas céleres e eficazes, que da sociedade civil organizada, seja suprimem as necessidades básicas das pessoas em pela criação da indústria da solidariedade geramigração temporária, tais como alojamento tem- dora de empregos e subsídios. porário, alimentação e cuidados de saúde. Mas As organizações humanitárias de facto, têm um também devem incluir a revisão do sistema de papel decisivo, não só pelas acções concretas que concessão de asilo, actuando em consonância com desenvolvem na minimização das perturbações os princípios fundamentais da União Europeia. ocasionadas aos refugiados e na melhoria das O impacto da guerra nos refugiados envolve, suas condições de vida inóspitas. Mas também além da destruição dos seus bens, um sério ris- actuam através da advocacy, como prática em co de vida, as famílias ficam destroçadas com influenciar as políticas públicas de apoio aos soldados fora do seu núcleo, há a desinserção do refugiados. seu meio de sobrevivência, individual e em rede As instituições oficiais em Portugal tiveram palae há perda de qualidade de vida. Mas também vras bonitas, actos simbólicos e medidas concrese criam os traumas de guerra e os perigos das tas no domínio económico, no quadro da União redes de tráfico humanos, há a busca de um Europeia, divergindo na autonomia do seu exerporto de abrigo desconhecido e de outras raízes cício de poder, consoante a instituição nacional e culturais, há a procura de formas autónomas de regional. Umas intervieram com conhecimento vida sem dependência de outrem, com aprovei- das formas de actuação em ajuda humanitária, tamento das suas qualificações. migrações e articulação com ONGD e IPSS, ou-

tras com ignorância e presunção, não tomando medidas (ou ouvindo quem sabe) como a criação de um gabinete de crise e de um centro de acolhimento e protecção das vítimas da guerra temporário. Para além da sensibilização, acções e apoios de forma avulsa já gerados, todos úteis, promovidas por pessoas, organizações colectivas e organismos públicos, é preciso promover a dignidade humana, em articulação e parceria de instituições oficiais e organizações defensoras dos direitos humanos com capacidade para respostas adequadas. Estas respostas incluem a sensibilização da população para o acolhimento (nunca é demais), a mobilização do voluntariado para causas da vida, a prestação de cuidados de saúde integrados no SNS em Saúde Para Todos, e a educação formal e informal. Quanto a Coimbra, como cidade solidária e humanista, não se escudará na sua aura, património e tradição apenas, e terá decerto uma intervenção concertada que nos dignifique e que não seja só muro de lamentações, dando a Coimbra a importância e o relevo que merece. Se assim não for, cairão mais ídolos pés de barro e alguns refugiados de guerra terão menos uma oportunidade de recomposição e ambição legítima de uma nova vida de paz e prosperidade. (*) Médico

Da coragem e da cobardia

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Secretário-Geral da NATO, porta-voz da infame e cobarde hipocrisia do Ocidente - que louva o heroísmo da Ucrânia, de Zelensky e do seu povo, e os incentiva a continuar a resistir, a lutar e a morrer - SOZINHOS - contra a agressão cada vez mais brutal, selvagem e desumana de Putin - afirma que se a NATO intervisse (mesmo que apenas com o fornecimento de aviões para reforçar a frágil mas tenaz Força Aérea da bandeira bicolor), tal iria originar uma ‘escalada’ no sofrimento humano do Velho Continente, pois isso iria aborrecer o ‘bully’ mimado do Leste - viciado no jogo do ‘Olha p’ra mim, que belo Czar das Rússias vou ser quando for grande’ - que não pode ser contrariado pelos adultos, pois ameaça imediatamente com o arremesso dos seus

mais destrutivos e tóxicos brinquedos. Se Churchill fosse tão ‘realista’ (=cobarde), hoje falaríamos todos alemão (às horas do dia determinadas pelo ‘Reich’ para esse efeito, de acordo com a escala horária diária definida para cada categoria dos cidadãos do Império Alemão, arianos, híbridos e ‘untermenschen’), cumprimentar-nos-íamos uns aos outros com o bracito esticado e um entusiástico ‘Heil Mein Führer’, e cantaríamos alegremente o “Deutschkand Übber Alles” antes dos jogos de futebol da nossa adorada Selecção, a ‘Fußball Nationalmannschaften’, contra a Selecção Nacional Suíça ou contra a Selecção da República Boer da África do Sul. Mas Churchill era, como a História documenta, um político irresponsável e aventureiro, daqueles

suficientemente lunáticos e perigosamente ingénuos, que acreditavam que a democracia, a independência e a liberdade eram valores pelos quais valia a pena lutar, sofrer, fazer sacrifícios, e, eventualmente, vencer. Que idiota! Tanta resistência, tanto atrevimento, tanta coragem desperdiçada, para que, afinal, a História do mundo livre desembocasse num século XXI liderado pelos iluminados líderes, ‘realistas e cautelosos’, que nos calharam em sorte: os que já nasceram com aquela doença congénita chamada pragmatismo, que se manifesta pela ausência de coluna vertebral e pela tendência para alternar entre duas posturas corporais perante os inimigos da Democracia e do Humanismo, qualquer delas reveladoras de uma inegável elegância, nobreza,

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integridade e compassividade - ora agora estão de cócoras, ora agora enfiam a cabeça na areia, na terra, na lama, o que estiver mais à mão. A águia americana, a francesa ou a alemã já mais parece uma galinha, e o leão britânico só ruge, não arranha - tornou-se no Boris, o gato amarelo e gordo, simpático e apalhaçado, um ‘party adict’, ‘bon vivant’, ao pé do qual até o Garfield é mais ousado...se estiver em causa uma fatia de ‘pizza’ ou uma fumegante ‘lasagna’! Povo da Ucrânia, ‘Keep Kalm, Keep Strong, Keep the Good Fight’. Nós, os ocidentais - europeus, ‘yankees’ e ‘britons’ - continuaremos, firmes e determinados, a aplaudir a vossa bravura e estoicismo até ao fim... até ao vosso fim. ‘Shame on us’. António Sérgio Marques


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ÚLTIMA

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CORPORAÇÃO TEM PROJECTO PARA NOVA ÁREA DE FORMAÇÃO

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OLIVEIRA DO HOSPITAL HÁ UM SÉCULO A SERVIR A COMUNIDADE ANA LUÍSA PEREIRA

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Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH) celebra, no próximo dia 21 de Março, o centenário da sua fundação. O plano das

comemorações é comuns a todos os aniversários, com a realização de um acumular de promoções e condecorações que ficaram impedidas de ser feitas nos anos anteriores devido à pandemia de covid-19. A partir de 21 de Março serão realizadas várias activida-

des, como o lançamento de um livro e a atribuição de medalhas. No dia 26 de Março terá lugar uma missa e a visita aos cemitérios e no domingo (27) decorre o desfile, as condecorações e a sessão solene. Para celebrar esta importante data será também

Os BV de Oliveira do Hospital têm, neste momento, 105 elementos no corpo activo

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lançado um livro alusivo ao centenário. “Quando celebrámos 75 anos lançámos um, entretanto mais 25 se passaram e há coisas que foram feitas, pessoas que por aqui passaram, eventos que se realizaram, uma série de histórias que é importante relatar e garantir que ficam para a posteridade”, refere o presidente da Direcção. Com 105 elementos no corpo activo, uma Escolinha de Bombeiros e uma fanfarra, atrair novos elementos não é uma preocupação desta corporação. Arménio Tavares da Silva, presidente da Direcção desde 1997, refere que “é através destas escolas que se começa a lançar as sementes e por isso há muita juventude”. A adesão tem sido constante e isso deve-se também, segundo o mesmo, ao trabalho do comandante. “Os jovens não aparecem por acaso, o comandante tem algumas acções de sensibilização com as escolas e depois são os próprios elementos que vão trazendo os seus amigos”. PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS CAUSA ALARME Se há algo que Arménio Tavares da Silva considera ser urgente é a actualização do preço por quilómetro por parte do Governo e da Administração Regional de Saúde (ARS), que diz ser comum a todas as corporações. “Há mais de 12 anos que não é alterado o preço por quilómetro no transporte de doentes. Se isso já dava prejuízo antes, agora é um completo desastre. Penso que as corporações se estão a movimentar para este mês tomarem alguma posição de força relativamente a essa questão, para sensibilizar o Governo e a ARS de que, de facto, o

In Campeão das Províncias de 17/03/2022

valor do quilómetro tem de ser devidamente actualizado, se assim não for é melhor fechar as portas e parar com o transporte dos doentes não urgentes”. Outro ponto que o presidente gostava de ver resolvido diz repeito nas viaturas operacionais, algumas delas já com muitos anos de uso. “Temos algumas viaturas que estão operacionais, mas que já têm muitos anos e só continuam a servir porque têm uma manutenção cuidada. O Governo não tem reposto viaturas, embora haja uma legislação nesse sentido para viaturas já com mais de 25 anos”. As instalações são recentes, foram inauguradas em 1994 e, desde essa altura, foram feitas algumas obras. “Construímos uma casa-escola com apoios comunitários, um silo em cave para parqueamento de viaturas que já não cabiam na parte coberta do quartel inicial e algumas adaptações. O Município de Oliveira do Hospital tem-nos apoiado também nestas obras, portanto, neste momento, a questão mais premente é a das viaturas operacionais”. No que diz respeito a novos projectos, existe neste momento a intenção de construir uma área dedicada à formação. “A Câmara está a fazer a alteração da Zona Industrial, está já com obras nesses terrenos e vai-nos atribuir um lote de 6.000 metros quadrados, onde pretendemos fazer uma área dedicada à formação em diversas áreas, esse será o nosso próximo investimento”, frisa, acrescentando que a Associação gasta muito dinheiro “na área formação e por isso temos de criar também condições onde os formandos possam treinar e ganhar mais experiência no socorro”.


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Mira: Seixo organiza fim-de-semana do Ambiente

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s forças vivas da comunidade de Seixo-Mira, nomeadamente a Associação Cultural e Recreativa, a Junta de Freguesia e o Agrupamento de Escuteiros, vão organizar, no âmbito do projecto SEIXOComunidade FIS- feliz, inclusiva e saudável, apoiado pelos Bairros Saudáveis, um fim-de-semana rico em actividades de sensibilização, prevenção e actuação sobre o meio ambiente. Sendo o ambiente cada vez mais uma discussão e uma preocupação a nível mundial, a comunidade do Seixo mostra-se a par com as maiores entidades nacionais e quer agir localmente, garantindo o bem-estar das gerações actuais e futuras. Amanhã (18), será realizada uma palestra sobre o meio ambiente, intitulada “Seixo, uma Freguesia com Bom ambiente”, a realizar às 21h00, no Salão Paroquial. No sábado (19), pelas 10h00, no Parque de Merendas e Lazer João, decorre uma plantação comunitária. O início da campanha “Uma Casa um Ecoponto”, financiada pelos Bairros Saudáveis, em que cada família poderá levantar um mini-ecoponto doméstico acompanhado de um folheto de sensibilização sobre a separação de resíduos; uma Caminhada pelo Ambiente decorre na segunda-feira (21), pelas 18h00, com encontro no Largo da Igreja Velha.

A Junta de Freguesia pretende, com estas acções de educação ambiental, “sensibilizar, capacitar e envolver a comunidade levando cada cidadão a agir, através da adopção na sua vida diária, de comportamentos ambientais adequados, sobretudo no eixo da reciclagem”, refere a autarquia.


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Democracia e ciência Luís Monteiro* A história da ciência é complexa e os caminhos de alguns cientistas cruzaram-se com momentos negros da nossa memória colectiva.Não obstante, a verdadeira ciência precisa duma sociedade aberta para florescer. O método científico necessita de liberdade para verificar a veracidade das hipóteses colocadas. Os cientistas têm um pensamento céptico que, de forma estruturada, tenta detectar erros, por exemplo, replicando experiências.Para os investigadores não existem, portanto, dogmas ou personalidades acima de críticas.Não é por acaso que quando os tiranos chegam ao poder atacam primeiro os intelectuais, artistas e cientistas. O pensamento livre nunca é tolerado pelas ditaduras. Mas será a democracia um garante absoluto duma comunidade racional? Infelizmente a pandemia destapou as nossas fragilidades. Nalguns países ocidentais algumas decisões foram baseadas no pensamento mágico com consequências trágicas.Existem, portanto, poderosos adversários da ciência e estes estão bem descritos pela dupla Carlos Fiolhais e David Marçal no livro “A Ciência e os seus inimigos”. O primeiro capítulo da obra aborda, precisamente, os ditadores, com destaque para Adolf Hitler e Josef Estaline. A obsessão hitleriana com a “raça pura” deu origem a hediondas experiências nos campos de concentração. Na União Soviética o agrónomo Lysenko esteve na origem dum desvio pseudocientífico que negava a biologia da hereditariedade descrita inicialmente pelo monge agostiniano checo Gregor Mendel (1822-1884).Mas os autores exploram também outros famosos “inimigos”, tais como os vendilhões, passando pelos exploradores do medo, até aos obscurantistas.Neste tempo de relativismo em que a verdade

parece não existir é muito importante estar vigilante e este livro ajuda nesse exercício.A ciência precisa da liberdade democrática e, por sua vez, a democracia necessita da razão da ciência para a prosperidade e bem estar.Cidadãos informados são cidadãos mais livres. * Médico


23 Concerto solidário em Coimbra vai apoiar vítimas da guerra na Ucrânia O www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf

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Convento São Francisco, em Coimbra, vai ser palco de um concerto solidário, no domingo dia 25 de Março, cujo valor dos bilhetes e donativos reverterão para ajudar as vítimas da guerra na Ucrânia. “Tomamos a decisão de organizar uma iniciativa percebendo que estávamos em presença de algo que iria ser, infelizmente, duradouro e algo que iria ter consequências terríveis, sobretudo para aquele povo que está na Ucrânia”, disse, esta quinta-feira, o presidente da Direcção do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, Paulo Oliveira, ao apresentar a iniciativa que organiza com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. O concerto solidário contará com as actuações de Ana Bacalhau, André Sardet, Cláudia Pascoal, Coro dos Antigos Orfeonistas da UC, Fado Coimbra (José Vilhena, Bruno Costa, Nuno Botelho), João Pedro Pais, Marco Rodrigues, Maria Inês Graça e Rita Guerra. A iniciativa “Somos Todos Ucrânia - Estamos Juntos” conta ainda com a presença do artista plástico Nuno Pedreiro que, durante o espectáculo, vai estar a pintar um quadro que será leiloado, com o mesmo propósito de apoiar o povo ucraniano. Vai também ser aberta uma conta solidária para a recolha de todos os apoios para ajudar as vítimas da guerra. “O valor que for

Luís Costa, presidente da Câmara de Arganil e a representar a CIM, José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra, e Paulo Oliveira, presidente da Direcção do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra

obtido em resultado do espectáculo e todas as ofertas que conseguirmos obter será entregue à senhora embaixadora da Ucrânia”, acrescentou Paulo Oliveira. “Esse valor destina-se exclusivamente para apoiar vítimas da guerra. Não se destina, de forma alguma, a envolver essa importância em quaisquer ações de natureza bélica” - frisou. O concerto vai ser transmitido em directo para a Ucrânia, acompanhado de tradução das intervenções ao vivo. No final do espectáculo vai estar à venda espumante, que se tratava de uma exportação para a Ucrânia e que devido à guerra não foi possível efectuar, sendo por isso, a sua comercialização revertida com o mesmo propósito.

Os bilhetes, com o custo entre 10 e 15 euros, já estão à venda na bilheteira do Convento São Francisco (a funcionar de segunda-feira a domingo, entre as 15h00 e as 20h00) e estão também disponíveis ‘online’ nas plataformas BOL. O espectáculo terá a duração de cerca de “pouco mais de duas horas”, e terminará com o hino da Ucrânia. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, deu nota que, também no dia 25 de Março, está previsto outro concerto solidário - “Uma carrinha para a Ritinha” - no Conservatório de Música de Coimbra, e por isso, faz um apelo “muito particular à solidariedade de todos para encherem os dois concertos”.


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VINAGRETAS RECOMPENSA ANTECIPADA

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uando uma mulher está grávida é obrigação de qualquer companheiro estar sempre do lado da pessoa, mas há quem ache mesmo que o parceiro tem de ser recompensado por estar do seu lado num dos momentos mais felizes para um casal. Essa recompensa pode mesmo até ser um Lamborghini. Uma mulher, de 19 anos, grávida decidiu agradecer ao companheiro, pelas futuras noites mal dormidas, ainda antes do bebé nascer, oferecendo-lhe um carro de luxo. A prenda pretende ser uma recompensa pela ajuda que a mulher espera que o namorado lhe dê, após o nascimento do primeiro filho.

AMIGO URSO

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enis Vovk já estava no livro dos recordes do Guinness por ter conseguido, com menos de 90 quilos, rebocar sozinho um A319 de 40 toneladas. Agora o atleta russo voltou a estar em destaque por ter driblado um urso durante vários minutos terminando a abraçá-lo. Num vídeo divulgado na internet é possível ver um urso, de grande porte, a entrar na brincadeira do atleta e ir atrás da bola que este dribla. O momento acaba por se traduzir numa grande cumplicidade entre os dois que é reconhecido com o abraço no final.


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ALGUÉM DISSE QUE... “Putin fracassou psicologicamente, não conseguiu capturar a nossa capital, Kiev, e quer fazer isso. E matar o nosso presidente” Inna Ohnivets, embaixadora da Ucrânia em Portugal “Não sou o Rambo dentro de uma semana, mas estou bastante confortável com as armas” Alexandr Dolgopolov, antigo tenista ucraniano “Putin é um criminoso de guerra. Neste momento o mundo está unido no objectivo de fazer Putin pagar pelos crimes que está a cometer” Joe Biden, presidente dos EUA “Continuo convencida de que a Rússia está a cometer um crime e que é o invasor da Ucrânia” Marina Ovsiannikova, jornalista do Canal 1 da Rússia “Nunca pensei que teria de viver outra guerra” Leonid Stanislavsky, tenista mais velho do mundo, sobreviveu à II Guerra Mundial “A solidariedade com a Ucrânia exige toda a determinação para travar a crueldade da guerra. O cinismo dos que ganham com a escalada bélica é insuportável” Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda “Uma coisa é eu dizer que Putin é criminoso de guerra, outra é o Biden” Isabel Moreira, deputada do Partido Socialista


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