“Campeão das Províncias” - 31/03/2022

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VESPERTINO

DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS

EDIÇÃO DIGITAL 27 PÁGINAS

QUINTA-FEIRA, 31 DE MARÇO 2022 | N.º 490 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

METRO MONDEGO SÓ FEZ METADE DAS OBRAS NO ANO PASSADO

De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a www.campeaoprovincias.pt na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.facebook.com/campeaodasprovincias FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Nádia Moura, Luís Carlos Melo, Zilda Monteiro, Ana Luísa Pereira e Cristiana Dias

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Metro Mondego apenas executou metade do que tinha programado para 2021 A

Metro Mondego, responsável pelo Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), executou 49,9% daquilo que tinha programado para 2021 e justificou a derrapagem com atrasos na autorização de investimentos estruturais e na empreitada da Baixa de Coimbra. A conclusão surge no Relatório e Contas de 2021, documento aprovado na quarta-feira, em Assembleia Geral ordinária da Metro Mondego, tal como o Plano de Actividades e Orçamento para 2022. No documento consultado pela agência Lusa, a entidade reconheceu que a execução em 2021 assume “um valor bastante inferior ao programado”, apontando para os atrasos na publicação da resolução de Conselho de Ministros que autorizou os investimentos estruturais (provocando um atraso na contratação do projecto de execução do Parque de Manutenção e Oficinas e no lançamento do concurso de fornecimento de material circulante). “Contribui também para o desvio ocorrido os atrasos na execução da empreitada da Baixa de Coimbra”, notou a sociedade, referindo que, no processo de libertação daquela zona, a execução situou-se nos 39,5%, contribuindo não apenas o atraso no arranque da obra, mas também uma execução “a um ritmo ligeiramente inferior ao projectado”. A Metro Mondego tinha projectado investir 4,9 milhões de euros em 2021, mas acabou apenas por executar cerca de 2,4 milhões. Face ao grau de cumprimento, a Metro Mondego admitiu que alguns atrasos registados podem vir a implicar “ajustamentos, nomeadamente no caminho crítico inscrito no cronograma para início da operação do sistema”. “Muito em particular, para estes espera-se que, com redobrado esforço da empresa e cooperação de todas entidades envolvidas, em 2024 seja finalmente possível assegurar a plena concretização do SMM”, frisou. Na nota do presidente do Conselho de Administração presente no Relatório e Contas, João Marrana reconheceu também que “nem todos os prazos previstos terão sido escrupulosamente respeitados”. No entanto, salientou que em 2021 foram lançados processos de concurso previstos e realçou a consignação, no final daquele ano, dos trabalhos de ligação entre o Alto de São João e a Portagem, em Coimbra. “A nossa convicção é a de que teremos conseguido atingir o fim do princípio desse processo”, salientou João Marrana. O Plano de Actividades e Orçamento (PAO para 2022, aprovado pelo Conselho de Administração em Setembro e agora pela Assembleia Geral, apresenta mudanças nos prazos estabelecidos. Se no PAO para 2021, a Metro Mondego assumia como principal meta a médio prazo “colocar em operação o SMM, de forma progres-

siva, ao longo do ano de 2023”, no PAO para 2022 a sociedade afirma que teria o objectivo de colocar em operação ainda no ano de 2023 algo que foi, entretanto, revisto para Março de 2024. Na comparação entre os dois documentos (PAO de 2021 e 2022) é possível também constatar a revisão de metas de curto prazo: a conclusão da abertura do canal da Baixa de Coimbra passa do 3.º trimestre para o 4.º trimestre de 2022, ou a conclusão do Parque de Manutenção e Oficinas do 3.º trimestre de 2023 para o 1.º trimestre de 2024. A meta de adjudicação do concurso para fornecimento dos autocarros eléctricos passou do 3.º trimestre de 2021, num documento, para o 4.º trimestre de 2021 noutro, estando já o Plano de Actividades para 2022 desactualizado, já que este prazo não foi cumprido, com a extinção do anterior concurso por exclusão de todas as propostas e a abertura de um novo procedimento. O PAO para 2022 revê também em baixo o investimento para este ano, passando dos 12 milhões previstos anteriormente para cerca de 8,7 milhões de euros, ficando o grosso do investimento apontado para 2023, com a esperada compra do material circulante do SMM. O documento estabelece ainda como meta de médio prazo a disponibilização de um tarifário intermodal integrado para a região de Coimbra. Para tal, serão importantes as conclusões do grupo de trabalho estabelecido por despacho governamental em Fevereiro, que irá estudar a criação da Entidade de Gestão do Sistema Intermodal da Região de Coimbra. Segundo esse despacho, o grupo de trabalho terá de apresentar um relatório final ao Governo até 31 de Maio.


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Pouse os seus olhos sobre o Mondego e sente-se à nossa mesa — MARCAÇÕES NA VÉSPERA —

(VER NOTÍCIA NA PÁGINA 12)

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Dia Nacional dos Moinhos Convida a visitar os Moinhos das Corujeiras, abertos ao público nos dias 7, 9 e 10 de Abril

PRESIDENTE DA CÂMARA DE COIMBRA DIZ TER PLANOS PARA ESTA ARTÉRIA DA CIDADE

JOSÉ MANUEL SILVA: Fernando “RUA DA SOFIA Pimenta É UMA DOR DE ALMA” & Filho, Lda.

Quo Vadis Briosa “Quo vadis?” é um frase latina que significa “para onde vais?” ou “aonde vais?”. Esta é a questão mais pertinente que se coloca em

relação à Académica de Coimbra, que vive um dos momentos desportivos mais difíceis da sua história. O caminho mais curto parece ser o da descida à 3.ª divisão (Liga 3), ficando mais difícil a entrada de um investidor e tornando mais incertas as próximas eleições para os corpos sociais. Numa época em que a equipa já vai no quarto treinador começa a subir o tom da crítica, surgem muitas ideias, mas faltam os recursos financeiros. PÁGINA 3

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ACADÉMICA DE COIMBRA/OAF ESTÁ À BEIRA DO ABISMO

Indústria de Construção Civil e Obras Públicas e Particulares

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Um novo Palácio da Justiça, a possibilidade de aquisição do Colégio Espírito Santo e a abertura à cidade dos colégios do Carmo e da Graça, são três dos propósitos da Câmara de Coimbra para revivificar a Rua da Sofia. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, José Manuel Silva fala ainda da crise decorrente do aumento do preço dos combustíveis, da continuidade do “Somos Coimbra” e da pretensão em ter o Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa na cidade. PÁGINAS 6 E 7


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ACTUALIDADE

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TRÊS MINISTRAS TUTELAM AS ÁREAS DA SAÚDE, COESÃO E JUSTIÇA

LIGAÇÃO DE COIMBRA AO NOVO GOVERNO )$=˨6( 12 )(0,1,12

Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), Marta Temido (Saúde), Catarina Castro (Justiça)

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oimbra contribui com três ministras para o XXIII Governo Constitucional que ontem tomou posse, com a continuidade de Ana Abrunhosa à frente da Coesão Territorial, de Marta Temido na Saúde e a entrada de Catarina Sarmento e Castro como ministra da Justiça. Com António Costa pela terceira vez como primeiro-ministro, o novo Governo é o primeiro da história da democracia portuguesa com mais ministras (nove) do que ministros (oito), perfazendo um total de 17 ministérios (menos dois do que no anterior) e 38 secretários de Estado (menos 12). Uma das novidades foi a ascensão de Catarina Sarmento e Castro de secretária de Estado para ministra da Justiça. Nascida em Coimbra, em 1970, é licenciada e doutorada pela Faculdade de Direito da Universidade Coimbra, onde lecciona desde 1994 e deu aulas em áreas como Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito das novas tecnologias, incluindo administração electrónica, e protecção de dados pessoais. Catarina Sarmento e Castro desempenhou funções de juíza do Tribunal Constitucional, entre 2010 e 2019, altura em que entrou para o Governo cessante, onde foi secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, no Ministério da Defesa Nacional, tendo sido no seu mandato apro-

vado o Estatuto do Antigo Combatente. A nova ministra, filha do ex-deputado Osvaldo Castro, que foi presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais já foi, também, membro do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República, do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e vogal da Comissão Nacional de Protecção de Dados. “ROSTO” DA PANDEMIA Marta Temido, que se mantém como ministra da Saúde no novo Governo, tem uma carreira profissional ligada à gestão no sector, mas foi o combate à pandemia que lhe garantiu notoriedade nos últimos dois anos. Reconduzida no cargo pelo primeiro-ministro António Costa, a ministra da Saúde integra um Executivo pela terceira vez, depois de se ter estreado no Governo em Outubro de 2018, na sequência da saída de Adalberto Campos Fernandes. Um ano depois - em Outubro de 2019 -, Marta Alexandra Fartura Braga Temido de Almeida Simões mereceu novamente a confiança de António Costa e, poucos meses depois, passou a ser um dos “rostos” mais conhecidos dos portugueses devido à pandemia da covid-19, que chegou a Portugal no início de 2020. Desde então, o combate à covid-19 passou a

dominar a actuação do Ministério de Marta Temido, natural de Coimbra, onde nasceu em 1974, com várias organizações do sector, como as ordens profissionais e os sindicatos, a criticarem a crónica falta de meios do Serviço Nacional de Saúde (SNS) evidenciada com a pandemia, que atingiu o `pico´ de internamentos e mortes no início de 2021. Dividindo o protagonismo com a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, e com o ex-coordenador da `task force´ da vacinação, Gouveia e Melo, a ministra da Saúde garantiu sempre que o SNS tem sido alvo de um reforço de financiamento, mas também de profissionais de saúde. Para além da pandemia, a governação de Marta Temido ficou marcada pela aprovação em Conselho de Ministros, em Outubro de 2021, do novo Estatuto do SNS, conforme previsto na Lei de Bases da Saúde publicada em 2019, e que, segundo o Governo, vem clarificar o papel e a relação entre os vários actores do sistema de Saúde. Este novo Estatuto prevê a criação de uma Direcção Executiva para a gestão do SNS, uma área que não é desconhecida para a ministra da Saúde, que é doutorada em Saúde Internacional, mestre em Gestão e Economia da Saúde e licenciada em Direito. A visibilidade pública de Marta Temida estendeu-se, recentemente, à actividade partidária, com a sua filiação no Partido Socia-

lista, chegando mesmo a receber o cartão de militante das mãos de António Costa no Congresso que se realizou em Agosto de 2021 em Portimão, título que considerou ser “uma honra” e também “uma responsabilidade”. Nas eleições de 30 de Janeiro, Marta Temido foi eleita deputada à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra, onde foi cabeça-de-lista do PS, tal como nas eleições de 2019. Entre os desafios imediatos, o Ministério tem de dar resposta à recuperação da actividade assistencial aos utentes prejudicada pela pandemia da covid-19 e materializar os cerca de 1,3 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinados a reforçar o SNS em várias áreas. “COSTUREIRA” DA COESÃO O Ministério da Coesão Territorial continua a ter à frente Ana Abrunhosa, que na legislatura que terminou disse ter o papel de “uma costureira” que cose várias áreas de intervenção governativa em prol das pessoas e do território. Foi numa das suas primeiras idas ao Parlamento como ministra, em Janeiro de 2020, que Ana Abrunhosa disse aos deputados que o papel do Ministério da Coesão Territorial, que havia sido criado meses antes, era como o de “uma costureira”, cosendo as várias intervenções governa-

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tivas em prol do território e das pessoas, numa missão que “não é partidária”. “Acreditem na minha vontade de mudar [o território]. Também sabem que só vou fazer aquilo que posso e não aquilo que quero”, ressalvou. Ao longo da legislatura, a ministra assumiu ser “profundamente difícil” descentralizar serviços em Portugal e “irrealista” fazê-lo de um momento para o outro. “Desconcentrar, descentralizar, é profundamente difícil”, afirmou, em Setembro de 2020, numa entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, em que acrescentou: “Passar qualquer coisa de Lisboa para o resto do país tem uma grande resistência nos serviços dos Ministérios. Não estou a dizer nos ministros, estou a dizer nos serviços dos Ministérios. É perder poder. Nós temos de ter consciência disto”. Já referiu, também, que travou “uma batalha de dois anos no Governo sem exército” e sempre que precisava de “forças” ia ao terreno. Por outro lado, Ana Abrunhosa também acentuou que o Governo promoveu “o maior pacote de descentralização de competências para os municípios, para as áreas metropolitanas e para as comunidades intermunicipais (CIM), nomeadamente municipalizou os transportes e deu às CIM e às áreas metropolitanas as funções de autoridade de transporte”. “Aliás, eu estou no Governo porque

se definiu uma verdadeira estratégia de valorização do interior e, portanto, de descentralização”, afirmou. Na legislatura que agora começa, Ana Abrunhosa ganhou duas tutelas novas no seu Ministério, as Autarquias e o Ordenamento do Território, que estavam na Modernização Administrativa e no Ambiente, respectivamente, passando a ter sob sua alçada duas Secretarias de Estado, a do Desenvolvimento Regional e a da Administração Local e Ordenamento do Território. Antes de chegar a ministra, Ana Maria Pereira Abrunhosa Trigueiros de Aragão, nascida em Angola, em 1970, foi presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entre Maio de 2014 e Outubro de 2019. Neste cargo, deu a cara pelos problemas com a reconstrução das casas destruídas pelos grandes incêndios de Outubro de 2017. Licenciada em Economia, mestre em Economia e doutorada em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, foi docente nesta Faculdade entre 1995 e a ida para o Governo, em 2019. Leccionou diversas disciplinas e colaborou regularmente com outras Faculdades da Universidade de Coimbra. Foi, também, investigadora do Centro de Estudos Sociais, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.


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“QUO VADIS” BRIOSA?

COIMBRA VÊ ACADÉMICA/OAF COMO UM BARCO A NAUFRAGAR

LUÍS SANTOS

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silêncio público que se faz sentir, em Coimbra denota o quão está difícil falar sobre a situação da Académica - Organismo Autónomo de Futebol (OAF). O caminho mais curto parece ser o da descida à 3.ª divisão (Liga 3), ficando mais difícil a entrada de um investidor e tornando mais incertas as próximas eleições para os corpos sociais. “Quo vadis?” é um frase latina que significa “para onde vais?” ou “aonde vais?”. Esta é a questão mais pertinente que se coloca em relação à Académica de Coimbra, que vive um dos momentos desportivos mais difíceis da sua história. Está no último lugar da classificação da II Liga, com 15 pontos à 27.ª jornada e a oito pontos do penúltimo, o Varzim (23 pontos), com a despromoção à distância de sete jogos, com 21 pontos ainda em disputa. A época tem corrido tão mal que a equipa, agora com Zé Gomes no comando técnico, já vai no quarto treinador. O terceiro foi Pedro Duarte, que não vingou apesar de ter no seu currículo um título de campeão nacional de juniores pelo Sporting de Braga. Depois de Rui Borges não ter resistido ao início da época, com quatro derrotas e dois empates, não teve melhor sorte o segundo treinador da época, João Carlos Pereira, num regresso à Académica depois das épocas de 2003/2004 e de 2019/2020. O QUE ESTÁ MAL Numa grande entrevista ao semanário “Expresso”, o

treinador João Carlos Pereira é questionado sobre a razão de ter estado apenas dois meses como treinador da Académica/OAF. Com a devida vénia, transcreve-se a resposta: “Quando comecei a perceber que não tinha os recursos que precisava para fazer um trabalho decente - independentemente dos resultados, porque continuo a achar que os resultados são sempre consequência de todo o trabalho que se faça, e muitas vezes até não depende apenas do treinador -, achei que devia sair porque não queria estar a vincular as pessoas a um projecto que era o meu, quando o clube não tinha condições para alimentá-lo”. João Carlos Pereira ainda é mais preciso no diagnóstico: “A Académica passa por um momento muito difícil, está doente. É um problema estrutural que se foi criando ao longo de muitos anos e agora está num momento em que pode dizer-se que todos ralham e ninguém tem razão, ou seja, a culpa não é de ninguém em particular. E, neste momento, o clube não tem recursos, não tem condições”. A falta de dinheiro tem sido notória, com a Académica/OAF a ser advertida pela Liga Portugal, por duas vezes nesta época, que não cumpriu, dentro do prazo, a obrigação de demonstrar a inexistência de dívidas relacionadas com salários. SAD E ELEIÇÕES

Em Janeiro, a Direcção da AAC/OAF informou que recebeu uma proposta formal para aquisição de 49% do capital social de uma SAD (Sociedade

O QUE DIZEM OS ADEPTOS No passado dia 20, à 27.ª jornada, a Académica de Coimbra foi à Madeira perder por 3-1, frente ao Nacional, e permaneceu mais “lanterna vermelha”. A reacção dos adeptos, expressa na página oficial da Briosa e que aqui reproduzimos alguns trechos, demonstra desalento e revolta. «E o investidor já apareceu?... ou mais importante... os (...) da Direcção do clube já pagaram o que devem? É que se em 15 dias não fizerem prova de pagamento que seja aceite pela Liga...Game Over».

João Carlos Pereira só aguentou dois meses como treinador Anónima Desportiva), caso seja do interesse dos seus associados a alteração do modelo societário actual (SDUQ - Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas). Estamos em finais de Março e a Direcção não pediu nenhuma reunião da Assembleia Geral para apresentar a proposta e duvida-se que o venha a fazer, com o campeonato apenas com mais sete jornadas. Questiona-se, inclusivamente, se os eventuais investidores ainda estarão interessados, com a perspectiva de o clube ser despromovido. Por outro lado, está a terminar o mandato da Direcção da Académica/OAF, presidida por Pedro Roxo, e irão realizar-se eleições em breve, após o fim do campeonato, com determinação dos estatutos. Sobre a situação da Briosa pronunciou-se, recentemente, um dos grandes nomes da Briosa, Francisco Andrade, na respectiva página pessoal, deixando o alerta: “O amanhã, aconteça

o que acontecer, tem que começar a ser delineado. Os candidatos que forem a eleições, daqui a três meses, se não houver nada de anormal, têm obrigação de dar a conhecer aos sócios como irão gerir o Clube, tornando aquilo que hoje é um elefante branco ingovernável num clube (onde o futebol é a sua razão de vida) com um projecto que consiga rentabilizar o que hoje ainda é seu património, acabando com a ‘loucura’ de querer manter centenas de praticantes e uma insensato e descabido número de equipas nos vários escalões. Desde que se saiba colocar as pessoas certas nos locais certos e manter um equilibrado programa de gastos e rentabilização nos seus espaços, certamente que se melhorará um pouco. A viabilidade de sobrevivência na 3.ª divisão, aquilo que ao contrário do que muitos pensam, não irá ser um passeio, mas uma luta muito dura para se subir novamente , poderá ser real”.

«O problema, que os academistas nunca perceberam, é que a Briosa nunca representou a cidade. Sempre foi o clube dos estudantes e agora , nem isso. É o clube da Solum e pouco mais. Por que acha que a maior parte da cidade está indiferente? É sempre, sempre, a conversa da mística e das serenatas e do fado e dos eferreás». «Não se percebe. Jogam até bem, estatisticamente superiorizam-se ao adversário, mas sofrem muitos golos. Assim, é difícil. Não é vergonha ir para a Liga 3 , faz parte de um processo de reestruturação mas deixa mágoa. Ainda assim estaremos juntos para o ano e prontos a lutar pelo regresso ao 2.º escalão» «Em 60 anos na minha vida nunca tinha vista a nossa Briosa trilhar um caminho assim. A cidade de Coimbra também é responsável pelo que está a acontecer, pois nunca fez muito pela Académica. Não sei que dizer mais perante tamanho desgosto». «A cidade de Coimbra nunca fez muito pela Académica, porque a Académica não é um clube da cidade. Se querem ver um clube verdadeiramente da cidade, do povo, com raízes, é ir a Guimarães ou a Braga. A AAC é o clube dos estudantes». «Admiro o absoluto silêncio da Direcção. Se fosse noutro clube já tinha havido barulho. Obviamente que violência não, aliás não fica bem, somos diferentes». «Como sócio que fui durante mais de 50 anos e como adepto que sempre fui, exclusivamente e só da Académica, apenas desejo que se acabe o campeonato de cabeça erguida e com a dignidade intrínseca a quem veste a camisola negra; que esta pseudo Direcção saia o mais rápido possível de cena e que se devolva aos sócios e aos seus adeptos a oportunidade de discutir o futuro próximo da Académica, escolhendo as pessoas certas e competentes que consigam devolver a todos os Académicos o orgulho de voltarem a apoiar a verdadeira Académica no lugar desportivo que sempre foi o seu. Se alguma purificação faz sentido, essa é dos “Coimbrinhas” que nos insultam e envergonham».

UNIVERSIDADE DE COIMBRA TEM 28 ESTUDANTES ATLETAS

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desporto é uma escola muito importante para a vida”, referiu Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra, ao receber alguns dos alunos que se incluem no Programa de Apoio ao Alto Rendimento (PAAR-UC), salientando que os atletas são “um exemplo para a sociedade e para os colegas”.

DESPORTO É UMA ESCOLA PARA A VIDA Esta cerimónia traz à memória os estudantes atletas do futebol da Académica, dos anos 60 e 70 do século passado, que ao mesmo tempo que se tornavam “doutores” davam muitas alegrias desportivas à academia e à cidade. O futebol tornou-se profissional, com contratos milionários e jogadores estrangeiros, e a Académica/OAF não mais

conseguiu ter mão neste campo, com os resultados que se conhecem. Na passada semana foram 14 os estudantes que compareceram na Sala do Senado, do grupo de 28 que englobam o PAAR-UC (do judo ao atletismo, da canoagem ao ciclismo, do paraciclismo à natação ou ao remo), e receberam equipamento desportivo

simbólico da Universidade. Estamos muito orgulhosos de vocês, a UC orgulha-se muito do vosso desempenho desportivo e académico”, acrescentou, enquanto o vice-Reitor para as áreas da Qualidade, Desporto e Serviços de Acção Social, António Figueiredo, referiu que “o desporto na UC sempre foi de interesse, mas recentemente passou a

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ser de interesse estratégico”. No PAAR-UC incluem-se os cinco alunos que participaram nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio em 2021, Catarina Costa (Judo / Faculdade de Medicina), Gabriel Lopes (Natação / Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física), Irina Rodrigues (Atletismo / Faculdade de Medicina),

Diogo Cancela (Paranatação / FCTUC) e Telmo Pinão (Paraciclismo / Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física). Neste ano lectivo, a Universidade de Coimbra tem cerca de uma centena de alunos com estatuto de estudante atleta e mais de três mil pessoas a participar nas actividades físicas e desportivas.


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A SUBIR

GOUVEIA E MELO A noite é problemática. Às vezes perigosa mesmo. As grandes cidades, Lisboa incluída, estão cheias de casos de enorme gravidade. Coimbra também está longe de ser virgem na matéria, mas aquela Baixa lisboeta tem sido cenário de muita violência e já deixou muitos filhos sem pai. O álcool, a euforia que o comportamento em grupo potencia, a falta de civismo e de educação são a fogueira em que se queimam muitas ilusões e morrem muitos sonhos. Um polícia foi brutalmente assassinado por um pequeno grupo de fuzileiros numa das noites da semana passada. Chefe da Armada desde há pouco tempo, Gouveia e Melo – o homem a quem o país agradeceu a forma elevada como dirigiu o processo da vacinação da covid-19 na sua fase mais difícil – não teve uma reacção corporativa para proteger os seus, escondendo-lhes as práticas censuráveis. Sem papas na língua veio dizer que a Armada não é ramo militar para arruaceiros. Mais uma vez o país terá gostado de o ouvir. Não vão lá muitos anos que os Fuzileiros eram um dos orgulhos das forças militares portuguesas. Devem ter chegado a esse ponto, de apreço, respeito e gratidão, com outra gente que não esta que não sabe controlar os seus instintos de mal-fazer. ÁLVARO COIMBRA Fez bem – e fá-lo com garra – o presidente da Câmara de Penacova em não deixar passar em claro o Festival da Lampreia, iniciativa com tradição no concelho e oportunidade soberana para avivar nas comunidades regionais e no país o potencial turístico da região e outros méritos que resistiram à escassa prodigalidade com que a natureza dotou alguns dos nossos concelhos em termos de luxuriantes condições de vida. Previsto para umas semanas atrás mas adiado porque sem lampreia Arroz de Lampreia é só arroz, a Câmara de Penacova não quis trair as expectativas dos amantes deste petisco gastronómico e decidiu – e muito bem quanto a nós – sacrificar a data e não a qualidade de realização. Foi há dias remarcado o Festival para 9 e 10 de Abril, agora com participação garantida do tão apreciado ciclóstomo. Com a colaboração de 11 restaurantes e a oferta de doçaria conventual como sobremesa – as famosas nevadas e os pastéis de Lorvão são oferta do município, num gesto gentil que enriquece a arte de bem receber – Penacova “segura” em ano de crise da lampreia uma organização que bem merece o cuidado posto na sua realização. ALGUÉM Prescindimos da identificação às claras por duas razões: porque já referimos, em duas ocasiões anteriores ao longo dos últimos anos, o mérito que esta figura emprestou a outros contributos que deu às causas de que fez causas da sua própria vida e não queremos que o leitor veja nessa repetição quaisquer laivos de exagero; porque queremos evitar também melindrar, ao de leve que seja, o recato com que gosta de se conduzir na vida, evitando ostentações que não semeia, não planta, não cultiva. Esqueçamos, pois, o autor e fiquemo-nos pelo gesto – a juntar a tantos demais – de ter prescindido de qualquer remuneração pelo trabalho desenvolvido em grupo, na defesa dos interesses de Coimbra, trabalho que se desenvolveu ao longo de três anos e pelo qual os respectivos componentes foram remunerados nos termos convencionados. Nada a criticar, mas haver alguém que tem do interesse público uma tal concepção de imperativo cívico e moral que o impede de receber a parte da remuneração que lhe competiria – com certeza, assim não tão pouco quanto isso, para mais para alguém que vive exclusivamente do seu trabalho e sem riquezas acumuladas – isso surpreende-nos e acrescenta respeito e admiração por quem assim se conduz na vida. Não é nos dossiers programáticos das forças políticas, embandeirados em arco com promessas vãs, tantas das vezes, que apostamos a nossa adesão e o nosso acreditar. É, muito para além disso, e mesmo sem isso, nas atitudes que as pessoas certificam as suas convicções. Claro que a candidatura insucedida de Coimbra a Capital Europeia da Cultura não terá sido despida de utilidade e vazia de sentido. Mais que assim não fora ou seja, há sempre algo que resiste à ousadia de ir à luta. Muitas vezes, e tantas, um simples gesto empresta aos insucessos o brilho que nem todos os sucessos conseguem.

31 DE MARÇO DE 2022 figura da semana

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AUGUSTO SANTOS SILVA, DE MINISTRO A 2.ª FIGURA DO ESTADO

A Assembleia da República iniciou na terça-feira a XV Legislatura e tem Augusto Santos Silva como novo presidente deste órgão de Soberania, sendo o segundo cargo da hierarquia do Estado e desempenhando as prestigiadas funções que já foram exercidas por Barbosa de Melo, Almeida Santos, Mota Amaral, Jaime Gama, Maria da Assunção Esteves e Ferro Rodrigues. Membro dos Governos de António Guterres, José Sócrates e António Costa, Augusto Santos Silva deixou este último Executivo como ministro dos Negócios Estrangeiros, assoberbado com as reuniões europeias sobre a guerra na Ucrânia. Pai de três filhos e avô de outros tantos netos, doutorado em Sociologia e Professor Catedrático da Universidade do Porto, cidade onde nasceu há 65 anos, Augusto Santos Silva tem obra publicada na área do desenvolvimento e do pensamento político. No Parlamento tinha a eleição garantida pela maioria absoluta do PS, com 120 deputados, mas também recebeu o apoio dos outros partidos (o sufrágio é por voto secreto), pois trata-se de uma figura que se destacou na área da diplomacia, onde as palavras são sempre bem medidas, se procura o consenso e se evita extremismos. Na Assembleia da República, o novo presidente diz ter como grande desafio conseguir que a maioria parlamentar exerça os seus poderes no respeito dos direitos da minoria. Augusto Santos Silva quer uma Assembleia da República que represente aquilo que a Constituição determina: Legislar em muitas matérias com competências de sua reserva absoluta; representar o país em toda a sua diversidade; fiscalizar os actos do Governo e da Administração Pública; ser o principal centro de debate democrático no país. CRISTINA ROBALO CORDEIRO A Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra foi a primeira interveniente a falar no clico de homenagens a escritores portugueses com uma evocação a Miguel Torga, que decorreu, no dia 29, na Biblioteca Municipal do Palácio Galveias, em Lisboa. Segundo a Associação Portuguesa de Escritores trata-se de um “desafio à comunidade de leitores deste escritor humanista, mas é sobretudo o mote para leituras de textos de Miguel Torga, em voz alta”.

VARELA PÈCURTO: MAIS UMA HOMENAGEM SIMPLES COMO SIMPES É ELE PRÓPRIO

pertenceu até há poucos meses aos quadros da instituição que agora vai liderar. MIGUEL FRANCO CAÇÃO O estudante da licenciatura em Contabilidade e Administração tomou posse como novo presidente da Associação dos Estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH). O evento contou com a presença do vice-presidente do IPC, Daniel Roque Gomes, da presidente da ESTGOH, Vera Cunha, da vice-presidente da ESTGOH, Paula Coelho, da vereadora da Educação da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Graça Silva e de alguns estudantes. CARLOS BRUNO FERREIRA O antigo aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) foi graduado em 1.º lugar no 38.º Concurso de ingresso no Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais. Carlos Ferreira é licenciado em Direito pela FDUC e mestre em Ciências Jurídico-Criminais, também pela FDUC.

Varela Pècurto, empresário durante muitos anos e porventura a figura mais destacada em Coimbra no mundo da comunicação social, pelo lado da imagem (como fotógrafo competentíssimo toda a vida e cameraman na RTP 1 durante mais de 20 anos) foi no início desta semana homenageado pelo Clube de Comunicação Social de Coimbra com a afixação no Clube de um quadro seu, da autoria do pintor Victor Costa. Na ocasião, vários dos jornalistas presentes teceram judiciosas considerações sobre a vida de trabalho de Varela Pècurto, o seu perfil de homem de bem e sempre disponível para os Jornais, granjeando uma estima e consideração social elevadas entre os seus pares e também perante toda a sociedade que com ele lidou ao longo dos anos. Prestes a fazer 98 anos, Varela Pècurto mantém ainda uma apreciável vivacidade física e um desembaraço mental raros de encontrar nesta fase adiantada da vida. Alvo de muitas outras homenagens ao longo dos tempos, esta última perpetrada pelos seus pares da comunicação social vale sobretudo pelo trabalho artístico de Victor Costa e pelo afecto que ele próprio bem terá sentido em seu redor. ARTUR PINHO MARIA O maestro dirigiu cerca de 150 vozes conjuntas do Coro Sinfónico Inês de Castro, Coro Vox Aetherea, Orfeon Académico de Coimbra, Choral Poliphonico Coimbra, Coro D. Pedro de Cristo, Coro Politécnico de Coimbra, Coro dos Professores de Coimbra, Coro APRe Coimbra, Chorus Ingenium – Associação Cultural dos Engenheiros da Região Centro, num concerto intitulado ‘Por La Paz’ que decorreu na Sé Nova de Coimbra e teve como objectivo cantar pela paz na Ucrânia. HELENA COIMBRA É a nova presidente da Cooperativa Agrícola de Condeixa e Penela. A lista liderada pela empresária agrícola venceu com 65% dos votos, num dos sufrágios mais concorridos de sempre, o primeiro com duas listas candidatas e que derrotou a lista de continuidade encabeçada pelo actual presidente, Armindo Apóstolo. Helena Coimbra tem formação em engenharia agro-pecuária e

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BEATRIZ VILLAR A cantora conimbricense foi seleccionada para as semi-finais do programa televisivo Got Talent Portugal, da RTP1. A primeira gala do programa vai decorrer já no domingo, dia 3. Beatriz Villar defende a cidade e leva o Fado de Coimbra mais longe, enaltecendo a figura e a voz feminina. A jovem cantora, de 24 anos, promete, uma vez mais, representar todas as mulheres da sua cidade e do mundo num reinventar da tradição da sua eterna cidade do coração. ANA VALADO A docente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra é responsável pela investigação sobre os benefícios do consumo de gelatina vegetal para a saúde humana. Este estudo científico mostra que o potencial bioactivo da carragenana, elemento presente na gelatina vegetal, faz baixar os níveis de colesterol no sangue. A investigadora afirma que “este carboidrato é obtido a partir de extractos de algas marinhas e reduz a porção de lípidos no sangue, isto é, a quantidade de gordura acumulada”. O estudo indica que, além de contribuir para a não acumulação de gordura no sangue, a carragenana funciona como antioxidante, anticoagulante, anticancerígeno, antifúngico e antiviral. MÓNICA RODRIGUES A investigadora no Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), da Universidade de Coimbra (UC), realizou um estudo que projecta o impacto das alterações climáticas na mortalidade em Portugal a curto e a longo prazo. Mónica Rodrigues é uma especialista que integra grupos de trabalho na Organização Mundial da Saúde, na Agência Europeia do Ambiente, na Agência do Ambiente (na Áustria), e integra o grupo de peritos e de revisores especialistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). A sua investigação tem-se dedicado ao estudo do impacto que as alterações climáticas têm nas doenças crónicas em Portugal e na Europa. CARLOS MESQUITA O cirurgião do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) foi, recentemente, nomeado Fellow of the International Society of Surgery, título que lhe foi atribuído em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol da educação em Cirurgia de Trauma e Emergência a nível Mundial.


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31 DE MARÇO DE 2022

ESAC RECEBE SEXTA REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO DE LUTA CONTRA CORTADERIA A Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) vai dinamizar, no dia 7, das 9h00 às 17h30, no Auditório E, presencialmente, e online, a sexta reunião do Grupo de Trabalho de luta contra Cortaderia, no âmbito do projecto LIFE Stop Cortaderia. Nas palestras que compõem o programa serão abordados, entre outros temas: os desafios da Estratégia Transnacional, cuja rede conta com mais de 140 entidades; o papel de diferentes municípios portugueses no controlo da erva-das-pampas (Cortaderia selloana); o conhecimento científico desta planta invasora em termos biológicos e de consequências para a saúde pública; o trabalho de campo e de sensibilização levado a cabo. Na reunião participará Daniel Nuitjen da Direcção-Geral do Ambiente da Comissão Europeia, que falará sobre a situação de Cortaderia ao nível europeu. Para quem quiser assistir virtualmente pode fazer a inscrição até 5 de Abril. As presenciais encerraram ontem (30).

UC RECEBE PRIMEIRA EDIÇÃO DO CURSO REVISÕES SISTEMÁTICAS E META-ANÁLISE EM ECOLOGIA A primeira edição do curso de especialização Revisões Sistemáticas e Meta-Análise em Ecologia, vai decorrer, na Universidade de Coimbra (UC), entre 6 e 17 de Junho. Este é um curso creditado com seis ECTS, tem 15 vagas e um custo de 225 euros. O período para inscrições já está aberto, e decorre até 15 de Abril. Este curso compreende duas semanas de trabalho presencial (6 – 17 Junho) e duas de trabalho autónomo (20 Junho – 1 Julho). Na primeira semana de trabalho presencial serão abordados todos os procedimentos com vista à criação de uma matriz da evidência científica sobre um determinado tópico: identificação da questão ou hipótese a testar, pesquisa sistemática da literatura, selecção de estudos a incluir, avaliação da qualidade dos estudos seleccionados, e extracção de dados. Na segunda semana de trabalho presencial serão abordados os métodos estatísticos com vista à compilação da evidência científica e ao teste de hipóteses: estimativa do tamanho de efeito e sua precisão, modelos de efeito fixos e de efeitos aleatórios, viés de publicação, heterogeneidade, moderadores, análise de subgrupos e meta-regressão, análise de sensibilidade, meta-análise cumulativa.

CASA DA ESQUINA RECEBE EXPOSIÇÃO “RESISTÊNCIA ARTÍSTICA” A Casa da Esquina inaugurou a exposição do Marquise, “Resistência Artística”, da ilustradora Júlia Cruz, que estará patente até dia 13 de Maio. Trata-se de uma “ocupação” imagética, um híbrido de mapa-mosaico-papel de parede com carácter instalativo onde os inúmeros desenhos realizados nos meses de confinamento da pandemia se constituem como uma unidade pictórica percorrida pela vontade de existir e de dar “significado ao pormenor quotidiano”. A partir de um ecossistema criativo ligado ao desenho e à pintura trabalha-se a fragilidade e efemeridade da intimidade doméstica localizando-a, na experiência poética das coisas simples, quotidianas e essenciais. A mostra pode ser visitada entre as 10h30 e 12h30 -14h30 e 18h30 na Rua Aires de Campos n.º 6, em Coimbra.

REQUALIFICAÇÃO DO PONTÃO NA RUA DOS MÁRTIRES DA TRAGÉDIA DO MONDEGO PROLONGADA ATÉ 22 DE ABRIL A requalificação em curso no pontão da Rua dos Mártires da Tragédia do Mondego, na localidade de Pé de Cão, na União das Freguesias de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, vai sofrer um prolongamento da supressão da circulação viária durante mais uma semana do que o inicialmente previsto, tendo assim a sua conclusão para 22 de Abril. Em causa estão as condições climatéricas que se fizeram sentir nas últimas semanas e que não permitiram o avanço dos trabalhos. A supressão da circulação viária implica que o acesso ao Centro Social S. João seja realizado pela Alameda da Feira e Rua Principal das Parreiras. Já na Rua Tragédia dos Mártires, do lado do rio irá ser colocada sinalética de corte de trânsito a 500 metros, permitindo assim os acessos existentes em terra. A empreitada em curso prevê um novo tabuleiro para o pontão, executado em laje de betão maciça armada com selagem dos varões nervurados ao tabuleiro existente, passando a ter uma largura de 6m para vias de circulação automóvel e 0.75m de largura

FACTOS

factoS da semana

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INÍCIO DO METROBUS JÁ ESTÁ ESTICADO PARA MARÇO DE 2024

A Metro Mondego excluiu todas as propostas do concurso para o fornecimento dos 40 autocarros eléctricos do MetroBus e abriu novo concurso, o que adia para Março de 2024 o início da circulação de viaturas do Sistema de Mobilidade do Mondego. Se no anterior concurso a Metro Mondego previa a adjudicação do fornecimento de autocarros e demais serviços para Dezembro de 2021 e a entrega dos primeiros veículos no segundo semestre de 2023, agora a sociedade prevê a entrega do primeiro veículo em Dezembro de 2023 e o início do serviço entre Lousã e Coimbra no terceiro mês de 2024. O que é se passou para adiar ainda mais o almejado MetroBus? A empresa explica que o novo concurso surge na sequência da extinção do procedimento anterior, lançado em 2021, devido “à exclusão de todas as propostas, que continham problemas formais ou materiais de cumprimento do código de contratação pública ou do caderno de encargos”. Segundo a Metro Mondego, o novo procedimento “dará oportunidade a que todos os concorrentes apresentem as suas melhores propostas, evitando os problemas do anterior procedimento”. O concurso, que foi lançado no final da passada semana, prevê a compra de 35 autocarros eléctricos articulados, com 18 metros de comprimento, com a opção de aquisição de cinco autocarros adicionais, o que corresponde a um investimento de 39,2 milhões de euros (acrescidos de IVA) para o fornecimento das 40 viaturas e sistema de carregamento de baterias. No mesmo concurso é previsto também um investimento de 18,8 milhões (mais IVA) para serviços de manutenção dos veículos e sistema de carregamento durante 15 anos. O Sistema de Mobilidade do Mondego consiste na concretização de um MetroBus, utilizando veículos eléctricos a baterias que irão operar no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra, ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo, numa extensão de 42 quilómetros.

COIMBRA QUANDO SOLIDÁRIA FICA MAIS BONITA No final da semana passada Coimbra desdobrou-se na realização de várias iniciativas com a matriz comum de solidariedade para com o povo ucraniano que há um mês sofre de um poderoso ataque da Rússia que já desmantelou grande parte do país invadido e em particular algumas das suas maiores cidades. Quer recebendo alguns refugiados, quer promovendo transporte de bens alimentícios, Coimbra não tem ficado indiferente ao que naquele país acontece. Também no campo musical essa solidariedade se fez notar, com especial realce para a realização de alguns concertos solidários que juntaram artistas e agrupamentos diversos, todos entoando em conjunto uma forte adesão de apoio ao povo sofrido da Ucrânia e fazendo ouvir em uníssono o grito cantado a favor da paz e da liberdade dos povos. Um dos momentos bonitos –todos o foram, reconheça-se – foi a actuação em conjunto de 10 Coros Musicais de Coimbra nas escadas da Sé Nova, numa iniciativa que se repetiu à mesma hora por outras cidades portugueses, da Europa e do mundo, cantando “Dona Nobis Pacem”, um hino sentido que arranca do peito dos seus intérpretes e ouvintes uma prece e um protesto que se faz ouvir fronteiras além e permanecerá longo tempo na memória afectiva de muita gente. Reconheça-se que Coimbra se tem vindo a afirmar muito positivamente neste movimento de solidariedade que tem agrupado e unido grande parte do mundo livre. A “Viagem da Esperança”, a que nos referimos noutro local desta edição (página 8), é disso um exemplo muito claro, pela forma elevada e superior como foi planeada e concretizada. Mas várias iniciativas discretas mas eficazes, a manifestação pública e corajosa de uma amostra significativa do pensamento de Coimbra sobre esta matéria, atestado pela dúzia de artigos publicados no “Campeão das Províncias” a esse assunto dedicados, o apoio já dado a anteriores refugiados e outro levado até às fronteiras da Ucrânia, tudo isso constitui uma amostra que bem nos pode orgulhar a todos pela não-indiferença da nossa cidade perante o sofrimento do povo ucraniano. Desta Coimbra solidária gosta-se e adere-se. Como o fizeram até alguns elementos ligados ao PCP (que, como se sabe, tem vindo a encontrar justificação para as atitudes invasoras da Rússia), alguns dos quais não deixaram de participar neste movimento solidário. E não tiveram de renegar as suas convicções para assim agir, de acordo com a sua consciência e sensibilidade. Repita-se: desta Coimbra dá gosto gostar. para circulação pedonal em cada sentido, limitadas por guardas metálicas de protecção.

PORTUGAL MARCA PRESENÇA NO MUNDIAL DE FUTEBOL A Selecção Nacional de Futebol carimbou, na terça-feira, o bilhete para a fase final do Mundial 2022, que se vai disputar no Catar, ao vencer a Macedónia do Norte por 2-0. O jogo ficou marcado pelo bis de Bruno Fernandes (32’ e 65’) que permitiu qualificar a equipa das quinas para a sua oitava presença num Mundial, sendo esta a sexta consecutiva. Portugal vai ter o estatuto de primeiro cabeça de série no sorteio do Mundial 2022, que vai ter lugar amanhã (1), pelas 17h00.

SANTO ANTÓNIO DOS OLIVAIS CELEBRA OS 800 ANOS DA ABADIA DE SANTA MARIA DE CELAS A Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais (JFSAO) vai assinalar, no dia 2 de Abril, os 800 anos da fundação da Abadia de Santa Maria de Celas, um notável monumento do País, com um colóquio que se realizará no auditório do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) ao longo de todo o dia. Francisco Rodeiro, presidente da JFSAO, destaca a singularidade do acontecimento real-

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çando a importância da Abadia de obediência cisterciense na história de Portugal. As conferências são proferidas por um reputado escol de especialistas portugueses da história da Idade Média. Este colóquio será composto por quatro painéis, sendo que as inscrições são gratuitas e limitadas ao número de lugares disponíveis.

“OPEN DAY” DO CANIL MUNICIPAL RESULTA EM 14 ADOPÇÕES No passado domingo (27), o Canil Municipal de Coimbra abriu as portas do seu espaço para promover a adopção dos seus “habitantes”. Entre as 11h00 e as 16h00, 11 cães e três gatos ganharam uma família e seguiram rumo às suas novas casas. Entregues desparasitados, vacinados, identificados, registados e esterilizados, os animais são adoptados cumprindo todos os preceitos legais. Esta acção, em que adopção esteve em destaque, pretendeu também suscitar o interesse nos visitantes, com o objectivo de estes regressarem mais tarde. A adopção implicou a assinatura de um termo de responsabilidade, a vacinação antirrábica e a identificação electrónica. Dada a elevada adesão a esta iniciativa, o Canil está a ponderar a realização de um “open day” por mês, de forma a promover e a fomentar a adopção de animais.


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ENTREVISTA

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PRESIDENTE DA CÂMARA DE COIMBRA REFORÇA QUE O MOVIMENTO MAN

JOSÉ MANUEL SILVA GARANTE QUE O “S

É, desde Setembro de 2021, presidente da Câmara de Coimbra mas, antes disso, estava do outro lado, como coordenador do Movimento “Somos Coimbra” e vereador sem pelouro. José Manuel Silva é médico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Professor da Faculdade de Medicina e foi Bastonário da Ordem dos Médicos bem como membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Hoje, à frente da Câmara de Coimbra, relembra que “em cinco meses de mandato não se pode fazer o que não foi feito em oito anos”, destaca projectos a que está a ser, ou vai ser, dada continuidade, analisa a crise instalada, em particular para os SMTUC, decorrente do aumento do preço dos combustíveis e explica por que é que o Movimento Somos Coimbra é para continuar activo. Além disso, lamenta o estado actual da Rua da Sofia, que é Património da Humanidade, embora já tenha planos para reverter esta situação. NÁDIA MOURA / LUÍS SANTOS

Campeão das Províncias [CP]: Ao completar cinco meses como presidente da Câmara de Coimbra que balanço faz? José Manuel Silva [JMS]: Nós apresentámos um objectivo para oito anos de governação, se o povo assim o entender. Estamos no princípio daquilo que são as nossas intenções e objectivos. Mas diria que o balanço é muito positivo com a consciência que há muito por fazer ainda, desde logo pelo ritmo de trabalho que temos imprimido na Câmara, com a ajuda dos trabalhadores camarários, claro, a quem volto a agradecer por estarem extremamente empenhados em que a Câmara responda da melhor forma possível aos munícipes, aos investidores e aos novos desafios que se colocam. Encontrámos um compromisso da parte dos nossos funcionários que quero assinalar até porque sem eles nada conseguíamos fazer. [CP]: Ainda assim tem a decorrer uma reestruturação orgânica da Câmara... [JMS]: Os novos desafios obrigam a novas soluções mas mais importante que a estrutura são as pessoas e é com elas, na sua generalidade, que estamos a contar. Naturalmente é preciso fazer sempre algum ajuste. Temos procurado alargar o leque de competências, até mesmo indo buscar algumas pessoas de fora. Uma Câmara não pode ser endogâmica, precisa de ideias novas, pessoas novas, novos desafios, para também ela se estimular num caminho de aceleração do concelho de

Coimbra. Tivemos reunidos com uma grande empresa, que já pensou no passado instalar-se em Coimbra, que fez a aquisição de um terreno para essa finalidade mas que acabou por não se instalar por dificuldades levantadas pela Câmara. Obviamente também aí os tempos evoluíram, a filosofia dessa empresa é diferente daquela que era no passado, já não necessita desse

isso mudou radicalmente. Refiro-me à parte industrial e empresarial, e são esses os contactos que tem havido, até com empresas estrangeiras, ainda recentemente recebemos uma que quer instalar-se em Portugal. O concelho era competitivo em tudo mas não o era nos tempos de resposta da Câmara. [CP]: Esse plano a oito anos que fala foi já alvo de critica, nomeadamente por parte da oposição que diz que o presidente foi eleito para quatro anos e não para oito. Passado este mandato, vai deixar tudo encaminhado para quem vier a seguir, caso não seja este o Executivo? [JMS]: Sim, e vamos esperar que o próximo Executivo não faça como o PS fez no passado, que quando entrava na Câmara punha tudo a zeros, ou seja, bloqueava todos os projectos que estavam em desenvolvimento. Nós não fizemos isso. Mantivemos o funcionamento da Câmara e os projectos com algumas correcções, como por exem-

Uma Câmara não pode ser endogâmica, precisa de ideias novas, pessoas novas, novos desafios, para também ela se estimular num caminho de aceleração do concelho de Coimbra.

terreno, que tem 80.000 m2, e esteve à venda nos últimos anos e agora têm aparecido muitos interessados em investir no terreno. Um dos principais objectivos está claramente atingido que é o da Câmara deixar de ser um obstáculo ao desenvolvimento do concelho. Os empresários sabem que agora são recebidos, no sentido de haver uma via verde para os munícipes, mas também para os empresários. Hoje em dia, um empresário não pode estar dois anos à espera de uma resposta. Somos um concelho único no país, o potencial está cá, não só pelo nosso património histórico e cultural, mas também pelo nosso hospital, localização geográfica, Universidade, além de que somos também o único concelho do país que tem a sede da única empresa unicórnio portuguesa no país – a Feedzai -, temos uma série de empresas de reconhecido mérito e, portanto, a inteligência, a capacidade e os recursos estão cá. Aquilo que impedia os investimentos era a lentidão, complexidade e burocracia da Câmara e

plo no Metro Mondego, em benefício de Coimbra. Iremos ter um projecto da Estação Velha que vai orgulhar e dignificar Coimbra, incluindo a Alta Velocidade, temos conversado muito tranquilamente com a tutela governativa e com a Infraestruturas de Portugal. Esperamos que quem nos suceder, seja daqui a quatro ou daqui a oito anos, continue esse trabalho e que não prevaleça a mentalidade que os projectos que vêm de trás é para acabar e começar outros. Porque isso é estar a atrasar Coimbra. Alguns projectos suspendemos por estarem errados, como por exemplo a transferência do Arquivo Municipal para os pavilhões das consultas externas do velho Pediátrico. Estamos a trabalhar para fazer uma nova ligação entre a Alameda Armando Gonçalves e a Avenida Bissaya Barreto, para melhorar o trânsito e aumentar o estacionamento, nomeadamente na zona do IPO. [CP]: Também existiram projectos do anterior

José Manuel Silva garante que voltava a candidatar-se a presidente da Câmara de Coimbra porque acredita no bom trabalho que está a ser desenvolvido em prol de Coimbra Executivo que pegaram e cujo resultado não foi talvez o esperado como é o caso de Coimbra a Capital da Cultura. Estava bem encaminhado este trabalho? O que é que falhou? [JMS]: É evidente que se não passámos à short list alguma coisa falhou. Nós assumimos o projecto, já numa fase final, não introduzimos nenhuma alteração, acarinhámos o projecto que estava feito e que considerámos ser excelente. Vamos analisar quando recebermos o relatório do júri, uma análise desapaixonada, objectiva, para perceber o que falhou para daqui a uma década estarmos melhor posicionados e podermos vir a ser Capital Europeia da Cultura. [CP]: Vão aproveitar o que foi desenvolvido em termos culturais? [JMS]: Sim, nomeadamente um projecto que acho ser extremamente importante para Coimbra que é o Pólo

competentes do Estado no sentido de podermos trazer para a gestão do Município alguns espaços como por exemplo o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova ou o antigo Hospital Pediátrico. Portanto, tudo é dinâmico neste âmbito até tomarmos uma decisão definitiva. Queremos também aproveitar a Estação Nova para uma relação com o Rio Mondego, com um espaço pedonal e clicável naquilo que vai ser desenvolvido na Avenida Aeminium. Isto contribuirá, consequentemente, para a dinamização da Baixa porque se as pessoas vierem passear para aquela zona, obviamente também irão mais à Baixa. A Estação Nova dever-se-á integrar nessa filosofia, não poderá ser apenas um espaço de Museu. Precisamos também de avaliar a dimensão que é precisa para o Museu, o que fazer para torná-lo num espaço de atractividade. A grande decisão foi transformar aquela avenida numa

Aquilo que impedia os investimentos era a lentidão, complexidade e burocracia da Câmara e isso mudou radicalmente.

Europeu do Museu da Língua Portuguesa. Se calhar, em vez de termos tido apenas a ambição de criar este pólo podíamos ter querido criar o Museu da Língua e Cultura Europeia, até porque nos candidatámos a Capital Europeia da Cultura. Mas sem dúvida que este projecto é um grande desafio e que deve ser concretizado. Um dos locais que poderá albergar este Museu é o edifício da Estação Nova. Há vários locais possíveis, estamos em conversações com estruturas

via pedonal e de convivência com o rio. [CP]: A Rua da Sofia é Património da Humanidade mas está um pouco “esquecida”, não está? [JMS]: É uma dor de alma. Há circunstâncias distintas e, provavelmente, a Câmara irá assumir ou co-assumir o projecto do novo Palácio da Justiça. Coimbra precisa de dar maior dignidade às estruturas de Justiça locais, além de poupar dinhei-

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ro ao Estado que paga quase um milhão de euros de rendas por ano dos vários espaços que ocupa para a Justiça, não faz sentido, é um prejuízo. Portanto, se desencadearmos a construção do novo Palácio da Justiça contribuímos para melhorar a Rua da Sofia. Temos ali também três colégios, gostaríamos de adquirir o colégio do Espírito Santo, que é privado, e já começámos a falar com a Ordem Terceira para haver uma nova estratégia para o Colégio do Carmo, que tem uma beleza indescritível, que as pessoas não conhecem, e onde se presta um serviço social de extrema importância - tem cerca de 50 idosos institucionalizados e cerca de 30 sem-abrigos a quem poderemos prestar serviço de qualidade noutro local, como fez a Casa dos Pobres - e temos o Colégio da Graça, onde está a Liga dos Combatentes. [CP]: Isso influenciará depois também a Baixa? [JMS]: Claro que sim. Estamos a desviar para a Baixa muitos processos de investimento e dinamização comercial, nomeadamente para a Praça do Comércio que tem um potencial enorme para ter vida 24 horas. A Igreja de São Bartolomeu, por exemplo, é lindíssima e quantas pessoas a conhecem? Há uma riqueza imensa. Os italianos dizem que Coimbra é a Florença Portuguesa. Temos um património impressionante, uma cultura única, no entanto os nossos recursos turísticos estão muito limitados àquilo que é a Universidade e o Portugal dos Pequenitos. Precisamos de diversificar porque temos uma riqueza enorme. Iremos integrar a rede de cidades judaicas porque temos uma judiaria com características únicas. O nosso património é um dos grandes desideratos na nossa governação. [CP]: Como tem visto a actuação da oposição socialista que antes esteve no Poder? [JMS]: A oposição podia ter um perfil um bocadinho diferente, talvez mais tranquilo, mas sobretudo que não exigissem aquilo que não fizeram durante oito anos. E é isso que, às vezes, nos é exigido e depois dizem que não cumprimos o programa quando temos cinco meses de mandato.


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ENTREVISTA

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TÉM CARIZ QUE O FUNDOU DE “INTERVENÇÃO DE CIDADANIA NA CIDADE”

OMOS COIMBRA” AINDA SE JUSTIFICA Estamos no início da nossa caminhada e estamos a preparar as condições para acelerar Coimbra, para a cidade deixar de perder terreno. [CP]: Essa pouca “tranquilidade” que aponta à oposição hoje é a mesma que lhe apontavam na altura que estava na oposição... [JMS]: Nós quando iniciámos a oposição a Câmara já vinha com quatro anos de governação e já conhecíamos o mesmo presidente de 12 anos de governação anterior. Portanto, o PS não tinha moralidade para pedir o benefício da dúvida. Já todos sabíamos a falta de ritmo desse Executivo porque o presidente da Câmara já levava 16 anos de governação. Exigir que façamos o que o PS não fez em oito anos não é uma oposição como seria desejável, mas respeitamo-la. [CP]: Está a dar seguimento a várias obras que vinham do anterior mandato, como é o caso do Mercado D. Pedro V, há muitos passeios em obras... [JMS]: Sim, e suspendemos as obras da Estrada da Beira para não esburacar

Câmara e, felizmente, houve uma boa resposta. Esta obra, apesar de naturalmente ir melhorar aquilo que estava não tem a ambição que Coimbra necessitava. É uma obra para fazer a custos controlados, mas este Mercado, como espaço emblemático que é, merecia um maior investimento. As lojas mantêm as mesmas características e justificava-se mais. Está melhor, mas podia estar mais e quando herdamos as obras já não era possível mudar alguma coisa mas estamos empenhados em melhorar o Mercado D. Pedro V. [CP]: Está satisfeito com a equipa de vereadores que escolheu para o acompanhar? [JMS]: Sim. É reconhecida a enorme actividade que tem sido desenvolvida, não só em termos de gestão urbanística, como na Educação, também na área do Turismo, do Ambiente – onde apresentámos uma série de candidaturas a financiamento europeu -, portanto há um outro ritmo na Câmara e sobretudo em diálogo. Lembro o entendimento que foi feito com a União de Freguesias de

Se desencadearmos a construção do novo Palácio da Justiça contribuímos para melhorar a Rua da Sofia.

Coimbra toda ao mesmo tempo porque as obras atrasaram-se e algumas acabaram por coincidir. Corrigimos alguns erros, como é o caso do Metro Mondego em que corrigimos vários lapsos e insuficiências do projecto anterior, nomeadamente um dos mais emblemáticos, como a decisão de demolir a Casa Aninhas para permitir que haja uma verdadeira Praça do Metro Mondego na paragem junto à Praça 8 de Maio e à Câmara Municipal. [CP]: E no que concerne ao Mercado D. Pedro V em concreto? [JMS]: Queremos aqui algo que não estava previsto, que é transferir o atendimento da Câmara para o Mercado D. Pedro V, fazendo-o claro com condições para bom desempenho no atendimento da Câmara. Fizemos uma hasta publica de todos os espaços da

Coimbra (UFC) na descentralização das competências da Câmara para as freguesias. O PS veio dizer que afinal era igual, mas não é, como é o caso, por exemplo, do mobiliário urbano que não estava considerada no anterior projecto do PS. O acordo é diferente e conseguiu-se num processo de diálogo. Foi possível chegar a um entendimento porque fizemos o que nunca foi feito: juntar o presidente da Câmara, os vereadores, o presidente da UFC, os elementos do Executivo, o advogado da UFC e todos os dirigentes que estavam implicados. É nessa construção feita através do diálogo que queremos trabalhar. E é dessa composição técnica e política que temos chegado a resultados que alguns considerariam muito difíceis. [CP]: Tem conseguido gerir bem o pelouro das Freguesias?

[JMS]: Sim. Queremos desenvolver um processo que é reunir regularmente com os presidentes de Junta. Munícipes e fregueses são as mesmas pessoas. Estamos a trabalhar para as mesmas pessoas e queremos esbater a diferença que havia entre o papel das Freguesias e o da Câmara, queremos desenvolver um verdadeiro processo de descentralização que seja benéfico para todos. Agora, tudo é feito digitalmente e, portanto, tudo é mais rápido e com maior transparência, tudo é feito a nível informático e tudo fica registado. Só com esse desafio de modernidade e transparência é que podemos melhorar a governação da autarquia. [CP]: Outro dos desafios que tem são os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) que agora com o aumento do preço dos combustíveis ficou ainda mais complicado... [JMS]: É uma equação impossível de resolver e para onde são necessárias medidas doGoverno.Osimpactosmensuráveis até aqui do aumento da energia e dos combustíveis são de seis milhões de euros no orçamento da Câmara e quase três milhões nos SMTUC. O impacto do aumento dos combustíveisémaiorqueoimpacto da pandemia. Tem de haver soluções que têm de vir do Governo porque as Câmaras não têm forma de compensar este aumento dos combustíveis. Temos cerca de metade dos utentes dos SMTUC que tínhamos em 2019 porque as pessoas mudaram os hábitos com a pandemia. As pessoas têmdeperceberque,porrazões de qualidade de vida e ambientais, não podem ir todas de carro para o trabalho e não podem pedir mais uma linha de transportespúblicosparadepoisnão serusada.Nestemomentoestamos longe dos SMTUC serem sustentáveis e estamos perante um problema insolúvel, sem apoios do Governo, ainda para mais quando há sempre um benefício desproporcionado dasáreasmetropolitanasdeLisboa e do Porto e não podemos aceitar isso. [CP]: Há áreas em que a Câmara não está disponível,

exemplo na Educação. Tem que estar previsto e adequadamente avaliado o impacto da descentralização além de um aumento de despesas futuro que decorre desse processo. Todas as Câmara da CIM de Coimbra, maioritariamente socialistas, recusaram assinar a acta de transferência de competências na área da Saúde e na Acção Social foi adiada para Janeiro de 2023. Os processos não podem ser conduzidos com superficialidade e falta de competência.

aumentando o número de eventos corporativos. [CP]: Neste âmbito já foi criticado por vereadores da oposição por não ter sido feito um concurso público para nomear quem ficaria à frente do Convento, algo que sempre disse que teria de ser feito quando estava na oposição... [JMS]: Estamos a começar e herdámos um estudo para o Convento que visava a sua empresarialização e estamos a reavaliar esse estudo. O grande problema do Convento era não ter autonomia de decisão, e ainda não tem, estamos à espera sobre o parecer da CCDR sobre a questão do preço dos bilhetes. A lei prevê que o preço dos serviços municipais tem de ir à Câmara, e bem, prevê que têm de ser financeiramente equilibrados, e bem, mas estas questões não se aplicam à área da Cultura e não sendo esta área um serviço municipal obrigatório, não se entende. Há uma série de incongruências que têm de ser resolvidas com bom senso, no sentido de acabar com essa circunstância de ir à Câmara o preço dos bilhetes do Convento.

[CP]: O Convento São Francisco continua a dar prejuízo ao Município? [JMS]: Continua. Não queremos que o Convento dê lucro mas quando a despesa vai aumentar com necessidade de manutenções e substituição de equipamentos, obviamente que é necessária nova gestão e

[CP]: Ainda se justifica manter activo o Movimento Somos Coimbra? [JMS]: Sim, o Movimento existia como uma intervenção de cidadania, essa intervenção culminou naquilo que foi possível, com a coligação Juntos Somos Coimbra, mas continuamos a ser as mesmas pessoas,

Presidente diz que lidera a Câmara de Coimbra“com gosto e espírito de missão” como a receber já a descentralização na área da Saúde e Acção Social. Porquê? [JMS]: A descentralização foi um processo mal conduzido pelos municípios e pela ANMP. As decisões políticas já nos conduziram a três bancarrotas e não podemos continuar assim. Estas decisões têm de ter sustentação financeira caso contrário levam-nos para um buraco em que todos pagamos as consequências, às vezes de forma dramática. O processo de descentralização, por exemplo, da Educação traz à Câmara de Coimbra um prejuízo de dois milhões de euros que o Governo tem de compensar. Quando éramos oposição já tínhamos chamado à atenção para a forma superficial e desleixada como o processo de descentralização estava a ser conduzido. Queriam agora que assinássemos a acta das transferência de competências na área da Saúde com valores de 2018, depois de termos a crise da pandemia e uma guerra na Europa, valores esses que já estavam mal calculados. Dou uma prova disso: os valores eram as despesas de 2018 do Governo Central e, nesse ano, o Governo Central gastou zero cêntimos com arranjos exteriores dos Centros de Saúde e com a desratização e agora queriam transferir essa competência com zero euros orçamentados. O Orçamento não pode avaliar só as despesas de um ano, tem que prever um aumento dos encargos que decorrem do exercício dessas funções, como por

O Convento São Francisco não tem de dar lucro mas temos de reduzir, tanto quanto possível, o seu encargo financeiro.

mais rigorosa. Iremos apresentar o novo regulamento do Convento ainda este ano. São aquilo que em Economia se denomina de custos de oportunidade, se tiramos do orçamento um milhão de euros para o Convento temos de o ir tirar a outras acções da Câmara. O Convento não tem de dar lucro mas temos de reduzir, tanto quanto possível, o seu encargo financeiro continuando a prestar um papel e um serviço na área da cultura de uma forma eclética e

Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro. In Campeão das Províncias de 31/03/2022

intrinsecamente independentes, trabalhando em conjunto, e ninguém põe em causa a actual solidez da equipa. O Movimento não foi constituído apenas para ser candidato à Câmara e conquistar a Câmara mas para ser um Movimento de pessoas independentes e intervenção de cidadania na cidade e isso continua a justificar-se. Estamos empenhados em trabalhar para Coimbra e não em fazer política partidária ou de Movimento. PATROCÍNIO:


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ACTUALIDADE REUNIÃO NA FIGUEIRA DA FOZ

CARDIOLOGIA DE INTERVENÇÃO DEBATE TRATAMENTO DA DOENÇA VALVULAR

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Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) realiza a 11.ª reunião do seu Grupo de Estudo de Válvulas Percutâneas (VaP-APIC), hoje (quinta-feira) e amanhã (1 de Abril), no Eurostars Oásis Plaza, na Figueira da Foz. Esta iniciativa tem como objectivos promover a actualização e partilha de conhecimentos científicos na área da intervenção valvular, e debater os avanços no tratamento percutâneo da doença valvular cardíaca. “A intervenção valvular a nível nacional deu um passo grande nos últimos anos. A 11.ª edição vai voltar a ser presencial e será, sem dúvida, uma grande aposta da APIC e de toda a Cardiologia de Intervenção. Queremos que seja a maior reunião da VaP-APIC, de sempre, em Portugal e, por isso, apostámos num programa científico muito completo e equilibrado” - afirma Marco Costa, presidente

Marco Costa preside à Comissão Cientifica e Organizadora da Comissão Científica e Organizadora. Marco Costa, coordenador do Laboratório de Hemodinâmica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, do CHUC, acrescenta: “No passado esta área de intervenção valvular estava muito fo-

cada nas TAVI (implantação das válvulas aórticas percutâneas), mas, neste momento, o programa tem de forçosamente estar mais dividido com o tratamento de outras válvulas, como sejam a mitral e a tricúspide, pois há boas novidades nesta área, que

está em franca ascensão a nível internacional e que, em Portugal, tem ainda pouca expressão”. “Acreditamos que vai ser uma oportunidade única para adaptarmos algumas das recomendações internacionais à realidade nacional”, acrescenta. Além de cardiologistas de intervenção, esta reunião reúne muitos outros profissionais de saúde que, em conjunto, tratam doentes com patologia valvular grave, tais como cirurgiões cardíacos, anestesistas, enfermeiros, técnicos de cardiopneumologia e de radiologia, e especialistas na área da imagem. A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de actividades científicas no âmbito dos aspectos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte www.apic.pt.

VIERAM 44 PESSOAS PARA A REGIÃO

“VIAGEM DA ESPERANÇA” TROUXE REFUGIADOS UCRANIANOS ATÉ COIMBRA

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oimbra já tem mostrado, por diversas vezes, a sua solidariedade com o povo ucraniano. São várias as iniciativas que, seja em angariação de bens seja em apoio voluntário, mostram a disponibilidade da região em ser um receptor da comunidade ucraniana, que vive momentos difíceis devido à invasão russa naquele país. Obrigados a saírem do seu país natal à procura de uma segurança que os faça viver com alguma paz, os refugiados ucranianos espalham-se um pouco por todo o mundo e chegam a vários países carregados apenas com uma mochila às costas. Coimbra recebeu, recentemente, 44 refugiados ucranianos, 24 deles crianças e adolescentes, 19 mulheres e um homem apenas (pai de três filhos) através da caravana solidária “Viagem da Esperança”, criada por um grupo de cidadãos de

Coimbra em colaboração com o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), com o objectivo de auxiliar o resgate de refugiados ucranianos, e que é suportada com apoios de muitas instituições e particulares. Neste grupo vieram pessoas de todas as idades, desde a mais nova, com apenas um ano, à mais velha com 78. O pavilhão cedido no Estádio Universitário está montado para dar as boas-vindas e nele é possível encontrar o conforto e bem-estar necessários a quem chega sem nada. Camas, aquecimento, brinquedos, testes médicos e acompanhamento (em colaboração com a Administração Regional de Saúde do Centro), e refeições oferecidas pelos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra, são alguns apoios disponíveis. O grupo de Coimbra, integrando vários meios, viajou para Varsóvia com

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saúde FMUC RECEBEU 1.ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE CANÁBIS MEDICINAL A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) recebeu, no dia 26, a 1.ª Conferência Nacional de Canábis Medicinal (CNCM), um evento do Observatório Português de Canábis Medicinal (OPCM). A iniciativa teve como principal objectivo a discussão, análise e partilha de conhecimentos sobre esta temática, abordando, entre outros tópicos, legislação e regulamentação em Portugal, propriedades e usos terapêuticos dos canabinoides. “A Canábis Medicinal e o Direito”; “Evidências Clínicas da Terapêutica com Canabinoides em Epilepsia”; “A Terapêutica Canabinoide no Alívio da Dor Crónica Oncológica”; “O Uso da Terapêutica com Canabinoides em Cuidados Paliativos”; “A Canábis e a Saúde Mental” e “Investigação Científica em Canabinoides – Estado da Arte” foram as temáticas em destaque. A CNCM contou com a presença de entidades e autoridades ligadas ao sector da saúde e do medicamento.

SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES REFORÇADA NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA O bem-estar dos estudantes é uma das principais preocupações para a Universidade de Coimbra (UC) e por essa razão assinou um protocolo de cooperação na área da saúde mental com o objectivo de contribuir, ainda mais, nesta área. Esta iniciativa tem o envolvimento da Associação Académica de Coimbra (AAC) e da Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro). O protocolo inclui, “não só a promoção do bem-estar no seio da comunidade estudantil, mas também um desenho e implementação de estratégias de apoio, especificamente dirigidas a estudantes em situação de stress psicossocial”, sublinhou a presidente da ARS Centro, Rosa Reis Marques. “O nosso papel será de divulgação, para se conseguir chegar à comunidade que nós representamos, os cerca de 25 mil estudantes e os demais associados, para conseguirmos ter uma imagem da saúde mental na comunidade académica”, referiu Daniel Aragão, vice-presidente da direcção-geral da AAC.

CHUC PROMOVE CAMINHADA PARA ASSINALAR DIA NACIONAL DO DOENTE COM AVC O Serviço de Neurologia/Unidade de AVC do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) vai assinalar o Dia Nacional do Doente com AVC, que se celebra anualmente a 31 de Março, com o propósito de alertar a população para o acidente vascular cerebral (AVC) enquanto doença prevenível e tratável. Para assinalar esta efeméride a Unidade de AVC do CHUC promove uma caminhada comemorativa, iniciativa que vai já na 7.ª edição, a qual vai ter lugar no dia 2 de Abril. A caminhada é aberta à população em geral, com partida da portaria principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

CHUC REALIZA PELA PRIMEIRA VEZ CIRURGIA SIMULTÂNEA AO MEMBRO SUPERIOR E INFERIOR

Projecto conta com a colaboração do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) diversos donativos para ajudar a suprir as necessidades identificadas pela Igreja Ortodoxa Portuguesa em solo ucraniano. Na volta o objectivo era trazer o maior número de pessoas que quisessem vir para Portugal. Na caravana, representando as cores nacionais, vieram 135 refugiados.

A organização do acolhimento, a garantia de alojamento, a perspectiva de emprego e o bom clima do nosso país são pontos chave que acabam por pesar na decisão dos refugiados ucranianos que escolhem Portugal para viver, embora o desejo seja sempre regressar, num futuro, às suas casas.

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A equipa do Sector da Mão, do Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), realizou, pela primeira vez, na passada quinta-feira (24), no mesmo tempo operatório, uma cirurgia ao membro superior e membro inferior, em doente do foro neurológico, para reanimação tanto da mão, cotovelo e ombro, como da perna e pé, cirurgia que foi efectuada com recurso a técnicas de microcirurgia e de reconstrução tendinosa. José Alexandre Marques, ortopedista responsável por este tipo de operações cirúrgicas, refere que “esta cirurgia realizada em doente vítima de AVC vai permitir, após um período de reabilitação pós-cirúrgica, uma melhoria postural e funcional dos membros afectados, resultando numa melhor qualidade de vida para o doente.” O Serviço de Ortopedia do CHUC realiza este tipo de cirurgias desde 2018 tendo, inclusive, celebrado um protocolo de cooperação com o Centro de Reabilitação Rovisco Pais, de modo a poder melhorar as sequelas de doentes com grandes incapacidades funcionais. As cirurgias são realizadas na Unidade de Cirurgia de Ambulatório do CHUC, permitindo ao doente ter alta até 24h00, após a cirurgia.


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ACTUALIDADE

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NOVOS VEÍCULOS REPRESENTAM UM INVESTIMENTO DE MAIS DE 2,3 MILHÕES DE EUROS

CINCO NOVOS AUTOCARROS ELÉCTRICOS REFORÇAM FROTA DOS SMTUC

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a tarde da passada segunda-feira (28) foram apresentados cinco novos autocarros eléctricos que vão reforçar a frota dos Serviços Municipalizados. Os cinco autocarros da marca BYD, com 12 metros de comprimento, têm capacidade para 80 pessoas (33 sentadas). Equipados com dois packs de baterias de lítio de ferro fosfato, estes autocarros permitem atingir uma autonomia, dependendo do tipo de condução, superior a 300km, o que permite dar resposta à escala de serviço diária sem se ter de interromper a jornada para carregamento intermédio. As novas viaturas estão também preparadas para responderem às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida. A presidente do Conse-

lho de Administração dos SMTUC, referiu que estes cinco novos autocarros representam um investimento de mais de 2,3 milhões de euros e integram uma candidatura aprovada ao abrigo do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos de 2020 (POSEUR). “Estes autocarros chegam num momento extremamente difícil para os SMTUC, mas são muito bem-vindos e vão ajudar-nos a enfrentar dificuldades crescentes para fazer face ao aumento dos custos dos combustíveis e da energia em geral”. Ana Bastos sublinhou que “o aumento da frota eléctrica, associada a uma redução de 100% nas emissões de CO2 locais, representa um importante contributo para a mobilidade urbana sustentável, para o aumento da eficiência energética no

transporte e qualidade do ar e, por inerência a qualidade de vida dos conimbricenses”. Por sua vez, José Manuel Silva disse que “face ao aumento do preço dos combustíveis fósseis, é muito importante termos alternativas para proporcionar bons transportes públicos às pessoas”, e acrescentou que, “tendo em conta o benefício ambiental, o objectivo no futuro é que toda a frota dos SMTUC possa ser uma frota eléctrica. Estamos a dar vários passos nesse sentido e este é mais um deles, sobretudo num momento tão sensível como o que vivemos actualmente na Europa”. A apresentação das cinco novas viaturas 100% eléctricas foi feita em apenas um dos autocarros, estando as restantes quatro já em trânsito ao serviço da cidade. E sendo ainda públicas as

A apresentação contou com a presença do presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, e do Conselho de Administração dos SMTUC, composto pelos vereadores Ana Bastos, Carlos Lopes e Miguel Fonseca, os dirigentes dos SMTUC e ainda os representantes da BYD dificuldades financeiras dos SMTUC, face ao aumento exponencial do preço da energia e dos combustíveis, o Executivo entendeu ser essencial apenas condicionar o funcionamento de uma das novas viaturas para o mo-

NA SEQUÊNCIA DE PROTOCOLO ENTRE A CÂMARA E O EXÉRCITO PORTUGUÊS

mento de apresentação. A adjudicação dos cinco novos autocarros 100% eléctricos ‘standard’ foi feita à empresa BYD Europe B.V., por cerca de 2,3 milhões de euros. Com estas novas viaturas, o objectivo da autarquia

CRITICAL SOFTWARE SELECCIONADA PELA AIRBUS COMO FORNECEDOR ESTRATÉGICO

CENTRO DE SAÚDE MILITAR DE COIMBRA VAI ALBERGAR REFUGIADOS UCRANIANOS A

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Centro de Saúde Militar de Coimbra, antigo Hospital Militar, vai receber refugiados ucranianos, contando com uma capacidade para 40 pessoas, anunciou a Câmara Municipal, que celebrou uma parceria com o Exército português. A Câmara de Coimbra e o Exército estabeleceram, esta semana, uma parceria para garantir que o Centro de Saúde Militar possa acolher ucranianos fugidos da guerra, podendo os primeiros refugiados chegar ainda esta semana, afirma o Município. “Com o objectivo de acolher alguns dos milhares de refugiados ucranianos, na sequência da invasão russa à Ucrânia, a autarquia de Coimbra empenhou-se na procura de um espaço com condições dignas para o seu acolhimento. Depois de identificar alguns espaços e estabelecer contactos com várias entidades, a Câmara de Coimbra, com o apoio do Exército, vai disponibilizar o Centro de Saúde Militar de Coimbra para o acolhi-

mento de refugiados”, refere a autarquia. Segundo o Município, o espaço tem capacidade para acolher 40 pessoas, ficando dotado de todas as condições necessárias, nomeadamente copa, refeitório, quartos completamente equipados e um espaço dedicado às crianças. “A autarquia disponibiliza todo o apoio logístico, ao nível da alimentação, lavandaria e ainda bens de higiene”, acrescenta. “A Câmara tem estado a trabalhar com enorme empenho e consciência social para receber o maior número possível de refugiados ucranianos nas mais dignas condições possíveis, no sentido de os integrar na vida local, caso pretendam permanecer em Coimbra, ou de lhes proporcionar o melhor ambiente possível enquanto não puderem regressar ao seu país, criminosamente invadido pela Federação Russa”, afirma o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva. O alojamento no Centro de Saúde Militar será “temporário, dado que é intenção integrar, a médio prazo, todos

O Hospital Militar de Coimbra foi criado em 1911, sendo instalado no edifício do antigo Convento de Santa Teresa e em 1918 passou para o edifício que ainda hoje ocupa os agregados ucranianos que chegam à cidade nos alojamentos das famílias que se encontram inscritas no banco de famílias”. Já a vereadora com o pelouro da Acção Social salientou que “é fundamental a criação de condições dignas para as famílias que acabam de chegar ao nosso Município”. “Agradecemos ao Exército Português o facto de se ter aliado à CM de Coimbra e proporcionar este alojamento”, acrescentou Ana Cortez Vaz. Recorde-se que, no início de Março, a Câmara de Coimbra criou um banco de famílias para acolherem refugiados nas suas casas,

que já permitiu a integração de quatro agregados ucranianos. O Banco já possibilitou a integração de quatro famílias ucranianas em agregados residentes em Coimbra. Numa primeira fase, há um levantamento da disponibilidade de acolhimento ou outros apoios (emprego; tradução; apoio psicológico, etc.) dos conimbricenses, sendo posteriormente feita a ligação com as famílias ucranianas que chegarem ao concelho. Também as necessidades de saúde, educação e ainda emprego estão a ser articuladas pelo Município, com as várias entidades responsáveis por cada área.

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é continuar a renovar a frota dos SMTUC com veículos com melhor desempenho ambiental e reduzir, assim, o impacto negativo das emissões de gases com efeito de estufa e de outros poluentes atmosféricos.

Critical Software, empresa internacional de tecnologia e software para sistemas críticos, sediada em Coimbra, foi seleccionada pela Airbus, um fabricante líder de aviões, para fornecer software e sistemas especializados. A empresa, fundada em 1998, associa-se a um prestigiado grupo de fornecedores globais, disponibilizando os seus serviços especializados para a criação da próxima geração de sistemas críticos para os pioneiros aeroespaciais. Com uma relação com a Airbus de 15 anos, este acordo significa que a Critical Software irá fornecer os seus serviços especializados de software e sistemas a grandes projectos aeroespaciais, tal como o desenvolvimento de aplicações de gestão de cabines. Este acordo permite demonstrar um forte historial da Critical Software na concretização de projectos estratégicos complexos para os seus clientes e é o resultado de um processo de aquisição multifásico que avalia os serviços de engenharia da empresa, os conheci-

mentos da indústria, os standards de qualidade e o seu desempenho financeiro. Nos últimos anos, a empresa tem vindo a estabelecer relações estratégicas sólidas com os principais intervenientes de diferentes indústrias, desde a automóvel à energia. Em 2018, a empresa estabeleceu uma joint-venture com a BMW, lançando a Critical TechWorks. Ricardo Armas, director de Desenvolvimento Empresarial para a indústria aeroespacial da Critical Software, afirma que “esta escolha reflecte a confiança da Airbus no nosso trabalho a desenvolver sistemas críticos que irão moldar o seu negócio, a indústria em geral e o futuro das viagens. Estamos entusiasmados por trabalhar em conjunto em projectos empolgantes que trarão mudanças positivas para o mundo aeroespacial”. A Critical Software colabora com clientes internacionais em sectores tão diversos como espaço, aeronáutica, energia, defesa, finanças, e-commerce, dispositivos médicos e transportes.


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ACTUALIDADE

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GRUPO RECEBEU RECENTEMENTE O PRÉMIO DE EMPRESA PME LÍDER 2021

RECEITAS JÁ AJUDARAM TRÊS INSTITUIÇÕES

CASA DA ÓPTICA COM NOVA LOJA EM CANTANHEDE

CARLOS SILVA LANÇA LIVRO SOLIDÁRIO “EU…. SENTIMENTAL”

CRISTIANA DIAS

A

Casa da Óptica abriu, no passado dia 21, uma nova loja em Cantanhede e apesar dos poucos dias de porta aberta o negócio está a correr conforme as expectativas. Situada numa zona de muito movimento, na Praça Marquês de Marialva, n.º 21 R/C I, junto aos CTT, a nova e moderna unidade é a 11.ª do grupo empresarial que procura expandir para outras zonas o seu trabalho dedicado à saúde visual. Com 16 anos de história e muitas experiências, a Casa da Óptica, empresa 100% familiar, tem como objectivo disponibilizar aos seus clientes, numa única visita, serviços de excelência através de um acompanhamento personalizado por profissionais qualificados.

Esta é a 11.ª loja da Casa da Óptica Os clientes têm acesso a uma vasta gama de produtos, desde óculos de correcção visual, lentes de contacto, lentes oftálmicas, armações, óculos de sol e todo um conjunto de acessórios para as suas necessidades. Regendo-se pela idoneidade do seu trabalho, a Casa da Óptica obteve, recentemente, o prémio de Empresa PME Líder 2021, distinção atribuída pelo IAPMEI, pela qualidade

do seu desempenho, gestão e perfil de risco. A sua missão consiste na prestação de serviços na área da óptica com um padrão de qualidade elevado, disponibilizando para tal consultas de oftalmologia e optometria e realiza atestados para a carta de condução. Para além, disso a óptica disponibiliza a mais moderna tecnologia, possui produtos originais e exclusivos e tem ao seu dispor novas

lentes para tratamento da miopia “Miyosmart”. A satisfação dos clientes é de extrema importância para a Casa da Óptica, daí a aposta contínua na melhoria dos serviços prestados para se traduzir num melhor acompanhamento do cliente por parte de profissionais especializados. C o m o l e m a “ Na (Casa da Óptica) queremos ir mais longe… até onde for o futuro!”, a empresa pretende ser uma referência no mundo da óptica, em termos de qualidade de serviço do sector óptico. Para além desta nova loja em Cantanhede, a Casa da Óptica tem espaços em Coimbra, Eiras, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Leiria, Malaposta, Mira, Montemor-o-Velho, Soure e Águeda.

CONTOU COM UM PAINEL DE ESPECIALISTAS DE PORTUGAL, BRASIL E ANGOLA

CONGRESSO PROMOVIDO PELO ISEC DISCUTIU GOVERNAÇÃO NAS EMPRESAS

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e a l i z ou - s e e s t a semana (dias 29 e 30) o primeiro Congresso Internacional ESG (Ambiente, Social e Governança) do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC). O evento abordou questões ambientais, sociais e de governação corporativa com o objectivo, segundo o presidente Mário Velindro da instituição, de “encontrar e propor soluções – de prevenção e requalificação – que permitam aos profissionais de engenharia gerir com eficácia os seus negócios, cumprindo os requisitos ESG”. Segundo o dirigente, o sector económico das empresas é “um dos mais afectados pelo reconhecimento – apontado por clientes e públicos de interesse – de várias formas de ineficiência corporativa, quer de índole social como ambiental”. Os factores ESG tornaram-se relevantes para a análise de riscos nas

empresas e para a tomada de decisões por parte de investidores e credores, desde que “são responsáveis pelo impacto nas decisões de compra dos consumidores”, afirma, por seu lado, Edson Sá Teles, secretário de Controle Interno da Presidência da República do Brasil e um dos oradores no congresso. “Os critérios ESG são o elo entre a estratégia de continuidade das organizações e a sua criação de valor. As empresas devem monitorizar os indicadores de risco de destruição daquilo que as partes interessadas desejam e ter a capacidade de adaptar as suas estratégias para aumentar valores – financeiros e reputacionais”, explica. Para Andre Marini, fundador da comunidade de Auditores de PLP (Países de Língua Portuguesa), o actual comportamento de mercado indica “que os investidores só apostarão

Mário Velindro, presidente do ISEC, valoriza a discussão do “aprofundar de conhecimentos, na vertente das exigências do actual mundo corporativo” em negócios que respeitem questões ambientais, sociais e de governação corporativa”. “Num mundo globalizado e conectado, os consu-

midores cada vez mais apoiam ou boicotam as organizações com base no alinhamento dos seus propósitos com os valores dos seus públicos”.

In Campeão das Províncias de 31/03/2022

CRISTIANA DIAS

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paixonado pela escrita, Carlos Silva lançou, recentemente, o livro “Eu… Sentimental”. Dedicado à poesia e aos sentimentos, t r at a - s e d e u m l iv ro solidário onde todas as receitas angariadas servem para apoiar instituições e pessoas carenciadas. S e g u n d o o au t o r, “Eu…Sentimental” é um livro que “fala sobre a morte e sobre a saudade, e trata de sentimentos, que é a coisa mais pura que existe”. A obra, de fácil leitura, é acessível a todas as pessoas e contém uma particularidade. Carlos Silva revela que este não é um livro tecnicamente bem escrito, mas que há uma razão simples para isso: “porque os sentimentos não se compadecem com técnicas, ou se tem ou não se tem sentimentos”. Com poemas fortes e sentimentos à flôr da pele, o autor afirma que a sua inspiração vem muito das suas vivências ao longo da vida. Carregado pela emoção que os vários estados, como a morte, a saudade, a felicidade, a solidão, o amor, entre outros, o transformam, Carlos Silva é um enamorado das palavras. No entanto, não só destes momentos saem grandes obras. “Para escrever não é preciso andar a inventar nada, uma simples fotografia pode-nos dar ideia para um poema, basta que consigamos atingir aquilo que a fotografia quer dizer”, disse. “Eu…Sentimental” é um livro totalmente solidário. Com duas apresentações já feitas, uma primeira na Figueira da Foz e outra em Montemor-o-Velho, as receitas adquiridas da venda do livro revertem para instituições. Até ao momento, três instituições já foram apoiadas e uma cadeira de rodas foi dada ao Centro de Saúde de Buarcos. Para além desta doação, na Figueira da Foz foi apoiada uma instituição com crianças

“Eu…Sentimental” é o segundo livro de Carlos Silva em situação precária. No domingo passado, dia 26, a segunda apresentação decorreu por convite da Farmácia Santa Ana Graça, através de Liliana Correia e Carlos Loureiro, que escolheu as duas associações para receber a oferta. “As pessoas ao comprar este livro sabem que esse dinheiro é direccionado a instituições”, afirma o autor. A obra pode ser adquirida através dos contactos 964047055 ou 963098385, sendo que Carlos Silva encontra-se disponível para possíveis convites de apresentação, sempre com a vertente solidária. Para além de escritor, nas horas vagas, Carlos Silva é proprietário do restaurante O Pescador, situado em Moinho de Almoxarife, em Samuel, Soure, e por isso o tempo não lhe sobra muito. Mas confessa que escrever é um hobbie que lhe faz bem e que este ‘bichinho’ nasceu quando trabalhava numa gráfica, onde aos 16 anos já era compositor. Por falta de possibilidades em prosseguir os estudos, agarrou-se mais tarde, “quase por vingança”, aos livros e dedicou muito do seu tempo a aprender mais. “Eu…Sentimental” é o segundo livro do autor, tendo o primeiro, “Sonhos e Realidades”, sido escrito há alguns anos. Futuramente está em vista o terceiro livro, no qual Carlos Silva já está a trabalhar e acredita que no Verão do próximo ano possa estar disponível.


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31 DE MARÇO DE 2022

FIGUEIRA DA FOZ

FIGUEIRA DA FOZ MANTÉM APOIO À COMUNIDADE UCRANIANA Completou-se, ontem (30), duas semanas sobre a chegada à Figueira da Foz do grupo de ucranianos integrados na comitiva da Câmara Municipal da Figueira da Foz, provindos da fronteira da Eslováquia com a Ucrânia. Com o objectivo de facilitar a integração na comunidade figueirense, a autarquia providenciou a deslocação do grupo a um espectáculo

no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), promovido pela Orquestra Clássica do Centro que, “num gesto de grande simbolismo, conseguiu a vésperas do espectáculo aceder a uma partitura de uma música tradicional ucraniana «Uma noite ao luar na Ucrânia» e que dedicou à comunidade ali presente, quebrando-se a barreira linguística, num momento de grande emo-

tividade”, refere a Câmara Municipal. Assegurada também está a animação para os mais pequenos, bem como aulas de português para os adultos. Numa segunda fase deste acolhimento, os adultos irão ser integrados no mercado de trabalho de acordo com um projecto de vida delineado pelos próprios em estreita colaboração com o Município e o IEFP .

“MÁSCARAS DA ÁSIA” EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU MUNICIPAL SANTOS ROCHA A exposição “Máscaras da Ásia. Artes performativas do Museu do Oriente”, composta por 74 máscaras pertencentes à colecção Kwok On do Museu do Oriente, da Fundação Oriente, abriu ao público no dia 26 de Março, na sala de exposições temporárias 1 do Museu Municipal Santos Rocha (MMSR). A exposição encerra o ciclo de itinerância no MMSR,

regressando depois ao museu de origem, não se encontrando previsto, a médio prazo, novo ciclo itinerante quer em Portugal, quer no estrangeiro. A colecção Kwok On foi criada pelo sinólogo francês Jacques Pimpaneau em 1971, a partir de um conjunto de 600 objectos. Em 1999 foi doada à Fundação Oriente, sendo actualmente composta por mais de 15

mil objectos. Tendo sido exibidas em diversos países asiáticos, bem como em países europeus, as máscaras, feitas de materiais muito variados e proveniências diversas - China, Coreia, Índia, Indonésia, Japão, Sri Lanka, Tailândia e Tibete -, “permitem mostrar a diversidade performativa, estética e funcional destes objectos em contexto asiático”, refere o autor.

CARLOS SANTOS REELEITO PELA 16.ª VEZ DIRECTOR DA DR. JOAQUIM DE CARVALHO O Conselho Geral da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, em cerimónia pública, reuniu para dar posse ao director Carlos Santos, em resultado de anterior determinação do mesmo órgão, que votou, por quase unanimidade, a sua recondução no cargo para um novo quadriénio, 2022 a 2026. Com este novo

mandato, Carlos Santos completará 16 anos à frente do destino da Escola. O presidente do Conselho Geral, João Santos, no acto de dar posse ao director, interveio, salientando “os traços distintivos dos seus diferentes mandatos e a sua dedicação extrema à causa da educação e da gestão da instituição”. Destacou igualmente a sua

“indelével marca de humanidade e de proximidade com que a todos acolhe”. Após a assinatura do termo de posse, Carlos Santos dirigiu-se a todos num discurso de grande proximidade e num tom emotivo e familiar recordou pessoas, equipas e momentos que o marcaram ao longo desta já longa caminhada.

MUNICÍPIO VAI TER MAIOR COBERTURA DE FIBRA ÓPTICA A Vodafone Portugal vai alargar a cobertura do seu serviço de fibra no concelho da Figueira da Foz. Vila Verde, bem como Buarcos e São Julião da Figueira da Foz são as freguesias do concelho em que a Operadora reforçou o seu serviço nos primeiros três meses do ano, permitindo que mais lares e empresas tenham agora

acesso à melhor tecnologia disponível. Os pacotes fibra da Vodafone são disponibilizados “utilizando a melhor tecnologia disponível, com total fiabilidade e garantia de qualidade. Entre as características diferenciadoras do serviço estão, por exemplo, a velocidade da internet garantida, medida e certificada no dia da instalação;

melhor qualidade de imagem na televisão, e acesso exclusivo a plataformas de streaming”, refere a Operadora. A expansão da fibra óptica da Vodafone Portugal na Figueira da Foz possibilita também o acesso das empresas a serviços integrados de telecomunicações e tecnologias de informação.

CONCELHO RECEBE PRIMEIRA SUPERTAÇA DE FUTEBOL DE PRAIA A primeira edição da Supertaça de futebol de praia vai disputar-se na Figueira da Foz a 15 de Abril, entre o campeão Sporting de Braga e a Casa Benfica de Loures, informou a Federação Portuguesa de futebol. O Sporting de

Braga é o campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, enquanto a Casa Benfica de Loures chega à discussão da Supertaça depois de ter sido finalista vencida na Taça e segunda no campeonato. “A Figueira da Foz é o berço

das grandes competições de futebol de praia em Portugal. Estávamos no ano de 1997, quando se realizou o 1.º Mundialito [no país]”, lembrou Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.

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PRESIDENTE REUNIU COM A APA E COM A ADMINISTRAÇÃO DO PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ

COMBATE À EROSÃO COSTEIRA NO CONCELHO É PRIORIDADE PARA SANTANA LOPES

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presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz disse que o Governo tem de considerar a erosão costeira e o desassoreamento da barra da Figueira da Foz como uma intervenção prioritária. “Não podemos perder mais tempo”, afirmou Pedro Santana Lopes, na sequência de uma reunião que teve na segunda-feira com responsáveis da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e com toda a administração do porto da Figueira da Foz sobre aqueles temas. O presidente salientou que todos os intervenientes consideram a questão da erosão e do assoreamento na Figueira da Foz como insustentável, e frisou que as intervenções previstas pela APA “não se podem atrasar”. Santana Lopes anunciou que, até Maio, está prevista uma intervenção de curto prazo, que consiste na transposição de 100 mil metros cúbicos de areia para reforço do cordão dunar. No imediato, acrescentou que será instalada uma draga para retirar areia na zona da barra do porto, de forma a garantir a entrada em segurança de barcos de pesca ou comerciais.

A construção do ‘bypass’ deverá representar um investimento de 18 milhões de euros, com um custo total, a 30 anos, de cerca de 60 milhões de euros “Só chegou hoje [quinta-feira passada] e não saiu para trabalhar”, observou Santana Lopes, lamentando que não se esteja a aproveitar o facto de o mar estar com ondas de um metro. O autarca disse ainda que vai negociar com o Governo a instalação de uma segunda draga, com uma em permanência na barra do porto da Figueira da Foz, que assoreia com frequência. “Não podemos perder mais tempo. Ou há respeito pela Figueira da Foz, ou temos de tomar outras atitudes”, advertiu o presidente da Câmara, salientando que o porto “é o nosso aeroporto ou a estação de comboio, que também não temos em condições”. De acordo com Santana Lopes, a APA tem previsto,

a partir de 2023, transferir 3,2 milhões de metros cúbicos na praia a Sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento de cerca de 20 milhões de euros. A solução para combater a erosão costeira a Sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (‘bypass’) é a mais indicada a longo prazo e deverá arrancar em 2024, segundo a calendarização prevista, adiantou o autarca. “O novo Governo tem de assumir a Figueira da Foz como prioridade e não pode atrasar-se”, sustentou Santana Lopes, que pretende colocar o porto marítimo da cidade a “funcionar bem”, ajudando também ao desenvolvimento da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

MÁRIO ESTEVES REELEITO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO FIGUEIRA SABOR A MAR A Assembleia Geral da Associação Figueira Sabor a Mar, que esteve reunida na tarde da passada quinta-feira (24), reelegeu, por unanimidade, Mário Esteves, que continuará a dirigir os destinos desta associação empresarial, no triénio 2022/24, mantendo Jorge Simões na presidência da Assembleia Geral e José Miguel Gonçalves, no Conselho Fiscal. A

reunião, presidida por Jorge Simões, aprovou por unanimidade todos os pontos em discussão referentes à actividade de 2021, com alguma evidência para as contas da instituição, que movimentou mais de 10 mil euros, um valor aquém do que era habitual, no entanto, a pandemia obrigou à diminuição de iniciativas e até ao cancelamento de alguns festivais em 2021.

Mário Esteves dirigiu-se aos associados e parceiros ou patrocinadores a quem deixou um profundo agradecimento pelo “esforço e dedicação” que permitiram alcançar os objectivos que têm como principal função dinamizar o sector da restauração, hotelaria e similares, nos períodos considerados de época baixa por forma a atrair clientes.

HOSPITAL DISTRITAL QUER TER CUIDADOS INTENSIVOS EM BREVE A administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) reivindicou a criação de uma unidade de cuidados intensivos, que espera ver concretizada dentro de “dois ou três anos”, para aumentar o nível de diferenciação daquela unidade. “Um dos critérios é servir uma quantidade mínima de 100 mil pessoas e como nós servimos à volta

In Campeão das Províncias de 31/03/2022

de 120 mil, com tendência a crescer, justificamos perfeitamente a existência de uma unidade de cuidados intensivos”, disse o presidente do conselho de administração, Manuel Teixeira Veríssimo. O responsável salientou que a unidade hospitalar, que completou 50 anos no dia 20, possui uma urgência médico-cirúrgica, “num nível intermédio abaixo

das polivalentes dos grandes hospitais”, que justifica “a existência de uma UCI”. A questão do espaço para criar uma UCI está ultrapassada com a construção do novo bloco operatório, cujo investimento atingiu os 4,5 milhões de euros, inaugurado no dia 20 pela ministra da Saúde, que deixou o anterior bloco devoluto e disponível.


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31 DE MARÇO DE 2022 OPINIÃO É a vez da rede viária da margem esquerda de Coimbra

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o longo dos últimos 40 tas outras empresas, da Feira dos anos, a metade esquer7 e 23. da da cidade de CoimEm 1994, o Município inscreveu bra cresceu de forma desplano seu Plano Director Municipal neada e foi sendo retalhada a “via estruturante Santa Clara por vias rodoviárias pensadas – São Martinho do Bispo”. Inspara o tráfego rápido de pascreveu e pronto. Em todos os sagem e não para os seus 28 anos seguintes, ela lá vem JORGE GOUVEIA MONTEIRO* habitantes (via rápida para figurando nos orçamentos caTaveiro e A1, concluída em marários, com 10 euros a ates1985; troço do IC2, concluído em 2010). tar o esquecimento em que caiu. O resultado é o grande aumento das despesas Este é o momento de agir. Por várias razões. das famílias com combustível e da poluição O aumento brutal dos custos dos combustídecorrente, a enorme dificuldade em organi- veis. A urgência de organizar transportes zar transportes colectivos com percursos efi- coletivos de qualidade para esta metade da cientes e fiáveis, para já não falar na prática Cidade, incluindo a previsão de expansão do impossibilidade de pôr em prática modos de Metro para Sul. A revalorização do Hospimobilidade suave, em bicicleta ou pedonal. tal Geral dos Covões. A redução do tráfego Toda a gente anda de roda, às voltas pelas automóvel na Guarda Inglesa e na margem vias supostamente rápidas, para depois se do Mondego. engolfar em ruas e ruelas sem desenho ur- Cumprindo a sua missão de dar expressão bano digno desse nome. São quase 30 mil à participação dos cidadãos e das cidadãs pessoas. na vida de Coimbra, o Movimento CidaQuando digo toda a gente refiro-me aos dãos por Coimbra – CpC – vai realizar, no que lá moram, mas também aos milhares próximo dia 7 de Maio, na sede do Vigor da que para ali se dirigem em busca das es- Mocidade, em Fala, um debate aberto sobre colas do Politécnico e de Enfermagem, do a nova via estruturante, traçado, vantagens, Hospital Geral dos Covões e dos Centros condicionantes e riscos. Esteja atento. de Saúde, do iParque e do Observatório Astronómico, da Bluepharma e de mui(*) Movimento Cidadãos por Coimbra

Nesta planta apresentam-se a cheio as vias existentes e a ponteado as vias previstas que estão por construir

O banditismo que grassou na Beira

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senhor Conselheiro Máfruto da pesquisa relacionada com rio Araújo Torres, deo assunto e da reflexão dos dados pois de haver reeditado, encontrados. da autoria de Joaquim Martins O Conselheiro Mário Torres, a de Carvalho os “Apontamentos expensas suas, tem vindo a colopara a História Contemporânea” car à disposição dos estudiosos da (1868) e, em anexo, “A Nossa Aliaurbe mondeguina obras de difícil da!” (1883), acaba de colocar em acesso, merecendo, por isso, e isso letra de forma, do mesmo autor e é pouco, o nosso sincero bem-haja. REGINA ANACLETO * com a chancela das Edições ExDe acordo com o que se pode ler -Libris, “Os Assassinos da Beira. na contracapa do livro “Os AssasNovos Apontamentos para a História Con- sinos da Beira” estamos perante o “retrato fiel temporânea” (1890) e as passagens mais per- da sua [Martins de Carvalho] corajosa e pertitinentes das “Memórias do Tempo Passado e naz campanha na imprensa (“O Observador” Presente para Lição dos Vindouros” (1880 e e “O Conimbricense”) contra o banditismo 1889), escritas pelo Doutor António Luís de que, após o termo da guerra civil, grassou na Sousa Henriques Seco. Beira, muitas vezes com o apoio das diversas A obra ora disponibilizada, como vem acon- forças políticas”. tecendo sistematicamente com todos os volu- Joaquim Martins de Carvalho, nessa cammes que tem publicado e se relacionam com a panha, teve como principal aliado quer na cidade de Coimbra, foi enriquecida com uma imprensa, quer como Governador Civil de introdução e notas da sua responsabilidade, Coimbra e Deputado às Cortes, o Doutor An-

tónio Luis de Sousa Henriques Seco (Antuzede, 1822 - Coimbra, 1892). Pode bem dizer-se que a publicação deste volume e o dos “Apontamentos para a História Contemporânea” constituem uma homenagem a Joaquim Martins de Carvalho (Coimbra, 18221898), no bicentenário do seu nascimento por parte do Conselheiro Mário Torres. Mas essa homenagem não se pode quedar apenas pelo envolvimento de um particular. A Câmara de Coimbra, na pessoa do seu presidente, Professor Doutor José Manuel Silva, e na do senhor vereador das Bibliotecas e Arquivos, Dr. Francisco Queirós, já se comprometeram a digitalizar,

em sua homenagem, “O Conimbricense”, jornal que encerra nas suas páginas muito da história da cidade durante o período em que se publicou. Vários Municípios do país disponibilizaram já arquivos digitais dos periódicos ali publicados a partir o século XIX, até porque consideram que, desta forma contribuem para a promoção do conhecimento da história social, económica, demográfica e política das suas terras. É que o passado assume-se como raízes do futuro. Coimbra não pode, nem vai, esquecer esta realidade. (*) Professora jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

DIA NACIONAL DO DOENTE COM AVC

São doenças cardiovasculares, mas será AVC ou Enfarte?

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s doenças cardiovasculares não afectam apenas o coração, afectam também os vasos sanguíneos e diferentes órgãos. Em Portugal, as principais responsáveis pela elevada taxa de mortalidade e que ainda parecem difíceis de distinguir são o enfarte agudo do miocárdio, que acontece no coração; e o acidente vascular cerebral (AVC), que afecta o cérebro. Tanto o AVC, como o enfarte agudo do miocárdio, localizam-se em órgãos diferentes e se não forem tratados atempadamente, podem causar sequelas graves na vida do doente, podendo até, e como já foi referido, levar à morte. Ambos estão associados a episódios vasculares, o que significa que envolvem os vasos sanguíneos e, particularmente, as artérias. O enfarte ocorre quando uma das artérias que transporta o oxigénio e os nutrientes ao coração fica obstruída. Como tal, as pessoas devem estar atentas a sintomas, tais como: dor

no peito, suores, náuseas, vómitos, Torna-se, assim, primordial a aposfalta de ar e ansiedade. ta na prevenção destas doenças, Já o AVC ocorre quando uma das adotando um estilo de vida sauartérias que transporta o oxigédável: pratique exercício físico, nio e os nutrientes para o cérebro mesmo que apenas 10 minutos fica obstruída (AVC isquémico) por dia; evite o álcool; não fume; ou quando uma artéria do cérebro controle a alimentação, optando rompe (AVC hemorrágico), a por não consumir em excesso JOÃO BRUM SILVEIRA * pessoa pode sentir que a face alimentos ricos em açúcar e fica assimétrica de uma forma gordura; e mantenha a vigisúbita, aparecendo um “canto lância médica regular. da boca” ou uma das pálpebras descaídas; falta Em ambos os casos, na presença destes sintode força num braço ou numa perna subitamen- mas, as pessoas devem evitar deslocar-se para te; fala estranha ou incompreensível; perda sú- o hospital num veículo próprio. Recomendabita de visão, de um ou de ambos os olhos, e -se que liguem rapidamente para o 112, que forte dor de cabeça, sem causa aparente. sigam as instruções que lhe forem dadas e que O risco aumenta, se algumas das seguintes situ- aguardem pela chegada da ambulância, que ações estiverem presentes: tabagismo; coleste- encaminhará para um centro especializado, rol elevado; diabetes; hipertensão arterial; ex- onde tratará a situação como prioritária, inscesso de peso ou obesidade; abuso de bebidas al- tituindo o tratamento mais adequado. coólicas; sedentarismo (pouco exercício físico). A Associação Portuguesa de Intervenção Car-

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diovascular (APIC) está a promover a campanha Cada Segundo Conta, uma iniciativa que tem como objectivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt. A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de actividades científicas no âmbito dos aspectos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt. (*) Médico coordenador nacional do Stent Save a Life e da campanha Cada Segundo Conta


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OPINIÃO Os cabelos de Inês de Castro – relicários e mistérios

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PELA PROF.ª DOUTORA MARIA LEONOR MACHADO DE SOUSA (1932-2021)

Nota de Matilde Sousa Franco: A autora, muito amavelmente, deu-me o manuscrito deste seu estudo, por aqui me mencionar, quando fui directora do Museu Nacional de Machado de Castro (1980-1984), com a finalidade de eu publicar o texto. Paz à alma desta Querida Amiga! A propósito da importância de Inês de Castro, e da valorização cultural da “Lusa Atenas”, lembro que seriam mais-valias importantes as classificações pela UNESCO, como Património Cultural Mundial Imaterial, da História e Lenda de Inês de Castro, e do Fado de Coimbra, e que estes pedidos estão facilitados porque já em 2007 e 2008 os apresentei na Assembleia da República (vide meu texto “Coimbra como património mundial”, “Campeão das Províncias”, 31/01/2008). Inês de Castro terá sido uma beldade loura, segundo a tradição, o que foi registado pela primeira vez na literatura na “Castro” de António Ferreira (antes de 1572), em referências que, salvo raríssimas excepções, sobretudo de autores estrangeiros, foi aceite até aos nossos dias. A Ama diz a Inês, para combater um momento de melancolia: Outro dia verás, que te amanheça Mais claro e mais ditoso; em que a coroa Que t´espera, terás sobre esses teus Cabelos d´ouro. (A. III, c. I, p. 109. A edição utilizada é da Atlântida Editora, Coimbra, 1971). Diz o Coro: Aquela alva garganta De cristal, ou de prata Que sustém a cabeça Tão alva e tão dourada

(A. III, c. II, p. 119) E diz também o Infante, no seu discurso final:: Como aqueles Cabelos, já não de ouro, mas de sangue. (A. V, c. I, p. 143) A literatura relembrou sempre estes “cabelos dourados” que Pedro recorda ao exprimir o desejo do reencontro (Henrique Lopes de Mendonça, “A Morta”, A. IV, c. III, p. 124). Em 1811, os soldados do Conde de Erlon, em fuga de Portugal, abriram os túmulos de Alcobaça em busca de objectos valiosos que lá pudessem estar, como coroas ou jóias. Esta acção violenta, que danificou irremediavelmente estes monumentos únicos da nossa estatuária fúnebre, resultou na dispersão dos restos mortais que neles jaziam. A cabeleira de Inês estava intacta e loura, segundo aqueles que piedosamente reuniram o que restava dos corpos encontrados e que voltaram tanto quanto possível aos túmulos a que pertenciam. O mesmo não aconteceu à cabeleira de Inês, que foi dividida entre quem conseguiu ainda pegar-lhe. Com os poucos cabelos louros que cada um guardou, fizeram-se os chamados “relicários”, que preservam “os cabelos mais louros, que o melhor loiro d´Ofir” (João d´Aboim, 1854), “sempre bela e viva e loira e pura” (Afonso Lopes Vieira, 1917), “cabeça de oiro e luz” (Tomás de Figueiredo, 1968). Um poeta romântico, Alberto Pimentel, em “Idílios dos reis”, 1885, definiu assim Inês: Era gentil e loira e branca e bela, Uma flor de Castelo Que no céu português se volveu astro. Esses relicários foram conservados até aos nossos dias. Têm-nos, tanto quanto sei, a família de Manuel Vieira Natividade e Jorge Pereira de Sampaio em Alcobaça e José Miguel Júdice (Lisboa / Coimbra). Também no Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, ficaram dois, em condições dife-

rentes. Um deles tem a madeixa que o poeta apaixonado por Inês, Afonso Lopes Vieira, guardava no seu relógio de bolso e legou, em carta a Chaves de Almeida, a este museu. Diferente das habituais apresentações em quadro, emoldurado em veludo, este é extremamente elaborado, em forma de templete neogótico, criado por um dos maiores mestres do ferro forjado de Coimbra, o referido Lourenço Chaves de Almeida, em 1921. Outro, que eu própria vi nesse museu, em 1984, é uma caixinha de vidro, com as arestas em ferro forjado, cuja face inferior mostra um pergaminho que explica a sua origem: Até das cinzas dos mortos São os franceses flagelos Despojando a bella Castro Dos que vez louros cabellos. (Nota: A autora pôs aqui uma interrogação). Estes versos estavam escritos no próprio papel, onde os cabellos que hora se acham nesta caixa, estavam embrulhados, no Archivo dos Silveiras, em Caza da Varzêa, e são feitos por D. Mª Maxi em 1811. Esta caixa estava acompanhada por dois pedaços de tecido, um de seda vermelha e outro de brocado azul e branco, que poderiam corresponder à opa de D. Pedro e ao vestido de Inês. Tudo isto me foi mostrado por um funcionário que me acompanhou e ao meu marido a uma cave, que eu pensei ser uma reserva do museu. O funcionário foi muito simpático, mas não tinha informação sobre aqueles artigos. Era um sábado, mas a visita foi possível porque eu tinha escrito à directora de então, a Drª Matilde Sousa Franco, pedindo que permitisse esta visita no sábado de manhã, dia em que eu não sabia que o museu estaria fechado. Ela não estava em Coimbra nesse dia, mas deixou-me um cartão amável explicando-me a razão pela qual seria um funcionário que nos receberia. Tudo correu da melhor maneira.

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Infelizmente, em 2018, tendo eu pedido novamente para ver este conjunto, para tentar comparar o tecido daqui com um outro pedaço, dito genuíno, do vestido, foi-me respondido que já nada disto existia no museu. O Conde de Linhares, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, levou uma madeixa desses cabelos para oferecer a D. João VI, então no Brasil, mas o vento arrebatou-os no momento da entrega. Todos os nossos escritores que falaram nos cabelos de Inês contam este episódio, que Lopes Vieira referiu no poema “Os cabelos de Inês”, de 1911. Um artigo publicado no “Magazin Pittoresque” de 1859, p. 355, intitulado “Le qui advint de la chevelure d´Inez de Castro”, narra esta história. Conta que a caixa onde se guardavam os cabelos foi entregue ao Rei na Sala do Conselho, no Rio de Janeiro, mas que uma rajada de vento, “típica dos trópicos”, abrira uma janela e os arrebatara. Passados mais de 200 anos, João Rocha, cineasta e coleccionador brasileiro, comprou num leilão, em 2018, uma pequena caixa (16X16X10 cm., mas que pesa 6 quilos) que reproduz o mais possível o túmulo de Inês, chegando aos pormenores dos botões, do colar e das luvas. Devidamente analisada, confirmou-se que é de bronze e data dos fins do século XVIII ou princípios do XIX. Dentro da caixa há “um ninho de insecto fixado em fissura dentro da urna relicário”, no qual está preso um fio de cabelo humano. O seu possuidor, que já tem uma autenticação do Victoria and Albert Museum, pediu agora uma perícia ao laboratório de análises biológicas / arquelógicas à Directoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. João Rocha pretende partir deste achado para realizar um filme sobre Inês de Castro. Será alguma vez possível provar que aquele cabelo pertenceu à “mitológica rainha”?

Filhos que não têm pão

É

inevitável continuar a falar da guerra na Ucrânia, ainda que este facto possa cansar os leitores, sujeitos ao non-stop televisivo, que nos relata a destruição de edifícios e do património cultural, a separação de famílias, a eliminação de vidas como se fossem números. Mas não é possível ignorar o contínuo massacre de um povo, a perda dos bens conquistados pelas famílias, a deslocação interna no País em fuga errante para um local transitório da morte à espreita, e a migração maciça de refugiados que inundam a Europa na tentativa de salvar os mais fragilizados e vulneráveis, particularmente idosos, crianças e seus cuidadores, à mercê das redes de tráfico de seres humanos. Há sempre factores antecedentes e precipitantes que levam à guerra, como há sempre dificuldades para a paz, reais ou ilusórias por conveniência dos beligerantes, mas a invasão de um País soberano, que tem o direito de construir o seu destino, é um atentado à liberdade, à democracia, à regulação diplomática, à estabilidade dos povos. FICHA TÉCNICA EDIÇÃO COIMBRA www.campeaoprovincias.pt

E Putin e a sua oligarquia, qual borreia porque fica bem nem esnovo czar na senda do imperatigmas para impressionar ou ter dor, é o responsável pelos criascendência política. Acabam mes contra a Humanidade em ambos por criar uma suspeição prática na Ucrânia, tal como é de doença e, como tal, podiam o causador da fuga de 300.000 subordinar protecção. russos (à data presente) para ouÉ também um capitalista, que tros Países, que não se revêm no subverteu a ideologia bolcheviHERNÂNI CANIÇO* genocídio em marcha, e são suque (que já então defendiam o jeitos a perseguição, a sevícias e direito à autodeterminação das a decisões judiciais sem culpa formada pelo Repúblicas), instaurando um capitalismo de regime ditatorial. Estado, e é um imperialista autocrata, o que Não sou favorável à sua catalogação como nada tem a ver com perfil de doença, mas portador de perturbação de saúde mental com um perfil de ditador. (classificado como psicopata), figura que A guerra traz todos os dias histórias e mais geraria inimputabilidade e quiçá paraíso histórias de sofrimento, dor e morte, edifídourado, sem provas de Medicina Baseada cios que são bens legítimos em ruínas pela na Evidência, e estranho que haja figuras devastação, episódios mais do que muitos de públicas executivas em Coimbra, defensores violação de direitos humanos, fugas sem desaté dos rigorosos preceitos científicos, que tino, olhar perdido, dignidade conservada, definam Putin como tal. procura de sossego e esperança no regresso. Putin é um decisor executor de um morticí- Há idosos a quem foi retirado o direito do nio de inocentes, e como tal deve ser consi- envelhecimento, há mulheres impedidas de derado, devendo ser julgado quando viável exercer a sua função na sociedade limitanno Tribunal Internacional de Haia, sem ver- do-as a cuidadoras, há filhos que não têm

Telefone 239 497 750 | E-mail campeaojornal@gmail.com Editor/Propriedade REGIVOZ, Empresa de Comunicação, Lda. Sede: Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra | NIPC: 504 753 711 Director: Lino Vinhal | Editor Executivo Luís Santos (responsável executivo por esta edição) Redacção Luís Santos (CP 345 A), Luís Carlos Melo (CP 1695 A) e Nádia Moura (CP 7084 A). Director Comercial Carlos Gaspar Directora de Marketing e Publicidade Adelaide Pinto 239 497 750 jornalcp.adelaidepinto@gmail.com

pão e a quem não se aplicam os direitos das crianças, há homens que combatem mas não produzem o seu saber, há hospitais, maternidades, teatros e habitações que são reduzidos a pó, há médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde que são vítimas e estão impedidos de prestar cuidados, há feridos sem condições para recuperação, há mortos sem saber porquê, há cadáveres nas ruas que mais parecem amontoados de resíduos e lixo e há valas comuns, cúmulo do apocalipse. Dia a dia, há novas informações sobre conversações sem caminho, mais destruições de estruturas e vidas, mais resistência contra o invasor e atacante, mas temos de acreditar que também há esperança. Há esperança de serem respeitados direitos substituindo a agressão, de haver predomínio do culto da humanização sobre a crueldade em curso, de os facínoras caírem do seu pedestal de poder autocrático, de o mundo não estar perdido. (*) Médico

Paginação e Maquetagem Jorge Capelo | Impressão ),* ,QG~VWULDV *Ui¿FDV 6 $ 5XD $GULDQR /XFDV Coimbra | Distribuição VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda. R. da Tascoa, n.º 16 - 4.º Piso, 2745-003 Queluz, Telef. 214 398 500, Fax: 214 302 499 Registo 65,3 VRE R Q ,661 1 (5& _ Depósito Legal n.º 127443/98 Preço de cada número 0,75€ | Assinatura anual 35,00€ | Tiragem média: 9.000 exemplares LEI DA TRANSPARÊNCIA – Propriedade: Regivoz, Empresa de Comunicação, Lda. Capital Social: 5.000,00 euros. Participações no capital: Maria de Fátima Rodrigues Viegas Vinhal - HXURV /LQR $XJXVWR 9LQKDO HXURV (50%). Gerência: Lino Augusto Vinhal Estatuto Editorial em www.campeaoprovincias.pt

Os pagamentos para o Campeão das Províncias em cheque devem ser emitidos em nome de “Regivoz, Empresa de Comunicação, Lda.”. Também podem ser feitos por transferência bancária através do NIB: 001000003179749000225

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31 DE MARÇO DE 2022

ÚLTIMA

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PROTOCOLO QUER AJUDAR OS MUNICÍPIOS “A POTENCIAREM A SUA ACÇÃO”

SOURE ADERE A PROJECTO DE INOVAÇÃO DO POLITÉCNICO DE COIMBRA

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Município de Soure, assim como o de Castanheira de Pêra, aderiu, na passada segunda-feira (28), ao projecto @GIR- Gabinetes de Inovação Regional, uma iniciativa do Instituto Politécnico de Coimbra, que visa “levar inovação e desenvolvimento” a territórios de baixa densidade.

Jorge Conde, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), destacou que este é o alargamento do projecto @GIR, lançado há alguns meses. “O objectivo é proporcionar, especialmente aos territórios de baixa densidade, a nossa capacidade de inovação e desenvolvimento, a nossa capacidade científica, no sentido de podermos

ajudar estes Municípios a potenciarem a sua acção e poderem desenvolver os territórios”. Durante a cerimónia de assinatura dos protocolos de cooperação, no âmbito do projecto @GIR – Gabinetes de Inovação Regional, Jorge Conde destacou que, com a adesão de Soure e de Castanheira de Pêra, o projecto

passa a estar em sete municípios da região. Ao longo da sua intervenção, o presidente do Politécnico de Coimbra recordou que este é um projecto anterior ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas que veio ajudar a potenciá-lo. “Visa também deslocalizar a formação e também deslocalizar o Politécnico para o pró-

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António Henriques Antunes, presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pêra, Teresa Pedrosa e Jorge Conde durante a assinatura do protocolo prio território. Ao alargar isto a mais municípios, teremos a capacidade de criar uma rede em que os problemas que surjam num município possam vir a ser antecipados noutro”. Teresa Pedrosa, vereadora da Câmara Municipal de Soure, considera que este protocolo é de extrema importância para a capacitação do tecido empresarial e das pessoas. “É essencial para o desenvolvimento económico, para o desenvolvimento social do nosso concelho, por isso, abraçámos desde logo este projecto e vamos disponibilizar todos os meios, toda a nossa motivação, para que todas as actividades que aqui são propostas possam decorrer da melhor forma e que Soure concelho e a região possam tirar o maior proveito delas”. O projecto @GIR – Gabinetes de Inovação Regional

é uma iniciativa do Politécnico de Coimbra que pretende aproximar esta instituição aos diversos concelhos da região, com foco nos territórios de baixa densidade, criando espaços que permitirão a dinamização de acções conjuntas com empresas e entidades desses territórios. São objectivos deste projecto abrir portas à transferência de conhecimento, ao desenvolvimento de projectos de inovação, à dinamização de acções de integração dos alunos do Politécnico de Coimbra e à qualificação das empresas e instituições da região. Integram o @GIR os municípios de Arganil, Lousã, Miranda do Corvo e Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, e Mortágua (Viseu), aos quais se juntaram hoje Castanheira de Pêra (Leiria) e Soure (Coimbra).

CORO SINFÓNICO INÊS DE CASTRO APRESENTA REQUIEM FOR THE LIVING

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Coro Sinfónico Inês de Castro, da Associação Ecos do Passado, entidade organizadora do X Ciclo de Requiem - Coimbra 2022, vai apresentar, no sábado, às 21h30, na Igreja da Rainha Santa Isabel, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, o concerto Requiem For The Living. Este Requiem é uma obra da actualidade, do reconhecido jovem compositor norte-americano Dan Forrest. Requiem For the Living faz parte do X Ciclo de Requiem – Coimbra 2022, Tributo ao Tempo Presente, e prende-se justamente com a sua mensagem pacificadora e de esperança ao tempo presente.

In Campeão das Províncias de 31/03/2022

“Num período de tensão e reflexão como o que vivemos, a interpretação desta obra Sacra no local sagrado e emblemático da cidade de Coimbra dedicado à Rainha Santa Isabel (Rainha da Paz), mantém actual o apelo aos diferentes sentimentos da huma-

nidade”, refere o Coro. A interpretação de Requiem For The Living conta com um elenco de mais de 100 músicos que compõem o Coro Sinfónico Inês de Castro, o Coro Médico de Lisboa e a Orquestra Inês de Castro. Conta com Leonor Barbosa de Melo como solista e a Direcção é do Maestro Artur Pinho Maria.


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Festival Epicentro começa sábado com seis concertos na Baixa de Coimbra A

edição de 2022 do Festival Epicentro, que possui uma programação focada em artistas e expressões culturais da região Centro, propõe 60 eventos em 11 espaços culturais de Coimbra, durante Abril e Maio. As dezenas de actividades da programação – que têm início no sábado, com seis concertos em dois palcos instalados na Praça do Comércio, na Baixa de Coimbra -incluem, para além de espectáculos musicais, filmes documentais, leituras musicadas, conversas, apresentações de livros, performances, visitas guiadas ou oficinas variadas, anunciou, esta quarta-feira, a produtora Blue House. “A iniciativa pretende funcionar como um sismógrafo musical, fazendo uma difusão do que se produz na região e tomando o pulso, de forma contextualizada, à efervescência do momento. O foco do Epicentro é a música, mas este é integrador de outras disciplinas, lançando desafios para reflexões e intervenções ligadas à literatura, cinema, teatro e artes plásticas”, revelou a Blue House. Os criadores do conceito do festival acrescentam que a arte irá ocupar, até 29 de Maio, diferentes espaços de Coimbra – Praça do Comércio, Casa do Cinema, Seminário Maior, Salão Brazil, Centro Cultural Penedo da Saudade, Liquidâmbar, Casa da Esquina, Centro de Artes Visuais, Grémio Operário, Teatro da Cerca de São Bernardo e Casa da Escrita – “numa tentativa de revigorar o seu potencial cultural”. “O eixo principal do Epicentro é a construção de pontes com diversos agentes da região Centro, desde artistas, a estruturas culturais, passando por entidades públicas e privadas”, adianta a Blue House. Na tarde de sábado, os concertos de abertura agendados para a Praça do Comércio arrancam com Eli MacFerry, designado como “um músico bem conhecido dos frequentadores da Baixa” da cidade, seguido do duo Sete Pés e de Alex Lima “a revisitar o cancioneiro de raiz brasileira”. Ao final da tarde, o programa integra Portuguese Pedro “figura emblemática do ‘rockabilly’ conimbricense”, seguido dos “consagra-

dos” Raquel Ralha & Pedro Renato e, a fechar, o quinteto do Senhor Doutor, que apresentará o seu novo disco. De 6 a 27 de Abril o Epicentro tem na Casa do Cinema um dos seus palcos, estando agendadas quatro sessões de documentários, sempre às quartas-feiras, em parceria com o Cineclube Fila K. “We were floating high”, de Tiago Gomes, sobre uma digressão nacional e internacional dos First Breath After Coma, abre as exibições, no dia 6, seguindo-se, a 13 de Abril, “Tecla Tónica”, do realizador Eduardo Morais, “um trabalho que explora a alquimia da electrónica na música em Portugal, desde as primeiras peças da década de 60 até ao panorama actual”, refere a Blue House. A 20 de Abril será a vez de “Farewell”, documentário que assinala os 10 anos da estreia em disco de Sean Riley & The Slowriders, a banda “que nasceu, literalmente, entre os corredores da RUC [Rádio Universidade de Coimbra] e o palco do TAGV [Teatro Académico de Gil Vicente]”. A fechar o ciclo de documentários, a 27 de Abril, será exibido “Filhos do Tédio”, de Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda, um filme “emblemático” sobre os Tédio Boys e a “pedrada no charco que representaram na cultura alternativa da cidade de Coimbra” na década de 1990. Outros destaques em Abril passam pelo

Seminário Maior de Coimbra, onde, entre os dias 8 e 10, haverá visitas guiadas por Ricardo Kalash e leituras de Miguel Gouveia inspiradas em livros raros da Biblioteca Antiga, para além de concertos de JP Simões, do projecto Miramar (Peixe e Frankie Chavez) ou dos pianistas Luís Figueiredo e Helder Bruno, entre outros. Ainda em Abril, entre os dias 14 e 16, o Salão Brazil dedica três noites à música electrónica e, no dia 22, no Centro Cultural Penedo da Saudade, actuará o trio de Filipe Furtado. Por seu turno, o bar cultural Liquidâmbar, na Praça da República, receberá, dia 23, o colectivo de hip-hop A Velha Capital e, uma semana depois, o Conjunto Académico José Paulo. Já a Casa da Esquina recebe “dois dias multidisciplinares” a 29 e 30 de Abril, desde logo um concerto de Branta “em que o público é composto exclusivamente por coletivo Salão 40, prontos a ilustrar a música em tempo real, daí resultando uma exposição de desenhos a inaugurar no dia seguinte”. Lugar ainda para um mercado de venda e troca de discos, um dj set de Pera Roxa e, para os mais novos, a oficina “Zeca Afonso: Sabes Quem É?”, pela formadora Vânia Couto. A programação completa do Epicentro, bem como venda de bilhetes e reservas, está disponível em https://bluehousecoimbra. com/.


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Sobreviventes alertam para a importância da reabilitação continuada após o AVC A

Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos alerta para a importância da reabilitação multidisciplinar logo após o AVC, como forma de melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes de AVC, dos seus familiares e cuidadores. Este alerta surge no âmbito do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala hoje, dia 31 de Março. “A reabilitação de um sobrevivente de AVC está dependente de dois pontos essenciais: os cuidados de fase aguda hospitalares e os cuidados de acompanhamento e de reabilitação. Estes foram significativamente afectados durante a pandemia, o que é deveras preocupante. É preciso que se perceba claramente que a reabilitação, além de ser um direito, não é um custo, mas um claro investimento com retorno, que deve ser coordena-

do e multidisciplinar”, explica António Conceição, presidente da associação. E acrescenta: “Torna-se urgente, cada vez mais, dar um salto de qualidade na reabilitação a que os sobreviventes de AVC têm acesso. O começo deste processo logo após um AVC, pode marcar a diferença entre continuar a ser um cidadão contribuinte activo, sentindo-se útil à sociedade, ou mais um sujeito passivo da Segurança Social, por largos anos, e com prováveis problemas de saúde decorrentes, também no âmbito da saúde mental, que podem advir”. E afirma ainda que, “Neste momento, e para levar a bom porto este intento, é premente concretizar mudanças e definir estratégias nacionais eficazes, como aliás foi recomendado ao Governo, através da Resolução da Assembleia da República nº 339/2021 (que “recomenda

ao Governo que defina e implemente uma estratégia de acesso à reabilitação para sobreviventes de acidente vascular cerebral”)”. A Portugal AVC não cessa de chamar a atenção para a importância de se assegurar a ligação a uma equipa de reabilitação coordenada e multidisciplinar, com acesso aos diversos profissionais, que trabalhe com qualidade, diferenciação e eficácia, e sem tempos preestabelecidos, para todos os sobreviventes de AVC. Tanto no imediato pós-AVC, como ao longo da sua vida. Estando no terreno, esta associação nacional tem noção das necessidades concretas de reforço das equipas qualificadas e da criação de condições para a sua actuação e tem vindo a alertar para esta realidade. Lembra ainda que, em Setembro de 2021, as autoridades portuguesas de Saúde se comprometeram a implementar o Plano de Acção para o AVC na Europa, que tem também como meta alargar o acesso da generalidade dos sobreviventes às equipas de reabilitação, e a melhoria da qualidade de vida após o AVC. O Acidente Vascular Cerebral, com cerca de 25 mil episódios de internamento por ano, é a maior causa de incapacidade em Portugal, atingindo todas as idades e géneros. Entre as múltiplas sequelas possíveis estão as físicas e motoras (mais visíveis), mas também as consequências na capacidade de comunicação, no campo cognitivo, psicológico, de visão, entre outros.


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Centro de Saúde Militar de Coimbra recebeu primeiras refugiadas ucranianas

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Centro de Saúde Militar de Coimbra, antigo Hospital Militar, recebeu, esta quinta-feira (31), duas refugiadas ucranianas. Yaroslava Onipa e Larysa Kushnir, de 33 e 49 anos, respectivamente, chegaram a Coimbra ao início da tarde e vão ficar instaladas no centro de acolhimento. Para trás deixaram a família e uma vida que foram construindo na sua terra natal, Lviv e Odessa. “Gostaríamos de ficar cá, mas isto é um dia de cada vez”, referiu Larysa Kushnir que se mostra ainda bastante abalada com toda a situação vivida no seu país. A ucraniana afirma que o primeiro passo é agora “tentar integrar-se e aprender a língua” e que espera ainda conseguir ajudar novos compatriotas que chegam à cidade. José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, que recebeu as duas refugiadas ucranianas afirmou que a Câmara aposta na “colaboração para ajudar quem precisa e para mitigar o elevadíssimo sofrimento dos refugiados ucranianos que viram o seu país, criminosa e ilegalmente, invadido pela federação russa”. O presidente disse ainda que Coimbra já tem “dezenas de refugiados distribuídos por famílias”, mas que este número pode vir a crescer “nomeadamente agora que se abriram estas instalações [antigo Hospital Militar] e também com a disponibilidade da Universidade, do Pavilhão 2 do Estádio Universitário, em acolher refugiados”. A empresa Student Keep também

quis marcar a chegada das refugiadas ucranianas e entregou dois computadores para que possam trabalhar e falar com a família que deixaram na Ucrânia. O Centro de Saúde Militar de Coimbra tem capacidade para acolher 40 pessoas, sendo que vai receber mais nas próximas semanas, ficando dotado de todas as condições necessárias, nomeadamente copa, refeitório, quartos completamente equipados e um espaço dedicado às crianças. A autarquia esclarece que disponibiliza “todo o apoio logístico, ao nível da alimentação, lavandaria e ainda bens de higiene”.

O alojamento no Centro de Saúde Militar será “temporário, dado que é intenção integrar, a médio prazo, todos os agregados ucranianos que chegam à cidade nos alojamentos das famílias que se encontram inscritas no banco de famílias”. No início de Março, a Câmara de Coimbra criou um banco de famílias para acolherem refugiados nas suas casas, que já permitiu a integração de quatro agregados ucranianos. Até ao momento, 240 famílias já se disponibilizaram para receber pessoas mas, segundo José Manuel Silva, este é um “número que está sempre a aumentar”.


24 Candidatura do IPC ao PRR para alojamento estudantil passa a segunda fase QUINTA-FEIRA, 31 DE MARÇO 2022

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projecto apresentado pelo Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) para construção de novas residências estudantis foi seleccionado pela entidade gestora do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para a segunda fase. O IPC apresentou uma proposta para construção de uma nova residência em Coimbra com 400 camas e uma outra para reabilitação das residências já existentes em Coimbra, que têm cerca de 350 camas. Fez também uma proposta para construção de uma nova residência em Oliveira do Hospital com 100 camas. No total, as três propostas representam um investimento de cerca de 15 milhões de euros. Para o presidente do Politécnico de Coimbra, Jorge Conde, esta é “uma boa notícia” já que, “face à exiguidade das nossas residências, este é um sinal de que poderemos ver aqui resolvido uma parte desse problema”, afirma. “Estamos cientes de que nada está decidido, mas estamos a trabalhar para continuar no processo e ver concretizada a construção das residências que agora candidatamos”, refere o responsável, confiante na concretização dos projectos. Ao nível nacional, após terem sido recebidas 202 manifestações de interesse na primeira fase, foram nesta segunda fase seleccionadas 154 propostas para a segunda fase do Programa Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis, que vão apresentar a candidatura ao financiamento de 375 milhões de euros

no âmbito do PRR. As entidades escolhidas devem agora apresentar as candidaturas a financiamento, com vista ao apoio público no âmbito do PRR, na segunda fase que decorre entre 15 de Abril e 2 de Maio. Em Maio, essas candidaturas serão analisadas numa terceira fase do programa que inclui também a negociação e contratação dos projectos. Só depois, na quarta fase, é que os “contratos-programa” começam a ser executados, com avaliações anuais e a possibilidade de reprogramação a partir de 2023 para assegurar a conclusão nos prazos definidos. O Programa Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis vai permitir criar 14.222 novas camas nas residências para estudantes do ensino superior e reabilitar 6.501 já existentes.


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VINAGRETAS E TUDO O JAVALI LEVOU

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história parece mais de um filme de comédia, mas aconteceu mesmo na vida real. Um homem, completamente nu, corre atrás de um javali, e das suas duas crias, por lhe ter roubado um saco onde estava um computador. O insólito momento aconteceu junto ao lago Teufelssee, em Berlim, na Alemanha. O homem estava na zona florestal envolvente ao lado a praticar nudismo e a apanhar sol quando um javali selvagem lhe roubou o saco que o nudista tinha consigo, contendo um computador portátil, a roupa que tinha levado vestida e outros bens pessoais. A louca ‘perseguição’ sofreu um revés quando o javali tropeçou numa caixa de cartão que estava no chão e desacelerou. O homem nu continuou a persegui-lo e, batendo com as mãos e um pau no chão, conseguiu chamar a atenção do javali e fazer com que deixasse cair o saco que levava nas presas, permitindo-lhe recuperar o computador.

NEM TUDO O QUE PARECE É

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cabelo de um cão está a fazer furor nas redes sociais, tudo por conta do seu pêlo sedoso que se confunde com um cabelo humano. Roman é um galgo afegão, uma raça conhecida pela sua crina invejável, que costuma ser vista em exposições de cães pelo mundo. Um vídeo, partilhado na internet, enganou várias pessoas quando Roman foi filmado de um ângulo incomum, mostrando a sua juba enquanto cobria o rosto. A câmara acabou por girar, revelando que o dono do penteado era de facto um cão, já que vários internautas admitiram que achavam que o cabelo pertencia a uma pessoa. O vídeo acumulou mais de 660 mil visualizações na rede social. Caso para dizer que nem tudo o que parece é.


26 ALGUÉM DISSE QUE... QUINTA-FEIRA, 31 DE MARÇO 2022

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“Putin não é Hitler, é certo. Mas a Rússia de Putin é como um quarto escuro com uma pequena janela” Tatiana Vislevskaya, que participou nas principais manifestações anti-Putin em Moscovo “O conceito de bairro social é um luxo para quem conhece as favelas do Rio de Janeiro. Chelas tem ruas lindas” Roberta Medina, produtora do Rock in Rio “Durante a pandemia os ecrãs funcionaram como uma chupeta, uma baby-sitter para as crianças. Agora a situação está descontrolada” Rute Agulhas, psicóloga clínica “Assisti a dois excelentes discursos, nos quais os protagonistas disseram o mesmo: que era todo o interesse que o actual Governo vá até ao fim da legislatura. Um pediu, o outro comprometeu-se” Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, sobre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa a António Costa “Virámos a página da austeridade. Estamos a virar a página da pandemia. Vamos virar a página da guerra” António Costa, primeiro-ministro de Portugal “Agora que ganhou e ganhou por quatro anos e meio tenho a certeza que vossa Excelência sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições, possa ser substituída por outra a meio do caminho” Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, sobre mandato de António Costa “Os ucranianos têm grande coluna vertebral. Têm muita coragem” Joe Biden, presidente dos EUA


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QUINTA-FEIRA, 31 DE MARÇO 2022

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