Atendimento ao público abre segunda-feira no Mercado D. Pedro V
Oatendimento ao público da Câmara de Coimbra vai passar a funcionar junto à zona do peixe do Mercado D. Pedro V, numa deslocalização que quer contribuir para a dinâmica daquele espaço, afirmou hoje o presidente da autarquia.
O serviço de atendimento que até agora funcionava no edifício principal da Câmara Municipal de Coimbra vai passar a ocupar, a partir de segunda-feira, a galeria superior do mercado do peixe, mantendo a mesma capacidade de resposta, com oito postos de atendimento presencial, quatro de ‘backoffice’ e dois postos de consulta de processos.
A mudança para aquela galeria do Mercado D. Pedro V recentemente reabilitado procura aproveitar um espaço que estava sem qualquer utilização e, ao mesmo tempo, “trazer pessoas ao mercado, para lhe dar mais vida e dinâmica”, salientou o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, durante uma visita ao local.
Ao todo, estarão a trabalhar naquela zona do mercado, situado na Baixa de Coimbra, entre 25 e 30 funcionários municipais, num serviço que tem uma média de 100 pessoas atendidas por dia.
Ao mesmo tempo, será possível libertar o espaço onde estava o aten-
dimento no edifício principal da Câmara de Coimbra para a Divisão de Urbanismo do Centro, permitindo juntar no mesmo local todas as divisões de urbanismo (Centro, Norte e Sul), para garantir “uma maior interacção” entre as mesmas, justificou o autarca.
A Casa das Canetas, onde estava essa divisão de urbanismo, vai passar a ser ocupada pelo recém-criado Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento.
Para além do serviço de atendimento, naquela galeria superior do Mercado D. Pedro V ficarão também instalados os fiscais da Divisão de Licenciamentos e Fiscalização de Acti-
vidades do município.
Segundo a vereadora com a pasta da acção social, Ana Cortez Vaz, haverá quatro lugares no parque de estacionamento do mercado reservados a pessoas com deficiência, dois deles junto à rampa de acesso à galeria superior onde funcionará o serviço de atendimento municipal.
Na sexta-feira, face à necessidade de realizar mudanças, o serviço de atendimento na Câmara de Coimbra estará encerrado a partir das 14h00, sendo reforçado o posto disponível na Loja do Cidadão.
O serviço de atendimento ao público vai funcionar, ininterruptamente, das 8h30 às 16h30, de segunda a sexta-feira.
Vereadora Regina Bento/PS/ acusa Câmara de Coimbra de inacção
Regina Bento, vereadora do PS, tece duras críticas ao Executivo Municipal de Coimbra, relativamente aos SMTUC, apontando para uma “clara impreparação do Executivo em diagnosticar os problemas, arranjar soluções e pôr as pessoas a trabalhar em equipa”. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão” defende que Coimbra tem de conseguir fixar pessoas e que a solução passa, também, pela habitação. PÁGINA 7
Ana Moniz à frente da Entidade de Transparência
Há uma dupla satisfação ao ser anunciada a instalação em Coimbra da Entidade para a Transparência: começará a funcionar em Fevereiro no Palácio dos Grilos e a presidente é a Professora Ana Raquel Moniz, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. PÁGINA 6
COLÓQUIO SOBRE A POBREZA
EM PORTUGAL UMA BELA AULA DE SENSIBILIZAÇÃO SOCIAL
Foi uma justificada, oportuna e muito necessária iniciativa, e muito bem conseguida, o Colóquio sobre a Pobreza em Portugal que se realizou no final da semana passada no auditório da Coimbra Business School, organizada por três entidades que têm tudo a ver com essa nobre tarefa de sensibilizar a sociedade para focos de exclusão que as comunidades mais abastadas deixam quase sempre passar em claro, como se não existissem.
Foram estas as entidades promotoras: Comissão Diocesana Justiça e Paz (no Colóquio representada pelo conselheiro Santos Cabral), a Associação Cristã de Empresários e Gestores (dr. Paulo Barra-
DIMENSÕES
das) e Coimbra Business School (pelo Professor Alexandre Gomes da Silva). Se só pelas entidades organizadoras o nível do Colóquio já estaria assegurado, muito mais ficou ainda com os oradores convidados,
ambos estudiosos desde há muitos anos do fenómeno da pobreza em Portugal: Monsenhor Jardim Moreira (presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza e uma das pessoas mais envolvidas nesta temática) e o Pro-
fessor Carlos Farinha Rodrigues, docente há muitos anos no Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa, que nessa qualidade se tem dedicado ao estudo da pobreza no nosso país e que mais tem reflectido sobre esta matéria.
Foi profunda, foi muito bem fundamentada e documentada, a discussão e análise travadas à volta deste tema deveras preocupante. A assistência aguentou a pé firme até que o tempo se esgotasse, absorvendo cada dado informativo dos muitos ali carreados e que terão surpreendido grande parte da plateia, composta na sua maioria por quadros profissionais cultural e socialmente exigentes.
DA POBREZA EM PORTUGAL, DADOS 2020/21
Para que o leitor se possa aproximar da situação de pobreza em que vive parte da população portuguesa, deixamos aqui alguns desses dados avulsos referentes aos anos 2020/21 que se espera sejam melhorados com os elementos que o Instituto Nacional de Estatística divulgará amanhã, dia 20:
– 2.312 milhões de pessoas vivem em risco de pobreza ou exclusão social (22,4%)
– Em 2020, 55% da população pobre era do sexo feminino; 18% eram crianças e jovens com menos de 18 anos; 25% eram idosos; 53% das pessoas em situação de pobreza viviam em agregados familiares com crianças; 14% eram desempregados com mais de 18 anos; 21% eram reformados; 40% viviam em grandes centros urbanos.
–As crianças e jovens constituem um grupo muito vulnerável a situações de pobreza o que potencia a sua transmissão intergeracional, conforme os dados que se seguem: em 2020, 346 000 crianças viviam em situação de pobreza monetária; 18% dos pobres em Portugal eram crianças e jovens com menos de 18 anos; 180 000 crianças em situação de privação material e social severa; 389.000 crianças em situação de pobreza ou exclusão social; em 2020, como consequência dos efeitos socioeconómicos da pandemia, mais de 15,5 milhares de crianças e jovens passaram a viver em famílias pobres.
– A forma de funcionamento do mercado de trabalho constitui um dos principais factores de pobreza e exclusão social, como se documenta a seguir: os baixos salários, a desigualdade salarial, a generalização do trabalho precário desempenham um papel fundamental na manutenção das condições de pobreza; Em 2020, 521 milhares de trabalhadores encontrava-se em situação de pobreza. Os trabalhadores pobres representavam 34% do total da população pobre com
18 ou mais anos; os jovens, no processo de transição do sistema educativo para o mercado de trabalho são particularmente afectados por formas desreguladas de funcionamento do mercado de trabalho.
– A educação permanece como o principal instrumento de redução de pobreza de forma sustentada: 47,5% da taxa de pobreza em 2020 atingia níveis de educação inferior ao 1º ciclo básico, 29% ao 1.º e 2.º ciclos, 21% ao 3.º, 15,2 ao secundário e 7,4 ao superior.
– As dimensões de pobreza fazem-se sentir de forma diferenciada nos diversos territórios, pondo em causa a coesão social e territorial: taxa de pobreza de 15,6% em áreas densamente povoadas, 16,4% em áreas intermédias e 26,2% em zonas pouco povoadas.
– A crise socioeconómica provocada pela pandemia foi profundamente assimétrica e deixa um lastro de desigualdade que nos vai acompanhar por muitos anos, principalmente pelo que aconteceu ao nível do ensino. O afastamento das crianças e jovens do sistema de ensino por largos períodos em 2020 e 2021 vai ter efeitos muito significativos na igualdade de oportunidades e num potenciar acrescido de factores de pobreza e de exclusão social.
Estes são apenas alguns dos muitos elementos carreados para o Colóquio no sentido de uma aproximação maior da sociedade para com este fenómeno da pobreza e/ou exclusão social. Subjaz a estes propósitos uma meta deveras importante: fazer do combate à pobreza um desígnio nacional em que se envolvam cada vez mais as diversas estruturas do nossa sociedade. Tal desígnio assenta na necessidade de combater o conformismo e fatalismo quanto à inevitabilidade da existência da pobreza. A pobreza não é uma fatalidade, é uma consequência de uma errada estruturação social e profunda desigualdade na distribuição da riqueza, dos meios e das oportunidades.
RALLY
E CIRCUITO
DAS BEIRAS COIMBRA ACELERA COM PROVAS AUTOMÓVEIS
Coimbra e a região estão a apostar em provas do desporto automóvel, juntando este ano ao Rally de Portugal (prova do Campeonato do Mundo) a reedição de uma prova com mais de um século.
No dia 11 de Maio, uma quinta-feira, o WRC Rally de Portugal vai começar em Coimbra e terá a prova especial nocturna, a partir das 19h05, provavelmente no mesmo local do ano passado, em Santa Clara.
Para além de Coimbra o Rally entusiasma também os concelhos da Lousã, Góis, Arganil e Mortágua. É que a forte projecção turística e o grande peso económico que a prova tem nos concelhos abrangidos é comprovado pelo impacto recorde que a competição gerou na economia nacional em 2022, superior a 153,7 mil euros, mais 12,5 mil euros (8,9%) face à edição de 2019 (antes da pandemia), segundo um estudo da Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR) da Universidade do Algarve.
“O rally representa a maior e melhor oportunidade para continuarmos a projectar o nosso concelho nacional e internacionalmente e contamos com uma nova enchente, depois do sucesso do ano passado”, destaca o presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa.
Enaltecendo a ligação histórica e afectiva que existe entre o rali e o seu concelho, o autarca da Lousã, Luís Antunes, reconhece a dimensão avultada que tem e sempre teve na Lousã, muito graças a troços desafiantes e muito técnicos e à fantástica envolvente natural da Serra da Lousã. Já para
Rui Sampaio, presidente da Câmara Municipal de Góis, os benefícios da passagem do rali pelo concelho e pela região não se esgotam no dia da classificativa, estendendo-se aos dias que antecedem e procedem à prova.
“O retorno económico para os territórios que atravessa é muito importante e, desta forma, constitui um poderoso instrumento de combate às assimetrias regionais”, refere, por outro lado, Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, destacando “a grande notoriedade internacional gerada para a região, que se afirma cada vez mais como destino privilegiado para os adeptos de todos os desportos.
Outra prova automóvel que acontecerá este ano, de 14 a 17 de Setembro, será a reedição do Circuito das Beiras que se realizou em 1903 e que vai ligar Coimbra a Castelo Branco e à Guarda, com mais de 400 quilómetros e que se quer que seja feita com carros até 1968.
As inscrições para a prova já decorrem, estando previsto um máximo de cerca de 40 equipas, segundo Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre, entidade que vai organizar o Circuito das Beiras, em parceria com os Municípios de Coimbra, Castelo Branco e Guarda.
Para além dos Municípios, o Circuito das Beiras terá também outros parceiros, como o Museu do Caramulo, que garante a primeira inscrição na prova com um Darracq idêntico àquele que venceu a competição em 1903, conduzido na altura por Tavares de Melo, um nome importante na dinamização do automobilismo naquela época no país.
PS DE COIMBRA JÁ HÁ PRETENDENTES PARA SUBSTITUIR NUNO MOITA
Opresidente da mesa da Comissão Política da Federação de Coimbra do PS, Pedro Coimbra, defende a realização de eleições para escolher um novo líder após a demissão de Nuno Moita do cargo, conforme reiterou ao “Campeão”.
“Parece-me inevitável que haja eleições”, declara o também deputado Pedro Coimbra, realçando que a presidência da Federação “é um cargo uninominal, com competências próprias”, para o qual Nuno Moita foi reeleito no início de Novembro de 2022, derrotando o seu adversário na pugna, Victor Baptista.
O antigo deputado João Portugal, opositor de Nuno Moita na sua primeira eleição, integrou há dois meses uma candidatura conjunta com o ex-adversário, tendo assumido o lugar de vice-presidente da Federação de Coimbra e já disse que está disponível para concorrer à liderança. “Estou a auscultar as bases, as estruturas e dirigentes distritais do partido e tomarei uma decisão”, referiu.
Na opinião de Victor Baptista, “Nuno Moita assumiu a sua demissão de presidente da Federação de Coimbra, num acto que a sua consciência ditou”. “Reconheceu não ter condições políticas para dirigir a Federação e, nesta matéria, coincidimos na análise política federativa”, adiantou, lembrando que a democracia portuguesa vive “um período de exigência e de escrutínio a que todos estão sujeitos”. “Ainda recentemente fui candidato e na campanha fui informando que seria candidato a dois momentos. Mantenho a minha disponibilidade de candidatura à liderança da Federação”, anunciou Victor Baptista.
Recorde-se que Nuno Moita, presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, apresentou a demissão
da liderança distrital do PS, justificando a decisão com o propósito de “proteger, defender e salvaguardar a imagem do partido”, uma semana após ter sido condenado a quatro anos de prisão, com a execução da pena suspensa.
E DA CÂMARA?
As reacções dos partidos da oposição não se fizeram esperar, com o PSD de Condeixa-a-Nova a defender que o presidente da Câmara, Nuno Moita, deve renunciar ao cargo pelas mesmas razões invocadas na sua demissão da liderança da Federação de Coimbra do PS. “Os valores deveriam ser iguais. Então de que é que o presidente está à espera para sair da Câmara Municipal?”, questiona a presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, Diana Pereira Santos.
Também o coordenador do partido Chega de Condeixa-a-Nova solicitou a demissão do presidente da Câmara local. “Face à tomada de decisão do presidente em abandonar a Direcção da Federação PS de Coimbra, o espaço na frente dos comandos da Câmara Municipal está esgotado”, considerou Otávio Ferreira, que citou o presidente do PS, Carlos César, que, no sábado, em Coimbra, no final da Comissão Política Nacional do partido, afirmou que os sucessivos casos que tem afectado o partido e o Governo socialista “servem para se aprender e não se repetirem”.
A demissão de Nuno Moita também é defendida pela Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Coimbra, destacando que apesar do autarca não ter ficado legalmente impedido de continuar a exercer o cargo de presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, encontra-se “numa situação politicamente diminuída”.
“COIMBRA COLECTIVA” PROPÕE-SE ENVOLVER MAIS A CIDADE NA VIDA PÚBLICA
ACoimbra Colectiva promoveu no sábado da semana passada uma interessante e inovadora iniciativa que juntou mais de de 150 pessoas nas antigas instalações, agora desocupadas, da Coimbra Editora, ali na zona do Arnado. Mais pessoas teriam sido se as inscrições não tivessem fechado uns dias antes, porque a ideia estava a mobilizar mais gente do que inicialmente se esperava. Mas já lá vamos à iniciativa que essa tanta gente juntou.
A Coimbra Colectiva é um órgão de comunicação social que se afirma independente e que percorre um trilho diferente dos meios tradicionais. Trabalha online e assume-se como uma plataforma de jornalismo de soluções. Isto quer dizer o quê? Se bem entendemos, e temos acompanhado com relativa proximidade a sua actividade dos últimos tempos, tudo terá começado com o propósito de mexer com a cidade de Coimbra e abanar o imobilismo de que padece e lhe tem condicionado o desenvolvimento. Como órgão de comunicação social que é, e como tal está constituído, noticia, intervém, diz o que pensa mas propõe-se a mais do que isso. Quer tirar as pessoas do sofá, combater o comodismo e envolvê-las na discussão dos assuntos de interesse público que marca a passada e o ritmo de desenvolvimento de Coimbra. Juntaram-se uns tantos, depois mais outros, todos com sensibilidade para a comunicação e disponibilidade para contribuir para o projecto. Hoje são já bastantes e –há que reconhecê-lo sem falsas lisonjas—nota-se ali muita qualidade, pelo que ninguém se surpreenda se o projecto se afirmar, crescer e vingar. Tudo dependerá da capacidade
que tiver para envolver Coimbra na discussão do seu próprio destino, intervindo, participando, sugerindo, propondo, e da forma como a comunidade se deixar envolver nesse mesmo propósito.
A ver pelo que se passou no sábado passado, esse envolvimento já dá algumas passadas firmes. Respondendo ao desafio da ideia/projecto lançada pela Coimbra Colectiva, inscreveram-se aquelas pessoas todas atrás referidas, convidadas a conhecer, e eventualmente iniciar, uma diferente participação cívica. Foi assim: vieram quatro promotores de iniciativas bem sucedidas de diferente natureza e diferentes locais (Adriana Mano, Alfredo Abreu, Sandro Resende e Miguel Antunes), apresentados como um “painel de quatro geradores de impacto que partilharam casos práticos de transformação”. Apresentaram esses casos da forma o mais simplificada possível, explicaram os projectos de que foram ou são responsáveis. A ideia, se bem apreendemos, era mostrar àqueles expectantes participantes, os tais 150 mais coisa menos coisa, que as coisas são possíveis, se lhes dermos, em genuidade, novidade, razão de ser e necessidade, um contributo crescentemente motivador.
IDEIAS NÃO FALTARAM E NINGUÉM FOI DE ABALADA
Depois passou-se a uma segunda fase. As pessoas agruparam-se em 24 mesas e foram convidadas a conceberem um projecto para a cidade, fosse criado ali naquela altura ou viesse de casa já com parte do caminho feito. Todo o mundo, uns conhecidos, quase todos a conhecerem-se só ali, se pôs ao trabalho e, sempre motivados pela organização que não dava
muito espaço ao fazer de conta. Todos os grupos discutiam as ideias/projectos entre si, acrescentando, modificando, corrigindo. Conforme entendessem. Trabalho terminado, seguiu-se o cafezito relaxante e toca a cada qual dos grupos a apresentar aquilo que pensaram que poderia valorizar a cidade de Coimbra. Destas 24 ideias foram selecionadas umas tantas (15), as melhores na perspectiva de um júri constituído pelo painel de convidados de que falámos no início, e essas melhores agora terão um percurso a fazer no decorrer de novos encontros a isso destinados e a preparar para o efeito. Foi essencialmente isto o que se passou.
DUAS OU TRÊS IDEIAS A RETER
1) Desta centena e meia de pessoas a maioria era jovem e acima dos cinquenta não haveria muitos
2) Quem participou fê-lo com entusiasmo. Tem ideias, umas mais concretizáveis que outras mas todas a mostrar uma assumida vontade em participar, abrindo-se a uma nova concepção de partilha e disponibilidade cívica. No fundo, será este o propósito primeiro da própria Coimbra Colectiva que pretenderá estimular aquilo a que designa como uma “Geração Colectiva”.
3) Coimbra/instituições, Coimbra mais idosa, não se deu muito por elas. Estudantes e quadros profissionais terão sido a maioria.
4) Quem estará por detrás? Não nos parece que o grupo dinamizador precise muito de importar saber, entusiasmo, sentido de cidadania e outros condimentos motivadores. Em quem está nota-se vontade de estar, de participar, vontade de ssensibilizar e motivar a
comunidade e estamos em crer que parte dela responderá às chamadas que se fizerem, se sadias se mantiverem.
5) De política, de política partidária nem cheiro. Nem disso se falou. Não passaram por aí as águas do Mondego de sábado passado.
6) Quem apoia? Então não haverá apoios? Alguns com certeza e o maior deles será o entusiasmo de cada qual que integra a organização e que sabe o papel que lhe cabe. Nota-se que a máquina está oleada.
7) Então não são precisos outros apoios? Não há despesas? Há de certeza e por isso a Coimbra Colectiva assume-se não só disponível como interessada em que a sociedade a ajude a concretizar os seus planos. Recebe donativos, grandes ou pequenos, desde que não sejam presentes envenenados: não condicionantes da independência do projecto e não estejam à espera de ganhos que não seja a valia desse mesmo projecto, se com ele se identificarem, na certeza de que não é gato escondido com rabo de fora. Mas já há alguns apoios? Alguém tem de pagar as despesas que estas realizações acarretam. Portanto alguns apoios haverá, pequenos que sejam. Até que outros surjam e bastem para manter e desenvolver o projecto, entre a equipa haverá possivelmente quem disponibilize a generosidade possível. Mas a ideia não é essa. A ideia é que a comunidade ajude a suportar o projecto, sendo certo que trabalho remunerado ali não haverá, pelo menos para já.
8) Das diversas ideias/ propostas apresentadas, a reabilitação da Baixa foi a que mais contributos teve. Três em 24 já é uma pequena amostra.
FIGURAS a s c e n s o r A SUBIR
JOSÉ BELO – Vive há vários anos na Dinamarca onde desenvolve intensa e meritória actividade que já lhe valeu importante distinção, na altura noticiada pelo “Campeão das Províncias”. Filho do antigo atleta da Académica de Coimbra, com o mesmo nome, acabou por “arrastar” o pai para o pé de si, depois da reforma atingida. Nova mudança se prepara agora na vida de José Belo, o filho, já que nos acaba de chegar a notícia que foi contratado pela Shell Global, empresa de combustíveis e similares, uma das maiores empresas mundiais do ramo, com sede global em Londres, para onde irá trabalhar. Foi contratado para integrar a equipa da área da privacidade - Data Privacy Sénior Legal. A sua vida vai assim levar uma volta, obrigando Belo a mudar de ares e, muito provavelmente, de mão dada com o pai, como tem sido ao longo da vida. Sempre que um conterrâneo nosso tem sucesso seja lá onde for, o nosso orgulho de cidadãos de Coimbra cresce mais um bocadinho.
A descer
ANDRÉ VENTURA – Não tem necessidade, nem estamos a ver que ganhe alguma coisa com isso junto do eleitorado, em ultrapassar os limites da correcção para afirmar as divergências que tiver, seja com quem for e muito mais com o presidente dum país amigo de Portugal como é e sempre foi o Brasil. Quando está nas funções de deputado, Ventura é mais, muito mais, que um simples cidadão. Faz parte de um órgão de soberania e como tal se deve conduzir. Tem lá algum jeito a Assembleia da República deixar passar (ainda bem que Santos Silva não deixou passar) um insulto daqueles (chamar “bandido” a Lula da Silva), acabado de eleger presidente do Brasil? Que necessidade tem André Ventura de cometer esses excessos, para mais quando a vida política portuguesa lhe dá todos os dias motivos de reacção e discordância para fazer valer a sua impetuosidade política?) Lula da Silva até podia ser o diabo e não será com certeza, se não o povo brasileiro não o teria escolhido para conduzir os destinos do seu país. Mas, que diabo fosse, o cargo que ocupa, o Brasil enquanto estado soberano amigo, o povo brasileiro que tão bem e carinhosamente acolheu milhões de portugueses desde pelo menos os inícios do século passado, não mereciam, nem merecem, um insulto daquela natureza. Ventura tem que aprender, se humilde for, que quando se trata assim alguém –e Lula da Silva nem sequer é um alguém qualquer – o insultado não é o destinatário. O insulto faz ricochete e atinge o próprio. André Ventura irá aprender à sua própria custa que utilizar mal as razões que possa ter é pior que não ter razão nenhuma.
VEREADOR DA CULTURA – Foi feliz, muito feliz, aquela ideia do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra em evidenciar o centenário da Biblioteca Municipal com tarjas alusivas, impressas com belas mensagens que distribuiu pelas ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges. Só não entendemos a razão por que não integrou a rua da Sofia na iniciativa, puxando-a Sofia cá mais para trás e tratando-a com o relevo que ela merece e bem justifica. A não haver uma razão justificativa, que raio de mal tem a Rua da Sofia – apesar do seu curriculum histórico ser um dos mais brilhantes dos espaços públicos da cidade – para a tratarem tão mal ( ou, no mínimo, não a tratarem bem)? Porque é sistematicamente excluída ora disto ora daquilo, quando está ali a
figura da semana
O Rotary Clube dos Olivais distinguiu, na sua reunião de segunda feira passada, Paulo Barradas como o empresário do ano. Preside neste momento ao Clube Rotário a drªa Teresa Almeida Santos e todos os anos é distinguida uma pessoa que no desempenho da sua actividade se tenha destacado. O critério da distinção é rigorosamente ponderado em cada caso concreto e a decisão deste ano está seguramente a coberto de qualquer discordância, dentro e fora do Rotary Clube dos Olivais, tal o prestígio e o percurso do dr. Paulo Barradas, timoneiro da Blupharma (e outras empresas que integram o grupo), uma das mais prestigiadas empresas do país na produção de medicamentos e ele próprio um profissional de mão cheia por todos reconhecido como um profissional de excelência. Este caminho de desenvolvimento sustentado tem a Blupharma vindo a percorrê-lo ao longo dos anos, com um acréscimo de intensidade nos últimos tempos, trazendo a empresa de uma equipa de colaboradores na ordem de várias dezenas para as muitas centenas que hoje integra (cerca de 800) e com perspectivas de dentro de alguns anos outros mais vier a integrar, dados os planos que tem para os terrenos que adquiriu em Cernache onde em tempos existiu a Poceram. Mas outros empreendimentos estão igualmente a ser ponderados e estudados, de entre eles um hotel na zona de Santa Clara. O reconhecimento do dinamismo, mérito e elegância de trato de Paulo Barradas é reconhecido por toda a gente e o próprio Primeiro-Ministro o visitou na semana passada, tecendo judiciosas considerações pelo desenvolvimento da estrutura empresarial e pelo prestígio, saber e capacidade de realização do seu timoneiro. Este reconhecimento não perde de vista uma outra unidade que a Blupharma tem praticamente pronta e se prepara para inaugurar a 1 de Março, na zona de Eiras, ao lado da Makro, na Rua Adriano Lucas. É uma unidade de produção completamente nova e que se destina à produção de remédios genéricos de elevada potência destinados ao combate da doença oncológica que tantas preocupações traz para a sociedade em geral. O presente e o futuro da Blupharma desenvolvem-se hoje por diversos locais de quatro freguesias diferentes mas sempre no espaço de Coimbra: S. Martinho do Bispo, Eiras, Taveiro e em breve Cernache. Mas novos empreendimentos virão a seu tempo. Paulo Barradas é hoje, claramente, e desde há anos, um dos activos profissionais de que Coimbra mais se orgulha, pelo que bem andou o Rotary Clube dos Olivais ao transmitir-lhe isso mesmo, numa homenagem que transportou consigo muito de gratidão.
reiniciou há cerca de um ano o trabalho a nível internacional de uma Equipa de Conjunto Sénior, que participou com grande nível em várias competições, nomeadamente nos Campeonatos da Europa e do Mundo e de 2022.
DANIEL TAVARES LOPES – Foi o vencedor da 5.ª edição do Law and Technology Award, promovido pelo Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e actualmente a frequentar o Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas na mesma instituição, Daniel Tavares Lopes apresentou o trabalho “Requiem pelo Direito Fiscal Internacional: as disrupções causadas pelas empresas da Economia Digital. O caso em particular do Spotify”, que analisa os novos problemas trazidos à tributação internacional pela desmaterialização que tem vindo a ser operada pela economia digital. A partir do exemplo do Spotify, o texto reflete sobre a conveniência de tributar onde o valor é criado.
BRUNA SIMÕES – A ginasta, do Centro Norton de Matos, foi convocada pela Federação de Ginástica de Portugal (FGP) para fazer parte da Equipa Nacional de Conjunto Sénior de Ginasta Rítmica. A FGP
dois passos, mesmo aos pés da Praça 8 de Maio? Coimbra, e a Baixa em particular, não ganhariam se puxassem as ruas centrais até ao Tribunal, pelo menos? As tarjas serão assim tão caras? Os estrangeiros que nos visitam não sairiam daqui mais enriquecidos e satisfeitos? Os comerciantes não se sentiriam “gente da cidade”? Com tanta igreja e com tantas manifestações de espiritualidade ao longo da história, com tanto saber ministrado naqueles monumentos agora sempre fechados, que raio fez a rua da Sofia para ser politicamente excomungada desta maneira? É certo que isto já vem de longe mas não é fácil a gente habituar-se a esta ideia da rua da Sofia ter sido deserdada.
ANA FILOMENA AMARAL – É a única escritora do mundo lusófono convidada a participar na 16.ª edição do Festival Literário de Jaipur, que decorre de 19 a 23 de Janeiro na cidade indiana, entre mais de 300 oradores. A escritora, residente na Lousã, terá, este ano, o seu romance “A casa da sorte” publicado na Índia, em Bengali, com apoio da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Instituto Camões. É autora da única trilogia de ficção ambiental do mundo, “Mãe Nossa”, composta pelos romances “O Director”, “Gelos” e “Desertos”, já publicados em várias línguas.
SANDRA PASSINHAS – A professora auxiliar e subdirectora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) foi nomeada representante portuguesa no Comité dos Serviços Digitais previsto no art. 88.º do Regulamento dos Serviços Digitais. Obteve o grau de mestre em 1999, na FDUC, com uma dissertação de mestrado intitulada “Os poderes da assembleia de condóminos e do administrador na propriedade horizontal”. Doutorou-se, em 2010, no Instituto Universitário Europeu, em Florença, e em 2016, defendeu um segundo doutoramento, na FDUC. É organizadora e participante em vários seminários, workshops e congressos sobre Direito do Consumidor, e é autora de várias publicações na matéria.
MIGUEL MORGADO – Uma homenagem de sentida gratidão foi expressa pelo director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) em relação ao Dr. Miguel Morgado, que faleceu no dia 11 de Janeiro, em Bruxelas. Natural de Condeixa-a-Nova, com 61 anos, Miguel Morgado leccionou na FEUC e esteve na criação da Associação de Antigos Estudantes desta Faculdade. Em 1992 ingressou no Banco Europeu de Investimento (BEI), instituição onde “assumiu cargos de grande responsabilidade que lhe valeram a admiração de inúmeras personalidades e instituições da União Europeia, de empresas e governos nacionais”, realça o director da FEUC, Álvaro Garrido.
ACTUALIDADE / SAÚDE
DE JANEIRO DE 2023
COIMBRA RECEBE EM FEVEREIRO ENTIDADE PARA A TRANSPARÊNCIA
Foi com satisfação que foi recebida em Coimbra a confirmação oficial da instalação no Palácio dos Grilos da Entidade para a Transparência (EpT), anunciada pelo Tribunal Constitucional, assim como ter na presidência Ana Raquel Moniz, Professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
A Entidade para a Transparência deverá começar a funcionar em Fevereiro, depois da conclusão da primeira fase da requalificação do Colégio de Santa Rita, mais conhecido como Palácio
dos Grilos, conforme destacou o Reitor da Universidade de Coimbra, sublinhando que a instituição procurou sempre “disponibilizar todas as condições necessárias” para que essa instalação pudesse acontecer.
A Câmara Municipal saudou a Universidade por todos os esforços desenvolvidos e considerou que a vinda da Entidade para a Transparência para Coimbra pode ser “um importante passo para que Coimbra possa ter outros desenvolvimentos na área da Justiça, que ainda estão em avaliação e
FEDERAÇÃO
relativamente aos quais aguarda respostas do respectivo Ministério”.
Recorde-se que a Universidade de Coimbra avançou em Setembro passado com uma primeira fase de reabilitação do Palácio dos Grilos, orçada em 140 mil euros, pensada para tornar aquele edifício compatível com a instalação da Entidade para a Transparência.
“Logo que recebidos os equipamentos e o mobiliário encomendados, serão disponibilizados espaços adequados de trabalho para os três dirigentes da EpT e
mais três funcionários, o que se prevê que ocorra durante o mês de Fevereiro”, referiu o Tribunal Constitucional (TC).
A instalação da EpT ficará concluída com a finalização da segunda fase dos trabalhos, um processo que o TC prevê que demore “um máximo de seis meses”.
A Entidade para a Transparência, aprovada em 2019 e que aguarda instalação desde então, vai fiscalizar as declarações únicas de rendimentos, património e interesses dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos.
RESERVAS DE SANGUE COM NÍVEIS PREOCUPANTES
o mês de Dezembro que lhe antecede”.
AFederação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) apela à doação de sangue urgente por parte da população. O alerta surge da necessidade de evitar a falta de sangue nos hospitais.
“A última informação, disponibilizada pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), datada do dia 27 de Dezembro de 2022, dava já conta de reservas limitadas em diversos grupos sanguíneos, designadamente A-, B-, O+ e O-“, explica a FEPODABES.
A mesma entidade acrescenta que “o mês de Janeiro é historicamente um mês de diminuição muito significativa das dádivas, devido a diversos factores circunstanciais há muito identificados: ligados aos feriados, pontes, época festiva do Natal e do início do ano durante
Além destes, também as gripes, infecções respiratórias e outras doenças são factores relevantes que provocam uma diminuição da disponibilidade por parte dos dadores. “Verificamos actualmente todas as condições para a ocorrência da ‘tempestade perfeita’ para uma falta de sangue de proporções verdadeiramente históricas e preocupantes”, revela, ainda, o presidente da direcção da FEPODABES, Alberto Mota.
De acordo com o responsável, nos últimos dias, “têm chegado à FEPODABES relatos preocupantes, existindo o risco real de cancelamento de cirurgias devido à escassez de sangue”. Alberto Mota critica a falta de actualização diária por parte do IPST relativamente às reservas de sangue que, até há pouco tempo, era disponibilizada no site www.dador.pt. “Esta decisão incompreensível
e reveladora de falta de transparência veio também contribuir para a desmobilização generalizada dos dadores, pois falta-lhes informação que os sensibilize para a necessidade da dádiva e que crie o sentido da importância - e por vezes urgência - do seu gesto benévolo”, comenta.
Segundo a FEPOBADES, “a esmagadora maioria dos serviços de sangue dos hospitais que fazem recolha de sangue, bem como a generalidade das acções realizadas pelo próprio IPST, são
realizadas sobretudo em horário laboral e durante os dias úteis da semana”. Uma situação que dificulta que muitos cidadãos possam mobilizar-se para fazer as suas doações.
Nesse sentido, e na opinião de Alberto Mota, “é necessário ir ao encontro dos dadores e não esperar pela diminuição das dádivas para apelar à dadiva, que é aquilo que sistematicamente sucede, revelando uma preocupante ausência de estratégia por parte do IPST”, remata.
s a ú d e
ESENFC DESENVOLVE MANUAL DE COMPANHAMENTO À DISTÂNCIA DE DOENTES CRÓNICOS
Vários especialistas de instituições de quatro países, nomeadamente Bangladesh, Finlândia, Portugal e Vietname, estiveram na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), a concluir um manual que orientará a implementação de um modelo educativo pensado para capacitar estudantes asiáticos de áreas da saúde para o uso de tecnologias no acompanhamento à distância de pessoas com doença crónica. Este manual, assim como um conjunto de seis artigos científicos que espelham os resultados de estudos empíricos feitos com grupos de alunos de Enfermagem e de Medicina daqueles dois países asiáticos fazem parte de um trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito do projecto “DigiCare - Educating students for digitalized health care and coaching of their patients”. Cofinanciado pela União Europeia, o projecto é coordenado pela Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (Finlândia), com a coliderança da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e a participação de mais cinco instituições: duas do Vietname e três do Bangladesh.
CAFÉ É BENÉFICO NA DOENÇA DO FÍGADO GORDO NÃO ALCOÓLICO
Um estudo da Universidade de Coimbra (UC) revelou que o onsumo de café está associado a menor gravidade da doença de fígado gordo não alcoólico em pessoas com diabetes tipo 2. A cafeína, os polifenóis (substâncias com função antioxidante) e outros produtos naturais encontrados no café “podem contribuir para reduzir a gravidade da doença de fígado gordo não alcoólico em pessoas com excesso de peso e diabetes tipo 2”, referiu a UC. O estudo contou com a participação de 156 voluntários, recrutados pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, “obesos de meia-idade, dos quais 98 [62,8%] apresentavam diabetes tipo 2”, além de uma entrevista sobre os hábitos de consumo de café, “foram ainda recolhidas amostras de urina para analisar os metabolitos da cafeína e outros – os produtos naturais que resultam da degradação do café no organismo”.
CHUC COM CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL NA UNIDADE DE QUEIMADOS
A Unidade de Queimados (UQ), unidade integrante do Serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), recebeu, pela European Burns Association (EBA), a certificação como Centro de Queimados Europeu de alto nível. Esta atribuição cumpre os exigentes critérios em termos de estrutura física, qualificação científica dos profissionais, recursos técnicos e qualidade dos cuidados médicos prestados aos doentes.
OBRAS NO CENTRO DE SAÚDE FERNÃO DE MAGALHÃES VÃO CUSTAR MAIS
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) anunciou, recentemente, que as obras para a construção do novo Centro de Saúde da Rua Fernão de Magalhães, em Coimbra, sofreu um atraso e terão um custo mais elevado, um aumento de 550 mil euros. “O Centro de Saúde da Fernão de Magalhães, em Coimbra, sofreu um atraso resultante de um conjunto diversificado de factores, que, encadeados, fizeram derrapar a obra em cerca de nove meses”, disse a ARSC. O novo centro de saúde, que deveria ter entrado em funcionamento em 2022, prevê-se agora que seja inaugurado apenas no “segundo trimestre de 2023”, acrescentou. Segundo a ARSC, o atraso prende-se, sobretudo, “com a conjuntura verificada na construção civil, nomeadamente a falta de mão-de-obra, materiais de construção seleccionados em fase de projecto, mas que se encontravam esgotados durante execução da obra, bem como imprevistos durante o processo de construção”.
APELA À DOAÇÃO
Existe o risco real de cancelamento de cirurgias devido à escassez de sangueA Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar realizam, no dia 27, pelas 16h30, na Sala Maria Serpa dos Santos, um seminário aberto sobre o tema “EFSA’s Mission on Risk Assessment issues”.
PRESIDENTE É ANA MONIZ DA FACULDADE DE DIREITO
TRABALHO VEREADORA DA OPOSIÇÃO AFIRMA QUE COIMBRA PIOROU NESTES 14 MESES
Regina Bento é administradora hospitalar no Hospital de Cantanhede, foi membro do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Centro e foi administradora dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra. Foi vereadora na Câmara Municipal de Coimbra no mandato 2017-2021 e agora é vereadora da oposição (PS), na sequência das eleições realizadas a 26 de Setembro. Agora sem pelouros, já foi vogal do Conselho de Administração dos SMTUC – Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos. Regina Bento lamenta as decisões despesistas do actual Executivo, nomeadamente com a criação de novos gabinetes sem nenhum trabalhador afecto e não poupa críticas à gestão municipal relativamente aos transportes, apontando para uma falta de coordenação.
Campeão das Províncias [CP]: Já recuperaram da morte de Carlos Cidade?
Regina Bento [RB]: O Carlos Cidade foi uma perda incontornável e difícil de superar. Várias vezes dou por mim a pensar “como ou o que ele faria”, é uma referência dada a experiência que tinha e que só o tempo vai ajudando a ultrapassar. Eu fui convidada, em 2017, para integrar a lista de Manuel Machado, não tenho uma carreira política, a única experiência que tive, a este nível, foi a autárquica e com a morte do Carlos Cidade dei por mim a ter que liderar a bancada do maior partido da oposição.
[CP]: Sendo independente, o partido tem-lhe dado liberdade nas tomadas de posição?
[RB]: Sim, muito mais do que estava à espera e do que até queria no início, porque quem não tem experiência política precisa de mais suporte e orientação. Tenho o cuidado de validar as minhas posições, nomeadamente aquelas mais assertivas e mais duras, agora com o novo presidente da Concelhia de Coimbra. Aceitei este desafio como um compromisso por Coimbra e se defendê-la passar por assumir posições firmes junto do Governo, pois assim será.
[CP]: Como é que está a ser este mandato?
[RB]: Não está a ser fácil porque de dia para dia vamos vendo a cidade a ficar pior. Fui vereadora durante quatro anos e custa ver os serviços a degradarem- se e as pessoas a terem a sua vida cada vez mais difícil. O nosso papel é denunciar o que está mal e tentar corrigir o rumo.
Eu acho que o actual Executivo não tinha noção do que é governar uma cidade e está a revelar níveis de impreparação que não estaríamos à espera. Quando estava na oposição, José Manuel Silva era muito determinado, assertivo e convicto de que conseguia
momento de transição em termos de quadros comunitários, estamos a encerrar o 2020 e o 2030 ainda não arrancou, claro que faz diferença, mas isso não pode ser desculpa para culpar o Executivo anterior. Nós também tivemos de lidar com uma Pandemia.
[CP]: A vereadora criticou a reestruturação recente do executivo, porquê?
[RB]: Porque o Presidente afirma constantemente que estamos com um orçamento de guerra e depois apresenta uma es-
As pessoas não querem desculpas, querem soluções
mudar as coisas para muito melhor e neste momento o que está à vista é que não resolve, não faz, mantém um registo de desculpabilização permanente e vemos os serviços a degradarem-se de dia para dia. Estamos com 14 meses de governação, estamos a chegar a meio do mandato e as pessoas não querem desculpas, querem soluções. O tempo para fazer já chegou.
[CP]: O actual Executivo queixa-se da herança deixada pela governação anterior, tem razão?
[RB]: Claro que não tem razão. O actual presidente foi vereador da oposição durante quatro anos, portanto sabia exactamente ao que vinha. Estamos num
trutura que representa um custo acrescido de quase mais um milhão de euros por ano e nomeia chefes para gabinetes que não têm qualquer trabalhador afecto. Qualquer Executivo tem o direito de fazer a sua reestruturação orgânica e adaptar a estrutura da Câmara ao seu programa político. O que eu critico e não acho legitimo é fazê-lo de uma forma despesista. Não é fácil ter trabalhadores para tanto gabinete e tanta divisão, são 81 unidades orgânicas neste momento. Se estivesse num próximo Executivo do PS, naturalmente que iria cortar alguns gabinetes.
[CP]: Como é que vai resolver a questão dos transportes?
[RB]: Não sou eu que estou no governo da cidade. Claro que ninguém faz tudo bem, mas o PS fez um grande investimento nos SMTUC. Os autocarros neste momento não andam porque não têm sido mantidos. É inimaginável terem 75 autocarros imobilizados. Nestes 14 meses houve muita inacção. A frota não envelheceu radicalmente de um ano para o outro! Há vários factores que explicam este caos, desde logo, a clara impreparação do Executivo em diagnosticar os problemas, arranjar soluções e pôr as pessoas a trabalhar em equipa. Depois, a proposta de internalização gerou grande discussão, andámos meses a discutir isso e isso gerou uma enorme desmotivação dos trabalhadores, houve plenários todas as semanas, greves, isto tudo degrada os serviços. As pessoas em vez de estarem focadas no trabalho andam preocupadas com o seu futuro e com o futuro da instituição. Além disso, há mais de seis meses que os SMTUC estão sem chefe de divisão da manutenção. Este Executivo nomeia chefes para tudo e depois deixa estar uma divisão tão importante sem coordenação, porque a presidente do Conselho de Administração dos SMTUC não renovou a comissão do chefe da divisão e depois não conseguiu arranjar ninguém. A vereadora Ana Bastos garantiu que iria abrir concurso, o que
não aconteceu, mas agora finalmente foi nomeado um chefe para a divisão de manutenção dos SMTUC. O caos que estamos a viver nos transportes é claramente consequência de falta de trabalho, de capacidade de implementar soluções e de incapacidade de coordenação por parte do Executivo.
[CP]: A compra dos autocarros no Barreiro foi uma decisão feliz?
[RB]: Isso foi uma decisão deste Executivo e eu não critico a compra de autocarros usados. O plano de renovação da frota terá de ser misto, dado o elevado custo dos autocarros eléctricos novos. O que eu não percebo é terem sido tão críticos do PS
milhões para a estratégia da habitação.
[CP]: E em relação à integração do Hospital de Cantanhede no CHUC, vê isso como uma solução ou como uma ameaça?
[RB]: Cantanhede é um hospital de proximidade e isso é muito importante, temos uma população muito envelhecida. Estou expectante, tanto pode ser uma ameaça como uma oportunidade, depende da forma como for gerido o processo de integração. Cantanhede tem cerca de 20 consultas de diferentes especialidades, tem exames de diagnóstico e terapêutica, tem cirurgia de ambulatório, tem unidade de cuidados continuados,
na aquisição de autocarros usados e depois fazerem exactamente o mesmo. O PS, nos oito anos que esteve no governo da cidade, fez um investimento de mais de 15 milhões de euros nos SMTUC, comprou 78 autocarros (novos e usados), o que dá uma média de quase dez por ano. Podia ter comprado mais, mas teria de deixar de investir noutras áreas.
[CP]: Acredita nos benefícios do Metro?
[RB]: Esta é uma fase difícil, mas acredito que o Metro vai revolucionar a cidade. É fundamental criar hábitos de utilização do transporte público. O processo do Metro tem sido incompreensível, mas agora já todos acreditamos que o processo é irreversível. Os transportes vão ajudar a manter por cá as pessoas, mas o problema da habitação não ajuda e nesta área o Executivo também pode fazer mais. Pode comprar casas, pode recuperar e pode colocar no mercado de arrendamento a preços controlados. Era preciso um programa muito focado neste âmbito, a habitação é absolutamente fundamental para fixar pessoas, nomeadamente jovens. Há dinheiro para isso, há 60
sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro.
de convalescença, e paliativos. É um serviço que está à mão das pessoas. Há questões de estatuto jurídico, Cantanhede ainda é do sector administrativo do Estado e a ideia é que todos os Hospitais passem todos a ser EPE’s e para isso tem que ter alguma dimensão. As minhas reservas têm que ver com as experiências que conhecemos, nomeadamente, o caso do Hospital dos Covões. Tenho esperança que se aprenda com os erros e agora se faça melhor.
[CP]: Coimbra ganhou com estes 14 meses?
[RB]: Não. E não só não ganhou, como piorou. A cidade está toda em obras e o que é preciso é encontrar soluções. O presidente não pode continuar a atacar a oposição, em todos os lados, sobretudo nas redes sociais, numa postura completamente defensiva, apesar de ser uma estratégia de comunicação para desviar atenções das suas próprias incapacidades e responsabilidades. Mas a verdade é que passaram 14 meses e se José Manuel Silva conseguir fazer alguma obra vai ser o Muro das Lamentações de Coimbra.
PATROCÍNIO:Praça da República aosREGINA BENTO ACUSA EXECUTIVO DE COIMBRA DE FALTA DE COORDENAÇÃO E
ACTUALIDADE
REGINA ANACLETO DISTINGUIDA
PELA ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA
Decorreu na Academia Portuguesa da História a entrega das insígnias de Académica de Mérito à Professora Doutora Regina Anacleto, docente e investigadora jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Os membros da Academia agrupam-se em cinco categorias, sendo os Académico de Mérito, “eleitos de entre os académicos de número ou de entre os historiadores nacionais e estrangeiros que mereçam ser distinguidos pela sua obra histórica ou serviços excecionais”.
A distinção atribuída e entregue no passado dia 11 a esta conimbricense de coração, natural de Arganil, reconhece o extraordinário trabalho por si realizado, consubstanciado numa muita extensa bibliografia - que inclui obras editadas não só em Portugal, mas também
em Espanha e no Brasil - e, ao honrá-la, honra também a Universidade de Coimbra, onde se doutorou, e a cidade que adoptou como sua.
A Doutora Regina Anacleto é também Sócia de Número da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, Secção de Belas-Artes (Lisboa), Sócia Honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, Académica Correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes (Lisboa), Académica Correspondente da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madrid) e Académica Correspondente da Academia Fortalezense de Letras de Fortaleza, Ceará (Brasil).
De salientar ainda que, após a sua reforma e até à data, tem continuado a investigar e a publicar trabalhos de gran-
de rigor científico, a par com estudos relacionados com a História Local, nem sempre muito bem aceite, mas que ao valorizar aspectos particulares, bem como diversidades inerentes a regiões específicas ou municípios,
desenvolve uma conexão singular com a História nacional.
A Academia Portuguesa da História, refundada em 1936, é uma “agremiação de especialistas que se dedicam à reconstituição documen-
tal e crítica do passado” e integra um número de historiadores eleitos pelo Conselho Académico e pelos Académicos de Número, de acordo com as regras se encontram estipuladas nos seus Estatutos.
Sucedânea da Academia Real da História Portuguesa, instituição fundada por D. João V em 1720, a Academia Portuguesa da História tem como primeiro objectivo, “realizar a investigação científica da história e tornar públicos os seus resultados”.
Entre as obras da Professora Regina Anacleto estão “Bobadela epigráfica” (1981), Concelho de Arganil. História e arte” (1983), “Neoclassicismo e romantismo, em História da Arte em Portugal (1987), “O artista conimbricense Miguel Costa (1859-1914)” (1989), “Arganil, Colecção ‘Cidades e
vilas de Portugal’ (1996), “Arquitectura neomedieval portuguesa” (1997), “El arte en Portugal en la época de Isabel La Católica” (2002), “O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (2004) “Notícias do velho e do belo. A História e a Arte em ‘A Comarca de Arganil’” (2005), “Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Argus” (2009), “A casa romântica dos que já morreram. Património arquitectónico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa” (2010), “Santuário do Divino Senhor da Serra de Semide. História, devoção e espiritualidade (2011), “Coimbra: alargamento do espaço urbano no cotovelo dos séculos XIX e XX” (2013) “A. Nogueira Gonçalves. Colaboração em publicações periódicas” (2019) e “Gabinete Português de Salvador da Bahia” (2022).
B·SEArcular é o nome do projecto que transforma os resíduos de plástico existentes nos mares e oceanos em peças de moda. A iniciativa é levada a cabo pela empresa Epson, em conjunto com a Lisbon School of Design (LSD), a A. Sampaio & Filhos, a INEDIT Studio e a Seaqual.
“Pretendemos consciencializar a indústria para a qualidade das peças e a possibilidade de moda sustentável e ambicionamos que as novas gerações de designers comecem a pensar na produção das suas peças
nestes moldes de reaproveitamento de plástico para a criação das suas roupas”, explica o responsável de comunicação da Epson Ibérica, Raúl Sanahuja, em declarações ao “Campeão”.
A acção do B·SEAr-cular nasce, assim, de um modelo assente na sustentabilidade que consiste na estampagem têxtil digital com vista à redução do lixo, a um menor consumo de água e a uma maior eficiência energética. Raúl Sanahuja sublinha que a aposta na economia circular é uma mais-valia para o projecto.
“Os recursos da Terra não são infinitos e, por isso, a economia circular tem um papel importan-
tíssimo nos dias de hoje, e cada vez mais, podendo significar poupanças para as empresas, permitindo ao mesmo tempo uma redução das emissões anuais totais de gases com efeitos de estufa”, reflecte.
O mesmo responsável aponta os “inúmeros benefícios” que a economia circular assume actualmente, nomeadamente, “redução da pressão sob o ambiente, maior segurança no aprovisionamento de matérias-primas, aumento da competitividade e criação de empregos”. Acrescenta ainda que “pode também oferecer aos consumidores produtos mais duradouros e inovadores, com vista a melhorar a qualidade
de vida e permitir-lhes poupar dinheiro
SER CIRCULAR COM O MAR
Todos aqueles que integram o B·SEArcular participam nas várias fases desta iniciativa, desde a limpeza de praias para angariação de plástico marinho aos processos de produção, que incluem a transformação do plástico em malhas circulares e a criação de tecidos. Estes últimos são, posteriormente, personalizados pela Epson através do processo de sublimação - uma das técnicas de impressão menos invasivas e mais sustentáveis.
“A impressão têxtil digital funciona mediante injecção de tinta e permite 80% de poupança energética, consome 60% menos de água e reduz consideravelmente a produção de resíduos associada ao processo de produção”, descreve Raúl Sanahuja.
Os tecidos já foram utilizados por alunos da Lisbon School of Design, de modo a criarem as suas próprias peças de moda. “O projecto não se destina às pessoas no geral, mas sim aos intervenientes do sector, para que possam começar a alterar as suas mentalidades e formas de agir”, afirma o responsável de comunicação.
Segundo Raúl Sanahuja, “a verdade é que o aumento do lixo plástico é uma das ameaças mais importantes aos ecossistemas em todo o mundo e o consumo excessivo deste material, bem como a má gestão da sua reciclagem e coleta, fazem com que milhões de toneladas cheguem aos mares e oceanos a cada ano”. Nesse sentido, o B·SEArcular tem conseguido responder a vários dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas.
De recordar que, segundo as previsões dos cientistas, em 2050 haverá mais plástico nos mares do que animais marinhos.
a longo prazo”.
CORTEJO DOS REIS É UMA DAS MAIORES TRADIÇÕES NA FREGUESIA DAS TALHADAS
Todos os anos a história repete-se, a freguesia das Talhadas, em Sever do Vouga, Aveiro, voltou a receber, no passado domingo (15), mais uma recreação dos Reis Magos, uma tradição que se vem mantendo viva há mais de 50 anos.
Depois de ter sido adiada, do dia 8 para 15, devido às condições meteorológicas, e apesar do frio que se fez sentir neste dia, foram muitas as pessoas e visitantes que marcaram presença no evento que é já um marco importante da região e que o povo das
Talhadas faz questão em manter vivo.
Esta recreação transmite um dos episódios mais apaixonantes da bíblia onde os três Reis Magos, Melchior, Baltasar e Gaspar seguem a estrela até Belém com o intuito de encontrar o recém-nascido menino Jesus. O encontro inicia-se no alto do lugar das Talhadas onde os três Reis Magos se encontram. No seu percurso até encontrarem o menino Jesus vão-se deparando com diversas personagens bíblicas até que chegam ao encontro do rei Herodes, que se sente ameaçado com a notícia do nascimento de um novo rei.
Após diálogo com Herodes, os Reis seguem o seu caminho e encontram, já na Igreja Matriz de Talhadas, o menino Jesus onde entregam o ouro, incenso e mirra. A missa decorre depois de forma alusiva ao tema.
Esta tradição remonta a meados do século passado, finais da década de 40, e conta com a colaboração da comunidade talhadense. Entre os soldados, os pastores e o anjo, todos os intervenientes se vestem a rigor e vivem de forma efusiva o momento.
O percurso é feito durante a manhã e da parte da tarde acontece o habitual leilão de oferendas dos diversos lugares da freguesia. Cada aldeia oferece dinheiro e bens alimentares para depois serem vendidos. Todo o dinheiro angariado reverte para a igreja e a sua obra social. Entre os produtos a leilão estão os habituais enchidos caseiros, hortícolas, vinhos, lenha, bacalhau, entre outros, e podem ser adquiridos pelo público presente.
AAssociação Recreativa Casaense (ARC) comemora, amanhã (20), 66 anos. O seu nascimento, em 1957, deve-se a Fausto Gomes Ramos, António Moura Antunes e Adelino Jorge que, auxiliados por muitas outras pessoas, fundaram a colectividade que se dedicaria exclusivamente ao futebol durante muitos anos.
O ano de 1987 viria a tornar-se decisivo para a associação, quando a Direcção presidida por João Moura Ferreira adquiriu o terreno onde hoje se encontra o Complexo Desportivo Casaense, em Casais do Campo, na União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, no concelho de Coimbra.
A ARC passou por muitas dificuldades, chegando a equacionar-se o fim da instituição, mas em 2005, uma Direcção presidida por Luís Gaspar
permitiu voltar a reerguer o clube. Extinguiu a equipa de seniores e dedicaram toda a sua energia à formação nos vários escalões - Petizes, Traquinas, Benjamins Infantis, Iniciados, Juvenis e Juniores - dos 4 aos 18 anos.
Se o ano de 1987 foi decisivo, 2011 foi uma data memorável. A 1 de Outubro fundaram o Complexo Desportivo
As obras decorreram no ano anterior com o arrelvamento dos dois recintos, a construção de dois balneários de apoio, melhoria no sistema de iluminação, a construção de muros, a abertura de um furo artesiano para a rega automática dos relvados e serviço aos balneários e o alcatroamento dos espaços envolventes.
liquidado, e sobre o qual Luís Gaspar, presidente da Associação Recreativa Casaense, agradece a Carlos Cidade, pois segundo o dirigente só o conseguiram pagar antecipadamente graças aos lucros da organização da corrida de S. Silvestre de Coimbra, desafio lançado pelo antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
Casaense, com um campo de futebol de cinco a acrescentar à infra-estrutura que já tinham.
A construção do Complexo foi financiada por empréstimo bancário, que foi este ano
Luís Gaspar lamenta, contudo, que a Câmara tenha prejudicado o Casaense, há 11 anos, com a atribuição de apenas 120.000 euros para a construção do Complexo, quando “aos outros clubes deu os sintéticos, chave na mão”.
Foi em 2014 que fundou a Escola de Atletismo de Coimbra, uma das entidades organizadoras da histórica corrida de São Silvestre de Coimbra, que neste ano de 2023 se realiza a 16 de Dezembro. O protocolo assinado com a Câmara estabele-
ce, também, a realização da prova em 2024.
A Escola de Atletismo foi uma ideia criada pelo presidente e por Mário Teixeira, ex-atleta do Sporting Clube de Portugal.
O Casaense é, desde a época desportiva 2017/2018, uma entidade formadora certificada pela Federação Portuguesa de Futebol, título que, em 2018, só estava atribuído a outras duas entidades de Coimbra.
Na actualidade, contam com 120 atletas inscritos na Escola de Futebol e cerca de 115 atletas na Escola de Atletismo. De acordo com Luís Gaspar, “o Casaense é uma escola onde queremos formar crianças e jovens, independentemente do resultado nos jogos”. “Aqui é mais importante formar
do que ganhar e tenho a certeza que é por causa disso que temos crescido. É mais importante a satisfação dos atletas e dos pais. O resultado desportivo é o menos importante”, considera.
A Associação não tem nada programado para assinalar os 66 anos, mas o Complexo Desportivo do Casaense é, hoje, um dos melhores espaços de formação para jovens amantes do futebol, na região de Coimbra, lugar conquistado não apenas pelas condições físicas do espaço, mas por todo o apoio dado aos seus alunos e isso é um enorme motivo de orgulho para o presidente. Para o futuro, Luís Gaspar refere que a prioridade é manter o mesmo trabalho, ou seja, criar mais e melhores condições para os atletas.
NOVA ESTAÇÃO DE COIMBRA B NAS MÃOS DE ARQUITECTO CATALÃO
AEstação de Coimbra B vai ser objecto de uma intervenção de profunda requalificação, no sentido de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos e de reforçar a sua centralidade, num processo que
conta com o envolvimento do arquitecto catalão Joan Busquets, responsável pelo estudo urbanístico de suporte ao plano de pormenor.
A parte abrangida pelo plano de pormenor corresponde à área de interven-
ção do projecto de construção da nova Estação de Coimbra e respectiva zona envolvente, num total de 143 hectares, e os estudos a realizar incluem também uma reflexão geral sobre um perímetro mais alargado (273 hectares) para
garantir uma articulação com o tecido urbano adjacente.
A Estação de Coimbra B passará a ter um carácter multimodal agregando várias valências e pretende-se, ainda, que constitua o centro de um novo pólo de
actividade social e económica da cidade.
Para além das ligações ferroviárias tradicionais (Linha do Norte e comboios regionais e suburbanos) a Estação de Coimbra B irá ter a ligação ao centro da cidade através do MetroBus (deixa de haver tráfego ferroviário até à Estação de Coimbra A) e vai passar, também, a dispor dos serviços de alta velocidade, uma decisão tomada no âmbito dos estudos realizados pela IP para a construção da nova linha de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa.
O plano de pormenor da nova Estação foi ontem apresentado, numa sessão que contou com a presença do presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, da vereadora do Urbanismo e da Mobilidade, Ana Bastos, do vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, e do arquitecto catalão Joan Busquets, que em Barcelona tem o ateliê B. Landscape Arquitectura Y Urbanismo (BLAU).
Conforme refere o actual Executivo da Câmara, liderado pela coligação Somos Coimbra, “este plano de pormenor constitui uma evolução dos estudos desenvolvidos em 2011 em parceria com a ex-Rede Ferroviária Nacional, com a ex-Rede de Alta Velocidade e com o Município, para a elaboração do Plano de Urbanização da Entrada Poente e Nova Estação Central de Coimbra, que nunca se concretizou e foi abandonado nos dois últimos mandatos”, correspondendo à Edilidade liderada pelo socialista Manuel Machado.
APROXIMAR DA CIDADE
A proposta do arquitecto Joan Busquets passa pela criação de uma cortina verde na Casa do Sal e um corredor contínuo pedonal e ciclável entre a Baixa e Coimbra-B, como
nova Estação intermodal da cidade.
Um dos objectivos neste redesenho de toda a zona entre Coimbra-B e a Baixa está a ideia de hierarquias no acesso à futura estação intermodal, com a intenção de tentar priorizar “quem vai a pé, depois quem vai de bicicleta, quem vai de autocarro ou MetroBus e, só em quarto, quem vai de veículo privado”.
Para Joan Busquets, o carro não deve estar “na primeira fila de prioridades” e, nesse sentido, o arquitecto diz querer que o plano aproxime Coimbra-B da cidade e nota que, apesar de a Estação “ter uma posição central” em relação ao concelho, acaba por parecer “muito longe” de tudo o resto, pela forma como a sua ligação é feita à Baixa da cidade.
O plano aponta para um reforço da ligação pedonal entre a Avenida Fernão de Magalhães e Coimbra-B e, ao mesmo tempo, uma maior conexão do Choupal com outras zonas verdes da cidade, como o vale de Coselhas, algo que já estava previsto no anterior projecto, mas que será agora “mais evidente”.
O arquitecto, que mantém a ideia de um edifício “excepcional” em ponte para a Estação, prevê a construção de uma dupla de edifícios altos no mesmo complexo (que poderão ser um hotel ou espaço de negócios), que tenham uma “relação visual” com o resto da cidade.
O plano, que inicialmente previa outro tipo de ocupações para além da Estação, deixará agora espaço que permita, no futuro, outras construções e ocupações.
O arquitecto propõe também um redefinir das entradas do IC2 na cidade, considerando que, hoje, parte dos acessos são demasiado directos e levam a congestionamentos.
O arquitecto catalão aponta para o “uso pobre” do espaço na Casa do Sal, sob o viaduto do IC2, neste momento utilizado para estacionamento de carros e ponto de paragem dos autocarros Flixbus, considerando esta zona “problemática para a mobilidade suave”.
Imprensa da UC premeia obra sobre turismo pedestre e ciclável
Aobra Walking & Cycling. Uma nova geografia do turismo, de Paulo Carvalho, é a vencedora da 13.ª edição do Prémio Joaquim de Carvalho, instituído pela Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC). O galardão vai ser entregue numa cerimónia na segunda-feira, dia 23, a partir das 12h00, na Sala do Senado da UC.
Trata-se de um manual pedagógico que se debruça sobre um tema moderno e actual e que concilia preocupações com a saúde, turismo, lazer e desenvolvimento local e regional. A obra destina-se prioritariamente a estudantes do ensino superior, mas também a um público mais alargado, como técnicos e gestores de turismo ou mesmo ao público praticante das modalidades (ciclismo, pedestrianismo, BTT) ou em vias de o vir a ser. Trata-se também de uma obra que funciona como uma forma de iniciação para quem queira conhecer melhor os percursos existentes em Portugal, funcionando igualmente como uma chamada de atenção para as potencialidades que modalidades analisadas oferecem em termos de desenvolvimento turístico.
Escrita numa linguagem acessível e agradável, nela encontramos a tipologia dos diversos percursos, a listagem dos numerosos passadiços e ciclovias existentes em Portugal à data de 2020, inclusive a sua repartição espacial no continente, o que confere a esta obra uma dimensão pedagógica, didáctica e informativa bastante abrangente e que permite alargar potencialmente o público leitor.
Paulo Carvalho é professor Associado do Departamento de Geografia e Turismo (DGT) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Investigador Integrado do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) das Universidades de Coimbra e Porto, bem como membro de diversas organizações científicas nacionais e internacionais. No DGT é membro da Comissão Científica e coordenador do Mestrado em Turismo, Território e Patrimónios. Na actualidade desenvolve investigação centrada na Geografia do Turismo, com especial atenção para as áreas protegidas, os percursos pedestres e/ou clicáveis, e o turismo ferroviário.
O Prémio Joaquim de Carvalho, no valor de 3.000
euros, distingue trabalhos de investigação ou divulgação científica que tenham sido publicados pela Imprensa da Universidade de Coimbra no ano imediatamente anterior. Este galardão, atribuído por um júri multidisciplinar, homenageia uma figura ímpar da história da IUC: Joaquim de Carvalho, ilustre académico humanista, republicano e demo-liberal, foi o último administrador da Imprensa da UC antes da extinção decretada em 1934 pelo então primeiro-ministro António de Oliveira Salazar, esta só seria reactivada em 1998.
A cerimónia de entrega do Prémio Joaquim de Carvalho vai ter intervenções do director da Imprensa da UC, Alexandre Dias Pereira, do autor premiado, Paulo Carvalho, e do Reitor da UC, Amílcar Falcão.
Concertos na Expofacic em Cantanhede são o maior factor de atractividade
Orelatório de avaliação da 30.ª edição da Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede (Expofacic) conclui que os concertos são o maior factor de atractividade do evento.
“Esta auscultação das vontades das pessoas faz com que possamos afinar o nosso programa também de acordo com as vontades, sem retirar a base do interesse que esta feira tem. Percebemos, pelos números, que a parte dos concertos atrai um número bastante forte”, refere a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.
A 30.ª edição do evento decorreu dos dias 28 de Julho e 7 de Agosto de 2022, em Cantanhede.
Os inquéritos foram efectuados
por uma consultora especializada no tratamento de dados estatísticos, que recolheu a opinião de 1.180 inquiridos no decorrer do certame.
Dos inquiridos, 98,8% tencionam visitar a Expofacic em 2023 e, entre estes, 55,9% entende que a Expofacic tem melhorado de ano para ano.
Outro dos dados prende-se com a avaliação, numa média de 4,6, numa escala de um a cinco, ao espaço e aos serviços prestados no recinto, designadamente em relação à segurança, qualidade de som/luz, tasquinhas, acesso ao recinto, concertos e expositores, entre outros.
Relativamente ao preço dos bilhetes, que em 2022 se manteve face à edição anterior, 80,1% dos inquiridos considerou-o adequado.
Apresentado na reunião de Câmara, na quarta-feira, o inquérito de satisfação revela que o programa musical é principal factor de atractividade da Expofacic, já que 76,8% dos inquiridos justificou a sua presença no evento com os concertos.
“Os resultados deste relatório confirmam que o modelo da Expofacic tem sido encontrado é o que mais e melhor satisfaz os visitantes, ou seja, percebemos que as pessoas se reflectem neste modelo e é este do que mais gostam”, sublinhou o presidente da empresa municipal de Cantanhede Inova, Idalécio Oliveira.
A possibilidade de concretização de negócios foi a justificação de 9,1% dos entrevistados, a mesma percentagem, por outro lado, de quem marcou presença por recomendação de familiares e/ou amigos.
Quanto à pergunta “Qual o sector que mais gostou na Expofacic?”, 58,5% indicou os concertos, 12,9% as exposições e 9,2% as tasquinhas.
O trabalho da consultora perspectivou, por outro lado, a edição deste ano, perguntando, qual o artista nacional e internacional que os inquiridos gostariam de ver subir ao palco, sendo que Tony Carreira e Anitta reuniram as maiores preferências.
O inquérito revela ainda a preferência dos inquiridos pelo uso de pulseira em detrimento do bilhete.
Foram estudados mais de 83 mil recém-nascidos em 2022
Em 2022 foram estudados 83.436 recém-nascidos em Portugal, o que corresponde a um aumento de 4.219 “testes do pezinho” em comparação a 2021.
A análise surge no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN) e teve a coordenação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de Genética Humana.
“Os dados do PNRN referentes ao ano de 2022 mostram que o maior número de bebés rastreados se observou nos distritos de Lisboa e do Porto, com 24.842 e 15.255 testes efectuados, respectivamente, seguidos de Braga (6.407) e Setúbal (6.373). Por outro lado, Bragança (574), Portalegre (584) e Guarda (612) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados”, adianta o INSA.
De recordar que, desde 1979, o PNRN tem vindo a realizar testes de rastreio de várias doenças consideradas graves em todos os recém-nascidos. “O painel
das doenças rastreadas é constituído por 26 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose quística e 24 doenças hereditárias do metabolismo, sendo o exame efectuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, para permitir diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida, e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves e alterações hepáticas ou até situações de coma”, explica o Instituto.
O ano passado marcou a conclusão do objectivo de estudar 100 mil recém-nascidos no âmbito do estudo piloto do rastreio da drepanocitose (Anemia de Células Falciformes), com o intuito de a incluir na lista de doenças rastreadas do PNRN. “Este estudo-piloto iniciou-se em 2021 e foi alargado a todo o país em fevereiro de 2022, encontrando-se em fase de avaliação da viabilidade da implementação da drepanocitose no painel de doenças rastreadas”, revela o INSA.
Desde 1979 e até ao final de 2022, foram rastreados 4.127.139 recém-nascidos e identificados 2.525 casos de doenças raras. Actualmente, o PNRN tem uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de cerca de 10 dias.
Estudo da UC analisou imparidades de crédito na
eficiência
Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) concluiu que a forma como decorre o gerenciamento de resultados nos bancos, sejam lucros ou prejuízos, pode afectar negativamente a eficiência bancária.
O estudo, que analisou 70 dos 117 bancos supervisionados pelo Banco Central Europeu (BCE) e dados de 2013 a 2017, concluiu que “a forma como decorre o gerenciamento de resultados (lucros ou prejuízos) utilizando as perdas com empréstimos, que decorrem dos juízos de valor dos administradores dos bancos, pode afectar negativamente a eficiência bancária”, afirma a UC.
A investigação aponta também para a importância da divulgação desta informação, por parte das entidades bancárias, nos seus relatórios e contas anuais, bem como a realização de auditorias internas e externas ao risco de crédito.
A equipa de três investigadores do Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER) e docentes da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) conduziram esta análise, pretendendo aprofundar o efeito do gerenciamento de resultados na eficiência bancária.
A equipa referiu que a gestão de resultados nos bancos mede-se através de imparidades de crédito discricionárias, que são definidas por decisão dos administradores, e de imparidades de crédito não discricionárias, que resultam da legislação ou regulamentação em vigor.
O estudo verificou que níveis moderados ou elevados de imparidades discricionárias revelaram estar relacionados com três factores: a “existência de carteiras de empréstimo de baixa qualidade nos bancos analisados faz aumentar os custos de monitorização e execução dos empréstimos, o que influencia negativamente a sua eficiência”, a “constituição de imparidades de forma não regulatória afeta negati-
de 70 bancos europeus
vamente a confiança no setor bancário e, em consequência, a sua eficiência”, e ainda os “Conselhos de Administração dos bancos parecem não praticar a devida monitorização e controlos adequados ao risco de crédito”.
Quando o nível destas perdas com empréstimos é reduzido, a eficiência bancária é positiva, “o que pode significar que os administradores decidem não gastar recursos suficientes na análise de risco de crédito […] o que eleva, de imediato, o grau de eficiência”, referem os investigadores.
Os autores do estudo explicam que “um banco é eficiente quando maximiza os seus resultados (outputs) utilizando recursos (inputs) que são limitados”.
Na análise considerou-se como resultados o total de empréstimos, activos líquidos e outros activos que geram rendimentos, e como recursos considerou-se juros, gastos com pessoal e gastos operacionais.
O gerenciamento de resultados bancários relacionado com as imparidades de créditos discricionárias torna-se particularmente relevante em períodos de crise, já “que podem conduzir a práticas
menos transparentes de gestão de resultados com o intuito de atenuar os resultados pouco satisfatórios ou suavizar resultados elevados (a constituição de mais imparidades além das regulamentares é um custo para o banco, que faz diminuir os seus resultados), o que compromete a alocação eficiente de recursos na Economia”.
Os docentes da Faculdade de Economia da UC frisam que “num novo período de crise, como o que actualmente se vive, acentua-se a importância da regulamentação e supervisão do sector bancário, por parte do regulador, do supervisor e também da sociedade civil”.
A investigação afirma outros elementos que devem ser considerados futuramente numa análise da eficiência bancária como “o grau de conexões políticas dos membros dos conselhos de administração bancários”, destacou a equipa.
O artigo científico “The effect of earnings management on bank efficiency: Evidence from ECB-supervised banks” está disponível em https://doi. org/10.1016/j.frl.2022.103450.
Obras do MetroBus em Coimbra condicionam Avenida Fernando Namora
Na sequência do desenvolvimento dos trabalhos de construção do troço urbano Alto de São João – Portagem do MetroBus, em Coimbra, há novo condicionamento de trânsito na Avenida Fernando Namora.
Este condicionamento visa permitir o bom desenvolvimento dos trabalhos na rede de infraestruturas hidráulicas, nomeadamente com a incorporação de condutas de 1.500 mm no troço entre o entroncamento com a Rua Eng. Jorge Anjinho e a Rotunda Artur Paredes.
Nesta fase manter-se-á apenas uma via para
cada sentido, sendo utilizadas as vias do lado poente da Avenida.
A realização dos trabalhos implicou também a necessidade de deslocar o ponto de paragem dos SMTUC, que está agora instalado provisoriamente junto às bombas de gasolina na Rua General Humberto Delgado.
“Embora não se prevejam impactos significativos nos percursos pedonais, estes serão permanentemente monitorizados, no sentido de dotá-los das melhores condições de circulação e segurança”, refere a Metro Mondego.
Montenegro critica adiamento de investimentos na defesa da costa da Figueira da Foz
Oadiamento de investimentos públicos na defesa da costa da Figueira da Foz, para fazer face à erosão costeira e ao assoreamento da barra do porto comercial, foi hoje criticado pelo presidente do PSD.
Numa visita à praia da Cova, localizada a sul da Figueira da Foz e um dos pontos do concelho litoral do distrito de Coimbra onde a erosão costeira é mais preocupante, Luís Montenegro apontou a ““visível falta de areia” naquela zona como responsável pelos “impactos muito negativos”, quer do ponto de vista ambiental, da qualidade de vida e do perigo para as populações que ali vivem.
“Eu acho que é bom para a política que os anúncios que são feitos em cima das eleições, os anúncios que são feitos de calendários, sejam efectivamente cumpridos. E não estamos a falar, ainda por cima, de investimentos de grande dimensão, estamos a falar de investimentos relativamente pequenos, numa escala nacional onde temos projectos de centenas de milhões de euros”, frisou o líder do PSD.
Na visita, integrada no programa Sentir Portugal, dedicado esta semana ao distrito de Coimbra, Luís Montenegro foi acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, dirigentes locais do PSD, deputados, pescadores e activistas cívicos do movimento SOS Cabedelo.
Santana Lopes aludiu a vários investimentos prometidos e sucessivamente adiados pelo Governo, entre outros um ‘shot’ de areia de 100
mil metros cúbicos para reforço das praias a sul, outra transferência de areias, esta de três milhões de metros cúbicos retirados do mar a norte do molhe norte do porto comercial ou, entre outros, o investimento no chamado ‘bypass’ – um equipamento mecânico de retirada de inertes da praia da Figueira da Foz (o maior areal urbano da Europa), com uma tubagem por debaixo do leito do rio Mondego e colocação a sul, para fazer face à erosão costeira.
Luís Montenegro ainda ouviu pescadores sobre os ‘malefícios’ da acumulação de areias na entrada da barra ou Miguel Figueira, dirigente do SOS Cabedelo, movimento que há mais de uma década defende a construção do ‘bypass’.
Na ocasião, o activista apelidou de “barra mortal” a entrada do porto da Figueira da Foz, lembrando as 15 mortes ali registadas desde o prolongamento do molhe norte, em 2010.
Aos jornalistas, no final da visita, Luís Montenegro afirmou ainda que
a falta de investimento, quer na defesa da costa, quer no assoreamento do porto e na criação de condições para a actividade piscatória “é responsável quer pela falta de oportunidades de realização da pesca, quer, infelizmente, pela fatalidade da perda de vidas humanas, dadas as dificuldades e as agruras da actividade em si mesma”.
Prometeu que o PSD “usará todos os seus canais de intervenção” nomeadamente no parlamento, “para exigir ao Governo de Portugal que não se adiem problemas”. O líder social-democrata lembrou, a esse propósito, que já quando era deputado na Assembleia da República “há já 10 ou 15 anos” era confrontado com projectos para fazer face à erosão costeira e defesa da costa na Figueira da Foz.
“Os projectos que apresentámos naqueles anos de 2012, 2013, 2014, ainda estão actuais. Passaram quase dez anos, em alguns casos até mais do que isso, e os problemas são os mesmos”, observou.