“Campeão das Províncias” - 12/4/2023

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DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com QUARTA-FEIRA, 12 DE ABRIL 2023 | N.º 743 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS EDIÇÃO DIGITAL FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Joana Alvim, Luís Carlos Melo e Cristiana Dias PAGINAÇÃO Grupo Media Centro De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.campeaoprovincias.pt www.facebook.com/campeaodasprovincias 20 PÁGINAS PÁGINA 2 (CHAMADA PARA A REDE FIXA NACIONAL) BOAVENTURA E SENA MARTINS REAGEM ÀS ACUSAÇÕES DE ASSÉDIO

Boaventura diz que vai avançar com queixa-crime contra autoras de artigo

Osociólogo Boaventura de Sousa Santos anunciou que vai avançar com uma queixa-crime contra as três investigadoras que denunciaram alegadas situações de assédio sexual e moral no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Num documento enviado a toda a comunidade do CES intitulado “Diário de uma difamação”, o director emérito da instituição afirma que irá apresentar “uma queixa-crime por difamação contra as autoras” de um artigo em que acusam Boaventura de Sousa Santos e o investigador Bruno Sena Martins de usarem o seu poder sobre jovens estudantes e investigadoras para “extrativismo sexual”.

O capítulo surge no livro “Sexual Misconduct in Academia - Informing an Ethics of Care in the University (Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade)” e é assinado por três investigadoras: a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, que estiveram no CES como, respectivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.

“Declaro-me disponível para dar todas as informações e prestar todos os esclarecimentos que me sejam pedidos, quer no âmbito do processo judicial, quer no âmbito dos processos internos, que o CES certamente vai pôr em movimento”, afirma Boaventura de Sousa Santos na carta enviada a todos os membros daquele centro de investigação de Coimbra.

O sociólogo classifica o artigo como “uma difamação anónima, vergonhosa e vil”. Boaventura de Sousa Santos vinca que, apesar de o artigo estar centrado na sua actuação, nunca teve reuniões com duas das auto-

ras (Miye Tom e Catarina Laranjeiro) e que com Lieselotte Viaene apenas teve duas reuniões, “uma como seu supervisor do estágio Marie Curie quando chegou ao CES e outra como director estratégico do CES, a pedido do director executivo, para tentar resolver os problemas do comportamento incorrecto e indisciplinado do ponto de vista institucional”.

O sociólogo sublinha que o comportamento dessa investigadora belga “foi de tal ordem insolente e incorrecto que o CES acabou por lhe abrir um processo disciplinar e não aceitou que ela indicasse o CES como instituição de acolhimento num projecto de candidatura ao European Research Council [ERC]”. O comportamento terá levado a um processo disciplinar que resultou no despedimento de Lieselotte Viaene, em Junho de 2018, nota.

Para Boaventura de Sousa Santos, o capítulo, no que respeita à principal autora, “é um acto miserável de vingança institucional e pessoal”. A informação “caluniosa” que diz respeito ao sociólogo “é anónima e assente em boatos, ou seja, em ‘factos’ para os quais não é oferecida nenhuma prova ou modo de chegar a ela”, critica.

“Insinuações fantasiosas”

Já o investigador do CES Bruno Sena Martins diz que o capítulo de livro com denúncias de assédio na academia “incita ao linchamento público” e “contém gravosas mentiras e insinuações fantasiosas”.

“Por ora, quero deixar as declarações mais detalhadas para as instâncias próprias. Afirmo, no entanto, que o capítulo que incita ao linchamento público, agora em curso, contém gravosas mentiras e insinuações fantasiosas que ferem a minha dignidade e que atingem a minha reputação profissional”, considera.

“Num ambiente justicialista, qualquer que seja, é muito precário e doloroso qualquer exercício de contraditório. Quem acredita na democracia e na dignidade humana sabe que ela também cumpre pelo direito à defesa e ao devido processo”, acrescentou.

O Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra está a investigar as referidas denúncias de assédio envolvendo os dois membros.

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> O CES, que vê dois dos seus membros envolvidos em polémica, tem grande prestígio nacional e internacionalmente

»» PARA APROVEITAR UM BELO FIM DE TARDE EM COIMBRA BASTA A SIMPATIA DE UMA ESPLANADA

»»QUEIMA DAS FITAS DE COIMBRA ATRAI PÚBLICO PARA TODOS OS GOSTOS

»» CÂMARA DE COIMBRA APRESENTA SALDO POSITIVO

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Cientistas usam resíduos de plantas invasoras para criar condicionador de cabelo

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver um condicionador de cabelo a partir de resíduos agroflorestais e de espécies invasoras amigo do ambiente, anunciou hoje (12) aquela instituição de Ensino Superior.

O interesse dos consumidores por produtos “mais amigos do ambiente é cada vez maior” e, consequentemente, a indústria está a “investir em produções e métodos mais sustentáveis”, por isso, uma equipa de cientistas do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver esta ideia.

O projecto, denominado “Lignin for hair”, visa “preparar novos derivados catiónicos da lignina para serem usados como condicionadores nos produtos capilares e, assim, constituírem uma melhor alternativa aos agentes tradicionais”, disse, citado numa nota de imprensa hoje divulgada, o investigador do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, Luís Alves.

A lignina será obtida por extração de materiais lignocelulósicos por via de procedimentos ambientalmente “mais eficientes e sustentáveis”.

De acordo com o cientista, a lignina é o segundo polímero

mais abundante em materiais lignocelulósicos, como a madeira, e serve como “cola” de todos os constituintes desses materiais.

O projecto, apesar de se encontrar numa fase inicial, já apresenta alguns “avanços positivos”.

“Já temos resultados relacionados com o processo de fracionamento com recurso a solventes de origem sustentável, baseado no conceito de economia circular uma vez que um deles é obtido a partir da madeira”, revelou a equipa do DEQ, na mesma nota.

Para chegar ao produto final será necessário “extrair e caracterizar a lignina a partir de resíduos agroflorestais ou de espécies invasoras explorando solventes com componentes de origem natural”.

Numa segunda fase, a lignina extraída será “quimicamente modificada, de modo a in-

teragir com as fibras capilares e promover o efeito condicionador. Nesta modificação também serão priorizadas metodologias sustentáveis”, descrevem os cientistas.

Já a terceira fase será dedicada à “avaliação da eficácia” do condicionador de cabelo.

Os investigadores acreditam que este produto poderá ter um “elevado impacto na indústria do cuidado capilar”, já que vai possibilitar a “substituição de compostos produzidos a partir de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e outras obtidas a partir de matérias-primas necessárias na alimentação humana e animal, como o óleo palma”.

O “Lignin for hair”, que terá a duração de 18 meses, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e conta com a participação de investigadores do DEQ e da Universidade do Algarve.

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Alunos do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra (Darq) criaram um movimento para denunciar a “visível degradação” do edifício e exigir obras estruturais, há muito reivindicadas.

O movimento, intitulado MuD’ARQ, organizado pelo Núcleo de Estudantes de Arquitectura, tem afixado pela cidade cartazes com fotografias que exemplificam as más condições do edifício e irá fazer uma manifestação em Coimbra, a 20 de Abril, com o mote “Arquitectos ainda sem tecto”.

Um bocado de tecto que caiu à frente de uma sala de projecto, um buraco “gigante” numa das casas de banho, fitas que impedem a passagem em determinados sítios face aos riscos das estruturas, infiltrações no edifício e salas fechadas por não terem condições são alguns dos problemas apontados pelos alunos, afirmou a coordenadora do pelouro de cidadania do núcleo de estudantes, Maria Lourenço.

“Temos muito poucas salas que são usadas, porque muitas delas não têm condições para serem utilizadas”, salientou a aluna de 2.º ano de arquitectura, referindo que algumas aulas e exames acabam por ter de decorrer noutros departamentos situados

no Polo I da Universidade de Coimbra, na Alta.

Segundo Maria Lourenço, o movimento pretende chamar a atenção à Universidade de Coimbra e à Câmara para os problemas com que se deparam, todos os dias, os estudantes daquele departamento.

Nesse sentido, a manifestação de dia 20 de Abril irá arrancar às 14h00, no Largo D. Dinis e irá até à Praça 8 de Maio, onde fica a Câmara Municipal de Coimbra.

“A direcção do próprio Darq está connosco, porque também quer o departamento requalificado e os professores têm-nos incentivado neste movimento, porque é uma causa que vale a pena”, frisou.

Para Maria Lourenço, a situação “torna-se ainda mais gritante por ser um depar-

tamento de arquitectura”, considerando que o edifício precisa de uma intervenção “estrutural”.

Segundo a aluna, a luta por uma requalificação do edifício, que já foi anteriormente ocupado pelo hospital da cidade, é antiga.

Para além de protestos por alunos no passado, em 2019 foi o na altura director do Darq, José António Bandeirinha, a exigir uma reabilitação profunda do departamento que ali se instalou há mais de 30 anos.

“É preciso uma intervenção geral, até porque está num estado muito próximo de poder proporcionar a ruína, como aconteceu aquando da tempestade Leslie, que destruiu uma grande parte da cobertura do edifício”, disse, na altura, o director do Darq.

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Alunos de arquitectura de Coimbra exigem obras estruturais no departamento
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Queima das Fitas de Coimbra com mais de 60 actividades programadas

ma do Grelo terá lugar na manhã de 23 Maio, saindo à rua o Cortejo dos Novos Fitados durante a tarde.

O Cortejo, que desta feita terá lugar numa terça-feira, em vez de num domingo, “terá perto de 90 carros, mais do que no ano passado, que foram 82”.

Já a Serenata Monumental decorre na noite de 18 de Maio, no Pátio das Escolas, enquanto no dia seguinte realizar-se-á o Sarau de Gala, no Teatro Académico Gil Vicente.

As actividades previstas para a Queima das Fitas de Coimbra deste ano são mais de 60, estando previsto o aumento da lotação do recinto e uma despesa superior a 1,5 milhões de euros, anunciou o coordenador geral.

“Este ano vamos ter uma novidade que é a lotação do recinto aumentar um pouco. Ainda estamos a estudar com a Protecção Civil [Câmara Municipal de Coimbra]”, avançou o coordenador geral da Queima das Fitas de Coimbra, Carlos Missel.

Durante a apresentação oficial da Queima das Fitas de Coimbra, que decorreu na tarde de ontem no Café Santa Cruz, Carlos Missel evidenciou que todos os anos vinha sendo reivindicado o aumento da lotação do recinto onde decorre a festa dos estudantes, na margem esquerda do Mondego.

“Todos os anos era pedido à Câmara Municipal de Coimbra, mas todos os anos é rejeitado. Com o cortejo a ser alterado para terça-feira, esta foi uma das questões levantadas para aceitarmos essa alteração”, acrescentou.

Para este ano, a Queima das Fitas de 2023 prevê “uma despesa “muito mais cara do que a do ano passado”, que “já tinha sido elevada”, cifrando-se “neste momento em 1,5 milhões de euros”.

A ocasião serviu ainda para informar que a Quei-

O Baile de Gala das Faculdades acontece a 17 de Maio, na Igreja Antiga do Convento São Francisco, sob a temática do Carnaval de Veneza, ficando para o dia 24 de Maio o Chá das 5 e o Chá Dançante, em local a definir.

A Bênção das Pastas foi agendada para os dias 17 e 18 de Junho, tendo lugar na Sé Nova.

Este ano foi apresentada, como novidade, a compilação de um livro de memórias, que pretendem vir a repetir todos os anos.

“Queremos em todas as Queimas das Fitas um livro que represente aquela edição, desde as actividades, às comissões de carros que participaram no Cortejo da Queima das Fitas nesse ano”, referiu Carlos Missel.

Entre as novidades figuram ainda um torneio de padel, nos dias 3 e 5 de Maio, no Star de Coimbra, e ainda um torneio de surf, a 12 de Maio, na Praia de Mira.

Os estudantes anunciaram também que Alia Kuznetsova foi a vencedora do Cartaz da Queima, tendo o trabalho da antiga aluna da Universidade de Coimbra sido escolhido entre os 42 a concurso.

Em relação ao cartaz musical, Carlos Missel revelou apenas o nome de um artista que irá actuar no dia 24 de Maio, no palco principal da Queima das Fitas: Ana Castela, que “neste momento é número um no Brasil, no Spotify”.

Sob o lema “sonho meu de eternidade, brilham-te os olhos ao rever esta cidade”, a Queima das Fitas de Coimbra decorre de 19 a 26 de Maio.

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Figueira da Foz com ciclo de conferências “Temas de Arqueologia”

A7.ª edição do ciclo de conferências “Temas de Arqueologia” decorre, nos dias 19 e 26, às 15h00, no Auditório Municipal da Figueira da Foz.

O investigador Carlos Valera irá abordar, no dia 19, “A Neolitização do Baixo Mondego: um olhar a partir do sítio da Senhora da Alegria”. Já no dia 26, para encerrar a iniciativa, Carlos Neto de Carvalho traz à tona a temática “Na pegada ecológica de homens e outros animais em contextos arqueológicos”.

Este evento é promovido pelo município, em parceria com a Universidade Sénior da Figueira da Foz, no âmbito da sua disciplina de Património. A entrada é gratuita e está sujeita à lotação da sala.

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Demonstrada ligação entre dois sistemas de memória

Os resultados de uma tese de doutoramento desenvolvida no Centro de Investigação e Intervenção Social do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, demonstram a interdependência de dois sistemas de memória habitualmente considerados independentes.

“Existem diversos sistemas de memória, entre os quais se destacam a memória semântica, dedicada a representações mais abstractas e genéricas, de factos e conceitos (por exemplo, saber o que é uma cadeira); e a memória episódica, responsável por representações contextuais e vívidas (por exemplo, saber onde almoçámos ontem)”, explica a investigadora Cristiane Souza, do Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte) e autora deste trabalho. Estes dois tipos de memória têm sido considerados e estudados como independentes, mas recente-

mente tem havido interesse em perceber a sua interdependência, o que motivou o trabalho de Cristiane.

Este trabalho resultou num total de sete artigos científicos, a maior parte dos quais já publicados em revistas científicas. A estratégia adoptada ao longo da investigação consistiu em apresentar imagens de objectos, pessoas ou lugares, avaliando a precisão da memória dos participantes e, em alguns casos, quão vívidas eram essas memórias.

Numa primeira linha de investigação, avaliou-se a influência de representações semânticas nas memórias episódicas. Os participantes viam imagens de diferentes categorias (por exemplo, “mamíferos”) com itens típicos (cão) e atípicos (golfinho), e respondiam em relação ao conhecimento semântico prévio (por exemplo “Isto é um mamífero?”), ou com foco na percepção visual, inde-

pendente de conhecimento prévio (“Quão complexo é o objecto?”). Após um curto intervalo, a memória dos participantes para as imagens apresentadas anteriormente era testada. Os itens típicos geraram memórias mais genéricas. Contudo, os itens atípicos conduziram a uma melhor memória, sobretudo na condição de aprendizagem categorial. Ou seja, a informação da atipicidade do item, porque não se encaixa totalmente nas memórias esquemáticas e abstractas já armazenadas, solicita também o envolvimento do sistema episódico e é por isso benéfica. A investigadora explica que, “de uma forma geral, os resultados desta investigação demonstram que a interacção entre os dois tipos de memória parece ser dependente do tipo de informação a ser processada e dos sistemas de memória requeridos”.

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Demonstrada ligação entre dois sistemas de memória

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Ainda neste enquadramento, Cristiane recorreu a grupos de pessoas com alegadas dificuldades na memória episódica, nomeadamente pessoas com perturbações do espectro do autismo e idosos. O objectivo foi testar, com recurso à mesma tarefa, se estas dificuldades comprometeriam a interacção entre os dois sistemas de memória. Os resultados mostram que, comparativamente a jovens saudáveis, os dois grupos não apresentam o mesmo benefício do processamento dos itens atípicos. Notavelmente, os participantes idosos utilizaram o conhecimento abstracto acumulado (as categorias) para superar as perdas na recuperação mais detalhada das experiências, ou seja, da memória episódica.

Numa segunda linha de investigação, avaliou-se a influência das representações episódicas nas memórias semânticas. Participantes adultos, jovens e mais velhos, foram solicitados a nomear itens de classes semânticas de nomes

próprios, como pessoas e lugares conhecidos, e de nomes comuns (cadeira, maçã, trotinete) com recurso também a técnicas de neuroimagem (electroencefalografia). Os resultados, no geral, indicaram que os itens de nome próprio, sobretudo o nome de pessoas, são mais difíceis de serem recordados. Mais uma vez, os idosos criaram estratégias de recuperação baseadas no conhecimento prévio acumulado. Os dados neurofisiológicos, obtidos através de oscilações de frequência cerebral (estudo actualmente em revisão por pares), indicaram o recurso ao sistema de memória episódica numa tarefa puramente semântica, em particular para a nomeação de lugares, corroborando assim também a coexistência e intercâmbio entre os dois sistemas de memória. Para além de contributos teóricos para modelos da memória humana, os resultados desta investigação poderão ser úteis no desenvolvimento de estratégias psicoeducativas

e práticas clínicas na avaliação e reabilitação da memória. “Existe a necessidade de uma avaliação mais precoce, diferencial e compreensiva, que inclua os diversos tipos de memórias, sobretudo na população idosa. O conhecimento detalhado destas funções permitirá o desenvolvimento de estratégias de estimulação a explorar a interacção entre estas memória através dos mecanismos de compensação”, conclui Cristiane Souza.

No âmbito desta investigação foi também validada para a população portuguesa uma base de dados de imagens reais de objectos, a RealPic, e ainda uma base de dados de nomes próprios para pessoas e lugares, que poderão ser utilizadas em investigações futuras. O trabalho de doutoramento de Cristiane Souza, defendido publicamente em Março de 2023, foi supervisionado por Margarida Vaz Garrido (CIS-Iscte) e Joana Costa do Carmo (Universidade Lusófona).

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REDUFLAÇÃO: ‘sublime’ redução, mas há crime ou não?

Vem de novo à baila a REDUFLAÇÃO: o fenómeno do emagrecimento dos produtos com a manutenção ou o acréscimo do preço.

E vem de novo porque quer a empresa belga Deco-Proteste, L.da, que - em inqualificável embuste - se faz passar, entre nós, por “associação de consumidores”, e a denominada Deco, minoritária na antena da multinacional, afiançam um pouco por toda a parte que a reduflação é legal, que não representa qualquer afronta ao ordenamento jurídico.

Recorramos aos exemplos correntes: a margarina Becel apresentava-se em embalagem de 500 gr; reduziu a quantidade para 450 gr. e, depois, para 400 gr.; características e aparência da embalagem, as de antanho; o preço disparou de 3 para 5,54€… Nestum (produto Nestlé), de 900 gr. para 600 gr. (um terço a menos do produto), embalagem a mesma, se bem que com a alteração da gramagem na sua parte não visível…

Ainda que haja inteira conformidade entre o produto e a rotulagem, a inadequação entre o produto e a embalagem é susceptível de se enquadrar na moldura da “fraude sobre mercadorias”.

O que consagra o n.º 1 do artigo 23 da Lei Penal do Consumo de 20 de Janeiro de 1984?

“Quem, com intenção de enganar outrem nas relações negociais, fabricar…, tiver em depósito ou em exposição para venda, vender ou puser em circulação por qualquer outro modo mercadorias:

b) De natureza diferente ou de qualidade e quantidade inferiores às que afirmar possuírem ou aparentarem,

será punido com prisão até 1 ano e multa até 100 dias…”

Aliás, ainda que haja, após a redução do produto, conformidade entre a quantidade alterada e o constante dissimuladamente da rotulagem, é possível entrever a aplicação de um tal dispositivo porque, sem alteração das características embalagem e dos mais elementos, a aparência é a do produto original, com 500 gr., que não a de 400 gr., ou de 900 para 600 gr. em que respectivamente e, por fim, cada um deles se

‘converteu’,

Se a factualidade, porém, não assentar no quadro do crime de fraude sobre mercadorias (e não afastamos de todo sequer a hipótese), há que excogitar se não cabe no enquadramento das contra-ordenações económicas, tal como o configura, no seu artigo 7.º, a Lei das Práticas Comerciais Desleais de 26 de Março de 2008:

“é enganosa [uma qualquer] prática comercial que contenha informações falsas ou que, mesmo sendo factualmente correctas, por qualquer razão, nomeadamente a sua apresentação geral, induza ou seja susceptível de induzir em erro o consumidor em relação a um ou mais dos elementos… e que, em ambos os casos, conduz ou é susceptível de conduzir o consumidor a tomar uma decisão de transacção que de outro modo não tomaria…”

A apresentação das embalagens [da imagem física da embalagem] ilude os consumidores porque é em tudo igual à anterior: há que precaver, pois, os consumidores contra eventuais “ilusões de óptica”, independentemente da conformidade do produto [composição, qualidade e quantidade…] com a rotulagem.

A aparência é também elemento decisivo na modelação da fraude… e na decisão negocial que o consumidor vier a tomar.

A transparência é, por tal modo… preterida, afastada, comprometida!

E isso conta. Conta naturalmente. Contra o que, movidos não se sabe por que interesses, Deco e Deco-Proteste, Lda. pretendem fazer crer aos consumidores portugueses, defraudando-os nas suas expectativas…

Fenómeno dos tempos que correm, só se enraíza, só se generaliza se os Governos se mostrarem desatentos e permissivos, como parece suceder amiúde em Portugal…

Haja, ao menos, uma decisiva intervenção no mercado de “quem de direito”…

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Mário Frota presidente emérito da apDC DIREITODO CONSUMO – de Portugal

Feira do Emprego da ESTGOH está de regresso

AEscola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) vai realizar, no dia 17, a segunda edição da feira do emprego. Esta edição conta com algumas novidades em relação ao ano passado e tem como propósito e pensamento nos alunos finalistas da ESTGOH, assim como, a comunidade em geral. A Feira do Emprego quer posicionar-se como um catalisador para o desenvolvimento de uma política activa de empregabilidade sustentável e ser uma referência na região.

O certame deste ano contará com cerca de duas dezenas de entidades e é uma oportunidade para as pessoas conhecerem as ofertas de emprego ou estágios. As portas deste evento abrem às 10h00 e encerram às 18h00. Empresas de referência, como a Sonae, Deloitte, Aquinos, Quinta de Jugais, Meo, Hays, Conclusão, Acorfato, fazem parte deste certame, que também conta com instituições públicas como o IEFP, GNR e Município de Oliveira do Hospital.

Desde logo, a Feira do Emprego será realizada no Piso 0, ao invés do que aconteceu no ano passado (Piso 1). Este ano, como novidade, haverá uma sessão de abertura (10h00) e um coffee break (16h00), para além da presença dos stands das empresas e uma variedade de workshops online e/ou presenciais.

“Fazemos um apelo a todos os nossos estudantes para participarem em massa na segunda edição da Feira do Emprego, assim como, a toda a comunidade oliveirense que pretende ou procura um novo emprego. A ESTGOH abre as portas a todas as pessoas, num dia, que esperamos nós, com muitas janelas de oportunidade a nascerem dentro de cada participante” refere (Pedro Oliveira) o Gabinete de Comunicação e Imagem.

Workshops:

11h00 – Apresentação do Programa “Estágios de Verão”

Empresa: Trilha do Sabor

Formato: Presencial

14h00 – Workshop “New Ways of Work – Agile Methodology”

Empresa: Deloitte

Formato: Presencial e Online

14h30 – Stakeholders – Atracção e Retenção de talento na região do interior

Organizado pelo Inopol do Politécnico de Coimbra (Programa Trilhos)

Acesso restrito (apenas convidados)

14h30 – Workshop “Dicas para a construção de um Curriculum Vitae”

Empresa: Hays

Formato: Online

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SEF recebe mais de 114 mil pedidos de Autorização de Residência CPLP

quais 97.631 foram entretanto liquidados e resultaram já em 93.209 AR concedidas”.

Esta terça-feira (11), o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), atingiu 114.131 pedidos para a atribuição de certificados de Autorização de Residência (AR) a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A informação é avançada pelo SEF que, em comunicado, adianta que “deste total de pedidos recebidos através das plataformas digitais” foram emitidos “mais de 103.572 documentos com referência para pagamento, dos

De recordar que o novo modelo de AR CPLP foi lançado a 13 de Março, sendo exclusivamente digital e dirigido aos cidadãos da CPLP “com manifestações de interesse entregues até 31 de Dezembro de 2022 e aos que sejam portadores dos novos vistos consulares CPLP emitidos após 31 de Outubro de 2022”. Este modelo permite o acesso à educação, saúde, segurança social, formação profissional, justiça e actividade profissional.

“Neste processo são consultadas bases de dados, sendo o

certificado de autorização de residência CPLP emitido se o requerente não estiver identificado como sendo objecto de indicação para efeitos de regresso ou de recusa de entrada e de permanência. No seguimento desse processo inicial, foram detectados 6.043 alertas, que obrigaram a uma consulta mais detalhada para aferir, ou não, a atribuição de uma AR CPLP”, explica ainda o SEF.

Até ao momento, mais de 86,5% dos pedidos efectuados são de cidadãos do Brasil, seguidos de “nacionais de Angola, com 3,8% e de São Tomé e Príncipe com 3,0 %”.

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Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeáo” no Porto)
QUARTA-FEIRA, 12 DE ABRIL 2023 14 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf Rua Adriano Lucas, 216 - Fração D, Eiras | 3020-430 Coimbra Tel.: 239 497 750 | radioregionaldocentro@gmail.com OUÇA A www.radioregionalcentro.pt

Cantanhede rejeita integração em empresa intermunicipal de água com Coimbra

tegração da INOVA-EM num sistema intermunicipal.

A autarca clarifica que a INOVA-EM é uma entidade gestora de “referência a nível nacional”, relativamente aos serviços públicos de abastecimento de água, águas residuais e resíduos urbanos, como atestam os inúmeros prémios atribuídos pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

ACâmara Municipal de Cantanhede negou hoje a intenção de integrar a Empresa Municipal de Desenvolvimento Económico Social de Cantanhede (INOVA-EM) numa empresa intermunicipal de água e saneamento, proposta pela Águas de Coimbra.

O presidente da empresa municipal Águas de Coimbra (AC), Alfeu Sá Marques, disse, na terça-feira, durante a reunião do Executivo da Câmara de Coimbra, que os concelhos de Miranda do Corvo e de Cantanhede manifestaram interesse em integrar uma futura empresa intermunicipal, proposta pela Águas de Coimbra.

A presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio, esclarece que, “em momento algum, foram estabelecidos contactos entre responsáveis da Águas de Coimbra e o Município de Cantanhede, que detém a 100% a Empresa Municipal INOVA, com vista a um hipotético cenário de integração desta última numa empresa intermunicipal”.

Nesse sentido, é “falso” o “interesse manifestado” pelo Município de Cantanhede nessa integração.

Num comunicado, a autarquia sublinha que “não equaciona, nem nunca equacionou” a in-

Helena Teodósio recorda que é missão da INOVA-EM garantir, a um custo socialmente aceitável, a qualidade dos serviços de abastecimento de água, águas residuais e resíduos urbanos, cenário que “não estaria, à partida, garantido face a uma hipotética integração num sistema intermunicipal”.

A Câmara Municipal de Cantanhede lamenta a utilização “abusiva dos nomes da INOVA-EM e do Município de Cantanhede em contextos aos quais são completamente alheios”.

A empresa municipal Águas de Coimbra já tinha manifestado em Outubro de 2022 a sua vontade de criar uma empresa intermunicipal, revelando, na altura, o início de contactos com os municípios vizinhos de Condeixa-a-Nova e Mealhada.

O presidente da empresa municipal falava dos resultados da Águas de Coimbra em 2022, na reunião de Executivo, quando afirmou que Mirando do Corvo e Cantanhede também já manifestaram o seu interesse “em aderir a um sistema desses”.

No final, em declarações aos jornalistas, Alfeu Sá Marques salientou que o processo de criação de uma empresa intermunicipal está “a ser tratado e analisado”. “Tudo o que seja para aumentar a escala é bem-vindo”, frisou, na terça-feira.

O responsável deu nota de que, a empresa municipal espera ter antes do final do ano “as linhas orientadoras” para a criação da tal empresa intermunicipal.

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QUARTA-FEIRA, 12 DE ABRIL 2023

Comunitárias” proporcionam actividades aos mais velhos em Cantanhede

Osegundo quadrimestre das “Tardes Comunitárias”, projecto de intervenção social destinado à população sénior, tem início no dia 3 de Maio e encerra a 19 de Julho, no Município de Cantanhede.

Uma conversa com o investigador Miguel Castelo

Branco sobre as doenças de alzheimer e parkinson, o bailarico dos Santos Populares e uma sessão dedicada à biodiversidade e segurança são algumas das actividades disponíveis.

“Implementado há nove anos pelo município de Cantanhede, este projecto de in-

tervenção social visa motivar a população sénior a desenvolver a sua interação psicossocial em actividades sociais, culturais, desportivas e lúdicas”, afirma a autarquia.

Na prática o que se pretende é “dar mais vida aos anos” proporcionando oportunidades de “valorização e realização pessoal” para um público com mais de 55 anos e percursos de vida diversificados, através de encontros em que é dada também a possibilidade de partilharem a sua experiência e saber com outras pessoas.

No dia 3 de Maio, às 14h00, vai haver um passeio pela

costeira de Cantanhede - Orquídeas Selvagens, na Póvoa da Lomba e, a 19 de Julho, na Biblioteca Municipal, há História da Exposição /Feira de São Mateus, no âmbito do Traçar a Memória do concelho de Cantanhede.

Pelo meio estão agendadas visitas, oficinas, sessões sobre diversas temáticas, ou apenas convívio social activo.

Os interessados podem efectuar a sua inscrição na Casa Francisco Pinto, na Rua António José de Almeida n.º 3, em Cantanhede, ou através do número 231 410 123 e do e-mail tardescomunitarias@ cm-cantanhede.pt.

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“Tardes

Lousã acolhe Jovens Repórteres para o Ambiente

OMunicípio da Lousã está a acolher a missão internacional do programa “Jovens Repórteres para o Ambiente”.

Implementado em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa, é um programa internacional da Foundation for Environmental Education, que pretende contribuir para o treino do exercício de uma cidadania activa e participativa, enfatizando a vertente do jornalismo ambiental.

“Os jovens investigam (através de entrevistas) e interpretam questões ambientais e de sustentabilidade, que são relevantes a nível local como se fossem jornalistas, reforçando os seus conhecimentos no domínio do ambiente, das línguas estrangeiras e das novas tecnologias e técnicas de comunicação”, afirma a autarquia

Integram esta missão 27 jovens portugue-

ses e estrangeiros, onde se inclui um programa a entidades e pontos de interesse do concelho e que culmina no sábado (15), com a conferência de imprensa para apresentação dos trabalhos realizados pelos alunos durante a missão, com início às 11h00, na Status Arena.

Apraia de Mira foi distinguida, pela segunda vez consecutiva, com o prémio

“Cinco Estrelas Regiões”, uma distinção conferida pela votação de 436 mil consumidores portugueses, que avaliaram mais de 900 marcas.

“Voltarmos a receber este prémio é para nós um orgulho. Ver a praia de Mira como uma referência turística e um destino de excelência

é uma satisfação enorme”, refere o presidente da Câmara Municipal, Raul Almeida.

Com um extenso areal de areia fina, rodeada por dunas e banhada pelo Oceano Atlântico, a praia de Mira é a “única zona balnear do Mundo com Bandeira Azul desde que foi iniciada a sua atribuição, em 1987, que, juntamente com a galardão de Qualidade de Ouro, é uma praia com ´selo` de qualidade ambiental”, completa o Município.

Com o objectivo de avaliar e reconhecer o que de melhor se faz de norte a sul de Portugal, o galardão premeia ícones regionais, como praias, aldeias e vilas, monumentos ou cozinha tradicional, além de avaliar marcas regionais e premiar as que se distinguem pela sua qualidade. Através de uma votação nacional os portugueses identificaram, para cada região, o que consideram “cinco estrelas” a vários níveis.

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Praia de Mira é distinguida com prémio cinco estrelas

Guimarães apresentou em Coimbra nova estátua de D. Afonso Henriques

Anova escultura de D. Afonso Henriques foi publicamente apresentada esta quarta-feira em Coimbra, numa cerimónia que decorreu na Praça das Cortes. Trata-se de uma obra da autoria do escultor Dinis Ribeiro e do arquitecto Abel Cardoso, que retrata o rei na puberdade, prestes a tornar-se cavaleiro.

A escultura, que tem seis metros de altura e pesa cerca de 15 toneladas, foi apresentada na cidade que D. Afonso Henriques escolheu como capital de Portugal em 1131, Coimbra, e vai seguir depois para Zamora (Espanha), onde o primeiro rei de Portugal se armou cavaleiro em 1125, para ser inaugurada no final do mês de Abril. A iniciativa foi coorganizada pela Câmara Municipal de Coimbra e pela Grã Ordem Afonsina.

A nova estátua de D. Afonso Henriques, da autoria do escultor vimaranense Dinis Ribeiro, é uma representação inédita desta figura emblemática de Portugal. Dinis Ribeiro explicou que a obra retrata o primeiro rei de Portugal na puberdade, quando este está prestes a tornar-se cavaleiro.

A obra vai fazer precisamente o mesmo itinerário do primeiro rei de Portugal. Foi criada em Guimarães, apresentada publicamente em Coimbra (onde o rei criou a sua corte durante o seu percurso de conquista territorial de norte para sul) e segue agora para Zamora, onde o rei se armou cavaleiro em 1125 (na Catedral de Zamora).

A obra de arte tem o seu conjunto escultórico constituído por uma estátua e um pedestal, ambos representados por três elementos: o tronco em granito amarelo de Guimarães, o rosto de mármore e o cabelo de granito preto do Alentejo como

símbolo da juventude de D. Afonso Henriques. Também nesses três elementos está constituída a figura do jovem monarca, com três dimensões humanas: a dimensão física, intelectual e espiritual, para além dos elementos de pedra desta constituição terem um sentido geográfico que começam do norte e terminam no sul. O pedestal tem como base o granito azul de São Torcato -uma referência clara ao Martírio de São Torcato, Santo Mártir cuja devoção nortenha é muito expressiva.

A utilização do mármore lioz assume uma ligação artística à estátua de D. Afonso Henriques, de Soares dos Reis, colocada em Guimarães em 20 de Outubro de 1887, cujo pedestal foi construído justamente em mármore lioz. O betão armado como terceiro elemento simboliza a contemporaneidade da obra de arte como a vida e obra do rei homenageado. Como referência de tradição das estátuas, o plinto volta também a ser concebido por um arquiteto, neste caso, o vimaranense Abel Cardoso, seguindo a linha de continuidade da tradição estatuária.

A apresentação da escultura de Di-

nis Ribeiro, em Coimbra, contou com a presença do presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, do presidente da Direcção da Grã Ordem Afonsina, Florentino Cardoso, bem como do esculturo Dinis Ribeiro e do arquitecto Abel Cardoso.

Na cerimónia (que decorreu junto à Sala D. Afonso Henriques), que contou também com o momento musical da responsabilidade do Fado ao Centro, José Manuel Silva reforçou a intenção de Coimbra vir a ter uma estátua definitiva que represente D. Afonso Henriques. O objectivo passa por homenagear D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, promovendo também o concelho de Coimbra como antiga capital do reino. Uma aposta do Executivo municipal em desenvolver e reestruturar a oferta turística municipal em torno deste facto histórico e do Património Mundial da Humanidade.

Recorde-se que a Câmara de Coimbra atribuiu, em Outubro de 2021, o nome de D. Afonso Henriques à antiga igreja do Convento São Francisco, a segunda maior sala deste centro cultural e de congressos gerido pelo Município.

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Ciclo de Concertos em homenagem à música italiana e barroca

Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeão” no Porto)

Esta quinta-feira (13), a Igreja dos Clérigos, no Porto, inicia o Ciclo de Concertos Barrocos. A iniciativa tem como objectivo homenagear a música italiana e barroca em particular através de peças tocadas em diversos instrumentos como, por exemplo, o saxofone.. Para além de dia 13 de Abril, estes concertos vão também decorrer a 11 de Maio, 8 de Junho, 13 de Julho, 14 de Setembro e 5 de Outubro.

Este projecto faz parte de um conjunto de eventos que assinalam os 250 anos da morte de Nicolau Nasoni. O italiano é autor de algumas das obras mais icónicas da cidade, nomeadamente, a Torre dos Clérigos, a Fachada da

Igreja da Misericórdia, o Palácio do Freixo e a Quinta da Prelada, tendo-lhe sido atribuído o estatuto de “arquitecto do Porto”. Face ao aniversário da sua morte, a Invicta tem a decorrer, ao longo do ano, uma série de iniciativas que pretendem recordar Nasoni.

Além do Ciclo de Concertos Barrocos, está a decorrer “o Porto de Nasoni”, um conjunto de passeios mensais com duração de meio-dia, aos fins-de-semana, com a participação do historiador e arqueólogo Joel Cleto. Há ainda espaço para o ciclo de conversa com especialistas sobre a vida e obra de Nasoni, que conta com transmissão online. Todas as informações sobre as iniciativas em curso podem ser consultadas na página oficial da Torre dos Clérigos em http://www.torredosclerigos.pt/ pt/.

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