“Campeão das Províncias” - 13/10/2022

Antigo Pediátrico de Coimbra poderá vir a ter centro transdisciplinar de residências artísticas

ACâmara

Municipal de Coimbra (CMC) quer avançar com a criação de um centro transdisciplinar de residências artísticas no antigo Hospital Pediátrico, revelou, esta quinta-feira (13), o novo director do Departamento de Cultura do município. “Estamos em fase de intenções, mas queremos concorrer ao Portugal 2030 com um centro transdisciplinar de residências artísticas no antigo Pediátrico”, disse Paulo Pires, que assumiu recentemente também as funções de director do Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra e de programador do Convento São Francisco.

Segundo o responsável, este projecto, cuja concretização estará dependente da aprovação ou não da sua candidatura e que “demorará tempo” até estar concluído, pretende garantir um espaço e condições para diferentes expressões artísticas, equipado com “salas, estúdios, quartos e casas de banho”.

Paulo Pires frisou que este projecto se insere numa alteração de estratégia da Câmara, que pretende assumir um maior apoio à criação artística na cidade. “Há criadores aqui [em Coimbra], mas não têm condições”, notou, sublinhando que o município pretende incorporar mais os criadores “na programação”, mas também está a fazer um trabalho de mapeamento “de uma série de espaços devolutos na cidade que possam ter condições para ter salas de ensaios”. Para o director do departamento, o concelho “é muito um território de acolhimento artístico”, sendo necessário alterar “esse desequilíbrio”.

“Tem de haver a dimensão de acolhimento, mas é preciso ser um território de criação e de estímulo à criação, em que os artistas possam ter condições para experimentar e criar”, vincou, considerando que esses espaços são importantes para os agentes locais, mas também para acolher “gente de fora que possa trabalhar com gente de cá”.

Paulo Pires quer também que a Casa da Escrita, situada na Alta de Coimbra, assuma mais a sua

vocação de espaço para residências criativas e de apoio à criação, assim como potenciar o edifício municipal da Praça da Canção, que considera estar «muito subpotenciado» e que também poderá servir de “espaço de apoio à criação”.

Paulo Pires vincou que pretende que a Câmara “olhe à volta e dê espaço”, ambicionando-se um trabalho de “maior abertura”, a nível regional e nacional, e de uma relação “mais empática” do município com os agentes culturais. “É preciso haver uma relação de maior proximidade, mais apoiada, mais sustentada. Temos de estar mais atentos e dar um apoio que não passa apenas pelo apoio financeiro”, notou.

No final de Novembro, deverá ser apresentada a estratégia do Município para a Cultura, referiu, apontando para uma área que irá já ter efeitos no próximo ano, que será “o eixo arte-educação”. De acordo com Paulo Pires, a Câmara pretende assumir um programa de arte para a infância, nesta primeira fase para o pré-escolar e primeiro ciclo, que implique oficinas, espectáculos e “capacitação dos profissionais”, num trabalho articulado entre Divisão de Cultura, Educação e Convento São Francisco.

Com o regresso à normalidade, após dois anos de pandemia, e no rescaldo da Latada e Imposição de Insígnias, a Rádio Regional do Centro promoveu um debate com Assunção Ataíde, presidente da Associação para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e o subintendente da PSP de Coimbra, Fernando Santos, para falar sobre a segurança na cidade. Entre a análise dos principais problemas de segurança nas Festas Académicas e o clima de insegurança vivido na Baixa, ficámos a saber que já estão a ser encetadas as devidas diligências para que Maio de 2023, onde são esperados milhares de pessoas - com a Queima das Fitas, o Rally de Portugal e os concertos dos Coldplay - decorra em segurança. PÁGINA 14

O arquitecto Vasco Cunha e o Professor Norberto Pires (este já falecido) vão ser homenageados com a atribuição dos seus nomes a duas ruas do Coimbra iParque, no próximo domingo. A iniciativa é da União das Freguesias de Assafarge e Antanhol. PÁGINA 3

A ex-ministra da Saúde deu a sua primeira Entrevista, após saída do Governo, à Rádio Regional do Centro e ao "Campeão". Marta Temido, que retomou as funções de deputada na Assembleia da República, mostrou-se confiante na reorganização do SNS - sob gestão da Direcção Executiva liderada por Fernando Araújo - bem como no destino previsto para os Covões, que preconiza uma função de complementaridade aos HUC, orientando-o para a componente de ambulatório.

QUEIMA DAS FITAS, RALLY DE PORTUGAL E CONCERTOS DOS COLDPLAY COIMBRA JÁ PREPARA SEGURANÇA PARA MAIO

EX-MINISTRA DA SAÚDE EM ENTREVISTA Marta Temido confiante nos Covões como componente de ambulatório

perpetua Vasco Cunha e Norberto Pires

MARTINS

ONatal é celebrado de diversas formas um pouco por todo o mundo. No entanto, a transversalidade mora no sentimento de união, na vivência e na partilha de afectos. É uma época de emoções, de luz, de cor e de esperança. Nesta época há cheiros e sons característicos que a mais nenhuma poderia pertencer. Natal é, para uns, uma festa religiosa e, para outros, um sinónimo despido de esoterismos e espiritualidades que se centra no convívio e, acima de tudo, na tradição e na família.

Nos últimos dois anos, grosso modo, as pessoas puderam experienciar aquilo que para muitos é uma realidade presente todo o ano: o isolamento e a solidão. Isto deveu-se ao facto de, devido às restrições impostas pelo Governo para tentar travar a escalada da crise pandémica que se vivia na altura, as pessoas ficarem reféns da sua própria habitação, restritas ao seu agregado, sem que se pudessem deslocar pelo país e reunir em família. Esta travessia pela realidade do outro, tantas vezes ignorada no dia-a-dia, pode ter sido mote para uma mudança de espírito - menos mate-

rialista e, por ventura, mais humano - e da fomentação de uma maior empatia. Por isto mesmo, o Natal é também uma época em que a solidariedade brota nas mais diversas formas. Existe uma fórmula, quase instituída, que liga o Natal à generosidade e ao lado mais “terra-a-terra” de cada um crescendo, de certa forma, uma maior consciência da vida em (e para a) sociedade.

Um pouco por todo o mundo, existe a tradição da oferta de presentes quer seja feita no dia 24 de Dezembro, no dia 25 ou até em Janeiro, dependendo do país em questão. Mas nem em todo o lado é assim. Na Islândia, por exemplo, a tradição é também ela, diferente e, de certa forma, peculiar. No país, nesta altura, as temperaturas podem chegar aos 30 graus negativos e os nevões são, particularmente, densos, com ventos quase ciclónicos, dificultando as viagens no país.

Se, por um lado, os turistas têm presente a cultura de realizar a sua ceia de Natal nos restaurantes locais, de forma a conhecer as iguarias típicas do país, as famílias têm vincada a sua tradição e reúnem-se em casa. Depois de des-

frutada a ceia, e chegada a hora dos presentes, eis que surge a tradição de trocar livros. No final desta troca, as famílias mantêm-se reunidas, em silêncio, enquanto lêem os livros que acabaram de receber. Assim, promovem, em simultâneo, a instituição de hábitos de leitura, a proliferação da cultura e o convívio em família. E se há quem defenda que “a partilha do silêncio é uma das maiores provas de amor”, eis que os islandeses o incutem no seio familiar e no espírito natalício.

IPARQUE PERPETUA VASCO CUNHA E NORBERTO PIRES

Natarde de domingo próximo, 16 portanto, o iParque viverá um dos momentos altos da sua vida, ainda curta de alguns anos, com a homenagem que vai prestar a duas figuras gradas de Coimbra, cujos nomes vão ser apostos em ruas desta estrutura empresarial, as primeiras a serem identificadas com nome próprio. E sê-lo-ão com o nome de duas pessoas de muito prestígio em Coimbra, a cuja vida colectiva emprestaram, enquanto profissionais e cidadãos, valioso e apreciado contributo: Arquitecto Vasco Cunha e Professor Doutor Norberto Pires. A iniciativa, a todos os títulos plausível, partiu da Junta de Freguesia de Assafarge e Antanhol, presidida por António Lopes Teodoro, em cujo espaço o iParque se situa.

Ambos os nomes são sobejamente conhecidos em Coimbra, onde Vasco Cunha desenvolveu intensa e profícua actividade profissional de arquitecto conceituado, ao mesmo tempo que se mostrou ao longo dos anos disponível para outros afazeres de interesse público, entre os quais o de vereador da Câmara Municipal. Na sua geração, terá sido Vasco Cunha dos arquitectos mais requisitados no mundo da construção civil na cidade de Coimbra. Tem hoje 91 anos.

Norberto Pires, já falecido, foi Professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Coim-

bra na área das engenharias física e mecânica, em cujo desempenho se viria a especializar no mundo da robótica. Faleceu há ano e meio na sequência de um acidente de mota mo IC2, à saída de Coimbra para a Mealhada. Foi presidente do Conselho de Administração do iParque durante cerca de quatro anos, tendo igualmente presidido à Comissão de Coordenação da Região Centro. Na altura em que morreu, deixando órfãs várias filhas ainda crianças e viúva a Professora Martha Mendes, integrava o Conselho Geral da Universidade de Coimbra.

SUSTENTABILIDADE DO IPARQUE É O GRANDE DESAFIO

O parque tecnológico Coimbra iParque poderá vir a gerir outros parques industriais do concelho de modo a garantir a sua sustentabilidade, que é o grande desafio da nova administração, em funções há quase cinco meses.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração, Ricardo Lopes, que iniciou funções em Maio, disse que o iParque “tem problemas de sustentabilidade graves, que são conhecidos já de longo tempo”.

Uma das soluções, segundo o dirigente, passa por gerir os parques industriais de Taveiro e Eiras, que não têm gestão própria (sendo acompa-

Vasco Cunha e Norberto Pires (já falecido) são homeanegados, pelas 16h00 do próximo domingo, com a atribuição do nome a duas ruas do iParque

nhados pela Câmara diretamente), nos mais diversos níveis: empresarial, segurança e manutenção dos espaços exteriores.

“Não há uma identidade gestora desses parques e, portanto, é uma forte hipótese, que já está em discussão e a ser trabalhada com a Câmara para que isso aconteça”, frisou o gestor e empresário, de 42 anos.

Neste momento, o grande objectivo do Coimbra iParque “é garantir a sustentabilidade desta empresa municipal”. “Porque verdadeiramente esse é o grande desafio que temos de conseguir e temos tido reuniões também com a Câmara para encontrar esses caminhos. Os caminhos da sustentabilidade vão ter de passar por uma abrangência maior desta empresa municipal, porque verdadeiramente sinto que somos quase uma empresa imobiliária, que vende lotes de terreno

e espaços [no edifício Leonardo Da Vinci]”, sublinhou Ricardo Lopes.

A nova administração do iParque pretende ainda captar investimento de fora para evitar que as empresas que se instalem no parque empresarial se deslocalizem de outras zonas do concelho de Coimbra, que é “um problema actual”.

“O interesse era atrair o investimento de fora, porque, neste momento, o distrito e o concelho de Coimbra, em particular, não estão a conseguir captar investimento externo e a continuarmos nesta evolução, em 2026, vamos ficar atrás do distrito de Leiria”, perspectivou Ricardo Lopes.

Após a conclusão da primeira fase em 2010, que abrangeu uma área de cerca de 30 hectares, com a construção de 18 lotes, iniciou-se em Junho a segunda fase A de ampliação do parque, que deverá

estar concluída em Junho de 2023.

A intervenção, que representa um investimento de 1,7 milhões de euros com apoio de fundos comunitários, vai disponibilizar mais sete lotes, numa área de 12 hectares intervencionados.

REVER A ÁREA RESIDENCIAL

O projecto contempla ainda uma segunda fase B, destinada a lotes de maior dimensão, e uma terceira fase, destinada à construção de uma residencial, inclusivamente com hotel e áreas de serviços, e de um heliporto, que a nova administração do iParque pretende reverter.

Para Ricardo Lopes, a área residencial deverá ser revertida também para zona industrial, “aproveitando o espaço existente para criar lotes maiores”.

“Temos tido contactos frequentes, mesmo por

parte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que nos abordam com interesse de trazer empresas estrangeiras para Coimbra, mas precisam de áreas de terreno muito maiores, que não temos no iParque”, sublinhou.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração, o Executivo da Câmara de Coimbra também concorda com a reconversão da área residencial para industrial.

“Até porque nos mete alguma confusão o facto de estarmos a desapropriar terrenos para depois estarmos a vender lotes para a habitação”.

“Estamos a equacionar o que vale a pena manter ao nível comercial e de serviços, mas a área residencial deve deixar de existir. A nossa ideia, com o que a Câmara concorda, é que a área residencial deve ser reconvertida”, referiu.

RICARDO LINO VENCEU ELEIÇÃO COM TRÊS CANDIDATOS NOVO LÍDER DO PS DE COIMBRA COMEÇA A PENSAR NAS AUTÁRQUICAS

Odeputado Ricardo Lino venceu, no sábado, as eleições para a Comissão Política Concelhia de Coimbra do PS, com os candidatos Daniel Antão e Ricardo Bandeira, em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

A lista de Ricardo Lino obteve 363 votos (49%), enquanto a de Daniel Antão teve 270 votos (36%) e a de Ricardo Bandeira conseguiu 101 votos (14%).

O deputado e antigo assessor na Câmara Municipal de Coimbra durante o mandato de Manuel Machado sucede a David Ferreira da Silva, que vinha liderando a concelhia do PS de Coimbra desde Dezembro de 2021.

Poucos minutos depois de conhecer o resultado da votação, o novo líder da concelhia partilhou a sua intenção de “agregar e mobilizar, sem excepção ou reservas,

os militantes do PS em Coimbra”.

“O exemplo começa em casa e o PS Coimbra não dispensará ninguém do combate político lá fora. Temos de construir e ambicionar uma candidatura autárquica ampla, aglutinadora e representativa das tendências, ideias e opiniões do nosso Município: é com todos e apenas com todos que podemos ambicionar novas vitórias eleitorais e abrir

um novo ciclo político em Coimbra”, alegou.

Ricardo Lino evidenciou a necessidade de construir, com todos, uma alternativa séria, coesa e ambiciosa para o futuro de Coimbra.

“Precisamos de uma visão corajosa e de banda larga, que pense a política autárquica de Coimbra para as próximas décadas e não apenas para a próxima eleição, como parece ser o timbre da coligação

de direita que governa o Município. Precisamos também de uma visão solidária, humanista e in-

clusiva que pense Coimbra na sua pluralidade, sem deixar ninguém para trás”, concluiu.

A candidatura ganhadora, liderada por Ricardo Lino, celebrou na sede do partido

e n s o

RUI PATO Teve oportunidade, mais uma vez, de testemunhar com os seus próprios olhos o quanto Coimbra e o país reconhecem em si não apenas um artista cultor do fado de Coimbra emérito, mas também um homem com um perfil muito próprio que se aprecia e admira. Foi, na terça-feira da semana passada no Convento S. Francisco, uma noite grande, muito grande, das noites de Coimbra, a saudar Rui Pato pelos seus 60 anos de viola. Como ele disse, “tanta gente, tantos músicos, tantos amigos, tanta música…tanto afecto.” Médico de profissão, foi no Hospital dos Covões que desempenhou durante muitos anos a sua profissão, tendo sido mesmo seu responsável máximo em determinado período. Assumidamente discreto e de perfil reservado, tem tido a sorte de testemunhar em vida várias homenagens que Coimbra e outros locais lhe têm prestado, as quais são afinal, para além do reconhecimento do mérito enorme enquanto artista, manifestações de afecto por um conimbricense ilustre que nunca precisou de se autopromover para que a sua geração reconhecesse nele um homem de que se gosta, que se respeita, a quem se agradece o contributo que, de forma serena mas constante, tem dado à sua geração desde os tempos de estudante da Faculdade de Medicina. No que respeita ao dedilhar da viola, com quem estabeleceu uma relação de amor para a vida, Rui Pato foi dos melhores e só assim se explica que um Zeca Afonso e tantos outros cantores do fado de Coimbra gostassem de o ter como companheiro de actuações repetidas, fosse em encontros de amigos ou em sessões públicas que a tanto mundo, a tanta gente e há tantos anos têm levado o fado de Coimbra terras além. Não é em vão, e para Rui Pato não o foi claramente, que se partilham espaços de vida, tantos, com homens do calibre coimbrão como Góis, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, António Portugal, Pinho Brojo e muitos outros. Rui Pato afirmou-se ao longo dos anos como um deles e fê-lo de uma maneira muito sua e autenticamente invulgar: em cada acorde que arrancava e arranca da sua viola, “sente-se ir” um abraço a todos eles, mantendo viva a memória de uma geração única que fez mais por Coimbra que autoproclamados vultos de ocasião. E se o primeiro som que Rui Pato arranca da sua viola é para a sua geração dirigido, por ali algures, no decorrer de tanta beleza estética, há um outro para o saudoso jornalista de Coimbra que foi Rocha Pato, falecido há bastantes anos, embrulhado no orgulho enorme que já então tinha no seu filho, de quem nunca duvidou iria ser um homem de quem também Coimbra muito se orgulharia.

MARGARIDA BELÉM Tem todas as razões para se sentir feliz com a distinção conseguida com os Passadiços do Paiva que há poucos dias foram eleitos pela primeira vez a melhor atracção turística da Europa, no decorrer da gala europeia “World Travel Awards” que decorreu em Espanha (Maiorca), realização que distingue e atribui os grandes prémios internacionais de turismo. Presidente da Câmara de Arouca, distrito de Aveiro, Margarida Belém partilhou com a sua equipa municipal a alegria do prémio recebido, destacando o esforço e dedicação da vasta equipa a quem os passadiços se devem em primeira linha. Outros prémios da mesma natureza, embora dimensão menor, têm vindo a ser conseguidos por esta mesma estrutura que tem 8 kms de extensão e que se sobrepôs a outras grandes referências turísticas mundiais, como o são a Torre Eiffel, Paris, o Coliseu de Roma, Palácio de Buckingham, a Sagrada Família, Barcelona, ou a Acrópole, Atenas e outros mais. Os passadiços ficam situados na margem esquerda do rio Paiva, em pleno Arouca Geoparque.

CHRISTINE OURMIÉRES-WIDENER Tem sido a TAP, empresa de que esta senhora é líder, um dos sorvedouros de dinheiros públicos portugueses a um ritmo verdadeiramente escandaloso. Um autêntico poço sem fundo, onde tudo quanto se lá meta desaparece em três tempos, seja em actos de gestão normal seja em opções empresarialmente erradas, quando não em opções de moralidade duvidosa. E não é só dos tempos desta senhora. Outros, antes dela, fizeram o mesmo. Decidiu-se a Administração da TAP, há poucas semanas, renovar a frota dos carros de empresa, num total à volta de 50 viaturas. Decidira-se por carros de gama alta para substituir os que existem. A comunidade de trabalhadores da empresa reagiu, a opinião pública também e o próprio Presidente da República lembrou o bom senso que é preciso ter na gestão da coisa pública. A TAP empurrou a operação para o próximo ano, abafando com isso as reacções. Nesta mesma altura a Revista Sábado trouxe à estampa a lista das maiores reformas de Portugal, algumas delas já conhecidas. Dos 49.000 euros mensais até às ninharias dos 9 e 10 mil, há lá de tudo, com clara predominância de pessoal da Banca. Estes dois factos, TAP e reformas desproporcionadas, terão com certeza a sua justificação e não é isso que se contesta mas muito menos se aplaude. Mas tenhamos todos a coragem de aceitar e reconhecer que há hoje em Portugal, país pobre e dos mais vulneráveis da Europa, uma elite cada vez mais vasta que, quando comparada em ganhos com a generalidade do povo português, roça a imoralidade, se não mesmo a decência. Reconheçamos que o que está mal não são estes excessos em si mesmos, mas quando comparados com os 300, 400 e 500 euros de reformas após 40 e 50 anos de trabalho, nível onde pertence muita da sociedade portuguesa, ferem a sensibilidade do homem comum. Esta estratificação social numa elite de excessos, dum lado, e numa vasta comunidade do povo português que não demora nada vai ter de partir de novo a sardinha em duas ou três partes, do outro, é um recuo civilizacional que poucos ou não nenhuns aceitarão, mas que deveria tingir de vergonha o rosto de muita gente.

EX-REITOR SEABRA SANTOS NAVEGOU POR MUITAS ÁGUAS

Fernando Seabra Santos, antigo Reitor da Universidade de Coimbra, lecciona esta quinta-feira (dia 13) a sua “Última Lição”, que assinala a sua aposentação como Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), e o tema que escolheu tem um título sugestivo: “Encontro das Águas”. Adivinha-se já uma enchente, pelas 17h00, no Auditório Laginha Serafim, do Departamento de Engenharia Civil da FCTUC, no Pólo II da Universidade de Coimbra. A primeira das águas de Fernando Seabra Santos é ser cientista de reconhecido mérito, doutorado pela Universidade de Grenoble (França) na área de Oceanografia Física, e ter sido o primeiro coordenador da licenciatura em Engenharia do Ambiente da FCTUC. Navegando nas águas de Reitor da Universidade de Coimbra, entre 2003 e 2011, os seus mandatos ficaram marcados pela criação do Instituto de Investigação Interdisciplinar, do Colégio das Artes, do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras e do Museu da Ciência. Em Abril de 2003 lançou a candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade, cujo dossier coordenou directamente durante oito anos e apresentou formalmente à UNESCO em Dezembro de 2010. Entre 2007 e 2010 ocupou o cargo de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), período em que decorreram as principais reformas do ensino superior, entre as quais a Lei de Bases do Sistema Educativo, Regime Jurídico das Instituições (RJIES), Agência de Avaliação e Acreditação (A3ES) e Processo de Bolonha, entre outras. Fora do mundo académico, a partir de 1975, foi membro fundador da Brigada Vitor Jara, tendo participado nas actividades do grupo até 1988. Mais tarde, em 2011, lançou o CD “Hoje”, com letras e músicas de sua autoria, e que teve a participação de Camané, Cristina Branco, Filipa Pais, Luís Represas, Manuel Freire, Martinho da Vila, Paula Oliveira, Sérgio Godinho e Vitorino. A última das águas corre para o nível empresarial, tendo Seabra Santos fundado a FridayCiência e Engenharia do Lazer, SA, empresa que tem como objectivo conceber, projectar, construir e comercializar dispositivos náuticos com uma elevada componente de tecnologia e inovação. Esta empresa foi considerada, em 2020, Leading Specialists in Floating Home Design - Europe pela revista alemã BUILD.

CATARINA COSTA

A vice-campeã europeia de -48 kg foi logo eliminada na sua estreia nos Mundiais de Judo, em Tashkent, ao perder já no prolongamento do combate com a alemã Katharina Menz, por ‘waza-ari’. A judoca da Académica de Coimbra, que tinha grandes aspirações a um bom resultado na capital do Uzbequistão, foi surpreendida por Menz, com quem já tinha lutado em quatro ocasiões, com duas vitórias para cada. Catarina Costa conquistou este ano a medalha de prata nos Europeus, em Sófia, depois do quinto lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.

JORGE HUMBERTO TOMAZ O director do Serviço de Sangue e Medicina do CHUC foi palestrante no Rotary Clube de Coimbra, tendo abordado o tema “Saúde Humana e Bem-Estar Ambiental”. O médico, assistente graduado sénior de Imuno-hemoterapia, é responsável pela Unidade de Aférese, Terapia Celular e Medicina Regenerativa do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

ANA PAULA JARDIM A escritora de Coimbra apresentou, no sábado (8), a sua mais recente obra, o livro de poesia Enfermaria, na Casa da Escrita. Ana Paula Jardim licenciou-se em Filosofia e frequenta um Mestrado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Desempenhou funções no âmbito da promoção da leitura e da gestão de eventos na Divisão de Bibliotecas da Câmara Municipal de Oeiras. Integra, desde finais de 2016, a equipa do Templo da Poesia, do Parque dos Poetas, na área da programação e mediação cultural.

PEDRO MEDEIROS A exposição “The Pencil of Nature” do fotógrafo conimbricense está patente no Exploratório - Centro Ciência Viva de Coimbra, até final de Novembro. Da colecção fazem parte 18 imagens em grande formato que são, segundo o autor, “uma representação fotográfica das formas originais da natureza”, convocando quem as vê “para uma reflexão sobre a sexualidade, a vida, a morte, a mutação e a manipulação, sobre a consciência do que é efémero e do que é perene”.

ALEXANDRE LEITÃO Natural de Coimbra, onde se licenciou em Geografia, foi professor e, ainda jovem, chegou a ser vereador pelo PS. Fez formação em Administração Autárquica e o mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica Portuguesa. A carreira diplomática, onde ingressou em 1999, foi o seu futuro e é o presente. Alexandre Leitão será o próximo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, depois de ter exercido funções consulares em Benguela e Senegal, além de ter sido Chefe dos Assuntos do Parlamento Europeu na Representação de Portugal junto da União Europeia, em Bruxelas. O futuro líder da representação diplomática de Portugal em Macau foi ainda embaixador da União Europeia

em Timor-Leste. Ainda na área diplomática, Alexandre Leitão foi conselheiro do primeiro-ministro, António Costa, assessor do secretário de Estado da Administração Pública e da Modernização Administrativa e fez, também, assessoria para o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

ADÍLIA ALARCÃO A escritora e arqueóloga lança hoje (13), pelas 18h00, o seu mais recente livro“O Património é meu, é teu, é nosso Vamos cuidá-lo”, na Casa Museu Bissaya Barreto. Dirigida especialmente a adolescentes, o livro aborda a importância do património, material e imaterial e a necessidade da sua preservação. Adília Alarcão é licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas, com uma vida dedicada à conservação e restauro, dirigiu o Museu Monográfico de Conímbriga e o Museu Machado de Castro. Integrou ainda as Comissões Instaladoras da Escola Superior de Conservação e Restauro na Universidade Nova de Lisboa.

REGINA FERREIRA A chefe da Divisão de Contabilidade e Finanças Câmara Municipal de Coimbra, vai assumir a Direcção do Departamento Financeiro da Câmara de Coimbra, a partir de terça-feira (17). Regina Ferreira é licenciada em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (colégio da especialidade de gestão). Ingressou nos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) em 1991 como técnica superior, sendo responsável pela Repartição de Contabilidade, e em 1992 assumiu a responsabilidade funcional da Divisão Financeira, tendo em Janeiro de 1994 ingressado no mapa de pessoal dos SMTUC. Em Agosto de 1998 foi nomeada, em regime de comissão de serviço, chefe da Divisão Financeira dos SMTUC, desempenhando esse cargo até Fevereiro de 2006, altura em que foi nomeada directora delegada dos SMTUC, função que assumiu até Junho de 2014. De Setembro desse ano a Março de 2021 desempenhou funções de técnica superior na Divisão de Contabilidade e Finanças do Município de Coimbra e, desde 1 de Abril de 2021, assumiu a chefia da Divisão de Contabilidade e Finanças da CMC, em regime de substituição.

LUÍS REIS TORGAL O Professor Catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra vai ser homenageado, amanhã (14), pelas 14h30, no Colégio da Trindade, Universidade de Coimbra, com a apresentação do livro “Brandos Costumes: O Estado Novo, a PIDE e os intelectuais”. A entrada é livre e a apresentação está a cargo de Fernando Rosas. A obra agrega como autores alguns dos seus ex-alunos, ex-orientandos e colaboradores próximos, examina a relação entre a PIDE e uma série de intelectuais (portugueses e africanos das ex-colónias) que foram apoiando e/ou integrando uma “oposição”, nem sempre unida e com claras fraquezas, ao Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano.

Após a saída de Francisco Paz, Paulo Pires assume a direção do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra e, ainda, o cargo de programação cultural do Convento São Francisco.

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MARTA TEMIDO: “DIRECÇÃO EXECUTIVA DO SNS COLOCA A PRESSÃO ONDE ELA TEM DE ESTAR”

Nasceu em Coimbra, mas com um mês de idade já estava em Arganil, passou por Viseu, regressou a Coimbra, deu um salto até Castelo Branco e voltou à cidade natal onde terminou o ensino básico, o secundário e onde se licenciou, depois, em Direito. Uma vida nómada, resultado das profissões do pai (magistrado) e da mãe (professora). Especializou-se em Administração Hospitalar em Lisboa, mas foi nos Hospitais da Universidade de Coimbra que, em 2000, começou a trabalhar. Em 2004 ingressou no mestrado em Gestão e Economia da Saúde na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, doutorando-se em Saúde Internacional pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. Em Outubro de 2018 assumiu o cargo de ministra da Saúde, do qual se demitiu há pouco mais de um mês. No final de 2019 foi eleita cabeça-de-lista do PS pelo círculo eleitoral de Coimbra, função que reassumiu agora. A pandemia, o SNS, a carreira dos médicos e os Covões foram, naturalmente, os assuntos focados em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”.

LINO VINHAL / NÁDIA MOURA

Campeão das Províncias [CP]: Como se sente?

Marta Temido [MT]: Foram anos muito exigentes. Não fazia ideia do nível de complexidade e exigência das funções de governação. Agora, sempre que olho para a bancada do Governo penso: há, de facto, um sentimento de consideração e respeito que devemos ter por quem aceita servir o país. Depois acontece a pandemia, uma circunstância excepcional, devastadora e difícil de enfrentar e o sector da saúde é, por si só, muito complicado. Fui, no entanto, muito feliz enquanto assumi funções no Ministério da Saúde e tive uma equipa extraordinária, unida, leal e conhecedora dos assuntos. Muitas das pessoas que estiveram comigo era a primeira vez que trabalhavam num Ministério e no fundo éramos todos, de alguma forma, aprendizes na política. Ter uma preparação técnica é importante, mas eu hoje sei bem que não chega. Há coisas que não vêm nos livros: um pensamento político; alguns aspectos formais; pensamento mais estratégico, aspectos que fomos desenvolvendo ao longo do percurso.

[CP]: Chegou a passar-lhe pela cabeça, mais

no início da pandemia, vir embora?

[MT]: Cheguei a pensar que, se sobrevivesse a alguns momentos, no dia a seguir ia embora. Depois, afinal, não fui. Há momentos da resposta à pandemia que nunca esquecerei: ninguém imagina o que é estar no Ministério, já tarde, a cidade rodeada de silêncio, e ouvir ambulâncias sempre a passar sabendo das dificuldades que estavam a existir. Os que mais sofreram, sem dúvida, foram os profissionais de saúde que estiveram na linha da frente. Devemos sentir um grande orgulho pela forma como os profissionais de saúde e de serviços de apoio lidaram com esta pandemia. O grande sucesso do nosso combate à pandemia foi não haver divisões ou divergências, havia, sim, união.

a senti do primeiro-ministro, mas ninguém deve esperar que o primeiro-ministro ande com os ministros ao colo. A função dos ministros é ajudar e proteger o primeiro-ministro e a função deste é proteger a população. É esta relação de lealdade e hierarquia que, para quem está de fora, é, por vezes, difícil de compreender. Quem vem para a política tem de estar ao serviço e isto significa estar disponível e prescindir de muita coisa, excepto dos nossos princípios.

[CP]: A certa altura o SNS começou a abrir algumas brechas e estas foram, muitas vezes, importadas à ministra da Saúde e não ao sistema...

[MT]: Há questões que se reflectem no funcionamento dos serviços públicos e que têm a ver com questões orçamentais. Nós, que pensamos nestes temas há muito tempo, sabemos que há questões relacionadas com recursos, mas há outras relacionadas com organiza-

A prevenção é algo que, libertando o Ministério da Saúde de problemas da gestão directa dos serviços, poderá ter maior atenção política agora.

ção. Quando salta à vista a fragilidade dos recursos há que reconhecer que estes são sempre limitados. Os membros do Governo também têm de ter solidariedade uns com os outros e perceber até as dificuldades sectoriais de outras áreas. Quando nós dizemos que é preciso mais dinheiro para a saúde, há que pensar que muitas outras áreas poderiam dizer o mesmo.

[CP]: O SNS para funcionar bem devia ter mais recursos e daqui poderá depender o seu futuro?

tra vez para a organização das carreiras. O nosso SNS costuma ser avaliado como um serviço eficiente e os resultados são bons. A questão é que temos cada vez mais uma população envelhecida, que tem depois um conjunto de necessidades e, portanto, consomem mais cuidados, sendo frequente, que a partir de certa idade, tenham mais necessidades de cuidados de saúde, sobretudo doentes com patologia crónica.

[CP]: A fórmula de entregar a gestão do SNS à Direcção Executiva vai tirar algum peso ao Ministério da Saúde?

[MT]: Sobretudo, acredito que vai conferir maior independência à gestão do SNS. Vai colocar a pressão política onde ela tem de estar – no Ministério da Saúde – e a questão técnica na Direcção Executiva. Tem de haver tensão entre estas duas vertentes e esta corre melhor quando há duas entidades capazes de fazer dessa tensão uma tensão positiva. Agora, não há soluções milagrosas. A Direcção Executiva é um passo no sentido correcto, que é o da autonomização destas duas vertentes: política e técnica. Também é importante olhar para a vertente da prevenção...

[CP]: … nesse ponto ainda não assentámos numa estratégia para o país todo, pois não?

[MT]: Talvez por isso exista agora uma Secretaria de Estado focada na prevenção, preocupada em ter

para que as alterações legais produzam resultados.

[CP]: Há ou não há falta de médicos no país?

[MT]: É um facto que somos um dos países da OCDE com maior número de médicos por habitante. A questão é que esse número corresponde ao número de inscritos na Ordem dos Médicos, mas há muitos inscritos que já não exercem. Compreendo que algumas pessoas digam que não é uma questão da falta de médicos mas de atractividade, e de alguma forma se tivéssemos os médicos todos a trabalhar não havia este problema, mas a Administração Pública tem

O Hospital dos Covões será sempre associado ao humanismo e proximidade.

completa. Quando deixei de ser ministra da Saúde ponderei se iria assumir o papel de deputada ou se voltaria para o IPO do Porto, onde estou afecta, e achei que não seria correcto, para com quem acreditou em mim, sair.

[CP]: O caminho que foi dado aos Covões foi o mais correcto?

[CP]: Sente que o primeiro-ministro foi solidário consigo enquanto ministra?

[MT]: Como disse, as funções no Governo são muito exigentes e são-no para todos, inclusive para o primeiro-ministro. Há que sentir solidariedade e sempre

[MT]: O maior problema do SNS é o dos profissionais de saúde. Há questões de remuneração que estão na base de muitas reivindicações e das fugas do sector público para o privado. Penso que é um trabalho que está em curso, que procurámos iniciar e que agora deverá ser continuado ao olhar ou-

uma abordagem sistemática dessas vertentes que são, de facto, latas. Ao falar de prevenção tanto podemos estar a falar de cuidados como a vacinação ou da educação para a saúde nas escolas, ou da saúde mental. A prevenção é algo que, libertando o Ministério da Saúde de problemas da gestão directa dos serviços, poderá ter maior atenção política agora. Estamos a assistir a mudanças, mas é necessário dar tempo

regras; por exemplo, a saída aos 70 anos. É uma grande mais-valia manter os seniores a aconselhar, isso tem um valor incalculável e a sua saída automática  deixa uma mágoa mútua e é um prejuízo colectivo.

[CP]: Ministra ou deputada?

[MT]: Estar deputada é uma experiência nova e falta-me essa escola política, estou a ficar com uma visão mais

[MT]: Não sei se foi, mas a pergunta é: aqui chegados como melhorar? Eu tenho relações afectivas com os Covões, recordações de dias muito bons e de muito trabalho. Toda a história desta estrutura vinha do conceito de “hospital cidade”, em oposição ao ”hospital escola”, mais distante. O Hospital dos Covões será sempre associado ao humanismo e proximidade. Outra questão é: como é que se faz caminhar o Hospital dos Covões para servir os portugueses em 2050 sem perder a sua “imagem de marca”? Acho que passa por orientá-lo para a componente de ambulatório, que é o que a maioria de nós, ao longo da vida, mais necessita. Porque a maioria dos cuidados de que hoje as pessoas necessitam são diferentes e podem ser prestados de outra forma - recordo a hospitalização domiciliária.

Ex-ministra da Saúde realça a importância da componente da humanização no meio hospitalar

CÂMARA VAI DAR A VOLTA POR DENTRO AOS SMTUC DEPOIS DO CHUMBO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Coma rejeição pela Assembleia Municipal da integração na Câmara (internalização) dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, a maioria que lidera o Executivo equaciona novas medidas alternativas para ultrapassar problemas estruturais dos SMTUC e um volume orçamental de 26,6 milhões de euros.

A opinião de que “tudo permaneça na mesma” não colhe junto da vereadora com o pelouro dos Transportes e Mobilidade e também presidente do Conselho de Administração dos SMTUC, Ana Bastos, assim como do presidente da Câmara, José Manuel Silva, o que se induz das declarações proferidas durante e após a Assembleia Municipal (AM).

A maioria que governa a Câmara viu, no passado dia 4, a Assembleia Municipal rejeitar a internalização dos SMTUC no Departamento de Transportes da Câmara. A proposta do Executivo foi chumbada por 29 votos contra dos deputados do PS, CDU e movimento Cidadãos por Coimbra e teve 20 a favor por parte das várias bancadas que constituem a coligação Juntos Somos Coimbra e do deputado do Chega.

No final da AM, Ana Bastos declarou que os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de

Coimbra “possuem problemas estruturais que têm de ser ultrapassados”, considerando que “é necessário analisar novas medidas” com a rejeição da internalização pela Assembleia Municipal.

A vereadora da autarquia entende que “muitos desses problemas seriam directamente solucionados através da internalização dos SMTUC nos serviços da autarquia, tirando partido de alguma qualificação de massa crítica que já existia na Câmara Municipal”.

Não tendo passado esta proposta na AM, Ana Bastos considera que é preciso equacionar novas alternativas. “Vamos ter que criar essa mesma estrutura do lado dos SMTUC. Isso vai desde logo obrigar a rever o mapa do pessoal e já estamos a trabalhar nesse sentido. É preciso aumentar postos, abrir novos concursos para entrada de novas pessoas qualificadas e reforçar também algumas estruturas internas” - explicou Ana Bastos.

Esta opção trará mais custos numa altura em que a autarquia se depara já com grandes preocupações na área financeira. A vereadora sublinha que “o custo dos combustíveis e da energia duplicou nos últimos tempos”, não antevendo “fácil o futuro dos SMTUC nos próximos meses”. Adianta, ainda, que esse futuro deverá passar por “rever o próprio organigrama dos SMTUC”.

“OPOSIÇÃO DESTRUTIVA”

A reunião da Assembleia Municipal onde se discutiu e votou a integração dos SMTUC na Câmara foi das mais longas e participadas, tendo contado com a presença de cerca de 200 trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos, durante grande parte da sessão.

“É democraticamente legítimo estar contra, mas a ética democrática também obriga a apresentar alguma solução alternativa e a não bloquear a boa governação de Coimbra, o que não foi feito por nenhum partido político”, afirmou o presidente da Câmara, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt).

Para o autarca, que falava antes da rejeição da proposta e numa intervenção que durou cerca de uma hora,

o chumbo da proposta, a acontecer, seria “exclusivamente por razões políticas de uma oposição destrutiva para Coimbra”.

“Mais paradoxal ainda, é serem partidos de esquerda a rejeitar uma medida de esquerda. É a política a bater no fundo”, criticou, considerando que a internalização iria permitir “resolver problemas estruturais dos SMTUC”, com a possibilidade de agilização de processos e criação de sinergias. Durante a sua intervenção, José Manuel Silva afastou o ‘fantasma’ da privatização, levantado no início da discussão do processo pelo PS.

O autarca recordou que a advogada da Comissão de Trabalhadores dos SMTUC afirmou que os direitos e deveres dos trabalhadores ficavam assegurados e que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) referiu que a internacionalização torna um cenário de privatização mais difícil.

José Manuel Silva ainda apelou a um voto ‘independente’ por parte dos presidentes das Juntas de Freguesia, mas todos os autarcas do PS e CDU com assento na Assembleia Municipal votaram contra.

O líder da bancada socialista, Ferreira da Silva, recusou uma alegada “política de terra queimada” por parte do Executivo, defendendo mais uma vez os “ganhos de eficácia de uma forma de gestão empresarial” no modelo actual. “Não se vislumbram ganhos”, mas apenas problemas com o “gigantismo da burocracia” dos Departamentos Municipais, criticou, considerando que a proposta “não contém qualquer fundamento sério”.

Já o deputado do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) João Malva referiu que não foi apresentada pelo Executivo “uma estratégia global para recuperar os transportes colectivos”, tal como tinha sido exigido. “O grupo dos Cidadãos por

Também a CDU criticou a proposta e vincou que é possível encontrar “soluções” para uma melhor qualidade do serviço dos autocarros em Coimbra, desde que haja “vontade para trabalhar com os trabalhadores”, disse a deputada comunista Luísa Silva.

Durante a Assembleia Municipal foi ainda aprovada uma moção da CDU, com os votos a favor desta força, do PS e do movimento Cidadãos por Coimbra e contra das restantes bancadas.

A moção propõe ao Executivo municipal, enquanto autoridade de transportes, apresentar à Assembleia Municipal até ao fim do ano uma proposta de trabalho para encontrar soluções destinadas a “assegurar a prestação dos serviços de transporte público e colectivo urbano”, “garantir padrões predeterminados de qualidade” e “fomentar a utilização do transporte público”, entre outras medidas.

A moção aponta ainda críticas à forma como foi proposta a internalização dos SMTUC, sem ser explicado como é que haverá melhorias de eficiência e qualidade do serviço prestado.

Na mesma Assembleia Municipal foi ainda aprovada a reestruturação da orgânica municipal, com votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra e do deputado do Chega e abstenção do PS, CDU e CpC.

Aempresa

S. José Pneus, sediada em Cantanhede, vai entregar amanhã (14), pelas 18h30, na sua sede, os prémios correspondentes à 2.ª edição da Bolsa de Mérito.

Os alunos do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria contemplados com a Bolsa de Mérito foram Matilde de Andrade Catarino, Helena Maria Lourenço Oliveira e Bruno Miguel dos Santos Gentil.

A cerimónia conta com a presença dos alunos premiados e família, de elementos da Direcção do Agrupamento de Escolas e da Câmara Municipal de Cantanhede.

“Na certeza de que o caminho para a evolução do país passa pela maior qualificação dos seus jovens, a S. José Pneus procura dar oportunidades para que todos possam chegar mais além, fruto do seu trabalho

e dedicação. Esta bolsa fará certamente a diferença no seu percurso”, refere a empresa.

A Bolsa de Mérito vai na

sua segunda edição, estando já assegurada a terceira edição para o ano lectivo 2022-2023.

A S. José Pneus preten-

de, com esta bolsa de mérito, apoiar jovens beneficiários do escalão A ou B, que frequentem o Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria de Cantanhede, residam no concelho de Cantanhede e que ingressem no Ensino Superior. A Bolsa de Mérito S. José Pneus premeia, assim, os três melhores alunos, de acordo com os critérios referidos anteriormente, com bolsas no valor total de 2.250 euros.

A Bolsa de Mérito S. José Pneus conta com o apoio da Direcção do Agrupamento de Escolas Lima de-Faria e da Câmara Municipal de Cantanhede.

Actualmente a S. José Pneus é uma das principais empresas de distribuição de pneus da Península Ibérica, com uma facturação superior a 60 milhões de euros, assumindo como característica principal ter a oferta mais diversificada do mercado.

Coimbra não aceita esta visão gestionária”, realçou.

A coligação Juntos Somos Coimbra, que tem maioria na Câmara, perdeu a votação na Assembleia Municipal, onde PS, CDU e Cidadãos por Coimbra têm mais eleitos

@BAIXA COIMBRA ESTÁ NA CORRIDA A BAIRRO COMERCIAL DIGITAL

Oprojecto

@Baixa Coimbra recebeu parecer positivo e avançou para a segunda fase do financiamento “Bairros Comerciais Digitais”, do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR. A candidatura é conjunta da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e da Coimbra Mais Futuro e obteve a classificação de 4,7 valores, numa escala em que cinco era o máximo.

“Este é um passo importante, fomos considerados elegíveis e, tendo em conta a classificação, estamos bem encaminhados”, afirmou o vereador da Economia da CMC, Miguel Fonseca, acrescentando que “agora é tempo de continuar a trabalhar afincadamente nesta candidatura”.

O projeto @Baixa Coimbra pretende transformar a Baixa da cidade

num verdadeiro centro comercial ao ar livre, conectado e adaptado às novas tendências de consumo, assente num modelo colaborativo de co-criação, com vista à transição para uma nova dimensão de consumo, capaz de assegurar a valorização e digitalização do comércio local e a recuperação da economia.

@Baixa Coimbra pretende intensificar a relação do espaço público da Baixa de Coimbra com a actividade comercial e operacionalizar uma nova dinâmica competitiva na cidade, contribuindo, de igual modo, para fomentar a atractividade do comércio e serviços presentes na zona.

A escolha da área urbana teve em conta a forte densidade de espaços comerciais e de prestação de serviços que caracteriza o local (836 estabelecimentos numa área de 24,5 hectares), um dos requisi-

tos mais relevantes para a aprovação da candidatura. Outro factor que beneficia a candidatura é o facto de ser apresentada por um consórcio, que é liderado pela autarquia, mas integra também a associação empresarial APBC e a associação de desenvolvimento local Coimbra Mais Futuro.

Esta linha de financiamento prevê a criação de 50 Bairros Comerciais Digitais em todo o país, isto é, espaços urbanos delimitados, com uma forte densidade comercial, que possam ser alvo de uma estratégia de gestão comum que assente num ambiente tecnológico avançado.

A principal ideia é capacitar os comerciantes desse Bairro para outras formas de venda para além da física (em loja), nomeadamente a digital e a híbrida (que conjuga as duas), promovendo e potenciando os seus negócios.

Iniciativa visa a utilização de ferramentas digitais para gerar uma nova forma de relacionamento entre os comerciantes, os consumidores e o espaço público

O objectivo passa, também, por captar uma maior atenção dos consumidores para o Bairro, não só pela sua nova identidade visual e disponibilização de informação relevante para a decisão de consumo, mas também pela facilidade de aquisição de produtos e serviços.

Esta iniciativa trata-

DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS

OCentro de Responsabilidade Integrada (CRI) de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) iniciou na segunda-feira (10), Dia Mundial da Saúde Mental, a Estimulação Magnética Transcraneana (TMS). Trata-se de um dos principais métodos físicos não invasivos baseado na geração de um campo electromagnético para modulação da resposta neuronal de determinada área cerebral. Através da técnica

TMS é possível estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, constituindo uma alternativa complementar no tratamento de algumas perturbações psiquiátricas e neurológicas que têm vindo a ser objecto de diversas investigações nas últimas décadas.

O CRI de Psiquiatria do CHUC inicia a sua actividade assistencial implementando protocolos de Estimulação Magnética Transcraneana em doentes com quadros clínicos crónicos

e refractários de Depressão

Major e na Perturbação Obsessivo-Compulsiva, sendo a equipa do CRI de Psiquiatria pioneira nesta intervenção a nível nacional no Serviço Nacional de Saúde. As técnicas de estimulação cerebral não invasivas promovem modificações na excitabilidade cortical, modulam a actividade de redes neuronais e especialmente são promotoras de plasticidade neuronal, indicando o seu potencial efeito terapêutico, com uma vantagem face a outras metodologias que se realizada dentro dos parâmetros de segurança, praticamente não possui efeitos adversos – pelo contrário, alguns estudos apontam inclusive melhorias em termos de funcionamento cognitivo para além dos efeitos terapêuticos na sintomatologia.

O investimento que o CHUC fez na aquisição desta tecnologia, e que rondou os 100 mil euros, representa o compromisso do Conselho de Administração na Saúde Mental, na criação de projectos inovadores sinalizados pela direcção do CRI de Psiquiatria e que permitam novas abordagens terapêuticas, sobretudo em patologias refractárias às terapêuticas convencionais. Refira-se que os primeiros sinais inequívocos da utilidade clínica desta técnica surgiram em finais de 2008, com a aprovação da primeira terapia por TMS para a Depressão por parte da Food and Drugs Administration (FDA), consolidada pelo mesmo organismo em 2009. Desde então, outras aprovações têm surgido, nomeadamente para o tratamento da Perturbação Obsessivo-Compulsiva.

-se de uma oportunidade para Coimbra impulsionar o crescimento económico, promover a proximidade e a coesão territorial, recuperar o sentido de planeamento do urbanismo comercial, promover a digitalização dos operadores económicos e dos seus modelos de negócio, bem como o comércio em linha e a integração di-

gital das cadeias de abastecimento e escoamento.

A dotação prevista neste aviso é de 52 milhões de euros, sendo que o valor máximo de incentivo para cada Bairro poderá vir a ser ajustado, em função da necessidade de garantir o cumprimento da meta da criação de 50 Bairros até 31 de Dezembro de 2025.

GALERIA ALBUQUERQUE & LIMA PESCA DO POLVO PARA VER COM FOTOS DE JOSÉ GRAÇA

AGaleria

Albuquerque & Lima, em Coimbra, inaugura amanhã (sexta-feira), às 17h00, a exposição do fotógrafo algarvio José Graça, intitulada “Fish pay attention to the Moon”, dedicada à pesca do polvo.

Segundo o autor, este é um documentário de fotografia autoral sobre a pesca do polvo que, ao longo de 28 imagens, visa salientar o trabalho árduo do pescador de uma forma complexa e pura. O fotógrafo adverte, porém, que o polvo acaba por ser o protagonista, ao revelar algumas das suas façanhas.

Deixando um especial agradecimento à tripulação da embarcação “André Sousa” e ao mestre “Rogério”, o autor descreve esta experiência fotográfica como uma “conexão inesquecível à cultura da sua terra”, ao ponto de decidir partilhá-la publicamente nesta exposição.

A exposição, com entrada grautira, pode ser vista até 30 de Outubro na Galeria Albuquerque & Lima, sita na Rua Egas Moniz, Lote 14, Loja 5, em Coimbra, com entrada livre.

José Graça (1983) é natural da vila da Fuzeta (Olhão) e trabalha como fotógrafo desde 2013. Em 2019 decidiu formar-se no Instituto Português de Fotografia, no Porto. Tem-se dedicado maioritariamente à fotografia editorial e de autor (documental).

DA SERENATA MONUMENTAL PODE MUDAR POR MOTIVOS DE SEGURANÇA

Após

dois anos de pandemia, com a reabertura dos estabelecimentos e regresso em força de eventos culturais e desportivos, além de uma maior movimentação nas zonas de diversão nocturna de Coimbra, o tema “(in)segurança” volta a estar na ordem do dia. A Rádio Regional do Centro (RRC), na rubrica semanal onde são debatidos temas da actualidade, na passada quinta-feira (6), promoveu um debate sobre o assunto. Para isso, além do habitual comentador da rubrica, Luís Santarino, a RRC recebeu nos estúdios Assunção Ataíde, presidente da Associação para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e o subintendente da PSP de Coimbra, Fernando Santos.

Direccionando o tema para as festas académicas na cidade, Fernando Santos congratulou-se pelo sucesso do trabalho feito no dias da Latada e Imposição das Insígnias deste ano, nomeadamente quanto ao dia da Serenata. “Não há grande alteração em termos de dispositivo. Foi analisado o que foi utilizado em edições anteriores e feito, mais ou menos, algo idêntico. Tivemos uma intervenção forte na noite da Serenata, que tem o seu dispositivo de trânsito para evitar que haja ocupação do espaço onde decorre, e tivemos um dispositivo de ordem pública para fazer face a alguma eventual altera-

ção decorrente da enorme ocupação daquele espaço que felizmente não aconteceu”. O subintendente aproveitou para esclarecer que qualquer dispositivo de segurança tem duas vertentes: a security – tem a ver com a segurança em termos policiais, a prevenção de alteração da ordem publica - e a safety - inclui outros parceiros relevantes e tem a ver, sobretudo, com entidades que integram a Protecção Civil.

“PROBLEMAS” DE SEGURANÇA DA QUEIMA DAS FITAS

Os dois maiores “problemas” da Queima das Fitas para a PSP, segundo Fernando Santos, são, por um lado, a passagem do cortejo na rampa da Praça 8 de Maio, propícia a acidentes e, por outro, a realização da Serenata na Sé Velha pela carência que esta zona tem de vias de escapatória e a dificuldade de acesso dos meios de socorro, caso estes sejam necessários. A Sé Nova seria, à semelhança do que aconteceu na última edição desta festa académica, uma boa opção porque tem “duas avenidas largas, uma de cada lado, que podem ser escapatórias”, sublinha.

Já Assunção Ataíde começou, desde logo, por dizer que não “alinha em dizer que a Baixa é insegura”, argumentando: “torna-se insegura porque, a partir das 18h30, fica sem os habitantes ditos «normais», ficando com

as pessoas problemáticas e tornando-se um pouco inóspita com pessoas que nos transmitem alguma insegurança”.

A presidente da APBC tem, por diversas vezes, apelado aos comerciantes desta zona da cidade para darem continuidade a algumas medidas que poderão ajudar ao aumento da segurança no Centro Histórico, nomeadamente o prolongamento dos horários e a realização de actividades ao final do dia, aproveitando para desvendar a iniciativa da APBC que preconizará, em breve, a exposição de “fotografias gigantes, de pessoas famosas e reconhecidas na cidade, que vivem no Ingote, para desmistifi-

car a ideia que lá só vive gente problemática ou de poucas posses”, conclui.

DESCENTRALIZAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES DA BAIXA

“Houve a fuga, ao tirarem a habitação para o Ingote, de toda a dinâmica da vida dita normal e agora quem esta na Baixa é quem faz o tráfico e quem beneficia da alimentação das associações”, afirma Assunção Ataíde, acrescentando que é defensora da descentralização das mesmas, medida que é também defendida pelo actual presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva.

“a Baixa sofreu uma descaracterização em termos residenciais nos últimos anos além de que, paralelamente, houve uma crise das dinâmicas económicas” e que a “segurança na Baixa tem de ser vista na perspectiva holística: é necessário envolvimento de outras entidades – a Câmara, as Juntas de Freguesia e outras instituições. Tenho esperança também que a requalificação da degradação urbanística possa trazer efeito positivo em termos de segurança”, enaltece.

MEDIDAS DA PSP

do sistema de videovigilância: “Temos um sistema de videovigilância já instalado em Coimbra há alguns anos, foi reforçado com o aumento de número de câmaras instaladas”.

A Câmara Municipal de Coimbra está a colaborar com o Ministério da Administração Interna para a realização de um conjunto de eventos denominado “Conferências de Coimbra”, no Convento São Francisco (CSF). Já ao abrigo deste protocolo, está agendada para os dias 18 e a 19 de Outubro, no CSF, a primeira conferência do ciclo com o tema “Segurança Urbana | Os Municípios e a Protecção do Espaço Público”.

Segundo a minuta de protocolo aprovada, as “«Conferências de Coimbra» são

um espaço de partilha de conhecimentos entre as forças e serviços de segurança do Ministério da Administração Interna e as autarquias locais, no âmbito de diversas temáticas associadas à Segurança Urbana”.

No documento é ainda reiterada a importância de concretização das conferências em Coimbra, “dando enfoque às políticas municipais em matéria de segurança e, muito especificamente, em matérias de Segurança Urbana, contribuindo sobremaneira para as políticas de Segurança Interna”.

“Eu trabalho há 43 anos com meninos com deficiência e quando quero inclui-los não os meto ao lado de 20 ou 30 como eles mas sim em grupos ditos «normais». Coimbra é uma cidade acolhedora para estas pessoas, a maioria nem são de cá, mas que o façamos de forma inclusiva e isso não é chamá-los todos para a Baixa”, conclui.

Ambos os convidados consideram que a Baixa não é uma zona assim tão insegura. Assunção Ataíde diz mesmo que há zonas da cidade que o são muito mais mas cuja mediatização é menor. Já Fernando Santos corrobora da opinião de que

O subintentedente sublinha ainda que a PSP está sensível à posição das pessoas que se sentem inseguras na Baixa da cidade e realça o programa implementado - “Policiamento de Proximidade”, onde os polícias faziam o seu trabalho normalmente sempre no mesmo bairro, havendo interacção com as pessoas -, além de estarem a unir esforços no sentido de um maior números de acções de visibilidade. “Gostávamos de ter mais pessoas dedicadas ao programa «Comércio Seguro» mas os nossos meios são finitos e temos de os gerir em função do interesse dos cidadãos”, argumenta. Fernando Santos lembra que há também a sensibilidade da PSP e da autarquia de Coimbra quanto ao reforço

Em Maio do próximo ano, espera-se um grande desafio para a PSP, e restantes entidades envolvidas, com a realização de três eventos que trarão milhares de pessoas à cidade: a Queima das Fitas, quatro concertos dos Coldplay e uma prova do Rally de Portugal. O desafio é grande mas não é intimidante, segundo Fernando Santos: “Estamos a trabalhar nisso – no caso da Queima das Fitas já desde a última edição – de acordo com a informação de que dispomos, e a fazer já o nosso «caderno de encargos». Perpectiva-se que os três eventos coincidam, mas já temos alguma experiência do passado: tivemos o concerto do Bocelli, a Super Especial do Rally já este ano, há uns anos atrás tivemos os U2 e tivemos cá a Madonna com 60 mil pessoas a assistir. Portanto, estamos a avaliar os riscos desses eventos e a preparar os meios que são necessários para os mitigar e prevenir, sendo que, obviamente, a PSP não terá todos os meios para lhes fazer frente, mas será, mais uma vez, uma conjugação de esforços”.

NÁDIA

Na habitual rúbrica semanal da RRC, com Luís Santarino (ao centro), a presidente da APBC, Assunção Ataíde, e o subintendente da PSP de Coimbra, Fernando Santos, debateram o tema “Segurança em Coimbra”

Dedicada à sétima arte francófona, considerada uma das mais frutíferas culturas cinematográficas do mundo, a Festa do Cinema Francês regressa às telas do nosso país para a sua 23.ª edição (de 26 de Outubro a 20 de Novembro). Depois de dois anos atípicos, cujas edições foram ditadas por diversas restrições, este ano vai apresentar mais de 80 filmes em 10 cidades, nomeadamente Lisboa, Almada, Oeiras, Coimbra, Porto, Évora, Viseu, Faro, Lagos e Funchal.

Em Coimbra, realiza-se, como é já habitual, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), entre os dias 26 e 29 deste mês. Serão mais de 13 obras de diferentes géneros e que abrangem as diferentes secções do evento: antestreias (filmes que vão estrear brevemente nas salas de cinema portuguesas),

DO CINEMA FRANCÊS REGRESSA A COIMBRA PARA 23.ª EDIÇÃO

CineJovem (filmes para as os mais novos); Cinema à Mesa (cinema onde a gastronomia assume o papel central), Segunda Chance (filmes que já estiveram nas salas de cinema portuguesas e que agora podem ser revistos).

PROGRAMAÇÃO

A Festa arranca no dia 26 com a antestreia do filme “A Acusação” de Yvan Attal, um drama que estreou no Festival de Veneza 2021 e que conta com interpretações de Ben Attal, Suzanne Jouannet e Charlotte Gainsbourg. No dia seguinte (27), vão ser exibidos os filmes da secção CineJovem, nomeadamente “Fahim” e “Adeus Rapazes”, um filme de Louis Malle, de 1987, que arrecadou o Leão de Ouro no Festival de Veneza desse mesmo ano. Da secção Cinema à Mesa, será exibido “Delicioso”, terminando o

dia com “Um Intruso na Cave” de Philippe Le Guay. No dia 28 será apresentado “Edmond”, uma comédia histórica sobre o escritor Edmond Rostand e “Ilusões Perdidas”, de Xavier Giannoli. Mais tarde será exibido “Golias” de Frédéric Tellier, e por fim, “Os Passageiros da Noite”, um filme de Mikhaël Hers, com Charlotte Gainsbourg, cuja acção se passa em Paris nos anos 80 e que esteve na competição oficial do Festival de Berlim 2022 onde integrou a secção antestreias.

No último dia (29), será apresentado um filme de animação para os mais novos, “As Aventuras de Lia”. Seguem-se dois filmes da secção Segunda Chance, “Alta Costura” de Sylvie Ohayon e “Casa de Repouso” de Thomas Gilou. Por fim, a Festa do Cinema Francês em Coimbra vai terminar com “Robusto”,

realizado por Constance Meyer, um filme que abriu a Semana da Crítica do Festival de Cannes 2021, e onde Gérard Depardieu e Déborah Lukumuena são os protagonistas.

Recorde-se que a esta mostra cinematográfica integra a Temporada Portugal-França 2022, uma iniciativa que pretende fortalecer os laços entre os dois países. A Festa do

Cinema Francês é organizada pela produtora Jangada, em colaboração com a Embaixada de França, o Institut français du Portugal e a rede das Alliances Françaises em Portugal.

ORFEONISTAS DÁ

MULHERES

Aprogramação cultu-

ral em rede “Coimbra Região de Cultura 2.0 - Mulheres e Lugares” vai levar, de 21 de Outubro a 17 de Dezembro, um concerto do Coro dos Antigos Orfeonistas a cada um dos 19 concelhos que compõem a Comunidade Intermunicipal.

De acordo com Paulo Almeida, do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, constituído apenas por homens, estes 19 espectáculos têm a particularidade de vincar a importância da mulher.

“Em cada momento da nossa actuação cada Município irá homenagear uma personalidade feminina que entenda. Desenhámos um modelo de actuação, de cerca de uma hora, onde teremos oportunidade de fazer passagem pela generalidade das culturas, com temas de vários países e alguns mais específicos de

expressão portuguesa, e uma área dedicada à canção e fado de Coimbra”, refere.

O projecto “Coimbra Região de Cultura 2.0Mulheres e Lugares”, financiado pelo Centro 2020, tem como fio condutor as mulheres históricas e lendárias que estão ligadas à cultura e património material e imaterial da Região de Coimbra.

Para o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Região Coimbra, Raul Almeida, é de realçar a intermunicipalidade do projecto “Coimbra Região de Cultura 2.0 - Mulheres e Lugares”, que permite levar cultura a todos os Municípios. “Os concelhos mais pequenos não conseguiam ter alguns destes espectáculos se não fosse esta intermunicipalidade”, destaca.

Na apresentação da iniciativa, que decorreu em Coimbra, no Café Santa

Cruz, a directora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, defendeu a importância de projectos que promovam a sensibilização e consciencialização social para a desigualdade de género, que disse ainda ser “muito pesada” na cultura e na arte.

“A verdade é que estes tempos são ainda tempos de desigualdade de género, numa realidade que também no sector da cultura e da arte é ainda muito

pesada. Basta um olhar um bocadinho mais atento para percebermos essa desigualdade, seja nas colecções que os museus têm e nas exposições que as entidades públicas e privadas promovem, seja na representação artística em festivais de música ou de cinema, seja na quantidade de livros que são editados”, apontou.

Durante a apresentação da programação cultural em rede “Coimbra Região de

Lugares”, Suzana Menezes sublinhou a importância de se desenvolverem projectos que promovam a sensibilização e a consciencialização social para a desigualdade de género, no sector da cultura e da arte.

“Esta sensibilização é tão mais importante quando sabemos que, em alguns casos, a discriminação no mundo da cultura e da arte não é sequer resultado de um acto consciente e programado. É antes reflexo de

um paradigma social ou de um modelo societal que se encontra profundamente enraizado e que temos todos nós que combater, questionar e tentar alterar”, acrescentou.

No seu entender, há ainda todo um caminho a fazer para se conseguir, também na cultura e na arte, alcançar a igualdade de género. “Por isso, reforço, projectos que coloquem na agenda social e política a importância da mulher enquanto produtora e criadora, mas também enquanto zeladora e activa participante na área da cultura, projectos que lutem contra um ainda muito presente apagamento da mulher do espaço público são, do meu ponto de vista, absolutamente estruturantes para um caminho que ainda temos de fazer para essa tão desejada igualdade de género”, sustentou.

“Delicioso”, um filme de época que se passa no alvorecer da Revolução Francesa

BIBLIOTECA IDALÉCIO CAÇÃO CELEBRA ANIVERSÁRIO COM APRESENTAÇÃO DA OBRA DE ANDRÉ MADALENO

A Biblioteca Idalécio Cação comemora o seu 5.º aniversário no próximo dia 16, Dia Mundial da Alimentação, na sede da Junta de Freguesia de Moinhos da Gândara. Pelas 15h30, realiza-se a sessão de tomada de posse dos novos elementos do Grupo de Amigos da Biblioteca Idalécio Cação. De seguida, André Madaleno,

professor, autor infantil e contador de histórias, apresenta “O Livro com Fome” (2019), com ilustração de Patrícia Furtado. Editado pela Jacarandá, é um “livro comilão, hilariante para ler e reler”. A iniciativa vai ainda contar com um momento musical, protagonizado pelo professor Jorge Graça e por Inês Eulálio, seguido de um lanche convívio. A

entrada é livre, contudo sujeita à lotação da sala. A Biblioteca Idalécio Cação foi inaugurada em Agosto de 2017 e alberga, desde então, um espólio vasto e de elevado valor, doado por Idalécio Cação - nome elevado da cultura gandaresa - filho da terra que escreveu não só sobre as suas gentes, mas também sobre a sua própria vivência.

CAE RECEBE EXPOSIÇÃO “CHEGAR AO CUME DO EVERESTE”

Até dia 30 de Outubro vai estar patente, no Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da Figueira da Foz, a exposição “Chegar ao Cume do Evereste”, arte digital por Afonso Crisanto. Ao longo dos últimos anos, a arte digital tem vindo a ganhar terreno no panorama artístico, nas galerias e nos seus apreciadores. É a técnica que utiliza a tecnologia como meio para dar forma

à criação artística do ser humano. Afonso Crisanto é o artista que, através de um software, transpõe para o “ecrã branco” as suas criações. Natural de Lavos, concelho da Figueira da Foz, gosta de desenhar desde que tem memória. O papel, o lápis e as canetas sempre foram seus grandes amigos. Actualmente, com 18 anos, todo este material deu lugar a uma mesa de desenho li-

gada ao computador. Nesta exposição, Afonso dá a conhecer um conjunto de trabalhos, realizados entre 2020 e 2022, que narram a história de uma mulher que tem como objectivo chegar ao cume do Evereste. Apesar do cinzento e preto dominarem, esta é uma história contada a várias cores, com imagens repletas de uma luz intensa.

CARLOS REIS E ANA PAULA ARNAUT DINAMIZARAM PALESTRA SOBRE JOSÉ SARAMAGO

O Município da Figueira da Foz e a Fundação José Saramago promoveram, ontem (12), no Auditório Municipal, a palestra “José Saramago: Da Aprendizagem à Sobrevida”. No âmbito

do centenário do nascimento do Nobel da Literatura, a palestra teve como oradores Carlos Reis, professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra e Comissário para o Centená-

rio de José Saramago, e Ana Paula Arnaut, professora catedrática pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A iniciativa foi dirigida à comunidade escolar e ao público em geral.

Amanhã (14) e sábado (15), no âmbito do projecto “O Mar que nos Une”, pelas 21h30, o Espelho de Água vai ser palco do espectáculo “Thalassos”. Sob direcção artística de André Varandas, trata-se de uma criação em torno do elemento mar com especial foco na arte xávega. “Thalassos” visa “dignificar a

história e criar a partir do património histórico e cultural um produto artístico de excelência, assente na valorização das comunidades locais e o seu tecido cultural”, refere a organização. Sob a direcção artística de André Varandas, em palco vão estar actores que representam cada um dos

municípios da Rede “O Mar que nos Une”, nomeadamente a Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, aos quais se juntam elementos de diversas colectividades dos concelhos. A entrada é gratuita, mas sujeita a levantamento de bilhete no Posto de Turismo Castelo Engº Silva e no Centro de Artes e Espectáculos (CAE).

O Pavilhão Municipal de Montemor-o-Velho recebeu, no passado fim-de-semana (8 e 9), o Torneio quadrangular da Associação de Basquetebol de Coimbra, com a participação das equipas seniores masculinas do Ginásio Clube Figueirense, Académica, Olivais e Sampaense. Na final, o Ginásio foi mais forte que o Sampaense e, com o resultado de 95-87, sagrou-se vencedor do torneio. O terceiro e quarto lugar foram ocupados, respecti-

vamente, pelas equipas da Académica e Olivais. No final da cerimónia de entrega de prémios, no domingo, Célia Craveiro, adjunta do presidente da Câmara Municipal de Montemor, disse que “este torneio foi mais uma oportunidade para promover a modalidade do

basquetebol, mostrando que Montemor é um concelho amigo do desporto”. Este resultado foi um bom indicativo para o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, cujo primeiro jogo será com o Sampaense, este sábado (15), pelas 16h30, no Pavilhão Galamba Marques.

FIGUEIRA

RAQUEL FERREIRA É A NOVA LÍDER CONCELHIA DO PS

A deputada Raquel Ferreira venceu, no sábado (8), as eleições para a Comissão Política Concelhia do PS da Figueira da Foz, derrotando a recandidatura de Carlos Monteiro, ex-presidente da Câmara Municipal. A nova líder do PS da Figueira da Foz, Raquel Ferreira (lista B), obteve 326 votos (55%), contra 268 (45%) de Carlos Monteiro (lista A), tendo votado cerca de 600 dos 729 eleitores. Recorde-se que Carlos Monteiro deixou a vereação socialista na Câmara da Figueira da Foz ao tomar posse como membro do Conselho de Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz. Nas Secções do PS no concelho da Figueira da Foz, Raquel Ferreira venceu Buarcos, S. Julião, Maiorca e Marinha das Ondas. Carlos Monteiro ganhou no Alqueidão, Borda do Campo, Brenha, Quiaios e Tavarede. Raquel Ferreia declarou-se “satisfeita com o resultado”, mas diz saber que tem pela frente “um grande trabalho e responsabilidade”. “Sinto que os militantes confiaram em mim e na minha

equipa, o que é fantástico. Vou aproximar os militantes do partido, trabalhar com a sociedade civil e ouvir todas as pessoas”, referiu. Para a liderança concelhia das Mulheres Socialistas a vencedora foi Maria Albergaria Prazeres, que obteve 146 votos, contra 114 votos de Margarida Cunha.

CONSTRUÇÃO DE MERCADONA JÁ ARRANCOU A NORTE DAS ABADIAS

A cadeia de supermercados Mercadona está cada vez mais próxima da Figueira da Foz. Com inauguração prevista para 2023, a zona do topo norte das Abadias está já a ser intervencionada. A intervenção, aprovada por deliberação camarária a 22 de Junho, prevê uma

área total de construção de 3.938 metros quadrados, um volume de edificação de 39.203 metros cúbicos, cércea de 10,92 metros e três pisos. O prazo de construção aprovado é de um ano. Paralelamente, a cadeia tem em curso o processo de recrutamento para todas as

secções. Segundo fonte da empresa, esta “aposta na criação de emprego e, por esse motivo, as novas ofertas mantêm o compromisso de formar uma equipa focada na excelência e no serviço, altamente motivada e alinhada com a visão da empresa”.

HOSPITAL DISTRITAL REFORÇA APOSTA NO SERVIÇO DE IMAGIOLOGIA

Depois da construção do novo bloco operatório do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), da substituição completa do telhado de amianto (entre muitas outras obras e investimentos) está, por fim,

concluída a remodelação do Serviço de Imagiologia. Segundo informou Rui Cruz, enfermeiro-director do HDFF, “com a aquisição e instalação de dois novos equipamentos de radiologia com capacidade de aquisi-

ção directa de imagem, de um novo ecógrafo e de um novo equipamento de Tomografia Computorizada (TAC), o hospital dá mais um passo no desenvolvimento da instituição e na defesa dos seus utentes”.

PRÓXIMO ANO VAI TRAZER NOVA CORRIDA DE CICLISMO À ESTRADA

A Figueira Champions Classic será a nova aposta nas provas de ciclismo de estrada, agendada para 12 de Fevereiro de 2023, a principal novidade no calendário de provas portuguesas de escalão internacional para 2023. Mas a festa começa no dia anterior à prova (11), com o “Figueira Champions Day», onde o lema “Todos podemos ser Campeões” vai dar a oportunidade a

que todos venham fazer uma parte do percurso da clássica, o mesmo que será percorrido pelos profissionais. A prova de categoria 1.1, abaixo de WorldTour e de ProSeries, é a grande novidade no calendário provisório publicado pela União Ciclista Internacional (UCI), na qual ainda não consta a Volta a Portugal, que deverá decorrer mais tarde do que o habitual, entre 9 e 20 de

Agosto, para não coincidir com a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa. O calendário velocipédico português inclui mais provas, não sancionadas pela UCI, tanto no masculino, que reúne todas as corridas listadas na tabela internacional, como no feminino. Esta prova terá uma extensão de 197 quilómetros, onde vão correr as melhores equipas e ciclistas internacionais.

PERSONALIDADES NACIONAIS VÃO “PENSAR A EDUCAÇÃO”

Vai realizar-se, no dia 28, entre as 17h00 e as 20h00, no Grande Auditório do Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da Figueira da Foz, a acção de curta duração “Pensar a Educação”.

Este evento vai contar com a presença de João Costa, Ministro da Educação, de Álvaro Laborinho Lúcio, escritor e juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça, de José Vítor

Pedroso, Director-geral da Educação, de Pedro Pires do Vale, Comissário do Plano Nacional das Artes e de Pedro Cunha, director do Programa Gulbenkian Conhecimento.

DE ÁGUA RECEBE ESPECTÁCULO

NA ARTE

COIMBRA TEM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ENVELHECIMENTO ACTIVO E SAUDÁVEL

Oconsórcio Ageing@ Coimbra, que envolve uma rede de instituições sediadas na cidade, recebeu, em Bruxelas (Bélgica), a renovação do estatuto de Centro de Referência Europeu para o Envelhecimento Activo e Saudável, com a pontuação máxima.

“O que faz do consórcio um Centro de Referência é, de facto, a inovação do próprio consórcio, que é uma rede que junta parceiros institucionais de diferentes áreas do conhecimento e de acção para promover estilos de vida saudáveis e envelhecimento activo e saudável dos cidadãos”, salientou o

coordenador do projecto, João Malva.

O responsável explicou que o consórcio apresentou três boas práticas muito diferenciadoras: “Uma tem a ver com o ecossistema de investigação sobre o envelhecimento que se criou à volta de Coimbra, e isto tem a ver com o histórico dos últimos

anos, de criação de projectos muito diferenciadores, como do instituto multidisciplinar do envelhecimento”.

“Outra tem a ver com o prémio de boas práticas, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que tem sido agregador de boas práticas que promovem a vida sau-

dável e o envelhecimento activo na região Centro de Portugal”, acrescentou.

Anualmente, segundo João Malva, mais de 100 instituições, embora este ano sejam 140, “apresentam as suas boas práticas para que possam partilhar, com outras instituições e os cidadãos, e inspirar a mudança dos hábitos de vida para estilos de vida mais saudáveis”.

Uma terceira prática diferenciadora respeita ao projecto Passa a vida + e Vida + Móvel, “que foi uma feira de ciência e cidadania voltada para estilos de vida saudáveis e que junta ciência, inovação e tecnologias para resolver os problemas dos cidadãos mais idosos, mas que cria oportunidades para jovens inovadores e empresários”.

“Desde logo o consórcio fez uma coisa que não existia, que era ligar os parceiros sem rede e, portanto, criando uma rede oferece visibilidade da região para outras áreas da Europa e a oportunidade de concorrer a grandes projectos europeus”, sublinhou João Malva.

O coordenador do consórcio Ageing@Coimbra frisou que essa visibilidade permitiu, por exemplo, “que vários parceiros, desde logo a Universidade de Coimbra, concorressem a projectos muito diferenciadores, como o do Instituto Multidisciplinar de Envelhecimento, que

atraiu 15 milhões de euros da Comissão Europeia para criar uma unidade de investigação”.

“Este movimento dá visibilidade à região e cria actividades para atrair financiamento, mas também cria boas práticas que chegam aos cidadãos, nomeadamente na saúde, que os ajudam a adaptar outros estilos de vida mais saudáveis, para que um dia possam envelhecer mais saudáveis e não estejam tão agarrados à dependência de cuidadores, que é de facto um grande problema do envelhecimento”, referiu.

Neste momento, mais de 95% dos Municípios da região Centro já apresentou, directa ou indirectamente, candidatura aos prémios de boas práticas do envelhecimento activo e saudável, pelo que “se pode dizer que o Ageing@Coimbra já tem uma abrangência global no território da região Centro”.

Criado em 2013, o consórcio recebeu logo nesse ano o estatuto de Centro de Referência, com a pontuação de duas estrelas, e renovou-o em 2016 e 2019, com três e quatro estrelas, respectivamente.

O Ageing@Coimbra é uma rede colaborativa que agrega a Universidade de Coimbra, o Instituto Pedro Nunes, a Câmara Municipal de Coimbra, a Administração Regional de Saúde do Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Cáritas Diocesana de Coimbra, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

DISTRITAL DE COIMBRA VICTOR BAPTISTA E NUNO MOITA CANDIDATOS À FEDERAÇÃO DO PS

Victor

Baptista, ontem (quarta-feira), e Nuno Moita, esta quinta-feira, lançam as respectivas candidaturas à presidência distrital da Federação de Coimbra do PS.

Também presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita é o actual presidente da Federação e recandidata-se ao cargo, sendo acompanhado de João Portugal para a vice-presidência do órgão partidário.

Victor Baptista já foi presidente da Federação de Coimbra do PS durante três mandatos, governador civil, deputado, presidente do Conselho de Administração do Coimbra iParque e diri-

gente de uma das unidades das Estradas de Portugal (agora IP).

Sob o slogan “Juntos fazemos mais e melhor”, Nuno Moita diz que “vivemos, hoje, um quadro novo de oportunidades para lutar por uma nova centralidade metropolizante de Coimbra, que sempre defendeu”.

Por outro lado, Victor Baptista justifica a sua candidatura, que tem como lema “Por o Distrito de Coimbra, com o PS”: “O Partido Socialista é um espaço de mulheres e homens livres e, como considero que nunca é tarde para servir o PS e o distrito de Coimbra, cá estou de novo a candidatar-me a presidente da Federação”.

Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto celebra 140 anos

Cátia Barbosa (Porto)

A Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto celebra, esta quinta-feira (13), 140 anos. Para assinalar a efeméride, a mais antiga associação de jornalistas e escritores do país vai inaugurar no espaço público o busto de Rodrigues Sampaio, patrono desta entidade. O destaque das celebrações vai ainda para uma sessão evocativa que se vai realizar nas instalações da associação ainda esta tarde.

Fundada em 1882, a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto tem como figura central António Rodrigues Sampaio, que inspirou a entidade que viria a ser criada um mês depois do seu falecimento. Quando os jornalistas do Porto prestaram a sua primeira homenagem a esta figura ilustre da imprensa portuguesa encomendaram um busto ao escultor Teixeira Lopes. Agora, no dia do aniversário da as-

sociação, será instalada junto ao edifício uma réplica.

O programa de comemorações dos 140 anos da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto estende-se até 2023. Dele, fazem ainda parte a reedição do Prémio Rodrigues Sampaio, a abertura da Biblioteca Óscar Lopes, encontros de literatura e vários colóquios.

De recordar que, em maio deste ano, a Câmara Municipal do Porto aprovou, em reunião pública, “a concessão de um apoio à Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto para

a colocação de um busto de Rodrigues Sampaio junto ao edifício sede”. Nessa altura, a autarquia salientou que “o Município do Porto, no âmbito das competências que prossegue, tem todo o interesse em apoiar projectos culturais que tragam valor à cidade em particular no âmbito da difusão do conhecimento, património e memória da cidade”.

Um dos propósitos fundamentais da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto é pugnar pela promoção da cultura, da arte e do saber através de iniciativas diversificadas.

Casa da Escrita em Coimbra comemora centenário de Agustina Bessa-Luís

Ociclo de conversas “À redescoberta de Agustina” vai realizar leituras a duas vozes, uma performance de leitura com sessão de canto, para celebrar os 100 anos do nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís.

Com início em Outubro, o programa orientado pela ficcionista Isabel Rio Novo e co-produzido pelo Município de Coimbra e pela Cultura e Risco Associação Cultural decorre até ao final do ano, na Casa da Escrita.

A primeira sessão, intitulada “Os anos de formação de Agustina”, arranca no dia 22 de Outubro, às 16h00, e vai explorar a infância e a adolescência da escritora e o modo como as circunstâncias da vida e o seu temperamento pessoal a encaminharam para a escrita. A conversa será acompanhada com a leitura de excertos protagonizada pelas actrizes Gracinda Nave e Helena Faria.

Já no dia 19 de Novembro, também às 16h00, a sessão “Os inícios da escritora Agustina” vai debruçar-se nos primeiros livros e as primeiras críticas até ao sucesso atingido com o lançamento de “A Sibila”, em 1954. Esta incursão pelo mundo literário criado por Agustina conta ainda com uma performance de leitura e canto com loop-station, por Ana Celeste Ferreira.

Na última sessão, que se realizará no dia 03 de Dezembro, à mesma hora, com o título “Agustina, amiga de escritores e artistas” propõe-se uma análise sobre a dinâmica das relações da autora com Ferreira de Castro, José Régio, Vieira da Silva, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade e Manoel Oliveira. O ciclo

encerra com a leitura de excertos com as vozes das actrizes Paula Garcia e Sofia Lobo.

O ciclo de conversas “À redescoberta de Agustina” é conduzido por Isabel Rio Novo, ficcionista e doutorada em Literatura Comparada, autora da primeira grande biografia sobre a escritora Agustina Bessa-Luís, que lança o convite a uma viagem pela vida da “mais produtiva e complexa personalidade feminina da literatura portuguesa” ao longo de três conversas, partindo todas elas de factos biográficos e da sua relação com a obra produzida.

As sessões têm uma duração aproximada de 1h30 e são de entrada livre.

Cientistas de Coimbra estudam novas formas de tratar o traumatismo cranioencefálico

Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) está a investigar novas abordagens terapêuticas para o tra tamento do traumatismo cranioencefálico, uma lesão no tecido do cérebro que incapacita a função cerebral.

Este estudo em curso visa “encontrar novas respostas para combater os efeitos secundários deste traumatismo”, bem como “prevenir as alterações causadas por um trauma, como mudanças comportamentais (perdas de memória, alterações de humor, dificuldades de aprendizagem e concentração) e cerebrais (nomeadamente, perda de massa branca e diminuição de volume)”, referiu a UC.

A investigação pretende vir a identificar terapias mais eficazes, dado que “um dos grandes problemas do traumatismo cranioencefálico é a falta de uma terapia eficaz e direccionada contra os seus efeitos negativos”, disse, citado na mesma nota, o investigador do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra e investigador responsável do projecto “Infiltração de neutrófilos através da barreira hemato-encefálica no traumatismo crânio-encefálico: papel da CXCL8”, Ricardo Leitão.

“As terapias usadas na actualidade focam-se em tratar os efeitos secundários do trauma (como o edema, a inflamação, as convulsões, e o aumento da pressão intracraniana), mas, apesar destas terapias diminuírem os efeitos pós-trauma, e consequentemente melhorarem a vida de doentes após saída do hospital, alguns pacientes desenvolvem consequências comportamentais e alterações cerebrais significativas, meses ou anos após o evento traumático”, explicou.

De acordo com o cientista, na Europa, este traumatismo conta anualmente com “2,5 milhões de novos casos e resulta em cerca 100.000 mortes por ano”.

Estes números têm um “grande impacto socioeconómico” e afectam não só aqueles que sofrem o trauma, como também os “cuidadores e as pessoas que rodeiam quem é diagnosticado com esta patologia”.

A fim de encontrar novas terapêuticas, os cientistas vão usar modelos de culturas celulares para testar e avaliar a forma e os mecanismos usados pelos neutrófilos (células que integram o sistema imunológico, que têm um papel determinante na defesa do corpo con-

tra focos inflamatórios e infecciosos) para migrarem da corrente sanguínea para o cérebro.

Simultaneamente, vai ser estudado o papel de uma proteína que está envolvida neste processo de invasão dos neutrófilos, já que “tem sido associada a um pior prognóstico e/ou a maior probabilidade de morte após um traumatismo cranioencefálico”.

A investigação é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Fazem parte da equipa as investigadoras e docentes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) Ana Paula Silva, Ana Raquel Santiago e Inês Baldeiras, a investigadora do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia da Universidade de Coimbra e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR), Mónica Zuzarte, e ainda a estudante de doutoramento da FMUC, Maria João Leitão.

Conta ainda com a colaboração de dois neurocirurgiões do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Luís Alves (coinvestigador responsável pelo projeto) e Marcos Barbosa, também professores da Faculdade de Medicina da UC.

Pequenos e muito pouco stressados

aqui ao nosso lado, nos nossos rios e estuários. São minhocas, camarões, larvas aquáticas, pequenos gigantes aquáticos (imaginem, têm mais de um milímetro!) chamados macroinvertebrados bentónicos. Vivem em ambientes muito diversificados como as zonas de transição entre o rio e o estuário, zonas variáveis em termos de salinidade onde, ainda que se faça sentir o efeito da maré, quase já não se sente o efeito salgado do mar a entrar nas águas doces.

stressante que lhes é imposto, ainda que outros factores como o tipo de sedimento possam também definir a sua distribuição longitudinal no troço aquático.

Vivemos momentos de ritmo alucinante com necessidades de resposta rápida a muitas solicitações. Vivemos stressados, sob pressão e com dificuldade em lidar com algumas situações urgentes que nos são impostas. Adaptados a um ambiente cada vez menos natural, com efeitos nefastos sobre as comunidades animais e vegetais, e em nós próprios, não conseguimos responder ao stress. Nem nós, nem o mundo natural à nossa volta. Verdade, são muitas as espécies que não se conseguem adaptar com rapidez suficiente às modificações do seu meio e não resistem ao stress ambiental. Mas existem excepções. E algumas vivem

As zonas de transição do Rio Mira foram objecto de um estudo desenvolvido por investigadores portugueses com o objectivo de dar a conhecer as comunidades bentónicas e a problemática da avaliação da sua qualidade ecológica, recorrendo a variáveis físico-químicas indicadoras de stress ambiental.

Para caracterizar o estado ecológico das zonas de transição investigadores, de vários Centros e Institutos portugueses que estudam o mar, tentaram determinar se a definição de ecótipos baseados na salinidade é adequada a padrões de distribuição dos macroinvertebrados bentónicos, comunidades normalmente caracterizadas por alterações pronunciadas em termos espaciais e temporais associadas a um forte gradiente físico-químico. Estas sofrem com as modificações salinas do seu ambiente, principal factor

São poucas as espécies resistentes a este elevado stress natural e, por esse motivo, estes troços específicos mostram uma baixa diversidade faunística. Mas é aqui, nestas zonas de mistura, que se encontram tanto os organismos típicos de água doce como os de água salgada. Para os analisar e utilizá-los como indicadores da qualidade ecológica, os cientistas precisam de se basear em ferramentas para as zonas adjacentes já conhecidas e assim tentar ajustar modelos e escalas, pelo que o trabalho vai ter seguimento continuando a usar como área de estudo o Rio Mira, ainda pouco intervencionado e a roçar um ambiente pristino. Muito falta saber sobre a fauna bentónica desta zona garantindo (mas sem stress!) a precisão de uma investigação científica.

Certo é que nós, humanos de grande tamanho, não nos conseguimos adaptar a todas as situações extremas com os quais nos deparamos. Mas podemos aprender com os mais pequenos, como os macroinvertebrados bentónicos das zonas de transição, organismos muito pouco stressados face à alteração constante das suas condições ambientais.

Cristina Brito (Historiadora marítima)

Horários. Agitação. Correria.

Bastonário dos Médicos quer salvaguarda do Interior na concentração de Urgências

Obastonário da Ordem dos Médicos alertou, esta quinta-feira, para a necessidade de estarem “sempre salvaguardadas” as regiões mais periféricas do país, quando se propõe a concentração das Urgências de obstetrícia e ginecologia.

“Têm de estar sempre salvaguardadas as regiões mais periféricas. É fácil pensar em grandes regiões metropolitanas como Lisboa e Porto, por exemplo, e conseguir fazer concentração em determinado tipo de horários. […] Isso já não é possível pensar para zonas periféricas no interior, mas também no Algarve, que apesar de não ser Interior fica na periferia do país”, afirmou Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas antes de participar na abertura do Congresso Internacional “Scientiae thesaurus mirabilis: A Universidade de Coimbra – História e legado em tempo de pandemia”, que decorre em Coimbra.

De acordo com uma noticia avançada pelo Expresso, o grupo de peritos encarregue de propor uma solução para as Urgências de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais

do Serviço Nacional de Saúde (SNS) propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da Administração Regional do Centro.

Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro garantiu que não será fechado nenhum serviço de obstetrícia e blocos de parto nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até ao final do ano, sendo que a decisão só deverá ser tomada no início de 2023.

“Esta é uma situação que deveria ser esclarecida pela comissão de acompanhamento,

de como é que saem dados cá para fora sem a respectiva fundamentação, sem a respectiva explicação do porque é que pode ser assim, sem falarem com os vários intervenientes envolvidos, incluindo as Câmaras Municipais, que têm um papel importante nesta matéria”, disse Miguel Guimarães.

Confrontado com o facto de o ministro ter remetido a decisão sobre a concentração de serviços para a Direcção Executiva do SNS, Miguel Guimarães realçou que a Direcção Executiva fará “uma proposta concreta”, mas será sempre o Ministério da Saúde a tomar a decisão.

Coimbra: Exposição na Galeria Albuquerque & Lima mostra pesca do polvo

AGaleria Albuquerque & Lima, em Coimbra, inaugura na sexta-feira, dia 14, às 17h00, a exposição do fotógrafo algarvio José Graça, intitulada “Fish pay attention to the Moon”, dedicada à pesca do polvo.

Segundo o autor, este é um documentário de fotografia autoral sobre a pesca do polvo que, ao

longo de 28 imagens, visa salientar o trabalho árduo do pescador de uma forma complexa e pura. O fotógrafo adverte, porém, que o polvo acaba por ser o protagonista, ao revelar algumas das suas façanhas.

Deixando um especial agradecimento à tripulação da embarcação “André Sousa” e ao mestre “Rogério”, o autor descreve esta experiência fotográfica como uma “conexão inesquecível à cultura da sua terra”, ao ponto de decidir partilhá-la publicamente nesta exposição.

A exposição, com entrada grautira, pode ser vista até 30 de Outubro na Galeria Albuquerque & Lima, sita na Rua Egas Moniz, Lote 14, Loja 5, (em frente ao parque infantil na Solum), em Coimbra, com entrada livre.

José Graça (1983) é natural da vila da Fuzeta (Olhão) e trabalha como fotógrafo desde 2013. Em 2019 decidiu formar-se no Instituto Português de Fotografia, no Porto. Tem-se dedicado maioritariamente à fotografia editorial e de autor (documental).

Santuário de Fátima anuncia mais um passo na beatificação da irmã Lúcia

Um documento com as virtudes da irmã Lúcia foi entregue, esta quinta-feira, ao prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, em Roma, representando “mais um passo” no processo de beatificação da vidente de Fátima, anunciou o Santuário.

“Foi entregue esta manhã, no Dicastério para as Causas dos Santos, em Roma, a ‘Positio Super Vita, Virtutibus et Fama Sanctitatis’ do processo de beatificação e canonização da Serva de Deus Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado”, refere uma nota do Santuário de Fátima distribuída à comunicação social.

Trata-se de um volume que contém a biografia da irmã Lúcia feita a partir dos documentos recolhidos na fase diocesana do processo (que decorreu na Diocese de Coimbra entre 2008-2017), a ‘Informatio’ que descreve as virtudes vividas pela vidente, “bem como, o elenco dos depoimentos das testemunhas, o seu diário e outros documentos inéditos, considerados relevantes no processo”.

O reitor do santuário, padre Carlos Cabecinhas, que partilhou com os fiéis a notícia no final da peregrinação internacional aniversária de Outubro, congratulou-se com mais este passo num processo “tão desejado por Fátima e pelos seus peregrinos”.

No acto de entrega da ‘Positio’ estiveram presentes o prefeito do Dicastério, cardeal Marcello Semeraro, o postulador-geral, padre Marco Chiesa, a vice-postuladora, irmã Ângela de Fátima Coelho, o relator, monsenhor Maurizio Tagliaferri, e a colaboradora da causa irmã Filipa Pereira.

Segundo o santuário, a entrega da ‘Positio’ é um “momento importante no processo de beatificação e canonização” na sua fase romana.

“A ‘Positio’ vai agora ser lida por um conjunto de nove teólogos que emitirão o seu parecer, no Congresso dos Consultores Teólogos”, Congresso que vai elaborar a “Relação final, que resume o itinerário interior de Lúcia, as características e traços da sua santidade e os elementos necessários para que se possa afirmar que praticou as virtudes em grau heróico”.

O Santuário adianta que “a Relação final será, seguidamente, levada à Sessão Ordinária dos Bispos e Cardeais membros do Dicastério para as Causas dos Santos, onde um bispo ou cardeal, nomeado pelo Prefeito como ponente, preparará o voto escrito da sessão”, voto que será apresentado ao Papa em audiência, que “decidirá sobre a promulgação do Decreto sobre as Virtudes Heroicas”.

“A partir desse momento a irmã Lúcia deixará de ser considerada Serva de Deus e passará a ser designada como Venerável”, acrescenta, esclarecendo que “para as etapas de beatificação e canonização é necessário, ainda, a aprovação do respectivo milagre”.

O Santuário de Fátima prevê “um longo percurso até à tão desejada beatificação e canonização”, mas “será um tempo oportuno para aprofundar o sentido das palavras de João Paulo II dirigidas a D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, aquando da morte de Lúcia: ‘Que o Senhor a recompense amplamente pelo grande e escondido serviço que prestou à Igreja’”.

A fase diocesana do processo de beatificação e canonização da Irmã Lúcia de Jesus (1907-2005), uma das três videntes de Fátima, chegou ao fim em 13 de Fevereiro de 2017, altura em que passou para a competência direta da Santa Sé e do Papa.

“Cada processo de canonização é composto por uma fase diocesana e outra romana. A parte inicial da causa de canonização da Irmã Lúcia começou em 2008, três anos após a sua morte, depois de o agora Papa emérito Bento XVI ter concedido uma dispensa em relação ao período de espera estipulado pelo Direito Canónico (cinco anos)”, explica o Santuário.

A irmã Lúcia de Jesus viveu 57 anos de vida carmelita, a maior parte dos quais em Coimbra, e encontra-se sepultada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima, desde 2006.

Convento São Francisco em Coimbra poderá ter uma incubadora de criatividade

OConvento São Francisco, em Coimbra, poderá vir a ter uma espécie de “incubadora de criatividade”, afirmou, esta quinta-feira, o director do Departamento de Cultura da Câmara, que salientou que aquele espaço terá também uma programação mais assente em coproduções.

Em entrevista à agência Lusa, Paulo Pires, que assumiu recentemente as funções de director do Departamento de Cultura da Câmara de Coimbra, afirmou que o Convento São Francisco (CSF), em que estará responsável pela programação, terá de ter “projetos-âncora” associados àquele espaço municipal.

“Esses projectos poderão passar por uma estrutura profissional, como poderão passar por uma outra área, que é um centro de formação não convencional ligado à criatividade. Essa questão - uma espécie de incubadora de criatividade - está em cima da mesa”, referiu.

Sobre a intenção de criar uma incubadora, Paulo Pires esclareceu que o espaço deverá ser trabalhado em articulação com a Universidade de Coimbra, mas nunca numa vertente de “modelos formativos convencionais”.

Questionado sobre em que área poderá estar associada uma estrutura artística profissional, Paulo Pires escusou-se a avançar com uma resposta.

O novo director do Departamento de Cultura aclarou que as mudanças para aquele espaço estarão já visíveis no próximo ano, perspetivando-se a apresentação do primeiro semestre de 2023 ainda no início de Novembro.

“A programação vai ser reconfigurada a vários níveis. Vai haver um ajustamento no volume de programação, com menos, mas com uma identidade e diferenciação maior. Teremos menos programação que chega cá já finalizada, e mais coproduções, encomendas, espectáculos especiais e coisas que vêm de fora, mas que têm um carácter mais exclusivo. Vamos ter muitas estreias nacionais em Coimbra”, realçou.

Segundo Paulo Pires, em 2023, “o eixo Coimbra-Brasil vai ser transversal à programação”, com uma série de “concertos de topo, que trabalham esse eixo e que jun-

tam músicos portugueses e brasileiros”.

Para o novo programador do CSF, dos oito concertos associados ao Brasil, espera que “30% do investimento venha do mecenato”, considerando que é necessário trabalhar mais “a captação de patrocínios e apoios”.

Ainda sobre aquele espaço cultural municipal, Paulo Pires assumiu a intenção de candidatar o Convento São Francisco em 2023 à Rede Nacional de Teatros, para um apoio ao patamar máximo (200 mil euros).

O responsável referiu, ainda, que a Câmara de Coimbra está a criar grupos de trabalho em diversas áreas, como a arte contemporânea ou a música independente.

Outro “think tank” que deverá ser criado será na dança, “área que precisa de muita alavancagem em Coimbra”, constatou.

Descartada que está a deslocalização da companhia Paulo Ribeiro de Viseu para Coimbra, Paulo Pires apontou para o festival Abril Dança, em Coimbra, como um momento de “’kick off’ [pontapé de saída] para medidas de fundo, para projectos-âncora no território, dos quais uma estrutura profissional de dança poderá ser um deles”.

Paulo Pires assumiu a chefia de Divisão de Cultura e Turismo em Junho, tendo sido nomeado director do Departamento de Cultura, no início de Outubro.

FlixBus liga

Castelo Branco a Coimbra a partir de amanhã

Aalemã FlixBus, o maior operador europeu de transporte expresso de passageiros, acaba de expandir a sua rede doméstica na região Centro do País com uma nova linha que vai ligar, já a partir de amanhã (14), Castelo Branco à cidade de Coimbra.

O preço dos bilhetes da FlixBus varia de acordo com a antecipação da compra, um pouco à semelhança do que acontece com as companhias aéreas, pelo que, quanto mais cedo se comprarem os bilhetes, mais barata é a viagem. O preço da viagem Coimbra - Castelo Branco começa nos 2,99 euros , dependendo da data de compra.

Os bilhetes já se encontram disponíveis no site e App da FlixBus. Para além de estarem disponíveis online, em www.flixbus.pt, e na App (disponível para IOS e Android), os bilhetes podem ser adquiridos directamente ao motorista, no próprio autocarro, e também em agências de viagens, quiosques ou tabacarias.

A rede da FlixBus em Portugal cobre, actualmente, mais de 150 destinos, com linhas nacionais e internacionais a ligarem cidades como Lisboa, Porto, Braga e Coimbra a países como Espanha, França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça e Bélgica.

Com informação, em tempo real, sobre a localização do autocarro ou eventuais atrasos, a FlixBus trouxe

para Portugal uma nova experiência nas viagens de autocarro expresso.

“O nosso objectivo é cobrir o país de Norte a Sul, e não só no Litoral, mas também no Interior. Continuamos a expandir a nossa rede em Portugal, e a levar os nossos autocarros a cada mais cidades e vilas portuguesas, indo ao encontro das necessidades daqueles que privilegiam este meio de transporte, também para dar resposta ao aumento da procura que se tem sentido ao longo dos últimos meses”, afirma Pablo Pastega, director geral da FlixBus para Portugal e Espanha.

De acordo com a FlixBus, para além da expansão da rede, a FlixBus está também a trabalhar na melho-

ria de alguns dos pontos de paragem, sobretudo aqueles que não oferecem condições mínimas de conforto aos passageiros, como é o caso de Coimbra. “Queremos crescer em quantidade, mas também em qualidade. Queremos disponibilizar aos nossos passageiros paragens com uma localização acessível e segura, e um abrigo para a chuva e frio. É o mínimo que lhe podemos oferecer. Isto quando não é possível parar nos terminais, obviamente. Mas isso não está nas nossas mãos, e é algo que estamos empenhados em resolver, mas que no caso de Coimbra ainda não tivemos qualquer resposta por parte da autarquia”, defende Pablo Pastega.

FOLKoimbra regressa à Praça do Comércio para defender cultura e tradição

Realiza-se, entre amanhã (14) e domingo (16), na Praça do Comércio, o FOLKoimbra. Na manhã desta quinta-feira (13), João Francisco Campos, presidente da União das Freguesias de Coimbra, Mafalda Fagulha, vogal da União das Freguesias de Coimbra com o pelouro da Acção Social e Bruno Paixão, director regional da Fundação Inatel, estiveram presentes na Praça do Comércio para apresentar a edição deste ano.

Com as barraquinhas dos “comes e bebes” em plano de fundo, João Francisco Campos convidou “todas as famílias” a dirigirem-se à Baixa de Coimbra e a desfrutar de três dias de muita música, dança, tradição e gastronomia. Evento realizado desde 2019 com a Fundação Inatel, o FOLKoimbra foi obrigado a parar nos dois últimos anos devido à pandemia. Por isso, e com os olhos postos na normalidade, Bruno Paixão disse – em jeito de atrair quem assistia à apresentação – que “o

espaço é convidativo e, por experiência, chama muita gente”. Referindo a música, a dança e a gastronomia como pontos fulcrais do evento, lançou o repto: “associem-se a este evento, venham para a rua e vamos manter a nossa tradição e a nossa cultura, conjuntamente – que é como faz sentido”. Bruno Paixão referiu, ainda, que “quando nos envolvemos nas iniciativas, gostamos que sejam vivenciadas por todos porque é a essas pessoas que nos destinamos”. A entrada é livre.

PROGRAMA COMPLETO:

Sexta-feira (14):

18h00: Abertura – Grupo de Gaiteiros Rainha Santa

20h30: Rancho Infantil Estrelinhas da Ponte do Areal

21h30: Rancho da Ponte do Areal

23h00: Encerramento

Sábado (16):

12h00: Abertura com Tasquinhas

18h00: Rancho Folclórico Serra do Ceira

20h45: Grupo Folclórico e Etnográfico de Cova do Ouro e Serra da Rocha

21h30: Grupo Folclórico de Coimbra

23h00: Encerramento

Domingo (16):

12h00: Abertura com Tasquinhas

17h00: Grupo Etnográfico da Região de Coimbra

23h00: Encerramento