Santana Lopes acredita que Campus da UC vai “estancar sangria demográfica”
OReitor da Universidade de Coimbra (UC) disse hoje que a instituição vai instalar na Figueira da Foz um centro de investigação de alterações climáticas, em parceria com o município, que lançou o repto.
Discursando na inauguração do campus da UC na Figueira da Foz, que vai funcionar na Quinta das Olaias, o Reitor Amílcar Falcão salientou que o papel da mais antiga universidade portuguesa é ir “para o território e desenvolver investigação que resolva problemas”.
O responsável afirmou que o campus universitário da Figueira da Foz, que resulta de uma parceria com aquele município do distrito de Coimbra, corresponde a uma presença da instituição na sua plenitude, embora com maior foco no mar e no ambiente.
“Teremos aqui [na Figueira da Foz] aquilo que a UC tem em Coimbra, um pilar de ensino dividido em pré-graduado e pós-graduação, conferente de grau e não conferente de grau, investigação, inovação e disseminação de conhecimento”, além de cursos de Verão, disse.
Salientando que a instituição não está “na Figueira da Foz para dar uns cursos”, o Reitor garantiu uma presença “como devemos estar, de forma séria, a pensar num projecto a muitos anos e a perceber que há um momento de crescimento, de consolidação e, a partir daí,
as coisas vão acontecer naturalmente”.
Até final deste ano lectivo (2022/23), a oferta formativa inclui formações, cursos breves e pós-graduações, estando previsto que em 2025 tenha “um par de licenciaturas” associadas ao mar e ambiente.
Antes de 2025, Amílcar Falcão espera que seja possível haver mestrados e doutoramentos, cujo processo de criação “é mais rápido” em comparação com as licenciaturas.
A criação do campus da Figueira da Foz insere-se num projecto financiado com 16,5 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito dos programas Impulso Jovens STEAM (estudantes de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e Incentivo Adultos.
O presidente da Câmara da
Figueira da Foz frisou que o objectivo do campus passa por “formar pessoas e contribuir para o desenvolvimento e progresso de uma terra e de uma região, permitindo a fixação dos jovens para estancar a sangria demográfica”.
“Este processo resulta de duas vontades que convergiram”, realçou Pedro Santana Lopes, salientando que ter um campus da UC não “é ter uma universidade é ter a Universidade de Coimbra, coisa que qualquer terra ou concelho deste país ou municípios de outros países gostariam de ter”.
Segundo o autarca, a Figueira da Foz quer ser conhecida pela “terra da água, de lagoas, de rio e mar, de praias e areais imensos, e uma terra de serra e de campos de agricultura, nomeadamente arroz”.
20 DE DEZEMBRO
Tribunal suspende abate de árvores na empreitada do MetroBus em Coimbra
OTribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Coimbra determinou a suspensão provisória do abate de árvores nas obras em curso do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), na sequência de uma acção popular.
A decisão surge no âmbito da providência cautelar interposta pelo arquitecto e professor de arquitectura e urbanismo Nuno Martins, que deu entrada a 02 de Dezembro, tendo apresentado no dia 14 um pedido de decretamento provisório da providência, face às notícias de arranque das obras do metrobus junto aos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Na segunda-feira (19), uma juíza do TAF de Coimbra deu seguimento a esse pedido, determinando “provisoriamente a suspensão da acção de abate de árvores que estejam previstas ou contempladas na execução da obra em curso [do Sistema de Mobilidade do Mondego], nomeadamente na linha do Hospital” (em Coimbra), refere a decisão.
A decisão determina ainda a afixação de um edital na porta da sede da Câmara de Coimbra e a sua publicação na imprensa local diária, dando publicidade à acção popular, a que qualquer pessoa se pode juntar num prazo de dez dias.
O pedido de decretamento provisório surge face à urgência de impedir o abate de árvores previsto na linha do Hospital, mesmo antes da decisão do TAF sobre a providência cautelar.
Posteriormente, o TAF de Coimbra terá de se pronunciar sobre a providên-
cia cautelar em si, em que Nuno Martins pede a suspensão de vários actos administrativos, nomeadamente a Declaração de Impacte Ambiental, as Decisões sobre a Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (DCAPE) relativas ao troço Coimbra-B-Alto São João e linha do Hospital.
A providência exige a suspensão de todos os actos relacionados com os abates de árvores previstos ao longo dos traçados da obra e até cerca de 22 metros em paralelo aos mesmos.
Como réus do processo, estão a Câmara de Coimbra, Metro Mondego, Infraestruturas de Portugal (dona da obra) e Ministério do Ambiente e da Acção Climática.
Aquando da submissão da providência cautelar, Nuno Martins afirmou que a empreitada do SMM pressupõe “uma campanha de abates de árvores adultas, algumas com quarenta, outras com mais de cinquenta ou até cem anos, não sujeita a consulta pública, não avaliada em termos do seu impacto ambiental, não avaliada por arquitectos e arquitectos paisagistas envolvidos, a quem foi imposta”.
“Uma campanha chocante, desnecessária (pois 90% das árvores abatidas estão fora do canal de sete metros do metrobus) justificada, de modo enganador, falacioso, pelos seus promotores, nomeadamente a IP, a Metro Mondego e o município de Coimbra, para se poder introduzir o novo Sistema de Mobilidade do Mondego”, salienta, considerando que a manutenção das árvores em meio urba-
no são “compatíveis” com o canal de ‘metrobus’.
A acção popular, que considera que a Declaração de Impacto Ambiental sobre a qual assenta o projecto não é válida, quer demonstrar “estas compatibilidades”, forçando a dona da obra a desistir do abate e a adoptar “uma política estrita de não corte de árvores”.
O actual projecto do SMM, que abandonou a ideia de um metro ligeiro de superfície (no ramal ferroviário da Lousã e em Coimbra) para adoptar um sistema de BRT (‘bus rapid transit’), gerou uma onda de protestos e críticas entre final de Agosto e início de Setembro, quando se soube que a empreitada levaria ao abate de plátanos centenários na Avenida Emídio Navarro.
No final de Outubro, a Metro Mondego afirmou que estava a revisitar, juntamente com a Câmara de Coimbra, o projecto paisagístico da empreitada da linha do Hospital, para tentar reduzir o número de árvores a abater.
Também nessa ocasião, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/ PPM/Aliança/RIR e Volt), referiu que a autarquia estava a analisar “árvore a árvore”, realçando que o novo executivo assumiu funções com o projecto “já aprovado e em obra”, estando “a fazer o que é possível”.
Até ao momento, não foi divulgado qualquer resultado dessa revisitação do projecto paisagístico.
Água de Luso distinguida como “powerful brand”
AÁgua de Luso foi reconhecida como a marca mais poderosa no “Powerful Brand/Marcas com valor” na categoria Águas, um reconhecimento que vem agora juntar-se à extensa lista de distinções nacionais e internacionais da marca que conta com mais de 170 anos de história.
A iniciativa, que mede o valor das marcas a partir de KPI´s (Key Performance Indicator), nos territórios da Sustentabilidade, da Ética, da Inovação, do Propósito da marca, este ano contou com uma amostra de 309 marcas, em 74 sectores de actividade em Portugal.
“É com enorme satisfação que recebemos esta distinção que comprova, uma vez mais, a nossa forte aposta em qualidade aliada a uma estratégia de inovação e com foco na sustentabilidade. O trabalho de marca ao longo dos anos tem sido crucial para estas conquistas, que são uma demonstração clara da nossa ligação às diferentes gerações” afirma Sara Ornelas, responsável de marketing da Água de Luso.
Astrónomos descobrem irregularidades no núcleo de gigantes vermelhas
As gigantes vermelhas são estrelas moribundas, nos estágios finais da evolução estelar, que esgotaram o hidrogénio nos seus núcleos. Num trabalho publicado na revista científica Nature Communications, uma equipa, maioritariamente composta por investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), encontrou indícios de que as gigantes vermelhas têm “falhas” - variações estruturais abruptas - no seu núcleo.
Infelizmente, é impossível olhar diretamente para o interior de uma estrela. No entanto, uma técnica chamada asterossismologia, que mede oscilações semelhantes a “terramotos” nas estrelas, permite vislumbrar indiretamente o interior estelar. As “falhas” detetadas neste estudo afetam a frequência e o trajeto das ondas sonoras e de gravidade, que dão origem às oscilações observadas.
A investigadora do IA Margarida Cunha esclarece que: “A propagação de ondas no interior das estrelas dá origem a minúsculas variações do brilho das mesmas, que podem ser detetadas por instrumentos no espaço. Estas ondas revelam as condições do meio por onde se propagam e, desta forma, fornecem informação acerca das propriedades físicas do interior das estrelas.”
A equipa usou dados do telescópio espacial Kepler (NASA) para detetar e estudar ondas que se propagam até às camadas mais profundas de estrelas velhas. O primeiro autor deste trabalho, Mathieu Vrard, atualmente a trabalhar na Ohio State Universi-
ty, explica: “Este trabalho apresenta a primeira caracterização das descontinuidades estruturais presentes no núcleo de estrelas gigantes vermelhas, o que nos permite, pela primeira vez, sondar com precisão os processos físicos que ocorrem nessa zona”. Vrard, que iniciou este trabalho no IA, acrescenta ainda que: “Ao analisar estas variações, podemos inferir, não só as propriedades globais da estrela, mas também informação precisa acerca da estrutura destes astros”.
As gigantes vermelhas de baixa massa, após iniciarem a fusão de hélio nos seus núcleos, são frequentemente usadas em estudos para determinar distâncias e densidade galáctica, bem como para compreender melhor os processos físicos que ditam a evolução química das estrelas. Por isso, é vital que os investigadores criem modelos precisos destas estrelas. Para isso precisam de compreender a causa destas descontinuidades.
Nesta investigação, a equipa analisou uma amostra de 359 gigantes vermelhas, com massas abaixo de um determinado valor, para medir as suas oscilações individuais e vá-
rias propriedades dessas estrelas. No final descobriram que quase 7% destas estrelas apresentam descontinuidades estruturais.
Há duas teorias que tentam explicar como é que estas perturbações ocorrem. A primeira afirma que as “falhas” estão presentes ao longo da evolução da estrela, mas, regra geral, são pouco intensas e ficam abaixo do limite a partir do qual os investigadores as catalogariam como verdadeiras descontinuidades.
A segunda sugere que estas irregularidades são “suavizadas” por um processo físico desconhecido, que mais tarde dá origem a mudanças na estrutura do núcleo da estrela.
Este estudo não favorece a primeira hipótese, mas são precisos mais dados para que os investigadores possam confirmar com segurança a segunda. Diego Bossini (IA) explica: “Este trabalho mostra os limites dos nossos modelos atuais, e dá-nos pistas para encontrarmos formas de os melhorar”.
Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Trabalhos de Natal em exposição solidária na Cáritas de Coimbra
Os Centros de Actividades de Tempos Livres (CATL) da Cáritas Diocesana de Coimbra foram desafiados, tal como no ano anterior, a realizar trabalhos alusivos ao Natal. Mais uma vez, os resultados surpreenderam pela sua criatividade e originalidade.
Neste momento, os trabalhos encontram-se expostos em dois equipamentos da Cáritas Diocesana de Coimbra - na Sede e na Clínica Rainha Santa Isabel, ambos localizados na Rua D. Francisco de Almeida, n.º 14.
Esta exposição tem também uma vertente solidária. Os trabalhos que se encontram expostos na Clínica Rainha Santa Isabel podem ser adquiridos e todo o valor angariado reverterá, na íntegra, para ajudar crianças
e jovens dos CATL, cujas famílias se encontram em dificuldade económica, bem como para aquisição de material pedagógico para os CATL.
Ao longo do próximo ano, a exposição continuará patente na Clínica Rainha Santa Isabel, sendo regularmente actualizada com os trabalhos desenvolvidos pelas crianças e jovens dos CATL, no âmbito das diferentes datas comemorativas, como o Dia dos Namorados, Carnaval, Dia do Pai, Páscoa, Dia da Mãe, Halloween, entre outras.
A Cáritas Diocesana de Coimbra apela à generosidade de toda a comunidade, para que adquiram uma peça alusiva à quadra Natalícia e, assim, contribuam para ajudar a Família CATL.
PS pediu auditoria aos Serviços de Habitação
Social da Câmara de Coimbra
ACâmara de Coimbra vai fazer uma auditoria aos serviços habitação social do Município nos últimos doze anos, após pedido do PS para que a mesma avance.
No início da reunião do Executivo, na segunda-feira, a vereadora do PS Regina Bento afirmou que pediu formalmente a realização de uma auditoria externa, independente, aos Serviços de Habitação Social do Município que abranja os últimos 12 anos de actividade.
“Naturalmente, peço aos serviços que ponham em andamento o pedido de auditoria de 12 anos aos Serviços de Habitação Social da Câmara de Coimbra. É para desenvolver e cumprir o mais rapidamente possível”, afirmou o presidente do Município, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/ PPM/Volt/RIR/Aliança).
A vereadora socialista questionou também o ponto de situação da execução das acções previstas no programa 1.º Direito e se será necessário alterar o acordo assinado pelo anterior Executivo.
Em resposta, a vereadora com o pelouro da habitação social, Ana Cortez Vaz, referiu que considera que a estratégia local de habitação de Coimbra “tem graves lacunas”, estando a autarquia a preparar uma revisão do documento que deverá ser colocada em discussão pública no primeiro trimestre de 2023. Também em relação ao 1.º Direito, deverá haver uma revisão do acordo, avançou.
Na reunião de Câmara foi aprovada uma proposta de novo tarifário de resíduos urbanos, que aumenta para mais do dobro a taxa
de gestão de resíduos (TGR) para 2023, imposto pelo quadro legal da entidade reguladora.
Segundo o documento que foi à reunião do Executivo, para um consumo mensal de dez metros cúbicos de água terá um acréscimo de 64 cêntimos face às tarifas praticadas em 2022.
O Executivo aprovou também, com um voto contra da CDU, uma alteração do traçado do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) na rua General Humberto Delgado e rua D. João III, na Solum.
A alteração adopta um “perfil menos intrusivo” do traçado, com a redução de uma das vias de circulação automóvel, no sentido oeste-este, ficando também prevista a plantação de mais árvores, numa proposta que abre a possibilidade de introduzir uma ciclovia naquela zona.
No período antes da ordem do dia, José Manuel Silva aproveitou
a época natalícia para pedir “três prendas”: um maior apoio do Governo às autarquias; uma resposta do Ministério da Justiça às reivindicações da autarquia nesse campo; e um IP3 (estrada que liga Coimbra a Viseu) com “quatro faixas de qualidade e segurança rodoviária em toda a sua extensão”.
Sobre os riscos de cheias na cidade, José Manuel Silva voltou a defender a construção da barragem de Girabolhos (a montante da barragem da Agueira), criticando o Governo por ter suspendido esta obra.
“Sem essa barragem, voltaremos a ter cheias catastróficas. Espero que, rapidamente, retomem a construção da barragem de Girabolhos”, defendeu, considerando que com o rio Mondego regularizado não será necessário intervir no rio Ceira, que poderá continuar a ser um “rio selvagem e natural”.
Câmara de Coimbra submete Museu dos
Transportes ao próximo quadro comunitário
ACâmara de Coimbra candidatou o Museu dos Transportes Urbanos, encerrado desde o início dos anos 2000, ao próximo quadro comunitário, manifestando vontade em reabrir aquele espaço.
“O Museu dos Transportes foi submetido ao PT2030. Queremos reabri-lo, mas isso depende do financiamento”, afirmou, na segunda-feira, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, na reunião do Executivo municipal.
O Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra está encerrado desde a viragem do milénio, tendo sido também casa temporária, entre 2004 e 2008, da companhia O Teatrão.
José Manuel Silva realçou que a vontade do Executivo é reactivar aquele espaço, acusando ainda o PS, que liderava o Executivo anteriormente, de não ter tomado a iniciativa de o reabrir.
Durante o período antes da ordem do dia, a vereadora do PS Carina Gomes recordou várias decisões do Executivo ao longo de todo o ano, criticando “o corte de 45%” no apoio ao associativismo cultural previsto para 2023, a aplicação da taxa municipal turística, o aumento dos bilhetes ocasionais dos transportes urbanos e do preço da água, entre outras questões.
Já o vereador da CDU, Francisco Queirós, alertou para o encerramento de mais uma das agências da Caixa Geral de Depósitos em Coimbra, na Fernão de Magalhães, e para as obras que decorrem na sede daquele banco na cidade, realçando que são várias as queixas de utentes que esperam muitas horas para serem atendidos.
Na reunião, foi aprovado o projecto de regulamento do Programa Municipal de Apoio ao Ecossistema Cultural com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra e contra do PS e da CDU, seguindo agora para período de discussão pública.
O director do Departamento da Cultura e Turismo da Câmara de Coimbra, Paulo Pires, destacou que o documento prevê uma distinção entre entidades profissionalizadas e não profissionalizadas, ao contrário do anterior que distinguia entidades que geriam equipamentos culturais das restantes.
A possibilidade de todas as entidades profissionalizadas concorrerem a uma modalidade de apoio plurianual, criação de linhas de apoio para circulação, residências artísticas e apoios à criação e uma linha que potencia o trabalho en-
tre estruturas profissionais e não profissionais são outras das propostas.
O vereador da CDU, Francisco Queirós, notou que o documento conta com mais de 30 propostas de alteração por parte do Departamento Jurídico, tendo sugerido que essas alterações tivessem sido feitas antes de o documento entrar na fase de consulta pública.
Também a vereadora do PS Carina Gomes realçou que o documento “não reúne as condições necessárias” para seguir o caminho, considerando ainda que o programa está direccionado para o apoio às entidades profissionalizadas, antevendo uma quebra de investimento aos outros agentes culturais.
O presidente da Câmara vincou que o documento é “aberto e dinâmico”, referindo que a falta de critérios qualitativos é “uma lacuna” que será colmatada em fase de consulta pública.
A Câmara de Coimbra aprovou também a criação do Cartão Amigo do Convento São Francisco, ao qual estará associado um desconto directo de 40% sobre o ingresso em espectáculos da sua programação, que implica o pagamento de uma anuidade de 20 euros.
No início da reunião do Executivo, a prestação de juramento do vereador Nelson Cruz pela coligação Juntos Somos Coimbra, em regime de substituição da vereadora Ana Bastos, gerou críticas por parte do PS, com Regina Bento a alertar para um “problema de incompatibilidade”, por o novo vereador ser actualmente chefe de gabinete do presidente da Câmara de Coimbra.
José Manuel Silva justificou que não sendo Nelson Cruz vereador em regime de permanência a questão da incompatibilidade não se coloca, desvalorizando as chamadas de atenção quer do PS quer da CDU para a possibilidade de os actos praticados pelo novo vereador poderem vir a ser anulados, caso se comprove a incompatibilidade.
Músicos unem-se em solidariedade com a deficiência intelectual
Esta
terça-feira (20), vários artistas portugueses unem-se num concerto solidário cujas receitas revertem a favor da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa (APPACDM). “Músicos pela Esperança” realiza-se às 21h00, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
O evento “junta diferentes artistas, vozes, instrumentos, música e dança, para celebrar a diferença. Uma diferença que é trazida também pelos jovens (alguns bailarinos) com Deficiência Intelectual, que vão interagir no palco”, pode ler-se na página oficial da iniciativa.
Numa altura em que a APPACDM assinala 60 anos de existência, o concerto solidário reúne nomes incontornáveis da música nacional, entre eles, Luís Represas, os pianistas Adriano Jordão, Júlio Resende, Tiago Nunes
e António Silva, assim como a soprano Dora Rodrigues, a percussionista da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Elizabeth Davis, a maestrina Filipa Palhares e o Coro Juvenil. Além disso, os utentes da associação também vão participar na iniciativa.
Os bilhetes para assistir ao “Músicos pela Esperança” têm o custo de 15 euros. As receitas do concerto revertem, na sua totalidade, para a APPACDM. A associação tem como objectivo “dar resposta às necessidades de pessoas com deficiência intelectual e promover a sua inclusão na sociedade”. De recordar que a APPACDM foi criada em 1962 por Sheila Stilwell, mãe de uma criança com síndrome de Down, e pela pedopsiquiatra Alice de Mello Tavares.
TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO 2022
Assembleia Municipal de Mira aprova orçamento de 22,5 milhões de euros para 2023
AAssembleia Municipal de Mira aprovou o orçamento para 2023, no montante de cerca de 22,5 milhões de euros, representando um acréscimo de quatro milhões de euros face ao orçamento de 2022.
O município refere que o orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) foram aprovados com 15 votos favoráveis do PSD, oito contra do PS e uma abstenção do Chega.
O documento de gestão agora apresentado “mantém os princípios de gestão que a Câmara Municipal de Mira tem vindo adoptar nos últimos nove anos e que se baseiam em valores como a transparência, o rigor e cumprimento dos compromissos assumidos com os mirenses”.
A autarquia afirma ainda que o documento num contexto de “enorme grau de incerteza / imprevisibilidade”, considera o evoluir da economia, face a factores advindos, como o actual conflito militar na Ucrânia, ao contexto inflacionista, ao aumento dos custos da electricidade, das empreitadas, da subida das taxas de juro, bem como, aos “acréscimos remuneratórios resultantes da proposta do Orçamento de Estado e de alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório em resultado do processo de avaliação de desempenho”.
Tendo em conta todos estes factores, o presidente da edilidade mirense, Raul Almeida, considera que este foi o documento mais desafiador ao nível da sua elaboração, desde logo por ser o mais alto da sua governação.
“Com as transferências de competências, com as consequências do Orçamento de Estado, sobre-
tudo ao nível da política de recursos humanos e a subida da generalidade dos preços, este foi um orçamento difícil de concretizar”, reafirmou.
No entanto, a Câmara Municipal de Mira prevê “continuar a fazer investimentos estruturais”, concluindo os projectos em curso, tais como a ampliação das zonas industriais, a requalificação da Escola Secundária de Mira, o Atrium Mira o Centro de Recolha de Animais e aguarda “com grande expectativa” pela aprovação da candidatura submetida ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para requalificação do Centro de Saúde de Mira num investimento superior a 1,9 milhões de euros.
A Câmara recorda ainda que manteve para 2023 a taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no mínimo legal, de 0,3% para prédios urbanos e 0,8% para prédios rústicos, a adopção do IMI
familiar e a isenção da derrama.
“Apesar de todas as dificuldades impostas pela economia global, não abdicaremos de investir em Mira e nos mirenses. Em 2023 continuaremos a prosseguir a nossa política de criação de empregos com a valorização do nosso tecido industrial, a aposta na educação com a recuperação da maior escola do concelho e se possível a requalificação de outras infra-estruturas”, assegura o autarca.
A Câmara quer também “continuar a investir na saúde”, não esquecendo o “eixo do turismo que é também fundamental para o desenvolvimento” do concelho, frisou.
O município comunicou que a ideia é “aproveitar ao máximo as oportunidades dos fundos comunitários” e deu ainda nota de que investiu nos últimos oito anos mais de 17 milhões de euros em projectos financiados por fundos comunitários.
Nem a final do Mundial de Futebol do Qatar, que decorria em simultâneo e transmitida na televisão, demoveu os amantes do futebol do INATEL, que encheram os campos da região da para assistir à última disputa de 2022, desta vez a contar para a Taça.
Não seria ao nível de um Argentina x França, mas foram muitos e bons os golos que marcaram a eliminatória.
O destaque vai para o Seixo de Mira, que foi a casa do vizinho São Caetano “encher o saco” de golos. Foi um total de 10, sem qualquer resposta e sem reacção anímica do visitado.
A maior goleada dos últimos anos na INATEL não foi suficiente para melindrar a boa relação entre as equipas e no final da partida o convívio e animação foi garantido, como aliás se espera a este nível.
Destaque também para os derbis concelhios entre Chã e Maiorca e Vila Nova de Anços e Figueiró, tendo sido a eliminatória decidida através da marcação de grandes penalidades, tendo levado a melhor o Maiorca e o Figueiró.
Com uma deslocação mais remota, o líder do Grupo A, Alqueidão, foi do Litoral até às terras da Beira, defrontar o S. Gião. Num jogo muito disputado e equilibrado entre as duas formações, foi necessário recorrer também à marcação, com a sorte a cair para o lado da equipa da casa.
Apuraram-se ainda para os quartos de final o Bobadela, Coja e o S. Pedro de Alva.
A Liga INATEL volta aos campos no dia 8 de Janeiro, a contar para a oitava jornada da Liga, depois da paragem para as festividades de Natal e Ano Novo.
ONatal, em todos os países do mundo onde é celebrado, constitui um tema interminável. Quantas antologias recolheram textos de poetas, escritores e dramaturgos que, ao longo dos séculos, se pronunciaram acerca de todas as motivações do Natal? Mas em nenhuma antologia de língua portuguesa existe a breve evocação de Manuel Teixeira Gomes (1860-1941) que só com as palavras necessárias construiu o cenário para sintetizar os sentimentos mais profundos que emergem nesta quadra do ano.
Retomo o tema com alguns desenvolvimentos. A presença literária de Teixeira Gomes ficou, muitas vezes, ofuscada pela militância partidária para a implantação da República (1910); o desempenho da carreira diplomática, (1911 –1923), no período trágico da Iª Guerra Mundial, à frente da embaixada de Portugal em Londres e, entre 1923 a 1925, o exercício da Presidência da República, repleto de conflitos nacionais e internacionais.
Enquanto Chefe de Estado, enfrentou crises partidárias e militares que desencadearam sucessivas quedas e substituições de governos. Procurou a reconciliação da classe política e das Forças Armadas. Perante o impasse, a agitação e a insegurança, no dia 10 de Dezembro de 1925, apresentou a demissão. Meses depois, o Exército implantava a ditadura militar e entregou, depois, o poder a Salazar para outra ditadura. O regime durou quase meio século. Até ao 25 de Abril de 1974.
Triste, amargurado, desiludido, Teixeira Gomes (proprietário abastado e lavrador rural do Algarve) resolveu, então, viajar de país em país. Foi o que chamou «a grande Primavera da Liberdade”. Transformado num cidadão anónimo, avançou para o Mediterrâneo. Apetecia-lhe voltar aos museus, às catedrais, aos palácios, aos jardins. Ver e rever, sem pressa, monumentos e paisagens. Usufruir os acasos do espetáculo humano das ruas. A curiosidade insaciável associada à energia física levaram-no, finalmente, à
aventura da descoberta do Norte de África. Fazia «cerca de dez quilómetros de marcha diária, caminhadas sem fim até ao salutar cansaço que prepara os sonos profundos de onde se ressurge mais rijo e satisfeito”. Mas ao acentuar-se o envelhecimento mudou, por completo, a vida que levava ao ar livre para – é melhor citá-lo –continuar «saudável, próspero e feliz como um deus que regressou do Olimpo».
A reta final decorreu em Bougie, atualmente Bejaia. Tive a honra de ter sido convidado pelo Presidente Jorge Sampaio – no último dia do exercício do segundo mandato -- para ser o orador quando ali foi colocado um monumento à memória de Teixeira Gomes, da autoria da escultora Irene Vilar. Teixeira Gomes em Bougie morou no pequeno Hotel l’Etoile que possuía o conforto indispensável. O quarto tinha (e tem) o número 13 e uma janela para o mar. A vista abrange a cordilheira de Kabila, sempre coberta de neve. Passou a consagrar-se, em tempo inteiro, à escrita. Com uma disciplina diária, de 1931 a 1941, entre os 70 e os 80 anos, na idade em que todos acabam, retomou criação literária. Colaborava em jornais e revistas de oposição à ditadura. Reeditava livros que lhe deram renome intelectual. Publicava novos livros, que tiveram o maior êxito, provocaram surpresa e causaram escândalo literário e político, tais como Maria Adelaide e Novelas Eróticas. Permanecia na íntegra o homem rebelde, insatisfeito, frontal, aberto ao mundo, «com todos os sentidos despertos» – assim se definiu – «para glorificar o esplendor da luz e para divinizar quantas maravilhas ela nos revela, desde o cristal das fontes, que fecundam a terra sequiosa, até ao corpo humano, carne ambulante e sensual, onde se encerra e se propaga a essência da razão e do amor». Ambos os livros foram condenados pela Igreja, proibidos pela Censura e confiscados pela PIDE.
Teixeira Gomes, num dos seus últimos livros, com o título simbólico Regressos, reuniu textos acerca das muitas viagens que fizera para descobrir Portugal. Conhecer as terras e os tesouros que as colocaram no mapa e onde, também, exalta a língua portuguesa e a sua projeção no Brasil. Em todas as circunstâncias é um livro notável. Assim o referiu: «tento agora escrever e provavelmente nunca terminarei este livro». «São as impressões» – esclareceu Teixeira Gomes -- «mais remotas da mocidade (ou as primeiras impressões de paisagens e monumentos revistos pela vida fora), colhidas no meu país, e lembradas longe dele, não podia deixar de incluir algumas páginas consagradas à minha ter-
ra natal. Como ali faltam os monumentos, diligenciarei evocá-la em paisagens».
É o caso do pequeno grande texto que transcrevemos na integra: «Natal: noite de levante frígido, anavalhado. Sobre a ponte. A lua espelha-se na água com um verde pálido, cuja vista dá acidez ao vento. O rio, em Ferragudo e na pequena enseada do Convento, coalhado de caíques arribados, que ardem todos com as chamas levantadas sobre o convés pelas “campanhas” que preparam a ceia. Céu desmaiado, sem estrelas, com o luar a escorrer como um líquido sobre vidro …»
Só isto. Um barco na enseada e os pescadores que foram parar ao Algarve, a acenderem o lume para a ceia. Teixeira Gomes recordava o que vira, próximo da sua casa em Portimão, entre o rio e o mar, entre o Arade e o Atlântico que já é quase Mediterrâneo. Deixara o resto para a imaginação de qualquer um de nós. Tudo coube em muito poucas palavras. Os pescadores não esqueciam naufrágios e outras fatalidades no alto mar e, sobretudo, a família em casa, em redor da mesa da consoada.
Era o diálogo entre todos os que passaram pelas suas vidas. Falavam uns com os outros. Ou recolhiam-se em silêncios. Uns breves. Outros prolongados e sufocantes. Surgiam os que partiram e já não voltam mais. E os que se encontravam longe e deviam estar perto. Os mortos e os vivos. As horas tristes e as horas alegres. Bastou dizer que era noite. E dizer apenas que também era Natal.
A narrativa de Teixeira Gomes a propósito de uma ceia de pescadores, dentro de um barco, no Algarve, convoca a memória dos que partiram e já não voltam mais e a presença dos que se encontravam longe e deviam estar perto.Jornalista, carteira profissional número UM; sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa NATAL, EM 50 PALAVRAS
António Albuquerque será director de Desenvolvimento Económico da Câmara de Coimbra
António Carlos Albuquerque vai assumir funções, no dia 1 de Janeiro de 2023, como director do Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento da Câmara Municipal de Coimbra (CMC).
Conforme o despacho assinado, esta terça-feira, pelo presidente da autarquia, José Manuel Silva, António Carlos Albuquerque, até à data director do Departamento de Desenvolvimento Económico e Social da Câmara de Cantanhede, assume igualmente um cargo de direcção intermédia de 1.º grau, mas agora da unidade prevista na nova estrutura orgânica do Município de Coimbra.
A decisão é justificada, no despacho assinado pelo presidente da Câmara de Coimbra, pela necessidade, “por urgente conveniência de serviço, de assegurar a direcção e coordenação do Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento”.
Uma escolha que teve em consideração “a adequação do perfil, a aptidão, a experiência e o curriculum do novo director, que já há mais de dois anos exercia funções similares da Câmara de Cantanhede e tem um reconhecido currículo em cargos de chefia na administração local”. António Carlos Albuquerque vai, assim, assumir o cargo de direção intermédia de 1.º grau agora no Município de Coimbra, em regime de substituição.
Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e mestre em Engenharia Civil com Especialização em Urbanismo, Transporte e Vias de Comunicação pela mesma Universidade, António Carlos Albuquerque é, ainda, doutorando no Programa Doutoral em Sistemas de Transporte do Massachusetts Institute of Technology - MIT.
António Carlos Albuquerque conta com uma vasta experiência profissional em cargos de chefia na administração local, com destaque para o cargo que assumia até então, de director do Departamento de Desenvolvimento Económico e Social da Câmara de Cantanhede (desde Agosto de 2020), mas também enquanto director do Departamento de Obras Municipais e Ambiente da Câmara da Figueira da Foz (de Janeiro de 2014 a Setembro de 2019), director do Departamento Municipal de Projectos, Obras e Serviços Municipais da Câmara da Figueira da Foz (de Março de 2011 a Dezembro de 2013), chefe da Divisão de Planeamento e Coordenação da Câmara de Cantanhede (de Outubro de 2007 a Dezembro de 2010), chefe da Divisão de D esporto e Tempos Livres da Câmara de Cantanhede (de Outubro de 2003 a Outubro de 2007), chefe da Divisão de Vias da Câmara de Cantanhede (de Maio de 2002 a Outubro de 2003) e chefe da Divisão de Equipamentos Colectivos da Câmara de Cantanhede (de Outubro de 2000 a
Maio de 2002).
Recorde-se que, na actual estrutura da Câmara de Coimbra, apenas existe uma unidade orgânica de 3.º grau com competência na área do apoio ao investimento, o actual Gabinete de Apoio ao Investidor, o que não se coaduna com a dinâmica de actuação deste Executivo Municipal, no que concerne à linha de atracção e de captação de investimento para o concelho.
Na reestruturação dos serviços camarários, considerou-se assim fundamental a criação de um novo departamento: Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento (DDEECI), composto por duas UO de 2.º grau (Divisão de Empreendedorismo e Actividades Económicas - DEAE e Divisão de Captação de Investimento e Fundos - DCIF), dada a imperiosa necessidade de, entre outros, promover o desenvolvimento económico, o empreendedorismo, a competitividade e o investimento empresarial, nacional e estrangeiro, no concelho de Coimbra.
20 DE DEZEMBRO 2022
Incidente em obras do MetroBus obriga a corte de via na Avenida Elísio de Moura
Um incidente, no âmbito das obras em curso do canal de ‘MetroBus’, afectou uma “infra-estrutura enterrada de média tensão, obrigando ao corte de via no sentido sul-norte entre a Casa Branca e a Avenida Elísio de Moura, afirmou hoje a Metro Mondego.
O incidente ocorreu no troço entre a rotunda de acesso à Rua Jorge Anjinho e a rotunda Artur Paredes, no âmbito da empreitada do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) do canal que liga ao Alto de São João à Portagem.
“Os trabalhos de escavação que decorriam no local danificaram os cabos eléctricos, o
que obrigará a uma intervenção da empresa E-Redes para reposição das normais condições de funcionamento da rede eléctrica”, referiu a Metro Mondego, salientando que se espera que os trabalhos tenham uma duração de 24 horas, tendo começado às 09h15 de hoje.
Segundo a nota de imprensa, “dependendo da extensão dos danos, poderá vir a ser necessário efectuar intervenção idêntica no sentido norte-sul, o que implicará a supressão do sentido de trânsito entre a rotunda Artur Paredes e a Casa Branca, o que deverá acontecer em moldes idênticos ao que se preconiza para a actual intervenção”.
Montemor-o-Velho: Governo determina épocas de interdição de pesca de lampreia e sável no Mondego
ASecretaria de Estado das Pescas publicou hoje, em Diário da República, o despacho que determina os períodos de defeso para a pesca no rio Mondego em 2023, por forma a garantir a conservação da lampreia, do sável e da savelha.
O documento estipula que fica proibida a captura e venda de lampreia entre 1 e 9 de Janeiro, 17 e 26 de Março, e de 6 de Abril a 31 de Dezembro.
Já para o sável e savelha, a pesca é interdita entre 1 de Janeiro e 16 de Fevereiro e de 17 de Março a 31 de Dezembro.
Segundo o despacho, os períodos de defeso foram acordados numa reunião realizada com representantes do sector da pesca, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) o Instituto da Conservação da Natureza e das Floresta (ICNF) e instituições científicas que acompanham a passagem de peixes localizada no açude-ponte de Coimbra.
O despacho procura garantir a conserva-
ção do sável e da lampreia, peixes migradores anádromos (espécies que se reproduzem em água doce, mas que se desenvolvem no mar), que assumem relevância do ponto de vista socioeconómico na região do Mondego, sendo Montemor-o-Velho e Penacova conhecidos destinos para comer lampreia.
O despacho assegura “um período de defeso harmonizado em toda a zona do Baixo Mondego que permita potenciar a migração até aos habituais lugares de desova, à lampreia, ao sável e à savelha”.
Em Fevereiro, a Câmara de Penacova decidiu cancelar o festival, que realizou mais tarde, face à escassez de lampreia, cujos preços no restaurante passaram a quase 90 euros por espécime.
Naquela altura, era dada conta de que havia muito pouca lampreia a passar pelo açude-ponte do Mondego, situação que os responsáveis consideravam estar relacionada com a seca se sentia no país.