“Campeão das Províncias” - 22/12/2022

NATAL SOLIDÁRIO COM O AMBIENTE A SAÚDE E AS CRIANÇAS

APlural+Udifar, cooperativa de distribuição farmacêutica com sede em Coimbra, cumpriu a tradição de Natal de entrega de donativos a instituições, sendo este ano contempladas a Quercus, a Plataforma Saúde em Diálogo e as Aldeias de Crianças SOS.

Para além dos apoios que ao longo do ano vai efectuando, a Plural+Udifar concretiza na época natalídia, desde há mais de 15 anos, um substancial donativo no âmbito da política de responsabilidade assumida por esta empresa que se enquadra no sector da economia social.

O gesto solidário, em nome das 1.500 farmácias associadas, foi concretizado esta sexta-feira por Miguel Silvestre, presidente da Administração, acompanhado por Humberto Gameiro e Sara Terra, perante as entidades beneficiárias, nas instalações da empresa que recuperou os antigos edifícios da Fábrica da Cerveja.

Este ano, para além de prosseguir com os projectos da Quercus e da Plataforma Saúde em Diálogo, a Plural+Udifar contemplou também as Aldeias de Crianças SOS Portugal, que tem espaços em Bicesse, Gulpilhares e Guarda, acolhendo 80 crianças e jovens.

Teresa Conceição e Nuno Pestana, das Aldeias de Crianças SOS, explicaram o acolhimento desde os mais pequenos até aos 18 anos, de menores encaminhados pelas Comissões de Protecção, Segurança Social e Tribunais, podendo chegar até aos 25 anos no caso de prosseguirem os estudos. Recebem também crianças vindas da Grécia, com origem na imigração que ali chega pelo mar.

A instituição apoia também cerca de 320 agregados e mais de 420 crianças, com os Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental em Oeiras, Rio Maior, Guarda e Vila Nova de Gaia. Esta instituição dedica-se no nosso país a cuidar de crianças e jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade, promoven-

do o seu desenvolvimento e autonomia, através do acolhimento em ambientes reparadores de cariz familiar e do fortalecimento das suas redes familiares, sociais e comunitárias. Além disso actua com intencionalidade reparadora das dinâmicas familiares de risco.

As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental e a Plural+Udifar comprometeu-se a apoiar esta instituição, contribuindo assim para a sua sustentabilidade financeira, que é fundamental para o cumprimento do compromisso que assumiram para com as crianças e jovens.

Saúde e Ambiente

Outro projecto contemplado foi o “Espaço Saúde 360.º Algarve”, uma iniciativa inovadora da Plataforma Saúde em Diálogo, financiada em 70% pelo Programa Operacional Regional - CRESC Algarve 2020 e pela Portugal Inovação Social através de Fundos da União Europeia, e em 30% por cento por investidores sociais, entre os quais a Plural+Udifar. É um projecto que pretende avaliar o impacto de várias iniciativas de promoção da literacia em saúde na qualidade de vida de cida-

dãos idosos, com poucos recursos económicos e baixa escolaridade na comunidade algarvia.

Por outro lado, a Quercus e a Plural+Udifar assinaram um protocolo de apoio ao programa “Criar Bosques” com a duração de três anos, período durante o qual se comprometem a plantar 2.400 árvores. Trata-se de um programa de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone com altos índices de biodiversidade e de produção de serviços de ecossistema. O objectivo deste compromisso a longo prazo é compensar as emissões de carbono, que são fruto da sua actividade diária de distribuição de medicamentos e produtos de saúde às farmácias de todo o país.

Conforme sublinharam os responsáveis, ao longo dos 48 anos de existência, esta Cooperativa sempre privilegiou as relações humanas, no estabelecimento de laços com os seus cooperadores, fornecedores ou parceiros, para uma intervenção junto das comunidades onde estão inseridos. A Plural+Udifar faz parte da chamada “economia social” devido à sua natureza jurídica, pelo que para além do desenvolvimento de uma actividade inserida no sector da distribuição farmacêutica, tem uma responsabilidade social acrescida que exerce com vocação e entusiasmo.

CÂMARA DE COIMBRA COM REUNIÃO POUCO NATALÍCIA

Liga Contra o Cancro vive do gesto responsável de cada um de nós

Em entrevista concedida esta semana à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, Vítor Rodrigues, presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, uma instituição que vive sobretudo da e para a solidariedade social, através do peditório anual e da consignação do IRS, afirmou que “o dinheiro entregue à Liga é de todos e, portanto, a nossa função é voltar a entregá-lo à comunidade, sob a forma de programas estruturados e, sempre prestando contas”. Para a Liga este dinheiro é fundamental e tem permitido desenvolver muito trabalho em prol da população afectada por doença oncológica, já que não contam com apoios significativos do Estado.

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Figueira da Foz: fecham Centros de Saúde e abre Universidade PÁGINA 16

Campeão deseja Festas Felizes

Enquanto a cidade-praia avança na educação e rejubila com a abertura do Campus da Universidade de Coimbra, na área da saúde duas unidades encerraram, na Cova-Gala e na Marinha das Ondas, devido a falta de assistentes técnicos.

O “Campeão das Províncias” deseja um bom Natal a todo o mundo, esperando que a grande prenda seja o alívio do sofrimento das pessoas fragilizadas e das que vivem em zonas do globo que, esquecendo os mais pobres, só têm olhos para a luxúria e a ostentação. Como é sua tradição e por razões de gestão interna, o “Campeão” não se publica na próxima semana. Voltaremos na primeira semana de Janeiro. A todos quantos nos têm ajudado a cumprir o melhor possível a nossa função, abraçamos com um enorme sentido de gratidão. Feliz Natal e bom Fim de Ano.

NATAL EM COIMBRA JÁ A PENSAR NO FIM DE ANO

Com a animação natalícia a decorrer na Baixa de Coimbra, também é esta zona do “coração” da cidade que irá dar as boas-vindas a 2023, com muita música e animação, numa noite que inclui ainda um espectáculo piromusical.

O Fim de Ano em Coimbra conta atrair lar-

gos milhares de pessoas e motivos para que todos se juntem naquele que é já um dos eventos com maior notoriedade e um dos mais concorridos a nível nacional não faltam. O cartaz junta propostas ecléticas e muito apetecíveis, numa programação que conjuga projectos musicais de grande qualidade e que foi pen-

sada para agradar a todos.

Vão ser oito horas e meia de música consecutiva (das 21h30 até às 6h00), três palcos distribuídos pela Baixa da cidade, oito concertos, inúmeros estilos musicais, um espectáculo piromusical que este ano será “apoteótico”, já que conta com novos e mais impactantes elementos pirotécnicos - ‘lettering’ de grande dimensão a desenhar nos céus a frase “Boas Vindas ao Novo Ano”, enchendo de cor e brilho os céus da cidade. Todos os espetáculos são de entrada livre.

Os holofotes vão estar centrados nos Gipsy Kings by Tonino Baliardo - membro e fundador da banda, mundialmente reconhecido por grandes hits como “Bamboleo”, “Djobi Djoba”, “Baila Me” e “Volare”, temas esses que foram hits em todo o mundo. Os Gipsy Kings já venderam mais de 60 milhões de álbuns e já perderam a conta à quantidade de prémios ganhos,

além de discos de ouro, platina e diamante.

A festa arranca às 21h30 no palco da Portagem, com a catuação dos djs entertainers Kiss Kiss Bang Bang, seguindo-se a mítica banda Per7ume que nos vai transportar até aos últimos minutos deste ano. No final das duas primeiras actuações da noite, chega a sempre emotiva contagem decrescente para a transição de ano, que será acompanhada por um countdown exibido nos ecrãs led do palco principal.

A entrada em 2023 é assinalada com um grande espectáculo de fogo de artifício e, logo a seguir, a festa fica por conta dos Gipsy Kings. Ao palco regressam os djs Kiss Kiss Bang Bang quando forem 1h45, terminando a actuação às 4h00.

A festa faz-se madrugada adentro também noutros palcos. Em simultâneo, decorrem actuações na Praça do Comércio e na Praça 8 de Maio. O dj conimbricense Code abre o palco da Pra-

ça do Comércio às 00h15, sendo que o momento mais esperado neste local é a actuação dos Insert Coin, projecto que agita, na actualidade, os palcos de norte a sul do país e que conta com a actuação do apresentador da SIC, João Paulo Sousa.

Já quando soarem as 3h00 será a vez de outro dj conimbricense colocar a plateia a dançar - KY-MO, que actua durante uma hora e meia. O palco da Praça do Comércio encerra, assim, às 4h30.

O terceiro palco, onde Rui Tomé e Luís Pinheirotambém eles djs de Coimbra - dão vida à Revival Music (música dos anos 80 e 90) abre às 00h15 e encerra às 6h00.

EQUIPA COM 210 PESSOAS

O evento Fim de Ano em Coimbra 2022 é uma operação de grande envergadura, só viável graças ao envolvimento de uma

vasta equipa. Para além dos técnicos das variadas unidades orgânicas da Câmara Municipal de Coimbra que participam activamente na concretização deste projecto, a sua execução reúne 210 pessoas, entre equipas de produção, direcção técnica, coordenação de hospitalidade, assistente de produção, stage managers, montagem de palcos e de estruturas, equipas de som e de luz, ecrãs de vídeo, efeitos especiais backline, segurança privada, equipa de comunicação, além de um conjunto vasto de outras funções, essenciais para a boa execução deste grande evento.

Para que todos possam usufruir, em pleno, desta data festiva, a Câmara Municipal de Coimbra tem preparado um Plano de Coordenação e Segurança, que garante todas as condições de logística e acessibilidade para que 2023 chegue com a festa que a cidade merece, garantindo a segurança de todos os participantes.

QUINTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO 2022

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

22 DE DEZEMBRO DE 2022

ESTEVE AUSENTE DA REUNIÃO DA CÂMARA DE COIMBRA

Aúltima reunião deste ano do Executivo da Câmara Municipal de Coimbra, que decorreu nesta semana de Natal, foi pródiga em assuntos pouco pacíficos e o presidente, José Manuel Silva, teve de assumir uma postura diplomática perante as posições antagónicas da oposição socialista e comunista.

Logo no início da reunião da Edilidade, a prestação de juramento do vereador Nelson Cruz pela coligação Juntos Somos Coimbra, em regime de substituição da vereadora Ana Bastos, gerou críticas por parte do PS, com Regina Bento a alertar para um “problema de incompatibilidade”, por o novo vereador ser actualmente chefe de gabinete do presidente da Câmara de Coimbra.

José Manuel Silva justificou que não sendo Nelson Cruz vereador em regime

de permanência a questão da incompatibilidade não se coloca, desvalorizando as chamadas de atenção quer do PS quer da CDU para a possibilidade de os actos praticados pelo novo vereador poderem vir a ser anulados, caso se comprove a incompatibilidade.

Ainda no período de antes da ordem do dia foi decidido que a Câmara de Coimbra vai fazer uma auditoria aos Serviços de Habitação Social do Município, desde 2010, após pedido do PS para que a mesma avance.

A vereadora do PS Regina Bento anunciou que pediu formalmente a realização de uma auditoria externa, independente, aos Serviços de Habitação Social do Município que abranja os últimos 12 anos de actividade, abrangendo o anterior mandado socialista e já o actual, da coligação Juntos Somos Coimbra.

“Naturalmente, peço aos serviços que ponham em andamento o pedido de auditoria de 12 anos aos Serviços de Habitação Social da Câmara de Coimbra. É para desenvolver e cumprir o mais rapidamente possível”, afirmou o presidente do Município, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/ Volt/RIR/Aliança).

A vereadora socialista questionou também o ponto de situação da execução das acções previstas no programa 1.º Direito e se será necessário alterar o acordo assinado pelo anterior Executivo.

Em resposta, a vereadora com o pelouro da Habitação Social, Ana Cortez Vaz, referiu que considera que a estratégia local de habitação de Coimbra “tem graves lacunas”, estando a autarquia a preparar uma

revisão do documento que deverá ser colocada em discussão pública no primeiro trimestre de 2023. Também em relação ao 1.º Direito, deverá haver uma revisão do acordo, avançou.

Ainda nesta reunião do Executivo camarário foi aprovado o projecto de regulamento do Programa Municipal de Apoio ao Ecossistema Cultural com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra e contra do PS e da CDU, seguindo agora para período de discussão pública.

FALTA DE CRITÉRIOS

O director do Departamento da Cultura e Turismo da Câmara de Coimbra, Paulo Pires, destacou que o documento prevê uma distinção entre entidades profissionalizadas e não profissionalizadas, ao contrário do anterior que

distinguia entidades que geriam equipamentos culturais das restantes.

A possibilidade de todas as entidades profissionalizadas concorrerem a uma modalidade de apoio plurianual, criação de linhas de apoio para circulação, residências artísticas e apoios à criação e uma linha que potencia o trabalho entre estruturas profissionais e não profissionais são outras das propostas.

O vereador da CDU, Francisco Queirós, notou que o documento conta com mais de 30 propostas de alteração por parte do Departamento Jurídico, tendo sugerido que essas alterações tivessem sido feitas antes de o documento entrar na fase de consulta pública.

Também a vereadora do PS Carina Gomes realçou que o documento “não reúne as condições necessárias” para seguir

o caminho, considerando ainda que o programa está direccionado para o apoio às entidades profissionalizadas, antevendo uma quebra de investimento aos outros agentes culturais.

O presidente da Câmara vincou que o documento é “aberto e dinâmico”, referindo que a falta de critérios qualitativos é “uma lacuna” que será colmatada em fase de consulta pública.

Ainda no período antes da ordem do dia, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, aproveitou a época natalícia para pedir “três prendas”: um maior apoio do Governo às autarquias; uma resposta do Ministério da Justiça às reivindicações da autarquia nesse campo; e um IP3 (que liga Coimbra a Viseu) com “quatro faixas de qualidade e segurança rodoviária em toda a sua extensão”.

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O consagrado cantor e compositor brasileiro, com cinco décadas de carreira, e uma fortíssima legião de fãs pelo mundo, Alceu Valença, está de volta a Portugal para três concertos e no dia 29 de Setembro vai estar no Casino da Figueira da Foz.

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FIGURAS a s c e n s o r A SUBIR

HERMÍNIA VASCONCELOS VILAR – Foi das cidades que menos fogachos lançou em redor da sua candidatura a Capital Europeia da Cultura e acabou por ganhar com uma limpeza que terá apanhado muita gente de surpresa. Sempre que se fala de cultura, de cidade cuidada e respeitadora do passado, das tradições, dos activos culturais, pessoa avisada laça sempre um olhar para Évora, nem que seja só para uma espreitadela. Todos nós, Portugal inteiro, temos por Évora um profundo respeito – por ela própria mas também como capital de uma região belíssima, durante muitos anos capital da fome ainda que celeiro de Portugal – e esse respeito que agora se sentiu de novo pela forma como a distinção foi recebida sem ressaibos de inveja, esse respeito, dizíamos, é um dos melhores activos culturais que uma terra pode ter. Veja-se a forma tranquila como a cidade protege os seus valores; o modo como protege o seu casco histórico e não se põe para ali a fazer prédios â maluca, uns acima outros abaixo, num desaforo de perfil ganancioso, de querer enriquecer muito e depressa; como tem vindo a enformar a sua Universidade que alojou num espaço magnífico cujo interior supera outras Universidades construídas de raiz, a par de um reconhecido cuidado na formação dos seus estudantes, exigência assumia pela sua Reitora, Professora Hermínia Vasconcelos Vilar, que ainda há poucos dias recebeu na sua Escola o Dia de Imprensa e soube destacar, com rara sensibilidade, o papel da imprensa no património cultural de um país e de uma região; veja-se a tranquilidade de uma cidade e região seguras, limpas, que os turistas não dispensam; veja-se isso tudo para que entendamos melhor esse quantum de respeito que todos temos—nós e muito para além de nós – por aquele espaço de Portugal. Capital Europeia da Cultura? Porque não? Muito para além do dossier de candidatura apresentado e cuja apreciação a outros, mais que a nós, competirá, Évora tem, e desde há muito, uma bagagem, um estar, uma tranquilidade, um respeito por sí própria, que dela faz um candidato forte sempre que de Cultura se tratar. Évora substituiu nos celeiros que conserva como sinal dum tempo sofrido, os cereais de então.

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA – Acaba de vencer a primeira edição do prémio Ilídio Pinho e o prémio correspondente, no valor pecuniário de 100 mil euros foi-lhe entregue na segunda-feira passada, 19 de Dezembro. Ilídio Pinho foi um prestigiado e dinâmico empresário português que desenvolveu intensa actividade industrial sobretudo na zona a norte de Aveiro, de onde era natural (Vale de Cambra). Criada uma fundação com o seu nome, foi por esta instituído o prémio agora entregue. Prémio que se destina a distinguir personalidades que se dedicam à “promoção e defesa dos valores universais da portugalidade.” Homem da Igreja e das Letras, Tolentino Mendonça é cardeal com grande proximidade junto do Papa Francisco, por quem foi nomeado recentemente Perfeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação, tendo antes desempenhado outros cargos também em Roma. Publicou ao longo da vida cerca de 45 títulos, a maior parte de poesia mas também teatro, ensaio e teologia. Tem recebido vários prémios e, já este ano que agora finda, o Prémio da Universidade de Coimbra. Já recebeu também várias comendas com que o Estado português o agraciou. O júri do prémio Ilídio Pinho agora conquistado era composto pelos presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa, Porto e Vale de Cambra, bem como pelos Reitores das Universidades do Porto, Aveiro, Católica e Trás-os-Montes.

A descer

FERNANDO SANTOS – É certo que as expectativas da prestação da selecção portuguesa de futebol no Campeonato do Mundo eram altas; certo que se esperava mais e melhor, porque se criou a ideia sustentada que Portugal tinha equipa para mais, fosse nos resultados, fosse no desempenho. Também se aceita que o estilo do treinador Fernando Santos não prima pela ousadia, pelo futebol bonito. É um futebol encolhido, medroso, a ver no que dá e lá para o fim talvez apareça um ressalto salvador. Esse é o perfil da táctica que Fernando Santos cultiva, apesar de quando em vez a equipa se solte e faça jogos daqueles como aconteceu com a Suiça que foi um regalo para a auto estima dos portugueses. Ao fim de sete anos foi-se embora, não chegando a terminar o contrato. Se é certo que talvez pudesse ter feito melhor, não se lhe apague todavia os méritos que ajudaram a atingir um score de vitórias altamente favorável relativamente às derrotas; os troféus únicos que Portugal nunca tinha conquistado, fosse no Campeonato europeu, salvo por um pontapé feliz do conimbricense Eder, mais que pelo brilho de uma exibição sem descolorida, fosse na Taça das Nações que, valendo o que vale, nem por isso é um torneio a feijões. Fernando Santos, ainda que possa ser censurado pela falta de audácia, ninguém deixará de lhe reconhecer o perfil de um profissional sério, um condutor de homens sensato, uma pessoa de respeito. Sem perder a ambição tipicamente portuguesa, é bom que nos habituemos e refrear os ânimos e reconhecer o país que somos, as virtudes que temos, mas com esta característica: gostamos de nos levantar tarde. E tudo na vida é como nos caminhos de Fátima: quando uns se levantam em Coimbra, outros já vão em Condeixa e outros estão quase em Pombal.

22 DE DEZEMBRO 2022

22 DE DEZEMBRO DE 2022

figura da semana AMÍLCAR FALCÃO

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS www.campeaoprovincias.pt

Confirmou na semana passada a sua recandidatura a Reitor da Universidade de Coimbra, cuja eleição acontecerá dentro de poucos meses. Era previsível esta decisão, tanto que o “Campeão” a dera como certa em Novembro passado. Amílcar Falcão fez um reitorado sereno, sem grandes perturbações, e soube manter a Universidade no seu plano de excelência, sem vergar às dificuldades que os tempos de pandemia trouxeram e se fizeram sentir em todo o lado. Manter o ensino à distância com os meios disponíveis, não deixar cair – antes reforçar – o programa Erasmus, reforçar a ligação da Universidade com os países lusófonos e muito em particular com o Brasil, terão sido algumas das vertentes em que mais se empenhou, fazendo valer também a estrutura de vice-reitores (8) a quem soube delegar o necessário para que não se deixasse atafulhar numa multiplicidade de assuntos, capaz de atrapalhar seriamente quem menos avisado fosse. Criar o pólo da Universidade na Figueira da Foz, aproveitando a abertura de Santana Lopes que nem todos os autarcas têm, terá sido também uma medida que, se bem amparada por uns e por outros, em muito poderá reforçar o trabalho e o prestígio da Universidade no espaço da região alargada que somos, fazendo desta Escola, que há séculos honra o país, uma instituição sem fronteiras. Essa é, a nosso ver, a vocação da Universidade de Coimbra.

JOÃO PAULO RAMALHO MARREIROS – O director-geral do Instituto Hidrográfico, João Paulo Ramalho Marreiros, visitou os portos da Figueira da Foz e de Aveiro. O contra-almirante fez-se acompanhar pelo director técnico do Instituto Hidrográfico, capitão-de-fragata João Paulo Delgado Vicente, nesta visita que tem como objectivo reforçar a cooperação entre as instituições e onde foram partilhados os projectos em curso em diversas vertentes.

VARELA PÈCURTO – Eduardo Francisco Varela Pècurto é um dos mais antigos fotógrafos profissionais do país. Nasceu em Ervedal do Alentejo, concelho de Avis, a 27 de Abril de 1925. Fez o Liceu em Évora, onde se iniciou na arte da fotografia. Veio para Coimbra em 1950, tendo dirigido a secção fotográfica da Livraria Atlântida e depois a Hilda como sócio-gerente, até à sua reforma. Foi sócio fundador do Câmara de Coimbra e participou em dezenas de concursos nacionais e internacionais. Foi ainda foto-repórter e operador correspondente da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) na região centro, durante 25 anos. Desde 1949, que participou em dezenas de concursos nacionais e internacionais. Em 1954, por decisão do Congresso de Barcelona da Féderation Internationale d’Art Photographique, recebeu o prémio Excellence (um dos mais importantes prémios atribuídos internacionalmente no âmbito da fotografia). Para homenagear esta figura incontornável, a Câmara Municipal de Coimbra lançou a primeira edição do Prémio Varela Pècurto - Concurso de Fotografia.

FÁTIMA RAMOS NINGUÉM A CALA – Fátima Ramos, deputada por Coimbra na Assembleia da República e um dos elementos mais intervenientes na defesa da região entre os deputados eleitos pelo círculo de Coimbra, voltou a questionar o Governo há dias, directamente o ministro das Infra-estruturas, sobre o preço das portagens na nossa zona, quando comparados com a A1. Deu vários exemplos a comprovar que as auto-estradas, várias delas, que servem zonas mais desfavorecidas do país têm portagens mais caras por km do que a A1. Para quem tanto invoca as assimetrias e diz defender a coesão territorial, Fátima Ramos manifesta estranheza por esta disparidade que parece apontar em direcção diferente.

ANTÓNIO GUTERRES – Secretário-geral da ONU foi eleito pela revista científica Nature como uma das 10 pessoas que “ajudaram a moldar a ciência” em 2022. A revista destacou o seu trabalho na defesa de questões ambientais como prioridade global, mas também a sua diplomacia discreta nos bastidores que “ajudou a evitar uma crise alimentar este ano, segundo informações privilegiadas”. Trabalhando com parceiros externos, Guterres e outros funcionários da ONU ajudaram a intermediar negociações politicamente delicadas para estabelecer um corredor protegido para embarques de grãos. A Black Sea Grain Initiative foi assinada em Istambul, Turquia, a 22 de Julho.

CARLOS TAVARES – O director executivo da Stellantis, a sexta maior fabricante de automóveis do mundo, está entre as 28 personalidades mais influentes da Europa. De acordo com o ranking do “Politico”, o português encontra-se no 6.º lugar na categoria dos “Disruptivos”. A categoria onde se integra o português é liderada por Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov encontra-se na última posição. Carlos Tavares lançou o “Fórum da Liberdade de Mobilidade” uma iniciativa de debates que pretende entregar pistas sobre a vontade e capacidade europeia de dar “um próximo passo” na forma como as pessoas podem se deslocar.

CATARINA COSTA E JOANA DIOGO – As atletas da Académica e do Judo Clube de Coimbra, respectivamente, integram o grupo de cinco judocas portugueses que fecha o ano no Masters de Jerusalém, Israel. A expectativa da representação nacional passa pela disputa de medalhas, apesar das “baixas”, por lesão, de Jorge Fonseca, Telma Monteiro e Bárbara Timo. Em Jerusalém, no Masters desta semana, entram os 36 melhores judocas de cada uma das 14 categorias de peso no judo. Portugal conta com Catarina Costa (-48 kg), Joana Diogo (-52 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg).

JOÃO GUIMARÃES VENCEU PRÉMIO PESSOA – Médico de carreira, João Luís Barreto Guimarães venceu o prestigiado Prémio Pessoa 2022 que distingue uma carreira prestigiante também no domínio cultural, onde a sua poesia assenta na perfeição.

LETÍCIA SILVA – Pela primeira vez na história do clube da Praia da Leirosa (Figueira da Foz) um atleta chega a uma convocatória das Selecções Nacionais de Futebol, neste caso de Sub-16 Feminino. Trata-se de Letícia Silva, convocada para o estágio nacional que decorreu em Quiaios, de segunda-feira até ontem. “Fruto de muito trabalho e do muito talento da nossa Letícia! Parabéns e aproveita o momento e diverte-te ao máximo” - foram os desejos do Clube Recreativo da Praia da Leirosa. Sob o comando do treinador nacional Luís Marques, a Selecção realizou três sessões de treino e um jogo frente a uma equipa do Clube Albergaria.

FILIPA PRATA – Filiada no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Coimbra e árbitra do quadro nacional da Federação Portuguesa de Futebol, Filipa Prata adquiriu experiência e treino através do curso do primeiro Centro de Excelência de Arbitragem (CORE) da UEFA, que decorreu de 6 a 12 de Dezembro, na Cidade do Futebol de Las Rozas, em Madrid. A juíza conimbricense integrou o naipe de oito árbitras de várias nacionalidades que integrou o programa formativo ministrado pelos instrutores de arbitragem da UEFA, dedicado ao grupo de potenciais árbitros internacionais europeus do futuro.

RAQUEL VEIGA – A nova Divisão de Captação de Investimento e Fundos (DCIF) da Câmara Municipal de Coimbra vai contar, a partir de 1 de Janeiro de 2023, com a chefia de Raquel Veiga. Conforme despacho assinado pelo presidente da autarquia, José Manuel Silva, Raquel Veiga, até à data técnica do Programa Operacional Regional - Centro 2020 na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), vai assumir agora o cargo de direcção intermédia de 2.º grau no Município de Coimbra. Licenciada pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e mestre em Economia Social pela Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa, Raquel Veiga conta ainda com um curso de Estudos Avançados em Gestão Pública pela Direcção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas e com uma pós-graduação em Branding Territorial pela Coimbra Business School. Da vasta experiência profissional de Raquel Veiga destaque para as passagens pelo Governo, designadamente no Ministério da Economia, de Abril de 2017 a Outubro de 2018, como assessora, ou ainda na Direcção-Geral das Actividades Económicas, em 2015, como técnica superior. Raquel Veiga passou ainda por conceituadas instituições, como a Comissão Europeia (em 2011, como trainee), o Banco de Portugal (2011-2012, como técnica superior), entre outras.

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

22 DE DEZEMBRO DE 2022

PRESIDENTE DO NÚCLEO DO CENTRO DA LPCC DIZ QUE “HÁ FALTA DE PREPARAÇÃO PARA O FUTURO”

VÍTOR RODRIGUES DEFENDE QUE A PREVENÇÃO É A MELHOR FERRAMENTA

Vítor Rodrigues é o presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC.LPCC), num mandato iniciado este ano e que termina em 2024. Entre 2018 e 2021 assumiu a Direcção Nacional, tendo exercido desde 1975 vários cargos na LPCC. É ainda Director do Instituto de Higiene e Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde também é professor. A prevenção é a grande luta que trava com a sociedade civil, mas sobretudo com os órgãos governativos.

Campeão das Províncias [CP]: Como está a situação da saúde oncológica em Portugal?

Vítor Rodrigues [VR]: Não está fácil. A pandemia foi extremamente dolorosa, veio evidenciar alguma falta de planeamento e de organização, já visível antes da pandemia, apesar de a oncologia não ter sido a área da saúde mais afectada Na verdade, a resposta à situação por parte da DGS, logo em Abril de 2020 (Norma 9/2020), permitiu que os serviços e hospitais oncológicos conseguissem, até bastante melhor do que em outras situações de doença, responder (diagnóstico e tratamento) aos doentes que a eles recorreram (o problema foi a referenciação). Esta é o tipo de resposta que, para mim, é mais importante: objectivos estratégicos, planeamento, organização, a operacionalização e também a sustentabilidade, que são sempre questões fundamentais. Mas temos outro problema, sobretudo num futuro próximo, o aumento da incidência – número de casos – que continuarão a aumentar, quanto mais não seja pelo envelhecimento, e continuamos a não observar a preparação para esse facto. É isso que acontece no nosso país, a recuperação do passado e a preparação para o futuro a curto e médio prazo.

[CP]: A doença oncológica continua a ser uma doença muito grave?

[VR]: Quando se fala em doença oncológica falamos de uma maneira muito generalista porque há várias localizações tumorais e dentro de cada localização a situação é diferente porque cada um tem as suas características – um cancro do pulmão não tem

as características de um cancro da mama, uma leucemia, que há 20 anos era sinónimo de morte, hoje em dia tem uma taxa de sobrevivência enorme. No cancro da mama evoluímos muito por causa dos rastreios, aliás todos os ensinamentos que tivemos com estes rastreios estão a ser transportados para outro tipo de patologias. Este tipo de cancro teve uma coisa em seu benefício que foi o facto de algumas figuras públicas falarem sobre o assunto, o que veio ajudar a diminuir o estigma da doença. O mesmo, infelizmente, ainda não aconteceu com outros, por exemplo o do pulmão, próstata, pâncreas, ovário, muito por

ou necessidade de procedimentos muito invasivos em pessoas que, provavelmente, não têm a doença. Mas, gradualmente, temos esperança que vai continuar a evolução tecnológica que nos permitirá, a prazo e gradualmente, estender os rastreios para outras localizações tumorais, e o nosso objectivo é alcançar com estes o mesmo sucesso que tivemos com o rastreio do cancro da mama. Temos de ter em conta que não foi há muito tempo que se falou, pela primeira vez, do diagnóstico precoce do cancro da mama, foi na década de 80. Ainda assim, caminhamos na direcção do alargamento de rastreios a outras patologias, temos é de ter capacidade de planeamento e disponibilidade de recursos tecnológicos e humanos. Por exemplo, a Comissão Europeia vai recomendar o exame do PSA (Antígeno prostático específico) e uma ressonância magnética subsequente, para um teste positivo, para o diagnóstico precoce do cancro da próstata, mas se nós não temos, neste momento, ressonâncias

Uma leucemia, que há 20 anos era sinónimo de morte, hoje em dia tem uma taxa de sobrevivência enorme

causa da agressividade destas patologias. O da próstata também não se fala por questões sociais, tem o estigma das incontinências e das impotências. Mas estamos a imitar, mais ou menos lentamente, o exemplo do cancro da mama feminina.

[CP]: Porque é que ainda não se fazem rastreios ao cancro como se faz ao cancro da mama?

[VR]: Primeiro porque ainda não há capacidade tecnológica para fazer um diagnóstico precoce para todas as localizações (actualmente apenas mama feminina, colo do útero e colorretal), e naquelas que já começa a ser tecnicamente possível, não é exequível fazê-lo de uma maneira universal de forma imediata; mas também porque um rastreio não tem só benefícios tem também riscos, e eles devem ser sempre balanceados. Por exemplo, grandes taxas de falsos negativos e de falsos positivos,

magnéticas em nenhum país da Europa suficientes para fazer um diagnóstico clínico, é o mesmo que ter uma auto-estrada com seis faixas, mas apenas duas cabines de portagem (e as pessoas têm que esperar sem resposta clínica... não é ético nem eficiente). E também o futuro rastreio de cancro do pulmão vai exigir investimentos avultados em TAC’s de baixa dose. O ponto fundamental é o planeamento, a organização e a adequação à realidade e aos sistemas de saúde, entre outras características, obviamente.

[CP]: A idade para o rastreio do cancro da mama não é demasiado alta?

[VR]: Na maior parte dos países é feito aos 45 (tal como em Portugal desde 1990), nós fazemos a partir dos 50 por ordem da DGS de 2016. Abaixo dos 45 a mamografia (isolada) é normalmente insuficiente ou ineficaz, temos que a associar à ecografia e não é fácil ter ambos ao mesmo

tempo e mesmo sob o ponto de vista científico o custo/ beneficio não é favorável A resposta para as idades mais baixas tem de ser outra, tem que ser uma resposta individualizada e articulada com o médico assistente. Temos evidências de que antes dos 45 anos a procura individualizada é eficaz na diminuição da mortalidade, ou seja, o caminho da prevenção é realizar o rastreio a partir dos 45 anos, mas a referenciação, quando há sinais e sintomas, antes dos 45 deve ser feita no centro de saúde, para então depois entrar nos cuidados de saúde hospitalares. Têm sido dados passos que permitem diminuir a mortalidade, apesar de existir maior número de casos da doença. E é também adequado aumentar a idade-alvo até aos 74 anos, as vantagens estão provadas.

[CP]: Como é que a Liga sobrevive?

[VR]: O dinheiro é, e vem, da população. Na realidade o dinheiro entregue à Liga é de todos e, portanto, a nossa função é voltar a entregá-lo à sociedade, sob a forma de programas estruturados e, sempre, dar contas. Curiosamente muitas pessoas já acreditam tanto no trabalho da instituição que já não querem saber de contas. A Liga Portuguesa Contra o Cancro é das instituições mais respeitadas e temos tido sempre um conjunto de pessoas que fizeram, fazem e farão um

trabalho espectacular, que deram, dão e darão tudo de si e por isso a LPCC tem da parte da população a confiança para fornecer os meios, mas isso faz-nos ter ainda maior responsabilidade. Do Estado não recebemos fundos (excepto do trabalho do rastreio, através do qual recebemos cerca de 20 euros por mamografia – valor do sistema convencionado, que aliás não é revisto há mais do que uma década e do qual temos de pagar tudo o que gastamos com o programa). O nosso financiamento vem, principalmente, de duas fontes: do Peditório Anual e

vai só construir hospitais e não em quem quer apostar na prevenção e a verdade é que cada euro gasto na prevenção vai permitir uma “poupança”, a prazo, enorme, mas cujos resultados demoram a aparecer. Esta é uma doença demasiado cara e pesada, e muita podia ser evitada, temos de estar despertos para este problema. Exijam (e pratiquem) prevenção para não estarem doentes, é isso que tem de ser dito às pessoas. Gostava de referir que o Peditório a nível nacional rendeu cerca de um milhão e seiscentos mil euros e posso dizer-lhe que, per capita, a região onde as pessoas dão mais é na Região Centro (cerca de seiscentos mil euros). Sou voluntário da Liga desde 1975, aliás ainda não tinha entrado, como aluno, na Faculdade de Medicina, e é com muito orgulho que vejo, desde que me lembro, este reconhecimento por parte de todos a esta instituição. Orgulhamo-nos de ter conseguido aumentar a visibilidade ao que é feito com o dinheiro doado, as pessoas conseguem, cada vez mais, “ver” o retorno às pessoas e às instituições de saúde. Temos feito um esforço para fornecer melhores condições e melhor qualidade de vida a quem está doente e aos seus familiares e a quem trata clinicamente deles. Mas temos de continuar a perguntar às pessoas sobre o que

A região onde as pessoas dão mais é na Região Centro

da consignação do IRS que, entretanto, ultrapassou o valor do Peditório.

Apesar de tudo, e apesar de todas as dificuldades que vivenciamos, continua a haver uma enorme disponibilidade por parte da população para contribuir e é curioso que, muitas vezes, aqueles que parecem ter menos capacidade económica são os que mais contribuem. Este dinheiro é fundamental, temos conseguido fazer muita coisa, o Estado não consegue responder a 100% a todas as necessidades da sociedade. Temos de ser nós (sociedade), a contribuir, a ajudar porque se não o fizermos agravamos a situação. Temos de mudar a nossa forma de pensar, votamos em quem nos diz que

precisam, no dia-a-dia, é essa também a nossa função.

[CP]: Para além do Peditório e da consignação do IRS como é que as pessoas podem ajudar?

[VR]: Podem fazer doações a qualquer altura. Quem quiser colaborar pode colaborar, não apenas monetariamente. Toda a ajuda, toda a participação é bem-vinda. Pode doar a projectos específicos, pode conhecer os nossos projectos e humanizá-los, e participar financeiramente em projectos e programas que a todo o momento vamos tendo, seja na comunidade, seja nos centros de saúde, seja nos hospitais. E também como voluntários, a alma da nossa Liga Portuguesa contra o Cancro.

LINO VINHAL / JOANA ALVIM

Na LPCC, Vítor Rodrigues tem exercido actividades sobretudo na área da educação para a saúde e do rastreio do cancro da mama

ACTUALIDADE

DIRECTOR ARTÍSTICO DA SEIVA TRUPE DO PORTO ACREDITA QUE A COMPANHIA “VAI SER APOIADA”

BARBOSA (Jornalista do Campeão no Porto)

Odirector artístico Jorge Castro Guedes está “plenamente convicto de que a Seiva Trupe vai ser apoiada”. Em causa está o facto desta companhia de teatro do Porto ter ficado de fora dos apoios concedidos através da DGArtes.

A celebrar 50 anos de actividade em Setembro de 2023, a Seiva Trupe garantiu, recentemente, estar “chocada” com esta decisão. No entanto, e em declarações ao “Campeão”, Jorge Castro Guedes, afirma estar “confiante quanto ao futuro da companhia”. O director artístico adianta que será realizado um contacto indirecto com o Ministério da Cultura, com o intuito de encontrar uma solução. “Vamos apresentar um requerimento hierárquico a pedir ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que reveja esta situação excepcional”, revela.

Em paralelo, está a decorrer uma petição online intitulada “Não deixaremos morrer a Seiva Trupe”, que já conta com mais de 1.300 assinaturas. Jorge Castro Guedes confessa que esta acção por parte da sociedade civil “é um grande conforto para nós e a convicção de que esta é uma razão para o ministro da Cultura verificar que a Seiva Trupe é uma companhia tão emblemática do Porto como são o Mercado do Bolhão ou o Futebol Clube do Porto”.

O mesmo responsável critica ainda o facto de o júri nomeado para atribuir estes apoios “não ter bases suficientes para fazer uma avaliação em função do que as companhias dizem e não em função daquilo que é apresentado em folhas Excel. O júri não tem os elementos necessários para poder decidir, em consciência, resultados positivos”. A este respeito, o director artístico questiona “o que

é que podemos esperar de uma política cultural que não contempla uma estru-

uma solução que permita salvar a estrutura que representa 50 anos de cultura do nosso país. “A cultura não pode ser desprezada, porque também se inclui num serviço nacional de saúde mental. Com a cultura, podemos ajudar a transformar muitas mentalidades, a criar postos de trabalho e a desenvolver massa crítica, o que se vai repercutir na própria economia do país”, salienta.

“VAMOS TER DE SUSPENDER A ACTIVIDADE”

dente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Jorge Castro Guedes assume a sua convicção de que a Câmara Municipal do Porto (CMP) vai apoiar a histórica companhia de teatro e recorda um episódio anterior que ilustra a “boa vontade” de Rui Moreira. “A sua boa vontade já ficou patente quando resolveu equipar e fazer obras na nova sala onde a Seiva Trupe está. Portanto, não vai de certeza deixar de ser sensível a apoiar a Seiva Trupe para que não morra”.

tura como a Seiva Trupe?”.

Jorge Castro Guedes pede, assim, ao Governo

Os apoios concedidos através da DGArtes permitiriam a sobrevivência da Seiva Trupe. Após tomar conhecimento dos resultados do concurso, a companhia teatral viu o seu futuro tornar-se incerto e, apesar de acreditar que o Ministério da Cultura pode reverter a situação, pediu também uma audiência ao presi-

A aguardar respostas por parte da tutela, a estrutura teatral não tem dúvidas de que a solução de que precisa há-de chegar. Caso contrário, “seria o fim da companhia”. Contudo, “enquanto esta situação não se resolver, vamos ter de suspender a nossa actividade”, explica o director artístico, frisando que se “trata apenas disso: uma suspensão até que a situação retome o seu lugar de sanidade”.

MARIA DO CÉU GUERRA ESCREVE CARTA ABERTA AO FUNDADOR DA SEIVA TRUPE

Relacionado com este assunto, a actriz Maria do Céu Guerra endereçou na segunda-feira passada uma carta aberta ao fundador da Seiva Trupe, Júlio Cardoso. Em causa está o facto da companhia de teatro ter ficado de fora dos apoios concedidos através da DGArtes.

A actriz inicia o documento afirmando que “perde-se no tempo a data em que nos fizemos amigos. Havia ditadura, havia censura e fomos e estivemos no Porto a abraçar-te porque a tua Bernarda Alba tinha sido censurada e os cartazes do José Rodrigues tinham sido proibidos e arrancados de circulação. Éramos novos e a energia com que nos perse-

guiam fazia-nos tão fortes que tínhamos a certeza de que, um dia, eles iriam cair pela força do nosso vento e a vontade de muitos. Eles caíram e nós, cinquenta anos depois, ainda lutamos por justiça. Justiça social, justiça cultural. JUSTIÇA”.

Maria do Céu Guerra acrescenta ainda que “a democracia com que sonhávamos venceu mas os sem-abrigo continuam à espera que um direito fundamental lhes seja concedido: uma casa para morar. E nós lutamos ainda para dar vida ao sonho que o nosso país aceite o melhor que todos os dias insistentemente lhe queremos dar e nos rejeita”.

A carta termina deixando um conselho ao fundador da Seiva Trupe: “Tem

paciência, tem a força que sempre tiveste, meu querido amigo. Combateste indife-

renças históricas, denunciaste injustiças históricas, compadrios históricos. Foste perseguido.

Mas a tua cidade ama-te, trabalhaste para ela, enriqueceste o seu olhar.

Já ganhaste. Viva a Seiva Trupe”.

De recordar que, a menos de um ano de completar 50 anos de actividade, a Seiva Trupe ficou de fora dos apoios atribuídos pela DGArtes a companhias de teatro. A estrutura mostrou-se “chocada” com a decisão, mas acredita que o apoio vai chegar. Entretanto, - e em paralelo, - está a decorrer uma petição online intitulada “Não deixaremos morrer a Seiva Trupe”, que já conta com mais de duas mil e quinhentas assinaturas.

OServiço de Sangue e Medicina Transfusional do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), com apoio da Associação de Dadores de Sangue de Coimbra e em parceria com o humorista Afonso Paiva, lançou um spot para apelar à dádiva de sangue.

O Natal é uma fonte de inspiração e assim surge a

proposta de um presente solidário - “Este Natal, dê o braço”- com a finalidade de motivar e sensibilizar novos dadores neste período natalício.

Durante o ano de 2022 o CHUC contou com cerca de 14 000 dadores inscritos, número muito insuficiente para as necessidades actuais, daí este reforço ao apelo à dá-

diva de sangue, de forma a assegurar as reservas de componentes neste período difícil do ano.

A dádiva de sangue é benévola e não remunerada e pode ser efectuada de quatro em quatro meses pelas mulheres e de três em três meses pelos homens.

Podem dar sangue todas as pessoas com bom

estado de saúde e com hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e 65 anos.

Cada dádiva de sangue de um dador pode ajudar a salvar até três vidas. Por isso, “Este Natal dê o braço”. O vídeo da campanha está disponível em:https:// www.youtube.com/ watch?v=lPDEGvcuNjw

António Zambujo, Camané e Ricardo Ribeiro juntos em estreia mundial em Coimbra para concerto único de celebração do cancioneiro brasileiro.

CÁTIA

Há uma petição online intitulada “Não deixaremos morrer a Seiva Trupe”, já com mais de 1.300 assinaturas

Maria do Céu Guerra

Opresépio animado da Companhia Municipal de Bombeiros Sapadores de Coimbra é uma tradição iniciada há mais de 90 anos e que contém cerca de 150 figuras de barro pintado, dispostas numa área de 60 metros quadrados.

O tradicional presépio da Companhia Municipal de Bombeiros Sapadores de Coimbra (CMBSC), instalado na Casa Municipal da Proteção Civil, sita na Avenida Mendes Silva, foi inaugurado no dia 14 de Dezembro e está aí para voltar a encantar miúdos e graúdos, até ao dia 7 de Janeiro de 2023.

A abertura do tradicional presépio decorreu na Casa Municipal da Protecção Civil, na Avenida Dr. Mendes Silva, com a presença do vereador Carlos Lopes e o momento foi

abrilhantado com a actuação dos alunos da Escola Básica do Vale das Flores.

Este ano o presépio tem mais um motivo de atracção, pois possui em anexo uma exposição temática dedicada ao combate a incêndios por aeronaves.

A realização do presépio tem a participação de todos os pelotões da Companhia Municipal

de Bombeiros Sapadores, cabendo, a cada um, trabalho específico (iluminação, presépio, estábulo e exposição). Trata-se de um trabalho de equipa cuja execução demora mais de um mês.

Este projecto já tem mais de 90 anos e iniciou-se ainda nas antigas instalações, na Avenida Sá da Bandeira sendo que, em 2004, foi transposto

para o actual Quartel dos Bombeiros Sapadores/ Casa Municipal da Protecção Civil.

O presépio contém cerca de 150 figuras de barro pintado, com um terço destas a representar animais, numa área de 60 m2. No espaço exterior podemos encontrar um estábulo com ovelhas e uma árvore de Natal iluminada.

Toda a dinâmica do presépio é movida por um motor principal e complementada por inúmeras luzes. Ao longo dos anos foram sendo construídos vários engenhos, por iniciativa e entusiasmo dos bombeiros da CMBSC. Entre eles, a abertura da porta do castelo, o lagar do azeite, a oficina do ferreiro, a serração, a cegonha ou picota, a fonte, o lago, a nora, os moinhos movidos a água e a vento, além da gruta onde nasceu o “Menino Jesus”.

Na construção do presépio tem sido dada prioridade à reciclagem, através da utilização de múltiplos materiais originalmente construídos com outros propósitos. Entre eles, a roda de um carro de mão, o volante e a bomba de água de uma máquina de lavar roupa, correntes de mota, carretos e pedaleiras de bicicleta, entre muitas outras

peças. Na maior parte dos engenhos apenas é feita a sua recuperação e manutenção. Alguns deles têm dezenas de anos e sobreviveram ao tempo de vida dos seus autores.

O presépio pode ser visitado na Casa Municipal da Protecção Civil, sita na Avenida Mendes Silva, até ao dia 7 de Janeiro de 2023, todos os dias das 10h00 às 20h00.

22 DE DEZEMBRO 2022

ACTUALIDADE

22 DE DEZEMBRO DE 2022

OPCP de Coimbra manifestou-se contra a integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo e do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (CMRRC), em Cantanhede, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Para a Direcção da

Organização Regional de Coimbra (DORC) do PCP, a anunciada integração no CHUC do Hospital de Cantanhede e do CMRRC Rovisco Pais, localizado na Tocha, no mesmo concelho, “constitui mais um grave ataque” ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“É essencial que os hospitais tenham auto-

nomia, meios e trabalhadores para cumprir o seu importante papel de concretização do direito constitucional à saúde”, afirma a força política, numa nota divulgada.

A estrutura comunista do distrito de Coimbra recorda que “a criação do já megalómano CHUC cedo provou que a acla-

mada concentração de serviços significou múltiplos encerramentos”, nos Hospitais da Universidade (HUC), como é o caso do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica, “mas principalmente no Hospital Geral dos Covões, onde a lista não pára de crescer”.

Nos Covões foram extintos os serviços e uni-

dades de Hemodinâmica, Pneumologia, Cardiologia, Cuidados Intensivos e Urgência no período nocturno e fim-de.semana, entre outros.

“As consequências estão à vista: sobrecarga dos HUC, degradação das condições de trabalho, deterioração do serviço prestado e um claro favorecimento do negócio privado da doença, que se tem multiplicado e prosperado em Coimbra, vendo na degradação do SNS uma oportunidade de negócio”, lamenta o PCP.

Citando a Administração do CHUC, o partido sublinha que a eventual integração do Hospital de Cantanhede e do Centro de Medicina de Reabilitação Rovisco Pais “decorre (…) da necessidade de empresarializar os hospitais do sector público, o que faz antever as ânsias privatizadoras que surgem”.

“Estes passos pretendem potencialmente abrir caminho à criação de uma Unidade Local de Saúde, que promove a agregação de ainda mais serviços, menosprezando os cuidados primários de saúde, ignorando a promoção da saúde e a prevenção da doença, instrumentalizando-a para dar novos

mercados e novos lucros”, critica.

Na sua óptica, a defesa das populações e do SNS “torna imperativa a reversão da fusão do CHUC e a profunda rejeição de projectos de alargamento (…), cujas propaladas vantagens, de cooperação, sinergia e eficiência, escondem os propósitos economicistas, a promiscuidade com os privados e a consequente e premeditada destruição do serviço público”.

“O caminho passa pela autonomia dos hospitais, pelo reforço do SNS, pela contratação de trabalhadores e aquisição de equipamentos que permita uma verdadeira relação de proximidade com as populações”, preconiza o PCP, que promete “não abrir mão desta luta”.

Na semana passada, a Câmara de Cantanhede anunciou que vai solicitar uma reunião ao director do SNS, Fernando Araújo, para discutir a integração do Hospital local e do Centro de Medicina de Reabilitação no CHUC.

A presidente do Município de Cantanhede, Helena Teodósio, manifestou-se desagradada com o facto de a autarquia não ter sido ainda ouvida neste processo.

&

AComissão Europeia aprovou o Programa Regional do Centro (Centro 2030) para o próximo período de programação até 2027.

Através deste Programa, gerido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), a região Centro dispõe de 2,2 mil milhões de euros de fundos europeus para financiar investimentos na região.

No quadro da Política de Coesão da União Europeia, o Programa Centro 2030 destina-se a promover a competitividade da economia, a sustentabilidade ambiental e a valorização do território e das pessoas na região. Através deste programa pretende-se operacionali-

zar a estratégia de desenvolvimento da região e as estratégias sub-regionais das Comunidades Intermunicipais.

Para a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, “a aprovação do Programa Centro 2030 marca o fim de um longo processo de reflexão de toda a região, iniciado com a aprovação da Visão Estratégica para a Região Centro 2030 em 2020 e com a revisão da Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3) do Centro em 2021”.

“O Programa Centro 2030 é, sem dúvida, uma oportunidade para a região diminuir as disparidades económicas e sociais e responder ao problema demográfico e aos desafios da emergência climática e da descarbo-

nização. É um programa muito focado nas políticas territoriais, reforçadas pelo processo de descentralização que está a decorrer”, considera.

O Centro 2030, alinhado com as prioridades da União Europeia, estrutura-se em cinco objectivos estratégicos: Centro mais competitivo e inteligente, investindo na inovação, na digitalização, na competitividade das empresas, nas competências para a especialização inteligente e no empreendedorismo;

- Centro mais verde, investindo na sustentabilidade, na economia circular, na transição energética e na mobilidade urbana sustentável;

- Centro mais conectado, através de intervenções de modernização, requalificação e reforço de troços da rede ferroviária regional;

- Centro mais social e inclusivo (Pilar Europeu dos Direitos Sociais), apoiando o emprego de qualidade, a educação, as competências, a inclusão social e a igualdade de

acesso aos cuidados de saúde;

- Centro territorialmente mais coeso e próximo dos cidadãos, através do apoio a estratégias de desenvolvimento sub-regional e local e ao desenvolvimento urbano sustentável.

Além do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Fundo Social Europeu (FSE), o Centro 2030 inclui o Fundo para a Transição Justa (FTJ), destinado a mitigar, no Médio Tejo, os impactos sócio-económicos da transição para a neutralidade carbónica resultantes do encerramento da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, através do apoio à diversificação da atividade económica do território e aos trabalhadores afetados.

breves

CA DE CANTANHEDE E MIRA E POVOENSE RENOVAM PROTOCOLO

O Crédito Agrícola (CA) de Cantanhede e Mira e o Sporting Clube Povoense – Ténis de Mesa de Cantanhede assinaram um protocolo para as próximas duas épocas desportivas. Mediante este protocolo, o CA patrocina a equipa de Ténis de Mesa desta Associação.

CONCLUSÃO APRESENTA CURSOS PARA NÓMADAS DIGITAIS

A Conclusão tem agora disponivel o curso para Nómadas Digitais.Tratam-se de profissionais que desenvolvem funções como freelancers, empreendedores e trabalhadores remotos das mais variadas áreas. A Conclusão tem ainda disponveis cursos como Ferramentas do Office, Search Engine Optimization (SEO), Search Engine Marketing (SEM), Social Media Marketing, Microsoft Excel Avançado ou Google Analytics. Disponibiliza ainda cursos de línguas.

QUINTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO 2022

OTribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Coimbra determinou a suspensão provisória do abate de árvores nas obras em curso do Siste-

ma de Mobilidade do Mondego (SMM), na sequência de uma acção popular.

A decisão surge no âmbito da providência cautelar interposta pelo arquitecto e

professor de arquitectura e urbanismo Nuno Martins, que deu entrada a 2 de Dezembro, tendo apresentado no dia 14 um pedido de decretamento provisório da

providência, face às notícias de arranque das obras do MetroBus junto aos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Na passada segunda-feira, uma juíza do TAF de

Coimbra deu seguimento a esse pedido, determinando “provisoriamente a suspensão da acção de abate de árvores que estejam previstas ou contempladas na execução da obra em curso [do Sistema de Mobilidade do Mondego], nomeadamente na linha do Hospital” (em Coimbra), refere a decisão.

A decisão consultada pela Lusa determina ainda a afixação de um edital na porta da sede da Câmara de Coimbra e a sua publicação na imprensa local diária, dando publicidade à acção popular, a que qualquer pessoa se pode juntar num prazo de dez dias.

O pedido de decretamento provisório surge face à urgência de impedir o abate de árvores previsto na linha do Hospital, mesmo antes da decisão do TAF sobre a providência cautelar.

Posteriormente, o TAF de Coimbra terá de se pronunciar sobre a providência cautelar em si, em que Nuno Martins pede a suspensão de vários atos administrativos, nomeadamente a Declaração de Impacte Ambiental, as Decisões sobre a Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (DCAPE) relativas ao troço Coimbra-B-Alto São João e linha do Hospital.

A providência exige a suspensão de todos os actos relacionados com os abates de árvores previstos ao longo dos traçados da obra e até cerca de 22 metros em paralelo aos mesmos.

RECURSO EM PREPARAÇÃO

Como réus do processo estão a Câmara de Coimbra, Metro Mondego, Infraestruturas de Portugal (dona da obra) e Ministério do Ambiente e da Acção Climática, que estão já a elaborar um recurso jurídico a apresentar ao Tribunal.

Aquando da submissão da providência cautelar, Nuno Martins afirmou que a empreitada do SMM pressupõe “uma campanha de abates de árvores adultas, algumas com quatro, outras com mais de 50 ou até 100 anos, não sujeita a consulta públi-

ca, não avaliada em termos do seu impacto ambiental, não avaliada por arquitectos e arquitectos paisagistas envolvidos, a quem foi imposta”.

“Uma campanha chocante, desnecessária (pois 90% das árvores abatidas estão fora do canal de sete metros do MetroBus) justificada, de modo enganador, falacioso, pelos seus promotores, nomeadamente a IP, a Metro Mondego e o Município de Coimbra, para se poder introduzir o novo Sistema de Mobilidade do Mondego”, salienta, considerando que a manutenção das árvores em meio urbano são “compatíveis” com o canal de ‘MetroBus’.

A acção popular, que considera que a Declaração de Impacto Ambiental sobre a qual assenta o projecto não é válida, quer demonstrar “estas compatibilidades”, forçando a dona da obra a desistir do abate e a adoptar “uma política estrita de não corte de árvores”.

O actual projecto do SMM, que abandonou a ideia de um metro ligeiro de superfície (no ramal ferroviário da Lousã e em Coimbra) para adoptar um sistema de BRT (‘bus rapid transit’), gerou uma onda de protestos e críticas entre final de Agosto e início de Setembro, quando se soube que a empreitada levaria ao abate de plátanos centenários na avenida Emídio Navarro.

No final de Outubro, a Metro Mondego afirmou que estava a revisitar, juntamente com a Câmara de Coimbra, o projecto paisagístico da empreitada da linha do Hospital, para tentar reduzir o número de árvores a abater.

Também nessa ocasião, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/ CDS-PP/Nós, Cidadãos!/ PPM/Aliança/RIR e Volt), referiu que a autarquia estava a analisar “árvore a árvore”, realçando que o novo Executivo assumiu funções com o projecto “já aprovado e em obra”, estando “a fazer o que é possível”. Até ao momento, não foi divulgado qualquer resultado dessa revisitação do projecto paisagístico.

Conselho Municipal de Saúde analisa plano para Coimbra

Aquarta reunião do Conselho Municipal de Saúde de Coimbra decorreu na passada semana, na Sala Mondego do Convento de São Francisco. O vice-presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra e vereador com o pelouro da Saúde, Francisco Veiga, fez uma breve apresentação do Plano Municipal de Saúde e o ponto de execução, situado nos 80%, das acções previstas até ao momento.

Na reunião, foram também enumeradas outras actividades complementares dinamizadas por todos os departamentos da CM de Coimbra com impacto na saúde. Já as entidades presentes expuseram preocupações, recomendações e demonstraram ainda disponibilidade para colaborar na implementação das acções previstas no Plano Municipal de Saúde.

Por sua vez, o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, fez ainda um ponto de situação quanto à transferência das competências na área da saúde para os Municípios. Recorde-se que,

na Reunião de Câmara de 17 de Março de 2021, o Executivo aprovou uma proposta de não aceitação do auto de transferência de competências na área da Saúde.

A proposta remetida pela Administração Regional de Saúde do Centro, I.P. (ARSC) apresentava uma verba anual de 1,7 milhões de euros calculada com base no valor total de despesas de 2018

efectivamente realizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito dos serviços de apoio logístico, o que o município considerou desactualizado face ao hiato de quatro anos. Recorde-se que esta posição decorre ainda de uma deliberação unânime adoptada na sexta reunião ordinária do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

Expansão do MetroBus aprovada pela Câmara Municipal de Arganil

ACâmara Municipal de Arganil aprovou o estudo para expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego, de Serpins (Lousã) a Arganil, encomendado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

Apesar da aprovação unânime, o executivo camarário manifestou a sua discordância quanto à pontuação atribuída ao factor “potencial de expansão da rede”. O presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, realçou o esforço realizado conjuntamente com a Câmara Municipal de Góis para a concretização de uma solução que representa um passo determinante para o desenvolvimento territorial, atractividade e competitividade de ambos os concelhos.

O Município de Arganil entende que estão reunidas as condições para poderem ser honradas as sucessivas decisões que nunca chegaram a ser cumpridas e que prejudicaram de forma significativa os concelhos de Arganil e de Góis. O presidente da Câmara Municipal de Arganil defende que “é uma forma do Estado asse-

gurar que uma história com mais de 140 anos é finalmente concretizada e que um prejuízo com mais de 140 anos é finalmente ultrapassado”.

“Atendendo à ampliação da nova Área de Acolhimento Empresarial da Relvinha, estimamos que em cinco ou seis anos tenhamos mais de mil pessoas a trabalhar em Arganil, pelo que levar o traçado até àquela zona poderia ser muito importante ao nível da população servida”, salienta o presidente da Câmara.

Recorde-se que o comboio chegou à Lousã em 1907 e daí não passou durante algumas décadas; ainda que tenham sido efectuadas expropriações até Arganil e realizados diversos trabalhos de construção civil, como abertura do canal, terraplanagens e abertura de túneis. “Foi um processo do ponto de vista histórico que teve poucos avanços e muitos recuos, e consideramos que a circunstância que determinou o seu desfecho foi muito penalizadora para a nossa região e para o nosso concelho”, frisa Luís Paulo Costa.

Em 2011, a Câmara Municipal de Arganil analisou, do ponto de vista técnico e do ponto de vista financeiro, um eventual prolongamento de linha até Arganil, num modelo convencional. Conclui-se, então, que se tratava de uma solução efectivamente insustentável e inviável, que não tínhamos como rebater. Há cerca de um ano e meio, quando se começou a repensar o sistema de mobilidade do Mondego, entendemos, conjuntamente com o Município de Góis, que era apropriado solicitar que o processo fosse retomado e que a extensão da ligação fosse incluída nos estudos desenvolvidos pela CIM Região de Coimbra, enquanto autoridade de transportes.

O estudo agora aprovado pelas Câmaras de Arganil e de Góis estima que esta expansão para os dois concelhos teria um investimento total de 108 milhões e um investimento médio por novo passageiro por ano de entre 280 e 310 euros, apresentando uma pontuação de 0,07 (entre 0 e 1) no critério económico.

Tornam viável este processo e concorrem para a expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego, de Serpins (Lousã) a Arganil, dois factores determinantes, defende Luís Paulo Costa. Por um lado, a alteração da abordagem tecnológica, que permitiu “deixar de lado o comboio e o caminho-de-ferro convencional para se considerar o sistema de MetroBus, que faz uso de veículos tipo autocarro, movidos a electricidade”. Trata-se, por isso, de uma solução “mais económica e mais ágil”. Por outro lado, “está em cima da mesa o PRR, que conta com 15 mil milhões de apoio financeiro sentindo comunitárias e um valor muito significativo dedicado aquilo que se chama descarbonização, utilização de novos meios de mobilidade menos poluentes”.

EDP abre candidaturas para doar viaturas a instituições sociais

AEDP, através da EDP Produção, pretende reforçar o apoio social nas regiões onde possui centros de produção de energia através da doação de viaturas de serviço. Esta iniciativa – cuja fase de candidaturas decorre até 31 de Janeiro de 2023 através do site da EDP – dirige-se a qualquer instituição social e sem fins lucrativos localizada nesses municípios. As candidaturas serão avaliadas entre Fevereiro e Março 2023, estando prevista a divulgação dos resultados e entrega das viaturas no segundo trimestre do ano.

As entidades elegíveis para concorrer envolvem desde corporações de bombeiros, associações desportivas, recreativas e ambientalistas até misericórdias, instituições particulares de solidariedade social e autarquias, entre outras que cumpram os critérios de selecção. Entre esses critérios destacam-se uma reconhecida intervenção social e cívica na comunidade, não terem objectivos de lucro, terem a sua situação fiscal e na Segurança Social regularizada e não terem recebido viaturas nos últimos três anos, entre outras regras

disponíveis para consulta no regulamento.

Cada instituição candidata só poderá receber uma viatura, devendo indicar a sua preferência entre as opções disponíveis. Estes veículos –de passageiros, comerciais, e pick up – contam com oito anos de actividade ou 200 mil quilómetros. Antes da entrega, as viaturas são totalmente renovadas e passam a ter uma nova utilização que beneficia a população onde se insere a entidade seleccionada.

Esta acção é uma das várias iniciativas previstas no

Plano de Investimento Social da EDP Produção no sentido de responder a necessidades identificadas junto das comunidades, como transporte de pessoas, distribuição de alimentos ou apoio na prevenção e combate de incêndios. O plano insere-se num dos cinco eixos de actuação do EDP Y.E.S. – You Empower Society, que reúne todos os projectos de impacto social do grupo EDP a uma escala global – além da intervenção junto das comunidades, actua ainda nas vertentes de energia, planeta, cultura e competências.

Vila Nova de Poiares aprova orçamento de 11,3 milhões de euros para 2023

ACâmara de Vila Nova de Poiares vai ter um orçamento de 11,3 milhões de euros em 2023, aprovado pela Assembleia Municipal, na quarta-feira (21), com os votos a favor do PS (em maioria), abstenção do PSD e contra da CDU.

“As principais dificuldades que tivemos na elaboração do orçamento prendem-se com a imprevisibilidade da evolução da situação económica no país e no mundo”, referiu, sublinhando que o município terá um aumento “considerável” das despesas correntes, face à subida dos preços de materiais, energia e combustíveis.

Para além disso, 2023 é também marcado pelo “final de um quadro

comunitário”, com a conclusão de alguns investimentos, e a preparação de candidaturas para o próximo.

“Esses investimentos que iremos procurar fazer no futuro [no PT2030], ainda não estão reflectidos neste orçamento e não têm dotação financeira garantida”, aclarou.

Como investimentos a concluir em 2023, João Miguel Henriques destacou a empreitada de um milhão de euros em zonas pedonais e cicláveis no concelho, por forma a promover uma mobilidade mais sustentável no centro de Vila Nova de Poiares.

Fora do orçamento, o presidente do município destaca ainda investimentos de cerca de

2,5 milhões de euros no aumento da rede de saneamento e na eficiência hídrica no concelho, empreitadas a cargo da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN).

Segundo João Miguel Henriques, a capacidade de investimento do município é já por si reduzida, face às dívidas que apresenta, prevendo-se gastos de cerca de 800 mil euros “só para serviço da dívida em 2023”.

O foco, frisou o autarca, passa por preparar agora boas candidaturas e desenvolver projectos para o próximo quadro comunitário, como é o caso do projecto de requalificação da escola sede do concelho, que espera poder candidatar ao PT2030.

Mealhada aprova apoio de 130 mil euros para associações desportivas do concelho

ACâmara da Mealhada aprovou, em reunião de Executivo Municipal, a atribuição de um subsídio de 130 mil euros a diversas associações desportivas, no âmbito do Programa de Apoio ao Associativismo Desportivo (PAAD).

O apoio às associações desportivas é anual e o montante é apurado com base nas nor-

mas do PAAD, que pontua diversos aspectos, desde o número de atletas ao número de equipas, passando pela valorização do corpo técnico e médico. Para o ano 2022, o montante global alocado é de 130 mil euros, mais 15 mil euros do que em 2021, sendo distribuído mediante a pontuação obtida por cada uma das asso ciações.

Concorreram ao apoio 15 associações, que desenvolvem modalidades tão diversificadas como pesca, futsal, andebol, futebol, hóquei, ténis ou karaté, entre outras.

Os contratos programa serão assinados dia 27 de Dezembro, pelas 18h30, no salão nobre da

Câmara Municipal da Mealhada.

Cardeal Tolentino prefacia

“A Mesa de Deus”

Por José Paulo Cavalcanti Filho*

Natal é tempo de pensar, mais ainda que em outros momentos da vida, no que vai bem dentro de cada um de nós. No mais profundo e no mais alto. Aproveito essa data, então, para falar de um livro que vi nascer. Já lançado no Brasil, este fim de ano, pela Ed. Record. Em 2023, será com a Bertrand (Portugal). E, a partir de 2024, no resto da Europa.

Importante, sobretudo, porque fala nos começos do homem, “com a violência dos primeiros tempos convertida em justiça, compaixão, misericórdia, perdão”. O que tem tudo a ver com esse tempo do Natal, especialmente por ser um modelo de fraternidade.

A partir, e nisso é original, dos alimentos que estão na Bíblia. Por mais de 10 anos, todos os dias (incluindo finais de semana), já às 5 da manhã, Maria Lectícia estava trabalhando nele. Na busca (infrutífera, por sermos humanos) pela perfeição. E o resultado foi compensador, por favor acreditem. Pretendia hoje, véspera do Natal, falar desse livro, A mesa de Deus. Mas prefiro transferir essa tarefa ao Cardeal Dom José Tolentino Mendonça. Que o conhece tão bem quanto eu. São dele as palavras que se seguem, tiradas de apresentação do dito livro (uma pequena parte dessa apresentação, apenas). Passo a palavra, então, ao Cardeal:

“Na arquitetura de muitas casas há duas portas: aquela principal, a mais utilizada, por onde circulam os hóspedes com quem fazemos cerimônia; e a porta de serviço que, normalmente, dá acesso direto à cozinha, por onde passam apenas aquelas pessoas que têm grande familiaridade com a casa. Num primeiro relance, poderá parecer estranho um livro que se ocupa dos alimentos e da cozinha da Bíblia: Não é essa a entrada de acesso principal, diríamos todos. A verdade é que sendo, incontestavelmente, o livro mais conhecido e frequentado do mundo, uma parte significativa dos seus lei-

tores ainda faz muita cerimônia. Isto é, ainda não se acentuou numa imersão total na Escritura, aliás, como a própria Bíblia reclama que façamos. Não é por acaso que, para construir este fascinante volume, Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti precisou de mais de uma década. É preciso colar-se à letra do livro, pele com pele, valorizá-lo com aquela atenção intransigente, humilde e interminável que nos dá o amor.

“A cozinha é um aspecto da casa. A sua grandeza vem de se colocar ao serviço, está na arte de secundar. Inesquecível e elegante arte, devemos dizer. Este livro não compete com os dicionários, as concordâncias, os comentários que fazem habitualmente a riqueza da biblioteca que suporta a hermenêutica bíblica. Junta-se a eles como mais um instrumento, como mapa para o prazer de ler. Este livro participa desse esforço coral de pesquisa. Que uma mesa não é só uma mesa. Também por isso, para os leitores da Bíblia, o livro de Maria Lectícia oferecerá estratos complementares de conhecimento: constitui uma espécie de micro-história da Bíblia.

“A cozinha é uma máquina de suscitar desejo. Não nos devemos admirar que uma das últimas palavras de Jesus tenha sido: Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco (Lc 22, 15), associando sabiamente a refeição do desejo. A cozinha e a mesa não reduzem o mundo: ampliam-no surpreendentemente. Para quem quiser ver, a alimentação é um tema particularmente denso, onde avultam e se colhem alguns dos códigos mais intrínsecos das culturas. Quando se chega a perceber o conteúdo e a lógica da alimentação, a ordem que regula a cozinha e a mesa (o que se come, como se come, com quem se come, o significado dos diversos lugares e funções à mesa...), alcança-se um saber antropológico determinante, dos outros e de nós próprios. Maria Lectícia escreveu este livro também para que nós pudéssemos ler.

“Por outro lado, se atendermos à massa impressionante de prescrições culinárias presentes na Bíblia, não nos parecerá despropositado e excêntrico que se fale de uma autêntica teologia alimentar ou se identifique no texto sagrado judaico e cristão um esplêndido catálogo de receitas. De certeza que a escrita deste livro alterou a percepção que a sua autora tinha da Bíblia, e poderá alterar a dos leitores. Mas no melhor dos sentidos. Tornando de casa o leitor, ajudando-o a perceber a articulação entre saber e sabor, convocando-o para uma familiaridade com este texto inesgotável,

desconstruindo o automatismo das leituras abstratas e gnósticas que olham para a Bíblia como um livro de verdades, onde a letra é relativizada e desconhecida.

“A torrente de passagens bíblicas referentes a alimentos e à mesa que Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti, com mão informada, com mão pacientíssima e brilhante, aqui revisita não são, portanto, uma marginália destinada a ser etiquetada sob a categoria de curiosidades ociosas. Entrar na Bíblia pela porta da cozinha é um argumento mais sério do que se possa supor. E também é espiritual. O título escolhido para esta obra está certo. E o livro dá a provar o que promete. Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti oferece-nos aqui uma daquelas experiências

que não vamos querer esquecer”.

A todos e cada um desejo, com o coração, um Natal que seja esplendoroso. Feliz Natal.

Autor de ensaios literários e críticos acerca da vida e obra de grandes personalidades da cultura portuguesa, entre as quais Fernando Pessoa. Faz parte da Academia Brasileira de Letras. Foi Ministro da Justiça, no governo de José Sarney; Consultor da UNESCO e do Banco Mundial; Presidente de CADE (Federal Trade Commission) ; Presidente de EBN (equivalente em Portugal á RTP) Presidente de Conselho de Comunicação Social e, ainda, Presidente do Congresso Nacional.