Quatro acidentes por hora com vítimas em Portugal
AHelloSafe Portugal analisou os dados da ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) de sinistralidade rodoviária e o resultado é um ranking das regiões onde as probabilidades de ser uma vítima de um acidente de viação é maior. No distrito de Faro, por exemplo, uma pessoa tem 40% mais hipóteses de acidente do que no distrito da Guarda.
Faro, Coimbra e Madeira são as regiões com a maior probabilidade de ser uma vítima de acidente rodoviário
Apesar de não serem as maiores regiões em números absolutos, a proporção de acidentes com vítimas em relação a população faz com que, em algumas zonas de Portugal, a hipótese de uma pessoa estar entre as estatísticas seja muito maior. É o que acontece no distrito de Faro. A proporção de vítimas provocadas por acidentes viários a cada 100 mil habitantes é a mais alta do país e fica em 434. Na sequência, Coimbra com uma média de 428 casos a cada 100 mil habitantes e na terceira posição, a região da Madeira, com 426.
Distrito
registou o maior número de acidentes com vítimas do país
de Lisboa
Em números absolutos, o distrito de Lisboa, que é também o mais populoso, registou o maior número de acidentes com vítimas. Registaram-se 3.854 casos na primeira metade de 2022 e 20.181 entre 2019 e 2021. Mas nem por isso, é um dos mais perigosos. No cálculo de probabilidade a cada 100 mil habitantes, Lisboa é o penúltimo da lista.
A cada hora, quatro acidentes com vítimas são registados em Portugal
Somente na primeira metade de 2022, Portugal registou uma média de 104 acidentes com vítimas diariamente. Isso quer dizer, ao menos quatro por hora. Segundo dados da ANSR, de Janeiro de 2019 até Julho de 2022, os 114.556 acidentes resultaram em 144.723 vítimas (incluindo feridos ligeiros, graves e mortes). Apesar de uma grande redução no número de casos em 2020 e 2021, lentamente os registos têm vindo a aumentar e aproximam-se das estatísticas anteriores a pandemia.
Fonte: ANSR
CUSTA METADE DAS RECEITAS
DA CÂMARA DE COIMBRA
Para pagar os salários de todos os trabalhadores do Município de Coimbra e dos Transportes Urbanos (SMTUC) a Câmara despende 60 milhões de euros por ano, o que equivale a quase metade da receita arrecadada. Ao aumentar em 18 lugares os cargos de dirigentes, com a reestruturação, a Câmara vai ter um acréscimo de despesas com pessoal de 850 mil euros. Enquanto a oposição critica este aumento, o presidente da Edilidade diz que “não se trata de um custo, mas de um investimento”. PÁGINA 3
O presidente regional do Centro da Ordem dos Médicos, que agora se candidata a Bastonário, acredita que só investindo no sector social se conseguirá resolver o problema das Urgências. Carlos Cortes, em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, afirma que a falta de médicos é apenas uma pequena parte do problema e assume-se contra a integração de mais duas unidades hospitalares (Centro Rovisco Pais e Hospital de Cantanhede) no CHUC, porque isso provavelmente não será para acrescentar serviços, mas sim para eliminar alguns deles.
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Coimbra prepara-se para receber 20 mil jovens nas Jornadas da Juventude
Na semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude perspectiva-se que Coimbra receba cerca de 20 mil jovens, dado estar a ser um dos locais com mais inscrições, estando já a ser preparado o apoio logístico para uma boa recepção a tão grande número de interessados. PÁGINA 3
Carlos Cortes contra integração dos hospitais da Tocha e Cantanhede no CHUC
MARINA FERRAZ: “TODA A GENTE É UMA HISTÓRIA”
Nasceu em Coimbra, em 1989, e sempre soube que o seu futuro seria dedicado à escrita. A paixão pelas palavras levou-a a licenciar-se em Ciências da Comunicação, na Universidade do Minho, e a tirar o mestrado na mesma área, na Universidade de Coimbra. Desde então, Marina Ferraz nunca mais largou o universo das letras sendo, actualmente, escritora, blogger e letrista. Recentemente, lançou o seu segundo livro, intitulado “[A(MOR]TE)”, que conta com prefácio do ensaísta e professor catedrático Carlos Reis, assim como com notas de contracapa do autor galardoado Nuno Camarneiro, do comunicador Júlio Isidro e das cantoras Sofia Escobar e Rita Redshoes. Em entrevista ao “Campeão das Províncias”, Marina Ferraz descreve esta obra que “promete pensar de forma distinta a vida, a morte e o amor”.
Campeão das Províncias [CP]: O que é retratado neste livro?
Marina Ferraz [MF]: É um livro de 28 contos. Todos eles acabam por tocar o tema da morte, mas o livro é, essencialmente, sobre as perspectivas de vida. As formas de viver o amor e o impacto que isso tem sobre a morte. Quando eu apresento o título com amor entre parêntesis rectos e morte entre parêntesis curvos é intencional. Aquilo que eu tento transmitir é que o amor é mais forte que a morte, vai além da morte e não morre com a morte. Os contos acabam por recair sobre as formas de amar e de viver usando sempre a morte como elemento base para isto. O livro tem ainda um QR Code que liga a uma música, que tem a composição e voz de Hélder Pinho.
[CP]: Este não é o seu primeiro livro. O que o distingue do anterior?
[MF]: Antes deste, lancei um livro, tinha 18 anos. Era um livro de poesia. Acho que a maturidade da escrita não era a mesma, já para não falar que dediquei a minha vida a trabalhar para a escrita. Sempre quis ser escritora. A própria qualidade da escrita, hoje em dia, é reflexo deste trabalho. Para mim, isto é uma história que começa com 6 anos, ainda não sabia escrever. A professora mandou-me ao quadro fazer um “i”. Eu cheguei a casa e disse à minha mãe “mãe, eu já sei
o que quero ser quando for grande: escritora”. E nunca quis ser outra coisa.
[CP]: Esse desejo só se adensou ao longo do tempo?
[MF]: Eu acho que as palavras viciam. Quando começamos a usá-las para construir narrativas e para o nosso quotidiano, torna-se viciante ter essa capacidade de comunicação e expressão. Queremos ir mais longe com as palavras e explorar o seu potencial. Foi por aí que acabou por se adensar esta minha paixão pela escrita.
[CP]: A Marina apresentou o seu livro em Coimbra. O que sentiu por parte do público?
[MF]: Eu não senti muita adesão, mas também é preciso explicar que eu
O que dói é a doença e o luto, que fazem parte da vida e não da morte. Pensando a morte como um dos motores da vida, acabamos por conseguir viver melhor
tão absolutamente ligados, quase como se fossem três irmãos.
[CP]: Qual é a importância de reflectir sobre estas questões?
escritora que traduz as vivências de todos nós?
apaixona verdadeiramente são as palavras.
[CP]: E nunca lhe faltam as palavras?
[MF]: É muito difícil faltarem-me as palavras, mas ocasionalmente há uma pessoa ou outra que consegue tirar-mas por um bocadinho. Ainda bem, porque esses momentos também valem a vida. Por vezes, ficar sem palavras é muito bom.
[CP]: Como tem sido a recepção a este livro?
[CP]: Ter nascido em Coimbra foi, de alguma forma, um obstáculo para si?
[MF]: Coimbra é mãe. Em Coimbra recebi uma educação absolutamente incrível. Tive professores maravilhosos que me acompanharam e me ajudaram a construir-me para isto. Se calhar não seria tão fácil construir carreira se não tivesse ido para Lisboa. Contudo, nunca vou saber realmente se isso é verdade. Ser de Coimbra e ter lá crescido, ajudou. Tive acesso a muitas realidades que talvez Lisboa não me tivesse oferecido. Tive oportunidade de me apaixonar pela terra e sinto que muito da minha escrita também é ancorada nisso.
conheço muito pouca gente em Coimbra. Os meus primeiros 14 anos de vida foram em Coimbra, mas o meu leque de relações não era muito vasto, porque estudei na mesma escola, com a mesma turma, isto é, as mesmas pessoas. Acabo por conhecer pouca gente e por haver mais desconhecimento sobre aquilo que tem sido o meu trabalho. De qualquer forma, dentro do público que estava, senti-me muito acarinhada, senti que estavam interessados na obra e que queriam mais. A reacção foi muito boa.
[CP]: O livro pensa a vida, a morte e o amor. O que é que liga estes três conceitos?
[MF]: São quase o mesmo conceito dividido em três. Não há vida sem morte e eu acredito que o grande motor de tudo isto é o amor. Penso que es-
[MF]: As pessoas não gostam de falar sobre a morte porque a associam à dor, mas a morte não dói. O que dói é a doença e o luto, que fazem parte da vida e não da morte. Pensando a morte como um dos motores da vida, acabamos por conseguir viver melhor. Por exemplo, vivemos ansiosos com medo de fazer algo de errado. No entanto, a morte dá-nos a certeza de duas coisas: por muito má que seja a consequência de algo que façamos ela não é eterna, porque nós vamos morrer um dia. Por outro lado, há um desejo de vi-
[MF]: Eu sinto-me uma escritora que cria com base naquilo que a pessoa que sou vê. Eu sou uma pessoa que olha, que se interessa em falar com os outros e que tenta olhar a realidade do mundo além daquilo que nos tentam mostrar. Sinto que, quando ficciono estas histórias, elas têm gente dentro. A emoção que está por trás dos contos é real.
[CP]: Como letrista, também é isso que faz? Há uma grande diferença entre escrever letras e escrever livros?
[MF]: Depende do modo de construção da letra. Quando me é dado um mote, uma métrica ou música, essa construção é
Em Coimbra recebi uma educação absolutamente incrível. Tive professores maravilhosos que me acompanharam e me ajudaram a construir-me para isto
ver, porque sabemos que a vida é efémera. Portanto, eu acho que é importante pensar na morte, porque ela nos pode dar as ferramentas para viver uma vida mais feliz, calma e de uma maneira mais correcta. [CP]: Sente-se uma
um bocadinho condicionada. Contudo, tento sempre passar aquilo que é a minha ideologia. Tento também usar a escrita como uma arma e como um espaço de denúncia, porque sinto essa obrigação enquanto autora. Eu escrevo um pouco de tudo, porque aquilo que me
[MF]: Tenho sentido uma aceitação absolutamente incrível. As pessoas têm elogiado certos pormenores do livro que, realmente, é preciso ter lido e ter estado interessado para conhecer. Já algumas pessoas me disseram que o livro as fez pensar e tomar decisões; outras que deixaram de tomar antidepressivos porque sentiram que já não precisavam deles; pessoas que tinham perdido familiares muito próximos e que dizem que as ajudou a lidar com o luto dessa perda. Este é o melhor feedback que eu posso ter: sentir que a minha obra está a ajudar pessoas. Acho que isso é muito especial. É o motor para eu continuar. Sabemos que os apoios à cultura por parte do Estado são muito poucos e a Arte, no geral, é muito maltratada em Portugal. Sinto que a escrita é o parente pobre das Artes e cada vez mais, porque as pessoas lêem menos e há um investimento cada vez menor na Literatura. Este feedback é o que me diz que estou a ir no caminho certo.
[CP]: Sobre o que é que lhe falta escrever?
[MF]: Não sei. Desde pequena que peço para me darem temas. Não sinto que os temas estão gastos, há sempre maneiras novas de falar das mesmas coisas, mas não tenho a certeza sobre o que é que me falta escrever. O mundo é tão vasto e cada vez que encontro uma pessoa encontro uma história. Toda a gente é uma história. Portanto, falta-me escrever tudo e nada.
CÂMARA DE COIMBRA PAGA
60 MILHÕES DE EUROS EM SALÁRIOS
ACâmara de Coimbra despende 60 milhões de euros num ano em salários, somando o que recebem os trabalhadores do Município e os dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).
O montante total é quase metade das receitas do Município, conforme deu conta o presidente da Câmara na reunião da passada segunda-feira, com José Manuel Silva a sustentar que ‘a máquina’ “não pode falhar, nem na qualidade, nem na disponibilidade, nem na celeridade”.
Na intervenção inicial, o chefe do Executivo assinalou que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro a nova estrutura nuclear e flexível da Câmara Municipal de Coimbra, o que, no seu entender, “confere ainda mais responsabilidade na gestão camarária nos próximos dois anos e 10 meses”.
“Há algumas enormes disparidades de desempenho, nomeadamente entre trabalhadores, que terão de diminuir no sentido da maior produtividade, uma responsabilidade conjunta de trabalhadores e de chefias. Coimbra exige de nós que não falhemos, os munícipes exigem que todos nós cumpramos a nossa missão pública com a máxima dedicação e disponibilidade, sem excepções”, declarou José Manuel Silva.
O presidente da Câmara não ficou sem resposta, pois a vereadora socialista Regina Bento acusou-o de “nomear chefes para gabinetes que ainda não têm funcionários”, com José Manuel Silva a justificar que “a reestruturação recente é um processo em construção”.
A vereadora do PS, abordando a nova estrutura orgânica do Município, notou que “são tantos os
chefes que alguns são apenas chefes de si próprios”, apontando para os que ainda não têm qualquer trabalhador municipal afecto. Segundo Regina Bento, são casos disso as chefias do Gabinete para a Igualdade e Inclusão e do Gabinete de Gerontologia e Envelhecimento Activo.
Para além destes dois casos, há ainda chefes de gabinete com um ou dois trabalhadores afectos, referiu, chamando ainda a
atenção para a chefe da nova Divisão de Captação de Investimento e Fundos com apenas um trabalhador, ou a chefe da nova Divisão da Juventude, com apenas dois funcionários.
Regina Bento acusou ainda o Município liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra de aumentar em 18 lugares os cargos de dirigentes, o que levará a um acréscimo financeiro de 850 mil euros anuais, e de o atual Executivo politizar as
nomeações.
Na resposta, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva disse que estas críticas “são laterais e demagógicas”, recusando também qualquer ideia de politização dos cargos, ao notar que “o PS não criticou a competência ou currículo de nenhum dos dirigentes escolhidos”. “Continuámos com as chefias que encontrámos durante 14 meses, fizemos a nossa análise, quer à estrutura, quer aos
CÂMARA
dirigentes, e propusemos a reforma”, realçou.
Alguns vereadores ressalvaram que os trabalhadores afectos a determinadas divisões não eram aqueles que o PS tinha apontado. O vereador Miguel Fonseca realçou que a Divisão de Captação de Investimento e Fundos tem seis trabalhadores afectos e não um, como o PS acusou. Já o vice-presidente, Francisco Veiga, sublinhou que reconduziu “todos os dirigentes” que estavam na sua dependência.
“O aumento das despesas com pessoal de 2022 para 2023 deve-se essencialmente ao aumento dos salários, aumento esse um pouco superior ao habitual devido à compensação parcial da inflação. Por conseguinte, não nos acusem de despesismos com recursos humanos, porque é mentira”, rematou, ainda, o presidente da Câmara.
E A MOBILIDADE
COIMBRA
20 MIL JOVENS ANTES DAS JORNADAS MUNDIAIS
Entre 26 e 31 de Julho deste ano decorrerão os “Dias nas Dioceses” que irão receber antecipadamente os participantes nas Jornadas Mundiais da Juventude, que decorrerão em Lisboa, de 1 a 6 de Agosto, com a presença do Papa Francisco.
Esta iniciativa consiste na integração dos jovens vindos de todo o mundo e perspectiva-se que Coimbra venha a receber 20 mil peregrinos, dado estar a ser um dos locais mais requisitados pelos jovens.
Coimbra está atenta e já a preparar a recepção de tão elevado número de jovens, cabendo esta responsabilidade por parte da Câmara ao vice-presidente Francisco Veiga, que, conforme deu conta na reunião de segunda-feira do Executivo municipal, está a tratar do apoio logístico necessário à organização deste evento.
Conforme transmitiu, em apenas uma semana, só
para a Diocese de Coimbra, registaram-se inscrições de jovens peregrinos dos mais variados países, designadamente do Panamá, dos Emirados Árabes Unidos, da Polónia, de Porto Rico, do Equador, da República Dominicana, de França e da Alemanha.
“Crê-se que, nas próximas semanas, outros países interessados possam surgir e prevê-se, aliás, que a procura pela Diocese de Coimbra atinja os 20 mil jovens, o que é um número bastante significativo e que requer de facto um forte sentido de organização”, referiu Francisco Veiga, assinalando que “tratando-se de um evento com tal impacto, dimensão e visibilidade, cumpre-nos, enquanto Câmara, prestar a estes jovens o melhor acolhimento possível”.
O vice-presidente da Câmara de Coimbra deu ainda conta que têm sido mantidos contactos regu-
lares e reuniões periódicas com o Comité Diocesano de Coimbra, “de modo a satisfazer, da melhor maneira possível, a ajuda que tem sido solicitada”. Anunciou, a propósito, que foi autorizada a cedência das instalações da Escola Silva Gaio (que irá acolher peregrinos do movimento Beatitudes) e que também já foi emitido parecer favorável por parte da administração dos SMTUC, no sentido de viabilizar transporte público gratuito para os jovens.
Francisco Veiga aproveitou para apelar a que “qualquer solicitação ou pedido no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude seja do conhecimento do grupo de trabalho, para que não haja nenhuma decisão paralela que possa pôr em causa ou duplicar os compromissos assumidos pela Câmara Municipal e donde possam resultar futuros constrangimentos”.
AS TROTINETES E A ECOVIA
Amobilidade na cidade esteve em destaque na reunião da Câmara de Coimbra na passada segunda-feira. O Executivo aprovou uma moção apresentada pelo vereador José Dias, do PS, na oposição, que propõe a criação de um regulamento municipal de serviços de partilha em modos suaves de transporte, nomeadamente as trotinetes.
O documento, que reconhece a mobilidade suave como um “complemento aos automóveis e ao transporte público”, refere que há “um caminho ainda a percorrer para que estes meios de micromobilidade possam ser utilizados com segurança e, ao mesmo tempo, cumprindo as mais elementares regras de civilidade, sem prejudicar, por exemplo, o uso de passeios pelas pessoas com mobilidade reduzida”.
Na mesma reunião de Câmara foi aprovada
a proposta de reactivação do parque de estacionamento da Rua do Padrão, do sistema Ecovia, que vai chamar-se Parque da Casa do Sal (norte). Esta medida procura dar resposta à supressão de lugares de estacionamento e condicionamentos de trânsito, no âmbito das obras do MetroBus a decorrer no interior dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), assim como ao eventual alargamento do sistema Ecovia a novos interessados, nomeadamente a entidades como o Hospital da Luz.
À semelhança das restantes zonas de estacionamentos da Casa do Sal, o novo parque deverá funcionar nos dias úteis, entre as 6h45 e as 19h15. De acordo com os SMTUC, “é, ainda, imprescindível prever a entrada de quatro novos bilheteiros, com recurso à reserva de recrutamento do respectivo concurso, para dar resposta ao novo serviço
do parque e colmatar as recentes saídas”. Considera-se que é possível iniciar o funcionamento do parque, no limite, a 1 de Fevereiro.
Na mesma reunião de Câmara, foram, ainda, ratificados ajustes nos horários de algumas das linhas dos Serviços Municipalizados Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), no sentido de melhorar a eficiência do serviço.
Os ajustes de horários contamplam a linha 5T - Pedrulha-Vale das Flores (via casa Branca), a linha 13 - Beira Rio-Valongo (via Espírito Santo das Touregas), a linha 14 - Portagem-S. Martinho do Bispo (via Estação Velha), a linha 22 - Portagem-Escola Inês de Castro (via Fala), a linha 24T - Palácio da Justiça-Quinta da Nora, a linha 34 - Universidade-Pólo II e a 38 - S. Clara-Pólo II da Universidade (via Fórum).
FIGURAS a s c e n s o r A SUBIR figuras da semana
MARCELO REBELO DE SOUSA – Há quem não aprecie a forma como desempenha as suas altas funções e pontualmente podemos ser tentados a dar laivos de razão a esses discordantes, tão diferente é o estilo que ele imprimiu ao exercício das funções. Mas a verdade é que a grande maioria do povo português gosta desse estilho mais popular, mais próximo e menos esfíngico e tem-no reafirmado em vezes sucessivas, seja nos actos eleitorais decorridos seja nos estudos de opinião que vão aparecendo. Portanto... Discorde-se do estilo mas reconheça-se-lhe a sagacidade e a astúcia com que se desembaraça de situações aparentemente fáceis mas de enorme densidade política. Aquela sugestão do Primeiro-Ministro da semana passada para envolver a presidência da República no controlo das condições políticas necessárias para desempenhar cargos de governação, acreditamos que possa não ter sido um gesto de duvidosa intencionalidade, mas em política os ingénuos já são poucos. A forma elegante, serena, rápida e perspicaz como Marcelo devolveu a bola é de alguém que sabe da poda, que sabe o chão que pisa e que não escorrega em todos os pisos escorregadios. Compreende-se que o Primeiro Ministro tenha vivido umas semanas horribilae, tão longa se foi fazendo a fila dos secretários de Estado que desvalorizaram os rabos de palha que lhes minguavam – e em alguns casos gravosamente – as condições de seriedade e ética necessárias para merecerem a confiança do país. Mas Marcelo lembrou, rápido e bem, que o regime é muito claro no definir das funções de cada qual. De pântano já chega e os partidos políticos – hoje o PS, amanhã outro qualquer – começam a pagar a factura de terem deixado instalar-se uma claque servil que se aninha nas fraldas dos líderes partidários, à espera de vez para se lambuzarem com os dinheiros públicos e se locupletarem com influências rasteiras. Costa e todos os outros Costas começam agora a beber da cicuta que alguma classe política vem cultivando desde há muitos anos.
MARTINS DE OLIVEIRA – Preside à Previdência Portuguesa, associação mutualista sedeada em Coimbra e que ontem, dia 11, atingiu 94 anos de vida. Quase todos os anos a Previdência enriquece o aniversário com uma iniciativa solidária que este ano assume a natureza de uma exposição que pode ser visitada na sua sede.. Martins de Oliveira tem sido um presidente muito dedicado aos propósitos que a Previdência prossegue, todos eles a assumirem a matriz de instrumentos de apoios diversos muito úteis para os milhares de sócios que a instituição tem. Ao longo de todos estes anos esta a Previdência de Coimbra tem dado forte contributo para a afirmação e prestígio do mutualismo em Portugal , pese embora os períodos menos bons que todas as instituições vivem em diversos momentos das suas vidas. Martins de Oliveira foi eleito presidente desta entidade exactamente numa altura em que ela vivia momentos de relativa perturbação e preocupação internas, consequência de algumas presidências anteriores pouco rigorosas. Consciente disso e das dificuldades que iria encontrar, algumas surgidas no seio da sua própria equipa, Martins de Oliveira foi bem o timoneiro de que a instituição necessitava, agarrando com mão firme, com saber, com exigência e muito mérito na liderança, recuperando prestígio, segurança, confiança e clareza de propósitos de que a instituição se tornara internamente menos exigente. Que este aniversário seja a recompensa que Martins de Oliveira bem merece e Coimbra lhe agradece.
PEDRO MACHADO – Portugal é um país pobre, todos o sabemos. Pouco abonado em riquezas naturais que nos dispensem de ter de trabalhar no duro para dar sentido à nossa vida e à vida dos nossos. Não temos ouros, pratas, minerais valiosos, combustíveis, subsolos abundantes em matérias primas que muitos outros países têm. Temos de trabalhar arduamente, está visto, seja aqui seja onde o destino nos levar. Temos de aproveitar o que temos, aquilo em que não ficamos atrás de ninguém, por pouco que seja: somos um povo educado e hospitaleiro; temos faixas sociais de forte valia cultural; temos sol, temos serra, temos belezas naturais que são um regalo para nós e para quem nos visita; temos alguns serviços de elevada qualidade, desde a educação à saúde. Muita coisa em certos domínios mas não suficiente para nos tirar, em termos materiais, dum nível de vida muito sacrificado. E temos tradições, uma cultura popular que nos orgulha. Uma excelente gastronomia que, aliada àqueles outros factores, nos recomenda como destino turístico. É o caso da chanfana que aqui nos concelhos próximos de Coimbra, a interior, se afirma de ano para ano como uma tradição de forte componente social e cultural. Nos próximos dias o festival da chanfana será em Vila Nova de Poiares, mas depois Lousã e Miranda não ficarão de braços cruzados. Felizmente temos chanfana, temos lampreia a seu tempo, temos leitão, temos iguarias do melhor que há no mundo. E ainda bem, muito bem, que o nosso povo as não deixa morrer e dá o melhor de si para manter estas tradições. Esse será o sentido prioritário da presença habitual de Pedro Machado, presidente do turismo regional, que não se cansa de estar presente em cada manifestação cultural, em cada iniciativa tradicional, levando a todos os cantos da nossa região o apoio e estímulo que são essenciais para que as tradições se mantenham. Não é a gula ou o apetite que leva Pedro Machado a estar presente. É o apurado sentido da responsabilidade que lhe cabe e que ele muito bem desempenha e graças ao qual a região muito tem crescido nessa vertente.
DE JANEIRO DE 2023
MAIS LONGE
São ambas vereadoras da Câmara Municipal de Coimbra e neste ano e tal que levam de mandato tem recaído nos ombros de ambas a tarefa, nada fácil, de liderar, juntamente com o presidente, a discussão dos assuntos mais complexos da governação autárquica numa perspectiva de longo prazo. Ana Bastos tem a seu cargo sectores de enorme importância e delicadeza. Os transportes urbanos são um deles e está ali um molho de brócolos que vai exigir muito do Executivo para encontrar uma solução que assegure a mobilidade no concelho, em termos de dar resposta às necessidades da população. É também da responsabilidade de Ana Bastos o desenvolvimento estratégico e urbanístico de Coimbra, onde muito há a fazer até por ser um sector que se tem mantido adormecido até há poucos anos atrás. A Regina Bento caiu-lhe nos braços uma dificuldade acrescida com que não contaria. Depois da morte de Carlos Cidade coube-lhe a tarefa de liderar o grupo socialista na Câmara, tarefa que não tem descurado e tem sabido desempenhar sem desmerecimento e sem deixar ficar mal o seu antecessor nesta função, o já falado Carlos Cidade. Deixando de lado a questão de saber quem tem razão neste ou naquele assunto, até porque raramente a razão tomba apenas para um dos lados, o que aqui se quer evidenciar é o papel destacado destas duas vereadoras e a forma elegante, frontal, competente e corajosa como têm sabido defender os seus pontos de vista. Mais do que isso: uma e outra deixam muito claro que têm uma ideia para a cidade e para o concelho, não se bastando com a análise dos assuntos correntes. Dizer isto não significa nada em relação ao desempenho dos restantes membros do Executivo, que por igual darão de si o melhor nas funções que exercem. Mas acompanhar o desempenho de Ana Bastos e de Regina Bento, nomeadamente nas reuniões públicas do Executivo, é uma oportunidade de poder assistir a debates de nível elevado, onde cada qual defende os seus pontos de vista com rara sensibilidade política e elevada postura cívica. Duas verdadeiras Senhoras numa função em que têm sido os homens que mais têm reinado.
ANA CLÁUDIA GOUVEIA – Natural da Figueira da Foz, com 40 anos, é a nova secretária de Estado da Energia e do Clima. É doutorada em economia pela Nova School of Business and Economics, onde concluiu os seus estudos em 2015. Desde o final de 2019 que era assessora económica no gabinete do primeiro-ministro. Foi economista do Banco de Portugal entre 2004 e 2008 nas áreas das contas nacionais financeiras e das contas externas e, até 2014, exerceu funções no Banco Central Europeu, primeiro na área das Estatísticas Monetárias e Financeiras e, depois, na Divisão de Instituições e Fora Europeus. Em 2015 trabalhou no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, onde liderou a equipa de Análise de Conjuntura Económica.
MARTIM PASCOAL – O jovem nadador da Secção de Natação da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense foi seleccionado pelo Departamento técnico da Federação Portuguesa de Natação para integrar a Selecção Pré-Júnior, no Meeting Internacional da Póvoa de Varzim que vai decorrer nos dias 4 e 5 de Fevereiro, numa organização da Associação de Natação do Norte de Portugal.
SÉRGIO BENTO – É o novo presidente do Clube Fluvial de Coimbra (CFC). O agora presidente do clube viu, igualmente por unanimidade, aprovada a sua lista de nomes e cargos inerentes. A nova Direcção está já a trabalhar no calendário de eventos desportivos e de lazer que tem para 2023 e, no próximo dia 5 de Fevereiro, já decorre, nas águas do Mondego, o Campeonato Regional de Maratona e Campeonato Regional de Esperanças.
HUGO PIRES – Natural de Coimbra, com 43 anos, é o novo secretário de Estado do Ambiente. Licenciado em arquitectura pela Universidade Lusíada do Porto, foi vereador na Câmara Municipal de Braga entre 2009 e 2013, tendo os pelouros do Urbanismo, Reabilitação Urbana, Protecção Civil e Juventude. É deputado do PS desde 2015 e no Parlamento foi coordenador do grupo de trabalho que aprovou a Lei de Bases da Habitação. Hugo Pires tem exercido desde 2019 as funções de vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.
NUNO FREITAS E NUNO ENCARNAÇÃO – O presidente do PSD, Luís Montenegro, lançou o Conselho Estratégico Nacional (CEN) do partido na tarefa de iniciar um processo de auxílio à construção de um programa eleitoral alternativo ao do actual Governo socialista. O CEN, presidido por Pedro Duarte, antigo líder da JSD, está dividido em 25 áreas temáticas, cada uma com um coordenador (13 mulheres e 12 homens). Entre os coordenadores conta-se o médico Nuno Freitas, que já foi vereador na Câmara Municipal de Coimbra e chegou a ser indicado como candidato nas últimas autárquicas pelas estruturas locais, mas foi vetado pela Direcção de Rui Rio. Outro coordenador é Nuno Encarnação, que foi deputado em
três legislaturas e é filho do ‘histórico’ autarca de Coimbra Carlos Encarnação. Nome bem conhecido também em Coimbra, onde presidiu à Associação Académica, é o de outro coordenador, Emídio Guerreiro, que foi deputado em várias legislaturas e secretário de Estado do Desporto e Juventude.
NUNO MOITA – O presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova e da Distrital do PS de Coimbra foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos por favorecimento de empresas quando era vice-presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ). Numa publicação na sua página da rede social Facebook, Nuno Moita afirmou que “quis o destino que fosse condenado no dia do seu aniversário (a passada quinta-feira), por um processo de favorecimento a empresas de Condeixa”, quando era vice-presidente do IGFEJ, relacionado com factos que terão ocorrido entre 2010 e 2012. Em 2019, o Tribunal Central de Instrução Criminal tinha decidido não levar a julgamento sete arguidos, entre eles Nuno Moita, mas voltou a ser acusado após recurso do Ministério Público e agora foi condenado em primeira instância, embora com pena suspensa, não tendo ficado impedido de continuar a exercer o cargo de presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova. O autarca realça que vai “recorrer até aos limites do que a Justiça lhe permitir”.
CULTURA DE COIMBRA PERDEU CARLOS SANTARÉM ANDRADE
Antigo director da Biblioteca Municipal de Coimbra e um dos mais profícuos estudiosos da cultura da cidade de Coimbra, faleceu no passado domingo Carlos Santarém Andrade, com 81 anos de idade. Com uma vasta obra literária, dinamizou a cultura em Coimbra em diferentes vertentes, tendo promovido, por exemplo, os itinerários “Passear na Literatura”, dedicados a escritores com ligação à cidade. Nascido em Gouveia, a 12 Janeiro de 1941, Carlos Santarém Andrade era licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e formado em bibliotecário-arquivista pela Faculdade de Letras da UC. Durante vários anos director da Biblioteca Municipal de Coimbra, que está a assinalar 100 anos, Carlos Santarém Andrade foi redactor da revista “Vértice” e director do “Arquivo Coimbrão”. Foi autor de uma vasta obra, como “Presença, uma Revista, um Movimento”, “Coimbra na vida e obra de Camilo Castelo Branco “, “A Envolvência Coimbrã de Régio e Nemésio”, “A Coimbra de Eça de Queiroz “ e, mais recentemente, “Coimbra e a República”. “Quis o destino que nos deixasse no ano do centenário da Biblioteca, na qual impulsionou até à sua reforma o Gabinete de História da Cidade. Tinhamos grande apreço mútuo e a última conversa, no dia da abertura oficial das comemorações, foi, precisamente, sobre os destinos culturais da nossa urbe. Ficámos mais pobres, mas o seu legado não se apagará!”, escreve o historiador e investigador João Pinho.
CANDIDATO A BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS
CARLOS CORTES DEFENDE MAIOR INVESTIMENTO DA SAÚDE NO SECTOR SOCIAL
Carlos Cortes nasceu em Lisboa em 1970, tendo concluído a licenciatura em Medicina, na Universidade de Coimbra, em 1999. É presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos desde 2014, director do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, desde 2011 e Médico Assistente Graduado Sénior de Patologia Clínica. Foi presidente do Conselho Nacional de Pós-Graduação da Ordem dos Médicos e é membro do Conselho Científico da revista científica da Ordem dos Médicos, a Acta Médica Portuguesa. “Juntos pela Saúde” é o mote da sua candidatura à Ordem dos Médicos e em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao Campeão das Províncias deu a conhecer o projecto que defende para a Saúde.
LUÍS SANTOS/JOANA ALVIMCampeão das Províncias [CP]: Qual a razão de haver meia dúzia de candidatos a Bastonário da Ordem dos Médicos?
Carlos Cortes [CC]: São seis candidaturas com características muito diferentes, por isso é um sinal de vivacidade da Ordem dos Médicos. É o virar de uma página de um bastonário que está a completar o seu segundo mandato num período muito conturbado. O país está em crise há mais de dez anos, uma crise que teve a intervenção da Troika, era bastonário o professor José Manuel Silva, depois seguiu-se a crise pandémica e agora estamos a atravessar uma crise energética. Todas elas têm um ponto em comum, que é o enorme impacto social. Penso que terá sido esta vontade, de virar a página, que terá despertado o interesse de várias candidaturas.
[CP]: Hoje, dia em que arrancam as eleições, vai ser homenageado um dos candidatos na Ordem dos Médicos. Não é uma situação estranha?
[CC]: Na altura da pandemia foi criado um gabinete de crise, que teve um papel importantíssimo e do qual o Dr. Rui Nunes fez parte. Foi uma homenagem justa a todos que contribuíram na gestão desta crise, onde eu próprio também fui distinguido. Assinala o final do mandato, não há qualquer coincidência nefasta. Foi uma decisão nacional da Ordem dos Médicos, da qual eu faço parte. O reconheci-
mento é muito importante quando as pessoas têm um bom desempenho.
[CP]: Em que é que a sua candidatura se diferencia das outras?
[CC]: Juntos pela Saúde, o lema da minha candidatura, reflecte exactamente o que é este projecto. É uma proposta de união dos médicos e de agregação dos vários agentes do sector. Houve, durante muito tem-
bilidade à Ordem seria um erro muito grave. É verdade que a Ordem tem também a função de regular a profissão, por exemplo, através dos conselhos disciplinares e que, apesar do aumento de processos, temos conseguido diminuir o tempo de duração dos mesmos. A Ordem só pode defender a qualidade dos cuidados de saúde se também defender os médicos, porque são eles que prestam esses serviços.
Não podemos ter um ministro que esteja de costas voltadas para os seus profissionais
po, um conflito permanente entre a Ordem dos Médicos e o poder decisor, tanto o Ministério da Saúde como outros organismos, como os hospitais e centros de saúde. Há um caminho que tem de se abrir, um caminho de construção e para isso temos de estar todos à mesa a dialogar. Temos de reflectir sobre os vários problemas que existem, pensar nas soluções e concretizá-las. É isto que a minha candidatura pretende.
[CP]: O que propõe para melhorar o acesso e o atendimento nos cuidados de saúde?
[CC]: O papel da Ordem dos Médicos é, em primeiro lugar, defender a qualidade da saúde. Muito recentemente, os deputados da Assembleia da República alteraram e quiseram que as Ordens profissionais deixassem de estar ao serviço dos seus destinatários, no caso da Ordem dos Médicos os destinatários são os doentes, e retirar esta responsa-
A classe tem sido maltratada nos últimos anos, desde logo porque não tem condições para exercer a profissão de forma digna, há falta de recursos. Mas além disso existe a falta de reconhecimento do papel dos médicos no sistema de saúde, nomeadamente na progressão de carreiras, que é praticamente inexistente, e também ao nível remuneratório. O Serviço Nacional de Saúde tem de criar condições de atractividade para fixar médicos nos locais onde são necessários.
[CP]: O que mudou da anterior ministra da Saúde, Marta Temido, para o actual ministro, Manuel Pizarro?
[CC]: As dificuldades na Saúde não vêm só do tempo da ministra Marta Temido, já têm muito anos. A liderança de Marta Temido teve aspectos positivos, mas também teve muitos aspectos negativos e tenho de salientar um. Não podemos ter um ministro que esteja de costas voltadas
para os seus profissionais. A ministra Marta Temido não dialogou. Já criei várias vezes grandes expectativas em relação a ministros, agora é ver para crer. Foram anunciadas algumas medidas que me parecem interessantes, nomeadamente o alargamento das Unidades de Saúde Familiares, mas há outras em que tenho algumas dúvidas, por exemplo na criação das Unidades Locais de Saúde que estão previstas para a região Centro e também tenho sérias dúvidas na decisão de acrescentar mais duas unidades hospitalares àquele que é o maior centro hospitalar do país, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, ao qual se vai acrescentar a Unidade do Rovisco Pais e o Hospital de Cantanhede. Provavelmente a ideia não é juntar estas unidades, mas é eliminar algumas delas e eu penso que é um erro muito grande.
[CP]: Há médicos de família suficientes para criar mais Unidades de Saúde?
[CC]: Nós temos cerca de 1,4 milhões de portugueses sem médico de família, de facto o país tem
utentes e isso vai fazer com que mais médicos escolham esta especialidade e se mantenham no Serviço Nacional de Saúde.
[CP]: Qual é a sua opinião sobre a direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde?
[CC]: Acho interessante a criação desta direcção executiva do SNS porque permite que o titular desta pasta seja ministro não apenas do SNS, mas de todo o Sistema de Saúde. A Saúde não é só o sector público, é também o sector privado e não nos podemos esquecer de outros dois ministérios que dão um contributo valioso à saúde em Portugal: o Ministério da Defesa Nacional, com os hospitais militares e o Ministério da Justiça com a Medicina Legal. Outro sector que tem de ser tido em conta na Saúde é o sector social. Falamos do problema das urgências e da falta de médicos, mas esta é uma pequena parte do problema. Um dos grandes problemas das urgências são os doentes que, depois de tratados, não têm condições de regressar ao seu domicílio, ou porque vivem sozinhos ou porque as pessoas com quem vivem não têm capacidade para tratarem deles. Temos que investir também no sector social, porque isso resolve grande parte do problema das urgências.
[CP]: Não iria aliviar mais haver mais consultas nos centros de saúde?
[CC]: A Saúde Familiar foi a especialidade que mais evoluiu em Portugal nas últimas décadas. A lista de utentes de um médico de família, para fazer um tra-
Aquilo a que se refere aqui, é àquelas pessoas que se dirigem às urgências sem motivo para o fazerem, são os que na triagem de Manchester ficam com as pulseiras brancas, azuis e verdes, mas que representam 47% dos doentes. Tem que haver maior responsabilidade. Muitas dessas pessoas têm consciência que os seus sintomas, sabem que não são um episódio de urgência, mas vão às urgências porque creem que vão ser atendidas mais rapidamente.
[CP]: Como é que entram aqui os tarefeiros?
[CC]: Não gosto muito da expressão tarefeiro porque dá ideia de que fazem pequenas tarefas, o que não é o caso. Prefiro o nome de prestadores de serviços, são pessoas que têm um contrato de trabalho com uma instituição e que prestam um trabalho altamente diferenciado. Não é a solução ideal, eu defendo a criação de condições para contratar médicos, mas não havendo, esta é uma segunda opção, é uma solução de recurso. Cabe ao Estado resolver este problema.
[CP]: Há quem defenda que quem teve a sua formação com recursos públicos deveria ser obrigado a prestar serviço no público durante algum tempo, antes de ter a possibilidade de ingressar no privado ou ir para o estrangeiro. Concorda com esta posição?
de fazer um esforço grande na formação de médicos especialistas e esse esforço tem de ser feito investindo nos cuidados de saúde primários, nas remunerações, nos recursos, na criação de mais Unidade de Saúde com melhores condições para os
balho de qualidade, deveria ser à volta dos 1.500 utentes. Neste momento, as listas de utentes são de 1.700/1.800 e frequentemente ultrapassam os 2.000, o que é um trabalho sobre-humano. Os médicos de família fazem muito bem o seu trabalho.
Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas na Rádio Regional do Centro.
[CC]: Era bom que as pessoas que defendem essa posição avaliassem outro aspecto. Estamos a falar de médicos em formação, representam 1/3 de todos os médicos do SNS, e além de estarem em formação também fazem actividade assistencial, ou seja, trabalham e produzem nas consultas, participam nas cirurgias, asseguram serviços de urgência, têm um trabalho inestimável para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Estes médicos não devem nada ao SNS, os médicos internos estão no dia-a-dia no terreno.
PATROCÍNIO:
ao SNS, os médicos internos estão no dia-a-dia no terrenoCarlos Cortes defende que SNS tem de criar condições para fixar médicos onde são necessários
UMA VIDA DEVOTADA À CAUSA DE SERVIR
Soubemos, embora tardiamente, da morte do ex-comandante da PSP de Coimbra, ao tempo major Diamantino André. A sua morte ocorreu já em finais de Novembro do ano passado, tinha ele 82 anos e pautou sempre a sua vida, como pessoa e militar, por um grau de exigência ético e humano que lhe mereceu grande apreço por todas as terras por onde passou, desde a Guiné onde foi militar antes do 25 de Abril, até presidente da Câmara de Proença-a-Nova, Beira Baixa, terra donde saíra jovem ainda.
Coimbra teve, depois do 25 de Abril, alguns comandantes da PSP que deixaram um rasto de muita competência geradora de admiração. Se Lestro Henriques --o primeiro logo a seguir a Abril – foi um deles, também Diamantino André, tal como Oliveira e Silva, deixaram em Coimbra muitos amigos e muito respeito pela forma digna, amiga e próxima das pessoas como desempenharam as suas funções.
Diamantino André morreu a 27 de Novembro do ano passado com o posto de tenente-coronel. O Jornalista António Barreiros privou com ele sempre de perto e o Campeão pediu-lhe que fizesse o retrato que lhe ficou na memória, dessa figura grada e grata que Coimbra teve a honra de acolher um dia.
Eis a notícia que nos enviou António Barreiros: O ex-Comandante da PSP de Coimbra, à época, o Major Diamantino André
- início dos anos 80 - que veio a exercer, depois dessa sua passagem por Coimbra, onde a esposa era quadro superior da Segurança So-
AS PROSTITUTAS E O CHEFE
cial, o mesmo lugar, mas no Comando dessa força policial, em Castelo Branco, já com o posto de Tenente-Coronel, faleceu, no CHUC, no passado dia 26 de Novembro.
Diamantino André, deve recordar-se, foi presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, de 1985
a 2005, o que dá nota de que esse seu exercício público, captou as gentes locais e que a sua missão assumiu contornos da sua postura, aquela que ele colocava nos cargos que assumiu, sempre com empenho e o maior espírito de serviço.
O funeral realizou-se na Capela dos Montes da
A PADARIA E O CARRO PATRULHA
por mais pessoas que sintam o chamado de servir a causa pública como ele o fez”.
Um dos filhos, o Rafael Vaz André, na cerimónia fúnebre, quis apresentar o legado do pai, ao afirmar: “Montês orgulhoso, sobreirense por Amor, o meu Pai foi forjado na guerra e na disciplina militar. Definir uma visão, gizar uma estratégia, motivar a equipa. Ganhar ou morrer a tentar. Antes quebrar que torcer, disse-me muito recentemente”. E prosseguiu, para revelar: “O meu Pai, novíssimo, foi capitão de companhia na Guiné o que lhe valeu louvores por bravura debaixo de fogo. Em 2003, mais de 30 anos depois da Guerra, fui com ele a África e testemunhei a emoção com que, do meio das tabankas, apareciam para abraçá-lo. Os mesmos abraços que vi quando ia à PSP de Coimbra e Castelo Branco e, sobretudo, à Câmara de Proença”.
À família do Tenente-Coronel Diamantino André apresenta o nosso jornal e, em particular, o seu Director e o colaborador A. Barreiros, sentidas condolências.
O nosso Jornal aproveita para, e como homenagem ao Homem e ao Cidadão Diamantino André, deixar 3 episódios , entre outros, que marcaram e são a chancela de vida dessa figura que deixa saudades, em Coimbra.
Diamantino
André marcou o Comando da PSP de Coimbra com enorme disciplina e pendor humano. Alertado por uma denúncia que lhe caiu na secretária, a qual carregava uma acusação muito séria e severa - um Chefe “capitaneava” as prostitutas do Largo das Ameias e das ruas próximas à Estação Nova - decidiu, pessoalmente, inteirar-se da situação.
Uma noite, por volta das 23h30, já no local, percebeu que o tal Chefe (abstenho-me de deixar aqui o nome, por razões óbvias) se ia avistando com uma ou outra prostituta. Aproximou-se mais, mas não o suficiente para ser reconhecido por esse Chefe. E concluiu que recebia dinheiros… Sem vacilar, foi andando até ao dito Chefe. Já junto dele, apercebe-se que o dito-cujo Chefe fica fora de si, de todas as cores. “Ó Sr. Comandante, por aqui?”. Resposta de Diamantino André: “Sim, como sabe sou Comandante de proximidade e decidi vir até aqui, depois de ter sido avisado, que o Sr. é habitué por estas paragens”. “Saiba o sr. Comandante que ando a fiscalizar este tipo de actividade”. E o interlocutor: “e cobra dinheiro?”. O Chefe corou… e nem resposta. Diamantino André deu uma ordem soberana: “mostre, por favor, os seus bolsos e carteira”. Reticente o Chefe lá mostrou. Tinha mais de 10 contos de réis com ele. Ainda tentou justificar a quantia, mas o Comandante não lhe deu hipótese de o fazer. “Faz favor de comparecer no meu Gabinete, amanhã, pelas 9h00”.
No outro dia, tinha uma guia de marcha para ir para os Açores com a advertência de que se o caso se voltasse a repetir seria expulso da PSP… “Esta minha decisão para não lhe estragar a vida e lhe dar uma oportunidade” - manifestou, ao Chefe, o Comandante Diamantino.
Chega aos ouvidos do Diamantino André - a minha memória atira o episódio para o princípio da década de 80 - a comandar a PSP de Coimbra, que na maioria das noites, entre as 2h00 e as 3h00 da manhã, numa padaria da zona do Alto de S. João estacionava um carro patrulha com os seus dois tripulantes.
Como era homem determinado e como sabia impôr a disciplina, informou o seu motorista para, e numa noite agendada, o fosse buscar a casa, por volta das 2h00. Dirigiu-se, com o seu motorista, para a tal padaria, onde constatou que um carro patrulha estava lá estacionado, à porta, com as chaves na ignição. Meteu-se no carro e levou-o para o antigo Comando, na Rua Olímpio Nicolau Fernandes. Quando voltou à padaria, com o motorista, já se encontravam no exterior os dois tripulantes do dito carro patrulha. Diamantino André, questionou-os: “procuram alguma coisa ou perderam algo?”. Os agentes, gaguejando: “não, nada”. Diamantino, repisou: ”vejam lá se não vos falta alguma coisa”. Os guardas, perceberam a situação. Diamantino André em resposta: “quem vos dá boleia, até ao Comando, sou eu, mas amanhã, pelas 9h00, faz favor de estarem no meu gabinete”.
No dia a seguir, recebeu-os. Depois de lhes passar um correctivo verbal, com a tónica de que deviam servir a população, esse amigo e comandante da PSP, deixou a reflexão: “espero que não venha a repetir-se, o que me obrigaria a tomar uma posição mais drástica… e já sem vos convocar para o meu gabinete”.
Foi essa forma de actuar e de se fazer presente, perante os seus subordinados, que o creditou como responsável máximo pela PSP de Coimbra e, também, que lhe granjeou respeito e estima, por parte dos seus homens.
Senhora, no concelho de Proença-a-Nova, perante muita gente consternada. O actual chefe do Executivo municipal, João Lobo, na oportunidade, divulgou uma nota de pesar, de que sublinhamos: “Independentemente da apreciação política que se possa fazer das suas decisões, enquanto presidente de Câmara, destaco a dedicação que colocou no serviço público e o facto de ter sempre promovido o nosso concelho no contexto regional e nacional, marcando sem dúvida a história recente do nosso território. Que o seu exemplo possa ser seguido
OS AGENTES,
(Tentei reproduzir as histórias recorrendo ao registo da minha memória, tendo por base o que me foi contado, primeiro, por agentes e, depois, reiterado pelo próprio Diamantino André. Genericamente, o descritivo corresponde à verdade…) - António Barreiros.
O
TERMO DO CAFÉ E AS GABARDINAS
Diamantino
André, o Comandante da PSP de Coimbra, por volta do início dos anos 80, era um homem muito preocupado com o bem-estar do seu pessoal. Era Cidadão e Militar humano e dotado para as causas que percebia podiam comprometer a vida das pessoas. Numa noite gelada e chuvosa, a partir da meia-noite, deu-se ao trabalho de viajar pela cidade, pelos pontos estratégicos de policiamento, do seu pessoal apeado. Constatou, sem grande admiração, que os seus agentes sofriam com o frio e, também, que as gabardinas de que dispunham eram fracas. No dia a seguir, providenciou que, desde aí, fossem comprados termos e um carro patrulha distribuísse, durante os dois turnos da noite, a partir das 22h00 (1 vez) até às 6h00 da manhã (2 vezes), café quente. E, a propósito das gabardinas, em ofício para o Comando-Geral, em Lisboa, deu nota de que se deveriam substituir por material de melhor qualidade, o que aconteceu, meses mais tarde.
Dois gestos que caíram bem em todo o pessoal e que marcou, entre outras atitudes, a passagem do Major (na altura com essa patente militar) Diamantino André pelo Comando Distrital de Coimbra da PSP.
A RÁDIO QUE LEVA O FADO DE COIMBRA A TODO O MUNDO
ARádio Fado de Coimbra está a semanas de fazer o seu 8.º aniversário. É uma Rádio Web, que só pode ser sintonizada online, em https://www.radiofadodecoimbra.pt/, e tem um perfil diferente da generalidade das rádios: passa só um tipo de música, exactamente Fado de Coimbra. De manhã à noite, de segunda a domingo. De Janeiro a Janeiro. Anda nisto há oito anos. A ideia, sendo rara, não é original. Pelo mundo fora há várias opções radiofónicas com idêntica matriz e em Portugal também já houve experiências idênticas. A Rádio Fado de Coimbra não deve nada, pois, à originalidade, porque “pifou” a ideia que considera cair como uma luva na matriz musical de Coimbra. Se o
esteve na base desta Rádio que é ouvida mundo fora. Curioso: mais ouvida noutros países que em Portugal; mais ouvida em algumas regiões longínquas que na zona de Coimbra. Portugal é um pouco isto: aprecia mais o alheio que aquilo que tem. Então Coimbra nem se fala: todo o mundo era da Académica, mas eram sócios do Benfica, do Sporting, do Porto e por aí fora; era da Académica mas não iam aos jogos. Isto é: eram da Académica porque era chique dizer que se era da Académica mas nem lá punham os pés e deixaram-na cair na rua da amargura. O mesmo acontece com outras coisas. Temos um rio lindíssimo e só agora estamos a olhar para ele, depois de passar a vida a fazer chichi de cima da ponte. Lá dizia o outro: ele ter, tem, só que não utiliza.
É um pequeno contributo a um dos activos mais fortes da Academia de Coimbra e que se manterá enquanto força para isso houver.
O RECONHECIMENTO
Apesar da sua ainda tenra idade, a Rádio Fado de Coimbra pauta a sua actividade pela defesa, preservação e divulgação do Fado de Coimbra enquanto património de Coimbra, mas também de Portugal.
Muito ligado às tradições académicas da respectiva Universidade, o Fado de Coimbra tem a sua origem na secular Academia, onde os estudantes de todo o país levavam as suas guitarras para a cidade, e entre ruas e praças, pela noite, quase às escuras, se faziam ouvir.
Uma canção tipicamente portuguesa, o Fado de Coimbra tem sido um
taneamente um pouco rebuscada”.
E para os que vivem e sentem como ninguém, a Rádio Fado de Coimbra é um autêntico consolo para a alma.
José Castanheira, advogado e elemento integrante do grupo Fado Vocal, em Coimbra, é um dos ouvintes regulares desta estação. Nas suas palavras trata-se de um projecto “muito importante para quem tem ligações ao Fado de Coimbra”.
também coralista do Coro Advocal.
Fado de Coimbra é uma das canções mais apreciadas pelo mundo inteiro, se é irrepetível em qualquer outro lado porque lhe não conseguem dar o toque sentimental que só Coimbra conhece, porque só Coimbra o vive, então porque não assumimos esse património cultural como bandeira e com orgulho e não o partilhamos mundo além, com a dimensão e a intensidade que ele merece e esse mesmo mundo, ou parte dele, tanto elogia e aprecia?
Essa foi a ideia que
Depois…. Foi o que foi. Coimbra é um pouco isto.
Nos primeiros dois ou três anos da Rádio Fado de Coimbra os relatórios mensais que recebia colocam o Japão como o país que mais ouvia esta Rádio. Depois passou a ser o Reino Unido. Um e outro com valores bem acima dos referentes a Portugal. Depois a coisa foi-se equilibrando e assim se mantém. O propósito desta estação emissora online é, pois, promover o Fado de Coimbra. Levá-lo aos quatro cantos do mundo.
mui digno representante da cultura portuguesa onde quer que tenha sido tocado e cantado, levando a todos os cantos do Mundo um pouco da nossa maneira de ser e sentir.
Francisco Faria, um mestre que à música muito deu de si, referia trata-se de “uma canção terna, docemente saudosista, mas jovem no seu vigor, no idealismo das atitudes, na esperança de um amor realizável que se oferece ao mesmo tempo espontâneo e elaborado, de melodia bem contornada e simul-
“Tenho muito interesse em ouvir a Rádio Fado de Coimbra e ouço com muita frequência. Quando estou no computador a trabalhar ponho-a a dar em fundo e é assim que vou trabalhando ao longo do dia. De facto é muito importante termos este espaço e tenho observado que é uma rádio ouvida em todo o mundo pelas pessoas que têm ligações a Coimbra e gostam do Fado de Coimbra”, sublinhou o
Na sua opinião, a Rádio Fado de Coimbra acaba por dar voz a muitos artistas, não só que já estiveram ligados à canção como também proporciona espaço a novas gerações que se dedicam a este tipo de música. “O Fado de Coimbra não se ouve tanto como o de Lisboa, por exemplo, mas a verdade é que em Coimbra também se vai trabalhando o Fado, com temas novos, e há vários grupos que não se limitam a interpretar as músicas e temas antigos, mas que vão fazendo temas novos”, como é o caso do grupo Fado Vocal que vai para o quarto CD só com temas originais.
Mais do que simplesmente regional, o Fado de Coimbra vai mais além disso e representa a nossa cultura além fronteiras.
Amaro Jorge, advogado também e outro ele-
mento do grupo Fado Vocal, considera a Rádio Fado de Coimbra um bom meio de promoção. “Acho que nós temos que realmente fazer os possíveis para divulgar o que é nosso e assim desenvolver o Fado de Coimbra. O Fado de Coimbra ainda não conseguiu uma grande divulgação em massa a nível nacional, se não obtivermos a nível nacional acho muito bem que haja uma rádio regional que possa fazer esse caminho para a Canção de Coimbra”.
Saudades de Coimbra (“Do Choupal até à Lapa”), Balada da Despedida do 6.º Ano Médico de 1958 (“Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”), os primeiros versos, são mais conhecidos do que o título), O meu menino é d’oiro, Fado Hilário, Samaritana e Coimbra é uma lição – são algumas das mais conhecidas Canções de Coimbra.
SEMANA DA CHANFANA ESTÁ DE REGRESSO A VILA NOVA DE POIARES
Achanfana, que se prepara com carne de cabra em vinho tinto, azeite, alhos e outros condimentos, assada no forno de lenha em caçoila de barro preto, vai estar em destaque em Vila Nova de Poiares, ao longo de 11 dias, na Semana da Chanfana, certame gastronómico que teve início em 2006.
Esta 16.ª edição conta com a participação de 12 restaurantes, onde vai ser possível saborear este prato típico e em que o objectivo da Confraria da Chanfana – entidade organizadora – é que a confecção desta iguaria seja excelente em todos os restaurantes do município.
A Confraria da Chanfana, constituída há 21 anos por iniciativa do então presidente da Câmara de Poiares, Jaime Soares, tem actualmente cerca de 100 confrades efectivos e outros tantos confrades de honra, que são figuras públicas, algumas estran-
geiras, e vêm de diversas áreas, desde a cultura, ao desporto e à saúde.
Ao longo dos 21 anos de actividade são várias as iniciativas levadas a cabo pela Confraria. Anualmente promove uma iniciativa para crianças, onde dá a
conhecer todo o processo da chanfana, desde a exploração do barro, até ver o rebanho no seu habitat natural, ou seja, tudo o que é necessário até a chanfana chegar à mesa.
Além desta iniciativa, a Confraria também rea-
liza o seu Capítulo Anual, geralmente em Setembro, onde faz as entronizações dos confrades, os jantares temáticos e outras iniciativas gastronómicas, onde
alguns chefes de cozinha de renome nacional e internacional desenvolvem alguns pratos à base de chanfana, que depois oferecem a receita e a patente à Confraria.
Segundo Madalena Carrito, mordomo-mor da Confraria, aquilo que distingue a chanfana de Vila Nova de Poiares das restantes, tendo em consideração que é um prato típico da região e que se faz em diversos locais, é que ali se confecciona da forma original, sem a introdução de alterações e sem recurso a ervas ou outros ingredientes que não os originais. Outro elemento que contribui para a qualidade da chanfana confeccionada em Poiares é o Centro Oleiro de Olho Marinho, que em 2021 recebeu a primeira certificação de olaria preta, sendo um dos 16 primeiros produtos nacionais de artesanato a receber o
selo de autenticidade da “Adere-Certifica”, único organismo que se dedica à certificação de produções artesanais tradicionais.
Vila Nova de Poiares é designada “Capital Universal da Chanfana” e, de acordo com Madalena Carrito, as edições anteriores à pandemia levavam a Vila Nova de Poiares cerca de 10 mil visitantes, mais do que o número de residentes no concelho.
Neste novo ano, estão a ser preparadas outras semanas gastronómicas, não apenas dedicadas à chanfana, mas a outros pratos típicos, bem como à doçaria. Para além disso vão realizar-se alguns debates e jantares temáticos com os confrades de honra e que são abertas ao público em geral. Para participar é necessária inscrição através do endereço confrariachanfana@gmail.com .
SOCIEDADE COLUMBÓFILA CANTANHEDENSE RECORDA ALBERTO ABRANTES
ADirecção Geral da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense volta a recordar um dos maiores vultos da sua história - o seu presidente honorário, Alberto Abrantes.
Embora traduzindo-se numa pequena, mas singela, homenagem, na passagem do décimo segundo
aniversário do falecimento de Alberto Abrantes, a Direcção Geral da Associação, em Cantanhede, pretende voltar a reunir um conjunto de amigos, familiares e associados, possibilitando associarem-se pessoalmente a esta homenagem para perpectuar a memória de um presidente que ficou na história de todos aqueles
com quem trabalhou e tiveram a oportunidade de se cruzar com ele ao longo da sua vida.
Desta forma, sábado, dia 14, pelas 20h30, será celebrada uma missa por intenção da sua alma, na Igreja Matriz de Cantanhede, estando agendado para o dia seguinte, domingo (15), no Cemitério Municipal, pelas 10h30, uma romagem
de saudade à sepultura do presidente honorário Alberto Abrantes, onde, para além de uma evocação à sua pessoa, será colocada uma coroa de flores.
A Direcção Geral da Associação da cidade de Cantanhede em colaboração com a sua Secção de Columbofilia, e também para homenagear Alberto Abrantes, instituiu um
Troféu, (Taça de Honra), que será disputado pelos associados concorrentes na Campanha Desportiva que se avizinha.
Falecido prematuramente na madrugada de 15 de Janeiro de 2011, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (HUC), Alberto Abrantes, de 63 anos de idade, é hoje recordado com muita saudade
s a ú d e
na Sociedade Columbófila, sendo o seu “legado” um verdadeiro tesouro daquela Colectividade e a sua atitude em vida um exemplo para os mais jovens da sua dedicação pelo próximo.
Alberto Abrantes, que dedicou à Columbófila mais de 40 anos da sua vida, muitos na qualidade de presidente da Direcção, é nos dias de hoje um dos maiores vultos da história da Sociedade Columbófila e dos que mais contribuiu para o progresso associativo no concelho de Cantanhede.
CONGRESSO IN4MED REALIZA-SE NO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO
O Convento de São Francisco, em Coimbra, vai receber entre os dias 16 e 19 de Fevereiro, a décima segunda edição do Congresso In4Med, um evento anual na área médico-científica. A sua preparação e organização são da inteira responsabilidade dos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Para a edição deste ano, o In4Med desafia os seus participantes e palestrantes a pensar fora da caixa e a adoptar “Defy the Limits, Break the Norm!” como o principal motto. O objectivo é ajudar os futuros profissionais de saúde a abraçar a diferença e quebrar o estereótipo de normalidade, abrindo-os a um infinito de possibilidades. Para esta edição, o tema escolhido do debate é “Sistema de Saúde Público vs. Sistema de Saúde Privado”. Recentemente, e tendo em conta o actual contexto do Sistema Nacional de Saúde, o tema proposto irá gerar controvérsia e discussão sobre a forma como a Saúde é (e que poderá vir a ser) encarada em Portugal. Vários oradores e especialistas internacionais irão marcar presença com diversos temas ligados à área.
SEDE DA SRCOM RECEBE LANÇAMENTO DO LIVRO DE JOÃO PAULO ALMEIDA E SOUSA
A sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), em Coimbra, recebe, hoje (12), pelas 18h00, o lançamento do livro “Artigos soltos. Textos de opinião”, da autoria do médico especialista em Medicina Intensiva João Paulo Gaspar de Almeida e Sousa. Na sessão de apresentação da obra - com chancela das Edições MinervaCoimbra - serão intervenientes: Carlos Cortes, presidente da SRCOM; Isabel de Carvalho Garcia, editora da MinervaCoimbra; presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e apresentador da obra; António Casimiro Ferreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC), investigador do Centro de Estudos Sociais da UC e apresentador da obra e João Paulo Almeida e Sousa, médico Especialista em Medicina Intensiva e autor da obra.
CHUC REALIZA CURSO DE FORMAÇÃO DE MÉDICOS EM CENÁRIO DE GUERRA
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, na passada terça-feira, o curso “Advanced Critical Care Transfer Simulation Course”, cuja missão é o de melhorar o desempenho das equipas de resposta rápida ucrânianas, promovendo a melhoria do seu desempenho no transporte das vítimas de guerra entre o local da ocorrência e as unidades de saúde ou entre instituições hospitalares. Esta foi uma formação realizada através de uma parceria entre o Centro de Simulação Biomédica (CSB) do CHUC e o Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos. “Vamos formar médicos portugueses e luso-ucrânianos, que posteriormente transmitirão os conhecimentos adquiridos nesta formação a profissionais de saúde ucranianos, na Ucrânia ou Polónia”, referiu Mafalda Ramos Martins, directora do CSB do CHUC. Esta acção, de elevado valor humanitário, teve ainda a parceria da Sociedade Europeia de Simulação (SES), representada pelo seu presidente e médico do CHUC, Francisco Maio Matos.
Ordem dos Advogados torna públicas recomendações para salvaguardar Direitos Humanos dos migrantes
Esta segunda-feira (09), a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA) tornou público um conjunto de recomendações com vista a salvaguardar os Direitos Humanos dos migrantes em Portugal.
“A CDHOA, que tem acompanhado o cenário de alegada escravatura de centenas de trabalhadores imigrantes em campos agrícolas no Alentejo, como o revelado e desmantelado em Novembro pelas autoridades policiais e outras situações ocorridas em território nacional, recorda que os crimes em causa são graves, perturbantes e impróprios do século XXI e lamenta que a esta população sejam muitas vezes negadas condições de dignidade, de vida e profissionais”, explica a comissão, em comunicado.
A CDHOA elaborou, assim, um documento onde constam várias recomendações que têm
como objectivo “contribuir para que as autoridades policiais e demais entidades envolvidas se empenhem na melhoria das condições e salvaguarda dos direitos e garantias de todos os imigrantes que procuram novas oportunidades profissionais e pessoais em outros países que não os seus”.
Entre as muitas recomendações expressas no documento, destacam-se “acompanhamento do migrante por advogado desde a sua entrada em território nacional e em investigações judiciais”; “formação”; “extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA)”.
A CDHOA subscreve e cita ainda o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, em 2018, “a este respeito, desejo reafirmar que «a nossa resposta comum poderia articular-se à volta de quatro verbos fundados sobre os princípios da doutrina da Igreja: acolher, proteger, promover e integrar».
Campeonato Territorial de Mini-trampolim inicia época gímnica no Centro
Opavilhão 3 do Estádio Universitário de Coimbra foi, no passado domingo (8), palco do Campeonato Territorial de Mini-Trampolim, uma co-organização da Secção de Ginástica da Associação Académica de Coimbra (AAC) e da Associação de Ginástica do Centro (AGDCentro).
A competição juntou 170 ginastas dos escalões Benjamins a Seniores da AAC, da Associação de Ginástica de Condeixa e do Albigym-Associação Juvenil, Gimnodesportiva e Cultural Magda Rocha (Castelo Branco).
Em Benjamins B femininos, a equipa da AAC constituída por Maria Gouveia, Rita Marques, Sofia Gama e Joana Costa ficou no primeiro lugar do pódio, enquanto que no mesmo escalão,
mas em ginastas masculinos, Tiago Proença, João Jaco e Tomás de Matos, igualmente da AAC, garantiram o 1.º lugar.
João Roque, André Francisco, Tiago Feio e Valentin Iria (AAC), no escalão Benjamins masculinos, Joana Figueiredo, Maria Santo, Mariana Costa e Alice Ramos (AAC), no escalão Benjamim femininos, venceram as respectivas provas.
Em Infantis femininos, Sofia Santos (AAC) venceu individualmente, enquanto que Rita Costa, Laura Cunha, Leonor Ferreira, e Sofia Santos (AAC) foram as vencedoras colectivamente. No escalão Infantis masculinos, Miguel Marques (Albigym), a nível individual, e a equipa formada por Danilo Ribeiro, Francisco Marques e Miguel Marques, do
mesmo clube, subiu ao lugar mais alto do pódio.
O Albigym dominou nos escalões mais velhos, com Carolina Lopes (Iniciados femininos), António Lourenço (Iniciados masculinos), Sofia Pereira (Juvenis masculinos), Miguel Belo (Juvenis masculinos), Diana Mateus (Juniores femininos), João Dias (Juniores masculinos), Maria Henriques (Seniores masculinos) e Rodrigo Sousa (Seniores masculinos) a vencerem as respectivas categorias. Por equipas, Sofia Reis, Rita Campos, Madalena Alves e Diana Mateus (Albigym), foram as primeiras classificadas em Juniores femininos.
A próxima prova, Torneio de Níveis de Tumbling, vai ocorrer no Colégio Rainha Santa Isabel, no dia 21 deste mês”.
A Previdência Portuguesa comemorou 94 anos com casa cheia
APrevidência Portuguesa (APP) comemorou, esta quarta-feira (11), na Casa da Mutualidade – Galeria de Arte, em Coimbra, 94 anos, e contou com vários associados e convidados para ajudar a ‘apagar’ as velas.
António Martins de Oliveira, presidente da APP, destacou que esta é a única Associação Mutualista do distrito de Coimbra, e por isso faz todo o sentido celebrar esta data.
“Como os nossos propósitos, os nossos programas e os nossos objectivos são o apoio às famílias e aos cidadãos de Coimbra este marco quer dizer que estamos aqui e que estamos cá para trabalhar para todos eles”, começou por referir o presidente ao “Campeão”.
Para o futuro são vários os objectivos definidos pela A Previdência Portuguesa, nomeadamente o aumento da massa associativa e requalificação do prédio na Rua Mário Pais para uma residência sénior com 12 apartamentos.
“Temos muitos projectos. Queremos acima de
tudo ter cada vez mais associados a nível do país e das comunidades portuguesas no estrangeiro. Criar um complexo residencial sénior para apoiar os séniores na sua vida normal, criar cada vez mais património também para criar rendimentos para a instituição e criar a sua base de sustentabilidade. Estamos a criar um conjunto de meios para dar resultados para que isto seja cada vez mais sustentável, quer em termos financeiros quer em termos de acção”, sublinhou.
Fundada em 1929, a A Previdência Portuguesa representa valores como o associativismo, solidariedade, humanismo, responsabilidade e igualdade.
No evento comemorativo estiveram várias entidades, nomeadamente José Amado Mendes, autor do livro dos 90 anos da APP, João Francisco Campos, presidente da União de Freguesias de Coimbra, Luís Pais de Sousa, presidente da mesa da assembleia, entre outros, que não deixaram de parabenizar a APP.
Slow J regressa à Queima das Fitas de Coimbra
Odia 23 de Maio marca a data do regresso de Slow J, ou João Coelho, ao Palco Forum da Queima das Fitas de Coimbra. Natural de Setúbal, filho de mãe portuguesa e pai angolano, João Coelho descobriu cedo a sua paixão pela criação musical, tendo viajado para Londres, onde produziu obsessivamente, enquanto estudava engenharia de som, retornando a Portugal, determinado a entrar num estúdio. Slow J produziu, escreveu e
cantou os seus primeiros dois projectos - The Free Food Tape EP (2015) e The Art Of Slowing Down (2017) - que editou e distribuiu independentemente, com ajuda de família e amigos. Em 2019, lançou o seu segundo LP, “You are Forgiven”, fazendo-se ouvir por todo o país e marcando presença nos grandes palcos nacionais.
Em 2020 editou “Slo-Fi”, uma produção caseira que relaxa e leva a mente onde o corpo não
pode ir e desde então tem estado recolhido dos palcos, dedicando-se à produção, mantendo-se, no entanto, nos tops da música nacional através de várias colaborações com nomes incontornáveis, como Dino d’Santiago, G-son, Ivandro, Ritchie Campbell, Sam The Kid, entre outros.
2023 promete trazer novos sons de Slow J e o seu regresso a palcos exclusivos, como o palco principal da Queima das Fitas de Coimbra.
Médicos do Centro preocupados com a falta de recursos humanos
Carlos Cortes, que refere que esta situação é reveladora “de um preocupante amadorismo no planeamento em recursos humanos”.
Perante estes números, Carlos Cortes manifesta a sua total discordância e afirma a sua “incredulidade” perante o desfasamento entre a realidade dos cuidados de saúde na região e este mapa de vagas.
Opresidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) está “profundamente estupefacto e preocupado” face ao reduzido número de vagas hospitalares, nos cuidados de saúde primários e saúde pública abertas para os médicos recém-especialistas na região.
A ordem dos médicos aponta o dedo à tutela perante a incapacidade de colmatar as carências de recursos humanos e acusam o mapa de vagas ser um “exercício de amadorismo” na gestão de recursos humanos.
O despacho n.º 432 -A/2023, publicado no Diário da República, na segunda-feira, prevê no total 196 vagas para a área de Medicina Geral e Familiar, 24 para a área de Saúde Pública e 34 vagas para a área hospitalar.
Destas, a região Centro tem previstas sete vagas para a área hospitalar, duas nas especialidades de dermatovenereologia, uma na endocrinologia e nutrição, três na oncologia médica e uma vaga para a especialidade de radioncologia.
“O Ministério da Saúde demonstra um total desconhecimento do número de médicos necessários para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, desta forma, está a agravar a grave carência do SNS”, afirmou o presidente da SRCOM,
Esta realidade “vai obrigar os médicos a saírem do SNS, isto é, este mapa de vagas é um péssimo serviço que se está a prestar à fixação dos médicos no SNS”, apontou.
O mesmo despacho prevê ainda a abertura de 44 vagas a área de Medicina Geral e Familiar (MGF), para a região Centro – quatro para o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Mondego, oito para o ACeS Baixo Vouga, duas para o ACeS Cova da Beira, quatro para o ACeS Dão Lafões, cinco para o ACeS Pinhal Interior Norte e nove para o ACeS Pinhal Litoral.
Está previsto ainda a abertura de cinco vagas para o ACeS Beira Interior Sul, três para o ACeS Pinhal Interior Sul e quatro para o ACeS Guarda.
Relativamente à Saúde Pública, a região Centro tem previstas neste mapa duas vagas - uma no Departamento de Saúde Pública da ARS (Administração Regional de Saúde) do Centro e outra no ACeS Guarda.
No total, são 53 vagas para a região Centro, ou seja, 44 vagas na área de Medicina Geral e Familiar, sete hospitalares e duas para a área de Saúde Pública.
“É inusitado e carece de uma reflexão”, concluiu, Carlos Cortes, lamentando a incapacidade da tutela na gestão de recursos humanos para o Serviço Nacional de Saúde.
O presidente da SRCOM considera “preocupante o actual mapa de vagas” publicado na segunda-feira.
Comunicação eficaz do Governo pode vencer teorias da conspiração e promover aceitação de vacinas
Os resultados de um estudo desenvolvido no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte) indicam que as pessoas que consideravam a comunicação do governo português sobre a COVID-19 como tendo uma qualidade superior (isto é, clara, consistente e baseada na ciência), tinham menos probabilidade de acreditar em teorias de conspiração e, por sua vez, mais probabilidade de aceitar e receber vacinas contra a COVID-19.
Segundo Melanie Vauclair, investigadora do CIS-Iscte e primeira autora deste estudo, “muitos estudos associaram positivamente a aceitação da vacina COVID-19 a diferentes variáveis, tais como um nível de educação mais elevado ou um estatuto socioeconómico mais elevado”. Mais importante, a investigadora acrescenta que “a hesitação na vacinação tem sido associada a crenças em teorias da conspiração e a uma falta de confiança nos governos e instituições”.
Alargando a investigação já existente, Melanie Vauclair e Elena Piccinelli, doutoranda no Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, exploraram o papel crítico da perceção acerca da comunicação governamental sobre a pandemia COVID-19 na previsão da aceitação da vacina e se esta ligação poderia ser explicada pelas crenças em teorias da conspiração e pela confiança no governo.
377 participantes de Portugal responderam a questionários sobre a sua aceitação geral de vacinas contra a CO-
VID-19, a sua aceitação de uma vacina desenvolvida na China (Sinovac), as suas crenças em teorias da conspiração sobre a COVID-19, a sua confiança nos governos português e chinês, a sua perceção da qualidade da comunicação COVID-19 pelo governo português, e os seus estereótipos sobre o povo chinês. Foram também recolhidos vários dados sociodemográficos.
Após o controlo de fatores relevantes, nomeadamente sociodemográficos e o medo da COVID-19, os resultados deste estudo mostram que uma maior perceção da qualidade da comunicação previu uma maior confiança no governo português e a aceitação geral da vacina. Por outras palavras, as pessoas que consideravam a comunicação do governo português sobre a COVID-19 como sendo clara, consistente e baseada na ciência tinham menos probabilidades de acreditar em teorias de conspiração e, por sua vez, tinham mais probabilidades de aceitar vacinas. No entanto, ao contrário do que as autoras esperavam, a crença em teorias de conspiração não se relacionou com a confiança no governo, que também não estava associada à aceitação geral de vacinas. Elena Piccinelli explica o impacto destes resultados: “Os governos que investem numa comunicação clara e coerente sobre a pandemia podem ser capazes de contrariar a onda de crenças em teorias da conspiração, o que, por sua vez, pode ajudar a aumentar a aceitação das vaci-
nas”.
Além disso, os indivíduos que apresentavam mais estereótipos sobre os chineses eram mais propensos a acreditar em teorias de conspiração sobre o Covid-19 e, por sua vez, confiaram menos no governo chinês, estando menos dispostos a aceitar a vacina Sinovac. “O nosso estudo sugere que os estereótipos sobre a nacionalidade poderão alimentar as teorias da conspiração”, diz Elena. A investigadora explica ainda que “considerar o papel de diferentes variáveis sociopsicológicas é importante para a aceitação da vacina”, mas observa que tais influências devem ser examinadas experimentalmente em investigações futuras.
O estudo foi realizado em Portugal entre março e abril de 2021, durante um confinamento, no qual as pessoas se baseavam sobretudo nas notícias para saber mais sobre a pandemia e as ações governamentais. As autoras refletem que “em retrospetiva, Portugal está numa posição melhor do que muitos outros estados-membros da União Europeia, e levanta-se a questão se as conclusões poderão informar a governação noutros países”. De acordo com o website ourworldindata.org, Portugal tem uma das mais altas taxas de vacinação a nível mundial e a mais alta da Europa.
Pedro Simão Mendes (CIS-Iscte)Obras do MetroBus restringem trânsito na Baixa de Coimbra
Arestrição da circulação de veículos na Baixa de Coimbra devido à obras do MetroBus vai abranger a Rua da Sofia e a Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes (a partir do cruzamento com a Rua da Manutenção Militar).
No âmbito dos trabalhos do troço urbano do MetroBus Aeminium - Hospital Pediátrico, a cargo da Infraestruturas de Portugal, está em vigor um plano de condicionamento de trânsito na Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, no troço entre as instalações da PSP e o Mercado Municipal, indispensável à execução em segurança dos trabalhos.
“No entanto, muitos condutores têm evidenciado dificuldades em cumprir as regras de sinalização, de que resultam bloqueios no trânsito, com especial penalização para os transportes públicos”, refere a Metro Mondego.
Neste contexto, a Câmara de Coimbra aprovou uma alteração ao plano de condicionamento de trânsito que clarifica, através do reforço da sinalização, a restrição da circulação de veículos entre a Rua da Sofia (a partir do cruzamento da Rua João de Ruão) e a Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes (a partir do cruzamento com a Rua da Manutenção Militar).
Assim, só é permitida a circulação neste troço a transportes públicos e a veículos autorizados, nomeadamente:
- Veículos de emergência e de forças de segurança;
- Veículos Municipais, de empresas municipais ou serviços municipalizados;
- Veículos de residentes ou trabalhadores, cujo acesso à habitação ou local de trabalho com estacionamento, se processe através do troço sujeito a restrições de circulação;
- Veículos comerciais e de mercadorias com destino ao cais de cargas e descargas do Mercado Municipal D. Pedro V, ou outras zonas de carga e descarga com acesso pelo trecho condicionado;
- Veículos de empresas prestadoras de serviços cuja origem ou destino do serviço se encontra dentro da zona sujeita a restrições.
Irá ser também reforçada a sinalização na Praça Cindazunda, no início da Rua Simões de Castro, para evitar que os condutores entrem nessa rua e posteriormente tenham de voltar à praça ou seguir para a Rua Figueira da Foz, com todas as implicações daí decorrentes, nomeadamente em horas de maior intensidade de tráfego.