Feira do livro de Coimbra assinala centenário de escritores e da Biblioteca
APraça do Comércio será o epicentro das actividades da Feira do Livro, que decorre de 23 de Junho a 2 de Julho.
A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Coimbra, reunirá dezenas de expositores, representantes de editoras, livrarias, alfarrabistas e projetos editoriais, alguns sediados em Coimbra. A feira também contará com ateliês dedicados ao livro e programação convergente pelas editoras presentes no evento. A programação enfatiza a comemoração dos centenários de autores consagrados da literatura portuguesa, a promoção da língua portuguesa numa perspectiva global, artistas emergentes e uma estreita ligação ao ecossistema cultural local, através de encontros com autores, espectáculos e outras manifestações artísticas para todos os públicos.
Com 40 stands, múltiplas editoras e representantes de renome nacional, o evento pretende contribuir para a revitalização da Baixa da cidade. A feira também continuará a apostar em apresentações de livros, debates e diálogos dinamizados por um conjunto de escritores de renome, contando com a presença de Afonso Cruz, Isabel Stilwell e Vicente Alves do Ó, entre outros.
No ano em que se assinala o Centenário do Nascimento de Eduardo Lourenço - destacada figura da cultura portuguesa, ensaísta, escritor, professor e
pensador, com fortes ligações a Coimbra – a edição 2023 da Feira do Livro pretende ser o pontapé de saída para a programação do Município de Coimbra relacionada com o seu legado, também através da criação de uma peça de arte urbana levada a cabo pela artista AHENEAH. Eugénio de Andrade, Natália Correia e Mário Cesariny (também centenários em 2023) serão assinalados na programação, quer através da apresentação de publicações, como em momentos performativos.
A Biblioteca Municipal de Coimbra, que estará representada no evento, assinala de igual modo o seu Centenário na Feira do Livro, apresentando programação para todos os públicos, com ateliês de restauro e de encadernação de
livros, lançamento e apresentação de obras. Durante os dias de semana, dinamizará encontros com xadrez e a “Hora do Conto”, pelas suas contadoras Helena Amaral e Liliana Machado, e aos fins de semana haverá lugar a jogos de tabuleiro na zona lounge da Feira.
De entre as actividades dirigidas ao público infanto-juvenil e famílias, destaca-se ainda a participação de escritores como José Fanha, Milu Loureiro, Fernando Marques Pereira e Carolina Sapienza- Bianchi, a que se soma João Manuel Ribeiro, um dos mais recentes vencedores do Golden Pear Award (Zlata hruška), com o livro “Meu avô, rei de coisa pouca”.
A Feira do Livro vai funcionar todos os dias das 11h00 às 22h30.
Maior filme de animação ucraniano chega aos cinemas portugueses
Chama-se “Mavka A Alma Da Floresta” e já chegou aos cinemas portugueses na versão dobrada e, excepcionalmente, na versão original em ucraniano. O filme de animação tornou-se um dos símbolos culturais mais importantes da Ucrânia actual ao basear-se numa história tradicional do país.
“Estreado no dia 2 de Março no seu país de origem, o filme superou a marca de 1 milhão de espectadores em menos de seis semanas, apesar das adversidades aí enfrentadas pelas salas de cinema, tornando-se assim a animação mais vista de sempre na Ucrânia. Agora, a obra continua a sua jornada internacional, tendo já alcançado 160 mil espectadores apenas no primeiro fim de semana em França”, revela a Cinemundo.
De acordo com a empresa portuguesa distribuidora de filmes, esta obra representa “um testemunho notável da capacidade humana de preservar e dar o seu melhor num projecto que ganha ainda mais simbolismo diante das dificuldades vividas directamente pelos seus executantes. O filme é, dentro e fora do grande ecrã, uma conquista notável e uma história inspiradora de coragem e determinação”.
Na história, Makva é encarada como “A Alma Da Floresta”, sendo, por isso, a sua Guardiã. A sua missão é proteger a floresta e o coração sagrado, a “Fonte da Vida”, contra qualquer agressão ou intruso, incluindo os seres humanos. Acaba por se apaixonar por Lucas, um rapaz da aldeia com uma enorme paixão pela música e pela sua flauta de madeira. O amor é correspondido, contudo, sujeito a diversos obstáculos. “O maior de todos é quando a avarenta Kylina aparece afirmando ser herdeira de uma velha serração nos limites da Floresta aliciando os aldeões com todas as riquezas do progresso industrial que ela trouxe do estrangeiro. Mas isto é apenas um meio para atingir o seu verdadeiro objectivo: conseguir o Coração da Floresta (com o propósito egoísta de permanecer jovem e bela para sempre) - cuja chave é a própria Mavka, que já se tornou vulnerável pelos seus sentimentos por Lucas. Para chegar a Mavka, Kylina usa Lucas como sua arma, e lança raiva e medo nos corações dos aldeões”, explica o Cinemundo.
Será Mavka capaz de salvar a floresta? Será o amor o suficiente para vencer esta batalha? A resposta a estas questões está, esta quinta-feira, nos cinemas portugueses. As informações relativas ao filme, bem como o trailer oficial, podem ser consultados em https://www.cinemundo.pt/filmes/ mavkaaalmadafloresta/.
Festival de caminhadas de regresso à Pampilhosa da Serra no final de Maio
Omunicípio da Pampilhosa da Serra vai organizar a sexta edição do festival de caminhadas Walkin Weekend, de 26 a 28 de Maio, limitado a 150 participantes.
“Entre o céu e serra, foi preparado um programa criativo, que visa o despertar sensorial e emocional, através de uma imersão profunda nos principais activos do território, como é o caso das aldeias, as paisagens deslumbrantes e a natureza no seu estado mais puro, a identidade cultural, a gastronomia e até a alegria comunitária”, refere a autarquia.
O vereador Rui Simão salientou tratar-se de “um programa abrangente que se dirige às famílias e amigos, aos mais ousados e que precisam de um pouco mais de adrenalina e também àqueles que gostam de imergir na cultura e na essência dos lugares”.
“As caminhadas (e todas as sensações que as envolvem), são de facto a inspiração maior do evento, sendo que, este ano, os participantes serão convidados a fazê-lo por terra, em trilhos deslumbrantes, por água, nas célebres caminhadas aquáticas, e até pelo céu, através de uma “viagem às estrelas”, guiada entre a ciência e a imaginação pelo astrónomo e comunicador de ciência José Matos”.
Rui Simão considerou que “será, sem dúvida, um momento memorável, que permitirá a todos os que vão, não apenas descobrirem este produto, mas descobrirem-se a si próprios”.
A organização aposta numa jornada intimista e diferenciadora, que, para Rui Simão, vai permitir “confrontar cada um com o que de melhor o território tem para oferecer e com o que de melhor em Portugal se faz nesta matéria”.
“Caminhar, desfrutar, conviver e festejar é algo que parece que estamos mais inibidos de fazer, mas
que não podemos de abdicar”, referiu Rui Simão, considerando que “qualquer pessoa que participe no festival terá uma experiência memorável”.
As inscrições do Walking Weekend’23 estão limitadas a 150 participantes, sendo que até ao momento já foram preenchidos mais
de metade dos lugares disponíveis. O Walking Weekend é organizado pela empresa de animação turística Epic Land, com o apoio da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto e Decathlon.
Banco Contra a Fome convida a alimentar a esperança
Anova campanha de recolha de alimentos, que se inicia neste fim-de-semana, conta com uma grande equipa de voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome e tem como mote “Juntos, vamos alimentar a esperança”.
No que diz respeito ao distrito de Coimbra, a campanha desenrola-se em 85 supermercados, desde Oliveira do Hospital à Figueira da Foz, mas também na Pampilhosa da Serra e em Góis.
A campanha envolve a colaboração directa de mais de 2.000 voluntários, que estarão nas lojas, mas também a trabalhar no armazém ou a conduzir as quase 20 viaturas de transporte de alimentos, quase na sua totalidade cedidas gratuitamente por empresas.
De notar que, desde quinta-feira e até 14 de Maio, decorre igualmente a campanha de vales disponí-
veis nos supermercados, bem como a campanha pela Internet no site alimenteestaideia.pt, através da qual se podem fazer donativos ao Banco Alimentar.
O mote desta campanha, a nível nacional, é “Alimentar a Esperança”, com João Paulo Craveiro, responsável de Coimbra do Banco Alimentar Contra a Fome, a salientar que “a actividade se destina, exactamente, a não deixar morrer a esperança de tantos que sofrem de falta de capacidade para alimentar as respectivas famílias”.
O Banco Alimentar apoia directamente 119 instituições, das quais 69 com acordo, que permite um fornecimento regular de alimentos, sendo as restantes eventuais.
No ano de 2022 o Banco Alimentar Contra a Fome - Coimbra distribuiu 393 toneladas de alimentos, o que significa mais de 30 toneladas mensais.
João Paulo Craveiro lembra, ainda, a importante campanha “Papel por Alimentos”, através da qual o Banco Alimentar recolhe papel usado de instituições diversas, incluindo organismos públicos, empresas e escolas. “Esse papel é por nós transformado em alimentos a distribuir”, refere, acrescentando que “no ano de 2022 recolheram 158 toneladas de papel, que proporcionaram a aquisição de 25 toneladas de alimentos”.
Para participar na campanha deste fim-de-semana, nos supermercados, basta aceitar um saco do Banco Alimentar e colocar nele bens alimentares, de preferência não perecíveis (como leite, conservas, massa, arroz, azeite, açúcar ou farinha), entregando-o aos voluntários à saída. Os produtos são depois encaminhados para os armazéns do Banco Alimentar de cada região, onde são pesados, separados e acondicionados para serem entregues às entidades beneficiárias. A distribuição começa de imediato, garantindo que tudo chega à mesa de quem precisa.
No ano passado, os 21 Bancos Alimentares, em parceria com cerca de 2.600 instituições e entidades que actuam no terreno, ajudaram cerca de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, estimando-se que este ano há muitas mais que carecem de ajuda.
Covid-19: Organização Mundial da Saúde declara fim da emergência global
Odirector-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje o fim da emergência de saúde para a covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.
“No último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar dos dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme. Ontem, o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.
Segundo afirmou, o levantamento da emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta que pode ser decretado pela organização, “não quer dizer que a covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”.
“Na última semana, a covid-19 reclamou vidas a cada três minutos e estas são apenas as mortes que sabemos. Actualmente, milhares de pessoas em todo o mundo estão a lutar pela vida nos cuidados intensivos e outros milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-covid-19”, alertou o director-geral da OMS.
De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, o coronavírus SARS-CoV-2 “está para ficar” e continua a evoluir, o que faz com que permaneça o risco do surgimento de novas variantes eventualmente causadoras de surtos e mortes.
“O pior que cada país pode fazer agora é usar esta notícia como razão para baixar a guarda, para desmantelar os sistemas que tem montado ou para mandar a mensagem aos cidadãos que não têm nada com que se preocupar”, afirmou o responsável da organização com sede em Genebra.
Tedros Adhanom Ghebreyesus explicou ainda que a decisão agora tomada significa que, na prática, os países podem passar do “modo de emergência para a gestão da covid-19” em simultâneo com outras doenças infecciosas.
A PHEIC é o nível mais alto de alerta e aplica-se a “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde
pública para além da fronteira nacional de um Estado afectado e que pode exigir uma acção internacional imediata.
Segundo os dados mais recentes da OMS, a pandemia já provocou mais de 765 milhões de casos confirmados de infecção e mais de 6,9 milhões de mortos a nível mundial reportados oficialmente, mas o director-geral admitiu hoje que o número real de óbitos possa ser de “pelo menos 20 milhões”.
Município de Mira foi distinguido no prémio BUPi
Mira foi distinguida com “menção honrosa” de reconhecimento pelas boas práticas, implementadas pelos técnicos no município, na utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG), ao serviço do Balcão único do Prédio (BUPi).
A Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado procedeu à entrega dos prémios “BUPi 2022”, no âmbito do evento “Mapear o Futuro”, que decorreu no dia 26 de Abril, na Batalha.
“Este evento tem como objectivo fazer o balanço do Balcão Único do Prédio e de reconhecer publicamente os principais interlocutores e impulsionadores, nomeadamente Municípios/Comunidades Intermunicipais e técnicos habilitados BUPi, que mais se destacaram e contribuíram para o sucesso deste projecto, durante 2022”, afirma a autarquia.
Segundo o presidente da Câmara, Raul Almeida, este prémio agora atribuído ao município é o “reconhecimento do trabalho realizado pelos técnicos habilitados, do balcão BUPI, dado o esforço efectuado na operacionalização e implementação deste projecto, que veio beneficiar, quer os serviços, quer os proprietários dos terrenos abrangidos”.
O BUPi entrou em funcionamento no concelho da Mira em 2021, inserido numa iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Neste momento, tem já mais de três mil processos RGG (Representação Gráfica Georreferenciada) finalizados, gerando “o necessário conhecimento do território, o seu valor económico, social e ambiental”, complementa o Município.
As escolas não estão a conseguir contrariar estereótipos que levam à segregação sexual das escolhas vocacionais dos estudantes, que continua elevada, conclui pesquisa do Centro de Estudos Sociais (CES) de Coimbra.
Faltam acções e políticas concretas, as boas práticas e exemplos de algumas escolas não são visibilizados nem replicados e muitos dos agentes educativos (professores e psicólogos) não reconhecem o problema, com as escolas a assumirem-se como espaços de reprodução de estereótipos, ao invés de os combater, disse Lina Coelho, investigadora do CES e coordenadora do estudo “Fronteiras de Vidro - Custos e factores da segregação profissional e educativa para homens e mulheres”.
O estudo, que foi desenvolvido entre 2020 e 2023, e cujos resultados foram apresentados ontem (4), conclui que a segregação sexual se mantém, centrando-se no ensino secundário profissional, referiu Lina Coelho.
De acordo com o projecto de investigação, há cursos do ensino profissional público com mais de 90% de frequência masculina (onde se incluem áreas como veículos a motor, metalurgia, electrónica ou tecnologias de informação), e outros com uma participação feminina inferior a 30%, como é o caso das áreas da agricultura, desporto ou construção civil.
Já as áreas de cabeleireiro, estética, educação ou saúde têm uma presença feminina maioritária (mais de 80%).
“O diagnóstico dessas estatísticas permite perceber que a formação profissional no ensino secundário pública é ainda mais segregada em termos de género do que o próprio mercado de trabalho”, vincou a investigadora.
Para além do estudo quantitativo, o projecto realizou ‘focus groups’ e entrevistas a psicólogos escolares e professores, bem como a empregadores que acolhem estagiários das escolas, maioritariamente na região Centro.
“Desta análise mais qualitativa, resulta a conclusão de que as conceções estereotipadas continuam muito predominantes, não apenas nas empresas, mas também no próprio sistema de ensino. A sensibilidade à igualdade de género é muito reduzida no sector da educação”, constatou Lina Coelho.
Apesar de haver excepções e “bons exemplos”, esses não encontram “capacidade reprodutiva” e acabam
por não ser replicados, vivendo do voluntarismo de dirigentes escolares ou professores, referiu.
“Há uma necessidade imperiosa de formar as pessoas para a igualdade de género e logo na formação básica na universidade, nas licenciaturas em psicologia e na formação de professores”, defendeu.
Segundo a coordenadora do projecto, as escolas continuam “espaços de produção de estereótipos” e o problema não é reconhecido pelos agentes educativos.
“Quando professores e psicólogos não reconhecem o problema não se age sobre ele. Eu creio que o problema é reconhecido em termos políticos, mas depois, de facto, não há actuações efectivas que proporcionem esta sensibilização de forma generalizada”, afirmou Lina Coelho.
Numa sociedade em que continua a persistir a ideia de profissões para homens ou para mulheres, os estereótipos são interiorizados pelas jovens e suas famílias, que não encontram nas escolas qualquer tentativa de os contrariar, aclarou.
Esse problema acaba por ter reflexos em perspectivas de carreira e de remuneração, com as jovens a acabarem por escolher áreas onde os salários são mais baixos, em detrimento de outras, como é o caso das tecnologias, onde há uma maioria de rapazes a ingressar nos cursos.
“Atendendo às tendências do mercado de trabalho e aos padrões de remuneração excepcionalmente elevados nessas áreas e com muitas oportunidades de trabalho, é incompreensível, é irracional as mulheres não escolherem estas áreas”, constatou.
Com um mercado de trabalho actual e futuro que valoriza a área das tecnologias, prevê-se que a desigualdade salarial se mantenha ou até possa ser acentuada face à segregação sexual que se continua a assistir na hora dos mais jovens escolherem os seus percursos de formação, alertou.
Escolas sem conseguir contrariar segregação sexual nas escolhas vocacionais – estudo
Universidade de Coimbra aprova Código de Ética, Conduta e Integridade
AUniversidade de Coimbra aprovou o seu Código de Ética, Conduta e Integridade, que estabelece um conjunto de princípios, valores e boas práticas que entrarão em vigor dentro de 15 dias.
De acordo com o regulamento publicado esta sexta-feira em Diário da República, o Código de Ética, Conduta e Integridade da Universidade de Coimbra foi aprovado pelo Reitor, Amílcar Falcão, no dia 21 de Abril, depois de ouvir o Senado, a Comissão de Trabalhadores e de ter sido feita a consulta pública do projecto.
Trata-se de um código “aplicável a todas as suas unidades, estruturas e serviços”, incluindo os Serviços de Acção Social, bem como “a toda a comunidade académica”, independentemente da função, posição hierárquica ou da natureza do vínculo jurídico, seja ele permanente, temporário ou meramente ocasional.
É também aplicável à actividade desenvolvida pela comunidade da Universidade de Coimbra “noutros territórios ou âmbitos de acção, nacionais ou internacionais, bem como os deveres de conduta na interacção e comunicação à distância ou em meios digitais”.
“O contexto actual de rápida transformação e forte necessidade de regulação do universo em que se movem as instituições de ensino superior, quer no contexto específico da investigação, quer nas demais missões em que estas instituições são chamadas a intervir, tendencialmente crescentes, demanda uma clarificação expressa dos valores e princípios éticos que norteiam a sua actuação”.
O Código de Ética, Conduta e Integridade da Universidade de Coimbra encontra-se estruturado em três capítulos, sendo o primeiro dedicado à delimitação do objecto e âmbito de aplicação e à enunciação dos gran-
des valores, princípios e deveres éticos gerais.
O segundo capítulo alude à fixação de normas de boa conduta, umas aplicáveis em geral e outras especialmente voltadas para determinadas categorias de membros da comunidade.
O último capítulo é reservado para as disposições finais, as quais incluem uma referência aos canais de denúncia da Universidade de Coimbra e uma norma relativa às sanções aplicáveis em caso de incumprimento das disposições do Código, nomeadamente as relacionadas com a matéria da corrupção e infracções conexas.
No que toca a prevenção e combate ao assédio, a Universidade de Coimbra vincou que “assume uma política de não tolerância relativamente à prática da intimidação e do assédio, em todas as suas formas, exteriorizações e contextos, reconhecendo estes como sendo contrários à sua política interna”.
“Os/as integrantes da Comunidade UC abstêm-se de praticar comportamentos indesejados, manifestados através de gestos, palavras ou linguagem corporal, tendo como objectivo ou efeito ofender a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidatório, hostil, degradante, humilhante
ou desestabilizador”, lê-se.
Devem ainda evitar efectuar “quaisquer ataques de conteúdo ofensivo ou humilhante, sejam eles verbais, físicos ou atos mais subtis, incluindo a violência física e ou psicológica, visando, nomeadamente, diminuir a auto-estima e a dignidade da vítima”, bem como de “praticar quaisquer atos ou comportamentos que possam revestir carácter sexual, designadamente através de convites de teor sexual, envio de mensagens de natureza sexual, tentativa de contacto físico constrangedor ou chantagem para obtenção de ofertas ou favorecimentos”.
O código proíbe ainda a prática de “actos ou comportamentos que consubstanciem aproveitamento da debilidade ou fragilidade da pessoa ou da situação em que esta se encontre”, tendo os membros da comunidade académica “o dever de participar as situações de violação das disposições do presente Código de que tenham conhecimento”.
“A violação das disposições do presente Código é susceptível de dar origem à instauração de procedimento disciplinar”, sem prejuízo de “eventual responsabilidade civil ou criminal, bem como de outras consequências legalmente previstas”.
Mealhada com resultado líquido de meio milhão de euros
AAssembleia Municipal da Mealhada aprovou, por maioria, os documentos de Prestação de Contas relativos ao ano de 2022, que revelaram um resultado líquido positivo de mais de meio milhão de euros. Esta gestão cuidada e consciente das necessidades da população foi destacada pelo presidente da Câmara Municipal da Mealhada, António Jorge Franco, que afirmou estar comprometido em “fazer mais e melhor”. De acordo com os documentos aprovados, os rendimentos gerados no exercício económico de 2022 ascenderam a 18.117.460,62 euros, enquanto os gastos incorridos totalizaram 17.536.228,71 euros, o que resultou
num saldo positivo de 581.231,91 euros. Além disso, as demonstrações orçamentais do Município mostraram que a receita total arrecadada atingiu 26.481.636,59 euros, sendo que 16.663.463,65 euros correspondem a receitas correntes, 3.866.061,50 euros a receitas de capital e 5.952,111,44 euros a outras receitas.
António Jorge Franco destacou ainda o trabalho que está a ser desenvolvido no sentido de aproveitar todas as oportunidades de financiamento comunitário, preparando projectos, capacitando serviços e atraindo investimento. O objectivo é aumentar a execução do investimento ao longo do ano.
Conselho Local de Acção Social de Cantanhede reúne para discutir estratégias
OSalão Nobre dos Paços do Concelho recebeu a reunião do Conselho Local de Acção Social (CLAS) de Cantanhede, liderado pela presidente do CLAS e vereadora da Acção Social e Saúde, Célia Simões. Nesta reunião, as entidades públicas e privadas que integram este órgão ficaram a conhecer documentos estratégicos já aprovados pelo executivo camarário e entidades competentes.
Um dos pontos da agenda de trabalho foi a apresentação do diagnóstico da Carta Social Municipal pelo professor universitário António Rochette, que apresentou aos
parceiros um breve diagnóstico do concelho de Cantanhede com base nos dados estatísticos disponíveis e nos dados recolhidos junto das entidades parceiras. Foram ainda apresentadas projecções demográficas. Este diagnóstico integra o instrumento de planeamento estratégico que contempla a Carta Social Municipal e o Plano de Desenvolvimento Social, que se encontra em construção.
As entidades presentes foram ainda informadas, formalmente, do processo de transferência de competências para os municípios no domínio da Acção Social, mais concretamente no âmbito
do Serviço de Atendimento e de Acompanhamento Social (SAAS) de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, assim como ao nível da concretização e acompanhamento dos contratos de inserção dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI).
Os parceiros tomaram ainda conhecimento da aprovação da resposta social Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES), no âmbito da Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, candidatura apresentada ao Plano de Recuperação e Resiliência, e da Estratégia Local da Habitação.
Casa dos Pobres de Coimbra celebra 88 anos
ACasa dos Pobres de Coimbra comemora na próxima segunda-feira, dia 8, o seu 88.º aniversário com um programa que incluirá, no dia 9, homenagens, o lançamento de um livro e o “Almoço dos Românticos”.
O programa do dia 8 começa pelas 10h00 com o hastear das bandeiras, seguindo a celebração de uma missa, pelas 10h30, e da parte da tarde, pelas 15h00, animação cultural com o grupo “Vivências”.
Na terça-feira, dia 9, pelas 11h00, decorrerá a cerimónia comemorativa com homenagens a trabalhadores e a amigos da instituição, particulares, empresas, e autarquia.
Pelas 12h00 será apresentado o livro de Rodrigues Costa, “Casa dos Pobres. Uma obra de Coimbra”, que o autor oferece à instituição, actualmente empenhada num processo de obras de ampliação.
O livro recorda a forma como a Casa dos Pobres surgiu, “num tempo diferente e com o propósito de erradicar das ruas de Coimbra a prática da mendicidade, bem como soube, ao longo de quase um século, acompanhar os novos tempos e evoluir, mantendo
sempre uma ligação umbilical com a cidade”.
“A Casa dos Pobres é, e será sempre, uma obra de Coimbra e de todos os que aqui habitam. Na actualidade é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que se pode considerar de referência, quer pelas instalações, quer, essencialmente, por força da capacidade técnica e da formação de quantos ali trabalham” - refere Rodrigues Costa.
Na contracapa do livro a presidente da instituição, Maria Luísa Carvalho, salienta: “A Casa dos Pobres de Coimbra tem sido ao longo dos anos respeitada e acarinhada por toda a cidade. Tudo se fará para corresponder às espectativas criadas, continuando a defender os mesmos prin-
cípios de solidariedade para com os mais desprotegidos. Neste sentido faço um apelo para que os nossos concidadãos nos continuem a apoiar como no passado. Tenho a certeza que assim acontecerá”. Já Rodrigues Costa, refere: “Sendo uma instituição com história é evidente que o passado marca de forma indelével o presente da Casa dos Pobras. O caminho de hoje é uma consequência necessária do caminho feito. As marcas distintivas da Casa dos Pobres foram, e são, uma profunda ligação à cidade e uma gestão rigorosa, criteriosa e transparente. Será na ‘nova’ Casa dos Pobres, resultante da ampliação das actuais instalações, que o futuro será construído com a ajuda de todos os de Coimbra”.
Ludoteca de Coimbra celebra Dia da Mãe, da Família e do Brincar
ALudoteca da Biblioteca Municipal de Coimbra vai assinalar, durante o mês de Maio, o Dia da Mãe e os dias internacionais da Família e do Brincar, com várias actividadesdirigidas aos mais novos.
Assim, as sessões da hora do conto, que integram a oferta regular da programação dirigida aos mais pequenos, decorre este mês no âmbito destas duas datas.
Já amanhã (6), pelas 11h30, decorrem os “Contos do Dia da Mãe”. De seguida, no dia 11, às 18h00, há os “Contos com flores”. Por sua vez, os “Contos com Famílias” alegram o dia 15 (18h00), e os “Contos de Eugénio de Andrade”, o dia 22 (18h00).
Já no dia 13, pelas 11h30, há uma sessão de “Canto(s) com Yoga”, dinamizado por Inês Graça, da Associação Sunshine Yoga.
Todas estas sessões são dirigidas a crianças dos três aos cinco anos, acompanhadas por um adulto. A participação é gratuita, mas é necessária inscrição prévia, presencialmente, na Casa Municipal da Cultura, ou através do telefone 239702630 ou do e-mail biblioteca.infantil@cm-coimbra.pt.
A programação continua e a “Comunidade dos Pequenos Leitores” tem encontro marcado para os dias 12 e 26, às
18h00, com a contadora de histórias Luísa Rosmaninho. Em Maio regressam, também, para todos os públicos, o Encontro com o Xadrez (27), dinamizado pela Secção de Xadrez da Associação Académica de Coimbra, e o Encontro com os Jogos de Tabuleiro (28, das 10h00 às 18h00, no Parque Verde), em colaboração com a Associação Inclusão Contacto, no Dia Internacional do Brincar. Esta é uma iniciativa integrada no programa “Coimbra a Brincar”, em par-
ceria com a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
Entre os eventos deste mês, há, ainda, a apresentação dos livros da escritora Milú Loureiro, “Agostinho, o porco-espinho” e “Carminho, a porco-espinho” (dia 13 de maio, às 16h00, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal).
E em 28 de Maio, às 11h00 e às 16h00, no Parque Verde, no âmbito do Dia Internacional do Brincar, há a actividade de Contos Animados.
Representações e Políticas de Saúde Mental LGBTI+
São quatro os eixos que têm guiado a operacionalização das políticas públicas de saúde mental no contexto português, também contemplados no programa nacional para a saúde mental: (i) a promoção do bem-estar e prevenção da doença mental; (ii) a mitigação do estigma, discriminação e exclusão social; (iii) a reabilitação e a inclusão de pessoas com doença mental na sociedade; e (iv) a provisão de serviços e cuidados. Transversal aos quatro está a habilitação cultural dos serviços e dos profissionais de saúde para lidar de forma competente e inclusiva com diferentes crenças, práticas culturais, sexualidade e géneros.
No caso específico da população LGBTI+, não obstante alguns avanços nos últimos anos, persistem várias e graves lacunas, desde preconceito velado no atendimento até casos de serviços terapêuticos a propor terapias de conversão ou reorientação sexual, cuja criminalização está finalmente a ser debatida no contexto português. Um estudo conduzido pela primeira autora deste texto, com base em entrevistas a membros de associações e coletivos LGBTI+ e profissionais de saúde mental que atuam em várias cidades portuguesas revelou que é comum pessoas LGBTI+ procurarem serviços de saúde mental ocultando a sua orientação, ou evitarem-nos completamente com receio de uma experiên-
cia negativa. Estas e outras dificuldades e necessidades são exploradas em maior detalhe num documento publicado pela Comissão para a Igualdade de Género1. Aqui refere-se que um dos maiores obstáculos ao acesso da população LGBTI+ a cuidados culturalmente competentes é a ausência de formação dos/ as profissionais de saúde e, especificamente, de saúde mental. Esta lacuna, que urge colmatar, verifica-se desde logo na estrutura curricular de cursos de Medicina ou Psicologia que não incluem, regra geral, nenhum módulo específico sobre estas questões.
Se por um lado, a compreensão pública da saúde mental implica um processo de familiarização com o tema por outro, certos autores consideram que nunca poderá haver real familiarização, permanecendo como algo estranho. Há ainda aqueles que afirmam que ela é familiarizada como algo essencialmente “não familiar”. Esta sua natureza (que evoca tantas vezes resistência) reforça a necessidade de se considerarem sempre intersecções com identidades e grupos minoritários, sobretudo quando há tantos grupos sociopolíticos resistentes ou indiferentes a “outras” categorias que não as normativas. Como aliados fundamentais deste processo de familiarização estão os filmes e séries televisivas com uma crescente representação da população LGBTI+ e saúde mental.
Representações e Políticas de Saúde Mental LGBTI+
CONTINUAÇÃO...
Recordemos quando a representação LGBTI+ era mais pontual com a obra de Pedro Almodóvar, Will and Grace, Farewell My Concubine, Philadelphia ou The Hours. Nos últimos anos, muitas mais produções (e.g. Sex Education, Sense8, Genera+ion, Pose, BoJack Horseman, Shameless, You’re the Worst, Crazy Ex-Girlfriend,Veneno) permitem que a população LGBTI+ encontre algo de si no ecrã e, eventualmente, que algo seja comunicado no sentido de aumentar a familiaridade com as suas realidades, ou seja, representatividade.
As políticas LGBTI+ traduzem o facto de as relações de poder continuarem a persistir mesmo na aparente ausência de um conflito político claro. Apesar de já existirem estudos e publicações sobre políticas de saúde mental LGBTI+ (Associação ILGA, 2015; Ordem dos Psicólogos, 2020) e até uma Estratégia de Saúde para as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo divulgada pela Direção-Geral de Saúde (Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde, & Núcleo sobre Género e Equidade em Saúde, 2019), o trabalho de campo de sensibilização e apoio continua a cargo de organizações LGBTI+ que não recebem o apoio necessário das entidades governamentais competen-
tes. Estas associações são a primeira porta de ajuda de pessoas LGBTI+ que tendem a confiar nos seus serviços, e cuja oferta merece ser mais explorada e financiada em todo o território nacional, com especial incidência em zonas mais isoladas com menos serviços disponíveis. O movimento associativo foi e é, muitas das vezes, o primeiro e principal impulsionador de transformações sociais profundas através do qual (ou dos quais) é possível contornar a máxima de que “se não se vê é porque não existe”.
Um forte movimento de contestação para colocar a orientação sexual, identidade e expressões de género e características sexuais (OIEC) sob a proteção dos direitos humanos está a pressionar os Estados para que aprovem legislação e implementem políticas públicas que respeitem e promovam os direitos humanos das pessoas LGBTI+. Quando os processos de decisão políticos passarem a ser vistos como algo dinâmico — onde o ambiente político se reorienta continuamente, transformando as relações entre os grupos da sociedade civil e as instituições políticas — a formulação e implementação de políticas serão decerto mais eficazes.
da Figueira da Foz cria projecto que apoiou 12 mil refugiados da Ucrânia
Oprojecto From to Ukraine, desenvolvido por um casal da Figueira da Foz, em que a mulher é da Ucrânia, já apoiou 12 mil refugiados ucranianos desde o primeiro dia da invasão russa, a 24 de Fevereiro de 2022.
David Carvalhão, de 45 anos, um dos mentores do projecto, explicou que, no primeiro dia, criaram um “site” que fornecia toda a informação necessária para os refugiados, permitindo-lhes viajar dentro da Ucrânia até às fronteiras que estavam abertas, saber como atravessar as fronteiras e como chegar a Portugal e instalar-se cá.
Juntamente com a sua esposa Kateryna Shepeliuk, de 32 anos, natural de Donetsk, criaram também no final do primeiro dia de conflito uns formulários com ofertas e pedidos de ajuda. As pessoas podiam colocar as ofertas
das suas casas, alimentação ou viagens nos formulários, enquanto uma pequena equipa de voluntários recebia chamadas telefónicas e mensagens escritas na rede Telegram e ia ajudando os refugiados.
No terceiro dia da invasão russa, depois de uma fase inicial “muito intensa”, o casal ajudou a criar uma organização designada We Help Ukraine e um centro de atendimento com mais de 200 voluntários, para coordenar todo o processo, acompanhando o refugiado desde que entrava em contacto dentro da Ucrânia até passar a fronteira.
Depois de entrarem em solo português, os refugiados eram ajudados a instalar-se em vários pontos do país por equipas de voluntários espalhadas pelo território nacional.
Passada a fase de instalação, o desafio passou a ser
a integração dos cidadãos ucranianos na sociedade portuguesa, tendo o casal da Figueira da Foz recorrido ao desporto para estreitar laços com as populações locais. O projecto vai continuar a realizar actividades desportivas de integração e a promover aulas de língua portuguesa, sobretudo para os adultos, já que as crianças “acabam por interagir bastante na escola e acabam por aprender português”.
Para David Carvalhão, o maior desafio que se coloca agora é “gerir uma série de problemas psicológicos que começam a surgir” nos refugiados, já que muitos deles “no choque inicial estavam um pouco anestesiados pelas circunstâncias”.
O projecto From to Ukraine foi distinguido com o prémio Sport for Peace, no âmbito do Fórum Europeu do Desporto 2023, promovido pela Comissão Europeia.
Casal
Escola de Educação de Coimbra cria prémio Virgínia Coutinho em homenagem póstuma
AEscola Superior de Educação de Coimbra (ESEC-IPC) anuncia a 1.ª edição do prémio Virgínia Coutinho, que visa reconhecer estudantes finalistas da licenciatura em Comunicação Organizacional (CO) da ESEC.
A distinção será atribuída aos alunos “que se destacam pelos seus excelentes resultados académicos e pela sua capacidade de envolvimento no curso e nas actividades, lectivas e extra-lectivas, dinamizadas pelos membros da comunidade CO”, afirma a ESEC.
“Este prémio pretende homenagear Virgínia Coutinho, diplomada pela ESEC em Comunicação Organizacional, que nos deixou de forma inesperada e prematura, tendo-se destacado não só pelos resultados de excelência académica, como pela capacidade de empreendedorismo e de mobilização da comunidade estudantil em torno de projectos que aproximaram o curso da realidade empresarial”.
A instituição de ensino complementa a afirmar que “o seu sentido [de Virgínia Coutinho]
de Escola e de dedicação ao curso marcaram colegas e docentes que a acompanharam e gerou uma dinâmica de organização de eventos que permanece até aos dias de hoje”.
Já diplomada, Virgínia Coutinho destacou-se a nível nacional pela sua investigação na área do marketing digital, tendo fundado a Lisbon Digital School, que oferece formação nesta área. Foi autora de um dos primeiros livros sobre marketing digital em Portu-
gal e foi também docente em diferentes instituições. Os nomeados do ano lectivo 2022/2023 já foram anunciados e o vencedor da 1.ª edição irá ser anunciado no dia 27 de Maio, no decorrer das comemorações dos 30 anos de Comunicação na ESEC. Os nomeados são Ana Raquel Simões Marques, Carolina Silva Santos, Inês Alexandra Rodrigues Flamínio, João Carlos Marques Pratas Pereira e Maria João Guardado de Carvalho.
Projecto para combater fugas de água está a ser desenvolvido em Coimbra
OFiberLoop, que começou como um projecto para o acelerador de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), desenvolve em Coimbra a aplicação da tecnologia ao combate às fugas de água na rede.
O projecto teve o seu início quando Tiago Neves, formado em Engenharia Física na Universidade de Coimbra, foi para o CERN, na Suíça, onde realizou um doutoramento, com a proposta de criar uma tecnologia baseada em fibra óptica para detecção de temperatura e humidade no LHC (o maior acelerador de partículas do mundo).
“Há um departamento [do CERN] de transferência de tecnologia que ajuda pequenas ideias desenvolvidas dentro do CERN a criar um negócio. E surgiu a ideia de aplicar a tecnologia na detecção de fugas de água”, contou o engenheiro físico, que criou em 2021 a empresa Fibersight, sediada em Coimbra, a sua cidade.
Desde 2021, tem desenvolvido o projecto centrado nas fugas de água, Fiberloop, em parceria com outra empresa de Coimbra, a Loop Company, usando os recursos humanos daquela tecnológica para desenvolver o negócio.
De momento, está a decorrer um primeiro projecto-piloto com cerca de 100 metros de fibra óptica enterrados no solo, com um tubo com fugas de água, procurando validar a tecnologia em ambiente real.
Ainda este ano, Tiago Neves prevê avançar com um projecto piloto “em ambiente definitivo”, tendo já tido reuniões com empresas municipais de água da região.
Segundo o responsável do projecto, “quando há uma fuga de água na rede, ela começa muito pequenina, como uma torneira a pingar”, que pode ficar por detectar durante vários anos, até gerar uma ruptura maior, altura em que os “custos associados à reparação já são muito elevados”.
“Em média, na Europa, perde-se 30% da água injectada na rede. Portugal desperdiça todos os anos várias barragens do Alqueva em fugas. São 100 mil milhões de litros de água”, realçou.
Com a aplicação de fibra óptica, é possível medir com precisão e identificar antecipadamente fugas, que podem ficar por detectar “durante 10, 20 ou 30 anos”.
Para Tiago Neves, a tecnologia poderá aproveitar a instalação de tubagens novas, mas também pode recorrer a uma toupeira mecânica – tecnologia já muito utilizada pelas empresas de telecomunicações – para instalar fibra em zonas da rede que se considerem problemáticas.
“Para obras novas, os custos são desprezíveis face ao investimento global da obra. Quando começarmos a produzir fibra em escala, ficará a menos de um euro por metro”, realçou.
O projecto é um dos 12 que participaram no Ineo Start, programa de aceleração de tecnologias e ideias de negócio do Instituto Pedro Nunes de Coimbra, e cujos resultados são hoje apresentados a investidores e entidades regionais.
Em 2024, Tiago Neves espera que o projecto conheça o seu primeiro ano de crescimento, com captação de investimento externo, para em 2025 ter o produto pronto para ser lançado no mercado.
“2025 acaba por ser importante porque coincide até com algumas datas impostas pela Comissão Europeia em que os países são obrigados a reduzir as fugas de água”, notou, vincando que o projecto poderá ter facilmente aplicação em toda a Europa.
Para além deste projeto, Tiago Neves prevê outras possíveis aplicações e projectos recorrendo à fibra óptica, como é o caso da agricultura, onde poderá ser possível monitorizar a humidade do solo e concentração de água para optimizar processos de rega.